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A medida de segurança é uma espécie de sanção penal, de caráter preventivo.

No Brasil,
foi o Código Penal de 1940 que incorporou os critérios atualmente considerados para o
reconhecimento da inimputabilidade, mas, inicialmente, a medida de segurança era
aplicada concomitantemente com a pena. Atualmente, essa temática tem sido objeto
de debates dentro do sistema judiciário e até mesmo do âmbito político, podendo-se
citar a Resolução n.º 487/2023, do CNJ.
Este estudo aborda informações gerais sobre a medida de segurança e sua aplicabilidade
como sanção penal. Além disso, considera o atual estado do sistema carcerário brasileiro
e sua eficácia em cumprir o objetivo proposto pela medida de segurança. Por fim,
discutiremos as perspectivas futuras da aplicabilidade dessa precaução.

A estrutura deste artigo incluirá um compilado de informações que nos proporcionou


conhecimento sobre a temática discutida, podendo assim gerar em nós um senso
informativo e crítico.
Podemos compreender a Medida de segurança em seu conceito apresentado pelo
Guilherme de Souza Nucci, sendo “uma forma de sanção penal, com caráter preventivo
e curativo, visando a evitar que o autor de um fato havido como infração penal,
inimputável ou semi-imputável, mostrando periculosidade, torne a cometer outro
injusto e receba tratamento adequado.”(referencia). Com isso, podemos compreender
que se refere a uma sanção penal de caráter curativo e preventivo, tratando-se de uma
forma de privação de liberdade, mesmo ao se tratar de um trabalho “terapêutico”.
Utilizando-se como referência o artigo 26 e 28 do código penal brasileiro, podemos
compreender quais são os requisitos para a aplicação da medida de segurança:
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou
desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo
da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o
caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento.

A aplicação dessa medida exige que o indivíduo seja inimputável ou semi-imputável.


Podemos compreender o inimputável como o agente incapaz de entender o caráter
ilícito do fato ou de se determinar de acordo com esse entendimento. Já a semi-
imputabilidade diz respeito à capacidade reduzida do agente em entender o caráter
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento, em virtude de
perturbação da saúde mental. Como requisito, se faz necessária a determinação da
periculosidade do agente, para que a medida seja aplicada precisa determinar a
existência de risco à sociedade caso ele fique em liberdade, ou seja, se existir um risco
concreto de que volte a cometer crimes em decorrência de sua condição mental. Além
da necessidade do nexo causal entre o transtorno mental e o crime. Concluímos então
que caso o agente seja considerado imputável à época do crime, receberá pena; se for
inimputável, caberá medida de segurança.
Determinado se cabe a aplicação da medida de segurança, o magistrado determinará a
Espécie de medidas de segurança, a lei prevê dois tipos sendo elas:

Art. 96. As medidas de segurança são: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984) I - Internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou,
à falta, em outro estabelecimento adequado; (Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984) II - sujeição a tratamento ambulatorial. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984) Parágrafo único - Extinta a punibilidade, não se impõe
medida de segurança nem subsiste a que tenha sido imposta. (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Guilherme Nucci explica que a “internação, que equivale ao regime fechado da pena
privativa de liberdade, inserindo-se o sentenciado no hospital de custódia e tratamento,
ou estabelecimento adequado (art. 96, I, CP); b) tratamento ambulatorial, que guarda
relação com a pena restritiva de direitos, obrigando o sentenciado a comparecer,
periodicamente, ao médico para acompanhamento”.

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