Você está na página 1de 19

MANUAL

TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA

| ELABORAÇÃO |

Ana Cristina Santos de Paula Pessoa - Médica Radiologista e Consultora | ISGH

| REVISÃO|

01: CEPEP |Coordenadoria de Ensino, Pesquisa e Extensão | ISGH


02: Selma Furtado Magalhães - Gerente de Riscos - DITEC | ISGH

| VA L I D A Ç Ã O |

Késsy Vasconcelos de Aquino | Diretora Técnica | ISGH

| F O R M ATA Ç Ã O |

Comunicação Visual | ISGH

| D ATA S |

Versão 00: Janeiro/2014


Versão 01: Fevereiro/2015
Versão 02: Março/2016

2
I�������� �� S���� � G����� H��������� | R�� S������ G����, 190 | G������ | F��������/CE | CEP:60843 - 070 | CNPJ: 05.268.526/0001 - 70
MANUAL
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA

| SUMÁRIO |

1. OBJETIVO PÁG. 4

2. PRODUTOS DE CONTRASTE IODADO (PCI) PÁG. 4

3. REAÇÕES ADVERSAS DO PCI PÁG. 4

3.1 REAÇÕES LOCAIS PÁG. 5

3.2 REAÇÕES GENERALIZADOS PÁG. 5

3.2.1 Reações Idiossincráticos (Anafilactoides) PÁG. 5

3.2.2 Reações Adversas Renais PÁG. 6

4. PREPARO PÁG. 7

4.1 EXAME SEM CONTRASTE PÁG. 7

4.2 EXAME COM CONTRASTE PÁG. 7

4.2.1 Pacientes Ambulatoriais e Internados não Alérgicos PÁG. 7

4.2.2 Pacientes Ambulatoriais Internados Alérgicos PÁG. 8

4.2.3 Pacientes hospitalizados em estado crítico com indicação de exames com urgência PÁG. 8

4.2.4 Pacientes que realizarão exames com observação do Médico Anestesiologista em Jejum de 6 Horas PÁG. 9

5. CONDUTAS NAS REAÇÕES ADVERSAS PÁG. 10

5.1 CLASSIFICAÇÃO DAS REAÇÕES ALÉRGICAS E TRATAMENTO PROPOSTO PÁG. 10

5.2 NEFROPATIA INDUZIA PELO CONTRASTE PÁG. 12

5.3 SINAIS CLÍNICOS PÁG. 14

5.3.1 Sinais Clínicosais Clínicos PÁG. 14

6. ATENÇÃO ESPECIAL PÁG. 15

6.1 O USO DA METFORMINA PÁG. 15

6.2 PACIENTES EM DIÁLISE PÁG. 16

7. REFERÊNCIAS PÁG. 16

8. APÊNDICES PÁG. 17

I�������� �� S���� � G����� H��������� | R�� S������ G����, 190 | G������ | F��������/CE | CEP:60843 - 070 | CNPJ: 05.268.526/0001 - 70 3
MANUAL
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA

| 1. OBJETIVO |

Este manual objetiva auxiliar o uso adequado dos meios de contraste para fins diagnósticos, minimizando os
riscos para o paciente, tendo como base a pesquisa atual. Não apresenta a finalidade de estabelecer normas
ou regras inflexíveis, pois o ISGH respeita as condutas médicas e tem a certeza de que todas são tomadas com
o intuito de ampliar o bem-estar do paciente.

| 2. PRODUTOS DE CONTRASTE IODADO (PCI)|

O uso endovenoso à base de iodo permite não só dissociar vasos como demonstrar processos dinâmicos
de funcionamento dos órgãos estudados devido à sua densidade metálica. Os produtos de contraste são
assim denominados, pois aumentam o contraste entre estruturas anatômicas que não são habitualmente
discriminadas. Ao aumentar a visibilidade de todas as superfícies dos órgãos e tecidos a estudar, os produtos
de contraste podem ajudar o radiologista a determinar a presença e a extensão das doenças ou lesões.

• Contraste iodado de alta osmolalidade: são contrastes com osmolalidade muito superior ao do plasma (de
6 a 8 vezes), compostos pelos contrastes iônicos. Estão associados a maior risco de efeitos adversos;

• Contraste iodado de baixa osmolalidade: são contrastes com menor osmolalidade que o grupo anterior,
porém, são 2 a 3 vezes mais osmolares que o plasma. Na sua grande maioria, são contrastes não iônicos.

| 3 REAÇÕES ADVERSAS AO PCI |

Os eventos adversos associados ao contraste iodado apresentam frequência que varia entre 2,2 e 12,7%,
com uso do meio iônico, e entre 0,2 e 3,1%, com o contraste não iônico. Fatores de risco associados à
ocorrência de reações adversas ao contraste iodado são, entre outros, história prévia de reação adversa ao
meio radiopaco; história de asma ou alergias; arritmias cardíacas; cardiopatia isquêmica; debilidade geral;
comunicação prejudicada; ansiedade; insuficiência renal; extremos de idade e uso concomitante de alguns
fármacos, tais como betabloqueadores, metformina e agentes nefrotóxicos.

4
I�������� �� S���� � G����� H��������� | R�� S������ G����, 190 | G������ | F��������/CE | CEP:60843 - 070 | CNPJ: 05.268.526/0001 - 70
MANUAL
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA

| 3.1 REAÇÕES LOCAIS |

São mais frequentes que as outras reações e são consequência de lesão vascular, extravasamento de contraste
com lesão tissular (mais frequente no contraste iônico) e formação de pequenos trombos.

| 3.2 REAÇÕES GENERALIZADAS|

3.2.1 Reações Idiossincráticas (Anafilactoides)

As reações idiossincráticas são imprevisíveis, independentes da dose administrada, sendo as mais temíveis,
pois não existe profilaxia. Uma reação idiossincrática grave pode ocorrer após a injeção de menos de 1
mL de Produtos de Contraste Iodado (PCI). Apesar das reações idiossincráticas ao PCI terem as mesmas
manifestações que as reações anafiláticas, não são verdadeiras reações de hipersensibilidade, pois anticorpos
de Imunoglobulina não estão envolvidos, a sensibilização prévia não é necessária, nem ocorrem de forma
consistente em um dado paciente. Por essas razões, as reações idiossincráticas ao PCI são denominadas
reações anafilactoides, sendo a sua etiologia desconhecida. O mecanismo dessas reações pode envolver a
liberação de histamina e outros mediadores biológicos ativos como serotonina, prostaglandina, bradicinina,
leucotrienos, adenosina e endotelina. A ativação e inibição de muitos sistemas enzimáticos podem também
estar implicadas. As reações idiossincráticas dividem-se em imediatas e tardias.

1) REAÇÕES IDIOSSINCRÁTICAS IMEDIATAS: ocorrem logo após injeção do PCI, com 85 % delas ocorrendo nos
primeiros cinco minutos. Incluem desde reações ligeiras com manifestações cutâneo-mucosas como prurido,
eritema, urticária localizada ou generalizada com ou sem angioedema; reações moderadas já associadas a
sinais cardiovasculares e respiratórios (hipotensão arterial, tosse, taquipneia e dispneia); reações graves que
incluem sinais cardiovasculares graves (hipotensão grave, taquicardia ou bradicardia); sinais respiratórios
graves (broncospasmo grave e edema da glote) e sinais neurológicos (perda de consciência, crise convulsiva)
e reações muito graves com parada cardiorrespiratória.

São mais frequentes em determinados grupos de risco:


1. doentes com reação generalizada prévia ao produto de contraste endovenoso, tenha sido ela
moderada (urticária, broncospasmo, hipotensão moderada) ou grave (convulsões, broncospasmo
severo, edema pulmonar, colapso cardiovascular); 2. asma e reações alérgicas exigindo terapêutica.
Existem ainda outros fatores de risco com uma relação causal duvidosa com esses tipo de reações: doença cardíaca,
desidratação, doenças hematológicas (anemia falciforme, doenças trombóticas), feocromocitoma, doença renal,

I�������� �� S���� � G����� H��������� | R�� S������ G����, 190 | G������ | F��������/CE | CEP:60843 - 070 | CNPJ: 05.268.526/0001 - 70 5
MANUAL
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA

recém-nascidos, idosos, doentes clinicamente instáveis, ansiedade e apreensão, medicação com β-bloqueadores,
interleucina-2 (potente estimulador do sistema imune), aspirina e AINE. Em doentes com fatores de risco é
aconselhada a utilização de PCIs não iônicos, sendo o uso de profilaxia com corticoides controverso nesses casos.

A incidência das reações ligeiras é de cerca de 15 % após uso de PCI iônico de alta osmolalidade e de 3 % após
uso de PCI não iônico de baixa osmolalidade. Reações graves e muito graves ocorrem menos frequentemente,
com uma incidência de 0,22 e 0,04%, respectivamente, após uso de PCI de alta osmolalidade e 0,04 e 0,004%,
respectivamente, em doentes após uso de PCI de baixa osmolalidade. As reações fatais são muito raras nos
dois tipos de contrastes (1:170.000), não havendo diferença na mortalidade entre ambos.

2) REAÇÕES IDIOSSINCRÁTICAS TARDIAS: são definidas como reações que ocorrem em 1 hora a uma semana
após a injeção do PCI. A sua prevalência permanece incerta e a sua fisiopatologia não é completamente
compreendida. Incluem sintomas como náuseas, vômitos, cefaleias, prurido, eritema, dor músculo-
esquelética, febre, dor abdominal, parotidite. A maioria das reações adversas tardias são autolimitadas, com
resolução numa semana, sendo a terapêutica sintomática.

3.2.2 Reações Adversas Renais

A nefrotoxicidade induzida pelo contraste (NIC) é considerada uma causa importante de insuficiência renal
adquirida durante a hospitalização, sendo uma consequência esperada do uso crescente dos procedimentos
diagnósticos e terapêuticos com necessidade de injeção endovascular de PCI. Em adição, a população de
doentes submetidos a esses procedimentos é progressivamente mais idosa, com comorbidades associadas.

Prevenir essa condição iatrogênica é importante para evitar a morbilidade substancial e mesmo mortalidade
associadas à NIC. A NIC é uma das mais importantes reações adversas à administração do PCI. Implica
uma elevação da creatinina sérica superior a 25 % do valor base ou 0,5 mg/dL nos três dias seguintes à
administração de contraste, na ausência de uma etiologia alternativa. A sua incidência é reduzida em doentes
com função renal normal (<1 %), mas elevada em doentes com insuficiência renal preexistente (superior a 10
%), principalmente em doentes com nefropatia diabética.

6
I�������� �� S���� � G����� H��������� | R�� S������ G����, 190 | G������ | F��������/CE | CEP:60843 - 070 | CNPJ: 05.268.526/0001 - 70
MANUAL
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA

| 4. PREPARO |

* Os questionários de segurança devem estar preenchidos. (APÊNDICE I)

| 4.1 EXAME SEM CONTRASTE |

CRIANÇAS: jejum de 6 horas, somente se houver necessidade de sedação;


ADULTOS: não precisa de nenhum preparo. O paciente pode se alimentar normalmente.

| 4.2 EXAME COM CONTRASTE |

4.2.1 Pacientes Ambulatoriais e Internados não Alérgicos

CRIANÇAS - MENORES DE 2 ANOS:


• 6 a 8 kg: 1,5 a 2,0 mL de Hixizine xarope, de 8 em 8 horas, 24 horas antes da realização do exame;
• 8 a 10 kg: 2,0 a 2,5 mL de Hixizine xarope, de 8 em 8 horas, 24 horas antes da realização do exame;
• 10 a 12 kg: 2,5 a 3,0 mL de Hixizine xarope, de 8 em 8 horas, 24 horas antes da realização do exame;
• 12 a 24 kg: 3,0 a 6,0 mL de Hixizine xarope, de 8 em 8 horas, 24 horas antes da realização do exame;

OBS: Se leite materno exclusivo, jejum de 4 horas, caso contrário, jejum de 6 horas.
Se a criança já estiver fazendo uso de algum medicamento antialérgico, não necessita ser administrado
Hixizine. Informar qual medicamento antialérgico a criança está tomando e as doses.

• 02 a 06 anos: 05 gotas de Maleato de Dexclofeniramina (Polaramine), de 8 em 8 horas, 24 horas antes do


exame; jejum de 6 horas;
• 06 a 12 anos: ½ (meio) comprimido de Maleato de Dexclofeniramina 2mg (Polaramine), de 8 em 8 horas,
antes do exame; jejum de 06 horas.

MAIOR DE 12 ANOS :
• 1 comprimido de Maleato de Dexclofeniramina 2mg (Polaramine), de 8 em 8 horas, 24 horas antes do
exame; jejum de 06 horas.

I�������� �� S���� � G����� H��������� | R�� S������ G����, 190 | G������ | F��������/CE | CEP:60843 - 070 | CNPJ: 05.268.526/0001 - 70 7
MANUAL
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA

ADULTOS:
• Tomar 01 comprimido de Maleato de Dexclofeniramina 2mg (Polaramine), de 8 em 8h, 24 horas antes do
exame; jejum de 06 horas.

ATENÇÃO: Pacientes diabéticos em uso de hipoglicemiantes orais à base de Metformina, suspender no dia
do exame e até dois dias após.

4.2.2 Pacientes Ambulatoriais e Internados Alérgicos

CRIANÇAS:
• 0,1 – 2,0 mg/kg de Metilprednisolona, via oral (VO), 13 horas e 1 hora antes do exame; jejum de 06 horas.

ADULTOS:
• 02 comprimidos de Prednisona 20 mg, VO, 13 horas e 02 horas antes do exame; jejum de 06 horas.

ATENÇÃO: Pacientes diabéticos em uso de hipoglicemiantes orais à base de Metformina, suspender no dia
do exame e até dois dias após.

4.2.3 Pacientes hospitalizados em estado crítico ou com indicação de exames com


urgência

CRIANÇAS:
• 5,0 – 10 mg/kg de peso, de Hidrocortisona, endovenoso (EV), 02 horas antes da injeção de contraste;
jejum de 06 horas.

ADULTOS:
• 400 mg de Hidrocortisona , EV, 02 horas antes da injeção de contraste; jejum de 06 horas.

OBS.: Se o paciente já estiver fazendo uso de hidrocortizona em dose diferente da recomendada, informar
ao radiologista.

8
I�������� �� S���� � G����� H��������� | R�� S������ G����, 190 | G������ | F��������/CE | CEP:60843 - 070 | CNPJ: 05.268.526/0001 - 70
MANUAL
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA

ATENÇÃO: Pacientes diabéticos em uso de hipoglicemiantes orais à base de Metformina, suspender no dia
do exame e até dois dias após.

4.2.4 Pacientes que Realizarão Exame com Observação do Médico Anestesiologista em


Jejum de 6 Horas

• Idosos acima de 65 anos para exames com injeção de contraste;


• Crianças menores de 05 anos (6 horas de jejum);
• Crianças entre 5 e 10 anos para exames com injeção de contraste;
• Pacientes desorientados que não colaboram com o exame;
• Pacientes em estado geral grave (exemplo: de UTI)*;
• Pacientes com asma;
(*) Na impossibilidade da presença do médico anestesiologista, o paciente poderá ser acompanhado pelo
médico plantonista.
• Pacientes com histórico de reação alérgica ao contraste em exames anteriores;
• Pacientes em tratamento de reação alérgica ou episódios recentes de alergia;
• Reação alérgica ou intoxicação ao ingerir alimentos como camarão, peixe ou outros frutos do mar;
• Casos duvidosos, entrar em contato com o médico radiologista;
• Caso as recomendações acima descritas não forem seguidas, convém que o exame seja suspenso;
• Pacientes internados deverão comparecer ao serviço de imagem com acesso periférico pérvio (jelco 16
ou 18). (Cateter periférico 16 ou 18 para adulto e 20 ou 22 para crianças);
• Pacientes ambulatoriais terão acesso periférico puncionado no serviço de imagem;
• Na impossibilidade de acesso periférico, deverá ter autorização no prontuário do médico assistente.

I�������� �� S���� � G����� H��������� | R�� S������ G����, 190 | G������ | F��������/CE | CEP:60843 - 070 | CNPJ: 05.268.526/0001 - 70 9
MANUAL
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA

5 CONDUTAS NAS REAÇÕES ADVERSAS

| 5.1 CLASSIFICAÇÃO DAS REAÇÕES ALÉRGICAS E TRATAMENTO PROPOSTO |

TIPO DESCRIÇÃO TRATAMENTO PROPOSTO

LEVE Reação limitada e sem progressão: Tratamento sintomático, se necessário.


náusea, vômito, tosse, calor, cefaleia,
tontura, tremores, alteração do gosto,
coceira, palidez, rubor, calafrios, suor,
nariz entupido, inchaço facial e nos
olhos, ansiedade.
MODERADA Maior intensidade dos sintomas. Sinais - Tratamento medicamentoso conforme
sistêmicos: taquicardia/bradicardia, sintomatologia;
hipertensão, eritema difuso ou - Monitorização;
generalizado, dispneia, broncoespasmo, - Ver necessidade de acionar a equipe de
chiado, edema laríngeo, hipotensão apoio:
moderada. HGWA: médico plantonista clínica médica;
HRC/HRN: médico plantonista eixo
vermelho.
SEVERA Risco de vida: edema laríngeo Tratamento medicamentoso agressivo;
(acentuado ou rapidamente - Equipe de apoio (código vermelho
progressivo), arresponsividade, parada ou código azul no caso de parada
cardiorrespiratória, convulsões, cardirrespiratória);
hipotensão acentuada, arritmias com - Hospitalização.
manifestação clínica

OUTROS TRATAMENTOS
MEDICAMENTO DOSE VIA INDICAÇÃO
6 a 10 L/min Máscara Sempre que houver qualquer
O2 sintoma respiratório, alteração
cardiovascular e convulsão.
Adultos: 0,1 a 0,3 mL SC/IM - Reações alérgicas moderadas,
(mg); extensas ou em progressão, ou
Crianças: 0,01 mL associadas à alteração sistêmica;
ADRENALINA (1:1.000) Repetir: 3 a 5 min, máx. - Edema laríngeo inicial ou
3 doses. broncoespasmo sem resposta a
medicamento inalatório.

10
I�������� �� S���� � G����� H��������� | R�� S������ G����, 190 | G������ | F��������/CE | CEP:60843 - 070 | CNPJ: 05.268.526/0001 - 70
MANUAL
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA

Adultos: 1 a 3 mL (0,1 a IV - Edema laríngeo, reações graves,


0,3 mg); com alterações sistêmicas.
ADRENALINA (1:10.000) Crianças: 0,1 mL/kg - Necessidade de resposta mais
(0,01 mg/kg). rápida que subcutânea.

Adultos: 25 a 50 mg; VO/IM/IV - Reações alérgicas leves ou


DIFENIDRAMINA Crianças: 1 a 2 mg/kg. moderadas que necessitem de
(BENADRYL) tratamento como urticária e
edema facial.
FEXOFENADINA 60 mg (12/12h) VO - Reações alérgicas leves ou
(ALLEGRA D) prescrição ambulatorial.
2 a 3 puffs Inalatória - Edema laríngeo leve ou
SALBUTAMOL (AEROLIN)
broncoespasmo.
SORO FISIOLÓGICO OU 500 mL IV - Hipotensão
RINGER LACTATO
Adultos: 0,6 a 1 mg IV, IV - Hipotensão com bradicardia
repetir a cada 3-5 min, (reação vagal).
máx 3 mg;
ATROPINA Crianças: 0,02 mg/kg,
máx 0,6 mg/dose, máx
2 mg.

DIAZEPAN (VALIUM) 5mg IV - Convulsão.

SITUAÇÕES CLÍNICAS QUE APRESENTAM MAIOR RISCO PARA O USO DE CONTRASTES IODADOS
• Pessoas com história prévia de choque anafilático;
• Indivíduos alérgicos a iodo;
• Portadores de nefropatias e insuficiência renal;
• Portadores de mieloma múltiplo;
• Diabéticos em geral;

Muitos pacientes apresentam efeitos fisiológicos (calor e rubor cutâneo) que não devem ser confundidos
com reações adversas.

I�������� �� S���� � G����� H��������� | R�� S������ G����, 190 | G������ | F��������/CE | CEP:60843 - 070 | CNPJ: 05.268.526/0001 - 70 11
MANUAL
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA

| 5.2 NEFROPATIA INDUZIDA PELO CONTRASTE |

Não existe um padrão de definição para nefropatia induzida pelo contraste, sendo as mais aceitas:

a) Aumento de 25% do valor da creatinina sérica de pacientes com valor de base menor que 1,5 mg/dL,
dentro de 72 horas;
b) Aumento de 1,0 mg/dL da creatinina sérica se o valor de base for maior que 1,5 mg/dL, dentro de 72 horas;
c) Aumento de 0,5 mg/dL da creatinina sérica dentro de 48 horas da injeção do contraste.

A Patogênese ainda não é totalmente compreendida. Efeitos renais ocorrem com o uso de todos os tipos
de contraste (alta e baixa osmolalidade). Sugerem-se como fatores a alteração da hemodinâmica renal
(vasoconstrição) e toxicidade tubular direta.

A creatinina sérica geralmente aumenta dentro das primeiras 24 horas, apresenta um pico dentro de 96
horas e, geralmente, retorna ao valor de base entre 7 e 10 dias.

FATORES DE RISCO:

Doença renal pré-existente (Cr > 1,5 mg/dL); diabetes mellitus; desidratação; doença cardiovascular; idade
avançada (> 70 anos); mieloma múltiplo; hipertensão; hiperuricemia; uso de drogas nefrotóxicas.

COMO IDENTIFICAR PACIENTES COM RISCO PARA NEFROPATIA INDUZIDA PELO MEIO DE CONTRASTE,
NOS QUAIS SERÁ OBRIGATÓRIO DOSAR CREATININA SÉRICA?

* Resposta positiva para qualquer das seis perguntas:

1. Alguém já te disse que você tem problema renal?


2. Alguém já te disse que você tem proteína na urina?
3. Você tem pressão alta?
4. Você tem diabetes?
5. Você tem gota?
6. Você já realizou cirurgia renal?

Questionário de Choyke: Resposta negativa para todas indicam chance de Creatinina Sérica normal em 94%.

12
I�������� �� S���� � G����� H��������� | R�� S������ G����, 190 | G������ | F��������/CE | CEP:60843 - 070 | CNPJ: 05.268.526/0001 - 70
MANUAL
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA

Com o resultado da Creatinina Sérica:

1. Calcular a Taxa de Filtração Glomerular estimada (utilizar fórmula de Cockroft-Gault):

Homem: Clearence de Creatinina = ((140 - Idade) x Peso (kg))


________________________________________________________
(Creatinina Sérica x 72 )

Mulher: Clearence de Creatinina = ((140-Idade) x Peso (kg))


________________________________________________________ x 0,85
(Creatinina Sérica x 72)

2. Com o resultado da TFGe, utilizar o seguinte protocolo:

ALTO RISCO RISCO INTERMEDIÁRIO BAIXO RISCO

Tfge(mL/min) < 30 30 -- 60 > 60

Uso de contraste IV Evitar - Ponderar Usar

- Iniciar no dia anterior ao Iniciar no dia anterior ao


Hidratação oral
exame exame

- SF 1mL/kg por 24 horas, ini-


Hidratação IV ciando 12 horas antes do exa-
Internados me. Solução salina 0,45% se
tiver ICC, opção: Bicarbonato (1)

- 250 mL SF rápido antes e


Hidratação IV
depois do exame, opção:
externos
Bicarbonato (1)

- 600 mg VO, 2x/dia, iniciando


N-acetilcisteína
no dia anterior, até 48 horas
(opcional) (2)
após o exame

Descontinuar pelo menos 48


Medicações
horas antes e até 48 horas de-
nefrotóxicas
pois do exame se não houver

- Creatinina Sérica em 24-48


Seguimento
horas

I�������� �� S���� � G����� H��������� | R�� S������ G����, 190 | G������ | F��������/CE | CEP:60843 - 070 | CNPJ: 05.268.526/0001 - 70 13
MANUAL
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA

1. BICARBONATO: 154 mL de bicarbonato de sódio 8,4%, diluídos em 846 mL de soro glicosado 5% (na
prática: pegar 1000 mL de SG5%, desprezar 150 mL e repor este mesmo volume por bicarbonato de sódio
8,4%). Essa solução deve ser administrada por via venosa da seguinte forma: 3 mL/kg/hora, 1 hora antes do
exame; 1 mL/kg/hora, 6 horas após a injeção do contraste iodado.

2. N-ACETILCISTEÍNA: antioxidante, cujo efeito na redução do risco de nefropatia induzida pelo contraste é
controverso. Entretanto, o seu uso é simples e de baixo custo, com poucas contraindicações. Alternativa IV:
150 mg/kg por 30 minutos, seguidos de 50 mg/kg por 4 horas.

CUIDADO AO PRESCREVER VOLUME PARA PACIENTES COM RESTRIÇÃO HÍDRICA E CARDIOPATIAS!

| 5.3 EXTRAVASAMENTO CUTÂNEO DO MEIO DE CONTRASTE |

A maioria dos casos têm volume menor que 10 mL, sendo rapidamente absorvidos. Mesmo grandes volumes
(100 a 150 mL) são bem tolerados e a reabsorção ocorre entre 1 e 3 dias.

5.3.1 Sinais Clínicos

Dor em queimação no momento da injeção; abaulamento e edema no local da punção; redução da perfusão
distal; parestesia; perda da força muscular; bolhas na pele (sinal tardio-complicação).

1. TRATAMENTO INICIAL:
• Preencher a ficha de notificação de extravasamento do meio de contraste; (APÊNDICE II)
• Calcular o volume extravasado;
• Elevar a extremidade afetada acima do nível do coração;
• Gelo por 15 a 30 minutos (depois 3xdia; 1 a 3 dias consecutivos);
• Se volume maior que 10 mL, observação por 2 a 4 horas e uso, por via oral, de Diclofenaco de Sódio, 50
mg, 8/8 horas durante 2 dias (avaliar função renal do paciente);
• Avisar ao médico que fez a solicitação do exame conforme avaliação inicial e evolução desfavorável no
período de observação.

2. CONSULTA IMEDIATA A ESPECIALISTA EM CIRURGIA PLÁSTICA SE:


• Volume maior que 30 mL iônico ou 100 mL de não iônico;
• Bolha no local do extravasamento;

14
I�������� �� S���� � G����� H��������� | R�� S������ G����, 190 | G������ | F��������/CE | CEP:60843 - 070 | CNPJ: 05.268.526/0001 - 70
MANUAL
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA

• Alteração da perfusão (redução do enchimento capilar local ou distal ao sítio onde foi feita a injeção);
• Alteração de sensibilidade distal ao local de injeção;

3. OUTRAS ORIENTAÇÕES:
Recomenda-se entrar em contato com o paciente, a cada 24 horas, até o mesmo referir resolução completa
da lesão e certificar-se de que o paciente observe e relate:
• Dor residual;
• Bolha no local;
• Vermelhidão cutânea ou mudança de cor da pele no local;
• Endurecimento/retração cutânea no local da injeção;
• Alteração da temperatura (frio ou calor) no sítio do extravasamento (pedir para que compare com área
normal no outro membro);
• Mudança de sensibilidade.

| 6. ATENÇÃO ESPECIAL |

| 6.1 O USO DA METFORMINA |

O uso da metformina não aumenta o risco da nefropatia induzida pelo contraste. O risco da utilização do
contraste é a indução de redução da função renal, que pode acarretar em diminuição da eliminação deste
medicamento, que tem 90% de sua depuração pelos rins. Isso pode aumentar o risco para desenvolver acidose
lática. Recomenda-se que esse medicamento seja suspenso por 48 horas após a injeção do contraste iodado.

Pacientes com boa função renal e sem fatores de risco para acidose lática podem reintroduzir o medicamento
após 48 horas.

Em pacientes com algum fator de risco ou com disfunção renal prévia, deve-se assegurar que não houve
nefropatia induzida pelo contraste antes de se reintroduzir o medicamento.

Fatores de risco para desenvolvimento de acidose lática:

1. Disfunção hepática;
2. Alcoolismo;
3. Insuficiência cardíaca;
4. Isquemia miocárdica;

I�������� �� S���� � G����� H��������� | R�� S������ G����, 190 | G������ | F��������/CE | CEP:60843 - 070 | CNPJ: 05.268.526/0001 - 70 15
MANUAL
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA

5. Insuficiência vascular periférica;


6. Sepse ou infecção grave.

| 6.2 PACIENTES EM DIÁLISE |

Pacientes sem função renal residual, em diálise, não têm contraindicação ao uso do contraste. A preocupação
passa a ser a sobrecarga volumétrica associada ao uso do contraste, que tem efeito osmótico. Caso não
haja insuficiência cardíaca prévia, não é necessário realizar diálise urgente. Recomenda-se que a diálise seja
feita dentro das 24 horas após o uso do contraste. Pacientes com função renal residual têm alto risco para
desenvolver nefropatia induzida pelo contraste, não sendo recomendado o seu uso.

| 7 REFERÊNCIAS |

1. Alexandra PINTASSILGO SANTOS et al, Produtos de contraste iodados, Acta Med Port.
2. Diretrizes assistenciais – Hospital Israelita Albert Einstein.
3. Extravasamento de contraste – Giuseppe D´ippolito, Escola Paulista de Medicina.
4. Prophylaxis Policy for Patients – Department of Radiology, University of Wisconsin.

16
I�������� �� S���� � G����� H��������� | R�� S������ G����, 190 | G������ | F��������/CE | CEP:60843 - 070 | CNPJ: 05.268.526/0001 - 70
MANUAL
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA

| 8 APÊNDICES |

APÊNDICE I

FORMULÁRIO DE NOTIFICAÇÃO DE MEIO DE CONTRASTE

I�������� �� S���� � G����� H��������� | R�� S������ G����, 190 | G������ | F��������/CE | CEP:60843 - 070 | CNPJ: 05.268.526/0001 - 70 17
MANUAL
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA

APÊNDICE II

18
I�������� �� S���� � G����� H��������� | R�� S������ G����, 190 | G������ | F��������/CE | CEP:60843 - 070 | CNPJ: 05.268.526/0001 - 70
MANUAL
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA

APÊNDICE II

I�������� �� S���� � G����� H��������� | R�� S������ G����, 190 | G������ | F��������/CE | CEP:60843 - 070 | CNPJ: 05.268.526/0001 - 70 19

Você também pode gostar