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Aula 12 – MEDIDA DE SEGURANÇA.

1 – Conceito: é um instituo aplicado apenas aos inimputáveis (artigo 26 do CP) que


cometeram fatos típicos, ilícitos. Objetiva curar ou tratar o apenado. A sentença que aplica
medida de segurança é chamada de sentença absolutória imprópria, que embora absolva o
réu, faz com que seja aplicada a ele uma medida de segurança.
• Observações:
• A) Natureza jurídica: Administrativa (para uma parte da doutrina/ jurídico penal
para uma outra parte). STF: Entende que trata-se de natureza jurídica-penal,
devendo-se aplicar todos os princípios constitucionais ligados a pena, inclusive não
podendo ultrapassar o limite de 30 anos de aplicação.
• B) Sistemas de aplicação:
• b.1) vicariante (Utilizado pelo CP): só admite a imposição de uma espécie de
sanção penal, ou seja, pena ou medida de segurança.
• b.2) Duplo binário: denominação do sistema que admite a imposição de pena e
medida de segurança pelo mesmo fato a uma pessoa perigosa.
• C) A quem se aplica: aos réus que apresentem doença mental ou desenvolvimento
mental incompleto ou retardado, que retire do agente a capacidade de entendimento
e auto determinação (artigo 26 do CP). Não se aplica medida de segurança aos
adolescentes (ECA) ou ébrios ou toxicômanos (absolvição).
• D) TEMPO: MÁXIMO: prevalece atualmente o sentido de que as medidas de
segurança tem o teto máximo estabelecido pelo artigo 75 do CP, qual seja: 30 anos.
MÍNIMO: De um a três anos. (medido pelo nível de periculosidade do apenado).
• Observação: quanto ao tempo máximo, faz-e mister entender os 3 posicionamentos
existentes em nosso país:
- CP: Tempo indeterminado
- STF: 30 ANOS
- STJ:Súmula 527: O tempo de duração da medida de segurança não deve
ultrapassar o limite máximo da pena abstratamente cominada ao delito praticado.
• E) Extinção da medida de segurança: será sempre condicionada a cessação da
periculosidade.
• F) Medida de segurança durante a execução da pena: Internação em hospital
para tratamento de doença (artigo 41 do CP) e conversão da pena em medida de
segurança (STJ: A medida de segurança substitutiva deve ter como limite máximo o
prazo da pena privativa de liberdade substituída.

2 – Espécies de medida de segurança (artigo 96 do CP).

Art. 96. As medidas de segurança são:


I - Internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, em outro
estabelecimento adequado;
II - sujeição a tratamento ambulatorial.
Parágrafo único - Extinta a punibilidade, não se impõe medida de segurança nem subsiste a
que tenha sido imposta.

Art. 97 - Se o agente for inimputável, o juiz determinará sua internação (art. 26). Se,
todavia, o fato previsto como crime for punível com detenção, poderá o juiz submetê-lo a
tratamento ambulatorial.

3 – Duração das medidas de segurança (artigo 97, § 1º e 2º do CP):

Prazo

§ 1º - A internação, ou tratamento ambulatorial, será por tempo indeterminado, perdurando


enquanto não for averiguada, mediante perícia médica, a cessação de periculosidade. O
prazo mínimo deverá ser de 1 (um) a 3 (três) anos.

Perícia médica
§ 2º - A perícia médica realizar-se-á ao termo do prazo mínimo fixado e deverá ser repetida
de ano em ano, ou a qualquer tempo, se o determinar o juiz da execução.

4 – DESINTERNAÇÃO OU LIBERAÇÃO CONDICIONAL (ARTIGO 97, § 3º DO


CP).

Desinternação ou liberação condicional

§ 3º - A desinternação, ou a liberação, será sempre condicional devendo ser restabelecida a


situação anterior se o agente, antes do decurso de 1 (um) ano, pratica fato indicativo de
persistência de sua periculosidade.

Observação: com a desinternação o doente deixa o tratamento realizado em regime de


internação junto ao hospital e dá início ao tratamento em regime ambulatorial.

5 – REINTERNAÇÃO DO AGENTE (ARTIGO 97, § 4º CP).

§ 4º - Em qualquer fase do tratamento ambulatorial, poderá o juiz determinar a internação


do agente, se essa providência for necessária para fins curativos.

6 – MEDIDA DE SEGURANÇA SUBSTITUTIVA APLICADA AO SEMI-


IMPUTÁVEL (ARTIGO 98 DO CP).

Art. 98 - Na hipótese do parágrafo único do art. 26 deste Código e necessitando o


condenado de especial tratamento curativo, a pena privativa de liberdade pode ser
substituída pela internação, ou tratamento ambulatorial, pelo prazo mínimo de 1 (um) a 3
(três) anos, nos termos do artigo anterior e respectivos §§ 1º a 4º.

7 – DIREITOS DO INTERNADO (ARTIGO 99 CP - O internado será recolhido a


estabelecimento dotado de características hospitalares e será submetido a tratamento.

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