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Totalitarismo

O conceito de totalitarismo não se restringe ao autoritarismo. Este último é apenas


uma das características dos regimes totalitários. Segundo pesquisadores, o
totalitarismo é uma forma de governo na qual o Estado concentra todos os poderes e
regulamenta aspectos da vida pública e privada dos cidadãos. Ele se opõe ao Estado
liberal, uma vez que se baseia em uma ditadura monopartidária, centrada na figura de
um líder. No regime totalitário, a polícia política e a propaganda, controladas por esse
líder, espalham o clima de terror por toda a sociedade, perseguindo seus opositores e
grupos acusados pelos problemas existentes naquele país: em geral, minorias étnicas,
homossexuais e opositores políticos.
Como define o filósofo político Norberto Bobbio: Os elementos constitutivos do
Totalitarismo são a ideologia, o partido único, o ditador e o terror. [...]

Pode pedir para os alunos fazerem uma pesquisa sobre milicianos e como eles
agem atualmente, assim como foi no período fascista. Camisas negras
A nazificação do cotidiano
A ideologia nazista estendeu-se também às escolas e universidades. Todos os
professores, dos jardins da infância à universidade, foram compelidos a se filiar à Liga
Nacional-Socialista de Professores e a ensinar o que lhes era ordenado. As
universidades alemãs, outrora famosas por sua pesquisa científica, tornaram-se
centros de ciência racista. Fora das escolas, organizações de juventude
independentes (incluindo as das Igrejas) foram banidas e todos os jovens alemães,
rapazes e moças, desde a idade de 6 anos, foram induzidos a se filiar à Juventude
Hitlerista. Aos 18 anos, os rapazes eram conscritos a servir (ou trabalhando ou no
exército) e as moças chamadas para serviços domésticos e para as fazendas. Durante
esses anos de formação, os jovens ficavam sujeitos a uma contínua doutrinação na fé
nazista.
Tanto o nazismo quanto o fascismo foram movimentos políticos e ideológicos que
surgiram na Europa no século XX e compartilharam algumas características
semelhantes. No entanto, também apresentaram diferenças significativas. Abaixo
estão as principais diferenças e semelhanças entre o nazismo e o fascismo:
Semelhanças entre nazismo e fascismo:
1. Nacionalismo: Tanto o nazismo quanto o fascismo enfatizavam o nacionalismo,
colocando a nação como uma entidade superior e promovendo a lealdade e o orgulho
nacional.
2. Totalitarismo: Ambos os regimes eram totalitários, buscando o controle absoluto do
Estado sobre todos os aspectos da vida social, política e econômica.
3. Liderança carismática: Tanto o nazismo quanto o fascismo eram liderados por
figuras carismáticas, como Adolf Hitler na Alemanha nazista e Benito Mussolini na
Itália fascista, que exerciam grande poder e influência sobre as massas.
Diferenças entre nazismo e fascismo:
1. Origem e contexto histórico: O nazismo surgiu na Alemanha na década de 1930,
sob o comando de Adolf Hitler, enquanto o fascismo teve origem na Itália nas
primeiras décadas do século XX, liderado por Benito Mussolini.
2. Ideologia racial: Uma das principais diferenças entre o nazismo e o fascismo está na
ideologia racial do nazismo, que promovia a superioridade da "raça ariana" e tinha
como alvo principal os judeus. O fascismo italiano não estava baseado em uma
ideologia racial tão forte.
3. Antissemitismo: O nazismo era marcado pelo antissemitismo extremo, com a
perseguição e o genocídio dos judeus durante o Holocausto. O fascismo italiano não
tinha um antissemitismo tão radical, embora tenha adotado políticas discriminatórias
contra os judeus.
4. Estilo de governo: O nazismo tinha um sistema de governo baseado no
Führerprinzip, que concentrava todo o poder nas mãos do líder (Führer), enquanto o
fascismo italiano adotava um sistema de governo corporativista, que envolvia a
colaboração entre o Estado, as empresas e os sindicatos.
5. Influências ideológicas: O nazismo foi influenciado pelo darwinismo social, pelo
racismo científico e pelas teorias de superioridade racial, enquanto o fascismo italiano
foi influenciado pelo nacionalismo, pelo corporativismo e pelo imperialismo.
6. Duração e alcance: O nazismo teve um período de governo mais curto, de 1933 a
1945, enquanto o fascismo italiano durou de 1922 a 1943. Além disso, o nazismo teve
um alcance mais amplo, com sua expansão territorial e a Segunda Guerra Mundial.
O corporativismo desempenhou um papel importante no sistema político
adotado pelo fascismo. No contexto do fascismo, o corporativismo referia-se à
organização da sociedade em "corporações" subordinadas ao Estado. Essas
corporações representavam diferentes interesses políticos e econômicos, incluindo
trabalhadores e empregadores. No regime fascista, cada setor da indústria,
agricultura, profissões e artes era organizado em sindicatos controlados pelo Estado,
bem como associações patronais chamadas "corporações". Essas corporações
negociavam contratos e condições de trabalho e representavam os interesses gerais
de suas profissões em uma assembleia maior de corporações, conhecida como
"parlamento corporativista”
O objetivo do modelo corporativista era substituir as organizações independentes de
trabalhadores e empregadores, bem como os representantes tradicionais e órgãos
legislativos, pela estrutura corporativa controlada pelo Estado. Em teoria, esse sistema
corporativista era considerado uma "terceira via" entre o capitalismo e o comunismo,
buscando uma cooperação harmoniosa entre trabalhadores e empregadores para o
benefício da nação como um todo
No entanto, na prática, o corporativismo fascista foi usado para destruir os movimentos
trabalhistas independentes e suprimir a dissidência política. Embora o discurso
fascista promovesse a proteção dos trabalhadores e a reconciliação entre capital e
trabalho, a realidade mostrou que o poder do Estado sobre as corporações limitava a
autonomia dos trabalhadores e restringia suas liberdades. O corporativismo fascista
serviu como um mecanismo de controle e dominação, em vez de promover a
verdadeira representação dos interesses dos trabalhadores Portanto, o corporativismo
no contexto do fascismo era uma forma de estrutura organizacional controlada pelo
Estado, na qual as corporações representavam diferentes setores da sociedade, mas
acabavam sendo subordinadas ao poder central do regime fascista. Essa estrutura
corporativista servia aos interesses do Estado e do partido fascista, limitando a
autonomia dos trabalhadores e controlando a representação política e econômica

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