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Periodonto

O desenvolvimento do periodonto acontece simultaneamente a formação da raiz e ao


movimento de erupção. Assim à medida que forma-se a raiz ao mesmo tempo formam-se os tecidos
do periodonto de inserção e na sequência os tecidos do periodonto de proteção ( )

O Periodonto é constituído por tecidos que estão em torno do dente, relacionados a este direta
ou indiretamente. O periodonto é dividido em periodonto de proteção e periodonto de inserção ( ).

O periodonto de proteção é uma região de mucosa oral, com características histológicas


específicas. Essa região também é chamada de gengiva marginal ou gengiva livre. O periodonto de
inserção é constituído pelos tecidos responsáveis pela inserção do dente no alvéolo: cemento
ligamento periodontal e osso alveolar ( ).

Periodonto de inserção ou sustentação: Histofisiologia de seus componentes

1. CEMENTO

O cemento é um tecido conjuntivo mineralizado avascular, que reveste a dentina radicular e


insere as fibras do ligamento periodontal. Ele possui células (cementoblastos e cementócitos) e matriz
extracelular mineralizada ( ). Os cementoblastos, localizados na superfície radicular, sintetizam e
secretam a porção orgânica da matriz extracelular constituída, predominantemente, pela proteína
colágeno tipo I. Em seguida, essas células bombeiam íons Cálcio e fosfato que, no meio extra celular,
se arranjam em cristais de hidroxiapatita. A mineralização da matriz orgânica ocorre ‘atrasada’ em
relação à mineralização, de forma que sempre existe uma camada de matriz ainda não mineralizada
entre cementoblastos e matriz óssea mineralizada, denominada cementóide ou pré-cemento ( ).
Durante a cementogênese alguns cementoblastos podem ficar aprisionados na matriz extracelular e
passam a ser chamados cementócitos.

Existem 2 tipos morfológicos de cemento: o cemento acelular, que não apresenta cementócito
incluídos na matriz, e o cemento celular que apresenta cementócitos incluídos na matriz extracelular.
De forma geral, o cemento acelular localiza se no 1/3 cervical e médio da raiz, sendo o principal
responsável pela inserção do dente no alvéolo, por meio das fibras do ligamento periodontal. O
cemento celular, quando presente, localiza-se no 1/3 apical da raiz e, apesar de também contribuir
com a inserção do dente no alvéolo, tem funções de adaptação ao desgaste e ao movimento dentário,
e reparo da superfície radicular, quando necessário ( ).

Existem 3 tipos, ou possibilidades, de junção cemento/esmalte. Em cerca de 60% ocorre


pequena sobreposição do cemento no esmalte, em 30% ocorre uma junção borda a borda e em 10%
cemento e esmalte não se encontram, de forma que fica uma região de dentina radicular exposta ( ).

2. OSSO ALVEOLAR

O osso alveolar é um tecido conjuntivo mineralizado, que reveste o alvéolo e insere as fibras
do ligamento periodontal. Ele possui células (osteoblastos, osteócitos e osteoclastos) e matriz
extracelular mineralizada ( ). Os osteoblastos, localizados na superfície do alvéolo, sintetizam e
secretam a porção orgânica da matriz extracelular constituída, predominantemente, pela proteína
colágeno tipo I. Em seguida, essas células bombeiam íons Cálcio e fosfato que, no meio extra celular,
se arranjam em cristais de hidroxiapatita. A mineralização da matriz orgânica ocorre ‘atrasada’ em
relação à mineralização, de forma que sempre existe uma camada de matriz ainda não mineralizada
entre osteoblastos e matriz óssea mineralizada, denominada osteóide ( ). Durante a osteogênese
alguns osteoblastos ficam aprisionados na matriz extracelular e passam a ser chamados osteócitos.

Radiograficamente o osso alveolar é denominado lâmina dura, devido à sua maior


radiopacidade ( ). Além disso, o osso alveolar também é denominado lâmina cribriforme devido
às suas várias perfurações, por onde atravessam vasos sanguíneos e fibras nervosas.

3. LIGAMENTO PERIODONTAL

Ligamento periodontal (LP) é um tecido conjuntivo frouxo atravessados por grossos feixes de
fibras colágenas do tipo I, localizado entre o cemento e o osso alveolar ( ). O LP apresenta alto
nível de renovação de seus componentes. Os fibroblastos constituem a maior população de células
nesse tecido eles são responsáveis o formar e renovar os componentes da matriz extra celular. Além
desses, existem no ligamento periodontal macrófagos, mastócitos, células dos restos epiteliais de
Malassez e células ectomesenquimais ( ).

O ligamento periodontal tem várias funções importantes. Ele mantém o dente inserido em seu
alvéolo, o que permite que o dente resista às forças mastigatórias. Além disso, o LP por meio de seus
receptores propioceptivos, desempenha função importante no adequado posicionamento ente maxila
e mandíbula, durante os movimentos funcionais ( ).
Os Grossos feixes de fibras colágenas do LP, após a erupção, são organizados em 5 grupos
principais denominados, de acordo com sua localização e direção ( ):

• Grupo de fibras da crista alveolar: os feixes inserem-se no cemento logo após o limite
amelocementário, dirigem-se obliquamente em sentido apical e inserem-se na crista do
processo alveolar.
• Grupo de fibras horizontais: localizado na continuação do grupo anterior, em sentido apical.
Após sua inserção no cemento, os feixes dirigem-se para o osso alveolar, formando ângulo
reto com a superfície radicular
• Grupo de fibras oblíquas: constituído pelo maior número de feixes (que cobrem cerca de dois
terços do comprimento da raiz), os quais apresentam uma inclinação em sentido inverso ao
do grupo da crista, isto é, sua inserção cementária é mais apical que sua inserção óssea
• Grupo de fibras apicais: constituído pelos feixes que, após sua inserção no cemento que
recobre o ápice do dente, dirigem-se radialmente para o osso alveolar
• Grupo de fibras inter-radiculares: encontrado apenas na região de furcação dos dentes com
duas ou mais raízes. Os feixes deste grupo dirigem-se, radial a partir da crista óssea do septo
inter-radicular.

O feixe de fibras é formado por fibras e fibrilas pequenas que se entrelaçam lado a lado e umas
às outras, portanto o comprimento das fibras é menor do que o feixe como um todo.
As extremidades das fibras desses feixes inserem-se no cemento e no osso alveolar, garantindo
a inserção do dente em seu alvéolo. O segmento de fibra do LP inserido na matriz do osso alveolar
ou no cemento é denominada fibras de Sharpey ( ). Entre esses grossos feixes de fibras, existem
feixes de fibras menores, grande quantidade de substância fundamental, vasos e nervos. A grande
vascularização do LP reflete seu alto metabolismo e rápida renovação de seus componentes ( ).
Também presente entre os grossos feixes, existe uma rede de células epiteliais denominados restos
epiteliais de Malassez, derivadas da fragmentação da bainha epitelial de Hertwig,

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