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Data da primeira publicação: 1953

Autora: Cecília Meireles


Gênero: Poesia
Editora: Livros d Portugal

PROPÓSITO DO ROMANCEIRO

O Romanceiro da Inconfidência narra a história da Conjuração Mineira, movimento


revoltoso de 1789 promovido por colonos brasileiros que pretendiam tornar a região de
Vila Rica (Minas Gerais) independente do domínio português.

CONTEXTO HISTÓRICO

O contexto histórico da narrativa é a Inconfidência Mineira, que aconteceu no século


XVIII. A obra não é completamente linear, mas conta uma história que realmente
ocorreu ao longo da trajetória brasileira. Boa parte do texto se passa em Minas Gerais.

Romanceiro da Inconfidência é uma coletânea de poemas da escritora brasileira Cecília


Meireles, publicada em 1953, que conta a História de Minas dos inícios da colonização no
século XVII até a Inconfidência Mineira, revolta ocorrida em fins do século XVIII na então
Capitania de Minas Gerais.
Em 85 "romances", mais quatro "cenários" e outros de prólogo e êxodo, Cecília evoca
primeiro a escravidão dos africanos na região central do planalto em episódios da
exploração do ouro e dos diamantes no século XVIII; logo o centro da coletânea é
dedicado ao destino dos heróis da chamada "Inconfidência Mineira" – Joaquim José da
Silva Xavier, o Tiradentes, Tomás Antônio Gonzaga, sua noiva e amada Marília de
Dirceu bem como de outras figuras históricas implicadas no acontecimento, como D. Maria
I a louca, na altura Rainha de Portugal.
Mais lírica do que narrativa, a obra assume o lado dos derrotados (transformados depois
em heróis da Independência do Brasil) denunciando o sistema colonial que favorece a
exploração dos desvalidos:
A terra tão rica
e – ó almas inertes! –
o povo tão pobre...
Ninguém que proteste! (...) (in: Do animoso Alferes, Romance XXVII)
Estes branquinhos do Reino
nos querem tomar a terra:
porém, mais tarde ou mais cedo,
os deitamos fora dela. (in: 'Do sapateiro Romance XLII)
A nova interpretação da história serve no entanto de ponto de partida
para uma reflexão filosófica e metafísica sobre a condição humana.
Surgindo Tiradentes como um avatar de Cristo e sofrendo o sacrifício
do bode expiatório, ele se torna num redentor do Brasil, que abriria a
nova era da liberdade. "Construindo com o Romanceiro da
inconfidência um mosaico em que cristalizariam vibrações captadas
na terceira margem da memória coletiva, Cecília consolidava uma teia
de mitos suscetíveis de fortalecer o sentimento da identidade
brasileira"

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