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E V E L Y N C I U F F O
T R AU M AT I S M O S O C U L A R E S
OFTALMOLOGIA Prof. Evelyn Ciuffo | Traumatismos Oculares 2
INTRODUÇÃO:
PROF. EVELYN
CIUFFO
Traumatismos Oculares é um tema de pouca incidência nas
provas de residência, representando aproximadamente 7% do
total de questões da Oftalmologia.
Dentro de Traumatismos, a distribuição de assuntos se dá
da seguinte maneira:
Queimaduras 18%
Hifema 18%
Abrasão Corneana 6%
@estrategiamed @estrategiamed
t.me/estrategiamed /estrategiamed
Estratégia
MED
OFTALMOLOGIA Traumatismos Oculares Estratégia
MED
SUMÁRIO
1.0 INTRODUÇÃO 4
2.0 QUEIMADURAS QUÍMICAS 4
2 .1 SINAIS E SINTOMAS: 4
2 .2 TRATAMENTO: 5
3 .2 TRATAMENTO: 6
4 .2 TRATAMENTO: 7
5 .2 SINAIS E SINTOMAS: 11
5 .2 TRATAMENTO: 11
6 .2 TRATAMENTO: 13
7 .2 TRATAMENTO: 13
CAPÍTULO
1.0 INTRODUÇÃO
Geralmente o examinador pergunta sobre a conduta do médico responsável pelo primeiro atendimento, que deve
ter noção da noção da anatomia ocular e das medidas iniciais a serem tomadas, sabendo identificar a extensão da lesão,
formular hipóteses diagnósticas e traçar condutas iniciais que visem diminuir as sequelas do quadro.
CAPÍTULO
Queimaduras por substâncias alcalinas (ex: soda cáustica, cimentos, gessos, alvejantes, amônia)
tendem a ser mais graves do que as queimaduras por substâncias ácidas (ex: ácido de bateria, limpador de
piscinas, vinagre). Os álcalis promovem uma saponificação das proteínas oculares, com maior penetração
do produto, que estende ação destrutiva a outros tecidos. Nas queimaduras por ácidos, a coagulação das
proteínas forma uma barreira de proteção, dificultando a penetração do agente químico.
Queimaduras leves a moderadas se manifestam com dor e vermelhidão ocular variável, fotofobia e redução da acuidade visual. Ao
exame, podem estar presentes: conjuntiva bulbar hiperemiada, quemose (edema conjuntival) , lesões epiteliais corneanas, focais ou difusas
e reação da câmara anterior. Nas queimaduras graves não há vermelhidão ocular; a conjuntiva bulbar pode estar branco-acinzentada, devido
à isquemia perilímbica. Erosões epiteliais e opacificação da córnea podem estar presentes.
2 .2 TRATAMENTO:
O tratamento das queimaduras oculares deve seguir 3 etapas: emergencial (lavagem copiosa e remoção de detritos), inicial (promoção
da re-epitelização e controle da inflamação) e tardia (reabilitação visual). Para as provas, o mais cobrado é o tratamento emergencial.
O tratamento emergencial é o realizado pelo médico responsável pelo primeiro atendimento, não devendo ser postergado, sob risco
de sequelas visuais irreversíveis.
Conduta emergencial:
• Irrigação abundante e imediata com solução salina ou solução de Ringer Lactato por, pelo menos, 30 minutos. Tem como
objetivo alcançar o pH neutro. Água potável pode ser usada na ausência dessas soluções.
• Nunca utilizar soluções ácidas para neutralizar álcalis ou vice-versa.
• Se disponível, anestésico tópico pode ser usado antes da irrigação.
• Fórnices superior e inferior também devem ser evertidos e irrigados, além de serem limpos com um swab ou cotonete
umedecido para remover quaisquer partículas retidas de material cáustico ou de conjuntiva necrótica.
• Após essa conduta inicial, pode ser usado antibiótico tópico em pomada e o paciente deve ser encaminhado para o
Oftalmologista, para avaliação clínica na lâmpada de fenda e continuidade do tratamento.
O tratamento inicial é instituído após os cuidados emergenciais. Queimaduras químicas leves são geralmente tratadas com
antibióticos oftálmicos tópicos (p. ex., pomada de eritromicina a 0,5%) 4 vezes/dia e colírios cicloplégicos (ex: ciclopentolato) para alívio da
dor. Uso frequente de gel ou lágrimas artificiais sem conservantes também deve ser estimulado. Como corticoides tópicos podem causar
perfuração da córnea após queimaduras químicas, eles só devem ser administrados por um oftalmologista. Queimaduras químicas graves
exigem tratamento por um oftalmologista para salvar a visão e prevenir possíveis complicações da superfície ocular, como cicatrização
corneana, perfuração do globo ocular e deformidades palpebrais.
CAPÍTULO
Dor aguda, fotofobia, sensação de corpo estranho, lacrimejamento e desconforto ao piscar. Também pode estar presente hiperemia
conjuntival e edema palpebral.
É importante, durante o exame sob lâmpada de fenda, realizar eversão das pálpebras superiores
para afastar presença de corpo estranho, especialmente na presença de abrasões verticais ou lineares.
3.2 TRATAMENTO:
• Como o epitélio corneano tem grande capacidade • Colírios cicloplégicos podem ser usados para alívio da dor
regenerativa, abrasões corneanas não complicadas tendem a se • Tampões oculares podem aumentar o risco de infecção
resolver em 24-72h. e geralmente não são indicados, especialmente em abrasões
• Pomada ou colírio antibiótico profilático até que o defeito causadas por lente de contato ou por algum objeto que possa
epitelial cicatrize. estar contaminado por solo ou vegetação.
CAPÍTULO
• Início súbito de sensação de corpo estranho e • Quando se trata de uma partícula de metal, alojada há
lacrimejamento. Também pode apresentar fotofobia e alguns dias na córnea, pode-se notar a presença de um anel
blefaroespasmo. ferruginoso em volta do corpo estranho.
• Um pequeno infiltrado pode circundar o corpo estranho • Atenção: o corpo estranho alojado na córnea sempre deve
corneano, sendo geralmente reacional e estéril. ser avaliado sob lâmpada de fenda pelo especialista!
• Abrasões lineares corneanas orientadas verticalmente são
sugestivas de corpo estranho sob a pálpebra superior.
4.2 TRATAMENTO:
Corpo estranho conjuntival: é mais fácil de ser removido Corpo estranho corneano: deve ser avaliado por um
do que o corneano. Os mais superficiais podem ser removidos especialista. Sua retirada exige avaliação na lâmpada de fenda e
com irrigação de soro fisiológico. Outra possibilidade é usar um pode ser feita com o bisel de uma agulha de insulina. Se houver anel
cotonete embebido em anestésico tópico. Lembrando que sempre ferruginoso ao redor do corpo estranho, este deve ser removido por
deve-se everter as pálpebras e inspecionar os fórnices à procura completo, sob o risco de evoluir com infecção ou cicatriz corneana
de corpos estranhos adicionais. Essa conduta pode ser feita na caso não seja totalmente retirado. Nesses casos, pode ser prescrito
emergência, pelo médico responsável pelo primeiro atendimento, colírio de antibiótico profilático por 3-5 dias.
ainda que esse não seja oftalmologista.
Veja as imagens:
Corpo estranho metálico corneano, com infiltrado ao redor Corpo estranho em conjuntiva tarsal superior
CAPÍTULO
• Parede medial: composta pelos ossos etmoide, lacrimal, • Parede superior: composta pela lâmina orbital do frontal e
maxilar e pequena parte do corpo do esfenoide. É a mais delgada asa menor do esfenoide.
das paredes. A lâmina papirácea do etmoide é fina como um • Parede inferior (assoalho da órbita): composta pelos ossos
papel e possui vários forames, por onde passam nervos e vasos. maxilar, zigomático e palatino.
• Parede lateral: composta pela asa maior do esfenoide e
zigomático.
Nota: não se preocupe, pois não precisa decorar os ossos que compõem cada uma das paredes para a
prova!
Uma forte pancada na face pode fraturar qualquer um dos vários ossos que compõem a órbita. Contudo, as fraturas do assoalho da
órbita (fratura em blow out) são as mais comuns.
Parede Medial
Principais
fraturas orbitárias
Parede Inferior
(Assoalho)
Ocorre quando o olho é atingido de tal forma que a força da pancada é recebida pelo globo ocular e não é bloqueada pelos ossos
fortes que rodeiam o olho. É comum em traumas com objetos pequenos, como bola de tênis ou um punho. Como os ossos da parede lateral
e do teto são frequentemente capazes de resistir ao trauma, a fratura mais comum é a do assoalho da órbita e/ou da parede medial. Em
alguns casos, uma determinada parte do olho ou dos músculos a ele ligados é forçada através do osso fraturado e fica presa, requerendo um
reparo urgente.
Veja a imagem:
Impacto no olho, com forças sendo transmitidas para a região de menor resistência (assoalho da órbita)
5.2 TRATAMENTO:
a) Minimizar dor e hemorragias nasais: bolsa de gelo nas primeiras 24 a 48h ajuda a diminuir a dor e o inchaço. Manter a
cabeça elevada acima do nível do coração pode também ajudar a prevenir inchaço posterior. Analgésicos podem ajudar a controlar
a dor do paciente. Antibióticos orais de amplo espectro podem ser usados, caso uma infecção se desenvolva.
b) Reparo cirúrgico: Reparo cirúrgico imediato (dentro de 24 a 74h) é indicado quando existir evidência clínica de encarceramento
muscular e bradicardia, bloqueio cardíaco, náusea, vômito ou síncope não resolvidas com tratamento clínico. Reparação cirúrgica
dos ossos faciais em algumas semanas é indicada se uma fratura por explosão obstruir os músculos ou tecidos moles da órbita e
provocar visão dupla, ou lesão do nervo, ou afundar o globo ocular.
CAPÍTULO
Uma das principais causas de hifema é o trauma ocular, que acomete com maior incidência jovens do sexo masculino. Quando
tratado de forma adequada pode não deixar sequelas severas, porém, complicações como ressangramento, aumento da pressão intra-
ocular, atrofia óptica (por contusão do nervo óptico ou aumento persiste da PIO) e impregnação hemática da córnea podem resultar em
baixa acuidade visual final.
6 .1 SINAIS E SINTOMAS:
6.2 TRATAMENTO:
O hifema constitui uma emergência oftalmológica, devendo o paciente ser examinado por um oftalmologista o mais rapidamente
possível.
• Repouso na cama, com a cabeceira elevada a 30 graus, estimulando o assentamento do sangue no olho.
• Aumento da ingesta hídrica também deve ser preconizado.
• Proteção com tampão (metal ou plástico transparente) sobre o olho afetado deve ser colocada durante o tratamento, prevenindo
lesões posteriores.
• Cicloplégicos tópicos, com o objetivo de prevenir a formação de sinéquias e aliviar a dor do paciente.
• Hipotensores oculares tópicos podem ser usados em casos de aumento abrupto da pressão intraocular.
• Devem ser evitados produtos que contenham ácido acetilsalicílico ou AINEs, pois podem predispor ao sangramento
• Evitar atividades físicas extenuantes (incluindo levantamento de peso e manobras de Valsalva) por uma semana após a lesão
inicial ou o ressangramento.
CAPÍTULO
7 .1 SINAIS E SINTOMAS:
7 .2 TRATAMENTO:
Deve ser evitada qualquer tipo de pressão extra sobre o globo, com risco de extrusão do conteúdo intraocular. Ao realizar o
diagnóstico, algumas medidas devem ser adotadas:
• Proteger o olho do paciente com um tampão o tempo todo. Não deve ser aplicado curativo oclusivo no olho de forma
alguma.
• Caso o paciente tenha sido atendido inicialmente por um médico generalista, ele deve ser encaminhado o mais
rapidamente possível para o oftalmologista. Lembrando que, em hipótese alguma, o médico responsável pelo primeiro
atendimento pode retirar corpos estranhos, tecidos ou coágulos do olho do paciente.
• Antibióticos sistêmicos devem ser administrados nas primeiras 6h após a lesão, dado o risco elevado de infecção em
lesões penetrantes.
• Programar para que o reparo cirúrgico seja feito o mais breve possível.
CAPÍTULO
Traumatismos
Defeitos epiteliais superficiais oculares
autolimitados que coram
com fluoresceína.
Parede medial e inferior (assoalho da órbita)
são as mais frágeis e sujeitas à fraturas
Principais fatores de risco:
histórico de arranhadura, trauma
ocular ou uso de lente de contato.
Fratura em blow-out: é a mais comum das fraturas
da órbita; geralmente ocorre em traumas com objetos
pequenos, como uma bola de tênis ou um punho.
Realizar inversão das pálpebrassuperiores ABRASÕES FRATURA
para afastar presença de corpo estranho. CORNEANAS ORBITÁRIA
É de extrema importância excluir uma
lesão intraocular e do nervo óptico
Importante: Tendem a se
resolver em 24-72h
https://bit.ly/3qekDcG
CAPÍTULO
CAPÍTULO
11.0 CONCLUSÕES FINAIS
Estrategista, chegamos ao final do nosso Resumo de Traumatismos Oculares. Aqui estão concentrados os principais conceitos sobre
esse assunto, de forma que você consiga acertar todas as questões que apareçam nas provas.
Não se esqueça que você deve priorizar, no seu estudo, a conduta emergencial dos diversos tipos de traumas oculares.
Abraços,
Professora Evelyn Ciuffo.