Você está na página 1de 39

EXAME FÍSICO

Atitudes e Fácies
Semiologia médica
Matheus Neto Peixoto
Matheus Vianna Purcino
EXAME FÍSICO
GERAL

É composto
pela
ectoscopia e
o exame
dos diferentes órgaos
e sistemas
O paciente deve ser examinado nas posições de
decúbito, sentada, de pé e caminhando.
SEMIOTÉCNICA
Para o conforto do paciente e melhor sistematização do
DO EXAME exame físico geral, primeiro deve-se examiná-lo

FÍSICO GERAL sentado à beira do leito ou da mesa de exame, a menos


que o paciente seja incapaz de permanecer nessa
posição.

O examinador deve ficar de pé, em frente ao paciente,


deslocando-se para os dois lados, conforme necessário.
Todavia pode-se iniciar o exame com o paciente
deitado, caso essa posição seja mais confortável para
ele.
SEQUÊNCIA DO EXAME FÍSICO
GERAL
Estado geral Medidas antropométricas

Nível de consciência Desenvolvimento físico

Fala e linguagem Estado de nutrição

Fácies Estado de hidratação

Biotipo ou tipo morfológico Pele, mucosa, fâneros

Postura ou atitude na posição de pé Veias superficiais

Atitude e decúbito preferido no leito Enfisema cutâneo


SEQUÊNCIA DO EXAME FÍSICO GERAL

Musculatura

Exame dos linfonodos

Temperatura corporal

Movimentos involuntários

Marcha.
FÁSCIES

de dados exibidos na face do
Conjunto
paciente.

Resultante de elementos anatômicos:


Elementos estáticos + Expressão fisionômica

Expressão do olhar, movimentos


das asas do nariz, posição da
boca.

Um diagnóstico pode nascer da simples


observação do rosto do paciente
FÁCIES NORMAL (ATÍPICA)

comporta muitas variações, facilmente


reconhecidas por todos, mas é preciso
ensinar o olho a ver.

Mesmo quando não há traços anatômicos ou


expressão fisionômica que caracterizem
fácies típicas é importante identificar, no
rosto do paciente, sinais indicativos de
tristeza, ansiedade, medo, indiferença,
apreensão.
■ Indica doença grave, comum em
estados agônicos das afecções que
evoluem de modo lento

Olhos fundos, parados e inexpressivos.

Nariz afilados e lábios adelgaçados.


Pode haver “batimentos das asas do nariz”

Pode haver palidez cutânea e discreta cianose labial,


além de sudorese facial.

FÁCIES HIPOCRÁTICA
■ É observada nas doenças
renais, particularmente na
síndrome nefrótica e na
glomerulonefrite aguda

Edema ao redor dos olhos,


predominantemente

Palidez cutânea pode acompanhar


o quadro

FÁCIES RENAL
■ As alterações que a compõem são
produzidas pelas lesões da hanseníase.

Pele espessa apresentando lepromas de tamanhos


variados e confluentes, em maior número na fronte.

Supercílios caem, o nariz se espessa e se alarga. Os


lábios tornam-se mais grossos e proeminentes.

As bochechas e o mento (queixo) se deformam pelo


aparecimento de nódulos. A barba escasseia ou
desaparece.

FÁCIES LEONINA
■ Típico de indivíduos com hipertrofia
das adenoides, as quais dificultam a
respiração pelo nariz ao obstruírem os
orifícios posteriores das fossas nasais

Nariz pequeno e afilado e a


boca sempre entreaberta.

Protusao dentaria,
estreitamento da maxila e
alongamento do rosto

FÁCIES ADENOIDIANA
■ Observada na síndrome ou na doença
de Parkinson. A fisionomia é impassível
e costuma-se dizer que esses pacientes
se parecem com uma figura de máscara.

Cabeça imóvel, inclinada para frente

Olhar fixo, os supercílios elevados e a fronte


enrugada (expressão de espanto)

Falta de expressividade facial.

FÁCIES PARKINSONIANA
■ Observada em pacientes com
hipertiteoidismo

Olhos salientes (exoftalmia) e brilhantes,


destacando-se sobremaneira no rosto magro.

Fisionomia mantem vivacidade, aparencia de


espanto ou ansiedade.

Bócio evidente (aumento da tireoide)

FÁCIES BASEDOWIANA
O efeito Jod-Basedow se refere ao
hipertireoidismo seguido à administração de
iodo ou iodeto, seja por meio de suplementos
dietéticos ou de contraste iodado, apresentando-
se tipicamente em pacientes com bócio
endêmico (devido à deficiência de iodo) quando
se mudam para áreas geográficas ricas em iodo.

Pessoas com Doença de Graves, bócio


multinodular tóxico ou vários tipos de adenoma
de tireoide também estão sob risco do efeito
Jod-Basedow quando ingerem doses extras de
iodo

EFEITO JOD-BASEDOW
■ Aparece no hipotireoidismo ou
mixedema .

Rosto arredondado, nariz e lábios


grossos, pele seca, espessada e com
acentuação de seus sulcos.

Pálpebras infiltradas e enrugadas,


supercílios escassos e cabelos secos e
sem brilho.

Destaca-se expressão indicativa de


desânimo e apatia.

FÁCIES MIXEDEMATOSA
MIXEDEMA
Infiltração difusa pseudoedematosa,
de consistência dura, dos tegumentos
(em especial, da face e dos membros)
que surge em certas formas de
hipotiroidismo, juntamente com outras
manifestações de insuficiência
tiroideia.
■ Associada a acromegalia,
comumente causada por um adenoma
secretor de GH da hipófise anterior

Saliência das arcadas supraorbitárias

Proeminência das maçãs do rosto e maior


desenvolvimento do maxilar inferior

Aumento do tamanho do nariz, lábios e orelhas.

Nesse conjunto de estruturas hipertrofiadas, os olhos


parecem pequenos

FÁCIES ACROMEGÁLICA
FÁCIES ACROMEGÁLICA
■ Observado nos casos de síndrome
de Cushing por hiperfunção do
córtex suprarrenal. Também ocorrer
em pacientes com uso prolongado de
corticosteroides.

Arredondamento do
rosto, com atenuação
dos traços faciais e
rubor facial

Aparecimento de acne

FÁCIES CUSHINGÓIDE
■ É observada na síndrome de
Down (trissomia do par 21)

Prega cutânea (epicanto) que


torna os olhos oblíquos

Rosto redondo, boca quase


sempre entreaberta

FÁCIES MONGOLÓIDE
■ É observada nos transtornos
depressivos

Cabisbaixo, os olhos com pouco brilho e fixos em


um ponto distante. Muitas vezes o olhar
permanece voltado para o chão.

O sulco nasolabial se acentua e o canto da boca


se rebaixa.

O conjunto fisionômico denota indiferença,


tristeza e sofrimento emocional.

FÁCIES DEPRESSIVA
Ator e comediante, Robin
Williams suicidou-se em
2014 aos 63 após
conviver por anos com a
depressão e adicção em
cocaína.

DEPRESSÃO TEM FACE?


■ Associado a paralisia
pseudobulbar

Tem como característica súbitas crises de choro


ou riso, involuntárias, mas conscientes, que levam
o paciente a tentar contê-las, dando um aspecto
espasmódico à fácies.

FÁCIES PSEUDOBULBAR
Fácies da paralisia facial
periférica: chama a atenção a
assimetria da face, com
impossibilidade de fechar as
pálpebras, além de
repuxamento da boca para o
lado são e apagamento do
sulco nasolabial

PARALISIA FACIAL PERIFÉRICA


A síndrome de Ramsay
Hunt é causada pelo
mesmo vírus da catapora
(varicela-zóster) e pode
provocar complicações
graves, como a paralisia
facial.

SÍNDROME RAMSAY HUNT


■ Ocorre na miastenia grave e em
outras miopatias que comprometem os
músculos da pálpebra superior

Fácies miastênica ou fácies de


Hutchinson: caracterizada por ptose
palpebral bilateral que obriga o
paciente a franzir a testa e levantar a
cabeça.

FÁCIES MIASTÊNICA
Traços faciais apagados e grosseiros; a boca
constantemente entreaberta, às vezes com salivação.

Hipertelorismo (afastamento dos olhos) e estrabismo,


quando presentes, acentuam essas características
morfológicas.

Expressão fisionômica. O olhar é desprovido de objetivo,


constante alheamento ao meio ambiente.

É comum que tais pacientes tenham sempre nos lábios um


meio sorriso sem motivação e que se acentua em resposta
a qualquer solicitação.

FÁCIES DEF. MENTAL


Também denominada fácies de múmia, dada a
imobilidade facial.

A pele torna-se apergaminhada, endurecida e


aderente aos planos profundos, com repuxamento
dos lábios, afinamento do nariz e imobilização das
pálpebras.

A fisionomia é inexpressiva, parada e imutável.

FÁCIES ESCLERODÉRMICA
A esclerodermia (skleros:duro e
derma:pele) é uma doença que se
caracteriza por fibrose (endurecimento)
da pele e dos órgãos internos,
comprometimento dos pequenos vasos
sanguíneos e formação de anticorpos
contra estruturas do próprio organismo
(auto-anticorpos)

ESCLERODERMIA
ATITUDES
Define-se como
a posição
adotada pelo paciente no leito

comodidade,
ou fora dele, por
hábito ou com o objetivo de
conseguir alívio para algum
padecimento.

VOLUNTÁRIAS X
INVOLUNTÁRIAS
ATITUDES VOLUNTÁRIAS

GENUPEITORAL ORTOPNEICA

Facilita o enchimento do coração Alivia a falta de ar em


em derrame pericárdico casos de asma brônquica,
ascite volumosa e
insuficiência cardíaca
POSIÇÃO
POSIÇÃO DE CÓCORAS
PARKSONIANA

Alivia a hipóxia generalizada, Paciente com doença de


sendo observadas em parkinson apresenta
pacientes com cardiopatia semiflexão de cabeça,
congênita cianótica troncos e membros inferiores
ATITUDES INVOLUNTÁRIAS

POSIÇÃO PASSIVA ORTÓTONO POSIÇÃO EM GATILHO

Encontrada na irritação meníngea, é


O paciente fica na posição Atitude em que todo o mais comum em crianças e
em que é colocado no leito. tronco e os membros estão caracteriza-se pela hiperextensão
rígidos, sem se curvarem para da cabeça, flexão das pernas
É observada nos pacientes sobre as coxas e encurvamento do
diante, para trás ou para um
inconscientes ou comatosos. tronco com concavidade para
dos lados.
diante.
ATITUDES INVOLUNTÁRIAS

PLEUROSTÓTONO

Raro; observado no tétano, na


OPISTÓTONO meningite e na raiva. O corpo
EMPROSTÓTONO se curva lateralmente.
Contratura da musculatura
lombar. O corpo passa a se
Observado no tétano, na
apoiar na cabeça e nos
meningite e na raiva, sendo o
calcanhares, emborcando-se
contrário do opistótono.
como um arco.
MARCHA

Para ser analisada solicita-se ao paciente


que caminhe certa distância (acima de 5 m),
descalço, de preferência com calção, com
olhos abertos e fechados, indo e voltando
sob a observação do examinador.

A marcha normal pode sofrer variações em


relação a particularidades individuais, ou
em razão de distúrbios do aparelho
locomotor.
TIPO DE MARCHA ANORMAL

MARCHA DE PEQUENOS PASSOS


Senilidade, doença de Alzheimer.

MARCHA CEIFANTE OU HEMIPLÉGICA


Acidente vascular encefálico (AVE).

MARCHA ATÁXICA
Atáxica sensorial, labirintica ou cerebelar
Esclerose múltipla, ataxia de Friedreich, polineuropatia
periférica (diabética e alcoólica), lesões cerebelares.
TIPO DE MARCHA ANORMAL
MARCHA PROPULSIVA
DOENÇA DE PARKINSON, ESCLEROSE MÚLTIPLA.

MARCHA TABÉTICA OU TALONANTE


NEUROSSÍFILIS (TABES DORSALIS), POLINEUROPATIA PERIFÉRICA.

DECORREM DE LESÃO DO CORDÃO POSTERIOR DA MEDULA OU


DA INERVAÇÃO PERIFÉRICA.

MARCHA ESPASTICA OU EM TESOURA


ESCLEROSE MÚLTIPLA, ENCEFALOPATIA CRÔNICA DA INFÂNCIA.
TIPO DE MARCHA ANORMAL
MARCHA ANSERINA (MARCHA DE PATO)
DISTROFIA MUSCULAR

MARCHA CLAUDICANTE
AFECÇÕES
ARTICULARES, MUSCULARES OU ÓSSEAS
QUE SE ACOMPANHAM DE DOR.
REFERÊNCIAS
PORTO, CELMO C. SEMIOLOGIA MÉDICA, 8ª EDIÇÃO. DISPONÍVEL EM: MINHA BIBLIOTECA,
GRUPO GEN, 2019

A AMIODARONA E A TIREÓIDE, RENATA PAVAN; ALEXANDRE M.X. DE JESUS; LÉA M.Z.


MACIEL - DIVISÃO DE ENDOCRINOLOGIA, DEPARTAMENTO DE CLÍNICA MÉDICA, FACULDADE
DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (FMRP-USP), RIBEIRÃO
PRETO, SP, 2003

Você também pode gostar