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FACULDADE DE ENGENHARIA
LICENCIATURA EM ENGENHARIA GEOLÓGICA
Petróleo & Gás e Modelização de Reservatórios
Fluidos de Perfuração
Discentes: Docente:
Jonas Felipe Maitiguere Paulo Nguenha, Msc
Júlia Alfane
Lewis Rafael
Marcelo Francisco Maló
FACULDADE DE ENGENHARIA
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Índice
1. Introdução....................................................................................................................................4
1.1. Objectivos.............................................................................................................................5
1.2. Metodologias........................................................................................................................5
2. Fluidos de Perfuração..................................................................................................................6
2.1. Conceito...............................................................................................................................6
3. Conclusão..................................................................................................................................14
4. Referências Bibliográficas.........................................................................................................15
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1. Introdução
Os fluidos de perfuração são de vital importância na perfuração de poços de petróleo e pode
mesmo dizer-se que o sucesso em perfurar um poço depende significativamente da performance do
fluido que é bombeado. Ao longo deste trabalho perceber-se-á o porquê. Existe uma grande
necessidade económica de se descobrir e explorar poços de petróleo, isso faz com que os estudos
para novas descobertas se tornem mais complexos com o passar do tempo, tornando necessário o
conhecimento dos principais aspectos dos fluidos que serão utilizados na perfuração. Nesta
perpectiva, vai-se descrever as funções dos fluidos de perfuração e os principais fluidos de
perfuração.
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1.1. Objectivos
1.2. Metodologias
Para a elaboração do trabalho optou-se como base revisões bibliográficas, em manuais electrónicos
e artigos científicos que estiveram disponíveis e também serviu como recurso a internet, recorreu-
se a algumas bibliografias recomendadas no plano da disciplina, portanto, estes recursos
impulsionaram no desenvolvimento do tema em estudo com vista a concretizar os objectivos do
trabalho.
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2. Fluidos de Perfuração
2.1. Conceito
Fluido de perfuração é um fluido circulante usado para tornar viável a actividade de perfuração
(API - Instituto Americano de Petróleo, 1991). Segundo Thomas (2001), os fluidos de perfuração
são misturas complexas de sólidos, líquidos e gases, e em função das necessidades do poço, são
geralmente constituídas por uma fase dispersam-te e outra dispersa. Oliveira (2015), define fluidos
de perfuração como sendo misturas complexas de sólidos, líquidos, produtos químicos, por vezes,
gases, podem assumir aspectos de suspensão, dispersão ou emulsão, de acordo com o seu estado ou
componente físico.
Segundo (Robert & Stefan, 2011). Um fluido de perfuração, ou lama, é qualquer fluido que é
usado em uma operação de perfuração na qual esse fluido é circulado ou bombeado da superfície,
pela coluna de perfuração, através da broca e de volta à superfície por meio do anel.
De maneira geral, os fluidos de perfuração são sistemas multifásicos que podem conter água,
material orgânico, sais dissolvidos e sólidos em suspensão nas mais diversas proporções (Barbosa,
2006).
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estudadas para classificar um fluido são as Propriedades físicas: peso, viscosidade, reactividade e
controle de perda de fluido e dentro de cada item deve se estudar as características especificas, tais
como: densidade (no caso do peso); força gel e parâmetros reológicos (no caso da viscosidade);
parâmetros de filtração (no caso de controle de perda de fluidos) e teor de sólidos, pH, sólidos
activos e lubricidade (no caso da reactividade). Dentre os parâmetros reológicos, a força gel que
indica o grau de geleificação de um fluido de perfuração e fornecem informações sobre a
resistência de um fluido em reiniciar o seu escoamento após de um período de repouso das
actividades de perfuração (Guimaraes Rossi, 2007).
Propriedades quimicas: determinadas com maior frequencia nos laboratoris das sondas sao o pH,
os teores de cloreto e de bentonita e a alcalinidade. Outras propriedades quimicas são o excesso de
cal (determinada nos fluidos tratados por cal hidratada), o teor de calcio e magnesio, a
concentracao de H2S e a concentracao de Potassio (testada nos fluidos inibidos por gesso). Dentre
estes, o pH, fornece informações sobre a capacidade do fluido em promover a corrosão dos
equipamentos, o teor de sólidos que em altas quantidades influenciam outras propriedades como a
densidade, as forças géis e a viscosidade e ainda podem aumentar a probabilidade de desgaste de
equipamentos e fractura das formações rochosas.
Remover e transportar os cuttings do poço até à superfície, bem como garantir a suspensão
dos mesmos durante a interrupção da circulação;
Suportar e estabilizar as paredes do poço;
Revestir as paredes do poço com um reboco impermeável que actue como um selo sobre as
formações permeáveis;
Arrefecer e lubrificar a broca e a coluna de perfuração;
Impedir ou minimizar os danos às formações de produção;
Permitir a obtenção de máxima informação possível sobre as formações atravessadas.
Suspenda os cascalhos (sólidos perfurados), remova-os do fundo do furo e furo de poço, e
libere-os na superfície;
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Controle a pressão da formação e mantenha a estabilidade do poço;
Formações permeáveis ao selo;
Resfriar, lubrificar e apoiar o conjunto de perfuração;
Transmitir energia hidráulica para ferramentas e brocas;
Minimizar danos ao reservatório;
Permitir avaliação de formação adequada;
Controle de corrosão;
Facilitar a cimentação e completação;
Inibe a formação de hidrato de gás.
É possível observar pela Figura 01, os locais específicos onde é realizada a acção de algumas das
principais funções dos fluidos. Portanto, as funções como de suspensão, o controle de pressão, a
estabilização das formações, apresentar poder de flutuação e de resfriamento da broca são
descridos como funções primordiais (Duarte, 2004). De forma resumida as principais funções dos
fluidos de perfuração estão ilustradas na figura abaixo:
Figura 01- Principais acções dos Fluidos de Perfuração. Fonte: GEEHAN, 2000 & Souza, 2007.
Existem algumas limitações negativas sobre o fluido de perfuração. Segundo Caenn (2014), neste
contexto, o fluido não deve:
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Fazer mal aos trabalhadores, nem prejudicar o meio ambiente;
Exigir métodos incomuns ou antieconómicos de completação do poço perfurado;
Interferir na produtividade comum dos fluidos da formação;
Não corroer e desgastar excessivamente as ferramentas de perfuração.
A natureza das fases dispersante e dispersa, bem como os componentes básicos e as suas
quantidades definem não apenas o tipo de fluido, mas também as suas características e
propriedades. As lamas de perfuração à base água, óleo e sintética são muito empregadas na
indústria offshore (no mar), enquanto, as lamas com base gás são basicamente utilizadas em poços
onshore (terrestres) (FERREIRA, 2002).
A água doce como praticamente não afecta o desempenho dos aditivos empregues no preparo dos
fluidos, não precisa de pré-tratamento químico. No caso de se usar um fluido à base de água
salgada, esta pode ser natural como a água do mar, ou pode ser obtida pela adição de sais como
NaCl, KCl ou CaCl2.
Na perfuração de camadas rochosas superficiais, como é o caso do topo dos poços, podem-se usar
fluidos não-inibidos, uma vez que são rochas praticamente inertes ao contacto com a água, não
sendo por isso necessário demasiado tratamento químico. Os fluidos inibidos (fluidos tratados para
reduzir a actividade das argilas) são utilizados na perfuração de rochas de elevado grau de
actividade na presença de água doce (Bourgoyne Jr., Millheim, Chenevert, & Young Jr., 1986)
citado por (Gatlin, 1960).
Os fluidos à base de água têm como vantagens menores impactos ambientais, baixo custo,
incluindo o descarte, estabilidade térmica, biodegradabilidade e facilidade no bombeio, tratamento
e detenção de kicks.
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2.5.2. Fluidos à base de óleo
Os fluidos à base de óleo são emulsões invertidas de água, ou soluções salinas em óleo,
estabilizadas através do uso de emulsificantes e caracterizados por uma fase contínua oleosa,
geralmente composta de hidrocarbonetos líquidos. Pequenas gotículas de água ou de solução
aquosa constituem a fase descontínua desses fluidos. Alguns sólidos coloidais, de natureza
inorgânica e/ou orgânica, podem compor a fase dispersa (Gatlin, 1960; Bourgoyne Jr., Millheim,
Chenevert, & Young Jr., 1986) citado por (Gatlin, 1960).
Estes fluidos são formulados com diesel, óleo mineral, ou parafinas lineares de baixa toxicidade
(refinadas a partir do petróleo bruto). Devido ao alto custo inicial e maior grau de poluição, os
fluidos à base de óleo são empregues com menor frequência do que os fluidos à base de água. Têm
como vantagem a mínima contaminação de zonas potencialmente produtivas e foram
desenvolvidos para fins especiais, tais como:
Perfuração de formações que hidratam e colapsam quando em contacto com a água, como é o
caso de algumas argilas, arenitos e xistos;
Perfuração de formações com baixa pressão de poros ou de fractura;
Perfuração de poços HPHT (alta pressão e alta temperatura), quando outros tipos de sistemas
de lamas são ineficientes, oferecendo assim uma boa estabilidade de temperaturas;
Em outras situações, tais como prevenção de corrosão e trabalho de reparação na produção de
poços. Outras desvantagens deste tipo de fluidos são: dificuldades na detecção de gás no poço
devido a sua solubilidade na fase contínua, e dificuldade no combate à perda de circulação. É
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ainda importante salientar que a descarga de cuttings e resíduos de fluidos à base de óleo não
é permitida na maior parte das áreas de perfuração offshore e por isso devem ser processados
e enviados para a costa para eliminação.
A perfuração com névoa é empregue quando são encontradas formações que produzem água em
quantidade suficiente para comprometer a perfuração com ar ou em zonas onde ocorrem perdas de
circulação severas. A espuma é uma dispersão de gás em estado líquido, constituída por um filme
delgado de uma fase líquida, estabilizada através de um tensioactivo específico, um espumante,
(Gatlin, 1960). O emprego da espuma como fluido circulante é justificado quando se necessita de
uma eficiência elevada de transporte dos cuttings, uma vez que este apresenta alta viscosidade.
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3. Conclusão
Depois da abordagem feita ao longo do desenvolvimento do trabalho, conclui-se que, os fluido de
perfuração são misturas complexas de várias fases (liquida, sólida ou gasosa) em função das
necessidades do poço. Numa operação de perfuração correctamente executada, a densidade e as
outras propriedades físicas dos fluidos de perfuração pode ser uma boa indicação das limitações do
poço. Os fluidos de perfuração são de vital importância na perfuração de poços de petróleo e pode
mesmo dizer-se que o sucesso em perfurar um poço depende significativamente da performance do
fluido que é bombeado.
Uma das importâncias fundamentais dos fluidos de perfuração é minimizar alterações físicas e
químicas das formações a serem perfuradas. Assim, os fluidos devem ser projectados e formulados
para uma performance eficiente sob a evolução das condições do poço e a sua a tecnologia envolve
tanto ciências como geologia, química, física, bem como habilidades de aplicação de engenharia.
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4. Referências Bibliográficas
1) Caenn, Ryena; Chillingarb, George, V (1995). Drilling Fluids : State of the Art. Journal of
Petroleum Science and Engineering. USA: Westport technology Center; bCivil engineering
department, University of Southern California.
5) Guimarães, I., Rossi, L., (2007). Estudo dos Constituintes dos Fluidos de Perfuração:
Proposta de Uma Formalização Optimizada e Ambientalemnte Correcta. ABPG, Brasil.
6) Oliveira, M.A.M.; Mothé, C.G.; Oliveira, L.G. (2015). “Petroleum Patent Used Such
Monitoring Technological Like Innovation Process of Drilling Fluids with Xanthan Gum -
World Panorama”. Engineering, n.7, vol.7, 395-40 407. Disponivel em
http://dx.doi.org/10.4236/eng.2015.77036
7) Pereira, E.; Bianchi, C.; Filho, F.W.B.F.; Souza, J.C.S de. (1997). Reprogramação dos
Fluidos de Perfuração em Poços da SABESP no Vale do Paraíba, X Encontro Nacional de
Perfuradores de Poços, Campo Grande (MS), pp. 73-83.
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