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ATIVIDADE AVALIATIVA

Nome Completo: André Bogni

Turma e Cidade: Turma Brasil 03 – Porto Alegre

E-mail para contato: andrebog@hotmail.com


Referente ao módulo:
(nome da disciplina) Alfabetização I e II

Referências Bibliográficas:
FREIRE, P. A importância do ato de ler. Editora Cortez, São Paulo. 1981.

Valor: 10 pts. Nota:

Como foi o tempo em que você aprendeu a ler e escrever? Você lembra das
professoras, de algum momento mais marcante, dos desafios, das alegrias, dos
encantamentos, de dificuldades, dos sentimentos?

Escreva um texto com suas memórias, nos contando como foi a sua história do tempo
em que foi alfabetizado(a). Depois, escolha um tema que fez parte do debate das
aulas de Alfabetização 1 e 2 para comentar e relacionar com a sua experiência.

Bom, para ser sincero, não tenho lembranças muito vívidas da minha época de
alfabetização, no ponto de vista escolar. Contudo, ao ler a introdução do livro de Paulo
Freire “A importância do ato de ler”, fui rememorando momentos e eventos simbólicos
de quando era criança, que possivelmente tem muita relação com a minha construção
de leitura – textual e do mundo (FREIRE, 1981).
Minha maior lembrança remete às vivências em casa, assim como descreve
também Freire. Filho de uma professora de geografia, desde muito cedo me vi
folheando aqueles livros coloridos, cheio de imagens e mapas, no chão. Acho que esse
foi talvez um início de um processo de reconhecimento da linguagem escrita. As cores e
formatos me suscitavam muita curiosidade, embora não compreendesse exatamente
seus significados. Mas algum significado simbólico começava a se formar dentro de mim
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naquele momento, e pouco a pouco, aquelas figuras que pareciam ser disformes e
desconexas, iam adquirindo sentidos – mesmo que simbólicos, em minha imaginação.
Tenho uma lembrança clara de aprender as letras e suas combinações durante
as férias escolares, talvez pouco antes do início no 1º ano do fundamental. Lembro da
figura da minha mãe de pé, com algumas letras coladas na geladeira, apontando e me
mostrando, com a maior paciência, na esperança (ou pressa rsrs) de que eu já iniciasse o
período escolar reconhecendo aqueles símbolos tão utilizados pelos adultos.
E funcionou, lembro que já iniciei o ano escolar sabendo ler algumas palavras.
Sobre esse período também, recordo de caminhar todas as semanas com a minha mãe
em um local chamado de “Pista da Saúde”, na Universidade Federal de São Carlos. A
pista da saúde consistia de um percurso organizado, em meio à uma extensa área verde,
que possuía placas e sugestões de exercícios físicos a cada 100m de trajeto.
Lembro de ser uma verdadeira aventura pra mim tentar desvendar o que cada
uma das placas que surgiam a cada 100m tentava nos dizer. Uma das primeiras palavras
que reconheci nesse contexto foi “Andar”, que me remetia ao meu nome “André”.
Acreditei que fosse meu nome no início, mas logo compreendi seu real significado (e
contexto, já que estávamos em uma pista de caminhada).
Essas são minhas principais memórias desse período de alfabetização, estranho
eu não ter nenhuma lembrança no âmbito escolar em si, não consigo me recordar
mesmo. Mas essas recordações já me trazem elementos para refletir sobre as
temáticas abordadas durante os módulos do curso.
Por exemplo, esses relatos revelam uma série de experiências que contribuíram
para a minha leitura e compreensão do mundo. Lembro-me de como os livros
coloridos, cheios de imagens e mapas, proporcionaram minha primeira aproximação
com a linguagem escrita, ainda que de forma simbólica. As figuras, que pareciam
desconexas a princípio, foram adquirindo sentido na minha imaginação, o que mostra
como a construção do conhecimento passa pela subjetividade do sujeito, que é algo
que ficou bem claro nas aulas.
A outra experiência significativa, da aprendizagem das letras e suas
combinações durante as férias escolares, por meio da ajuda da minha mãe, reforça
para mim a importância do envolvimento da família no processo de alfabetização, pois
é um momento crucial na vida da criança e exige estímulos e incentivos,
principalmente daqueles que possuímos maior confiança e afeto.

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Além disso, penso também como a aventura de desvendar as placas e
sugestões de exercícios físicos na pista da saúde contribuiu para a minha assimilação
simbólica do mundo. Eu aprendi a ler a palavra "andar" e a relacioná-la ao meu nome,
mas também compreendi o contexto em que me encontrava, que remetia a outro
significado da palavra. Isso revela a importância de se estabelecer relações entre as
palavras e o contexto em que são utilizadas, o que é fundamental para a compreensão
da leitura e da vida, também uma temática abordada em aula.
Por fim, ao refletir sobre minha trajetória de aprendizado, me recordo
novamente do livro "A importância do ato de ler", de Paulo Freire, que destaca a
importância de se construir uma educação libertadora, que promova a assimilação
crítica do mundo. Para Freire, a alfabetização não é um processo mecânico e neutro,
mas sim um momento de conscientização e problematização da realidade. Nesse
sentido, minhas memórias reforçam a importância de se estimular a criatividade e a
subjetividade da criança no processo de alfabetização, além de estabelecer relações
entre as palavras e o contexto em que são utilizadas. É preciso compreender a
alfabetização, portanto, como um processo dinâmico e contextualizado, que contribua
para a formação crítica e reflexiva do sujeito.

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