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Apresentação

Nesse curso aprenderemos como analisar a estrutura corpórea de um


sujeito e compreender melhor seu biótipo. Aprenderemos a utilizar a
antropometria que engloba as medidas corporais óssea, muscular e dobras
cutâneas, aprenderemos a utilizar e interpretar a Bioimpedância Elétrica (BIA) e
calcular o somatotipo através do método Heath-Carter. Com essas ferramentas
você estará capacitado para realizar uma avaliação da composição corporal
completa e extremamente especifica a parte de aprender a utilizar diversas
ferramentas como a BIA, os compassos, o plicômetro, etc.

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ANTROPOMETRIA

A antropometria, como qualquer outra área da ciência depende da


adesão a regras específicas de medidas determinado pelos órgãos reguladores
nacional e internacional. A entidade reguladora antropométrica Internacional
adotada é a Companhia Internacional para o Avanço da Cineantropometría
(Sociedade Internacional para o Avanço em Cineantropometria, ISAK). As
principais razões para as diretrizes de uso ISAK são devido a que este grupo é
verdadeiramente internacional e já trabalhou por muitos anos para fazer
recomendações para avaliação antropométrica de uma quantidade importante
de sujeitos tanto atletas como da população em geral.

Esse texto apresenta aos alunos as várias técnicas necessárias para se


obter um perfil antropométricos total de uma pessoa. O procedimento deve ter
um avaliador e demora uma média de 25 minutos com a pratica, enquanto um
avaliador inexperiente pode demorar uma hora ou mais para completar a
tarefa. Os locais de medição são aqueles que incluem tanto laboratório como
campo. Após a escolha desses lugares, o analisador pode usar diferentes
ferramentas que incluem somatotipo; fracionamento da massa corporal nos
componentes ósseo, muscular, gordura e residual; estimativas da
proporcionalidade; densidade de predição (e consequentemente, o percentual
de gordura corporal) usando várias equações de regressão; e transformar os
dados em percentuais específicos por idade e sexo, individualmente;
obesidade total e "rankings" ou classificações de massa proporcional; e outros
índices, como o relação cintura-quadril, soma das dobras da pele, e os
perímetros corrigidos pelas pregas pele. Todos esses processos serão
aprendidos mais adiante depois que você conhecer as medidas
antropométricas.

É importante tomar medidas de metodologia padrão que permitem que


sejam feitas comparações nos níveis nacionais e internacionais, entre as
amostras de grupo.

Os indivíduos devem ser informados sobre quais medidas serão


realizadas, e deve completar um formulário de consentimento como parte das
etapas preliminares. Durante a sessão de medição, o sujeito se mantém de pé

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em um ambiente tranquilo, com os braços relaxados ao lado do corpo, e os pés
ligeiramente separados. Algumas medidas requerem ao sujeito estar com os
pés juntos. Estes são identificados na seção do perfil antropométrico que é
uma ficha de avaliação que veremos mais adiante. O avaliador deve ser capaz
de mover-se facilmente em torno do sujeito e manejar os equipamentos sem
problemas. Para que as medições sejam feitas tão rápida como eficientemente
devem pedir ao sujeito que se apresente com uma quantidade mínima de
roupa. Maiôs (duas peças para mulheres) são ideais para facilitar o acesso a
todos os locais de medição e, por conseguinte, a sala de medição deve estar a
uma temperatura confortável para o sujeito.

Tanto quanto possível, você deve usar um assistente para te auxiliar e


para gravar os dados. Idealmente, o assistente deve saber as técnicas de
medição, uma vez que será capaz de verificar a exatidão e localização da parte
do corpo e garantir a medição correta.

O ideal é que a coleta de dados deve incluir um assistente para


minimizar os erros de medida. É bom lembrar que o avaliador e o assistente
trabalham juntos, e é da responsabilidade do assistente auxiliar o avaliador
quando necessário. O assistente repete o valor que você está dizendo, em
seguida, permitindo ao avaliador fazer o controle imediato. Em alguns casos,
as medições podem não ser repetidas, e precisamos realizar uma terceira
medida. Nesse caso, o valor médio é usado.

Os seguintes equipamentos são ferramentas essenciais para o


antropometrista.

CINTAS OU FITAS ANTROPOMÉTRICAS

É recomendada uma correia de aço flexível marcada em centímetros


com graduação em milímetros. Se a fita usada é de fibra de vidro será
necessário calibrar periodicamente contra uma correia de aço, uma vez que
estas fitas não são de metal e podem estender-se ao longo do tempo. Quando
usado qualquer outro tipo de fita, que deve ser extensível, flexível e têm um
espaço de pelo menos 3 cm acima da linha do zero. Além de medir o

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perímetro, a fita antropométrica também é necessária para localizar com
precisão outras medidas como as dobras da pele, marcar as distâncias dois
pontos ou referências anatômicas ósseas. A fita deve preferencialmente
permanecer guardada dentro de um sistema ou caixa de retração automática.

ESTADIÔMETRO

Este é o instrumento utilizado para medir a altura de pé e sentado.


Normalmente é fixado a uma parede, de modo que o sujeito pode ser alinhado
verticalmente. É recomendado que esta peça conte com algum dispositivo de
bloqueio ou de travagem.

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BALANÇAS

O instrumento tradicional de escolha é uma balança de peso


convencional, com precisão próxima de 100 gr. No entanto, o uso de balanças
electrónicas está cada vez mais difundido, e a precisão de algumas destas é
igual ou maior do que as de pesos, assumindo que a calibração é feita
periodicamente. Atualmente obter balanças digitais é relativamente barato e
algumas incorporam uma célula de carga. Elas podem ser facilmente
transportadas e utilizadas tanto em laboratório como no campo. A precisão
destes instrumentos está dentro de 50 gr.

ANTROPÔMETRO

O antropômetro GPM SIHER-Hegner com placa de base é o instrumento


de escolha, embora seja relativamente caro. Este instrumento é utilizado para
medir alturas verticais entre pontos ou referências anatômicas específicas.
Estimativas de comprimentos segmentares utilizando as diferenças entre pares
de alturas são chamados comprimentos segmentares projetados, por exemplo,
os comprimentos acromial e radial podem ser obtidos. Técnicas mais recentes
permitem a medição direta dos comprimentos segmentares utilizando um
segmómetro como descrito abaixo. O antropômetro Siber Hegner-GPM é

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referido como grande paquímetro. É usado para medir comprimentos
segmentares diretos como os diâmetros dos ossos grandes.

SEGMÔMETRO

Este instrumento é feito a partir de uma fita Carpenter de aço e tem dois
braços ligados de comprimento linear que medem cerca de 7 cm cada um. É
usado para a medição de comprimentos segmentares diretamente. Algumas
alturas (ileoespinal e trocantérica) que podem ser medidas a partir de
referências ou marcos anatômicos. Também pode ser medido usando um
segmómetro. O segmómetro também pode ser utilizado no lugar de
antropômetro (Carr, Balde, Repel & Ross, 1993) mas não é adequado para
medir grandes diâmetros.

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PINÇAS PEQUENAS DESLIZANTES

Estes aparelhos são usados para medir os diâmetros do úmero e do


fêmur. O calibre adaptado Mitutoyo é o instrumento ideal para essas medições.

COMPASSO DE RAMOS CURVOS

Para medir o diâmetro ântero-posterior do tórax precisamos deste


instrumento, que tem dois braços curvos. Isto permite que o mesmo seja
colocado por cima do ombro para localizar pontos anatômicos corretamente.

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CAIXA ANTROPOMÉTRICA

Esta caixa (cubo) deve ter dimensões iguais em todos os lados,


preferivelmente de aproximadamente 40 cm. Você deve saber exatamente a
altura real caixa utilizada. Quando utilizamos a caixa para subir a pessoa para
medi-la, a altura da caixa é adicionada para a referência anatômica. A caixa
também é útil quando precisamos medir comprimentos e diâmetros onde o
sujeito tem que estar sentado.

O PERFIL ANTROPOMÉTRICO

A parte superior desse formulário inclui um cabeçalho onde escrevemos


a informação demográfica. Inclui os dados pessoais do sujeito, esporte ou
ocupação, data de nascimento e do teste, código postal assunto (para futura
análise geográfica), sexo e país nascimento. Ele também tem um lugar para
colocar as medidas antropométricas da altura da caixa (se for usada). Inclui
informações sobre os tipos de exercício que o sujeito realiza e um resumo da
atividade realizada durante os últimos doze meses. As primeiras duas
medições efetuadas no perfil antropométrico, ou seja, peso e altura, também
devem ser registradas no topo do formulário.

Além da altura e do peso corporal, o perfil consta de medidas


antropométricas totais ou completas, incluindo nove dobras cutâneas,
perímetros, e treze ou dezesseis comprimentos e diâmetros:

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MODELO DE FICHA ANTROPOMÉTRICA

Nome: ..........................................................data de nascimento:.................................................


Data da avaliação: ......................................... Código postal do sujeito: ......................................
Sexo: M F. País de nascimento: ........................................... Altura da caixa: ..............................
Peso (Kg): .....................altura (cm):...................nome do avaliador: ............................................
Pratica esportiva: Intensidade Frequência Duração: …………………………..……………………..

Pregas cutâneas
1 Tríceps
2 Subescapular
3 Bíceps
4 Cresta ilíaca
5 Supraespinal
6 Abdominal
7 coxas (frontal)
8 Panturrilhas medial
9 Axilas medial

PERÍMETROS
10 Cabeça
11 Pescoço
12 Braço (relaxado)
13 Braço (flexionado em tensão)
14 Antebraço (máximo)
15 Munheca (estiloides distal)
16 Tórax (mesoesternal)
17 Cintura (mínima)
18 Glúteos (quadril, max.)
19 coxa (1 cm. del glúteo)
20 coxa (medial tro-tib-lat)
21 Panturrilha (máximo)
22 Tornozelo (mínimo)

LONGITUDES
23 Acromial-radial
24 Radial-estiloidea
25 Medioestiloidea-dactiloidea
26 Altura ilioespinal
27 Altura trocantérea
28 Trocantérea-tibial lateral
29 Tibial lateral
30 Tibial medial-maleolar medial

DIÁMETROS
31 Biacromial
32 Biiliocrestídeo
33 Longitude do pé
34 Altura sentado
35 Tórax transverso
36 Tórax antero-post.
37 Úmero
38 Fémur

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Medir essas partes do corpo nos permitirá usar os cálculos para
encontrar somatotipo, gordura corporal relativa (usando uma série de equações
de regressão), Índice de massa corporal, relação cintura-quadril, padrões de
distribuição de gordura, e perímetros. O perfil global ou completo também
permite estimar a massa óssea, músculo, gordura, e residual usando a técnica
de fracionamento de massa corporal (Drinkwater E Ross, 1980; Kerr, 1988).
Também podem exercer outras comparações como estimativas de obesidade e
rankings de proporcionalidade de peso em relação a outras populações de
interesse. Este texto também descreverá outras medidas antropométricas
específicas para esportes. Eles são incluídos porque são muitas vezes
utilizados para realizar as comparações entre populações de atletas e
sedentarios (por exemplo, o tamanho de braços nadadores).

ALTURA

Existem duas técnicas gerais de altura (ou comprimento): altura ereta


em extensão máxima e reclinado. Este último pode ser utilizado por crianças
até 2-3 anos ou adultos com dificuldade para ficar de pé, mas não serão
consideradas nesse texto. Também deve ser lembrado que há uma variação da
altura durante o dia. Em geral, os sujeitos são mais altos na manhã e mais
baixos a noite. É comum observando-se uma redução da altura de cerca de 1,0
durante o decurso do dia. Se você vai para realizar medições repetidas é
conveniente faze-las durante o mesmo período do dia em que fez a avaliação
inicial.

No laboratório deve ser montado um estadiômetro em uma parede que


deve ser usado em conjunto com uma esquadra de movimento em ângulos
retos, de, pelo menos 6 cm de largura, o qual pode ser colocado firmemente na
cabeça do sujeito. Uma vez que é fixado ao estadiômetro a superfície do chão
deve ser dura e estar nivelada.

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O estadiômetro deve ter uma área mínima de medição de 60 cm a 210
cm. A precisão de medição exigida é de 0,1 cm. Deve ser controlada
periodicamente contra uma altura padrão.

A técnica para registrar a extensão em altura máxima requere que o


sujeito permaneça com os pés e calcanhares juntos com a parte de trás das
nádegas e parte superior das costas contra o estadiômetro. A cabeça é
colocada no plano de Frankfort (ou Frankfurt). O plano de Frankfurt é
alcançado quando o arco orbital (parte inferior da cavidade ocular) está
alinhado horizontalmente com a orelha. Quando alinhados, o vértice é o ponto
mais alto do crânio. O avaliador coloca as mãos sob o queixo e os dedos nos
processos mastóides do sujeito. Ele pede ao sujeito para respirar
profundamente e prenda a respiração e, segurando cabeça no plano de
Frankfurt, o avaliador aplica leve tração para cima através dos processos
mastóides. O marcador coloca a peça de suporte triangular firmemente no
vértice, apertar o cabelo, tanto quanto possível. A medição é feita no final de
uma respiração profunda.

O PESO CORPORAL

O peso corporal mostra uma variação diurna cerca de 1 kg em crianças


e 2 kg em adultos. Valores mais estáveis são aqueles que são obtidos pela
manhã, 12 horas depois de ter ingerido os alimentos e ter urinado. Uma vez
que nem sempre é possível padronizar o tempo de avaliação, pode ser
importante para registar a hora do dia em que a medição é feita.

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Os instrumentos de escolha são uma balança com pesos convencional
ou balanças eletrônicas portáteis que incorporam uma célula de carga. Ambos
devem ter precisão dentro de 100 gr. O peso pode ser medido com o sujeito nu
ou com um mínimo de roupa. Normalmente, o peso das roupas interiores é
mínimo e não requere que seja subtraído. Verifique se o saldo é zero na
balança antes de pesar. Posicione o sujeito no centro da balança com o peso
distribuído uniformemente entre ambos os pés.

MARCAS E REFERÊNCIAS ANATÔMICAS

Os pontos de referência são pontos esqueléticos que geralmente estão


na superfície do corpo, esses são os "marcadores" que identificam a
localização exata do local de medição, ou a partir da qual uma parte de tecido
mole é localizada, por exemplo, a dobra/prega subescapular e o perímetro do
braço. Todas as marcas são localizadas através da palpação (toque). Para a
conveniência dos sujeitos, as unhas do avaliador devem ser mantidas curtas.

A marca é identificada com o polegar ou dedo indicador. Uma vez


identificada a referência anatômica, marcamos o local com um lápis de fibra
fina dermográfica ou uma caneta. Em seguida, a marca é novamente verificada
para garantir que não foi deslocada. Os marcos anatômicos aqui descritos são
os mais comumente utilizados e servem para realizar os cálculos necessários.
Todas as marcas são identificadas antes fazer as medições.

ACRÔMIO

Definição: É o ponto mais aplanado al final da clavícula de da espinha da


escapula.

Localização: Em pé atrás do lado direito do sujeito, palpar ao longo da espinha


da escápula em direção ao ombro.

RADIAL

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Definição: O ponto na extremidade proximal e lateral da cabeça do rádio.

Localização: verifique a parte de baixo na cavidade lateral do cotovelo. Deve


ser possível detectar o espaçamento entre o côndilo do úmero e a cabeça do
rádio. Com uma leve rotação do antebraço é percebido como rotação a cabeça
radial.

PONTO MÉDIO ACROMIAL-RADIAL

Definição: É o ponto médio entre o acrômio e marca radial.

Localização: Medindo a distância linear entre a marca radial e a marca


acrômial com o braço relaxada ao lado d corpo. Faça uma pequena marca
horizontal para no ponto médio entre estas duas marcas. Aumente esta marca
em torno do braço posteriormente formando um círculo com uma linha
horizontal. Esta é a marca necessária para localizar a dobra do tríceps e do
bíceps. A dobra do tríceps é tomada na parte de trás do braço e o tendão do
bíceps na frente.

ESTILOIDE

Definição: É o ponto mais distal na margem lateral da cabeça radial inferior


(processo estilóide do rádio).

Localização: espaço triangular identificado pelos tendões músculo do pulso,


um pouco acima do polegar. Este lugar também é chamado "Caixa de rapé
anatômica".

ESTILOIDE MÉDIO

Definição: É o ponto médio da superfície anterior do pulso, numa linha


horizontal ao nível do ponto estiloide.

Localização: O ponto médio estimado entre os lados medial e lateral do


punho. Nesta posição desenhar uma linha vertical.

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DACTILOIDEO

Definição: É a ponta do dedo médio (terceiro) quando o membro superior está


com os dedos estendidos.

Localização: Não são necessárias marcações para este local porque é o final
do terceiro dedo.

SUBESCAPULAR

Definição: É o ponto mais baixo do ângulo da escápula.

Localização: Palpar o ângulo inferior da escápula com o polegar. Se houver


alguma dificuldade em encontrar o ângulo inferior da escápula, o sujeito deve,
lentamente, trazer o seu braço direito contra as costas. Deve ser sempre
realizada uma verificação final da marca.

MESOESTERNAL

Definição: é o ponto médio do esterno

Localização: Esta marca é localizada iniciando o toque pela face superior da


clavícula. Usando o polegar, o antropometrista deve passar da clavícula ao
primeiro espaço intercostal (entre a primeiro e a segunda costela) e procurar o
quarto espaço intercostal.

XIFÓIDE

Definição: O ponto é o processo xifóide (porção inferior do esterno).

Localização: deslizar o dedo por todo o esterno até o final.

LINHA ILIO-AXILAR

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Definição: É a linha imaginária vertical, que liga o ponto médio observado na
axila com o borde lateral superior do ílio.

Localização: Com o braço do sujeito colocado horizontalmente, palpamos a


borda lateral e superior do ílio com a mão direita e o ponto médio visível da
axila. Uma linha vertical imaginária liga estas duas marcas.

ILIOCRESTÍDEO

Definição: É o ponto na face lateral do tubérculo ilíaco a linha ílio-axilar.

Localização: Com o braço do sujeito colocado horizontalmente numa posição


lateral, localizar o borde lateral e superior do ílio com a mão direita. A mão
esquerda é utilizada para estabilizar o corpo e fornecer resistência no lado
esquerdo da pélvis. A marca é feita na borda identificada aonde o ílio é
atravessado pela linha vertical do ponto imaginário axilar médio.

ILIOESPINAL

Definição: É o ponto mais inferior e proeminente da espinha ilíaca antero-


siperior.

Localização: Para localizar o ponto ilioespinal, palpar a parte superior do osso


ilíaco e deslocar anterior e inferiormente ao largo da crista ilíaca até o ponto em
que o osso ilíaco mude de sentido curvando-se pata trás.

TROCANTÉRICO

Definição: É o ponto mais alto do trocânter maior do fêmur.

Localização: O local é identificado pela palpação da parede lateral das


nádegas. É aconselhável manter o lado esquerdo das pelves do sujeito com a
mão esquerda, enquanto pressiona com a mão direita. Uma vez identificado o
trocânter maior, deve palpar para cima para localizar a face superior dessa
saliência óssea.

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TIBIAL MEDIAL

Definição: O ponto mais superior da borda medial da cabeça da tíbia.

Localização: O ponto tibial medial esta aproximadamente no mesmo plano


transversal ao lado da tíbia. É marcado com o sujeito sentado na caixa, com a
perna direita cruzada sobre joelho esquerdo, de modo que você pode marcar a
borda medial da cabeça da tíbia na perna. A marca deve ser realizada na
extremidade proximal medial, enquanto a perna é mantida nesta posição.

MALEOLAR

Definição: É o ponto mais distal do maléolo medial da tíbia.

Localização: É o ponto mais distal ao maléolo medial tíbia. É marcado com o


sujeito sentado na caixa com perna direita cruzada sobre o joelho esquerdo de
modo que possa marcar o lado medial da parte inferior da perna.

TIBIAL LATERAL

Definição: É o ponto mais superior do borde lateral da cabeça da tíbia.

Localização: Normalmente, é difícil controlar as marcas corretamente devido


aos ligamentos espessos que atravessam a articulação do joelho lateral. Palpar
usando o polegar procedendo conforme descrito: localizar a área limitada pelo
côndilo femoral lateral e a porção ântero-lateral da cabeça da tíbia. Pressionar
com firmeza para localizar a borda superior e cabeça lateral da tíbia.

PREGAS CUTÂNEAS

Para a avaliação das dobras cutâneas precisamos das marcas


antropométricas. A descrição dos procedimentos de medição parece bastante
simples, mas um elevado grau de conhecimento é essencial para obter

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resultados consistentes, especialmente quando aplicados em condições de
campo ou provas experimentais.

• Antes de avaliar atletas ou outras pessoas, o avaliador deve adquirir a técnica


apropriada para a medição das dobras cutâneas. Tem sido demonstrado que
reduz o nível de erro nas medições repetidas de um mesmo avaliador e, por
sua vez, entre os pesquisadores. Para garantir uma boa reprodutibilidade, as
medições devem ser feitas sempre pelo mesmo avaliador.

• Assegurar que todos os aparelhos a serem utilizados estão em bom estado


de uso e devidamente calibrados.

• O local de dobras cutâneas deve ser cuidadosamente marcado usando


marcas anatômicas corretas. É particularmente importante que o avaliador faça
uma marca na pele com caneta dermográfica identificando todos os pontos
anatômicos. Tem sido demonstrado que a espessura da dobra varia em média
de 2-3 mm, quando não são colocadas no lugar certo. Notou-se também que a
localização incorreta dos locais de medição das dobras é a maior fonte de erro
entre os pesquisadores. Para medições corretas sempre utilizamos o lado
direito do corpo, independentemente do lado dominante do sujeito. A às vezes
torna-se impossível a utilização do lado direito devido a uma lesão (edema,
gesso, etc), e as vezes, é desejável comparar os dois lados do corpo após a
lesão e / ou reabilitação. Nesse caso, você poderia usar o lado esquerdo. As
comparações entre o lado direito e esquerda do corpo indicarão se houve ou
não diferença significativa nas dobras.

• A dobra é tomada na linha marcada de modo que sobre uma dobra da pele a
gordura subcutânea subjacente é mantido na pressão entre o polegar e o
indicador. Cuidados devem ser tomados para não pressionar excessivamente o
tecido muscular subjacente. Para que isso não ocorra, o indicador e o polegar
giram a dobra ligeiramente garantindo que não há tecido muscular. Se houver
qualquer dificuldade, solicite ao sujeito realizar uma contratação do músculo
até que você tenha certeza de que só está palpando tecido subcutâneo.

• Se possível, as medições deverão ser realizadas de 2-3 vezes em cada local,


utilizando o valor médio das medidas como o valor da dobra.

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• Você não deve tomar medidas de dobras após o treino, uma sessão de sauna
ou depois de tomar banho.

MARCOS ANATÔMICOS PARA AS DOBRAS CUTÂNEAS

1 TRÍCEPS

Esta dobra é tomada com o polegar e o dedo indicador na marca


deixada posterior da linha média acromial-radial. A dobra é vertical e paralela
ao eixo longitudinal do braço. A dobra é feita na parte de trás do braço, ao
longo do tríceps. Para a medição, o braço deve estar relaxado.

2 SUBESCAPULAR

O sujeito deve ficar com os braços relaxados ao lado do corpo. O


polegar sente ângulo inferior da escápula para determinar o ponto mais
saliente. A dobra está 2 cm inferior ao ângulo da escapula de devemos agarrar
formando um ângulo de 45º.

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3 BICIPITAL

Esta dobra é tomada com o polegar esquerdo e indicador na linha


acromial-radial, paralelamente ao eixo longitudinal do braço. O sujeito a com o
braço relaxado com a articulação do ombro em uma ligeira rotação externa e
cotovelo estendido. A dobra situa-se na parte superior do braço. Verifique se o
ponto marcado para a dobra bicipital está na superfície anterior de este
músculo, olhando o braço do lado, mantendo a posição anatômica.

4 CRISTA ILÍACA

Esta dobra é tomada um pouco acima da marca iliocrestídea, a altura da


linha do ílio-axilar. A dobra deve ser tomada formando um ângulo de 45º.

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5. SUPRA-ESPINHAL

Esta dobra foi originalmente chamada por Heath e Carter como supra-
ilíaca, mas agora é conhecido como supraespinal. A dobra é usada para
determinar o somatotipo Heath e Carter (que aprenderemos mais adiante).
Está a 5-7 cm acima da marca ilioespinal, dependendo do tamanho do sujeito,
mas poderia ser apenas 2 cm em uma criança. A prega segue uma tendência
medial, para baixo e para dentro em um ângulo de aproximadamente 45 graus.

6 ABDOMINAL

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Esta é uma dobra na vertical subindo 5 cm (aproximadamente) do ponto
médio do umbigo. Não coloque os medidores no umbigo.

7 COXA ANTERIOR

O avaliador está na frente do lado direito do sujeito que está sentado e


mantem o joelho dobrado em 90º. A dobra é marcada paralela ao eixo
longitudinal do fémur, no ponto médio da distância entre a dobra inguinal e a
borda superior da rótula.

8 PANTURRILHA MEDIAL

Com o sujeito sentado ou de pé apoiando sobre uma caixa (joelho a 90


graus), a dobra vertical tomada no lado medial ao nível do seu perímetro
máximo.

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9 AXILAR MÉDIO

É uma dobra vertical na linha ílio-axilar no nível o ponto marcado no


processo xifoide do esterno. Em geral, é solicitado que o indivíduo levante o
braço direito separado do corpo na posição de 90 graus (com a mão do sujeito
apoiando a cabeça).

PERÍMETROS

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Técnicas de medição dos perímetros

A fita deve fazer o contorno sobre a parte do corpo a ser medida e


devemos realizar sempre uma força constante mas sem deformar a pele.
Devemos ter o cuidado de não desnivelar a fita fazendo um círculo perfeito.

MARCOS ANATÔMICOS PARA PERÍMETROS

10 CABEÇA

O tamanho da cabeça é obtido com a cabeça no plano de Frankfurt. A


fita deve ser posicionada fortemente para pressionar o cabelo. Muitas vezes, é
necessário usar os dedos médios no lado da cabeça para evitar que a fita
deslize. Excluir ouvidos e certifique-se que não há fivelas, grampos ou outros
semelhantes sobre a cabelo durante a medição.

11 PESCOÇO

A circunferência do pescoço é medida imediatamente por acima da


cartilagem tireóide. O sujeito deve manter a cabeça no plano de Frankfort, e
pode sentar-se ou ficar de pé. É importante não forçar muito a fita nessa região
porque os tecidos são altamente compressíveis. A fita deve ser mantida
perpendicular ao eixo longitudinal da garganta.

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12 BRAÇO RELAXADO

A circunferência do braço deve ser medida com o braço relaxado ao lado


do corpo. A fita deverá medir a maior circunferência.

13 BRAÇO FLEXIONADO EM TENSÃO MÁXIMA

É a circunferência é medida igual a técnica do braço relaxado com a


condição de que agora o sujeito vai contrair o bíceps. Para contrair o bíceps
pedimos para o sujeito flexionar o cotovelo em 90º e aplique resistência contra
o antebraço.

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14 ANTEBRAÇO

A medição é realizada no nível de máximo da circunferência do


antebraço.

15 PUNHO

Essa medição compreende os processos estiloides sendo o perímetro


mínimo esta região. O perímetro deve ser tomado com a mão em pronação e o
punho em posição neutra.

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16 TORAX

Utilizamos a marca mesoesternal. O antropometrista de frente ou


ligeiramente para a direita do sujeito. O sujeito deve respirar normalmente e a
medida é realizada no fim de uma expiração normal. Os braços que devem
permanecer ligeiramente separados do corpo durante a medição.

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17 CINTURA

Esta medição é feita entre o último arco costal (costelas) e crista ilíaca. A
medida é feita no ponto médio entre estas duas marcas. A medição é realizada
no final de uma expiração normal.

18 GLÚTEOS (QUADRIL)

Este perímetro é tomado no máximo relevo dos glúteos, geralmente ao


nível da sínfise púbica. O avaliador se posiciona ao lado do sujeito para
assegurar que a fita está no plano horizontal. O sujeito se posiciona com pés
juntos e não deve contrair os glúteos.

19 COXA

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A circunferência da coxa é tomada 1 cm abaixo do glúteo. O sujeito se
encontra de pé com os pés ligeiramente separados, e o peso do corpo
distribuído equilibrado entre os dois pés. Passe a fita em torno de da coxa
inferior e deslize para cima, para atingir o nível correto.

20 COXA MEDIAL

É a medida do perímetro da coxa direita feita perpendicularmente ao


eixo longitudinal da coxa. Está entre as marcas trocantérica e tibial lateral.
Geralmente é mais fácil se o sujeito ficar de pé em uma caixa ou banco.

21 PANTURRILHA

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É o perímetro máximo a da perna. Facilita muito se o sujeito estiver em
cima de uma caixa de pé com o peso do corpo dividido uniformemente entre as
duas pernas.

22 TORNOZELO

O perímetro do tornozelo deve ser obtido no ponto mais estreito supra


tibial e maléolo fibular. Devemos garantir a leitura do perímetro mínimo.

COMPRIMENTOS / ALTURAS SEGMENTARES

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Existem dois métodos para medir os comprimentos dos segmentos
corporais. Uma compreende a medição vertical do chão até as estruturas
anatómicas identificadas com o uso de um antropômetro. Neste caso, o
indivíduo assume a posição ereta, com os pés juntos de pé. Depois destas
medições, é possível (por subtração) determinar os comprimentos dos
segmentos indivíduo; por exemplo, a menor altura acromial e altura radial, nos
dará o comprimento do braço (acromialradial).

O segundo método permite a medição direta destes segmentos. Neste


caso, o instrumento a ser usado será uma pinça grande ou segmômetro
deslizante.

23 ACROMIAL-RADIAL

É o comprimento do braço. O medidor é colocado na marca acromial


enquanto o outro é posicionado na linha radial.

24 RADIAL ESTILOIDEA

É o comprimento do antebraço. A distância entre os pontos estilóide e


radial previamente marcados, enquanto o sujeito assume a posição anatômica.
O medidor está localizado paralelo aos eixos longitudinais do rádio.

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25 DACTILOIDEA MEDIOESTILOIDEA

É o comprimento da mão. A medição é feita na menor distância


estiloidea-3º dedo com a mão em supinação (palmas para a frente) e dedos em
extensão completa. Uma extremidade do manómetro está colocado no meio
estiloide na linha marcada, enquanto outra extremidade localiza-se no ponto
mais distante do terceiro dedo, ou dedo médio.

26 ILIOESPINAL

A altura é medida a partir do topo da caixa até que ponto ilioespinal. O


sujeito com os pés juntos, de frente para a caixa. A base fixa é colocada sobre

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a face superior da caixa, e orientado verticalmente para cima, o braço móvel
medidor está localizado na marca ilioespinal.

27 TROCANTÉRICA

É a altura a partir da borda superior da caixa e a marca trocantérica. O


sujeito está com os pés juntos com a face lateral da perna direita contra a
caixa. A base fixa é colocada na borda superior da caixa e é orientada
verticalmente para cima, colocando a extremidade do braço móvel marca
trocantérica.

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28 TIBIAL LATERAL-TROCANTÉRICA

Este é o comprimento da coxa. A distância entre a marca trocantérica e


tibial lateral. O sujeito se posiciona com a lateral da coxa ao lado da caixa.

29 LATERAL DA TÍBIA

É o comprimento da perna, que é, a distância entre o chão (ou na borda


da caixa se é o caso) e a marca lateral da tíbia.

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30 TIBIAL MEDIAL – MALEOLAR MEDIAL

É o comprimento da tíbia. É o comprimento medido entre pontos maléolo


medial e tíbia medial. O sujeito poderia sentar-se na caixa com o tornozelo
cruzamento do lado direito sobre o joelho esquerdo. Esta posição deve expor a
face medial da perna num plano quase horizontal. Um dos extremos do
aparelho medidor é colocado sobre a marca tibial medial e o outro na marca
maléolos medial.

DIÂMETROS

Marcadores anatômicos para diâmetros (e comprimentos)

31 BIACROMIAL

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É a distância entre os pontos mais laterais dos processos dos acrômios
direito e esquerdo.

32 BIILIOCRESTÍDEO

É a distância entre os pontos mais laterais de tubérculos ilíacos na borda


crista ilíaca superior. O antropometrista deve aplicar uma pressão para reduzir
o efeito dos tecidos superficiais.

33 COMPRIMENTO DO PÉ

É a distância entre a ponta mais proeminente (que pode ser o primeiro


ou o segundo dedo) e ponto mais recuado do calcanhar. O sujeito deve
distribuir o peso uniformemente entre os dois pés. A medida deveria ser
mantida paralela o eixo longitudinal do pé, e deve ser aplicada pressão mínima.
É mais conveniente para o avaliador se o sujeito está de pé em cima da caixa
durante esta medição.

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34 ALTURA SENTADO

É a altura da mesa, cadeira ou caixa (em que o sujeito está sentado)


para o ponto mais alto da cabeça no plano de Frankfort. O avaliador coloca as
mãos sobre mandíbulas do sujeito e os dedos alcançando processos mastóide.
Ele pede ao sujeito para fazer uma respiração profunda e segure manter a
respiração e a cabeça no plano de Frankfort. O avaliador aplica uma ligeira
pressão para cima para através dos processos de mastóide.

35 TÓRAX TRANSVERSAL

É a medida da largura do tórax nos seus pontos mais proeminentes. O


aparelho medidor deve ser colocado num ângulo de 30 graus para o plano
horizontal. Isto impede que o paquímetro entre nas costelas. O avaliador está
na frente do sujeito que pode estar sentado ou de pé. Deveria tomar cuidado
para evitar a inclusão de músculos peitorais e dorsais. A leitura é feita ao final
de uma expiração normal.

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36 PROFUNDIDADE OU DIÂMETRO DO TÓRAX ANTERO-POSTERIOR

É a distância medida entre os dois braços do compasso curvo, quando


localizado as pontas tocam o tórax no nível da marca mesoesternal.

37 BIEPICONDILAR DO ÚMERO

É a distância medida entre o epicôndilo medial e lateral do úmero. O


indicador é colocado diretamente sobre os dois epicôndilos, de modo que a
pinça fica orientada de baixo para cima em um ângulo de 45 graus com
respeito ao plano horizontal.

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38 BIEPICONDILAR DO FÊMUR

É a distância medida entre o epicôndilo medial e lateral do fêmur quando


o sujeito está sentado com o joelho flexionado. As pontas da pinça devem tocar
os dois epicôndilos e devem ser posicionadas num ângulo de 45 graus com
respeito ao plano horizontal. Mantenha uma pressão firme.

MEDIDAS ESPECÍFICAS PARA O ESPORTE

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As seguintes partes do corpo foram incluídas como um guia para
aqueles que possam necessitar estas medições para grupos específicos de
atletas. Por exemplo, a extensão de braço possui é uma medida de rotina em
nadadores e jogadores de vôlei. A bideltoideo e bitrocantérico são uteis para
calcular a superfície frontal projetada em esportes como ciclismo, corrida ou
skate.

ENVERGADURA DOS BRAÇOS

É a distância entre as extremidades dos dedos médios esquerdo e


direito, quando o sujeito está de pé contra uma parede. Para evitar erros o
indivíduo deve estar com as costas contra a parede. Os braços devem ser
posicionados abertos horizontalmente. Para medir é usada uma fita métrica.

DIÂMETRO BIDELTOIDEO

É a distância de largura dos ombros que compreende os dois deltoides.


O sujeito mantém os braços relaxados ao lado do corpo e deve ser aplicada
pressão mínima (não deve deixar marcas na pele).

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DIÂMETRO BITROCANTÉRICO

É a distância entre os trocânteres maiores direito e esquerdo. O


procedimento de medida é similar ao bideltoideo.

ANTROPOMETRIA - generalidades

Antropometria é a disciplina que descreve as diferenças quantitativas das


medidas do corpo humano; é o estudo e medição das dimensões físicas e
funcionais do corpo humano.

A capacidade do homem de realizar diferentes tipos de esforço está


intimamente relacionada com a maior ou menor presença de tecidos corporais.
A valoração da composição corporal está baseada em diferentes métodos:
químicos, densiométricos, antropométricos, radiológicos, etc. Atualmente, são

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conhecidos muitos métodos para realizar a avaliação da composição corporal e
são divididos em três propostas:

a. Normativa-descritiva: segundo as teorias e cálculos biométricos de


Quetelet;
b. Densiométrica-explorativa: baseando-se nos trabalhos de Behnke,
Feen e Welham sobre a gravidade especifica e a densidade do corpo
humano e com a utilização do volume como uma nova variável em
conjunto com a altura e o peso;
c. Proporcional-fracionada: a partir dos estudos anatômicos de Mitiegka
e o seu modelo dos 4 componentes, que sofreu modificações ao longo
do tempo até chegar ao atualmente usado modelo de referência
unissexual de Phantom de Ross.

MODELO PHANTOM, O QUE É?

Muitas vezes escutamos falar no modelo Phantom mas seguramente


muitos de nós não sabemos o que significa. O Phantom nada mais é que um
modelo de ser humano padrão (um manequim) criado em 1974 por Ross &
Wilson para fazer comparativas entre diferentes biótipos. Uma forma de saber
si uma pessoa está mais pesada, ou é mais alta, ou verificar as pregas
cutâneas é compará-las com o Phantom. O Phantom possui as seguintes
características: altura de 170,18cm; peso de 64,58Kg; porcentagem de gordura
corporal de 18,87%; unissexuado; não dividido por grupos etário, raciais,
éticos ou condição física. Os criadores do Phantom se basearam em grandes
estudos populacionais para chegar a essas medidas. Nesse modelo se pode
comparar, altura, peso, pregas cutâneas, perímetros, etc (tabela).

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Como se calcula o Phantom?

As contas podem ser feitas para cada item da tabela do Phantom.


Existem muitos programas de internet e o próprio Excel que calculam o

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Phantom automaticamente, mas para isso você precisa saber o que significa
cada valor e como preencher esta formula:

V: valor medido do indivíduo (ou seja, medida do seguimento que você aferiu)

P: valor médio do Phantom (consta na tabela)

D: dimensão da medida (colocar 1 para longitude, 2 para áreas ou 3 se for


volume/peso)

S: desvio padrão do Phantom (consta na tabela)

E: a altura do indivíduo em centímetros (que você aferiu no indivíduo)

Z: pode resultar ser valor positivo (se a medida for proporcionalmente maior
que o Phantom) ou negativo (se for menor).

No final, ao realizar as contas você conseguirá saber as dimensões do


seu cliente/aluno e sua proporcionalidade. Lembre-se que o Phantom é uma
ferramenta válida e muito utilizada para trabalhos científicos e de investigação.

Vamos ver uma situação hipotética de como preencher a formula. Nesse


caso, vou comparar um braço de um cliente meu com o Phantom:

V: 37 cm (eu aferi no meu cliente)

P: 32,53 cm (tabela do Phantom)

D: 1 (porque é longitudinal)

S: 1,77 (tabela do Phantom)

E: 174 cm (eu aferi no meu cliente)

Sabendo o que significa cada item da formula e substituindo


corretamente você só precisará usar o Excel ou qualquer programa online para
calcular o Phantom, não é necessário calcular a mão. Lembre-se que você
pode comparar com o Phantom qualquer medida corpórea do seu cliente que
esteja na tabela do Phantom e precisa realizar uma conta diferente para cada
medida.

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1. ANALISE METODOLOGICO

Os métodos de análise da composição corporal metodológicos se


classificam de três formas:

1. Diretas;
2. Indiretas e
3. Duplamente indiretas.

1.1 ANALISE METODOLÓGICO DIRETO

Baseado diretamente na dissecção de cadáveres e com lógicos


problemas inerentes a toda dissecação humana. Existe uma escassez de
trabalhos nessa área que vaiam unidos a dados antropométricos o de
composição química. O estudo mas representativo de dissecação anatômica
na cineantropometria foi realizado na Universidade de Vrije (Bruxelas, Bélgica)
por Clarys, Drinkwater, Martin e Ross de 1979 a 1980. Este estudo mediu
antropometricamente a 25 cadáveres compreendidos entre 55 e 94 anos de
idade. O objetivo foi validar alguns dos métodos de medição da composição
corporal. Através da dissecção é possível coletar diretamente os tecidos e
realizar suas medidas.

1.2 ANALISE METODOLÓGICO INDIRETO

Se divide em três tipos:

1. Físico-quimicos: - pletsmografia,

- absorção de gases,

- diluição isotópica,

- eletrograma de raios gama,

- fotogênica,

- ativação de nêutrones e

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- excreção de creatina

2. Imagem: - absorção dual de raios X (DEXA)

- radiologia

- ultrassom

- tomografia axial computadorizada

- ressonância nuclear magnética

3. Densiometria: - pesagem hidrostática

- volume de agua por deslocamento

Os métodos indiretos, também chamados “in vivo”, são considerados


dessa forma porque para calcular um determinado parâmetro (ex: porcentagem
de gordura) se apoiam em outra medida (ex: densidade corporal) utilizando
uma relação teórica quantitativa de ambas variáveis. Assim, o cálculo de
porcentagem de gordura a partir do conteúdo de agua corporal está baseado
no pensamento de que encontrando a massa livre de agua pode-se estimar a
quantidade total de agua assumindo que um 73,2% de massa livre de gordura
é agua (Forbes). A mesma sistemática se aplica no cálculo de porcentagem de
gordura a partir da quantificação de potássio corporal (o isótopo 40K constitui
um 0,012% do potássio corporal) uma vez que se pressupõe que este fixa-se
numa proporção de 68,1 mEq/Kg na massa magra.

1.3 METODOS DE ANALISE METODOLOGICO DUPLAMENTE INDIRETOS

Devem considerar-se assim porque se baseiam em equações derivadas


de algum método indireto. Partindo da medida das pregas cutâneas de gordura
e da densidade corporal se desenvolve uma equação de regressão. Podem

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acontecer erros devido ao uso dos plicômetros e da habilidade de cada
avaliador.

Alguns dos métodos são:

1. TOBEC Total Body Electrical Conductivity

2. BIA Bioelectrical Impedance Analysis

3. NIR Near Infrared Reactance

4. Antropometria: - índice de obesidade e massa corporal;

- modelos de 4 ou 2 componentes;

- somatogramas;

- somatotipos;

- PHANTOM

- equações de regressão lineares

- equações de regressão gerais

- 0 scale

2 METODOS FUNCIONAIS

Podemos realizar a avaliação cineantropométrica em três formas


distintas: métodos de campo, de laboratório ou mistos.

2.1 METODOS FUNCIONAIS DE CAMPO

São os derivados dos índices altura e peso, pregas cutâneas, perímetros


musculares e diâmetros ósseos.

2.1.1 Métodos derivados dos índices altura e peso:

É uma das propostas mais simples para a avaliação da composição


corporal. Com um antecedente muito claro nas teorias normativo-descritivas de
Quetelet, mas concretamente no seu conhecido índice IMC = peso/altura 2.

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Sua limitação funcional esbarra na diferenciação entre massa
magra e gordura. Assim que qualquer desvio nos índices de referência deve
ser indicado (20±2, define a normalidade de um valor superior a 25 de
obesidade) o com relação ao peso corporal quando ultrapassa em um 20% o
peso ideal.

Pensemos no indivíduo hipotético a seguir: homem, 34 anos, 1.74


metros de altura, 90Kg. Seu IMC seria de 29,72 que indica sobrepeso. Seria
possível dizer unicamente com a informação do IMC qual dos dois homens da
figura abaixo ilustra esse indivíduo?

Seguramente você não seria capaz porque qualquer uma das duas
imagens poderia ilustrar nosso indivíduo. A indicação de sobrepeso unicamente
informa que existe um peso maior do que a estrutura desse indivíduo deveria
ter para sua estrutura corporal. Um atleta fisiculturista normalmente terá
sobrepeso mas isso não significa que esse sobrepeso seja devido a gordura.
IMC não indica gordura nem massa magra e sobrepeso nem sempre é
devido a gordura. O IMC deve sempre ser complementado por outro método
que permita identificar a causa desse sobrepeso que pode ser devido a
excesso de massa muscular, de gordura, retenção de líquidos, tumores, etc.

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2.2 MÉTODOS FUNCIONAIS DE LABORATÓRIO

Para estes métodos é necessário contar com uma certa estrutura. São
mais validos para estudos científicos e projetos de pesquisa e podemos
classificar como: densiométricos, químicos e de imagem.

Para identificar a gordura no método de imagem utiliza-se muito a


ressonância nuclear magnética (RNM), a radiologia por raios X e o ultrassom.
Pela RNM pode-se apreciar a diferença entre a massa magra (em cinza
escuro), os ossos (em branco) e a gordura (em branco).

Na imagem se aprecia um corte transversal da coxa bilateral.

O método de ultrassom não é o método mais utilizado porque é mais


segmentado que a RNM a parte de ser avaliador-dependente. O raio X tem o
inconveniente da difícil identificação de partes moles.

2.3 METODOS FUNCIONAIS MIXTOS

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Com essa denominação nos referimos aos métodos que, a pesar que
terem sido pensados para laboratório, foram adaptados para uso em campo. O
mais conhecido e utilizado é a BIA (Bioelectrical Impedance Analysis). Possui
as vantagens de ser não-invasivo e relativamente barato.

Baseia-se na resistência da passagem da corrente através dos tecidos


corporais e é medido com um analisador. Quanto menor é a resistência elétrica
registrada, maior é a quantidade de agua. Como a massa magra possui um
72% de agua e a gordura possui um valor quase nulo, se estabelece que
quanto menor a resistência a corrente, maior a massa magra.

É necessário saber que o estado de hidratação altera a passagem da


corrente pelo corpo e pode levar a resultados
enganosos de avaliação. Quanto mais
desidratado o corpo se encontre, maior a
resistência a passagem das correntes e,
consequentemente, o resultado será de
menor massa magra. Devido a esse
inconveniente, as avaliações de BIA são
sempre realizadas nas mesmas condições
para poder comparar resultados e conseguir
uma maior fiabilidade. Normalmente, para
estudos científicos, é indicado que a pessoa a ser avaliada que não pratique
exercícios físicos nos três dias anteriores da coleta de dados e é controlada a
ingesta de líquidos e sal nesse mesmo período.

Existem diversos aparelhos e formas de avaliar a composição corporal


através da bioimpedância como algumas balanças portáteis modernas, os
aparelhos fixos usados em hospital, o sistema InBody, aparelhos de medição
manual e portáteis. Todos possuem o mesmo sistema de uso e quase a
mesma fiabilidade.

O que diferencia a maior precisão de um método ou outro é a


quantidade de pontos pelo que a corrente terá que cruzar e a posição dos
eletrodos. A corrente quando atravessa o corpo sai de um eletrodo e sempre
busca o outro mais próximo como ponto de saída. Em uma balança portátil que

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possui dois eletrodos (os dois pés), a corrente entra por um pé e sai pelo outro
percorrendo unicamente as duas pernas e o quadril.

É importante saber que a bioimpedância de qualquer tipo registra a


resistência unicamente das zonas pela qual passou a corrente, ou seja, em
uma balança convencional o valor registrado é a gordura/agua dos membros
inferiores. Utilizando a balança não são medidos os valores para tronco e
membros superiores. O uso dessas balanças com bioimpedância tem o
inconveniente de não medir a parte superior do corpo (por cima do quadril) e
nos casos de acumulo de gordura intra-abdominal não é um método eficaz de
avaliação.

Algumas maquinas novas estão estendendo-se muito no mundo do


Personal Trainer e academias por todo o mundo como o sistema InBody. O
InBody consta de uma balança que possui um sistema de quatro eletrodos (os
dois pés e as duas mãos) e, nesse caso, é um método mais fiável que a
balança uma vez que mede a resistência dos membros superiores, inferiores e
tronco.

Conhecer e dominar as ferramentas de avaliação da composição


corporal é fundamental para melhorar curriculum, aspirar a novos e melhores

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postos de trabalho, facilitar o trabalho diário, conhecer melhor o cliente/aluno e
fundamentar as intervenções com rigor cientifico.

A aplicação desse sistema é extremamente simples: o indivíduo se


posiciona sobre a balança (descalço) e agarra os braços da máquina tocando a
polpa digital dos polegares na área indicada. Os braços devem permanecer
relaxados ao lado do corpo ligeiramente separados do tronco. O avaliador
solicita uma boa postura evitando contrações musculares excessivas. Os
dados pessoais do indivíduo são colocados manualmente no sistema
informático e se ativa a BIA automaticamente clicando sobre o botão “iniciar”. A
leitura tarda um minuto e aparece uma ficha completa com os resultados. A
parte mais importante é saber interpretar esses dados uma vez que a
parte pratica é bastante simples. Normalmente, esses dados pessoais são
guardados para futuras comparações e propor os objetivos do treino físico.

A seguir, apresento uma ficha de resultados oferecidos pelo sistema


InBody:

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A interpretação completa da ficha do InBody acima será feita no vídeo
número 1.

O uso das maquinas de bioimpedância tradicionais, aquelas encontradas


nas universidades e hospitais, é composta por: 1) um programa de computador
que lê e interpreta os sinais elétricos das correntes, 2) um transdutor que passa
a informação das correntes para o computador, 3) um cabo que conecta o
transdutor com o computador e 4) dois pares de eletrodos bipolares (um
receptor e um emissor). Normalmente se avalia o indivíduo deitado e se
conecta os eletrodos no pé e mão direitos para fazer uma leitura de “corpo
inteiro”. Assume-se que ambas metades do corpo são iguais.

A imagem mostra a realização da bioimpedância clássica com dois pontos de


fixação (pé e mão direitos) e a passagem da corrente através do corpo.

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As técnicas de aplicação dependem dos objetivos de cada profissional e
podem variar da seguinte forma:

1. BIA bipolar superior: os eletrodos são


posicionados em ambas mãos. Nesse
caso, a corrente fará a leitura de ambos
membros superiores e a parte superior
do tronco. Existem maquinas especificas
(foto ao lado) e também se utilizam os
eletrodos bipolares.

2. BIA bipolar inferior: os eletrodos são posicionados em ambos pés


(técnica que utilizam as balanças com BIA). Nessa técnica a corrente
atravessa ambos membros inferiores e parte do quadril.

3. BIA bipolar Corpo inteiro: nessa técnica se posiciona os eletrodos no


pé e mão ipsilateral. A corrente atravessa todo o membro inferior, tronco
e membro superior ipsilateral. Essa técnica é fiável mas o avaliador
assume que ambos lados do corpo são iguais. A técnica de posicionar
os eletrodos em pé e mão contralateral não é incorreta mas é pouco
utilizada.

4. BIA tetrapolar Corpo inteiro: nessa técnica se posiciona os eletrodos


em ambos pés e mãos. Essa técnica permite que a corrente atravesse
todo o corpo em todas as direções. Existe controversa se esta técnica é
realmente melhor que a bipolar. Para esta técnica se utilizam os
eletrodos bipolares ou o sistema InBody.

Para realizar a BIA utilizando qualquer técnica ou ferramenta é importante


realizar os seguintes procedimentos:

1. Limpar com álcool a área da pele que terá contato com os eletrodos para
diminuir a resistência da própria pele (mesmo nas balanças);
2. Que o indivíduo esteja posicionado o mais cômodo e relaxado possível.
Evitar contrações musculares desnecessárias;
3. O indivíduo deve desprover de qualquer objeto metálico;

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4. O indivíduo deve estar em jejum e sem ingerir álcool ou ter feito
atividade física nas 24 anteriores ao exame;
5. O indivíduo deve estar no seu estado de hidratação habitual;
6. Estar seguro que você não está realizando uma BIA em pessoas com
marca-passos (está totalmente contraindicado em qualquer caso)
7. Técnica de posicionamento dos eletrodos bipolares:
7.1 Na mão:

- eletrodo receptor: metade anterior do punho, entre apófises radial e


ulnar;

- eletrodo emissor: 4 cm do eletrodo receptor em direção as falanges.

7.2 No pé:

- eletrodo receptor: anterior no tornozelo, entre os maléolos lateral e


medial;

- eletrodo emissor: 4 cm do eletrodo receptor em direção as falanges.

A figura ilustra a posição dos eletrodos bipolares. Os eletrodos negros são os


receptores e os vermelhos são os emissores. Normalmente os eletrodos são
vendidos nessas cores e respeitam essa característica mas sempre é bom ler o
manual de instruções para assegurar-se.

8. O posicionamento do corpo é importante porque este influi na


distribuição do sangue e dos fluidos do estomago e intestino. Os pés
devem manter uma distância de separação entre eles e os braços

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devem estar ligeiramente separados do tronco, afastado do peito. É bom
recordar que o posicionamento habitual para coletar a BIA utilizando
eletrodos é deitado em decúbito dorsal. Unicamente os métodos da
balança e InBody realizam a BIA em posição bípede.

O ciclo menstrual e a temperatura ambiente podem interferir nos


resultados do exame. É necessário estar atento e tê-los em conta na hora de
realizar o exame.

Lembre-se de realizar as medições sempre seguindo o protocolo o mais


meticulosamente possível e realizá-lo sempre nas mesmas condições para
garantir os resultados mais fiáveis possível e poder realizar comparações com
exatidão.

O exame de BIA deve ser realizado por aqueles profissionais que


conhecem o recurso e irão utiliza-lo corretamente, independentemente da sua
profissão.

SOMATOTIPO

O interesse pelo tipo corporal e físico dos indivíduos tem uma larga
história que remonta aos tempos da antiga Grécia. Ao largo dos séculos, foram
propostos distintos sistemas para classificar o tipo físico, os quais levaram à
origem do somatotipo proposto por Sheldon (1940) que foi posteriormente
modificado por outros pesquisadores, entre eles Parnell (1958) e Heath &
Carter (1967). Sheldon creia que o somatotipo era uma entidade fixa ou
genérica, mas a visão atual é que o somatotipo é fenotípico, e por tanto,
suscetível de mudanças como o crescimento, envelhecimento, atividade física
e nutrição.

A técnica do somatotipo é aquela utilizada para estimar a forma corporal


e sua composição. Está expressado na quantificação de três números que
representam os componentes endomórficos, mesomórficos e ectomórficos,
respectivamente sempre nessa mesma ordem. A qualificação é registrada por
três números da seguinte forma: 3-5-2, por exemplo. A leitura é: três, cinco e
dois e representam a magnitude de cada componente mórfico.

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O endomorfismo representa a adiposidade relativa ou tendência a
obesidade (gordura relativa). Os endomórfos se caracterizam pela flacidez da
sua massa, geralmente são baixos, com as pernas curtas em relação ao corpo,
possuem forma redondeada, com uma maior predominância de abdômen que
de tórax e com pouca definição muscular. Caracteriza o sedentário adulto e, no
caso de esportistas, biótipos de lutadores de sumo e halterofilistas.

O mesomorfismo representa a magnitude musculoesquelética relativa.


Derivam da capa mesodérmica embrionária: músculos, ossos e tecido
conjuntivo. Por apresentar uma maior massa musculoesquelética possuem
maior peso. Possuem um aspecto de relógio de areia, tronco médio/largo,
quadril estreito, estatura mediana, com a musculatura bem definida, nível
médio de gordura e predomínio da massa muscular. São as pessoas atléticas,
como por exemplo os velocistas.

O ectomorfismo representa a magreza de um tipo físico. Os tecidos


predominantes são aqueles derivados da capa ectodérmica. Indica o
predomínio de formas lineais e frágeis prevalecendo as medidas longitudinais
sobre as transversais. Possuem forma retangular, baixas reservas de gordura,
pernas e braços longos e massa muscular pouco desenvolvida. Pode haver
uma tendência a uma postura encurvada devido a serem indivíduos longilíneos,
e um exemplo de atletas com esse biótipo são os saltadores e corredores de
maratonas.

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A imagem acima apresenta os esquemas de ectomorfia, mesomorfia e
endomorfia respectivamente.

Em cada componente, as qualificações de 0,5 a 2,5 são consideradas


baixas, de 3 a 5 são consideradas moderadas, de 5,5 a 7 altas e por cima de 7
muito altas (Carter & Health 1990). Teoricamente não existe um limite superior
para as qualificações e em casos excepcionais foram verificados valores por
cima de 12.

É importante reconhecer que o somatotipo descreve o físico de forma


geral e não resposta para as perguntas mais precisas relacionadas com as
dimensões do corpo humano. O método de somatotipo de Heath-Carter é o
mais utilizado na atualidade.

Existem três formas de obter o somatotipo:

1. Método antropométrico unido ao método fotoscópico, que combina a


antropometria e classificações a partir de uma “fotografia”;
2. Método fotoscópico, é aquele que se obtém os resultados a través de
uma “fotografia”;
3. Método antropométrico, é o método que utiliza somente a antropometria.

Devido ao fato de que a maioria não possui os recursos necessários para


fazer uma avaliação através da fotografia, o método antropométrico é o mais

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comumente utilizado a parte de ter uma amplia variedade de aplicações. Pode-
se utilizar tanto nos métodos de campo como nos de laboratório e não requer
equipamentos específicos a parte de que as medições são realizadas com
relativa facilidade.

A imagem acima mostra uma avaliação fotoscópica de um indivíduo


mesomórfico.

MÉTODO ANTROPOMÉTRICO DO SOMATOTIPO DE HEATH-CARTER

O método antropométrico de determinação do somatotipo é


extremamente vantajoso no que tange à rapidez de execução e de cálculo,
baixo custo operacional, assim como maior aceitação do indivíduo a ser

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medido. Entretanto, as vantagens serão perdidas se as medidas não forem
tomadas meticulosamente para que os cálculos sejam medidos o mais
corretamente possível.

O material necessário para calcular o modelo de Heath-Carter consta de


um estadiômetro, uma balança convencional, um plicômetro e uma cinta de
medir. Para calcular qualquer somatotipo antropométrico são necessárias 10
medições:

- altura/estatura,

- peso corporal,

- 4 pregas cutâneas (tríceps, subescapular, supra espinal e panturrilha medial),

- 2 diâmetros ósseos (distância entre os epicôndilos do fêmur e úmero),

- 2 perímetros (braço flexionado em tensão máxima e panturrilha).

CLASSIFICAÇÃO DO ENDOMORFISMO

1. Registrar o valor de cada uma das 3 pregas na primeira coluna da


esquerda (Ex: 6,4 / 7,1 / 4,6).
2. Somar o valor de 3 pregas (tricipital, subescapular e supra espinal). Esse
valor da soma passa ser um novo valor “somatória das pregas” (Ex:
18,1). Marcar com um círculo na planilha o valor mais próximo da
somatória das pregas. A planilha se lê verticalmente e os valores só
devem ser anotados nas linhas superior ou inferior no caso de que
a somatória seja exata ou com diferença máxima de 1mm. Em caso
contrário o valor deve ser anotado na linha do meio (Ex: 17,0).
3. Marcar o valor de endomorfismo corresponde na linha de endomorfismo
(Ex: 1,5).
4. Anotar o valor de endomorfismo na tabela inferior de somatotipo (Ex: 1,5
ou 1½).

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A imagem acima apresenta a planilha de Heath Carter com a localização
unicamente de endomorfismo

CLASSIFICAÇÃO DO MESOMORFISMO

1. Preencher a planilha com os valores de altura, diâmetros do fêmur e


úmero, pregas cutâneas e perímetros (Ex: 178,3 / 7,2 / 9,75 / 33,9 / 37,6
/ 0,5 / 0,6).
2. Marcar na primeira linha da planilha o valor mais próximo da altura (Ex:
177,2).
3. Marcar na planilha os valores mais próximos dos perímetros de úmero e
fêmur na segunda e terceira linha respectivamente (Ex: 7,24 / 9,70).
4. Marcar na quarta linha o valor mais próximo da subtração entre o
perímetro do braço e a prega do tríceps (chamado perímetro corrigido
do braço) (Ex: 33,3).
5. Marcar na quinta linha o resultado a subtração entre o perímetro da
panturrilha e a prega da panturrilha (chamado perímetro corrigido da
perna) (Ex: 37,1).
6. Para calcular o valor da mesomorfia é necessário aplicar uma formula:
MESO = 0,858 x U + 0,601 x F + 0,188 x B + 0,161 x P - 0,131 x E + 4,5

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Onde: U= diâmetro do úmero
F= diâmetro do fêmur
B= perímetro corrigido do braço
P= perímetro corrigido da perna
E= estatura
7. O resultado dessa formula é o valor do mesomorfismo e esse é o valor
que deve ser anotado na linha de mesomorfismo. Ex: 5,57

A imagem acima apresenta a planilha de Heath Carter com a localização de


endomorfismo e mesomorfismo.

CLASSIFICAÇÃO DO ECTOMORFISMO

1. Registrar o peso,
2. Calcular o valor da altura dividida pela raiz cubica do peso (utilizar a
calculadora cientifica para calcular a raiz cubica). Registrar o valor mais
próximo dessa conta na planilha (Ex: 43,48).
3. Marcar com um círculo na planilha o valor de ectomorfismo
correspondente ao valor da conta anterior (Ex: 3).
4. Anotar o valor de ectomorfismo na tabela inferior de somatotipo.

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A imagem acima apresenta a planilha de Heath Carter com a localização dos
três componentes completos.

O somatotipo do exemplo anterior ficaria como: 1,5 - 5,5 - 3. Uma vez que a
tabela de somatotipo esteja completa com os 3 valores (endo, meso e ecto)
você já poderá determinar o tipo de somatotipo do indivíduo seguindo as
seguintes nomenclaturas:

1 Mesomorfo equilibrado: O mesomorfismo é dominante, enquanto o


endomorfismo e o ectomorfismo são iguais ou sem diferenciar em mais de 0,5.

2 Endomorfo equilibrado: O endomorfismo é dominante, enquanto a


mesomorfia e a ectomorfia são iguais, sem diferenciar em mais de 0,5.

3 Ectomorfo equilibrado: A ectomorfia é o dominante, eo mesomorfismo


e o endomorfismo são iguais, não diferem em mais de 0,5.

4 Mesomorfo-endomorfo: O endomorfo e mesomorfo são iguais, ou não


diferem mais do que 0,5, e a ectomorfia é a menor.

5 Ectomorfo-mesomorfo: A ectomorfia e mesomorfia são iguais, ou não


diferem mais do que 0,5, e endomorfo é o menor.

6 Ectomorfo-endomorfo: a endomorfia e ectomorfia são iguais, ou não


diferem mais do que 0,5, e a mesomorfia é a menor.

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7 Meso-endomorph: O endomorfo é dominante, o Mesomorfo o segundo
maior e a ectomorfia a menor.

8 Endo-mesomorfo: O mesomorfo é dominante, o endomorfo o segundo


maior e a ectomorfia a manor.

9 Ecto-Mesomorfo: o mesmorfo é o maior valor, o ectomorfo o segundo


maior.

10 Meso-Ectomorfo: A mesomorfia é a dominante e a mesomorfia a


segunda maior.

11 Endo-Ectomorfo: o ectomorfismo é o valor maior seguido da


endomorfia.

12 Ecto-Endomorfo: a endomorfia é o valor dominante e a ectomorfia o


segundo maior valor.

13 Central: os três morfismos são iguais ou não existe diferença maior


que 1 entre eles.

Uma vez identificados os três componentes do somatotipo, o seguinte


passo será representar o somatotipo na somatocarta (ou somatograma). A
somatocarta é um gráfico com dos planos (X e Y) que indica a localização do
indivíduo e seu somatotipo.

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As imagens acima representam exemplos de somatocarta. Cada área do
gráfico indica o tipo exato de somatotipo por área (esquerda) e os pontos
negros indicam os somatotipos (direita).

Para localizar o somatotipo nas coordenadas X e Y é necessário aplicar as


seguintes fórmulas:

1. Para encontrar o valor de X: 3 – 1


2. Para encontrar o valor de Y: 2x2 - (3+1)

Onde 1 é o valor do componente endomórfico, 2 é o valor do


componente mesomórfico e 3 é o valor da ectomorfia.

Uma simples representação gráfica do somatotipo bidimensional resolve o


problema que supõe o tratamento estatístico de cada componente
separadamente.

Calculando, por exemplo, as coordenadas X e Y para o modelo que


estamos utilizando, faríamos da seguinte forma:

Componente 1 (endomorfia): 1½ ou 1,5

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Componente 2 (mesomorfia): 5½ ou 5,5

Componente 3 (ectomorfia): 3

X = 3-1 / X = 3-1½ / X = 1½

Y = 2x2 - (3+1) / Y = 5½x2 - (3+1½) / Y = 11 - 4½ / Y = 6,5

Com os valores de X e Y calculados já podemos localizar esse ponto na


somatocarta:

No gráfico acima podemos localizar o valor do somatotipo graficamente


indicando os valores de X e Y. O ponto vermelho indica a posição exata do
somatotipo.

O ponto indicado acima corresponde ao somatotipo Ecto-mesomórfico


onde o segundo componente é o predominante e o terceiro é maior que o
primeiro (1,5 - 5,5 - 3). A área do gráfico onde está o ponto vermelho tem que
coincidir com esse somatotipo (gráfico abaixo).

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Nessa imagem podemos ver que o ponto do somatotipo na somatocarta
coincide com a classificação do somatotipo desse indivíduo de acordo com a
área em que aparece.

Nesse indivíduo que vimos durante todo o texto até agora (Ecto-
mesomorfo) vimos que ele tem um componente muscular (mesomorfia) muito

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alto, ou seja, possui muita massa muscular, e que o componente endomórfico
(gordura) é muito baixo.

A sugestão para uso da somatocarta é poder avaliar o seu cliente/aluno


regularmente e marcar os pontos correspondentes na mesma somatocarta
para poder avaliar o seu progresso no tempo, conforme o gráfico a seguir:

São muitos os profissionais que guiam o treino, os objetivos e a


suplementação baseados no tipo de somatotipo. Existem tipos de treino e dieta
específicos para cada tipo somatotipo mas ainda existe certa controversa sobre
esse assunto na comunidade cientifica. Vale a pena pesquisar sobre esse
assunto.

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