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Saúde do
Trabalhador
Indaial – 2021
1a Edição
Elaboração:
Prof. Natália Ferraz Mello
a
209p.
ISBN 978-65-5663-875-1
ISBN Digital 978-65-5663-876-8
“Graduação - EaD”.
1. Saúde 2. Fisioterapia 3. Trabalhador
CDD 610
Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679
Impresso por:
APRESENTAÇÃO
Caro acadêmico, seja bem-vindo à disciplina de Fisioterapia na Saúde do
Trabalhador! Nesta disciplina, você entenderá como práticas de ergonomia podem
contribuir na prevenção de lesões no trabalho e podem servir como ferramentas para o
tratamento de diversas disfunções quando já estiverem preestabelecidas.
A partir de hoje, você olhará para um posto de trabalho de uma forma diferente,
e pensará como otimizar esse espaço com o intuito de promover a saúde e o bem-estar
dos trabalhadores. Inclusive, utilizar seus conhecimentos para organizar seu espaço de
estudo e atuação profissional, afinal, também pertencemos a uma classe trabalhadora.
QR CODE
Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – e
dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR Codes
completamente gratuitos e que nunca expiram. O QR Code é um código que permite que você
acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar
essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só
aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos.
ENADE
Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo
para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira,
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!
LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma
disciplina e com ela um novo conhecimento.
REFERÊNCIAS.......................................................................................................................72
REFERÊNCIAS..................................................................................................................... 141
REFERÊNCIAS.................................................................................................................... 207
UNIDADE 1 -
FISIOTERAPIA NO
TRABALHO: INTRODUÇÃO
E CONCEITUAÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
A cada tópico desta unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de
reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
1
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 1!
Acesse o
QR Code abaixo:
2
UNIDADE 1 TÓPICO 1 -
FUNDAMENTOS E HISTÓRICO
DA ERGONOMIA
1 INTRODUÇÃO
A saúde do trabalhador configura-se como um campo de práticas e de
conhecimentos estratégicos interdisciplinares – técnicos, sociais, políticos, humanos –
multiprofissionais e interinstitucionais, voltados para analisar e intervir nas relações de
trabalho que provocam doenças e agravos (GOMEZ; VASCONCELLOS; MACHADO, 2018).
2 HISTÓRIA E CONCEITO
Desde a Antiguidade, a forma de trabalho é motivo de estudos e de preocupações
para a sociedade. A simplificação e a preparação do trabalho provavelmente foram
de grande importância, sem as quais possivelmente não existiriam as grandiosas
realizações dos egípcios, persas, gregos e romanos (SILVA; PASCHOARELLI, 2010).
3
FIGURA 1 – INSTRUMENTOS DE TRABALHO NEOLÍTICOS
FONTE: <https://super.abril.com.br/mundo-estranho/como-egipcios-ergueram-blocos-tao-
pesados-para-construir-as-piramides/>. Acesso em: 7 jul. 2021.
4
Mais adiante, buscou-se entender, tabelar e organizar dados sobre os fatores
humanos que deveriam ser considerados não apenas para os instrumentos, mas para
os projetos de sistemas de trabalho, como as linhas de montagem, as salas de controle,
os postos de direção de máquinas (cockpits) e assim por diante (VIDAL, 2000; SILVA;
PASCHOARELLI, 2010).
FONTE: <http://www.ergonomia.ufpr.br/Introducao%20a%20Ergonomia%20Vidal%20CESERG.pdf>.
Acesso em: 7 jul. 2021.
5
O conceito de Jastrzebowski para esta proposta trata da maneira de mobilizar
quatro aspectos da natureza anímica, nos quais seriam a natureza físico-motora, a
natureza estético-sensorial, a natureza mental-intelectual e a natureza espiritual-moral.
Riscos
Ergonômicos
Temperatura Umidade
FONTE: A autora
6
FIGURA 5 – HOMEM VITRUVIANO
FONTE: <https://docplayer.com.br/45374850-Conforto-ambiental-i-ergonomia-e-antropometria.html>.
Acesso em: 7 jul. 2021.
IMPORTANTE
F. W. Taylor nasceu na Pensilvânia e foi um engenheiro considerado o pai da
Administração Científica do Trabalho.
7
Na 2ª Guerra Mundial, a falta de compatibilidade entre o projeto das máquinas
e dispositivos e os aspectos mecânico-fisiológicos do ser humano se agravou com o
aperfeiçoamento técnico dos motores. Foram registradas situações terríveis, agora
atingindo tropas e material bélico em pleno uso. Os aviões, por exemplo, passaram a
voar mais alto e mais rápido (VIDAL, 2000; SILVA; PASCHOARELLI, 2010).
Em suas interfaces com o operador humano, a HFE, até o presente, tem sido
baseada em procedimentos experimentais que vão do laboratório clássico ao estudo de
fatores humanos em si mesma até às modernas técnicas de simulação, buscando uma
melhor conformação das interfaces entre pessoas e sistemas técnicos.
8
Os principais tratados de ergonomia foram produzidos nos anos 1960, tendo
como dominante a abordagem HFE. Os mais interessantes, a nosso ver, são Woodson e
Conover (USA, 1966) e Grandjean (Suíça, 1974), aqui lançado pela Editora Qualimark sob
o título Ergonomia. Uma compilação acessível desses livros pode ser obtida em Lida
(1991). Para um uso prático de especialistas, recomendamos o Ergonomic Checkpoints,
editado pela International Labour Office, em Genebra, com o apoio da International
Ergonomics Association – IEA (VIDAL, 2000).
IMPORTANTE
Suzanne Pacaud: nascida em Cracóvia, é conhecida como pioneira da
psicologia ocupacional e da ergonomia.
9
A primeira delas, nos Estados Unidos e Países Nórdicos, preconiza que os projetos
de melhoria ergonômica são mais bem-sucedidos numa perspectiva maior e inseridas
na estratégia organizacional, e que foi chamada a partir de 1990 de Macroergonomia
(VIDAL, 2000).
10
Por risco ergonômico entenderemos a condição ou a prática que traga
obstáculos à produtividade, que desafie a boa qualidade ou que traga prejuízos ao
conforto, segurança e bem-estar do trabalhador. A etapa de concepção de soluções
ergonômicas varia de acordo com a natureza do problema e da forma como a demanda
foi instruída e ainda dos resultados da fase anterior. A implementação ergonômica se
constitui na fase final de uma intervenção (VIDAL, 2000; SILVA; PASCHOARELLI, 2010).
IMPORTANTE
É importante destacarmos que não se pode adequar o trabalho ao ser humano se não se
sabe de que ser humano se trata, portanto, que características, habilidades e limitações
estamos nos referindo, não é mesmo?
Vemos aqui que as perdas materiais e os acidentes podem ter a mesma origem.
Porém, este trabalhador entende que não poderá deixar cair a caixa de
lâmpadas que tenta retirar desta estante. Por falta de uma escada ou acessório
equivalente pode ser levado a improvisar com o que esteja disponível. Isso é
avaliar os riscos ergonômicos e pensar no bem-estar do colaborador.
11
FIGURA – TRABALHADOR CARREGANDO CAIXAS
12
2.1 ERGONOMIA NO MUNDO
Possivelmente, o primeiro estudo realizado sobre o assunto foi o do general e
filósofo ateniense Xenofonte, por volta de 427 a 355 a.C., que preconizou a divisão do
trabalho de maneira que cada operário efetuasse sempre em uma só operação, durante
a fabricação de coturnos da armada grega.
O estudo do trabalho continuou com Leonardo da Vinci (entre 1452 e 1519), que
se destacou por suas ideias nesse campo, como já mencionamos anteriormente. Suas
anotações continham ideias de organização racional de trabalho, que indicam a divisão
das atividades profissionais, a mensuração do tempo e o uso de quadros visuais de
ordenação e de lançamento, semelhantes aos atuais quadros de planejamento.
Além disso, institui-se um salário incentivo, sendo essa talvez a primeira vez
que surge a ideia de remuneração humana do trabalho.
FONTE: <https://www.fcm.unicamp.br/boletimfcm/mais_historia/bernardino-ramazzini-um-
medico-cada-vez-mais-necessario>. Acesso em: 18 set. 2021.
13
Ramazzini é considerado um dos primeiros estudiosos das causas das
doenças ocupacionais. No fim do século XVII já se observavam estudos referentes à
substituição dos seres humanos por máquinas nos postos de trabalho, principalmente
em construções, para poupar a saúde e integridade física dos trabalhadores. É
exatamente nessa ocasião que se incluem os estudos de Bernard Forest de Bélidor,
com planejamento do trabalho e das interfaces ergonômicas na organização do trabalho
(VIDAL, 2000; SILVA; PASCHOARELLI, 2010).
IMPORTANTE
Bernard Forest de Bélidor: nascido na Espanha, dedicou-se às ciências e à
engenharia civil tornando-se especialista em hidráulica e matemática. Realizou
várias contribuições para a ergonomia, em muitos dos seus desenhos
demonstrava como o ser humano interagia com as máquinas e de que forma
o trabalho era realizado com instrumentos que facilitavam o carregamento
de peso, entre outros esforços que anteriormente eram realizados pelo
próprio trabalhador.
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INTERESSANTE
Você certamente já deve ter visto o filme Tempos Modernos, mas que tal olhar por uma
outra ótica? Vamos refletir sobre as implicações desse meio laboral na biomecânica e no
psicológico deste trabalhador? Como você, futuro fisioterapeuta, poderia intervir nessa
situação? Qual seria seu objetivo principal? E suas condutas? Reflita enquanto assiste.
FONTE: <https://www.youtube.com/watch?v=3tL3E5fIZis>.
Acesso em: 7 jul. 2021.
A razão dessa pequena produção de livros por autores brasileiros está relacio-
nada ao fato de que efetivamente as pesquisas em ergonomia são recentes no país,
visto que o primeiro trabalho publicado data de 1973 (VIDAL, 2000; SILVA; PASCHOA-
RELLI, 2010).
15
Já os congressos de ergonomia têm contribuído significativamente para fazer
a divulgação das pesquisas já desenvolvidas e em desenvolvimento pelos grupos de
pesquisa e estudiosos da área, especialmente aquelas realizadas em programas de
pós-graduação.
IMPORTANTE
Alain Wisner: foi um médico francês fundador da ergonomia centrada em
atividades, diretor honorário do laboratório de ergonomia do Conservatoire
National des Arts et Métiers (CNAM) e presidente da Sociedade de Ergonomia
da Língua Francesa. Ele realizou, em 1955, o primeiro serviço de ergonomia
da montadora francesa Renault.
Sem dúvida, esse fato contribuiu para a divulgação da ergonomia no país, bem
como para despertar o interesse de pesquisadores que se envolveram com essa área de
pesquisa na formação de novos ergonomistas (VIDAL, 2000; SILVA; PASCHOARELLI, 2010).
16
Até a década de 1980, a atuação do fisioterapeuta estava restrita à recuperação
e à reabilitação, incorporando a partir daí também as de promoção e prevenção da saúde
da população como área de atuação.
DICAS
Que tal assistirmos a um documentário sobre a realidade do trabalho na
indústria brasileira? O documentário Carne e Osso retrata o dia a dia de
trabalhadores de frigoríficos que se deparam cotidianamente com uma série
de riscos que a maior parte das pessoas sequer imagina. Vamos refletir sobre
a atuação do fisioterapeuta neste contexto? Que contribuições poderíamos
trazer para esses trabalhadores? Reflita.
17
FIGURA – IMAGEM DOCUMENTÁRIO
18
Para produtividade e desempenho no trabalho, há poucas evidências fidedignas.
Estudos de qualidade são necessários para determinar a eficácia da frequência, duração e
tipo de intervenções na saúde do trabalhador.
19
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu:
20
AUTOATIVIDADE
1 Com base na definição da ABERGO (Associação Brasileira de Ergonomia), a Ergonomia
é a ciência que:
21
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.
22
UNIDADE 1 TÓPICO 2 -
ORGANIZAÇÃO E SEGURANÇA NO
TRABALHO E NOÇÕES SOBRE AS NORMAS
REGULAMENTADORAS (NR)
1 INTRODUÇÃO
A Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) é a principal referência de direitos dos
trabalhadores brasileiros. Criada através do Decreto-Lei n° 5.452, de 1° de maio de 1943,
sancionada pelo presidente Getúlio Vargas, com objetivo de unificar toda a legislação
trabalhista então existente no Brasil.
23
Nessa perspectiva, as Normas Regulamentadoras (NR) complementam a CLT, e
são relativas à segurança e medicina do trabalho, são de observância obrigatória pelas
empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos da administração direta e indireta,
bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário.
Existem diversas normas em vigência, e você não precisa conhecer todas, mas
é interessante que ao se inserir em locais como ambulatórios de indústrias, ou prestação
de serviços a empresas, você leia e esteja por dentro das normas específicas para estes
locais. Por isso, citaremos as principais normas vigentes:
• NR 01 - Disposições Gerais
• NR 02 - Inspeção Prévia
• NR 03 - Embargo ou Interdição
• NR 04 - Serviços Especializados em Eng. de Segurança e em Medicina do Trabalho
• NR 05 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
• NR 06 - Equipamentos de Proteção Individual - EPI
• NR 07 - Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional
• NR 08 - Edificações
• NR 09 - Programas de Prevenção de Riscos Ambientais
• NR 10 - Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade
• NR 11 - Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais
• NR 12 - Máquinas e Equipamentos
• NR 13 - Caldeiras, Vasos de Pressão e Tabulações e Tanques Metálicos de Armazenamento
• NR 14 - Fornos
• NR 15 - Atividades e Operações Insalubres
• NR 16 - Atividades e Operações Perigosas
• NR 17 - Ergonomia
24
• NR 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção
• NR 19 - Explosivos
• NR 20 - Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis
• NR 21 - Trabalhos a Céu Aberto
• NR 22 - Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração
• NR 23 - Proteção Contra Incêndios
• NR 24 - Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho
• NR 25 - Resíduos Industriais
• NR 26 - Sinalização de Segurança
• NR 27 - Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no MTB (Revogada
pela Portaria GM n° 262/2008)
• NR 28 - Fiscalização e Penalidades
• NR 29 - Segurança e Saúde no Trabalho Portuário
• NR 30 - Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário
• NR 31 - Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicultura,
Exploração Florestal e Aquicultura
• NR 32 - Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde
• NR 33 - Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados
• NR 34 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção,
Reparação e Desmonte Naval
• NR 35 - Trabalho em Altura
• NR 36 - Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento de
Carnes e Derivados
• NR 37 - Segurança e Saúde em Plataformas de Petróleo
• NRR 1 - Disposições Gerais (Revogada pela Portaria MTE 191/2008)
• NRR 2 - Serviço Especializado em Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural
(Revogada pela Portaria MTE 191/2008)
• NRR 3 - Comissão Interna De Prevenção De Acidentes Do Trabalho Rural (Revogada
pela Portaria MTE 191/2008)
• NRR 4 - Equipamento De Proteção Individual (EPI) (Revogada pela Portaria MTE 191/2008)
• NRR 5 - Produtos Químicos (Revogada pela Portaria MTE 191/2008)
• Médico do Trabalho.
• Engenheiro de Segurança do Trabalho.
• Técnico de Segurança do Trabalho.
• Enfermeiro do Trabalho e Auxiliar ou Técnico em Enfermagem do Trabalho.
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Além desses profissionais, também podem fazer parte fisioterapeutas e psicólo-
gos, não sendo caráter obrigatório, mas que agregam muito no trabalho interdisciplinar.
FONTE: <http://g1.globo.com/pi/piaui/especial-publicitario/governo-do-estado-do-piaui/
noticia/2016/08/cerest-proporciona-qualidade-de-vida-aos-trabalhadores.html>. Acesso: 9 jul. 2021.
3 REGULAMENTAÇÃO DA ATUAÇÃO DO
FISIOTERAPEUTA NA SAÚDE DO TRABALHADOR
Dentro de uma empresa, o fisioterapeuta tem muitas atribuições, sendo
caracterizadas pelo Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, conforme a
Resolução 259, de 18 de dezembro de 2003:
26
I- Promover ações profissionais, de alcance individual e/ou coletivo,
preventivas a intercorrência de processos cinesiopatológicos.
II- Prescrever a prática de procedimentos cinesiológicos compen-
satórios as atividades laborais e do cotidiano, sempre que diag-
nosticar sua necessidade.
III- Identificar, avaliar e observar os fatores ambientais que possam
constituir risco à saúde funcional do trabalhador, em qualquer
fase do processo produtivo, alertando a empresa sobre sua
existência e possíveis consequências.
IV- Realizar a análise biomecânica da atividade produtiva do
trabalhador, considerando as diferentes exigências das
tarefas nos seus esforços estáticos e dinâmicos, avaliando os
seguintes aspectos:
a) No Esforço Dinâmico – frequência, duração, amplitude e torque
(força) exigido.
b) No Esforço Estático – postura corporal exigida, estimativa de
duração da atividade específica e sua frequência.
V- Realizar, interpretar e elaborar laudos de exames biofotogramé-
tricos, quando indicados para fins diagnósticos.
VI- Analisar e qualificar as demandas observadas através de estudos
ergonômicos aplicados, para assegurar a melhor interação entre
o trabalhador e a sua atividade, considerando a capacidade
humana e suas limitações, fundamentado na observação das
condições biomecânicas, fisiológicas e cinesiológicas funcionais.
VII- Elaborar relatório de análise ergonômica, estabelecer nexo causal
para os distúrbios cinesiológicos funcionais e construir parecer
técnico especializado em ergonomia (COFFITO, 2003, p. 1).
27
FIGURA 10 – ABRAFIT
28
desenvolve programas preventivos e de promoção de saúde);
gerencia serviços de saúde (elabora critérios de elegibilidade; elabora
projetos; elabora e avalia processos seletivos; supervisiona estágios;
analisa custos); executa atividades técnico-científicas; trabalha
com segurança; comunica-se (registra procedimentos e evolução
de clientes e pacientes; orienta profissionais da equipe de trabalho;
emite relatórios, pareceres técnicos, atestados, laudos de nexo de
causa laboral) (MTE apud BAÚ; KLEIN, 2009, p. 1).
Essa é uma área em franca expansão não apenas no Brasil, mas em vários
países e que tem sido gratificante para os fisioterapeutas que a escolheram. É uma
realidade diferente das outras áreas da fisioterapia, pois esse profissional se relaciona
contratualmente com pessoas jurídicas, necessita de uma visão empresarial, raciocínio
estratégico bem estruturado, grande conhecimento da ergonomia, biomecânica
ocupacional, legislação trabalhista e previdenciária, além das habilidades conquistadas
na graduação.
DICAS
Vamos conhecer um pouco da atuação e do campo da fisioterapia na saúde do trabalhador?
29
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu:
30
AUTOATIVIDADE
1 Os Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST) atuam na produção de
ações de vigilância em saúde, segundo o modelo de atenção orientado pela promoção,
prevenção e proteção da saúde, buscando se organizar de forma intersetorial entre
as áreas que abrangem e afetam a saúde do trabalhador. Nesse sentido, fazem parte
da equipe mínima:
31
3 Somente em 13 de junho de 2008, os fisioterapeutas conquistaram a aprovação da Re-
solução 351/08 pelo COFFITO, que reconhece a especialidade em fisioterapia do traba-
lho. Nessa perspectiva, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
4 Normas são o conjunto de regras colocadas de forma simples ou pode ser um documen-
to que contém especificações técnicas ou outros critérios a serem seguidos ou respeita-
dos. Neste contexto, disserte sobre a função das Normas Reguladoras do trabalho.
32
UNIDADE 1 TÓPICO 3 -
ANTROPOMETRIA E FERRAMENTAS
DE ANÁLISE ERGONÔMICA PARA
CLASSIFICAÇÃO DOS FATORES DE RISCOS
DO POSTO DE TRABALHO
1 INTRODUÇÃO
A ergonomia pode ser definida como o estudo da adaptação do trabalho ao
homem, que visa proporcionar maior conforto e segurança ao trabalhador e conta com
os conhecimentos da Fisiologia, Biomecânica e Antropometria.
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0 Branco Negro
americano Japonês Brasileiro
americano
N° da amostra 25.000 6.684 233 249
Idade média 23 23 25 26
Estatura (médial) 174 173 161 167
Peso (kg) 70 69 55 63
FONTE: <https://www.efdeportes.com/efd149/antropometria-contribuicao-na-area-da-
ergonomia.htm>. Acesso em: 7 jul. 2021.
33
Os dados antropométricos definem as medições de tamanho, peso e proporção
do corpo humano aplicáveis a um correto dimensionamento de projetos de produtos,
equipamentos e postos de trabalho (BAÚ; KLEIN, 2009).
FONTE: <https://www.efdeportes.com/efd149/antropometria-contribuicao-na-area-da-
ergonomia.htm>. Acesso em: 7 jul. 2021.
ATENÇAO
A antropometria pode ser dividida em estática e dinâmica. A estática refere-
se às medidas retiradas enquanto o indivíduo está na posição em repouso; e
a dinâmica, com o indivíduo realizando algum movimento corporal específico.
34
A intervenção ergonômica é um processo ao mesmo tempo:
FONTE: <https://www.metropoles.com/dino/ergonomia-e-home-office-como-aliar-a-necessidade-
do-teletrabalho-com-a-saude-psicofisiologica>. Acesso em: 18 set. 2021.
35
Todo esse funcionamento pode ser simbolizado por um itinerário que evita
perigosos atalhos causadores de insucesso. Busca-se a instrução da demanda para
permitir se trabalhar com problemas reais, efetivos e cujo tratamento seja possível pela
organização; isso feito, não se procura a passagem imediata a uma solução de algibeira,
mas se deflagra todo um processo de análise e modelagem que permite à organização
do resultado, inclusive tomando parte ativa na especificação e implantação dela.
Você percebe, acadêmico, como é preciso analisar além do que nossos olhos es-
tão vendo? É preciso investigar a fundo, ouvindo e estando atento a várias peculiaridades.
36
2 CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE
FUNCIONALIDADE (CIF) NA SAÚDE DO TRABALHADOR
Atualmente, no Brasil, a notificação referente a agravos na saúde do trabalha-
dor é feita por meio da Classificação Internacional de Doenças (CID). No entanto, para
conhecer a funcionalidade e a incapacidade, a Classificação Internacional de Funciona-
lidade (CIF) é mais adequada, por constituir-se numa ferramenta capaz de gerar dados
sobre a funcionalidade humana no trabalho e sobre a influência do ambiente no desem-
penho das atividades ocupacionais (ARAÚJO; BUCHALLA, 2013).
Nesta perspectiva, o uso da CIF permite obter dados mais específicos, tanto
sobre a funcionalidade, como em relação ao ambiente de trabalho e ao desempenho
das atividades relacionadas a ele (ARAÚJO; BUCHALLA, 2013).
Estado de Saúde
(distúrbio ou doença)
Funções &
Estruturas Atividade Participação
Corporais
Fatores Fatores
Ambientais Pessoais
Fatores Contextuais
FONTE: <https://www.researchgate.net/figure/FIGURA-1-Interacoes-entre-os-componentes-da-
CIF-Fonte-OMS-CIF-2004-CIF-usos-e_fig1_263895635>. Acesso em: 9 jul. 2021.
37
sistemas de informação em saúde. Embora atualmente tenhamos esses dados, eles
não incluem a funcionalidade. Contar com mais essa informação para a área de
saúde do trabalhador pode ser um ganho importante (ARAÚJO; BUCHALLA, 2013).
FONTE: <https://www.rbmt.org.br/details/1496/pt-BR/avaliacao-de-incapacidade-e-
funcionalidade-de-trabalhadoras-com-ler-dort--uso-da-cif-em-checklist>.
Acesso em: 7 jul. 2021.
38
A CIF é formada por categorias e suas subdivisões, ou constructos, de diversas
dimensões, incluindo as partes do corpo. Abrange a funcionalidade como atividade
e participação, ou seja, o que o ser humano pode fazer em diferentes situações ou
sob a influência de diferentes ambientes, por exemplo. A cada categoria ou constructo
se relaciona um conjunto que deve ser completado por qualificadores, números que
indicam a magnitude de um problema dentro de uma categoria específica (ARAÚJO;
BUCHALLA, 2013).
Assim, para facilitar seu uso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) propôs a
criação do checklist da CIF, que é uma versão reduzida da CIF. Embora, por um lado,
o checklist não possua validade universal, por outro lado, pode-se argumentar que ele
representa melhor o ambiente sociopolítico de forma realista, tornando-se assim uma
abordagem mais pragmática (ARAÚJO; BUCHALLA, 2013).
DICAS
Você já viu ou ouviu falar nos checklist da CIF? Essa simplificação pode nos auxiliar no
cotidiano clínico. A seguir, conheça um modelo que você pode utilizar:
39
40
41
42
43
FONTE: <http://www.fsp.usp.br/cbcd/wp-content/uploads/2015/11/LISTA-DE-
CONFERE%CC%82NCIA-DA-CIF-2004.pdf>. Acesso em: 7 jul. 2021.
44
FIGURA 16 – LEVANTAMENTO DE CARGA EXCESSIVA
45
FIGURA 18 – MOVIMENTOS REPETITIVOS
FONTE: A autora
46
O ambiente de trabalho, segundo a ergonomia, deve ser adequado às
características biomecânicas e psicológicas dos colaboradores, contudo é importante
salientar que essas características são particulares e específicas a cada indivíduo, o
que corrobora a aplicação das ferramentas de análise ergonômicas de forma pontual
(ABRAHÃO; PINHO, 1999).
Segundo Shida e Bento (2012), alguns métodos utilizados para análise das
condições de trabalho, tais como a Análise Ergonômica do Trabalho (AET) e o Ergonomics
Workplace Analysis (EWA) são importantes na avaliação e organização do trabalho,
bem como do ambiente ocupacional, a fim de torná-los adaptáveis às necessidades,
habilidades e limitações das pessoas.
47
3.1 AET – ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO
O aperfeiçoamento teórico e o aprofundamento dos métodos da ergonomia
focada na análise da atividade se deram a partir de 1955, após a publicação do livro de
Faverge e Ombredane sobre a análise do trabalho, o que proporcionou a aplicação e a
transformação das condições de trabalho mais elaboradas (GUÉRIN et al., 2001).
A análise ergonômica faz com que se tenha uma compreensão de tudo que
aconteceu no trabalho, mostrando, principalmente, o desempenho de produção do
funcionário, e Lida (2005) sugere que a AET seja elaborada a partir de cinco etapas e o
processo metodológico, como é apresentado na figura:
48
FIGURA 20 – ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO
ANALISE DA DEMANDA
DEFINIÇÃO DO
PROBLEMA
ANÁLISE DE TAREFA
CONDIÇÕES DE TRABALHO
HIPÓTESES
HIPÓTESES ANÁLISE DE TAREFA
CONDIÇÕES DE TRABALHO
HIPÓTESES
DADOS
HIPÓTESES
DADOS
DADOS
RECOMENDAÇÕES DIAGNÓSTICO
49
e o que é realmente executado (LIDA, 2005). Enquanto na análise da atividade são
caracterizados os comportamentos dos trabalhadores ao realizar determinada tarefa.
Trata-se da forma como os colaboradores trabalham e podem ter influências internas
e externas à organização.
O ergonomista não deve ficar passivo perante a demanda que lhe é dirigida,
mas deve buscar informações acerca não só dos problemas como também do contexto
sociotécnico da empresa junto à direção, aos diversos departamentos que possam estar
envolvidos na demanda e aos trabalhadores.
50
correções checando a qualidade das melhorias feitas, tanto em um posto de trabalho
como nas tarefas, seja de um único posto de trabalho ou fazendo comparação de
diferentes postos com o mesmo tipo de atividade e/ou desenvolvimento de novos
projetos com configurações seguras, saudáveis e produtivas para os trabalhadores
(LIDA, 2005).
FONTE: <https://www.fateppiracicaba.edu.br/regent/index.
php?journal=FATEP&page=article&op=view&path%5B%5D=15&path%5B%5D=17>.
Acesso em: 7 jul. 2021.
51
3.3 NIOSH – NATIONAL INSTITUTE FOR OCCUPATIONAL
SAFETY AND HEALTH
Em 1981, o NIOSH – National Institute for Occupational Safety and Health
(Instituto Nacional de Saúde e Segurança Ocupacional) publicou um informe técnico
intitulado Work Practices Guides for Manual Lifting (Guia de Práticas de Trabalho para
Levantamento Manual) (MATEUS JUNIOR, 2009; LIGEIRO, 2010; SHIDA; BENTO, 2012).
Baseado nessa revisão, deu origem a uma ferramenta para identificar os riscos
de lombalgia, adquirida graças à manipulação de cargas no trabalho, considerando três
critérios: biomecânico, fisiológico e psicofísico (LIDA, 2005).
52
Segundo Iida (2005), a identificação das 72 posturas típicas admitidas pela
ferramenta (combinação das 4 posições típicas do dorso, 3 dos braços e 7 das pernas),
é definida por 6 dígitos, em que 3 descrevem a posição dos seguimentos corpóreos, 1 a
carga e 2 o local ou estágio em que a postura foi observada (LIDA, 2005).
• Classe 1: postura normal, que dispensa cuidados, a não ser em casos excepcionais.
• Classe 2: postura que deve ser verificada durante a próxima revisão rotineira dos
métodos de trabalho.
• Classe 3: postura que deve merecer atenção a curto prazo.
• Classe 4: postura que deve merecer atenção imediata. Diferentes analistas treinados,
observando o mesmo trabalho, fizeram registros com 93% de concordância, em
média (IIDA, 2005).
53
A percentagem de tempo de duração da postura na jornada de trabalho ou a
combinação dos quatro primeiros dígitos do código, determinado pelo software, refere-
se às variáveis de posição dos elementos (dorso, braços, pernas e carga) que a postura
recebeu, classificando sua categoria (LIGEIRO, 2010).
Para Shida e Bento (2012, p. 7), o OWAS “é uma ferramenta ergonômica que
se mostrou muito útil na detecção de posturas inadequadas. Sua aplicação aponta
possíveis posturas que podem levar o trabalhador ao afastamento devido a lesões por
esforços excessivos”. Os autores ainda complementam que sua utilização se restringe
às posturas, isto é, apresenta baixa sensibilidade em relação à utilização de cargas,
aspectos vibratórios e dispêndio energético. Outra desvantagem do OWAS é que ele
não avalia a região cervical, punhos e antebraços e não é possível aplicá-la quando o
trabalho é realizado na postura deitada.
54
Ligeiro (2010) afirma que sua aplicação resulta em um sistema de códigos,
dando origem a uma classificação e uma lista categorizada de ações, indicando o
nível de intervenção com o objetivo de reduzir o risco de DORT devido à carga física
imposta ao operador. Por meio dos resultados obtidos é possível criar uma tabela
ordenada pela pontuação encontrada, relativa à existência de fatores de risco para
doenças ocupacionais.
• 1 ou 2: aceitável;
• 3 ou 4: investigar;
• 5 ou 6: investigar e mudar logo;
• 7: investigar e mudar imediatamente.
55
56
57
FONTE: Adaptada de Shida e Bento (2012)
58
3.6 PROTOCOLO SAPO
A avaliação da postura corporal na posição ortostática tem sido amplamente
utilizada há várias décadas, tanto na prática clínica quanto na pesquisa, como um
instrumento diagnóstico de planejamento e de acompanhamento do tratamento
fisioterapêutico (SERRANHEIRA; UVA, 2010).
59
QUADRO 2 – PONTOS DE MARCAÇÃO SAPO
FONTE: <https://docs.google.com/document/d/1j9Vk8L0s2bXuMomzKk80bWCyQE-
r7Z26cx1RwYVJVUY/edit>. Acesso em: 7 jul. 2021.
60
3.7 AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO
SEGUNDO O MODELO DE WALTON
Walton é o primeiro autor norte-americano que dá início a uma linha de pesquisa
de satisfação em qualidade de vida no trabalho, explicitando critérios sob a ótica
organizacional (SERRANHEIRA; UVA, 2010).
INTERESSANTE
Vamos conhecer esse questionário? Que tal aplicar este instrumento em seu colega, ou até
mesmo com seu professor?
QUADRO – QUESTIONÁRIO
61
FONTE: Santos (1997)
62
LEITURA
COMPLEMENTAR
UTILIZAÇÃO DA CIF EM FISIOTERAPIA DO TRABALHO: UMA CONTRIBUIÇÃO
PARA COLETA DE DADOS SOBRE FUNCIONALIDADE (ADAPTADO)
RESUMO
63
sobre a funcionalidade, como em relação ao ambiente de trabalho e ao desempenho das
atividades relacionadas a ele. Muito mais do que estabelecer uma linguagem comum
e um padrão para a área, a CIF pode servir como ferramenta para ações estratégicas
visando melhorar a produtividade, a eficiência do trabalho e o direcionamento dos
recursos financeiros. O conhecimento do estado geral de saúde do trabalhador pode
partir de dados gerados pela avaliação dessa população, visto que as leis do país
exigem, por exemplo, exames ad- missionais, demissionais e periódicos, que podem
alimentar sistemas de informação em saúde. Embora atualmente tenhamos esses
dados, eles não incluem a funcionalidade. Contar com mais essa informação para a
área de saúde do trabalhador pode ser um ganho importante.
A Fisioterapia é uma das principais áreas que vem tentando usar a CIF em
todo mundo, principalmente pela necessidade de se unificar a linguagem diagnóstica
destes profissionais. No entanto, no Brasil, os fisioterapeutas têm pouco contato com a
classificação, sendo que uma parte desses profissionais conhece apenas o modelo de
funcionalidade que ela propõe.
Uma subcategoria da CIF, por exemplo, d4500 (andar distâncias curtas - menos
que 1 Km), sempre faz parte de uma “categoria-mãe”, de nível mais geral (ou de primeiro
nível), que, neste caso é d4 (mobilidade). Considerando apenas o primeiro nível, a CIF
tem 30 categorias. Cada categoria da CIF pode ter até quatro níveis de especificidade,
numa classificação hierarquizada. Também é possível utilizar um número menor de
categorias, usando apenas aquelas de menor complexidade.
64
específica. Esse recurso pode evitar a calibração entre os qualificadores da CIF e os
instrumentos de medida, sugerida pela OMS, tornando possível a criação de um
instrumento classificatório de fácil uso e de grande serventia na geração de dados sobre
funcionalidade e incapacidade.
OBJETIVO: Este estudo visa estruturar um instrumento para a coleta de dados sobre
funcionalidade, utilizando categorias da CIF, para uso na especialidade de Fisioterapia
do Trabalho.
Fase 1: Seleção
Na primeira fase, entramos em contato com a instituição, apresentamos o projeto e
solicitamos a indicação de potenciais participantes. Dos 120 profissionais indicados, 27
participaram da pesquisa.
Fase 2: Convite aos profissionais e envio do material didático sobre a CIF
Na segunda fase, os participantes receberam um convite por meio eletrônico, com os
detalhes da pesquisa e a declaração de aceite em relação à participação no estudo.
Enviamos junto com esse convite um material descritivo sobre a CIF. Um questionário
eletrônico, disponibilizado no sítio do Laboratório de Estudos Populacionais (LEP) da
Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, deveria ser preenchido
por cada participante. Os formulários encontram-se no link http:// www.fsp.usp.br/
site/paginas/mostrar/556.O material descritivo disponibilizado continha dois arquivos,
o primeiro para leitura obrigatória e o segundo para leitura complementar. O primeiro
arquivo tratava-se da tradução de um documento sobre a CIF feito por grupos de trabalho
da OMS, denominado ICF Overview. O segundo arquivo continha a versão integral da CIF
em Português. Os participantes só tiveram acesso ao questionário após declarar ter
lido e entendido o material encaminhado. Assim, o aceite, a leitura e entendimento do
material eram a condição para participar do estudo.
Fase 3: Apresentação das categorias da CIF para seleção das mais utilizadas
pela especialidade, por meio do sistema eletrônico do LEP
Na terceira fase, os participantes foram urgidos a responder ao questionário que continha
a descrição e explicação de cada categoria da classificação. Deveriam apontar/selecionar
quais categorias da classificação eram fundamentais para a sua especialidade dentro
da Fisioterapia. Para os participantes, um item deveria ser considerado para compor a
lista, se fosse indispensável para uso nas atividades do especialista durante sua prática
profissional, com o objetivo de estruturar um instrumento com o mínimo de categorias da
CIF, mas que permitisse o máximo de informações possíveis e necessárias. O prazo para
o encaminhamento das respostas foi de 30 dias após a disponibilização do material. Na
metade do período, todos receberam uma mensagem de alerta sobre o prazo de entrega.
Cada participante selecionou as categorias da CIF aplicáveis na sua área de atuação e
intervenção, indicando, no questionário, SIM ou NÃO ao lado de cada uma delas.
65
Fase 4: Análise das respostas, elaboração da lista mínima de categorias da
CIF, com base nas informações obtidas na fase anterior, envio do resultado final aos
participantes. Com o total de questionários obtidos, foi feita a lista das categorias da CIF
e a frequência com que foram indicadas pelos participantes. As categorias que tiveram
80% ou mais de indicação passaram a fazer parte da lista resumida de categorias da CIF
para uso nessa área. Essa lista foi apresentada aos participantes para conhecimento e
novas considerações.
Fase 5: Proposta de uso dos qualificadores e questionamento sobre a viabilidade
do instrumento
A lista final, contendo as categorias selecionadas e a proposta para uso dos qualificadores,
foi enviada a todos os participantes para que eles opinassem sobre a viabilidade de sua
utilização. Essa informação foi coletada em um segundo questionário (Anexo 1). Este
continha questões que buscavam identificar se o instrumento final era de fácil uso, se
unificava a linguagem, se seria capaz de gerar dados sobre funcionalidade e qual seria
o grau de importância dele.
Fase 6: Compilação e análise das respostas
As respostas ao segundo questionário foram compiladas a fim de conhecer a opinião dos
participantes sobre a possibilidade de uso da ferramenta na prática profissional diária. [...]
66
calibrar instrumentos de avaliação com os qualificadores da CIF, o que demanda mais
tempo para uso e dificulta a execução da classificação. Como a CIF tem um padrão
único, ela deveria ser constantemente calibrada sob a perspectiva das ferramentas de
avaliação existentes.
A lista criada gera um instrumento de fácil uso, que pode ser adaptado aos
prontuários físicos ou até mesmo aos prontuários eletrônicos, em serviços e sistemas
de saúde. Assim, desenvolvemos uma forma rápida e viável de aplicação da classificação
por meio de um instrumento prático, capaz de gerar informações sobre a funcionalidade,
mesmo que de forma superficial. É importante salientar que dados essenciais para o
conhecimento da incidência e da prevalência de incapacidades nas populações, assim
como de sua tendência temporal, não são coletados (ou não estão disponíveis) no
Brasil, apenas com o uso da CID. Sendo CIF e CID complementares entre si, existe a
necessidade clara de um sistema de informação mais completo.
67
CONCLUSÃO: A primeira versão de um instrumento de classificação baseado na CIF, para
uso em Fisioterapia do Trabalho, estruturado pela seleção de categorias mais relevantes
e pelo uso do qualificador “não especificado”, foi desenvolvida e está pronta para ser
testada como geradora de dados sobre funcionalidade humana.
FONTE: <https://www.revistas.usp.br/actafisiatrica/article/view/103735/102209>.
Acesso em: 7 jul. 2021.
68
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu:
• O método National Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH) é utilizado
para a análise de trabalhos com carga estática.
• O protocolo Rapid Upper Limb Assessment Rapid Upper Limb Assessment (RULA) é
indicado para avaliações detalhadas dos membros superiores e suas movimentações.
69
AUTOATIVIDADE
1 A CIF classifica "domínios" da saúde e "domínios" relacionados à saúde, que nos
ajudam a descrever alterações ou mudanças na função e na estrutura corporal, o
que uma pessoa com uma condição de saúde pode fazer em um ambiente padrão
(seu nível de capacidade), assim como o que ela de fato faz no seu ambiente real (seu
nível de desempenho). Sobre a Classificação Internacional de Funcionalidade (CIF),
assinale a alternativa CORRETA:
70
3 Os conceitos ergonômicos objetivam evitar riscos acidentais, operacionais e mini-
mizar a fadiga. Alicerçado nessa demanda, as ferramentas, métodos e protocolos de
análise ergonômica são muito importantes na saúde do trabalhador. Nesse senti-
do, sobre o protocolo Rapid Upper Limb Assessment Rapid Upper Limb Assessment
(RULA), assinale a alternativa CORRETA:
4 Desde a década de 1970, vêm sendo desenvolvidos roteiros para execução de uma
análise ergonômica, alguns dos quais se converteram em modelos e serviram de base
para outras propostas metodológicas. Nesse sentido, discorra sobre a importância
das ferramentas para avaliação ergonômica.
71
REFERÊNCIAS
ABERGO. A certificação do ergonomista brasileiro - Editorial do Boletim 1/2000,
Associação Brasileira de Ergonomia. 2000. Disponível em: https://www.abergo.org.br/
certifica%C3%A7%C3%A3o. Acesso em: 19 set. 2021.
72
JOELLEN. Ferramentas de avaliação ergonômica em atividades
multifuncionais: a contribuição da ergonomia para o design de ambientes de
trabalho. 2010. 219 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Design, Universidade Estadual
Paulista Júlio de Mesquita, Bauru, 2010. Disponível em: https://repositorio.unesp.br/
bitstream/handle/11449/89709/ligeiro_j_me_bauru.pdf?sequence=1&isAllowed=y.
Acesso em: 19 set. 2021.
KIVI, P.; MATTILA, M. Analysis and improvement of work postures in the building
industry: application of the computerised owas method. Applied Ergonomics, [s.l.], v.
22, n. 1, p. 43-48, fev. 1991. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/15676798/.
Acesso em: 19 set. 2021.
LIDA, I. Ergonomia: projeto e produção. 2. ed. São Paulo: Edgard Blucher, 2005. 627
p. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5599930/mod_resource/
content/2/C%C3%B3pia%20de%20IIDA%2C%20Itiro%2C%20Ergonomia%20projeto%20
e%20produ%C3%A7%C3%A3o.pdf. Acesso em: 19 set. 2021.
73
SHIDA, G. J.; BENTO, P. E. G. Métodos e ferramentas ergonômicas que auxiliam na análise
de situações de trabalho. In: CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO, 8.,
2012, São Paulo. Artigo. São Paulo: Issn, 2012. p. 1-13. Disponível em: https://www.
inovarse.org/sites/default/files/T12_0496_3097.pdf. Acesso em: 19 set. 2021.
74
UNIDADE 2 —
AVALIAÇÃO E INTERVENÇÃO
PREVENTIVA NAS
DISFUNÇÕES RELACIONADAS
À SAÚDE DO TRABALHADOR
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
A cada tópico desta unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de
reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
75
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 2!
Acesse o
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76
UNIDADE 2 TÓPICO 1 —
ANÁLISE E AVALIAÇÃO DAS SITUAÇÕES
DE RISCO NO TRABALHO: ABORDAGEM
COM ÊNFASE BIOMECÂNICA
1 INTRODUÇÃO
A avaliação e intervenção preventiva nas disfunções relacionadas à saúde do
trabalhador inclui campanhas educacionais e implantação de diversos programas de
prevenção que podem trazer diversas vantagens para o empregado e para a empresa,
como diminuição da fadiga, do desconforto físico, do estresse emocional e da incidência
de doenças ocupacionais, aumento da eficiência no trabalho, diminuição dos gastos da
empresa e do número de acidentes, além de aumento da produtividade e o lucro.
77
A análise ergonômica pode contribuir para solucionar muitos problemas
relacionados com saúde, segurança, conforto e eficiência. Quando consideradas
adequadamente, as capacidades e limitações humanas, as condições de trabalho
incluindo seu ambiente, com certeza o desempenho do trabalhador será mais eficaz, e
a empresa poderá apresentar uma boa produtividade.
Para Martins (2005), quando um indivíduo apresenta uma lesão por sobrecarga
biomecânica ocupacional, os fatores etiológicos estão relacionados à organização do
trabalho e envolvem:
Assim, além das sobrecargas biomecânicas, outras causas devem ser consi-
deradas como potenciais agentes causais destas enfermidades musculoesqueléticas.
78
FIGURA 1 – AMBIENTE INSEGURO
Podemos perceber que o ambiente em que o trabalhador está inserido tem cru-
cial importância no desenvolvimento de dores e doenças ocupacionais, mas convém
abordar também o ambiente psicológico, pois o estresse psicológico negativo também
pode ser um fator de risco para o desenvolvimento de tais distúrbios.
79
As estratégias de avaliação e prevenção estão na análise dos postos de trabalho,
na diminuição da repetitividade e o uso do sistema de revezamento das tarefas, no
descanso durante a jornada de trabalho e a conscientização dos trabalhadores pelas
atividades educativas.
FONTE: <https://www.bringit.com.br/blog/dicas-e-tutoriais-para-notebook/dicas-para-usar-o-
notebook-e-manter-uma-postura-correta/>. Acesso em: 30 jul. 2021.
DICAS
Você sabe se posicionar durante um atendimento? Que tal dar uma conferida
em algumas posturas não recomendadas para o nosso exercício profissional?
80
FIGURA – POSTURAS NÃO RECOMENDADAS PARA O EXERCÍCIO PROFISSIONAL
Postura Incorreta dos Fisioterapeutas
Observe a posição de seus membro inferiores e a que esta fazendo de forma unilateral.
Analise quantos pacientes você atende realizando a mesma manobra.
FONTE: <https://www.escoladepostura.com.br/main.asp?link=indep&id=262>.
Acesso em: 30 jul. 2021.
81
2.2 ANÁLISE ERGONÔMICA
Baseia-se no estudo dos movimentos corporais do ser humano, necessários para
executar uma tarefa, e na medida do tempo gasto em cada um desses movimentos. A
sequência dos movimentos necessários para executar a tarefa é baseada em uma série
de princípios de economia de movimentos, sendo que o melhor método é escolhido pelo
critério do menor tempo gasto.
82
IMPORTANTE
Vamos refletir quais os possíveis problemas deste ambiente de trabalho que podemos
observar? Qual seria seu diagnóstico?
FONTE: <http://riscofisicoo.blogspot.com/2015/04/risco-fisico-no-ambiente-de-
trabalho.html>. Acesso em: 30 jul. 2021.
83
FIGURA 3 – ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO
FONTE: <http://www.ergonomianotrabalho.com.br/analise-ergonomica.pdf>.
Acesso em: 30 jul. 2021.
84
QUADRO 1 – RISCOS NO TRABALHO
FONTE: <https://onsafety.com.br/fique-atento-aos-riscos-de-acidentes-de-trabalho/>.
Acesso em: 30 jul. 2021.
85
Essa capacidade diminui quando a carga se afasta para 60 cm do corpo,
chegando praticamente a zero quando se afasta a 90 cm do corpo (IIDA, 2005). A
análise biomecânica de uma tarefa implica medir múltiplos ângulos articulares e,
frequentemente, movimentos complexos durante uma atividade prescrita (VANÍCOLA;
MASSETO; MENDES, 2004).
86
FIGURA 4 – CINEMETRIA E PLATAFORMA DE FORÇA
FONTE: <https://ufmg.br/comunicacao/noticias/ufmg-inaugura-laboratorios-de-analise-do-
movimento-e-de-estudos-da-dor>. Acesso em: 30 jul. 2021.
FIGURA 5 – ELETROGONIÔMETRO
FONTE: <https://www.researchgate.net/figure/Figura-14-Sensores-a-Eletrogoniometro-ao-
potenciometro-central-sao-fixadas-as_fig7_309541637>. Acesso em: 30 jul. 2021.
87
3.2 EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS
De acordo com uma revisão de literatura, recentemente realizada pela
National Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH) nos EUA, mais de 40
artigos pesquisados apresentaram evidência na relação entre problemas na coluna
lombar e cinco fatores associados às tarefas laborais, que são: trabalho físico pesado,
levantamentos de peso, posturas de trabalho em que são exigidas constantes flexões
e rotações da coluna, vibração corporal e posturas estáticas (VANÍCOLA; MASSETO;
MENDES, 2004).
88
Outro estudo muito interessante patrocinado pela Volvo na Suíça utilizou a
EMG por telemetria para comparar cinco tarefas distintas na montagem de um de seus
carros (VANÍCOLA; MASSETO; MENDES, 2004). As tarefas incluíam a colocação do vidro,
a pré-montagem do vidro, a instalação da bateria, a instalação do tanque de gasolina
e a montagem da quinta porta. Todas as tarefas foram executadas com o operador
portando o eletromiógrafo e um eletrogoniômetro em duas situações distintas: com a
utilização de uma ferramenta e sem o uso da ferramenta.
89
DICAS
Vamos revisar a anatomia da coluna para entender melhor?
Vértebras
cervicais
Vértebras
torácicas
Vértebras
lombares
FONTE: <https://www.mdsaude.com/neurologia/hernia-de-disco/>.
Acesso em: 30 jul. 2021.
90
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu:
• Podemos perceber que o ambiente em que o trabalhador está inserido tem crucial
importância no desenvolvimento de dores e doenças ocupacionais.
91
AUTOATIVIDADE
1 Os riscos ocupacionais são os riscos de acidentes aos quais os trabalhadores estão
sujeitos em um ambiente de trabalho. Sobre os riscos no ambiente do trabalho,
assinale a alternativa CORRETA:
92
3 A Biomecânica Ocupacional está relacionada ao estudo das posturas e tarefas do
homem no trabalho, ou seja, as relações entre as dimensões corporais e a postura no
trabalho. Nessa perspectiva, assinale a alternativa CORRETA:
4 Muitas tarefas laborais exigem demandas do aparelho locomotor e, por tal razão, esse
tema é muito importante na Biomecânica Ocupacional. Disserte sobre a sobrecarga
que a coluna pode sofrer se realizada uma tarefa inadequada.
5 Existem muitas estratégias para diminuir os riscos laborais. Nesse sentido, destaque
as principais medidas que podem ser tomadas para evitar problemas laborais
relacionados à má postura.
93
94
UNIDADE 2 TÓPICO 2 -
IMPLICAÇÕES DE POSTURAS,
MOVIMENTOS E CONDIÇÕES ADVERSAS
1 INTRODUÇÃO
A avaliação da carga física de trabalho foi o primeiro problema tratado pela
fisiologia do trabalho e continua sendo uma questão central para a maioria dos
trabalhadores do mundo, inclusive para aqueles que trabalham em setores mais
modernos e com esforços físicos menores. Em estudos ergonômicos medem-se os
índices fisiológicos com o objetivo de determinar o limite da atividade física que um
indivíduo pode exercer, sendo possível determinar a duração da jornada de trabalho e
a duração e frequência de pausas (ALVES; MINETTE; SOUZA, 2000).
95
A carga cardiovascular corresponde à percentagem da frequência cardíaca do
trabalho, em relação à frequência cardíaca máxima utilizável, não devendo ultrapassar
40% da frequência cardíaca do trabalho (FIEDLER, 1998).
96
Nessa situação, o disco intervertebral fica exposto ao risco de perda ou diminui-
ção da elasticidade e resistência, o que pode levar à degeneração precoce e aumentar
a probabilidade de ocorrência de hérnia discal (VANÍCOLA; MASSETO; MENDES, 2004).
FONTE: <https://www.sonoticias.com.br/geral/pedreiro-obras-construcao-civil-1-junho-de-2018-
divulgacao/>. Acesso em: 10 set. 2021.
97
A realização de atividades com posturas inadequadas pode provocar fadiga
muscular e lesões no corpo do trabalhador. A coluna vertebral do ser humano constitui-
se de vértebras, ligamentos, músculos e discos intervertebrais. Intercalado entre as
vértebras estão os discos, os quais estão relacionados com as funções de amortecimento
de pressões e sustentação de peso. Os discos variam de formato e espessura ao longo da
coluna, e possuem o formato de cunha nas regiões da cervical e lombar. As curvaturas
côncavas existentes nessas regiões permitem que a coluna exerça com precisão suas
funções de flexibilidade e rigidez (VANÍCOLA; MASSETO; MENDES, 2004).
FONTE: <https://www.prevenir.pt/paciente-inteligente/corpo-humano/a-coluna-vertebral/>.
Acesso em: 10 set. 2021.
98
Segundo Knoplich (1986), uma pressão repetitiva e frequente sobre os discos,
mesmo que não seja intensa, pode ocasionar a aceleração de sua degeneração, levando
à perda da propriedade de amortecimento.
Uma solução ergonômica simples a ser adotada para esse caso é a elevação da
argamasseira a uma altura próxima aos cotovelos do trabalhador, evitando o contínuo
abaixar e levantar para alcançar a quantidade de argamassa necessária, diminuindo
assim, a flexão do tronco.
Para isso, podem-se utilizar sobras de madeira das fôrmas da estrutura para
se fazer um suporte; no entanto, sugere-se avaliar a possibilidade de uma porta-
argamasseira de altura regulável, pois permitiria ao trabalhador ajustá-la as suas
características antropométricas.
Nesse caso, a argamasseira deve estar em altura adequada, bem como se deve
utilizar uma bancada para apoiar os blocos cerâmicos. Desse modo, o pedreiro pode
apanhar o bloco com uma das mãos e a argamassa com a outra, mantendo-se em pé
sem se curvar, curvando-se somente para assentar os blocos nas fiadas mais próximas
ao piso, pois é inevitável (PEINADO, 2019).
99
Uma solução ergonômica simples a ser adotada para esse caso é a elevação
da argamasseira a uma altura próxima aos cotovelos do trabalhador. Uma solução
tecnologicamente mais avançada é a adoção de máquinas que projetam a argamassa,
diminuindo o esforço do trabalhador, o que exige um maior investimento, mas em
contrapartida traz retorno à empresa com o aumento de produtividade.
100
2.3 ATIVIDADES DE FABRICAÇÃO DE MÓVEIS
A utilização de máquinas na fabricação de móveis em madeira exige uma carga
física considerada. Um estudo realizado constatou que a maior carga física de trabalho
dos funcionários é na desengrossadeira, a plaina e a serra circular (FIEDLER et al., 2003).
101
O trabalho em home office e o teletrabalho, em geral, têm se disseminado
como meios de trabalho eficientes e viáveis. São considerados modelos adaptados aos
avanços tecnológicos e equivalentes quanto aos ganhos e às perdas de empregados e
empregadores; um modo de trabalho a ser amplamente realizado 'no futuro' (RAFALSKI;
ANDRADE, 2015).
FONTE: <https://bynd.com.br/2020/04/vantagens-do-home-office-para-a-empresa/>.
Acesso em: 10 set. 2021.
102
A adaptação ao ambiente de trabalho, além de uma negociação com a família,
em termos dos costumes e do espaço para realização da atividade, reforça o imperativo
da formulação de rotinas que equilibrem a realidade do trabalho a partir de casa e partam
da realidade do trabalhador. Por estar em processo de inserção e consolidação no cenário
brasileiro, o home office encontra entraves, como a falta de apoio, de reconhecimento e
de incentivo à adaptação.
Para trabalho manual sentado ou que tenha de ser feito em pé, as bancadas,
mesas, escrivaninhas e os painéis devem proporcionar ao trabalhador condições de boa
postura, visualização e operação e devem atender aos seguintes requisitos mínimos:
103
Para trabalho que necessite também da utilização dos pés, além dos
requisitos estabelecidos acima, os pedais e demais comandos para acionamento pelos
pés devem ter posicionamento e dimensões que possibilitem fácil alcance, bem como
ângulos adequados entre as diversas partes do corpo do trabalhador, em função das
características e peculiaridades do trabalho a ser executado.
FONTE: <https://prevencaocuritiba.com.br/solucoes-seguranca-do-trabalho/ergonomia-nr-17/>.
Acesso em: 10 set. 2021.
Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados de pé, devem ser
colocados assentos para descanso em locais em que possam ser utilizados por todos os
trabalhadores durante as pausas.
104
FIGURA 11 – ASSENTOS PARA DESCANSO
FONTE: <https://sstemexercicios.wixsite.com/concursos/single-post/2018/01/13/trabalha-em-
p%C3%A9-conhe%C3%A7a-os-seus-direitos>. Acesso em: 10 set. 2021.
Teclado e mouse não podem ficar mais altos do que os cotovelos. A avaliação
da altura ideal deve levar em conta a regulagem da altura do assento da cadeira. Após
a regulagem da altura da cadeira deve-se garantir apoio confortável dos pés do
usuário preferencialmente no chão, ou em suporte (ORSELLI, 2011).
105
Deve haver espaço suficiente para as pernas embaixo da mesa, evitando a
colocação da CPU, de impressoras ou outros materiais.
FONTE: <https://pt.dreamstime.com/ergonomia-dental-pose-errada-e-correta-do-assento-
image113097260>. Acesso em: 30 jul. 2021.
107
É de extrema importância que o cirurgião-dentista se conscientize dos meios
de prevenção dessas patologias, visto que apresenta grande susceptibilidade para
desenvolver esses tipos de doenças, devendo se atentar aos primeiros sinais e sintomas
para que o tratamento seja feito o mais precocemente possível, aumentando assim o
tempo de exercício da profissão e a qualidade de vida profissional.
108
FIGURA 14 – POSTURA DE EXODONTIA
FONTE: <https://www.novafisio.com.br/analise-das-posturas-criticas-de-cirurgioes-dentistas/>.
Acesso em: 10 set. 2021.
109
FIGURA 15 – POSTURA ADEQUADA DO ENFERMEIRO AO FAZER MUDANÇA DE DECÚBITO
Além disso, são realizados sob condições desfavoráveis, com uma equipe
insuficiente e com equipamentos inadequados e sem manutenção. Para avaliar a
manipulação de um paciente, além de todas as variáveis já citadas, deve-se pensar em
fatores como disponibilidade de auxílios mecânicos; tipos de transportes; equipamentos
utilizados; espaço físico disponível; e, finalmente, não se pode esquecer da segurança e
conforto do próprio paciente.
110
Ainda, é importante destacar aos profissionais da enfermagem, a necessidade
de obter condições seguras do solo, posicionar os pés corretamente, evitar movimentos
de torção do eixo vertical do corpo e segurar a carga usando totalmente as mãos.
111
Dessa forma, acaba exigindo do profissional fisioterapeuta um maior
condicionamento físico, pois este irá impor ao seu organismo posturas, sobrecargas,
tensões e estresse, durante todo o atendimento (LIANZA, 1995).
FONTE: <http://clinicaortoped.com.br/index.php/blog/29-fisioterapia-neurologica-ou-
neurofuncional-o-que-e>. Acesso em: 30 jul. 2021.
Nas posturas assumidas pelo fisioterapeuta em seu dia a dia, é comum observar
posições como permanecer em pé por tempo prolongado, muitas vezes com inclinação
de tronco sobre o paciente para realização das atividades de manipulação ou utilização
de equipamentos, realizar agachamento, levantamento, ficar ajoelhado ou ainda
permanecer em posição estática.
112
FIGURA 17 – POSTURA AGACHADA DO FISIOTERAPEUTA
Peres (2002 apud MIERZERJEWSKI; KUMAR, 1997; BORK et al., 1996; CROMIE;
ROBERTSON; BEST, 2000) afirma o aparecimento de sintomas de dores em membros
superiores e coluna vertebral por movimentos repetitivos e posturas inadequadas
durante as atividades de trabalho dos fisioterapeutas.
113
Os esforços repetitivos, trabalho estático, esforço físico intenso, ritmos
intensos de trabalho e posturas inadequadas estão presentes na maioria das atividades
profissionais, inclusive no trabalho do fisioterapeuta.
A cada ano surgem novas queixas de Lesões por Esforço Repetitivo (LER) em
profissionais de fisioterapia, sendo importante conhecer a prevalência dessa disfunção
para detectar os fatores causais, lançando possíveis sugestões de medidas preventivas,
visando a uma melhoria na qualidade de saúde desse profissional (CIARLINI et al., 2005).
FONTE: <https://secad.artmed.com.br/blog/fisioterapia/cuidados-retomada-sessoes-de-
fisioterapia/>. Acesso em: 30 jul. 2021.
114
Para Maziero, Almeida e Baumer (2004), quando um indivíduo apresenta uma
lesão por sobrecarga biomecânica ocupacional, os fatores etiológicos estão relacionados
à organização do trabalho e envolvem, sobretudo, os equipamentos, ferramentas,
acessórios e mobiliários inadequados; desrespeito aos posicionamentos, angulações e
distâncias dos mesmos; técnicas incorretas para a execução de tarefas; sobrecarga
biomecânica estática e dinâmica; uso de instrumentos com excessiva transmissão de
vibração; temperatura, ventilação e umidade inapropriadas no ambiente de trabalho. Os
mesmos autores relatam que o indivíduo pode apresentar lesões musculoesqueléticas
específicas sem que estejam relacionadas as suas atividades de trabalho.
FONTE: <https://nucre.com.br/conceito-mulligan-o-que-e-e-quais-os-beneficios/>.
Acesso em: 30 jul. 2021.
Assim, além das sobrecargas biomecânicas, outras causas devem ser consi-
deradas como potenciais agentes causais dessas enfermidades musculoesqueléticas.
Portanto, percebe-se que o ambiente em que o trabalhador está inserido tem crucial
importância no desenvolvimento de dores e DORT, mas convém abordar também o am-
biente psicológico, pois o estresse psicológico negativo também pode ser um fator de
risco para o desenvolvimento de tais distúrbios.
115
A ocorrência acentuada desses distúrbios parece estar relacionada às cargas
físicas e psíquicas às quais esses profissionais estão expostos no ambiente de trabalho
(ROMANI, 2001). Em relação às regiões anatômicas de maior frequência de acometimento,
pôde-se identificar seis regiões: colunas lombar, torácica e cervical; ombro, punho e
dedos/polegar e cotovelo.
IMPORTANTE
A OIT redigiu um documento que apresenta exemplos de violência e assédio
relacionados com o trabalho que foram denunciados em vários países no
contexto da Covid-19: “Convenção (N° 190) da OIT sobre a eliminação da
violência e do assédio no mundo do trabalho (2019): 12 contribuições
possíveis para a resposta à crise da COVID-19 e recuperação da pandemia”.
116
FIGURA – SÍNTESE DA OIT
FONTE: <https://www.ilo.org/wcmsp5/groups/public/---dgreports/---gender/documents/
publication/wcms_750461.pdf>. Acesso em: 10 set. 2021.
117
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu:
• O limite de carga máxima no trabalho pode ser calculado com base na frequência
cardíaca do trabalho (FCT) ou pela carga cardiovascular (CCV). O limite de aumento da
frequência cardíaca durante o trabalho, aceitável para uma “performance” contínua,
é de 35 e 30 batimentos por minuto (bpm), no homem e na mulher, respectivamente.
Isso significa que o limite é atingido quando a frequência cardíaca média do
trabalhador estiver 35 bpm acima da frequência cardíaca média de repouso (FCR).
• Para trabalho manual sentado ou que tenha de ser feito em pé, as bancadas, mesas,
escrivaninhas e os painéis devem proporcionar ao trabalhador condições de boa postura,
visualização e operação e devem atender aos requisitos mínimos.
118
AUTOATIVIDADE
1 O monitoramento da exposição dos trabalhadores às cargas de trabalho, dos
processos de desgastes gerados e suas consequências é uma medida que
transcende à promoção e proteção da saúde. Sobre trabalhos com carga, assinale
a alternativa CORRETA:
119
3 A eficácia de uma intervenção ergonômica depende de sua capacidade de controlar ou
amenizar os fatores de risco das lesões/distúrbios musculosesqueléticos. É de grande
importância que o fisioterapeuta adote medidas visando à ergonomia no ambiente
de trabalho. Porém, muitas vezes, o próprio fisioterapeuta adota algumas posturas
prejudiciais a sua prática cotidiana. Nesse sentido, analise as sentenças a seguir:
4 Home office é uma forma de relação de trabalho na qual o colaborador atua a distância,
e cada vez mais frequente no mundo moderno. Disserte sobre a importância da
adequação do ambiente de trabalho ao trabalhador em home office.
120
UNIDADE 2 TÓPICO 3 -
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA NA SAÚDE
DO TRABALHADOR
1 INTRODUÇÃO
A Vigilância em Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (VISATT) é um
conjunto de ações feitas sempre com a participação dos trabalhadores e articuladas intra
e intersetorialmente, de forma contínua e sistemática, com o objetivo de detectar,
conhecer, pesquisar e analisar os fatores determinantes e condicionantes da saúde
relacionados ao trabalho, cada vez mais complexo e dinâmico.
2 EIXOS DE ATUAÇÃO
O trabalho ou atividade laboral pode ser determinante e condicionante do processo
saúde-doença e assume grandes e profundas transformações no mundo. O mercado de
trabalho trouxe algumas problemáticas, como a precarização, os contratos por prazo
determinado ou intermitente, a terceirização de serviços, a degradação das condições
de trabalho e a negação de direitos previdenciários e trabalhistas historicamente
conquistados.
Nesse sentido, a VISATT surge para discutir e fiscalizar esse mercado, para
reduzir a morbimortalidade de trabalhadores e trabalhadoras nas mais diferentes
ocupações e formas de inserção no mercado de trabalho. Ela se divide em três eixos
complementares:
121
• Vigilância Epidemiológica: coordenação dos procedimentos técnicos para
sistematização da informação e a notificação compulsória das doenças e agravos
relacionados ao trabalho. Por meio do acompanhamento periódico de indicadores
de saúde e sistemas, como o de informação de agravos de notificação (SINAN-NET),
busca-se conhecer o perfil de morbimortalidade dos trabalhadores e trabalhadoras,
bem como o cruzamento com variáveis, tais como as atividade econômica e ocupação.
• Atenção à Saúde: objetiva a consolidação da Política Nacional de Saúde do
Trabalhador e Trabalhadora por meio do fortalecimento das ações dos Centros
de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST). Esses centros, comumente
de abrangência estadual ou regional, deixam de ser porta de entrada prioritária e
assumem o lugar de suporte e retaguarda técnica no seu território de abrangência.
Atuam como polo irradiador da cultura da centralidade do trabalho e produção social
no processo saúde-doença. Além disso, a Atenção à Saúde almeja a ampliação e
estímulo às ações do controle social, exercido, por exemplo, através das Comissões
Intersetoriais de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (CISTT) vinculadas aos
respectivos Conselhos de Saúde.
• Vigilância dos Ambientes e Processos de Trabalho: compreendida como um
conjunto de ações interventivas; planejadas, executadas e avaliadas a partir da
análise dos agravos/doenças e de seus determinantes relacionados aos processos
e ambientes de trabalho; que visam atenuar ou controlar os fatores e as situações
geradoras de risco para a saúde dos trabalhadores. É a essência da ação de VISATT
e é desenvolvida por análises de documentos, entrevistas com trabalhadores
e observação direta do processo de trabalho (forma de trabalhar, relação do
trabalhador com os meios e processos de produção e da relação dos meios de
produção com o ambiente).
122
DICAS
Vamos conhecer essa política na íntegra? Ela está disponível no link: https://bvsms.saude.
gov.br/bvs/saudelegis/gm/2012/prt1823_23_08_2012.html.
123
Essa portaria também estabelece que a RENAST seja implementada de forma
articulada entre o Ministério da Saúde (MS), as Secretarias de Saúde dos estados, o
Distrito Federal, e os municípios, com o envolvimento de outros setores também
participantes da execução dessas ações. Definida dessa forma, a RENAST se constitui em
uma complexa rede que se concretiza com ações transversais, que incluem a produção
e gestão do conhecimento, e todos os níveis e ações definidas. Grandes esforços e
avanços têm sido feitos para a institucionalização da rede, e para a formalização de
mecanismos de funcionamento, bem como a relação entre seus componentes.
INSS
RENAST/
UNIVERSIDADE SUS
VIGILÂNCIA <=> ASSISTÊNCIA
Formação de RH
CESAT
Produção de
Conhecimento CEREST NUSAT
Assistência US DIRES
Extensão
PESQUISA <=> FORMAÇÃO
TRABALHADOR
COM
LER/DORT
CONTROLE SOCIAL ASSISTÊNCIA A SAÚDE
Representatividade SUS
Negociação Rede Própria
Organização po Local de Rede Complementar
Trabalho - O.L.T. Rede Suplementar
AMBIENTE DE TRABALHO
- Condição de trabalho
- Processo e organização de
trabalho
- Trabalhadores
- Gerência e Supervisão
- Equipe de Saúde e RH
FONTE: <https://www.scielo.br/j/rbso/a/m7wxhQ4LH8Yp3vyvYnFHmtc/?lang=pt>.
Acesso em: 30 jul. 2021.
124
2.3 NOTIFICAÇÕES DE DOENÇAS E AGRAVOS
RELACIONADOS AO TRABALHO
O conhecimento dos riscos e agravos à saúde relacionados ao trabalho é de
fundamental importância para o planejamento das ações de assistência, de vigilância e
de intervenção sobre os ambientes de trabalho.
Estudo realizado por Calvalcanti et al. (2014) objetivou descrever o perfil dos
agravos relacionados ao trabalho notificados no estado do Rio Grande do Norte, Brasil,
de 2007 a 2009, e encontrou como dados os expostos na tabela a seguir:
125
TABELA 1 – PERFIL DOS AGRAVOS RELACIONADOS AO TRABALHO NOTIFICADOS NO RIO
GRANDE DO NORTE, 2007 A 2009 SEGUNDO SINAN
FONTE: <https://www.scielo.br/j/ress/a/94yNZVR3drFyKPcR9Bw7y9R/?lang=pt>.
Acesso em: 5 ago. 2021.
3 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO
Conhecidos os perigos a que algumas atividades laborais estão sujeitas, é
preciso criar estratégias para evitar acidentes. Por meio de medidas de prevenção a
acidentes de trabalho, sendo o Equipamento de Proteção Individual (EPI) um dos meios
mais básicos e conhecidos instrumentos para tal.
126
3.1 EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
De acordo com a Norma Regulamentadora 6 do Ministério do Trabalho,
considera-se Equipamento de Proteção Individual (EPI) “todo dispositivo ou produto, de
uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de
ameaçar a segurança e a saúde no trabalho”.
127
FIGURA 21 – EXEMPLOS DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
FONTE: <https://interplast.pt/Artigos/303619-Protecao-individual-(EPI-s-proteger-o-necessario-
incomodar-o-minimo.html>. Acesso em: 5 ago. 2021.
Quando a distância física não for possível, o profissional deve usar máscara cirúrgica
e proteção para os olhos. Ao prestar atendimento direto a pacientes com COVID-19,
é necessário utilizar máscara cirúrgica, capote, luvas e proteção ocular (óculos de
proteção ou protetor facial – face shield) (BRASIL, 2020).
FONTE: <https://www.vitalaire.com.br/blog/lesao-pele-relacionada-dispositivo-medico-epi-covid>.
Acesso em: 5 ago. 2021.
128
Ao prestar cuidados diretos aos pacientes com COVID-19 nos procedimentos
geradores de aerossóis, o profissional deve utilizar máscara N95 (FFP2 ou FFP3 padrão,
equivalente ou simplesmente “respirador”), capote, luvas, protetor ocular e avental
impermeável (BRASIL, 2020).
O profissional deve higienizar as mãos antes e após contato com o paciente, com
material potencialmente infeccioso e antes de colocar e remover os EPIs. A higiene
deve ser feita com solução 60-95% de álcool ou com água e sabão por pelo menos 20
segundos (BRASIL, 2020).
129
9- cuidado com tapetes em áreas de circulação;
10- não retire os equipamentos de proteção coletiva das máquinas
e equipamentos. Eles protegem você e demais trabalhadores
simultaneamente;
11- não fume em locais proibidos. Procure os locais destinados para tal;
12- evite a pressa, ela é “inimiga da perfeição”. Além de se expor ao
nível de risco maior, seu trabalho não terá uma boa qualidade;
13- confira sua máquina ou equipamento de trabalho antes de iniciar
suas atividades, através do check list;
14- não sentar-se, verifique a firmeza e a posição das cadeiras;
15- não deixe objetos caídos no chão (TRIBUNAL SUPERIOR DO
TRABALHO, 2021, p. 1).
130
LEITURA
COMPLEMENTAR
A SAÚDE DO TRABALHADOR EM TEMPOS DE COVID-19: REFLEXÕES SOBRE
SAÚDE, SEGURANÇA E TERAPIA OCUPACIONAL (ADAPTADO)
1 INTRODUÇÃO
Ao quase continente chamado Brasil - devido ao seu vasto território – com sua
diversidade cultural, a distribuição econômica desigual e a grande variabilidade dos
seus equipamentos de saúde, acrescentam-se desafios no que tange à efetividade da
vigilância na área de Saúde do Trabalhador. A redução de investimentos e o constante
processo de precarização do Sistema Único de Saúde (SUS), principalmente nos
131
últimos três anos, depois da inclusão de um novo A saúde do trabalhador em tempos de
COVID-19: reflexões sobre saúde, segurança e terapia ocupacional Cadernos Brasileiros
de Terapia Ocupacional, 28(3), 1093-1102, 2020 1095 regime fiscal no âmbito dos
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social da União, por meio da aprovação da Emenda
Constitucional 95, vêm colocando à prova a organização e a estrutura do sistema
brasileiro de vigilância e assistência (Lacaz et al., 2019). Aspectos como o despreparo e a
desproteção das equipes de saúde em relação a essa pandemia são identificados como
pontos importantes a serem discutidos. O SUS, considerado o maior sistema público de
saúde do mundo, mesmo tendo sido subfinanciado desde sua criação, vem fornecendo
a base necessária para as ações de enfrentamento da COVID-19, por dispor de uma rede
de serviços, equipamentos e recursos humanos.
132
[...] O Governo Federal, por meio da Portaria n° 639, que dispõe da ação
estratégica e obrigatória ‘Brasil, Conta Comigo’, apresenta uma proposta “[...] voltada para
a capacitação e o cadastramento de profissionais de Saúde, entre eles, fisioterapeutas
e terapeutas ocupacionais” (Brasil, 2020c, p. 01). Todos os profissionais regulares
no Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO) e no Conselho
Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (CREFITO) precisam se cadastrar, no que
tange ao objetivo da normativa, que visa “[...] proporcionar capacitação aos profissionais
da área da Saúde nos protocolos clínicos do Ministério da Saúde para o enfrentamento
da COVID-19, devendo perdurar até o fim da pandemia”
133
o que preconizam o SUS e a PNSTT, entendemos que a terapia ocupacional é uma
profissão que pode desenvolver ações tanto com os indivíduos que contraíram a doença
e seus familiares quanto com os trabalhadores da Saúde, além de ações para prevenir o
contágio (Brasil, 2018) [...]
Esses aspectos também são somados com as angústias para tomar decisões
difíceis no momento da triagem, com a dor de perder colegas de trabalho e pacientes,
com o risco de infecção tanto de si quanto de familiares e com a impossibilidade
de fazer a testagem rápida em larga escala devido à inexistência de vacina e de
tratamentos com eficácia cientificamente comprovada (Brasil, 2018; Comitê Científico
de Combate ao Coronavírus do Consórcio Nordeste, 2020; Cucinotta & Vanelli, 2020;
Candido et al., 2020).
134
rança tem o objetivo de reduzir exigências feitas às empresas, o que acarreta mais
lucratividade para elas. Em termos de normativas que garantem a segurança dos tra-
balhadores, o governo brasileiro vem retrocedendo no que se refere às conquistas
trabalhistas anteriores.
Neste momento, o Estado brasileiro deve garantir proteção social para toda a
classe trabalhadora, inclusive para a que enfrenta problemas com a desregulamentação,
já que, em fevereiro deste ano, atingiu-se o índice de 41,1% de trabalhadores informais,
um dos maiores da história do país (Almeida, 2020). Considerando que, em alguns
países do mundo, existe uma alta taxa de trabalhadores que têm vínculos formais de
trabalho, resguardados por meio de direitos e de proteção social, as medidas adotadas
no combate à pandemia serão mais eficientes. Isso se deve ao fato de que a proteção
proposta pelo Governo se dará dentro de dispositivos já consolidados. Todavia, no
caso dos países em desenvolvimento, que detêm altos índices de desigualdade social
e muitos trabalhadores inseridos na economia informal ou desempregados, os efeitos
do vírus serão mais devastadores, principalmente no que diz respeito à saúde do
trabalhador. Consequentemente, o Governo, juntamente com os profissionais da linha
de frente, deve dedicar-se a elaborar medidas contra a pandemia que, no geral, terão
mais dificuldade de surtir o efeito desejado (Melo, 2020).
135
Acerca dos trabalhadores informais, é importante pontuar que os profissionais
que desenvolvem ações que consideram os impactos do trabalho sobre a vida dos
sujeitos precisam refletir sobre a elaboração de ações de educação em saúde que sejam
capazes de extrapolar a rede formalizada de saúde e alcançar indivíduos em situações
de trabalho atípicas. A partir do momento em que uma pandemia é instalada, os
trabalhadores de serviços essenciais que enfrentam a escassez de direitos trabalhistas
podem ficar sujeitos a receber menos treinamentos, capacitações e informações para
executar seu trabalho de maneira segura.
No que diz respeito à garantia de uma renda básica para os indivíduos impedidos
de trabalhar, prejudicados financeiramente pela pandemia ou que enfrentam dificuldades
financeiras diversas, no Brasil, o Projeto de Lei n° 873, de 2020 foi aprovado com o
intuito de proporcionar uma renda auxiliar emergencial no período de enfrentamento à
crise causada pela pandemia no valor de R$ 600,00, para até duas pessoas da mesma
família - nesse caso, um total R$ 1.200,00, pelo período de três meses, destinado aos
indivíduos cadastrados no Programa Bolsa Família e no Cadastro Único, a trabalhadores
informais, a microempreendedores individuais (MEI), a autônomos e a desempregados
(Brasil, 2020b).
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
136
A partir desta reflexão, indica-se que devem ser realizadas discussões ampliadas
sobre os limites e as possibilidades de praticar a terapia ocupacional na área de Saúde,
especificamente no enfrentamento às pandemias, e sistematizar as experiências que
já vêm sendo feitas. Nesse cenário de emergência sanitária, terapeutas ocupacionais
vêm propondo, no âmbito da Atenção Básica, práticas de prevenção do contágio e/ou
de agravos decorrentes da COVID-19, bem como de promoção e recuperação da saúde,
entre elas, a reorganização do cotidiano familiar na diversidade de novos contextos; no
âmbito hospitalar, desde ações de adequação postural até orientações aos familiares
de pessoas internadas por COVID-19; e no âmbito da saúde do trabalhador, práticas de
cuidado com os trabalhadores da linha de frente e de reorganização de processos de
trabalho dessas equipes, bem como sua permanência e o retorno ao trabalho depois
do contágio. A terapia ocupacional apresenta um amplo escopo de atuação nesses
três âmbitos e que, em relação à área de Saúde do Trabalhador, suas ações podem
abranger todos os trabalhadores das áreas consideradas essenciais, tendo como base
a compreensão de suas condições de trabalho, considerando o papel do Estado, a
legislação trabalhista, as recomendações da Organização Internacional do Trabalho e a
necessidade de intervenções interinstitucionais e intersetoriais.
FONTE: <https://www.scielo.br/j/cadbto/a/7K494CxFTXtTtLsynkyJnjF/?format=pdf&lang=pt>.
Acesso em: 30 jul. 2021.
137
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu:
138
AUTOATIVIDADE
1 A Norma Regulamentadora – NR-9 estabelece a obrigatoriedade da elaboração e
implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam
trabalhadores como empregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
– PPRA –, visando à preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores. Sobre
ela, é correto afirmar que:
139
3 A Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora – PNSTT – tem como
finalidade definir os princípios, as diretrizes e as estratégias a serem observados pelas
três esferas de gestão do SUS. Sobre essa política, é correto afirmar que:
140
REFERÊNCIAS
ALVES, J. U.; MINETTE, L. J.; SOUZA, A. P. Avaliação do perfil e condições de trabalho
de operários na atividade de propagação de Eucalyptus spp. em viveiros. In: SIMPÓSIO
BRASILEIRO SOBRE ERGONOMIA E SEGURANÇA DO TRABALHO FLORESTAL E
AGRÍCOLA, 1., 2000, Belo Horizonte. Anais... Belo Horizonte: SIF/DEF, 2000. p.135-140.
141
CALVALCANTI, C. M. C. et al. Revista Design e Ergonomia: aspectos tecnológicos
(on-line). São Paulo, 2014.
DUL, J.; WEERDMEESTER, B. Ergonomia prática. São Paulo: Edgard Blücher, 1998.
142
MARTINS, A. V. Análise Ergonômica Postural de Trabalho do Pedreiro na
Construção Civil. Monografia Apresentada no Curso de Pós-Graduação em
Engenharia de Segurança do Trabalho. Curitiba, PR: UTFPR, 2005.
RIO, P. R.; PIRES, L. Ergonomia: fundamentos da prática ergonômica. 3. ed. São Paulo:
Editora LTR, 2001.
INTERVENÇÃO
FISIOTERAPÊUTICA NAS
DISFUNÇÕES DECORRENTES
DO TRABALHO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
A cada tópico desta unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar
o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
145
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 3!
Acesse o
QR Code abaixo:
146
UNIDADE 3 TÓPICO 1 —
PREVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NAS
LESÕES MUSCULOESQUELÉTICAS
RELACIONADAS AO TRABALHO
1 INTRODUÇÃO
A prevenção é uma das ações que têm sido mais discutidas atualmente no que
diz respeito ao combate das lesões provenientes do trabalho, porém suas causas estão
sendo reconhecidas lentamente e poucas ações preventivas têm sido realizadas.
147
IMPORTANTE
Podemos nos questionar se esta dedicação dos trabalhadores, atualmente, sem
limite ao trabalho e à vida material, é válida, e o bem-estar consigo mesmo, com a
saúde, com a família, com os amigos está suprida, realmente vale a pena? Se está
feliz, satisfeito e realizado?
Se a falta do convívio social além de causar danos pessoais, também não poderá afetar
o desempenho laboral, os resultados na organização, neste grande ciclo vida-trabalho-
satisfação se as condições de trabalho fossem favoráveis, teria uma nova roupagem, um
novo sentido pela vida, o porquê e para que trabalhar?
148
FIGURA 1 – DIA A DIA DO NOVO TRABALHADOR
FONTE: <https://copass-saude.com.br/posts/palestra-sobre-ergonomia-e-saude-no-trabalho>.
Acesso em: 20 set. 2021.
149
O tratamento preventivo consiste na conscientização com campanhas, um local
de trabalho ergonomicamente apropriado, com pausas e ginástica laboral. Pode-se
dizer que a prevenção mantém seu enfoque sobre o controle da doença para alcançar
saúde, abordando, por exemplo, o controle do sal da dieta dos hipertensos, o uso correto
dos métodos contraceptivos, a aplicação de vacinas, as medidas preventivas para evitar
quedas em idosos, escovação dentária correta para evitar cáries e outros inúmeros
assuntos relacionados à doença. Essas atividades não são condenáveis, pelo contrário,
também têm sua importância. Afinal, informar é pré-requisito para que mudanças
aconteçam, mas não é suficiente, ou seja, para educar, não basta apenas informar.
DICAS
Assista ao vídeo a seguir, a importância do fisioterapeuta no contexto do
trabalho dentro das empresas e indústrias de modo geral. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=B8tgxHDr71Y.
150
FIGURA 3 – ATUAÇÃO DO FISIOTERAPEUTA EM GRUPOS
FONTE: <https://prefeitura.pbh.gov.br/noticias/grupo-de-saude-da-pampulha-mostra-trabalho-
sobre-violencia>. Acesso em: 18 ago. 2021.
DICAS
Assista aos vídeos a seguir, ginástica laboral nas empresas e indústrias de
modo geral. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=4sInvWrwa-4,
https://www.youtube.com/watch?v=kEclzXtH9FQ, https://www.youtube.com/
watch?v=iefUmdRVhwc. “Ginástica Laboral nas Empresas: como se aplica”,
disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=VWbDLtWlzpE.
151
FIGURA 4 – GINÁSTICA LABORAL
FONTE: <https://deltaplusbrasil.com.br/blog/ginastica-laboral-importancia/>.
Acesso em: 23 ago. 2021.
152
Os fatores organizacionais e psicossociais do trabalho são reconhecidamente
associados às LER/DORT, independentemente do setor industrial. A intensidade e a
frequência desses fatores no ambiente de trabalho é que vão determinar o acometimento
dos trabalhadores (SILVA et al., 2013).
153
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu:
154
AUTOATIVIDADE
1 Mercado de Trabalho é um conceito utilizado para explicar a procura e a oferta das
atividades remuneradas oferecidas pelas pessoas ao setor público e ao privado.
Sobre o mercado atual é correto afirmar que:
155
3 A promoção da saúde traz à tona assuntos relacionados à saúde, tais como
solidariedade, cidadania e justiça social, entre outros. De acordo com este contexto,
classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
156
UNIDADE 3 TÓPICO 2 -
TIPOS DE LESÕES RELACIONADAS
AO TRABALHO
1 INTRODUÇÃO
As disfunções mais comuns relacionadas ao trabalho são as musculoesque-
léticas. Contudo, também observamos dermatoses e disfunções respiratórias. Essas
disfunções afetam milhões de trabalhadores, com um custo de milhares de milhões de
reais para as entidades patronais (SILVA et al., 2013).
Normalmente, não existe uma causa única para essas disfunções, elas resultam
frequentemente da combinação de vários fatores de risco, incluindo fatores físicos e
biomecânicos, fatores organizacionais e psicossociais, bem como fatores individuais.
157
2 DISFUNÇÕES MUSCULOESQUELÉTICAS
RELACIONADAS AO TRABALHO
As lesões por esforços repetitivos (LER) ou distúrbios osteomusculares
relacionados ao trabalho (DORT) são um conjunto de doenças que afetam músculos,
tendões, nervos e vasos dos membros superiores (dedos, mãos, punhos, antebraços,
braços, ombro, pescoço e coluna vertebral) e inferiores (joelho e tornozelo,
principalmente) e têm relação direta com as exigências das tarefas, ambientes físicos e
com a organização do trabalho (CHIAVEGATO FILHO; PEREIRA JUNIOR, 2004).
158
FIGURA 5 – SETOR INDUSTRIAL
FONTE: <https://gauchazh.clicrbs.com.br/economia/noticia/2016/10/producao-industrial-cai-0-2-
no-rio-grande-do-sul-em-agosto-diz-ibge-7700470.htm>. Acesso em: 20 ago. 2021.
FONTE: <https://www.ceot.com.br/noticia/tendinite-no-pulso-conheca-a-prevencao-sintomas-e-
tratamento-desta-lesao>. Acesso em: 20 set. 2021.
159
FIGURA 7 – BURSITE DE OMBRO
FONTE: <http://se3.adam.com/content.
aspx?productid=126&isarticlelink=false&pid=69&gid=003171>. Acesso em: 20 set. 2021.
160
FIGURA 9 – TENOSSINOVITE DO BRAQUIORRADIAL
161
FIGURA 11 – TENDINITE DO SUPRAESPINHOSO
tendões do bíceps
região dolorida
músculo do
bíceps
162
FIGURA 13 – EPICONDILITE
163
Esse tipo de lesão inflamatória vai se instalando de forma lenta no organismo
humano e muitas vezes só é percebida quando se encontra em estado mais avan-
çado, onde a musculatura já está comprometida causando dor intensa, dormência
e impotência, podendo chegar à dor crônica e até mesmo à depressão (RAGADALI
FILHO et al., 2015).
164
FIGURA 15 – DOENÇA LABORAL COM MAIS DE UM AGENTE
INTERESSANTE
Você sabia que, no Brasil, a primeira referência oficial às LER foi destacada
pela Previdência social, com a terminologia tenossinovite do digitador,
através da Portaria n° 4.06n, de 06/08/87?
165
FIGURA – PROFISSÃO DE DIGITADOR EM 1987
FONTE: <https://comunidadedoestagio.com/blog/a-mulher-e-o-mercado-de-trabalho>.
Acesso em: 20 ago. 2021.
166
A dor não segue curso linear e não tem estágios definidos. Ela depende de in-
terações entre a percepção do sintoma, suas interpretações, expressão e os comporta-
mentos de defesa. Neste contexto, os fatores culturais e sociais devem ser considera-
dos. A sensação dolorosa é acompanhada de reações cognitivas e emocionais, podendo
explicar o comportamento do indivíduo (CHIAVEGATO FILHO; PEREIRA JUNIOR, 2004).
167
Os programas de prevenção das LER/DORT são considerados eficientes e
consistentes se todos os aspectos, organizacionais, ergonômicos, psicossociais e
biomecânicos, forem considerados simultaneamente, sendo esta a melhor forma de
obter os resultados positivos esperados.
168
FIGURA 16 – APLICAÇÃO DO TENS
FONTE: <https://praticandofisio.com/estimulacao-nervosa-eletrica-transcutanea-tens/>.
Acesso em: 20 set. 2021.
3 DERMATOSES DO TRABALHO
As dermatoses ocupacionais representam parcela ponderável das doenças
profissionais. Sua prevalência é de avaliação difícil e complexa. Grande número dessas
dermatoses não chega às estatísticas e sequer ao conhecimento dos especialistas.
FONTE: <https://www.qualicorp.com.br/qualicorp-explica/saude-do-trabalhador/dermatoses-
ocupacionais/>. Acesso em: 21 set. 2021.
169
Dermatoses causadas por agentes físicos, químicos e biológicos decorrentes da
exposição ocupacional e das condições de trabalho são responsáveis por desconforto,
dor, prurido, queimação, reações psicossomáticas e outras que geram até a perda do
posto de trabalho (BRASIL, 2006).
• quadro clínico;
• história de exposição ocupacional;
• melhora com o afastamento e piora com o retorno ao trabalho;
• teste epicutâneo positivo, nos casos de dermatites de contato por sensibilização.
170
FIGURA 18 – RADIAÇÃO UV NO TRATAMENTO DE PSORÍASE
A terapia com raios laser de baixa potência é uma técnica capaz de acelerar o
processo de reparação de tecidos biológicos traumatizados. Segundo alguns autores, os
mecanismos que envolvem o processo de bioestimulação ocorrem em nível molecular.
Neste caso, a luz laser penetra o interior do tecido onde é absorvido por determinados
cromóforos, resultando no aumento do metabolismo celular através do aumento da
síntese de ATP pelas mitocôndrias. Pesquisas recentes demonstram que a aplicação
do laser de baixa potência em determinadas patologias cutâneas possui a capacidade de
estimular a proliferação de fibroblasto, além de diminuir o edema local, favorecendo a
neovascularização (DUARTE; BUENSE; KOBATA, 2006).
171
FIGURA 19 – TERAPIA COM LASER DE BAIXA FREQÊNCIA
172
FIGURA 20 – FISIOTERAPEUTA AUXILIANDO NA TOSSE EXPLOSIVA
FONTE: <https://docplayer.com.br/64655454-Tecnicas-de-remocao-de-secrecoes-bronquicas.html>.
Acesso em: 21 set. 2021.
173
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu:
174
AUTOATIVIDADE
1 A reabilitação em saúde do trabalhador deve ser multiprofissional e possibilitar a
reinserção do trabalhador no meio laboral. Nesse sentido, assinale a alternativa
INCORRETA sobre os objetivos da reabilitação:
2 As LER e DORT são disfunções que atingem as partes moles dos músculos esque-
léticos causada pela atividade contínua e repetitiva que sobrecarrega o organismo,
em que não há uma causa única para a ocorrência. Nesse contexto, analise as sen-
tenças a seguir:
175
3 Classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
176
UNIDADE 3 TÓPICO 3 -
FUNDAMENTOS E RECURSOS
UTILIZADOS NA REABILITAÇÃO NA
SAÚDE DO TRABALHADOR
1 INTRODUÇÃO
Apesar dos programas de tratamentos e reabilitação na saúde do trabalhador
indicarem uma abordagem multidisciplinar, a fisioterapia é muitas vezes o primeiro e
único procedimento terapêutico acessível e pode ser uma etapa de longa duração no
tratamento desses trabalhadores (MENDES; LANCMAN, 2010).
177
Deve-se lembrar que tão importante quanto o uso adequado de aparelhos é a
presença ativa do fisioterapeuta, que deve avaliar cada caso no decorrer do tratamento
e modificar as técnicas de acordo com a evolução.
Essa unidade é muito importante para sua atuação nessa área, pois lhe
dará ferramentas para intervir neste meio, mas não esqueça sobre o que já falamos
anteriormente, as disfunções laborais são multifatoriais e, por isso, é muito importante
o trabalho de uma equipe multiprofissional para uma reabilitação efetiva.
FONTE: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diag_tratamento_ler_dort.pdf>.
Acesso em: 23 ago. 2021.
IMPORTANTE
Antes de entrarmos no tratamento, lembre-se de que é muito importante
saber quem é o paciente a ser tratado.
178
FIGURA – QUEM É O TRABALHADOR?
FONTE: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diag_tratamento_ler_dort.pdf>.
Acesso em: 23 ago. 2021.
179
FIGURA 22 – LASER
FIGURA 23 – TENS
180
O ultrassom (US) terapêutico é utilizado pela fisioterapia por seus efeitos
fisiológicos decorrentes tanto de sua ação mecânica como térmica. A ação mecânica
aumenta a permeabilidade celular, diminui a resposta inflamatória, reduz a dor por meio
da diminuição da velocidade de condução nas fibras nervosas e facilita o processo de
cicatrização dos tecidos moles. O US contínuo tem ação térmica que contribui para
o aumento da vasodilatação local e melhora da inflamação crônica, reduz o espasmo
muscular e a dor (RICCI; DIAS; DRIUSSO, 2010).
FIGURA 24 – ULTRASSOM
FONTE: <https://www.shopfisio.com.br/sonopulse-iii-ibramed-aparelho-de-ultrassom-1-e-3mhz-
2x1--p1060492/p>. Acesso em: 25 ago. 2021.
181
2.2 FUNDAMENTOS DA TERAPIA MANUAL
A terapia manual reúne diversas técnicas, a liberação miofascial, mobilização
e a manipulação vertebral (movimentos oscilatórios que visam liberar a vértebra e
reposicionamento dela, respectivamente) são utilizadas no tratamento de várias
patologias, incluindo as LER/DORT.
FONTE: <https://www.girajunto.com.br/massagem-de-liberacao-miofascial/>.
Acesso em: 25 ago. 2021.
182
As técnicas de mobilização articular e neural requerem dos profissionais
fisioterapeutas o conhecimento biomecânico, para que então ocorra melhoras nos
resultados do tratamento de pacientes com comprometimento musculoesquelético.
Os efeitos da terapia manual são satisfatórios, pois seu objetivo principal vai além
do aumento da flexibilidade. Atua também na prevenção de aderências intra-articulares
e fibrilação cartilaginosa, em resumo, o objetivo é a restauração dos movimentos e
prevenção articular quando há movimento limitado.
A Medicina Tradicional Chinesa defende que para você ter uma boa saúde, é
preciso estar em equilíbrio e harmonia entre Ying e Yang, na qual são duas energias
diferentes, mas que se completam. Existem 365 pontos no corpo humano, que estão
relacionados com os meridianos correspondendo com os órgãos e vísceras. Alguns
pontos tendem a convergir o chi para o interior do corpo, enquanto outros trazem
energia para a superfície. Cada caso é um caso, portanto a escolha dos pontos a serem
aplicados para pacientes dependerá disso (MINORI, 2005).
183
FIGURA 27 – PONTOS DE ACUPUNTURA
184
3 CINESIOTERAPIA
Os recursos analgésicos devem ser associados à cinesioterapia para propor-
cionar a redução do edema e da inflamação, a melhora das condições circulatórias, o
relaxamento da musculatura, a amenização da dor e uma potencialização da capaci-
dade funcional destes pacientes (MENDES; LANCMAN, 2010).
FONTE: <https://www.scielo.br/j/rbso/a/
qv3xm3bfWsPYyCxkhZbsFnc/?lang=pt#ModalFigfig04q01>. Acesso em: 25 ago. 2021.
185
3.1 ALONGAMENTOS
As técnicas de alongamento podem ser enquadradas em três tipos: alonga-
mento estático, balístico e por facilitação neuromuscular proprioceptiva. Os métodos
para alongar tecidos moles podem ser divididos em: alongamento passivo e autoalon-
gamento (MORCELLI; OLIVEIRA; NAVEGA, 2013).
FONTE: <https://www.cnotortopedia.com.br/post/tratamento-conservador-de-tendinites-ao-
redor-do-joelho>. Acesso em: 21 set. 2021.
FIGURA 30 – AUTOALONGAMENTO
FONTE: <http://resumofisioterapia.blogspot.com/2017/12/cinesioterapia-alongamento.html>.
Acesso em: 21 set. 2021.
186
No alongamento balístico são utilizados movimentos rápidos que modificam o
comprimento do músculo e tecido conjuntivo. Porém, as chances de ocorrer microtraumas
após um alongamento excessivo do músculo são maiores que no alongamento estático
(MORCELLI; OLIVEIRA; NAVEGA, 2013).
3.2 MOBILIDADE
Os exercícios de mobilidade ainda são confundidos com alongamento,
flexibilidade e até mesmo com amplitude de movimento. Contudo, podemos definir
mobilidade como a capacidade de explorar nossas articulações em toda sua amplitude,
onde um único movimento pode envolver mais de uma articulação, e a mobilidade
pode ser afetada por tensões musculares, aderência, tecidos moles e cápsula articular,
adaptações neuromusculares e propriocepção (MORCELLI; OLIVEIRA; NAVEGA, 2013).
187
Os exercícios de mobilidade normalmente são movimentos dinâmicos realiza-
dos nas articulações do tornozelo, quadril, torácica e glenoumeral (ombro). Têm como
objetivo melhorar, restaurar ou manter a amplitude do movimento, e estão atrelados
à performance funcional, nome dado à capacidade de desempenhar ações das ativi-
dades da vida diária ou gesto motor específico de algum esporte com máxima efici-
ência e sem gerar compensações, reduzindo o risco de lesões (MORCELLI; OLIVEIRA;
NAVEGA, 2013).
FONTE: <https://secad.artmed.com.br/blog/fisioterapia/como-mensurar-grau-forca-muscular/>.
Acesso em: 30 ago. 2021.
188
3.4 GINÁSTICA LABORAL
A intervenção de ginástica laboral deverá propor ações didático-pedagógicas
que proporcionem a consecução dos objetivos propostos por essa atividade, o foco da
ginástica laboral é contemplar a população de “trabalhadores saudáveis”.
Também pode ser conceituada como uma atividade física realizada durante a
jornada de trabalho, com exercícios de compensação aos movimentos repetitivos, à
ausência de movimentos, ou a posturas desconfortáveis assumidas durante o período
de trabalho.
Para um melhor resultado do programa, ele deve ser elaborado com a participação
de diversas áreas. O envolvimento com as áreas de Segurança e Medicina do Trabalho
promovem a prevenção de acidentes e doenças ocupacionais, através do diagnóstico
ergonômico detalhado da empresa e informação quanto à saúde dos trabalhadores
envolvidos no programa (SOUZA, 2011).
189
Dados como índice de absenteísmo, afastamentos temporários ou por queixas
ou dores musculares, são importantes para que o planejamento de metas e prioridades
esteja focado para as áreas críticas da empresa. O envolvimento dos responsáveis
pelos setores e áreas de produção na empresa é necessário para adequar os melhores
horários para a realização das pausas com exercícios, sem comprometer o andamento
do trabalho (SOUZA, 2011).
190
• Relaxa e diminui a tensão.
• Melhora a qualidade do sono.
• Aumenta a flexibilidade, a força, a coordenação, o ritmo, a agilidade e a resistência.
• Reduz afastamentos do trabalho.
191
no trabalho, reduzindo os acidentes de trabalho e incidência de lesões, melhorando a
produtividade relacionada à redução de afastamentos do trabalho. Já a ginástica laboral
melhora a qualidade de vida, quando promove a quebra do ritmo, rigidez e monotonia no
trabalho (POLETTO, 2002).
DICAS
Que tal conhecermos um exemplo de protocolo? Poletto (2002) desenvolveu um protocolo
utilizado em uma empresa gráfica, com um grupo formado exclusivamente por mulheres
dos diferentes turnos com objetivo de melhorar o bem-estar físico dessas trabalhadoras.
EXERCÍCIO 2
EXERCÍCIO 1
Pernas semiafastadas levemente
Pernas semiafastadas, braços estendidos
flexionadas, apoiar as mãos no quadril e
lateralmente, flexionar o tronco para
flexionar o tronco para trás lentamente.
frente e retornar bem devagar, 10
Duas repetições cada repetição segurar
repetições.
10 s.
EXERCÍCIO 3 EXERCÍCIO 4
Pernas afastadas e estendidas, descer Afastar as pernas, deixar uma perna
o tronco para frente e tentar aproximar flexionada a outra estendida, manter
a mão direita no pé esquerdo e vice- 10 s, após trocar a posição das pernas
versa, 10 s cada lado, após movimentar manter novamente 10 s, os braços
lentamente alternando de um lado para o ficarão soltos à frente do corpo abrindo e
outro 10 repetições. fechando as mãos.
EXERCÍCIO 5
EXERCÍCIO 6
Pernas unidas, braços estendidos acima da
Pernas unidas e estendidas, flexionar o
cabeça, fechar as mãos e girar os pulsos
tronco para frente estendendo os braços
para os dois lados manter a posição por
para trás, manter a posição por 10 s.
10 s.
EXERCÍCIO 7
EXERCÍCIO 8
Pernas levemente afastadas, apoiar as
As pernas afastadas e um pouco
mãos na cintura, flexionar o pescoço
flexionadas, descer o tronco para frente
para o lado direito e após para o lado
deixando os braços bem soltos, relaxando
esquerdo, sempre encostando a orelha
os ombros, as costas e o pescoço, para
no ombro, após flexionar o pescoço
terminar vai balançar os braços e elevar o
para frente encostando o queixo no
tronco lentamente.
peito 8 s em cada posição.
192
EXERCÍCIO 1 EXERCÍCIO 2
Dois a dois, mãos nos ombros um do De lado um para o outro, pegar um
outro, estender bem as costas deixando a na mão do outro por sobre a cabeça,
cabeça entre os braços 10 s. flexionando o joelho externo, após 10 s,
troca-se de lado e mantém a posição mais
10 s.
EXERCÍCIO 3 EXERCÍCIO 4
De costas um para o outro, pegar as De costas um para o outro, flexionar o
mãos, deixar as pernas juntas e suspender tronco para frente, com as mãos por entre
o corpo para frente 10 s, e coloca-se a os braços pegar um a mão do outro e
perna direita flexionada à frente e a direita bem devagar um puxar o outro, 10 s.
estendida para trás, mantém 8 s, troca-se
a posição das pernas e mais 8 s.
EXERCÍCIO 5 EXERCÍCIO 6
De frente um para o outro, apoiar as palmas De frente um para o outro, um segura a
das mãos, com uma perna para frente mão do outro, e vai suspendendo o corpo
flexionada e a outra para trás estendida, para trás, as pernas devem estar juntas,
movimentar alternadamente flexionando 10 s.
e estendendo os braços, apenas troca-se a
posição das pernas 10 s em cada posição.
193
EXERCÍCIO 7 EXERCÍCIO 8
De frente um para o outro, segurando Fazer massagem nos ombros, braços e
as mãos um do outro, pernas unidas, pescoço, 1 minuto cada um.
os braços bem estendidos, agachar
soltando o corpo para trás e deixar toda
a sola do pé no chão 15 s.
EXERCÍCIO 9 EXERCÍCIO 10
Estender os braços acima da cabeça, Braços estendidos cabeça no ombro, 10
entrelaçando os dedos, 10 s. s cada lado.
EXERCÍCIO 11 EXERCÍCIO 12
Flexionar o tronco para frente, apoiar Flexionar o tronco para frente tentando
uma das mãos na perna e elevar o outro encostar as mãos nos pés, com os
braço acima da cabeça. 10 s cada braço. joelhos estendidos, por 10 s.
194
EXERCÍCIO 13 EXERCÍCIO 14
Leve flexão dos joelhos, olhar para cima Flexionar o tronco para frente, estender
e empurrar o tórax para frente e os as costas com os braços para trás,
cotovelos para trás, manter por 10 s. mantendo por 10 s.
EXERCÍCIO 15 EXERCÍCIO 16
Realizar a inclinação do tronco com as Mesmo exercício anterior, agora
pernas abertas, com uma das mãos pressionando as palmas das mãos,
no joelho e a outra acompanhando a descendo até aonde conseguir deixar as
inclinação por cima da cabeça. Manter mãos unidas. Repetir 10 vezes.
por 10 s e repetir três vezes cada lado.
EXERCÍCIO 17 EXERCÍCIO 18
De pé, pés paralelos e com as mãos no Com as pernas afastadas e as palmas
quadril, realizar a circundução do quadril das mãos unidas acima da cabeça,
para um lado, depois para o outro, com realizar o alongamento para o alto.
movimentos amplos. Manter por 10 s e repetir três vezes.
Repetir cinco vezes para cada lado.
195
EXERCÍCIO 19 EXERCÍCIO 20
De pé com as pernas afastadas, Mesmo exercício de número 18, agora
transferir o peso do corpo de uma perna com as mãos entrelaçadas e as palmas
para outra, realizando o alongamento do das mãos voltadas para baixo. Manter
meio da coxa a que está esticada. Manter por 10 s e repetir três vezes.
por 10 s e repetir três vezes cada lado.
EXERCÍCIO 21 EXERCÍCIO 22
Em pé com as pernas afastadas e o Em pé, com as pernas unidas, tentar
encaixado, mãos abertas, junte as tocar as mãos no chão. Manter por 10 s
pontas dos dedos sem deixar as palmas e repetir cincos vezes.
das mãos encostarem. Nesta posição,
pressione uma mão contra a outra e
relaxe. Manter por 10 s e repetir três
vezes.
FONTE: <http://www.producao.ufrgs.br/arquivos/publicacoes/Sandra%20Salete%20Poletto.pdf>.
Acesso em: 17 set. 2021.
196
LEITURA
COMPLEMENTAR
LER – LESÃO POR ESFORÇOS REPETITIVOS: UM CONCEITO
FALHO E PREJUDICIAL
197
A National Coalition on Ergonomics (NCE) estima que serão necessários US$600
bilhões em 5 anos para as adaptações dos ambientes de trabalho nos Estados Uni-
dos se forem aceitas as exigências da Occupational Safety and Health Administration
(OSHA), atualmente em tramitação no congresso americano.
198
As NTPMINSS destacam várias patologias reumáticas, ortopédicas e
neurológicas que acometem os tecidos moles dos membros superiores e passam
ao largo do grande grupo de pacientes sem sinais físicos que suportem as queixas
dolorosas. As NTPMINSS dão a impressão de que as queixas dolorosas são geralmente
consequências de diversas patologias, para as quais estabelece critérios diagnósticos
muito liberais. Relaciona as queixas e patologias ao trabalho e ignoram a ocorrência delas
na população em geral. Estabelecem que a queixa de dor isolada, sem sinais clínicos
de lesão, pode ser suficiente para o diagnóstico de LER, com todos os desdobramentos
médicos e de benefícios sociais, desde que tenham um nexo com a atividade laboral.
LER é definida como toda dor regional ocorrendo no trabalhador em uma atividade de
risco. Os fatores do trabalho que podem provocar LER são abrangentes e universais:
posturas inadequadas, carga estática, carga musculoesquelética, pressões locais sobre
os tecidos, invariabilidade das tarefas, exigências cognitivas, fatores organizacionais e
psicossociais ligados ao trabalho, grau de adequação do posto de trabalho, zona de
atenção e visão, frio e vibrações.
199
Devido à ausência de alterações patológicas convincentes nas regiões
dolorosas, os defensores do conceito ergonômico da LER têm atribuído a persistência
dos sintomas dolorosos a distúrbios dos mecanismos de percepção e interpretação da
dor localizados no corno posterior da medula e nos centros encefálicos. Na verdade, isto
equivale dizer que o mecanismo de persistência da dor é psicológico.
Os trabalhadores com queixas dolorosas devem ser avaliados pelo método clínico
tradicional, no qual as atividades físicas, seja do trabalho ou do lazer, devem fazer parte da
anamnese. O médico deve estar atento para os aspectos psicológicos que podem influen-
ciar a percepção de dor. A dor que uma pessoa sente não é devida somente à lesão. Dor,
de acordo com a definição da International Association for the Study of Pain, é uma expe-
riência sensitiva e emocional desagradável associada com uma lesão atual ou potencial
de um tecido. A dor é sempre subjetiva. Cada indivíduo aprende através da experiência o
que isto significa realmente e quais ganhos secundários podem ser gerados. A dor, por-
tanto, tem dois componentes: um físico, que pode ser real ou potencial (o paciente supõe
que um evento pode ser fonte de dor) e um emocional, psíquico.
200
mações sobre o estado psicológico espontaneamente, devendo estas informações ser
procuradas por iniciativa do médico. A maioria dos trabalhadores com queixas dolorosas
não apresenta alterações físicas detectáveis pelos diversos métodos diagnósticos.
A informação de que há uma catástrofe à frente caso não sejam tomadas me-
didas imediatas dificulta a recuperação, que ocorre em razão de adaptação, tolerância
a certo grau de desconforto e dor. A pessoa só se sentirá protegida na ausência de
qualquer sintoma, o que nem sempre será possível. Assim inicia-se o processo de inca-
pacidade, que pode atingir um estágio irreversível. Neste processo, o paciente tende a
ampliar as queixas para convencer a si próprio e a quem o examina e concede o benefí-
cio, pois quanto mais lesão e quanto maior o tempo de incapacidade de maiores são as
chances de se obter os benefícios máximos. Frequentemente os trabalhadores envol-
vem-se em litígio, processo emocionalmente carregado e que pode ter consequências
psicológicas dolorosas. Nos casos litigiosos, a possibilidade de incapacidade permanen-
te é grande, pois o trabalhador passa a ser interessado na permanência dos sintomas,
geralmente sob o incentivo e orientação de um advogado, sindicato ou colegas.
201
Os trabalhadores com queixas dolorosas crônicas sem patologia demonstrável
respondem mal, de modo geral, às intervenções médicas, ao contrário daqueles com
patologia, sendo uma indicação de que o problema não é de natureza física. A perspectiva
de uma aposentadoria ou indenização tem efeito negativo sobre recuperação,
desencorajando os trabalhadores a retornarem ao trabalho após uma lesão, reforçando
os sintomas.
202
e até mesmo fraude. O conceito está levando à proposição de soluções inapropriadas
e custosas que, combinadas com o grande número de pessoas em benefícios sociais,
muito custam à sociedade. O maior drama, todavia, é a legião de incapacitados e o
sofrimento que está produzindo.
FONTE: <https://www.scielo.br/j/anp/a/r4hL53MjzDVxLSK8Gh3LYwm/abstract/?lang=pt>.
Acesso em: 30 ago. 2021.
203
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu:
204
AUTOATIVIDADE
1 Na reabilitação das LER/DORT, a fisioterapia e seus recursos são de suma importância,
pois visam restabelecer a saúde física do trabalhador para seu retorno ao trabalho.
Nesse sentido, marque a alternativa correta:
205
3 A fisioterapia do trabalho é uma especialidade que atua na prevenção, no resgate e
na manutenção da saúde do trabalhador, buscando assim, sua melhora no ambiente
laboral. Uma de suas atribuições é evitar o desenvolvimento das doenças crônicas
degenerativas, tais como DORT e LER. Nesse contexto, classifique V para as sentenças
verdadeiras e F para as falsas:
206
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção À Saúde. Dermatoses
Ocupacionais. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2006. 92 p. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolo_dermatoses.pdf. Acesso em:
21 set. 2021.
DUARTE, I.; BUENSE, R.; KOBATA, C. Fototerapia. An Bras Dermatol, São Paulo,
v. 81, n. 1, p. 74-82, jan. 2006. Disponível em: https://www.scielo.br/j/abd/a/
MRVLjY6yq9RjJN9HM3YvyyQ/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 21 set. 2021.
207
MENDES, A. M. B. Aspectos psicodinâmicos da relação homem-trabalho:
as contribuições de c. dejours. Psicol. Cienc. Prof., São Paulo, v. 15,
n. 3, p. 34-38, jan. 1995. Disponível em: https://www.scielo.br/j/pcp/a/
R4yymBFkPGNFb3BSvXFnZzn/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 20 set. 2021.
RAGADALI FILHO, A. et al. Lesões por esforços repetitivos (LER): uma doença
misteriosa do trabalho. Revista Saberes, São Paulo, v. 3, n. 2, p. 76-89, dez. 2015.
Disponível em: https://facsaopaulo.edu.br/wp-content/uploads/sites/16/2018/05/
ed3/7.pdf. Acesso em: 20 set. 2021.
208
SANTOS, S. K. Z. dos; ROS, M. A. da. Ressignificando Promoção de Saúde em Grupos
para Profissionais da Saúde. Revista Brasileira de Educação Médica, Itajaí,
v. 40, n. 2, p. 189-196, fev. 2016. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbem/a/
ZnfpMF5zRzDH365sBDKhbHJ/?lang=pt&format=pdf. Acesso em: 20 set. 2021.
209