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III - seguro facultativo de responsabilidade civil por veículos e danos materiais e danos
corporais, para cobertura de danos causados a terceiros pelo veículo automotor utilizado no
transporte rodoviário de cargas.
§ 2º O seguro de que trata o inciso I do caput poderá ser contratado pelo contratante do
serviço quando for realizada a contratação direta do TAC, hipótese em que o contratante do
serviço ficará responsável por eventuais perdas, sem qualquer ônus ao transportador
autônomo.
§ 5º O seguro de que trata o inciso III do caput poderá ser feito em apólice globalizada,
que envolva toda a frota, sem a necessidade de listagem individual dos veículos.” (NR)
Para melhor interpretação justa e legalista, o direito adquirido veio com advento da
promulgação da Constituição Federal de 1988, a doutrina e a jurisprudência vem entendendo
que este conceito é referente a fato licito consumado no mundo jurídico e estabelece a
irretroatividade da lei e a própria segurança jurídica, ou seja, uma norma ou uma lei não pode
vir e mudar aquele que já foi pactuado, em especial para prejudicar direitos e deveres, existem
exceções, mas nenhuma delas estão inseridas na Medida Provisória em epigrafe.
As apólices de RCTR-C não poderão ser contratadas por terceiros, apenas e pelo
interessado, (transportador), ou seja, os embarcadores que têm por habito essa prática, não
poderão mais contratar, com exceção quando for motorista – transportador autônomo.
A medida provisória tentou coibir a pratica do “ad valorem” (frete valor) que é fortemente
praticado no dia a dia, mas procurou proteger aquele motorista autônomo -TAC, pequeno
empresário que possui seu único veículo transportador, extensivo e por analogia, aquela
empresa de transporte de u único caminhão, sem frota terceirizada, ou seja, visou a proteção
do menos favorecido, que, em tese, não teria capacidade e condições de contratar um seguro
para seguir com sua profissão.
No que tange a parte que considero mais sensível que é a DDR – Direito de Dispensa de
Regresso, concedida nos seguros contratados pelos embarcadores aos seus transportadores,
não houve tacitamente sua extinção, mas apenas uma mudança que deve ser adaptada
facilmente a realidade do nosso mercado. Atualmente a DDR pode ser desconsiderada,
quando há culpa grave do transportador e não cumprimento do PGR – Plano de
Gerenciamento de Risco, nestes dois fatos não haverá mudanças. O que efetivamente muda
será a aceitação ou não do transportador nas condições do PGR estabelecidas pelo
embarcador e seu segurador, porque a Medida provisória é clara e cristalino no que se refere
que o PGR deve ser validada pelo transportador. Simples, se o transportador não aceitar as
condições do embarcador e seu segurador não será concedida a DDR, ficando extremamente
exposta a situação do transportador que por sua vez será alvo de inúmeras ações de regresso.
Neste diapasão a questão do DDR vai melhorar a parte comercial das corretoras e
haverá um aumento significativo de apólices de seguro pleiteadas pelos transportadores,
porque muitos seguradores não vão aceitar as condições de PGR impostas pelo transportador,
haja vista, que a MP traz esse benefício a eles. Isso de fato fará que os transportadores
contratem além das apólices de RCTR-C, passem a contratar suas próprias apólices de RCF-
DC, o que certamente trará um aumento significativo de prêmios na área de transporte, ou seja,
o que a princípio se vê com medo e receio, passará a ser um bom negócio pelo menos para o
mercado de seguros.
O transportador terá que ser orientado de forma clara e expressa, porque uma vez que
não haja adesão as condições de PGR, não haverá direito a DDR, ou seja, havendo roubo da
mercadoria deverá arcar com o prejuízo, já que a atividade do transportador é de resultado e
não de fim, ,isto é, o transportador tem obrigação por força de lei receber e entregar a
mercadoria ou for determinado na mesma forma que a recebeu, não ocorrendo é responsável
em indenizar seu proprietário ou quem suas vezes fizer (segurador).