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Divisão de Engenharia

Engenharia de Processamento Mineral

3o Ano

Separação Mineira II

Flotação directa

Docente:
MSc.Eng. Geraldo Eliseu

Tete, Outubro de 2022


Discentes:

Flotação directa

Este trabalho é de carácter


avaliativo, que será apresentado
no Instituto Superior Politécnico
de Tete referente à cadeira de
Separação mineira II orientado
pelo docente: MSc.Eng. Geraldo
Eliseu

Tete, Outubro de 2022


Índice

I. Introdução............................................................................................................................1
II. Objectivos.............................................................................................................................2
a) Geral.................................................................................................................................2
b) Específicos........................................................................................................................2
III. Metodologia.....................................................................................................................2
1. Revisão da literatura............................................................................................................3
1.1. Flotação directa............................................................................................................3
1.1.1. Definição...............................................................................................................3
1.2. História da Concentração por Flotação........................................................................3
1.3. Ocorrendo a flotação................................................................................................6
1.4. Outras aplicações da flotação...................................................................................6
1.5. Princípios fundamentais...........................................................................................7
IV. Conclusão.........................................................................................................................8
V. Referências bibliográficas.....................................................................................................9
I. Introdução
Este presente trabalho visa aborda acerca da flotação directa, num sentido holístico,
importa referir que Como a flotação constitui uma das mais importantes e efectivas
operações unitárias de concentração, sendo responsável pelo processamento de mais de
20% da produção mundial de rocha fosfática (SOMASUNDARAN et al., 2002), tem-se
claramente a necessidade de estudos e desenvolvimento de novas rotas de flotação
principalmente no que diz respeito a separação dos minerais de ganga (contaminantes).
Pois, é necessário reduzir o teor desses minerais tais como, silicatos, carbonatos, e
argilas para atender as exigências da indústria do fosfato (SIS e CHANDER, 2003).

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II. Objectivos

a) Geral
Analisar o processo de flotação directa;

b) Específicos
Definir, apresentar a flotação directa, os seus mecanismos, princípios e técnicas de
flotação;

III. Metodologia

Para a elaboração do presente trabalho, o grupo baseou-se na recolha de informações


fornecidas pelas literaturas já existentes nas plataformas de interacção universal na área
da Engenharia de Minas e Processamento, as pesquisas primárias (dissertações e
monografias) e posterior elaboração e finalização do trabalho em causa.

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1. Revisão da literatura

1.1. Flotação directa

1.1.1. Definição

A flotação é um tipo de processo físico de separação de misturas heterogéneas. Essa


técnica consiste em adicionar bolhas de ar ao meio para que as partículas em suspensão
no líquido aglutinem-se a essas bolhas. A espuma formada pode então ser removida,
arrastando consigo as partículas de impurezas.

A operação unitária de flotação tem como objectivo a separação de uma fase articulada
sólida de uma fase líquida. Na flotação, os sólidos são arrastados por gases que
ascendem no tanque de flotação e arrastam as partículas que são removidas como
sobrenadante.

Um dos principais usos que se dá à flotação é na separação de minerais. Mas há ainda


outras funções da flotação, como por exemplo, na obtenção de corantes. A flotação é
utilizada também no combate à poluição dos rios. O método serve para tratar a água e os
esgotos.

Flotação directa - é quando os minerais de interesse são flotados e separados nas


espumas. Os minerais de ganga acompanham o fluxo da polpa mineral.

1.2. História da Concentração por Flotação


As primeiras pesquisas sobre flotação em laboratório ou bancada foram realizadas por
volta de 1931, onde silicatos eram os principais minerais constituintes da ganga do
minério de ferro. A primeira planta industrial a integrar a flotação em seu processo data
de 1954, Humboldt Mine, USA. Em 1960, as quatro minerações que adoptaram a
flotação como método de concentração de minério de ferro, produziam juntas somente
5700 t/dia. Já em 1974, os Estados Unidos produziam cerca de 130.000 t/dia, os quais
eram submetidos, inteira ou parcialmente à concentração por flotação (Houot, 1983).

Historicamente, os métodos de flotação directa de óxidos de ferro por reagentes


aniônicos foram os primeiros a serem testados e aplicados industrialmente. Dentre os

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reagentes usados estão os sulfonatos de petróleo, óleo combustível (querosene), ácidos
graxos e hidroxamatos.

Por volta de 1945 foram obtidas diversas patentes estudando-se os sulfonatos de


petróleo como coletores na flotação direta de minério de ferro. Já existiam algumas
investigações da flotação com este reagente, por volta de 1949 na Hanna Mining
Company, USA, e a flotação era feita em meio ácido e querosene também era
adicionado aos sulfonatos.

Com o avanço dos estudos, chegou-se à conclusão que uma pequena adição de ácido
graxo, resultava numa melhor recuperação metalúrgica, colocando fim aos estudos
sobre este tipo de flotação.

A flotação com sulfonato de petróleo deu logo lugar à flotação com ácidos graxos,
ambos colectores aniônicos, porém a selectividade destes últimos era bem maior.
Assim, a planta de Humboldt, construída para sulfonato, iniciou suas operações já com
ácidos graxos, pois testes realizados durante a construção mostraram bons resultados e
justificaram a mudança.
Os principais parâmetros deste processo de flotação eram:
 Deslamagem em 15μm, realizada por dois estágios de ciclones.

 Condicionamento com adição do colector, durante 5 a 8 minutos, numa polpa de


65 a 70% de sólidos.

 O ácido graxo mais selectivo era o ácido oleico, porém a espuma formada
dificultava a operação. Usava-se mais comumente o “Tall oil”, que é uma
mistura de ácido oleico e linoleico, um subproduto da indústria do papel, sendo
necessária a adição de um espumante (MIBC).

 De acordo com as características do minério, o circuito era constituído de um


estágio rougher, um scavenger e dois cleaner.

 Para melhorar o teor final, considerando que uma remoagem era necessária para
atender as especificações da pelotização, uma etapa de flotação foi adicionada
para separar o quartzo e silicatos residuais, liberados durante a remoagem.

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 O teor final de ferro chegava acima de 66%.

Na década de 70 houve várias tentativas utilizando-se modificadores, de modo a


aumentar a selectividade das flotações aniônicos directas. Emprego de reagentes como
uma mistura de silicato de sódio e sulfato ferroso, sulfato férrico e sulfato de alumínio,
mantendo-se um pH em torno de 8,8 e espumantes tipo MIBC e óleo combustível.

A flotação directa foi então seguida pela aplicação de outros métodos de flotação, onde
a fracção ferrosa passou a ser deprimida. As seguintes rotas foram testadas
sucessivamente:
 Flotação aniônicos de sílica activada

 Flotação catiónica da sílica

 Floculação selectiva dos minerais ferrosos, eliminando os silicatos pelo


overflow, associada com flotação aniônicos ou catiónica do quartzo.

A maioria destes processos foi implantada em uma ou mais plantas de flotação, que ao
passar do tempo foram convertidos para métodos diferentes, de acordo com a
necessidade do minério a ser concentrado (Houot, 1983).
Foi então que surgiu a flotação catiónica reversa, onde a sílica era colectada por um
reagente catiónica em pH alcalino e os minerais ferrosos eram deprimidos com amido
ou reagentes da família das dextrinas.

Desde o início as aminas eram usadas como colectores, num primeiro momento na
forma de cloridrato ou acetato de alquilaminas. Estes reagentes eram difíceis de
gerenciar na produção, devido à baixa solubilidade em água, já que as aminas possuíam
uma grande cadeia carbónica, geralmente 18 carbonos como a estearilamina e amina
derivada do ácido oleico. A solubilidade da lauryl amina (Amina C-12) era um pouco
melhor, porém ainda muito sensível à presença de material com níveis de finos
elevados. Com a chegada ao mercado de éter-aminas resolveu-se o problema da
solubilidade, sendo também menos sensíveis à variação de pH e à presença de partículas
finas.

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Todos estes estudos, desde o início, levaram à consolidação da flotação como uma das
tecnologias mais largamente utilizadas na concentração de minérios de ferro.

1.3. Ocorrendo a flotação

A ocorrência da flotação depende de um factor importante. As partículas necessitam ser


coloidais, ou seja, que apresentem um diâmetro compreendido entre 1nm e 1000 nm
(sedo nm = nanómetro).

A técnica de flotação por dispersões coloidais foi descoberta por Carrie Everson, em
1886, em que ela explica com detalhes a técnica de suspensão.  O procedimento é muito
utilizado dentro da mineração, sobretudo quando se trata da extracção de cobre.

No caso, é válido ressaltar, que o processo de separação de cobre da calcopirita


(CuFeS2) utiliza inteiramente da flotação para consolidação da separação.

Neste específico caso, a flotação do minério de calcopirita é realizada misturando-a de


modo pulverizado com óleo, água e detergente líquido. É a partir daí que o processo
alcança o objectivo com as bolhas formadas na superfície.

Todo o sulfeto mineral envolto de óleo une-se às bolhas e permanece na superfície. Os


resíduos existentes de cobre permanecem ao fundo, sendo descartados.

1.4. Outras aplicações da flotação

A importância da flotação ainda se dá em procedimentos do quotidiano, como no


tratamento de água e esgoto. Durante uma etapa específica do tratamento são
incrementados à água os chamados coagulantes químicos.

O exemplo mais pontual é o sulfato de alumínio, formador de floculo que reage com o
hidróxido de cálcio já presente. Em reacção directa, os floculo do sulfato de alumínio se
aglutinam à sujeita observada na água, tal como a lama, por exemplo. A este processo
específico denomina-se floculação.

Essa floculação acabará aderindo impurezas, que facilitam a separação destas


substâncias da água por inúmeros processos. Um deles é a própria flotação através de ar 
dissolvido.

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Por fim, outra aplicação observada da flotação abrange o uso para recuperar corantes em
indústrias de papel, separação do plástico em processo de reciclagem, de
microorganismos e ainda na despoluição dos rios.

1.5. Princípios fundamentais

Cada mineral apresenta uma composição química e uma estrutura cristalográfica


própria. A superfície e formada a partir da ruptura de ligações químicas ocorridas
durante o processo de moagem. A ruptura de ligações fortes da origem com bastante
energia livre, formando superfícies polares. Por sua vez, a ruptura de ligações frágeis
gera sítios que são pouco energéticos e superfícies apolares. Por exemplo, o quartzo,
cuja superfície e formada a partir da ruptura de ligações co-valentes silício - oxigénio
(portanto, bastante energéticas), possui superfície polar.

No outro extrema esta a grafita cuja superfície e formada pela ruptura de ligac;6es
moleculares (C-C), bastante frágeis, resultando em uma superfície apolar.

Uma vez realizada essa avaliação qualitativa, pode-se pensar para o futuro avaliações
quantitativas afim de avaliar se as faixas trabalhadas afectaram também as recuperações
minerais. Podem ser avaliados também outros parâmetros como reagentes, o tipo de gás
inserido etc.

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IV. Conclusão
Avaliando qualitativamente é possível observar que maiores vazões ocasionaram maior
acúmulo de massa no processo de flotação. Uma vez realizada essa avaliação
qualitativa, pode-se pensar para o futuro avaliações quantitativas a fim de avaliar se as
faixas trabalhadas afectaram também as recuperações minerais. Podem ser avaliados
também outros parâmetros como reagentes, o tipo de gás inserido etc.

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V. Referências bibliográficas

1. SALVADOR, Edgard e USBERCO, João. Química, volume único. 1ª Edição,


Editora Saraiva, São Paulo-SP, 2006. 672p.
2. BALTAR, C.A.M. Flotação no Tratamento de Minérios. Recife: Departamento
de Engenharia de Minas/UFPE, 2008.
3. BERALDO, J.L. Concentração por flotação, Apostila, Escola Politécnica da
USP, São Paulo, 1983.

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