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Hoteleira
Indaial – 2022
1a Edição
Elaboração:
Prof.ª Sandra Dalila Corbari
C789a
ISBN 978-65-5663-780-8
ISBN Digital 978-65-5663-781-5
CDD 647.94
Impresso por:
APRESENTAÇÃO
Acadêmico, você está iniciando a leitura do livro “Administração hoteleira”. Este
livro trará conteúdos importantes para o conhecimento sobre a gestão, o planejamento
e o cotidiano de uma empresa hoteleira. O livro está dividido em três unidades que se
complementam e irão dar subsídio para seus estudos sobre a administração hoteleira.
Por fim, na Unidade 3, o foco será no setor de Alimentos e Bebidas (A & B).
Nessa Unidade, aprenderemos sobre a gerência de Alimentos e Bebidas, destacando
as características, os serviços, os cargos e funções dessa área que é essencial para o
setor hoteleiro. Em seguida, apresentaremos os espaços e mobiliária referente ao setor
que estão presentes em meios de hospedagem, tais como: restaurante, salão de café da
manhã, bar e copa. Para finalizar a Unidade e o livro, abordaremos os serviços de copa
e de bar. Assim, por meio dos conteúdos deste livro, você terá uma visão ampla sobre
administração hoteleira, com foco no planejamento e na gestão dos setores front office,
ou seja, os que mantêm contato direto com o cliente/hóspede.
Bom estudo!
QR CODE
Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – e
dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR Codes
completamente gratuitos e que nunca expiram. O QR Code é um código que permite que você
acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar
essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só
aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos.
ENADE
Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo
para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira,
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!
LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma
disciplina e com ela um novo conhecimento.
UNIDADE 2 — OPERACIONALIDADE..................................................................... 77
GERENCIAMENTO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• pautar impactos da perda de capital humano para as organizações, com ênfase nas
organizações hoteleiras;
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
1
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 1!
Acesse o
QR Code abaixo:
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UNIDADE 1 TÓPICO 1 -
CAPITAL HUMANO
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 1, abordaremos o capital humano, iniciando sobre o
conceito de capital humano e os fatores relacionados a ele. Em seguida, adentraremos
na importância da valorização e desenvolvimento do capital humano pelas organizações
e as implicações da perda de capital humano, com ênfase no fenômeno do turnover, ou
rotatividade.
Após essa abordagem mais ampla, o tema será orientado à hotelaria, ou seja,
à importância do capital humano para o setor da hotelaria. Neste tópico, também
abordaremos as disfunções organizacionais, que podem levar ao turnover, explicando
suas possíveis causas e soluções.
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organização (DAVENPORT, 2001), ou seja, compreende todos os ativos intangíveis que
as pessoas trazem para seus empregos (DAVENPORT, 2000). Assim, é um patrimônio
inestimável de uma organização.
FATORES SIGNIFICADOS
Conhecimento Controle de um conjunto de fatos requeridos para executar
um trabalho.
Habilidade Facilidade, desenvolvida através da prática, com os meios e
métodos para realizar uma tarefa.
Talento Facilidade inata para realizar uma tarefa.
Comportamento Formas observáveis de agir que contribuem para a execução
de uma tarefa.
FONTE: Adaptado de Davenport (2000)
NOTA
Empowerment: “a palavra está em inglês, mas seu significado é universal. Trata-
se de dar poder, autoridade e responsabilidade às pessoas para torná-las mais
ativas e proativas dentro da organização. Trata-se de uma mudança cultural,
uma transformação no comportamento das pessoas, que passam a ter mais
autonomia e iniciativa pessoal nas atividades, ao contrário das tradicionais
regras e regulamentos que inibem e impedem a plena realização das pessoas”
(CHIAVENATO, 2014, p. 168).
4
Cabe ressaltar, que as pessoas obtêm seu capital humano por diversos meios.
Dentre eles está a educação formal, o treinamento, a aprendizagem no cotidiano da
empresa e, também, pelo próprio DNA (DAVENPORT, 2000). Assim como destacado por
Davenport (2000), os trabalhadores são donos e investidores de seu capital humano,
disponibilizando-os onde houver maior retorno, especialmente o financeiro. É esse o
principal motivo para que as empresas valorizem e desenvolvam o capital humano de
seus funcionários.
Assim como destacado por esse autor, é preciso visualizar as pessoas como
parceiras das organizações. Como tais, elas seriam fornecedoras de conhecimentos,
habilidades, competências e, sobretudo, o mais importante aporte para as organizações:
a inteligência que proporciona decisões racionais e que imprime significado e rumo
aos objetivos do negócio. Nesse sentido, as pessoas constituem o capital humano e
intelectual da organização. Organizações bem-sucedidas tratam seus colaboradores
como parceiros do negócio e fornecedores de competências, não como simples
empregados contratados (CHIAVENATO, 2014, p. 3). As pessoas querem trabalhar em
organizações que as valorizem integralmente, onde elas possam exercitar todas as suas
potencialidades. Por outro lado, a sociedade valorizará as organizações que dão valor às
pessoas.
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para a manutenção de um ambiente de trabalho agradável. Ou então, os funcionários
que têm a destreza de resolver problemas de forma autônoma e com proatividade.
Muitos outros casos podem ser explicitados, em todos eles, os indivíduos não
apenas desempenham uma função definida no contrato de trabalho, mas o fazem
compartilhando seus valores e habilidades.
DICA
Veja mais informações sobre o turnover e aprenda a calcular o índice
de turnover de uma empresa no vídeo “Turnover – O que é e como
calcular?”, do Canal do Youtube “RH Academy”. Acesse em:
https://www.youtube.com/watch?v=QzuqEM2W0GA&ab_
channel=RHAcademy.
NOTA
Turnover ou rotatividade, diz respeito à saída voluntária de funcionários.
Constitui a fase final de um processo, mediante o qual os colaboradores
desenvolvem um conjunto de ações planejadas para criar determinado
afastamento físico ou psicológico em relação à organização para a qual
trabalham (MOBLEY, 1992 apud COBÊRO; GONÇALVES, 2016).
6
Vamos conhecer melhor essa síndrome. O Inventário de Burnout de Maslach
categoriza o Burnout em três componentes: exaustão emocional, despersonalização e
realização pessoal reduzida.
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IMPORTANTE
A decisão de desligar-se depende de duas percepções. A primeira é
o nível de insatisfação do funcionário com o trabalho. A segunda é o
número de alternativas atrativas que ele visualiza fora da organização,
isto é, no mercado de trabalho. O funcionário pode estar insatisfeito
com o trabalho em si, com o ambiente de trabalho ou com ambos
(CHIAVENATO, 2014, p. 82).
Como nós vimos anteriormente, o turnover tem relação direta com essas ações,
que visam ao afastamento físico e mental do problema ou da empresa. Além dos
problemas internos, as condições de mercado, oportunidades no emprego (por exemplo,
chances de conseguir uma progressão salarial ou promoção) são aspectos importantes
para a decisão de pedir demissão de um emprego (COBÊRO; GONÇALVES, 2016).
ATENÇÃO
A rotatividade não é uma causa, mas o efeito de algumas variáveis
externas e internas (CHIAVENATO, 2014).
Uma das formas que podemos citar é a qualificação profissional. Não basta
dar informações para que os funcionários aprendam novos conteúdos e técnicas,
desenvolvam novas habilidades e se tornem mais eficientes em suas funções. Deve ser
assegurado ao ser humano a oportunidade de ele ser aquele que pode ser, a partir de
suas potencialidades (PAIXÃO, 2006).
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Outra forma de valorizar o capital humano é dando autonomia e responsabilidades
para os funcionários. Conforme destaca Bühler (2009, p. 40):
9
É por isso que o fator humano, o capital humano é a dimensão mais importante da
hospitalidade, especialmente porque a hospitalidade é uma dádiva que circula entre
pessoas.
Cabe ressaltar que, além das pessoas serem as executantes das funções em uma
empresa, na hotelaria elas desempenham um papel ainda mais relevante e delicado: o
atendimento ao cliente de forma direta. Assim, vale mencionar o que Petrocchi (2007, p.
42) aponta: “[...] não são as paredes, os móveis ou a decoração do hotel que atenderão
o hóspede, mas a equipe que opera o hotel”. Embora essa citação pareça algo óbvio, ela
nos traz duas reflexões: há empresas hoteleiras que hipervalorizam a infraestrutura e
a quantidade de serviços disponibilizados, mas negligenciam a importância da equipe;
e, há empresas que, além de negligenciar, não valorizam os funcionários enquanto
pessoas, trabalhadores que também devem ser considerados.
FONTE: A autora
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No caso de hotéis que funcionam na alta temporada do turismo – algo comum
na zona costeira do Brasil, por exemplo – a gestão de equipe se torna mais complexa,
devido a rotatividade alta (cada temporada é um novo processo de contratação) e o
pouco tempo de relação, tornando a relação humana fragilizada.
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Sant’Anna, Carneiro e Lescura (2021) destacam algumas condições desfavoráveis
aos trabalhadores da hotelaria: a ergonomia da atividade, as extensivas jornadas de
trabalho, o alto nível de exigências, a ausência de controle sobre o trabalho, a ausência
de suporte social e a discriminação.
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Por isso, os gestores dos meios de hospedagem devem considerar a
implementação de estratégias de gerenciamento de talentos humanos em nível
de função que ofereçam aos funcionários de serviço maior autonomia. Eles devem
garantir que as condições de trabalho criem um ambiente de trabalho favorável, que
seja sensível às preferências dos funcionários para o planejamento e a programação
de tarefas (CHENG; YANG, 2018). A gestão deve, também, ser participativa, de modo a
possibilitar a escuta atenta aos funcionários. Mas isso, como destaca Petrocchi (2007),
tem relação direta com o estilo de liderança.
ESTUDOS FUTUROS
Mais adiante, nesta Unidade, nós iremos abordar o conceito de qualidade
e sua aplicação no setor hoteleiro.
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Além disso, o modo de falar e olhar, os gestos e palavras proferidas, a atitude do
atendente em relação ao hóspede são elementos subjetivos que compõem a qualidade
percebida (DIAS; PIMENTA, 2005).
IMPORTANTE
Não é à toa que, a técnica de avaliação “Cliente Oculto” costuma analisar
esses aspectos também. Essa técnica consiste na contratação de
terceiros por proprietários ou gestores de empresas para avaliação da
qualidade do empreendimento. O contratado, uma pessoa capacitada,
finge ser um consumidor qualquer ao mesmo tempo em que avalia toda
a estrutura e os serviços da empresa. Ao final da visita, o cliente oculto
elabora um relatório minucioso com as informações solicitadas pelo
contratante. E há também os casos de empreendedores que contratam
os clientes ocultos para avaliarem a concorrência (SEBRAE, 2019).
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FIGURA 4 – AS BASES PARA O EMPOWERMENT
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No próximo tópico nós iremos abordar com mais profundidade a gestão da
qualidade.
Até lá!
DICA
Há um documentário que se chama “Bastidores da hotelaria”, lançado
em 2010. No Brasil, o documentário, dirigido por Peter Cordenonsi e
realizado pela Integral Filmes, mostra um pouco da vida na hotelaria,
trazendo o depoimento de diversos trabalhadores. Você pode visualizar
uma prévia no Canal da Integral Filmes no Youtube. Acesse em:
https://www.youtube.com/watch?v=5ojl7oajRMM&ab_
channel=IntegralFilmes.
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RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• O turnover pode ser resultado da falta de valorização das pessoas e de seu capital
humano. Situações como insatisfação com salários, problemas de relacionamento
com a gerência e outros membros da equipe de trabalho, falta de treinamento, ritmo
do trabalho, estresse e exaustiva carga horária de trabalho podem gerar disfunções
organizacionais ou a alta rotatividade na empresa.
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AUTOATIVIDADE
1 O capital humano é um conceito amplamente difundido nos estudos sobre
gestão organizacional. Ele foi disseminado no Brasil após a década de 1960
e diz respeito a um ativo de grande importância para os negócios, sendo
considerado um patrimônio inestimável das organizações. Sobre esse
conceito, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) O capital humano diz respeito aos custos fixos anuais com remuneração de
pessoal com ensino superior.
b) ( ) O contexto organizacional é importante para o desenvolvimento do capital
humano, incluindo a arquitetura organizacional.
c) ( ) O capital humano está relacionado somente com o conhecimento e o talento dos
funcionários.
d) ( ) Quando ocorre a demissão de um funcionário, o capital humano fica retido na
organização.
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I- Apenas a formalidade utilizada pelo funcionário é fator determinante da qualidade do
atendimento, sendo os demais fatores dispensáveis.
II- O cuidado com a aparência e a apresentação não são determinantes da qualidade do
atendimento.
III- O tom da voz, os gestos e as palavras proferidas pelo funcionário também são
relevantes para a concepção de qualidade no atendimento.
4 O termo turnover pode ser traduzido como rotatividade e diz respeito à saída
voluntária de funcionários. Algumas empresas possuem uma taxa de turnover
alta, o que pode ser resultado da falta de valorização e desenvolvimento do
capital humano. Nesse contexto, disserte sobre fatores que podem levar à
demissão voluntária de funcionários e fatores que podem agravar o quadro
de turnover da empresa.
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UNIDADE 1 TÓPICO 2 -
GERENCIAMENTO DE QUALIDADE NA
HOTELARIA
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 2, nós trabalharemos com a ideia de qualidade de
serviços. Para isso, partiremos de uma definição mais geral, abordando o conceito e
as características da qualidade de serviços, destacando a definição de qualidade e de
qualidade total, suas dimensões e determinantes.
Assim como destacado por Petrocchi (2007), a qualidade total tem duas
dimensões: o que e como. “O que” diz respeito ao produto ou serviço oferecido e o
“como” é a maneira como aquele produto ou serviço é oferecido. Por exemplo, um meio
de hospedagem pode ofertar um serviço de massagem para seus hóspedes. Isso é
21
um diferencial e denota status. No entanto, caso o encarregado pelas massagens não
seja um profissional qualificado, o serviço pode não apenas não ser de qualidade, mas
gerar complicações à saúde dos hóspedes. Portanto, não basta ofertar algo, mas que o
serviço/produto seja de qualidade. O autor apresenta as cinco dimensões da qualidade
total, a saber:
ATENÇÃO
É importante entender que satisfação e qualidade são coisas
diferentes. Satisfação tem um sentido mais amplo: ela é mais inclusiva
e é influenciada pelas percepções da qualidade do serviço ou produto,
pelo preço, por fatores pessoais, entre outros.
FONTE: <https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/
conheca-fatores-que-determinam-a-satisfacao-do-seu-cliente,21a46f65
a8f3a410VgnVCM2000003c74010aRCRD>. Acesso em: 26 jan. 2022.
22
Fitzsimmons e Fitzsimmons (2011) apontam que, no setor de serviços, a
avaliação da qualidade acompanha todo o processo de prestação do serviço. Esses
autores apontam que “cada contato com um cliente é referido como um momento de
verdade, uma oportunidade de satisfazer ou não ao cliente”.
DICAS
Entenda o que são os “momentos da verdade” e sua relação com a
qualidade de serviços no vídeo “Momentos da Verdade na Experiência do
Cliente” do Canal do Youtube “Claudia Vale - Customer Experience”. Acesse:
https://www.youtube.com/watch?v=_nBRHULt2gQ&ab_
channel=ClaudiaVale-CustomerExperience.
Aqui cabe ressaltar que, assim como exposto por Petrocchi (2007, p. 47),
“qualidade não significa luxo”. Em outras palavras, não tem relação direta com
sofisticação, pois mesmo empreendimento mais modestos podem oferecer um serviço
de elevada qualidade, dentro do nicho de mercado em que atua.
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possuir uma copa e serviço de lanche no período da noite, se a entrega dos pratos
é excessivamente demorada. A demora pode desagradar os hóspedes de forma mais
intensa que se não tivesse.
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Como vimos anteriormente, há que se destacar a qualidade total, que engloba
os aspectos intrínsecos de um hotel, como a infraestrutura, os equipamentos, o grau
de informatização, a acessibilidade, o conforto das Unidades Habitacionais (UH) e dos
leitos, entre diversos outros aspectos cruciais para que um estabelecimento hoteleiro
seja entendido como “bom”. Não basta disponibilizar algo, mas também que este serviço,
espaço, produto seja bom e satisfaça as necessidades do cliente.
Cabe relembrar, que a qualidade (total) não está relacionada apenas à satisfação
do cliente, mas também à redução de custos, a melhoria da produtividade e da eficiência
(DIAS; PIMENTA, 2005). Além disso, com a implantação de procedimentos e regras,
diminuem-se os ruídos que podem ocorrer entre um setor e outro ou entre um cargo e
outro. Assim, contribui-se para um ambiente de trabalho saudável e, consequentemente,
para a responsabilidade social da empresa.
26
FIGURA 6 – FATORES ANALISADOS PELA MATRIZ SWOT
FONTE: A autora
Assim como destacado por Oliveira (2007), a análise pela Matriz SWOT se dá com
base nos seguintes elementos:
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Utilizando a Matriz SWOT, os gestores poderão ter uma visão ampla dos fatores
internos e externos à organização, que podem ser usados a favor de seu negócio ou
aqueles que merecem atenção por representarem ameaças. É essencial reconhecer
esses aspectos para traçar planos estratégicos eficazes.
3.2.3 Autoavaliação
Obter o feedback dos funcionários é uma estratégia eficiente que os gestores
podem adotar. Ninguém melhor para informar quais são os pontos fortes e fracos, as
dificuldades, as melhorias necessárias, entre outros aspectos. Além disso, ao ouvir
a opinião da equipe, o gestor demonstra respeito e consideração pelo trabalho e
conhecimento dos trabalhadores. Por outro lado, se o feedback for considerado, isso se
constitui um estímulo para o funcionário.
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A autocrítica também é fundamental. É imprescindível que os gestores, os
funcionários e os proprietários dos empreendimentos hoteleiros tenham autocrítica,
reconhecendo as suas fragilidades e pontos a melhorar. Ao reconhecer esses aspectos,
é possível avançar em relação à qualidade.
As normas ISO 9001: 2015, por exemplo, dizem respeito aos requisitos do sistema
de gestão de qualidade, especificadas quando uma organização: a) precisam demonstrar
sua capacidade de fornecer produtos e serviços de forma consistente, que atendam
ao cliente e aos requisitos legais e regulamentares aplicáveis, e b) visam aumentar a
satisfação do cliente através da aplicação eficaz do sistema, incluindo processos de
melhoria do sistema e a garantia da conformidade com o cliente e os requisitos legais e
regulamentares aplicáveis (ISO, s.d.).
PRINCÍPIOS ESPECIFICIDADES
Compreende as necessidades atuais e futuras de
Foco no cliente clientes. Procura exceder as expectativas e torna-se
primordial para a sobrevivência organizacional.
Cria e mantém um ambiente que permita que
colaboradores estejam completamente envolvidos com
Liderança os objetivos organizacionais. Para tanto, as figuras de
liderança estabelecem uma unidade de propósito para
que esses objetivos sejam concretizados.
Em síntese, mostra-se como essência para o sucesso
Envolvimento das
organizacional. O total envolvimento torna possível que
pessoas
as habilidades sejam utilizadas em prol da organização.
Possibilita que o resultado desejado seja alcançado
Abordagem de processos mais eficientemente, alocando atividades e recursos de
maneira mais adequada.
Compreende, identifica e gerencia processos de forma
interligada e indissociável. Enxerga a existência de
Abordagem de sistema
efeitos dominós entre os departamentos de uma
para gestão
empresa hoteleira, percebendo uma interconectividade
de resultados.
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Abordagem factual para Baseia decisões em dados concretos e pertinentes à
tomadas de decisões realidade organizacional.
Relacionamento com Estabelece uma relação de benefícios mútuos,
fornecedores agregando valor a ambos os lados.
Cabe ressaltar que todos os requisitos da ISO 9001: 2015 são genéricos e são
passíveis de serem aplicados em qualquer organização, independentemente do seu tipo
ou porte, ou dos produtos e serviços que oferecem (ISO, s.d.).
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RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
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AUTOATIVIDADE
1 Uma das metodologias que podem ser utilizadas para a implementação de um
sistema de qualidade em uma organização é a análise pela Matriz SWOT. Essa
técnica de análise surgiu na década de 1960 e é amplamente utilizada para o
planejamento estratégico de empresas, estando baseada em quatro fatores
controláveis ou não controláveis. Sobre os fatores contemplados pela Matriz
SWOT, assinale a alternativa CORRETA:
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( ) As atitudes em relação à qualidade de serviços devem estar concentradas nas
funções de contato direto com o hóspede, como recepção. As funções que têm
contato indireto ou não mantêm contato com o hóspede não precisam adotar as
medidas.
( ) A qualidade tem relação direta com o luxo. Um serviço não pode ser considerado de
qualidade se não disponibiliza os insumos mais sofisticados.
( ) Cuidados com a limpeza e arrumação das Unidades Habitacionais e manutenção
e reparo adequados e ágeis são fundamentais para a qualidade percebida pelo
hóspede.
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UNIDADE 1 TÓPICO 3 -
ADMINISTRAÇÃO DE SERVIÇOS HOTELEIROS
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, neste tópico, nós discutiremos a administração de serviços
hoteleiros. Para isso, iniciaremos com a conceituação e caracterização dos serviços,
demonstrando suas diferenças em relação aos produtos através de dimensões
específicas. Nesse sentido, exemplificaremos a aplicabilidade das dimensões dos
serviços na hotelaria.
Conforme Lovelock e Wright (2007, p. 5), o serviço seria “um ato ou desempenho
que cria benefícios para clientes por meio de uma mudança desejada [...]”. Essa mudança
pode ser em relação ao próprio consumidor – como é o caso de uma estadia em um
hotel – ou em relação a um bem de posse ou propriedade do consumidor (como de
dedetização de imóveis, reparo de automóvel, jardinagem, entre diversos outros casos).
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Na explicação de Fitzsimmons e Fitzsimmons (2011), os hóspedes de um hotel
obtém o acesso e usufruto por meio de um aluguel temporário, sendo que esse usufruto
é compartilhado. Por exemplo, os hóspedes de um hotel, embora não compartilhem
simultaneamente uma unidade habitacional, compartilham o salão de café da manhã,
a piscina, as áreas de lazer, o hall da recepção, entre outros espaços. Esses autores
copilaram algumas definições de serviços, como podemos ver no quadro a seguir.
DEFINIÇÃO FONTE
Serviços são atos, processos e o desempenho de ações. Zeithaml e Bitner
(1996)
Serviço é uma atividade ou uma série de atividades de Gronross (1990)
natureza mais ou menos intangível que normalmente, mas não
necessariamente, ocorre em interações entre consumidores e
empregados, recursos físicos, bens ou sistemas do fornecedor
do serviço, que são oferecidos como soluções para os problemas
do consumidor.
O setor de serviços abrange todas as atividades econômicas Quinn, Baruch e
cujo produto não é um bem físico ou fabricado. Geralmente, Paquette (1987)
ele é consumido no momento que é produzido e fornece um
valor agregado em formas que representam essencialmente
interesses intangíveis do seu comprador.
Os serviços são atividades econômicas oferecidas por uma Lovelock e Wright
parte (fornecedor) a outra (consumidor), considerando (2007)
frequentemente desempenhos com base em um período
para provocar resultados desejados nos próprios usuários, em
objetos ou em outros bens pelos quais os compradores são
responsáveis. Em troca pelo seu dinheiro, tempo e esforço, os
clientes de serviços esperam obter valor com o acesso a bens,
mão de obra, capacidades profissionais, instalações, redes e
sistemas; mas normalmente eles não possuem nenhum dos
elementos físicos envolvidos.
Um serviço é uma experiência perecível, intangível, desenvolvida Fitzsimmons e
para um consumidor que desempenha o papel de coprodutor. Fitzsimmons (2011)
FONTE: Adaptado de Fitzsimmons e Fitzsimmons (2011)
36
2.2 CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS DOS SERVIÇOS
Com base em Kotler e Armstrong (2003), Dias e Pimenta (2005) e Fitzsimmons
e Fitzsimmons (2011), podemos traçar algumas características específicas dos serviços:
intangibilidade, inseparabilidade, variabilidade, perecibilidade, simultaneidade e
participação do cliente.
2.2.1 Intangibilidade
Os serviços, ao contrário de produtos, não podem ser tocados e levados até os
clientes. Do mesmo modo, o cliente não poderá utilizar o serviço ao longo de sua vida,
mas, sim, no momento de sua experiência de compra. Por exemplo, um consumidor
que adquire uma geladeira, irá realizar a compra (na loja física ou virtual), receberá sua
mercadoria em sua casa e utilizará seu produto ao longo de sua vida útil. Sua experiência
de compra será, consequentemente, analisada ao longo dessa vida útil.
37
Entretanto, isso não ocorre em uma experiência de hospedagem. Uma vez que
a hospedagem não tenha satisfeito o consumidor, que a noite de sono não tenha sido
boa por algum fator de responsabilidade do hotel, a hospedagem e a noite de sono não
poderão ser trocadas por outra estadia ou devolvidas. Quando o hóspede solicita uma
refeição e o prato não está bem-preparado, torna-se mais difícil resolver o problema
ou a insatisfação. Nesse sentido, são importantes as medidas compensatórias, como
desconto da diária no ato do check-out, cortesia no prato solicitado, um brinde ou uma
cortesia para mitigar o dano causado ao consumidor.
IMPORTANTE
“O aspecto intangível do serviço hoteleiro depende fortemente do
conhecimento prévio adquirido pelo cliente acerca do produto que
está usufruindo. Isso mostra a importância que assume o processo de
comunicação de marketing [...]” (DIAS; PIMENTA, 2005, p. 201).
2.2.2 Inseparabilidade
Segundo destacado por Kotler e Armstrong (2003), a inseparabilidade é outra
característica complexa dos serviços. Ela consiste no fato de que o serviço, em geral, não
pode ser separado de seu fornecedor. Ao adquirir uma geladeira, o papel do fornecedor
é de instruir o cliente, realizar os procedimentos de venda e providenciar a entrega. A
partir disso, a experiência com o produto não envolve um fornecedor.
38
compradores finais, pois eles veem o produto em um elegante showroom na revenda de
automóveis” (FITZSIMMONS; FITZSIMMONS, 2011, p. 41).
Além disso, cada funcionário tem uma característica própria. Vamos a outro
exemplo. Ao realizar o check-in, o hóspede verifica que o recepcionista é cortês, atencioso
e preparado para prestar informações necessárias. Todavia, no outro dia, ao realizar o
check-out, um outro recepcionista o atende de forma grosseira e despreparada. Tem-
se, então, uma situação de variabilidade na prestação do serviço.
39
IMPORTANTE
“[...] atenção pessoal cria oportunidades para a variabilidade nos serviços
fornecidos. Isso não é inerentemente ruim, a não ser que os clientes
percebam uma variação significativa na qualidade. Um cliente espera ser
tratado de forma justa e ter o mesmo serviço que os outros recebem.
O desenvolvimento de padrões e de treinamento dos empregados em
procedimentos apropriados é a chave para se assegurar a coerência no
serviço fornecido” (FITZSIMMONS; FITZSIMMONS, 2011, p. 44).
2.2.4 Perecibilidade
O conceito de perecibilidade relaciona-se ao fato de que um serviço não pode
ser armazenado para um consumo posterior. Uma geladeira que não foi comercializada
hoje, nesta semana ou mês, poderá ficar armazenada no estoque da loja até que um
consumidor interessado a adquira. Isso não ocorre com os serviços. Uma venda não
realizada no dia é uma venda perdida.
IMPORTANTE
“Consideremos uma poltrona vazia em um voo, um quarto desocupado
em um hotel ou hospital [...]. Em cada um desses casos, perdeu-se uma
oportunidade. Como um serviço não pode ser estocado, se não for
usado, está perdido para sempre” (FITZSIMMONS; FITZSIMMONS, 2011,
p. 43).
40
Em um hotel, uma UH que não é vendida hoje, significa uma perda financeira,
pois o apartamento/quarto permanecerá vazio. O fato de que ela possa ser ocupada
no dia seguinte não compensa a perda financeira do dia em que permaneceu vazia,
apenas não agrava a situação. Essa é uma situação que foi vivenciada de forma
generalizada após o ano de 2020, quando foi deflagrada a pandemia de Covid-19. Os
meios de hospedagem de todo o mundo tiveram suas atividades parcial ou totalmente
paralisadas. As vendas não realizadas durante esse período não poderão ser realizadas
após.
DICAS
Conheça algumas estratégias para lidar com a sazonalidade na hotelaria,
no blog da Hotelflow. Acesse:
https://www.hotelflow.com.br/blog/sazonalidade-no-turismo-como-
contornar-desafios-que-afetam-hoteis-e-pousadas/.
41
tem papel fundamental e participa da “produção”, ou seja, da execução do serviço, ao
contrário do que acontece na produção de uma geladeira, onde não há participação
alguma do consumidor. Segundo Fitzsimmons e Fitzsimmons (2011, p. 41) “[...] para
funcionar, o sistema de serviços deve interagir com os clientes no papel de participantes
do processo do serviço”.
42
QUADRO 4 – DIMENSÕES E RELAÇÃO COM OS PRODUTOS E COM OS SERVIÇOS
FONTE: <https://scoreplan.com.br/planejamento-operacional-tatico-e-estrategico-um-guia-completo/>.
Acesso em: 21 jan. 2022.
44
QUADRO 5 – CARACTERÍSTICAS DOS NÍVEIS DE PLANEJAMENTO E EXEMPLO NA HOTELARIA
NÍVEL DO
ESTRATÉGICO TÁTICO OPERACIONAL
PLANEJAMENTO
• Holístico e • Indica a • Indica como
sistêmico. participação de cada tarefa,
• Envolve toda a cada unidade no operação ou
organização. planejamento atividade deverá
• Seu horizonte global. contribuir para
temporal é de • Refere-se a o planejamento
longo prazo. cada área ou tático da unidade.
• É definido pela departamento • Seu horizonte
CARACTERÍSTICAS
cúpula (alta da empresa. temporal é de
gestão) da • Seu horizonte curto prazo (em
organização. temporal é de média um mês).
médio prazo (em • É definido para
média um ano). cada tarefa,
• É definido por operação
cada unidade ou atividade
organizacional. exclusivamente.
EXEMPLO NA • Implantação • Planejamento • Planejamento
HOTELARIA do sistema e execução de e execução de
de qualidade, ações a serem ações baseadas
realizando o desenvolvidas em tarefas de
diagnóstico e em cada curto prazo
traçando as departamento para alcance da
estratégias para o alcance qualidade setorial.
e ações da qualidade Exemplo: realização
necessárias setorial. de pesquisa de
para alcançar Exemplo: Política satisfação pelos
ou garantir a de treinamento recepcionistas,
qualidade de de pessoal de com hóspedes
serviços. recepção para deficientes para
atendimento verificar melhorias
a hóspedes possíveis.
deficientes.
FONTE: Adaptado de Chiavenato (2014)
45
3.1.1 Planejamento estratégico de gestão de pessoas com
base em competências
Conforme destacamos anteriormente nesta unidade, a gestão de pessoas
é uma incumbência complexa. Gerir uma equipe, de forma satisfatória e eficaz é um
desafio. Nesse sentido, o estilo de liderança pode ser crucial para engajar os funcionários
e otimizar o serviço, criando um ambiente de trabalho agradável, ao mesmo tempo em
que as metas de qualidade são alcançadas.
46
FIGURA 9 – DIFERENÇAS ENTRE GESTÃO QUE CONSIDERA PESSOAS COMO RECURSOS E PESSOAS COMO
COLABORADORAS OU PARCEIRAS
DICAS
Podemos encontrar exemplos de liderança e gestão em qualquer área.
Bernando Rezende (o Bernardinho, ex-técnico da Seleção Brasileira de
Voleibol) conta um pouco sobre isso em uma palestra no TEDxYouth,
intitulada “Estabelecendo a cultura da excelência”.
https://www.youtube.com/watch?v=j5e-56_Xo00&ab_
channel=TEDxTalks.
47
Agora, vamos retomar o assunto que vimos anteriormente: a qualidade de
serviços. Como ela pode ser trabalhada nos diferentes níveis de planejamento?
Algumas estratégias podem ser utilizadas pela gerência foram elencadas por
Fitzsimmons e Fitzsimmons (2011):
48
Conforme Petrocchi (2007), a implantação de um processo de planejamento
estratégico deve observar cinco etapas:
49
INTERESSANTE
Os 14 princípios de Deming (DEMING, 1990):
1º Tenha constância de propósitos para a melhoria do produto e do serviço para criar
empregos, tornar-se competitivo e manter-se em atividade.
2º Adote a nova filosofia para o processo de transformação.
3º Não dependa de inspeções para atingir a qualidade.
4º Cesse a prática de aprovar orçamentos com base no preço.
5º Melhore constantemente o sistema de produção e de prestação de serviços, de
modo a melhorar a qualidade e a produtividade e, consequentemente, reduzir de forma
sistemática os custos.
6º Institua treinamento no local de trabalho.
7º Institua liderança.
8º Elimine o medo, possibilitando que todos trabalhem de modo
eficaz.
9º Elimine as barreiras entre os departamentos. As pessoas devem
trabalhar em equipe.
10º Elimine slogans e metas que exijam nível zero de falhas.
11º Elimine padrões de trabalho e substitua-os pela liderança.
12º Remova as barreiras que privam o funcionário de seu direito
de orgulhar-se de seu desempenho.
13º Institua um forte programa de qualificação.
14º Engaje todos da empresa no processo de realizar a
transformação.
50
FIGURA 11 – ROTEIRO DO PROCESSO DE PLANEJAMENTO
51
4 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL E
DEPARTAMENTALIZAÇÃO NA HOTELARIA
Neste subtópico, nós abordaremos a estrutura organizacional dos
empreendimentos hoteleiros, que pode variar conforme sua tipologia e tamanho. Em
relação a isso, aprenderemos as funções essenciais, os cargos e a departamentalização,
trazendo exemplos de organogramas.
52
FUNÇÕES FINANCEIRAS FUNÇÕES CONTÁBEIS FUNÇÕES DE SEGURANÇA
Contas a pagar Contabilidade Manutenção predial
Contas a receber Balanço patrimonial Manutenção de equipamentos
Tesouraria Auditoria interna Vigilância
Fluxo de caixa Estatística Prevenção de incêndios
Orçamentos Prevenção ambiental
FONTE: Adaptado de Petrocchi (2007)
NOTA
Amplitude de controle é o número de níveis hierárquicos de uma
organização ou órgão/setor, determinada pelo número de supervisores
e supervisionados (GUIMARÃES; MENDES, 1998).
Desse modo, podemos verificar que algumas organizações terão uma estrutura
organizacional mais rígida e outras mais flexíveis, algumas terão um número menor de
níveis hierárquicos, atuando de forma mais horizontal, enquanto outras privilegiarão um
maior número de níveis hierárquicos, verticalizando a estrutura organizacional.
Segundo Petrocchi (2007), a divisão mais racional seria aquela que considera
todas as características operacionais e recursos disponíveis na empresa, tendo como
foco uma maior produtividade. É comum encontrar empresas do ramo da hotelaria
onde os trabalhadores – sejam funcionários, sejam proprietários – acumulam funções,
especialmente em meios de hospedagem de pequeno porte.
53
É preciso lembrar que alguns tipos de meio de hospedagem (turísticos ou não)
podem ser constituídos pela categoria jurídica de Microempreendedor Individual (MEI).
Não obstante, essa categoria limita o faturamento anual em 81 mil reais e a empresa
pode ser constituída, no máximo, pelo microempreendedor e um funcionário. No caso
da atividade de aluguel de imóveis residenciais por curta temporada, que podem ser
enquadrados como MEI, podemos citar a tipologia Bed and Breaksfast.
Nesse caso, com uma ou duas pessoas atuando na empresa, claramente haverá
um acúmulo de funções. No entanto, a situação não se limita aos MEI, estando presente
em diversos portes de empresa, inclusive em grandes empresas (embora seja mais raro).
NOTA
O sistema Bed and Breakfast (em português “Cama e Café”) surgiu na
década de 1980 e é bastante comum na Europa e nos Estados Unidos.
Nessa tipologia de hospedagem, a hospedagem ocorre na casa de um
morador local, que se torna um anfitrião. A experiência reúne o conforto
e a privacidade de um hotel com o clima hospitaleiro e aconchegante.
Além do uso do quarto, a diária inclui café da manhã.
FONTE: <https://viagemeturismo.abril.com.br/materias/bed-and-
breakfast/>. Acesso em: 27 jan. 2022.
NOTA
OTA é a sigla de On-line Travel Agency, em português, Agências de Viagens
On-line.
54
Caso essa situação ocorra, no mínimo haverá um desconforto por parte
do hóspede, que pode pensar que a equipe é desorganizada ou o recepcionista
despreparado para a função. Também gerará um desconforto no recepcionista, por não
atender ao hóspede de forma precisa e rápida. E, ainda, pode gerar uma situação de
conflito com o responsável pelas reservas.
NOTA
Consulte a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) para entender
melhor desvio ou acúmulo de funções.
55
QUADRO 7 – DESCRIÇÃO DOS ÓRGÃOS DE LINHA E DOS ÓRGÃOS DE APOIO
4.3 CARGOS
Os cargos permitem que cada funcionário se situe em relação à sua função
e às dos demais funcionários. Os cargos estão inseridos no organograma, em uma
relação hierárquica (superioridade, inferioridade, equivalência ou complementariedade)
(DIAS; PIMENTA, 2005). Segundo comenta Chiavenato (2014), o conceito de cargo é
uma decorrência da divisão do trabalho imposta pelo tradicional modelo burocrático,
juntamente ao organograma. Esses, estão sendo substituídos por novos formatos
organizacionais. No entanto, esse autor reconhece que muitas organizações ainda
seguem o modelo de estrutura organizacional baseada em departamentos e cargos.
56
QUADRO 8 – EXEMPLOS DE CARGOS EM ESTABELECIMENTOS HOTELEIROS
57
INTERESSANTE
Diferenças entre cargos Junior, Pleno e Sênior:
• Junior: são cargos com menor complexidade e
responsabilidade, sem tantas exigências de competências
profissionais e, normalmente, sem autonomia para decisões. É
aqui que começa a carreira de um profissional, até, geralmente,
cinco anos de experiência na função.
• Pleno: são cargos que exigem maior complexidade de tarefas.
O profissional precisa ter maior maturidade e capacidade de
tomar decisões. Engloba-se nesse nível os profissionais que
têm entre cinco e dez anos de experiência na função.
• Sênior: são cargos com ampla complexidade de tarefas.
É esperado maturidade profissional e emocional, poder de
decisão e capacidade de assumir funções de liderança. São
profissionais sêniores aqueles com mais de dez anos de
experiência na área ou função.
FONTE: <https://www.vagas.com.br/profissoes/voce-e-junior-
pleno-ou-senior/>. Acesso em: 27 jan. 2022.
58
FIGURA 12 – CARGO DE ASSISTENTE DE RESERVAS E EXEMPLOS DE FUNÇÕES E TAREFAS
FONTE: A autora
59
4.4 ORGANOGRAMAS
A estrutura organizacional utiliza organogramas, em que a divisão do trabalho,
cargos e funções é graficamente representada (PETROCCHI, 2007). Por meio dos
organogramas é possível entender os cargos existentes em uma empresa, bem como
as hierarquias. Quanto mais abaixo o cargo se encontra no organograma, menor é sua
hierarquia.
Petrocchi (2007) aponta que também é comum que algumas atividades sejam
terceirizadas. Podemos citar a contabilidade, o serviço de lavanderia e o estacionamento.
Além disso, é comum que os alimentos do café da manhã sejam majoritariamente
comprados em panificadoras ou outras empresas do ramo alimentício.
60
FIGURA 13 – EXEMPLO DE ORGANOGRAMA DE ESTABELECIMENTO HOTELEIRO DE PEQUENO PORTE
FONTE: A autora
61
FIGURA 14 – EXEMPLO DE ORGANOGRAMA DE EMPREENDIMENTOS DE MÉDIO OU GRANDE PORTE
ESTUDOS FUTUROS
Na Unidade 2 deste livro didático iremos explorar alguns setores
da hotelaria e poderemos compreender melhor sobre a estrutura e
organograma específicos de áreas como A & B.
62
Podemos citar, ainda, o caso de certos setores que estão presentes em alguns
meios de hospedagem e ausentes em outros, segundo a tipologia ou tamanho. Esse
é o caso do setor de lazer e recreação, presente, principalmente, em resorts; do setor
ou cargos referentes à jardinagem, presentes em meios de hospedagem com amplo
espaço externo; o setor de saúde e bem-estar, presente em spa hotéis, entre outros.
Também vale destacar alguns setores que podem estar presentes na estrutura do hotel
ou serem serviços terceirizados. Esse é o caso da lavanderia, da contabilidade e da
própria área de A & B.
ESTUDOS FUTUROS
Na Unidade 2 deste livro didático nós iremos abordar com maior
profundidade cargos e funções da área de hospedagem: reservas,
recepção, governança e portaria social. Também falaremos sobre essas
tecnologias mencionadas anteriormente.
63
LEITURA
COMPLEMENTAR
HOTELARIA HOSPITALAR: UMA TENDÊNCIA PRESENTE NAS ORGANIZAÇÕES DE
SAÚDE
HOTELARIA HOSPITALAR
Godoi (2004) aceita que os hotéis têm muitas semelhanças com os hospitais.
Ambos têm muitos setores com funções idênticas (como lavanderia, cozinha, recepção,
entre outras). Hoje, diferente de alguns anos atrás, outros serviços são oferecidos aos
clientes (como lojas e restaurantes) a fim de proporcionar um maior conforto e bem-
estar a eles.
Sabe-se que hoje os clientes são mais exigentes do que no passado. Procuram
hospitais particulares que apresentem um diferencial, que se disponham em oferecer
conforto, humanização e qualidade, não guardando relação com os hospitais frios
e impessoais de décadas atrás. Dessa forma, o cliente se esquece que está em um
hospital – e o seu restabelecimento será mais rápido.
A empresa hospitalar deve respeitar as regras de cada setor. Um hospital vai ter
êxito se conseguir adaptar e integrar todas as suas áreas de acordo com suas normas
(seja a área de hotelaria, a área médica ou a gestão).
65
DEPARTAMENTOS EXISTENTES NA HOTELARIA HOSPITALAR
DEPARTAMENTO DE HOSPEDAGEM
66
• Coffee shop: também conhecido como lanchonete, é o espaço onde são servidos
cafés, lanches, bebidas, refeições leves. Destinado aos públicos interno e externo.
• Serviço de café da manhã: pode ser servido no apartamento ou em outro local (no
próprio restaurante ou em outro local específico). É recomendado que seja servido em
outro local que não o apartamento, visto que dessa forma há uma menor demanda de
equipamentos, pessoal, materiais etc.
• Room service: consiste em servir as refeições para acompanhantes e visitantes
nos apartamentos. A área de nutrição (também chamada de serviço de nutrição e
dietética) dedica atenção especial ao room service, visto que a vasta maioria das
refeições aos pacientes são servidas nos apartamentos. Essa área deve disponibilizar
junto aos clientes serviços como orientação de nutricionista, opções de cardápio
(conforme as preferências e limitações de cada um), solicitação de diversos materiais
relacionados à área e alimentos (como café, chá, sucos, canudos, talheres etc.).
DEPARTAMENTO ADMINISTRATIVO
67
clientes de saúde. As atividades de lazer podem ser de diversos tipos, como ginástica,
cinema, jogos, brincadeiras, peças teatrais, entre outras.
FONTE: Adaptada de QUEVEDO, M. F. Hotelaria hospitalar: uma tendência presente nas organizações de
saúde. In: SEMINÁRIO DE PESQUISA EM TURISMO DO MERCOSUL, 2., 2004. Caxias do Sul (RS). Anais [...]
Caxias do Sul (RS): UCS, 2004, p. 1-11. Disponível em: https://www.ucs.br/site/midia/arquivos/57-hotelaria-
-hospitalar.pdf. Acesso em: 25 nov. 2021.
68
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
69
AUTOATIVIDADE
1 O planejamento estratégico é um dos níveis de planejamento possíveis em
uma organização. Ele é crucial para a implementação de um sistema de
qualidade efetivo. Petrocchi (2007) elenca as cinco etapas para a execução
do processo. Sobre essas etapas, assinale a alternativa que indica a sequência
CORRETA:
I- A inseparabilidade diz respeito ao fato de que os serviços não podem ser separados
do custo monetário. Portanto, só há prestação de serviço quando há uma cobrança
financeira.
II- A perecibilidade relaciona-se ao fato de que um serviço não pode ser estocado para
uma venda futura. Assim, uma venda não realizada no dia é uma venda perdida.
III- A intangibilidade diz respeito ao fato de que os serviços não podem ser testados
antes da compra, pois não são bens físicos.
70
( ) Dentre as funções de segurança, podemos citar o balanço patrimonial, o transporte
e a auditoria interna.
( ) As funções financeiras e as funções contábeis não devem ser confundidas. Entre as
funções financeiras temos contas a tesouraria e entre as funções contábeis, temos
o balanço patrimonial.
( ) As áreas de recepção e governança são categorizadas como funções técnicas.
Enquanto os Recursos Humanos e Informática são categorizadas como funções
administrativas.
71
72
REFERÊNCIAS
BÜHLER, L. V. Turnover na hotelaria: estudo de caso da rotatividade de funcionários
de uma rede hoteleira de Curitiba (PR). 104 f. Dissertação (Mestrado em Turismo) –
Universidade de Caxias do Sul, Caxias do Sul (RS), 2009.
CHENG, J.; YANG, Y. Hotel employee job crafting, burnout, and satisfaction: The
moderating role of perceived organizational support. International Journal of
Hospitality Management, [s.l.], v. 72, p. 78-85, jun. 2018.
COOPER, C.; FLETCHER, J.; WANHILL, S.; GILBERT, D.; SHEPHERD, R. Turismo,
princípios e prática. Tradução de Roberto Cataldo Costa. 2.ed. Porto Alegre:
Bookman, 2001.
DAVENPORT, T. O. Line Zine, 2000. The human capital metaphor: What’s in a name?
Disponível em: http://marciaconner.com/linezine/7.2/articles/tdthcmwian.htm. Acesso
em: 27 nov. 2021.
DAVIES, C. A. Cargos em Hotelaria. 4 ed. Caxias do Sul (RS): Editora Educs, 2010.
DIAS, R.; PIMENTA, M. A. Gestão de hotelaria e turismo. São Paulo: Pearson Prentice
Hall, 2005.
73
GUIMARÃES, T. A.; MENDES, P. J. V. Estrutura Organizacional: Um estudo exploratório
a respeito dos componentes administrativo e de supervisão. In: ENCONTRO DA
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO, 22.,
Foz do Iguaçu (PR), 1998. Anais [...] Foz do Iguaçu (PR): Enanpad, 1998.
ISO. International Standarization Organization. ISO, [s.d.]. About us. Disponível em:
https://www.iso.org/about-us.html. Acesso em 21 nov. 2021.
KASA, M.; HASSAN, Z. Burnout Dimensions with Work-Family Conflict Among Hotel
Employees: Flow Experience as Mediating Role. Journal of Management and Marketing
Review, [s.l.], v. 2, n. 2, p. 1-7, 2017.
KIM, H. J.; SHIN, K. H.; UMBREIT, W. T. Hotel job burnout: The role of personality
characteristics. International Journal of Hospitality Management, [s.l.], v. 26, n. 2,
p. 421-434, 2007.
74
PAIVA, V. Sobre o conceito de "capital humano". Temas em debate – caderno de
pesquisa, São Paulo, v. 113, p. 185-191, jul. 2001.
SANT’ANNA, E. S.; CARNEIRO, J.; LESCURA, C. Quem acolhe aos que acolhem?
Trabalho Decente como Ethos da Hospitalidade Organizacional na Hotelaria. Rosa dos
Ventos, [s.l.], v. 13, n. 1, p. 50-70, 2021.
75
76
UNIDADE 2 —
OPERACIONALIDADE
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
77
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 2!
Acesse o
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78
UNIDADE 2 TÓPICO 1 —
RESERVAS, RECEPÇÃO, GOVERNANÇA E
PORTARIA SOCIAL
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 1, abordaremos os órgãos (setores/departamentos)
voltados à área da hospedagem em empreendimentos hoteleiros. Para isso, destacaremos
as características e funções principais de Reservas, Recepção, Governança e Portaria
Social, órgãos que representam o front office dos meios de hospedagem.
79
2.1 RESERVAS: ATRIBUIÇÕES E RESPONSABILIDADES
O órgão (área) de reservas é uma das áreas que estarão presentes em todos os
meios de hospedagem, sendo fundamental para seu funcionamento. Como o próprio
nome diz, os encarregados das reservas têm como função atuar em todo o ciclo de
serviços das reservas e pré-reservas. É por meio desses encarregados que o cliente
tem o primeiro contato direto com os prestadores de serviço. Portanto, a experiência
em um meio de hospedagem não inicia na chegada (check-in), mas quando a equipe de
reservas é contatada. Ou, em alguns casos, a equipe de vendas.
80
overbooking e elaborar lista de stand by; acompanhar política de tarifas e promoções do
hotel; organizar calendário de eventos do empreendimento; fazer gestão dos canais de
distribuição; enviar documentos para faturamento; articular-se com recepção, vendas
e marketing.
NOTA
Voucher: cupom de serviços enviado pela agência de viagem ou operadora
de viagem ao hotel ou do hotel ao hóspede, garantindo a realização da
reserva e notificando as condições de pagamento.
81
Rooming list: relação de nomes dos hóspedes e acomodações a serem utilizados
(BRASIL, 2022), comum de ser requisitada em caso de reservas de grupos.
FONTE: A autora
Stand by: diz-se dos pedidos de reserva que são inseridos na lista de espera
(BRASIL, 2022).
82
2.2 CARGOS E FUNÇÕES DAS RESERVAS
Agora que você já entrou em contato com as principais atribuições e
responsabilidades do órgão de reservas, vamos entender alguns cargos e funções
possíveis de serem encontrados na estrutura organizacional dos meios de hospedagem.
83
e avisar sobre as restrições de tarifas e disponibilidade dos apartamentos; distribuir
diariamente a lista de hóspedes importantes ou com pedidos especiais; e a previsão
de chegada para os próximos dias; comunicar todas as informações sobre o hotel
ao centro de reservas da rede, incluindo os planos sobre pacotes e promoções de
tarifas; preparar resumo das atividades dos espações para eventos.
• Trabalhar diretamente com os outros departamentos e com a gerência-geral,
contribuindo para o planejamento e a coordenação das atividades internas do hotel.
• Preparar relatórios, quando necessário, para desenvolver novas ações que melhorem
as decisões gerenciais e a avaliação das atividades de trabalho.
NOTA
Revenue Management: “É uma técnica de gestão comercial que ajuda a
vender o produto certo, o preço certo, no momento certo, ao cliente certo e
através do canal de distribuição certo” (FERREIRA, 2019, p. 17). Diz respeito
à gestão do inventário e do tarifário com base na previsão de chegada e de
receita que, por sua vez, é baseada em dados históricos.
84
Dentre suas principais incumbências, baseando-se em Davies (2001), podemos
apontar:
Além das incumbências listadas por Davies (2001), podemos acrescentar que
o encarregado de reservas deve colaborar com o processo de Revenue Management e
fazer a gestão dos canais de distribuição on-line, como as OTA, monitorando as reservas,
tendo total conhecimento do mapa de reservas para evitar overbooking e para permitir
flexibilidade de diárias em momentos de baixa ocupação.
FONTE: A autora
85
2.3 RECEPÇÃO: ATRIBUIÇÕES E RESPONSABILIDADES
O setor de recepção é o “coração” de um meio de hospedagem. Embora
um meio de hospedagem é um sistema formado por diversos subsistemas que são
interdependentes, portanto, um não pode existir sem o outro, é no setor de recepção
que o contato com os clientes acontece de forma mais intensa.
Também é esse setor que direciona a maior parte das ações que acontecem em
outros setores. Por exemplo, é pela abertura e fechamento de contas na recepção que o
setor financeiro emitirá as faturas e notas fiscais para clientes. É a partir da liberação de
apartamentos, após o check-out dos hóspedes que a governança irá atuar na limpeza
e higienização nas UH.
DICA
Você sabe qual é a diferença entre check-in e walk in? Descubra essa
diferença e a importância do bom atendimento da recepção na motelaria:
https://bitzsoftwares.com.br/entenda-a-diferenca-entre-walk-in-e-check-
in-em-motelaria/.
• Indicadores de desempenho.
• Nível de satisfação dos hóspedes.
• Número de reclamações de hóspedes.
• Erros nos preenchimentos de Ficha Nacional de Registro de Hóspedes (FRNH).
• Erros nos procedimentos de check-in e check-out.
• Tempos médios para atendimentos de check-in e check-out.
• Ocorrência de anomalias no faturamento.
• Anomalias nos relatórios de ocupação das UH.
86
NOTA
FNRH – Ficha Nacional de Registro de Hóspedes, instituída pela Embratur
e, em seguida, pelo Ministério do Turismo. É um padrão de ficha cadastral,
com informações que devem ser encaminhadas ao órgão por meio do
Sistema Nacional de Registro de Hóspedes – SNRHo. Veja o modelo do
Ministério do Turismo.
87
2.3.1 Cargos e funções do setor de recepção
Após compreendermos as atribuições e responsabilidades gerais do órgão de
recepção, vamos conhecer alguns dos cargos que podem ser encontrados na estrutura
organizacional dos meios de hospedagem. Portanto, lembre-se: são apenas exemplos
que podem ser alterados conforme conveniência dos tomadores de decisão.
• Gerente de Recepção
88
• Certificar-se de que a correspondência e as mensagens para os hóspedes sejam
entregues imediatamente, supervisionado essa atividade.
• Certificar-se de que o departamento proporciona aos hóspedes serviços de qualidade
e trabalho em equipe, satisfazendo ou superando as expectativas deles.
• Preparar relatórios, quando necessário, para desenvolver novas informações que
melhorem as decisões a serem tomadas, e certificar-se de que o departamento opere
dentro do orçamento aprovado e ajudar na preparação do relatório anual.
• Checar e revisar o relatório do funcionário da noite (auditoria noturna).
• Coordenar o envio das contas com o departamento de contabilidade.
• Manter estatísticas de apartamentos e reservas, chegadas e saídas, tarifas médias de
ocupação e informações relacionadas ao assunto e acompanhar ou fazer previsões
que ajudem nas decisões gerenciais.
• Utilizar as qualidades de liderança e técnicas de motivação para maximizar a
produtividade dos funcionários e a apreciação dos comentários dos hóspedes,
incluindo a seleção, orientação e treinamento dos funcionários.
• Planejar e coordenar as atividades de alojamento com os dirigentes do
empreendimento, trabalhando em conjunto com outros departamentos.
• Supervisionar detalhadamente a listagem das futuras reservas para garantir
a ocupação máxima dos apartamentos; bloquear com antecedência todas as
solicitações especiais e grupos; maximizar a receita dos apartamentos, realizando
um esforço eficiente de vendas na recepção; agir como contato nas reservas para os
outros hotéis da rede/cadeia.
• Orientar vistorias diárias, garantindo as condições de limpeza e ordem na área de
recepção.
• Verificar periodicamente as máquinas e equipamentos da recepção; manter em dia o
estoque da recepção.
• Supervisor de Recepção
89
FIGURA 8 – FUNÇÃO DO SUPERVISOR DE RECEPÇÃO
90
Novamente é preciso ressaltar que o cargo de supervisão é mais comum de ser
encontrado em meios de hospedagem de maior porte, cuja estrutura organizacional da
recepção é mais robusta.
• Recepcionista
• Realizar check-in e check-out com agilidade e exatidão; realizar atendimento e walk in.
• Arquivar e manter em dia o registro de hóspedes.
• Operar o computador e o sistema de gestão hoteleira.
• Abrir e fechar os registros de hospedes e faturas.
• Fazer lançamento de comandas.
• Atendimento telefônico, transferência de chamadas, anotação de mensagens.
• Comunicar à supervisora ou gerente de recepção sobre os no show; comunicar sobre
eventuais problemas ou questões atípicas.
NOTA
No show são as reservas que não chegam, mas que não foram canceladas
previamente.
91
Embora o cargo de recepcionista pareça menos importante, devemos salientar
que ele é um dos mais importantes para os meios de hospedagem. É o recepcionista
que terá mais contato com os hóspedes, portanto, será a figura-chave para a percepção
do cliente sobre a empresa. O recepcionista não é importante apenas para a empresa,
mas para o próprio viajante, pois tende a recorrer a essa figura em caso de dúvidas e
necessidades sobre o destino turístico onde se encontra.
• Auditor noturno
92
DICA
Gostaria de entender melhor a função e as características necessárias para
atuar na auditoria noturna? Acesse em: https://siteantigo.portaleducacao.
com.br/conteudo/artigos/turismo-e-hotelaria/caracteristicas-da-auditoria-
noturna/18726.
FONTE: A autora
93
funcionamento dos equipamentos das UH, articulando-se com a manutenção; e cuidar
dos objetos esquecidos pelos hóspedes.
NOTA
A atividade de governança não é somente arrumar os quartos, como fazem
as camareiras, mas de cuidar da limpeza do hotel como um todo. Apesar
de vital importância na estrutura do hotel, a governança é uma atividade
que só é percebida quando ocorrem falhas. É necessário, para a atividade
ser cada vez mais notada e valorizada pelos clientes externos e internos
(VIDAL; SIMONETTI, 2010, p. 121).
• Gerente de governança
94
FIGURA 12 – FUNÇÃO DO GERENTE DE GOVERNANÇA
NOTA
EPI – Equipamento de Proteção Individual. A Portaria nº 25/2001 conceitua
EPI como todo dispositivo ou produto, de uso individual pelo trabalhador,
destinado a sua proteção, de sua segurança e saúde (BRASIL, 2001).
Podemos citar como exemplo de EPI na hotelaria as luvas descartáveis,
máscaras de proteção, avental, calçados especiais e roupas antichamas.
POP – Nós já abordamos esse termo na Unidade 1 deste livro, mas
vamos relembrar. Os Procedimentos Operacionais Padrão (POP) são
procedimentos adotados pelas organizações a fim de fazer com que um
determinado processo possa ser realizado sempre da mesma forma,
independentemente do número de pessoas que o realizam. Busca,
portanto, uma uniformidade da rotina operacional, seja na produção, seja
na prestação de serviços (LOUSANA, 2005).
95
INTERESSANTE
Há diversos EPI obrigatórios em um meio de hospedagem. Um exemplo são as máscaras de
proteção facial, que devem ser usadas por todos em casos de epidemias ou pandemias virais.
Além da máscara facial, você saberia citar outros EPI essenciais para
as camareiras? Descubra quais são no vídeo “EPI: Sua camareira corre
PERIGO! | Governança Hoteleira” do Canal do Youtube Maria José Dantas.
https://www.youtube.com/watch?v=NqOEeMg4D0I&ab_
channel=MariaJos%C3%A9Dantas
• Camareira
96
NOTA
Amenities: itens ou atos cujo principal propósito é trazer prazer aos outros.
Por exemplo, uma cesta com sabonetes, xampu, sais de banho, colônia,
entre outros itens disponibilizados no banheiro dos hóspedes pode trazer
uma satisfação adicional, Ministério do Turismo (BRASIL, 2022).
• Serviços gerais
ESTUDOS FUTUROS
Na Unidade 3 deste livro didático, nós iremos estudar a brigada da cozinha,
seus cargos e funções.
97
FIGURA 14 – FUNÇÃO DOS SERVIÇOS GERAIS
• Roupeira
98
Sobre as funções do cargo, Davies (2001) destaca:
º Manter um inventário médio dos suprimentos e da rouparia que estão nos armários
da rouparia; Retirar a roupa avariada ou gasta pelas lavagens e levá-la de volta para a
lavanderia.
º Entregar nos apartamentos os pedidos dos hóspedes relacionados ao seu
departamento.
º Entregar berços, mesas, ferros e tábuas de passar, quando solicitados.
º Retirar todas as bandejas de serviço ou outros objetos do chão e levá-las para a
cozinha.
• Supervisor de lavanderia
99
º Certificar-se de que as roupas manchadas sejam limpas de maneira adequada e em
tempo hábil; certificar-se de que se use produtos químicos adequados nas máquinas
de lavar e de que haja um estoque suficiente desses produtos na lavanderia.
º Manter o equipamento da lavanderia em condições adequadas, fazendo pequenos
consertos, quando necessário; advertir a gerência da Governança sobre qualquer
problema incomum ou relevante em relação ao equipamento da lavanderia; notificar a
Manutenção sobre outras medidas a serem tomadas; fazer relatórios de manutenção
referentes à substituição ou ao conserto das peças das máquinas da lavanderia.
º Coordenar os inventários da roupa branca e recomendar as compras; Inventariar,
organizar e fiscalizar os uniformes dos funcionários; conservar e consertar a roupa
branca, supervisionando suas condições e renovando-a, quando necessário, para
que se mantenha dentro dos padrões do hotel.
IMPORTANTE
Manter uma lavanderia representa um custo alto para os meios de
hospedagem. Mão de obra, compra de maquinário e manutenção são
alguns dos aspectos que devem ser levados em consideração na hora
de decidir se o serviço de lavanderia será próprio ou terceirizado. Muitos
empreendimentos têm preferido terceirizar esse serviço. No organograma
dessas empresas não constam os cargos relativos à lavanderia.
• Funcionário de lavanderia
100
FIGURA 17 – FUNÇÃO DO FUNCIONÁRIO DE LAVANDERIA
FONTE: A autora
101
2.5 PORTARIA SOCIAL: ATRIBUIÇÕES E RESPONSABILIDADES
A portaria social é parte do setor/departamento de Recepção, sendo que os
encarregados da portaria social são os primeiros e últimos funcionários a terem contato
com o hóspede no ambiente do hotel. Dentre suas principais funções, Petrocchi (2007)
destaca: controlar o lobby do hotel; atender ao hóspede na entrada e saída do hotel;
auxiliar o hóspede quanto à bagagem; encaminhar o hóspede a seus apartamentos;
controlar entradas e saídas de bagagens; providenciar táxi ou outros veículos aos
hóspedes; controlar o estacionamento de veículos; disponibilizar jornais/revistas no
lobby; e atender a visitantes.
• Capitão-porteiro
102
Dentre as principais responsabilidades do capitão-porteiro, segundo Davies
(2001), está:
Cabe ressaltar que o Capitão Porteiro é um cargo que está presente em meios
de hospedagem com maior grau de sofisticação (quatro estrelas ou mais). Por isso, as
funções elencadas anteriormente ficam, em geral, sob responsabilidade do mensageiro
de hotel.
• Mensageiro
103
Dentre suas principais responsabilidades, Davies (2001) elenca:
DICAS
Caso queira conhecer mais do cargo de Mensageiro, de uma forma bem-
humorada, assista ao filme O Grande Hotel Budapeste, que se passa em um
hotel e tem como personagens principais o gerente geral e o mensageiro do
empreendimento. Acesso através das plataformas streaming disponíveis,
como exemplo no link a seguir:
https://play.google.com/store/movies/details/O_Grande_Hotel_Budapeste_
Legendado?id=2WKcKihx5IE&hl=pt_BR&gl=US.
• Concierge
104
FIGURA 21 – FUNÇÃO DO CONCIERGE
INTERESSANTE
A palavra concierge tem origem do latim “conservus”, que significa “serviçal
amigo” e do termo francês do Século XII, “compté de eierges”, que significa
o “guardador de velas e de chaves”. Eles eram encarregados de iluminar o
caminho e abrir as portas para os nobres em visita aos palácios. Ainda hoje, o
concierge é identificado em todo o mundo por um broche com duas chaves
de ouro – Ministério do Turismo (BRASIL, 2022).
105
FIGURA 22 – EXEMPLO DE ORGANOGRAMA PARA A PORTARIA SOCIAL
FONTE: A autora
Cabe relembrar que esses cargos costumam ser parte do órgão de Recepção,
portanto, estão sob liderança do Gerente de Recepção ou Supervisor de Recepção.
106
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• A Portaria Social costuma estar englobada no setor de Recepção, sendo que seus
encarregados são os primeiros e últimos funcionários a terem contato com o hóspede
no ambiente do hotel.
107
AUTOATIVIDADE
1 No cotidiano hoteleiro é comum o uso de termos na língua inglesa. Esses
termos dizem respeito a ações, processos ou situações que ocorrem em
diferentes setores dos meios de hospedagem e devem ser dominados pelos
profissionais da área, uma vez que são termos globais e utilizados amplamente
no setor. Com relação aos termos hoteleiros, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) “No show” é um termo utilizado por hotéis de lazer para indicar os dias onde não
haverá apresentação musical na programação.
b) ( ) “Amenities” refere-se a todo as despesas extras que os hóspedes tiveram no
período da hospedagem, que não são faturáveis.
c) ( ) “Global Distribution Systems” refere-se ao conjunto de Agências de Viagens On-
line (OTA).
d) ( ) O termo “stand by” é utilizado para os pedidos de reserva que são inseridos na lista
de espera.
I- O cargo de Mensageiro faz parte do setor administrativo, pois sua função principal
é envio de correspondência a empresas parceiras e pagamento de contas em
instituições bancárias.
II- O cargo de Gerente de Reservas existe em todos os tipos de meios de hospedagem,
pois em todos há um departamento específico de Reservas, separado da Recepção.
III- A função principal da Governanta é supervisionar, dirigir e coordenar o serviço de
limpeza e arrumação, de acordo com os padrões do hotel.
108
3 O órgão de Governança é essencial para os meios de hospedagem, uma
vez que seus encarregados são responsáveis pela manutenção das boas
condições de uso das áreas privativas e áreas sociais. Sem pessoal para
realizar essas funções, não é possível dar continuidade às atividades. De
acordo com as atribuições e responsabilidades do órgão de governança e
seus encarregados, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as
falsas:
109
110
UNIDADE 2 TÓPICO 2 -
LAZER: EQUIPAMENTOS, INSTALAÇÕES E
SERVIÇOS
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 2, abordaremos as instalações, os equipamentos e os
serviços de lazer em meios de hospedagem. Embora nem todos os meios de hospedagem
tenham espaços e equipamentos de lazer, é comum encontrá-los. Inclusive, há tipologias
de meio de hospedagem que pressupõem a existência de espaços e atividades de lazer
e recreação. Neste tópico, nós vamos entender esses aspectos.
IMPORTANTE
O direito ao lazer está previsto na Constituição Federal de 1988 e é um
direito fundamental do cidadão, assim como o direito à alimentação, à
educação, à saúde, à moradia e outros.
111
Para o sociólogo francês Joffre Dumazedier (1980), grande estudioso do tema, a
necessidade humana pelo lazer sempre existiu, no entanto, a ideia de lazer e recreação
como conhecemos atualmente é oriunda da sociedade urbano-industrial moderna.
O entretenimento, por sua vez, é uma ação, evento ou atividade com o fim
de entreter uma audiência. Assim, tanto a recreação quanto o entretenimento estão
inseridos na concepção de lazer. E o entretenimento pode ser utilizado em atividades
de recreação.
112
• Interesse social: considera-se que o interesse do lazer é o social, buscando o convívio
social. Podemos citar as festas, os passeios em grupos e demais atividades de
interação.
113
A programação deve ser planejada de forma a contemplar diferentes interesses
e que não exclua nenhum perfil de hóspede ou visitante, ou seja, precisa ser inclusiva
e variada. Além disso, Ribeiro, Queiroz e Souza (2004) destacam que vários aspectos
culturais locais podem ser englobados na programação, como folclore, gastronomia,
artesanato, costumes e festividades.
FONTE: A autora
114
Davies (2001) apresenta dois cargos de suma importância para a execução das
atividades: o gerente de ginástica e lazer e o atendente da área de ginástica e lazer.
Vamos conhecer melhor esses cargos.
Assim, verifica-se que é o gerente da área de lazer que se responsabiliza por seu
funcionamento e manutenção. No entanto, em meios de hospedagem onde os espaços
e equipamento de lazer são limitados, esse cargo pode não existir. É o caso de meios de
hospedagem que possuem apenas uma sala de ginástica ou piscina.
115
3.1.2 Atendente de área de ginástica e lazer
O atendente da área de ginástica e lazer reporta-se diretamente ao gerente de
área e possui como função básica proporcionar um serviço imediato, eficiente e cortês,
maximizando a satisfação dos hóspedes do hotel e de todos os frequentadores da área
de ginástica e lazer (DAVIES, 2010).
NOTA
CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – tem como objetivo
a prevenção de acidentes e doenças relacionadas no trabalho, busca
harmonizar o trabalho e a prevenção da vida e saúde dos trabalhadores
(BRASIL, 2021).
116
Os hotéis de lazer são aqueles que estão direcionados aos turistas de lazer, ou
seja, aqueles viajantes que não realizam as viagens a negócios. Por isso, contam com
espaços, equipamentos e até mesmo atividades que contribuem para o relaxamento,
contemplação, divertimento, saúde física e mental dos hóspedes. O Ministério do
Turismo conceitua hotéis de lazer como aquele “que possui áreas, instalações, serviços
e equipamentos próprios para o lazer. Localizado em áreas rurais ou fora do centro
urbano (aqui incluem-se os empreendimentos denominados resorts)” (BRASIL, 2022).
4.1.1 Resort
Os resorts possuem infraestrutura de entretenimento e lazer superior à dos
empreendimentos similares e são classificados como categorias de luxo ou luxo-
superior (quatro ou cinco estrelas). Segundo a Portaria nº 100/2011, do Ministério do
Turismo, é considerado resort um “hotel com infraestrutura de lazer e entretenimento
que disponha de serviços de estética, atividades físicas, recreação e convívio com a
natureza no próprio empreendimento” (BRASIL, 2011).
117
FIGURA 24 – IMAGEM DA ÁREA DE PISCINA DE UM RESORT
NOTA
All inclusive: São planos de hotel nos quais são incluídos, além do pernoite
e refeições, todos os extras – lavagem de roupas, bebidas alcóolicas,
atrações, passeios, entre outros – Ministério do Turismo (BRASIL, 2022).
118
FIGURA 25 – IMAGEM DE UM HOTEL FAZENDA
FONTE: <https://www.pexels.com/pt-br/foto/white-concrete-inn-perto-de-green-covered-mountain-duran-
te-o-dia-718946/>. Acesso em: 12 dez. 2021.
INTERESSANTE
Você conhece o Hotel Fazenda Parque dos Sonhos, localizado no
município de Socorro, em São Paulo? Esse hotel fazenda conta com uma
diversidade de instalações, equipamentos e atividades de lazer, mas o mais
interessante é que ele é totalmente adaptado para pessoas com deficiência
ou mobilidade reduzida. Confira: https://parquedossonhos.com.br/.
120
FIGURA 27 – IMAGEM DE UM HOTEL DE SELVA
INTERESSANTE
Navios de cruzeiro: embora os navios de cruzeiro não sejam exatamente
um meio de hospedagem, eles englobam esse serviço, por isso, merecem
destaque também. Ribeiro (2004) caracteriza os navios de cruzeiros
como um tipo específico de resorts: os "resorts-flutuantes". Isso porque
eles oferecem uma vasta programação de lazer a bordo, como shows,
atividades físicas e esportivas, festas, entre outros.
121
FIGURA 28 – MAPA PICTÓRICO DO PARQUE DOS SONHOS
122
• Brincadeiras: equipamentos e instrumentos variados, a depender da brincadeira
(podendo ser digital).
• Artes: equipamentos e instrumentos variados de pintura, música, teatro, cinema,
entre outras artes.
FONTE: A autora
123
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• O lazer diz respeito ao tempo livre das obrigações diárias e do repouso e é um direito
fundamental do cidadão, previsto na Constituição Federal de 1988. Ele difere da
recreação e do entretenimento por ser um conceito mais amplo, enquanto a recreação
refere-se às atividades realizadas no tempo de lazer e o entretenimento diz respeito a
ações, eventos ou atividades que objetivam entreter uma audiência.
124
AUTOATIVIDADE
1 O lazer é um direito fundamental do cidadão, estando previsto na Constituição
Federal de 1988. Ele pode ser promovido de diferentes formas, sendo as
viagens e a prática de atividades turísticas uma das mais realizadas em todo
o mundo. Com base nas definições relacionadas ao lazer, analise as sentenças
a seguir:
I- O entretenimento diz respeito a uma ação, evento ou atividade com fim de entreter
uma audiência. Podemos dar como exemplo os programas de televisão, o cinema, o
teatro ou um show de mágica.
II- O lazer diz respeito ao tempo livre do trabalho remunerado. Englobam-se em
atividades de lazer o repouso e os estudos formais.
III- A recreação refere-se a atividades realizadas no tempo de lazer, devendo ser
realizadas de forma voluntária. Podemos citar como exemplo os jogos e brincadeiras.
125
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) F – F – V.
d) ( ) F – V – F.
( ) Em alguns casos, como nos pacotes que não são “all inclusive”, o hóspede ou visitante
deve alugar o equipamento necessário para a realização das atividades de lazer.
( ) Os equipamentos de ginástica não são considerados equipamentos de lazer, por se
tratarem de equipamentos voltados à saúde física do hóspede ou visitante.
( ) O Gerente de Área de Lazer não precisa supervisionar o uso do equipamento e sua
depreciação, pois isso é função da equipe de manutenção.
126
UNIDADE 2 TÓPICO 3 -
SISTEMAS DE GESTÃO HOTELEIRA
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 3, abordaremos os sistemas hoteleiros. Para isso,
caracterizaremos as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), nas quais os
sistemas informatizados se enquadram. Portanto, em um primeiro momento será
realizada a contextualização a respeito das TIC para, em seguida, adentrar no uso dessas
tecnologias na hotelaria.
127
1. Conjunto de processos, métodos, técnicas e ferramentas relativos
à arte, à indústria, à educação, entre outros.
2. Conhecimento técnico e científico e suas aplicações a um campo
particular.
3. Tudo que é novo em matéria de conhecimento técnico e científico.
Assim, podemos dizer que uma tecnologia é criada quando utilizamos nosso
conhecimento técnico, científico e empírico para solução de problemas. Isso se aplica a
qualquer tipo de tecnologia, incluindo as TIC. E o que são as TIC?
128
Baseando-se em Medina e Plaza (2015), podemos destacar que as TIC são
integradas pelos seguintes elementos:
NOTA
“Internet: rede mundial de informação ligada por computadores.
Extranet: rede de colaboração que usa tecnologia Internet para facilitar
a comunicação entre fornecedores, clientes ou outros negócios que
partilhem objetivos comuns.
Intranet: estrutura empresarial ou organizacional interna que usa a
tecnologia Internet para permitir aos seus empregados contatarem-se
entre si e partilharem informação com facilidade” (BRASIL, 2007, p. 8).
129
Essa situação parece um passado distante e não podemos imaginar como as
atividades eram desenvolvidas. No entanto, a verdade é que os grandes avanços na
tecnologia de informação e comunicação se deram apenas nas últimas décadas, com
um grande salto nos últimos anos.
Nessa década, também surgiu o primeiro sistema de reservas, criado por meio de
uma parceria entre a companhia aérea American Airlines e a IBM. Fruto dessa parceria,
foi criado o sistema conhecido pelo nome de SABRE, existente até os dias atuais.
130
• aumenta os rendimentos/lucros do hotel;
• torna a gestão das reservas mais eficiente;
• melhora o atendimento;
• oferece novos serviços para os hóspedes;
• conecta a empresa a mais clientes potenciais.
Os GDS foram criados para uso pelas grandes companhias de aviação civil,
com objetivo de resolver problemas de operação de voos e vendas diretas de assentos.
No entanto, sua utilização se estendeu para outras áreas, como agências de viagens,
proporcionando a ampliação dos pontos de venda das companhias áreas (MEDINA,
2020). Isso aconteceu, cabe destacar, em meados de 1970.
131
FIGURA 30 – ESQUEMA DA INTERAÇÃO ENTRE FORNECEDOR, GDS E CLIENTES
FONTE: A autora
IMPORTANTE
Quando um hoteleiro insere seu empreendimento em um GDS não é para
que o GDS venda a um intermediário ou cliente final, mas para que algum
intermediário (agências de turismo) o utilize como ferramenta para realizar
as transações de reserva.
132
INTERESSANTE
O primeiro CRS foi introduzido pela Holiday Inn em meados da década de
1960. É quando os computadores passam a representar papel fundamental
na distribuição dos hotéis (BRASIL, 2022).
• Motor de reserva
133
O uso do motor de reservas pressupõe um custo adicional, por esse motivo
ele não está presente em todos os sites de meios de hospedagem. No entanto, se
comparado com o custo das comissões para intermediários, da adoção do motor de
reservas pode ser uma estratégia interessante e lucrativa.
Por outro lado, outras ferramentas ainda são privilegiadas pelos hóspedes,
como o telefone, o e-mail e as OTA. No estudo de Martins e Fontana (2018) sobre o
uso de motor de reservas pelos empreendimentos hoteleiros do município de Foz do
Iguaçu, as autoras verificaram justamente isso, embora os motores de reservas fossem
bastante utilizados.
A Internet das Coisas “refere-se à rede de objetos físicos interligados por meio
de sensores integrados, atuadores e outros dispositivos que podem coletar e transmitir
informações sobre a atividade do campus em tempo real” (ALCATEL-LUCENT, 2020, p.
2). No âmbito da hotelaria, podemos ter como exemplo o controle de ações via aplicativo
de celular, como climatização da UH; procedimentos on-line, como check-in e check-
out; dispositivos inteligentes que transformam espelhos comuns em estações pessoais
de informação interativa; robôs de entrega internos e autônomos, que automatizam o
serviço de quarto; entre diversos outros.
134
• Comunicação digital
• Site próprio
Um site de hotel pode apresentar fotos de UH, das áreas comuns e de lazer,
preços e condições para reserva (políticas de pagamento, de cancelamento, garantia
de no-show, entre outros), imagens ao vivo ou vídeos, informação em tempo real sobre
temperatura e condições climáticas, entre diversas outras possibilidades (GUIMARÃES;
POGGI; BORGES, 2008). Além disso, pode utilizar os dados de consumo de clientes como
ferramenta estratégica para o marketing, especialmente quando o site possui um motor
de reserva, onde os clientes realizam a compra.
• Plataformas digitais
135
via internet. Dentre os serviços, podemos citar os pacotes de viagem, passeios,
aluguel de automóvel, passagens aéreas, seguro de viagem e, claro, reserva de hotéis
(FERREIRA, 2019).
As Redes sociais são uma estrutura formada para conectar pessoas de acordo
com seus interesses e valores, o que pode acontecer no ambiente on-line. Assim,
podem ser utilizadas para o marketing institucional, ao disseminar conteúdo sobre o
serviço (MATEUS; CALDEVILLA-DOMÍNGUEZ; BARRIENTOS-BÁEZ, 2020), de forma
gratuita. Cabe destacarmos que existem diferentes redes sociais digitais, com perfis de
usuários distintos, por isso os tomadores de decisão precisam focar em um público-alvo
e investir nas redes sociais digitais utilizadas por ele.
136
Ademais, não basta criar um perfil em uma rede social, é preciso planejar a
interação com os usuários. Por isso, é fundamental a atualização constante, por meio
de criação de conteúdo, usar imagens de qualidade do empreendimento e da região,
responder aos comentários e dúvidas dos usuários que interagem na rede social,
incentivar a interação dos usuários e, claro, utilizar os comentários positivos e negativos
para aperfeiçoamento do sistema de qualidade do empreendimento.
137
FIGURA 33 – EXEMPLOS DE FUNCIONALIDADES DOS PMS
FONTE: A autora
Para escolher o PMS mais adequado à empresa, o hoteleiro deverá se ater aos
seguintes aspectos:
138
3.1.2 Sistema convencional
E se a empresa não tiver adquirido um sistema de gestão de propriedade
informatizado? Caso isso não tenha ocorrido, o sistema de gestão é realizado de forma
“convencional”, ou seja, não informatizado. A gestão não informatizada é um desafio,
especialmente para empreendimentos de médio ou grande porte. Por isso, é mais
comum de se encontrar em micro ou pequenos empreendimentos.
139
LEITURA
COMPLEMENTAR
TECNOLOGIA ALIADA AOS SERVIÇOS DE HOSPEDARIA E TURISMO
Geovanna Alves
COMPETÊNCIAS
140
do sistema após o check-out, feito com um clique na aplicação móvel. De acordo com o
professor Pedro Henrique Albuquerque, coordenador do Laboratório de Aprendizado de
Máquina em Finanças e Organizações da Universidade de Brasília (UnB), existem muitas
atividades que são impossíveis de serem totalmente substituídas por inteligências
artificiais.
FONTE: <https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/turismo/2019/04/06/interna_turis-
mo,747136/tecnologia-aliada-aos-servicos-de-hospedaria-e-turismo.shtml>. Acesso em: 13 dez. 2021.
141
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
142
AUTOATIVIDADE
1 As Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC) são amplamente
utilizadas no setor hoteleiro, contribuindo para a redução de custos,
diminuição da papelada, minimização de erros operacionais, entre diversos
outros benefícios. Com relação às TIC utilizadas na hotelaria, assinale a
alternativa CORRETA:
a) ( ) Os CRS são sistemas de gestão de propriedade. Por meio deles é possível realizar
diversas funções, como check-in e check-out, lançamento de comandas, emissão de
faturas, emissão de relatórios financeiros, entre outras.
b) ( ) O motor de reserva é uma ferramenta utilizada pelas Agências de viagem On-line
(OTA) para disponibilizar os empreendimentos para reserva pelo cliente final em suas
plataformas.
c) ( ) Os GDS surgiram com as companhias de aviação civil, tendo sido incorporadas
ao setor de hotelaria posteriormente. Esses sistemas, possibilitam que o cliente final
(hóspede) realize a reserva de sua hospedagem.
d) ( ) As On-line Travel Agencies (OTA) são empresas que atuam exclusivamente no
ambiente on-line e permitem a reserva de diversos serviços via plataforma digital.
Dentre esses serviços está o de hospedagem.
I- Os PMS são plataformas que focam apenas na gestão de processos, como check-in e
check-out e lançamento de comandas.
II- Os PMS são plataformas que podem ser instaladas no equipamento eletrônico, como
computador, ou acessado de forma on-line, pelo navegador.
III- Um dos aspectos importantes de serem considerados quando da escolha do PMS
é o custo-benefício, pois há diferentes valores e funcionalidades disponibilizadas no
mercado.
143
3 Ao implantar uma TIC no cotidiano hoteleiro, o tomador de decisões deve
refletir sobre diversos aspectos, como a necessidade daquela tecnologia, a
funcionalidade e facilidade de uso e o investimento financeiro necessário.
Sobre o investimento financeiro nas TIC, classifique V para as sentenças
verdadeiras e F para as falsas:
( ) A Internet das Coisas é uma rede de objetos físicos que podem coletar e transmitir
informações em tempo real. É uma TIC pouco comum na hotelaria devido sua
complexidade e alto custo.
( ) O motor de reserva é uma TIC amplamente utilizada pelos meios de hospedagem,
devido seu caráter gratuito e de fácil manuseio.
( ) As redes sociais são um tipo de TIC interessante por possibilitar o marketing
institucional e disseminar conteúdos de forma gratuita.
144
REFERÊNCIAS
ALCATEL-LUCENT. A Internet das Coisas (IoT) na hotelaria. Estados Unidos:
Alcatel-Lucent, c2020. Disponível em: https://www.al-enterprise.com/-/media/
assets/internet/documents/iot-for-hospitality-solutionbrief-ptbr.pdf. Acesso em: 13
dez. 2021.
145
BUHALIS, D. E-Tourism: information technology for strategic tourism management.
London: Pearson (Financial Times/Prentice Hall, 2003.
DAVIES, C. A. Cargos em hotelaria. 3. ed. Caxias do Sul (RS): Editora Educs, 2001.
DIAS, R.; PIMENTA, M. A. Gestão de hotelaria e turismo. São Paulo: Pearson Prentice
Hall, 2005.
146
MORENO. S. R. S.; MARCELLINO, N. C. Lazer/recreação e formação profissional. Licere,
Belo Horizonte, v. 9, n. 1, p. 108-134, 2006.
NETINBAG. Netinbag.com, 2022. What does a laundry supervisor do? Disponível em:
https://www.netinbag.com/pt/education/what-does-a-laundry-supervisor-do.html.
Acesso em: 13 dez. 2021.
RIBEIRO, O. C. F.; QUEIROZ, E.; SOUZA, L. M. Os hotéis de lazer do Estado de São Paulo:
um diagnóstico. Licere, Belo Horizonte, v. 7, n. 1, p. 25-34, 2004.
147
148
UNIDADE 3 —
ALIMENTOS E BEBIDAS
(A&B)
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• explicar o que é o setor de Alimentos e Bebidas (A&B) e sua aplicação nos meios de
hospedagem;
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
149
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 3!
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150
UNIDADE 3 TÓPICO 1 —
GERÊNCIA DE ALIMENTOS E BEBIDAS
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 1 desta unidade, você aprenderá sobre o setor de Alimentos
e Bebidas, conhecido como “A&B”. Veremos suas características e as tipologias da
restauração. Em seguida, adentraremos no setor de A&B em meios de hospedagem,
destacando os serviços obrigatórios para cada categoria de meio de hospedagem e
exemplificando os Pontos de Vendas (PDV) existentes nesses estabelecimentos (minibar,
banquetes, room service, café da manhã do apartamento e máquinas de venda).
151
INTERESSANTE
O setor de alimentação fora do lar precisa se reinventar constantemente.
Com o distanciamento social em decorrência da pandemia de Covid-19,
algumas tendências surgiram em relação a esses serviços. Vamos conhecê-
las? Acesse a reportagem no link: https://sebraeinteligenciasetorial.com.br/
produtos/noticias-de-impacto/impactos-da-economia-do-distanciamento-
na-alimentacao-fora-do-lar/5ef3556bca02c519009166fe.
152
2.1.1 Restaurante tradicional
Esse tipo de estabelecimento possui um cardápio extenso, com preparações
tradicionais e de aceitação do público em geral (pratos clássicos). Recebe um público
variado e possui decoração simples e tradicional, além de contar com enxoval e louças
sem muito luxo ou sofisticação (FONSECA, 2006). Ou seja, são os restaurantes que
presam por um cardápio e ambiente que se mantêm fixos ao longo dos anos e são
reconhecidos por essa característica.
153
2.1.4 Café
Originário da França, o café ou cafeteria é um estabelecimento especializado
em servir café, de várias maneiras, além de lanches, massas, sucos, refrigerantes e
diversos tipos de bebidas alcoólicas (ESCOLA EDUCAÇÃO, 2022). Há quem diferencie
café de cafeteria, sendo essa última os estabelecimentos localizados dentro de escolas,
shopping e outros estabelecimentos.
INTERESSANTE
O Hotel Belmond (Hotel das Cataratas), localizado dentro do Parque
Nacional do Iguaçu, em Foz do Iguaçu (Paraná), oferece diversas
experiências gastronômicas. Além de contar com dois restaurantes e um
bar, o estabelecimento oferece as seguintes experiências: Sunset Cocktail
no Gramado (coquetel no gramado, para apreciar o por-do-sol), Sunset
at the Tower (apreciação do por-do-sol do ponto mais alto do parque,
com champagne e canapés), piquenique no jardim, Cachaça Experience
(degustação de cachaça), degustação de vinho, Gazebo (experiência
gastronômica ao ar livre com menu interativo), assado sob as estrelas
(experiência de apreciação de carne assada na brasa) e chá da tarde
(BELMOND, 2022).
154
IMPORTANTE
“Um restaurante tradicional em geral oferece um tipo de cozinha e atende a
um ou dois períodos de refeição por dia (isto é, almoço e jantar). Imagine um
restaurante barato ou fino que você conheça. Eles oferecem café da manhã
e ficam abertos sete dias por semana?” (HAYES; NINEMEYER, 2005, p. 204).
Nesse sentido, vale a pena destacar que o setor de A&B tem duas incumbências:
produzir e preparar alimentos e comercializar alimentos, portanto, além de dominar o
atendimento ao público, os encarregados desse setor devem entender as boas práticas
para manipulação de alimentos e outros aspectos relativos à segurança.
IMPORTANTE
As atividades de produção, preparo e distribuição de alimentos devem
seguir as normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Nós abordaremos um pouco as regras na leitura complementar, mas
para verificar uma lista completa, acesse: https://www.gov.br/anvisa/pt-
br/assuntos/regulamentacao/legislacao/bibliotecas-tematicas/arquivos/
biblioteca-de-alimentos.
155
restaurante e serviço à la carte no restaurante e serviço de alimentação disponível para
café da manhã, almoço e jantar. Em caso de resort, tem-se, no mínimo dois restaurantes
com cardápios diferentes e dois bares.
DICAS
Conheça mais detalhes sobre SBClass no link a seguir. http://antigo.turismo.
gov.br/acesso-a-informacao/63-acoes-e-programas/5021-sistema-brasileiro-
de-classificacao-de-meios-de-hospedagem-sbclass.
• Hotéis fazenda uma estrela: serviço de alimentação disponível para café da manhã,
culturas diversas (pomar, horta), instalações para criação de animais (piscicultura,
bovinocultura, avicultura, entre outros) e restaurante.
• Hotéis fazenda duas estrelas: acrescenta-se ao anterior o serviço de alimentação no
período do almoço e jantar.
• Hotéis fazenda três estrelas: acrescenta-se o bar e facilidades para bebês.
• Hotéis fazenda quatro ou cinco estrelas: acrescenta-se o serviço de refeições leves e
bebidas nos quartos (room service) no período mínimo de 12 horas; instalações para
beneficiamento de produtos agropecuários, oferecimento de serviços típicos (como
participação em colheitas, ordenhas e trato de animais); minibar nas UH; cardápio
para crianças e serviço à la carte no restaurante.
NOTA
O serviço de alimentação de um meio de hospedagem pode ser: café da
manhã, meia pensão, pensão completa ou all inclusive. Vamos entender:
Café da manhã: inclui o café da manhã na diária/cortesia.
Meia pensão: inclui duas refeições no valor da diária.
Pensão completa: inclui três ou mais refeições na diária.
All inclusive: indica que a reserva é completa, com tudo incluso. Tipo de
serviço comum em resorts e o acesso aos serviços de alimentação ocorrem
durante todo o dia.
156
3.2 PONTOS DE VENDA (PDV)
O local onde esses alimentos e bebidas são disponibilizados dentro de um meio
de hospedagem são chamados de “Ponto de Venda” (PVD). Os PVD são todos os pontos
que têm a capacidade de gerar receita para o estabelecimento, como, por exemplo, o
restaurante, o bar, a copa, entre outros (MATTOS; PONTES; MARIETTO, 2016). Mas, além
do restaurante, do bar e da copa, que outros Pontos de Vendas um meio de hospedagem
por ter? Vamos saber a seguir.
3.2.1 Minibar
Geralmente, os produtos mais consumidos do frigobar são: bebidas; água;
refrigerante; cervejas; sucos; bebidas alcoólicas – geralmente em garrafas pequenas.
Junto ao frigobar são expostos também alguns petiscos, como biscoitos, castanhas,
chocolates, entre outros snacks.
157
FIGURA 1 – MISE EN PLACE PARA BANQUETE
NOTA
Banquete: evento realizado em que são servidas comidas e bebidas.
Catering: processo de venda e organização dos pormenores de um banquete
(HAYES; NINEMEYER, 2005).
158
No caso de disponibilidade desse serviço, ele dependerá exclusivamente do
restaurante ou copa (também conhecida como copa-cambuza – quando é independente
do restaurante) e terá seu funcionamento próprio como um subdepartamento dentro
da governança (DAVIES, 2010a; CÂMARA, 2012). Em grandes hotéis, esse serviço pode
estar sob a coordenação de um terceiro maitre (chefe de andares), auxiliado por garçons
(CÂMARA, 2012).
159
Além disso, é possível indicar qual o horário que o café deverá ser servido.
Davies (2010a) destaca que, mesmo quando o café da manhã está incluído na diária,
quando for servido no apartamento, implicará taxa extra de serviço.
Cabe destacar que podem existir outros pontos de venda, como, por exemplo, o
serviço de piquenique (venda de cestas de piquenique). A criatividade da equipe gestora
dos meios de hospedagem é que decidirá quantos PVD existirão.
160
a estrutura de A&B irá depender do porte do estabelecimento, da tipologia e das
características do serviço prestado. De forma geral, em um meio de hospedagem de
pequeno porte, que conte com um restaurante e um bar, os cargos de chefia podem ser
representados conforme o organograma a seguir.
161
Verifica-se que, neste caso, há cargos relativos aos recursos humanos, compras
e contabilidade como assistentes à gerência de A&B. Além disso, surgem mais gerências
subordinadas, como o gerente de catering e gerente de banquetes (responsáveis pelo
serviço de banquetes) e o gerente de room service (responsável pelo serviço de quarto).
162
4.1.1 Gerente de restaurante
O gerente de restaurante é o cargo-chave desse espaço do hotel. Ele não deve
ser confundido com o gerente de A&B, que supervisiona todos os PDV do setor.
FONTE: Adaptada de Davies (2010b, p. 371); <https://bit.ly/3Bf9pes>. Acesso em: 8 fev. 2022.
163
4.1.2 Supervisor de restaurante
Em alguns restaurantes, além do gerente é possível encontrar um supervisor,
que é o “braço direito” do gerente.
164
FIGURA 9 – FUNÇÃO DO ASSISTENTE EXECUTIVO DE A&B
FONTE: Adaptada de Davies (2010b, p. 249); <https://bit.ly/3Bf9pes>. Acesso em: 8 fev. 2022.
165
4.1.4 Gerente de compras
Em estabelecimentos que comercializam bens (neste caso, alimentos), é preciso
ter um funcionário responsável pela compra dos insumos e itens necessários para o
preparado, armazenamento e entrega para o consumidor. Esse cargo é o gerente de
compras.
FONTE: Adaptada de Davies (2010b, p. 253); <https://bit.ly/3Bf9pes>. Acesso em: 8 fev. 2022.
166
- Certificar-se de que o departamento proporcione aos hóspedes serviço de qualidade,
satisfazendo ou superando suas expectativas; oferecer aos funcionários treinamento
personalizado às suas habilidades; orientar e supervisionar regularmente serviço de
qualidade e trabalho de equipe.
4.1.5 Almoxarife
As compras realizadas são armazenadas em estoques secos e em câmaras
frias, no caso de produtos perecíveis. Assim, faz-se necessário um responsável pelo
gerenciamento do estoque. Esse cargo é o almoxarife.
167
INTERESSANTE
O almoxarife precisa ter noção de gestão de estoque. Um dos métodos
de gestão de estoque é o “PEPS – Primeiro que entra, primeiro que sai”.
Saiba mais desse método no vídeo do Canal Professor Daniel Santana,
no Youtube. LINK:https://www.youtube.com/watch?v=I4twN0-ZFvU&ab_
channel=ProfessorDanielSantana.
FONTE: Adaptada de Davies (2010b, p. 267); <https://bit.ly/3Bf9pes>. Acesso em: 8 fev. 2022.
168
conferir o número de pessoas que já confirmaram sua presença para poder preparar
os serviços do banquete e da cozinha com previsões exatas.
- Certificar-se de que o departamento proporcione aos clientes serviço de qualidade
e trabalho de equipe, satisfazendo ou superando suas expectativas; acompanhar os
serviços prestados, assegurando a satisfação dos comensais; avaliar os resultados e
estabelecer estratégias para melhorar a qualidade dos serviços.
- Utilizar as qualidades de liderança e as técnicas de motivação para maximizar
a produtividade dos funcionários e a apreciação nos comentários dos clientes;
selecionar, orientar e treinar os funcionários; determinar os padrões de desempenho
dos funcionários e supervisioná-los.
- Acompanhar as tendências do mercado e recomendar as medidas adequadas a
serem tomadas, mantendo uma posição competitiva e rentável nas operações
de banquetes; monitorar os preços competitivos; planejar os menus com o chefe
executivo e com o gerente de compras; responsabilizar-se pelas vendas patrocinadas
pelo hotel e pelos custos de banquetes.
INTERESSANTE
Auguste Escoffier (1846-1935) foi um chef francês que organizou sua cozinha
criando a brigada de trabalho, onde cada pessoa tem uma função específica,
introduzindo as hierarquias, a organização e disciplina. Ele também é
conhecido como “pai da alta gastronomia”. Conheça mais sobre esse ilustre
chef. Acesse em: https://www.youtube.com/watch?v=AmL6hjcH2Ec&ab_
channel=ArquitetoGourmet.
169
FIGURA 13 – FUNÇÃO DO CHEFE DE COZINHA
• Preparar relatórios, quando necessário, com informações que auxiliem nas decisões
gerenciais e a avaliação crítica das atividades de trabalho; ajudar na preparação do
orçamento de A&B; controlar o custo da folha de pagamento; ajudar na elaboração
dos preços.
• Minimizar a deterioração dos alimentos, o desperdício e o excesso de produção.
170
4.2.2 Subchefe (sous-chef)
O subchefe deve ter um contato direto e permanente com o chef de cozinha,
pois além de substituí-lo em sua ausência, há a possibilidade de que venha a ocupar o
cargo de chef futuramente.
171
4.2.3 Outros cargos da brigada da cozinha
Além desses cargos, há diversos outros, que estarão presentes conforme a
complexidade da brigada da cozinha. Quanto maior e mais especialidades a cozinha
preparar, mais complexa será a estrutura organizacional. Vejamos alguns outros cargos
que podem estar presentes nas cozinhas dos hotéis e sua responsabilidade principal,
listados por Rossi (2016):
INTERESSANTE
A animação Ratatouille, produzido pela Pixar e lançado em 2007, demonstra
um pouco do cotidiano da cozinha, apresentando alguns cargos da brigada da
cozinha. Confira nas plataformas Streaming, como nesta a seguir: https://www.
disneyplus.com/pt-br/movies/ratatouille/4zRnUvYGbUZG.
172
4.3.1 Maitre
O maitre, assim como o chefe de cozinha, atua como um gerente, mas neste
caso em relação à brigada do salão.
FONTE: Adaptada de Pacheco (2019, p. 4); <https://bit.ly/3Bf9pes>. Acesso em: 8 fev. 2022.
4.3.2 Hostess
A hostess é conhecida também com o “recepcionista”, um cargo encontrado em
restaurantes mais sofisticados. Vamos conhecer ele melhor.
173
FIGURA 16 – FUNÇÃO DA HOSTESS
FONTE: Adaptada de Davies (2010a, p. 79); <https://bit.ly/3Bf9pes>. Acesso em: 8 fev. 2022.
FONTE: Adaptada de Davies (2010b, p. 383; 385); <https://bit.ly/3Bf9pes>. Acesso em: 8 fev. 2022.
174
As atribuições do garçom, conforme Davies (2010b), são:
4.3.4 Caixa
O caixa é um cargo essencial para qualquer comércio, por isso, não poderia
estar ausente dessa lista de cargos e funções.
175
- Informar-se sobre o nível de satisfação do cliente quanto ao serviço recebido; tentar
solucionar quaisquer queixas e encaminhá-las ao Gerente de Restaurante.
- Especificar as contas dos clientes de acordo com a política do hotel.
- Fazer relatórios das operações para a gerência ou para o supervisor, quando solicitado.
IMPORTANTE
Outro cargo importante da brigada do salão é o sommelier. Saiba mais sobre
essa profissão e sua diferença do enólogo, em: https://gauchazh.clicrbs.
com.br/destemperados/bebidas/vinho/noticia/2020/09/voce-sabe-qual-e-a-
diferenca-entre-enologo-e-sommelier-ckfoh9lc7006b016vfc1go6nz.html.
176
4.4 TIPOS DE SERVIÇOS DE ALIMENTAÇÃO
Em um estabelecimento de alimentação fora do lar, o cliente poderá encontrar
diferentes técnicas de entrega do alimento à mesa. Segundo Hayes e Ninemeyer (2005)
e Davies (2010a), esses serviços podem ser categorizados em:
NOTA
Guéridon: mesa retangular com rodinhas nos pés, prateleiras, espaços para
se trabalhar e um dispositivo para esquentar os pratos, chamado réchaud
(CÂMARA, 2012; DAVIES 2010a).
177
• Serviço à americana: nesse serviço, os pratos são preparados na cozinha, sendo
trazidos pelo garçom e colocados na mesa, pelo lado esquerdo do cliente. Outra
modalidade do serviço à americana é o buffet ou self-service, que consiste em um
balcão com os alimentos dispostos, onde o cliente se serve. As bebidas são servidas
pela direita.
• Serviço à russa: esse serviço está em desuso devido a sua complexidade e demora.
Consiste em trazer a comida já pronta em recipientes e travessas, mas com as peças
inteiras, que são fatiadas e montadas na frente do cliente.
• Serviço à francesa: esse serviço é usado em recepções e jantares importantes.
Consiste em trazer a comida em travessas já montadas com os respectivos talheres
para serviços. O garçom posiciona-se ao lado esquerdo do cliente para que ele
mesmo se sirva diretamente das travessas.
NOTA
Buffet: é uma forma de servir comida a uma grande quantidade de pessoas.
A comida é exposta em uma ou mais mesas quente ou fria, para que o
consumidor se sirva sozinho de porções dos alimentos (CÂMARA, 2012).
O serviço de buffet pode ser do tipo “livre”, no qual o comensal se serve à
vontade por um preço fixo, ou “a quilo”, no qual há um valor estabelecido por
quilo de alimento.
178
FIGURA 21 – EXEMPLO DE MISE EN PLACE DE MESA
DICAS
Descubra mais sobre a importância do mise en place no vídeo “Mise en Place:
Pré-prepaoo do restaurante”, no canal do Youtube Marcelo Politi: https://www.
youtube.com/watch?v=5WI3HP8GOz4&ab_channel=MarceloPoliti.
179
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• Há diversos Pontos de Vendas (PDV), que podem ser implantados pelos gestores
dos meios de hospedagem. Além do restaurante, da copa e do bar, podemos citar o
minibar, os banquetes, o room service, o café da manhã no apartamento, as máquinas
de vendas.
• Os cargos do setor de A&B podem ser classificados por cargos mais gerais, que
extrapolam um espaço específicos; a brigada da cozinha e a brigada do salão do
restaurante; a equipe do bar; e a equipe da copa. São diversos cargos e funções que
irão variar de meio de hospedagem para meio de hospedagem, sendo que a estrutura
organizacional se torna mais complexa conforme o porte do estabelecimento e a
diversidade de serviços e especialidades.
180
AUTOATIVIDADE
1 Os serviços de Alimentos e Bebidas (A&B) em meios de hospedagem irão
variar conforme diversos fatores, entre os quais se destaca a classificação
dos estabelecimentos conforme o Sistema Brasileiro de Classificação de
Meios de Hospedagem (SBClass). Sob responsabilidade do Ministério do
Turismo, o SBClass categoriza os meios de hospedagem utilizando o sistema
de “estrelas”. Sobre os serviços de A&B, conforme o SBClass, assinale a
alternativa CORRETA:
181
( ) O saucier é o profissional responsável por molhos, peixes e carnes que não são fritas
ou grelhadas.
( ) O garde-manger é profissional responsável pela limpeza do ambiente da cozinha, de
seus equipamentos e utensílios.
( ) O entremetier é o profissional responsável pela preparação de massas doces e
salgadas e outros produtos da confeitaria.
182
UNIDADE 3 TÓPICO 2 -
ESPAÇO E MOBILIÁRIO
1 INTRODUÇÃO
No Tópico 2, abordaremos o espaço e mobiliário necessários para a existência e
consecução dos serviços de alimentos e bebidas em um meio de hospedagem. Por isso,
apresentaremos, primeiramente, esses elementos no ambiente do restaurante, cujo
planejamento espacial deve garantir o bom fluxo de comensais e serviçais.
183
FIGURA 22 – EXEMPLO DE PRAÇAS (STATIONS) DE UM RESTAURANTE
184
FIGURA 23 – EXEMPLO DE ORGANIZAÇÃO DO AMBIENTE DO SALÃO
Verifique que a direção dos fluxos foi pensada no momento de planejar o layout
do salão. Assim, as filas do caixa e do buffet não se encontram. Ademais, o trânsito
de serviçais da cozinha até o balcão do buffet não é prejudicado pelo trânsito dos
comensais. Outro detalhe que podemos observar é que a entrada para os sanitários
não prejudica nenhum dos outros fluxos comentados e, tampouco, o fluxo de saída do
estabelecimento.
185
FIGURA 24 – LAYOUT DE RESTAURANTE COM BAR
Conforme destaca Câmara (2012), algumas medidas devem ser adotadas para
garantir o melhor uso do espaço: aproveitar ao máximo os espaços disponíveis, sem
prejudicar o conforto dos comensais, o fluxo das pessoas e a qualidade dos serviços;
dispor as mesas de forma que evitem que o cliente fique voltado diretamente para a
parede; evitar colocar mesas muito próximas à entrada principal do restaurante ou à
entrada para a cozinha; colocar mesas com diversas capacidades; e colocar a mesa do
buffet em local visível, de fácil acesso para comensais e funcionários do salão.
DICAS
A Norma Brasileira NBR 9050/2004, da Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT) designa quais critérios técnicos devem ser obedecidos no
desenvolvimento de projetos arquitetônicos e urbanísticos, em edifícios de
uso público, bem como instalações e adaptações de edificações, mobiliário,
espaços e equipamentos urbanos, incluindo os estabelecimentos de A&B e
os meios de hospedagem. Saiba mais sobre esse assunto acessando a norma
em: https://emap.fgv.br/sites/emap.fgv.br/files/u77/abnt_nbr_9050_.pdf.
186
Em relação ao mobiliário, as operações em restaurante demandam uma
variedade de equipamentos e suprimentos, que precisam ser pensados conforme o tipo
de serviço prestado.
IMPORTANTE
Conforme destaca Davies (2010a, p. 25-26), “a qualidade dos suprimentos e
dos equipamentos que se usa irá influir no produto apresentado aos clientes
e na qualidade de serviço do restaurante. Assim como pratos e copos caros
não são usados num restaurante fast food, pratos descartáveis também não
são usados em um restaurante caro e de categoria”.
187
3 ESPAÇO E MOBILIÁRIO DO SALÃO DE CAFÉ DA MANHÃ
Um café da manhã ou um cardápio mais complexo, irá demandar mais utensílios
e equipamentos para elaborar e dispor os alimentos. Sobre isso, vamos compreender os
tipos de café da manhã disponíveis em meios de hospedagem, citados por Câmara
(2012) e Castelli (2006), a saber:
188
FIGURA 25 – BUFFET DE CAFÉ TROPICAL
FONTE: <https://pixabay.com/pt/photos/buf%c3%aa-fixo-celebra%c3%a7%c3%a3o-re-
fei%c3%a7%c3%a3o-974742/.> Acesso em: 19 jan. 2022.
• Brunch: serve para substituir o café da manhã daqueles que acordaram muito tarde.
É um café mais reforçado pelo fato de introduzir ingredientes que compõem um
almoço como saladas, consomês e sobremesas.
FIGURA 27 – BRUNCH
189
Köenig, Formentin e Borges (2016) apontam ainda outros dois tipos de café da
manhã:
FONTE: <https://www.flickr.com/photos/mturdestinos/39074607090/in/album-72157693880555564/>.
Acesso em: 19 jan. 2022.
- Café colonial: comum na região Sul do Brasil, é um café bem reforçado, em que a
maioria dos produtos são artesanais como doces artesanais, bolos, pães variados,
cuca, frios coloniais, entre outros. Pode ser servido durante todo o dia.
190
FIGURA 29 – CAFÉ COLONIAL
FONTE: <https://www.flickr.com/photos/mturdestinos/39990703695/in/album-72157693880555564/>.
Acesso em: 19 jan. 2022.
INTERESSANTE
Quer saber mais sobre os tipos de café da manhã disponíveis nos meios
de hospedagem do mundo? Assista ao vídeo “Hotel: como funciona o café da
manhã?”, no Canal do Youtube, “Vai com Elas”. Acesse: https://www.youtube.
com/watch?v=6PT9p3-gSLk&ab_channel=VaicomElas.
191
4 ESPAÇO E MOBILIÁRIO DO BAR
Em relação às instalações do bar, independentemente do tipo de bar ou bebidas
oferecidas, alguns componentes são essenciais. Walker (2017) destaca que um bar
possui diferentes áreas, o bar frontal (front bar), o bar traseiro (back bar) e o bar inferior
(under bar).
Por fim, o bar inferior é a parte onde o barman prepara as bebidas; inclui a parte
sob o balcão da frente. O principal equipamento do bar inferior é o speed rack, que deve
estar localizado em uma posição conveniente para permitir que o barman trabalhe de
forma rápida e eficiente.
NOTA
Speed rack: estante que fica posicionada entre o barman e o balcão, facilitando
o acesso às garrafas de bebidas utilizadas nos drinks.
192
Além do speed rack, caixas de gelo e espaços de preparação de bebidas e
colocação de copos constituem o bar inferior (WALKER, 2017).
Câmara (2012), por sua vez, destaca o mobiliário básico para um bar:
• Balcão, onde são servidas bebidas aos clientes, servindo também como divisória
para separar a parte externa, destinada aos clientes e a parte interna destinada aos
profissionais do bar.
• Banquetas apropriadas para os clientes sentarem-se junto ao balcão.
• Mesa de serviço atrás do balcão do bar, onde são dispostos os insumos e utensílios
necessários à operacionalidade do setor, como copos, utensílios de medida para
preparação das misturas, frutas preparadas para misturar às bebidas, petiscos, entre
diversos outros.
• Geladeira, destinada à guarda de bebidas, sucos e outros gêneros perecíveis.
• Máquina de fazer gelo.
• Prateleiras para a exposição permanente de bebidas.
• Armários para armazenar bebidas de uso do bar.
• Pia em local adjacente e isolada do balcão, para a lavagem de copos e utensílios.
• Utensílios variados, como abridor de garrafa, coadores, pegador de gelo, bandeja,
colher bailarina, recipientes para petiscos, balde para gelo, talheres diversos, mixing-
glass, copos e taças diversos, porta-copos, coqueteleira, dosador para bebidas,
jarras, espremedor de frutas, ralador, louças diversas, saca-rolhas, tábua para cortar
frutas, ralador, entre diversos outros.
INTERESSANTE
Para cada tipo de bebida, há um copo ou taça específico. A depender da
variedade de bebidas disponíveis, o planejamento de um bar deve contemplar
a compra desses diferentes utensílios. Quer conhecer os diferentes copos
existentes e suas funções? Então acesse: https://clubedobarman.com/
category/copos-2/ e clique em cada copo para ler as informações.
193
4. Local para o lixo: armazenamento e descarte.
Da mesma forma, a copa deve contar com esses espaços, embora costume
ser em uma área menor que a de uma cozinha industrial, presente em restaurantes.
Mas assim como as cozinhas, o planejamento físico da copa deve considerar as
características da produção culinária (FREUND, 2019) e a abragência de atendimento.
194
FIGURA 32 – LAYOUT DE COZINHA DE RESTAURANTE E O TRÂNSITO DE COZINHEIROS
195
• Velocidade de serviço desejada: o serviço rápido pode exigir equipamentos de
maior capacidade. Reduzido, o tempo de preparação dos pratos se traduz em maior
rotatividade de assentos no salão.
• Consciência nutricional e equipamentos selecionados: o interesse em nutrição traz
um aumento de interesse pelo método de preparo dos alimentos utilizados. Fritar é
evitado para reduzir o consumo de gorduras. Assar, grelhar e cozinhar no vapor são
formas mais saudáveis de preparar carne, peixes e aves, por exemplo.
NOTA
Salamandras: são máquinas que produzem calor somente na parte de cima
do forno. São usadas para caramelizar sobremesas, dourar receitas salgadas e
carnes e gratinar pratos como lasanha, batata e sanduíche (SEQUERRA, 2018).
No entanto, assim como destacado por Walker (2017), tanto na cozinha, quanto
no salão, devemos nos lembrar dos equipamentos utilizados para limpeza e higienização
dos espaços, dos equipamentos e dos utensílios, como as máquinas de lavar louça e as
pias/cubas, por exemplo.
196
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• O bar pode ser caracterizado por um espaço de salão, onde pode haver mesas e
cadeiras ou ser um espaço livre, o bar frontal, o bar traseiro e o bar inferior. Esses
espaços são constituídos por mobiliários, equipamentos e utensílios diversos que
possibilitam o serviço do barman e dos demais encarregados pelo bar.
• A copa e a cozinha devem ser pensadas de forma a incluir quatro grandes áreas: os
locais voltados para os colaboradores – como vestiários e sanitários –, o local para
as mercadorias – recebimento, estocagem, pré-preparo, cocção e distribuição –, o
local para lavagem e higienização dos utensílios e do material de limpeza e o local
para armazenamento e descarte do lixo. A disposição desses espaços deve seguir as
normas da vigilância sanitária e a otimização dos processos.
197
AUTOATIVIDADE
1 O tipo e quantidade de mobiliário, utensílios e equipamentos utilizados
na cozinha ou na copa dependerá de fatores relacionados ao cardápio do
estabelecimento. Um restaurante especializado em comida japonesa terá
uma cozinha diferente de um restaurante italiano. Sobre os elementos
do cardápio que orientam o planejamento da copa ou cozinha, assinale a
alternativa CORRETA:
a) ( ) Um cardápio voltado para dietas específicas, como vegetariana ou low carb, não
precisam ter equipamentos diferenciados.
b) ( ) A velocidade de serviço não tem relação com os tipos ou quantidade de
equipamentos de uma copa ou cozinha.
c) ( ) O volume de vendas não interfere nos tipos ou quantidade de equipamento da
copa ou cozinha.
d) ( ) Ter um menu fixo ou variável é um aspecto que determina os tipos de equipamentos
de uma copa ou cozinha.
I- O café colonial pode ser servido não apenas no horário normal do café da manhã, mas
durante todo o dia.
II- O café tropical é um café da manhã disposto em um balcão de buffet, onde os
hóspedes se servem.
III- O brunch é um café da manhã com itens previamente selecionados e servidos na
UH, durante o horário normal do café da manhã.
198
( ) O planejamento da cozinha/copa não precisa considerar o vestiário, os sanitários e o
refeitório para os funcionários, pois esses espaços se localizam fora do ambiente de
preparo de alimentos.
( ) O planejamento da cozinha/copa não precisa considerar o local de lavagem e
higienização dos utensílios da cozinha e do salão, bem como do material de limpeza.
( ) O planejamento da cozinha/copa não precisa considerar o local de armazenamento
e descarte do lixo, pois esse espaço se localiza fora do ambiente de preparo de
alimentos.
5 Segundo Walker (2017), um bar é formado de três partes: o bar frontal (front
bar), o bar traseiro (back bar) e o bar inferior (under bar). Disserte sobre essas
partes do bar, explicando suas diferenças.
199
200
UNIDADE 3 TÓPICO 3 -
SERVIÇO DE COPA E BAR
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, para finalizar esta unidade, o Tópico 3 trará a apresentação dos
serviços de copa e bar. Para isso, iniciaremos apresentando a copa central, espaço
fundamental para os meios de hospedagem. Destacaremos os cargos e funções
específicos da copa: cozinheiro da copa e cozinheiro do café da manhã.
2 SERVIÇOS DA COPA
Vamos aprender os serviços da copa, um espaço essencial para os meios de
hospedagem.
Como a copa funciona durante todo o período do dia, ela possui várias e distintas
obrigações, entre as quais Câmara (2012) destaca:
• Atender aos pedidos de café da manhã, seja no salão de café, seja nos apartamentos;
• Atender ao pedido de lanches rápidos e bebidas;
• Preparar os alimentos para a montagem do buffet do café da manhã;
• Higienizar as câmaras frigoríficas, os fogões e a maquinaria localizados na copa.
201
2.2 CARGOS E FUNÇÕES DA COPA
Podemos destacar dois cargos essenciais da copa: o cozinheiro da copa e o
cozinheiro do café da manhã. Vamos conhecer melhor esses cargos e suas funções.
FONTE: Adaptada de Davies (2010b, p. 341); <https://bit.ly/3Bf9pes>. Acesso em: 8 fev. 2022.
202
FIGURA 34 – FUNÇÃO DO COZINHEIRO DO CAFÉ DA MANHÃ
uso,
FONTE: Adaptada de Davies (2010b, p. 337); <https://bit.ly/3Bf9pes>. Acesso em: 8 fev. 2022.
Cabe ressaltar que alguns alimentos servidos no café da manhã costumam ser
preparados no dia anterior, como bolos e gelatinas, por exemplo. Assim, facilita-se o
serviço no turno da manhã, que fica incumbido de preparar os alimentos frescos.
3 SERVIÇO DO BAR
O bar é um local público onde são vendidas bebidas alcoólicas e não alcoólicas,
podendo, também, servir petiscos ou pequenas porções de alimentos. O bar pode
funcionar individualmente ou inserido em um restaurante. Nesse caso, em alguns
restaurantes, os bares são usados como ponto focal ou peça central (WALKER, 2017).
203
Há uma diversidade de tipologias de bares, como tabernas, pubs, american bar,
boteco, wine bar, brasserie/choperia, entre diversos outros.
• Pub: típico bar inglês, serve bebidas alcoólicas e refeições. Conta com mesas no
salão.
FIGURA 35 – PUB
• Bar americano: típico bar americano, composto por um longo balcão e prateleiras para
exposição de garrafas de diversos tipos de bebidas. O barman é a principal atração
(ESCOLA EDUCAÇÃO, 2022).
204
FIGURA 36 – BAR AMERICANO
• Wine bar: bar que tem como especialidade uma variada carta de vinhos, servidos em
taças ou garrafas (ESCOLA EDUCAÇÃO, 2022).
205
FIGURA 38 – WINE BAR
FIGURA 39 – BRASSERIE/CHOPERIA
206
INTERESSANTE
Você sabia que na Escócia tem um hotel especializado para pessoas que querem
ter uma experiência intensa com a cerveja? Esse é o BrewDog DogHouse Hotel.
Nele, há torneiras de chopp nas UH. Veja mais em: https://clubedocervejeiro.
com/com-torneira-de-cerveja-no-quarto-brewdog-inaugura-novo-hotel/.
DICAS
Pensando em diversificar a oferta, mantendo a segurança dos hóspedes, o
Hotel InnSide by Meliá São Paulo Itaim, localizado em São Paulo, lançou um
serviço de room bar, ou seja, um room service de bar. Saiba mais sobre essa
inovação em: https://www.mercadoeeventos.com.br/noticias/hotelaria/melia-
lanca-servico-inedito-de-room-bar-em-sao-paulo/.
INTERESSANTE
As bebidas classificam-se em: não alcoólicas, alcoólicas fermentadas,
destiladas, por mistura/infusão. E nessas classificações, há subclassificações.
As bebidas do tipo coquetel, podem ser categorizadas conforme dosagem
e temperatura em: short drinks, servidos em pequenas doses, podendo ser
aperitivo ou digestivo (exemplo: Dry Martini, Margarita e Alexander); long
drinks, servidos em doses maiores (exemplos: Sex on the beach, blue lagoon) e
hot drinks, bebidas completadas com água, café ou leite quente e servidas em
copos apropriados (exemplo: Negroni) (CÂMARA, 2012).
Além disso, os bares que usam música publicamente, seja ao vivo ou não, devem
estar regularizados frente ao ECAD – Escritório Central de Arrecadação e Distribuição.
Esse órgão é responsável pela arrecadação e distribuição dos valores referentes aos
207
direitos autorais dos artistas. Desse modo, os bares (e restaurantes também) devem
remunerar os artistas por meio do pagamento de direitos autorais, caso contrário, estará
agindo ilegalmente, já que o ECAD está amparado pela Lei nº 9.610/1998 (BRASIL, 1998).
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3.2.2 Barman
Outra figura essencial para um bar é o barman, que irá preparar as bebidas para
os clientes.
FIGURA 41 – BARMAN
FONTE: Adaptada de Davies (2010b, p. 393); <https://bit.ly/3Bf9pes>. Acesso em: 8 fev. 2022.
DICAS
Você sabia que há diferenças entre barman e bartender? Entenda essas
diferenças no link: https://www.ddrinks.com.br/blog/qual-a-diferenca-entre-
barman-e-bartender.
Além desses cargos, o bar costuma ter garçons específicos para si, quando não
se trata de um bar americano, onde os clientes se sentam apenas ao longo do balcão.
IMPORTANTE
A terceirização da gestão de serviços de A&B em meios de hospedagem é
uma realidade que acompanha outras tendências. Confirma a matéria do blog
Netfood sobre o “destino” desses serviços, em: https://netfoods.com.br/blog-
alimentos-e-bebidas-na-hotelaria-o-destino-desses-servicos/.
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LEITURA
COMPLEMENTAR
NORMAS DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA PARA RESTAURANTES E OUTROS FOOD
SERVICES
• Manual de Boas Práticas: deve mostrar a forma correta para realizar a limpeza do
seu ambiente, os procedimentos de higiene, o controle de pragas, o uso da água e até
os cuidados com a saúde dos funcionários, e seus treinamentos. Ele também inclui
determinações do que fazer com o lixo. Tudo para garantir a produção de alimentos
seguros.
• Procedimento Operacional Padronizado (POP): deve descrever o passo a passo
de cada tarefa de higiene em seu food service. Isso inclui as etapas da tarefa,
a pessoa responsável por cada momento, os materiais usados e até a frequência
das tarefas. Um restaurante pode ter vários POP tratando de diferentes tarefas no
estabelecimento.
Local de trabalho
• Mantenha o local limpo e organizado: antes de mais nada, a sujeira acumulada em
um ambiente desorganizado é ideal para a multiplicação dos micróbios que podem
causar doenças. Por isso, faça a limpeza sempre ao final das atividades e em outros
momentos em que o local aparentar sujeira. Aliás, a limpeza também ajuda o ambiente
a ficar protegido de ratos, baratas e outras pragas urbanas.
• Mantenha piso, parede e teto conservados: Rachaduras, goteiras, infiltrações, mofos
e descascamentos podem concentrar sujeira e outros organismos que são um risco
211
para a higiene e segurança do seu food service.
• Tenha telas nas janelas: telas são importantíssimas para evitar a entrada de insetos e
outros animais que são atraídos pela área de preparação de alimentos. Geralmente,
eles carregam muitos microrganismos perigosos.
• Tenha rede de esgoto ou fossa séptica: o esgoto é sobretudo, um contaminante muito
sério para os alimentos. Para evitar isso, é indispensável ter uma rede de esgoto ou
fossa séptica bem cuidada.
• Deixe as caixas de gordura e de esgoto fora das áreas de preparo e armazenamento
de alimentos: Muitos insetos se instalam na caixa de gordura e podem ser um risco
para o controle sanitário do restaurante.
• Ilumine bem seu ambiente de trabalho: com uma iluminação adequada, fica mais fácil
visualizar sujeiras, insetos e outros agentes perigosos.
• Tenha um ambiente bem ventilado: os micróbios se multiplicam com mais facilidade
em ambientes quentes e abafados.
• Evite vidros quebrados e outros fragmentos no local de trabalho: pedras, pedaços de
vidro e outros fragmentos são um risco sério para seus consumidores. Então tome
cuidado redobrado com isso.
• Mantenha bancadas, mesas e tábuas de corte em boas condições, sem rachaduras:
rachaduras e trincas assim como outros defeitos podem servir para acumular restos
de alimentos e outras sujeiras. Assim, são ótimos lugares para proliferação de
micróbios.
• Guarde os produtos de limpeza longe dos alimentos: esses produtos contêm
substâncias tóxicas se ingeridas. Evite ao máximo o contato deles com os alimentos.
• Use apenas produtos de limpeza aprovados pela Anvisa: confira se seus produtos de
limpeza contêm, no rótulo, o número de registro no Ministério da Saúde ou a frase:
“Produto notificado na Anvisa”.
• Nunca aplique venenos sem apoio de profissionais especializados: A aplicação de
venenos contra insetos e animais só deve ser feita em últimos casos, e sempre com
apoio profissional, isso, para evitar a contaminação dos alimentos.
Banheiro
• Deixe os banheiros e vestiários longe das áreas de preparo ou armazenamento de
alimentos: Esses ambientes costumam ter alta carga de patógenos. Então não podem
ser diretamente conectados à cozinha.
• Mantenha o banheiro limpo e com papel higiênico, sabonete, antisséptico, papel
toalha e lixeiras com tampa e pedal: Dessa forma, você diminui a presença de
microrganismos perigosos no ambiente e o risco de contaminação.
• Oriente todos para que sempre lavem as mãos depois de irem ao banheiro: essa dica
é simples, mas muitos ainda não a seguem. Lavar as mãos é essencial para não levar
bactérias e outros microrganismos para os alimentos. E não importa o que a pessoa
foi fazer no banheiro! Mesmo que só tenha entrado para usar o espelho, ela tocou nas
superfícies do ambiente, então é importante lavar as mãos de qualquer forma.
212
Cuidados com a água
• Use apenas água tratada, do abastecimento público, ou proveniente de sistemas
alternativos, como poços artesianos: A água do abastecimento público é tratada
contra micróbios e parasitas, por isso deve ser a preferência de qualquer restaurante.
Caso seu food service use um sistema alternativo, a qualidade da água deve ser
analisada a cada seis meses.
• Só use água potável para o preparo de alimentos e gelo: Os microrganismos na água
podem ser facilmente transmitidos para o alimento. Por isso, opte sempre por usar
água potável.
• Conserve a caixa d’água tampada, sem rachaduras, vazamentos, infiltrações ou
descascamentos: Assim, seu estabelecimento evita contaminações por terra, poeira,
fezes de animais, insetos, entre outros.
• Higienize a caixa d’água a cada seis meses: Mesmo tampada, a caixa d’água pode ser
contaminada. Por isso, realize limpeza e desinfecção duas vezes ao ano, pelo menos.
Lixo
• Conte com lixeiras com tampa e pedal, que sejam fáceis de limpar: O lixo é um
ambiente ideal para proliferação de microrganismos e, ainda, atrai animais e insetos.
Por isso, é essencial que ele fique tampado. Além disso, ter um pedal permite que
você tenha acesso à lixeira sem precisar tocar a tampa. Por fim, uma lixeira fácil de
limpar permite uma higienização mais completa.
• Sempre retire o lixo em sacos fechados: Nunca deixe sacos de lixo no seu local de
trabalho e evite sacos abertos para não atrair animais ou disseminar os microrganismos.
• Lave as mãos sempre que manusear o lixo: Ao tocar no lixo, você terá contato com
muitos microrganismos que podem ser perigosos. Então, higienize-se antes de
manusear os alimentos.
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• Lave as mãos em uma pia diferente da usada para lavar os objetos: para evitar a
contaminação cruzada, tenha pias separadas.
• Evite usar esmalte e tenha as unhas sempre curtas: unhas compridas tendem a
acumular sujeira e o esmalte pode ser um agente contaminante.
• Evite fumar, comer, tossir, espirrar, cantar, assoviar, falar demais ou mexer em dinheiro
durante o preparo de alimentos: lembre-se de que muitos micróbios são encontrados
na boca, no nariz e nos ouvidos, e que o dinheiro passa por muitas mãos antes de
chegar até você.
• Se estiver doente ou com cortes e feridas, não manipule alimentos: Uma pessoa
doente pode contaminar facilmente os alimentos com os micróbios presentes em
seu corpo. Além disso, feridas e cortes também possuem muitos microrganismos
perigosos.
• Faça exames periódicos de saúde: nem toda doença é sintomática. Então, para
garantir que o manipulador não está contaminando os alimentos, ele deve fazer
baterias de exames com frequência.
Ingredientes
• Só adquira ingredientes de estabelecimentos confiáveis: seus fornecedores também
precisam seguir as boas práticas para garantir o controle sanitário dos ingredientes.
• Armazene rapidamente os produtos congelados e refrigerados: dê prioridade para
armazenar primeiro os alimentos que precisam ficar em baixas temperaturas, para
evitar os riscos. Produtos não perecíveis devem ser guardados em seguida. Todos
precisam estar em locais e temperatura adequados às próprias exigências.
• Mantenha seus locais de armazenamento limpos, organizados e ventilados: assim,
você evita a contaminação no estoque.
• Não use ou compre produtos com embalagens defeituosas: se as embalagens
estiverem amassadas, estufadas, enferrujadas, trincadas, com furos ou vazamentos,
rasgadas, abertas ou com outro tipo de defeito, o alimento pode ter sido contaminado.
• Limpe as embalagens antes de abri-las: a parte exterior da embalagem pode
contaminar o alimento se você não a higienizar antes.
• Armazene produtos não utilizados em embalagens identificadas: caso você não use
todo o conteúdo de uma embalagem, armazene o restante em um recipiente fechado
e identificado com o nome do produto, a data de retirada da embalagem e o prazo de
validade após a abertura.
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uso dos mesmos utensílios, sem lavar. Então, evite essas situações.
• Fique atento ao óleo: se ele tiver alterações no cheiro, sabor ou cor, ou formação de
espuma e fumaça, troque-o imediatamente.
• Evite manter alimentos congelados e refrigerados fora da geladeira por muito tempo:
Em temperatura ambiente, os micróbios se multiplicam muito rápido.
• Identifique alimentos preparados quando os armazenar na geladeira: deixe claro o
nome do produto, a data do preparo e o prazo de validade.
• Não descongele os alimentos à temperatura ambiente: use o forno de micro-ondas
se for preparar o alimento imediatamente ou deixe-o na geladeira até descongelar.
As carnes devem ser descongeladas dentro de recipientes, porque produzem sucos
que podem contaminar outros alimentos.
Ao servir os alimentos
• Deixe a área das mesas e cadeiras bem limpa e organizada: assim você reduz o
número de micróbios patogênicos no ambiente.
• Conserve os equipamentos limpos e funcionando bem: isso inclui estufas, balcões,
buffets, geladeiras, freezers etc.
• Regule a temperatura das estufas, buffets e geladeiras: Nesse sentido, todos os
equipamentos precisam estar bem regulados para evitar a multiplicação de micróbios.
• Diminua o tempo entre o preparo e a distribuição dos alimentos: sobretudo, os
micróbios só reduzem a velocidade de multiplicação quando os alimentos são
armazenados a frio (5º C) ou aquecidos (60º C). Portanto, os alimentos não devem ser
mantidos por muito tempo fora dessas temperaturas.
• Proteja balcões e bufês para que os clientes não contaminem os alimentos enquanto
se servem: é importante ter proteções para que os clientes não contaminem os
alimentos prontos.
• Garanta que os responsáveis estejam de mãos lavadas: o responsável por manusear
ou servir os alimentos precisa estar bem higienizado. Ele também não pode pegar em
dinheiro enquanto estiver nessa função.
Geral
• Tenha um supervisor capacitado: acima de tudo, a supervisão pode ser feita pelo
proprietário do estabelecimento, pelo responsável técnico ou até por um funcionário.
No entanto, o importante é que a pessoa seja capacitada com um curso que envolva o
seguinte conteúdo: contaminantes alimentares, doenças transmitidas por alimentos,
manipulação higiênica dos alimentos e Boas Práticas.
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RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• O bar é um local público onde são vendidas bebidas alcoólicas e não alcoólicas,
podendo, também, servir petiscos ou pequenas porções de alimentos, sendo que ele
pode funcionar de forma autônoma ou inserido em uma restaurante.
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AUTOATIVIDADE
1 A copa central é um espaço-chave em um meio de hospedagem, mesmo
naqueles que possuem um restaurante. A copa central auxilia diversos
espaços e serviços, como room service, café da manhã e área de piscinas
e lazer. Em relação às funções da equipe da copa, assinale a alternativa
CORRETA:
I - Piano bar é um bar que, comumente, tem as mesmas características do bar americano,
porém, acrescidas de música ao vivo, tocada no piano.
II- Brasserie é um tipo de bar que tem como especialidade uma variada carta de vinhos,
servidos em taças ou garrafas.
III- Pub é um típico bar americano, composto por um longo balcão e prateleiras para
exposição de garrafas de diversos tipos de bebidas.
( ) Dentre as funções do barman está cortar e porcionar frutas para a elaboração das
bebidas.
( ) Dentre as funções do cozinheiro da copa é fazer os pedidos dos produtos alimentícios
necessários.
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( ) Dentre as funções do cozinheiro do café da manhã está a supervisão da copa,
juntamente ao gerente de A&B.
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REFERÊNCIAS
BELMOND HOTEL IGUASSU FALLS. Belmond Hotel, c2022. Experiências – alimentos
e bebidas. Disponível em: https://www.belmond.com/pt-br/hotels/south-america/
brazil/iguassu-falls/belmond-hotel-das-cataratas/dining. Acesso em: 14 jan. 2022.
DAVIES, C. A. Alimentos e bebidas. 4. ed. Caxias do Sul (RS): Editora Educs, 2010a.
DAVIES, C. A. Cargos em Hotelaria. 4. ed. Caxias do Sul (RS): Editora Educs, 2010b.
ESCOLA EDUCAÇÃO. Escola educação, c2022. Tipos de bar. Disponível em: https://
cursos.escolaeducacao.com.br/artigo/tipos-de-bar. Acesso em: 14 jan. 2022.
FREUND, F. T. Alimentos e bebidas: uma visão gerencial. São Paulo: Editora Senac,
2019.
219
JESUS, J.; MANOEL, B.; VARELA, M. L.; CASSIMIRO, M. G.; TAKENATA, R. R.;
FIGUEIREDO, G. C. Seguir a receita à risca, “Uma faca de dois gumes”: As variáveis que
influenciam no Lead Time de uma cozinha industrial. Gestão da Produção em Foco,
[s.l.], v. 39, p. 49-54, 2020.
PACHECO, A. O. Manual do Maître d’hôtel. 7. ed. São Paulo: Senac SP, 2019.
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