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Caderno

A INTENVENÇÃO EM TERAPIA COGNITI- Científico


VO-COMPORTAMENTAL APLICADA EM Fagoc de
DEPENDENTES QUÍMICOS Graduação ISSN: 2525-5517
e Pós-Graduação
Pós-Graduação em Terapia Cognitivo-
Comportamental

MENDONÇA, Letícia Gonçalves Tolomeu 1


COELHO, Tatiana Costa 2
INTRODUÇÃO

O termo “Terapia Cognitivo-


comportamental” foi desenvolvido por Aaron
RESUMO
Beck em forma de psicoterapia na década de 60.
O objetivo deste artigo é apresentar uma revisão
Psicanalista atuante, Beck desenvolveu estudos
sobre a intervenção eficiente com base na
com o intuito de validá-la, para, assim, ser
abordagem Terapia Cognitivo-comportamental
aceita na comunidade médica. Entretanto, suas
- TCC para a dependência química em adultos,
pesquisas o levaram a obter outras explicações,
a qual se dá por meio de técnicas assertivas
e ele identificou pensamentos distorcidos
para que o sujeito alcance seu objetivo.
(errôneos) e negativos como característica da
Quanto à metodologia, este estudo é uma
depressão (BECK, 2013).
revisão bibliográfica utilizando banco de dados
A Terapia Cognitivo-comportamental
eletrônicos (Scielo, Bireme, Pepsic, Mediline) e
é estruturada ou semiestruturada, de curta
levantamento bibliográfico (revistas, teses de
duração, voltada para o presente, direcionada
mestrado e doutorado, livros especializados
para solução dos problemas atuais, modificação
em dependência química e terapia cognitivo-
de pensamentos negativos sobre si mesmos,
comportamental), utilizando os termos: Terapia
seu mundo e seu futuro e comportamentos
Cognitivo-comportamental; Intervenção;
disfuncionais (BECK, 2013).
Tratamento; Dependência química. Conclui-se
Beck apresentou, na década de 90 do
que a TCC é uma abordagem efetiva nos casos
século XX, seu modelo cognitivo de abuso
de dependência química, pois ela é seguida de
de substâncias, o qual propõe modificar as
técnicas eficazes que são fundamentais para a
interpretações dos indivíduos de situações ou as
melhora do quadro do individuo dependente de
crenças disfuncionais sobre o uso da substância,
substâncias. .
questionar seus pensamentos automáticos,
elaborar crenças e pensamentos alternativos no
Palavras-chave: Terapia Cognitivo- manejo de suas fissuras e no desafio das crenças
comportamental. Intervenção. Tratamento. permissivas, a fim de desenvolver um modo de
vida sem drogas e assumir, frequentemente,
Dependência Química.
decisões que modifiquem o funcionamento do
processo de dependência (KNAPP; LUZ JUNIOR,
2014, p. 282).
Na aplicabilidade da Terapia Cognitivo-
1 FAGOC. E-mail: leticiatolomeu@gmail.com comportamental com o usuário de substâncias,
2 FAGOC. E-mail: tatiana.coelho@fagoc.br
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são utilizadas técnicas, como a de identificação, de que um processo interno e pensamentos
avaliação e questionamento dos pensamentos influenciam os comportamentos e as emoções de
automáticos (PA), registro de pensamento um indivíduo.
automático disfuncional (RPD), identificação, Cada pessoa pode interpretar esse evento de
avaliação e modificação das crenças, seta uma forma, tornando-o agradável, hostil ou
descendente, solução de problemas, distração, ameaçador. No entanto, pode gerar sentimentos
exame de vantagem e desvantagem, exposição de medo, raiva, felicidade ou tristeza e, por
gradual e dificuldade crescente, agendamento conseguinte, comportamento agressivo, retraído
e monitoração, experimento comportamentais, ou espontâneo (LARANJEIRA; ZENELATTO, 2018).
cartões de enfrentamento, exercício físico, A TCC identifica e trabalha com três níveis de
relaxamento, dramatização e treinamento de cognições: crenças nucleares, crenças subjacentes
assertividade (KNAPP; LUZ JUNIOR, 2014, p. 286), e pensamento automático (PA).
psicoeducação e prevenção de recaída. As crenças nucleares são os nossos conceitos
A dependência química é caracterizada mais enraizados sobre o mundo, as pessoas
com uma doença crônica que permanece no e nós mesmos. Elas se constroem a partir de
sujeito por sua vida inteira, mas que, se tratada, experiências e fortalecem ao longo da vida,
é controlada. Pode aparecer como solução de moldando a nossa percepção e interpretação
conflitos familiares, preconceitos, dificuldades de dos fatos e consequentemente o nosso jeito
se relacionar e problemas financeiros, mas muitos psicológico de ser. Desse modo, vamos trabalhar
usuários dependentes químicos experimentam com a modificação das crenças nucleares
prejuízos à saúde – física, cognitiva, psicológica, disfuncionais, pois o indivíduo irá internalizá-las
familiar e social. como verdade absoluta.
Diante do exposto, questionamos: Já as crenças subjacentes são normas, padrões
qual a importância da Terapia Cognitivo- e atitudes que adotamos e norteiam a nossa
comportamental como uma ferramenta suporte conduta, enquanto os pensamentos automáticos
para o individuo dependente químico? Partindo são pensamentos que aparecem diariamente,
desse questionamento, este artigo justifica-se de forma rápida, automática e involuntária. Os
mediante o interesse em conhecer a intervenção que vêm em forma distorcida, exagerada, errada
em terapia cognitivo comportamental e, em podem desenvolver uma psicopatologia, pois
especial, a contribuição desta para dependentes moldam as ações e emoções dos indivíduos em
químicos.
resposta aos acontecimentos da vida. A terapia
Objetivou-se neste trabalho descrever
trabalha com a modificação dos pensamentos,
a intervenção em terapia cognitivo-
levando a uma melhora no humor e, com a
comportamental de dependentes químicos que
mudança da crença nuclear, a uma melhora no
estão na fase adulta, no sentido de atender às
transtorno (KNAPP et al., 2007, p. 22).
demandas que se apresentam nos cuidados com
De acordo com Knapp et al. (2007), a TCC é
esse público.
caracterizada como um processo terapêutico
colaborativo, em que paciente e terapeuta
exercem um papel ativo e estabelecem metas de
REFERENCIAL TEÓRICO
tratamento, agendas com o que vai ser trabalhado
nas sessões, tarefas de casa, além de avaliarem
Terapia Cognitivo-comportamental o processo clínico ao longo dos atendimentos. A
terapia é orientada à resolução de problemas, ao
desenvolvimento de habilidades no paciente para
A Terapia Cognitivo-comportamental a resolução independente de seus problemas
(TCC) tem como premissa básica a afirmativa presentes e futuros. A abordagem necessita de
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uma aliança terapêutica sólida, embasada no Quadro 1 - Critérios diagnóstico da dependência de
conceito de empatia, fator necessário, ainda substâncias
que não suficiente, para a mudança de aspectos
clínicos.
O processo terapêutico tem caráter de duração
curta e limitada, o que torna essa abordagem
adequada à situação socioeconômico atual e
possibilita seu uso pelo sistema publico de saúde
e convênios (ZENELATTO; LARANJEIRA, 2018, p.
90). Além disso, mostra-se eficaz em tratamentos
relacionados à depressão e a outros transtornos
psiquiátricos, bem como ao tratamento da
dependência química (RANGÉ; MARLLAT, 2008;
KNAPP; LUZ JUNIOR; BALDISSEROTTO, 2008) e em
diferentes populações, independentemente da
cultura e do nível socioeconômico e educacional
(ZENELATTO; LARANGEIRA, 2018, p. 91).

A terapia cognitivo comportamental para


dependência química
Segundo Zenelatto e Laranjeira (2018), o
Segundo Zenelatto e Laranjeira (2018), a Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos
dependência química é resultado de um conjunto Mentais (DSM-5) e a Classificação internacional
de ideias que têm uma evolução científica de de Doenças (CID-10) apresentam critérios
menos de 300 anos e as definições atuais, com que auxiliam na identificação do diagnóstico
pouco mais de um século. É caracterizada por um do Transtorno por Uso de Substância (TUS),
padrão de consumo compulsivo de substância, antes especificados pelos termos “abuso”
apresentando no mínimo três dos sete critérios e “dependência”. Segundo o DSM-5, para
de diagnóstico elaborados por Edward e diagnosticar o TUS, tem que haver um padrão de
colaboradores. O consumo, na maioria das vezes, uso de qualquer tipo de substância que gere um
está voltado para a evitação ou alívio dos sintomas sofrimento ou comprometimento clinicamente
provocados pela abstinência, interferindo no significativo, percebido por pelo menos dois
desempenho de atividades e relações sociais, critérios a seguir, que devem ocorrer pelo período
levando o indivíduo a abandoná-las em função do mínimo de 12 meses:
uso. a) A substância é consumida em
maiores quantidades, frequentemente ou por um
período maior de tempo que o pretendido.
b) Vontade persistente ou esforços
malsucedidos na tentativa de diminuir ou
controlar o uso da substância.
c) Fissura, desejo intenso de usar a
substância.
d) Uso recorrente da substância,
apresentando fracassos no desempenho de

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papéis em casa, no trabalho ou escola. abusivo da substância ou comprometimento
e) Uso continuado da substância, do funcionamento cognitivo relacionado com a
apesar dos problemas causados pelo seu uso. substância.
f) Abandono ou redução de A dependência química leva a vários
atividades consideradas importantes ao indivíduo prejuízos nas áreas de funcionamento da vida
devido ao uso da substância. do indivíduo, contudo o diagnóstico do paciente
g) Uso continuado da substância, com o Transtorno por Uso de Substância é
mesmo em situações nos quais esse consumo fundamental para dar início o quanto mais rápido
representa riscos à integridade física. ao tratamento.
h) O consumo é mantido apesar A TCC em dependência química se inicia
da consciência de se ter um problema físico ou mediante a compreensão e conceituação do
psicológico persistente ou recorrente que tente caso do paciente (crenças, pensamentos e
ser causado ou exacerbado por esse uso. comportamentos). A função do terapeuta é
i) Tolerância, definida como: auxiliá-lo a ter uma mudança cognitiva, o que se
necessidade de quantidades maiores de constitui em uma transformação do pensamento
substância para atingir a intoxicação. distorcido e das crenças, o qual gera uma alteração
j) Abstinência manifestada por: emocional e comportamental duradoura. Essa
síndrome de abstinência característica de teoria é sugerida para pacientes com diferentes
substância utilizada. rendas, idades, níveis de escolaridade, ou seja,
Segundo o CID-10, o diagnóstico de para todas as pessoas, podendo ser trabalhada
dependência deve ser feito se três ou mais dos das seguintes formas: em grupo, individual,
critérios abaixo são manifestos durante os últimos familiar e casal (BECH, 2013)
12 meses. Segundo o modelo cognitivo proposto
a) Forte desejo para consumir a por Aron Beck, o modo como uma pessoa
substância. interpreta uma situação específica influencia
b) Dificuldades em controlar o seus sentimentos e a forma como se comporta.
comportamento de consumir a substância. Tais interpretações são moldadas pelas crenças
c) Estado de abstinência fisiológica, ativadas por essas situações. Desse modo,
quando o uso da substância foi interrompido uma mesma situação pode gerar diferentes
ou reduzido, evidenciado por: síndrome de emoções (alegria, tristeza, raiva, etc.) e diferentes
abstinência característica da substância ou uso comportamentos, dentre eles o uso da substância
da mesma substância (ou de uma intimamente química. Essa tríade (avaliação cognitiva, emoção
relacionada) com a finalidade de aliviar ou evitar e comportamento) é a base do modelo cognitivo
os sintomas de abstinência. (ZENELATTO; LARANJEIRA, 2018, p. 104).
d) Evidências de tolerância, de forma O pensamento distorcido é comum em
que porções maiores da substância são usadas qualquer transtorno psicológico, o que sugere o
para alcançar efeitos originalmente produzidos modelo cognitivo. Confia-se que, quando aprende
por doses mais baixas. a avaliar os seus pensamentos de uma forma
e) Aumento da quantidade de tempo mais adaptativa, o indivíduo obtém uma melhora
necessário para obter ou consumir a substância na sua condição emocional e comportamental.
ou recuperar-se de seus efeitos. As sessões criam uma oportunidade de correção
f) Persistência no uso da substância, desses pensamentos negativos e fortalecem um
mesmo ciente das consequências nocivas, olhar mais positivo sobre si, dos outros e do
como danos ao fígado decorrente do consumo mundo, fazendo com que tenham comportamento
demasiado de bebidas alcoólicas, estados de mais funcional (BECK, 2013).
humor depressivos consequentes a consumo Segundo Knapp (2004), o modelo
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cognitivo do uso de substância se dá na forma de casa (LARANJEIRA; ZENLATO, 2018).
situação estímulo, crenças centrais e sob o uso Considerando os estudos de Silva & Serra
de substâncias, pensamento automático, fissura (2004) e Moraes (2008), as principais técnicas
(craving), crenças permissivas, plano de ação e da TCC utilizadas no tratamento da dependência
uso contínuo de recaída. química são:
As crenças adictivas mudam de pessoa • Identificação de pensamentos
para pessoa e conforme o tipo de substância automáticos (PA): são pensamentos ou ideias que
escolhida por quem está à procura de prazer, vêm de forma espontânea, podem vir distorcidos
alívio, desconforto e da solução de problemas e geralmente são aceitos como verdadeiros.
(BECK et al., 1993). • Registro diário de pensamentos
A dependência química é de difícil automáticos disfuncionais: consiste em registrar
tratamento e de pouca adesão quando comparada os pensamentos automáticos distorcidos, aqueles
a outros transtornos. Entretanto, alguns estudos que causam algum desconforto e podem levá-lo a
vêm demonstrando bons resultados por meio fazer o uso da substância.
da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), • Solução de problemas: essa técnica
com o uso de técnicas e táticas realizadas cujo auxilia o paciente a identificar os problemas,
foco é a alteração de crenças e pensamentos pensar nas possíveis soluções, escolher a que for
disfuncionais sobre o uso de substâncias em favor melhor e a mais efetiva.
dos pensamentos e crenças funcionais (KOLLING; • Exame das vantagens e
PETRY; MELO, 2011). desvantagens: essa técnica é uma tabela
que deve ser preenchida com as vantagens e
Técnicas cognitivo-comportamentais aplicadas desvantagens de usar a substância e as vantagens
ao tratamento da dependência química e desvantagens da abstinência. Com isso, auxilia
o paciente na tomada de decisão, pois consegue
pensar sobre as vantagens e desvantagens em
A terapia cognitivo-comportamental
usar a substância.
é composta por técnicas que auxiliam na
• Distração: consiste em mudar
modificação de crenças e pensamentos que
o foco da atenção para a outra situação ou
acarretam sofrimento psicológico para o individuo
ambiente ou objeto, fazendo com que pare de
(Abordagem Cognitivo-comportamental para
focar a atenção do seu mundo interno e vá para o
Dependência Química). No entanto, é possível
externo.
ensinar técnicas para o paciente utilizar entre as
• Cartões de enfrentamento: são
sessões, como também as formas e o momento
cartões feitos pelo paciente, contendo frases
de usá-las, promovendo os ganhos terapêuticos e
importantes discutidas e refletidas em terapia,
incentivando-o a utilizá-las em situações futuras
que irão auxiliá-lo no momento em que mais
(LARANJEIRA; ZENLATO, 2018).
precisar.
Em meio às técnicas mais empregadas na
• Relaxamento: são técnicas de
TCC, destaca- se a psicoeducação, que propõe
exercícios respiratórios e relaxamento muscular
informar ao paciente dados sobre o tratamento
progressivo, por meio das quais podem contribuir
em terapia cognitiva comportamental, o
na dependência, no período de abstinência e até
funcionamento do seu modelo cognitivo (o que
mesmo na redução da ansiedade.
o leva ao uso da substância) e seu diagnóstico.
• Treinamento de assertividade:
A intervenção por meio dessa técnica acontece
nesta técnica, deve-se trabalhar com o paciente
através de materiais psicoeducativos, como forma
para que ele seja mais ativo ao lidar com situações
de leitura ou resumo de informações com temas
da sua vida.
variados durante as sessões ou como tarefa de
• Prevenção de Recaída: tem como
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principal objetivo criar estratégias para prevenir à população brasileira e mostrando o quanto sua
ou manejar situações que o leve a recaída. aplicação e utilização são eficazes no tratamento.

METODOLOGIA CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através deste estudo de revisão de


Busca sistemática em bancos de dados bibliográfica pôde-se comprovar que existem
eletrônicos (Scielo, Bireme, Pepsic, Mediline) e poucos estudos a respeito do tema em questão.
levantamento bibliográfico (revistas, teses de Tal carência pode estar relacionada ao fato de
mestrado e doutorado, livros especializados a abordagem TCC ser recente e estar ainda em
em dependência química e terapia cognitivo- expansão no campo da psicologia e do tratamento
comportamental), utilizando os termos: da dependência química.
intervenção; tratamento; terapia cognitivo- Os resultados encontrados conseguiram
comportamental; dependência química. ratificar a eficácia da TCC no tratamento da
Podemos observar nesta pesquisa que dependência química, entretanto ainda há muito
autores como Silva e Serra (2004); Rangé e Marlatt que se pesquisar. Este estudo ficou limitado, pois
(2008); Moraes (2013); e Zenelatto e Laranjeira é constituído de um estudo de revisão, portanto
(2018) relatam em seus estudos a eficácia da TCC sugere-se a realização de pesquisas por meio
e de suas técnicas no tratamento da dependência de estudos de caso para melhor compreender
química. a eficácia das técnicas e o desenvolvimento do
paciente no tratamento da dependência de
substância.
RESULTADOS

REFERÊNCIAS
No desenvolvimento do artigo, verificou-se
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. DSM-V. Manual
que o número de estudos a respeito da eficácia da diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. 5. ed.
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da dependência química não apresentou um BECK, J. S. Terapia cognitiva: teoria e prática. Porto Alegre:
número significativo de publicações, o que não Artmed, 2013. 520 p.
confirma a hipótese levantada. Entretanto, os BECK, A. T.; WRIGHT, F. D.; NEWMAN, C. F.; LIESE, B. S.
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substâncias, divulgando essa opção terapêutica KOLLING, N. M.; PETRY, M.; MELO, W. V. Outras abordagens
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