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O que você aprendeu com este módulo?

O docente, o eu e o outro, vai se consolidando durante sua dialética com externo – sua
ligação com o meio cultural, histórico e social — compreendido nesse processo e resultado,
algo que é amplo e que constitui a singularidade de cada um. A singularidade não significa
que gênese esteja no interior do indivíduo. Mas justamente nas relações sociais do indivíduo,
quando ele se apropria (ou subjetiva) de tais relações de forma única. Ou seja, o
desenvolvimento da subjetividade ocorre pelo intercâmbio contínuo entre o interno e o
externo. O professor precisa reconhecer-se e ser reconhecido em sua possibilidade de se
expressar como sujeito, por meio de ações e relações pedagógicas conscientes, intencionais,
críticas e comprometidas com o trabalho que desenvolve, com os alunos e com a escola.

No trabalho deste docente, onde a rigidez, a produção e o modo de regulação desse


professor, não sofrem flexões. Todos esses modos de organização do trabalho, essa
inflexibilidade constrói-se acompanhada de um movimento de reacomodação do campo
sócio-subjetivo (MANCEBO, 2015) produz novas performances para o trabalhador, que vem
afetando sua organização, sua dinâmica interpessoal, além de exigir-lhe uma ativa adaptação
espaço-temporal. Nas escolas, é gerada uma “sociedade da urgência”, que força o incremento
das tarefas, a instalação de horários atípicos, a aceleração no desempenho das atividades e que
afeta em cheio a produção docente, sua subjetividade e saúde.

“Assim como o homem é resultado de uma construção social, também o é o professor”


(LANER, 2002, p.15). Não há condição de que um indivíduo nasça e se torne professos. As
escolas, enquanto locais de formação de professores e de prática docente, têm, portanto, uma
grande responsabilidade em garantir que os futuros professores e/ou professores
compreendam o significado social da sua profissão.

Referência:
MANCEBO, Deise. Globalização e efeitos de subjetivação. Logos, [S. l.], v. 7, n. 1,
p. 57–62, 2015.

LANE, Sílvia T. Maurer. A dialética da subjetividade versus objetividade. IN Furtado,


O; GONZÁLEZ REY, F. L. (orgs) Por uma epistemología da Subjetividade: um debate entre a
teoría sócio-histórica e a teoría das representações sociais. São Paulo: Casa do Psicólogo,
2002. 13-17.

CRUZ, Fatima Maria Leite; AGUIAR, Maria da Conceição Carrilho. Trajetórias na


identidade profissional docente: aproximações teóricas. Psicologia da Educação, São Paulo,
33, 2º sem. de 2011, pp. 7-28. Disponível em
https://revistas.pucsp.br/index.php/psicoeduca/article/view/28527 Acesso em 18 de março de
2023.

MARCELO, C. A identidade docente: constantes e desafios. Formação Docente –


Revista Brasileira de Pesquisa sobre Formação de Professores, [S. l.], v. 1, n. 1, p. 109–131,
2009. Disponível em: https://revformacaodocente.com.br/index.php/rbpfp/article/view/8.
Acesso em: 22 de março 2023.

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