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DIRETRIZES CLÍNICAS PARA O MANEJO DOS ACIDENTES POR ANIMAIS

PEÇONHENTOS

DIRETRIZES CLÍNICAS PARA O MANEJO DOS ACIDENTES POR ANIMAIS


PEÇONHENTOS EM ADULTOS

SUMÁRIO

1. OBJETIVO 2
2. INTRODUÇÃO 2
3. APLICAÇÃO 2
4. DEFINIÇÃO 2
5. DESENVOLVIMENTO 3
5.1. ACIDENTES OFÍDICOS 3
5.1.1. ACIDENTE BOTRÓPICO 3
5.1.2. ACIDENTE CROTÁLICO 5
5.1.3. ACIDENTE LAQUÉTICO 6
5.1.4. ACIDENTE ELAPÍDICO 7
5.2. PROFILAXIA ANTITETÂNICA EM ACIDENTES OFÍDICOS: 8
5.3. ACIDENTE ESCORPIÔNICO 9
5.4. ACIDENTES POR ARANHAS 11
5.4.1. ACIDENTES POR PHONEUTRIA (“ARMADEIRA”) 11
5.4.2. ACIDENTES POR LOXOSCELES (“ARANHA MARROM”) 12
5.4.3. ACIDENTES POR LATRODECTUS (“VIÚVA NEGRA”) 14
5.4.4. ACIDENTES LONÔMICO (ERUCISMO) 15
5.5. PREVENÇÃO DE REAÇÕES ADVERSAS AOS SOROS HETERÓLOGOS:
16
5.5.1. PRÉ MEDICAÇÃO: 18
5.6. MANEJO DA SÍNDROME COMPARTIMENTAL PÓS ACIDENTE OFÍDICO
18
6. CRÉDITOS 18
7. REFERÊNCIAS 19
8. ANEXOS 20

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PEÇONHENTOS

1. OBJETIVO

Este documento oferece diretrizes de práticas clínicas, baseadas em evidências


científicas disponíveis até o momento, para o manejo dos pacientes adultos
atendidos no HDT/ISG-SES com acidentes por animais peçonhentos.

Visa também estabelecer padronização no fluxo de atendimento de pacientes


vítimas de acidente ofídico que evoluem para síndrome compartimental, a fim de
evitar complicações relacionadas a essa condição clínica, bem como eventos
adversos.

2. INTRODUÇÃO

Animais peçonhentos são aqueles capazes de inocular uma substância tóxica


(veneno) produzida por glândulas específicas do animal, através de um aparelho
especializado para a inoculação (dente, ferrão, aguilhão).

No Brasil, os animais com capacidade de introduzir veneno que podem produzir


alterações locais e/ou sistêmicas de gravidade e requerer tratamento com
antiveneno específico são: serpentes, escorpiões, aranhas e lagartas. Além desses,
ataques maciços por abelhas também podem determinar envenenamentos graves.

3. APLICAÇÃO

Essas Diretrizes Clínicas têm aplicação nos setores de atendimento clínico de


pacientes adultos (ambulatorial, de emergência, de internação, UTIs e leito-dia)
envolvidos com as atividades e processos descritos no documento.

4. DEFINIÇÃO

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PEÇONHENTOS

Ac – Acidente
Síndrome Compartimental – edema intersticial levando ao aumento de pressão de
perfusão capilar dentro de um compartimento osteofascial fechado, podendo
comprometer vasos, músculos e terminações nervosas provocando lesão tecidual.
Fasciotomia – constitui o procedimento cirúrgico utilizado para tratar a síndrome de
compartimento.

5. DESENVOLVIMENTO

São descritas as diretrizes de tratamento geral e específico para assistência à vítima


de acidente por animal peçonhento, considerando espécie e subespécie.

5.1 FLUXOGRAMA GERAL DE ATENDIMENTO DE PACIENTES APÓS


ACIDENTE COM ANIMAL PEÇONHENTO

1. Regulação/Demanda espontânea
2. Recepção
3. Triagem (em caso de ausência de profissional na triagem, a recepção
passará o caso diretamente aos médicos plantonistas)
4. Atendimento médico
5. Desfecho após o primeiro atendimento médico
a. Alta
b. Observação
c. Internação hospitalar
i. Enfermaria
ii. Unidade de Terapia Intensiva

5.2 REGISTROS OBRIGATÓRIOS NA AVALIAÇÃO DA ADMISSÃO

Devem ser registradas todas as informações do exame clínico completo, porém, no


contexto de acidentes com animais peçonhentos, faz-se necessário atenção às
seguintes informações:

1. Data e horário da picada;


2. Identificação do animal, caso possível;

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3. Membro acometido;
4. Descrição de manifestações locais e sistêmicas pós acidente;
5. Em caso de soroterapia específica prévia, registrar o horário descrito de
aplicação e a quantidade de ampolas;
6. Classificação do acidente (tipo de animal e gravidade);
7. Presença de complicações (síndrome compartimental, lesão renal aguda,
etc);
8. Status vacinal anti-tetânico;
9. Profilaxia antitetânica realizada (caso indicada);
10. Soroterapia específica;
11. Sinais vitais;
12. Desfecho (alta, observação e internação);
13. Reavaliações programadas e conforme demanda;

5.3 MANEJO DE ACIDENTES OFÍDICOS

De forma didática, podemos dividir as condutas em medidas específicas, medidas


gerais e medidas de vigilância. Destaca-se o papel fundamental da soroterapia
específica quando aplicada o mais rapidamente possível, diminuindo mortalidade e
complicações.

1. Medidas específicas
a. Administração do soro específico, o mais rápido possível, caso
indicado, conforme tipo provável de acidente e gravidade, sem
necessidade de diluição, para correr em 30 minutos, sem indicação
de pré-medicação.
i. Vigilância para eventos alérgicos associados à soroterapia
heteróloga;
2. Medidas gerais
a. Internação hospitalar conforme indicação;
b. Precaução adequada;
c. Dieta zero, em razão da possibilidade de náuseas e vômitos (retornar
dieta após duas horas de soroterapia, caso paciente estável, sem alto
risco de broncoaspiração e sem possibilidade de abordagem cirúrgica
à curto prazo). Atenção ao risco de hipoglicemia;

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d. Acesso venoso periférico calibroso (Acesso central pode ser indicado


conforme demanda clínica, com atenção à coagulopatia);
e. Hidratação vigorosa (individualizar conforme idade, comorbidades e
status volêmico);
f. Solicitação obrigatória de exames laboratoriais padronizados,
independente da gravidade;
g. Analgesia conforme demanda;
h. Higienização do local afetado com água e sabão (não realizar curativo
oclusivo) ;
i. Repouso no leito;
j. Elevação do membro afetado;
k. Profilaxia antitetânica conforme quadros 4 e 5 (registro do status
antitetânico em prontuário);
l. Não iniciar antibioticoterapia de rotina, a não ser em paciente com
sinais inequívocos de infecção secundária (que não podem ser
atribuídos apenas ao envenenamento) ou com quadro provável de
choque séptico.;
3. Medidas de vigilância
a. Realização de reavaliações programadas conforme quadros 01, 02 e
03
i. Vigilância para sinais clínicos de síndrome compartimental ou
sintomatologia que indique a possibilidade de outro tipo de
envenenamento
b. Avaliação da cirurgia geral conforme quadro 01
c. Vigilância para sinais de sobrecarga volêmica
d. Vigilância para lesão renal aguda ou distúrbios hidroeletrolíticos
e. Contraindicada profilaxia de tromboembolismo venoso (poderá ser
iniciada após o período de neutralização do veneno e normalização
dos parâmetros de coagulação, conforme grau de imobilização do
membro ou outras comorbidades)

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5.4 - PADRONIZAÇÃO DA SOLICITAÇÃO DE EXAMES

Segue abaixo lista recomendada de exames para solicitação em caso de acidente


com animais peçonhentos ou suspeita de tal. Outros exames deverão ser
acrescentados conforme demandas clínicas.

1. Hemograma
2. Tempo de coagulação
3. Tempo de protrombina (TAP)
4. Tempo de Tromboplastina parcial ativada (TTPA)
5. Ureia
6. Creatinina
7. Sódio
8. Potássio
9. Magnésio
10. Transaminase oxalacética (TGO)
11. Transaminase pirúvica (TGP)
12. Amilase (em caso de acidentes escorpiônicos moderados e graves)
13. Glicemia (em caso de acidentes escorpiônicos moderados e graves)
14. Proteína C Reativa
15. Creatinofosfoquinase (CPK)
16. Desidrogenase lática (DHL)
17. Sumário de urina (EAS)
18. Eletrocardiograma (em caso de acidentes escorpiônicos moderados e graves)

5.5 - ACIDENTE OFÍDICO SEM IDENTIFICAÇÃO DO GÊNERO

Em caso de acidente ofídico provável porém sem identificação do gênero, com ou


sem marca da mordida presentes, em pacientes sem clínica de envenenamento (dor
e edema discretos relacionados no local da mordida apenas), deve-se adotar
conduta expectante, com observação clínica de 12 horas (24 horas no caso de
suspeita de acidente elapídico). Caso paciente não evolua com sinais de
envenenamento, possibilidade de alta hospitalar. Caso evolua com sinais de algum
tipo de envenenamento, seguir os quadros específicos para cada acidente.

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5.6 ACIDENTES OFÍDICOS

São considerados de importância médica quatro gêneros de serpentes: Bothrops,


Crotalus, Lachesis e Micrurus.

5.6.1 ACIDENTE BOTRÓPICO

Causado por serpentes do gênero Bothrops (e.g. jararaca), é o mais frequente entre
os acidentes por serpentes peçonhentas (cerca de 90%). Após a picada, pode haver
sangramento pelos orifícios de inoculação, em pequena quantidade, e a região
atingida pode evoluir com edema, dor e equimose. O veneno é uma mistura de mais
de 100 diferentes proteínas e outras substâncias com características marcadamente
necrotizantes ou proteolíticas, coagulantes e hemorrágicas. Assim, após o acidente
podem surgir, no local da picada, equimose progressiva, bolhas ou flictenas em
quantidade e proporções variáveis, com conteúdo seroso, hemorrágico, necrótico ou
mesmo purulento. Além das manifestações no local da picada, pode ocorrer uma
coagulopatia de consumo, com sangramentos à distância (epistaxe, gengivorragia,
hematêmese e hematúria); em gestantes há risco de hemorragia uterina. Os
acidentes podem ser clinicamente leves e moderados, sem repercussão
hemodinâmica, ou graves, nos quais observa-se hemorragia intensa e/ou em
regiões vitais, choque e insuficiência renal aguda. As principais complicações locais
descritas são abscesso, necrose e síndrome compartimental. Manifestações
sistêmicas como hipotensão arterial, choque, oligoanúria ou hemorragias intensas
definem o caso como grave, independentemente do quadro local.

● Vigilância para possíveis complicações:

o Síndrome compartimental

o Infecção secundária (celulite, erisipela, abscesso, fasceíte,


osteomielite, etc)

o Lesão renal aguda

o Fenômenos hemorrágicos

o Necrose local

● Tratamento específico: administração do soro heterólogo antibotrópico o mais


precocemente possível, por via intravenosa, sem diluição. Administrar

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preferencialmente o soro antibotrópico (SAB). Na falta do mesmo, administrar o soro


antibotrópico-crotálico (SBAC) ou soro antibotrópico-laquético (SABL) nas mesmas
dosagens. As doses a serem aplicadas variam de acordo com a gravidade
presumida:

Quadro 1: Esquema de tratamento soroterápico segundo o quadro clínico – Ac. Botrópico:


MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS CONDUTA
1. Soro: 3 ampolas
2. Internação
hospitalar
3. Solicitação de
exames
padronizados
4. Reavaliação clínica
- Dor e edema local pouco intenso,
programada nas
que não ultrapassa segmento*
LEVE primeiras 6 horas
acometido. Manifestações
após soroterapia
hemorrágicas discretas ou ausentes.
(reavaliar antes
caso necessário)
5. Repetir tempo de
coagulação com
24h de soroterapia.
Caso alterado, fazer
mais duas ampolas.
1. Soro: 6 ampolas
2. Internação hospitalar
3. Solicitação de exames
padronizados
4. Reavaliação clínica
- Dor e edema que ultrapassa programada nas
segmento acometido (porém não primeiras 6 horas após
acomete todo o membro), soroterapia (reavaliar
MODERADO
acompanhado ou não de alterações antes caso necessário)
hemorrágicas locais ou sistêmicas 5. Avaliação da cirurgia
(gengivorragia, epistaxe, hematúria) geral
6. Repetir tempo de
coagulação com 24h de
soroterapia. Caso
alterado, fazer mais
duas ampolas.
Dor e edema que acometem todo o 1. Soro: 12 ampolas
membro acometido. Possibilidade de 2. Internação hospitalar
síndrome compartimental*** (avaliar critérios de
Manifestações sistêmicas como internação em unidade
GRAVE
hipotensão arterial, choque, de terapia intensiva)
oligoanúria ou hemorragias graves 3. Solicitação de exames
definem o caso como grave, padronizados
independentemente do quadro local 4. Reavaliação clínica

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programada nas
primeiras 6 horas após
soroterapia (reavaliar
antes caso necessário)
5. Avaliação da cirurgia
geral com urgência****
6. Repetir tempo de
coagulação com 24h de
soroterapia. Caso
alterado, fazer mais
duas ampolas.

*O membro picado é dividido em 3 segmentos: Membro superior: 1 - Mão e punho; 2 - Antebraço e cotovelo; 3 -
Braço. Membro inferior: 1 - Pé e tornozelo; 2- Perna e joelho; 3- Coxa.
**A reavaliação programada é de fundamental importância. Devem ser pesquisados sinais e sintomas de
complicações locais, principalmente síndrome compartimental,, bem como nova sintomatologia sugestiva de
outro tipo de envenenamento, afim de possibilitar o tratamento precoce, caso presentes.
***O diagnóstico de síndrome compartimental é clínico. Sinais e sintomas: dor intensa, limitação da
movimentação, tempo de enchimento capilar prolongado, palidez, cianose, diminuição do pulso e parestesias.
**** Se paciente estiver com síndrome compartimental franca, entrar em contato com cirurgião na escala. Caso
impossibilidade de realização do procedimento no HDT, solicitar autorização de internação hospitalar (AIH) para
transferência de urgência para serviço de cirurgia geral.

NOTAS:
1) Em caso de pacientes que se apresentem ao pronto-socorro em até duas horas do acidente, tratar como um
nível de gravidade acima (forma leve com dose de soro para forma moderada e forma moderada com dose
de soro para forma grave. Esta conduta se deve ao fato de que com 2 horas após o acidente nem todos os
pacientes apresentam quadro clínico compatível com a quantidade de veneno inoculada)
2) O tempo de coagulação não deve ser usado para avaliação de gravidade
3) Todo paciente submetido a tratamento soroterápico deve ser internado e ficar em observação por, no mínimo,
24hs.

5.6.2 - ACIDENTE CROTÁLICO

Causado por serpentes do gênero Crotalus (cascavel), representa cerca de 10% dos
acidentes por serpentes peçonhentas no Brasil. As ações principais do veneno
crotálico são neurotóxica, miotóxica e, eventualmente, coagulante. No local da
picada, não há dor, ou, se existe, é de baixa intensidade. As manifestações clínicas
decorrentes da atividade neurotóxica do veneno, apresentam-se geralmente nas três
primeiras horas após a picada. A “fácies miastênica”, com ptose palpebral e flacidez
da musculatura da face, permite o diagnóstico clínico do envenenamento. Há
oftalmoplegia e dificuldades de acomodação, com queixa de visão turva ou de
diplopia. Pode haver midríase, mesmo unilateral. Queixas menos frequentes como

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dificuldade à deglutição, modificações no olfato e no paladar podem ocorrer. As


manifestações clínicas, decorrentes da atividade miotóxica (rabdomiólise) do veneno
são as dores musculares generalizadas, de aparecimento precoce e mais intensas
nos casos mais graves. Outras manifestações clínicas, como insuficiência
respiratória aguda ou paralisias respiratórias parciais, fasciculações e paralisias de
grupos musculares, têm sido relatadas.

 Tratamento clínico:Iniciar hidratação vigorosa, com o objetivo de manter o fluxo


urinário de 30-40 mL/h no adulto e 1 a 2 mL/kg/h na criança, para prevenir
alterações renais. Em casos de lesão renal, sinais de hipervolemia, distúrbios
eletrolíticos ou acidobásicos, solicitar avaliação da equipe de nefrologia.

 Vigilância para complicações

◦ Rabdomiólise

◦ Lesão renal aguda

◦ Infecção secundária (erisipela, celulite, abscesso, etc)

◦ Fenômenos hemorrágicos

 Tratamento específico: administração do soro heterólogo o mais precocemente


possível, por via intravenosa, sem diluição. Administrar preferencialmente o soro
anticrotálico (SAC). Na falta do mesmo, poderá ser utilizado o soro antibotrópico-
crotálico (SABC), na mesma dose.As doses a serem aplicadas variam de acordo
com a gravidade presumida:

Quadro 2: Esquema de tratamento soroterápico segundo o quadro clínico – Ac.


Crotálico:
MANIFES
TAÇÕES CONDUTAS
CLÍNICAS
Fácies
miastênica
1. 5 ampolas
ou visão
2. Internação hospitalar
turva
3. Solicitação de exames padronizados
ausentes
LEVE 4. Reavaliação clínica programada nas primeiras 6 horas
ou tardias.
após soroterapia (reavaliar antes caso necessário)
Sem
mialgia ou
alterações
urinárias

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Fácies
miastênica
ou visão
turva
1. 10 ampolas
discretas.
2. Internação hospitalar
Mialgia
MODE 3. Solicitação de exames padronizados
discreta.
RADO 4. Reavaliação clínica programada nas primeiras 6 horas
Alteração
após soroterapia (reavaliar antes caso necessário)
discreta na
coloração
da urina
Sem
oligoanúria
Fácies
miastênica
e visão
turva
1. 20 ampolas
evidentes.
2. Internação hospitalar (Avaliar indicação de internação
Mialgia
em unidade de terapia intensiva)
GRAV intensa.
3. Solicitação de exames padronizados
E Urina
4. Reavaliação clínica programada nas primeiras 6 horas após soroterapia
vermelha
necessário)
ou
marrom.

Oligoanúri
a

NOTAS: 1. Em caso de pacientes que se apresentem ao pronto-socorro em até duas horas do acidente, tratar
como um nível de gravidade acima. 2. Todo paciente submetido a tratamento soroterápico deve ser internado e
ficar em observação por, no mínimo, 24hs.

5.6.3 - ACIDENTE LAQUÉTICO

Causado por serpentes do gênero Lachesis (nome popular: surucucu), que preferem
ambientes com vegetações exuberantes (Mata Atlântica e Floresta Amazônica). Não
há informações de acidentes com Lachesis em Goiás. O quadro é semelhante
ao acidente botrópico e, por serem serpentes de grande porte, considera-se que a
quantidade de veneno por elas injetada é potencialmente muito grande. As
complicações locais descritas no acidente botrópico (síndrome compartimental,
necrose, infecção secundária, abscesso, déficit funcional) também podem estar
presentes no acidente laquético.

● Vigilância para possíveis complicações:

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o Síndrome compartimental

o Infecção secundária (celulite, erisipela, abscesso, fasceíte,


osteomielite, etc)

o Lesão renal aguda

o Fenômenos hemorrágicos

o Necrose

● Tratamento específico: A gravidade de um acidente laquético é avaliada


segundo os sinais locais e pela intensidade das manifestações sistêmicas. É
classificado como moderado ou grave, sendo preconizada pelo Ministério da Saúde
a administração de dez a vinte ampolas de soro antilaquético ou antibotrópico-
laquético por via intravenosa.

5.6.4 - ACIDENTE ELAPÍDICO

Causado por serpentes do gênero Micrurus (coral verdadeira), correspondem a 0,4%


dos acidentes ofídicos registrados no Brasil. Embora tenham sido isoladas frações
com outras atividades (hemorrágica, hipotensora e miotóxica), nos acidentes
relatados são observadas somente alterações compatíveis com a ação neurotóxica.
No local da picada, o paciente pode referir dor e parestesia. A ptose palpebral,
geralmente bilateral, é o primeiro sinal de neurotoxicidade associada ou não à
turvação visual, que pode evoluir para diplopia. Oftalmoplegia, anisocoria, paralisia
da musculatura velopalatina, da mastigação, da deglutição, sialorreia e diminuição
do reflexo do vômito também podem ser observados. Nos pacientes com
insuficiência respiratória aguda, pode haver hipoxemia e acidose metabólica.

● Tratamento geral: Quando o paciente apresenta insuficiência respiratória,


recomenda-se a utilização de anticolinesterásicos, do tipo neostigmina, na tentativa
de reverter os fenômenos neuroparalíticos, na dose uma ampola (0,5 mg) no adulto,
por via endovenosa, precedida da injeção de 0,5 mg de atropina EV, para prevenir
os efeitos muscarínicos da acetilcolina. Em caso de melhora da sintomatologia
paralítica, manter dose de manutenção de 0,05 a 0,1 mg/kg EV a cada 4 horas,
sempre precedida da administração de atropina.

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● Tratamento específico: Todos os acidentes por coral com manifestações


clínicas devem ser considerados como potencialmente graves, devendo ser
administradas 10 ampolas e os pacientes devem ser internados para observação
por, no mínimo, 24 horas.

● Quadro 3: Esquema de tratamento soroterápico segundo o quadro clínico – Ac.


Elapídico:

MANIFESTAÇÕES
CONDUTAS
CLÍNICAS
1. Não fazer soro anti-elapídico
2. Solicitação de exames
padronizados
3. Internação para observação por
no mínimo 24h
a. Caso se mantenha
assintomático no período,
Parestesia e dor de
alta
intensidade
LEVE b. Caso evolua com
variável, sem
miastenia, reclassificar e
clínica de miastenia
prescrever soroterapia
adequada
4. Sintomáticos
5. Reavaliação clínica de 2/2h
(reavaliar antes caso necessário)

1. 5 ampolas de soro antielapídico


2. Internação hospitalar
3. Solicitação de exames
padronizados
Miastenia aguda 4. Reavaliação clínica programada
MODERADO
sem paralisia nas primeiras 6 horas após
soroterapia (reavaliar antes caso
necessário)

1. 10 ampolas de soro antielapídico


2. Solicitar vaga em Unidade de
Miastenia aguda Terapia Intensiva
GRAVE
com paralisia 3. Solicitação de exames
padronizados
4. Reavaliação constante

5.6.5 - PROFILAXIA ANTITETÂNICA EM ACIDENTES OFÍDICOS:

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● Toda ferida decorrente de acidente ofídico deve ser considerada de alto


risco para tétano
● Deve ser feita a avaliação do histórico vacinal através do cartão vacinal. Caso
não seja possível o acesso ao cartão, considerar status vacinal
indeterminado. É obrigatório o registro do status vacinal antitetânico no
prontuário.
● Pode existir indicação da vacina (dT ou TT ou dTpa), do soro antitetânico
(SAT) ou imunoglobulina antitetânica (IGHAT), conforme status vacinal. As
indicações de SAT e IGHAT são as mesmas.
● Seguem abaixo as principais situações e indicações na prática clínica

Quadro 4: Esquema de profilaxia antitetânica:

Três doses ou mais da vacina antitetânica, sendo a


Profilaxia não indicada
última há menos de 5 anos

Três doses ou mais da vacina antitetânica, sendo a


última há mais de 5 anos e menos de 10 anos
Profilaxia APENAS com a Observação: SAT ou IGHAT poderão ser acrescentados
vacina
à profilaxia nessa situação, em caso de indivíduos
imunossuprimidos, desnutridos ou idosos

Profilaxia com vacina e Esquema vacinal incerto ou menos de 3 dosesa OU


imunização passiva (SAT ou
Três doses ou mais, sendo a última há mais de 10 anos b
IGHAT)

a
Vacinar e aprazar as próximas doses, para complementar o esquema básico. Essa
vacinação visa proteger contra o risco de tétano por outros ferimentos futuros. Se o
profissional que presta o atendimento suspeita que os cuidados posteriores com o
ferimento não serão adequados, deve considerar a indicação de imunização passiva
com SAT (soro antitetânico) ou IGHAT (imunoglobulina humana
antitetânica).Quando indicado o uso de vacina e SAT ou IGHAT,
concomitantemente, devem ser aplicados em locais diferentes.

b
Se o paciente não for imunodeprimido, desnutrido grave ou idoso e não houver
suspeita que os cuidados posteriores com o ferimento não serão adequados, pode-

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se considerar somente a vacinação em pacientes com 3 doses ou mais, sendo a


última há mais de 10 anos.

Para posologia profilática vide tabela abaixo:

Imunobiológico Dosagem Via de Observações


administração
Imunoglobulina 250 UI Intramuscular Aplicar em grupo
humana muscular diferente
antitetânica daquele no qual for
(IGHAT) aplicada a vacina
que contenha o
toxoide tetânico
Soro antitetânico 5 000 UI Intramuscular ou Se intramuscular,
(SAT) endovenosa administrar em
duas massas
musculares
diferentes.
Diluir em soro
fisiológico ou
glicosado a 5%
Vacina dT 0,5ml Intramuscular

5.6.6 - DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DE INFECÇÕES SECUNDÁRIAS


ASSOCIADAS AOS ACIDENTES OFÍDICOS
A ação inflamatória local de alguns venenos, juntamente com a flora bucal
das serpentes, favorece o desenvolvimento de infecções secundárias, com maior
risco quando temos um tempo ampliado entre o acidente e a soroterapia. As
infecções nesse contexto geralmente se apresentam como abscesso, celulite ou
erisipela.
O diagnóstico de infecção secundária aos acidentes ofídicos é clínico. Muita
atenção deve ser dada aos acidentes cujo veneno tem ação proteolítica, pois os

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DIRETRIZES CLÍNICAS PARA O MANEJO DOS ACIDENTES POR ANIMAIS
PEÇONHENTOS

achados clínicos e laboratoriais podem parecer infecção secundária nas fases


iniciais após o acidente. Como exceção temos aquele paciente que chega ao serviço
dias após o acidente.A evolução com infecção secundária geralmente se caracteriza
por piora do edema, dor, febre, hiperemia e calor e área de flutuação após 48h de
soroterapia adequada.
O tratamento das infecções secundárias baseia-se em antibioticoterapia e
abordagem cirúrgica (quando indicada). O esquema inicial de antibioticoterapia
indicado é amoxicilina-clavulanato 1g EV 8/8h (possibilidade de transição para via
oral conforme evolução) durante 07 dias (a variar da extensão do processo
infeccioso e necessidade ou não de abordagem cirúrgica.)
Sempre que indicada abordagem cirúrgica do processo infeccioso, será
obrigatória a coleta de material para bacterioscopia e cultura para bactérias, afim de
isolarmos o agente provável, garantindo o direcionamento da antibioticoterapia e
maior sucesso da terapêutica.

5.7 - ACIDENTE ESCORPIÔNICO

Atualmente, os escorpiões são os agentes que causam maior número de acidentes


peçonhentos no Brasil. Entre os gêneros encontrados no Brasil, é considerado de
importância médica o Tityus, sendo o T. serrulatus o responsável por acidentes de
maior gravidade, especialmente em crianças. O veneno escorpiônico ativa canais de
sódio, promovendo despolarização das terminações nervosas sensitivas, motoras e
do sistema nervoso autônomo, com liberação maciça de neurotransmissores
adrenérgicos e colinérgicos. O envenenamento pode evoluir com alterações no local
da picada e, menos frequentemente, ocorrem alterações sistêmicas. A dor local é a
principal manifestação. Nos acidentes moderados e graves, observados
principalmente em crianças, após intervalo de minutos até poucas horas (duas, três
horas), podem surgir manifestações sistêmicas, como náuseas, vômitos, sialorreia,
diarreia, agitação, taquipneia, dispneia, edema pulmonar agudo, arritmias cardíacas,
entre outras.

● Exames complementares: eletrocardiograma (arritmias como taquicardia ou


bradicardia sinusal, extra-sístoles ventriculares, alterações similares às encontradas
no infarto agudo do miocárdio, bloqueio de condução atrioventricular ou
intraventricular), radiografia de tórax (aumento de área cardíaca, congestão

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PEÇONHENTOS

pulmonar), hemograma (leucocitose com neutrofilia), glicemia (geralmente


apresenta-se elevada nas formas moderadas e graves nas primeiras horas após a
picada), amilase (elevada em metade dos casos moderados e em cerca de 80% dos
casos graves). Pode haver hiponatremia e hipopotassemia. O veneno não interfere
na coagulação e, portanto, os testes específicos apresentarão resultados normais.

● Tratamento geral: Analgesia local com infiltração de lidocaína a 2% sem


vasoconstritor (3 mL a 4 mL para adultos) no local da picada (ou bloqueio troncular
em caso de extremidades) e analgesia conforme demanda clínica

● Tratamento específico: Administração de soro antiescorpiônico (SAEs) ou


antiaracnídico (SAAr) aos pacientes com formas moderadas e graves, via
intravenosa:

Quadro 4: Esquema de tratamento soroterápico segundo o quadro clínico – Ac.


Escorpiônico:
QUADRO CLÍNICO TRATAMENTO
1. Sem soroterapia
específica
2. Observação clínica
por 6h após o
acidente; após
- Apenas quadro local:
reavaliar alta ou
dor, edema, parestesia,
internação
sudorese -
hospitalar.
Ocasionalmente: náusea,
LEVE 3. Analgésico e
vômito, agitação e
compressa local
taquicardia discretas,
quente e/ou
relacionadas à dor.
bloqueio anestésico
local.
4. Solicitar exames
complementares
padronizados em
paciente idoso.
1. SAE ou SAAr: 03
Quadro local associado a
ampolas
algumas das seguintes
a. Nas crianças
manifestações sistêmicas
acima dos 12
de pequena intensidade:
anos e nos
Sudorese, náuseas,
MODERADO adultos com
alguns episódios de
quadro
vômitos, aumento ou
moderado de
diminuição da FC,
escorpionismo,
aumento da PA, agitação
tratar
inicialmente a

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DIRETRIZES CLÍNICAS PARA O MANEJO DOS ACIDENTES POR ANIMAIS
PEÇONHENTOS

dor e avaliar o
paciente. Se
persistirem as
manifestações
sistêmicas,
mesmo após a
analgesia,
iniciar
soroterapia
2. Internação para
observação por no
mínimo 24h
3. Analgésico e
compressa local
quente e/ou
bloqueio anestésico
4. Solicitação de
exames
complementares
padronizados

1. SAEs ou SAAr: 06
Manifestações sistêmicas
ampolas. IV
intensas: inúmeros
2. Internação em
episódios de vômitos,
unidade de terapia
sudorese intensa,
intensiva
aumento ou diminuição da
3. Analgésico e
FC, aumento ou
compressa local
GRAVE diminuição da PA,
quente e/ou
sialorreia, agitação
bloqueio anestésico
alternada com sonolência,
local.
taquidispneia, priapismo,
4. Solicitação de
convulsões, insuficiência
exames
cardíaca, EPA.
complementares
padronizados
NOTAS:
1) Observação e contínua reavaliação do paciente: detecção e tratamento precoce de complicações, ou
reclassificação clínica e complementação dos tratamentos.
2) ACIDENTE MODERADO: soroterapia formalmente indicada em crianças de até 7 anos. Nas crianças acima
dos 7 anos e nos adultos com quadro moderado de escorpionismo, tratar inicialmente a dor e avaliar o
paciente. Se persistirem as manifestações sistêmicas, mesmo após a analgesia, iniciar soroterapia.
IMPORTANTE: todo paciente submetido a tratamento soroterápico deve ficar em observação por, no
mínimo, 24h.
3) Manter em monitorização contínua, durante período de observação, todas crianças menores de 7 anos e
idosos maior que 60 anos.

5.8 - ACIDENTES POR ARANHAS

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PEÇONHENTOS

No Brasil, existem três gêneros de aranhas de importância médica: Phoneutria,


Loxosceles e Latrodectus.

5.8.1 - ACIDENTES POR PHONEUTRIA (“ARMADEIRA”)

O veneno da Phoneutria também atua em canais de sódio, de forma semelhante ao


do Tityus. Portanto, as manifestações clínicas deste acidente são muito similares às
observadas no escorpionismo. A dor imediata é observada em mais de 90% dos
casos, às vezes insuportável (dor excruciante), podendo se irradiar até a raiz do
membro acometido. Outras manifestações locais, observadas com relativa
frequência, são edema não endurado, eritema, sudorese local, parestesia e a marca
dos dois pontos de inoculação. As manifestações clínicas sistêmicas são mais raras.

● Exames complementares: solicitar apenas nos casos com manifestação


sistêmica, conforme indicações específicas.

● Tratamento geral: Analgesia.

● Tratamento específico: A soroterapia antiveneno, com soro antiaracnídico


(SAAr), está indicada em todos os casos graves, aliada a medidas de suporte vital,
bem como em crianças (geralmente menores que 7 anos) com quadro moderado.
Todos os pacientes graves devem ser internados em unidade de cuidados intensivos
para monitoramento dos distúrbios hemodinâmicos e respiratórios.

Quadro 5: Esquema de tratamento soroterápico segundo o quadro clínico – Ac. Phoneutria


(“Armadeira):
CLASSIFICAÇÃO QUADRO CLÍNICO TRATAMENTO
Dor de início imediato (95% 1. Observação por 6h
dos casos), taquicardia, após o acidente
LEVE
agitação. 2. Sintomáticos

Dor local intensa, associada 1. Internação


à sintomas como: sudorese, 2. 3 ampolas de soro
vômitos ocasionais, antiaracnídico
agitação, hipertensão 3. Solicitar exames
MODERADO
arterial. complementares
padronizados
Obs: Acima de 7 anos de
idade, possibilidade de

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DIRETRIZES CLÍNICAS PARA O MANEJO DOS ACIDENTES POR ANIMAIS
PEÇONHENTOS

observação sem soroterapia


específica.

Sudorese importante, 1. Internação em UTI


sialorreia, vômitos 2. 6 ampolas de soro
frequentes, hipertonia antiaracnídico
GRAVE
muscular, priapismo, 3. Solicitar exames
choque, edema agudo de complementares
pulmão padronizados

5.8.2 - ACIDENTES POR LOXOSCELES (“ARANHA MARROM”)

O veneno loxoscélico tem ação hemolítica e proteolítica, podendo ocasionar


dermonecrose local (loxoscelismo cutâneo) e, mais raramente, hemólise
intravascular (loxoscelismo cutâneo-hemolítico ou cutâneo-visceral). A forma
cutânea é a mais comumente observada. Nas primeiras horas pós-picada (2-8
horas) a lesão é geralmente incaracterística, com edema leve e eritema.
Posteriormente, dentro das primeiras 12-24 horas, o local acometido pode evoluir
com palidez mesclada com áreas equimóticas (“placa marmórea”), instalada sobre
uma região endurada (empastamento doloroso, percebido a palpação), cercado por
eritema de tamanho variável. Também podem ser observadas vesículas e/ou bolhas
sobre a área endurada, com conteúdo serossanguinolento ou hemorrágico; algumas
vezes, no início, o aspecto pode ser “herpetiforme”. A enduração e a dor em
queimação se intensificam, acompanhando a progressão da placa marmórea e do
eritema. A lesão cutânea tende a se estender gravitacionalmente, podendo evoluir
para necrose seca (com necessidade de debridamento cirúrgico) que, quando
destacada, pode deixar uma úlcera de profundidade e extensão variáveis, que pode
levar semanas para cicatrizar. Na forma cutâneo-hemolítica, mais grave, verifica-se
hemólise intravascular, de intensidade variável, sem associação direta com a
extensão da lesão cutânea, tendo como principais complicações a insuficiência renal
aguda por necrose tubular. Mais raramente, há descrição de pacientes que evoluem
com coagulação intravascular disseminada (CIVD).

● Exames complementares: Forma cutânea: leucocitose com neutrofilia e, nos


casos em que a lesão é mais profunda, pode-se observar aumento sérico de

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PEÇONHENTOS

enzimas musculares como CPK. Na forma cutâneo-hemolítica, dependendo do grau


de hemólise, observa-se anemia de intensidade variável; há leucocitose com
neutrofilia, reticulocitose, aumento de DHL, bilirrubina total com predomínio de
bilirrubina indireta e diminuição da haptoglobina livre. Alterações da função renal e
dos testes de coagulação e plaquetopenia podem ocorrer, especialmente quando há
hemólise maciça.

● Tratamento geral: Analgesia, hidratação e prednisona: 1mg/kg/dia em crianças


(máximo de 40mg/dia) e adultos, por via oral, durante 5 a 7 dias, na primeira semana
do acidente.

● Tratamento cirúrgico: debridamento das áreas de necrose cutâneas e/ou


drenagem de coleções, quando necessário.

● Tratamento específico:

Quadro 6: Esquema de tratamento soroterápico segundo o quadro clínico – Ac. Loxosceles


(“Aranha Marrom):
CLASSIFICAÇÃO QUADRO CLÍNICO TRATAMENTO
1. Não prescrever
soroterapia
- Lesão característica
específica
ou incaracterística(1)
2. Sintomáticos
- Sem
3. Solicitação de
Leve comprometimento do
exames
estado geral
complementares
- Sem alterações
padronizados
laboratoriais
4. Retorno diário até
72h do acidente
LOXOSCELISMO 1. SAAr 5 ampolas
CUTÂNEO 2. Internação
- Lesão sugestiva(2) ou hospitalar
característica 3. Solicitação de
- Alterações sistêmicas exames
(rash cutâneo ou complementares
Moderado
petéquias) padronizados
- Sem alterações 4. Prednisona por 5
laboratoriais sugestivas a 7 dias (40-
de hemólise 60mg)
5. Sintomáticos

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DIRETRIZES CLÍNICAS PARA O MANEJO DOS ACIDENTES POR ANIMAIS
PEÇONHENTOS

1. SAAr IV: 5
ampolas
2. Internação
- Lesão característica(1)
hospitalar
ou sugestiva(2)
3. Solicitação de
- Com ou sem
exames
Grave comprometimento do
complementares
estado geral
padronizados
- Sem sinal de
4. Prednisona: 5 a 7
hemólise
dias (40-60mg)
5. Sintomáticos

1. SAAr 10 ampolas
2. Internação
- Lesão característica(1) hospitalar
ou sugestiva(2) 3. Solicitação de
- Alteração no estado exames
LOXOSCELISMO geral (anemia aguda, complementares
CUTÂNEO- Grave icterícia) padronizados
VISCERAL - Evolução rápida 4. Prednisona por 5
- Alterações a 7 dias (40-
laboratoriais sugestivas 60mg)
de hemólise 5. Sintomáticos

NOTAS:
1) Lesão característica: dor em queimação associada a lesões hemorrágicas focais mescladas com áreas claras
de isquemia e necrose.
2) Lesão sugestiva: dor em queimação, edema endurado, equimose e bolhas.

5.8.3 - ACIDENTES POR LATRODECTUS (“VIÚVA NEGRA”)

O envenenamento produz poucas lesões locais, porém provoca reações sistêmicas


intensas como cãibras, dores musculares, tremores, náuseas, vômitos, sudorese,
hipersecreção lacrimal, nasal e salivar, piloereção e hipertensão. O quadro se inicia
com dor local, em alfinetada, e sensação de queimadura, quinze a sessenta minutos
após a picada. Esta evoluiu em cerca de 15 minutos para dor em queimação e
chega ao seu ápice em 1 a 3 horas após a picada, podendo persistir por 48 horas.
As manifestações sistêmicas iniciam em algumas horas. Neurologicamente,
cefaleias e parestesias, delírios, agitação, ansiedade, angústia, profundo medo de
morrer e movimentos clônicos.

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PEÇONHENTOS

● Exames complementares: As eventuais alterações encontradas (hematológicas,


bioquímicas, urinárias e eletrocardiográficas) são inespecíficas e podem persistir por
até dez dias.

● Tratamento geral: Aplicação de gelo local. Diazepam 1 a 2mg/dose EV em


crianças e 5 a 10mg EV em adultos, a cada 4 horas, se necessário, devido à dor
neurogênica. Gluconato de cálcio 10% 1mg/kg lento em crianças e 10-20mL EV
lento em adultos, a cada 4 horas, se necessário (indicado apenas para contrações
musculares graves, além de diminuir a propagação do veneno por bloqueio dos
canais de cálcio). Clorpromazina 0,55mg/kg/dose EV em crianças e 25-50mg EV em
adultos, a cada 8 horas, se necessário (medicamento de apoio como neuroléptico).
Dexclorfeniramina 2mg VO 6/6h. Hidrocortisona 100-500 mg EV 6/6h em adultos.

● Tratamento específico: conforme quadro

Quadro 7: Esquema de tratamento soroterápico segundo o quadro clínico – Latrodectus


(“Viúva Negra”):
CLASSIFICAÇÃO QUADRO CLÍNICO TRATAMENTO
1. Internação por
até 72h
Dor em local de inoculação
2. Analgesia
Edema local discreto
3. Solicitação de
Sudorese leve
LEVE exames
Dor em membros inferiores
complementares
Parestesia
padronizados
Tremores e contraturas
4. Gluconato de
cálcio
1. Internação
Sintomas acima referidos associados à: 2. 1 ampola de soro
Dor abdominal antilatrodectus
Sudorese generalizada 3. Solicitação de
Ansiedade/agitação exames
MODERADO
Mialgia complementares
Dificuldade de deambulação padronizados
Cefaleia/tontura 4. Analgésicos
Hipertermia 5. Sedativos

Sintomas acima referidos associados à: 1. Internação


Taqui/bradicardia 2. 2 ampolas de
Taqui/bradidispneia soro
GRAVE
Hipertensão arterial antilatrodectus
Náuseas/vômitos 3. Solicitação de
Priapismo exames

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DIRETRIZES CLÍNICAS PARA O MANEJO DOS ACIDENTES POR ANIMAIS
PEÇONHENTOS

Retenção urinária complementares


Fácies latrodectísmica padronizados
4. Analgésicos
5. Sedativos

5.9 - ACIDENTES LONÔMICO (ERUCISMO)

Causado por lagartas do gênero Lonomia sp, podendo cursar com síndrome
hemorrágica que, nos últimos anos, vem adquirindo significativa importância médica
em razão da gravidade e da expansão dos casos, principalmente na região Sul.
Estas lagartas têm cerdas cheias de toxinas, que são capazes de causar lesões
cutâneas e distúrbios sanguíneos e renais. Muitas vezes o animal inteiro é
esmagado no acidente e, nesse caso, a cutícula do inseto é quebrada e muitas
secreções, incluindo hemolinfa, penetram na pele humana e entram na circulação. O
veneno de Lonomia sp. provoca um distúrbio na coagulação sanguínea, com dois
mecanismos descritos, quais sejam: ação pró-coagulante e fibrinolítica, o que pode
reduzir significativamente o processo de coagulação sanguínea. A maioria das
manifestações de erucismo é local e inclui hipertermia, dor em queimação, prurido e
, mais raramente, bolhas. Sintomas gerais como náuseas, vômitos, cefaleia, febre,
mialgia, dor abdominal e conjuntivite também podem ocorrer.

 Vigilância para complicações


 Lesão renal aguda
 Manifestações hemorrágicas: gengivorrarias, sangramentos pós-
traumáticos ou em feridas recentes, equimoses, hematúria, epistaxe,
hematêmese, hemorragia intracraniana, etc.

Exames complementares: uma vez que o contato com lagartas do gênero Lonomia
não provoca alterações da coagulação em 100% dos pacientes, a confirmação do
diagnóstico de síndrome hemorrágica é feita por meio da investigação laboratorial
com os testes globais da coagulação.

Tratamento:

Quadro 8: Esquema de tratamento soroterápico segundo o quadro clínico – Ac. Lonômico

DIR - DT - 002 - REVISÃO 02 - VIGÊNCIA: 25/01/2024 - Página 24 de 29


DIRETRIZES CLÍNICAS PARA O MANEJO DOS ACIDENTES POR ANIMAIS
PEÇONHENTOS

CLASSIFICAÇÃO QUADRO CLÍNICO TRATAMENTO


1. Internação
hospitalar
2. Sintomáticos
3. Solicitação de
exames
complementares
Sem alterações na coagulação ou
LEVE padronizados
hemorragias até 48h após os acidentes
4. Solicitar
coagulograma na
admissão, 12h, 24h,
48h, se todos
normais alta
hospitalar.
1. Internação
Envenenamento local com alteração da hospitalar
coagulação isolada ou manifestações 2. 5 ampolas de soro
hemorrágicas na pele e/ou mucosas antilonômico
MODERADO
(gengivorragia, equimose, hematoma) e sem 3. Solicitação de
alterações hemodinâmicas (hipotensão, exames
taquicardia, choque) complementares
padronizados
1. Internação
Paciente apresentando alteração da
hospitalar
coagulação, manifestações hemorrágicas em
2. 10 ampolas de
vísceras (hematêmese, hipermenorragia,
soro antilonômico
GRAVE hemorragia alveolar, hemorragia
3. Solicitação de
intracraniana) e com alterações
exames
hemodinâmicas e/ou falência de múltiplos
complementares
órgãos ou sistemas.
padronizados
NOTAS:
1) A correção da anemia, se presente, deve ser realizada com concentrado de hemácias. Sangue total ou
plasma fresco congelado são contraindicados pois podem acentuar a coagulopatia de consumo;
2) O soro diluído deve ser administrado em gotejamento rápido, sob estrita vigilância médica e da enfermagem,
via E.V, ampolas de 10 mL de Soro Antilonômico, diluído, a critério médico, em solução salina ou glicosada a
5%, na proporção de 1:2 à 1:5 e administração em gotejamento rápido (01 hora para 05 ampolas; 01 hora e
30 minutos para 10 ampolas).

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PEÇONHENTOS

5.10 - PREVENÇÃO DE REAÇÕES ADVERSAS AOS SOROS HETERÓLOGOS:

Os soros heterólogos são produtos cada vez mais purificados, razão pela qual se
considera rara a possibilidade de causarem complicações graves, tais como o
choque anafilático e a doença do soro.

Antes da indicação de qualquer soro heterólogo deve ser procedida a anamnese,


com interrogatório rigoroso dos antecedentes pessoais, em que algumas
informações são fundamentais para orientar a decisão sobre administrar o soro:
 se a pessoa, anteriormente, apresentou quadros de hipersensibilidade;
● se a pessoa, em outra oportunidade, já fez uso de soros de origem equina;
● se a pessoa mantém contato frequente com animais, principalmente com
equinos, seja por necessidade profissional (veterinário, por exemplo) ou por
lazer.
● Paciente imunodeprimido.

O profissional de saúde deve considerar a possibilidade de substituir o soro


heterólogo indicado pela imunoglobulina hiperimune, quando disponível. É
importante destacar que a inexistência da imunoglobulina hiperimune não deve ser
motivo para contraindicar o uso dos soros heterólogos, principalmente pelo fato da
indicação desses produtos ocorrerem, quase sempre, em situações de urgência.

As reações que podem ocorrer após a administração dos soros heterólogos são
basicamente, de três tipos:
1. Reações imediatas, que se manifestam logo após a administração do soro
até duas horas depois (geralmente nos primeiros 30 minutos), sendo necessário
manter o indivíduo na Unidade de Saúde, em observação, por, no mínimo, 6 horas e
idealmente 24 horas;
2. Reações precoces, que se manifestam nas primeiras 24 horas depois da
administração do soro; e

DIR - DT - 002 - REVISÃO 02 - VIGÊNCIA: 25/01/2024 - Página 26 de 29


DIRETRIZES CLÍNICAS PARA O MANEJO DOS ACIDENTES POR ANIMAIS
PEÇONHENTOS

3. Reações tardias, que se manifestam de 6 a 12 dias depois da


administração do soro (doença do soro).

Toda equipe assistencial deve estar alerta para identificar a ocorrência destas e
também orientar adequadamente paciente e acompanhantes dos riscos da
administração de soro heterólogo.

A equipe deve ter maior atenção na observação de reações adversas em pacientes


com asma, uso de medicamentos betabloqueador ou inibidores da enzima
conversora de angiotensina (IECA) visto que a resposta aos agentes para
tratamento de reação anafilática é menor (ex.: epinefrina).

5.11 - PRÉ MEDICAÇÃO:

Não há evidências de benefício de pré-medicação para administração de soro


heterólogo anti-ofídico. Mesmo assim, é indicada aplicação do mesmo em ambiente
controlado, com vigilância para reações adversas e suporte para eventual gravidade.

5.12 - MANEJO DA SÍNDROME COMPARTIMENTAL PÓS-ACIDENTE OFÍDICO

Consultar DIR - DT - 007 - DIRETRIZES CLÍNICAS DE SÍNDROME COMPARTIMENTAL


PÓS ACIDENTE OFÍDICO.

6. CRÉDITOS

Elaborado por: Christiane Reis Kobal 04/08/2020


Revisado por: Luciana Leite Barbosa 12/11/2020
Flávia Valério 18/11/2020
Luiz Carlos Silva Souza 13/02/2021
Luiz Felipe Ferreira Sales 22/03/2021
Luiz Felipe Ferreira Sales 07/12/2021
Lissa Rodrigues 10/12/2021

Validado por: Andréa Inês Spadeto Aires 12/11/2020


Thaís Lopes Safatle Dourado 24/01/2022

DIR - DT - 002 - REVISÃO 02 - VIGÊNCIA: 25/01/2024 - Página 27 de 29


DIRETRIZES CLÍNICAS PARA O MANEJO DOS ACIDENTES POR ANIMAIS
PEÇONHENTOS

Aprovado por: Fernanda Pedrosa Torres 23/03/2021


Karine Borges de Medeiros 25/01/2022

7. REFERÊNCIAS

▪ Andrade JG; Pereira LIA, Editores. Manual Prático de Doenças Transmissíveis. 8ª edição;
p. 23-34. Editora da Imprensa Universitária, Goiânia, 2017.

▪ Animais venenosos: serpentes, anfíbios, aranhas, escorpiões, insetos e


lacraias/Organizado por Luciana M. Monaco; Fabíola Crocco Meireles; Maria Teresa G.
V. Abdullatif. 2ª edição. São Paulo: Instituto Butantan, 2017.

▪ Bochner, R., Struchiner, CJ. Epidemiologia dos acidentes ofídicos nos últimos 100 anos
no Brasil: uma revisão. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 19(1):7-16, jan-fev, 2003.

▪ Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Coordenação-Geral de


Desenvolvimento da Epidemiologia em Serviços. Guia de Vigilância em Saúde: volume
único [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde,
Coordenação-Geral de Desenvolvimento da Epidemiologia em Serviços. – 3a. ed. –
Brasília: Ministério da Saúde, 2019. 740 p. Modo de acesso:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_vigilancia_saude_3ed.pdf

▪ Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de


Imunizações e Doenças Transmissíveis. Manual de vigilância epidemiológica de eventos
adversos pós-vacinação [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de
Vigilância em Saúde, Departamento de Imunizações e Doenças Transmissíveis. – 4ª ed.
– Brasília: Ministério da Saúde, 2020. 340 Modo de acesso:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_vigilancia_epidemiologica_eventos_v
acinacao_4ed.pdf

▪ Fluxogramas de atendimento em casos de acidente por animais peçonhentos.


Superintendência de Vigilância em Saúde. Gerência de Vigilância Sanitária de Produtos e
Serviços de Saúde. Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Goiás. 2019

▪ França FOS, Medeiros CR, Málaque CMS, Duarte MD, Chudzinski-Tavassi AM, et al.
Acidentes por Animais Peçonhentos. In: Clínica Médica Volume 7; Martins M, Carrilho F,
Alves V, Castilho E, Cerri G, Wen C., Editores. 1ª edição, p. 553-613. Ed. Manole, São
Paulo; 2016.

DIR - DT - 002 - REVISÃO 02 - VIGÊNCIA: 25/01/2024 - Página 28 de 29


DIRETRIZES CLÍNICAS PARA O MANEJO DOS ACIDENTES POR ANIMAIS
PEÇONHENTOS

▪ Ministério da Saúde. Acidentes por animais peçonhentos. Disponível em:


https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z-1/a/acidentes-por-animais-
peconhentos-o-que-fazer-e-como-evitar. Acessado em 11/2/2021

▪ Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. Manual de diagnóstico e tratamento


de acidentes por animais peçonhentos. 2ª ed. - Brasília: Fundação Nacional de Saúde,
2001.Disponível em https://www.icict.fiocruz.br/sites/www.icict.fiocruz.br/files/Manual-de-
Diagnostico-e-Tratamento-de-Acidentes-por-Animais-Pe--onhentos.pdf.

▪ Snakebite envenoming: a strategy for prevention and control. Geneva: World Health
Organization; 2019.

▪ The Lancet. Snakebite-emerging from the shadows of neglect. Jun 1;393(10187):2175.


2019

▪ Weiss MB, Paiva JWS. Acidentes com animais peçonhentos. Revinter 1ª edição 2017.

8. ANEXOS

“Não se aplica”

DIR - DT - 002 - REVISÃO 02 - VIGÊNCIA: 25/01/2024 - Página 29 de 29

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