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(RE)PENSANDO AS POLÍTICAS

HABITACIONAIS: ANÁLISE DAS POLÍTICAS


HABITACIONAIS NAS CIDADES MÉDIAS NO
NORDESTE BRASILEIRO

Renally Maia Clemente


“ A importância da moradia de qualidade

‘’ adequada para todos, indivíduos, famílias e


comunidade é obvia. A moradia e as questões a
ela ligadas são de interesse de todos e estão
constantemente no cento das atenções
inadequadas de moradia no mundo, inclusive
nos países ricos” (ROLINK, 2009)

2
5,8 milhões
Déficit habitacional do Brasil em 2021 - Ministério do Desenvolvimento Regional

3
OBJETIVO DA PESQUISA

Essa pesquisa interessa-se em responder como as


políticas habitacionais e sua implantação nas cidades
de médio porte no nordeste brasileiro foram sendo
aplicadas entre os anos de 1964 e 2010, observando os
problemas e ganhos daí advindos nesse período.

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OBJETIVOS ESPECÍFICOS DA PESQUISA

. Sistematizar o recorte sócio histórico das principais bases


teóricas que fomentam as políticas públicas habitacionais
desenvolvidas e aplicadas no Nordeste ;

. Analisar a evolução das políticas habitacionais estudadas e


seus resultados ;

. Comparar a produção as políticas habitacionais selecionadas


nas cidades pré-selecionadas do nordeste brasileiro,
relacionando a eficiência dessas políticas ao alcance efetivo das
demandas quantitativas do deficit habitacional;
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METODOLOGIA RECORTE TEMPORAL SELECIONADO
(POLÍTICAS A SEREM ABORDADAS)

A metodologia consiste em
CIDADES ESCOLHIDAS
uma análise exploratória quanti-
qualitativa das políticas públicas
CONJUNTOS HABITACIONAIS
habitacionais da região SELECIONADOS
Nordeste. Através de um recorte
CRUZAMENTO DOS DADOS (LOCALIZAÇÃO,
temporal, comparar alguns PUBLICO ALVO, NUMERO DE HABITAÇÕES)

municípios de médio porte e


CONCLUSÕES ATRAVES DAS ANÁLISES
suas produções habitacionais
DOS DADOS
nesse tempo. 6
1.
RECORTE
TEMPORAL
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TIMELINE BÁSICO DA HABITAÇÃO SOCIAL NO BRASIL

Criação do Plano Substituição do


Criação do Casa Nacional de Minha Casa Minha
Popular (primeiro Habitação e do Vida pelo Casa Verde
Caixa Econômica Criação do Programa Sistema Nacional de e Amarela
programa de Ação Imediata
assume funções do Habitação
habitacional para Habitação
BNH
brasileiro)

1946 1964 1986 1987 1990 1995-1998 2003 2009 2020

Criação do SFH e do BNH e Instituição do Criação dos Criação do


das companhias de Programa Nacional programas Pró Programa Minha
habitação (COHABS) nos de Mutirão Moradia e Habitar Casa Minha Vida
níveis municipal e estadual Comunitário Brasil

8
2.
POLÍTICAS
HABITACIONAIS
ESTUDADAS
9
Banco Nacional de Habitação

- Criação em agosto de 1964;


- Foi extinto em 1986;

10
PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA

- Criado em 2009;
- Extinto em Janeiro de 2021.

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BNH x PMCMV

12
3.
PARÂMETROS DE
ESTUDO
13
CATEGORIAS EM ESCALA
REGIONAL
Fonte: Observatório das Metrópoles “Minha
Casa...e Minha Cidade?”

14
CATEGORIAS EM ESCALA
REGIONAL
Fonte: Observatório das Metrópoles “Minha
Casa...e Minha Cidade?”

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CATEGORIAS EM ESCALA
MUNICIPAL

Fonte: Observatório das Metrópoles “Minha


Casa...e Minha Cidade?”

16
CATEGORIAS EM ESCALA
MUNICIPAL
Fonte: Observatório das Metrópoles “Minha
Casa...e Minha Cidade?”

17
4.
CIDADES
ESCOLHIDAS
18
REGIC- REDE DE INFLUÊNCIA DO TERRITÓRIO
BRASILEIRO

Fonte: IBGE
Fonte: IBGE
Fonte: IBGE
Fonte: IBGE
CIDADES DE MÉDIO
PORTE

EIXO – RN/PB/PE
MOSSORÓ

ÁREA: 2.100km² (2° maior município


do estado em área).
POPULAÇÃO: 303.792 (2° maior do
RN) .
Conjuntos a serem catalogados e
diagnosticados:
- Abolição V 3.516 (casas construídas);
(1977-1983)
- Conjunto Américo Simonetti (802
unidades habitacionais); (2012)

CIDADES ESCOLHIDAS
MOSSORÓ

25
O plano Diretor da cidade de Mossoró, foi
instituído no ano de 2006 pela Lei Complementar
de N° 012 e define o Zoneamento da cidade em seu
art.44 . Sobre a Zona Urbana diz:

§ 1º. A Zona Urbana corresponde à porção


urbanizada do território, definida conforme a lei do
perímetro urbano (Lei nº 1.315/99), com
características adequadas a usos diversificados, e
com infra-estrutura já instalada ou que sejam
facilmente instaladas ou integrem projetos ou
programas, de modo a autorizar a intensificação
controlada do uso do solo com infraestrutura. § 2º.
A área de expansão urbana, faixa intermediaria
entre a Zona Urbana e a Zona de Interesse Rural, LEGENDA
prevista na lei do perímetro urbano, é considerada Zona Urbana De Mossoró
como área urbana podendo ser admitidas
Zona de Expansão Urbana
atividades agropecuárias e rurais.
Zona de Especial de
Segurança Alimentar

Fonte: Google Maps/ Plano diretor da cidade (adaptado pela autora)

26
MOSSORÓ

ESCOLAS

EQUIPAMENTOS DE LAZER

SUPERMERCADO

BASE POLICIAL

REPARTIÇÃO PÚBLICA

UNIDADE BÁSICA DE SAUDE

PARADA DE ÔNIBUS

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MOSSORÓ

ESCOLAS

EQUIPAMENTOS DE LAZER

SUPERMERCADO

BASE POLICIAL

REPARTIÇÃO PÚBLICA

UNIDADE BÁSICA DE SAUDE

PARADA DE ÔNIBUS

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CAMPINA GRANDE

ÁREA: 593,026km² (2° maior


município do estado em área).
POPULAÇÃO:411 807 (2° maior
da PB) .
Conjuntos a serem catalogados
e diagnosticados:

- BNH- Bairro das Malvinas (6207


moradias) ; (1985)
- Complexo Aluísio Campos (2016-
2017) .

CIDADES ESCOLHIDAS
CAMPINA GRANDE

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O Plano Diretor da cidade, instituído pela Lei
Complementar N° 003, de 09 de Outubro de 2006,
determina:
I – a promoção de condições de habitabilidade por meio do
acesso de toda a população à terra urbanizada, à moradia adequada e ao
saneamento ambiental, e garantia de acessibilidade aos equipamentos e
serviços públicos com equidade e de forma integrada;
II – a implementação de estratégias de ordenamento da estrutura espacial do
Município, valorizando os elementos naturais, assegurando a toda população
o acesso à infraestrutura, equipamentos e políticas sociais e promovendo o
equilíbrio ambiental;
III – a melhoria da qualidade do ambiente urbano, por meio da recuperação,
proteção, conservação e preservação dos ambientes natural, construído e
paisagístico;
IV – o ordenação e controle do uso e ocupação do solo com vistas a respeitar
as condições ambientais e infraestruturas e valorizar a diversidade espacial e
cultural do Município;
V – a proibição da utilização inadequada e da retenção especulativa de
imóveis urbanos, bem como o parcelamento do solo, o adensamento
populacional e o uso das edificações de forma incompatível com a
infraestrutura urbana disponível e com o crescimento planejado da cidade;
VI – a garantia da efetiva participação da sociedade civil no processo de
formulação, implementação, controle e revisão do Plano Diretor do Município
de Campina Grande, assim como dos planos setoriais e leis específicas
necessárias à sua aplicação; VII – a promoção e fortalecimento da dinâmica
econômica de forma compatível com o padrão de sustentabilidade ambiental,
mediante regulação da distribuição espacialmente equilibrada e o estímulo à
implantação de atividades que promovam e ampliem o acesso ao trabalho,
emprego e renda

Fonte: Planejamento Estratégico de Desenvolvimento - Campina Grande 2035. Adaptado pela


autora. 31
CAMPINA GRANDE- MALVINAS

ESCOLAS

EQUIPAMENTOS DE
LAZER

SUPERMERCADO

BASE POLICIAL

REPARTIÇÃO
PÚBLICA

HOSPITAL

PARADA DE
ÔNIBUS

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CAMPINA GRANDE- COMPLEXO ALUÍSIO CAMPOS

ESCOLAS

EQUIPAMENTOS DE LAZER

SUPERMERCADO

BASE POLICIAL

REPARTIÇÃO PÚBLICA

UNIDADE BÁSICA DE
SAUDE

PARADA DE ÔNIBUS

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CARUARU

ÁREA: 920,611km² (2° maior


município do estado em área).
POPULAÇÃO:369.343 (2°
maior da PB) .
Conjuntos a serem
catalogados e diagnosticados:

- Loteamento Xique-Xique (2576


unidades habitacionais) (2015);

- Conjunto Vila Serrana (2005).

CIDADES ESCOLHIDAS
CARUARU

35
O plano Diretor da cidade de Mossoró, foi
instituído no ano de 2006 pela Lei
Complementar de N° 012 e define o
Zoneamento da cidade em seu art.44 . Sobre a
Zona Urbana diz:

§ 1º. A Zona Urbana


corresponde à porção urbanizada do território,
definida conforme a lei do perímetro urbano (Lei
nº 1.315/99), com características adequadas a
usos diversificados, e com infra-estrutura já
instalada ou que sejam facilmente instaladas ou
integrem projetos ou programas, de modo a
autorizar a intensificação controlada do uso do
solo com infraestrutura. § 2º. A área de LEGENDA
expansão urbana, faixa intermediaria entre a Zona de Consolidação
Zona Urbana e a Zona de Interesse Rural, da Ocupação
prevista na lei do perímetro urbano, é
Zona de Expansão Urbana
considerada como área urbana podendo ser
-2
admitidas atividades agropecuárias e rurais.
Eixo de Atividades Múltiplas

Conjuntos escolhidos

Fonte: Google Maps/ Plano diretor da cidade (adaptado pela autora)

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CARUARU- VILA SERRNANA

ESCOLAS

EQUIPAMENTOS DE LAZER

SUPERMERCADO

BASE POLICIAL

REPARTIÇÃO PÚBLICA

UNIDADE BÁSICA DE
SAUDE

PARADA DE ÔNIBUS

SHOPPPING

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CARUARU- XIQUE XIQUE

ESCOLAS

EQUIPAMENTOS DE LAZER

SUPERMERCADO

BASE POLICIAL

REPARTIÇÃO PÚBLICA

UNIDADE BÁSICA DE
SAUDE

PARADA DE ÔNIBUS

SHOPPPING

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ESCALA REGIONAL ESCALA MUICIPAL
DISTÂNCIA MÉDIA
AO CENTRO DA ZONA INSERDA NO PD INFRAESTRUTURA EQUIPAMENTOS PUBLICOS
CIDADE
SISTEMAS TRANSPORTE SAUDE LAZER EDUCAÇÃO

100% SANEADO Possui Cobertura Não Não Existente


Total De
VILLA SERENA 3,5 km ZAC-3- Zona de Adensamento Transporte
Publico

CARUARU
100% SANEADO Possui Cobertura Não Sim Existente
Total De
XIQUE-XIQUE 8,3 km ZCO-Zona de Consolidação Transporte
Publico

100% SANEADO Possui Cobertura Sim Sim Satisfatório


Total De
MALVINAS 7,2 km Zona de Recuperação Urbana Transporte
Publico

CAMPINA 100% SANEADO Possui cobertura Sim Sim Existente


GRANDE total de transporte
público
COMP. ALUISIO Zona de Qualificação urbana/
8,0 km
CAMPOS Zona de recuperação Urbana

Possui cobertura Não Não Satisfatório


Inserido e diversas zonas (ver parcial de
CONJUNTO ABOLIÇÃO 4,2 km transporte público
mapa)*
MOSSORÓ

Précario Não Sim Existente


CONJUNTO
5,0 km Zona de Expansão urbana
MONSENHOR AMÉRICO

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5.
POSSÍVEIS
CAMINHOS
40
- Semelhanças entre os conjuntos produzidos pelo BNH e
PMCMV;

- Melhorias nas Políticas e Planos Diretores;

- Parâmetros a serem seguidos.

41
6.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
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REFERÊNCIAS
BARON, Cristina M. P. Introdução à História da Tecnologia de Conjuntos Habitacionais. Dissertação
apresentada a Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo, São Carlos, 1999.
BONDUKI, Nabil. Origens da habitação social no Brasil. São Paulo. Estação Liberdade, 1998.
BOTELHO, A. O urbano em fragmentos – a produção do espaço e da moradia pelas práticas do setor
imobiliário. 1o Ed.,Editora Annablume; Fapesp, 2007.
GOHN, Maria da Gloria. Movimentos sociais e a luta pela moradia. São Paulo: Ed. Loyola, 1991.
HEIDEGGER, M. Construir, habitar, pensar. In: HEIDEGGER, M. Ensaios e conferências. Petrópolis: Vozes,
2001b.
MAIA, Doaralice Sátyro. A periferização e a fragmentação da cidade: loteamentos fechados, conjuntos
habitacionais populares e loteamentos irregulares na cidade de Campina Grande –PB. UFPB,2010.
PAIVA, Alexandra Luísa Severino de Almeida e. Habitação flexível: análise de conceitos e soluções. Lisboa:
Faculdade de Arquitectura da Universidade Tecnica de Lisboa, 2002.
PALERMO, C. E. Habitação social: uma visão projetual. In. COLÓQUIO DE PESQUISAS EM HABITAÇÃO
“COORDENAÇÃO MODULAR E MUTABILIDADE” 2007, Belo Horizonte. EAUFMG,abr. 2007. Disponível em:
<http:/www.arq.ufmg.br/mom/coloquiomom/>. Acesso em: 20 de ago. 2017.
ROLINK, Raquel. Ferramentas para avaliação da inserção urbana dos empreendimentos do MCMV.
Labcidades (FAUUSP) e Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento – Novembro 2014.
ROLNIK, Raquel. Direito à Moradia, In: Desafios do Desenvolvimento IPEA. 2009, Ano 6, Ed 51. Disponível
em: acesso em 12 de abril de 2017.
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Obrigada!

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