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Ciências Naturais e Ciências Sociais

Evaporação Casamento Guerra


Eclipse Inflação Trabalho infantil
Trovoada Gripe Emigração

Estes fenómenos têm todos a mesma natureza?


Ciências Naturais e Ciências Sociais

Evaporação Casamento
Eclipse Guerra
Trovoada Inflação
Gripe Trabalho infantil
Gravidade Emigração

Acontecimentos, Acontecimentos,
ou Fenómenos ou Fenómenos
NATURAIS SOCIAIS
Ciências Naturais e Ciências Sociais

Fenómeno Natural – é um fenómeno, ou acontecimento, provocado pela


Natureza, ou seja, que não resulta da acção ou actividade do Homem.

Fenómeno Social – é um fenómeno, ou acontecimento, que é provocado,


pelas relações que se estabelecem entre os indivíduos, na sociedade.
Por outras palavras, resulta da acção do Homem, enquanto membro de
determinada sociedade.
Ciências Naturais e Ciências Sociais

Ciências Naturais, ou Exatas – estudam os fenómenos da Natureza, ou


exatos.

Ciências Sociais – estudam o comportamento do Homem, enquanto membro


de determinada sociedade.
Por outras palavras, podemos dizer que estudam os Fenómenos Sociais.

O facto das Ciências Naturais também se designarem por Ciências Exatas não
significa que as Ciências Sociais não sejam igualmente válidas
Ciências Naturais e Ciências Sociais
O Método Científico de Investigação

Tanto as ciências naturais como as ciências sociais procuram formular LEIS,


que permitam prever comportamentos futuros.

Quando as ciências estudam os fenómenos (naturais ou sociais) e a partir


desse estudo procuram formular Leis, utilizam uma metodologia de
investigação, denominada Método Científico
Por exemplo, se pretendermos estudar a forma como uma caneta cai
quando a largamos, ou como reagem os consumidores portugueses perante
o aumento do preço da carne de vaca, deveremos recorrer ao método
científico de investigação, para podermos tirar conclusões.

Fases do método científico


1. Observação
2. Formulação de hipóteses
3. Experimentação (Verificação)
4. Conclusões (eventualmente formulação de uma Lei)
As Leis das Ciências Sociais
Se pretendermos analisar a velocidade de queda de um
corpo, uma caneta cai sempre da mesma forma, enquanto
que o aumento do preço da carne de vaca determina uma
diminuição da Procura, muito embora o consumidor A ou B
possam até aumentar o consumo da carne de vaca.
Este facto ilustra a principal diferença entre as Leis das
Ciências Naturais e as Leis das Ciências Sociais.
Assim:
As leis das Ciências Naturais são universais, ou seja,
verificam-se sempre, desde que os estímulos não sejam
alterados.
As leis das Ciências Sociais verificam-se globalmente,
mas admitem exceções, em termos individuais.
O quadro seguinte resume as principais diferenças:
Ciências Naturais / Ciências Sociais
ASPECTOS C. NATUREZA C. SOCIAIS

Objecto de análise Fenómenos naturais Fenómenos sociais, ou seja,


resultantes da inserção do
Homem na sociedade

Fases do processo Observação Observação


científico de Formulação de hipóteses Formulação de hipóteses
investigação explicativas explicativas
Experimentação Verificação
Conclusão ou lei Conclusão ou lei

Características das em determinadas a nível individual a lei pode não


Leis condições, previamente se verificar, mas a nível global,
definidas, a lei verifica-se ela verifica-se
sempre

Exemplos de Biologia; Física Sociologia; História; Economia


algumas ciências
A ECONOMIA NO CONTEXTO DAS CIÊNCIAS SOCIAIS
A REALIDADE SOCIAL E AS CIÊNCIAS SOCIAIS

O Homem é um ser social, o que significa que desde sempre tem


procurado viver em grupos, em Sociedade.
De facto, o homem primitivo vivia completamente dependente da Natureza
e, para enfrentar as inúmeras dificuldades, vivia em grupos, em tribos.

A realidade social portuguesa, tem sido marcada por fenómenos sociais


(manifestações da realidade social) tais como, a deslocalização de
empresas, desemprego, emigração, envelhecimento da população, reforma
do sistema educativo, etc.

Para estudar a realidade social ou um fenómeno social recorre-se a diversas


Ciências Sociais (ou Ciências Humanas), tais como a Economia, Sociologia,
História, Demografia, Psicologia, Direito, etc.
Se reduzirmos a compreensão de um fenómeno social ao contributo de uma
única ciência social, a compreensão desse fenómeno será parcelar,
incompleta.
A ECONOMIA NO CONTEXTO DAS CIÊNCIAS SOCIAIS
A REALIDADE SOCIAL E AS CIÊNCIAS SOCIAIS

Vejamos como determinado facto apresenta pontos de interesse para várias disciplinas, ou Ciências:
Economia Demografia
Principais causas e (estratos etários, sexo)
formas de o combater

Geografia
(zonas com
maior taxa) História
(evolução ao longo dos
DESEMPREGO anos)

Sociologia
Direito (dificuldades de reconversão
(direitos dos desempregados, profissional)
circunstâncias em que devem ter
direito ao subsídio)
A Ciência Económica – noção e objeto

Origens da “Economia

A palavra ECONOMIA deriva do grego “oikonomia”, em que “oikos”


significa “casa”, “morada” e “nomos” significa “administração”,
“organização”.

Traduzindo à letra, ECONOMIA significará “administração da casa” e isto é


qualquer coisa que é comum à casa de cada um de nós. Por outras
palavras, podemos dizer que se trata de gerir recursos, ou meios, de
forma eficaz.
A Ciência Económica – noção e objeto

Origens da “Economia”

- Os vossos pais têm um determinando rendimento e têm que o gerir da


forma mais eficiente. Comprar alimentos, roupa, os vossos livros escolares,
amortizar a casa ou pagar a renda, pagar impostos, etc. Digamos que é a
Economia Familiar.

- Nesta gestão familiar, os vossos pais confrontam-se com alguns problemas. Os


recursos financeiros de que dispõem, normalmente não chegam para satisfazer
todas as necessidades familiares.
- A família cresceu e fazia jeito uma casa maior mas as rendas ou o crédito bancário
são muito dispendiosos, o automóvel já está velhinho mas a troca vai sendo adiada,
aquele LCD que nos olha pela montra da loja nunca mais substitui o televisor da
sala, enfim, são inúmeras as situações em que a gestão familiar obriga a escolhas,
na satisfação das nossas necessidades e dos nossos desejos.

Daqui podemos retirar uma conclusão, que se traduz numa lei económica, a Lei da
Escassez, e que podemos enunciar da seguinte forma:
A Ciência Económica – noção e objeto

LEI DA ESCASSEZ – Ninguém dispõe de recursos suficientes para satisfazer


completamente e de modo permanente todas as necessidades.

Como nos defrontamos com recursos limitados e com necessidades potencialmente


ilimitadas, temos que estabelecer prioridades.
Naturalmente, no topo da lista das prioridades figuram os bens que são necessários
para satisfazer as necessidades básicas, ou seja, aquelas que asseguram a nossa
sobrevivência.

ESCASSEZ

GERA ALTERNATIVAS

ORIGINA ESCOLHAS
A Ciência Económica – noção e objeto

Voltando ao significado da palavra ECONOMIA e voltando à gestão da


nossa casa, imaginemos, agora, o que se passa com uma Câmara
Municipal.
A Câmara tem determinados recursos, que são os meios financeiros do seu
orçamento, e o executivo camarário tem a certeza de que não consegue
satisfazer todas as necessidades dos seus munícipes.
Como tal, tem que fazer algumas opções:

• Saneamento básico
• Construção de Habitação Social
• Limpeza e Higiene
• Construção de estradas municipais
• Construção de um complexo desportivo
• Construção de um auditório
• Animação cultural
• Apoio social
•Etc., etc.
……….

Tal como acontece no nosso agregado familiar, a Câmara também tem que
estabelecer uma ordem de prioridades na satisfação das necessidades da
população do município
A Ciência Económica – noção e objeto
O PROBLEMA ECONÓMICO

Daquilo que dissemos até aqui, podemos retirar uma conclusão mais geral:
Todas as sociedades, todos os países, se defrontam com aquilo que se
designa por problema económico.

Há determinados recursos que o país possui em grandes quantidades


e outros que pura e simplesmente não possui, ou possui em
quantidade insuficiente para as suas necessidades.
Por exemplo, Portugal não possui petróleo e produz cortiça muito para além
do que necessita.

O problema da escassez dos recursos, face às necessidades potencialmente


ilimitadas, constitui o problema económico fundamental de qualquer país.

Assim, e de uma forma geral, podemos afirmar que o problema económico


(que todas as sociedades enfrentam) consiste em decidir sobre a melhor
maneira de aplicar os recursos escassos para satisfazer o máximo de
necessidades.
A Ciência Económica – noção e objeto
A ECONOMIA e o Princípio da RACIONALIDADE ECONÓMICA

• Quando a Economia procura estudar as diferentes utilizações possíveis dos recursos


(para satisfazer as necessidades) deve procurar responder a este problema de maneira a
que se gaste o mínimo de recursos e se consiga satisfazer o máximo de necessidades.
• Por outras palavras, a Economia deve utilizar esses recursos limitados de
acordo com o princípio da racionalidade económica.
• E o que significa este princípio?
•Significa que os recursos devem ser utilizados com racionalidade, isto é, devem utilizar-
se o mínimo de recursos para se conseguirem satisfazer o máximo de necessidades.
Maximizar benefícios (satisfação)
Racionalidade económica
Minimizar custos

O estudo do problema económico e as respostas para o


solucionar constituem o objeto fundamental da Ciência
Económica.
A Ciência Económica – noção e objeto
Noção de Ciência Económica, ou Economia
O que é a Economia?
Pelo que já analisámos atrás, podemos definir a Ciência Económica (ou Economia) da
seguinte forma:

É a ciência que estuda a aplicação eficiente de recursos escassos para


satisfazer necessidades virtualmente ilimitadas

Como é lógico, esta é uma definição de Economia, mas muitas outras são
possíveis:

“A Economia é uma ciência que estuda como os recursos raros são utilizados
para a satisfação das necessidades dos homens vivendo em sociedade.”
Edmond Malinaud
A LEI DA ESCASSEZ E O PROBLEMA ECONÓMICO
RESUMINDO:
LEI DA ESCASSEZ – Ninguém dispõe de recursos suficientes para satisfazer
completamente e de modo permanente todas as necessidades.

PROBLEMA ECONÓMICO – Resulta do confronto entre recursos escassos


e com usos alternativos e necessidades humanas ilimitadas.

Necessidades ilimitadas Recursos (meios) escassos

Como adequar?
Problema económico

Necessidade de
efetuar escolhas
O CUSTO DE OPORTUNIDADE

Desta necessidades de optar, de efetuar escolhas, decorre um conceito


económico importante:

CUSTO DE OPORTUNIDADE (ou custo de substituição) – É o valor


da oportunidade (ou alternativa) sacrificada para satisfazer uma
outra necessidade.
É o custo da hipótese sacrificada.
O Problema Económico e o Custo de Oportunidade

O CUSTO DE OPORTUNIDADE (exemplo)

A Daniela tem 20€ e gostaria de ter um leitor mp3 e um livro.

No entanto, os recursos de que dispõe não lhe permitem adquirir as duas


coisas, uma vez que o preço do leitor mp3 é de 19€ e o livro custa 17€.
Então, a Daniela tem que fazer uma opção.

Supondo que opta por comprar o livro, chama-se Custo de Oportunidade ao


valor da oportunidade (ou alternativa) sacrificada para satisfazer uma
determinada necessidade.

Neste caso, o custo de oportunidade é de 19€, que é o valor do mp3 que a


Daniela sacrificou, ou seja, que não adquiriu.

Também o Estado, tendo em conta os seus recursos limitados, tem que fazer
opções das quais resultam custos de oportunidade.

Por exemplo, com X milhões de euros poderá construir 100 Kms de


autoestrada ou 50 escolas públicas.
O Problema Económico e o Custo de Oportunidade
ESQUEMA-SÍNTESE
A Atividade Económica e os Agentes Económicos

Como já vimos anteriormente, todos nós sentimos NECESSIDADES.


Temos frio, sentimos fome, por vezes dói-nos a cabeça, precisamos de ouvir música, enfim,
convivemos com uma diversidade enorme de necessidades, quotidianamente.

As Necessidades são satisfeitas através dos BENS e SERVIÇOS.


Casaco, empada, comprimido ou consulta médica, CD e respetivo leitor, livro, ir ao
cinema, etc.

Mas não basta possuirmos os BENS, temos que os CONSUMIR

Por sua vez, os bens têm que ser PRODUZIDOS, uma vez que a maior parte
deles não existe livremente na Natureza.

Mas, para que possamos CONSUMIR os bens é necessário existir uma


atividade que os traga desde o local onde são produzidos até aos locais
onde podem ser COMPRADOS.

Esta atividade chama-se DISTRIBUIÇÃO e engloba o Transporte dos bens e


o Comércio
A Atividade Económica e os Agentes Económicos

Esquematicamente, temos:

Transporte
Produção Distribuição Consumo
Comércio

Por sua vez, a PRODUÇÃO é assegurada pelos TRABALHADORES e pelos


EMPRESÁRIOS

A venda dos bens que são produzidos gera os RENDIMENTOS, que são
distribuídos (repartidos) entre os intervenientes na atividade produtiva, ou
seja, entre os trabalhadores e os empresários.

Mas para garantir que a atividade produtiva possa continuar sem interrupções,
é necessário que alguns rendimentos que são distribuídos entre os
intervenientes sejam postos de lado, para comprar mais matérias-primas e
máquinas.
A parcela dos rendimentos que não são gastos chama-se POUPANÇA ou
ACUMULAÇÃO.
A Atividade Económica e os Agentes Económicos

Todas estas atividades são ATIVIDADES ECONÓMICAS, que podemos definir da seguinte
forma:

É toda a atividade humana diretamente


relacionada com a produção, distribuição ou
Atividade
consumo de bens e serviços.
Económica
Inclui, também, a Repartição dos Rendimentos e a
Acumulação (ou Poupança)
A Atividade Económica e os Agentes Económicos

Esquematicamente, podemos representar a atividade económica da seguinte forma:

Atividade
Económica

Produção

Distribuição

Consumo
Repartição dos
Rendimentos

Acumulação
A Atividade Económica e os Agentes Económicos

Os Agentes Económicos

É todo o interveniente na atividade económica.


Noção de Agente ou
Essa intervenção pode ser na qualidade de produtor, de
Sujeito Económico
distribuidor ou de consumidor

a) Micro-agentes São as unidades individuais de produção (empresa X)


económicos (ou ou de consumo (consumidor Y)
micro-sujeitos
económicos)
Diferentes
tipos de b) Macro-agentes Conjunto que agrega todos os micro-sujeitos (ou
Agentes económicos (ou unidades individuais) que exercem a mesma função,
Económicos macro-sujeitos ou funções idênticas.
económicos) Basicamente, são as FAMÍLIAS (para designar o
conjunto dos consumidores) e as EMPRESAS
(para designar o conjunto de todas as
empresas produtoras de bens e de serviços)

À Economia interessa estudar o comportamento dos macro-agentes económicos, e não dos


micro-agentes.
A Atividade Económica e os Agentes Económicos

Os Agentes Económicos

Restantes Agentes Económicos


Na atividade económica, para além das Famílias e das Empresas, existem outros macro-
agentes económicos, com funções diferentes mas igualmente imprescindíveis:

Organismos vocacionados para a captação das poupanças e para a


concessão de empréstimos
Instituições
O agente económico Instituições Financeiras são, por exemplo, os Bancos,
Financeiras que captam as poupanças (depósitos) e concedem empréstimos para as
famílias adquirirem bens de consumo ou para as empresas comprarem
maquinaria e bens de equipamento.

Conjunto dos organismos públicos, desde os ministérios até às empresas


estatais.

Estado O agente económico Estado assegura determinadas funções que, pela sua
importância, não devem ser desempenhadas por entidades privadas, porque exigem
imparcialidade total.
São exemplos destas funções a justiça, a defesa do país ou a segurança
A Atividade Económica e os Agentes Económicos

Os Agentes Económicos

Exterior Conjunto das restantes economias a nível mundial, e com as


(ou Resto do
quais se estabelecem relações comerciais.
Mundo)
A Atividade Económica e os Agentes Económicos

Os Agentes Económicos

RESUMINDO:

Agentes Económicos Principais funções

Famílias Consumir

Empresas (não financeiras) Produzir bens e serviços

Prestar serviços financeiros (captar


Instituições Financeiras
depósitos e conceder empréstimos)

Garantir a satisfação das necessidades


Estado (ou Administração Pública) colectivas e redistribuir os
rendimentos

Exterior (ou Resto do Mundo) Trocar bens, serviços e capitais


A Atividade Económica e os Agentes Económicos

A partir deste ponto do Programa, iremos


estudar, em pormenor, cada um destes 5
Agentes Económicos
Necessidades e Consumo

Noção de Necessidade – é uma carência ou uma sensação desagradável


Ex: Fome, calor, lazer, segurança, dor de cabeça, etc.

Características das Necessidades

1. Multiplicidade – as necessidades humanas são múltiplas, ou seja, são


muitas e diversificadas.

Uma das características típicas das sociedades atuais tem a ver com a
criação constante de novas necessidades.
Por exemplo, Computador, Tablet, Internet, Telemóvel, FarmVille, Pokemons,
etc.
Necessidades e Consumo

Características das Necessidades

2. Substituibilidade – as necessidades humanas podem ser satisfeitas por


bens substituíveis, ou seja, por bens idênticos que permitam a satisfação
da mesma necessidade.

Por exemplo, se temos sede, podemos saciar esta necessidade bebendo água mas
também o podemos fazer bebendo um sumo de fruta.

3. Saciabilidade – a intensidade com que determinada necessidade


humana é sentida vai diminuindo à medida que é satisfeita, até
desaparecer.

Por outras palavras, uma necessidade vai sendo satisfeita através da utilização de
doses sucessivas de determinado bem, até que deixa de ser sentida.

Por exemplo, se temos fome podemos comer uma sande e, quando o fazemos, podemos
ainda ficar com fome, mas esta já se faz sentir com menos intensidade.
Se comermos uma 2ª sande, a fome ainda pode sentir-se, mas com uma intensidade
menor, e assim sucessivamente, até que a intensidade chega a zero, ou seja, até que a
necessidade é satisfeita.
Necessidades e Consumo

Características das Necessidades

O facto das necessidades serem saciáveis dá origem a uma importante lei económica:

A intensidade das necessidades vai diminuindo à medida que


Lei da Satisfação das lhes é dada satisfação, isto é, decresce com o emprego de
Necessidades doses sucessivas de um meio apto, ou capaz, de satisfazer
essa necessidades.
Necessidades e Consumo

Características das Necessidades

4. Relatividade – as necessidades variam no tempo e no espaço.

Por exemplo, a necessidade de transporte faz-se sentir para um habitante da cidade de


Lisboa, que se desloca diariamente da margem sul para o seu emprego, mas não é
sentida por um habitante de uma aldeia que se dedique à agricultura nos terrenos da
aldeia ou dos seus arredores.
Da mesma forma, os nossos avós não sentiam necessidade de ver televisão pela simples
razão de que não existia.
Necessidades e Consumo

Classificação das Necessidades

Podemos classificar as Necessidades humanas de acordo com vários critérios.


Assim:

Classificação das Necessidades Primárias


necessidades Necessidades Secundárias
quanto à
IMPORTÂNCIA Necessidades Terciárias
Necessidades e Consumo

Classificação das Necessidades

Necessidades PRIMÁRIAS – São aquelas cuja satisfação é indispensável


para garantir a nossa sobrevivência.

São as necessidades ligadas à existência biológica do Homem,


exigindo obrigatoriedade e prioridade na sua satisfação.
Ex: Alimentação, respiração, saúde, habitação.

Necessidades SECUNDÁRIAS – São aquelas cuja satisfação é importante


mas que não é indispensável para garantir a nossa sobrevivência.

A sua satisfação permite melhorar o bem-estar e, por conseguinte, a qualidade


de vida. No entanto, são menos prioritárias do que as anteriores.
Ex: Transporte, cultura, educação, lazer

Necessidades TERCIÁRIAS – São aquelas que são consideradas supérfluas,


ou seja, cuja satisfação corresponde a um capricho.
Ex: Necessidade de possuir objetos de luxo, como joias, iates ou
automóveis topo de gama, turismo, etc.
Necessidades e Consumo

Classificação das Necessidades

Classificação das Necessidades Individuais


necessidades quanto ao
NÚMERO DE PESSOAS
QUE AS SENTEM
Necessidades Coletivas
Necessidades e Consumo

Classificação das Necessidades

Necessidades INDIVIDUAIS – São aquelas que dizem respeito à própria


pessoa, que são sentidas individualmente.
Estão associadas aos nossos gostos e expectativas, pelo que a sua
satisfação é um objetivo pessoal.
A pessoa sente-as independentemente de viver em sociedade, isto é, não as
sente pelo facto de viver em sociedade mas sim pelo facto de existir.
São satisfeitas por bens privados, ou seja, bens que são da própria pessoa.
Ex: Alimentação, vestuário, habitação, diversão, …

Necessidades COLETIVAS – São aquelas que se sentem pelo facto de se


viver em sociedade.
As necessidades coletivas resultam, ou são originadas, pelo facto de
vivermos em sociedade.
Dizem respeito a todos os membros da sociedade e a sua satisfação
é proporcionada por bens ou por serviços que estão disponíveis para todos os
membros dessa mesma sociedade.
São satisfeitas pelos bens públicos.
Ex: Defesa nacional, segurança, justiça, iluminação pública…
Necessidades e Consumo

Classificação das Necessidades

QUADRO-SÍNTESE

CRITÉRIO DE CLASSIFICAÇÃO TIPO DE NECESSIDADES

PRIMÁRIAS
IMPORTÂNCIA SECUNDÁRIAS
TERCIÁRIAS

NÚMERO DE PESSOAS QUE AS INDIVIDUAIS


SENTEM COLETIVAS
Necessidades e Consumo

Noção de Consumo

Já sabemos que as necessidades são satisfeitas através do CONSUMO dos bens e dos
serviços.
Sendo assim, vejamos a noção de Consumo:

CONSUMO – é a utilização de qualquer bem ou serviço para satisfazer uma


necessidade.

O CONSUMO provoca um estado de satisfação, relativamente à necessidade


que era sentida.

Necessidade Consumo Estado de


Satisfação
Necessidades e Consumo

TIPOS de Consumo

Classificação de acordo com o beneficiário do ato de consumir:

Individual É a utilização de qualquer bem ou serviço para


satisfazer directamente uma necessidade individual

Exemplo – a utilização de um lápis, de uma bicicleta, de


alimentos, etc.
Quando utilizamos estes bens, mais ninguém os poderá
utilizar simultaneamente, pelo que o beneficiário está
Consumo perfeitamente identificado.
(quanto ao
beneficiário)
Colectivo É a utilização de qualquer bem ou serviço para
satisfazer directamente uma necessidade colectiva

Exemplo – o conjunto dos serviços públicos que o Estado


fornece aos cidadãos (serviços de saúde, de educação, de
justiça, de transportes públicos, etc.)
Estes serviços são consumidos por um grande número de
pessoas e, sendo assim, o beneficiário é a coletividade.
Necessidades e Consumo

TIPOS de Consumo

Classificação de acordo com a finalidade do ato de consumir:

Final É a utilização de qualquer bem ou serviço para


satisfazer directamente uma necessidade.
Exemplo – a utilização de um casaco para nos protegermos
do frio, a ingestão de uma sande, para “matar” a fome, a
utilização do autocarro, para nos transportarmos ou ainda a
utilização do fogão para cozinharmos uma refeição, etc..
Estes bens são utilizados na satisfação das
Consumo necessidades de qualquer pessoa e não serão objecto
(quanto à de mais nenhuma transformação.
finalidade)

Intermédio É a utilização de qualquer bem ou serviço para


produzir outro bem. Esta classificação subentende a
utilização dos bens numa unidade de produção.
Exemplo – a utilização dos tijolos para construir uma casa,
utilização de um fogão num restaurante, etc.
Necessidades e Consumo

TIPOS de Consumo

A utilização de determinado bem pode ser considerado um exemplo de


Consumo Final ou então pode ser considerado um exemplo de Consumo
Intermédio
Tudo depende da utilização que dele se fizer.

As laranjas, por exemplo, conforme sejam utilizadas para alimentação ou para


produzir refrigerantes.
TIPOS DE CONSUMO- SÍNTESE

CONSUMO

Quanto à sua Quanto ao seu Quanto ao seu Quanto à


importância autor beneficiário finalidade
(ou quanto à natureza
das necessidades a
satisfazer)

- C. privado - C. individual - C. final


- C. público - C. coletivo - C. intermédio
- C. essencial
- C. supérfluo
Necessidades e Consumo

Fatores de que depende o Consumo (ou Fatores que influenciam o Consumo)

Consumir em maior ou em menor quantidade, em termos absolutos, depende de vários


fatores.
Da mesma forma, consumir mais determinados bens e serviços, em detrimento de
outros, também depende de inúmeros fatores.

Factores Económicos
Factores de que depende o
Consumo (ou que
influenciam o Consumo) Factores Extraeconómicos
Necessidades e Consumo

Fatores de que depende o Consumo (ou Fatores que influenciam o Consumo)

1. Fatores Económicos

a) Rendimentos dos Consumidores


O nível de rendimentos dos consumidores influencia, sem dúvida, o seu padrão de consumo.
Se o Rendimento for mais elevado, é natural que se consuma mais (pelo menos no que se
refere a determinados bens e serviços).

Um aumento ou uma quebra acentuado nos rendimentos vai afetar, logicamente, os hábitos de
consumo.
Por outro lado, um indivíduo com um rendimento mensal de 2000 € tem um padrão de
consumo logicamente diferente de outro que aufira 500 €.

Por exemplo, se determinado indivíduo subir de categoria profissional no seu emprego, e ficar a
ganhar bastante mais, é normal que aumente o seu padrão de consumo. Por exemplo, pode
comprar 2 automóveis, em vez de 1 único, pode adquirir mais livros, pode ir mais vezes ao
cinema, pode viajar mais, etc.

Pelo contrário, se determinado indivíduo cair no desemprego, terá que cortar alguns consumos,
para os ajustar aos seus rendimentos. Pode prescindir do automóvel e passar a utilizar os
transportes públicos, irá menos vezes ao cinema, cortará nas refeições no restaurante, não
trocará de eletrodomésticos, não passará férias na praia mas em casa, etc.
Necessidades e Consumo

Fatores de que depende o Consumo (ou Fatores que influenciam o Consumo)

1. Fatores Económicos

b) Nível dos Preço dos bens e serviços

A tendência normal dos consumidores é de consumirem os produtos mais baratos, ou que


apresentem uma melhor relação preço/qualidade.

Desta forma, uma subida no preço determina uma descida no consumo, e vice-versa.

Se os bilhetes do cinema aumentam de preço, diminui o nº de espectadores

Há, também, a tendência para procurar bens sucedâneos, quando o preço aumenta
consideravelmente.

Carne de vaca / Carne de frango Mármore / Mosaico


Necessidades e Consumo

Fatores de que depende o Consumo (ou Fatores que influenciam o Consumo)

1. Fatores Económicos

c) Inovação tecnológica

A inovação tecnológica é uma característica marcante neste início do Sec. XXI.


De facto, as inovações tecnológicas sucedem-se a um ritmo alucinante, nas mais diversas áreas.

O aparecimento de novos bens e serviços, por um lado, e as atualizações tecnológicas nos


bens que já existem refletem-se no consumo.

Novos bens como, por exemplo, aparelhos GPS, tablets, implantes dentários, impressoras 3D,
drones, etc., promovem o consumo, ou seja, são responsáveis por acréscimos dos consumos
por parte dos cidadãos.
Assim, a inovação tecnológica constitui também um fator económico que influencia o
consumo.
Necessidades e Consumo

Fatores de que depende o Consumo (ou Fatores que influenciam o Consumo)

1. Fatores Económicos

d) Crédito Bancário

Os bancos exercem uma importante atividade económica porque servem para depositarmos as nossas
poupanças e, para além disso, também para emprestar dinheiro a quem dele necessita ou, como se
denominar, para conceder crédito.

Naturalmente, quando depositamos dinheiro numa instituição bancária, recebemos um determinado


rendimento, que se chama Juro e, de igual forma, quando pedimos um empréstimo bancário, também
temos que pagar Juros.

O Crédito bancário é muito importante porque basta pensarmos um pouco na quantidade de bens que se
vendem a crédito, ou seja, através de empréstimos bancários.

Bens caros como a compra de uma habitação, de um automóvel, até de alguns


eletrodomésticos são comprados com o crédito bancário porque, se assim não fosse,
não teríamos hipóteses de os comprar
Necessidades e Consumo

Fatores de que depende o Consumo (ou Fatores que influenciam o Consumo)

1. Fatores Económicos

d) Crédito Bancário

Então, adquirimos esses bens com um empréstimo bancário e, depois, ficamos a pagar esses empréstimo
durante um determinado período de tempo. É aquilo que se chama comprar a prestações.

Então, facilmente se percebe que o crédito bancário também é um fator económico que tem
influência no consumo.

Se os bancos concederem mais crédito, o consumo de bens e de serviços aumenta.


Se, pelo contrário, os bancos concederem menos crédito, então o consumo também é menor.
Necessidades e Consumo

Fatores de que depende o Consumo (ou Fatores que influenciam o Consumo)

1. Fatores Económicos

d) Crédito Bancário

Nos últimos anos, os bancos cortaram um bocado o crédito porque há mais gente desempregada, os
impostos aumentaram, os salários diminuíram e, como consequência, muitas pessoas não têm
possibilidade de pagar os empréstimos bancários.
O Consumo diminuiu, naturalmente.

Na década de 90 e durante os primeiros anos deste século, os bancos concediam crédito com muita
facilidade. Enviavam para as nossas casas cartões de crédito, mesmo sem os solicitarmos, e o crédito à
habitação também foi muito facilitado, com prazos de amortização mais alargados, que chegaram até aos
50 anos.

No entanto, esta enorme facilidade na concessão de crédito teve reflexos bastante graves porque
um grande número de pessoas endividou-se de tal forma que deixou de ter possibilidades de pagar
as “prestações”.
Comprava-se habitação, automóvel, mobílias, eletrodomésticos e até viagens a crédito, sem se pensar
muito bem naquilo que se estava a fazer e, a certa altura, as pessoas recebiam o seu ordenado e mais de
metade era logo destinado a pagar prestações dos empréstimos. Em consequência, o endividamento
dos particulares aumentou brutalmente, como se pode observar no gráfico da pag. 64 do livro.
Necessidades e Consumo

Fatores de que depende o Consumo (ou Fatores que influenciam o Consumo)

2. Fatores Extraeconómicos

a) Gostos dos Consumidores

Como é óbvio, por norma, qualquer consumidor procura consumir bens e serviços que
lhe agradem.
Assim, e por exemplo, um indivíduo que tenha prazer na leitura comprará mais livros
do que um indivíduo que não tenha hábitos de leitura.
Da mesma forma, quem não gosta de fumar não compra tabaco.

b) Moda

Não é apenas no vestuário que se faz sentir (blusões de penas, casacos de cabedal),
mas também na alimentação (agricultura industrializada ou biológica) ou na utilização
dos ginásios para manter a forma física, por exemplo.
Necessidades e Consumo

Fatores de que depende o Consumo (ou Fatores que influenciam o Consumo)

2. Fatores Extraeconómicos

c) Marcas

Tal como a moda, também as marcas exercem uma influência importante no


consumidor.
Uma “boa marca” associa o produto a um determinado estatuto social e a um
determinado estilo de vida.

d) Publicidade

Suscita novas necessidades, realçando as qualidades do produto e omitindo os seus


pontos fracos.
Normalmente, recorre a personagens famosas, associando o produto com o prestígio e
a forma de vida da estrela publicitária.
Necessidades e Consumo

Fatores de que depende o Consumo (ou Fatores que influenciam o Consumo)

2. Fatores Extraeconómicos

e) Estrutura etária

Há determinados bens e serviços cujo consumo é mais apropriado para


consumidores de determinado nível etário.
Por exemplo, os brinquedos são consumidos essencialmente por crianças, enquanto
que os sapatos ténis são consumidos essencialmente por adolescentes e os jornais
são consumidos essencialmente pelos adultos.

f) Ambiente sóciocultural

O ambiente sóciocultural determina hábitos diferentes.


A utilização de galochas é certamente maior numa vila piscatória do que numa cidade.
Mas há outros exemplos que atestam a influência do ambiente sociocultural. Assim,
por exemplo, a religião Hindu, praticada na Índia, considera as vacas animais
sagrados. O bacalhau é considerado um prato nacional, em Portugal.
BENS: NOÇÃO E CLASSIFICAÇÃO
As necessidades humanas são satisfeitas através dos BENS

NOÇÃO de BEM - Um bem é um meio capaz de satisfazer as necessidades


humanas.

CLASSIFICAÇÃO DOS BENS


Os bens podem ser classificados de acordo com vários critérios:
QUANTO AO GRAU DE DISPONIBILIDADE OS BENS PODEM SER:
Bens livres – São os bens que existem espontaneamente na Natureza e em grande
quantidade e que não precisam de ser produzidos ou adquiridos a troco de moeda.
Por exemplo, o ar que respiramos ou a luz solar.
Bens económicos – São os bens que têm que ser produzidos, ou adquiridos a
troco de moeda.
São bens escassos, isto é, existem em quantidades limitadas face às necessidades
ilimitadas dos agentes económicos, pelo que a sua obtenção implica a resolução de um
problema económico.
Por exemplo, o casaco que nos protege do frio ou o autocarro que nos transporta para a
escola.
BENS: NOÇÃO E CLASSIFICAÇÃO

BENS LIVRES

NECESSIDADES BENS
BENS
ECONÓMICOS

• Quanto à sua natureza:


-Bem material ou simplesmente “bem” - é um meio
material capaz de satisfazer uma necessidade.
São tangíveis (palpáveis). ⇒ Bicicleta, casaco, etc.

- Bem imaterial ou serviço - é uma atividade capaz de


satisfazer uma necessidade.
São intangíveis ⇒ Aula, consulta médica, etc.
BENS: NOÇÃO E CLASSIFICAÇÃO

• Quanto à sua duração:


Bens duradouros – são aqueles que podem ser utilizados múltiplas
vezes, embora sofram desgaste com o tempo e com o uso.
Por exemplo, um trator, ou um guarda-chuva

Bens não duradouros (ou perecíveis) – São os bens que são utilizados
uma única vez, desaparecendo após uma só utilização.
Por exemplo, o Pão, a Gasolina, a Energia elétrica.

• Quanto à sua função:


Bens de consumo final (ou bens de consumo) – São os bens que
satisfazem diretamente uma necessidade.
Por exemplo, Vestuário, alimentação.

Bens de consumo intermédio (ou bens de produção) – São os bens que


são utilizados para a produção de outros bens ou serviços
Por exemplo, Máquinas, Matérias-primas, Energia.
BENS: NOÇÃO E CLASSIFICAÇÃO

• Quanto às suas relações recíprocas:


Bens sucedâneos (ou substituíveis) – Os que se podem
substituir entre si, dadas as propriedades semelhantes que
possuem.
Por exemplo, Azeite/Óleo

Bens complementares – Aqueles em que a utilização de um


implica a utilização do outro (e vice-versa).
Por exemplo, Candeeiro/Lâmpada
CLASSIFICAÇÃO DOS BENS ECONÓMICOS - SÍNTESE

BENS ECONÓMICOS

Quanto à sua Quanto à sua Quanto à sua Quanto às suas


natureza duração função relações recíprocas

- Bens materiais - Bens - Bens de - Bens sucedâneos


duradouros consumo (ou (ou substituíveis)/Não
- Bens imateriais
de consumo sucedâneos
ou serviços - Bens não
final)
duradouros - Bens
- Bens de complementares/
produção (ou Não complementares
de consumo
intermédio)

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