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Exercícios de revisão

1- Art. 667. O mandatário é obrigado a aplicar toda sua diligência habitual na execução do
mandato, e a indenizar qualquer prejuízo causado por culpa sua ou daquele a quem
substabelecer, sem autorização, poderes que devia exercer pessoalmente.
R- A administradora não cumpriu com a diligência habitual necessária de uma
administradora de imóveis, isto é, ao menos estipular cláusula de garantia no
contrato. Portanto, cabe dizer que a administradora deverá indenizar Marcela
pelos aluguéis não recebidos.

2- Art. 674. Embora ciente da morte, interdição ou mudança de estado do mandante, deve o
mandatário concluir o negócio já começado, se houver perigo na demora.
R- Utilizando o artigo 674 podemos concluir que Elza deverá concluir a vontade
de sua mãe, alienando o imóvel. Cabe ressaltar que a outorga dos poderes
ocorreu, comprovadamente por perícia, antes do período de incapacidade de sua
mãe, tornando o contrato de mandato válido.

3-Art. 835. O fiador poderá exonerar-se da fiança que tiver assinado sem limitação de tempo,
sempre que lhe convier, ficando obrigado por todos os efeitos da fiança, durante sessenta dias
após a notificação do credor.
R- Ainda que os fiadores tenham assinado contrato que conste cláusula de
renúncia ao direito de exoneração da fiança, tal ação é nula. Os tribunais
entendem que a renúncia ao direito de exoneração da fiança compreende
onerosidade excessiva ao fiador, portanto, não pode ser válida. Com base nisso,
utilizando o artigo 835, os fiadores poderão se exonerar da fiança, uma vez que
o contrato se prorrogou sem limitação de tempo. Cabe ressaltar que ambos
ainda estarão obrigados por todos os efeitos da fiança no prazo de 60 dias, a
contar da notificação do credor.

4- Art. 768. O segurado perderá o direito à garantia se agravar intencionalmente o risco


objeto do contrato.
A) R- A seguradora não possui obrigação de reparação de danos nesse caso,
uma vez que o segurado aumentou o risco do acidente intencionalmente ao se
embriagar e dirigir posteriormente. Cabe dizer que a embriaguez do motorista
não é passível de exclusão da indenização em caso de seguro de vida. No caso
in concreto, trata-se de seguro de coisa.
B)R- No caso em questão, há ocorrência de transporte gratuito, ou seja, feito por
amizade ou cortesia. Nesses casos, o código civil explicita em seu artigo 736
que não se subordina às normas do contrato de transporte o feito gratuitamente.
Desse modo, não há responsabilidade contratual objetiva do transportador, e sim
extracontratual subjetiva, devendo Tainá demonstrar o dolo ou culpa grave do
transportador, conforme súmula do STJ.

5- Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor.
Art. 618. Nos contratos de empreitada de edifícios ou outras construções consideráveis, o
empreiteiro de materiais e execução responderá, durante o prazo irredutível de cinco anos,
pela solidez e segurança do trabalho, assim em razão dos materiais, como do solo.
R- A alegação da construtora é incorreta. A perícia concluiu que os vícios na
estrutura do condomínio são referentes aos materiais usados, bem como da má-
execução da obra. Portanto, presume-se em primeiro momento que o prazo
prescricional seria de 5 anos, como disposto no artigo 618, entretanto, em razão
da má-execução, utiliza-se o prazo descrito no artigo 205, uma vez que tal
hipótese não é abarcada pelo artigo 618.

6- Art. 619. Salvo estipulação em contrário, o empreiteiro que se incumbir de executar uma
obra, segundo plano aceito por quem a encomendou, não terá direito a exigir acréscimo no
preço, ainda que sejam introduzidas modificações no projeto, a não ser que estas resultem de
instruções escritas do dono da obra.
Parágrafo único. Ainda que não tenha havido autorização escrita, o dono da obra é obrigado a
pagar ao empreiteiro os aumentos e acréscimos, segundo o que for arbitrado, se, sempre
presente à obra, por continuadas visitas, não podia ignorar o que se estava passando, e nunca
protestou.
R- Caso Maria Lúcia não frequentasse a obra, e não tivesse ciência do ocorrido,
o empreiteiro não poderá exigir acréscimo no preço, de acordo com o estipulado
no artigo 619. Entretanto, caso Maria Lúcia frequentasse a obra habitualmente,
e sabendo das modificações no projeto, as ignorasse, presumir-se-ia como
anuência, ficando obrigada ao pagamento das custas extras. Além disso, em
relação ao material deteriorado, há responsabilidade subjetiva do empreiteiro,
de modo que o dono da obra pode requerer indenização caso comprove que o
contratado os inutilizou por imperícia ou imprudência.

7- Art. 736. Não se subordina às normas do contrato de transporte o feito gratuitamente, por
amizade ou cortesia.
Parágrafo único. Não se considera gratuito o transporte quando, embora feito sem
remuneração, o transportador auferir vantagens indiretas.

R- Ainda que o transporte da coisa não seja cobrado, a oficina está auferindo
vantagens indiretamente, já que Melissa a escolheu especificamente por conta
do serviço “extra” prestado. Portanto, não se trata de contrato gratuito, cabendo
a responsabilidade contratual objetiva, devendo a oficina indenizar Melissa,
independentemente de culpa do condutor, uma vez que desrespeitada a cláusula
de incolumidade.
8- Art. 741. Interrompendo-se a viagem por qualquer motivo alheio à vontade do
transportador, ainda que em conseqüência de evento imprevisível, fica ele obrigado a concluir
o transporte contratado em outro veículo da mesma categoria, ou, com a anuência do
passageiro, por modalidade diferente, à sua custa, correndo também por sua conta as despesas
de estada e alimentação do usuário, durante a espera de novo transporte.
R- Não há fundamento jurídico para se eximir da responsabilidade, uma vez que
o artigo 741 determina que ainda que a viagem seja interrompida por motivo
alheio à vontade do transportados, o mesmo continua obrigado a concluir o
transporte contratado, seja em outro veículo de diferente categoria ou da
mesma. Portanto, é válida a pretensão do casal em buscar a indenização.

9-Art. 649. Aos depósitos previstos no artigo antecedente é equiparado o das bagagens dos
viajantes ou hóspedes nas hospedarias onde estiverem.
Parágrafo único. Os hospedeiros responderão como depositários, assim como pelos furtos e
roubos que perpetrarem as pessoas empregadas ou admitidas nos seus estabelecimentos.

Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao
fornecimento de produtos e serviços que:
IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em
desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade;

R- De acordo com o artigo 649, entende-se o depósito do hospedeiro como


depósito necessário. Nesses casos, a responsabilidade dos hospedeiros pode ser
afastada caso reste comprovada que os fatos se deram por caso fortuito ou força
maior. Cabe ressaltar que utilizando-se do CDC, é nula a cláusula que exime o
hospedeiro da responsabilidade em relação aos objetos depositados em sua
proteção, por ser considerada abusiva, colocando o consumidor em desvantagem.

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