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26/08/2023

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CARIRI - UFCA


Medicina Veterinária

RADIODIAGNÓSTICO DO TECIDO ÓSSEO -


FRATURAS

PROF. M.e. RENAN PARAGUASSU DE SÁ RODRIGUES


renanparaguasu@hotmail.com
Lattes: http://lattes.cnpq.br/3200947505510001
Mestre em Ciência Animal
Doutor em Ciências

Tecido ósseo

 Principal constituinte do esqueleto


 Funções
 Proteção
 Sustentação
 Alojar e proteger a medula óssea
 Depósito de minerais Canalículo
s
 Composição: células e matriz extracelular
calcificada
 Primariamente composto de cálcio e fósforo Lacunas
 Relativamente denso em sua composição
Propicia contraste radiográfico adequado

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Tecido ósseo - Células

Osteócitos
- Encontradas nas lacunas
- Função: manutenção da matriz

Osteoblastos
- Sintetizam a parte orgânica da matriz óssea
(colágeno)
- Localizam-se na superfície óssea (semelhante a
um epitélio)

Osteoclastos
- Células móveis e grandes ramificadas, dilatadas
e multinucleadas.
- Reabsorção ósseo - remodelação

Tipos de tecido ósseo

Macroscopicamente:
 Osso compacto - Partes sem cavidades visíveis
 Osso esponjoso - Partes com muitas cavidades
intercomunicantes
 Ossos longos, curso, chatos
 Preenchido pela medula óssea

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CRESCIMENTO DOS OSSOS


Histogênese

OSSIFICAÇÃO INTRAMEMBRANÁCEA

OSSIFICAÇÃO ENDOCONDRAL

Histogênese

Ossificação intramembranosa
Ocorre no interior de membranas de tecido conjuntivo
Centro de ossificação primária
Diferenciação de células mesenquimatosas
Ossos chatos do crânio
Crescimento dos ossos curtos e aumento em espessura dos
ossos longos

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Histogênese

Ossificação intramembranosa
Diferenciação de
Centros de células Síntese de matriz
ossificação mesenquimatosas (osteoide)
em grupos de
osteoblastos

Confluência das
traves ósseas (aspecto Mineralização e
esponjoso) aprisionamento
de osteoblastos

Histogênese

Ossificação intramembranosa
 Face interna dos ossos cranianos - atividade de osteoclastos
 Reabsorção de matriz óssea - crescimento do cérebro.
 Fontanelas “moleiras”

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Histogênese

Ossificação intramembranosa,

• Células do mesênquima se
tornam arredondadas
• Formam um blastema
• Diferencian-se em osteoblastos
• Síntese de matriz

Histogênese
Ossificação endocondral
 Ocorre um molde de cartilagem hialina
 Responsável pela formação dos ossos curtos e longos

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Histogênese

Ossificação endocondral
Processos
 1º - Modificações da cartilagem hialina

Hipertrofia dos condrócitos


Redução da matriz cartilaginosa a finas
paredes
Mineralização
Morte dos condrócitos por apoptose

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Histogênese

Ossificação endocondral
Processos
 2º - Invasão das cavidades dos condrócitos
Capilares sanguíneos
Células osteogênicas

Diferenciação em osteoblastos - deposição de matriz sobre as paredes de


cartilagem calcificada
Aparecimento de tecido ósseo onde antes havia tecido cartilaginoso

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Histogênese

Ossificação endocondral
 Com a produção de matriz óssea, os osteoblastos
acabam se “aprisionando”
 Originam-se as lacunas e os canalículos
 Invasão do osso pelos osteoclastos
 Reabsorção óssea
 Criação do canal medular

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Histogênese

Ossos longos
Diáfise
 Crescimento em espessura - intramembranosa
 Crescimento em comprimento - endocondral

Epífise
 Endocondral

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Estrutura

Epífise
Metáfise

Placa de crescimento

Diafise

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APARÊNCIA RADIOGRÁFICA
NORMAL

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Aparência radiográfica normal

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Princípios da avaliação radiográfica

• 02 posições ortogonais
• Sedação/anestesia
• Incluir articulações acima e abaixo
• Imediatamente após procedimentos pós-operatórios
• Radiografias dos membros opostos para comparação (animais jovens)

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Reconhecimento de fraturas
Depende de:
• Qualidade da radiografia
• Grau de deslocamento
• Obscurecimento por
outras estruturas

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Reconhecimento de fraturas
Depende de: Direção do feixe de raios rx Qual o tipo de
fratura?

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Classificação de fraturas

• Comunicação Externa
• Aberta vs fechada
• Extenção do dano
• Completa vs incompleta
• Direção e localização da linha de fratura
• Simples, cominutiva, multipla, etc…..
• Localização
• Diafise, metafise, epifise
• Tipos especiais => Salter-Harris, patológicas

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Quanto a comunicação externa

Aberta vs. Fechada


Aberta:
• Comunicação da ferida com a
superfície externa
• Presença de gás no interior do tecido
mole ou grandes defeitos de tecido
• Verificar a causa (arma de fogo)

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Quanto a comunicação externa Aberta

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Quanto a comunicação externa

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Quanto extensão da lesão

Completa
• Ambas corticais fraturadas
Incompleta
• Fratura de uma única cortical
• “Galho verde” Greenstick
• Fissura

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Quanto extensão da lesão

Completa
• Ambas corticais fraturadas

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Quanto extensão da lesão


Incompleta
• Uma cortical envolvida
• Animais jovens
“Greenstick”

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Quanto à direção e localização


da linha de fratura

Simples
Uma linha de fratura
• Transversa

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Quanto à direção e localização da linha de fratura

Simples
Transversa

31

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Simples
• Transversa

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Quanto à direção e localização


da linha de fratura

Simples
• Oblíqua

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Simples
• Oblíqua

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Quanto à direção e
localização da linha
de fratura

Simples
• Espiral

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Simples
• Espiral

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Quanto à direção e
localização da linha de
fratura
Cominutiva
• Multiplas fraturas
que usualmente se
encontram em um
ponto comum
• Um ou mais
fragmentos menores

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Quanto à direção e
localização da linha de
fratura
Cominutiva

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Quanto à direção e localização


da linha de fratura

Multipla (Segmentada)
• 2 ou mais fraturas completas
envolvendo o eixo de um osso
longo
• As linhas de fratura não
apresentam pontos comuns

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Classificação específica para tipos


de fratura: base na localização

Localização
Diafise, metafise, epifise
Tipos especiais => Salter-Harris,
patológicas
• Avulsão
• Impactação /Compressão
• Condilar/ Intercondilar
• Em lasca

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Tipos especiais
Fratura por Avulsão
• Ponto de inserção de tecido mole
• Radiografias sob estresse
• Comum em animais jovens

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Tipos especiais
Impactação / Compressão
• O osso é esmagado
• Corpo vertebral
• Epifises abertas

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Impactação /
Compressão
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Tipos especiais
Em lasca
• Envolve uma superfície articular
• Equinos
• Pequenos fragmentos ósseos
• Trauma direto
• Hiperestensão

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Fratura patológica

• O tecido ósseo é debilitado por uma doença pré-existente


• A fratura ocorre espontaneamente
• Sem histórico de traumas
• Tumores, infecções, hiperparatireoidismo
• BIOPSIA do local de fratura e rx torácica

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Fratura patológica -
Osteosarcoma

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Fratura patológica - Hiperparatireoidismo nutricional secundário


• Osso menos radiopaco e com corticais
mais finas
• Cortex encurvada
• Linha de fratura aparece esclerótica
• Sem distraçào dos fragmentos

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Fraturas fiseais: Salter-Harris


• Classificação desenvolvida por humanos e e adotada para animais
• Correlacionada ao prognóstico
• Maior número = maior chance de fechamento prematuro da placa
fisária (Prognóstico ruim)
• Fechamento prenaturo
• Deformidades angulares

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Fraturas fiseais: Salter-Harris

Metáfise
Placa epifisária
Epífise

Metáfise

Placa epifisária
Epífise
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Fraturas fiseais: Salter-Harris


Tipo I
• Separação entre a metáfise e a epifise

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Fraturas fiseais: Salter-Harris


Tipo II
• Mais comum
• A linha de Fratura percorrer a placa de cerscimento por uma distância
variável e estende-se para o o interior da metáfise

Metáfise
Placa epifisária
Epífise

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Fraturas fiseais: Salter-Harris

Tipo II

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Fraturas fiseais: Salter-Harris


Tipo III
• A linha de fratura percorre a placa de
cescimento e estende-se através da epifise

Metáfise
Placa epifisária
Epífise

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Fraturas fiseais: Salter-Harris


Tipo IV
• A fratura metafiseal estende-se através da placa fisária e epifise até a
cartilagem articular

Metáfise
Placa epifisária
Epífise

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Fraturas fiseais: Salter-Harris


Tipo V
• Compressão da placa de crescimento resultante de forças de esmagamento
transmitidas através da fise.
Tipo VI
• Impactação ecentrica resultante de uma ponte transfiseal

Tipo V Tipo VI

Metáfise
Placa epifisária
Epífise
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55

Fraturas fiseais: Salter-Harris

Tipo V

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Consolidação de fraturas
Lesão
Hemorragia, destruição de matriz e morte de células ósseas
Remoção de restos celulares – macrófagos
O periósteo e o endósteo se proliferam
Tecido muito rico em células osteoprogenitoras - anel em torno da fratura e penetra
entre as extremidades ósseas rompidas
Surgimento de tecido ósseo primário, tanto pela ossificação endocondral de pequenos
pedaços de cartilagem que aí se formam, como também por ossificação
intramembranosa.
Calo ósseo
Remodelação do calo ósseo
Substituição por tecido ósseo secundário

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Consolidação de fraturas

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Tipos de cicatrização de fraturas


• Reparação óssea primária
• Consolidação direta por ação do próprio tecido ósseo
• Reparação óssea secundária
• Formação do calo ósseo

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Aparência radográfica da repração secundária


Fratura recente
• linha de fratura nítida
• Edema

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Aparência radográfica da repração secundária

• 1 semana
• Linha de fratura pouco
nítida
• Reabsorção óssea das
extremidades fraturadas

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Aparência radográfica da repração secundária

2-4 Semanas
• Reação periosteal
marcada e calo ósseo
mineralizando
4-8 Semanas
• Linha de fratura
preenchida com o calo
ósseo

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Aparência radográfica da repração secundária

8-12 Semanas:
• Remodelamento do calo
ósseo, incorporado a
estrutura geral do osso

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Fatores que afetam a consoldação de fraturas


• Idade
• Podem ser vistos calos ósseos exuberantes e animais jovens
• Estado nutricional (minerais: calcio, fósforo)
• Intergridade vascular
• Localização da fratura
• Fraturas metafiseais podem cicatrizar mais rápido
• Graus de movimento do foco de fratura
• Tipo de fratura e grau de aposição pós-redução

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Complicações na consolidação de fraturas

• Ausência de formação de calo ósseo


• Instabilidade/ Distância entre os fragmentos fraturados
• Encurvamento ou quebra do dispositivo de fixação

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Complicações na consolidação de fraturas


• Falha de implante
• Quebra de placa e
parafuso
• Radioluscência ao redor
do implante

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Complicações na consolidação de fraturas

Hypertrófica
Não união
Quando todos os sinais de reparação
tecidual cessam. A cicatrização não
ocorrerá sem intervenção cirúrgica

Tipos
Hipertrófica “pé de elefante”
Atrófica: “borda afiada”

Atrófica

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Complicações na consolidação de fraturas

Atrófica

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Complicações na consolidação de fraturas


Engessado há 6 semanas

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Complicações na consolidação de fraturas


Não união atrófica

Imediatamente pós-cirurgia 6 meses pós-cirurgia 70

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Complicações na consolidação de fraturas


Má união de fratura
• Fratura consolida em
posição anatômica
diferente

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DÚVIDAS??

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