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ENSAIO OPINATIVO ( "A DOENÇA COMO METÁFORA”)

Thaís T. Girotto - RA 044523

"A Doença como Metáfora", escrito pela renomada autora e crítica literária Susan
Sontag, é um livro que se destaca ao explorar a relação intrincada entre linguagem e
doença. Publicado pela primeira vez em 1978, o livro oferece uma análise provocativa e
perspicaz das metáforas usadas na sociedade para descrever doenças graves, como
tuberculose e câncer. Ao longo desta obra, Sontag nos convida a re etir sobre as
implicações dessas metáforas na compreensão e no estigma que cercam as doenças,
lançando luz sobre questões fundamentais relacionadas à linguagem e à saúde.
Uma das principais contribuições de "A Doença como Metáfora" é sua exploração
da relação simbólica entre a linguagem e a doença. Sontag argumenta que a sociedade
frequentemente recorre a metáforas para descrever doenças graves, atribuindo-lhes
signi cados negativos e associando-as a ideias de fracasso pessoal, punição divina ou
fraqueza moral. Essas metáforas, de acordo com a autora, acabam perpetuando
estereótipos e preconceitos, aumentando o sofrimento dos indivíduos afetados pelas
doenças.
Ao examinar as metáforas, Sontag levanta a questão crucial sobre como a
linguagem molda nossa compreensão e tratamento das doenças. Ela argumenta que, ao
utilizarmos metáforas belicosas ou moralizantes, reforçamos a noção de que a doença é
uma punição ou um fracasso pessoal. Essas associações negativas podem levar ao
estigma, ao medo e até mesmo à discriminação contra as pessoas doentes. Ao invés
disso, Sontag nos desa a a adotar uma linguagem mais precisa e compassiva, que
reconheça a complexidade da experiência da doença.
Além disso, Sontag explora as metáforas em relação ao câncer e à tuberculose,
destacando como a sociedade tende a culpabilizar os indivíduos afetados. No caso do
câncer, ela questiona o estereótipo do "câncer de personalidade", que sugere que certos
traços de caráter podem causar a doença. Essa visão simplista e reducionista coloca um
fardo adicional sobre os doentes, levando-os a se culparem por sua condição. Sontag
também analisa a tuberculose como uma doença associada à criatividade e à
sensibilidade artística, enfatizando como essa romantização pode obscurecer a realidade
dos sofrimentos físicos e emocionais dos doentes.
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Ao ler "A Doença como Metáfora", somos desa ados a re etir sobre nossas
próprias crenças e preconceitos em relação à doença. É um convite para desenvolver
uma linguagem mais cuidadosa e compassiva, que reconheça a complexidade da
condição humana e apoie aqueles que enfrentam doenças. Em última análise, o livro nos
incentiva a mudar nossa forma de pensar e falar sobre a doença, abrindo caminho para
uma sociedade mais informada, sensível e solidária.

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