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ROMANCEIRO DA

INCONFIDÊNCIA (1953)
Cecília Meireles

Prof. Gustavo Brotas


Modernismo no Brasil – 2ª Geração
1930-1945
Conquistas da 1ª geração asseguradas: maior liberdade em
relação à forma e ao conteúdo.
 Vale lembrar: 1ª geração precisou ser mais contundente para romper com a tradição
europeia e parnasiana.

 Temática: “estar no mundo”


 Inquietações das mais diversas ordens, como social, religiosa, filosófica, amorosa.
Cecília Meireles (1901 – 1964)
Panorama da obra:
- Tendência neossimbolista: busca pela transcendência
(espiritualidade).
 Oscilação entre o efêmero e o eterno: misticismo (formas
vagas e aéreas)
 Valorização do mistério e da musicalidade (universalismo)
Romanceiro da
Inconfidência (1953)
• Rigor histórico, imaginação fulgurante e trato
habilidoso da linguagem
• A matéria histórico (Inconfidência Mineira) tanto
alimenta a expressão poética no desenvolvimento
dos fatos centrais quanto motiva o lirismo
reflexivo.
Romanceiro da Inconfidência – Estrutura e
Classificação
OBRA LÍRICO-ÉPICA
• Romance: composição poética tipicamente ibérica, de origem popular
(medieval) e feição narrativa, que gira em torno de um episódio melancólico,
fantástico ou sobrenatural .
• Gênero Épico: apresenta característica narrativa, que resgata eventos
importantes da história de um povo e, ainda, o trato de um personagem
heroico – no caso, a figura do alferes Joaquim José da Silva Xavier.
• Gênero Lírico: nota-se uma voz em primeira pessoa, que se dirige a
personagens históricos e aos leitores, organiza os eventos e apresenta, ainda,
suas próprias emoções diante daqueles eventos pretéritos.
• Utilização, principalmente, das redondilhas maiores (sete sílabas poéticas)
Romanceiro da Inconfidência – Resumo
• Primeira parte (da abertura até o Romance XIX): apresentação do contexto
preliminar da Conjuração Mineira.
 “Fala inicial”: funciona como uma proposição, anunciando não só o tema, mas
também o clima lírico que marcará a obra:
Romanceiro da Inconfidência – Resumo
Não posso mover meus passos, Ó meio-dia confuso, Na mesma cova do tempo
por esse atroz labirinto ó vinte-e-um de abril sinistro, cai o castigo e o perdão.
de esquecimento e cegueira que intrigas de ouro e de sonho Morre a tinta das sentenças
em que amores e ódios vão:
houve em tua formação? e o sangue dos enforcados...
– pois sinto bater os sinos,
Quem ordena, julga e pune? - liras, espadas e cruzes
percebo o roçar das rezas,
Quem é culpado e inocente? pura cinza agora são.
vejo o arrepio da morte,
à voz da condenação;
Na mesma cova, as palavras,

– avisto a negra masmorra o secreto pensamento,


e a sombra do carcereiro as coroas e os machados,
que transita sobre angústias, mentira e verdade estão.
com chaves no coração;
– descubro as altas madeiras
do excessivo cadafalso • Experiência mística de forte caráter sensorial:
e, por muros e janelas, chorar o “mistério” que paira sobre todos os
acontecimentos.
o pasmo da multidão.
Romanceiro da Inconfidência – Resumo
• Primeira parte (da abertura até o Romance XIX): apresentação do contexto
preliminar da Conjuração Mineira.
 “Cenário”: o narrador principal (enunciador) descreve o ambiente em que se deu a
narrativa, avistando, de maneira fantástica (onírica), Tiradentes:

Mas, nos campos sem fim que o sonho corta, É a mão do Alferes, que de longe acena.
vejo uma forma no ar subir serena: Eloquência da simples despedida:
vaga forma, do tempo desprendida. “Adeus! que trabalhar vou para todos!...”

(Esse adeus estremece a minha vida.)


Romanceiro da Inconfidência – Resumo
• Primeira parte (da abertura até o Romance XIX): apresentação do contexto preliminar da Conjuração Mineira.
 Estabelecido o povoamento das Minas Gerais, Cecília Meireles apresenta as histórias que marcarão o repertório
cultural da região, todas marcadas pela riqueza a arrasar sonhos e dignidades.
 “Romance IV ou da Donzela Assassinada”, morta pelo pai por causa do simples crime de acenar um
lenço a um rapaz cuja condição social (e econômica) não agradava o progenitor.
 “Romance V ou da Destruição de Ouro Podre”, que trata de uma insurreição liderada por Filipe dos
Santos e que, de certa forma, não só prenuncia a Inconfidência Mineira, mas também revela o clima de
animosidade que se estava gerando entre Minas Gerais e a Metrópole.
 No “Romance XI ou do Punhal e da Flor”, vemos o desentendimento provocado pelo Ouvidor Bacelar,
agente régio enviado por Portugal para se confrontar com a elite mineira.
 O enunciador do poema tece vários comentários condenatórios, primeiro contra a hipocrisia religiosa
(“Vede a mão que há pouco esteve / contrita, diante do altar!”), já que as mesmas pessoas que se
dedicavam a um culto religioso passavam agora a brigar.
 Condena também o clima de guerra por algo aparentemente banal (“Subir um punhal nos ares, / por
ter descido uma flor!”).
Romanceiro da Inconfidência – Resumo
• Primeira parte (da abertura até o Romance XIX): apresentação do contexto preliminar da
Conjuração Mineira.
 Há espaço, também, para a lenda de Chico Rei, figura folclórica que marcou o Ciclo da
Mineração, do qual não se pode excluir o trabalho dos africanos escravizados (e que o
Romanceiro da Inconfidência faz questão de mostrar).
 Chico Rei foi um suposto monarca, preso/escravizado na África e mandado ao Brasil.
Ainda assim, não havia perdido a magnanimidade. Graças ao ouro, conseguiu sua
liberdade, comprando a partir de então a de alguns de seus súditos.
 Faz parte ainda desse repertoria cultural a narrativa sobre Chica da Silva, a negra que havia
conquistado o coração do Contratador Fernandes, assumindo em Diamantina um prestígio
que muitos brancos não possuíam.
 Muito de sua posição privilegiada era garantida pela riqueza do companheiro, que
chegou a chamar a atenção de autoridades portuguesas, o que motivou a vinda de
Conde de Valadares.
Romanceiro da Inconfidência – Resumo
• Segunda parte (do Romance XX até o Romance XLVII): narra a preparação da
Inconfidência Mineira. É o momento em que se acompanham a conspiração e a circulação
de ideais iluministas, principalmente os ligados à liberdade.
• “Romance XXI ou Das Ideias”: o clima de insatisfação é acentuado.
 O poema se estrutura quase exclusivamente em versos nominais, que compõem uma longa
enumeração de elementos do século XVIII, com os seus costumes e aspirações sociais. A loucura da
rainha D. Maria I (mãe de D. João VI) é abordada na referência à tristeza da governante, bem como
aos anseios de que a Coroa fosse assumida por D. José II, príncipe mais simpático às ideias
modernizantes do tempo. Murmura-se também a respeito da independência dos Estados Unidos,
movimento que inspirou os inconfidentes mineiros. O clima de tensão vem acentuado pelo ritmo
pulsante dos versos, imposto pela forte presença dos pontos finais. O último verso destaca a
capacidade de interferência das ideias no rumo dos acontecimentos concretos.
Romanceiro da Inconfidência – Resumo
• Segunda parte (do Romance XX até o Romance XLVII): narra a preparação da
Inconfidência Mineira. É o momento em que se acompanham a conspiração e a circulação
de ideais iluministas, principalmente os ligados à liberdade.
• “Romance XXIV ou da Bandeira da Inconfidência”: reuniões secretas e discussões a
respeito da bandeira que seria adotada quando se consumasse a separação de Portugal
(“Atrás de portas fechadas, / à luz de velas acesas, [...]).
 Comentário ao “Romance XXIV”: Em todo o Romanceiro se exalta a força da palavra. No poema,
por mais que a bandeira real ainda não existisse, o mero pronunciamento da palavra “liberdade”
cria entre aqueles homens um laço indissolúvel. O sonho da liberdade já toma os céus como uma
enorme bandeira abstrata. Os quatro últimos versos mostram que esse sonho é inerente à
condição humana, pois, mesmo sem explicações, todos são capazes de entendê-la.
Romanceiro da Inconfidência – Resumo
• Nesse momento do Romanceiro da Inconfidência, chama a atenção a figura de Tiradentes,
que começa a emergir como uma mistura de mártir e mito. Torna-se aquele que “foi
trabalhar para todos”, saindo quixotescamente por Minas Gerais para divulgar os ideais de
liberdade e independência, movido por um grande sonho.

• A segunda parte termina com uma violenta crítica do enunciador aos pusilânimes, ou seja,
aos covardes e frouxos de vontade, aqueles que não mantêm energia para defender as
posições assumidas. É a “fala aos pusilânimes”.
Romanceiro da Inconfidência – Resumo
• Terceira parte (do Romance XLVIII até o Romance LXIV): relato do resultado da delação do
movimento, provocada principalmente por Joaquim Silvério dos Reis, o grande pusilânime a quem
o eu-lírico do Romanceiro da Inconfidência se refere de maneira amarga.

• Inicialmente, temos o encarceramento do poeta e advogado Cláudio Manuel da Costa, que,


após responder ao primeiro interrogatório, apareceu enforcado na prisão.

• Busca, prisão, condenação e enforcamento de Tiradentes.


Romanceiro da Inconfidência – Resumo
• “Romance LIII ou das Palavras Aéreas”: clímax do evento (o enforcamento), poeticamente
associando-o ao poder das palavras e ideias, ou seja, dos ideias iluministas, que geraram todo
o contexto em que está mergulhada a Inconfidência Mineira e as suas consequências.

Ai, palavras, ai, palavras, Ai, palavras, ai, palavras, Ai, palavras, ai, palavras,
que estranha potência, a vossa! que estranha potência, a vossa! que estranha potência, a vossa!
Ai, palavras, ai, palavras, Perdão, podíeis ter sido! Éreis um sopro na aragem...
sois de vento, ides no vento, – sois madeira que se corta, – sois um homem que se enforca!
no vento que não retorna, – sois vinte degraus de escada,
e, em tão rápida existência, – sois um pedaço de corda...
tudo se forma e transforma! – sois povo pelas janelas,
(...) cortejo, bandeiras, tropa...
Romanceiro da Inconfidência – Resumo
• Quarta parte (do Romance LXV até o Romance LXXX): centra-se em outras
condenações.
• A primeira é a do desembargador e poeta árcade Tomás Antônio Gonzaga, autor de
Marília de Dirceu. Condenado ao exílio, vê-se castigado não só por se afastar da pátria,
mas também por se separar da amada, Doroteia de Seixas, a pastora Marília.
 Em Moçambique, o exilado conheceu Juliana Mascarenhas, filha de um riquíssimo
comerciante de escravizados. Casa-se com ela, o que prova novamente uma das
abordagens de Cecília Meireles: a efemeridade – até o amor, como o tão celebrado de
Dirceu por Marília, se acaba, sendo substituído e esquecido, de maneira fugaz.
• Outro condenado que aparece é Alvarenga Peixoto. Além do degredo, vê sua vida
mergulhada em infortúnios, como a morte de sua filha e a de sua esposa tão amada,
Bárbara Heliodora, que já fora tema de sua poesia.
Romanceiro da Inconfidência – Resumo
• Quinta parte: contexto pós-Inconfidência.
• “Retrato de Marília em Antônio Dias”: o sofrimento de Maria Doroteia Seixas, já bastante idosa e solitária,
dona de um amor que não é mais correspondido, já que seu noivo há muito se tornara feliz com outra
mulher em outra terra:

(Essa, que sobe vagarosa A que se inclina pensativa, Corpo quase sem pensamento,
a ladeira da sua igreja, e sobre a missa os olhos cerra, amortalhado em seda escura,
embora já não mais o seja, já não pertence mais à terra: com lábios de cinza murmura
foi clara, nacarada rosa. é só na morte que está viva. “memento, memento, memento...”,

E seu cabelo destrançado, (...) ajoelhada no pavimento


ao clarão da amorosa aurora, que vai ser sua sepultura.)
não era esta prata de agora,
mas negro veludo ondulado.

*Ponte Antônio Dias (bandeirante paulista): Ponte na cidade de Ouro Preto,


chamada também “Ponte de Marília”, por levar à casa da homenageada.
Romanceiro da Inconfidência – Resumo
• Quinta parte: o contexto pós-Inconfidência Mineira.
• “Romance LXXXII ou dos passeios da Rainha louca”: o tormento da rainha D. Maria, vinte anos depois, no
Rio de Janeiro, justamente o mesmo ambiente em que padeceram os inconfidentes que ela condenará:

Entre vassalos de joelhos, Do cetro já não se lembra,


lá vai a Rainha louca, nem de mantos nem coroas,
por uma cidade triste nem de serenins do Paço,
que já viu morrer na forca nem de enterros nem de bodas:
ai, um homem sem fortuna só tem medo do Demônio,
que falara em Liberdade.. de seu fogo sem piedade.

Batedores e lacaios, Toda vestida de preto,


camaristas, cavaleiros, solto o grisalho cabelo,
segue toda a comitiva, escondida atrás do leque,
nesses estranhos passeios velhinha, a chorar de medo,
que oxalá fossem felizes Dona Maria Primeira
para Sua Majestade. passeia pela cidade.
(...)
Romanceiro da Inconfidência – Resumo
• Quinta parte: o contexto pós-Inconfidência Mineira
• “Romance LXXXIV ou dos Cavalos da Inconfidência”: o enunciador, de maneira poética
e um tanto sociológica, fala da participação dos cavalos em vários momentos da
Conjuração Mineira. E, como de se esperar na visão existencial da poetisa, marcada pela
fugacidade da vida, todos eles agora estão mortos, desaparecidos:
Romanceiro da Inconfidência – Resumo
Eles eram muitos cavalos.
(...) Eles eram muitos cavalos.
E jazem por aí, caídos,
Eles eram muitos cavalos: E morreram por esses montes,
misturados às bravas serras,
e uns viram correntes e algemas, esses campos, esses abismos,
misturados ao quartzo e ao xisto,
outros, o sangue sobre a forca, tendo servido a tantos homens.
à frescura aquosa das lapas,
outros, o crime e as recompensas. Eles eram muitos cavalos,
ao verdor do trevo florido.
Eles eram muitos cavalos: mas ninguém mais sabe os seus nomes
E nunca pensaram na morte.
e alguns foram postos à venda, sua pelagem, sua origem...
E nunca souberam de exílios.
outros ficaram nos seus pastos, E iam tão alto, e iam tão longe!
Eles eram muitos cavalos,
e houve uns que, depois da sentença E por eles se suspirava,
cumprindo seu duro serviço.
levaram o Alferes cortado consultando o imenso horizonte!
em braços, pernas e cabeça. - Morreram seus flancos robustos,
A cinza de seus cavaleiros
E partiram com sua carga que pareciam de ouro e bronze.
neles aprendeu tempo e ritmo,
na mais dolorosa inocência.
e a subir aos picos do mundo...
e a rolar pelos precipícios...
Romanceiro da Inconfidência – Resumo
• Quinta parte: contexto pós-Inconfidência Mineira
- “Romance LXXXV ou do testamento da Marília” Escreve Marília, escreve
seu pequeno testamento;
Triste pena, triste pena na verdade, por que vive,
que pelo papel deslizas! se a morte é o seu alimento?
- que cartas não escreveste, se para a morte caminha,
- que versos não improvisas, na sege do tempo lento?
- que entre cifras te debates
- e em cifras te imortalizas... (...)

Ai, fortunas, ai, fortunas... Triste pena, triste pena...


Doblas, oitavas, cruzados, Triste Marília que escreve.
vastos dinheiros antigos, Tão longa idade sofrida,
pelas paredes guardados, para uma vida tão breve.
prêmio de tantos traidores, Muitas missas... Muitas missas..
dor de tantos condenados! (Que a terra lhe seja leve.)
Romanceiro da Inconfidência – Resumo
• Quinta parte: contexto pós-Inconfidência Mineira
- “Fala aos inconfidentes mortos” Parada noite, E aqui ficamos Fechando a obra, o poema
suspensa em bruma: todos contritos, observa o relevo da região de
Treva da noite, não, não se avistam a ouvir na névoa Ouro Preto, repleto de
lanosa capa os fundos leitos... o desconforme, “montes aglomerados”, por
nos ombros curvos Mas, no horizonte submerso curso onde a noite cai. Apesar de
dos altos montes do que é memória dessa torrente tudo o que ali se passara
aglomerados... da eternidade, do purgatório... seguir um fluxo incontornável,
Agora, tudo referve o embate a memória ainda preserva
jaz em silêncio: de antigas horas, Quais os que tombam, antigos embates. O tempo
amor, inveja, de antigos fatos, em crime exaustos, presente (verificável nos
ódio, inocência, de homens antigos. quais os que sobem, versos “E aqui ficamos/ todos
no imenso tempo purificados? contritos”) encara o passado
se estão lavando... com certa hesitação: Quem foi
inocente? Quem foi culpado?
(...) Quem a poesia deve elevar à
Glória? A quem execrar? Esses
questionamentos estão
implicados nas três últimas
estrofes.
Romanceiro da Inconfidência – Estilo
• POLIFONIA
 Encenação de diversas vozes presentes no embate social

• RELIGIOSIDADE CRISTÃ
 Consolo e misericórdia X Distanciamento e indiferença.

• PRESENTE HISTÓRICO E CRÍTICA SOCIAL


 verbos usados para indicar fatos que se perpetuam no tempo, independentemente do contexto
histórico: presente do indicativo.
 Crítica às injustiças sociais.
Romanceiro da Inconfidência – Personagens
• CONDE DE ASSUMAR: Em julho de 1720 D. Pedro de Almeida Conde de Assumar, governador de Minas
Gerais, entrou em Vila Rica (Ouro Preto) e mandou incendiar as casas, dos principais chefes da rebelião que
ali estalara no mês anterior.
• FILIPE DOS SANTOS: Chefe rebelde, foi enforcado e esquartejado. São do documento em que dava contas
da sua justiça as palavras glosadas no romance 5: “Eu, senhor, bem sei que não tinha jurisdição para
proceder tão sumariamente, e que o não podia fazer sem convocar os ministros da comarca...”
• BARBARA HELIODORA: Mulher do inconfidente Inácio José de Alvarenga Peixoto.
• SAPATEIRO CAPANEMA: Foi denunciado e preso em virtude de propalar rumores alusivos à expulsão dos
portugueses.
• CLÁUDIO MANUEL DA COSTA: apontado como um dos cabeças da frustrada rebelião de 1789, enforcou-
se poucos dias depois de ser preso. A lenda atribui à sua morte causa criminosa. No seu poema Vila Rica,
trata Cláudio Manuel da Costa da fundação da histórica cidade em que teve lugar a Inconfidência Mineira.
Romanceiro da Inconfidência – Personagens
• DOMINGOS FERNANDES CRUZ: dono da casa em que foi preso, no Rio de Janeiro, o Tiradentes.
• DOMINGOS RODRIGUES NEVES: encarregado de conduzir para Minas Gerais os despojos de Tiradentes.
• DOMINGOS DA SILVA DOS SANTOS E DOMINGOS XAVIER FERNANDES: pai e avô do mártir da
Inconfidência.
• INÁCIO JOSÉ DE ALVARENGA PEIXOTO: considerado como um dos principais chefes da conjuração, foi
desterrado para terras africanas. Era tenente-coronel de cavalaria e poeta de grandes méritos.
• JOÃO FERNANDES: rico contratador de diamantes, a quem muito perseguiu o Conde de Valadares.
Tornou-se célebre pelas atenções dispensadas aos mais insólitos desejos de sua amante, a Chica da Silva.
• JOAQUIM JOSÉ DA SILVA XAVIER: cognominado o Tiradentes, representou o principal papel na
Inconfidência Mineira, aliciando cúmplices, propagando ideias de libertação e buscando o apoio da força
armada. Foi enforcado, tendo sido seu corpo esquartejado e posto em exibição pelos lugares em que
pregou suas ideias. Alferes de cavalaria, tornou-se a figura de maior significação histórica no drama da
Inconfidência.
Romanceiro da Inconfidência – Personagens
• DOMINGOS FERNANDES CRUZ: dono da casa em que foi preso, no Rio de Janeiro, o Tiradentes.
• DOMINGOS RODRIGUES NEVES: encarregado de conduzir para Minas Gerais os despojos de Tiradentes.
• DOMINGOS DA SILVA DOS SANTOS E DOMINGOS XAVIER FERNANDES: pai e avô do mártir da
Inconfidência.
• INÁCIO JOSÉ DE ALVARENGA PEIXOTO: considerado como um dos principais chefes da conjuração, foi
desterrado para terras africanas. Era tenente-coronel de cavalaria e poeta de grandes méritos.
• JOÃO FERNANDES: rico contratador de diamantes, a quem muito perseguiu o Conde de Valadares.
Tornou-se célebre pelas atenções dispensadas aos mais insólitos desejos de sua amante, a Chica da Silva.
• JOAQUIM JOSÉ DA SILVA XAVIER: cognominado o Tiradentes, representou o principal papel na
Inconfidência Mineira, aliciando cúmplices, propagando ideias de libertação e buscando o apoio da força
armada. Foi enforcado, tendo sido seu corpo esquartejado e posto em exibição pelos lugares em que
pregou suas ideias. Alferes de cavalaria, tornou-se a figura de maior significação histórica no drama da
Inconfidência.
Romanceiro da Inconfidência – Personagens
• JOAQUIM SILVÉRIO DOS REIS: constitui a figura negra da Inconfidência, em virtude de ter sido o
denunciante, junto ao Visconde de Barbacena, dos planos de rebeldia que se tramavam em Vila Rica.
• JULIANA DE MASCARENHAS: jovem de Moçambique, que veio a casar-se com o poeta Tomás Antônio
Gonzaga.
• D. MARIA I: Rainha de Portugal. Sob seu reinada tramou-se a insurreição, prontamente abortada, que
passou à História com o nome de Inconfidência Mineira (1789). Coube-lhe determinar as penas a serem
impostas aos conjurados. Em 1808 chegava a terras brasileiras, acompanhando o Príncipe Regente D. João,
que fugia à invasão de Portugal pelos franceses. Morreu louca, ainda no Brasil.
• MARÍLIA: Maria Joaquina Dorotéia de Seixas foi cantada em versos sob o nome de Marília, pelo noivo
Tomás Antônio Gonzaga, que se chamava poeticamente Dirceu.
• MARIA IFIGÊNIA: filha de Inácio José de Alvarenga Peixoto e Bárbara Heliodora. Chamada em versos, pelo
pai, de “Princesa do Brasil”.
Romanceiro da Inconfidência – Personagens
• PADRE ROLIM: implicado como um dos principais fomentadores do movimento de rebeldia contra a
dominação portuguesa, foi recolhido para Lisboa.
• PADRE TOLEDO: teve o mesmo destino do antecedente, em vista de ser apontado como partidário da
insurreição.
• TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA: homem de estudos, figura de relevo na magistratura de Minas Gerais,
Gonzaga foi denunciado como um dos elementos de maior projeção na conjura que se preparava contra a
Coroa portuguesa. A tendência dos mais recentes estudos históricos é de ver em Gonzaga uma vítima de
inimigos poderosos, e não um rebelde. Noivo de Marília, escreveu em seu louvor as amorosas liras de sabor
arcádico. Desterrado para Moçambique, lá se casou com Juliana de Mascarenhas, bela jovem nativa.
• VICENTE DA MOTA: passou a História como um dos acusadores de Tiradentes.
• ALFERES VITORIANO VELOSO: preso como cúmplice na tentativa de rebelião, por tentar passar recados.
Romanceiro da Inconfidência – Intertextualidade
“Os Inconfidentes” Por aqui passava um homem Por aqui passava um homem
Toda vez que um justo grita (E como o povo se ria!) (E como o povo se ria!)
Um carrasco o vem calar Que reformava este mundo Liberdade ainda que tarde
Quem não presta fica vivo De cima da montaria Nos prometia
Quem é bom, mandam matar Por aqui passava um homem
Quem não presta fica vivo (E como o povo se ria!) Toda vez que um justo grita
Quem é bom, mandam matar Ele na frente falava Um carrasco o vem calar
E atrás a sorte corria Quem não presta fica vivo
Foi trabalhar para todos Quem é bom, mandam matar
E vede o que lhe acontece Por aqui passava um homem Quem não presta fica vivo
Daqueles a quem servia (E como o povo se ria!) Quem é bom, mandam matar
Já nenhum mais o conhece Liberdade ainda que tarde
Quando a desgraça é profunda Nos prometia (Chico Buarque)
Que amigo se compadece? Por aqui passava um homem
(E como o povo se ria!)
Foi trabalhar para todos No entanto à sua passagem
Mas, por ele, quem trabalha? Tudo era como alegria
Tombado fica seu corpo
Nessa esquisita batalha
Suas ações e seu nome
Por onde a glória os espalha?
FIM!
•E-mail: gustavobatista5@gmail.com

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