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Sumário
I - Inspirações Teóricas

II - Perspectiva Analítica

III - Perspectiva Psicanalítica


3.1 - Relação Dual
3.2 - Relação Grupal
3.3 - Relação Grupal com instituição
3.4 - Psicoterapia Dinâmicas

IV - Perspectiva Comportamental
4.1 - Bases Clínicas e Terapêuticas
4.2 - A pessoa do terapeuta
4.3 - Atrinutos essenciais da Terapia Comportamental

V - Perspectiva Sistémica
5.1 - Bioantorposocial
5.2 - A família
5.3 - Terapia Familiar
5.4 - Psicoterapias Integradas

VI - Perspectiva Existencial
6.1 - Afectividade
6.2 - Ansiedade
6.3 - Angústia
6.4 - Angústia Existencial
6.5 - Intra-psíquica
6.6 - Extre-psíquica

VII - O Conceito da Imagem de Si na Abordagem Centrada na Pessoa


7.1 Imagem de si

VIII – Princípios da Abordagem Centrada na Pessoa na Psicoterapia


8.1 Atitudes Facilitadoras.
8.2 Respostas Reflexivas

IX – A Dinâmica Processual da Psicoterapia na Abordagem Centrada na Pessoa


9.1 Psicoterapia Como um Processo..
9.2 As Sete Fases da Psicoterapia

X – Metodologia
10.1 Participante
10.2 Materiais..
10.3 Coleta de Dados.
10.4 Análise de Dados.

XI – A Psicoterapia Como um Processo na Mudança da Imagem de Si: Apresentação e Discussão de um Caso Clínico.
11.1 Síntese da História de Vida do Cliente.
11.2 Síntese da História Clínica do Cliente.
11.3 Evolução do Processo Terapêutico.
Psicoterapias
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Existencial
Sistémica
Comportamental
Psicanalítica
Inspirações Teóricas
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Analítica
Perspectiva
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Perspectiva psicanalítica
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Perspectiva psicanalítica
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Bibliografia:

Jaime Milheiro (1986): Manual de Psiquiatria Clínica de J.C. Dias Cordeiro, Ed.
Fundação C. Gulbenkian, Lisboa
Sigmund Freud (1976): Ed. Standard das Obras Psicológicas Completas, Imago
Editora Ldª, Rio de Janeiro
Aldert Collette (1971): Introdução à Psicologia Dinâmica, Ed. Cª Editora
Nacional, S. Paulo.
Comportamental
Perspectiva
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& Perspectiva comportamental

• A designação “Terapêutica comportamental” deve-se


a Arnold Lazarus (1958). Desenvolveu um método
terapêutico baseado nas teorias da aprendizagem.
• Já Watson (1920) tinha demonstrado que certos
transtornos emocionais poderiam ser precocemente
adquiridos por mecanismos de condicionamento
clássico.
• Actualmente o modelo comportamental utiliza
técnicas derivadas do condicionamento clássico,, do
condicionamento operante e da modelação.
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& Perspectiva comportamental

Onde aplicar as terapias do comportamento?

Não há nenhuma situação clínica de raiz


psicológica onde não seja possível tentar
uma abordagem comportamental.
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& Perspectiva comportamental

Finalidade

• Compreender as diversas manifestações


comportamentais da situação clínica

• Projectar uma estratégia de intervenção,


tendo em conta que o “sofrente” é um ser
concreto que vive o seu distúrbio de forma
única e global (Homem Total)
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& Perspectiva comportamental

O êxito de qualquer intervenção no campo


terapêutico depende:

• Da técnica em si
• Da motivação do indivíduo para se tratar
• Do terapeuta
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& Perspectiva comportamental

A técnica em si mesma:

• O êxito depende muito da estratégia


escolhida. Através duma técnica
adequada, o terapeuta conduz o
tratamento visando modificar o
comportamento considerado desajustado.
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& Perspectiva comportamental
Motivação do doente para o tratamento:
Porque falha o tratamento?

• O “sofrente” nunca se habituou a enfrentar as suas dificuldades.

• Foge de responsabilidades (mesmo as inerentes ao tratamento).

• Está frustrado com insucessos anteriores.

• A execução de determinadas tarefas pedidas evocam emoções


negativas.

• Transtornos comportamentais socialmente censuráveis. O doente


esconde e defende-se, não permitindo a aproximação do terapeuta.

• Medo de perder ganhos secundários.


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& Perspectiva comportamental

A pessoa do terapeuta

• Para ganhar (e manter) a confiança do


“sofrente” torna-se necessário possuir
um conjunto de atributos técnicos e
pessoais.
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& Perspectiva comportamental
Atributos essenciais da Terapia Comportamental

• Os sintomas não são mais do que comportamentos


seleccionados para a mudança.

• Os comportamentos seleccionados para a mudança têm


circunstâncias controladoras antecedentes e
consequentes que é preciso conhecer.

• Ao pretender-se estabelecer uma modificação


comportamental é preciso quantificar.

• A terapêutica do comportamento costuma ser directiva


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& Perspectiva comportamental
Atributos essenciais da Terapia Comportamental

Os sintomas não são mais do que comportamentos


seleccionados para a mudança.

O modelo comportamental considera que os sintomas têm


um valor relativo, influenciado por fenómenos sócio-
culturais. A psicologia transcultural oferece-nos
argumentos paradigmáticos que demonstram a força
dos factores culturais e sociais na génese, valorização e
manejo de muitos sintomas psíquicos.
Indivíduos diferentes podem sofrer da mesma doença por
causas diferentes, carecendo de intervenção terapêutica
diversa. Ex: neurose fóbica.
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& Perspectiva comportamental
Atributos essenciais da Terapia Comportamental

Os comportamentos seleccionados para a mudança têm circunstâncias


controladoras antecedentes e consequentes que é preciso conhecer.

• Os transtornos do comportamento só se podem esclarecer a partir do


conhecimento das circunstâncias antecedentes e consequentes que os
determinam. Umas e outras podem estar dentro ou fora do indivíduo.

• Um registo atento dos antecedentes e dos consequentes permite fazer


uma “análise funcional” de cada caso que é diferente da “análise
topográfica”, sendo esta a base tradicional do diagnóstico clínico.

• A “análise funcional” deve esgotar todas as situações que envolvem antes


e depois o aparecimento dos sintomas por forma a captar (se possível) um
denominador comum.
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& Perspectiva comportamental

Atributos essenciais da Terapia Comportamental

Ao pretender-se estabelecer uma modificação


comportamental é preciso quantificar.

• Tendo o modelo comportamental nascido da teoria da


aprendizagem e da psicologia experimental está
imbuído da necessidade de rigor.
• É necessário quantificar para podermos estabelecer
termos comparativos na evolução do doente.
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& Perspectiva comportamental
Atributos essenciais da Terapia Comportamental

A terapêutica do comportamento costuma ser directiva

• A forma como o terapeuta, selectivamente, presta


atenção e se torna um reforçador positivo ou
punitivo dum certo comportamento, influencia a
mudança desejada.

• Por outro lado a postura do terapeuta funciona


como um modelo que imprime uma certa
direcção a essa mesma mudança.
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& Perspectiva comportamental

Bibliografia

• Adriano Vaz Serra (1986): Manual de Psiquiatria Clínica de J.C. Dias


Cordeiro, Ed. Fundação C. Gulbenkian, Lisboa
• Lewis R. Wolberg, M. D. (1970): Psicoterapia Breve, Editorial Gredos,
S.A., Madrid
• Ovide Fontaine (1978): Introduction aux thérapies comportementales, Pierre
Mardaga editeur, Bruxelles
• Frederick H. Kanfer & Jeanne S. Phillips (1974): Os Princípios da
Aprendizagem na Terapia Comportamental, Editora Pedagógica e Universitária,
S. Paulo
Sistémica
Perspectiva
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Perspectiva Sistémica
O homem é um sistema “bioantroposocial”

• Há muitos milhares de anos a espécie humana


começou a organizar-se, provavelmente com a
finalidade de proteger os seus membros mais
jovens e também mais idosos, em pequenos
agregados chamados famílias.
• Estas, para além da função protectora, passou a
ter, com o tempo, também uma função
pedagógica e formativa, sobretudo, em relação
às condições externas (meio ambiente).
Perspectiva Sistémica
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Perspectiva Sistémica
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Perspectiva Sistémica
Psicologia familiar e comunitária
Psicologia, psicopatologia e psicoterapia familiar

• Do individual ao colectivo no contexto da família. Viver e existir.


• Da personalidade ao clã familiar.
• Família. Visão antropológica do conceito.
• O homem no diálogo com o seu mundo.
• A teoria dos sistemas.
• Terapia familiar. O que significa.
• História da evolução do conceito.
Freud e as primeiras abordagens
A geração de 50.
A geração de 60 e 70.
• Panorâmica actual.
• Aspectos clínicos.
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Psicologia familiar e comunitária


Psicologia, psicopatologia e psicoterapia familiar

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• “A família é um padrão universal do


viver humano. É a unidade do
crescimento, da aprendizagem e da
experiência; do êxito e do fracasso; e
também da saúde e da doença.

Natham W Adkerman
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Psicologia familiar e comunitária


Psicologia, psicopatologia e psicoterapia familiar

• Há muitos milénios que a espécie humana se


começou a organizar, certamente com o
objectivo de proteger os seus membros mais
jovens por forma a prepará-los para o
embate com o mundo exterior.
• Nesse sentido surgem pequenas agregados
sociais que constituem na sua dimensão
mais reduzida as famílias.
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Psicologia familiar e comunitária


Psicologia, psicopatologia e psicoterapia familiar

• A espécie humana começou a


organizar-se há alguns milénios em
pequenas unidades sociais (famílias)
com dois objectivos fundamentais:
Protecção dos seus membros mais
jovens.
Promover a adaptação destes às
condições do meio ambiente.
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• A actual crise de confiança no seio


desta unidade acontece por:
Modificação rápida dos hábitos e
regras sociais.
Mutações bruscas de estilos de vida
provocadas por uma cultura que evolui
de forma mais acelerada do que o fluxo
de gerações.
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• O estreito convívio entre os membros


da família por um lado e a interacção
deles com a comunidade em geral por
outro, criam um conjunto de interacções
relacionais com evidente repercussão
ao nível do desenvolvimento da
comunicação.
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• Hoje existe uma crise na própria defesa


natural; (fechar-se temporariamente sobre si
mesma a fim de reforçar as regras de
funcionamento interno).
• Tal atitude desadaptaria ainda mais a família
a um meio social em mutação acelerada.
• Colidiria com os actuais princípios vigentes
de tolerância, abertura e compreensão.
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• A palavra personalidade deriva do latim


“persona” e esta do grego “prosopon” que
significava três coisas:
• Máscara usada pelos actores teatrais.
• Atributos histriónicos do actor enquanto
actor.
• Qualidades que faziam sobressair alguém no
seu jogo social.
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• Epistemologia - Modo global de encarar o universo.


(Gr: perspectiva que tem um observador colocado
num ponto elevado). Exemplo na cultura ocidental:
Todas as coisas encerram uma “essência” que
actua como princípio causador de fenómenos
diversos (Aristóteles).

• Paradigma - Modo de encarar uma determinada


ciência. Na Saúde Mental existem actualmente 3
paradigmas: biológico, psicológico e sociológico.
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Terapia Familiar
Uma nova epistemologia e novos paradigmas

• Da visão epistemológica aristotélica (as


coisas encerram uma “essência” que actua
como princípio causador de fenómenos
diversos), passou-se a partir dos anos 40 e
através de novas conceptualizações
baseadas na teoria geral dos sistemas para
entendimentos, nos planos social e
psicológico, mais globais e, portanto, mais
dinâmicos e funcionais.
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Terapia Familiar
Mudança epistemológica em Freud

• Na obra de Freud assistimos a uma mudança


de epistemologia entre os primeiros escritos
(os sintomas neuróticos derivariam de um
“princípio causador”- traumatismos infantis) e
os escritos ulteriores (os sintomas neuróticos
resultariam da interacção dinâmica entre as
várias instâncias internas).
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Nova epistemologia - Teoria Geral dos Sistemas

• O foco já não está na “causa” ligada a


aspectos intrínsecos próprios da pessoa
doente, mas nas funções que cada um
representa no sistema familiar.
• Lado a lado nestas novas abordagens
sistémicas utilizam-se elementos do
paradigma sociológico e psicológico.
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• Antes de Freud a doença psíquica era atribuída,


segundo o princípio aristotélico a uma “essência
causal” - só a contenção e o controlo externo a
corrigiriam.
• Freud ao relacionar o sofrimento psíquico com
circunstâncias particulares do desenvolvimento
precoce da personalidade, tornou possível a criação
dum método de tratamento destinado a corrigir a
perturbação psicológica.
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Terapias familiares

O início

• A psicanálise, ao relacionar certas perturbações psíquicas com


circunstâncias particulares do desenvolvimento precoce da
personalidade, tornou possível a criação dum método baseado em
ajudar o paciente a elaborar o conflito intra psíquico e a encontrar
para ele solução.
• O espaço relacional entre o cliente e o analista seria, segundo
Freud, a zona instrumental de acção terapêutica. Neste espaço, o
paciente projectaria no terapeuta (transferência) problemas vividos
noutras relações significativas.
• Alguns terapeutas alteraram este modelo, fazendo deslocar o seu
foco de acção terapêutica para o espaço das relações
interpessoais entre o paciente e as pessoas significativas que o
rodeiam.
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Terapia Familiar

• Freud escolheu, como zona instrumental de acção


terapêutica (para acesso e elaboração dos conflitos
intra psíquicos) o espaço da relação entre o cliente e
o analista, onde o primeiro projecta (“transferência”)
problemas e padrões de interacção vividos noutras
relações significativas (por ex. com os pais).
• Alguns terapeutas deslocaram o foco de acção
terapêutica para o espaço das relações inter-
pessoais entre o cliente e as pessoas significativas
que o rodeiam. Desta tendência iriam nascer as
terapias de família.
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Terapia Familiar

Os primeiros passos

• Freud e a história do “pequeno Hans”.


• Os primeiros movimentos resultaram da
conjugação de duas profissões:
Conselheiros conjugais “social warkers”
Técnicos de saúde mental inspirados nas
linhas da psiquiatria social e psicanalítica da
criança e do psicótico.
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Terapia Familiar
A geração de 50

• John Bell - o envolvimento da família no


processo terapêutico.
• Nathan Ackerman - a família como unidade
• Rosen - o espelho unidireccional
• Bateson - o grupo de Palo Alto.
• Don Jackson - psicoterapia interaccional da
família. A cibernética e a teoria geral dos
sistemas.
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Terapia Familiar

• A psicopatologia, os sintomas e os dados


semiológicos são entendidos como sinais de
alarme integrados no comportamento do
indivíduo (o membro da família mais
afectado) e adquirem um significado
profundamente “comunicacional” (Fonseca, F).
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Conceito de cibernética de Gregório Bateson

• Todo o indivíduo está inserido e é assimilado


por um sistema cultural de “comunicação” que
não é um sistema linear, mas de tipo circular
em que os próprios efeitos reagem sobre as
causas e vice-versa.
• Esses mecanismos de retro-acção permitem
que o sistema familiar se auto-regule e
funcione em equilíbrio (Fonseca, F.).
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Classificação de sistemas familiares

• Sistemas funcionais - os que velam pela maturação dos seus


membros, estabelecendo entre eles limites inter-relacionais
bem definidos, permitindo que em data oportuna se possa
operar a separação equilibrada dos que o desejem fazer.
• Sistemas transitoriamente disfuncionais - dificuldades em
superar certas crises do ciclo vital. A comunicação é, no
entanto, suficientemente clara para permitir à família operar
mudanças no sentido do equilíbrio (só ou com ajuda dum
terapeuta).
• Sistemas cronicamente disfuncionais - distância emocional
entre os seus membros. Por vezes inversão dos papeis. As
crises do ciclo vital são enfrentadas com muitas dificuldades.
(Fonseca, F.).
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Terapia Familiar
O duplo vínculo “double binde”

• Em famílias estruturalmente perturbadas o indivíduo


pode ser submetido à acção de emissões
contraditórias simultâneas, que lhe induzem uma
verdadeira patologia da comunicação.
• A emissão repetida deste tipo mensagens, impede a
criança de validar e ter confiança nas suas próprias
percepções, ligando-a aos pais (patologicamente)
por um duplo vínculo “double binde”.
• Algumas formas de esquizofrenia parecem derivar
deste transtorno da comunicação intra-familiar.
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A esquizofrenia, a nova epistemologia e os novos paradigmas

• A partir de Bateson a esquizofrenia passou a ser


estudada como uma doença resultante duma
perturbação funcional da comunicação, não só no
indivíduo portador da anomalia, mas em todo o
sistema relacional, designadamente na família. A
nova epistemologia, na sua pureza, valoriza muito
mais as funções do que as pessoas.
• Porém, na prática clínica, mantém-se ainda ligada à
antiga epistemologia, utilizando lado a lado
paradigmas sociológicos e psicológicos clássicos.
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Os vários modelos

• Comportamental - os sintomas não são mais do que


“condicionamentos” (Patterson) defeituosamente
adquiridos (aprendidos).
• Psicanalítico - os sintomas espelham frustrações que
resultam de insatisfações pulsionais. (Ackerman)
• Transgereccional (Bell), Rede (Speck), Estrutural
(Minuchin).
• Estratégico - “sistémico”. Modelo sobre o qual se
organiza a própria estrutura familiar.
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Conceito de Fernandes da Fonseca

• Contracção ou síntese entre várias técnicas


psicoterapêuticas.
• Terapias “associadas” - combinação de diversos
meios terapêuticos (físicos e/ou psíquicos).
• Ter sempre em conta que as terapêuticas
psiquiátricas deverão ter como objectivo
fundamental, o reequilíbrio e a recuperação da
totalidade psicofísica da pessoa doente.
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A segunda geração

• Enquanto na 1ª geração a terapêutica se


inspirava no modelo analítico, na 2ª geração
surgiram doutrinas relativamente claras sobre
o funcionamento do grupo familiar em crise e
sobre os factores susceptíveis de operar uma
mudança terapêutica do sistema.
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A 2ª geração

• Salvador Minuchin - “Escola estrutural”.


A estrutura da família deverá assentar em regras
claras de funcionamento ao nível do relacionamento
entre os diversos membros, tais como: fronteiras
(barreiras simbólicas entre gerações), hierarquia,
alianças e poder.
• Minuchim baseou-na na observação da estrutura
caótica das famílias dos marginais de Nova York
contrastando com as famílias conservadoras de
tradição vitoriana que, no fundo, haviam inspirado a
teoria psicanalítica freudiana.
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“Escola estrutural” Principais recursos técnicos

• Estimular a aliança entre os membros dum subsistema (pais, irmãos...)


• Reenquadramento (destinado a mudar a percepção do problema)
• Criação de limites (condições para que os pais exerçam eficazmente a
sua autoridade)
• Encenação (o terapeuta recria condições para que se repitam na
sessão as interacções que ajudam a manter o problema por forma a
identificar a sequência patogénica.
• Desequilibragem para ultrapassar o “stato quo”. (Exemplo: aliança do
terapeuta com um dos pais, considerado pelo outro pouco competente)
• Realinhamento (corrigindo alianças).
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O “Mental Research Institute” de Palo Alto

Atenção particular aos sintomas como instrumentos de comunicação.


• Todos os sintomas e problemas que as pessoas transportam para a sessão
podem ser considerados “problemas de interacção”.
• Uma história longa de um problema pode corresponder a uma solução
inapropriada para uma dificuldade inicial que constitui o verdadeiro problema.
• O objectivo da terapia é interromper o ciclo vicioso de comportamento e
informação retroactiva “feedback”.
• A terapia é encarada de modo pragmático, orientada pelo sintoma, visando a
resolução do problema.
• O objectivo da mudança terapêutica deve ser realista e possível de atingir.
• Os meios para atingir estes fins incluem intervenções paradoxais destinadas a
interromper ciclos viciosos. Intervenções baseadas no senso comum ajudam
muitas vezes a reforçar a “velha solução”.
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!
O “Centro per lo studio della famiglia” de Milão

Metodologia de inspiração psicanalítica


• Modelos rigorosos de processamento de informação.
• Utilização dum processo extremamente dinâmico (terapeuta e
família por um lado e entre ambos e a equipa pelo outro).
• Resolução dos paradoxos (no fundo a família diz:”mude-nos,
mas sem nos mudar”.
• O terapeuta deve implicitamente transmitir a mensagem de que
estarão todos envolvidos no problema que ocasionou o sintoma
no “doente designado”.
• Compreender e respeitar o ciclo homeostático da família
(compatibilizar a tendência para a mudança e para a
estabilidade ao longo da vida).
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!
Panorâmica contemporânea

• Correntes de inspiração analítica (Kaplan)


• Correntes experenciais - simbólicas (Whitaker)
• Correntes sublinhando os vínculos com o passado e
as gerações anteriores (Bowen)
• Correntes inspiradas na teoria dos sistemas e da
comunicação
– Estratégica (Salvini, Ackerman)
– Interaccional (M.R.I.)
– Estrutural (Minuchin, Haley)
• Correntes behaviouristas (Jacobson, Gordon)
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!
Clínica - indicações prioritárias

• Existência de crise relacional no grupo familiar (conflito conjugal, psicose


puerperal, “folie à deux”, negligência de cuidados parenterais, violência,
incesto).
• Doente insuficientemente individualizado e dependente em relação a um ou
mais membros Incluem-se neste grupo:
– Quase todas as situações de infância e adolescência
– Jovem-adulto incapaz de autonomia sócio-profissional.
– Situações de psicoterapia individual em que:
• O tratamento estagna sem explicação
• O cliente mantém a família informada de tudo o que diz nas sessões (incapacidade de
estabelecer uma aliança com alguém fora da família)
• O cliente passa as sessões a falar dos seus problemas com a família
• As melhoras do cliente são neutralizadas pelas reacções a elas do resto da família
• As melhoras do cliente são seguidas pela descompensação de outro membro da família.
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!
Modalidades técnicas de intervenção

• Terapeutas que preferem a presença de toda a família nuclear


em cada sessão (Escola de Milão).
• Terapeutas que escolhem para cada caso a configuração mais
operacional (Escola estruturalista).
• Terapeutas que aceitam mesmo trabalhar com um único
membro da família numa perspectiva sistémica (P. Alto)
• Terapeutas inspirados em técnicas de grupo (casais,terapias
familiares múltiplas)
• Equipa terapêutica e co-terapia (Escolas estratégicas ligadas ao
grupo de Milão).
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Perspectiva Sistémica

Bibliografia

• Pedro Gonçalves (1986): Manual de Psiquiatria Clínica de J.C. Dias


Cordeiro, Ed. Fundação C. Gulbenkian, Lisboa

• Fernandes da Fonseca (1987): Psiquiatria e Psicopatologia, Ed.


Fundação C. Gulbenkian, Lisboa

• Lewis R. Wolberg, M. D. (1970): Psicoterapia Breve, Editorial


Gredos, S.A., Madrid
Existencial
Perspectiva
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Experiência corporal Constrangimento
que emerge do núcleo do ser
Experiência psíquica
Apreensão face ao futuro explicitada
fenomenologicamente sob a forma de
sentimento der insegurança
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Diferença entre angústia existencial e angústia neurótica

Angústia existencial
Assenta na inquietação que invade o homem quando
este se confronta com o nada da não existência.

Angústia neurótica
Está muito mais relacionada com a vivência da morte
entendida esta como desagregação física.
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Angústia neurótica

Intra-psíquica
Escorre da luta (conflito) entre os diversos níveis da
personalidade (vital, anímico e espiritual) face a vivências
íntimas.

Extra-psíquica
Emerge directamente da relação do homem com o mundo,
da forma como o homem responde às situações limite
(Jaspers) que ele não pode ultrapassar.
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Uma das faces da angústia neurótica


relaciona-se com a dinâmica relacional
Homem – Mundo (modo de resposta às
“situações limite”). Uma destas situações é
a morte. Cada um se relaciona com ela de
forma específica e de acordo com o seu
“estar no mundo”.
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“O homem é um objecto que conté


contém um sujeito”
sujeito” (Weizsaecker)
Weizsaecker)
“Um sujeito empí
empí rico é um sistema complexo”
complexo” (Agra)

Reflexões extraídas da teoria - “Sujeito Autopoiético” (Agra) O “Páthos”


O sujeito empírico, enquanto sistema complexo, tem o poder de autopoiése
Enquanto estrutura compõe-se de subsistemas sujeitos a uma hierarquia:
personalidade, comportamento, significação
Sujeito
Transcendental

Campo Planos
Fenomenal Existenciais

Corpo Objecto

Logo: O grau de complexidade é função da natureza dos planos existenciais e do


tipo de articulação entre os subsistemas
Os graus de autopoiese variam em função do grau de complexidade
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“O homem é um objecto que conté


contém um sujeito”
sujeito” (Weizsaecker)
Weizsaecker)
“Um sujeito empí
empírico é um sistema complexo”
complexo” (Agra)

Reflexões extraídas da teoria - “Sujeito Autopoiético” (Agra)


O “Páthos”
Sujeito
Transcendental
Perspectiva funcional:
Sistema regulado pela hierarquia dos planos de
significação existencial ao nível das relações Campo Planos
internas e ao nível das relações com o tempo e com Fenomenal Existenciais
o espaço.
Cada plano é integrador do sistema e estabelece
finalidades (intencionalidades) de acordo com a
topologia na arquitectura do sistema.
Corpo Objecto

Logo:
As escolhas (finalidades) são função da hierarquia do
sistema. Sobem com esta.
Com a subida aumenta o poder auto-organizador. Liberdade
Intencionalidade
O grau de liberdade é função das finalidades e do grau de
Autopoiése
autopoiése.
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“O homem é um objecto que conté


contém um sujeito”
sujeito” (Weizsaecker)
Weizsaecker)
“Um sujeito empí
empírico é um sistema complexo”
complexo” (Agra)
Reflexões extraídas da teoria - “Sujeito Autopoiético” (Agra) O “Páthos”
Perspectiva desenvolvimental:
Sujeito
A progressiva emergência de planos superiores Transcendental
obriga à reorganização dos planos básicos.
As mudanças de planos implicam novas relações
do sistema com o tempo e com o espaço.
Campo Planos
Fenomenal Existenciais

Tempo - abre-se ao futuro


Vida Adulta Espaço – alarga-se seguindo
Corpo Objecto
as coordenadas do meio
Finalidade - as funções psico-
fisiológicas são colocadas ao
Adolescência serviço da comunicação
O processo de diferenciação
e integração de planos
depende não só da
Infância reorganização interna, mas
Tempo - é o momento imediato também da transformação
das relações entre o meio
Espaço - é o espaço imediato (mama) interno e o meio externo no
tempo do sistema.
Recém-nascido Finalidade - satisfação dos instintos fisiológicos
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“O homem é um objecto que conté


contém um sujeito”
sujeito” (Weizsaecker)
Weizsaecker)
“Um sujeito empí
empírico é um sistema complexo”
complexo” (Agra)
Reflexões extraídas da teoria - “Sujeito Autopoiético” (Agra)
O “Páthos”
Sujeito
O sistema do sujeito enquanto processo de Transcendental
subjectivação progride no sentido da
organização projectiva do “si-mesmo”.
Campo Planos
Fenomenal Existenciais

Si-mesmo Determinismo Autonomia

Corpo Objecto

Planos de
Significação
existencial

Organismo Indeterminismo Dependência


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“O homem é um objecto que conté


contém um sujeito”
sujeito” (Weizsaecker)
Weizsaecker)
“Um sujeito empí
empí rico é um sistema complexo”
complexo” (Agra)

Reflexões extraídas da teoria - “Sujeito Autopoiético” (Agra) O “Páthos”

Os Quatro Grandes Planos de Significação Existencial

“Homo simplex in vitalitate” – determinação de si por outro


“Homo duplex in humanitate” – determinação de si por outro
“Causa sui” – determinação de si por si
“Sensorium commune” – determanação do outro por si
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“O homem é um objecto que conté


contém um sujeito”
sujeito” (Weizsaecker)
Weizsaecker)
“Um sujeito empí complexo” (Agra)
empírico é um sistema complexo”

Reflexões extraídas da teoria - “Sujeito Autopoiético” (Agra)) O “Páthos”


Planos de Significação Existencial
Sujeito
“Homo simplex in vitalitate” Transcendental

Plano material de existência na forma


organísmica. Campo Planos
Neste primeiro plano a auto-organização é mais Fenomenal Existenciais
obra do organismo do que do sujeito.
A subjectividade confunde-se com a percepção.
A mediação entre o afecto e o acto corre por Corpo Objecto
conta do poder e do saber organísmico.

Finalidade: satisfação das necessidades que na teleologia do organismo visam a


conservação.
Espaço – é o da percepção motivada pelos fins do sistema.
Tempo – definido pelos bio-rítmos motivados pelos fins do sistema.
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“O homem é um objecto que conté


contém um sujeito”
sujeito” (Weizsaecker)
Weizsaecker)
“Um sujeito empí
empírico é um sistema complexo”
complexo” (Agra) O “Páthos”
Reflexões extraídas da teoria - “Sujeito Autopoiético” (Agra) Sujeito
Transcendental
“Homo duplex in humanitate”
Campo Planos
Fenomenal Existenciais

As formas de subjectividade afluem da complexidade do


sistema cultural e social.
O poder auto-
auto-organizador acontece pela via da absorç
absorção
das normas sociais. Corpo Objecto
O processo da subjectivaç
subjectivação é, por um lado, hetero-
hetero-
determinado (as normas são sociais, portanto externas);
por outro lado, auto-
auto-determinado, porque o sujeito intervé
intervém
na apropriaç
apropriação das normas. Fins:
Fins: orgânicos e sociais. Destes, alguns,
A mediaç
mediação entre as afecç
afecções e o comportamento corre, tornam-
tornam-se pessoais pela via da normatividade
predominantemente, por conta do poder e do saber da
O grau de dependência do meio interno em
regulaç
regulação social, embora també
também haja alguma auto-
auto- relaç
relação ao meio externo determina o grau de
regulaç
regulação por parte do sujeito. intervenç
intervenção do sistema de auto-
auto-organizaç
organização
O “Complexo Antropoló
Antropológico BáBásico”
sico” (afecto, acto, saber, sempre que ocorrem modificaç
modificações no meio
poder) ganha a 1ª
1ª diferenciaç
diferenciação. externo.
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“O homem é um objecto que conté


contém um sujeito”
sujeito” (Weizsaecker)
Weizsaecker)
“Um sujeito empí
empírico é um sistema complexo”
complexo” (Agra)
O “Páthos”
Reflexões extraídas da teoria - “Sujeito Autopoiético” (Agra)
Sujeito
“Causa sui” Transcendental

O sistema do sujeito constitui-se, funciona e


transforma-se por auto-referência.
Campo Planos
A relação de si a si do sujeito assinala o domínio da Fenomenal Existenciais
psicopoiése (criação de si por si).

A psicopoiese
compreende
1. Redução fenomenológica aplicada à “vida boa” em “Homo Simplex in Corpo Objecto
vitalitate” e “Homo duplex in humanitate”
2. Redução fenomenológica aplicada à teleologia social e organísmica e suas
relações
3. Tomada de consciência da ilusão da liberdade
A coordenada temporal passou a ocupar um
4. Descoberta do psíquico como vazio e a experiência da finitude
lugar determinante sob a forma de “tensão
5. Reconstituição psicológica de si e definição de uma psicoteleologia narrativa” entre biografia e teleologia.
integradora da materialidade somática e socionormativa

Assim, da psicopoiética emerge:


Descobrindo-se criador de si próprio e do mundo, é o poder e o pensamento do Uma narrativa de libertação.
sujeito psicológico que domina a experiência: o afecto e o acto estão agora sob o
governo da vontade de poder e de saber. Uma estética da existência.
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“O homem é um objecto que conté


contém um sujeito”
sujeito” (Weizsaecker)
Weizsaecker)
“Um sujeito empí
empírico é um sistema complexo”
complexo” (Agra)
O “Páthos”
Reflexões extraídas da teoria - “Sujeito Autopoiético” (Agra)

“Sensorium commune”
Sujeito
Na experiência da existência individual vem Transcendental
artucular-
artucular-se a experiência da existência colectiva. A
teleologia do sistema consiste na abertura ao sujeito
transcendental na imanência da intersubjectividade
histó
histórico-
rico-social – aí habita, agora, um sujeitoque Campo Planos
escolheu como meio o espaç
espaço comunicacional do Fenomenal Existenciais
justo, do bom, do verdadeiro e do belo.

Corpo Objecto
O sistema do sujeito põe a sua “maté
matéria”
ria” psicoló
psicológica
ao serviç
serviço dos planos da materialidade de outros
sistemas (ex
(ex:: sistema social). Efeitos que emergem do sistema:
Este aparente sacrifí
sacrifício de si (visto que importa de Narratividade universal
fora) vem, paradoxalmente reforç
reforçar o poder auto-
auto-
organizador do sujeito Esté
Estética da existência colectiva
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“O homem é um objecto que conté


contém um sujeito”
sujeito” (Weizsaecker)
Weizsaecker)
“Um sujeito empí
empí rico é um sistema complexo”
complexo” (Agra)
O “Páthos”
Reflexões extraídas da teoria - “Sujeito Autopoiético” (Agra)
Sujeito
Transcendental
“O homem é um objecto que contém um sujeito”
A sí
síntese entre o corpo-
corpo-objecto e o corpo-
corpo-sujeito é
condiç
condição do sentir. Sinto nessa unidade que é o EU-
EU- Campo Planos
CORPO, conjunto de significaç
significações vividas. Fenomenal Existenciais

O corpo que eu represento como objecto


situado no mundo é, antes, o corpo que situa o
mundo em mim, mo “apresenta” e nessa Corpo Objecto
apresentação constitui espaço subjectivado da
minha existência.

Facto Síntese EU do CORPO

Sofrimento
Valor Corpo-Objecto SÍNTESE
EU do
Corpo
Corpo-Sujeito Corpo-Objecto Corpo-Sujeito
Facto
Prazer
Valor
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“O homem é um objecto que conté


contém um sujeito”
sujeito” (Weizsaecker)
Weizsaecker)
“Um sujeito empí
empí rico é um sistema complexo”
complexo” (Agra)
O “Páthos”
Reflexões extraídas da teoria - “Sujeito Autopoiético” (Agra)
Sujeito
Transcendental
“O homem é um objecto que contém um sujeito”
A sí
síntese entre o corpo-
corpo-objecto e o corpo-
corpo-sujeito é
condiç
condição do sentir. Sinto nessa unidade que é o EU-
EU- Campo Planos
CORPO, conjunto de significaç
significações vividas. Fenomenal Existenciais

O corpo que eu represento como objecto


situado no mundo é, antes, o corpo que situa o
mundo em mim, mo “apresenta” e nessa Corpo Objecto
apresentação constitui espaço subjectivado da
minha existência.

Facto Síntese

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contém um sujeito”
sujeito” (Weizsaecker)
Weizsaecker)
“Um sujeito empí
empí rico é um sistema complexo”
complexo” (Agra)
O “Páthos”
Reflexões extraídas da teoria - “Sujeito Autopoiético” (Agra)
Sujeito
Transcendental
“O homem é um objecto que contém um sujeito”
A sí
síntese entre o corpo-
corpo-objecto e o corpo-
corpo-sujeito é
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condição do sentir. Sinto nessa unidade que é o EU-
EU- Campo Planos
CORPO, conjunto de significaç
significações vividas. Fenomenal Existenciais

O corpo que eu represento como objecto


situado no mundo é, antes, o corpo que situa o
mundo em mim, mo “apresenta” e nessa Corpo Objecto
apresentação constitui espaço subjectivado da
minha existência.

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contém um sujeito”
sujeito” (Weizsaecker)
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“Um sujeito empí
empí rico é um sistema complexo”
complexo” (Agra)
O “Páthos”
Reflexões extraídas da teoria - “Sujeito Autopoiético” (Agra)
Sujeito
Transcendental
“O homem é um objecto que contém um sujeito”
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corpo-objecto e o corpo-
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condição do sentir. Sinto nessa unidade que é o EU-
EU- Campo Planos
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O corpo que eu represento como objecto


situado no mundo é, antes, o corpo que situa o
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minha existência.

Facto Síntese

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“O homem é um objecto que conté


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“Um sujeito empí
empí rico é um sistema complexo”
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Reflexões extraídas da teoria - “Sujeito Autopoiético” (Agra)
Sujeito
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O corpo que eu represento como objecto


situado no mundo é, antes, o corpo que situa o
mundo em mim, mo “apresenta” e nessa Corpo Objecto
apresentação constitui espaço subjectivado da
minha existência.

Facto Síntese

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“Um sujeito empí
empí rico é um sistema complexo”
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contém um sujeito”
sujeito” (Weizsaecker)
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“Um sujeito empí
empí rico é um sistema complexo”
complexo” (Agra)
O “Páthos”
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“Um sujeito empí
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empírico é um sistema complexo”
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“O homem é um objecto que conté


contém um sujeito”
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“Um sujeito empí
empírico é um sistema complexo”
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Reflexões extraídas da teoria - “Sujeito Autopoiético” (Agra) O “Páthos”

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> Ao encontro das Psicoterapias


• Binswanger Psiquiatria existencial
• Scharfetter Introduccion a la Psicopatologia General
• Conrad, Klaus La Esquizofrenia Incipente
• Ey, Henri., Bernard, Brisset Trat.de Psiquiatria
• Fernandes, Barahona O homem Perturbado
• Fernandez, Alonso Fundamentos de la Psiquiatria Actual
• Fonseca, A. Fonseca Psiquiatria e Psicopatologia
• Freud, Sigmund Obras Psicológicas Completas
• Gomes de Araújo Anotações à fenomenologia do delírio
• Ibor, Lopez La Angustia Vital
• Jaspers, Karl Psicopatologia Geral
• Merleau-Ponty, M Fenomenología de la Percepción
• Schneider, Kurt Patopsicologia Clínica
• Gonçalves, Pedro Manual de Psiquiatria de Dias Cordeiro
• Agra, Cândido Sujeito autopoiético e transgressão
• Serra, Adriano Vaz Manual de Psiquiatria de Dias Cordeiro
• Frederick M. Kanfer & Jeanne S. Phillips Os princípios da terapia comport.
• Lewis R. Wolberg, M. D. Psicoterapia Breve
• Milheiro, Jaime Manual de Psiquiatria de Dias Cordeiro
• Cardoso, C. Mota Os caminhos da Esquizofrenia (2002): Climepsi Editores, Lisboa
• Cardoso, C. Mota
• Cardoso, C. Mota
• Cardoso, C. Mota
• Cardoso, C. Mota
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Psicoterapia Como um Processo: Imagem de Si

na Abordagem Centrada na Pessoa


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Sumário

Resumo.

Introdução

Capitulo I – O Conceito da Imagem de Si na Abordagem Centrada na Pessoa

1.1 Imagem de si

Capítulo II – Princípios da Abordagem Centrada na Pessoa na Psicoterapia

2.1 Atitudes Facilitadoras.

2.2 Respostas Reflexivas

Capítulo III – A Dinâmica Processual da Psicoterapia na Abordagem Centrada na

Pessoa

3.1 Psicoterapia Como um Processo..

3.2 As Sete Fases da Psicoterapia

Capítulo IV – Metodologia

41.Participante

4.2 Materiais..

4.3 Coleta de Dados.

4.4 Análise de Dados.

Capítulo V – A Psicoterapia Como um Processo na Mudança da Imagem de Si:

Apresentação e Discussão de um Caso Clínico.

5.1 Síntese da História de Vida do Cliente.

5.2 Síntese da História Clínica do Cliente.

5.3 Evolução do Processo Terapêutico.


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5.3.1 Primeira e Segunda Fase

5.3.2 Terceira Fase..

5.3.3 Quarta Fase.

Capítulo VI – Considerações Finais.

Referências Bibliográficas.

Anexos.

Anexo I: Termo de Consentimento.


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Resumo

Esse estudo aborda a mudança da imagem de si, por meio da psicoterapia como um processo,
na Abordagem Centrada na Pessoa, a partir das contribuições conceituais de Carl R. Rogers e
seus seguidores. Explora-se a dinâmica da apropriação da imagem de si pela apreensão da
experiência vivida. Pretende-se, com esse trabalho, intensificar nos leitores o desejo de refletir
sobre a capacidade do indivíduo de otimizar seus próprios recursos e potencialidades para
alinhar-se ao seu próprio eu, a imagem de si. O objetivo geral é investigar o processo da
mudança da imagem de si mobilizada pela recomposição do sistema genuíno de funcionamento
do organismo (indivíduo como um todo), conforme sua evolução terapêutica apresentada na
sucessão das sete fases do contínuo da Psicoterapia Centrada na Pessoa. Propõe-se, como
objetivos específicos, examinar três formulações: i) o nível diferencial entre a imagem de si (do
cliente) no início e depois da psicoterapia como um processo; ii) o modo pelo qual a mudança
na imagem de si influencia nas experiências do indivíduo; iii) os efeitos resultantes do processo
terapêutico sobre o contato que o cliente faz consigo mesmo. A metodologia utilizada
compreendeu a revisão da literatura, com ênfase nas proposições de Rogers e outros autores da
mesma tradição teórica sobre a Abordagem Centrada na Pessoa, além do exame de um caso
clínico avaliado na prática da Psicoterapia Centrada na Pessoa, com intuito de ilustrar os
aspectos discutidos na teoria. O caso clínico explorado foi constituído por um único
participante, cliente em psicoterapia individual, conduzida por uma aluna/estagiária do último
ano do curso de formação de psicologia sob orientação de um professor qualificado e inscrito
no CRP – Conselho Regional de Psicologia, constando os procedimentos da escola-clínica do
Centro de Formação de Psicólogos – CENFOR. No que se refere ao nível diferencial entre a
imagem de si (do cliente) no início e depois da psicoterapia como um processo, o caso clínico
permitiu constatar que houve efetiva mudança da imagem de si, levando o cliente a um melhor
reconhecimento das suas capacidades reais e potenciais. No que diz respeito ao modo pelo qual
a mudança na imagem de si influencia nas experiências do indivíduo, observou-se uma
tendência do cliente a transferir o seu foco de atenção para o momento presente e a assumir a
responsabilidade pela suas decisões e pelo curso da sua vida. Quanto aos efeitos resultantes do
processo terapêutico sobre o contato que o cliente faz consigo mesmo, este passou a recorrer
aos seus próprios critérios – em lugar de terceiros – para sua auto-avaliação e aceitando mais a
si mesmo, necessita menos da aceitação dos outros. Em termos das sete fases da psicoterapia
como processo, o estágio de evolução do cliente corresponde aproximadamente à quarta fase.
O exame do caso clínico, portanto, permitiu ilustrar as quatro primeiras fases da psicoterapia
como um processo.

Palavras-chave: Psicoterapia; Imagem de si; Abordagem Centrada na Pessoa.


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Este estudo trata da mudança da imagem de si, por meio da psicoterapia como um

processo, sob a luz das contribuições conceituais de Carl Ransom Rogers e seus seguidores, na

Abordagem Centrada na Pessoa. Diz respeito à dinâmica da apropriação da imagem de si pela

apreensão da experiência vivida. Edifica-se sob a égide do interesse de intensificar nos leitores o

desejo de refletir sobre a capacidade do indivíduo de utilizar seus próprios recursos e

potencialidades como possibilidade de ampliar a consciência para um maior reconhecimento de si

mesmos, enquanto indivíduos como um todo e de fortalecer sua identidade. Este estudo origina-

se, ainda, de um querer fazer com que o leitor perceba a relevância da Abordagem Centrada na

Pessoa como uma filosofia das relações interpessoais que privilegia e confirma a excelência dos

seres humanos em sua natureza, sua tendência inata à auto-realização pessoal e social.

Todo desempenho para desenvolver este projeto surge, também, da crença de que se essa

abordagem filosófica consagra a singularidade humana, esta mostra igualmente o caminho

possível e fundamental para se retomar as dimensões subjetivas da existência humana. Refere-se

à psicoterapia como um processo de encontro com íntimo significado do ser diferenciado e

potencialmente possível de se confirmar a si mesmo e diante da presença do outro, como tal. É a

partir do funcionamento pleno do organismo (indivíduo como um todo) que Carl R. Rogers,

Raquel Rosemberg, Marian Kinget e outros autores mencionados em suas obras, perspectivam o

estabelecimento da verdadeira identidade do eu, imagem de si.

Em Rogers & Kinget (1977a) o padrão conceitual que define a experiência de si, é

entendido como parte integrante da personalidade, por meio dos seguintes termos: organismo,

avaliação organísmica, campo perceptual (campo experiencial), tendência atualizante,

congruência e incongruência, envolvidas na reorganização das experiências que o indivíduo faz

na construção da imagem de si. Essa composição de conceitos com gradual ordenação são os

elementos constitutivos da imagem real de si (Self real), e imagem ideal de si (Self ideal).
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Rudio (2003) contextualiza a imagem de si como dimensão central no espaço terapêutico

da Abordagem Centrada na Pessoa, enfatizando o quadro de referência interna do cliente como

fonte de mudança e reajustamento da imagem do eu. Este autor privilegia a imagem de si como

um dos principais conceitos constitutivos da complexa teoria da personalidade, que somada a

uma tendência ao desenvolvimento inerente ao indivíduo, participa fundamentalmente do campo

perceptual. É precisamente por meio desse campo de percepção que o indivíduo dá a si mesmo

um significado emergente do sentido das experiências que faz consigo, com os outros e com o

meio ambiente.

Rogers e Rosenberg (1977) sobre a percepção, dão ênfase no aqui-agora e sublinham o

fato de que havendo uma maior amplitude de autopercepção é possível reconhecer outros modos

de consciência; atribuem à percepção um papel relevante na formação do autoconceito e na

condição de possibilidades de escolhas alternativas de comportamentos.

A distorção da auto-imagem, a conduta inadequada, a incapacidade de enfrentar

uma nova situação, novas limitações pessoais são algumas formas assumidas por

um processo que podemos entender como, unicamente, um empecilho ao

crescimento humano natural e completo. A diversidade de sensações e percepções

ou sintomas de que reveste o grau de intensidade e de duração que o caracteriza

são aspectos que não alteram o fenômeno básico do indivíduo estar sendo menos

do que ele realmente poderia ser. (...) A terapia constitui um dos meios de prover

condições externas, um apoio que permite à pessoa expor-se ao risco de enfrentar

seus desconhecidos internos e ampliar sua autopercepção. Outros modos de

consciência originam-se de uma nova auto-imagem mais confiante, da descoberta

de recursos pessoais, da capacidade de levantar-se após uma queda. (pp. 60-61).


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Para Rogers (1974), a função do psicoterapeuta, não é dirigir o cliente, por meio de seus

próprios critérios, mas acompanhá-lo no seu processo de autodescoberta e respeitá-lo em seu

ritmo, assumindo, portanto, uma atitude receptiva como possibilidade para o cliente descobrir

acessar e processar suas atitudes experimentadas, mas rejeitadas pela sua consciência.

Assim, na perspectiva da autora Nunes (1997):

(...) O objetivo do profissional de relação de ajuda, não é o de conduzir (guiar) a

pessoa que pede ajuda em função daquilo que considera ser o melhor para o outro

(o que pede), mas antes ajudá-lo a abrir portas dentro de si, de modo a encontrar a

resposta que, naquele momento, é a mais possível e mais coerente com o seu estar

no mundo. (63).

Hycner (1995) por outras palavras, atualiza de modo interessante a relação terapêutica,

cujos elementos constitutivos da psicoterapia, integra o pensamento, o sentimento, a ação, na

cura por meio do encontro entre o eu-psicoterapeuta e o eu-cliente, prática designada por ele de

dialógica.

(...) O elemento básico da cura – visa restaurar o centro pessoal atrofiado e não

apenas fazer um rápido reparo. (...) Quando as técnicas têm supremacia, o lado

humano fica obscurecido. A técnica precisa estar baseada na relação entre pessoa a

pessoa, uma abertura genuína para com os outros tende a evocar uma resposta

recíproca. A atitude com me aproximo do outro é, também, a atitude com que me

aproximo de mim mesmo. (pp.22-25).

Por objetivo geral deste estudo, entende-se a investigação do processo de mudança da

imagem de si mobilizada pela recomposição do sistema genuíno de funcionamento do organismo

(indivíduo como um todo), conforme sua evolução terapêutica apresentada na sucessão das sete

fases do contínuo da Psicoterapia Centrada na Pessoa.


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Com vistas às respostas esperadas e conclusivas para este trabalho, propõe como objetivos

específicos, consiste em explorar três formulações: i) o nível diferencial entre a imagem de si (do

cliente) no início e depois da psicoterapia como um processo; ii) o modo pelo qual a mudança na

imagem de si influência nas experiências do indivíduo; iii) analisar os efeitos resultantes do

processo terapêutico sobre o contato que o cliente faz consigo mesmo.

Reconhece-se, também, a importância de explorar a metodologia utilizada nesta

psicoterapia como constante avaliação da evolução terapêutica. Assim, intenciona-se demonstrar

suas diferentes fases por meio da ilustração de um caso clínico de psicoterapia individual.

O presente trabalho está estruturado, fundamentalmente em seis capítulos: o Capítulo I diz

respeito a conceitualização da imagem de si; o Capítulo II aborda a técnica das respostas

reflexivas utilizadas pelo psicoterapeuta para refletir as expressões verbais e não verbais do

cliente: i) reiteração ou reflexo simples, ii) reflexo de sentimentos e atitudes, iii) elucidação ou

clarificação das vivências emocionais; a conduta do terapeuta: i) consideração positiva

incondicional, ii) autenticidade, iii) compreensão empática, atuantes na mudança da imagem que

o indivíduo tem de si desde o início da psicoterapia. O Capítulo III expõe os conceitos

fundamentais das sete fases do contexto da psicoterapia considerada como um processo; verifica

a ação progressiva de seus movimentos e seus efeitos pertinentes à imagem de si. O Capítulo IV

refere-se às questões metodológicas: participante, materiais utilizados, coleta e análise de dados.

O Capítulo V apresenta o caso clínico do cliente e discute a evolução do seu processo terapêutico.

Em seguida o Capitulo VI faz referências à conclusão dos resultados da pesquisa.


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Capítulo I

O Conceito da Imagem de Si na Abordagem Centrada na Pessoa

1.1 - Imagem de Si

De acordo com Rogers & Kinget (1977a) são os sentimentos, as crenças e os valores do

indivíduo que se constituem em sua expressão de vida abrangendo toda sua dimensão, tanto

interna como externa. A imagem de si é constituída por todos os acontecimentos do campo

fenomenológico que são reconhecidos pelo indivíduo como sou eu, pois a configuração de suas

experiências é estruturada nas relações do eu com os outros, com o ambiente em que vive e com

os valores qualitativos atribuídos pelas suas distintas percepções. A este processo se designa

experiência de si

Rogers & Kinget (1977a), afirmam:

Imagem do eu (ou de si) serve para designar a configuração experiencial composta

de percepções relativas ao eu, as relações do eu como o outro, com o meio e com a

vida, em geral, assim como os valores que o indivíduo atribui a estas diversas

percepções. Esta configuração se encontra num estado de fluxo contínuo. (...).

Outra característica importante desta configuração experiencial é que ela é

disponível à consciência – ainda que não seja plenamente consciente (a noção de

imagem não pode, portanto, ser tomada num sentido visual ou concreto). (p.165).

A configuração da imagem de si somente é possível por meio de suas experiências.

Segundo Rudio (2003), o indivíduo tanto pode construir uma imagem real de si quanto uma
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imagem ideal de si. A primeira é uma imagem atualizada percebida pelo indivíduo diante do que,

verdadeiramente, ele está sendo. Esta corresponde ao Self real; e a segunda se constitui em uma

imagem não atualizada que o indivíduo acredita ser ele, portanto, constitui o Self Ideal que pode

se traduzir em uma falsa imagem de si mesmo. Na imagem real de si, o indivíduo possui um

centro de avaliação que o permite distinguir, aceitar e vivenciar sua experiência dentro de seus

próprios critérios. Assim saberá se uma experiência tem ou não valor para si mesmo, tendo

consciência de que certas manifestações que por ele são experimentadas como agradáveis podem

ser desagradáveis para outras pessoas e também podem acontecer situações em que se dá o

inverso. Desse modo, ele tem consciência das diferenças entre si e as pessoas que para ele são

significativas; não confundirá sua forma de pensar com a do outro e se modificar, ou não, seu

comportamento será conforme seus próprios critérios individuais. Na imagem ideal de si a

percepção do indivíduo sobre si mesmo é incorreta e as suas experiências são avaliadas a partir

de referenciais externos, dos critérios de outras pessoas que o indivíduo julga como significativas

e então, passa a ser ver por meio dos critérios delas. Isto acontece porque o indivíduo sente

necessidade de ser aceito, considerado positivamente por estas pessoas.

Rogers & Kinget (1977a) concordam que cada indivíduo possui seu mundo subjetivo que

o diferencia de todas as outras pessoas. Esclarecem que a imagem ideal, eu ideal ou Self ideal, é a

imagem que ele gostaria de ter ou quem pensa ele que é. A imagem ideal pode ser formada por

ensinamentos que não passam pelo crivo da experiência e pelos conteúdos introjetados por outras

pessoas que se constituem em um entrave ao crescimento do indivíduo na medida em que suas

atitudes não conferem com seus próprios valores. Esse é um modo que o indivíduo encontra para

se adequar à realidade externa e aceitá-la como é. Afirmam que quanto maior o nível de

discrepância entre essas estruturas, maior será o seu nível de incongruência. Sustentam que

experienciar corresponde a um processo contínuo de mudanças vivenciadas pelo organismo,


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sejam estas acessíveis ou não à consciência. Cabe dizer que quando a representação é distorcida

modifica integralmente o sentido da experiência, seu verdadeiro significado. Complementam que

o Self real é formado por todas as experiências vivenciadas pelo indivíduo; que é a composição

do Self real e Self ideal, desses componentes que configuram a imagem de si.

Rudio (2003) supõe que os elementos da realidade são traduzidos pela percepção, como se

esta fosse uma espécie de decodificador subjetivo, cuja versão especial possui significado

peculiar a cada indivíduo, Assinala que essas traduções individuais, nem sempre são configurada

na consciência como tal se apresenta na realidade, mas que são aproximadamente adequadas ao

próprio entendimento do indivíduo sobre o mundo em que vive

Se o indivíduo se percebe – mesmo muito sutilmente – coagido a admitir atitudes

ou traços que não reconhece como seus, o resultado pode ser um acirramento das

defesas, ou por outro lado, uma desintegração de toda uma estrutura anterior que,

apesar da falha, lhe era familiar. Por outro lado, a possibilidade de mudanças

construtivas liga-se estreitamente a uma percepção mais ampla e precisa da

realidade. Os elementos focalizados são em alguma medida reconhecidos pela

pessoa como seus e podem, portanto, serem explorados mais a fundo. (p.65).

Costa (1996) enfatiza que a imagem de si pode ser entendida como sinônimo de

autoconceito, entretanto, sendo o autoconceito pensado no aspecto social e como um processo

valorativo do indivíduo com relação a si mesmo. Esta autora compreende o termo autoconceito

como:

(...) um consctruto complexo, que se modifica e se reestrutura segundo o

desenvolvimento do indivíduo, por isso há uma tendência a certas incoerências e

variações de uma situação vivenciada pelo indivíduo à outra, e ainda a variações

conforme o tempo. (...) O autoconceito é apenas uma das variáveis que intervém
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no comportamento humano, não representa uma entidade estática independente

das relações sociais do indivíduo, pelo contrário, ele é dinâmico e se modifica em

função das experiências do indivíduo e também as influencia. (p.76).

Rogers (1961) explica que o termo digno de confiança se refere ao caráter essencial da

natureza humana quando as características que se fazem presentes no indivíduo nao são

obstruidas; uma vez que o indivíduo esteja inserido em um ambiente de condições favoráveis

estas características se manifestam como aprendizagem do seu modo de ser, sentir-se e agir no

mundo. Acrescenta que de outra forma, se bloqueadas suas condições de impulso, o

individuo perde provisoriamente as capacidades que o fazem merecedor de confiança. Sustenta

ainda que no processo de funcionamento organísmico mais pleno, o indivíduo é capaz de

experienciar plenamente seus sentimentos e reações, sua complexidade existencial tanto interna

quanto externamente a ele; o indivíduo reconhece seu organismo como um todo, e isso implica

em estar presente, organismicamente, consciente em cada uma de suas ações, o que não significa

o indivíduo plenamente aberto à experiência sem nenhuma condição de defesa. Não por ser

infalível em sua conduta, mas porque se reconhece assim e está aberto, flexível para corrigir suas

atitudes caso não satisfaça suas necessidades e desejos. É por considerar que a vida é uma força

positiva, um processo que flui e se transforma dinamicamente que a Abordagem Centrada na

Pessoa, se baseia na prevalência dos recursos que o indivíduo tem como disponíveis para as

mudanças positivas da imagem de si no aqui e agora.

O mesmo autor conceitua organismo como sendo o indivíduo entendido em sua

totalidade, em suas diversas dimensões: biológicas, psicológicas, sociológicas, culturais e

envolvendo os sentimentos, pensamentos e emoções que comportam sua realidade subjetiva, ou

seja, particularmente percebida. Integrados, estes aspectos originalmente iniciam a constituição


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do indivíduo com toda sua particularidade, contribuindo para o seu desenvolvimento e

crescimento.

Focalizando a questão do ajustamento do indivíduo e o que provoca seu desajustamento,

Rogers & Kinget (1977a) ressalta que à medida que o indivíduo se desenvolve por meio das

relações intra “consigo mesmo”, e interpessoais “em diferentes contextos ambientais”, sobrepõe-

se uma parte designada campo fenomênico. Este tende a assimilar as experiências corretamente

representadas na consciência e a distorcer ou eliminar as que não se identificam com os padrões

conceituais representativos da imagem de si. Se as percepções das experiências não se

identificam com a imagem de si estabelecida, estas podem ser simbolizadas incorretamente na

consciência. Isto é, são distorcidas para serem aceitas e terem acesso à consciência. Caso

contrário, ficam impedidas de serem representadas na consciência. São justamente, essas

percepções incorretas o motivo dos desajustamentos psicológicos ou conflito entre as

representações das experiências do organismo e a imagem de si. Por outro lado, quando essas

simbolizações são ignoradas, as experiências não sofrem rejeição ou distorções, é como se não

tivessem ocorrido. Quando o organismo está ajustado pode-se dizer que este é um Self aberto e

está sempre construindo e incluindo novas experiências para a mudança na imagem de si.

Rudio (2003) justifica o processo da experiência distorcida (simbolização incorreta) como

um desajustamento psicológico em que o indivíduo perde a comunicação consigo mesmo, ou

seja, o desajustamento é de ordem interna. Por outro lado, Hycner (1995) afirma que a

experiência distorcida é uma forma necessária de ajustamento como modo de preservar a parte

real do self, a imagem verdadeira de si, de modo que a parte não ser é aceita e, exemplifica a

neurose como um ajustamento. Também comenta que em determinados casos, romper com este

ajustamento traz benefícios para o individuo.


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As duas afirmações, acima, convergem no sentido de que por não conseguir discriminar

entre seus valores e os valores dos outros, o indivíduo acaba por se organizar de forma a aceitar

uma experiência que para ele é fundamental e passa a sentir e pensar como se ele fosse o outro,

ajustando-se a um processo vivencial fora de si.

Novas experiências poderão indicar se os pensamentos, sentimentos e reações desse

organismo são ou não incoerentes com o que o ele pensa que ele é. Se forem incoerentes, estas

percepções se tornam estranhas à imagem de si

Rogers & Kinget (1977a) enfatiza que para manter a imagem de si torna-se necessário

uma certa consistência da configuração que a representa.Refere-se às simbolizações incorretas

como causadoras de um desgaste energético no organismo devido ao nível de tensão provocado

pelo processo de distorção da experiência para que esta seja aceita na consciência, transformação

da sua realidade objetiva destituída de um sentido pessoal, para uma realidade subjetiva, ser

constituída de um sentido dado pelo indivíduo. Diante desses fatores, novas experiências é que

poderão indicar se os pensamentos, sentimentos e reações desse organismo são ou não

incoerentes com a imagem que o individuo faz de si. Se estes não forem coerentes, estas

percepções se tornam estranhas a sua forma já existente de ser e conseqüentemente, produzindo

resultados de ordem psicossomática, prejudiciais ao indivíduo em sua totalidade. O mecanismo

de cura implica a necessidade de um ajustamento entre as experiências distorcidas, impressas

inadequadamente na consciência e a imagem de si existente. Há uma rigidez na forma de o

indivíduo perceber a si e a tudo que a ele diz respeito. Falta ao organismo uma capacidade de

dinâmica da imagem de si, uma fluidez para seu desenvolvimento oportunizado pelas

experiências; não há abertura desse organismo para acessar as representações corretas das

experiências na consciência, única forma de produção de sentido, condição fundamental para o


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seu crescimento e noção de uma relativa realidade de quem ele realmente é no momento atual. O

indivíduo desajustado, por assim dizer, possui uma rigidez da imagem de si.

Rudio (2003) afirma que se a imagem de si for constituída por um indivíduo ajustado

haverá sempre uma modificação natural (atualização) do conceito que o indivíduo tem de si

mesmo. Isso não significa uma alteração no modo de organização da estrutura formada de sua

imagem. Sintetiza que o indivíduo ajustado não precisa buscar modificar suas percepções por

meio de suas experiências no sentido de que já são aceitas e simbolizadas corretamente na

consciência. Sendo, ao contrário, o indivíduo que está desajustado e, portanto impedido de se

comunicar corretamente com sua consciência devido a um desacordo entre a experiência e a

simbolização das mesmas, ele precisa ampliar e modificar a forma de se perceber, pois a imagem

que esse indivíduo tem de si não é real.

Rogers& Kinget (1977a) ao se referirem à mudança da imagem de si, enfatizam que o

indivíduo conta com a tendência à atualização como um dos mecanismos necessários para seu

ajustamento com o fim de conseguir um bom funcionamento do organismo; que a imagem de si é

dinâmica e o indivíduo precisa se ajustar continuamente às transformações vivenciadas por ele.

Afirmam que o Self, imagem de si, e a experiência organísmica sendo congruentes, isto é,

coerentes entre si, funcionam conjuntamente em harmonia. Desse modo, a tendência à

atualização do organismo não contraria a predisposição do indivíduo para experienciar e

expressar livremente seus sentimentos e se aceitar como ele realmente é. Esses autores se referem

ao conceito de experiência organísmica, que se traduz pelas experiências organizadas na

estrutura da imagem que o indivíduo faz de si mesmo em congruência com a experiência de si.

Porém, se tais experiências são incorretamente simbolizadas, existem conflitos ou incongruências

entre a imagem de si e o organismo. Sendo assim, afirmam que o individuo é incongruente se

por meio de suas experiências não se comunica corretamente com a sua consciência. Isto é, há
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discordância entre as experiências que faz e a simbolização das mesmas. Assinalam, ainda, que

em estado de incongruência, as simbolizações da experiência podem ocorrer por meio de uma

distorção da experiência real como forma de não se contraporem à imagem que o indivíduo tem

de si. Entretanto, esse estado de incongruência tende a ser é percebido pelo indivíduo como um

conflito entre sua real imagem e a imagem que gostaria de ter. Tal diferença é vivenciada como

sofrimento, sentimento de menos-valia e de inadequação social.

Segundo Nunes (1997), existem três elementos de variações envolvidos no processo de

desenvolvimento do indivíduo: i) as condições internas que garantem o funcionamento da sua

parte biológica, inclusive as características hereditárias que diferenciam a formação de sua

estrutura como um todo na fase intra-uterina; ii) a interação com o outro que é imprescindível no

seu desenvolvimento do indivíduo e na sua diferenciação em relação às outras pessoas. A autora

explica que é nessa relação que se conceitua a imagem de si como uma individualidade e se

atualizam as potencialidades do indivíduo, como um ser único; sendo na efetivação dessa

diferenciação que ocorre a consciência de si como pessoa; iii) as condições externas se referem às

influências dos aspectos sociais e culturais do ambiente no qual o indivíduo se encontra inserido.

Tais aspectos participam nas suas construções mentais e no desenvolvimento da sua

personalidade.

Para Costa (1996) o autoconceito não pode ser entendido como dados absolutos acerca de

quem o indivíduo é, mas quem ele percebe que é, ou seja, é para si uma verdade baseada em suas

percepções sobre si mesmo e a forma como são experimentadas mediante suas experiências.

Rogers & Kinget (1977a) identificam o Eu, como imagem do eu (de si) ou em outro

termo, Self, como a parte da personalidade que se constitui das experiências representadas na

consciência; ressaltam que é a consciência que o indivíduo tem de si mesmo e que se revela na

imagem de si, com a qual o organismo se apresenta a si mesmo e às pessoas. Para esses autores o
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eu é o Self, e se o eu é o Self, então é a imagem de si; essas expressões são empregadas quando se

trata de traduções que dizem respeito às construções de sentido subjetivo do individuo, enquanto

que o termo estrutura do eu é utilizado para se referir às considerações do eu a partir de um ponto

de referência externa. Os mesmos autores referem-se ao Self como uma parte da experiência

organísmica, uma entidade naturalmente instável e dinâmica que se constitui à medida que o

indivíduo vai adquirindo a noção de eu; definem o Self como um todo organizado num processo

constante de construção.

Rogers (1974) considera o campo experiencial como individual, uma estrutura que admite

o conjunto das experiências acessíveis à consciência; as sensações, percepções e sentimentos.

Para esse autor, a personalidade constitui-se na totalidade das experiências, conscientes

(simbolizadas corretamente ou incorretamente na consciência) e as inconscientes (não

simbolizadas na consciência). Todos estes elementos se entrelaçam na formação da

personalidade. O estudo da personalidade na Abordagem Centrada na Pessoa se concentra no

modo de funcionamento do indivíduo como um todo. A partir da sua visão de homem

considerado como totalidade e dotado de potencialidades originalmente positivas; de capacidade

de auto-atualização e auto-realização, esse autor, conceitua o desenvolvimento da personalidade

como um processo pelo qual o indivíduo se constitui em si mesmo.

Segundo Rudio (2003) imagem de si começa a ser construída a partir do nascimento da

criança. É um processo que se desenvolve progressiva e continuamente e de maneira mais

concreta em decorrência das relações da criança com os outros e com o seu mundo. É nessa

dinâmica de relação que a criança se reconhece. De acordo com o que a criança ouve sobre si

mesmo, ela constrói a imagem de si; afirma que a imagem de si, em conseqüência da tendência

atualizante, é um resultado do desenvolvimento e crescimento da criança, baseados em sua

experiência, aprendizagem e maturidade em contínua mudança. Sendo assim, em sua interação


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com a realidade, a criança reage a um processo contínuo de valores positivos ou negativos para a

constituição de sua imagem.

De acordo com Rogers (1974), ao começar apreender a si mesma como um objeto

psicológico, que é ou não amado, a criança desenvolve a imagem de si; a parte relativa às suas

experiências simbolizadas se diferencia e corresponde à sua consciência de existir e de atuar

como um indivíduo (experiência do eu). Segundo esse autor, é na interação com o ambiente, que

criança toma consciência de sua existência; essa consciência aumenta e se organiza cada vez mais

para formar a noção de eu, consciência de si mesmo. Tal autor assinala que as pessoas são

imprescindíveis ao desenvolvimento da criança (cuidadores), elas se convertem em uma fonte

externa de avaliação ou julgamento sobre a experiência vivida pela criança (pessoas-critério) e

comumente a criança adota essa avaliação externa como se fosse propriamente sua.

Ballone (2005) assinala que, por ser o amor tão importante para a criança, ela se deixa

guiar não pelo aspecto agradável ou desagradável proporcionado pelas experiências que faz, mas

pela expectativa de merecer a afeição das pessoas. Então, ela passa a agir de forma a garantir para

si o amor e a aprovação que necessita e até a agir contra seu próprio interesse, desde que seja

aceita, seu comportamento destina-se a agradar os outros. Segundo esse autor, tal condição não é

ideal para a criança, pois ela nunca deveria ser pressionada a se despojar ou repudiar partes não

atraentes, mas autênticas de sua personalidade. Uma vez que as crianças não sabem separar suas

ações de seu ser total, reagem à aprovação de uma ação como se fosse aprovação de si mesma.

Da mesma forma, reagem à punição de um ato como se estivessem sendo desaprovadas em geral.

Em confirmação ao exposto, Rogers & Kinget (1977a) dizem que o ser humano reage

ante a realidade em função de uma tendência a atualizar suas potencialidades, o que corresponde

a um esforço constante de interação consigo mesmo e com o mundo. A tendência atualizante é


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considerada pelos autores como o princípio que faz supor a existência de atualização do

organismo para sua auto-realização. Tiram como conclusão que no organismo existe um fluxo de

forças de origem interna que ativa o ser humano rumo a um constante desenvolvimento de seu

potencial visando a manter suas condições existenciais em seus diversos níveis. Além disso,

deduzem que a tendência atualizante abrange a noção de motivação relacionada com a redução de

tensões, necessidades e impulsos do organismo. Este é um movimento que leva o organismo a se

reconhecer com autônomo, único.

Em Rudio (2003) a imagem de si se define pelo sentido que o indivíduo atribui à sua

experiência abstraída da realidade concreta para subjetivar sua existência; que contínuas

experiências são processadas em um único campo perceptual, núcleo de onde provém um

conjunto de significados que se encontram em parte, disponível à consciência. Que à experiência

é dado um sentido particular pelo indivíduo que a vivencia. Este conjunto organizado e mutável

de percepções refere-se ao indivíduo e corresponde ao que se denomina Self ou imagem de si;

este considerado como parte integrante da estrutura da personalidade. Compreende-se que o Self

é a imagem de si percebida como uma tradução que o indivíduo faz de si mesmo bem como do

mundo. Nesse processo de tradução há uma produção de sentido subjetivo que delineia a imagem

de si.
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Capítulo II

Princípios da Abordagem Centrada na Pessoa na Psicoterapia

As críticas à teoria de Rogers são feitas baseadas em pressuposições de que esta implica

em uma utopia, que sua teoria é uma extensão idealista da corrente também denominada de

romântica, portanto, irrealizável para seus críticos. Porém, são notáveis seus resultados positivos

na mudança da imagem de si, do cliente, uma modificação, quer seja no seu comportamento, nas

suas atitudes e personalidade, pois não se limita a um aumento de conhecimentos, mas que

penetra profundamente todas as dimensões da sua existência.

Esta abordagem utiliza técnicas de intervenção que são apenas facilitadoras da mudança da

imagem de si, do cliente, por entender que uma mudança efetiva somente é possível se realizada

pelo próprio indivíduo. Estas técnicas permitem ao indivíduo se aceitar, se conhecer e se

organizar em vez de ser organizado por recursos externos a ele.

Nesse capítulo serão expostos os conceitos que sustentam o princípio essencial do método

psicoterápico centrado na pessoa a serem observados na atuação do psicoterapeuta, na sua relação

com o cliente.

2.1 – Atitudes Facilitadoras

Conforme Rogers & Kinget (1977b) o papel do profissional na Abordagem Centrada na

Pessoa se diferencia de outros tipos de intervenções terapêuticas no sentido de que não interfere

no campo experiencial do cliente. O psicoterapeuta assume uma conduta estabelecida por um


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conjunto de procedimentos respaldados teoricamente, como condição ideal, para possibilitar que

o próprio cliente seja produtor autônomo da sua experiência.

Rogers & Kinget (1977a) postulam que em conformidade com a estrutura do eu, tendo em

conta o caráter positivo do ponto de vista afetivo, da consideração positiva recíproca, este

indivíduo passa a fazer as ressignificações da imagem que tem de si por meio das mudanças das

suas próprias percepções e a conviver em harmonia consigo.

Camilo, (2001) explica que o essencial na comunicação entre o psicoterapeuta e o cliente

é a abertura que leva a um do diálogo que promove o encontro de um com o outro, que a palavra

é verdadeira quando cumpre reciprocidade da relação; o primeiro obtém uma correspondência

recíproca do segundo e não se entre eles existe o diálogo somente na forma verbal. Um diálogo

genuíno suscita respostas que instauram a pessoa singular única. O silêncio possui um sentido e,

portanto, é uma resposta. Uma forma de diálogo capaz de dar respostas não é aquele expresso

apenas em palavras.

Do ponto de vista de Rogers & Kinget (1977a), os três conceitos: i) consideração positiva

incondicional, ii) autenticidade, iii) compreensão empática propiciam um clima afetivo que

facilita uma abertura essencial para que o cliente possa se liberar de seus mecanismos de defesa.

O autor se refere à liberdade experiencial, permitida na prática terapêutica da Abordagem

Centrada na Pessoa, como condição para que se efetivem as simbolizações corretas das

experiências e, portanto, fazer suas reelaborações internas. O psicoterapeuta se mostra imbuído

de respeito pela pessoa do cliente, sabe que deve se abstrair de interferir na precisão do

significado que o cliente constrói sobre suas experiências no aqui e agora.

Rudio (2003) inspirando-se no reconhecimento de que o ser humano tem capacidade de

responder por suas questões existenciais, sustenta que em um clima nestas condições o cliente

consegue se deslocar da rigidez para a flexibilidade quanto ao processo de experiênciar,


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passando da dependência para a autonomia. E para isso conta com sua tendência à auto-

realização. Afirma que o organismo está sempre se auto-regulando por meio da imagem de si e

modificando-a para alcançar esse objetivo.

Com base nos conceitos apresentados por Rogers & Kinget (1977a) o termo compreensão

empática é entendido como a atitude do psicoterapeuta quanto à sua forma de se relacionar com o

cliente no contexto terapêutico. Consideram que o nível de compreensão que o psicoterapeuta

constrói na relação terapêutica com o cliente é uma das diferenças mais marcantes da Abordagem

Centrada na Pessoa. Esse tipo de compreensão oferece a possibilidade de se entrar parcialmente

no mundo subjetivo do cliente para entender o sentido do que por ele é expresso por meio das

experiências que faz. Esse conjunto de qualidades facilitadoras (afetividade, receptividade,

simpatia e acolhimento) do processo de comunicação produz uma relação de confiança e o

cliente sente liberdade para apresentar-se a si mesmo. A relação empática é facilitada pela

congruência, por uma consciência plena acerca das atitudes do psicoterapeuta. Uma relação

congruente implica em receptividade em coerência com os sentimentos presentes, ser uma pessoa

na relação com o cliente. A autenticidade do psicoterapeuta produz a confiança necessária para

que o indivíduo elimine suas defesas.

Para Rudio (2003), o que produz os efeitos terapêuticos é a sintonização estabelecida

entre o terapeuta e o cliente; as formas de comunicação além da reflexão, como é o caso da

expressão de autênticos sentimentos por parte do terapeuta e não o método tido como

intervenção. Tal autor informa que embora a prática da autenticidade não seja fácil, oportuniza

uma relação de confiança que permite ao indivíduo uma crença na sinceridade do psicoterapeuta

que produz a confiança necessária para que o cliente possa fazer as correções simbólicas,

acontecendo assim, as modificações da imagem de si.


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Por Rogers & Kinget (1977a), autenticidade é compreendida como sinônimo de

congruência cujo significado abrange questões relativas ao comportamento e à personalidade. À

autenticidade se refere uma posição de honestidade, de agir com originalidade. À congruência

consiste ser o que realmente se é, assumir a imagem de si como expressão consciente da própria

vida; é agir e pensar de acordo com o que se é realmente.

Segundo Rogers & Kinget (1977a) consideração positiva é receber e aceitar o outro no

processo de relação constituído na Abordagem Centrada na Pessoa, quando o psicoterapeuta e o

cliente abrem o em seu campo de experiência e consideram um ao outro de forma positiva.

Ainda, os autores se referem à consideração positiva incondicional, isto é, sem imposições do

psicoterapeuta para aceitar ou não o cliente. Aceitá-lo e respeitá-lo porque sabe da condição de

sua natureza essencialmente positiva, das suas capacidades em potencial. É a capacidade de

compreender o outro independente de como ele se apresenta como pessoa, compreender seu

ponto de vista. Para os autores o individuo necessita de ser aceito como é. Isto ocorre quando o

psicoterapeuta afeta o campo experiencial do cliente e este se sente aceito e acolhido. Em um

nível mais abrangente é uma configuração de experiências relativas à imagem de si que é

influenciada por outras pessoas que se destacam como significativas para ele. Dessa forma a

consideração de uma pessoa por um indivíduo pode afetar a imagem de si positiva ou

negativamente dependendo que significado esta tem para ele.

Rudio (2003) diz que o próprio indivíduo pode ter consideração positiva por si mesmo,

consideração positiva de si, este sente respeito pelos próprios sentimentos, valores pessoais e

amor-próprio independente da atitude de consideração positiva que o outro lhe atribua. Caso

contrário, sente consideração negativa por si: baixa auto-estima, sentimento de rejeição e de

inferioridade. Afirma que a necessidade de consideração positiva de si está intimamente ligada à

consideração positiva ou negativa que os outros tem por ele. Para que o indivíduo exercite sua
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capacidade compreender e resolver problemas é necessário um ambiente favorável que dê a ele

um espaço para abstrair conhecimentos de valores subjetivos concernentes a sua totalidade para

então haver uma significante reconfiguração da imagem de si. Neste contexto, o papel do cliente

é o de buscar em si próprio as condições de estabelecer meios autônomos para transformar a si

mesmo fazendo suas representações na consciência de forma adequada.

Baseando-se nas concepções de Rogers & Kinget (1977a), toda abstração de

conhecimento ocorre pelo processo de avaliação organísmica, é uma avaliação pessoal feita

acerca das experiências e a partir das referências internas do próprio indivíduo, seus valores e

suas crenças, e não se avaliando por critérios de avaliações de outras pessoas que ele tenha em

conta como significativas. Por outro lado, estes autores afirmam que muitas vezes, e de modo

quase inconsciente, o indivíduo avalia sua satisfação em função desses critérios recebidos dos

outros.

2.2 - Respostas Reflexivas

Para Rogers & Kinget (1977b), a tarefa do psicoterapeuta da Abordagem Centrada na

Pessoa reside não somente em sustentar o discurso do cliente, mas consta da tentativa de avaliar

separadamente suas características intelectivas e afetivas que, de fato, são determinantes na

elaboração das respostas reflexivas. Esta atividade requer do psicoterapeuta a condição de atuar

como se fosse o outro, momentaneamente no contexto estritamente experienciado pelo indivíduo,

respeitando seus momentos de reflexão que podem se traduzir por manifestações de silêncio

Porchat & Barros (2006) enfatizam que a compreensão verbal tem importante função

enquanto condição necessária às formas de relação entre psicoterapeuta e cliente, o primeiro deve

visar o indivíduo que tem configurado seu jeito de ser, ter por ele consideração, respeitabilidade
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pelas suas diferenças e não focalizar seus problemas em termos de causas e efeitos. Verificam no

decorrer da sua história profissional que é na prática que o psicoterapeuta adquire esta capacidade

de consideração interativa.

Rudio (2003) define a três modalidades de respostas reflexivas ou compreensivas: i)

reiteração ou reflexo simples, ii) reflexo de sentimentos, iii) elucidação ou clarificação das

vivências emocionais. Compreende-se que estas respostas não podem ser preparadas

preliminarmente à entrevista. O psicoterapeuta deve usar de sua espontaneidade para refletir

essas respostas, procurando sintetizá-las, segundo o nível de sua compreensão para em outro

momento fazer uma análise das respostas que foram refletidas para o cliente.

Rogers & Kinget (1977b) afirma que a resposta reflexiva é um estilo de comunicação que

coloca em primeiro plano as próprias experiências do cliente para que, partindo delas, ele se

oriente e organize seu conhecimento. Esta é a função do psicoterapeuta orientado pela na

Abordagem Centrada na Pessoa: refletir para o cliente suas expressões verbais e não verbais a

partir de um quadro de referência interna do cliente. O psicoterapeuta faz reflexões por meio de

palavras, sobre as informações que o cliente emite em suas diversificadas formas de se expressar

(palavras, gestualidade, olhar, silêncio, tom de voz, postura corporal), no aqui e agora. Cabe ao

psicoterapeuta um papel semelhante, ao de um espelho convexo, concentra e sintetiza o que é

expresso pelo cliente e em seguida emite-os de volta, em direção ao mesmo, mas de forma que

ele se identifique com o que lhe é retransmitido

Em continuidade ao exposto, Rudio (2003) acrescenta que a reiteração ou reflexo simples

é uma síntese correspondente à essência do que foi exposto pelo discurso do cliente. Dirige-se ao

conteúdo estritamente manifesto de sua comunicação, posicionando-a em primeiro plano como

uma forma simples de refletir. É, geralmente, rápida e consiste ou em parafrasear o que é

comunicado pelo cliente, ou em assinalar algum elemento que neste seja relevante, ou ainda
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simplesmente em reproduzir as últimas palavras do cliente de modo a facilitar a continuação do

seu discurso. É utilizada quando a atividade do cliente se reduz à descrição de fatos, destituída de

emocionalidade. Seu efeito tende a estabelecer um clima de segurança favorável à diminuição das

barreiras defensivas do eu, e por conseqüência, a ampliar o campo de percepção. Essencialmente,

serve para criar uma atmosfera de acolhimento, aceitação e de tranqüilidade para o cliente. O

autor a define como uma condição demonstradora de ausência de julgamento e de evidenciar

compreensão por parte do psicoterapeuta.

Ainda na perspectiva de Rudio (2003), o reflexo dos sentimentos e atitudes deve abstrair

das atitudes e dos sentimentos do cliente os conteúdos explícitos e implícitos de suas expressões

(verbais, emotivas, gestuais, etc.). Considera ser este tipo de reflexão mais dinâmico que a

reiteração por abranger o campo perceptivo do cliente. Esta modalidade de reflexão tem por

objetivo descobrir e tornar claro o que está imerso na comunicação do cliente de modo a permitir

que ele perceba tais elementos suscetíveis de serem ressignificados quando trazidos à tona. O

reflexo de sentimentos tende a favorecer a diferenciação ou o reconhecimento de construções

subjetivas distorcidas ou recusadas pela consciência do indivíduo.

Rudio (2003) explica a elucidação ou clarificação das vivências emocionais como um

tipo de resposta reflexiva que abrange os sentimentos apresentados pelo cliente, que refletidos de

forma mais ampliada ou evidente, seja por este experienciado com mais clareza. Tem como

finalidade perceber certos conteúdos ainda não percebidos ou encobertos que não foram

manifestados, mas que estão impregnados no campo experiencial do cliente. Consideram-se

também os sentimentos que não decorrem diretamente das palavras do indivíduo, mas que podem

ser deduzidos do seu discurso. Por ser este modo de reflexão, aparentemente, similar à

interpretação, deve-se pensar na diferenciação entre elas. Na interpretação nota-se a existência de

alguns elementos alheios incluídos à resposta emitida pelo psicoterapeuta para contextualizar o
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que foi expresso pelo cliente, enquanto que na elucidação não existem tais componentes inclusos

no que foi emitido pelo cliente.

Rogers & Kinget (1977a) sustentam que a mudança da imagem de si se efetua por meio

da percepção e avaliação organísmica, as quais a modifica favoravelmente. Com referência aos

efeitos promovidos por essa mudança, os autores dizem que estes se revelam por uma ampliação

da consciência e das capacidades do indivíduo que então passa a responder por si mesmo e por

suas questões práticas de um modo mais consciente e confiante no seu poder de decisão. Este

resultado, supõe uma sincronia das reflexões emitidas pelo psicoterapeuta em resposta as

expressões de profundas experiências subjetivas do cliente, abrindo espaço a um maior

reconhecimento de si mesmo, antes não percebido por divergir-se significativamente de si

mesmo.
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Capítulo – III

A Dinâmica Processual da Psicoterapia na Abordagem Centrada na Pessoa

3.1 A Psicoterapia como um Processo

O modelo teórico da Abordagem Centrada na Pessoa refere-se a uma condição especial,

que permite ao indivíduo uma liberdade experiencial propiciada por um clima permissivo pela

pessoa do profissional que o ampara e o aceita incondicionalmente. Essa liberdade de

experienciar é uma passagem para o encontro consigo mesmo. Tal condição essencial é proposta

como forma de relação terapêutica. Seu resultado é o funcionamento pleno do organismo

(indivíduo em sua totalidade), o desenvolvimento da sua personalidade por meio das capacidades

e potencialidades positivas inerente a todo ser humano.

A psicoterapia como um processo, segundo Rogers (1961) constitui-se em uma escala que

a divide em sete estágios distintos e contínuos. Como são percebidas, as mudanças não

acontecem proporcionalmente no contexto de uma mesma fase. Isto é, uma vez que algumas

dimensões do desenvolvimento da personalidade do indivíduo podem estar, de certa forma,

aspectadas em fases diferentes ou mesmo situar-se entre uma e outra fase, na seqüência evolutiva

da dinâmica da psicoterapia. O que acontece é que simultaneamente o indivíduo pode se

encontrar aspectado em uma das sete fases e trazer algumas das suas características que

permanecem na fase anterior. O mesmo autor explica que essas diferenciações no

desenvolvimento do indivíduo são decorrentes de freqüentes obstáculos ao seu crescimento a

serem por ele superados. Esse autor ressalta que os principais distúrbios psicológicos são
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causados por introjeções feitas pelo indivíduo por meio de valores que são impostos pela família,

pela sociedade e pelas religiões e outras instituições e, se o individuo não reage de acordo com

estas exigências suas reações são consideradas anormais.

A divisão da psicoterapia em estágios possibilita de um lado, o psicoterapeuta acompanhar

o indivíduo em sua trajetória pessoal para a cura, de outro lado, permite as avaliações do

progresso da evolução do indivíduo em seu processo terapêutico e, ainda a condução da

psicoterapia e suas correções conforme os resultados apresentados pelo cliente.

O nível de desenvolvimento do cliente nesse processo é analisado de acordo com as

mudanças que vão se processando por meio das suas informações e expressões emotivas, as quais

se apresentam tanto no espaço terapêutico como em sua vida diária. Para isto, leva-se em conta os

constructos de Rogers (1961) da psicoterapia vista como um processo contínuo que dimensiona

as características das mudanças da imagem de si conforme as suas fases estabelecidas no

processo psicoterapêutico. Como foi mencionado, o efeito terapêutico da Abordagem Centrada na

Pessoa depende de um clima empático criado pelo psicoterapeuta, na sua relação com o cliente. O

psicoterapeuta utiliza a técnica das respostas reflexivas em seus diferenciados movimentos para

entrar no mundo do cliente propiciando as condições necessárias para que este siga em direção

ao entendimento de si mesmo. O psicoterapeuta evita intervir no processo de conscientização do

indivíduo em relação a ele mesmo.

Consideram-se as progressivas modificações das percepções do indivíduo desde uma

forma rígida de perceber e inflexibilidade de atitudes até a maleabilidade e a fluidez relativa aos

sentimentos e pensamentos dirigidos a si mesmo e às suas questões significativas, como

indicadores do estágio em que se encontra. O psicoterapeuta acompanha e respeita o ritmo

individual do cliente nas suas transposições de cada fase. Enquanto necessário o cliente

permanece em cada estágio e, sucessivamente, vai utilizando-se de suas possibilidades internas


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para confrontar determinadas representações distorcidas, fragmentadas ou encobertas do que ele

pensa, sou eu, retratando-as corretamente ao reorganizá-las e unificá-las para o restabelecendo de

um equilíbrio criativo entre suas experiências representadas na consciência e a imagem real de si.

Sobre o progressivo efeito da psicoterapia como um processo, Rogers (1961) sintetiza que

quanto mais o cliente se afasta do ponto inicial da escalada de evolução no processo terapêutico,

mais distante se encontra do rígido funcionamento da estrutura de sua personalidade, tendo como

alvo a atingir uma maior flexibilidade de percepção que permite o funcionamento ótimo da

personalidade. Disso resulta um estado estável de sua subjetiva realidade, pois é exatamente a

rigidez do indivíduo a respeito de si e de suas questões existenciais que impedem sua mudança e

crescimento levando-o ao desajustamento.

Por rigidez perceptual, Rogers (1961) entende que ao fazer suas experiências, o indivíduo

tem uma tendência a se deixar dominar por suas opiniões já formadas e suas crenças, não se

permitindo novas formas de se perceber, tem para si teorias absolutas que busca seguir para se

orientar. Tende a generalizar os fatos e a confundí-los mediantes juízos de valor rígido, confia

mais em abstrações do que admitir para si a realidade.

Rogers& Kinget (1977a) defende que as experiências que são orientadas segundo os

critérios de outras pessoas e não do próprio indivíduo são impostas por alguma condição que

ocasionam os bloqueios em sua percepção tornando impraticável a experiência em si, ou seja, o

contato com o seu Self organísmico. O indivíduo parece se perceber fora de sua morada interna,

de si mesmo, pois seu potencial humano, de certa forma e em alguma medida, encontra-se

interditado; não seguindo seu quadro de referências internas suas experiências não são

diretamente disponíveis à sua consciência. Uma vez que a qualidade da experiência organísmica

esteja comprometida, impede o indivíduo de discernir quem ele é realmente. A função da

Psicoterapia Centrada na Pessoa é proporcionar condições para que o indivíduo ressignifique o


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sentido da imagem de si fazendo novas e corretas representações das suas experiências para que

possa reconhecer a si mesmo.

Rudio (2003) sintetiza que a mudança de compreensão do cliente se faz à luz das

respostas reflexivas e não de modo interpretativo na interpretação. À medida que as defesas

psíquicas do indivíduo são eliminadas, abre-se a via de contato com seu mundo interior e, assim o

indivíduo faz as reelaborações de seus processos mentais.

Com relação à dinâmica da psicoterapia como um processo, Rogers (1961) se refere ao

contínun emergente como relevante característica do processo de mudança das percepções do

indivíduo em relação a si mesmo e a outras pessoas. Afirma que essa dinâmica, além de

possibilitar o desenvolvimento do indivíduo por meio de suas próprias experiências indica a

posição em que este se encontra dentro das fases do continum evolutivo do processo

psicoterápico. O indivíduo utiliza a tendência atualizante que lhe é inerente para ir superando o

padrão perceptual próprio de cada um daqueles estágios. Assim, percebe-se o indivíduo

ampliando seu nível de consciência, fazendo suas avaliações organísmicas por meio dos seus

critérios internos e, se deslocando para as fases finais estabelecidas no processo da psicoterapia.

Rogers (1961) supõe que raramente um cliente consegue atingir os dois últimos estágios

(sexta e sétima fase) do processo de modificação da sua personalidade. Contudo, sentem-se

satisfeitos por alcançarem o quarto estágio. Diz que o mais importante nesse processo é a

integração de seu ser, da imagem de si.

3.2 Sete Fases da Psicoterapia como um Processo

Ao referir-se a primeira fase, Rogers (1961), sustenta que esse estágio se caracteriza por

uma rigidez na estrutura da personalidade do indivíduo, havendo em menor ou maior grau, uma
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tendência à fixação de suas atitudes e percepções. Pode-se notar certa inconsciência acerca das

suas demandas pessoais e por isso uma dificuldade de acessibilidade aos próprios sentimentos. O

indivíduo se omite de uma comunicação consigo mesmo e com os outros. Encontra-se em um

elevado nível de distanciamento da experiência de si e apresenta-se vulnerável e inseguro

tornando-se impessoal em seu discurso, Sua atenção está focalizada em assuntos externos a ele,

preferencialmente sobre questões superficiais. Nesse estágio o indivíduo geralmente se indispõe

à psicoterapia

Rogers (1961) enfatiza que ao iniciar a psicoterapia, o indivíduo normalmente se enquadra

entre a primeira e segunda fase do contínuo no processo psicoterapêutico, visto que as qualidades

e expressões das experiências realizadas por ele não são totalmente rígidas. Na segunda fase seus

bloqueios limitam o desejo de mudança da imagem de si e impedem que sejam aflorados e

reconhecidos os sentimentos mais profundos do individuo. Impossibilitam-no de vivenciar e

abstrair a experiência em seu aspecto afetivo. Além disso, o cliente tende a ser influenciado por

sentimentos experienciados no passado que se confundem com os das experiências de seu

presente.

A segunda fase, de acordo com esse autor, se caracteriza pelo início de uma expressão

mais fluente do cliente relacionada a tópicos não pessoais. O indivíduo continua a expressar

sentimentos de experiências vividas no passado que interferem nas suas percepções atuais quanto

si próprio. Sobre a questão das suas representações distorcidas e acessíveis à consciência a

depender da sua experiência de auto-aceitação trabalhada na primeira fase, seus pensamentos e

sentimentos tendem a serem mais definidos, podem ser exteriorizados, mas não atribuídos ao

próprio indivíduo. Diante de suas perspectivas atuais este reconhece que seus comportamentos

são inapropriados. O indivíduo permanece nesse estágio para adquirir maior compreensão de si

ao se examinar e chegar à conclusão de que tem capacidade para assumir responsabilidades por
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suas questões pessoais. Portanto, as construções mentais do indivíduo ainda são rígidas e

percebidas como fatos substantivados e refletidas como objetos externos a ele. Há uma

preparação para que este se conscientize acerca da ambivalência de seus pensamentos e das

contradições que regem suas percepções.

Em relação à terceira fase de evolução terapêutica, Rogers (1961) afirma que o cliente

tende a expressar e dar sentido aos sentimentos experienciados no passado, em sua maior parte

introjetados e por isso inaceitáveis. São avaliados como humilhantes; indignos; ridículos e outros

que denotam qualidades de inferioridade introjetadas na imagem de si. Há um pouco mais de

aceitação em relação aos próprios sentimentos dentre os quais alguns são reconhecidos como

ambivalentes. Suas construções mentais continuam rígidas, mas pode se observar o início de uma

flexibilidade ao serem expressas, entretanto percebidos ainda como algo externo ao indivíduo.

Um pouco mais de fluência em relação à segunda fase promovida por um pouco mais de

descontração do cliente em conseqüência de uma certa aceitação pelos sentimentos que expressa,

cujos significados pertencem a percepções antigas e não atualizadas. Este estágio permite ao

indivíduo ter um maior discernimento para diferenciar sentimentos e idéias que são propriamente

suas das que particularmente não lhe pertencem.

Segundo Rogers (1961), observa-se que o indivíduo permanece por mais tempo na quarta e

quinta fase e, uma vez que estando em alguma das fases, aspectos relativos aos seus

comportamentos podem expressar características da fase anterior como manifestações

momentâneas, por exemplo, de rigidez de percepção, ou mesmo apresentar momentos da relativa

abertura da fase posterior. Com isto, não se quer dizer que não exista uma regularidade própria de

cada fase. O mesmo autor acrescenta que a quarta fase é caracterizada por uma maior abertura e

flexibilidade das percepções do indivíduo, isto é, menos rigidez na estrutura de sua

personalidade. O indivíduo ainda não consegue se desvencilhar dos sentimentos das experiências
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passadas e os vivencia expressando-os intensamente. Para ele vão se desvendando as

incongruências que se verificam entre a experiências e a imagem de si que se revelam diante das

contradições que se manifestam. O nível de tensão emocional diminui visivelmente nessa fase,

permitindo ao indivíduo se aprofundar mais em seus sentimentos. Ainda a expressão da imagem

de si é para fora do indivíduo sendo reconhecida como um objeto vindo dos outros para si. Sua

insegurança dificulta o processamento dos sentimentos que emergem, no sentido de experienciá-

los inteiramente. Se o cliente se sente aceito como ele é, desde as fases anteriores, a imagem que

tem de si mesmo vai sendo por ele traduzida de forma mais autêntica.

À medida que o indivíduo avança no contínuo de seu processo de desenvolvimento, vai

aumentando possibilidade de mudança e reconhecimento da imagem de si.

Novamente em Rogers (1961), apresentam-se os conceitos que confirmam a evolução do

indivíduo na quinta fase do processo terapêutico. Evidencia-se, nessa fase, a compreensão das

defesas até então entendidas como bloqueios. Embora haja certa compreensão de que as

experiências estão envolvidas por sentimentos, o indivíduo tem dificuldade em defini-los e

explicá-los quando estes se apresentam. Nessa fase, os sentimentos passam a serem expressos nas

experiências imediatas que o indivíduo faz no aqui e agora. Desse modo, a imagem de si passa

pelo sensor crítico do indivíduo sendo diferenciada com um pouco mais de precisão. Desde então

o indivíduo recupera a capacidade de dialogar consigo mesmo e se ouvir, de reconhecer as

incongruências que experiencia e de enfrentar suas contraditórias percepções.

A sexta fase se distingue, segundo Rogers (1961), como resultante das fases anteriores,

pela eliminação dos bloqueios dos sentimentos dando passagem às experiências subjetivas antes

impedidas pelos mecanismos de defesas do organismo (individuo como um todo). Como o

indivíduo se torna capaz de se aceitar sem ressalvas, suas experiências se processam de modo

consciente e integral. A imagem de si não mais se apresenta artificializada ou coisificada. Esta


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dá lugar a uma imagem de si real. As incongruências estabelecidas entre as experiências e a

consciência são desfeitas depois de percebidas por meio do diálogo interior e, por isso, esse autor

se refere a essa fase como crucial e dramática.

Por fim, Rogers (1961) se refere à sétima fase como um estágio em que o cliente alcançou

um funcionamento pleno de seu organismo. Com isso se quer dizer que há suficiente flexibilidade

na forma como o indivíduo se estrutura para fazer suas experiências, agora referenciadas pelos

seus próprios critérios, possui condições de prosseguir atualizando a imagem de si com

confiança, sem a ajuda de um psicoterapeuta, pois está aberto às inovações relativas a todos os

aspectos de sua vida. Tem consciência de si mesmo, uma visão clara de seus objetivos e que

atitudes tomar para alcançá-los. Seu foco de percepção se situa no presente e está aberto a novas

experiências a virem ser integradas à imagem de si.

Essa experiência da mudança da imagem de si requer um saber fazer a experiência ao seu

modo, conforme a confiança que o indivíduo vai adquirindo em sua trajetória de experiências na

psicoterapia como um processo.

O processo psicoterapeutico como um contínuo se define como modelo de atuação no

contexto da Psicoterapia Centrada na Pessoa. Nessa abordagem o profissional não se considera

como uma figura de poder superior ao cliente e, sim, aquele que, como cliente, também necessita

fazer suas experiências em psicoterapia.

Outra questão levantada acerca da Abordagem Centrada na Pessoa diz respeito a situações

em que esta pode ser aplicada. Quanto a isso Rogers (1974) diz que sua aplicabilidade abrange

todas as idades e classes sociais; indivíduos saudáveis bem como os indivíduos com doenças

psicossomáticas; com dificuldades de adaptação; e dependentes. Também é indicada para os

indivíduos com transtornos psicóticos ou neuróticos. No campo das doenças mentais e da

delinqüência, o autor explica que há necessidade de mais pesquisas.


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Capítulo IV

Metodologia

O objeto de investigação neste trabalho, compreende três formulações: (a) investigar o

nível diferencial entre a imagem de si (do cliente) no início e depois da psicoterapia como um

processo;. (b) pesquisar o modo pelo qual a mudança na imagem de si influencia nas experiências

do indivíduo; (c) analisar os efeitos resultantes do processo terapêutico sobre o contato que o

cliente faz com ele mesmo.

A fim de examinar as questões propostas, foram efetuadas revisões da bibliografia teórica

referente à Abordagem Centrada na Pessoa. Além disso, foi examinado um caso clínico, a título

de ilustração dos constructos de Rogers.

4.1. Participante

Segundo a opção metodológica escolhida para esta pesquisa, foi examinado um caso

clínico, com um único participante; nome (fictício): W.V; sexo masculino; idade: 42 anos; estado

civil: solteiro; escolaridade: Ensino Médio; profissão: militar.


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4.2. Materiais utilizados

Para atendimento ao cliente foram utilizados como recursos materiais: sala especializada

com janela/espelhada para observação e supervisão do atendimento ao cliente; lauda do

prontuário padronizado pelo CENFOR.

4.3 Coleta de Dados

O cliente do foi atendido em 14 sessões realizadas durante dois semestres do ano letivo de

2007, respectivamente nos estágios A e B, na área de Psicoterapia Centrada na Pessoa.

Essas sessões foram devidamente registradas em relatórios individuais contendo

informações sobre o conteúdo trabalhado, técnicas utilizadas, horário de início e de término das

sessões e outros aspectos. O cliente preencheu e assinou um formulário de identificação com os

dados acima referidos, data e horário do seu atendimento.

Também foi feito o registro de um trabalho de avaliação dos resultados obtidos no

processo terapêutico ao final de cada semestre, o qual consta de identificação; síntese da história

de vida; síntese da história clínica e da evolução do processo terapêutico do cliente.

Antes de iniciar a psicoterapia, o cliente do caso clínico utilizado para ilustração neste

trabalho foi informado e assinou o Termo de Consentimento (Anexo I), para autorização. Foram

prestados ao cliente, esclarecimentos quanto ao seu atendimento segundo os procedimentos da

Psicoterapia Centrada na Pessoa. Estes foram conduzidos por uma aluna/estagiária do último ano

do curso de psicologia, sob orientação de um professor qualificado e inscrito no CRP – Conselho

Regional de Psicologia, constando os procedimentos da escola-clínica do Centro de Formação de

Psicólogos – CENFOR, a serem aceitos antes do início da psicoterapia.


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4.4. Análise de Dados

Os instrumentos utilizados na psicoterapia do cliente neste caso clínico foram a escuta e

observação do referido cliente pela estagiária-pesquisadora deste trabalho. Feitos esses

procedimentos visando às análises das questões propostas nesta monografia, foram avaliadas as

fases de evolução do cliente no processo da psicoterapia, à luz dos conceitos de Rogers. As

observações realizadas foram sistematizadas em relatórios, que foram posteriormente utilizados

para a elaboração do texto monográfico.


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Capítulo V

A Psicoterapia Como um Processo de Mudança da Imagem de Si: Apresentação e

Discussão de um Caso Clínico

A fim de esclarecer sobre o uso da psicoterapia como um processo de mudança da imagem

de si, do cliente, foi utilizado um trecho da história de um estudo de caso clínico. O que se leva

em consideração, neste contexto em particular, é o exame do alcance do equilíbrio do organismo,

do funcionamento pleno da pessoa, que intervém positivamente na mudança da imagem de si.

Essa mudança passa a influenciar favoravelmente na percepção que o indivíduo tem de si mesmo

e das questões por ele experienciadas, que são subjacentes à sua realidade, à sua natureza

humana, conseguindo assim redistribuir a importância que cabe ao aspecto psíquico, biológico,

social e experiencial, conforme o conceito da auto-regulação atualizadora para o

desenvolvimento e amadurecimento do organismo saudável.

5.1 Síntese da História de Vida do Cliente

Trata-se de uma pessoa proveniente de uma família de classe média, sendo o segundo de

uma prole de quatro filhos. Seu pai sempre foi ausente nas relações afetivas familiares, com

traços de agressividade caracterizados pela rigidez no trato com seus filhos e esposa, não

admitindo desobediências e sempre voltado para aventuras extraconjugais. Sua mãe, submissa ao
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pai, nunca trabalhou fora do lar, extremamente dedicada aos filhos, sempre tentando suprir as

necessidades mínimas de cada um deles, compensar o que faltava na figura do pai.

Quando criança o cliente foi espancado a pauladas pelo pai. Dentre seus irmãos foi o que

mais sofreu agressões por parte do pai. Sua adolescência também foi muito sofrida. Teve que se

responsabilizar pela mãe e sua irmã depois da separação de seus pais, quando a situação

financeira da família entrou em decadência.Começou a trabalhar aos 14 anos, como servente de

pedreiro, quando se iniciou no alcoolismo. Segundo o cliente, vários aspectos de sua infância e

adolescência o marcaram negativamente no âmbito pessoal (psicológico), familiar e social e o

afetam até hoje. No aspecto profissional, quando adulto se tornou soldado Força Aérea e sempre

planejou alcançar postos acima do seu, na área militar, como o seu pai. Teve várias oportunidades

para ser um profissional melhor e estaria indo muito bem em sua carreira. Mas, em conseqüência

de ser alcoólatra, quando era chegado o momento de ser promovido se embriagava, tornava-se

irresponsável e por isso era desprestigiado, punido com detenções, etc. Sofreu muito por tentar

fazer-se reconhecido pelos colegas de trabalho e seu superior e atualmente sua imagem está

desacreditada, principalmente, pelo seu superior. Para proteger sua auto-imagem, agora ele deseja

cortar pela raiz seu plano de carreira e permanecer como um mero soldado, desistindo desse

futuro. Então a única seqüência de ações que ele vislumbra no momento é escapar desses desejos

e tentativas que não deram certo. Assim o cliente demonstrou ter grandes dificuldades em

explorar seus planos, pois acredita que antes de poder concretizá-los, experimenta o fracasso

devido à sua história de alcoolismo.


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5.2 Síntese da História Clínica do Cliente

W. V foi encaminhado à psicoterapia pelo seu superior, tenente da carreira militar, não

veio por vontade própria. Estava detido no quartel por ingerir bebida alcoólica e cometer

arbitrariedades quanto às normas a serem cumpridas: disciplina e horários. Já fez vários esforços

para tratar o alcoolismo sem resultados positivos e, por isso o cliente tem dúvida sobre a

possibilidade de sua cura. Alega ter feito psicoterapia por mais de um ano (desconhece a

abordagem); foi assistido e participou de várias atividades na instituição de Alcoólicos Anônimos

(A.A.). Foi internado em uma clínica (não disse o nome) por cerca de duas semanas. O máximo

que conseguiu foi ficar algum tempo sem se alcoolizar. Não pretendia ser internado novamente.

Disse que desejava descobrir, por meio da terapia, porque ele não consegue vencer a bebida, já

que a bebida é o seu problema; pois não controla a vontade que tem de ingerir bebida alcoólica e

não consegue regular a quantidade que ingere. Comentou que se chegar à causa da sua bebedeira

talvez consiga resolver esse problema que o destrói, prejudica a sua família e outras pessoas que

convivem com ele. W.V. atribui ao fato de ser alcoolista a causa de seus fracassos materiais,

profissionais e emocionais. Entre a opção de ficar detido no quartel militar e comparecer à

psicoterapia, preferiu a segunda. Mas deixou bem claro que esta seria apenas mais uma das vãs

tentativas de vencer o vício de se embriagar.

Entre outros episódios, foram selecionados aqueles que mais freqüentemente foram

declarados pelo cliente durante as sessões de psicoterapia e relacionados às suas expressões

emotivas ao relatá-los: Violência paterna: sentimentos ambivalentes; medo e raiva. Separação dos

pais: sentimentos de abandono, impotência e muita tristeza. Perda de status e de condições

econômicas: necessidades básicas, desprestígio social, vergonha. Traição conjugal pelo lado

paterno: sentimento de ódio pelo pai e desprezo pelas mulheres em geral. Dependência do
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alcoolismo: relaxamento, sensações indefinidas, auto-indulgência. Pouco sociável e tímido se não

está alcoolizado: solidão.

Quando veio à psicoterapia o cliente não era capaz de pensar na mudança de opinião

sobre si mesmo. Depois da 14ª sessão já se viu capaz de discutir consigo mesmo as possibilidades

de realizações há muito prometidas a si mesmo, pois se sente mais livre das amarras emocionais

do passado, encontra-se mais focado no aqui e agora pois, segundo ele, a vida continua.

5.3 Evolução do Processo Terapêutico do Cliente

Segundo os constructos teóricos de Rogers (1961), a psicoterapia é um processo contínuo

dividido em sete fases sucessivas, que se baseia no princípio do desenvolvimento da

personalidade, sem linearidade e com tendência à constante modificação. Sua relação com a

mudança da imagem de si é a de propor um delineamento acerca das seqüências do

desenvolvimento das potencialidades e capacidades do indivíduo tendo como alvo, o quanto

possível, o funcionamento pleno do organismo a partir das qualidades e expressões das

experiências do cliente para a reintegração da consciência de si. Dependendo de um ambiente

favorável promovido pelo psicoterapeuta na Abordagem Centrada na Pessoa, no contínuo do

processo da psicoterapia, ocorrem os desbloqueios dos mecanismos de defesa que impossibilitam

o indivíduo de ser ele mesmo, de reconhecer seus próprios sentimentos e de abstrair a dimensão

afetiva das experiências que faz.


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5.3.1 Primeira e Segunda Fase

Ao iniciar a psicoterapia, de acordo com as distinções das sete fases estabelecidas por

Rogers (1961), o cliente pareceu enquadrar-se na primeira e segunda fase do processo

psicoterapêutico, visto que nas quatro primeiras sessões o mesmo manifestou qualidades e

expressões da suas experiências que caracterizam essas duas fases. Apresentou rigidez na forma

de perceber a si mesmo e o mundo que o rodeia; e interdição no contato com seus mais profundos

sentimentos provocados por bloqueios que impedem o desenvolvimento de personalidade. O

cliente se mostrou confuso entre os sentimentos experienciados no passado e os sentimentos

experimentados no presente manifestando, além de contradições no modo como os experiencia,

medo, indecisão e gaguejo ao expor tais sentimentos em decorrência da falta de comunicação

gerada por simbolizações incorretas, por representações de sentimentos e pensamentos que não

são seus, e portanto, incoerentes com o seu Self real.

A título de exemplificação se podem notar nas expressões emitidas pelo cliente que ele

coloca como um problema externo, fora dele, o fato de se alcoolizar referindo se à bebida como

motivo de todos os seus fracassos, e ao dizer que o seu único problema é a bebida.

O cliente demonstrou que, em suas avaliações, seguia referências externas de pessoas

significativas para ele, tomando-as para si, ao comentar que como dizem os outros

(principalmente sua mãe) é vergonhoso ser dependente da bebida alcoólica, se deixar ser

controlado por esta. O cliente assim se percebe e, para se sentir melhor e aceito pelas pessoas

esforça-se para ser um bom filho, bom funcionário, etc. Relatou que o máximo que consegue

como recompensa são comentários de que é um bom filho e que é a bebida que o estraga.

Como uma das características dessas fases, o cliente manifestou percepções e sentimentos

atuais sobre si mesmo, atrelando-os a experiências vividas no passado. Descreve experiências


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vivenciadas no passado, traduzindo-as por sentimentos, cujo sentido não foi construído no seu

momento presente, ao expressar que sempre sentiu muita raiva de si mesmo e da sua vida por ver

fracassados os seus objetivos profissionais, mas disse que a isto já se acostumou e que única

herança deixada pelo seu pai foi sua autodestruição.

O cliente relatou ter sofrido muito por causar frustrações aos outros quanto às expectativas

acerca das suas tentativas de se livrar da bebida. Demonstrou revolta contra seu pai pelos

julgamentos negativos que este fez a seu respeito; comentou que por isso sempre se sentiu menos

admirado pelos seus irmãos e parentes. Contou que seu pai freqüentemente dizia que ele era um

fraco, que não tinha nenhuma esperança que ele fosse vencer na vida. Por outro lado, defendeu-se

ao expressar, em seu discurso, que beber o deixa mais corajoso, o que não acontece quando está

sóbrio.

Depois das três primeiras sessões de psicoterapia, o cliente apresentou mais as

características da segunda do que da primeira fase de seu processo psicoterapeutico. De acordo

com Rogers (1961), à medida que o indivíduo ultrapassa cada fase, há progressivamente mais

abertura e fluidez das suas percepções, das expressões verbais e emocionais; porém, representa a

manifestação do eu como um objeto fora de si mesmo, nos outros. Em sua fala, o cliente

confirma isso ao relatar que o mundo tem sido muito cruel com ele, que nada vem a ele de graça,

pelo contrário, tudo para ele tem um alto preço. Que provavelmente desmerece qualquer coisa de

bom.

Para Rogers (1961) um dos elementos constituintes da segunda fase é o reconhecimento

que tem o cliente sobre dos seus comportamentos tidos como incabíveis, inapropriados diante do

que gostaria de realizar em atendimento às suas expectativas emocionais. O cliente diz não saber

por que tem atitudes contra si mesmo. Por várias vezes se inscreveu em vestibulares para cursar

economia e na hora de comparecer às provas sempre alegava a si mesmo não ser mais importante
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para ele a meta antes escolhida. Logo depois, se punha a pensar nos irmãos que já tinham uma

formação acadêmica e se entristecia por não ter seguido o mesmo caminho. Pode-se verificar no

seu discurso, o fator contradição próprio dessa fase. Neste exemplo também se verifica que

algumas dimensões de si mesmo parecem começar a se apresentar com um pouco mais de

fluência que a primeira fase. Mas continua a projetar suas vivências no outro, no destino, como

objeto externo a ele, quando expõe que pensava até o momento que parecia a ele que seus irmãos

tinham nascido para dar certo e ele não, que esse pensamento pode não ser verdadeiro, mas a

diferença entre ele e seus irmãos é que eles sabem o que querem da vida.

5.3.2 Terceira Fase

O relato a seguir demonstra que o cliente se encontra possivelmente na terceira fase

descrita por Rogers (1961), na qual o indivíduo expressa seus sentimentos em maior

profundidade. Foi o relato mais carregado de emotividade até o momento (choro), diferenciando-

se dos seus outros assuntos, mais superficiais. Porém, o cliente ainda se encontra envolvido com

os eventos de seu passado. Ressalta que costuma se embriagar até perder todas suas forças

morais e físicas, até desfalecer e ficar caído no chão e ser ajudado por alguém; que sempre que

isto acontece lhe vem o mesmo estado emocional experimentado quando criança, deitado no

chão, encolhido, com sentimentos de impotência, muita tristeza e desalento ao ser por diversas

vezes espancado pelo pai. Sua dicção verbal apresentou uma gaguez. Em seguida relacionou

esses dois momentos dizendo que talvez esse seu comportamento atual tenha a ver com os maus-

tratos recebidos do pai na sua infância. Ainda acrescentou que tem a sensação de saber disso há

muito tempo, mas somente agora está tomando consciência desse mesmo sentimento e de sua

relação com esses dois fatos.


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Afirma Rogers (1961) que nesse estágio há um maior discernimento para se fazer uma

diferenciação dos sentimentos e idéias que são próprias do indivíduo e as que a ele

particularmente não pertencem. Que embora as construções mentais sejam menos rígidas, ainda

são expressas como fatos ou situações externas ao indivíduo. E, ao expressar suas experiências

pessoais, o indivíduo continua a tratá-las na forma coisificada.

Novamente o cliente comenta em seu discurso que na semana anterior à sua 10ª sessão se

sentiu em crise existencial, saiu da psicoterapia muito mexido e pensou em acabar de vez com

seu sofrimento, queria ter um coma alcoólico mas não teve coragem o suficiente para isso. Foi

então beber com intenção de amenizar suas dores. Relatou que de repente se sentiu um covarde e

dizendo a si mesmo: Que droga é isso? O que estou fazendo comigo de novo? Atirou o copo de

bebida na parede do bar e saiu nervoso.

Aplicando os conceitos de Rogers (1961), que dividem a evolução terapêutica em fases,

observa-se que desde a 10ª sessão de psicoterapia o cliente pareceu estar evoluindo da terceira

para a quarta fase, entretanto, ainda trazendo resquícios da terceira fase.

5.3.3 Quarta Fase

O cliente ressaltou que atualmente está analisando seus sentimentos diante das situações

que experimenta e tem reconhecido que muitos sentimentos e pensamentos seus estão vencidos,

não têm mais validade no seu momento presente. Afirmou que agora o foco de sua atenção está

mais voltado para o hoje. Que se antes não existia disposição para uma mudança em si mesmo,

nesse instante está envolvido por uma maior tranqüilidade e relaxamento; por um desejo de

realizar muitas coisas, fazer algo por si mesmo. Assinalou a importância de não se deixar

influenciar pelo que os outros pensam dele, se percebe mais fortalecido para tomar decisões
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independentemente da opinião dos outros. Alegou ter se espantado com suas descobertas sobre

falhas graves cometidas por ele em seu trabalho, principalmente em não assumí-las prontamente.

Comentou que está mais feliz consigo mesmo e sente necessidade de prosseguir na efetivação de

suas mudanças, pois em momentos mais espaçados de tempo aquela tristeza ainda comparece.

Falou que está encarando esse sentimento de uma forma mais realista, sem muitas fantasias.

Comentou também que pensa em procurar um tratamento para depressão, um psiquiatra, mas não

está tão certo de ser este o melhor caminho.

Neste exemplo, está claro que o cliente segue sua trajetória para uma maior profundidade

dentro de si mesmo, arriscando-se mais em se perceber e em analisar suas questões por conta

própria. Fez algumas referências às suas questões afetivas de modo bem diferente com relação às

vezes anteriores. Evidenciou uma mudança de parâmetros em seus comportamentos com a figura

feminina. Verbalizou que saiu com uma ex-namorada com a finalidade de investigar o que ainda

sentia por ela, e percebeu que nutria por ela apenas sentimentos de amizade. Expressou que se

fosse em outra ocasião teria transado com ela somente por transar. No entanto dessa vez a tratou

com a consideração e o respeito que merece. Disse que ao fazer sua auto-análise observou ter

sido um mentiroso consigo, que sempre mentiu a si mesmo, mas entende que foi um processo de

fuga da realidade, que quer ser ele mesmo em todas as circunstâncias e que isso já está ocorrendo.

Segundo Rogers (1961), se o cliente se sente aceito como ele é, a imagem que fez de si

mesmo, nas fases anteriores vai sendo por ele traduzida de forma mais autêntica à medida que ele

avança no contínuo processo da psicoterapia. Dessa forma haverá cada vez mais abertura para a

percepção de si mesmo e, conseqüentemente, maior possibilidade para a mudança e

reconhecimento da imagem real de si.

O cliente percebeu seus sentimentos de fuga das responsabilidades por suas ações quando

os descreveu com clareza dizendo que se aproveitava do fato de ser ele tido como alcoólatra
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como forma de se omitir de suas responsabilidades sobre tudo que ele fazia e não dava certo,

mas logo tinha um sentimento de culpa por agir assim.

Rogers (1961) diz que na quarta fase o nível de tensão emocional decresce a ponto de ser

percebido. O autor diferencia esta fase como um momento propício para a emergência de

sentimentos de aceitação de si mesmo como resultado de uma maior descontração do cliente. Mas

observa que seus sentimentos às vezes não são processados devidamente, pela sua falta segurança

quanto a experienciá-los inteiramente.

Nas três últimas sessões (12ª; 13ª; 14ª) o cliente demonstrou mais independência e

autonomia, embora pareça ter entrado em sua maior crise existencial. Reconhece que na

psicoterapia é ele mesmo quem se analisa, questiona quem é ele e verifica suas questões mais

íntimas. Expressou que se sente menos ansioso, dormindo bem e se percebe tendo um pouco de

prazer em começar seu dia. Disse que está sendo mais seu amigo, respeitando suas limitações;

que se sente ainda inseguro quando se trata de entrar mais a fundo nos contatos com os

ressentimentos que ainda o incomodam, que precisa ir mais devagar.

Pode-se também constatar que o cliente está mais consciente das contradições que

permeiam suas experiências. Na última sessão expressou que está mais consciente de seu valor e

que disse que tem que parar e analisar se o que esta pensando ou sentindo em dadas situações

presentes pertencem realmente a ele ou se tem a ver com o modo de pensar dos outros.

Nota-se uma maior abertura e flexibilidade das percepções do indivíduo, isto é, menos

rigidez na estrutura de sua personalidade. Entre outros comentários, o cliente disse que gosta de

fazer as coisas do seu jeito, está acreditando mais em si mesmo e que essa coisa de perfeição não

existe e que tem experimentado um maior relaxamento, aceitando nele e nos outros as

dificuldades que têm de lidar com determinadas questões, que vendo desta forma fica mais fácil

compreendê-las.
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O cliente não compareceu à psicoterapia por três sessões consecutivas. Na primeira vez que

faltou, veio pessoalmente justificar sua falta, dizendo ser imprescindível estar presente em uma

reunião sobre a organização de uma maratona de corridas de quilometragem extra. Após suas

duas últimas faltas, de acordo com as informações recebidas de seu superior no quartel onde

trabalha, o cliente teve uma crise, (embriaguez excessiva). Por decisão do próprio cliente, ele se

internou por um período de nove meses em uma clínica para alcoólatras. Assim, não se pode

dizer que o cliente se deu alta, como se espera, de acordo com a Abordagem Centrada na Pessoa.

Esta ocorreu circunstancialmente com possibilidade de um retorno do cliente à psicoterapia,

futuramente

Diante das afirmações de Rogers (1961) sobre o nível de evolução no processo

psicoterapeutico de um cliente, notadamente o cliente desse caso clínico chegou a alcançar a

quarta fase da psicoterapia considerada como um processo.


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Capítulo VI

Considerações Finais

No presente estudo observou-se como ocorrem os processos internos do indivíduo

mediante a Psicoterapia Centrada na Pessoa, pela qual a imagem ideal de si se transforma na real

imagem de si.

Por um lado, nessa abordagem, o cliente se predispõe a adequar os conteúdos

representados na consciência. As simbolizações incorretas passam a se transformar em

simbolizações corretas. Nesse sentido, o processo psicoterapêutico visa a estabelecer um acordo

entre as experiências e as representações adequadas daquelas. Por outro lado o psicoterapeuta

compreende que as experiências estavam impedidas de serem simbolizadas corretamente na

consciência do cliente, com o fim de proteger a imagem de si. Na medida em que as

representações vão se tornando cada vez mais adequadas à consciência ocorre uma reorganização

na imagem de si. Dessa forma, as experiências que anteriormente não podiam ser integradas à

consciência são incluídas a partir da sua reorganização, por serem agora simbolizadas de modo

correto. A psicoterapia como um processo contínuo proporciona condições que favorecem as

transformações necessárias para que uma representação incorreta da experiência se torne correta

e conseqüentemente seja aceitável e assim contribui para a mudança da imagem de si.

Essa mudança foi ricamente ilustrada pelo exame do caso clínico explorado neste estudo.

Pôde ser observada uma efetiva mudança na imagem de si, revelada por um conjunto de

modificações que privilegiaram o que era próprio da realidade subjetiva do cliente, o que fazia

parte da sua experiência pessoal no sentido de experimentar maior segurança em agir conforme

seus critérios internos, maior autonomia em tomar decisões desejadas por ele, e não para
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satisfazer outras pessoas. O cliente passou a assumir sua individualidade, sua identidade,

revelando-se aos outros e a si mesmo, naquilo que ele propriamente era, deixando de se sentir

isolado, tendo menos necessidade de artifícios que mascarem a sua experiência.

Essas mudanças foram possíveis na medida em que, por meio das fases da psicoterapia

como um processo, foi se desfazendo a alienação que impedia o funcionamento ótimo da

personalidade do cliente. Em função da sua própria experiência na via contínua dessas fases, o

cliente passou a dirigir-se pela sua própria percepção do mundo e da vida de forma mais positiva,

resultando numa imagem de si atualizada.

Na sua relação com os outros, o cliente passou a experienciar novos valores de si, de

maneira que consegue discernir melhor entre a valorização que se dá e a valorização que assumia

como sua, mas que na verdade vinha de outros. Tornou-se, portanto, menos influenciável por

referenciais externos, por confiar mais em seus critérios de avaliação, ao considerá-los como

sendo, senão os melhores, pelo menos os mais adequados para si mesmo.

Pelo que se pôde, também, notar houve uma modificação significativa de seu sistema de

auto-regulação que lhe permite, neste momento, uma flexibilização suficiente para o

funcionamento pleno e equilibrado do organismo.

À medida que se foi estreitando o contato do cliente com ele mesmo as dificuldades, em

geral, que anteriormente se apresentavam como entraves, para o funcionamento pleno do

indivíduo foram sendo progressivamente desmontadas.

No que se refere ao modo pelo qual a mudança na imagem de si influenciou as

experiências do cliente, os resultados obtidos, indicam que o indivíduo as trata de maneira mais

realista, tem mais autonomia para lidar com elas. Se anteriormente à psicoterapia o cliente se

colocava como vítima de seus conflitos, atualmente ele se mostra com mais capacidade de

confrontá-los. Desde então iniciou uma rápida escalada no seu processo de ajustamento,
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adquirindo maior confiança e discernimento para atuar em sua vida em geral e assume as

responsabilidades sobre suas questões pessoais, embora com certa hesitação quanto às decisões a

serem tomadas. Com um pouco mais de liberdade frente às tensões emocionais, o cliente

expressa em seu discurso, uma diminuição da vontade de se alcoolizar, mas tem consciência de

que nada pode e nem quer prometer a si e aos outros.

O estudo permite concluir que, como postulam Rogers e seus seguidores, a partir de um

melhor funcionamento do organismo verifica-se um reparo que influi positivamente no modo do

indivíduo se perceber, fazer suas experiências e encarar sua vida. O indivíduo percebe com

nitidez as incongruências entre a experiência e a imagem de si, aprofunda-se em suas questões

existenciais; reconhece os sentimentos a estas relacionados; mesmo com alguns receios se dispõe

a confrontá-los e experienciá-los coerentemente. Aprende discernir quais são os seus próprios

critérios para fazer suas avaliações. E, conseqüentemente, confirma-se a mudança dos

comportamentos do cliente diante das experiências que faz, quando analisados após a mudança

da imagem de si alcançada no contínuo evolutivo do processo psicoterápico. Diante dos

resultados obtidos foi possível estabelecer uma relação entre a Abordagem Centrada na Pessoa e

a confiança que leva o cliente à condição de entender-se, como verdadeiramente é, reconhecer

suas possibilidades reais de enfrentar suas questões tanto de ordem subjetiva, quanto prática.

Ao longo desta reflexão se chega a uma conclusão final deste estudo. A avaliação da

mudança da imagem de si é emitida pelo próprio cliente, conforme seu julgamento a respeito de

si mesmo. E esta auto-avaliação é estabelecida por seus próprios critérios.


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Anexos
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Anexo I

Termo de Consentimento

Declaro estar ciente que:


1. Serei atendido no processo de___________________________________________que
será conduzido por um aluno/esragiário do último ano do curso de Psicologia do
UniCEUB, que será orientado por um professor devidamente qualificado e inscrito no
CRP – Conselho Regional da Psicologia.
2. Os atendimentos poderão ser observados através de uma sala destinada a este fim, para
que o estagiário possa ser orientado pelo professor–supervisor e para que outros alunos
possam também aprender com o acompanhamento do caso.
3. O estagiário guardará segredo (sigilo profissional) em relação ao que for tratado nas
sessões, exceto na supervisão.
4. Nos casos em que o cliente for inscrito no CENFOR por Instituições/Empresas, o
professor-supervisor poderá encaminhar laudos psicológicos a um outro profissional da
mesma área, a critério da Instituição/Empresa e/ou a critério do próprio CENFOR.
5. Como o CENFOR visa à formação profissional dos alunos do Curso de Psicologia do
UniCEUB, os dados obtidos por meio dos atendimentos poderão ser divulgados
publicamente, seja como relatório, artigo, monografia ou simpósios, congressos, etc.,
mantendo – se o sigilo e o anonimato do cliente.

Data: ____/____/_____

Nome:________________________________________________________________

RG:_________________

__________________________________
Assinatura
Licenciado para - Márcio de Carvalho Bitencourt - 79469027787 - Protegido por Eduzz.com

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