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UNINASSAU NATAL

GRADUAÇÃO EM DIREITO

ANTONIONE BALBINO DE OLIVEIRA – 4 NB

NEXO DE CAUSALIDADE E AS RELAÇÕES TEÓRICAS

NATAL/RN
2023
ANTONIONE BALBINO DE OLIVEIRA – 4 NB

NEXO DE CAUSALIDADE E AS RELAÇÕES TEÓRICAS

Atividade avaliativa do Curso de


Direito da UNINASSAU Natal,
Turma 4 NB, tida como requisito
para obtenção de nota parcial da
Disciplina Responsabilidade Civil
ministrada pelo Profª. Me Kate
Oliveira.

NATAL/RN
2023
NEXO DE CAUSALIDADE E AS RELAÇÕES TEÓRICAS

Dada a complexidade da Responsabilidade Civil em face das teorias


doutrinárias, onde temos a interpretação do nexo de causalidade como ponto
preponderante, visto que entre a conduta e o dano pode ter inúmeras
possibilidades e particularidades, é importante que possamos entender cada
uma das teorias pois a reparação do dano causado a vítima vai determinar o
sentido do raciocínio. Para que qualquer uma das teorias sejam analisadas, é
necessário que exista o nexo de causalidade entre um comportamento e um
resultado, mas como podemos afirmar que a efetiva lesão ao bem jurídico foi
objeto daquela ação humana? Como um juiz vai dizer se ela foi suficiente se
estamos falando de uma responsabilidade extrajudicial? O conhecimento da
causalidade é o que vai determinar o processo causal. Pois bem, vamos as
doutrinas e suas reflexões.

A Teoria da Equivalência das Condições tem o mérito de individuar as


condutas humanas, mas peca por apresentar respostas absolutamente
contrárias ao mínimo senso de justiça, principalmente em matéria civil que é o
que estamos estudando. Portanto, apesar dessa se ater a realidade dos fatos, a
superveniência causal e anteriores, a depender do que o intérprete considere,
pode levar a resultados extremamente contraditórios, quando não se torna
indecifrável. Um juiz não pode intuitivamente, por capricho ou arbitrariedade,
definir sobre leis causais e imputar resultado a uma determinada conduta. Diante
da prioridade constitucional de proteger a dignidade da pessoa humana e da
solidariedade social, onde o objetivo é reparação plena dos direitos da vítima
pelos danos causados por condutas antecedentes, a Teoria do Dano Direto e
Imediato foi adotada pelo nosso código civil. A responsabilidade objetiva e a ótica
existencial, frente aos elementos da culpa fomentou novos elementos da
responsabilidade civil em caráter compensatório ao dano causado a vítima. A
finalidade de identificar o agente causador do dano e promover a devida
reparação, trouxe maior flexibilização a análise do nexo de causalidade em favor
da vítima. Entretanto, tal teoria não deixa de ser uma segurança ao agente e ao
processo causal, pois a separação das condutas implica em uma observação de
vínculo direto com o dano e subsequentes.
Todavia, apesar da compreensão de que no liame causal, somente pode
ser considerado causa se esta tenha ligação direta com o dano sem qualquer
interferência no processo, emergiu a discussão da necessariedade para esticar
o nexo causal por dano indireto a vítima, assim, a restrição trazida na teoria do
dano direto e imediato deu surgimento a Teoria da Causalidade Adequada, ou
seja, um novo elemento de parâmetro da causalidade. Passou-se a verificar a
homogeneidade das condutas seja do agente, da vítima e de fatos
supervenientes presentes no nexo de causalidade. Não que seja um regresso
ao infinito, como peca a Teoria da Equivalência das Condições, mas a corrente
primitiva deve ser mantida para que se sustente buscar a causa mais apta a
produção do dano, portanto, a Teoria da Causalidade Adequada, frente a Teoria
do Dano Direto e Imediato, por sua flexibilidade de suposição aos eventos com
observância a presunção do Direito, é a que mais encontra fundamento no nosso
ordenamento jurídico.

Trago a decisão do STF, em Recurso Especial Nº 326.971 - AL


(2001/0060600-3), para apreciação e exemplificar a relações entre teorias,
condutas, danos, nexo de causalidade, superveniência e principalmente a tutela
do bem jurídico da vítima.

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