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J. Phys. Ther. Sci.

Artigo original 27: 145-147, 2015

Efeito do exercício de dança de realidade virtual no equilíbrio,

nas atividades da vida diária e no estado de transtorno
depressivo de pacientes com doença de Parkinson

Nsou-YoNg euee, MSc1), DoNg-KYu euee, MSc2) *, HYuN-SeuNg SoNg, MSc1)

1) Departamento de Fisioterapia, Escola de Graduação em Fisioterapia, Daejeon University,

República da Coréia
2) Departamento de Fisioterapia, Hospital Yeol-Lin: 570-15 Songchung-dong, Gwangsan-gu,
Gwangju 504-704, República da Coreia

Resumo. [Objetivo] Neste estudo, examinamos os efeitos do exercício de dança de realidade virtual no equilíbrio, nas atividades da vida
diária e no estado de transtorno depressivo de pacientes com doença de Parkinson. [Sujeitos] Vinte pacientes foram designados ao grupo
experimental (n = 10) ou ao grupo controle (n = 10). Todos os participantes receberam 30 minutos de tratamento de
neurodesenvolvimento e 15 minutos de estimulação elétrica funcional 5 vezes por semana durante 6 semanas. O grupo experimental
realizou adicionalmente 30 minutos de exercício de dança. Equilíbrio, atividades da vida diária e estado de transtorno depressivo foram
avaliados antes e depois do período de tratamento de 6 semanas usando a escala de equilíbrio de Berg, o Índice de Barthel modificado e
o Inventário de Depressão de Beck. O teste t pareado foi usado para detectar diferenças antes e depois do tratamento, e o teste t
independente foi usado para detectar diferenças entre os grupos de tratamento. [Resultados] Os valores de equilíbrio, atividades da vida
diária e estado de transtorno depressivo diferiram significativamente entre antes e depois do tratamento no grupo experimental, e
diferiram significativamente entre o grupo experimental e o grupo controle. [Conclusão] O exercício de dança de realidade virtual tem um
efeito positivo no equilíbrio, nas atividades da vida diária e no estado de transtorno depressivo de pacientes com doença de Parkinson.

Palavras-chave: Realidade virtual, doença de Parkinson, Equilíbrio

(Este artigo foi enviado em 20 de junho de 2014 e foi aceito em 24 de julho de 2014)

INTRODUÇÃO nervos envelhecidos e melhora o equilíbrio, o estado físico e a

A doença de Parkinson (DP) é causada pela deficiência de
dopamina, que afeta negativamente a função dos gânglios basais
cerebrais1). A neurodegeneração crônica progressiva do cérebro
associada à DP prejudica o equilíbrio e a capacidade motora. Esses
efeitos crônicos e negativos na função motora são acompanhados
por defeitos de memória e uma diminuição da capacidade de
compreender1, 2). Além disso, a estabilidade emocional se deteriora, o
que resulta em dificuldade para as atividades de vida diária (AVD) e
um sentimento crescente de desespero e depressão; o que causa um
declínio na qualidade de vida de um paciente2, 3). O tratamento da DP
com medicamentos prescritos por médicos repõe o nível deficiente
de dopamina prevenindo ou retardando a destruição das células
nervosas, retardando assim o progresso da doença4). No entanto, em
casos que recebem tratamento de longo prazo, pode ocorrer
aceleração da doença, distúrbio motor, comprometimento cognitivo
ou mau funcionamento do nervo autonômico5).
O exercício protege e promove a regeneração da barragem
* Autor correspondente. Dong-Kyu Lee (e-mail: ldkpt @
hanmail.net)
© 2015 The Society of Physical Therapy Science. Publicado por IPEC
Inc. Este é um artigo de acesso aberto distribuído sob os termos da
Licença Creative Commons Atribuição Não Comercial Sem Derivados
(by-ncnd) <http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0 />.
independência, facilitando assim as AVD. Com uma intensidade de
exercício apropriada, os níveis de dopamina podem ser aumentados
e os distúrbios motores podem ser melhorados6, 7). Portanto, o
tratamento deve integrar medicamentos prescritos e terapia por
exercícios.
Os exercícios em realidade virtual fornecem feedback visual,
auditivo e tátil, e a intensidade do exercício pode ser modificada
ajustando a dificuldade de interação e intensidade8, 9). Não há
limitações em termos de tempo ou local, permitindo assim o
exercício ativo contínuo8). Foi relatado que o exercício de dança
de realidade virtual tem um efeito positivo na paralisia cerebral,
na demência e na recuperação da função física de pacientes com
derrame.9-12). No entanto, não há estudos suficientes sobre os
efeitos do exercício de dança de realidade virtual em pacientes
com DP.
Neste estudo, nosso objetivo foi examinar o efeito do exercício de
dança de realidade virtual no equilíbrio, nas AVD e no estado de transtorno
depressivo de pacientes com DP.
ASSUNTOS E MÉTODOS
Vinte participantes com DP foram aleatoriamente designados para o
grupo experimental (5 homens, 5 mulheres) ou o grupo de controle (5
homens, 5 mulheres). Os pacientes foram capazes de compreender os
requisitos do estudo e de se comunicarem suficientemente, e podiam
deambular de forma independente. Todos os participantes
146 J. Phys. Ther. Sci. Vol. 27, No. 1, 2015
foram informados sobre os objetivos e método do estudo e
concordaram em participar. O protocolo do estudo foi aprovado
pelo Comitê de Revisão Institucional da Universidade de Nambu
e foi conduzido de acordo com os princípios éticos da Declaração
de Helsinque. As características gerais dos participantes estão
listadas na Tabela 1. A idade (média ± DP) do grupo experimental
foi de 68,4 ± 2,9 anos, a altura foi de 165,1 ± 9,1 cm e o peso foi
de 63,8 ± 10,2 kg. A idade do grupo controle foi de 70,1 ± 3,3
anos, a altura foi de 165,2 ± 8,4 cm e o peso foi de 63,7 ± 10,1 kg.
Todos os participantes receberam 30 minutos de tratamento
de neurodesenvolvimento (NDT) e 15 minutos de estimulação
elétrica funcional (FES) 5 vezes por semana durante 6 semanas.
O grupo experimental participou de mais 30 minutos de
exercício de dança. O exercício de dança de realidade virtual
usou o jogo K-Pop Dance Festival (Nintendo Inc., Japão) para o
console de videogame Wii (Nintendo Inc., Japão). As músicas
apreciadas pelos pacientes foram selecionadas das várias
categorias de música K-Pop incluídas no software. Uma alça foi
usada para prender o controle remoto nas mãos, e os pacientes
tentaram imitar os personagens do monitor de TV. Quando os
sujeitos imitaram corretamente o movimento, eles sentiram
vibrações do controle remoto e ouviram a palavra “perfeito”
transmitida pelo alto-falante da TV.
O equilíbrio foi avaliado por meio da escala de equilíbrio de
Berg (BBS). O BBS consiste em 14 itens e pode ser dividido em
equilíbrio para sentar, ficar em pé e mudanças de posição. A
pontuação dada varia de 0 a 4 pontos, com uma pontuação mais
alta possível de 56 pontos, e pontuações mais altas indicam
melhor equilíbrio. AVD foi avaliada usando o índice de Barthel
modificado (MBI). O MBI é composto por 10 itens: 5 pontos para
higiene pessoal, 5 pontos para tomar banho, 10 pontos para
comer, 10 pontos para usar o banheiro, 10 pontos para subir
escadas, 10 pontos para vestir roupas, 10 pontos para defecar,
10 pontos para urinar, 15 pontos para caminhar e
Tabela 1. Características gerais de cada grupo
EG (n = 10) CG (n = 10)
Gênero Masculino Feminino) 5/5 5/5
Anos de idade) 68,4 ± 2,9uma 70,1 ± 3,3
Altura (cm) 165,1 ± 9,1 165,2 ± 8,4
Peso (kg) 63,8 ± 10,2 63,7 ± 10,1
umaMédia ± DP, EG: Grupo Experimental, CG: Grupo Controle
Mesa 2. Comparação dos valores de BBS, MBI e BDI entre o experimental e o de controle
grupos
Grupo Pré
BBS POR EXEMPLO 46,0 ± 1,3uma
CG 45,0 ± 1,3
MBI POR EXEMPLO 87,9 ± 1,4
CG 87,4 ± 1,7
BDI POR EXEMPLO 20,4 ± 0,9
CG 21,2 ± 1,3
umaMédia ± DP, * p <0,05, EG: Grupo Experimental, CG: Grupo Controle, Valor D: Valor Diferença, BBS:
Escala de Equilíbrio de Berg, MBI: Índice de Barthel Modificado, BDI: Inventário de Depressão de Beck
15 pontos pelo uso da cama, com maior pontuação possível de 100
pontos. Uma pontuação de 0 a 24 pontos indica dependência
completa; 25–48, dependência máxima; 50-74, dependência parcial;
75–90, dependência leve; 91–99, dependência mínima; e 100,
independência completa. A presença e a gravidade do transtorno
depressivo foram avaliadas por meio do inventário de depressão de
Beck (BDI). O BDI é composto por 21 itens que abrangem sintomas
emocionais e fisiológicos. A pontuação varia de 0 a 3 pontos, com o
maior total possível de 63 pontos. Uma pontuação de 0 a 9 pontos
indica que não há depressão; 10-15, depressão leve; 16–23,
depressão intensa; e 24-63, depressão severa. Os escores de
equilíbrio, pontuação de AVD e estado de transtorno depressivo
foram registrados antes e após as 6 semanas de tratamento.
Os dados foram analisados usando SPPS 12.0 para Windows.
Estatísticas descritivas foram utilizadas para descrever as
características gerais dos participantes. O teste t pareado foi usado
para comparar as variáveis pré e pós-tratamento, e o teste t
independente foi usado para comparar os grupos de tratamento. O
nível de significância para todos os testes foi α = 0,05.
RESULTADOS
As mudanças no equilíbrio são mostradas na Tabela 2. Após 6
semanas de tratamento, o equilíbrio melhorou significativamente no
grupo experimental (46,0 ± 1,3 para 48,1 ± 3,0; p <0,05), enquanto o
grupo controle não apresentou melhora significativa (45,0 ± 1,3 para
45,4 ± 1,5; p> 0,05). Em comparação com o grupo controle, o
equilíbrio do grupo experimental foi significativamente aumentado (p
<0,05). As alterações nas AVD são mostradas na Tabela 2. Após o
tratamento, as AVD melhoraram significativamente no grupo
experimental (87,9 ± 1,4 a 91,1 ± 3,0; p <0,05), enquanto as AVD do
grupo controle não apresentaram melhora significativa (87,4 ± 1,7 a
88,2 ± 1,8; p> 0,05). Em comparação com o grupo controle, as AVD do
grupo experimental foram significativamente aumentadas (p <0,05).
As mudanças no estado de transtorno depressivo são mostradas na
Tabela 2. Após o tratamento, o estado de transtorno depressivo
melhorou significativamente no grupo experimental (20,4 ± 0,9 a 18,2
± 2,0; p <0,05), enquanto o estado de transtorno depressivo do grupo
controle não apresentou melhora significativa (21,2 ± 1,3 a 20,6 ± 1,5;
p> 0,05) . Em comparação com o grupo controle, o estado de
transtorno depressivo do grupo experimental melhorou
significativamente (p <0,05).
Publicar Valor D
48,1 ± 3,0 * 2,1 ± 2,3 *
45,4 ± 1,5 0,4 ± 0,8
91,1 ± 3,0 * 3,2 ± 3,0 *
88,2 ± 1,8 0,8 ± 1,6
18,2 ± 2,0 * - 2,2 ± 1,9 *
20,6 ± 1,5 - 0,6 ± 0,8

DISCUSSÃO
Este estudo teve como objetivo examinar o efeito do exercício de
dança de realidade virtual no equilíbrio, nas AVD e no estado de
transtorno depressivo de pacientes com DP. As comparações dentro
do grupo demonstraram que o equilíbrio melhorou
significativamente no grupo experimental. A comparação do grupo
mostrou que o equilíbrio do grupo experimental melhorou
significativamente em relação ao grupo controle. Nossos resultados
corroboram os de Esculier et al.13), Yen et al.14) e Suarez et al.15) que
mostraram que os exercícios de dança de realidade virtual aumentam
a capacidade de equilíbrio dos pacientes com DP. O exercício de
realidade virtual fornece feedback visual e auditivo enquanto observa
o movimento do personagem do jogo, melhorando assim o equilíbrio
por meio da integração do feedback do vestíbulo da escala e dos
proprioceptores. Portanto, este método pode melhorar o equilíbrio
dos pacientes com DP8, 9, 13).
O exercício de realidade virtual fornece aprendizagem ativa e
motivação para os pacientes por meio de um ambiente experiencial
16). Yavuzer et al.17) mostraram que o exercício de dança de realidade
virtual aumenta significativamente a independência funcional, e
Zhang et al.18) mostrou que resultou em um aumento significativo de
ADL. O presente estudo também descobriu que houve um aumento
significativo nas AVDs de pacientes com DP após a realização de
exercícios de dança de realidade virtual. O exercício de dança ajuda a
manter e aumentar a amplitude e a abordagem do movimento do
paciente; também ajuda a mudar a direção do movimento, ao
executar dois movimentos simultâneos, mas separados, em conjunto
com a música. Além disso, ele fornece vários padrões de movimento
imprevisíveis, ajudando assim os pacientes com DP que têm ADL
prejudicada19-21).
Um transtorno depressivo pode ser causado pela própria doença
ou pode ser um efeito colateral do próprio medicamento de
tratamento. O transtorno depressivo retarda a recuperação da
função física e torna mais difícil realizar as AVD. Lee et al.22) e Kim e
Lee23) demonstraram que o exercício de realidade virtual reduz a
presença e a gravidade dos transtornos depressivos. O presente
estudo corrobora esses achados anteriores, pois mostrou um efeito
benéfico do exercício de realidade virtual no estado de transtorno
depressivo de pacientes com DP. O exercício de dança K-Pop de
realidade virtual foi realizado pelos sujeitos deste estudo. A dança K-
Pop utiliza letras e melodias repetitivas e consiste em ritmos e batidas
simples e rápidas. Como esses recursos podem ser usados como um
tratamento direcionado e como os exercícios de realidade virtual
podem provocar a participação voluntária, o exercício de dança de
realidade virtual K-Pop pode ajudar a melhorar o estado de
transtorno depressivo de pacientes com DP23, 24).
Uma limitação deste estudo foi que ele foi realizado com apenas
20 pacientes com DP, dificultando a generalização do resultado para
todos os pacientes com a doença. Mais pesquisas com uma coorte
maior são necessárias. Outra limitação deste estudo é a falta de
história específica sobre os tratamentos que os pacientes receberam
antes de sua participação. Há necessidade de pesquisas adicionais
sobre o efeito de vários programas de exercícios além dos exercícios
de dança de realidade virtual.
147
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