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O autor descreve neste artigo sua trajetória como psicólogo, seus estudos e o
desenvolvimento do conhecimento e da aplicação da terapia cognitivo-
comportamental no tratamento do transtorno de pânico e da agorafobia. Vários
pesquisadores contribuíram para elaboração deste artigo, que também descreve a
integração do tratamento farmacológico e várias intervenções cognitivas e
comportamentais no processo terapêutico. São mencionadas as técnicas utilizadas
no tratamento e são elas: reestruturação cognitiva, habituação interoceptiva,
técnicas respiratórias, técnicas de exposição situacional e reestruturação existencial.
Originalmente o tratamento foi desenvolvido para ser individualizado, entretanto
após um período foi também utilizado para atendimentos em grupo. Sua concepção
visava proporcionar aos terapeutas que trabalhassem em locais onde não existisse
uma terapia cognitivo-comportamental qualificada, um modelo de tratamento passo
a passo. Com resultados muito satisfatórios, excetuando-se algumas intervenções,
como o treinamento em assertividade e o relaxamento muscular, os ajustes
necessários para atender esses achados foram analisados e realizados.
Esse protocolo é constituído de oito sessões, sendo: duas de avaliação inicial, onde
são aplicadas as entrevistas estruturadas para os transtornos da ansiedade, além de
uma variedade de testes e questionários que são preenchidos em casa pelos
pacientes. A primeira sessão tem como objetivo estabelecer uma empatia, oferecer
informações básicas sobre o problema, o tratamento, coletar informações e
estabelecer as metas. Na segunda sessão é feito o treinamento das habilidades de
manejo diante das crises que podem acontecer com metas e tarefas que são:
introduzir a estratégia A.C.A.L.M. E-S. E, fazer hiperventilação no passo quatro,
introduzir o treino respiratório, introduzir a estratégia de Situações, Pensamentos
automáticos, Emoções e Comportamentos (SPAEC), verificar se o paciente
compreendeu com clareza a instrução das sequências, treinar o preenchimento do
registro diário dos pensamentos disfuncionais e a folha SPAEC. O paciente é
orientado a aceitar as sensações, pois são apenas sinais de ansiedade ou ativação
simpática, reação primitiva de luta ou fuga necessária para sobrevivência em
situações de perigo e que as sensações parecem antecipações de “perigos”, mas na
verdade, são consequência dos pensamentos que o indivíduo tem a partir de suas
sensações. A terceira sessão tem como objetivo provocar uma conscientização
corporal e fortalecer o trino da reestruturação cognitiva, observando o registro diário
e exercícios de exposição interoceptiva para produzir uma habituação às sensações,
são feitos exercícios de relaxamento. Na sessão quatro os objetivos são fortalecer a
auto-eficácia e solicitar o preenchimento do curtograma (atividades que o cliente
gosta ou curte realizar). O objetivo da quinta sessão é favorecer uma modificação na
forma como cada cliente maneja sua existência, com discussão da crença irracional,
o hedonismo responsável e assertividade. A sessão seis tem como meta básica a
manutenção e o fortalecimento do que foi apreendido, revendo e analisando as
tarefas dadas anteriormente, exercícios de relaxamento e despedidas. Na sessão
sete é trabalhado o manejo individual, as tarefas são revistas e há um incentivo ao
planejamento de um futuro feliz e realizador. E, finalmente a sessão oito é de
encerramento e fortalecimento das estratégias de manutenção e prevenção de
recaídas.