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História Antiga Ocidental

Aula 2 - Formação do mundo grego


INTRODUÇÃO

Nesta aula estaremos discutindo as relações de poder na formação do mundo grego. Por isso pensamos em nossa
visão mais tradicional, a história que correu todo o mundo como a grande formação do mundo grego: a vitória dos
gregos na guerra de Tróia. Será? Uma história com forte caráter mítico e moralizante como o fundamento do mundo
grego é algo relativamente difícil.

No trajeto deste questionamento apresentaremos as principais linhas de organização apresentadas para o mundo
grego, as noções de sociedades antigas, minoica e micênica, as linhas sucessórias de migrações. Por fim salientar o
objetivo das cidades Estado em se constituir como um espaço especial.

Trataremos em seguida do período Arcaico, suas principais interpretações teóricas, a organização de um panteão e a
fundação das Póleis. A pólis é a cidade-estado do mundo grego; e neste ponto é interessante pensar que não estamos
falando de uma grande nação grega, mas da Hélade, grupos que tem identificações culturais, sociais, mas se
desenvolvem de maneira diferente entre si.

OBJETIVOS

Identificar as teorias acerca da ocupação física do espaço da Hélade.

Analisar as dificuldades apresentadas na utilização de fontes de natureza literária, caso das epopeias, cuja
materialização textual foi muito posterior à sua possível criação.

Destacar em que medida a Arqueologia tem sido decisiva para corroborar ou relativizar muitos elementos
apresentados nas epopeias, tais como a Guerra de Troia.

Elencar as mudanças ocorridas no Período Arcaico e que permitiram a adoção no território grego de um modelo tão
peculiar quanto a pólis.

Enfatizar de que maneira tal modelo impediu a unificação territorial da Grécia em comparação a outros povos
contemporâneos a ela.

Identificar a periodização de tempo que estudaremos em história, aprendendo o que é História Antiga e as dificuldades
que possuímos para conhecê-la.

Reconhecer a ideia de Ocidente, desconstruindo a noção genérica geográfica.

Comparar como a própria noção do que é história é algo mutável, e que não basta um discurso que afirme o que é a
História para que nós o reconheçamos.
A ILÍADA

Fonte: Havoc / Shutterstock

A Ilíada (do grego Iλιάς, Ilias) é um poema épico grego e narra uma série de acontecimentos ocorridos durante o
décimo e último ano da guerra de troia. O título da obra deriva do nome grego de Tróia, Ílion.

A Ilíada e a Odisséia são comumente atribuídas a Homero, que se acredita ter vivido por volta do século VIII a.C. na
Jônia (lugar que hoje é uma região da Turquia), e trata-se dos mais antigos documentos literários gregos a
sobreviverem aos nossos dias. Porém, até hoje se debate a existência desse poeta e se os dois poemas foram
compostos pela mesma pessoa.

Os gregos acreditavam que a guerra de Troia era um fato histórico ocorrido no período micênico, durante as invasões
dóricas, por volta de 1200 a.C. Entretanto, há na Ilíada descrições de armas e técnicas de diversos períodos, do
micênico ao século VIII a.C., indicando ser este o século de composição da epopeia.

A Ilíada influenciou fortemente a cultura clássica, sendo estudada e discutida na Grécia (onde era parte da educação
básica) e, posteriormente, no Império Romano. Sua influência pode ser sentida nos autores clássicos, como na Eneida,
de Virgílio. Até hoje é considerada uma das obras mais importantes da literatura mundial.

GUERRA DE TRÓIA
A Guerra de Tróia A Guerra de Troia se deu quando os aqueus atacaram a cidade de Troia, buscando vingar o rapto de
Helena, esposa do rei de Esparta, Menelau, irmão de Agamémnom.

Os aqueus eram o povo que hoje conhecemos como gregos e que compartilhavam elementos culturais. Na época, no
entanto, não se enxergavam como um só povo.

Vamos ver o que conta a lenda?


Fonte: Wikipedia, I Wei Huang / Shutterstock e Havoc / Shutterstock

A Ilíada não conta o final da guerra, nem narra a morte de Aquiles.

Comentário
,
A Ilíada é um poema extenso e possui uma grande quantidade de personagens da mitologia grega e Homero assumia que seus
ouvintes estavam familiarizados com esses mitos, o que pode causar confusão no leitor moderno.

TRADUÇÕES
Existem muitas traduções para a Ilíada em português, tanto em verso como adaptações em prosa. A qualidade e
fidelidade das traduções variam bastante, mas destacam-se três, todas em verso. A mais antiga das três é a de
Odorico Mendes, feita no século XIX (1874), que possui a peculiaridade de trocar os nomes dos deuses gregos pelos
seus arquétipos equivalentes latinos. Ou seja, em vez de Zeus, Júpiter, de Poseidon, Netuno etc.

A outra tradução é a de Carlos Alberto Nunes, feita em 1962. Por fim, há a tradução de Haroldo de Campos, em uma
edição bilíngue em dois volumes de 2002 (editora Arx), em versos que buscam resgatar a sonoridade do original grego,
inclusive com diversos neologismos.

Todas as três são consideradas de grande qualidade e têm características próprias.

TEMAS NA ILÍADA
Embora a Ilíada narre uma série de acontecimentos da guerra de Troia e se refira a uma série de outros, seu tema
principal é o ciclo da ira de Aquiles, da sua causa ao seu arrefecimento. Isso fica claro logo na primeira linha do poema.

Fonte:

A palavra grega menin, ira, é a primeira do poema, cuja famosa primeira linha é Menin aeide, Thea, Peleiadeo Aquileos.
Em português seria "ira canta, Deusa, Peléio Aquiles" ou, adaptando, "Cante, Deusa, a ira do filho de Peleu, Aquiles".

Através da consumação dessa ira, é tratada a humanização do herói e semideus Aquiles, sempre conflitado por sua
dupla natureza, filho de deusa e homem e, portanto, mortal.

A questão da escolha entre valores materiais, como a segurança, a vida longa e valores morais mais elevados, como a
glória e o reconhecimento eterno é tratada na escolha com que Aquiles se defronta: lutar, morrer jovem e ser lembrado
para sempre, ou permanecer seguro e ser esquecido.

A soberba de Aquiles contrasta grandemente com a sobriedade de Heitor, também grande herói, que não busca a glória
como Aquiles, mas luta pela segurança de sua família, de sua cidade e a preservação de suas raízes troianas.

A guerra e suas consequências também é tema central na Ilíada, sendo ricamente retratada.

AS ORIGENS ARQUEOLÓGICAS DO MUNDO GREGO


No século XX a.C. os povos indo-europeus enfrentaram os Pelágios que habitavam a região e os dominaram.

HABITAÇÃO

Ilhas próximas

Como a superfície contínua da Grécia era bastante limitada, os gregos passaram a habitar
também as ilhas próximas que eram numerosas.

Essas ilhas constituíam a Grécia colonial, composta por terras mais distantes:
• Ásia Menor (Eólia, Jônica,Dória);
• Sul da Itália (Magna,Crécia);
• Costa egípcia (Náucratis).

A história egeana teve suas origens na ilha de Creta, irradiando-se daí para a Grécia
continental e também para a Ásia Menor.

Tempos pré-helênicos

Nos tempos pré-helênicos - na época neolítica - a Grécia passou por várias ondas de
povoamento. Na Tessália foram descobertos Sexklo e Dhimini importantes vestígios de
comunidades agrícolas e pastoris.

Período heládico

De 2600 a 1900 a. C., o período dito heládico antigo corresponde ao bronze antigo. O
conjunto do território grego povoou-se pouco a pouco e as relações marítimas com as ilhas
do mar Egeu, estabelecidas há muito, intensificaram-se.

A idade média helênica: (do Séc. XI ao VIII a. C.)


Referem-se a esse período obscuro os textos de Homero e de Hesíodo. A arqueologia
revelou a extensão do uso do ferro, o aparecimento de uma nova cerâmica com elementos
geométricos e a prática da cremação.

Um movimento de migração e de conquista levou os gregos para as costas da Ásia menor.


Foi aí, sem dúvida, que se moldaram, progressivamente, os traços da Grécia Clássica,
imediatamente retomados e desenvolvidos no resto do mundo helênico. Nesse local
apareceu também, a organização política e social da cidade (ou pólis), na qual o proprietário
mais poderoso exercia a função de rei (basileu).

Mas uma mesma civilização (língua, depois escrita, deuses e regras morais comuns)
compensou a dispersão territorial.

Os tempos arcaicos: (do Séc. VIII ao VI a. C.)

Essa época deve seu nome à arqueologia, que nela situa as primeiras manifestações da arte
grega. Um regime aristocrático estendeu-se, então, a todas as cidades gregas.

A realeza do tipo homérico desapareceu e uma minoria de privilegiados pelo nascimento e


pela fortuna (os Eupátridas) possuía a terra e a autoridade do Séc. VIII a VI a. C. Um vasto
movimento de colonização levou a fundação de cidades gregas para as costas do
Mediterrâneo e do ponto Euxino.

, COMPETIÇÕES
A competição entre as cidades gregas, tão presente em todos os aspectos da cultura grega,
pôde ser documentada a partir da época arcaica.
A rivalidade entre as cidades também perceptível nos festivais pan-helênicos, entre os quais,
os Jogos Olímpicos. Era uma ocasião em que se desenvolvia o que já foi classificado de
"uma guerra sem armas" e que propiciava o exercício das disputas entre as poleis,
em situação controlada, definida por regras.
Panda Vector / Shutterstock

E interessante apontar também que esse momento era solenemente aberto por um ritual religioso, o mais significativo
da religião grega - o sacrifício - do qual participavam, em comunhão, todos os gregos.

Assim, paralelamente a explicitação da disputa latente entre as cidades pelo reconhecimento da superioridade de
umas sobre as outras, reafirmava-se a identidade grega frente aos não gregos. Estes não usavam a língua grega, não
compartilhavam os cultos nem os princípios artísticos que estavam na raiz do que significava "ser grego".

Nos Jogos Olímpicos, as disputas entre atletas, somavam-se aquelas entre artistas e poetas, nos concursos que
ocorriam paralelamente aos jogos. A competição entre as cidades envolvia, pois, os vários tipos de excelência
entendidos como ideais na cidade grega.

Ao vencedor cabia tanto a gloria individual pelo feito extraordinário realizado como, e talvez principalmente, o mérito de
ter alçado a sua cidade a uma posição de destaque frente a comunidade pan-helênica.

0 espirito competitivo, como aponta Antonaccio no trecho citado em epigrafe, aparece muito antes do surgimento dos
santuários pan-helênicos e das próprias cidades gregas. E interessante percorrer a Tonga trajetória de formação das
poleis e identificar como a competição a um dos traços marcantes nesse processo.

As fontes escritas não são de muita valia para os estágios iniciais do processo de formação das cidades gregas, mas a
Arqueologia vem, nos Últimos cinquenta anos, fornecendo um excelente conjunto de dados que nos permitem propor
modelos mais sofisticados de interpretação desse processo.
F. DE POLIGNAC

Fonte da Imagem: Wikipedia

Podemos citar o estudo sobre a relação entre a religião e a estruturação da cidade antiga, realizado por F. de Polignac.

Esse autor baseia seu olhar em fontes de característica textual tradicionais, como Aristóteles, para as informações
advindas das escavações da Grécia e área colonial ocidental.

Ele demonstrou como os santuários urbanos e especialmente os extraurbanos articulavam, por meio de cultos, tacos
entre a população que se agrupava na asty (área que abrigava, além de habitações, as edificações de caráter público) e
na chora (território arável e onde era praticado o pastoreio, também espaço habitacional) sedimentando a
interdependência dos dois espaços, um dos elementos que caracterizam a pólis.

Embora nesta obra Polignac não aborde a questão dos santuários pan-helênicos, a ênfase na relação entre os cultos e
a dinâmica da vida política na Grécia antiga é uma perspectiva que se adequa ao estudo do papel dos festivais cívico-
religiosos na vida das cidades gregas.

No que diz respeito ao espirito competitivo, característico da cultura grega, dispomos de dados interessantes
recuperados pelas escavações arqueológicas de vários sítios gregos referentes ao período imediatamente anterior ao
advento das poleis. Nesta época, inadequadamente chamada de Idade Obscura e, em especial o final do séc.XI e o X
(*), pôde ser documentado, com os achados das necrópoles, a competição entre famílias integrantes de elites em
formação, visível na quantidade e qualidade do mobiliário funerário.

As datas citadas referem-se sempre à época antes de Cristo.

Fonte: matrioshka / Shutterstock

Trata-se de famílias que ostentam e reafirmam seu poder construindo monumentos funerários repletos de objetos
valiosos. Inspirando-se com certeza na tradicao oral relativa a época heroica, buscam reproduzir o aparato das
cerimonias fúnebres devidas aos heróis e que, mais tarde, serão consolidadas por Homero na Ilíada (nos funerais de
Patroclo, por exemplo).

Nessa época, o poder estaria nas mãos daquele que ostentasse maior riqueza - em vida e na morte - e qualidades de
liderança na condução dos conflitos, certamente frequentes em um momento em que as instituições ainda não
estavam consolidadas.

Estas chefias podem ser associadas aos basileis descritos por Homero na Odisseia e cujo poder estava baseado no
consensus, no use da coerção, no carisma pessoal, riqueza em objetos, terras, produtos com os quais atraiam
seguidores e aliados.

A hereditariedade não é direito reconhecido pelos pares, o poder há que ser conquistado e a ostentação de riqueza é
um dos procedimentos utilizados na competição pela proeminência entre os pares. Na Odisseia, as disputas entre os
pretendentes ao casamento com Penélope - e por consequência a riqueza e talvez ao poder de Ulisses - e a indiferença
desses aristocratas diante da figura de Telêmaco podem ser indícios do tipo de autoridade que se instituía entre as
famílias importantes e ricas.

A riqueza das oferendas funerárias - com alto índice de objetos em bronze - insere-se, pois, em processo competitivo
no âmbito de uma elite que, posteriormente, como grupo, estará a frente do poder político nas poleis.

Assim, as tumbas principescas - como a de Lefkandi, na Eubeia -integram-se ao processo que a Arqueologia vem
desvendando em sítios da Idade do Ferro Inicial, a partir do final do séc.X em várias regiões da Grécia metropolitana, e
que culminara, no sec. VIII, com a emergência da polis.

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AS COLÔNIAS
A partir do século VIII, concomitantemente com a emergência das poleis na área balcânica, os gregos espalham
colônias pelo Mediterrâneo.

A área colonial grega do Ocidente é um excelente estudo de caso no que tange competição entre as cidades,
incorporando, em um espectrum mais amplo, essa disputa.

Por outro lado, o caso colonial esclarece, ao explicitar as suas diferenças, a própria situação das metrópoles.

As colônias fundadas não tinham obrigatoriamente tacos de dependência política ou econômica com as metrópoles,
mas buscavam preservar e valorizavam muito a sua identidade helênica: conservavam os cultos, os padrões
arquitetônicos e artísticos em geral, imitavam as novas tendências em todos os campos, importavam filósofos e
artistas. Ao mesmo tempo, também buscavam assegurar a sua independência.

A arte provê as colônias de meios efetivos de expressado para demonstrar seu sucesso. Especialmente nos santuários
pan-helênicos criava-se o ambiente ideal para o desenvolvimento e a exposição da arte.

Fonte: Valsib / Shutterstock


AS CIDADES E OS JOGOS OLÍMPICOS
A emergência da cidade como uma forma de estado e uma forma de vida são contemporâneos do surgimento de um
fenômeno religioso original e, ao mesmo tempo, consequente desse arranjo político: os santuários "supracidades".

Nesta categoria, incluem-se os santuários pan-helênicos de Olímpia, Delfos, Nemeia. Localizavam-se afastados das
maiores cidades da Grécia e, embora sob o controle administrativo de cidades-Estado vizinhas ou de uma anfictiônia,
assumiam uma aura de neutralidade.

Assim, formavam-se em locais ideais para a interação política.

Eram locais onde gregos podiam encontrar outros gregos em condições de igualdade para competir e estabelecer
pactos, consignar a superioridade em competições atléticas, ler a propaganda um do outro, sob a forma de inscrições
dedicatórias, inteirar-se das novidades.

Sem os santuários pan-helênicos, a cultura grega poderia não ter atingido tal riqueza, decorrente da constante
exposição a estímulos e variações regionais. Gregos podiam compartilhar com outros gregos as últimas tendências
em técnicas e tendências em arte, que traziam de diferentes partes do mundo.

Ou então, como afirma Spivey (Greek Art, p. 126): "Quando não estavam lutando em campos de batalha, Delfos oferecia
a estes estados um stadium para disputas atléticas".

Fonte: umike / Shutterstock

Os santuários pan-helênicos eram a arena perfeita para a competição entre todas as cidades integrantes da
comunidade cultural grega. Se os templos gregos já eram verdadeiros museus de guerra, o mesmo pode ser dito em
relação aos thesauroi, edificações que as cidades construíam no espaço dos santuários pan-helênicos.

Além da construção arquitetonicamente bem elaborada - reproduzindo um templo em tamanho menor - e da decoração
bem cuidada, os tesouros estavam repletos de oferendas valiosas e botins de guerra. Sua função era claramente
propagandística.

Os botins de guerra eram para serem vistos por todos e possuíam inscrições apropriadas, especificando o vencedor e o
vencido. Tanto em Olímpia quanto em Delos os tesouros estavam localizados em posição de destaque nos santuários,
próximos às áreas de maior circulação dos visitantes.

Quando o grande templo de Zeus foi consagrado em Olímpia, um enorme escudo - troféu da guerra vencida pelos
Eleanos - foi exposto em posição de destaque sobre o pedimento.

Os tesouros eram símbolos do poder das cidades que os erigiam, pois abrigavam, como já foi dito, botins e troféus de
guerra, assinalavam, pelas inscrições, vencedores e vencidos.
Fonte:

Em síntese, estavam em sintonia com o ambiente altamente politizado do santuário e dos jogos realizados em Olímpia.

A competição nos santuários proporcionava oportunidades também para o estrelato político; não era por acaso que
alguns vencedores olímpicos emergiam como políticos de destaque: foi o caso de Cílon, por exemplo. Tucídides
(1.126), ao descreve-lo, destaca três pontos: sua vitória olímpica, sua origem em uma família nobre e seu poder
pessoal.

Também a respeito de Cimon, vencedor por três vezes sucessivas em Olímpia, atribuía-se alta popularidade em Atenas,
o que gerou desconfiança a respeito de seus propósitos políticos e consequente assassinato pelos agentes de
Pisístrato. (MORGAN; ATHLETES, p. 212).

Glossário

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