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Rev. Inst. Med. trop.

São Paulo CDU 616-992 -282


18(1):42-53, janeiro-fevereiro, 1916

IMUNOLOGIA DA PARACOCCIDIOIDOMICOSE

Celeste FAVA NETTO (')

RESUMO

O presente artigo trata da revisão crítica do estudo imunológico da paracocci-


dioidomicose. Para isso analisa, separadamente, cada uma das provas imunológicas
correntemente utilizadas no diagnóstico, prognóstico e como critério de cura da mo-
léstia. Procura destacar aquelas provas que são empregadas no estudo da estrutura
antigênica do P. brasiliensis.

INTRODUÇÃO

São numerosas as contribuições científicas de paracoccidioidomicose frente a um resul-


ao estudo imunológico da paracoccidioidomi- tado positivo, obtido pela reação de fixação
cose, fazendo válida a afirmação de que esta do complemento.
micose profunda situa-se no grupo daquelas São várias as' pesquisas que demonstram
que têm imunologia bem conhecida. Nesta reações cruzadas quando se utiliza antígenos
revisão, procuraremos através de uma análise de P. brasiliensis frente a soros de pacientes
dos métodos imunológicos já utilizados, acen- portadores de outras micoses profundas
tuar as contribuições que eles trouxeram e (CHICK & col. 8, FAVA NETTO :m, RESTREPO
aquilo que, nos parece, deveria ser feito. & MoNCADA 57 ).

As mesmas restrições, no entanto, perdem


Reação de fixação do complemento sua importância quando os dados da reação de
fixação do complemento são julgados em con-
A partir do trabalho inicial de MosES 4 3, junto com quadro clínico e outros exames
numerosos foram os pesquisadores que se complementares. Verifica-se, então, que a
ocuparam de seu estudo, como pode ser 've- reação de fixação do complemento pode as-
rificado no Quadro I. Aí se encontram re- sumir importância diagnóstica.
lacionados na primeira coluna os nomes dos A sensibilidade de reação de fixação do
Autores que a utilizaram, na segunda o núme- complemento depende, como não poderia
ro de casos examinados, na terceira a positi- deixar de ser, da quantidade de complemen-
vidade e na última o tipo de antígeno em- to empregada nas diferentes técnicas, segun-
pregado. do as quais é ela executada. Quando a quan-
Quando se faz revisão sobre o emprego tidade de complemento utilizada é pequena,
da reação de fixação do complemento na será necessária apenas pequena quantidade
blastomicose sul-americana, fica evidente que, de complexo antígeno-anticorpo formado pa-
na quase totalidade das pesquisas, foi ela ra fixá-la e portanto, pequena quantidade de
utilizada com finalidade diagnóstica. Não anticorpo pode ser revelada, tornando a rea-
existindo nenhum antígeno específico, até o ção mais sensível.
presente momento, que possa ser utilizado em Para chegar a um rigor técnico, na medida
tal reação, o aspecto diagnóstico da reação do complemento que entra na reação, deve-se
de fixação do complemento sofre sérias res- utilizar técnica em que o complemento é ti-
trições. Não é possível firmar o diagnóstico tulado em unidades 50 % de hemólise. F A v A

(1) Professor Titular do Departamento de Microbiologia e Imunologia do Instituto de Ciências Biomé-


dicas da Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil.

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FAVA NETTO, C. - Imunologia da paracoccidioidomicose. Rev. Inst. Med. trop. São Paulo 18:42-53,
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QUADRO I

Resultados da reação de fixação do complemento na paracoccidioidomicose

Positividade
Autor(es) N.o de casos Ant!genos
(%)

MOSES 43 10 80 extrato salino


GOMES & ASSUMPÇÃO " 2 100 extrato salino
FONSECA ,& AREA LEÃO 21 3 100 extra to salino e filtrado
BASGAL 5 6 100 filtrado
LACAZ 33 24 87,5 filtrado
LACAZ 34 31 93,5 filtrado
FAVA NETO" 100 89,5 polissacâride
MAEKELT 41 10 90 extrato
FAVA NETO 1' 220 91 polissacâride
CISALPINO & cal. 9 35 97 extrato metílico
RESTREPO 53 21 85,7 filtrado
RESTREPO & MONCADA " 20 80 filtrado
NEGRONI 48 35 100 filtrado 1
NEGRONI'8 35 88,5 polissacâride
NEGRONI 48 20 100 filtrado 2
NEGRONI'º 20 100 Usado mecânico
NEGRONI 47 36 100 filtrado
BARBOSA' 40 80 polissacâride
RESTREPO & MONCADA 57 61 77,7 filtrado L
RESTREPO & cal. 50 39 79,4 filtrado
KAUFMAN 31 5 100 filtrado
FAVA NETO 19 1073 97 polissacâride
RESTREPO" 147 93,27 filtrado

NETTO 1 4, FAVA NÉ:TTO & col. ilo. É fácil con- este tipo de reação imunológica, o comporta-
cluir que, se a quantidade de complemento mento dos pacientes é diferente de um para
que entra na reação é variável de dia para outro.
dia em que ela é executada, como acontece As comparações entre as diferentes técni-
quando se utiliza o complemento titulado em cas de execução da reação de fixação de com-
unidades 100 % de hemólise, a sensibilidade plemento somente serão válidas quando nume-
da reação está também continuamente va- rosos soros forem examinados pelas duas
riando. técnicas, isto é, quando a positividade obtida
A positividade, que se obtém em casos da em cada técnica -se referir aos mesmos soros ..
moléstia, pode expressar a sensibilidade da KAUFMAN & col. 30 • O mesmo é válido quan-

reação, por determinada técnica. Quanto do se pretende comparar, pela utilização du-
maior a porcentagem de 'resultados positivos ma mesma técnica, dois ou mais anfí.genos
maior a sensibilidade da reação. São fre- diferentes. Tal trab~lho ainda não foi rea-
qüentes as afirmativas, de pesquisadores que lizado senão parcialmente.
empregam a reação de fixação do complemen- FAVA NETTO & col. 20 demonstraram a po-
to, alegando ser determinada técnica, que em- sitividade obtida nos mesmos soros, pela uti-
prega determinado antígeno, mais sensível lização de duas técnicas diferentes de realiza-
que outra técnica ou que a mesma técnica ção da reação de fixação do complemento,
empregando outro antígeno, fundamentadas com utilização de um único antígeno, em 71
em positividade maior obtida no exame de pacientes diferentes de paracoccidioidomicose ..
numerosos soros de pacientes diferentes, Verificaram que ambas, pela utilização de
numa eventualidade e noutra. Segundo nosso pequena quantidade de complemento rigoro-
modo de ver tais afirmativas são distituídas samente titulado em unidades 50% de hemó-
de fundamentos científicos, porque, frente a lise, revelam boa positividade; 100% de re-

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sultados positivos pela técnica de W. M. M. e sim, considerando somente aquelas técnicas


97,2 % de positividade pelo micro método que utilizam complemento em unidades 50%
(CDC). de hemólise, a técnica que emprega a titula-
É preciso assinalar que, nesta pesquisa, os ção dos anticorpos utilizando diluições duplas
únicos dois soros que revelaram reação ne- do soro ( caso do ínicrométodo aqui referido) ,
gativa pelo micrométodo eram soros de título tem erro intrínseco igual a 4 X o título do
inferior a 5 pela técnica de W. M. M. O soro. Isto é, um soro de título 8, num dia,
micrométodo utiliza soros a 1 :8. poderá revelar título 4 ou 16, no outro dia.
Nesta reprodutibilidade do título de um mes-
Através do teor de anticorpos nos soros dos mo soro reside toda a segurança da técnica de
pacientes, titulados pela reação de fixação do WADSWORTH, MALTANER ,& MALTANER, que
complemento, pode se ter boa avaliação prog- utilizamos em nosso laboratório, pois, por esta
nóstica de determinado caso da moléstia. Ge- técnica o erro intrínseco máximo que se pode
ralmente, quando as formas são disseminadas cometer é de 30% em cada sentido do título
e, portanto, graves, encontram-se altos títu- do soro, isto é, soro de título 8 poderá reve-
tulos em anticorpos fixadores do complemen- lar, no máximo de variação, título de 5,6 ou
to. Existem, no entanto, excessões a esta re- 10,4. Isto é que permite acompanhar a evo-
gra. Assim, algumas formas disseminadas e lução dos pacientes pela construção das curvas
graves apresentam baixo teor em anticorpos _
sorológicas. Este acompanhamento dos pa-
fixadores do complemento. Por outro lado,
cientes vem sendo feito nos últimos 20 anos
algumas formas que se apresentam dissemi-
em nosso laboratório (FAVA NETTO 19 ).
nadas, com alto teor de anticorpos fixadores
do complemento, evoluem para a cura em Finalmente, a reação de fixação do com-
pouco tempo. Seriam, talvez, porque se ve- plemento permite considerar que a cura de
rificam principalmente em jovens, casos de um paciente seja clínica e biológica quando
primo-infecção disseminada, mimetizando ela se negativa após o tratamento da molés-
aquilo que se verifica na chamada "histoplas- tia. Não é, no entanto, critério absoluto de
mose epidêmica", Neste tipo de histoplas- cura, pois recaídas da moléstia podem acon-
mose temos uma "histoplasmose-infecção", tecer, em raros casos, mesmo após a nega-
geralmente sintomática, com altos títulos em tivação da re11ção de fixação do complemen-
19
anticorpos fixadores do complemento, mas que to (FAVA NETTO ).
evolui espontaneamente para a cura, daí ser· Frequentemente a reação de fixação do
chamada de "histoplasmose-infecção". complemento não chega a se negativar, prin-
Evidentemente a avaliação prognóstica é cipalmente nos casos crônicos, permanecendo
feita mais eficientemente quando, ao lado da positiva com título inferior a 5, pela técnica
reação de fixação do complemento, se con- de W ADSWORTH, MALTANER & MALTANER, o
sidera conjuntamente o resultado da reação que caracteriza o que chamamos de "cicatriz
intradérmica. Há acordo em considerar, co- sorológica". Nestes casos, é fato verificado,
mo de prognóstico mau, paciente com alto que em algumas ocasiões o título de anticor-
teor de anticorpos fixadores do complemento pos aumenta após episódios de gripes ou res-
~ reação intradérmico-negativa e, como de friados, como nas reações anamnésticas ines-
bom prognóstico, aquele que apresenta baixo pecíficas.
teor em anticorpos fixadores do complemen- Convém · assinalar que pela utilização da
to e reação intradérmica positiva, reação de fixação de complemento, FAVA
Consideramos que o principal valor da NETTO
16 demonstrou as diferenças quantita-

reação de fixação do complemento reside no tivas, quanto à càpacidade de liberação de


fato de permitir, através da construção da um mesmo antígeno existente, entre 8 amos-
curva sorológica, o seguimento da evolução tras diferentes de P. brasiliensis.
de um paciente sob tratamento ou não. É
preciso que se deixe bem claro que, se para Reação de precipitação
diagnóstico, basta a utilização de técnica sen-
sível, para construir a curva sorológica é ne- A reação de precipitação em tubos, no es-
cessário que se empregue técnica rigorosa e tudo imunológico da paracoccidioidomicose,
reprodutível, na titulação do anticorpo .. As- foi utilizada pela primeira vez por FAVA

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NETTO 16 a partir de 1955. Ficou demons- GR0NI 47 , 48 e LAZO 38 também a utilizaram


trado ser ela de grande utilidade na demons- com finalidade diagnóstica.
tração de anticorpos no soro dos pacientes
pois se positiva mais precocemente que a rea- Quanto aos aspectos diagnóstico e de se-
ção de fixação do complemento, sendo indica- guimento dos pacientes, a reação de dupla di-
dor mais precoce de recaídas da moléstia. A fusão em gel de ágar apresenta interpretação
reação de precipitação, realizada em tubos, muito semelhante e paralela à reação de fi-
com o antígeno polissacarídico, quando posi- xaçã0 do complemento.
tiva, indica atividade da moléstia como de- Na série de 71 pacientes estudados por
monstrado por FAVA NETTO & col. 15 • Exis- FAVA NETTO & col. 20 verificou-se que a rea-
tem, no entanto, numerosos casos de para- ção de pp. em tubos foi positiva em 19,7%
coccidioidomicose nos quais esse tipo de rea- dos pacientes, havendo concordância com rea-
ção não demonstra anticorpos mesmo quando ção positiva por precipitação em gel de ágar
a moléstia se encontra em atividade. somente em 12% dos casos. A reação de pre-
A positividade, da reação de precipitação, cipitação em gel de ágar, por sua vez, foi po-
realizada em tubos, empregando-se antígeno sitiva em 40,0% e 51,4% com antígenos de
polissacarídico, é relativamente baixa FAVA duas amostras . diferentes de P. brasíliensis.
NETTO 19 , FAVA NETTO & coI:· 20 • Ambos os antígenos eram obtidos e concen-
Este fato não lhe tira o valor, que é muito trados do mesmo modo. Houve concordância
grande como dissemos, na indicação mais de reações positivas com as duas amostras de
precoce de anticorpos no soro dos pacientes, antígenos em 34,2%. Nos ·resultados discor-
quer nos casos iniciais, quer por ocasião das dantes 5, 7 % eram positivos com uma amos-
recaídas da moléstia. Maior valor ela assu- tra e 17,1 % eram positivos somente com a
outra amostra. Tais resultados certamente
me como índice de atividade da moléstia nos
casos em que ela é positiva. Não se deve in- não se comparam com os dos outros Autores
terromper tratamento quando tal tipo de rea- que trabalharam com a prova de dupla difu-
ção for positiva. são em gel (Quadro II). Tal discrepância
é facilmente explicável por· se tratar de antí-
Os anticorpos determinados por esta rea- genos obtidos de amostras separadas. Aqui
ção não correspondem àqueles indicados pela também se verifica que, nesta série de soros
reação de precipitação em gel de ágar. Ainda de pacientes de paracoccidioidomicose, a rea-
mais, o antígeno empregado na reação de ção de dupla difusão em gel apresenta inter-
precipitação em tubos não difunde bem em
pretação semelhante à de fixação de comple-
gel de ágar (FAVA NETTO & col. 20 ).
mento e indica, ainda mais, que as duas
amostras de P. brasiliensis, certamente, apre-
Reação de dupla difusão em gel de ágar sentam alguns componentes antigênicos dife-
rentes, pelo menos quanto à concentração com
Este tipo de reação foi estudado inicial- que foram liberados no meio de cultura.
mente por LACAZ & col. 37 , utilizando, como
· antígeno, lisado mecânico de células levedu- A reação de dupla difusão em gel tem sido
riformes. Demonstraram que se formavam utilizada também com a finalidade de estu-
uma ou mais faixas de precipitação, indicando dar a composição antigênica do P. brasilien-
complexidade antigênica do P. brasiliensis. sis. Desde a publicação inicial de LACAZ &
Demonstraram também que a positividade da col. 37 ficou demonstrada a existência de vá-
reação de precipitação em gel de ágar indi- rios componentes antigênicos que não coinci-
cava sua estreita correspondência com os re- diam com o antígeno descrito por FAVA NETTO
sultados obtido~ pela reação de fixação do 14, 18 • Posteriormente, RESTREP0 58 comparou

complemento mas não como aqueles obtidos várias amostr_as entre si, bem ~ ~ ~ . " "
pela reação de precipitação em tubos. Pos- fases, levedunforme e cotono~aiThmõsÍ;tj~~::·~::,,
teriormente a reação de dupla difusão em Concluiu que as diferentes ft;1Í:)~ras libera~<::,\\
gel foi estudada por RESTREPO 53 , que foi a antígenos diferent~s princfippimeptf;,_r.qfJ.P~º. :·"\\
primeira a introduzí-la na rotina diagnóstica 11
comparando-a com a reação de fixação do ~~~afo~r:~s le~:::~~;:e, ir~cto~rL·:díi!t~~~:;\ /~.
complemento (RESTREPO & MoNCADA 55 ). NE- amostras. ~ ;JÍ
~ N 45~:f/
'<:::::_---···~
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QUADRO II

Reação de Precipitação em gel de âgar

Positividade
Autor (es) N.o de pacientes Antígeno
(%)

-
RESTREP0 53 21 76,1 Filtrado
RESTREPO & MONCADA 55 20 60,0 Filtrado M
90,0 Filtrado L
NEGRONI" 35 91,4 Filtrado
NEGRONI 47 36 91,6 Filtrado
LAZO 38 24 100,0 Filtrado
RESTREPO & MONCADA 57 1 61 95,0 Filtrado
39 1 Filtrado
RESTREPO & col. •• 92,3
RESTREPO & DROUHET 'º 30 93,3 Filtrado
YARZABAL 67 20 95,0 Filtrado L
RESTREPO & MONCADA 01 74 95,6 Filtrado L
YARZABAL & col. 68 30 96,6 Filtrado

RESTREPO & MoNCADA 61 e RESTREPO 62 , YARZABAL 67 , YARZABAL & col. 68 , YAR-


compararam a técnica de difusão dupla em ZABAL & col. 69 pelo estudo eletroforético che-
gel de ágar, qualitativa e quantitativa, com garam à conclusão que os extratos solúveis
as reações de fixação do complemento e de do P. brasiliensis apresentavam 8 frações pro-
imunofluorescência indireta. Demonstraram teícas diferentes sendo que 5 migravam para o
maior sensibilidade para a prova de imuno- anodo e 3 para o catodo. O estudo químico
fluorescência indireta e para a reação de dos eletroferogramas demonstrou a existência
imunodifusão quando comparadas com a rea- de 15 enzimas. No estudo imunoeletroforé-
ção de fixação do complemento. Referem, no tico levado a efeito com soros hiperimunes
entanto, que a prova de fixação de comple- preparados em coelhos demonstrou que o P.
mento deve ser tomada como prova de refe- brasiliensis possui, no mínimo, 25 frações an-
rência. A positividade da prova quantitati- tigênicas diferentes. Ficou demonstrado que
va de imunodifusão foi de 95,6%. Na opi- um:a fração antigênica de migração catódica
nião dos Autores a prova de imunodifusão tem e que possui atividade de fosfatase alcalina
lugar garantido na imunologia da paracocci- era específica de P. brasiliensis. O anticorpo
dioidomicose mesmo quanto aos aspectos correspondente nos soros hiperimunes não
diagnósticos, pois é muito fácil de realizar, é era absorvido por H. capsulatum. Os soros
sensível e de boa especificidade. heterólogos não reagiam com tal fração.

lmunoeletrosmoforese + dupla-difusão
Reação de imunoeletroforese
CüNTI-DIAz & col. 11, idealizaram a par-
A imunoeletroforese foi utilizada por LA- tir dos conhecimentos açima descritos técnica
CAZ & col. 37 no estudo imunoquímico em que para demonstração de_ anticorpos específicos
comparavam P. brasiliensis com amostras de da paracoccidioidomicose. Usando a técnica
outros fungos isolados de casos de blastomi- da lmunoeletrosmoforese fazem reagir as
cose queloideana. Posteriormente, NEGRONI imuneglobulinas do soro do paciente com as
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também utilizou a imunoeletroforese. Tais frações antigênicas do P. brasiliensis que mi-
estudos iniciais se limitaram a verificação de gram para o polo positivo. Em seguida, por
que a localização do anticorpo era na fração imunodifusão demonstram no lado do polo
gamaglobulina. RESTREPO ,& DROUHET 60 negativo a reação específica. Todos os soros
realizando a imunoeletroforese demonstraram que reagem pela imunodifusão praticada no
que o antígeno obtido da fase leveduriforme lado do polo negativo, são específicos para a
apresentava 5 frações antigênicas diferentes. paracoccidioidomicose.

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Esta técnica, se confirmada por outros pes- A técnica de imunofluorescência indireta,


qu'i.sadores com a utilização de grande núme- para demonstração e titulação de anticorpos
ro de soros de pacientes de paracoccidioido- nos soros dos pacientes, foi utilizada por RES-
micose, de outras micoses e de outras doen- TREPO .& MoNCADA 6 1, que compararam as
ças, permitirá que se estabeleça método reações de imunofluorescência indireta, dupla
seguro de diagnóstico sorológico da para- difusão em gel de ágar e fixação do comple-
coccidioidomicose. Deixaria de existir então mento, estudando soros obtidos de 274 indi-
a dificuldade oriunda das reações cruzadas. víduos: 74 pacientes de paracoccidioidomico-
se, 50 de histoplasmose, 50 de coccidioidomi-
cose, 50 de tuberculose e 50 controles.
Reação de imunofluorescência Referem que a imunofluorescência é téc-
nica muito sensível, podendo ser utilizada em
A reação de imunofluorescência direta, em- laboratórios que não têm condições para rea-
pregada com a finalidade diagnóstica, atra- lizar a reação de fixação do complemento.
vés da demonstração do P. brasiliensis em de-
terminadas secreções dos pacientes como o FRANCO & col. 2 2, estudaram comparativa-
escarro, por exemplo, ou nos tecidos, certa- mente os mesmos soros, de 50 pacientes, pelas
mente' assume valor extraordinário. Através reações de imunofluorescência indireta e de
de tal reação seria possível ultrapassar a di- fixação do complemento, demonstrando que
ficuldade do encontro do P. brasiliensis pelo há correlação entre resultados· obtidos pelas
exame direto ou pelo exame histopatológico. duas reações.
Para tanto é necessário, por outro lado, pos-
suir o anticorpo anti-P. brasiliensis especí-
fico e marcado com isotiocianato de fluores- Reação de fixação de complemento,
ceína. A dificuldade, neste caso, reside na conglutinante
obtenção do soro específico, isto é, que con-
tenha somente anticorpos anti-P. brasiliensis. SINGER ,& FAVA NETTO 66 , estudaram tal ti-
· Sabemos que os soros hiperimunes obtidos po de reação, bem como, padronizaram as
em animais e os soros de pacientes de para- condições em que deve ser realizada. Veri-
ficaram certa correlação entre títulos altos e
coccidioidomicose possuem anticorpos que
a presença de anticorpos precipitantes na rea-
reagem com frações antigênicas comuns en-
ção de precipitação realizada em tubos. Pelos
tr~ P. brasiliensis e outros fungos produtores resultados obtidos com essa reação e as rea-
de micoses profundas. Soros específicos, as- ções de fixação do complemento e precipita-
sim tornados pela absorção dos soros hiperi- ção em tubos, realizadas em grupo de pa-
munes ou de pacientes com antígenos de ou- cientes de paracoccidioidomicose e grupo con-
tros fungos, foram obtidos desde os trabalhos trole, concluiram que tal reação é pouco mais
iniciais de SILVA & KAPLAN 6", KAUFMAN .& sensível que a de fixação do complemento.
BLUMER ·29 e PINE & col. 52 na histoplasmose. Dada a complexidade da_ reação de fixação
KAPLAN 27 , através de tal técnica, chegou, do complemento conglutinante não a conside-
também, à conclusão de que amostras dife- ram de utilidade na rotina diagnóstica de
rentes de P. brasiliensis, certamente, revelam laboratório.
constituição antigênica diferente.
A técnica de imunofluorescência direta de- Reação intradérmica
monstrou-se de grande utilidade, mesmo que
não se possua anticorpo marcado específico, A pesquisa da hipersensibilidade tipo tar-
na demonstração do P. brasiliensis ou de seus dio em pacientes de paracoccidioidomicose
antígenos na infecção experimental do hams- iniciou-se em 1927 com o trabalho de FON-
ter, como foi verificado por IABUKI 26 • Real- SECA ,& AREA LEÃO 2 1, muito tempo antes dos
mente, no estudo da infecção experimental, conhecimentos sobre a existência de "micose-
para demonstração do fungo e/ou de seus an- infecção", conceito este introduzido principal-
tígenos e para acompanhar a sua difusão nos mente através das pesquisas de DICKSON &
tecidos do animal infectado, não é, absoluta- GIFORD 1935 a 1938 sobre a coccidioidomi:.
mente, necessário anticorpo específico. cose. É natural, portanto, que as primeiras

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pesquisas tratassem da realização de provas tardia, por ser um fenômeno imunológico es-
intradérmicas nos próprios pacientes de pa- sencialmente celular, envolvendo, certamente,
racoccidioidomicose. as chamadas células de memória, a impor-
tância prática da reação intradérmica, com
O Quadro III refere resumidamente a principal finalidade de descobrir os casos
os Autores que ,trataram do assunto, núme- de "micose-infecção" ficou bem estabeleci-
ro de pacientes utilizados, porcentagem da. Sabemos que a prova intradérmica é o
de positividade obtida e tipo de antíge- único meio de que dispomos para descobrir
no utilizado. Verifica-se pelos resulta- aqueles elementos da população que foram
dos ·dos diferentes pesquisadores que a infectados, mas não ficaram doentes. Quan-
porcentagem de positividade não atinge 90% do se quer estudar a epidemiologia de uma
quando a pesquisa compreende número ra- micose profunda, como acontece em outras
zoável de pacientes. Tornou-se fato conhe- infecções, a reação intradérmica de leitura
cido que os pacientes mais gravemente en- tardia se constituí na arma mais fácil e viá-
fermos reagem negativamente ao teste intra- vel, sendo muitas vezes a única disponível.
dérmico. A prova pode reverter a positiva,
quando tais pacientes melhoram seu estado No que se refere à paracoccidioidomicose
geral, pelo tratamento. o Quadro IV apresenta resumo do que já
foi realizado em inquéritos epidemiológicos.
Foram relativamente poucas as pesqui-
sas nas quais o antígeno utilizado foi pre- Queremos assinalar que a padronização do
antígeno empregado é essencial e as grandes
viamente padronizado em pacientes ou em
discrepâncias de positividade encontradas pe-
animais experimentalmente infectados, para
los vários Autores poderiam ser explicadas
se conhecer qual a dose e o tempo de leitura
a serem utilizados com a finalidade de confe- pelo emprego de antígenos não padronizados.
rir o máximo de sensibilidade à prova. En- Tais discrepâncias podem ser devidas, tam-
tre as pesquisas realizadas com antígenos as- bém, às regiões de maior ou menor endemi-
sim padronizadas, queremos destacar as de cidade, aos tipos de antígenos utilizados e
MACKINNON & col. 40 , HouNrn & ARTAGAVEY- aos grupos etários estudados. Um bom in-
TIA-ALLENDE 2 5, LACAZ & col. 36 , FAVA NETTO quérito epidemiológico deve compreender:
& RAPHAEL 1 7, RESTREPO & SCHNEIDAU 54, utilização de antígeno bem padronizado: rea-
ALBORNOZ & ALBORNOZ 2 e BRITO & col. 6 • lização em número razoável de indivíduos de
cada grupo etário. Infelizmente, raramente
Com o progresso da imunologia, determi- tais objetivos foram alcançados nos estudos
nando que a reação de hipersensibilidade até agora realizados.

QUADRO III

Provas intradérmicas em pacientes de paracoccidioidomicose

Positividade
Autor (es) N.o de pacientes Antígeno
(%)

ili,,;.,;<...;.,;~
FONSECA & AREA LEÃO 21 2 100,00 Filtrado
BASGAL'· 6 100,00 Filtrado
ALMEIDA & col. ' 22 86,00 Filtrado
ALMEIDA & col. ' 22 82,00 Susp. células levedurif. 1/10
ALMEIDA & col. • 16 63,00 Susp. células 5/100
ALMEIDA & col. ' 18 50,00 Pús ganglionar 1/10
SILVA 6·1 8 100,00 Pús ganglionar 1/15
LACAZ 35 18 56,00 Filtrado
FAVA NETTO & RAPHAEL 17 79 87,00 Polissacáride 1/10
RESTREPO & SCHNEIDAU 54 7 72,20 Filtrado
RESTREPO & MONCADA " 20 75,00 Filtrado M
RESTREPO & MONCADA " 20 50,00 Filtrado L
ALBORNOZ,& ALBORNOZ 2 19 75,00 Polissacáride 1/10
FAVA NETTO& col. 20 100 77,00 Polissacáride 1/10

48
FAVA NETTO, C. - Imunologia da paracoccidioidomicose. Rev. Inst. Med. trop. São Paulo 18:42-53,
1976.

QUADRO IV

Inquéritos epidemiológicos

Autor (•es)
N. ode
provas
~s>U-1_:
victade
(%)
Antígeno Area do inquérito

LACAZ" 330 7,8 Filtrado São Paulo


NEGRONI & col. 46 64 4,68 Filtrado a 1/10 Argentina
MACKINNON & col. 40
537 2,00 Filtrado a 1/10 Uruguai
CARVALHO 7 475 4,20 Filtrado a 1/10 Rio de Janeiro
1,70 Filtrado a 1/100
OLIVEIRA'º 120 3,30 Filtrado a 1/10 Paraná
110 4,50 Filtrado a 1/10 Santa Catarina
HOUNIE & ARTAGAVEYTIA- 30 0,00 Filtrado a 1/10 Montevideo
ALLENDE 25 '
12 25,00 Filtrado a 1/10 sariano (Uruguai)
12 41,66 Filtrado a 1/10 Montes do Rio Negro
(Uruguai)
AGUIRRE 1
137 0,00 Filtrado Chile
DOUA T & DTAS 12
300 8,00 Filtrado a 1/10 Rio de Janeiro
LACAZ & cal. 36 529 4,72 Filtrado a 1/10 São Paulo
FAVA NETTO & RAPHAEL 11 438 25,00 Polissacáride São Paulo
al/10
MOTA 44 132 34,09 Pollssacáride Paraná
a 1/10
RESTREPO & cal. na 3938 9,60 Filtrado (fase Colombia
filamentosa)
3938 6,40 Filtrado Jevedurif. Colombia
ALBORNOZ & ALBORNOZ 2 686 52,00 Polissacáride Paracotos (Venezuela)
a 1/10
418 6,10 Polissacáride Esparta (Venezuela)
a 1/10
GREER & coL 24 162 12,00 Filtrado F. Colombia
LIMA'º 62 11,2 Polissacáride R.G.N. Brasil
a 1/10
FARINAS& col. 1 3 1015 +6,8 Polissa<.:áride Caripe (Venezuela)
al/10

Problema que consideramos de grande 24 %, índice este encontrado na população


atualidade é a verificação das reações cruza- sadia de São Paulo. Tais dados demonstram
das obtidas pelas reações intradérmicas que as reações cruzadas se verificam num sen-
( Cmà: & col. 8 ). O quadro V mostra rea- tido mas não noutro, isto é, pacientes porta-
ções intradérmicas à paracoccidioidina positi- dores de histoplasmose reagem cruzadamen-
vas em 100% dos casos de histoplasmose epi- te à paracoccidioidina, mas pacientes de blas-
dêmica por nós estudados. · tomicose não parecem reagir cruzadamente à
histoplasmina.
FAVA N ETTO & col. 20 mostraram em 100
pacientes de paracoccidioidomicose que a po- ' FAVA N ETTO & col. 20 demonstraram ain-
sitividade à histoplasmina foi somente de da que o polissacáride a 1/10 utilizado por

49
FAVA NETTO, C. - Imunologia da paracoccidioidomicose. Rev. Inst. Med. trop. São Paulo 18:42-53,
1976.

QUADRO V

Reações intradérmicas em pacientes de histoplasmose epidêmica

Paracoccidioidina
Paciente Histoplasmina · a 1/1000
Polissacáride a 1/10

F.V.A.C. 40 X 30 mm 25 X 15 mm
B.L.A.S. 25X25mm 30X25mm
M.R.S. 25 X 30 mm 25X30mm
F.A.S. 30 X 30 mm 30 X 35 mm
M.V.A.S. 30 X 30 mm 30 X 40 mm
A.J.B.F. 20 X 20 mm 25 X 50 mm
M.N. 25 X 35 mm 45 X 55 mm

FAVA NETTO & RAPHAEL 17 , é mais sensível 3. ALMEIDA, F. P.; LACAZ, C. S. & CUNHA,
A. C. - Intradermo-reação para diagnóstico
que o antígeno filtrado a 1/100, utilizado por da blastomicose sul-americana (granuloma-
Schneidau. tose-paracoccidióidica). A rq. Brasil. M ed. 35:
267-272, 1945.
É importante assinalar. que esta revisão não
discute os problemas referentes à patogenia
4. BARBOSA, W. - Blastomicose sul-america-
e à imunopatologia da blastomicose sul- na. Contribuição ao seu est·udo no Estado
americana. Os interessados poderão consul- ele Goiás. [Tese de docência-livre]. Facul-
tar os trabalhos de FAVA NETTO 16 , FAVA dad,e de Medicina da U. F. G. , 1968.
NETTO & RAPHAEL 17 , FAVA NETTO 19 ,GREER
& col. 2 4, MENDES & RAPHAEL 42 , MusATI '15 e 5. BASGAL, W. - Contribitição ao estitdo das
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SUMMARY 6. BRITO, T.; RAPHAEL, A.; FAVA NETTO,


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of skin test using a polysaccharide antigen
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This article deals with a critica! review of
the paracoccidioidomycosis immunological 7. CARVALHO, A. - Sobre o •emprego da pa-
studies. Each one of the immunological tests racoccidioidina na cidade do Rio de Janeiro:
primeiros resultados baseados no estudo de
used in the diagnosis, prognosis and as a 475 indivíduos. Rev. Brasil. T1,berc. 21:73-82,
criterian of cure of the disease is considered 1953.
separately for this purpose. The immu-
nological tests used for the antigenical com- 8. CHICK, E. W.; BAUM, G. L.; FURCOLOW,
position study of P. brasiliensis are em- M. L.; HUPPERT, M.; KAUFMAN, L. ,&
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S3

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