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Cabeça e pescoço Gabrieli Flesch

ATM 25/2

EXAME FÍSICO Alopécia androgênica: Causa mais comum de perda


Paciente sentado, com as mãos repousando sobre as capilar – geneticamente determinada.
coxas, pés apoiados e área de exame exposta.
o Inspeção;
o Palpação;
o Ausculta.

CABEÇA
Posição vertical na linha média do tronco – ereta e
imóvel. Atentar para: Movimentos anormais,
tremores, manutenção da inclinação da cabeça etc.

ECTOSCOPIA
o Tamanho; Areata: Doença inflamatória que promove a queda de
o Formato; cabelos – pode ser causada por estresse grave.
o Contorno;
o Simetria.

Alopécia de tração: Perda de cabelo por consequência


de uma tensão prolongada ou repetitiva no cabelo.
MACROCEFALIA MICROCEFALIA

COURO CABELUDO
Observar a linha de implantação, presença de lesões,
protuberâncias, cicatrizes, crostas, lêndeas,
descamações, perda anormal de cabelo (alopecia) etc.

INSPEÇÃO E PALPAÇÃO
Crânio: De frente para trás – normocefálico, simétrico
e liso, com ossos indistinguíveis.
Protrusões normais: Frontal, parietal e occipital.
Protuberâncias e abaulamentos:
Observar:
o Presença de massas;
o Deformidades;
o Depressões;
o Edema;
o Sensibilidade.
Palpar: Artérias temporais – atentar para dor,
espessamento e endurecimento.
Avaliar: Articulação temporomandibular (ATM) e o
cabelo (textura, cor e distribuição).
FACE Dermatocalaze: Excesso de pele, acompanhado de
Aspecto geral: Observar anormalidade – edema, falta bolsa de tecido gorduroso nas pálpebras superiores e
de expressão, palidez, hirsutismo, lesões de pele, inferiores – relacionada ao processo de
acnes, variações de pigmentação etc. envelhecimento.
o Fácies;
o Formato e simetria das pálpebras;
o Sobrancelhas;
o Sulcos nasolabiais e boca;
o Coloração da pele;
o Textura;
o Distribuição de pelos faciais.

Melasma: Condição que se caracteriza pelo


surgimento de manchas escuras na pele – relacionada
ao uso de anticoncepcionais femininos, gravidez e Madarose: Doença que ocasiona a queda dos pelos
exposição solar. dos cílios e das sobrancelhas – causada por blefarites,
dermatites atópica e seborreica, tumores, hipo e
hipertireoidismo, lúpus, herpes zoster etc.

Telangiectasias: Pequenos vasos sanguíneos dilatados


na pele ou nas mucosas – pode ser causado por
rosácea, envelhecimento, genética, gravidez, Hirsutismo: Crescimento anormal de pelos – devido
exposição ao sol e varizes. causas hormonais.

Ptose: Queda da pálpebra superior de um ou ambos Lipodistrofia: Disposição anormal da gordura corporal
os olhos – consequência de dano no III NC ou fraqueza – consequência do HIV, alterações metabólicas
do músculo levantador da pálpebra. (diabetes e osteoporose) etc.
INSPEÇÃO Exoftalmia: Projeção do globo ocular para fora da
Movimentos faciais: Analisar em repouso, em cavidade – causada por doenças autoimunes ou
movimento e com expressão – VII NC (facial). Atentar hipertireoidismo (doença de Graves).
para movimentos involuntários dos músculos faciais
(contrações musculares espasmódicas), tiques e
maneirismos.
o Pedir para paciente enrugar a teste, sorrir,
encher de ar, fechar os olhos etc.

MOBILIDADE OCULAR EXTRÍNSECA


III NC (oculomotor) – retos medial, superior e inferior,
oblíquo inferior e levantador da pálpebra.
IV NV (troclear) – oblíquo superior.
VI NC (abducente) – reto lateral.

Lagoftalmo: Incapacidade de fechar completamente


OLHOS as pálpebras – devido enfraquecimento do músculo
Atentar oscilações rítmicas dos olhos (nistagmo) ou orbicular dos olhos ou lesões palpebrais.
desvios oculares – posição e alinhamento. Perguntar
sobre perda da acuidade visual:
o Presbiopia (“vista cansada”);
o Hipermetropia (imagem desfocada – perto);
o Miopia (imagem desfocada - longe);
o Astigmatismo (imagens embaçadas);
o Perda de visão – escotomas, corpos flutuantes
etc.

Pálpebras: Podem estar evertidas (ectrópio) ou


invertidas (entrópio).

Enoftalmia: Afundamento do globo ocular para


dentro da cavidade ocular – consequência de doenças
inflamatórias, desidratação grave, atrofia dos
músculos perioculares etc. Xantelasma: Depósito de gordura e colesterol que
ocorre logo abaixo da superfície da pele – ao redor dos
olhos.
Blefarite: Inflamação das bordas das pálpebras –
pode ser infecciosa ou inflamatória.

Conjuntivite: Presença de vermelhidão – com ou sem


secreção purulenta.

Hordéolo: “Terçol”, protuberância vermelha e


dolorosa na extremidade da pálpebra – obstrução de
pequenas glândulas da pálpebra.

Hemorragia subconjuntival: Sangue vermelho e


brilhante.

Calázio: Lesão inflamatória crônica, granulomatosa –


retenção das secreções sebáceas das glândulas
meibomianas.

Glaucoma e uveíte anterior: Hiperemia pericerática,


alteração pupilar e visão alterada – glaucoma:
associado a fatores hereditários. Uveíte – associada a
doenças autoimunes.

CONJUNTIVA E ESCLERA
Conjuntiva: Rosa sobre a pálpebra inferior e branca
sobre a esclera. Avaliar coloração, hidratação e
edema.
Esclera: Branco porcelana a amarelo claro
(dependendo a raça). Atentar pigmentação amarelada CÓRNEA
e esverdeada e presença de lesões. Transparente, brilhante e avascular. Presença de um
o Atentar para eritema, exsudato, presença de anel fino e branco ao longo da margem da íris (halo
pterígio (crescimento anormal da conjuntiva), e corneano – senil) – anormal em indivíduos com menos
pigmentação da esclera. de 40 anos.

Pinguécula: Lesão amarelada e elevada que se forma


no tecido superficial à esclera – exposição UV, vento,
poeira, cloro etc.
Pterígio: Lesão triangular, esbranquiçada e elevada
que se forma no tecido superficial à esclera –
exposição UV, poeira, vento, poluição e secura ocular.
Características Conjuntivite aguda Uveíte anterior Glaucoma agudo Úlcera de Hemorragia
aguda córnea subconjuntival
Secreção Moderada/abundante Nenhuma Nenhuma Aquosa ou Nenhuma
purulenta
Visão Conservada Pouco borrada Borrada Borrada Conservada
Hiperemia Difusa Pericorneana Pericorneana Pericorneana Localizada

Córnea Transparente Transparente Turvo Área de Normal


opacificação
Pupila Normal Miose Midríase Normal Normal
Reflexo Normal Diminuída Ausente Normal ou - Normal
fotomotor
Pressão Normal Normal Elevada Normal Normal
intraocular
Uni/bilateral Bilateral Unilateral Unilateral Unilateral Unilateral

ÍRIS E PUPILAS ACUIDADE VISUAL


Íris: Deve ser nitidamente visível – observar o Medida da capacidade do olho de enxergar os
tamanho, forma, simetria e cor. detalhes – reflete a sensibilidade da retina à luz,
Pupilas: Simétricas e fotorreagentes – testar a reação visibilidade mínima e a capacidade de reconhecer a
pupilar com um foco de luz (lateralmente). separação de dois pontos.
Coloboma da íris: Síndrome do olho de gato – tipo de o Utilizar óculos ou lentes de contato, se
malformação do olho que leva a alteração da íris. necessário;
o Cada olho é avaliado individualmente – o olho
que não está sendo avaliado permanece ocluído;
o A avaliação é dada pela linha em que mais da
metade dos caracteres foi lida corretamente;
o Gráfico de Snellen – colocado a 6m do
paciente;
o Caso não consiga ler, solicitar que conte os
dedos e descreva se a mão está em movimento;
o Identificar se percebe um foco de luz voltado
o Simétrico foto reagente (isocórica) – normal. para a pupila.
Anisocoria: Diferença de tamanho entre as pupilas.
Anopsia: Defeito no campo visual por lesão do nervo
óptico.
Amaurose: Perda temporária ou permanente da visão
– lesão na retina, córnea e globo ocular.
Xenoftalmia: Deficiência na quantidade lacrimal –
olho seco.
Ametropia: Erros de refração. Miopia – visão
embaçada à distância. Hipermetropia – visão
embaçada para perto. Astigmatismo – visão borrada
por irregularidade na córnea.
Quadrantopsia: Perda de um quadrante da visão.
Histocoma: Ponto preto no campo visual.
Histocoma cintilante: Pontos de alteração no NC I ou
crise hipertensiva.
Motricidade pupilar: Midríase – sistema simpático.
Miose – sistema parassimpático.
CAMPOS VISUAIS EXAME DAS PUPILAS
Limite da visão periférica – limite da área em que um O paciente deve manter os olhos fixos em um alvo
objeto pode ser enxergado enquanto o olhar distante à sua frente, em condições de iluminação
permanece fixo em um ponto. ambiente. Observar:
o Posicionar-se à distância de meio metro do o Tamanho, forma e simetria das pupilas.
paciente, com os olhos no mesmo nível; Normal: Pupilas centradas na íris, redondas, de
o Esticar os braços e fazer movimentos de contornos regulares e com mesmo diâmetro
pequena amplitude com os dedos de uma mão na (isocoria).
periferia do campo visual; Avaliar:
o Solicitar ao paciente que aponte qual dos o Respostas reflexas à luz (reflexo luminoso
dedos se movimentou; direto e consensual);
o Aplicar em cada quadrante – superior, inferior, o Reflexo de acomodação.
direito e esquerdo. Reflexo luminoso: Paciente deve fixar o olhar à
distância e incide-se um foco luminoso obliquamente
Campimetria por confrontação: em um dos olhos. Resposta normal: Constrição
Mesmo posicionamento do teste anterior – paciente pupilar rápida da pupila iluminada (reflexo direto) e,
oclui um dos olhos, e o examinador oclui o olho simultaneamente, da pupila contralateral (reflexo
contrário. consensual).
o Paciente sinaliza o momento em que visualiza
o alvo trazido ao centro do campo visual – deve
aparecer para as duas pessoas simultaneamente.

Hemianopsia: Comprometimento da visão em


metade do campo visual de cada olho. Homônimas:
Causadas por lesões posteriores ao quiasma óptico,
com interrupção das fibras da metade temporal da
retina ipsilateral e da metade nasal contralateral. VIA DO REFLEXO LUMINOSO

Reflexo de acomodação (proximidade): Paciente


deve manter os olhos voltados para um ponto distante
e, em seguida, deve olhar para a ponta do seu nariz.
Resposta normal: Ambas as pupilas devem contrair-
se simultaneamente.

Teste da luz alternante – pesquisa de defeito pupilar


aferente (DPA): Deve ser realizado em um quarto
semiescurecido, com o paciente fixando os olhos em
um alvo distante. Um foco de luz deve ser
alternadamente movido de um olho para o outro, a
cada 1 a 4s, na mesma frequência. Resposta normal:
À oscilação da luz, deverá haver constrição da pupila
estimulada (resposta direta), bem como a constrição
da pupila contralateral (resposta consensual), com Fase crônica – vasoconstritiva:
subsequente dilatação leve de ambas ao mesmo o Espasmo arteriolar focal ou difuso;
tempo (enquanto a luz troca de olho). Avaliações: o Exsudatos algodonosos – indicam isquemia
Velocidade, grau de contração pupilar e grau de aguda da camada de fibras nervosas;
escape pupilar (redilatação) entre os dois olhos. o Exsudatos duros;
o Hemorragias retinianas superficiais – “chama
FUNDOSCOPIA de vela”;
o Sempre que possível as pupilas devem ser o Edema de retina e descolamento seroso da
dilatadas; retina.
o Examinar o olho direito utilizando o
oftalmoscópio no olho direito (e vice-versa);
o Analisar o disco, a mácula e as artérias.
Disco óptico:
o Oval e plano;
o Amarelado ou rosado;
o Margem nasal ligeiramente turva;
o Apresenta ligeira depressão central menos
rosada – cálice fisiológico.
Para localizar: Acompanhar um vaso sanguíneo da
retina até o disco – eles partem ou convergem para o
disco.
Mácula: Área mais escura do que a retina Fase crônica – arteriosclerótica:
circunvizinha – situada temporalmente e abaixo do o Estreitamento arteriolar – consequente ao
disco. É mais fácil visualizá-la quando o paciente olha espessamento da parede vascular;
diretamente para a luz. o Aumento da tortuosidade arteriolar;
o Aumento do reflexo dorsal arteriolar –
arteríolas em fio-de-cobre (tom avermelhado por
espessamento da parede);
o Arteríolas em fio-de-prata – coloração branca,
devido a ocultação da coluna de sangue, por
agravamento do espessamento da parede;

Retinopatia hipertensiva: Lesões vasculares


secundárias à hipertensão arterial – ocorrem nos
vasos retinianos, por serem mais suscetíveis ao dano
causado pela sobrecarga pressórica (não possuem
inervação autonômica).
Cruzamentos arteriovenosos patológicos: Corioretinite por toxoplasmose:
Sinal de Salus: Deflexão do trajeto venoso pela
arteríola – no cruzamento.
Sinal de Gunn: Aparente interrupção da coluna
venosa pré e pós cruzamento.
Sinal de Bonnet: Represamento da coluna venosa de
um lado do cruzamento.

ORELHA
Dividida em orelha externa, média e interna – suas
principais queixas são:
o Dor;
o Prurido;
o Corrimento (supuração e otorreia);
o Hipoacusia;
Retinopatia diabética: o Zumbido;
o Alterações proliferativa – neovasos o Tontura;
(ramificações da arteríola); o Paralisia facial.
o Neovasos frágeis;
o Sem cruzamento arteriovenoso.
Achados: Hemorragia, aneurisma, aumento anormal
dos vasos sanguíneos, exsudato algodonoso e
exsudato duro.
OBS.: Se a hemorragia for na mácula, o paciente perde
a acuidade visual.

Zumbido: Sensação de som na ausência de estímulo


sonoro externo – pode ser a primeira manifestação
clínica da perda auditiva.
OBS.: Quando associado a vertigem e perda auditiva
→ Doença de Ménière.
Analisar:
Descolamento de retina: Descolamento da retina o Localização;
neurossensorial do epitélio pigmentado – pode o Características e tempo de evolução;
provocar perda de amaurose. o Modo de início;
o Fatores de alívio e piora;
o Grau de incômodo;
o Doenças sistêmicas (HAS, DM2, distúrbios da
tireoide etc.);
o Tratamentos realizados.

Vertigem x tontura: Na vertigem, o paciente faz um


gesto com a mão que caracteriza o movimento
rotatório (tudo roda, as paredes etc.). Em relação à
tontura, descreve como dificuldade indefinida:
“parece que vou desmaiar, escurece as vistas e acho
que vou cair”.

Otalgia: Queixa muito comum – perguntar se há febre,


dor de garganta, tosse ou infecções associadas de vias
aéreas superiores.
Otite externa – inflamação do meto acústico externo
– consequência de uma infecção por agentes
externos. Ocorre prurido, otalgia e, quando aguda,
pode ocorrer secreção.
EF: Hiperemia, edema, secreção, sensibilidade ao
manuseio, hipertrofia da camada cutânea,
descamação excessiva e acúmulo de secreção.

CANAL AUDITIVO E TÍMPANO


OTOSCOPIA
Inserir o espéculo – observar corrimento,
descamação, vermelhidão excessiva, lesões, corpos
estranhos, excesso de cerume etc.

AVALIAÇÃO DA AUDIÇÃO
Otite média – Inflamação e edema da túnica mucosa o Observar a resposta do paciente às perguntas
que reveste a cavidade timpânica, que pode causas – comportamento, necessidade de repetição etc.;
obstrução parcial ou completa da tuba auditiva – o Verificar a resposta do paciente à voz
otalgia associada a membrana timpânica vermelha e sussurrada;
protrusa, com presença de pus. Solicitar que o paciente tape o ouvido não testado –
EF: Hiperemia da membrana timpânica, com posicionar-se lateralmente ao paciente, 30-60cm de
abaulamento e acúmulo de secreção purulenta na distância da orelha.
fenda auditiva. o Sussurrar uma combinação de letras e
números (3, T, 9) com suavidade;
o Solicitar que o paciente repita a combinação;
o Realizar o procedimento na outra orelha.
DICA: Exalar completamente antes de sussurrar.

Hipoacusia (surdez): Avaliar – condução,


neurossensorial e mista.
o Histórico, idade e profissão;
o Histórico familiar;
o Início dos sintomas, uni ou bilateralidade e
queixas (zumbido, tontura, dor ou supuração);
o Doenças sistêmicas (HAS, hipercolesterolemia,
OTOSCOPIA disfunção tireoidiana, IR etc.);
Análise do tímpano: o Uso de medicamentos (ototóxicos);
o Abaulamentos; o Caráter progressivo ou instalação súbita.
o Palidez; Exames: De rotina – otorrinolaringológico e diapasão
o Perfuração; – prova acumétrica (comparar uma orelha com a
o Pontos de hemorragia. outra).
Avaliar: o Vibrar o diapasão – colocar 3 cm à frente do
o Impressão do martelo no tímpano (processo meato e depois em frente ao outro.
curto e cabo); Teste de Weber: Colocar o diapasão, vibrando,
o Impressão da bigorna no tímpano. encostado por seu cabo na linha média do crânio.
o Infecções prévias de VAS – presença de
secreção purulenta, anosmia, odontalgia, dor facial
(seios), pressão auricular, tosse, febre etc.;
Causas: Trauma, processos inflamatórios, tumores,
corpo estranho, drogas etc.

Nariz: Inspecionar quanto a desvios na forma,


Resultado: tamanho e cor. A pele deve ser lisa, sem edema, com
o Percepção igual em ambos → normal; a mesma cor da face.
o Percebe o som, mas não localiza → normal ou Mucosa: Deve ser rosada e úmida.
neurossensorial bilateral;
o Não percebe o som → normal ou NS bilateral; PALPAÇÃO (ponte nasal ao ápice):
o Ouve som em ambos, mas não lateraliza → Observar sensibilidade, presença de massas ou
normal ou condutiva bilateral; desvios. Testar a permeabilidade, ocluindo cada
o Ouve o som em ambos os lados → normal ou narina alternadamente.
condutiva bilateral; Foco de luz nas narinas (inclinação da cabeça):
o Lateraliza para o lado que escuta pior (na Observar presença de corrimentos, dilatação ou
história) → condutiva unilateral. estreitamento, lesões, vermelhidão, sangramentos,
exsudato, edema, desvio ou perfuração do septo.
NARIZ E SEIOS PARANASAIS OBS.: Se disponível, utilizar o espéculo.
o Obstrução nasal;
o Rinorreia/coriza;
o Dor;
o Espirros;
o Coceira;
o Alterações do olfato;
o Epistaxe (sangramento).

CABEÇA – SEIOS DA FACE


o Palpar os seios frontais e maxilares;
o Observar se existe edema ou dor à palpação –
pode indicar infecção, secreção ou obstrução.

Sintomas relacionados:
o Congestão nasal – obstrução;
o Espirros, lacrimejamento e desconforto na BOCA
orofaringe; o Inspecionar e palpar os lábios quanto à
o Prurido ocular, nasal e faríngeo; simetria, cor, textura, hidratação e presença de
o Relação com drogas (rinite fármaco-induzida) lesões;
– uso exagerado de descongestionantes tópicos ou o Atentar para lábios secos, fissuras, edemas,
cocaína; lesões, placas, nódulos e ulcerações;
o Observar a coloração dos lábios – róseos e
simétricos (sempre remover batom). Avaliar se há
palidez, cianose etc.

Impetigo: Infecção bacteriana superficial da pele,


altamente contagiosa, causada por Staphylococcus
aureus – provoca feridas avermelhadas, que podem
conter pus.
Microstomia: Abertura diminuída da cavidade oral em
decorrência de trauma, queimadura etc.

Herpes labial: Infecção pelo vírus herpes simples, que


provoca o aparecimento de bolhas ou feridas.
CAVIDADE ORAL, FARINGE E LARINGE
o Dor;
o Sangramento;
o Edema ou tumorações;
o Dificuldade para deglutir e falar;
o Corrimentos;
o Halitose;
o Distúrbios do paladar.
Queilite angular: Inflamação e pequenas fissuras nos Na anamnese: Esclarecer se os sintomas são agudos
cantos da boca, devido a proliferação de ou crônicos, a área atingida, a presença de sintomas
microrganismos. ou doenças associadas locais ou sistêmicas, histórico
de trauma ou trabalho dentário recente e hábitos
pessoais (higiene oral, bebida alcoólica, fumo,
alimentos etc.).
EF: Com o auxílio do abaixador de língua e boa
iluminação, avaliar:
o Qualidade da higiene dental;
o Alinhamento e ausência de dentes (solicitar
retirada da prótese);
o Presença de cáries;
Afta: Pequenas lesões superficiais que acometem a o Coloração (café, cigarro etc.);
mucosa oral, em decorrência de um processo o Halitose.
inflamatório multifatorial. Mucosa oral: Deve ser vermelho-rosada, úmida e
macia.
Gengiva: Deve ter aspecto róseo e se ajustar
hermeticamente ao redor do dente (observar se há
retrações).
Sintomas:
o Odinofagia e disfagia alta;
o Halitose;
o Odontalgia e dentes sépticos;
o Aftas;
Mucocele: Lesão não infecciosa benigna que se o Glossalgia e glossite;
desenvolve na cavidade oral – cisto mucoso devido o Modificações do paladar.
trauma.
Diastema: Área de espaço extra entre dois ou mais Leucoplasia: Lesão epitelial, definida como uma placa
dentes. branca não raspável – pode ser causada por
tabagismo.

Retrair os lábios superior e inferior. Verificar:


o Cor; Língua geográfica: Glossite migratória benigna –
o Hidratação; lesões no dorso da língua que variam na forma,
o Textura; tamanho e coloração, por causas idiopáticas.
o Presença de lesões.
OBS.: Lesões devem ser palpadas (dor, tamanho e
consistência). Atentar para lesão em placa branca, que
não pode ser removida – pré-maligna ou maligna.
Com luvas:
o Palpar a gengiva (principalmente abaixo da
prótese).
o Atenção para sangramento, edema e dor local.

LÍNGUA
Superfície dorsal: Vermelho-fosca, úmida e brilhante, Língua pilosa: Condição benigna resultante do
levemente enrugada na superfície e lisa nas laterais. acúmulo de ceratina nas papilas filiformes do dorso da
Superfície ventral: Altamente vascularizada e com língua – pode ser causada por tabagismo, higiene
pregas. bucal insatisfatória etc.
Inervação: Nervo hipoglosso (XII NC).

EF: Puxar a língua com uma gaze:


o Avaliar as bordas laterais e palpá-las; Língua saburrosa: Placa esbranquiçada e com textura
o Raspar levemente as margens brancas ou pastosa no dorso da língua – principalmente devido à
vermelhas – resíduo alimentar ou lesão? falta de higienização correta.
o Atentar para presença de nódulos ou
ulcerações.
PALATO Avaliação da inervação do palato mole: Paciente
Paciente deve inclinar a cabeça para trás – avaliar o deve abrir a boca e, em repouso, deve-se observar se
palato mole e o palato duro. o palato e a úvula estão centralizados. Solicitar que o
Observar: paciente fale “A” por alguns segundos e observar –
o Cor; úvula deve continuar centralizada.
o Formato; Sinal da cortina: Se houver lateralização da úvula,
o Textura; indica uma lesão do lado oposto ao desvio da úvula.
o Existência de lesões ou proeminências.

Candidíase oral: Placas ou nódulos brancos, de


consistência variável, causada pela proliferação de
fungos na região oral.

Reflexo faríngeo: Com o auxílio do abaixador de


língua, estimular a parede posterior da faringe e
observar. Se normal: Haverá contração gerando o
FARINGE
reflexo.
Divide-se em: Rinofaringe, orofaringe e hipofaringe.
o Elevação do palato mole, a fim de fechar a
Sintomas referidos na faringe:
nasofaringe;
o Odinofagia (dor);
o Fechamento da glote para proteger a via
o Disfagia (dificuldade para engolir);
aérea;
o Halitose;
o Constrição da faringe para impedir a entrada
o Pigarro, secura ou ardência.
de substâncias.
Hipofaringe e laringe:
Reflexo nauseoso: Aferência (estímulo) – nervo
o Disfagia;
glossofaríngeo. Eferência (resposta motora) – nervo
o Disfonia;
vago.
o Dispneia.
Ausência do reflexo: Pode indicar lesão dos nervos IX
e/ou X.
OROFARINGE
Parede posterior da faringe – rósea, lisa e brilhante.
Utilizar o abaixador de língua e avaliar a faringe, úvula
e amígdalas. Atenção:
o Reflexo faríngeo (vômito);
o Edema;
o Petéquias;
o Lesões;
o Exsudatos;
o Hipertrofia.
Inervação: Nervos glossofaríngeo (NC IX) e vago (X). Faringite: Inflamação da faringe, causada por
infecções, alergias etc.
Sinal de Forchheimer: Máculas eritematosas ou Massas:
petéquias localizadas na transição entre o palato duro Cisto tireoglosso: Linha média, junto ao osso hioide –
e o palato mole – pode ser causada por faringite sobe com a elevação da língua.
estreptocócica, escalatina e rubéola. Cisto branquial: Mais comum – anterior ao músculo
esternocleidomastoideo.
Higroma cístico: Volumoso – base do pescoço.
Cisto dermoide: Submentoniano.
Tumores: Lipomas, leiomiomas, leiomiosarcomas,
linfomas, TU parótida, TU de glândula submandibular,
sarcomas etc.
Linfoadenomegalias: Relacionados a doenças
sistêmicas, inflamatórias ou patologias malignas.
Inflamações: Glândulas parótidas e submandibulares.
Sialoadenites: Aumento do volume da região
Amigdalite bacteriana: Inflamação das amigdalas, submandibular.
que estão localizadas na orofaringe, causadas por
bactérias – normalmente causa febre, dor de garganta
e disfagia. PALPAÇÃO
Acesso anterior ou posterior: Tamanho, formato e
consistência da glândula, presença de nódulos (lisos
ou irregulares, macios ou duros), dor etc.
o Palpar cadeias de linfonodos – anteriores ao
músculo esternocleidomastoideo;
o Palpar as glândulas submandibulares,
parótidas e linfonodos retro e infra-auriculares;
o Palpar a ATM – solicitar que o paciente abra e
feche a boca (avaliar clics, subluxação e
desencadeamento de dor);
o Palpar as cartilagens da laringe;
Caseum: Restos alimentares, componentes da saliva o Palpar a glândula tireoide;
ou células descamadas da mucosa oral, que se o Sentir o pulso das carótidas e subclávias.
acumulam na região amigdaliana.
Palpação anterior:

PESCOÇO
INSPEÇÃO – observar
o Assimetrias; Palpação posterior:
o Massas;
o Bócio;
o Edema;
o Cicatrizes;
o Gânglios visíveis;
o Amplitude do movimento e simetria – solicitar
movimentação ativa da cabeça;
o Atenção para dor e contratura muscular –
posição antálgica.
Linfonodos: Tamanho, sensibilidade, temperatura e
mobilidade (fixo ou móvel) – linfoadenopatias com
crescimento progressivo, indolores, sem
características inflamatórias e fixas aos planos
profundos têm maior possibilidade de malignidade.

Pulsações venosas jugulares: Ondas “a”


proeminentes indicam aumento da resistência à
contração atrial direita (estenose tricúspide,
hipertensão pulmonar e estenose pulmonar). Ondas
“a” ausentes sinalizam fibrilação atrial. Ondas “v”
maiores ocorrem na regurgitação tricúspide –
comunicação interatrial e pericardite constritiva.
Bócio: Aumento da tireoide – difuso ou nódulos.

Artérias carótidas: Visualizar, palpar e auscultas –


avaliar presença de sopros.

Sinal de Kussmaul: Aumento paradoxal da turgência


jugular ou das pulsações venosas durante a
inspiração. Ocorre em situações de limitação do
enchimento ventricular – acúmulo no átrio direito e,
consequentemente, no sistema jugular.
Veias jugulares: Visualizar presença de distensão e/ou Causas: Pericardite constritiva, tamponamento
pulso jugular – ICC, hipertensão pulmonar, pericardite cardíaco, miocardiopatia restritiva, estenose da valva
etc. tricúspide, infarto ventricular direito etc.
DICAS: Os achados de emagrecimento e astenia
(diminuição da força física) podem fazer parte do
quadro de qualquer neoplasia da cabeça e pescoço –
metástases mais comuns: pulmão, mama e TGI.

CEFALEIA
Localização: Holocraniana, bilateral, retro-orbital,
occipital, cervical etc. – avaliar se é sempre no mesmo
lugar ou se muda conforme a crise.
Duração: Idade de início ou há quanto tempo o
paciente apresenta a dor – se é contínua ou episódica,
duração de cada episódio, frequência e modo de início
(súbito ou insidioso).
Características/intensidade da dor: Dor em aperto ou
latejante. Leve: Não atrapalha as atividades.
Moderada: Mais intensa, que atrapalha as atividades,
mas não impede realização. Forte: Impede de
prosseguir as atividades.
Sintomas associados: Identificar sintomas
prodrômicos, duração e se persistem com a dor –
náusea ou vômito, congestão nasal, lacrimejamento,
vermelhidão ocular, diplopia, sintomas visuais,
tontura, perda de força, parestesia, febre, tosse etc.
Verificar se luz, barulho ou cheiros pioram.
Fatores desencadeantes: Identificar sintomas que
desencadeiam – estresse, privação de sono, jejum
prolongado, álcool, cafeína, período menstrual,
medicamentos, alimentos. Verificar fatores
agravantes e de alívio.
Tratamentos realizados: Utilizados ou profiláticos – se
uso de analgésico duas ou mais vezes na semana,
suspeitar de cefaleia por abuso de analgésico.

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