O PAPEL DA GESTÃO: ESTRATÉGIAS PARA O ENFRENTAMENTO DO

ESTRESSE ENTRE PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM: RELATO DE

EXPERIÊNCIA

David, Ana Beatriz

Farias, Samia Neves Lima
Leal, Victória Caroliny do Nascimento
Mufarrej, Marinilza Guimarães
Silva, Elisângela Ferreira da
Introdução: De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) cerca de 90%
da população mundial sofre com o estresse no organismo sendo esse, muitas vezes,
associado a uma epidemia do atual contexto da sociedade devido ao ritmo acelerado
de vida que os indivíduos vivenciam (COSTA et. al., 2017). A Política Nacional de
Saúde dos trabalhadores foi instituída pela Portaria nº 1.823, de 23 de agosto de 2012,
tem por finalidade definir os princípios, diretrizes e estratégias a serem observadas de
uma maneira holística com uma dimensão tripartite, objetivando a promoção e
proteção da saúde dos trabalhadores, logo, minimizando a morbimortalidade
decorrente dos processos de desenvolvimento e produtivo (BRASIL, 2012). O
estresse ocupacional pode ser causa do desenvolvimento de variadas doenças ou
estar associado a outras patologias que determinam o absenteísmo da profissional de
enfermagem, causando prejuízo tanto para o trabalhador, quanto para o empregador
(SILVA et. al., 2015). Os profissionais da saúde estão expostos ao enfrentar fatores
que lhe causam demandas emocionais, diretamente ligados ao sofrimento dos
pacientes e familiares que estão sendo assistidos (NOGUEIRA et. al., 2018).
Objetivo: Denotar o papel da gestão em práticas estratégicas de enfrentamento do
estresse em profissionais de enfermagem. Metodologia: Trata-se de estudo
descritivo de natureza relato de experiência, realizado por acadêmicas de
enfermagem, durante estágio supervisionado voluntário, em um hospital localizado na
cidade de Bragança, no estado do Pará, em julho de 2019, com público-alvo de 15
enfermeiros, onde foram utilizados slides, vídeos e dinâmicas, como estratégias para
diminuir o estresse. No primeiro momento, foi feito um planejamento entre os gestores
do hospital, abordando metas que deveriam ser atingidas: a primeira meta era a
diminuição do estresse para melhorar a qualidade de vida desses profissionais no
ambiente de trabalho, além de os motivar para que sejam mais produtivos. No
segundo momento, após 8 dias, foi solicitado para que os enfermeiros participassem
da palestra com o tema: “Estresse ocupacional”. Em questão foi utilizada uma
linguagem acessível e vídeos motivacionais (vencendo o estresse) e, por fim, a
dinâmica ordenava que todos ficassem de pé, enquanto tocava uma música relaxante
e o palestrante pedia para pensar em coisas positivas e sensações boas, após alguns
minutos foi solicitado para que fizessem um círculo, subsequentemente iniciou-se um
ciclo de ginástica laboral de relaxamento, com exercícios respiratórios. No último
momento foi entregue para todos presente um balão e 3 tiras de papel, a ideia era
escrever nas tiras coisas que lhes estressavam e em seguida eram colocadas dentro
do balão. Logo, foi pedido que todos não deixassem o balão cair (deixassem o balão
no ar). Foi feita uma pequena reflexão a respeito do quanto estamos estressados, por
não conseguirmos mudar a perspectiva ou visão dos problemas, quando estamos
sobre pressão como o balão com ar cheio, devemos manter calma e aplicar técnicas
de respiração e autocontrole. Resultados e Discussão: Após a realização das
dinâmicas, os profissionais apresentaram moderada diminuição de estresse,
aumentando concentração e produtividade no local de trabalho, diminuição de
ansiedade e maior eficácia de contato social entre equipe e entre o binômio
profissional-paciente. Novos hábitos foram relatados pelos participantes, condutas
para o bem-estar a longo prazo foram adquiridas, como atividade física diária e
meditações de 5 minutos antes e depois das jornadas de trabalho, que ocasionaram
melhora de humor, diminuição de estresse e ansiedade em ambiente profissional e
social, auxiliaram em melhora de noites de sono. Outro eixo apresentado pelos
participantes foi a reeducação alimentar e ingestão moderada de água, ajudando no
equilíbrio hormonal e assim, biopssicológico humano. Conclusão: Foi explícita a
importância da gestão hospitalar em abordar estratégias para o confronto do estresse
em profissionais de enfermagem. Fomentando a relevância da atuação do profissional
enfermeiro na gerencia. Foi notória a possibilidade de diminuir o impacto sofrido pelos
profissionais com estratégias para suavizar o estresse. Além de que as ações
proporcionadas aos profissionais, motivaram os participantes a mudarem seus
hábitos, não só para melhorar o ambiente de trabalho de forma singular, mas de forma
holística todas as esferas e grupos aos quais estes profissionais participam.

Palavras-Chaves: Papel da gestão, Estresse ocupacional, Estratégias, Enfermagem

Referências

Brasil. Portaria nº 1823/12. Institui a Política Nacional de Saúde do Trabalhador

e da Trabalhadora. Brasília: Ministério da Saúde; 2012. Disponível em:
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2012/prt1823_23_08_2012.html>
Acesso em: 15 set 2019.

Costa, MEM; Maciel, RH; Rego, DP; Lima, LL; Silva, MEP; Freitas, JG. A síndrome
do esgotamento profissional no contexto da enfermagem: uma revisão
integrativa da literatura. Ver. Esco. Enferm. USP, vol 51; São Paulo, 2017.
Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080-
62342017000100801&lng=en&nrm=iso&tlng=pt> Acesso em 03 nov 2019.

Dalri RCMB, Robazzi MLCC, Silva LA. Riscos ocupacionais e alterações de

saúde entre trabalhadores de enfermagem brasileiros de unidades de urgência
e emergência. Rev Bras Promoç Saúde, Fortaleza, 29(3): 447-454, jul./set., 2016
453 Disponível em: <https://scielo.conicyt.cl/pdf/cienf/v16n2/art_08.pdf> Acesso em
10 set 2019.
Nogueira, LS; Sousa, RMC; Guedes, ES; Santos, MA; Turrini, RNT; Cruz, DALM.
Burnout e ambiente de trabalho de enfermeiros em instituições públicas de
saúde. Rev Bras Enferm [internet], 2018. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/reben/v71n2/pt_0034-7167-reben-71-02-0336.pdf> Acesso
em 05 de nov de 2019.

Silva JLL, Soares RS, Costa FS, Ramos DS, Lima FB, Teixeira LR. Fatores
psicossociais e prevalência da síndrome de burnout entre trabalhadores de
enfermagem intensivistas. Rev Bras Ter Intensiva. 2015;27(2):125-33. Disponível
em: <http://www.scielo.br/pdf/rbti/v27n2/0103-507X-rbti-27-02-0125.pdf > Acesso em
12 set 2019.