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COORDENADORIA DE DESENVOLVIMENTO E NORMATIZAÇÃO DAS POLÍTICAS EDUCACIONAIS

NÚCLEO DE INSPEÇÃO E ORGANIZAÇÃO ESCOLAR - NIOE

ESCOLA ESTADUAL PROF.ª VANDA MARIA DE SOUZA CABÊTE


AV. FORTALEZA Nº 1456 – BAIRRO: CAJARY / LARANJAL DO JARI – AP / CEP:68920-000
ATO DE CRIAÇÃO: DECRETO Nº 2803/2005 - GEA
AUTORIZAÇÃO DE FUNCIONAMENTO DO CURSO: PORTARIA: 598/2009 – SEED

Governo do Estado do Amapá


1° Ano / E.T.I. / 2021

CADERNO TEMÁTICO DE SOCIOLOGIA


1ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO INTEGRAL - 1º BIMESTRE
UNIDADE TEMÁTICA I:
“SOCIOLOGIA E CONHECIMENTO”

ESTUDANTE:_________________________________________TURMA:__________

Professora Valéria Oliveira Amorim


Licenciatura Plena e Bacharelado em Ciências Sociais/UNIFAP.

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INTRODUÇÃO (02 horas/aulas)
Todo nós somos filhos, estudantes, moradores de um bairro e pertencemos a um território
nacional. Criamos, individualmente ou em grupos, a nossa identidade e a nossa própria cultura. Damos
o nome de sociedade a essa relação entre pessoas com características em comum e que se
organizam para viver em coletividade.
Neste bimestre, você aprenderá sobreo que é a Sociologia: ciência que se dedica ao estudo do
convívio entre os seres humanos. Seja bem-vindo!

1 - O que é Sociologia? (02 horas/aulas)


A Sociologia é a ciência que estuda a
sociedade e os fenômenos que nela
ocorrem sejam eles culturais, econômicos,
religiosos.

A sociologia se ocupa basicamente de


cinco elementos: a estrutura social, os
grupos sociais, a família, as classes sociais
e os papéis que o indivíduo ocupa em
sociedade.

DICAS DE FILMES: 10 filmes para quem ama Sociologia

Moonlight: Sob a Luz do Luar (2016); Ele Está de Volta (2015); Ensaio sobre a cegueira (2008); Tropa de Elite
(2007); V de Vingança (2005); Diários de motocicleta (2004); Clube da Luta (1999) , A Onda (1981 ou 2008);
Carandiru (2003); ); Tempos Modernos (1936).

Para entender melhor o que é a Sociologia vamos ver um pouquinho como se deu o seu
surgimento:

Noções sobre a história da Sociologia

Embora o surgimento da Sociologia tenha ocorrido no século XIX, somente a partir dos
problemas sociais causados pela Revolução Industrial, a Sociologia ganhou espaço e surgiu como
uma ciência voltada para pensar as relações sociais.
A Europa passava por intensas revoluções: a Revolução Francesa (entre 1789 e 1799) e
a Revolução Industrial. Na Inglaterra começam a surgir as primeiras indústrias, empreendidas por
uma parte da burguesia que havia enriquecido muito com o comércio e com o empréstimo de dinheiro.
No início do século XIX, o modo de produção industrial tomava conta de grandes centros urbanos
europeus, como Londres e Paris.
Por conta disso, houve intenso êxodo rural nesses locais, o que ocasionou uma explosão
demográfica, seguida por vários problemas sociais decorridos da falta de emprego para todos: fome,
miséria, violência, condições precárias de saneamento e, consequentemente, alastramento de
epidemias. A vida nos centros urbanos para a população mais pobre era caótica. Mesmo para aqueles
que conseguiam trabalhar nas indústrias, a vida era difícil, devido à desumana exploração de sua mão
de obra por parte da burguesia, o que resultou em exaustivas jornadas de trabalho e baixa
remuneração.
No final do século XVIII, a Revolução Francesa causou um longo período de
instabilidade política para os franceses, que, após o fim do Antigo Regime (a monarquia), viram-se
diante de um vazio político que resultou em diversas experiências políticas, muitas das quais
fracassaram. O cenário era de instabilidade política e econômica, fome, violência e desordem social.
Diante disso, o filósofo francês Augusto Comte idealizou um projeto de melhoria e progresso
social com base em um movimento que ficou conhecido como positivismo. O positivismo tinha como
objetivo trazer o progresso à sociedade por meio do avanço científico, tecnológico, da ordem social e
da disciplina individual.
Assim, a ideia de uma ciência voltada para o estudo das sociedades surgiu no século XIX, tendo
como mentor principal o filósofo francês Augusto Comte (1798-1857). Comte entendia que os estudos
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sociais deveriam ser pautados como os estudos das demais matérias das ciências naturais. Seria por
meio do método cientifico que as normas e as regras gerais dos fenômenos sociais seriam entendidas,
o que nos daria o poder de intervir nos problemas sociais de forma a resolvê-los e eliminá-los de nossa
convivência. Esse seria o papel da sociologia.
De toda forma, entende-se hoje que nossa sociedade não possui regras fixas ou leis pétreas que
regem os fenômenos sociais, o que, entretanto, não invalida os esforços iniciais de Comte. É pelo
esforço sociológico que podemos entender a complexidade de nosso mundo, ainda que sem conseguir
determinar leis fundamentais. As regularidades de nosso comportamento e os aparatos sociais
construídos para sustentar nossa convivência são objetos passíveis de observação e estudo, e são
uma enorme parte de nossa vida social, de forma que entendê-los é parte do esforço para
entendermos a nós mesmos.
A Sociologia
Sociologia é um termo criado em 1838 pelo
filósofo francês Augusto Comte em seu Curso de
Filosofia Positiva, deriva de um hibridismo, isto é, do
latim “sociu-” (sociedade, associações) e do grego
“logos” (palavra, razão e estudo), e refere-se
ao estudo sobre as relações de formalidades das
sociedades humanas, seus respectivos padrões
culturais, relações de trabalho, instituições e
convívio social.
Augusto Comte (1789 - 1857).

A Sociologia não pretende ser um método para nos ensinar a conviver com os outros. Ela é uma
ciência que busca descobrir como e por que convivemos, desvendando questões que envolvem o nosso
cotidiano. Por meio da Sociologia, obtemos conhecimento científico sobre a realidade social.
Ao estudar essa disciplina, procura-se entender os elementos essenciais do funcionamento de uma
sociedade e encontrar respostas para questões como:
 “por que existem tantas desigualdades no mundo?”;
 “por que as pessoas se relacionam umas com as outras de determinada maneira?”;
 “por que existem a política e as relações de poder?”;
 “por que existe racismo?”
A Sociologia ajuda a pensar de modo independente e a ser crítico ao analisar conteúdos da
internet e dos jornais, entrevistas com autoridades e o mundo que nos cerca. Essa visão crítica pode
incomodar, pois revela aspectos da sociedade que certos indivíduos ou grupos preferem esconder. Enfim,
a Sociologia é a ciência que estuda o homem e suas relações na sociedade.
Logo, podemos dizer que Sociologia é a ciência que estuda as relações entre as pessoas que
pertencem a uma comunidade ou aos diferentes grupos que formam a sociedade.
É uma ciência que pertence ao grupo das ciências sociais e humanas. O objeto de estudo da
sociologia engloba a análise dos fenômenos de interação entre os indivíduos, as formas internas de
estrutura (as camadas sociais, a mobilidade social, os valores, as instituições, as normas, as leis), os
conflitos e as formas de cooperação geradas através das relações sociais.

Tirinha 01: A sociologia mostra a verdade sobre a sociedade.

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#Ficaadica: Assista ao vídeo “Sociologia, o que é e como surgiu?”
Acesse o link: https://www.youtube.com/watch?v=LjBxDOKoNzI

Proposta: Proporcionar ao estudante uma melhor compreensão sobre o surgimento da


sociologia e a importância dos estudos de sociologia para nossa vida, bem como, para
compreensão e desenvolvimento das sociedades.
Atividade: Após assistir e analisar o vídeo responda as questões abaixo:

1. O que é Sociologia?
R=_____________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
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2. Quando surgiu a Sociologia e qual era a finalidade?


R= ____________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
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_______________________________________________________________________________

3. A Sociologia é importante para nós e para a sociedade atual? Justifique sua resposta.
R= ____________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
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4. Como a sociologia pode mostrar a verdade sobre a sociedade e porque isso seria
temeroso pra algumas pessoas? Temeroso para quem? Justifique sua resposta.
R= ____________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
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2 - Senso Comum x Conhecimento Científico (02 horas/aulas)


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Conhecimento vulgar
O conhecimento vulgar, também conhecido como saber vulgar ou senso comum, refere-se
ao nível mais básico de conhecimento que é constituído em nossas vidas. É um nível que se
baseia em observações ingênuas da realidade e está diretamente relacionado à solução de
problemas práticos presentes no dia-a-dia. Além disso é encontrado em experiências subjetivas
e pode ser adquirido com dados provenientes de experiências com socialização entre indivíduos,
sendo essa uma das formas mais evidentes de influência de tradições e ideias de gerações
anteriores.
Vejamos alguns exemplos e conhecimento do senso comum:
Exemplo 1: O homem do campo sabe que o
canto do sabiá anuncia o final do inverno, então
ele pode predizer se vai ou não chover, se vai
gear. Da mesma forma, sabe pela experiência
acumulada o tempo certo para preparar a terra,
para semeá-la e o momento da colheita. Esses
conhecimentos foram adquiridos pelo grupo de
pessoas com as quais conviveu e trabalhou e
pela observação da natureza. A obra a seguir
sugere uma agricultura familiar. Pressupõe-se
que o homem e a mulher formem um casal, que
o bebê no cesto ao fundo seja filho deles e que
haja dependência da família em relação à terra.
É dessa experiência cotidiana, como a retratada
na pintura, que o conhecimento se constrói.
Jean-François Millet. Plantadores de batatas, 1861.

Exemplo 2: Um confeiteiro sabe que uma pitada de sal, ao bater as claras em neve, as
deixará mais firmes; e que a porta do forno não pode ser aberta enquanto o bolo é assado.
Esses são exemplos de conhecimentos baseados no senso comum. Quem os emprega pode
não ter informação sobre o conhecimento científico contido em cada um desses atos, mas sua
experiência lhe garante que obterá êxito. Ao colocar a pitada de sal, o confeiteiro pode
desconhecer o processo químico que está presente nesse ato, mas sabe que ele produzirá o
efeito desejado. Observe que os conhecimentos obtidos pela experiência podem se tornar objeto
de estudo da ciência e passar do senso comum para o conhecimento científico. O senso comum
pode apresentar diversas características, e é importante que elas sejam debatidas, como as
generalizações, as verdades absolutas, as relações de causa e efeito que são construídas na
sociedade e que, muitas vezes, afetam comportamentos.
A filósofa Marilena Chauí, no livro Convite à filosofia (1994), indica que o senso comum, se
propagado nas sociedades, pode consolidar atitudes preconceituosas, pois se tornam uma
compreensão possível da realidade. Isso quer dizer que o senso comum pode levar a
generalizações equivocadas para uma sociedade.
Observe as frases a seguir:

Essas constatações não condizem com a realidade e impedem uma compreensão correta
e adequada do que de fato se passa no Brasil. A favela abriga trabalhadores e famílias que não
podem pagar por habitações em outras localidades, e esse é um problema que resulta da má
distribuição de renda no País. Essa seria uma explicação mais precisa da realidade, com base
em dados estatísticos sobre a pobreza no Brasil. Há mais bandidos nas camadas menos
favorecidas da sociedade? Há bandidos que moram em mansões? O que se sabe sobre isso é
baseado no senso comum. Elaborar perguntas para explicar a realidade significa buscar a
superação do senso comum, ou seja, procurar respostas que não estejam apoiadas em
constatações sem fundamento.

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Foto: Reprodução (imagem da internet)
De forma mais simplificada, o senso comum nada mais é do que o saber que adquirimos
com o passar dos anos, por meio de nossa vida em sociedade. É adquirido de forma espontânea
apenas com o contato entre as pessoas e situações. Mesmo sendo algo relativamente limitado,
esse conhecimento é essencial para orientar-se na vida em sociedade.
O senso comum, por ser obtido a partir de um movimento de repetição cultural, pode
estar correto ou não. Não é possível confiar nesse tipo de conhecimento como se confia na
ciência, mas também não podemos invalidá-lo de imediato, pois o fato de não se
estabelecer métodos e testes comprobatórios, não significa, necessariamente, que o tipo de
conhecimento popular está errado. Apesar disso, possui pontos negativos, como por exemplo
poder originar o prolongamento de crenças ou opiniões cheias de meias verdades, ou ainda
preconceituosas que continuarão se arrastando no tempo, mas que serão ultrapassadas
somente pelos estudos científicos.
Ao longo do tempo, foi-se criando uma
ideia comum (senso comum) de que as
mulheres eram inferiores, o que foi se
estabelecendo como uma verdade cultural
(apesar de não ser uma verdade estrita).
Podemos pensar, por isso, que nem sempre o
senso comum é positivo ou está certo, afinal,
sabemos que as mulheres não são menos
inteligentes, mais frágeis ou subalternas aos
homens. Isso atesta também o fator repetitivo
que circunda a denominação do senso comum:
é algo que, de tanto ser repetido, acaba sendo
encarado como uma verdade.
Desigualdade de gênero no Mercado de Trabalho.

Características do Senso Comum:


 imediatista: o senso comum caracteriza-se, muitas vezes, por ser extremamente simplista e
despreocupado quanto ao emprego de definições e terminologias. Não é, portanto, fruto de uma
reflexão cuidadosa;
 superficial: a superficialidade dessa forma de conhecimento está relacionada com o fato de
que ele se conforma com a aparência, com o que lhe é familiar, permanecendo na superfície das
coisas;
 acrítico: outra característica é o fato de ele ser, muitas vezes, uma forma de conhecimento
acrítico, ou seja, não estabelece uma visão aprofundada do que vê, não questiona o que é dito;
 cheio de sentimentos: muitas vezes, nossa visão da realidade é excessivamente marcada
pelas nossas emoções, e as emoções normalmente tiram a objetividade da pessoa, pois são
pessoais e não estão baseadas na razão. Elas podem nos fazer agir de forma irracional;

 cheio de preconceitos: ele também é, muitas vezes, repleto de preconceitos. O preconceito


é o conceituar antecipadamente, ou seja, é a atitude de achar que já se sabe algo, sem realmente
conhecê-lo, valendo-se de explicações prontas repletas de juízos de valor. Portanto, a atitude
preconceituosa em relação à realidade e a tudo o que a cerca é aquela da pessoa que julga sem
conhecer, com base no que acredita que é ou no que deva ser.
Tais características estão intimamente relacionadas, pois alimentam umas às outras.
Desse modo, se quisermos construir um conhecimento coerente e consistente, precisamos
afastar as pré-noções e os julgamentos de valor que estão presentes no senso comum. Por
que é preciso se distanciar do olhar do senso comum para desenvolver um olhar científico? O

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olhar que se afasta de tais características relacionadas ao senso comum é o olhar do
estranhamento.
Conhecimento científico
O conhecimento científico é uma continuação do senso comum, pois é por meio dele que
se investe em pesquisas para comprovar ou desmentir fatos que são baseados no senso
comum.
O conhecimento científico está
diretamente associado com o método científico,
que diz respeito às formas como o
conhecimento verdadeiro pode ser obtido e que
é uma das partes centrais da filosofia da
ciência. Por ser diretamente preocupado com a
verificação da verdade, quer dizer, com a
comprovação de que uma hipótese ou crença a
respeito de alguma coisa é verdadeira, o
conhecimento científico se desenvolve a partir
de uma série de perguntas, como as que se
seguem:
1) como são formuladas as hipóteses
científicas e como é possível alcançar uma
verdade científica?
2) Como um conhecimento pode ser aceito
como sendo conhecimento científico?
3) Como se dá o desenvolvimento da
ciência?

Etapas que constituem o método científico


Todas essas perguntas dizem respeito a diferentes campos do pensamento científico. A
primeira diz respeito à natureza do modo de raciocinar das ciências, a segunda, diz respeito à
possibilidade de verificação de uma verdade científica. A terceira, por fim, diz respeito a qual é o
melhor método para que a ciência possa alcançar a verdade. Tanto essas perguntas quanto a
discussão a respeito delas têm como objetivo principal o conhecimento verdadeiro do mundo, o
que inclui tanto a natureza como um todo como o do ser humano em tudo o que lhe diz respeito.
Os métodos científicos são propostos para que se alcance tal conhecimento de maneira racional,
objetiva, analítica e explicativa, dentre outras.
A ciência passou a buscar seus próprios métodos, sem haver a reflexão filosófica, a partir
do século XVII, durante a revolução científica, sendo este o método científico que conhecemos
nos dias atuais. O procedimento cientifico, como mencionamos acima, tem início em um senso
comum. A partir dele, é buscada a realidade e as relações universais e, nesse período,
começou-se a dar mais valor à razão como um instrumento de conhecimento.

Conhecimento científico e senso comum, apesar de suas perceptíveis diferenças, não


precisam necessariamente ser postos em lugares distintos, onde não podem ter nenhuma

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relação, pois muitas crenças populares podem ser comprovadas cientificamente e, também,
servir de estímulo para a busca da comprovação de sua verdade.

#Ficaadica: Assista ao Vídeo “Senso Comum e Conhecimento Científico”.


Acesse ao link: https://www.youtube.com/watch?v=gbBPnh3wI-c

Proposta: Fazer com que o estudante exercite o seu conhecimento e saiba identificar,
analisar e comparar os diferentes discursos sobre a realidade, afim de compreender as
diferenças entre senso comum e conhecimento científico.
Atividade: De acordo com os conhecimentos apreendidos nesta aula responda as questões a
seguir:
Questão 01
O que é senso comum? Dê um exemplo de senso comum.
R=________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________

Questão 02
O que é conhecimento científico? Cite um exemplo.
R=________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________

Questão 03
Aprendemos que o senso comum pode levar a generalizações equivocadas para uma
sociedade e que essas constatações não condizem com a realidade impedindo assim uma
compreensão correta e adequada dos fatos. Diante do exposto, liste 02 ditados populares que
afetam a compreensão das pessoas a respeito da sociedade. Proceda como no exemplo: a
partir de um ditado popular, você cria na coluna à direita uma discussão sobre ele. Identifique
com qual característica do senso comum estabelece uma relação elaborando uma pergunta e
resposta para justificar sua opinião.
Ditados Populares Característica do Justificativa
Senso Comum
- Deus ajuda quem cedo - É superficial. Então todo profissional que trabalha a
madruga! noite ou de turno seria punido? Não,
pois seu trabalho é a noite e isso não
faz dele uma pessoa que deva contar
com menos apreço das forças divinas
ou humanas.

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3 - Imaginação sociológica (02 horas/aulas)
Wright Mills (1969) descreve o pensamento sociológico como uma prática criativa, que define
como “imaginação sociológica”. Essa prática criativa seria a tomada de consciência sobre a relação
entre o indivíduo e a sociedade mais ampla. Trata-se da capacidade de conectar situações da
realidade, como os interesses em disputa, percebendo que a sociedade não se apresenta de
determinada forma por acaso. Essa conscientização derivada do conhecimento sociológico permite
que todos (não apenas os sociólogos por formação) compreendam as ligações existentes entre o
ambiente social pessoal imediato e o mundo social impessoal que circunda e que colabora para moldar
as pessoas. Resgatando elementos específicos elaborados pelos pensadores sociais mais clássicos,
Mills (1969) aponta como um elemento-chave dessa “imaginação sociológica” a capacidade de poder
visualizar a sociedade com um certo sentido de distanciamento, em vez de fazê-lo apenas da
perspectiva das experiências pessoais e das pré-concepções culturais.

Tornou-se urgente a compreensão pelo


homem, dos cenários políticos, econômicos e
sociais inseridos, e isso só é possível através
de uma reflexão crítica correspondente ao viés
filosófico-sociológico. Essa reflexão segundo
Charles Wright Mills (1916 - 1962), sociólogo
americano, é produto da “Imaginação
Sociológica” (1959), o que implica em uma
consideração mais abrangente sobre os fatos,
um olhar mais profundo e vasto. Os problemas
devem ser compreendidos a partir de uma
perspectiva capaz de situar simultaneamente a
história, a biografia e a estrutura social do
individuo. Mills acredita que é necessário um
trabalho intelectual a partir de si mesmo para
então observar a perspectiva social e
problematizá-la. Imaginação Sociológica

EXEMPLO.: Hoje são muitas as crianças que ao chegarem na quinta classe apresentam
enormes dificuldades de leitura e escrita. Muitos podem associar essa dificuldade a uma mera
incapacidade mental dos alunos. Mas quando olhamos o mesmo fenômeno num plano mais amplo,
podemos observar que o surgimento de novas tecnologias de informação como os telemóveis,
computadores, internet reduzem o tempo que os alunos se dedicam nos estudos. Além disso,
podemos ver que a medida do governo em reduzir o número de docentes licenciados nas escolas
públicas e a contratação de docentes com o nível médio contribuiu significativamente para a baixa
qualidade do ensino. Podemos ir mais ainda mais longe. Uma vez que o país depende de parcerias
externas para o financiamento da educação no país, se se observar uma redução das verbas
destinadas ao sector da educação pode trazer altas consequências para o ensino a nível nacional.
Assim, um problema que parece ser apenas particular pode ser relacionado com os aspectos mais
gerais da sociedade, aplicando a imaginação sociológica.

Ao provocar um desejo investigativo, a


Sociologia se apresenta com uma postura que
possibilita a autonomia racional do indivíduo. E
a partir do momento em que a busca por
questionamentos e desdobramentos da

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realidade passa a ser um hábito desenvolvido
não só na própria escola, mas na condição
social, o indivíduo torna-se ser ativo, cidadão, e
assim, cônscio de seu papel na estrutura social.

#Ficaadica: Leia o Texto: “Joãozinho da Maré” (“Joãozinho aprende a pensar


sociologicamente”).
Acesse o Link abaixo para ler o texto: http://www.grugratulinofreitas.seed.pr.gov.br/redeescola/escolas/21/970/26/arquivos/File/materialdidatico/
formacaodocentes/metodologiaensinop/Joaozinho_da_Mare.pdf

Proposta: Neste texto, o aluno refletirá sobre a diferença entre compreender as situações
vivenciadas em nosso dia a dia a partir de uma visão senso comum e como compreende-la a
partir de uma visão mais científica através da imaginação sociológica.

Atividade: Para exercitar o conhecimento faça um breve comentário sobre o que você
compreendeu com o texto, exponha a sua opinião de forma clara e crítica usando sua
imaginação e olhar sociológico.
R=________________________________________________________________________
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4 – O processo de desnaturalização e estranhamento da realidade. (02 hora/aula)

Os sábios cegos e o elefante (Poema de John Godfrey Saxe)

Processo de construção do olhar sociológico


O olhar sociológico é um olhar que não é o do historiador ou o do geógrafo, tampouco o do
filósofo. De modo a destacar as particularidades do olhar sociológico, bem como as preocupações
inerentes à Sociologia enquanto ciência, dentre as Ciências Humanas, é importante entender a
especificidade do olhar sociológico sobre a realidade. Qual é esse olhar?
A palavra “estranhamento” está relacionada com esse
olhar. Para a construção do olhar sociológico, é preciso
lançar um olhar de estranhamento sobre a realidade. Dito de
outro modo é preciso “desnaturalizar” o olhar. O treino do
olhar é o primeiro passo para a construção de um olhar
sociológico para a realidade, e este se faz com base no
estranhamento do cotidiano. Estamos acostumados a
encarar tudo como natural, como se o mundo e as coisas
que nos cercam fossem “naturais” e sempre tivessem sido
assim. Para desenvolver um olhar sociológico é preciso
quebrar tal forma de encarar a realidade. O olhar sociológico

O olhar de estranhamento tem a ver com observar a realidade e compreender que o nosso olhar
nunca é neutro. O ser humano não olha simplesmente. Toda vez que observa algo, o faz a partir de
uma perspectiva, de um ponto de vista. Esse olhar é repleto de pré-noções que podem ser positivas ou
negativas. E o estranhamento nos ajuda a ter consciência disso. Mesmo indo a um lugar que não
conheciam, esse olhar lançado sobre o desconhecido é onde se encontra um dos objetivos da
Sociologia é debruçar-se sobre tais preconceitos e pré-noções, identificando e ressignificando - os.
O imediatismo do olhar
O objetivo aqui é dar continuidade à explicação do que é o olhar sociológico a partir da
discussão a respeito do olhar do senso comum em contraposição ao olhar científico. Veja o texto
abaixo.
Olhamos o mundo e parece que simplesmente vemos as coisas tal como elas são. Entretanto,
ao olhar alguma coisa e nomeá-la, é preciso ter antes uma ideia do que ela seja; as pessoas têm
alguma ideia do que é um carro, e, por isso, quando veem diferentes carros, podem dizer que viram
um. O olhar humano sempre está repleto de pré-noções sobre a realidade que nos ajudam a
compreendê-la. E elas estão repletas de conhecimento do senso comum. O conhecimento do senso
comum é uma forma válida de pensamento, mas não é a única possível. Há, por exemplo, o
conhecimento científico. O conhecimento científico parte do senso comum para olhar a realidade,
mas ele sempre precisa ir além do senso comum.
Nosso olhar nunca é um olhar neutro, ele está sempre repleto dessas pré-noções que vêm do
senso comum. Para lançar um olhar sociológico sobre a realidade é necessário afastar-se dessa forma
de observá-la. E é necessário um método. Método é a forma pela qual um cientista observa e analisa
seu objeto de estudo. Ou seja, é o modo como estuda a realidade. Os métodos variam de uma ciência
para outra, dependendo do seu objeto de estudo, ou seja, daquilo que elas estudam.
Toda construção científica é um lento processo de afastamento do senso comum. Não se pensa
sociologicamente quando imerso no senso comum. O problema é que estamos imersos nele.
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Nossa maneira de pensar, de agir e de sentir está repleta desse tipo de conhecimento. Apesar de ser
uma forma válida de conhecimento, não é ciência. A ciência se constrói a partir de um cuidado
metodológico ao olhar a realidade que procura se afastar dos juízos de valor típicos do senso
comum. E para construir um olhar sociológico sobre a realidade, o primeiro recurso metodológico é o
olhar de estranhamento.

#Ficaadica: Leia o Texto: : “Eu tenho um sonho” (I have a dream – Martin Luther King).

Estou feliz por estar hoje com vocês num evento que entrará para a história como a maior
demonstração pela liberdade na história de nosso país.
Há cem anos, um grande americano, sob cuja simbólica sombra nos encontramos, assinou a
Proclamação da Emancipação. Esse decreto fundamental foi como um grande raio de luz de esperança para
milhões de escravos negros que tinham sido marcados a ferro nas chamas de uma vergonhosa injustiça. Veio
como uma aurora feliz para pôr fim à longa noite de cativeiro.
Mas, cem anos mais tarde, devemos encarar a trágica realidade de que o negro ainda não é livre. Cem
anos mais tarde, a vida do negro está ainda infelizmente dilacerada pelas algemas da segregação e pelas
correntes da discriminação.
Cem anos mais tarde, o negro ainda vive numa ilha isolada de pobreza no meio de um vasto oceano de
prosperidade material. Cem anos mais tarde, o negro ainda definha nas margens da sociedade americana
estando exilado em sua própria terra. Por isso, encontramo-nos aqui hoje para dramatizar essa terrível
condição.
De certo modo, viemos à capital do nosso país para descontar um cheque. Quando os arquitetos da
nossa república escreveram as magníficas palavras da Constituição e a Declaração da Independência, eles
estavam a assinar uma nota promissória da qual todo americano seria herdeiro. Essa nota foi uma promessa
de que todos os homens teriam garantia aos direitos inalienáveis de “vida, liberdade e à procura de
felicidade”.
É óbvio que a América de hoje ainda não pagou essa nota promissória no que concerne aos seus
cidadãos de cor. Em vez de honrar esse compromisso sagrado, a América entregou ao povo negro um cheque
inválido devolvido com a seguinte inscrição: “Saldo insuficiente”.
Porém recusamo-nos a acreditar que o banco da justiça abriu falência. Recusamo-nos a acreditar que
não haja dinheiro suficiente nos grandes cofres de oportunidade desse país. Então viemos para descontar esse
cheque, um cheque que nos dará à vista as riquezas da liberdade e a segurança da justiça.
Viemos também para este lugar sagrado para lembrar à América da clara urgência do agora. Não é
hora de se dar ao luxo de procrastinar ou de tomar o remédio tranquilizante do gradualismo. Agora é tempo
de tornar reais as promessas da democracia.
Agora é hora de sair do vale escuro e desolado da segregação para o caminho iluminado da justiça
racial. Agora é hora [aplausos] de retirar a nossa nação das areias movediças da injustiça racial para a
sólida rocha da fraternidade. Agora é hora de transformar a justiça em realidade para todos os filhos de
Deus.
Seria fatal para a nação não levar a sério a urgência desse momento. Esse verão sufocante da
insatisfação legítima do negro não passará até que chegue o revigorante outono da liberdade e igualdade. Mil
novecentos e sessenta e três não é um fim, mas um começo. E aqueles que creem que o negro só precisava
desabafar e que agora ficará sossegado, acordarão sobressaltados se o país voltar ao ritmo normal.
Não haverá nem descanso nem tranquilidade na América até o negro adquirir seus direitos como
cidadão. Os turbilhões da revolta continuarão a sacudir os alicerces do nosso país até que o resplandecente
dia da justiça desponte.
Há algo, porém, que devo dizer a meu povo, que se encontra no caloroso limiar que conduz ao palácio
da justiça: no processo de ganhar o nosso legítimo lugar não devemos ser culpados de atos errados. Não
tentemos satisfazer a sede de liberdade bebendo da taça da amargura e do ódio. Devemos sempre conduzir
nossa luta no nível elevado da dignidade e disciplina.
Não devemos deixar que o nosso protesto criativo se degenere na violência física. Repetidas vezes,
teremos que nos erguer às alturas majestosas para encontrar a força física com a força da alma.
Esta nova militância maravilhosa que engolfou a comunidade negra não nos deve levar a desconfiar
de todas as pessoas brancas, pois muitos dos irmãos brancos, como se vê pela presença deles aqui, hoje, estão

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conscientes de que seus destinos estão ligados ao nosso destino.
E estão conscientes de que sua liberdade está intrinsicamente ligada à nossa liberdade. Não podemos
caminhar sozinhos. À medida que caminhamos, devemos assumir o compromisso de marcharmos em frente.
Não podemos retroceder.
Há quem pergunte aos defensores dos direitos civis: “Quando é que ficarão satisfeitos?” Não
estaremos satisfeitos enquanto o negro for vítima dos indescritíveis horrores da brutalidade policial. Jamais
poderemos estar satisfeitos enquanto os nossos corpos, cansados com as fadigas da viagem, não conseguirem
ter acesso aos hotéis de beira de estrada e das cidades.
Não poderemos estar satisfeitos enquanto a mobilidade básica do negro for passar de um gueto
pequeno para um maior. Não podemos estar satisfeitos enquanto nossas crianças forem destituídas de sua
individualidade e privadas de sua dignidade por placas onde se lê “somente para brancos”.
Não poderemos estar satisfeitos enquanto um negro no Mississippi não puder votar e um negro em
Nova Iorque achar que não há nada pelo qual valha a pena votar. Não, não, não estamos satisfeitos e só
estaremos satisfeitos quando “a justiça correr como a água e a retidão como uma poderosa corrente”.
Eu sei muito bem que alguns de vocês chegaram aqui após muitas dificuldades e tribulações. Alguns de
vocês acabaram de sair de pequenas celas de prisão. Alguns de vocês vieram de áreas onde a sua procura de
liberdade lhes deixou marcas provocadas pelas tempestades de perseguição e pelos ventos da brutalidade
policial.
Vocês são veteranos do sofrimento criativo. Continuem a trabalhar com a fé de que um sofrimento
injusto é redentor. Voltem para o Mississippi, voltem para o Alabama, voltem para a Carolina do Sul, voltem
para a Geórgia, voltem para Luisiana, voltem para as favelas e guetos das nossas modernas cidades, sabendo
que, de alguma forma, essa situação pode e será alterada. Não nos embrenhemos no vale do desespero.
Digo-lhes hoje, meus amigos, que, apesar das dificuldades e frustrações do momento, eu ainda tenho
um sonho. É um sonho profundamente enraizado no sonho americano.
Eu tenho um sonho que um dia essa nação levantar-se-á e viverá o verdadeiro significado da sua
crença: “Consideramos essas verdades como auto-evidentes que todos os homens são criados iguais.”
Eu tenho um sonho que um dia, nas montanhas rubras da Geórgia, os filhos dos descendentes de
escravos e os filhos dos descendentes de donos de escravos poderão sentar-se juntos à mesa da fraternidade.
Eu tenho um sonho que um dia mesmo o estado do Mississippi, um estado desértico sufocado pelo
calor da injustiça, e sufocado pelo calor da opressão, será transformado num oásis de liberdade e justiça.
Eu tenho um sonho que meus quatro pequenos filhos um dia viverão em uma nação onde não serão
julgados pela cor da pele, mas pelo conteúdo do seu caráter. Eu tenho um sonho hoje.
Eu tenho um sonho que um dia o estado do Alabama, com seus racistas cruéis, cujo governador cospe
palavras de “interposição” e “anulação”, um dia bem lá no Alabama meninos negros e meninas negras
possam dar-se as mãos com meninos brancos e meninas brancas, como irmãs e irmãos. Eu tenho um sonho
hoje.
Eu tenho um sonho que um dia “todos os vales serão elevados, todas as montanhas e encostas serão
niveladas; os lugares mais acidentados se tornarão planícies e os lugares tortuosos se tornarão retos e a
glória do Senhor será revelada e todos os seres a verão conjuntamente”.
Essa é a nossa esperança. Essa é a fé com a qual eu regresso ao Sul. Com essa fé nós poderemos
esculpir na montanha do desespero uma pedra de esperança. Com essa fé poderemos transformar as
dissonantes discórdias do nosso país em uma linda sinfonia de fraternidade.
Com essa fé poderemos trabalhar juntos, rezar juntos, lutar juntos, ser presos juntos, defender a
liberdade juntos, sabendo que um dia haveremos de ser livres. Esse será o dia, esse será o dia quando todos os
filhos de Deus poderão cantar com um novo significado:
Meu país é teu, doce terra da liberdade, de ti eu canto.
Terra onde morreram meus pais, terra do orgulho dos peregrinos, que de cada lado das montanhas
ressoe a liberdade!
E se a América quiser ser uma grande nação, isso tem que se tornar realidade.
E que a liberdade ressoe então do topo das montanhas mais prodigiosas de Nova Hampshire.
Que a liberdade ressoe das poderosas montanhas de Nova Iorque.
Que a liberdade ressoe das elevadas montanhas Allegheny da Pensilvânia.
Que a liberdade ressoe dos cumes cobertos de neve das montanhas Rochosas do Colorado.
Que a liberdade ressoe dos picos curvos da Califórnia.
Mas não só isso; que a liberdade ressoe da montanha Stone da Geórgia.
Que a liberdade ressoe da montanha Lookout do Tennessee.
Que a liberdade ressoe de cada montanha e de cada pequena elevação do Mississippi. Que de cada
encosta a liberdade ressoe.
E quando isso acontecer, quando permitirmos que a liberdade ressoe, quando a deixarmos ressoar de
cada vila e cada lugar, de cada estado e cada cidade, seremos capazes de fazer chegar mais rápido o dia em
que todos os filhos de Deus, negros e brancos, judeus e gentios, protestantes e católicos, poderão dar-se as
mãos e cantar as palavras da antiga canção espiritual negra:
Finalmente livres! Finalmente livres!
Graças a Deus Todo Poderoso, somos livres, finalmente."

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Após a leitura do texto, assista ao filme: “A procura da felicidade”

Proposta: Nesta atividade, o aluno irá se deparar com duas situações distintas. Na primeira
situação o personagem histórico Martin Luther King, sofrendo com o problema do racismo nos
Estados Unidos, percebeu que só iria resolve-lo enfrentando como um problema social e a partir daí
se organizando politicamente. Na segunda situação, o de personagem Cris Garden, representado
por Will Smith, no filme a procura da felicidade, que sofria com o problema do desemprego, encara
o problema como algo a ser resolvido individualmente, resolvendo seu problema, mas não o
problema do desemprego. A proposta é confrontar as duas situações e exercitar a imaginação
sociológica.

Atividade: O estudante deverá refletir e relacionar as duas situações e responder as


seguintes questões:
1 - Os problemas sociais devem ser resolvidos através de uma organização política e coletiva?
Porquê?
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2 – Os problemas sociais devem ser resolvidos individualmente, isto é, cada indivíduo deve lutar por
seus direitos e por melhores condições de vida? Porquê?
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3 – Em sua opinião, pessoas negras e pobres estão em desvantagens sociais em relação às


pessoas brancas e de classe média ou alta? Porque? Explique citando um exemplo.
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5 - O que são problemas sociais? (02 horas/aulas)

O processo de urbanização no Brasil se intensificou a partir da década de 1950. As atividades


industriais se expandiram, atraindo cada vez mais pessoas para as cidades.
Porém, a urbanização sem um devido planejamento tem como consequência vários problemas de
ordem social. O inchaço das cidades, provocado pelo acúmulo de pessoas, e a falta de uma
infraestrutura adequada gera transtornos para a população urbana. As grandes cidades brasileiras
enfrentam diversos problemas, destacam-se as questões da moradia, desemprego, desigualdade
social, saúde, educação, violência e exclusão social.
cO acesso à moradia com as devidas
condições de infraestrutura (saneamento ambiental,
asfalto, iluminação, etc.) não atinge todas as
camadas da população brasileira. É cada vez mais
comum o surgimento e ampliação de favelas
desprovidas de serviços públicos. Outro agravante
são as pessoas que não conseguem obter renda
suficiente para ser destinada à habitação, e acabam
utilizando as ruas da cidade como espaço de
moradia.
A população em situação de rua
A educação de baixa qualidade gera vários transtornos, pois parte da população não consegue
obter qualificação profissional exigida pelo mercado de trabalho cada vez mais competitivo. Com isso,
ocorre o aumento do desemprego e se intensificam atividades como as desenvolvidas por vendedores
ambulantes, coletores de materiais recicláveis, flanelinhas, entre outras do mercado informal.

A péssima qualidade da educação


Os serviços públicos de saúde, na sua maioria, apresentam problemas estruturais, com filas
imensas e demoradas, ausência de aparelhos e medicamentos, pequeno número de funcionários, ou
seja, total desrespeito com o cidadão que necessita desse serviço.

A péssima qualidade da saúde

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Um dos problemas urbanos que mais
preocupa a população atualmente é a
violência, pois todos estão vulneráveis aos
crimes que ocorrem, principalmente nas
grandes cidades do Brasil. Diariamente têm-se
notícias de assassinatos, assaltos,
sequestros, agressões, e outros tipos de
violência. Esse fato contribui bastante para
que a população fique com medo, e o que é
pior, muitos já não confiam na segurança
pública
A
violência urbana
Um dos problemas característicos dos países em desenvolvimento é a desigualdade social, no
Brasil não é diferente. Isso ocorre entre as Regiões, Estados, Cidades e Bairros, refletindo em
aspectos como a qualidade de vida, educação, segurança, entre outros. Uma pequena parcela da
população brasileira é muito rica, enquanto a maioria é pobre; o que é um reflexo da grande
desigualdade na distribuição de renda.

Políticas públicas devem ser desenvolvidas para proporcionar uma distribuição de renda mais
igualitária, diminuindo a disparidade entre a população. Investimentos em serviços públicos se fazem
necessários (educação, saúde, moradia, segurança, etc.) de forma que eleve a qualidade de vida e,
principalmente, dignidade para os cidadãos brasileiros.
Causas dos problemas sociais do Brasil
Além da concentração de renda, podemos citar outras causas dos problemas sociais no
Brasil:
 Falta de planejamento familiar: muitas famílias não tem acesso a métodos contraceptivos
e acabam tendo mais crianças do que poderiam sustentar.
 Ausência de compromisso dos governantes: certos dirigentes políticos não se esforçam
para resolver os problemas sociais na sua região, o que dificulta a erradicação dos mesmos.
 Corrupção: o desvio de verbas destinadas a hospitais e escolas, bem como o
encarecimento de obras de infraestrutura, prejudica a população carente.
Direcionar o olhar dos alunos para eles enxergarem os problemas ocorridos na cidade onde
vivem, não é uma tarefa das mais fáceis, principalmente se o seu público for amparado dos serviços
que deveriam ser prioridade para toda a população, como habitação, saúde, trabalho, transportes,
segurança e até mesmo educação
A sala de aula não é o único lugar onde se constrói o conhecimento e se aprende a história de
sua cidade, o que é ser cidadão. Conhecer os espaços da própria cidade em que se vive, possibilita
favoravelmente a construção de cidadãos mais reflexivos, autônomos e atuantes.

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#Ficaadica: Agora vamos refletir mais um pouco sobre a importância de se desenvolver um
pensamento crítico sobre a realidade em que vivemos bem como nos ensina a sociologia!

Exercício 01: Música “Até Quando” do Gabriel, o Pensador:


Para exercitar ainda mais o conhecimento reflita sobre a letra da música a baixo:

“Até Quando?”

Não adianta olhar pro céu


Com muita fé e pouca luta

Levanta aí que você tem


Muito protesto pra fazer
E muita greve, você pode
E você deve, pode crer

Não adianta olhar pro chão


Virar a cara pra não ver

Se liga aí que te botaram


Numa cruz e só porque
Jesus sofreu não quer dizer
Que você tenha que sofrer

Até quando você vai ficar usando rédea?


Rindo da própria tragédia?
Até quando você vai ficar usando rédea?
Pobre, rico ou classe média?
Até quando você vai levar cascudo mudo?
Muda, muda essa postura
Até quando você vai ficando mudo?
Muda que o medo é um modo de fazer censura

Até quando você vai levando porrada, porrada?


Até quando vai ficar sem fazer nada?
Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando você vai ser saco de pancada?

Até quando você vai…

Proposta: A música trabalha a necessidade de uma participação mais crítica do cidadão perante
a sociedade e suas injustiças sociais. O principal objetivo é refletirmos a respeito de nossa postura
perante os acontecimentos sociais e nossa passividade.

Questão 01: Faça um comentário sobre o que a música te fez refletir relacionando a letra com a
realidade em que você vive e analisando principalmente as partes destacadas (em negrito) pelo
professor. (10 a 20 linhas no máximo).
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Exercício 02: Oficina Sociológica “Problemas Sociais”

Proposta: Identificar os problemas sociais existentes na sua realidade e desenvolver o treino do


olhar para o contexto social, buscando despertar no estudante tanto a observação crítica do meio
social em que está inserido, quanto a tomada de atitude, a busca pela resolução dos problemas,
exercitando assim o protagonismo juvenil;
Questão 01:
1° passo: O estudante deverá fazer uma pesquisa para investigar e identificar os problemas
sociais existentes na sua cidade;
2° passo: Após a sua pesquisa e coleta de informações, o estudante deverá fazer um relatório
de no mínimo 15 linhas sobre todos os dados observados e identificados, isto é, relatar sobre os
problemas sociais existentes no luar onde vive.
3° passo: Com as informações obtidas, o estudante irá produzir um cartaz, onde ele irá
representar e explicar sobre um problema social que mais lhe chamou a atenção identificado sua
realidade através de desenhos e imagens, expondo também uma solução para minimizar ou
acabar com o referido problema.
4° passo: Este será o momento de culminância da nossa “Oficina Sociológica”, onde o estudante
deverá encaminhar o seu relatório ao (a) professor (a) através de documento ou foto e a
apresentação do seu cartaz através de vídeo via WhatsApp.

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