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Pesquisa de cromossomos 8: 603^613, 2000. 603


# 2000 Kluwer Academic Publishers. Impresso na Holanda

Uma abordagem da biodiversidade no neotropical Erythrinidae ¢sh,


Hoplias malabaricus. Levantamento cariotípico, distribuição geográfica de
citótipos e considerações citotaxonômicas

Luiz A. C. Bertollo1, Guassenir Gonc° alves Born2, Jorge A. Dergam3, Alberto Sergio Fenocchio4 & Orlando
Moreira-Filho1
1
Departamento de Gene¨tica e Evoluc° a¬ o, Universidade Federal de Sa¬ o Carlos, C.P. 676, 13565-905, Sa¬
o Carlos, SP, Brazil; Tel: (016) 260.8309; Fax: 55 16 261.2081; E-mail: bertollo@power.ufscar.br; Departamento de
2
Cieªncias Morfobiolo¨gicas, Universidade do Rio Grande, Rio Grande, RS, Brazil; Departamento de Biologia Animal,
3 4
Universidade Federal de Vic° osa, Vic° osa, MG, Brazil; Departamento de Gene¨tica, Universidad Nacional
Misiones,
de
Posadas, Argentina

Recebido em 20 de maio de 2000; recebido em forma revisada e aceito para publicação por M. Schmid em 10 de julho de 2000

Palavras-chave: citotaxonomia, distribuição geográfica, Hoplias malabaricus ¢sh, diversidade cariotípica,


citótipos simpátricos

Abstrato

Hoplias malabaricus, peixe de água doce neotropical amplamente distribuído, apresenta uma conspícua diversificação
cariotípica. Uma visão geral dessa diversidade é apresentada aqui abrangendo várias populações brasileiras, e
algumas outras da Argentina, Uruguai e Suriname. Sete citótipos gerais são claramente identificados com base em
seu número diplóide (2n 39 a 2n 42), morfologia cromossômica e sistemas de cromossomos sexuais, que podem ser
agrupados em dois grupos cariotípicos principais. Este agrupamento sugere que a estrutura do cariótipo seria mais
informativa do que o número diplóide sobre as relações de citótipos neste grupo ¢sh. Enquanto alguns citótipos
apresentam ampla distribuição geográfica, outros parecem ser endêmicos de bacias hidrográficas específicas.
Citótipos simpátricos podem ocorrer sem detecção de formas híbridas; essa situação aponta para a falta de fluxo
gênico, fato que também é reforçado por estudos com marcadores genômicos.
Os dados cariotípicos suportam a visão de que o táxon nominal H. malabaricus corresponde a um complexo de
espécies compreendendo unidades evolutivas distintas, cada uma com diferenças cromossômicas bem estabelecidas.

Introdução tem apontado para a diversidade cariotípica de H.


malabaricus, mostrando diferenças interpopulacionais
A família Erythrinidae compreende alguns peixes no número diplóide e morfologia cromossômica, bem
neotropicais com ampla distribuição na América do Sul como nos sistemas de cromossomos sexuais (Bertollo
(Britski et al. 1986). Dentro deste táxon, Hoplias et al. 1979, 1983, Ferreira et al. 1989, Dergam &
malabaricus é a espécie mais difundida. Embora Bertollo 1990 , Scavone e outros 1994, Lopes &
geralmente considerado como uma única espécie Fenocchio 1994, Bertollo e outros 1997a, 1997b, Lopes
biológica, a taxonomia deste grupo é pouco e outros 1998, Bertollo & Mestriner 1998, Born &
compreendida (Oyakawa 1990). Evi crescente Bertollo 2000).
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604 LAC Bertollo et al.

Espécimes com um cariótipo híbrido putativo não foram submetacêntricos, subtelocêntricos e acrocêntricos de
encontrados quando formas cromossômicas distintas acordo com sua morfologia e proporção de braços (Levan
(citotipos) são simpátricas. É o caso do rio Aguapey et al. 1964).
(nordeste da Argentina) onde se encontram exemplares
com cromossomos 2n 40 e 2n 42 juntos, sem a forma
intermediária 2n 41 (Lopes et al. 1998). Situações Resultados e discussão
semelhantes também são observadas em algumas
localidades brasileiras (Scavone et al. 1994, Bertollo et al. Com base em sua macroestrutura, podemos determinar
1997a). sete configurações cariotípicas básicas referidas daqui em
Neste artigo, fornecemos uma visão geral da diversidade diante como citótipos (Figuras 2 e 3). Cada um desses
cariológica em Hoplias malabaricus, com a descrição de um citótipos apresenta combinações únicas de números e/ou
novo citótipo da bacia amazônica e a análise comparativa morfologias cromossômicas; alguns de seus aspectos mais
dos vários citótipos conhecidos, suas distribuições notáveis estão resumidos aqui. A distribuição dos citótipos
geográficas e regiões simpátricas, compilados a partir de é baseada nos dados disponíveis até o momento.
nossos estudos com este ¢sh nas últimas duas décadas. Os
dados cariotípicos disponíveis para Hoplias malabaricus
levaram à hipótese de que este peixe representa um
complexo de espécies (Bertollo et al. 1986, Dergam & Citótipo A
Bertollo 1990, Bertollo et al. 1997a, Lopes et al. 1998); isso
é reforçado pelo presente estudo. O citotipo A apresenta 2n 42 cromossomos meta e
submetacêntricos em ambos os sexos (Figuras 2A e 3A),
sem um sistema de cromossomo sexual aparente. Este
citótipo apresenta ampla distribuição, do norte ao sul do
Brasil, Uruguai (Dergan, inédito) e norte da Argentina (Figura
materiais e métodos 1).

Estão disponíveis dados de trinta e seis localidades distintas,


trinta e duas no Brasil, duas na Argentina, uma no Uruguai Citotipo B
e uma no Suriname (Tabela 1, Figura 1). Os tamanhos das
amostras também são fornecidos na Tabela 1. O citotipo B também apresenta 2n 42 cromossomos tanto
As análises cariológicas foram realizadas a partir de em machos quanto em fêmeas, sendo a estrutura cariotípica
células renais cefálicas, com um dos seguintes protocolos: geral semelhante ao citótipo A. No entanto, este citótipo
células de cultura de curto prazo (Fenocchio et al. 1991), pode ser diferenciado por um sistema exclusivo de
tratamento salino de Hank (Foresti et al. 1993) ou o método cromossomos sexuais XX/XY: as fêmeas apresentam dois
convencional de secagem ao ar (Bertollo et al. . 1978). cromossomos X subtelocêntricos (par 6 ); no cariótipo
Neste último caso, as amostras foram previamente tratadas masculino, apenas um deste cromossomo é identificado,
com solução de colchicina a 0,05% (1 ml/100 g de peso juntamente com o cromossomo Y, provavelmente o menor
corporal), 50^60 minutos antes do sacrifício. Alguns submetacêntrico do complemento (Figuras 2B e 3B). O
espécimes também foram primeiramente estimulados com cromossomo X também carrega cistrons ribossômicos e
uma solução de levedura como mitogênico (Lee & Elder pode ser polimórfico em tamanho (Born & Bertollo 2000).
1980). As preparações meióticas foram obtidas basicamente Este citótipo tem distribuição geográfica restrita a um
pelo método de Kligerman & Bloom (1977), conforme sistema lacustre no Vale do Rio Doce, Estado de Minas
descrição em Bertollo & Mestriner (1998). Gerais ^ Brasil (Figura 1).

O número diplóide foi determinado para cada espécime


estudado. Os pares homólogos foram dispostos em ordem Citotipo C
decrescente de tamanho no cariótipo, e idiogramas parciais
foram desenhados para retratar alguns aspectos relevantes O citotipo C é caracterizado por 2n 40 cromossomos meta
dos cariótipos. e submetacêntricos, tanto em homens quanto em mulheres,
Os cromossomos foram classificados como metacêntricos, sem um cromossomo sexual aparente
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Diversidade cromossômica em Hoplias ¢sh 605

Tabela 1. Locais de coleta de Hoplias malabaricus, com os respectivos citótipos e tamanhos amostrais.

Localidade Citótipo n Referências

1. Manaus (AM) ^ igarape¨ Mindu¨ 2. A 22


Pocone¨ (MT) ^ lagoons: rio Bento Gomes 3. A2
Araguaiana (MT) ^ co¨rrego Dois de Agosto 4. Treªs A 2, 11 1

Marias (MG) ^ rio Sa¬o Francisco 5. Reserva Ecolo¨gica A2 2

do Jata|¨ (SP) ^ lagoons: rio Mogi-Guac° u 6. S. J. do Marinheiro (SP) ^ A9 3

Aègua Vermelha reservoir: rio Grande 7. Conceic° a¬o das Alagoas (MG) ^ UMA 32 2, 14
Volta Grande reservoir: rio Grande 8. Juquia¨ (SP) ^ rio Juquia¨ 9. Itatinga (SP) ^ UMA 6 10
Jurumirim reservoir: rio Paranapanema 10. Poc° o Preto (SC) ^ rio Iguac° u 11. UMA 9 12
Gua|¨ba (RS) ^ rio Gua|¨ba 12. Corrientes ^ Argentina ^ r|¨o Aguapey 13. UMA 7 2
Tacuarembo¨ ^ Uruguai ^ r|¨o Negro UMA 1 2
UMA 12 2
UMA 21 3, 4
UMA 6 15

14. Parque Florestal do Rio Doce (MG) ^ lagoons: rio Doce B 11 12, 16

15. Manaus (AM) ^ rio Negro; igarape¨ Mindu 16. C 1, 2 15


Tucuru|¨ (PA) ^ rio Tocantins 17. Porto Velho (RO) ^ C1 7

rio Madeira 18. Aripuana¬ (MT) ^ rio Aripuana¬ 19. C 1, 2 6

Cuiaba¨ (MT) ^ lagoons: rio Cuiaba¨ 20. Aragarc° as C 11


(GO) ^ lagoons: rio Araguaia 21. Goia¨s Velho (GO) C 14 1, 2
C72
C21

22. Corumba¨ (MS) ^ rio Paraguai 23. C 8 1, 2


Miranda (MS) ^ lagoons: rio Miranda 24. Misiones C 10 1, 2
^ Argentina ^ r|¨o Parana¨ 25. Corrientes ^ C 18 3

Argentina ^ r|¨o Aguapey, r|¨o Riachuelo C 4 4, 5

26. Itirapina (SP) ^ Lobo reservoir: ribeira¬o do Lobo 27. Sa¬o D 40 2, 6


Carlos (SP) ^ UFSCar reservoir: ribeira¬o Monjolinho 28. Pirassununga D 42 2, 7, 8
(SP) ^ rio Mogi-Guac° u 29. Ipeu¨ na (SP) ^ rio Passa-Cinco 30. D 9 2, 8
Piracicacaba (SP) ^ rio Piracicaba 31. Novo Horizonte (SP) ^ rio Treªs D 9 9
Pontes 32. Mirassolaªndia (SP) ^ ribeira¬o Barra Grande 33. Reserva D 7 9
Ecolo¨gica Jata|¨ (SP) ^ lagoons: rio Mogi-Guac° u 34. Conceic° a¬o das D 3 9
Alagoas (MG) ^ Volta Grande reservoir: rio Grande 35. Londrina (PR) ^ D 3 2
ribeira¬o Treªs Bocas D 8 9
D 4 10
D 7 2

36. Porto Trombetas (PA) ^ rio Trombetas E 1 2

37. Paramaribo ^ Surinam 38. F 6 1


Tucurui (PA) ^ rio Tocantins 39. Sa¬o F 2 1
Luiz (MA) F 3 1
40. Natal (RN) ^ lagoa Redonda: N|¨zia Floresta 41. F 4 1, 2
Recife (PE) F 4 1
42. Treªs Marias (MG) ^ rio Sa¬o Francisco F 4 1, 7

43. Porto Trombetas (PA) ^ rio Trombetas 44. G 2


Porto Velho (RO) ^ rio Madeira 45. Aripuana¬ (MT) G 1 2
^ rio Aripuana¬ G 3 15 2, 6

n Número de espécimes estudados; Estados brasileiros entre parênteses: AM: Amazonas; GO: Goiás; MA: Maranhão; MG: Minas Gerais; EM:
Mato Grosso do Sul; MT: Mato Grosso; PA: Para¨; PE: Pernambuco; PR: Parana¨; RN: Rio Grande do Norte; RO: Rondoªnia; RS:
Rio Grande do Sul; SC: Santa Catarina; SP: Sa¬o Paulo.
Referências: 1. Bertollo et al. (1997a); 2. Apresentar trabalho; 3. Lopes & Fenocchio (1994); 4. Lopes et ai. (1998); 5. Jorge (1995); 6. Bertollo et al.
(1983); 7. Dergam & Bertollo (1990); 8. Bertollo et al. (1997b); 9. Scavone et al. (1994); 10. Dergam (1996); 11. Nascido (não publicado); 12.
Bertolo et al. (1979); 13. Ferreira et al. (1989); 14. Cavallini & Bertollo (inédito); 15. Dergam (não publicado); 16. Born & Bertollo
(2000).
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Diversidade cromossômica em Hoplias ¢sh 607

diferenciação (Figuras 2C e 3C). Esse citótipo também em uma localidade, Proto Trombetas (norte do Brasil,
é difundido, ocorrendo do norte do Brasil ao nordeste rio Trombetas, Estado do Pará ^ ver Figura 1).
da Argentina (Figura 1).
Citotipo F

Citotipo D
O citotipo F, assim como o citotipo C, é caracterizado
por 2n 40 cromossomos meta e submetacêntricos, sem
O citotipo D mostra 2n 40 cromossomos no sexo diferenciação entre machos e fêmeas. Sua característica
feminino, com redução para 2n 39 no sexo masculino,
distintiva é a presença de um par metacêntrico de
todos metacêntricos e submetacêntricos (Figuras 2D e
grande porte, o número 1 no cariótipo, que constitui
3D). Esta diferenciação é devido a um sistema único
também o maior cromossomo conhecido para Hoplias
de cromossomos sexuais múltiplos para este citótipo,
malabaricus.
com fêmeas X1X1X2X2 e machos X1X2Y (Bertollo et
O padrão de bandas C mostra claramente que esses
al. 1983, 1997b). O cromossomo Y é um dos maiores caracteres não resultam do acúmulo de heterocromatina
do complemento, enquanto o X1 e o X2 putativo são
(Bertollo et al. 1997a). O segundo par de homólogos é
semelhantes aos cromossomos número 6 e 20,
um pouco maior que o terceiro e o quarto e é semelhante
respectivamente. Durante a meiose masculina podem
ao par no. 1 do citótipo E. Os pares cromossômicos
ser observados dezoito bivalentes e um trivalente típico,
restantes geralmente mostram uma redução gradual no
este último formado pelos cromossomos Y, X1 e X2
tamanho (Figuras 2F e 3F). Este citótipo ocorre do
que podem apresentar heterossinapses durante o
Suriname ao sudeste do Brasil, com distribuição
paquíteno (Bertollo & Mestriner 1998). Este não é um
preferencial na parte oriental do continente (Figura 1).
citótipo amplamente distribuído, aparentemente limitado
à bacia hidrográfica do Alto Paraná (Figura 1).

Embora o número diplóide dos citótipos A e B seja


maior do que os citótipos C e D, esses quatro citótipos Citotipo G
apresentam cariótipos com aparência geral semelhante,
sendo os quatro primeiros pares cromossômicos O citotipo G apresenta 2n 40 cromossomos nas fêmeas,
maiores que os demais, que são gradualmente com aumento para 2n 41 nos machos (Figuras 2G e
reduzidos em tamanho (Figuras 2A ^D & 3A^D). 3G). Esse heteromorfismo resulta de um sistema de
cromossomos sexuais múltiplos, com fêmeas XX e
machos XY1Y2 . O cromossomo X é um metacêntrico,
Citotipo E o maior do complemento, enquanto o Ys (um
acrocêntrico e um submetacêntrico) são de tamanho
O citótipo E representa uma forma cromossômica médio. Durante a meiose masculina, dezenove
recém-descoberta, com número diplóide igual ao citótipo bivalentes e um trivalente típico podem ser vistos, este
A (2n 42), e principalmente cromossomos biarmados último correspondendo aos cromossomos X, Y1 e Y2
(meta e submetacêntricos). (Bertollo et al. 1983).
No entanto, uma combinação única de caracteres Detalhes do comportamento sináptico desses
desse citótipo é o tamanho relativamente grande do cromossomas ainda são desconhecidos. A presença
primeiro par de cromossomos e a morfologia do par 6, dos maiores cromossomos metacêntricos e acrocêntricos
um cromossomo acrocêntrico de rara ocorrência em é compartilhada com os citótipos F e E. O tamanho dos
Hoplias malabaricus (Figuras 2E e 3E). pares de cromossomos segue o padrão geral descrito
Cariótipos femininos ainda são desconhecidos. Por acima para o citótipo F. A distribuição geográfica desta
enquanto, essa forma cariotípica foi observada apenas forma cromossômica

Figura 1. Oposto. Distribuição dos citótipos de Hoplias malabaricus A (quadrados sólidos), B (triângulo aberto), C (círculos abertos), D (círculos
sólidos), E (quadrado aberto), F (estrelas sólidas) e G (triângulos sólidos) compreendendo 32 regiões distintas no Brasil, 2 na Argentina, 1 no
Uruguai e 1 no Suriname. As regiões amostradas no estado brasileiro de São Paulo (SP) são mostradas em detalhes. A simpatria entre citótipos
distintos é indicada pelos grandes círculos abertos.
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608 LAC Bertollo et al.

Figura 2. (A^D) Cariótipos convencionais de Hoplias malabaricus corados por Giemsa: citótipo A (2n 42 feminino/masculino, sem
cromossomos sexuais heteromórficos), citótipo B (2n 42 feminino/masculino, com um sistema de cromossomo sexual XX/XY) , citótipo
C (2n 40 feminino/masculino, sem cromossomos sexuais heteromórficos) e citótipo D (2n 40 feminino/2n 39 masculino, com um
sistema de cromossomos sexuais múltiplos X1X1X2X2/X1X2Y ). Barras 5 mm.
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Diversidade cromossômica em Hoplias ¢sh 609

Figura 2. (E^G) Cariótipos convencionais de Hoplias malabaricus corados por Giemsa: citótipo E (masculino 2n 42, com um par
acrocêntrico incomum 6), citótipo F (feminino/masculino 2n 40, sem cromossomos sexuais heteromórficos e com grande metacêntrico
par 1) e citótipo G (fêmea 2n 40/macho 2n 41, com um sistema de cromossomos sexuais múltiplos XX/XY1Y2). Barras 5 mm.
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610 LAC Bertollo et al.

Figura 3. Idiogramas parciais dos citótipos de Hoplias malabaricus A^G, mostrando algumas de suas características mais marcantes.
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Diversidade cromossômica em Hoplias ¢sh 611

parece estar restrito a alguns sítios amazônicos (Figura o grande par metacêntrico 1 no citótipo F, mas agora
1). na forma homozigótica entre machos e fêmeas. Além
Embora esses sete citótipos sejam diagnosticados disso, os pares cromossômicos 1, 2 e 3 no citótipo E
por diferenças grosseiras na morfologia cromossômica são comparáveis em forma e tamanho aos homólogos
e/ou números diplóides, pequenas diferenças 2, 3 e 4 em ambos os citótipos F e G, respectivamente
cariotípicas relacionadas à localização do centrômero (Figuras 2E^G e 3E^G).
(posições medianas a submedianas) podem ser Assim, o cromossomo 4 remanescente no citótipo E
encontradas entre populações de citótipos disseminados. poderia ser um bom candidato para os rearranjos
Embora, em alguns casos, isso deva representar uma relacionados ao cromossomo acrocêntrico 6,
questão técnica, em outros, é uma mudança real, como considerado acima. De fato, os cromossomos Y1 e Y2
ocorre entre populações distintas do citótipo A (2n 42) no citótipo G masculino são morfologicamente
que estão sendo estudadas comparativamente (Born, equivalentes aos cromossomos 6 e 4 no citótipo E,
em preparação). respectivamente, representando os dois cromossomos
Com base em suas características macrocariotípicas sem homólogo após o rearranjo heterozigoto nos
gerais, podemos reconhecer dois grandes grupos homens.
cromossômicos em Hoplias malabaricus: um composto Métodos de bandas cromossômicas seriam importantes
pelos citótipos A, B, C e D (grupo I), e outro pelos para confirmar essas proposições. De fato, tais
citótipos E, F e G (grupo II). procedimentos foram eficazes para esclarecer alguns
problemas específicos, como os rearranjos relacionados
Apesar das diferenças nos números diplóides, dentro à diferenciação do sistema cromossômico sexual
do cluster I os citótipos A e B apresentam uma estrutura X1X2Y no citótipo D (Bertollo et al. 1997b).
cariotípica global que concorda com os citótipos C e D No entanto, uma análise geral comparativa do padrão
(Figuras 2A^D e 3A^D) e, portanto, essas quatro formas de bandas entre os distintos citótipos não é praticamente
cariotípicas parecem mostrar uma evolução próxima viável no momento, considerando a real dificuldade em
relação ucionária. O citotipo D (2n 40 mulheres/2n 39 obter múltiplas bandas informativas em cromossomos
homens) parece ser derivado de um cariótipo como o ¢sh, bem como novas amostras para este estudo em
citótipo C (2n 40 mulheres/2n 40), uma translocação vista da distância geográfica de vários locais de coleta
que dá origem a um sistema de cromossomos sexuais (Figura 1).
X1X2Y múltiplos (Bertollo et al. 1997a, 1997b) . De Enquanto isso, esses estudos permanecem como objetivos
maneira semelhante, o citótipo B, com um sistema futuros a serem alcançados.
diferenciado de cromossomos sexuais XX/XY, pode No momento, nosso agrupamento sugere que a
representar uma forma derivada de um cariótipo como estrutura cariotípica geral, vários sistemas
o citótipo A sem cromossomos sexuais heteromórficos. cromossômicos sexuais e cromossomos com morfologia
incomum seriam mais informativos para a relação
Dentro do cluster II, os citótipos F e G são filogenética entre as formas cromossômicas do que a
semelhantes quanto à morfologia e tamanho do primeiro similaridade de número diplóide. Isso também é
grande metacêntrico e os próximos ¢ cinco pares de suportado por dados de mtDNA (Dergam 1996).
homólogos (Figuras 2F, G e 3F, G). Embora os dados moleculares sustentem fortemente
Além disso, a presença de um acrocêntrico incomum, uma monofilia para um conjunto de populações com 2n
o cromossomo Y1 no citótipo G masculino, sugere uma 42 cromossomos (citotipo A) do sul e sudeste do Brasil,
afinidade com o citótipo E que também possui um outras populações alopátricas desse mesmo citótipo
membro acrocêntrico semelhante (par 6, Figuras 2E e mostram uma relação filogenética mais próxima a 2n
3E). Se assumirmos a presença de um sistema de 40 populações de citótipo C (Dergam op. cit. .).
cromossomos sexuais múltiplos como um bom marcador
taxonômico, o citotipo G (XY1Y2 feminino/ XY1Y2 A simpatria de citótipos também é indicada na
masculino) parece ser derivado de um cariótipo como Figura 1. Este é o primeiro relato para algumas
o citotipo E, onde o cromossomo 6 acrocêntrico estaria localidades da bacia amazônica: (1) igarapé do Mindu:
relacionado a rearranjos cariotípicos dando origem ao Manaus-AM (citótipos A e C), (2) rio Trombetas: Proto
cromossomo X metacêntrico grande. Trombetas-PA (citotipos E e G), (3) rio Madeira: Porto
O mesmo rearranjo também pode originar Velho-RO
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612 LAC Bertollo et al.

(citótipos C e G), e (4) rio Aripuanã¬: Aripuanã¬-MT Reconhecimentos


(citótipos C e G). Outros já foram descritos (Scavone et
al. 1994, Dergam 1996, Bertollo et al. 1997a, Lopes et Este trabalho foi financiado pelo Conselho Nacional de
al. Desenvolvimento Científico|¨¢co e Tecnológico (CNPq).
1998). Apesar da simpatria, nenhuma evidência de fluxo Agradecemos à Embaixada do Brasil e ao Ministério da
gênico entre citótipos foi relatada até agora. Agricultura e Pesca no Suriname, e aos Drs. E. Feldberg,
Especificamente para os citótipos A e C, e para os H. Gurgel, J.
citótipos A e D, os marcadores genômicos RAPD-PCR A. Pereira, PM Galetti Jr, PC Venere, Y. Sato, JIR Porto,
também são congruentes com a falta de fluxo gênico A. Schwarzbold, LR Malabarba, L. Giuliano-Caetano, JC
(Dergam 1996), fornecendo evidências adicionais para Garavelo, W. Garutti e AD Carvalho pela ajuda no
citótipos como unidades evolutivas distintas. fornecimento de ¢ sh.
Embora os rearranjos cromossômicos possam
desempenhar um papel importante na evolução, o maior
problema é identificar esse papel (Sites & Moritz 1987). Referências
Apesar desta questão, o estado atual do H. malabaricus
reflete a ¢xação de várias alterações cromossômicas e Bertollo LAC, Mestriner CA (1998) O sistema cromossômico sexual
X1X2Y no ¢sh Hoplias malabaricus (Pisces, Erythrinidae). II.
uma diversificação dentro deste grupo de peixes. Assim,
Análises meióticas. Res 6 do cromossomo: 141^147.
nossos estudos citogenéticos sustentam a visão de que
o táxon nominal Hoplias malabaricus é composto por Bertollo LAC, Takahashi CS, Moreira-Filho O (1978)
várias unidades biológicas independentes, caracterizadas Considerações citotaxonômicas sobre Hoplias lacerdae (Pisces,
por caracteres citogenéticos ¢xed únicos, fato que atesta Erythrinidae). Brasil J Genet 1: 103^120.
Bertollo LAC, Takahashi CS, Moreira-Filho O (1979)
a necessidade urgente de uma revisão taxonômica
Estudos cariotípicos de duas populações alopátricas do gênero
completa deste 'complexo de espécies'. Dados Hoplias (Pisces, Erythrinidae). Brasil J Genet 2: 17^37.
moleculares recentes (marcadores genômicos RAPD- Bertollo LAC, Takahashi CS, Moreira-Filho O (1983) Multiple sex
PCR) também corroboram essa visão (Dergam et al. chromosomes in the genus Hoplias (Pisces, Erythrinidae).
1998). Esta diversidade não é surpreendente, tendo em Citologia 48: 1 ^ 12.
Bertollo LAC, Moreira-Filho O, Galetti Jr PM (1986)
conta que H. malabaricus é um grupo com ampla
Citogenética e taxonomia: considerações baseadas em estudos
distribuição geográfica. Assim, diante dessa distribuição, cromossômicos de peixes de água doce. J Fish Biol 28: 153^159.
novas formas cariotípicas ou mesmo diferentes
subgrupos dentro dos citótipos gerais já descritos não Bertollo LAC, Moreira-Filho O, Fontes MS (1997a)
podem ser descartados. Mesmo que a história desta Diversidade e distribuição cariotípica em Hoplias malabaricus
(Pisces, Erythrinidae): Citótipos com 2n 40 cromossomos.
espécie seja um pouco confusa entre os Erythrinidae Brasil J Genet 20: 237^242.
¢sh, é a sua própria localidade tipo (Oyakawa 1990). De Bertollo LAC, Fontes MS, Fenocchio AS, Cano J (1997b) O sistema
acordo com a descrição original de Block, em 1794, as de cromossomo sexual X1X2Y em ¢sh Hoplias malabaricus. I. G-,
prováveis localidades tipo seriam Malabar ou Tranquebar, C- e bandas de replicação cromossômica.
Res 5 do cromossomo: 493^499.
mas trata-se de sítios indígenas costeiros (Oyakawa op.
Nascido GG, Bertollo LAC (2000) Um sistema de cromossomo sexual
cit.); entretanto, evidências circunstanciais apontam para
XX/XY em uma espécie de peixe, Hoplias malabaricus, com um
o Suriname como a origem mais provável do tipo cromossomo X polimórfico contendo NOR. Res 8 do cromossomo:
(Dergam 1996). Assim, dada a situação problemática 111^118.
desse táxon, não podemos ter certeza de que o citótipo Britski HA, Sato Y, Rosa ABS (1986) Manual de Identi¢cac° a¬ o de
F do Suriname (Tijgerkreek, 58 km a oeste de Peixes da Regia¬ o de Treªs Marias, 2nd edn. Bras|¨lia: Codevasf.
Paramaribo) seja o presumido da localidade-tipo, embora
Dergam JA (1996) Filogeografia e congruência de caracteres dentro
seja candidato a isso. do complexo de espécies Hoplias malabaricus Bloch, 1794
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