Problemas estruturais referem-se a padrões arraigados em instituições e sistemas que levam a desigualdades. Soluções envolvem processos complexos com múltiplas perspectivas. O STF reconheceu decisões estruturais com parâmetros para resolver problemas de inércia administrativa de forma razoável e eficiente.
Problemas estruturais referem-se a padrões arraigados em instituições e sistemas que levam a desigualdades. Soluções envolvem processos complexos com múltiplas perspectivas. O STF reconheceu decisões estruturais com parâmetros para resolver problemas de inércia administrativa de forma razoável e eficiente.
Problemas estruturais referem-se a padrões arraigados em instituições e sistemas que levam a desigualdades. Soluções envolvem processos complexos com múltiplas perspectivas. O STF reconheceu decisões estruturais com parâmetros para resolver problemas de inércia administrativa de forma razoável e eficiente.
a) Um problema estrutural refere-se a um padrão arraigado que está enraizado
nas estruturas fundamentais de uma sociedade, como suas instituições, normas,
políticas e sistemas. Esses problemas são questões complexas que têm origens profundas e impactam diversos aspectos da vida das pessoas, afetando, muitas vezes, grupos inteiros de pessoas, levando a desigualdades sistêmicas e persistentes. Exemplos de problemas estruturais incluem a desigualdade de renda, discriminação racial, sexismo, entre outros.
b) O processo estrutural envolve um conflito policêntrico, ou seja, não será
solucionado de maneira imediata e única, mas através de vários atos de reestruturação, admitindo mais de uma solução. Materialmente, deve-se levar em conta o problema enraizado na estrutura, analisando o caso concreto e em qual medida ele afeta as pessoas envolvidas e a coletividade. Processualmente, algumas características são: a multipolaridade (vários núcleos de posições e opiniões – geralmente antagônicas); a coletividade; e a complexidade (discute-se um problema que admite diversas soluções).
c) O STF já proferiu algumas decisões consideradas como estruturais, como no
caso Raposa Serra do Sol, em que se admitiu a demarcação de terras em favor de um grupo indígena, mas estabeleceu diversas condições para o exercício, pelos índios, do usufruto da terra, como a necessidade de atender o interesse da Política de Defesa Nacional, já que se situa em zona fronteiriça. Observa-se a imposição de um regime jurídico de transição entre a situação anterior e a que se busca implementar, garantindo a segurança jurídica e buscando o “estado ideal de coisas”.
No julgamento do Tema 698, o STF se posicionou a favor do processo estrutural,
com restrições, como a definição de alguns parâmetros. Para o Excelso Pretório, em situações em que a inércia administrativa impede a realização de direitos fundamentais, não há como negar ao Poder Judiciário algum grau de interferência para a implementação de políticas públicas. Nesses casos, a intervenção não viola o princípio da separação dos Poderes. No entanto, destacou-se a necessidade da construção de parâmetros para permitir essa atuação, devendo a atuação judicial deve ser pautada por critérios de razoabilidade e eficiência, respeitado o espaço de discricionariedade do administrador público, apontando as finalidades a serem alcançadas e determinar à Administração Pública que apresente um plano e/ou os meios adequados para alcançar o resultado.
d) A fiscalização deve ser definida na própria decisão estrutural, com a criação de
instrumentos constantes de fiscalização e de acompanhamento do cumprimento da decisão. Assim, pode a sentença delegar a execução ou a fiscalização do julgado a outros órgãos, criar etapas para o cumprimento da ordem judicial, nomear terceiros encarregados de esboçar plano de cumprimento, ou adotar outras providências que a situação concreta requeira. Pode-se, por exemplo, ditar à Administração Pública o objetivo a ser alcançado, reservando-lhe a escolha dos meios e preservando sua discricionariedade, ou se pode estabelecer desde logo um cronograma de atividades a serem adotadas. Pode-se impor certas condutas ao réu, ou deixar essa determinação a um órgão técnico especializado. Deve haver uma análise do caso concreto e quais medidas serão mais eficazes.