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ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR

DISCIPLINA – METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA


INSTRUTOR – CAP PM HÉLIO

AL OF PM Otávio Bruno Alves Lima; N° 03; Turma C


AL OF PM Carlos Gomes Alves; Nº 83; Turma C
AL OF PM Luís Alberto dos Santos Teixeira; Nº 85; Turma C

ATIVIDADE AVALIATIVA

SALVADOR – BAHIA
2021
AL OF PM Otávio Bruno Alves Lima; N° 03; Turma C
AL OF PM Carlos Gomes Alves; Nº 83; Turma C
AL OF PM Luís Alberto dos Santos Teixeira; Nº 85; Turma C

ATIVIDADE AVALIATIVA

Trabalho solicitado pelo Instrutor Senhor


Cap PM Hélio, como atividade pontuada
para nota da verificação corrente na Turma
Charlie, na Disciplina Metodologia da
Pesquisa Científica, do Curso de Formação
de Oficiais da Polícia Militar da Bahia.

SALVADOR – BAHIA
2021
RESUMO – CAPÍTULO 2

No segundo capítulo do seu livro “ciência com consciência”, Edgar Morin, traz
reflexões sobre o conhecimento do conhecimento científico. Neste capítulo em
questão, são apresentados pontos de vistas pessoais, reforçados, contrapostos ou
complementados por visões de outros autores renomados como: Alfred Whitehead,
Karl Popper e Thomas Kuhn. Esse fragmento textual tem por título “o conhecimento
do conhecimento científico”, deixando evidente a análise epistemológica da temática
que será desenvolvida ao longo da ópera.
A priori, o autor faz uma crítica ao pensamento epistemológico desenvolvido
dentro do Círculo de Viena – um grupo de filósofos reunidos na Universidade de
Viena na primeira metade do século XX – que tinha por objetivo conformar a
construção do conhecimento filosófico aos moldes das ciências naturais, conforme o
seguinte:
Eles achavam ser possível encontrar enunciados chamados de "atômicos",
fundamentados num dado empírico formalmente definido, e que a partir
desses enunciados atômicos seria praticável construir proposições e teorias,
havendo, então, a possibilidade de ter um tipo de pensamento verdadeiro,
seguro, científico. (Morin)

De posse disso, a discussão gira em torno do conceito de ciência. Nesse


sentido, são apresentadas contraposições entre a visão de ciência dos cientistas do
Circulo de Viena, logicos e matemáticos com o anseio por classificações observáveis
e verificáveis e pela visão de filósofos como Popper, que definem a cientificidade
como a busca por incertezas. Segundo Popper: “O que prova que uma teoria é
científica é o fato de ela ser falível e aceitar ser refutada”. Popper complementa
afirmando que nenhuma teoria científica pode ser provada para sempre ou resistir
para sempre à falseabilidade. Existem teorias que subsistem, mas, posteriormente,
são substituídas por outras que resistem melhor à falseabilidade.
Em seguida, o autor traz a luz o questionamento do que seria uma teoria.
Como resultado, resta claro que uma teoria científica não é objetiva, não é um
reflexo da realidade, trata-se somente de um modelo lógico matemático que permite
responder a certas perguntas que são feitas ao mundo, a realidade. Frisa-se que a
ciência também não se resume a uma única teoria. Nesse contexto, o autor afirma
"A ciência não é um privilégio de uma teoria ou de uma mente, a ciência é a
aceitação pelos cientistas de uma regra do jogo absolutamente imperativa”. Assim,
retoma-se a necessidade de que as teorias sejam falíveis e refutáveis. É necessária
a contraposição de ideias para que se possa desenvolver teorias que sejam capazes
de representar mais fielmente a realidade (até ser refutada por outra teoria). Nesse
viés, o autor apresenta o ponto de vista de Kuhn sobre os paradigmas e as
revoluções científicas: “Para Kuhn, existem paradigmas que dominam o
conhecimento científico numa certa época e as grandes mudanças de uma
revolução científica acontecem quando um paradigma cede seu lugar a um novo
paradigma, isto é, há uma ruptura das concepções do mundo de uma teoria para
outra Às vezes, basta uma simples mudança, uma simples troca, como a troca entre
o Sol e a Terra, para derrubar toda a concepção do mundo”. Essa ideia é trazida a
tona posteriormente neste mesmo capítulo quando o autor frisa a importância das
contraposições: “graças às ideias bizarras, graças às hipóteses, graças aos pontos
de vista teóricos é que, efetivamente, conseguimos selecionar e determinar os fatos
nos quais podemos trabalhar e fazer operações de verificação e falsificação”.
Posteriormente, o autor reflete sobre a classificação entre conhecimento
científico e não científico, bem como o papel da sociedade científica nesse contexto.
Para ele, a classificação entre o que é científico ou não vem da própria comunidade
científica, que, por consenso, através de encontros, congressos etc, acaba por
definir o que é científico ou não.
Mais a frente, são apresentadas algumas ideias conclusivas sobre o papel da
ciência na sociedade. A primeira é que se deve considerar a ciência como uma
atividade de investigação e de pesquisa. Investigação e pesquisa da verdade, a
despeito de todas as pressões e interesses escusos. A segunda é que a ingênua
ideia de que o conhecimento científico é um puro reflexo do real precisa ser
completamente destruída: afinal, ele é uma atividade construída com todos os
ingredientes da atividade humana. A terceira é que a ciência é impura. “A vontade
de encontrar uma demarcação nítida e clara da ciência pura, de fazer uma
decantação, digamos, do científico e do não científico, é uma ideia errônea e diria
também uma ideia maníaca”. “é preciso a não cientificidade para produzir a
cientificidade, do mesmo modo que, sem cessar, produzimos vida com a não-vida”.
No que tange a natureza das “regras do jogo” no campo científico trazidas por
Morin, pode-se inferir que essas estão intrinsecamente ligadas ao teste. Essa
afirmação se dá por conta de que o jogo científico está suscetível e aberto a
diferentes opiniões, diversos observadores/verificadores e ideias distintas. Com isso,
não há uma limitação no que diz respeito aos campos religiosos, moral e político na
fase crítica e de investigação.
Por fim, por cerca de metade do capítulo, são apresentadas algumas
interferências feitas por um segundo autor a respeito do que estava sendo dito no
livro. O autor finaliza o capítulo tecendo comentários sobre o papel do Centro
Nacional de Pesquisas Científicas, onde é pesquisador emérito.

Referência:

MORIN, Edgar. Ciência com Consciência. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2002.

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