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SYLLABUS

DE
CEFALOMETRIA

* Análise Reduzida de RICKETTS *

CARLOS ALBERTO SILVA


CEFALOMETRIA – RICKETTS

1. Pontos craniométricos

v O ponto craniométrico é uma referência topográfica que


representa uma estrutura ou zona cranio-facial, utilizado para
a localização e quantificação de dimensões anatómicas.

v A maioria dos pontos utilizados em Ortodontia têm origem


antropológica, tendo em consequência uma localização nas
zonas externas dos ossos cranio-faciais, facilmente visíveis
pela inspecção superficial em crânios secos.

v Contudo, a cefalometria ortodôntica, teve que se enriquecer


com novos pontos craniométricos que representam
estruturas ósseas internas, não acessíveis à inspecção
directa; e outros pontos arbitrários, de carácter puramente
descritivo, localizados por relação geométrica (intersecção
de 2 planos) ou por selecção visual (v.g. centro da sela
turca).

v Tanto os pontos antropométricos como os ortodônticos,


devem cumprir os seguintes requisitos:

- Representar uma zona anatómica específica.


- Relativa facilidade de localização radiográfica.
- Possuir estabilidade relativa, tendo em conta a
inexistência teórica de pontos crânio-faciais
puramente estáveis.

Análise de Ricketts: 22 pontos craniométricos (10 do autor)


7 “ cranianos
3 “ maxilares
8 “ mandibulares
4 “ tegumentares.

2
2. Localização de pontos e estruturas

Ø Conceito de Máxima Evidência Anatómica

Nas radiografias existem zonas de difícil visualização, por


se situarem em áreas onde confluem sistemas ósseos
complexos, diferentes em morfologia e estrutura e
intimamente unidos por vizinhança anatómica.

A objectivação destas estruturas, requer uma certa


disciplina no exercício de traçado cefalométrico,
consubstanciada no princípio da máxima evidência anatómica:
“Determinação de uma área ou pormenor anatómico,
localizando-os onde logicamente deverão estar, ainda que
não apareçam em todo o seu relevo”

O emprego deste princípio requer a adopção de uma


“atitude anatómica” objectiva, imaginativa e exacta, sem cair
no erro da subjectividade e pura adivinhação, que invalidem
as conclusões obtidas a partir da cefalometria.

3. Cefalometria – ciência dos 4 C (s)

CARACTERIZAÇÃO – ou descrição morfológica das


condições existentes, sejam
anatómicas, fisiológicas ou
patológicas.

COMPARAÇÃO – de um indivíduo com outro ou com ele


mesmo em diferentes idades (transversal
ou longitudinal).

CLASSIFICAÇÃO – de diversas disposições anatómicas


(maxilares, alveolares, dentárias) em
diferentes categorias esqueléticas,
dentárias ou ambas.

COMUNICAÇÃO – dos diferentes aspectos reconhecidos


pelo clínico, ao meio profissional, aos
pais ou ao paciente.

3
PONTOS CRANIOMÉTRICOS CONVENCIONAIS

BASION (Ba): ponto mais antero-inferior do foramen magnum.


Representa o limite posterior da base do crânio.

PORION (Po): ponto mais superior do buraco do canal auditivo


externo. Referência posterior do plano de Frankfurt.

SUB-ORBITÁRIO (Or): ponto mais inferior do rebordo externo da


cavidade orbitaria. Referência anterior do plano de
Frankfurt.

NASION (Na): ponto mais anterior da sutura fronto-nasal. Representa


o limite anterior da base do crânio.

ESPINHA NASAL ANTERIOR (Ena): ponto mais anterior da espinha


anterior da maxila. Referência anterior do plano
palatino.

ESPINHA NASAL POSTERIOR (Enp): ponto mais posterior da


espinha nasal posterior da maxila. Referência posterior
do plano palatino.

PONTO A (A): ponto mais profundo da concavidade anterior da


maxila.

PONTO B (B): ponto mais posterior da concavidade anterior da parte


alveolar da sínfise mandibular .

POGONION (Pg): ponto mais anterior da sínfise mandibular, no plano


sagital médio.

GNATION (Gn): ponto mais ântero-inferior da sínfise mandibular, no


plano sagital médio.

MENTONIANO (Me): ponto mais inferior da sínfise mandibular, no


plano sagital médio.

ANTEGONIAL (Ag): ponto mais posterior da chanfradura antegonial.

GONION (Go): ponto mais póstero-inferior do ângulo gónico.

4
PONTOS CRANIOMÉTRICOS DE RICKETTS

PTERIGOIDEU (Pt): ponto mais póstero-superior da fenda pterigo-


maxilar (buraco grande redondo).

SUPRAPOGONIO (Pm): ponto intermédio entre os pontos “B”


(localizado na parte mais profunda da
concavidade anterior da sínfise - análogo
ao ponto “A”) e “Pg”, no plano sagital médio
(inflexão da cortical interna da sínfise).

CENTRÓIDE MANDIBULAR (Xi): ponto localizado no centro


geométrico do ramo mandibular.

CONDILAR (DC): ponto médio do côndilo mandibular, ao nível do


plano basocraniano.

PONTO “CC” (CC): ponto da intersecção do plano basocraniano com


o eixo facial.

PONTO “CF” (CF): ponto da intersecção do plano de Frankfurt com a


Vertical Pterigoideia.
Representa o centro polar do crescimento facial.

PONTOS DO PERFIL MOLE

PONTO “En” (En): ponto mais anterior do perfil mole do nariz.

PONTO “Em” (Em): ponto mais anterior da comissura labial.

PONTO “LL” (LL): ponto mais anterior do lábio inferior.

PONTO “DT” (DT): ponto mais anterior do perfil mole do mento.

5
PONTOS CRANIOMÉTRICOS CONVENCIONAIS

6
PONTOS CRANIOMÉTRICOS DE RICKETTS

7
PONTOS CRANIANOS

Ba

8
PONTOS MAXILARES

9
PONTOS MANDIBULARES

10
PONTOS DO PERFIL MOLE

11
CONSTRUÇÃO DO CENTRÓIDE MANDIBULAR (Xi)

FR

r1

r4 r3

r2

r1 r1

r4 r3 r4 r3

r2 r2

Xi

12
PLANO DE FRANKFURT

Po
Or

13
VERTICAL PTERIGOIDEIA

CF

14
EIXO FACIAL

Pt

Gn

15
PLANO FACIAL

Na

Pg

16
PLANO BASOCRANIANO

Na

Ba

17
PLANO PALATINO

Enp
Ena

18
PLANO DENTÁRIO

Pg

19
PLANO MANDIBULAR

Ag

Me

20
LINHA Na-A

Na

21
PLANO OCLUSAL FUNCIONAL

22
EIXO DO CORPO MANDIBULAR

Xi

Pm

23
EIXO CONDILAR

CD

Xi

24
PLANO ESTÉTICO

En

Dt
i

25
EIXO FACIAL

Na

Pt

Ba

Gn

MEDIDA CEFALOMÉTRICA – Ângulo formado pelo plano


Basocraniano com o Eixo Facial (Pt-Gn).

NORMA CLÍNICA = 90º

DESVIO CLÍNICO = ± 3º

CORRECÇÃO BIOLÓGICA – Constante com a idade.

INTERPRETAÇÃO – Indicador chave da direcção de crescimento da


mandíbula e da trajectória eruptiva dos molares.
Expressa a relação proporcional entre a altura e
a profundidade da face.
Determina o biótipo facial.

AUMENTADO – Braquifacial – Padrão Horizontal.

DIMINUIDO – Dolicofacial – Padrão Vertical

26
PROFUNDIDADE FACIAL

MEDIDA CEFALOMÉTRICA – Ângulo formado pelo plano Facial com


o plano de Frankfurt

NORMA CLÍNICA = 87º

DESVIO CLÍNICO = ± 3º

CORRECÇÃO BIOLÓGICA - Aumenta 0,3º / ano.

INTERPRETAÇÃO – Localiza a mandíbula no plano horizontal,


indicando a sua posição espacial antero-posterior.
Determina se uma Classe II ou III óssea é ou
não, devida a uma má posição da mandíbula.

AUMENTADA – Prognatismo mandibular.

DIMINUIDA – Retrognatia mandibular.

27
PLANO MANDIBULAR

MEDIDA CEFALOMÉTRICA – Ângulo formado pelo plano mandibular


com o plano de Frankfurt.

NORMA CLÍNICA = 26º

DESVIO CLÍNICO = ± 4º

CORRECÇÃO BIOLÓGICA – Diminui 0,3º / ano

INTERPRETAÇÃO – Indicador tradicional da altura facial posterior.


Um valor alto indica uma tendência à mordida
aberta de origem mandibular; um valor baixo,
o contrário.

AUMENTADO – Mordida aberta mandibular.

DIMINUIDO – Supraoclusão mandibular.

28
ALTURA FACIAL INFERIOR

Ena

Xi

Pm

MEDIDA CEFALOMÉTRICA – Ângulo formado pelos pontos Xi, Pm


e Ena, com vértice em Xi.

NORMA CLÍNICA = 47º

DESVIO CLÍNICO = ± 4º

CORRECÇÃO BIOLÓGICA – Constante com a idade.

INTERPRETAÇÃO – O grau de divergência, informa sobre a


tendência esquelética a um problema vertical
(Mordida Aberta ou Supraoclusão).
Quando o valor é alto (hiperdivergente),
indica uma mordida aberta esquelética;
quando é baixo, uma Supraoclusão
esquelética (hipodivergente).

AUMENTADO – Mordida aberta esquelética.

DIMINUIDO – Supraoclusão esquelética.

29
ARCO MANDIBULAR

CD

Xi

Pm

MEDIDA CEFALOMÉTRICA – Ângulo formado pelo eixo do corpo


com o eixo condilar.
NORMA CLÍNICA = 26º

DESVIO CLÍNICO = ± 4º

CORRECÇÃO BIOLÓGICA – Aumenta 0,5º / ano.

INTERPRETAÇÃO – Indicador do grau de inclinação do côndilo e


do crescimento mandibular.
Um valor alto é indicativo da presença de uma
mandíbula de padrão prognático e tendência à
supraoclusão esquelética mandibular.
Um valor baixo indica um padrão vertical
retrognático, com tendência à mordida aberta
esquelética de origem mandibular.

AUMENTADO – Padrão Horizontal – Supraoclusão mandibular.

DIMINUIDO – Padrão Vertical – Mordida aberta mandibular.

30
PROFUNDIDADE MAXILAR

Na

Or

MEDIDA CEFALOMÉTRICA – Ângulo formado pela linha Na-A com


o plano de Frankfurt.

NORMA CLÍNICA = 90º

DESVIO CLÍNICO = ± 3º

CORRECÇÃO BIOLÓGICA – Constante com a idade.

INTERPRETAÇÃO – Localiza a maxila no espaço, no sentido


antero-posterior.
Determina se uma Classe II ou III óssea é ou
não, consequência dum mau posicionamento
da maxila no sentido sagital.

AUMENTADA – Protrusão maxilar.

DIMINUIDA – Retrusão maxilar.

31
CONVEXIDADE FACIAL

Na

Pg

MEDIDA CEFALOMÉTRICA – Distância do ponto “A” ao plano


Facial (Na-Pg).

NORMA CLÍNICA = 2 mm

DESVIO CLÍNICO = ± 2 mm

CORRECÇÃO BIOLÓGICA – Diminui 0,2 mm / ano.

INTERPRETAÇÃO – Os valores altos indicam uma Classe II


esquelética; os valores baixos, uma Classe III
esquelética.
Os pacientes com um bom padrão de
crescimento mandibular horizontal (sagital),
podem apresentar maior convexidade em
idades mais baixas e serem considerados
normais.
É um factor chave para determinar a
existência de um problema ortopédico e a
extensão da anomalia estética.

AUMENTADA – Classe II esquelética.

DIMINUIDA – Classe III esquelética.

32
POSIÇÃO DO INCISIVO INFERIOR

MEDIDA CEFALOMÉTRICA – Distância do bordo incisal do Incisivo


Central Inferior ao plano Dentário.

NORMA CLÍNICA = 1mm

DESVIO CLÍNICO = ± 2 mm

INTERPRETAÇÃO – Define o grau de protrusão / retrusão dos


incisivos inferiores e a posição recíproca dos
incisivos com os respectivos ossos basais de
suporte.
É um objectivo chave tanto estético como
funcional, constituindo-se como um “alvo”
prioritário do tratamento ortodôntico.

AUMENTADA – Protrusão incisiva.

DIMINUIDA – Retrusão incisiva.

33
INCLINAÇÃO DO INCISIVO INFERIOR

MEDIDA CEFALOMÉTRICA – Ângulo do eixo axial do incisivo


central e o plano dentário

NORMA CLÍNICA = 22º

DESVIO CLÍNICO = ± 4º

INTERPRETAÇÃO – Indicador da inclinação do Incisivo inferior.


Permite a correspondência ao tipo facial

AUMENTADA – Inclinação labial. Braquifacial

DIMINUIDA – Inclinação lingual. Dolicofacial

34
EXTRUSÃO INCISIVO INFERIOR

MEDIDA CEFALOMÉTRICA – Distância do bordo incisal do Incisivo


Central Inferior ao Plano Oclusal.

NORMA CLÍNICA = 1,5 mm

DESVIO CLÍNICO = ± 2 mm

INTERPRETAÇÃO – Factor chave para o diagnóstico diferencial da


sobremordida incisiva, condicionando por isso
o plano de tratamento.
Permite-nos concluir se a sobremordida
vertical é consequência de uma extrusão dos
incisivos inferiores, dos superiores ou de
ambos.

AUMENTADA – Supraoclusão incisiva inferior.

DIMINUIDA – Mordida Aberta incisiva inferior.

35
ÂNGULO INTER – INCISIVO

MEDIDA CEFALOMÉTRICA – Ângulo formado pelos eixos


longitudinais dos incisivos superior e
inferior.

NORMA CLÍNICA = 132º

DESVIO CLÍNICO = ± 6º

INTERPRETAÇÃO – Factor importante pelas suas implicações


estéticas e influência sobre a estabilidade do
tratamento.
Os valores baixos revelam uma situação de
Biprotrusão, enquanto os valores altos
indicam Supraoclusão.

AUMENTADO – Supraoclusão dentária.

DIMINUIDO – Biprotrusão dentária.

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POSIÇÃO MOLAR SUPERIOR

MEDIDA CEFALOMÉTRICA – Distância do ponto coronário mais


distal do 1º molar superior à linha
Vertical Pterigoideia (PtV).

NORMA CLÍNICA = Idade + 3 mm

DESVIO CLÍNICO = ± 3 mm

CORRECÇÃO BIOLÓGICA – Aumenta 1 mm / ano.

INTERPRETAÇÃO – Determina se a Classe II molar de Angle, se


deve ao molar superior ou inferior.
Ajuda a decidir sobre a necessidade ou não
de extracções, principalmente na arcada
superior.

AUMENTADA – Classe II (molar superior avançado).

DIMINUIDA – Classe II (molar inferior recuado).

37
PROTRUSÃO LABIAL

En

Dt

MEDIDA CEFALOMÉTRICA – Distância do ponto mais anterior do


lábio (LL) ao plano Estético (Plano E).

NORMA CLÍNICA = - 2 mm.

DESVIO CLÍNICO = ± 2 mm/ano.

CORRECÇÃO BIOLÓGICA – Diminui 0,2 mm / ano.

INTERPRETAÇÃO – Expressa o equilíbrio estético dos lábios


relativamente ao conjunto constituído pelo
perfil dos tecidos moles faciais.
É um factor descritivo chave, para avaliar as
implicações estéticas da oclusão.

AUMENTADA – Protrusão labial (anterior ao plano E).

DIMINUIDA – Retrusão labial

38
COMPRIMENTO ANTERIOR DO CRÂNIO

Na

CC

MEDIDA CEFALOMÉTRICA – Distância do ponto CC ao ponto


Nasion.

NORMA CLÍNICA = 55 mm.

DESVIO CLÍNICO = ± 2,5 mm.

CORRECÇÃO BIOLÓGICA – Aumenta 0,8 mm / ano.

INTERPRETAÇÃO – Indica se uma Classe II esquelética se deve a


uma protrusão maxilar como consequência de
base craniana grande; ou se uma Classe III,
se deve a uma retrusão maxilar por base
craniana demasiado pequena.
É um factor chave condicionante das
possibilidades ortopédicas do maxilar.

AUMENTADO – Prognostica a Classe II maxilar.

DIMINUIDO – Prognostica a retrusão maxilar.

39
COMPRIMENTO CORPO MANDIBULAR

Xi

Pm

MEDIDA CEFALOMÉTRICA – Distância do ponto Suprapogónio


(Pm) ao Centróide mandibular (Xi).

NORMA CLÍNICA = 65 mm.

DESVIO CLÍNICO = ± 3 mm.

CORRECÇÃO BIOLÓGICA – Aumenta 1,6 mm / ano.

INTERPRETAÇÃO – Indica se o grau de displasia mandibular


(prognatismo ou retrognatia), se devem ao
tamanho do corpo da mandíbula.

AUMENTADO – Macromandibulia.

DIMINUIDO – Micromandibulia.

40
Análise cefalométrica reduzida de Ricketts

Pontos cefalométricos

Pontos cranianos
Na – nasion: ponto mais anterior da sutura frontonasal; representa o limite anterior da base do
crânio.
Ba – basion: ponto mais ântero-inferior do forame magno; representa o limite posterior da base
do crânio.
Po – porion: ponto mais superior do meato acústico externo; referência posterior da horizontal
de Frankfurt (HF).
Or – sub-orbitário: ponto mais inferior do rebordo inferior externo da cavidade orbitária;
referência anterior da HF.
Pt – pterigoideu: ponto mais póstero-superior da fenda pterigo-maxilar (buraco redondo maior).
CC – centro craniano: situado na intersecção da linha Ba-Na com a linha Pt-Gn.
CF – centro facial: situado na intersecção da vertical pterigoideia com a HF.

Pontos mandibulares
B – ponto B: ponto mais posterior da concavidade anterior da parte alveolar da sínfise.
Pg – pogonion: ponto mais anterior da mandíbula (no plano sagital médio da sínfise).
Gn – gnation: ponto mais ântero-inferior da mandíbula (no plano sagital médio da sínfise).
Me – mentoniano: ponto mais inferior do mento (no plano sagital médio da sínfise); referência
anterior do plano mandibular.
Ag – antegonial: ponto mais posterior da chanfradura antegonial; referência posterior do plano
mandibular.
Go – gonion: ponto mais póstero-inferior da mandíbula (no ângulo gónico).
Pm – supra-pogonion: ponto situado na convergência da cortical interna com a cortical externa
da sínfise; quando de difícil determinação localiza-se a meia distância entre o ponto B e o Pg.
Dc – ponto condilar: ponto médio do côndilo na intersecção ao plano Na-Ba; referência superior
do eixo condilar (Dc-Xi).
Xi – centróide mandibular: centro geométrico do ramo montante da mandíbula; determinação:
- traçar linha R1: paralela à HF passando pelo ponto mais inferior da chanfradura
sigmóide (ponto R1);
- determinar ponto R2: intersecção da vertical por R1 com o bordo mandibular inferior;
- traçar linha R2: passando pelo ponto R2 e paralela à HF;
- determinar ponto R3: ponto mais posterior do bordo anterior do ramo montante;
- traçar linha R3: vertical por R3;
- determinar ponto R4: intersecção da linha que passa por R3, paralela à HF, com o
bordo posterior do ramo mandibular;
- traçar linha R4: vertical por R4;
- as linhas R1, R2, R3 e R4 definem em rectângulo; a intersecção das diagonais deste
rectângulo define o ponto Xi.

Pontos maxilares
ENA – espinha nasal anterior: ponto mais anterior da espinha nasal anterior da maxila;
referência anterior do plano palatino.
ENP – espinha nasal posterior: ponto mais posterior da espinha nasal posterior da maxila;
referência posterior do plano palatino.
A – ponto A: ponto mais posterior da concavidade anterior da maxila.

Pontos nos tecidos moles


En – nasal: ponto mais anterior da proeminência do nariz, no perfil mole.
Em – comissura: ponto mais anterior da comissura labial.
LL – lábio inferior: ponto mais anterior do lábio inferior.
Dt – pogonion cutâneo: ponto mais anterior do mento cutâneo.

41
Planos, linhas e eixos cefalométricos

1. Plano horizontal de Frankfurt (HF): união dos pontos porion (Po) e sub-orbitário (Or);
2. Vertical pterigoideia: perpendicular ao plano de Frankfurt a nível do ponto mais
posterior da fossa pterigo-maxilar;
3. Plano da base do crânio: união dos pontos basion (Ba) e nasion (N);
4. Eixo facial: união dos pontos pterigoideu (Pt) e gnation (Gn);
5. Plano facial: união dos pontos nasion (N) e pogonion (Pg);
6. Plano palatino: união dos pontos espinha nasal anterior (ENA) e posterior (ENP);
7. Plano dentário: união dos pontos A e pogonion (Pg);
8. Plano mandibular: união dos pontos mentoniano (Me) e antegonial (Ag);
9. Plano oclusal funcional: pontos de intercuspidação máxima dos primeiros molares
permanentes e pré-molares ou molares decíduos;
10. Eixo do corpo mandibular: união dos pontos centróide (Xi) e suprapogonion (Pm);
11. Eixo condilar: união dos pontos condilar (Dc) e centróide (Xi);
12. Plano estético: união dos pontos nasal (En) e pogonion cutâneo (Dt);
13. Linha Na - A: união dos pontos nasion (N) e ponto A (A).

42
Análise cefalométrica reduzida de Ricketts

Factores cefalométricos (15)

A. Mandíbula
f1 eixo facial: ângulo ínfero-posterior do plano da base do crânio com o eixo facial;
- valor aumentado (VA): padrão de crescimento horizontal - braquifacial;
- valor diminuído (VD): padrão de crescimento vertical - dolicofacial.

f2 ângulo (profundidade) facial: ângulo do plano facial com a horizontal de Frankfurt (HF);
- VA: prognatismo mandibular (promandibulia);
- VD: retrognatismo mandibular (retromandibulia).

f3 plano mandibular: ângulo do plano mandibular com a HF;


- VA: mordida aberta esquelética mandibular; VD: mordida profunda esquelética mandibular.

f4 altura facial inferior: ângulo formado entre os planos Xi – Pm e Xi – ENA;


- VA: mordida aberta esquelética; VD: mordida profunda esquelética.

f5 arco mandibular: ângulo formado entre o eixo do corpo mandibular e o eixo condilar;
- VA: mordida profunda esquelética mandibular; VD: mordida aberta esquelética mandibular.

B. Maxila
f6 profundidade maxilar: ângulo formado entre o plano N-A e HF;
- VA: protrusão maxilar (promaxilia); VD: retrusão maxilar (retromaxilia)

f7 convexidade facial: distância medida numa paralela à HF entre o ponto A e o plano facial;
- VA: tipo Classe II esquelética; VD: tipo Classe III esquelética.

C. Dentes
f8 posição do incisivo inferior: distância horizontal entre o bordo incisivo e o plano dentário;
- VA: protrusão incisiva; VD: retrusão incisiva.

f9 inclinação do incisivo inferior: ângulo do eixo axial do incisivo central e o plano dentário;
- VA: inclinação labial; VD: inclinação lingual.

f10 extrusão do incisivo inferior: distância medida na perpendicular entre o bordo incisivo do
incisivo central inferior mais extruído e o plano oclusal funcional;
- VA: supra-oclusão incisiva; VD: infra-oclusão incisiva.

f11 ângulo inter-incisivo: ângulo formado entre os eixos axiais dos incisivos centrais inferior e
superior mais protruídos;
- VA: tendência à supra-oclusão dentária; VD: tendência à biprotrusão dentária.

f12 - posição do molar superior. distância medida na horizontal entre o ponto mais distal da
coroa do 1º molar superior e a vertical pterigoideia;
- VA: Classe II (molar superior avançado); VD: Classe II (molar inferior recuado).

D. Perfil
f13 protrusão labial: distância entre o ponto mais anterior do lábio inferior e o plano estético;
- VA: protrusão labial; VD: retrusão labial.

E. Estruturais
f14 - comprimento anterior do crânio: distância entre o ponto CC e o nasion;
- VA: tendência a Classe II de origem maxilar;
- VD: tendência a Classe III de origem maxilar.

f15 - comprimento do corpo mandibular: distância entre os pontos Xi e Pm;


- VA: macromandibulia; VD: micromandibulia

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