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ARTIGO ORIGINAL
Ana Laura Fischer Lottermann1, Gabriela Simone Harnisch1, Monithielly Regina Zamboni2, Douglas Roberto Borella1
1
Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Marechal Cândido Rondon, Brasil
2
Pontíficia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), Curitiba, Brasil
Publicação Contínua
(Rolling Pass)
Cad. Educ. Fís. Esporte, Marechal Cândido Rondon, v. 20, e-29693, 2022.
http://e-revista.unioeste.br/index.php/cadernoedfisica/index
LOTTERMANN et al.
Projetos de extensão propostos pelos cursos de Educação Física ofertados à pessoas com deficiência 3
por conseguinte, nota-se que o investimento na educação tas, realizadas com o auxílio de dois professores que soli-
e na qualificação dos profissionais da área de Educação citaram algumas correções para, só então, ser submetido
Física, graduandos e graduados, caracteriza-se como um aos participantes da pesquisa (THOMAS; NELSON; SILVER-
caminho profícuo e necessário para a superação das de- MAN, 2012).
sigualdades, ao passo em que aumenta a autonomia das A pesquisa aqui apresentada passou por diferentes
pessoas com deficiência. Para Silva Junior (2016), o inves- etapas: 1) houve o contato com a Pró-Reitora de Extensão,
timento nessa área é fundamental não só para a seguran- doravante PROEX, de cada Instituição de Ensino Superior
ça dos profissionais que nela atuam, mas também para (IES), o qual possibilitou o fornecimento de Extratos refe-
uma inclusão, de fato, de todos os alunos no momento da rentes aos projetos de extensão na área solicitada; 2) foi
aprendizagem. solicitado, também via PROEX, o contato dos coordenado-
A partir das colocações supracitadas, a pergunta nor- res de cada projeto de extensão cadastrado.
teadora deste estudo é: referente aos cursos de Educação Em busca realizada no site da Secretária da Ciência,
Física, licenciatura ou bacharelado, das Universidades Pú- Tecnologia e Ensino Superior4, constatou-se que no estado
blicas do Estado do Paraná, quais ofertam intervenções de do Paraná existem nove universidades públicas que ofer-
extensão direcionadas à atividade física envolvendo pes- tam curso de graduação em Educação Física, Licenciatura
soas com deficiência e, dentre esses, como funcionam e ou Bacharelado. Dessas, cinco atenderam aos critérios de
quais as contribuições formativas para os acadêmicos que inclusão na pesquisa, ou seja, ofertavam projeto de exten-
colaboram? são envolvendo pessoas com deficiência. No entanto, uma
Assim, no intuito de responder à pergunta de pesqui- dessas não retornou aos e-mails e telefonemas e, por isso,
sa, o objetivo desse estudo foi o de investigar a oferta de é desconsiderada na presente pesquisa. Portanto, tratam-
projetos de extensão vinculados à prática de atividades fí- -se os dados de quatro IES que atenderam aos dois crité-
sicas ofertados pelos cursos de educação física a pessoas rios: ofertar projeto de extensão universitária; e, ter como
com deficiência em Universidades Públicas do estado do público-alvo dos projetos de extensão a oferta de ativida-
Paraná. des para pessoas com algum tipo de deficiência.
No processo de coleta de dados, houve duas fases dis-
MÉTODOS tintas:
a) Identificação e localização: busca dos cursos de Edu-
O estudo caracterizou-se como uma pesquisa descri- cação Física das universidades públicas no estado do
tiva, com abordagem qualitativa. A pesquisa descritiva Paraná. A busca foi feita nos sites de cada IES perten-
expõe as características de determinados fenômenos ou centes ao estado do Paraná, investigando quais oferta-
populações, utilizando técnicas padronizadas de coleta de vam esse curso de graduação. Após isso, foi realizada a
dados, tais como questionário ou formulários (GIL, 2008). organização de todo o material pesquisado, relaciona-
Segundo Thomas, Nelson e Silverman (2012), por ser um do a identificação e a localização das IES’s, bem como
método de abordagem qualitativa e sistemático de inves- os dados de contato e as respostas de cada uma. Pos-
tigação e, em medida considerável, segue o método cien- teriormente, foi feito contato com a PROEX de cada IES,
tífico de solução de problemas, embora haja desvios em as quais disponibilizaram o fornecimento de Extratos
certas dimensões. referentes aos projetos de extensão no campo solici-
tado;
Participaram deste estudo os representantes das Insti-
tuições de Ensino Superior públicas do Estado do Paraná: b) Compilação e fichamento: logo após o contato, foi
1) Universidade Estadual de Maringá - Campus de Maringá encaminhado para os coordenadores dos respectivos
e Campus de Ivaiporã; 2) Universidade Federal do Paraná - projetos de extensão o questionário, via e-mail, para
Campus de Curitiba; 3) Universidade Estadual do Oeste do ser respondido. Após a coleta dos dados realizou-se
Paraná - Campus de Marechal Cândido Rondon. o fichamento das respostas, a decomposição dos ele-
Ressalta-se que os representantes dessas IES foram os mentos e a análise desses, construindo uma organiza-
coordenadores dos projetos de extensão de seus respec- ção lógica dos dados que desse conta dos objetivos do
tivos Campus de atuação. No estado do Paraná existem presente estudo.
nove IES públicas que ofertam o curso de graduação em
Educação Física. Dessas, cinco estiveram dentro dos nos- Destaca-se que este estudo teve aprovação do CEP sob
sos critérios de inclusão (constam nos procedimentos para Parecer n° 1.665.012 (CAAE 50937215.4.0000.0107), tendo
coleta de dados) e, após o contato, somente quatro IES res- a Instituição proponente o Centro de Ciências Biológicas e
ponderam ao questionário. da Saúde CCBS – Unioeste.
Para a efetivação da coleta de dados foi elaborado um A análise dos dados foi realizada de modo qualitativo,
questionário online, criado por meio da ferramenta For- proposto por Thomas, Nelson e Silverman (2012), método
mulários Google2, com questões abertas e fechadas. Sub- no qual os autores trazem uma investigação sistemática,
metido a estudos-pilotos3 (THOMAS; NELSON; SILVERMAN, utilizando de questões mais gerais para guiar o estudo.
2012), o questionário passou por duas averiguações distin- Posteriormente, os dados foram submetidos ao processo
2
A Ferramenta do site Google.com, meu Drive, disponibiliza a criação e análise de for-
de categorização sugerido por Marconi e Lakatos (2002),
mulários on-line (questionários) <www.google.com/intl/pt-BR/forms/about/> em que, caso sejam observadas regras em comum, um
Um estudo-piloto é recomendado para pesquisas que envolvem questionários elabo-
conjunto pode ser formado por duas ou mais categorias.
3
rados pelos próprios autores. O elaborador de um questionário pode ser bem acon-
selhado a realizar dois estudos-piloto. A primeira experiência consiste em pedir que
alguns colegas ou conhecidos leiam todo o questionário. Essas pessoas podem tecer 4
O site da Secretária da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SETI) disponibiliza to-
críticas valiosas a respeito do formato, do conteúdo, da expressão e da importância dos das as Universidades Públicas do Estado do Paraná, com isso, houve a busca as quais
itens do questionário, bem como opinar se algumas questões devem ser adicionadas ou ofertam o curso de graduação em Educação Física/Licenciatura e Bacharelado. Ver em:
suprimidas (THOMAS; NELSON; SILVERMAN, 2012). <http://www.seti.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=30>.
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4 Projetos de extensão propostos pelos cursos de Educação Física ofertados à pessoas com deficiência
Quadro 1. Características dos projetos de extensão das Instituições de Ensino Superior (IES) Paranaenses.
Características dos participantes no
IES Campus Nome(s) do(s) projeto(s)
projeto de extensão
Pessoas com Deficiência visual;
Universidade Estadual de Maringá Deficiência auditiva; Programa de atividade física adaptada –
Maringá
(UEM) Deficiência Física/motora; PROAFA
Deficiência intelectual.
Pessoas com síndrome de Down;
Universidade Estadual de Maringá Deficiência visual; Deficiência Física/ Atividades físicas adaptadas do Vale do
Ivaiporã
(UEM) motora; Ivaí – AFAVI
Deficiência intelectual.
Universidade Federal do Paraná
Curitiba Pessoas com Deficiência Física/motora. Bocha adaptada
(UFPR)
Projeto “1”: Atividades aquáticas envolven-
Pessoas com síndrome de Down; do pessoas com deficiência;
Universidade Estadual do Transtorno do Espectro Autista; Projeto “2”: Práticas pedagógicas de pro-
Marechal Cândido
Oeste do Paraná fessores de Educação Física em turmas em
Rondon Deficiência Física/motora;
(Unioeste) que alunos com deficiência estão inseridos;
Deficiência intelectual. Projeto “3”: Dança e expressão corporal
envolvendo crianças com e sem deficiência.
Fonte: dados dos pesquisadores (2019)
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Projetos de extensão propostos pelos cursos de Educação Física ofertados à pessoas com deficiência 5
O Quadro 1 também evidencia a diversidade de carac- autonomia e capacidade funcional. Dessa maneira, Silva
terísticas de pessoas com deficiência. Isso demonstra a Junior (2016) detalha sobre as possibilidades de inclusão
preocupação das IES em ofertar atividades oportunizan- social por meio de atividades físicas para pessoas com de-
do para que as dificuldades, peculiaridades bem como as ficiência, ciente da necessidade de investir mais na edu-
potencialidades das pessoas com deficiência possam ser cação e na capacitação dos profissionais ou acadêmicos
identificadas e exploradas conforme as necessidades de da área de Educação Física, para que esses possam atuar
cada qual. com maior segurança. Por consequência, atividade físicas
Observou-se também que há projeto que vai além do direcionadas para pessoas com deficiência muitas vezes
ambiente universitário, ou seja, projeto que possibilita ao são prejudicadas pela insegurança e falta de conhecimen-
acadêmico experiências no próprio ambiente do futuro to prático dos profissionais da área, pelas poucas experi-
trabalho profissional. Quanto mais próximo da realidade, ências vivenciadas durante sua formação inicial (SILVA JU-
mais fortalece o aprendizado e reforça o hábito de explo- NIOR, 2016).
rar a população em foco. As pessoas com deficiência que participam de ativi-
A extensão universitária é integrante da dinâmica pe- dades físicas elevam sua autonomia na realização das
dagógica do processo de formação acadêmica, expandin- tarefas motoras. Silva Junior (2016) observou que muitos
do a produção de conhecimento. Uma nova visão que per- participantes, quando iniciam em projetos de extensão,
mite o diálogo entre professores e alunos, oportunizando necessitam de uma pessoa para conduzir seus movimen-
uma flexibilidade no currículo, e possibilitando ao aluno a tos, pois, trata-se de algo novo ou diferente das quais são
obtenção de uma formação mais crítica e construtiva, ofe- familiarizados a realizar. Após algumas aulas os alunos já
recendo para seus acadêmicos formação para novas prá- se sentem mais preparados e motivados para a realização
ticas pedagógicas assim que deparado ao mercado de tra- de novas habilidades.
balho, juntamente do aluno com deficiência (JEZINE, 2004). Ao direcionar a participação dos acadêmicos do curso
Por meio da extensão universitária que ocorre a inter- de Educação Física - licenciatura e bacharelado, em proje-
locução entre ensino e pesquisa, Foligno (2022) afirma que tos de extensão nas IES investigadas, constatou-se que há
a extensão promove essa interação entre a universidade e entre um e cinco acadêmicos participante dos respectivos
a sociedade, onde a produção do conhecimento promove projetos. Caberá outra investigação para apurar as justifi-
a qualificação e utiliza os recursos da sociedade de manei- cativas da pouca adesão na participação dos acadêmicos.
ra significativa, assumindo as Instituições de Ensino Supe- Algumas hipóteses: indisponibilidade de carga horária;
rior o seu compromisso social. não se sentirem confortáveis com a população participan-
te; estarem envolvidos em outros projetos de extensão ou
Essa qualificação pode ser obtida com a indissociabili-
pesquisa; não estarem estimulados a participarem; tempo
dade entre o tripé ensino-pesquisa-extensão, que possibi-
de dedicação para com tal projeto, pois estariam envolvi-
lita ao acadêmico pôr em prática o que foi vivenciado nas
dos com trabalhos privados, não oferta de bolsas de ex-
disciplinas do curso (NASCIMENTO, 2006; TAFFAREL, 2006;
tensão.
SANTOS JÚNIOR, 2010).
Costa et al. (2013) expõem a extensão universitária
Ao relacionar a formação inicial e o curso de Educação
como uma ação de uma universidade junto à comunida-
Física, Cabral et al. (2016) concluíram em seu estudo que
de, construindo novos e diferentes saberes: a comunida-
não há subsídios aos futuros professores para atuarem na
de com saberes populares; e a universidade com saberes
inclusão de alunos com deficiência em suas aulas, o que
científicos. Além do mais, a extensão universitária abre
demonstra a importância da participação dos acadêmicos
caminhos para modificar a sociedade, ou seja, a extensão
em projetos de extensão com esse viés durante a forma-
traz melhoria não só para o profissional em formação, mas
ção inicial.
também para o meio social em trocas de experiências con-
A indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão tínuas. No século XXI está bem mais evoluído o contexto
permite ao acadêmico aprender de diferentes formas e voltado para o tripé ensino-pesquisa-extensão, ou seja,
não apenas o tradicional da sala de aula, ou seja, o proje- por meio da extensão, a universidade tem a oportunida-
to de extensão pode suprir as necessidades não sanadas de de levar a comunidade os conhecimentos adquiridos
pela disciplina, trazendo uma nova abordagem aos acadê- durante a formação inicial no formato de extensão univer-
micos participantes. sitária. Através dos projetos de extensão a universidade
A participação dos acadêmicos nos projetos de exten- socializa e democratiza o saber científico, levando-o para
são são ferramentas na orientação das práticas corporais, a comunidade inserida na extensão universitária (SANTOS,
pois eles ajudam na aula acompanhando de perto a ex- 2006; SANTOS et al., 2013).
perimentação corporal dos participantes (LOPES, 2019). As atividades de extensão universitária são capazes de
Além disso, no estudo de Schuller et al. (2018), demons- potencializar a relação entre a Universidade e outros seto-
trou o quanto os futuros profissionais de educação física res da sociedade, voltados aos interesses e necessidades
estavam pautados nas dificuldades de lidar com o “corpo da população, objetivando o desenvolvimento regional e
diferente”. Assim, a oportunidade de os futuros professo- nacional, bem como para a promoção de políticas públicas
res vivenciarem essa prática e, de certa forma, enxerga- efetivas (BORTOLETO, 2016). O SESu/MEC (BRASIL, 2008,
rem a realidade da pessoa com deficiência é, portanto, um p. 32) descreve a Extensão Universitária como “um pro-
dos caminhos possíveis em busca de uma sociedade com cesso educativo, cultural e científico que articula o ensino
maior equidade. e a pesquisa de forma indissociável e viabiliza a relação
Costa e Duarte (2006) abordam a importância da par- transformadora entre a universidade e a sociedade”. A ex-
ticipação de pessoas com deficiência em práticas de ati- tensão universitária conta com condições formadoras di-
vidades físicas de maneira adequada, promovendo maior ferenciadas que enriquecem os conhecimentos de alunos
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6 Projetos de extensão propostos pelos cursos de Educação Física ofertados à pessoas com deficiência
e docentes, levando-os à mais alta qualificação na área de com deficiência de um modo interdisciplinar e que fomen-
atuação e, muitas vezes, ao encontro do mais importan- te a participação de seus acadêmicos em projetos de ex-
te significado de seu trabalho e de sua carreira (ZUANON, tensão, de modo que os conhecimentos adquiridos façam
2010). a diferença na formação destes profissionais.
Quanto as condições formadoras em suas mais altas
qualificações, o trabalho da extensão está atrelado a estra- AGRADECIMENTOS
tégias que promovem a experiência social e a qualificação,
contudo, torna-se compromisso do professor que está à Os autores agradecem a.
frente das tomadas de decisão para seu futuro o que im-
pacta diretamente sobre a sociedade. Portanto, a exten- CONFLITO DE INTERESSE
são universitária promove uma formação diferenciada e
ligada a instância de interação social (PISSAIA et al., 2018). Os autores do estudo declaram não haver conflito de interesses.
Destaca-se a participação das IES públicas do Paraná BRASIL. Ministério da Educação. Lei nº 8.856, de 01 de março de 1994, esta-
belece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Diário Oficial da União,
em possibilitar as pessoas com deficiência tais práticas. Brasília, DF, v. 4, 01 março 1994. Seção 1. Disponível em: <https://www2.
Observa-se que o curso de Educação Física, além da dis- camara.leg.br/legin/fed/lei/1994/lei-8856-1-marco-1994-349620-publica-
ciplina específica a qual trata-se das atuações junto de caooriginal-1-pl.html>. Acesso em: 21 de maio de 2019.
pessoas com deficiência, também está preocupada em BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Conselho Federal de Educação.
ofertar atividades valorizando a inclusão social bem como Resolução nº 03/1987, fixa os mínimos de conteúdo e duração a serem
observados nos cursos de graduação em Educação Física (Bacharelado e/
permitindo que o acadêmico do referido curso vivencie de ou Licenciatura Plena. Disponível em: <http://cref16.org.br/home/mec/Re-
práticas o que poderá, após formação inicial, defrontar-se solucaoCFEn03.pdf>.
com tal realidade. BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Conselho Nacional de Educação.
Resolução nº 01/2002, 2002, institui Diretrizes Curriculares Nacionais para
a Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, curso
CONCLUSÃO de licenciatura, de graduação plena. Disponível em: <http://portal.mec.
gov.br/cne/arquivos/pdf/rcp01_02.pdf>.
CABRAL, J. F. R.; OLIVEIRA, R. A. R.; PEREIRA, E. T.; FERREIRA, E. F. Formação
Constata-se que a extensão universitária proporciona inicial de professores de educação física com foco na inclusão: uma revisão
formação complementar além do ensino, pois, o acadêmi- de literatura. Revista Científica Unifagoc, Araraquara, v. 1, n. 1, p. 1-16,
co pode vivenciar na prática aquilo que experimentou na 2016. Disponível em: <https://revista.unifagoc.edu.br/index.php/multidis-
ciplinar/article/view/111/217>.
teoria, tais como conceitos e aprendizados. Há oportuni-
dade de os acadêmicos envolvidos em extensão sanar os COSTA, C. L. N. A.; CABRAL, S. C. S.; MENEZES, R. M. J.; CAMPOS, L. S.; NETA,
H. R. S.; COSTA, C. A. C.; OLIVEIRA, C. E. L.; DIVINO, A. E. A. Extensão univer-
anseios, aspirações, socializando o conhecimento. Além sitária quebrando barreiras. Cadernos de Graduação, Aracajú, v. 1, n. 16,
disso, possibilita a capacitação e qualificação para forma- p. 135-40, 2013. Disponível em: <https://periodicos.set.edu.br/cadernohu-
ção do futuro profissional. manas/article/view/491>.
A extensão universitária é destinada à interação entre COSTA, S. M. T.; DUARTE, E. A extensão universitária em educação física
adaptada como elemento estimulador do processo de inclusão. In: RO-
ela e a comunidade na qual está inserida. Para isto, com- DRIGUES, D. (ORG). Atividade motora adaptada: a alegria do corpo. São
preende-se que a formação inicial, onde consta de discipli- Paulo: Artes Médicas, 2006. p. 120-137
nas específicas da área da Educação Especial, constitui-se DELGADO, M. A.; SEABRA JUNIOR, L.; GAIO, R. Formação profissional em
num desafio para IES. No caso do curso de Educação Fí- Educação física. Várzea Paulista: Fontoura, 2013.
sica, possibilita que os envolvidos tenham interação com FALIGNO, A. Z. Gestão, avaliação e organização da extensão: Es-
pessoas com algum tipo de deficiência, já que há vários tudo de caso em uma instituição pública de educação profissio-
documentos legais que abrangem a inserção e permanên- nal e tecnológica. 2022. 191f. Dissertação (Mestrado em profis-
sional em Gestão e Desenvolvimento da Educação Profissional)
cia desta população no ambiente social e escolar. - Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza, São Paulo,
Se faz necessário, portanto, novas pesquisas e, por 2022. Disponível em: <https://www.researchgate.net/profile/Adriane-
-Zangiacomo-Foligno/publication/360748560_Gestao_avaliacao_e_orga-
conseguinte, sugere-se que estudos com escopo similar nizacao_da_extensao_estudo_de_caso_em_uma_instituicao_publica_de_
sejam realizados com o intuito de investigar o porquê das educacao_profissional_e_tecnologica/links/6287e73a6e41e5002d3512f1/
demais IES não ofertarem a extensão universitária voltada Gestao-avaliacao-e-organizacao-da-extensao-estudo-de-caso-em-uma-
-instituicao-publica-de-educacao-profissional-e-tecnologica.pdf?origin=pu-
ao público-alvo de pessoas com deficiência. blication_detail>. Acessado em: 22 de julho de 2022.
Por fim, considera-se que as instituições formadoras FORPROEX. Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Instituições Públicas
de profissionais para atender a demanda desta área de- de Educação Superior Brasileiras. Política Nacional de Extensão Universi-
vem zelar pela elaboração de um currículo que contemple tária. Porto Alegre: UFRGS, v. 7, p. 74, 2012.
a diversidade, que discuta sobre temas acerca das pessoas GARCIA, S. D. S. A formação de professores na perspectiva de processos
Cad. Educ. Fís. Esporte, Marechal Cândido Rondon, v. 20, e-29693, 2022.
http://e-revista.unioeste.br/index.php/cadernoedfisica/index
LOTTERMANN et al.
Projetos de extensão propostos pelos cursos de Educação Física ofertados à pessoas com deficiência 7
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