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SÉRIE MÉDICA

TÉC
TÉCNICO DE ENFERMA
ENFERMAGEM

ÍNDICE Nível Médio

LÍNGUA PORTUGUESA:
1 Compreensão e interpretação de textos de gêneros variados. ...................................................................... 1
2 Reconhecimento de tipos e gêneros textuais. ............................................................................................... 2
3 Domínio da ortografia oficial. .........................................................................................................................14
3.1 Emprego das letras.
3.2 Emprego da acentuação gráfica.
4 Domínio dos mecanismos de coesão textual. ................................................................................................ 7
4.1 Emprego de elementos de referenciação, substituição e repetição, de conectores e outros elementos de
sequenciação textual.
4.2 Emprego/correlação de tempos e modos verbais.
5 Domínio da estrutura morfossintática do período. .......................................................................................17
5.1 Relações de coordenação entre orações e entre termos da oração.
5.2 Relações de subordinação entre orações e entre termos da oração.
5.3 Emprego dos sinais de pontuação.
5.4 Concordância verbal e nominal.
5.5 Emprego do sinal indicativo de crase.
5.6 Colocação dos pronomes átonos.
6 Reescritura de frases e parágrafos do texto. ...............................................................................................42
6.1 Substituição de palavras ou de trechos de texto.
6.2 Retextualização de diferentes gêneros e níveis de formalidade.
7 Redação de correspondência oficial (conforme Manual de Redação da Presidência da República). ......... 45
7.1 Adequação da linguagem ao tipo de documento.
7.2 Adequação do formato do texto ao gênero.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Sistema Único de Saúde-SUS: princípios, diretrizes; ....................................................................................... 1
História Da Enfermagem ..................................................................................................................................26
Código de Ética do Conselho Federal de Enfermagem; ..................................................................................30
Lei do Exercício Profissional de Enfermagem Nº 7.498/86 ..............................................................................34
Relacionamento Interpessoal em Enfermagem ...............................................................................................38
Humanização; ...................................................................................................................................................39
Central de Material e Esterelização: princípios e métodos de assepsia, antissepssia, desinfecção e esterili-
zação; ...............................................................................................................................................................40
Sinais e sintomas nas afecções: Cárdio-pulmonares, Vasculares, Gastro-intestinais, Neurológicas, Urogeni-
tais, Músculo-esqueléticas, Endocrinológicas, Dermatológicas e Hematológicas; ..........................................44
Necessidades humanas básicas: alimentação, hidratação, eliminação; .........................................................59
Noções de anatomia e fisiologia humana, microbiologia, parasitologia e farmacologia; .................................63
Prontuário do paciente;.....................................................................................................................................85
Registro de Enfermagem; .................................................................................................................................86
Estatuto da criança, do adulto e do adolescente; ............................................................................................86
Segurança do paciente; ..................................................................................................................................121
Prevenção e controle das infecções Hospitalares; ........................................................................................128
Procedimentos técnicos de enfermagem; ......................................................................................................129
Noções de medicamentos, preparo e administração; ....................................................................................144
Cálculos de medicamentos e gotejamento de soro. ......................................................................................154

1 Técnico de Enfermagem

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Vigilância em Saúde .......................................................................................................................................158
Enfermagem – Atendimento em Pronto Socorro ...........................................................................................160
Enfermagem Cirúrgica ....................................................................................................................................163
Assistência de enfermagem no pré, intra a pós-operatório............................................................................163
Enfermagem em Clínica Médica ...................................................................................................................167
Enfermagem Materno Infantil .........................................................................................................................172
Segurança do Paciente II ...............................................................................................................................175
Vacinação .......................................................................................................................................................178

2 Técnico de Enfermagem

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Ainda com base no signo linguístico, encontra-se o conceito de polis-


semia (que tem muitas significações). Algumas palavras, dependendo do
contexto, assumem múltiplos significados, como, por exemplo, a palavra
ponto: ponto de ônibus, ponto de vista, ponto final, ponto de cruz ... Neste
caso, não se está atribuindo um sentido fantasioso à palavra ponto, e sim
ampliando sua significação através de expressões que lhe completem e
esclareçam o sentido.

1 Compreensão e interpretação de textos de gêneros Como Ler e Entender Bem um Texto


variados. Basicamente, deve-se alcançar a dois níveis de leitura: a informativa e
2 Reconhecimento de tipos e gêneros textuais. de reconhecimento e a interpretativa. A primeira deve ser feita de maneira
3 Domínio da ortografia oficial. cautelosa por ser o primeiro contato com o novo texto. Desta leitura, extra-
3.1 Emprego das letras. em-se informações sobre o conteúdo abordado e prepara-se o próximo
nível de leitura. Durante a interpretação propriamente dita, cabe destacar
3.2 Emprego da acentuação gráfica.
palavras-chave, passagens importantes, bem como usar uma palavra para
4 Domínio dos mecanismos de coesão textual. resumir a ideia central de cada parágrafo. Este tipo de procedimento aguça
4.1 Emprego de elementos de referenciação, substitui- a memória visual, favorecendo o entendimento.
ção e repetição, de conectores e outros elementos de
sequenciação textual. Não se pode desconsiderar que, embora a interpretação seja subjetiva,
4.2 Emprego/correlação de tempos e modos verbais. há limites. A preocupação deve ser a captação da essência do texto, a fim
5 Domínio da estrutura morfossintática do período. de responder às interpretações que a banca considerou como pertinentes.
5.1 Relações de coordenação entre orações e entre
No caso de textos literários, é preciso conhecer a ligação daquele texto
termos da oração. com outras formas de cultura, outros textos e manifestações de arte da
5.2 Relações de subordinação entre orações e entre época em que o autor viveu. Se não houver esta visão global dos momen-
termos da oração. tos literários e dos escritores, a interpretação pode ficar comprometida. Aqui
5.3 Emprego dos sinais de pontuação. não se podem dispensar as dicas que aparecem na referência bibliográfica
5.4 Concordância verbal e nominal. da fonte e na identificação do autor.
5.5 Emprego do sinal indicativo de crase.
5.6 Colocação dos pronomes átonos. A última fase da interpretação concentra-se nas perguntas e opções de
resposta. Aqui são fundamentais marcações de palavras como não,não exce
exceto,
to
6 Reescritura de frases e parágrafos do texto.
errada,
errada respectivamente etc. que fazem diferença na escolha adequada.
6.1 Substituição de palavras ou de trechos de texto. Muitas vezes, em interpretação, trabalha-se com o conceito do "mais ade-
6.2 Retextualização de diferentes gêneros e níveis de quado", isto é, o que responde melhor ao questionamento proposto. Por
formalidade. isso, uma resposta pode estar certa para responder à pergunta, mas não
7 Redação de correspondência oficial (conforme Manu- ser a adotada como gabarito pela banca examinadora por haver uma outra
al de Redação da Presidência da República). alternativa mais completa.
7.1 Adequação da linguagem ao tipo de documento.
7.2 Adequação do formato do texto ao gênero. Ainda cabe ressaltar que algumas questões apresentam um fragmento
do texto transcrito para ser a base de análise. Nunca deixe de retornar ao
texto, mesmo que aparentemente pareça ser perda de tempo. A descontex-
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS tualização de palavras ou frases, certas vezes, são também um recurso
para instaurar a dúvida no candidato. Leia a frase anterior e a posterior para
Os concursos apresentam questões interpretativas que têm por finali- ter ideia do sentido global proposto pelo autor, desta maneira a resposta
dade a identificação de um leitor autônomo. Portanto, o candidato deve será mais consciente e segura.
compreender os níveis estruturais da língua por meio da lógica, além de
necessitar de um bom léxico internalizado. Podemos, tranquilamente, ser bem-sucedidos numa interpretação de
texto. Para isso, devemos observar o seguinte:
As frases produzem significados diferentes de acordo com o contexto
em que estão inseridas. Torna-se, assim, necessário sempre fazer um
confronto entre todas as partes que compõem o texto. 01. Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto;
02. Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a leitura, vá
Além disso, é fundamental apreender as informações apresentadas por até o fim, ininterruptamente;
trás do texto e as inferências a que ele remete. Este procedimento justifica- 03. Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo monos
se por um texto ser sempre produto de uma postura ideológica do autor umas três vezes ou mais;
diante de uma temática qualquer. 04. Ler com perspicácia, sutileza, malícia nas entrelinhas;
05. Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar;
Denotação e Conotação 06. Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do autor;
Sabe-se que não há associação necessária entre significante (expres- 07. Partir o texto em pedaços (parágrafos, partes) para melhor compre-
são gráfica, palavra) e significado, por esta ligação representar uma con- ensão;
venção. É baseado neste conceito de signo linguístico (significante + signi- 08. Centralizar cada questão ao pedaço (parágrafo, parte) do texto cor-
ficado) que se constroem as noções de denotação e conotação. respondente;
09. Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada questão;
O sentido denotativo das palavras é aquele encontrado nos dicionários, 10. Cuidado com os vocábulos: destoa (=diferente de ...), não, correta,
o chamado sentido verdadeiro, real. Já o uso conotativo das palavras é a incorreta, certa, errada, falsa, verdadeira, exceto, e outras; palavras que
atribuição de um sentido figurado, fantasioso e que, para sua compreensão, aparecem nas perguntas e que, às vezes, dificultam a entender o que se
depende do contexto. Sendo assim, estabelece-se, numa determinada perguntou e o que se pediu;
construção frasal, uma nova relação entre significante e significado. 11. Quando duas alternativas lhe parecem corretas, procurar a mais
exata ou a mais completa;
Os textos literários exploram bastante as construções de base conotati- 12. Quando o autor apenas sugerir ideia, procurar um fundamento de
va, numa tentativa de extrapolar o espaço do texto e provocar reações lógica objetiva;
diferenciadas em seus leitores. 13. Cuidado com as questões voltadas para dados superficiais;

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14. Não se deve procurar a verdade exata dentro daquela resposta, gares, ou mesmo em um só lugar. O texto narrativo precisa conter
mas a opção que melhor se enquadre no sentido do texto; informações sobre o espaço, onde os fatos acontecem. Muitas ve-
15. Às vezes a etimologia ou a semelhança das palavras denuncia a zes, principalmente nos textos literários, essas informações são
resposta; extensas, fazendo aparecer textos descritivos no interior dos textos
16. Procure estabelecer quais foram as opiniões expostas pelo autor, narrativo.
definindo o tema e a mensagem; • Tempo: Os fatos que compõem a narrativa desenvolvem-se num
17. O autor defende ideias e você deve percebê-las; determinado tempo, que consiste na identificação do momento,
18. Os adjuntos adverbiais e os predicativos do sujeito são importantís- dia, mês, ano ou época em que ocorre o fato. A temporalidade sa-
simos na interpretação do texto. lienta as relações passado/presente/futuro do texto, essas relações
Ex.: Ele morreu de fome.
fome podem ser linear, isto é, seguindo a ordem cronológica dos fatos,
de fome: adjunto adverbial de causa, determina a causa na realização ou sofre inversões, quando o narrador nos diz que antes de um fa-
do fato (= morte de "ele"). to que aconteceu depois.
Ex.: Ele morreu faminto.
faminto: predicativo do sujeito, é o estado em que "ele" se encontrava O tempo pode ser cronológico ou psicológico. O cronológico é o tempo
quando morreu.; material em que se desenrola à ação, isto é, aquele que é medido pela
19. As orações coordenadas não têm oração principal, apenas as idei- natureza ou pelo relógio. O psicológico não é mensurável pelos padrões
as estão coordenadas entre si; fixos, porque é aquele que ocorre no interior da personagem, depende da
20. Os adjetivos ligados a um substantivo vão dar a ele maior clareza sua percepção da realidade, da duração de um dado acontecimento no seu
de expressão, aumentando-lhe ou determinando-lhe o significado. Eraldo espírito.
Cunegundes
• Narrador: observador e personagem: O narrador, como já disse-
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS
CONSTITUTIVOS mos, é a personagem que está a contar a história. A posição em
TEXTO NARRATIVO que se coloca o narrador para contar a história constitui o foco, o
• As personagens: São as pessoas, ou seres, viventes ou não, for- aspecto ou o ponto de vista da narrativa, e ele pode ser caracteri-
ças naturais ou fatores ambientais, que desempenham papel no desenrolar zado por :
dos fatos. - visão “por detrás” : o narrador conhece tudo o que diz respeito às
personagens e à história, tendo uma visão panorâmica dos acon-
Toda narrativa tem um protagonista que é a figura central, o herói ou tecimentos e a narração é feita em 3a pessoa.
heroína, personagem principal da história. - visão “com”: o narrador é personagem e ocupa o centro da narrati-
va que é feito em 1a pessoa.
O personagem, pessoa ou objeto, que se opõe aos designos do prota- - visão “de fora”: o narrador descreve e narra apenas o que vê, aqui-
gonista, chama-se antagonista, e é com ele que a personagem principal lo que é observável exteriormente no comportamento da persona-
contracena em primeiro plano. gem, sem ter acesso a sua interioridade, neste caso o narrador é
um observador e a narrativa é feita em 3a pessoa.
As personagens secundárias, que são chamadas também de compar- • Foco narrativo: Todo texto narrativo necessariamente tem de apre-
sas, são os figurantes de influencia menor, indireta, não decisiva na narra- sentar um foco narrativo, isto é, o ponto de vista através do qual a
ção. história está sendo contada. Como já vimos, a narração é feita em
1a pessoa ou 3a pessoa.
O narrador que está a contar a história também é uma personagem,
pode ser o protagonista ou uma das outras personagens de menor impor- Formas de apresentação da fala das per
personagens
tância, ou ainda uma pessoa estranha à história. Como já sabemos, nas histórias, as personagens agem e falam. Há
três maneiras de comunicar as falas das personagens.
Podemos ainda, dizer que existem dois tipos fundamentais de perso-
nagem: as planas:
planas que são definidas por um traço característico, elas não • Discurso Direto: É a representação da fala das personagens atra-
alteram seu comportamento durante o desenrolar dos acontecimentos e vés do diálogo.
tendem à caricatura; as redondas:
redondas são mais complexas tendo uma dimen- Exemplo:
são psicológica, muitas vezes, o leitor fica surpreso com as suas reações verdda-
“Zé Lins continuou: carnaval é festa do povo. O povo é dono da ver
perante os acontecimentos. carnaaval a cid
de. Vem a polícia e começa a falar em ordem pública. No carn cidaade
é do povo e de ninguém mais”.
• Sequência dos fatos (enredo): Enredo é a sequência dos fatos, a
trama dos acontecimentos e das ações dos personagens. No enredo po- No discurso direto é frequente o uso dos verbo de locução ou descendi:
demos distinguir, com maior ou menor nitidez, três ou quatro estágios dizer, falar, acrescentar, responder, perguntar, mandar, replicar e etc.; e de
progressivos: a exposição (nem sempre ocorre), a complicação, o climax, o travessões. Porém, quando as falas das personagens são curtas ou rápidas
desenlace ou desfecho. os verbos de locução podem ser omitidos.

Na exposição o narrador situa a história quanto à época, o ambiente, • Discurso Indireto: Consiste em o narrador transmitir, com suas
as personagens e certas circunstâncias. Nem sempre esse estágio ocorre, próprias palavras, o pensamento ou a fala das personagens. E-
na maioria das vezes, principalmente nos textos literários mais recentes, a xemplo:
história começa a ser narrada no meio dos acontecimentos (“in média”), ou “Zé Lins levantou um brinde: lembrou os dias triste e passa
passados, os
seja, no estágio da complicação quando ocorre e conflito, choque de inte- meus primeiros passos em liberdade, a frfraaternidade que nos re
reu-
u-
resses entre as personagens. nia naquele momento, a minha literatura e os m meenos so
som
mbrios por
vir”.
O clímax é o ápice da história, quando ocorre o estágio de maior ten-
são do conflito entre as personagens centrais, desencadeando o desfecho, • Discurso Indireto Livre: Ocorre quando a fala da personagem se
ou seja, a conclusão da história com a resolução dos conflitos. mistura à fala do narrador, ou seja, ao fluxo normal da narração.
• Os fatos: São os acontecimentos de que as personagens partici- Exemplo:
pam. Da natureza dos acontecimentos apresentados decorre o gê- converrsando alto.
“Os trabalhadores passavam para os partidos, conve
nero do texto. Por exemplo o relato de um acontecimento cotidiano Quando me viram, sem chapéu, de pijama, por aqueles lugares,
constitui uma crônica, o relato de um drama social é um romance ram--me bons
deram bons--dias desconfiados. Talvez pensassem que eest
sti-i-
st
social, e assim por diante. Em toda narrativa há um fato central, vesse doido. Como poderia andar um homem àquela hora , sem
que estabelece o caráter do texto, e há os fatos secundários, rela- fazer nada de ccaabeça no tempo, um branco de pés no chão como
cionados ao principal. eles? Só sendo doido mesmo”.
• Espaço: Os acontecimentos narrados acontecem em diversos lu- (José Lins do Re
Rego)

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trodução e os fatos resumidos do desenvolvimento do texto. Para
TEXTO DESCRITIVO haver maior entendimento dos procedimentos que podem ocorrer
Descrever é fazer uma representação verbal dos aspectos mais carac- em um dissertação, cabe fazermos a distinção entre fatos, hipótese
terísticos de um objeto, de uma pessoa, paisagem, ser e etc. e opinião.
- Fato: É o acontecimento ou coisa cuja veracidade e reconhecida; é
As perspectivas que o observador tem do objeto são muito importantes, a obra ou ação que realmente se praticou.
tanto na descrição literária quanto na descrição técnica. É esta atitude que - Hipótese: É a suposição feita acerca de uma coisa possível ou
vai determinar a ordem na enumeração dos traços característicos para que não, e de que se tiram diversas conclusões; é uma afirmação so-
o leitor possa combinar suas impressões isoladas formando uma imagem bre o desconhecido, feita com base no que já é conhecido.
unificada. - Opinião: Opinar é julgar ou inserir expressões de aprovação ou de-
saprovação pessoal diante de acontecimentos, pessoas e objetos
Uma boa descrição vai apresentando o objeto progressivamente, vari- descritos, é um parecer particular, um sentimento que se tem a
ando as partes focalizadas e associando-as ou interligando-as pouco a respeito de algo.
pouco.
O TEXTO ARGUMENTATIVO
ARGUMENTATIVO
Podemos encontrar distinções entre uma descrição literária e outra téc- Baseado em Adilson Citelli
nica. Passaremos a falar um pouco sobre cada uma delas:
• Descrição Literária: A finalidade maior da descrição literária é A linguagem é capaz de criar e representar realidades, sendo caracte-
transmitir a impressão que a coisa vista desperta em nossa mente rizada pela identificação de um elemento de constituição de sentidos. Os
através do sentidos. Daí decorrem dois tipos de descrição: a subje- discursos verbais podem ser formados de várias maneiras, para dissertar
tiva, que reflete o estado de espírito do observador, suas preferên- ou argumentar, descrever ou narrar, colocamos em práticas um conjunto de
cias, assim ele descreve o que quer e o que pensa ver e não o referências codificadas há muito tempo e dadas como estruturadoras do
que vê realmente; já a objetiva traduz a realidade do mundo objeti- tipo de texto solicitado.
vo, fenomênico, ela é exata e dimensional.
• Descrição de Personagem: É utilizada para caracterização das Para se persuadir por meio de muitos recursos da língua é necessário
personagens, pela acumulação de traços físicos e psicológicos, que um texto possua um caráter argumentativo/descritivo. A construção de
pela enumeração de seus hábitos, gestos, aptidões e temperamen- um ponto de vista de alguma pessoa sobre algo, varia de acordo com a sua
to, com a finalidade de situar personagens no contexto cultural, so- análise e esta dar-se-á a partir do momento em que a compreensão do
cial e econômico . conteúdo, ou daquilo que fora tratado seja concretado. A formação discursi-
• Descrição de Paisagem: Neste tipo de descrição, geralmente o ob- va é responsável pelo emassamento do conteúdo que se deseja transmitir,
servador abrange de uma só vez a globalidade do panorama, para ou persuadir, e nele teremos a formação do ponto de vista do sujeito, suas
depois aos poucos, em ordem de proximidade, abranger as partes análises das coisas e suas opiniões. Nelas, as opiniões o que fazemos é
mais típicas desse todo. soltar concepções que tendem a ser orientadas no meio em que o indivíduo
• Descrição do Ambiente: Ela dá os detalhes dos interiores, dos am- viva. Vemos que o sujeito lança suas opiniões com o simples e decisivo
bientes em que ocorrem as ações, tentando dar ao leitor uma visu- intuito de persuadir e fazer suas explanações renderem o convencimento
alização das suas particularidades, de seus traços distintivos e típi- do ponto de vista de algo/alguém.
cos.
• Descrição da Cena: Trata-se de uma descrição movimentada, que Na escrita, o que fazemos é buscar intenções de sermos entendidos e
se desenvolve progressivamente no tempo. É a descrição de um desejamos estabelecer um contato verbal com os ouvintes e leitores, e
incêndio, de uma briga, de um naufrágio. todas as frases ou palavras articuladas produzem significações dotadas de
• Descrição Técnica: Ela apresenta muitas das características gerais intencionalidade, criando assim unidades textuais ou discursivas. Dentro
da literatura, com a distinção de que nela se utiliza um vocabulário deste contexto da escrita, temos que levar em conta que a coerência é de
mais preciso, salientando-se com exatidão os pormenores. É pre- relevada importância para a produção textual, pois nela se dará uma se-
dominantemente denotativa tendo como objetivo esclarecer con- quência das ideias e da progressão de argumentos a serem explanadas.
vencendo. Pode aplicar-se a objetos, a aparelhos ou mecanismos, Sendo a argumentação o procedimento que tornará a tese aceitável, a
a fenômenos, a fatos, a lugares, a eventos e etc. apresentação de argumentos atingirá os seus interlocutores em seus objeti-
vos; isto se dará através do convencimento da persuasão. Os mecanismos
TEXTO
TEXTO DISSERTATIVO da coesão e da coerência serão então responsáveis pela unidade da for-
Dissertar significa discutir, expor, interpretar ideias. A dissertação cons- mação textual.
ta de uma série de juízos a respeito de um determinado assunto ou ques-
tão, e pressupõe um exame critico do assunto sobre o qual se vai escrever Dentro dos mecanismos coesivos, podem realizar-se em contextos
com clareza, coerência e objetividade. verbais mais amplos, como por jogos de elipses, por força semântica, por
recorrências lexicais, por estratégias de substituição de enunciados.
A dissertação pode ser argumentativa - na qual o autor tenta persuadir
o leitor a respeito dos seus pontos de vista ou simplesmente, ter como Um mecanismo mais fácil de fazer a comunicação entre as pessoas é a
finalidade dar a conhecer ou explicar certo modo de ver qualquer questão. linguagem, quando ela é em forma da escrita e após a leitura, (o que ocorre
agora), podemos dizer que há de ter alguém que transmita algo, e outro
A linguagem usada é a referencial, centrada na mensagem, enfatizan- que o receba. Nesta brincadeira é que entra a formação de argumentos
do o contexto. com o intuito de persuadir para se qualificar a comunicação; nisto, estes
argumentos explanados serão o germe de futuras tentativas da comunica-
Quanto à forma, ela pode ser tripartida em : ção ser objetiva e dotada de intencionalidade, (ver Linguagem e Persua-
• Introdução: Em poucas linhas coloca ao leitor os dados fundamen- são).
tais do assunto que está tratando. É a enunciação direta e objetiva
da definição do ponto de vista do autor. Sabe-se que a leitura e escrita, ou seja, ler e escrever; não tem em sua
• Desenvolvimento: Constitui o corpo do texto, onde as ideias colo- unidade a mono característica da dominação do idioma/língua, e sim o
cadas na introdução serão definidas com os dados mais relevan- propósito de executar a interação do meio e cultura de cada indivíduo. As
tes. Todo desenvolvimento deve estruturar-se em blocos de ideias relações intertextuais são de grande valia para fazer de um texto uma
articuladas entre si, de forma que a sucessão deles resulte num alusão à outros textos, isto proporciona que a imersão que os argumentos
conjunto coerente e unitário que se encaixa na introdução e de- dão tornem esta produção altamente evocativa.
sencadeia a conclusão.
• Conclusão: É o fenômeno do texto, marcado pela síntese da ideia A paráfrase é também outro recurso bastante utilizado para trazer a um
central. Na conclusão o autor reforça sua opinião, retomando a in- texto um aspecto dinâmico e com intento. Juntamente com a paródia, a
paráfrase utiliza-se de textos já escritos, por alguém, e que tornam-se algo

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espetacularmente incrível. A diferença é que muitas vezes a paráfrase não levantamento de quais tipos seriam mais necessários para os alunos, para,
possui a necessidade de persuadir as pessoas com a repetição de argu- a partir daí, iniciar o trabalho com esses tipos mais necessários.
mentos, e sim de esquematizar novas formas de textos, sendo estes dife-
rentes. A criação de um texto requer bem mais do que simplesmente a Marcuschi afirma que os livros didáticos trazem, de maneira equivoca-
junção de palavras a uma frase, requer algo mais que isto. É necessário ter da, o termo tipo de texto. Na verdade, para ele, não se trata de tipo de
na escolha das palavras e do vocabulário o cuidado de se requisitá-las, texto, mas de gênero de texto. O autor diz que não é correto afirmar que a
bem como para se adotá-las. Um texto não é totalmente auto-explicativo, carta pessoal, por exemplo, é um tipo de texto como fazem os livros. Ele
daí vem a necessidade de que o leitor tenha um emassado em seu histórico atesta que a carta pessoal é um Gênero Tex
Textual.
tual
uma relação interdiscursiva e intertextual.
O autor diz que em todos os gêneros os tipos se realizam, ocorrendo,
As metáforas, metomínias, onomatopeias ou figuras de linguagem, en- muitas das vezes, o mesmo gênero sendo realizado em dois ou mais tipos.
tram em ação inseridos num texto como um conjunto de estratégias capa- Ele apresenta uma carta pessoal3 como exemplo, e comenta que ela pode
zes de contribuir para os efeitos persuasivos dele. A ironia também é muito apresentar as tipologias descrição, injunção, exposição, narração e argu-
utilizada para causar este efeito, umas de suas características salientes, é mentação. Ele chama essa miscelânea de tipos presentes em um gênero
que a ironia dá ênfase à gozação, além de desvalorizar ideias, valores da de hete
heterogeneidade tipológica.
tipológica
oposição, tudo isto em forma de piada.
Travaglia (2002) fala em conjugação tipológica.
tipológica Para ele, dificilmente
Uma das últimas, porém não menos importantes, formas de persuadir são encontrados tipos puros. Realmente é raro um tipo puro. Num texto
através de argumentos, é a Alusão ("Ler não é apenas reconhecer o dito, como a bula de remédio, por exemplo, que para Fávero & Koch (1987) é
mais também o não-dito"). Nela, o escritor trabalha com valores, ideias ou um texto injuntivo, tem-se a presença de várias tipologias, como a descri-
conceitos pré estabelecidos, sem porém com objetivos de forma clara e ção, a injunção e a predição4. Travaglia afirma que um texto se define como
concisa. O que acontece é a formação de um ambiente poético e sugerível, de um tipo por uma questão de dominância, em função do tipo de interlocu-
capaz de evocar nos leitores algo, digamos, uma sensação... ção que se pretende estabelecer e que se estabelece, e não em função do
espaço ocupado por um tipo na constituição desse texto.
Texto Base: CITELLI, Adilson; “O Texto Argumentativo” São Paulo SP,
Editora ..Scipione, 1994 - 6ª edição. Quando acontece o fenômeno de um texto ter aspecto de um gênero
mas ter sido construído em outro, Marcuschi dá o nome de intertextuali
intertextualidade
GÊNEROS TEXTUAIS intergêneros. Ele explica dizendo que isso acontece porque ocorreu no
texto a configuração de uma estrutura intergêneros de natureza altamente
Gêneros textuais são tipos específicos de textos de qualquer natureza, híbrida, sendo que um gênero assume a função de outro.
literários ou não. Modalidades discursivas constituem as estruturas e as
funções sociais (narrativas, dissertativas, argumentativas, procedimentais e Travaglia não fala de intertextualidade intergêneros,
intergêneros mas fala de um in-
exortativas), utilizadas como formas de organizar a linguagem. Dessa tercâmbio de tipos.
tipos Explicando, ele afirma que um tipo pode ser usado no
forma, podem ser considerados exemplos de gêneros textuais: anúncios, lugar de outro tipo, criando determinados efeitos de sentido impossíveis, na
convites, atas, avisos, programas de auditórios, bulas, cartas, comédias, opinião do autor, com outro dado tipo. Para exemplificar, ele fala de descri-
contos de fadas, convênios, crônicas, editoriais, ementas, ensaios, entrevis- ções e comentários dissertativos feitos por meio da narração.
tas, circulares, contratos, decretos, discursos políticos
Resumindo esse ponto, Marcuschi traz a seguinte configuração teórica:
A diferença entre Gênero Textual e Tipologia Textual é, no meu enten- • intertextualidade intergêneros = um gênero com a função de outro
der, importante para direcionar o trabalho do professor de língua na leitura, • heterogeneidade tipológica = um gênero com a presença de vários
compreensão e produção de textos1. O que pretendemos neste pequeno tipos
ensaio é apresentar algumas considerações sobre Gênero Tex Textual e Tipo-
Tipo- Travaglia mostra o seguinte:
logia Textual,
Textual usando, para isso, as considerações feitas por Marcuschi • conjugação tipológica = um texto apresenta vários tipos
(2002) e Travaglia (2002), que faz apontamentos questionáveis para o • intercâmbio de tipos = um tipo usado no lugar de outro
termo Tipologia
Tipologia Textual.
Textual No final, apresento minhas considerações a respei-
to de minha escolha pelo gênero ou pela tipologia. Aspecto interessante a se observar é que Marcuschi afirma que os gê-
neros não são entidades naturais, mas artefatos culturais construídos
Convém afirmar que acredito que o trabalho com a leitura, compreen- historicamente pelo ser humano. Um gênero, para ele, pode não ter uma
são e a produção escrita em Língua Materna deve ter como meta primordial determinada propriedade e ainda continuar sendo aquele gênero. Para
o desenvolvimento no aluno de habilidades que façam com que ele tenha exemplificar, o autor fala, mais uma vez, da carta pessoal. Mesmo que o
capacidade de usar um número sempre maior de recursos da língua para autor da carta não tenha assinado o nome no final, ela continuará sendo
produzir efeitos de sentido de forma adequada a cada situação específica carta, graças as suas propriedades necessárias e suficientes5.Ele diz,
de interação humana. ainda, que uma publicidade pode ter o formato de um poema ou de uma
lista de produtos em oferta. O que importa é que esteja fazendo divulgação
Luiz Antônio Marcuschi (UFPE) defende o trabalho com textos na esco- de produtos, estimulando a compra por parte de clientes ou usuários da-
la a partir da abordagem do Gênero Textual Marcuschi não demonstra quele produto.
favorabilidade ao trabalho com a Tipologia Textual,
Textual uma vez que, para ele,
o trabalho fica limitado, trazendo para o ensino alguns problemas, uma vez Para Marcuschi, Tipologia Textual é um termo que deve ser usado para
que não é possível, por exemplo, ensinar narrativa em geral, porque, embo- designar uma espécie de sequência teoricamente definida pela natureza
ra possamos classificar vários textos como sendo narrativos, eles se con- linguística de sua composição. Em geral, os tipos textuais abrangem as
cretizam em formas diferentes – gêneros – que possuem diferenças especí- categorias narração, argumentação, exposição, descrição e injunção (Swa-
ficas. les, 1990; Adam, 1990; Bronckart, 1999). Segundo ele, o termo Tipologia
Textual é usado para designar uma espécie de sequência teoricamente
Por outro lado, autores como Luiz Carlos Travaglia (UFUberlândia/MG) definida pela natureza linguística de sua composição (aspectos lexicais,
defendem o trabalho com a Tipologia Textual.
Textual Para o autor, sendo os textos sintáticos, tempos verbais, relações lógicas) (p. 22).
de diferentes tipos, eles se instauram devido à existência de diferentes
modos de interação ou interlocução. O trabalho com o texto e com os Gênero Textual é definido pelo autor como uma noção vaga para os
diferentes tipos de texto é fundamental para o desenvolvimento da compe- textos materializados encontrados no dia-a-dia e que apresentam caracte-
tência comunicativa. De acordo com as ideias do autor, cada tipo de texto é rísticas sócio-comunicativas definidas pelos conteúdos, propriedades fun-
apropriado para um tipo de interação específica. Deixar o aluno restrito a cionais, estilo e composição característica.
apenas alguns tipos de texto é fazer com que ele só tenha recursos para
atuar comunicativamente em alguns casos, tornando-se incapaz, ou pouco Travaglia define Tipologia Textual como aquilo que pode instaurar um
capaz, em outros. Certamente, o professor teria que fazer uma espécie de

Língua Portuguesa 4 A Opção Certa Para a Sua Realização


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modo de interação, uma maneira de interlocução, segundo perspectivas especificar todas elas? Talvez seja difícil até mesmo porque não é fácil
que podem variar. Essas perspectivas podem, segundo o autor, estar dizer quantos e quais são os gêneros textuais existentes.
ligadas ao produtor do texto em relação ao objeto do dizer quanto ao fa-
zer/acontecer, ou conhecer/saber, e quanto à inserção destes no tempo Se em Travaglia nota-se uma discussão teórica não percebida em Mar-
e/ou no espaço. Pode ser possível a perspectiva do produtor do texto dada cuschi, o oposto também acontece. Este autor discute o conceito de DomDomí- í-
pela imagem que o mesmo faz do receptor como alguém que concorda ou nio Discursivo. Ele diz que os domínios discursivos são as grandes esferas
não com o que ele diz. Surge, assim, o discurso da transformação, quando da atividade humana em que os textos circulam (p. 24). Segundo informa,
o produtor vê o receptor como alguém que não concorda com ele. Se o esses domínios não seriam nem textos nem discursos, mas dariam origem
produtor vir o receptor como alguém que concorda com ele, surge o discur- a discursos muito específicos. Constituiriam práticas discursivas dentro das
so da cumplicidade. Tem-se ainda, na opinião de Travaglia, uma perspecti- quais seria possível a identificação de um conjunto de gêneros que às
va em que o produtor do texto faz uma antecipação no dizer. Da mesma vezes lhes são próprios como práticas ou rotinas comunicativas institucio-
forma, é possível encontrar a perspectiva dada pela atitude comunicativa de nalizadas. Como exemplo, ele fala do discurso jornalístico, discurso jurídico
comprometimento ou não. Resumindo, cada uma das perspectivas apre- e discurso religioso. Cada uma dessas atividades, jornalística, jurídica e
sentadas pelo autor gerará um tipo de texto. Assim, a primeira perspectiva religiosa, não abrange gêneros em particular, mas origina vários deles.
faz surgir os tipos descrição, dissertação, injunção e narração. A segunda
argumentativo st
perspectiva faz com que surja o tipo argumen ricto sensu6 e não
stricto Travaglia até fala do discurso jurídico e religioso, mas não como Mar-
argumentativo stricto sensu. A perspectiva da antecipação faz surgir o tipo cuschi. Ele cita esses discursos quando discute o que é para ele tipologia
preditivo.
preditivo A do comprometimento dá origem a textos do mun mundo comentado de discurso. Assim, ele fala dos discursos citados mostrando que as tipolo-
(comprometimento) e do mundo narrado (não comprometimento) (Weirinch, gias de discurso usarão critérios ligados às condições de produção dos
1968). Os textos do mundo narrado seriam enquadrados, de maneira geral, discursos e às diversas formações discursivas em que podem estar inseri-
no tipo narração.
narração Já os do mundo comentado ficariam no tipo disserta
dissertação.
ção dos (Koch & Fávero, 1987, p. 3). Citando Koch & Fávero, o autor fala que
uma tipologia de discurso usaria critérios ligados à referência (institucional
Travaglia diz que o Gênero Textual se caracteriza por exercer uma fun- (discurso político, religioso, jurídico), ideológica (discurso petista, de direita,
ção social específica. Para ele, estas funções sociais são pressentidas e de esquerda, cristão, etc), a domínios de saber (discurso médico, linguísti-
vivenciadas pelos usuários. Isso equivale dizer que, intuitivamente, sabe- co, filosófico, etc), à inter-relação entre elementos da exterioridade (discur-
mos que gênero usar em momentos específicos de interação, de acordo so autoritário, polêmico, lúdico)). Marcuschi não faz alusão a uma tipologia
com a função social dele. Quando vamos escrever um e-mail, sabemos que do discurso.
ele pode apresentar características que farão com que ele “funcione” de
maneira diferente. Assim, escrever um e-mail para um amigo não é o mes- Semelhante opinião entre os dois autores citados é notada quando fa-
mo que escrever um e-mail para uma universidade, pedindo informações lam que texto e discurso não devem ser encarados como iguais. Marcuschi
sobre um concurso público, por exemplo. considera o texto como uma entidade concreta realizada materialmente e
corporificada em algum Gênero Textual [grifo meu] (p. 24). Discur
Discurso para
Observamos que Travaglia dá ao gênero uma função social. Parece ele é aquilo que um texto produz ao se manifestar em alguma instância
que ele diferencia Tipologia Textual de Gênero Textual a partir dessa discursiva. O discurso se realiza nos textos (p. 24). Travaglia considera o
“qualidade” que o gênero possui. Mas todo texto, independente de seu discurso como a própria atividade comunicativa, a própria atividade produ-
gênero ou tipo, não exerce uma função social qualquer? tora de sentidos para a interação comunicativa, regulada por uma exteriori-
dade sócio-histórica-ideológica (p. 03). Texto é o resultado dessa atividade
Marcuschi apresenta alguns exemplos de gêneros, mas não ressalta comunicativa. O texto,
texto para ele, é visto como
sua função social. Os exemplos que ele traz são telefonema, sermão,
uma unidade linguística concreta que é tomada pelos usuários da lín-
romance, bilhete, aula expositiva, reunião de condomínio, etc.
gua em uma situação de interação comunicativa específica, como uma
unidade de sentido e como preenchendo uma função comunicativa reco-
Já Travaglia, não só traz alguns exemplos de gêneros como mostra o
nhecível e reconhecida, independentemente de sua extensão (p. 03).
que, na sua opinião, seria a função social básica comum a cada um: aviso,
comunicado, edital, informação, informe, citação (todos com a função social
de dar conhecimento de algo a alguém). Certamente a carta e o e-mail Travaglia afirma que distingue texto de discurso levando em conta que
entrariam nessa lista, levando em consideração que o aviso pode ser dado sua preocupação é com a tipologia de textos, e não de discursos. Marcus-
sob a forma de uma carta, e-mail ou ofício. Ele continua exemplificando chi afirma que a definição que traz de texto e discurso é muito mais opera-
apresentando a petição, o memorial, o requerimento, o abaixo assinado cional do que formal.
(com a função social de pedir, solicitar). Continuo colocando a carta, o e- Travaglia faz uma “tipologização” dos termos Gênero Textual, Tipolo
Tipologia
mail e o ofício aqui. Nota promissória, termo de compromisso e voto são Textual e Espécie.
Espécie Ele chama esses elementos de Tipe Tipelementos.
lementos Justifica a
exemplos com a função de prometer. Para mim o voto não teria essa fun- escolha pelo termo por considerar que os elementos tipológicos (Gênero
Gênero
ção de prometer. Mas a função de confirmar a promessa de dar o voto a Textual, Tipologia Textual e Espécie)
Espécie são básicos na construção das tipolo-
alguém. Quando alguém vota, não promete nada, confirma a promessa de gias e talvez dos textos, numa espécie de analogia com os elementos
votar que pode ter sido feita a um candidato. químicos que compõem as substâncias encontradas na natureza.

Ele apresenta outros exemplos, mas por questão de espaço não colo- Para concluir, acredito que vale a pena considerar que as discussões
carei todos. É bom notar que os exemplos dados por ele, mesmo os que feitas por Marcuschi, em defesa da abordagem textual a partir dos Gêneros
não foram mostrados aqui, apresentam função social formal, rígida. Ele não Textuais,
Textuais estão diretamente ligadas ao ensino. Ele afirma que o trabalho
apresenta exemplos de gêneros que tenham uma função social menos com o gênero é uma grande oportunidade de se lidar com a língua em seus
rígida, como o bilhete. mais diversos usos autênticos no dia-a-dia. Cita o PCN, dizendo que ele
apresenta a ideia básica de que um maior conhecimento do funcionamento
Uma discussão vista em Travaglia e não encontrada em Marcuschi7 é a dos Gêneros Textuais é importante para a produção e para a compreensão
de Espécie. Para ele, Espécie se define e se caracteriza por aspectos de textos. Travaglia não faz abordagens específicas ligadas à questão do
formais de estrutura e de superfície linguística e/ou aspectos de conteúdo. ensino no seu tratamento à Tipologia Textual.
Textual
Ele exemplifica Espécie dizendo que existem duas pertencentes ao tipo
narrativo: a história e a não-história. Ainda do tipo narrativo, ele apresenta O que Travaglia mostra é uma extrema preferência pelo uso da Tipo
Tipolo-
as Espécies narrativa em prosa e narrativa em verso. No tipo descritivo ele gia Textual,
Textual independente de estar ligada ao ensino. Sua abordagem pare-
Espécies distintas objetiva x subjetiva, estática x dinâmica e
mostra as Espé ce ser mais taxionômica. Ele chega a afirmar que são os tipos que entram
comentadora x narradora. Mudando para gênero, ele apresenta a corres- na composição da grande maioria dos textos. Para ele, a questão dos
pondência com as EspéEspécies carta, telegrama, bilhete, ofício, etc. No gênero elementos tipológicos e suas implicações com o ensino/aprendizagem
romance, ele mostra as Espécies romance histórico, regionalista, fantástico, merece maiores discussões.
de ficção científica, policial, erótico, etc. Não sei até que ponto a Espé
Espécie
daria conta de todos os Gêneros Tex Textuais existentes. Será que é possível Marcuschi diz que não acredita na existência de Gêneros Textuais ide-

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ais para o ensino de língua. Ele afirma que é possível a identificação de dade letrada.
gêneros com dificuldades progressivas, do nível menos formal ao mais 1 - Penso que quando o professor não opta pelo trabalho com o gêne-
formal, do mais privado ao mais público e assim por diante. Os gêneros ro ou com o tipo ele acaba não tendo uma maneira muito clara pa-
devem passar por um processo de progressão, conforme sugerem Sch- ra selecionar os textos com os quais trabalhará.
neuwly & Dolz (2004). 2 - Outra discussão poderia ser feita se se optasse por tratar um pou-
co a diferença entre Gênero Textual e Gênero Discursivo.
Travaglia, como afirmei, não faz considerações sobre o trabalho com a 3 - Travaglia (2002) diz que uma carta pode ser exclusivamente des-
Tipologia Textual e o ensino. Acredito que um trabalho com a tipologia teria critiva, ou dissertativa, ou injuntiva, ou narrativa, ou argumentativa.
que, no mínimo, levar em conta a questão de com quais tipos de texto Acho meio difícil alguém conseguir escrever um texto, caracteriza-
deve-se trabalhar na escola, a quais será dada maior atenção e com quais do como carta, apenas com descrições, ou apenas com injunções.
será feito um trabalho mais detido. Acho que a escolha pelo tipo, caso seja Por outro lado, meio que contrariando o que acabara de afirmar,
considerada a ideia de Travaglia, deve levar em conta uma série de fatores, ele diz desconhecer um gênero necessariamente descritivo.
porém dois são mais pertinentes: 4 - Termo usado pelas autoras citadas para os textos que fazem pre-
a) O trabalho com os tipos deveria preparar o aluno para a composi- visão, como o boletim meteorológico e o horóscopo.
ção de quaisquer outros textos (não sei ao certo se isso é possível. 5 - Necessárias para a carta, e suficientes para que o texto seja uma
Pode ser que o trabalho apenas com o tipo narrativo não dê ao alu- carta.
no o preparo ideal para lidar com o tipo dissertativo, e vice-versa. 6 - Segundo Travaglia (1991), texto argumentativo stricto sensu é o
Um aluno que pára de estudar na 5ª série e não volta mais à escola que faz argumentação explícita.
teria convivido muito mais com o tipo narrativo, sendo esse o mais 7 - Pelo menos nos textos aos quais tive acesso. Sílvio Ribeiro da Sil-
trabalhado nessa série. Será que ele estaria preparado para produ- va.
zir, quando necessário, outros tipos textuais? Ao lidar somente com
o tipo narrativo, por exemplo, o aluno, de certa forma, não deixa de Texto Literário: expressa a opinião pessoal do autor que também é
trabalhar com os outros tipos?); transmitida através de figuras, impregnado de subjetivismo. Ex: um ro-
b) A utilização prática que o aluno fará de cada tipo em sua vida. mance, um conto, uma poesia...
Texto não-
não-literário: preocupa-se em transmitir uma mensagem da
Acho que vale a pena dizer que sou favorável ao trabalho com o Gêne-
Gêne- forma mais clara e objetiva possível. Ex: uma notícia de jornal, uma bula
ro Textual na escola, embora saiba que todo gênero realiza necessariamen- de medicamento.
te uma ou mais sequências tipológicas e que todos os tipos inserem-se em
algum gênero textual. Linguagem Verbal - Existem várias formas de comunicação. Quando o
homem se utiliza da palavra, ou seja, da linguagem oral ou escrita,dizemos
Até recentemente, o ensino de produção de textos (ou de redação) era que ele está utilizando uma linguagem verbal, pois o código usado é a
feito como um procedimento único e global, como se todos os tipos de texto palavra. Tal código está presente, quando falamos com alguém, quando
fossem iguais e não apresentassem determinadas dificuldades e, por isso, lemos, quando escrevemos. A linguagem verbal é a forma de comunicação
não exigissem aprendizagens específicas. A fórmula de ensino de redação, mais presente em nosso cotidiano. Mediante a palavra falada ou escrita,
ainda hoje muito praticada nas escolas brasileiras – que consiste funda- expomos aos outros as nossas idéias e pensamentos, comunicando-nos
mentalmente na trilogia narração, descrição e dissertação – tem por base por meio desse código verbal imprescindível em nossas vidas. ela está
uma concepção voltada essencialmente para duas finalidades: a formação presente em textos em propagandas;
de escritores literários (caso o aluno se aprimore nas duas primeiras moda-
em reportagens (jornais, revistas, etc.);
lidades textuais) ou a formação de cientistas (caso da terceira modalidade)
em obras literárias e científicas;
(Antunes, 2004). Além disso, essa concepção guarda em si uma visão
na comunicação entre as pessoas;
equivocada de que narrar e descrever seriam ações mais “fáceis” do que
em discursos (Presidente da República, representantes de classe,
dissertar, ou mais adequadas à faixa etária, razão pela qual esta última
candidatos a cargos públicos, etc.);
tenha sido reservada às séries terminais - tanto no ensino fundamental
e em várias outras situações.
quanto no ensino médio.
Linguagem
Linguagem Não Verbal
O ensino-aprendizagem de leitura, compreensão e produção de texto
pela perspectiva dos gêneros reposiciona o verdadeiro papel do professor
de Língua Materna hoje, não mais visto aqui como um especialista em
textos literários ou científicos, distantes da realidade e da prática textual do
aluno, mas como um especialista nas diferentes modalidades textuais, orais
e escritas, de uso social. Assim, o espaço da sala de aula é transformado
numa verdadeira oficina de textos de ação social, o que é viabilizado e
concretizado pela adoção de algumas estratégias, como enviar uma carta
para um aluno de outra classe, fazer um cartão e ofertar a alguém, enviar
uma carta de solicitação a um secretário da prefeitura, realizar uma entre-
vista, etc. Essas atividades, além de diversificar e concretizar os leitores Observe a figura abaixo, este sinal demonstra que é proibido fumar em
das produções (que agora deixam de ser apenas “leitores visuais”), permi- um determinado local. A linguagem utilizada é a não-verbal pois não utiliza
tem também a participação direta de todos os alunos e eventualmente de do código "língua portuguesa" para transmitir que é proibido fumar. Na
pessoas que fazem parte de suas relações familiares e sociais. A avaliação figura abaixo, percebemos que o semáforo, nos transmite a idéia de
dessas produções abandona os critérios quase que exclusivamente literá- atenção, de acordo com a cor apresentada no semáforo, podemos saber se
rios ou gramaticais e desloca seu foco para outro ponto: o bom texto não é é permitido seguir em frente (verde), se é para ter atenção (amarelo) ou se
aquele que apresenta, ou só apresenta, características literárias, mas é proibido seguir em frente (vermelho) naquele instante.
aquele que é adequado à situação comunicacional para a qual foi produzi-
do, ou seja, se a escolha do gênero, se a estrutura, o conteúdo, o estilo e o
nível de língua estão adequados ao interlocutor e podem cumprir a finalida-
de do texto.

Acredito que abordando os gêneros a escola estaria dando ao aluno a


oportunidade de se apropriar devidamente de diferentes Gêne
Gêneros Textuais
socialmente utilizados, sabendo movimentar-se no dia-a-dia da interação
humana, percebendo que o exercício da linguagem será o lugar da sua
constituição como sujeito. A atividade com a língua, assim, favoreceria o
exercício da interação humana, da participação social dentro de uma socie-

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Como você percebeu, todas as imagens podem ser facilmente nos textos dos seus alunos, os trabalhos de investigação concluem que as
decodificadas. Você notou que em nenhuma delas existe a presença da intervenções do professor a nível de incorreções detectadas na estrutura da
palavra? O que está presente é outro tipo de código. Apesar de haver frase são precisamente localizadas e assinaladas com marcas convencio-
ausência da palavra, nós temos uma linguagem, pois podemos decifrar nais; são designadas com recurso a expressões técnicas (construção,
mensagens a partir das imagens. O tipo de linguagem, cujo código não é a conjugação) e fornecem pretexto para pôr em prática exercícios de corre-
palavra, denomina-se linguagem não-verbal, isto é, usam-se outros códigos ção, tendo em conta uma eliminação duradoura das incorreções observa-
(o desenho, a dança, os sons, os gestos, a expressão fisionômica, as das.
cores) Fonte: www.graudez.com.br
Pelo contrário, as intervenções dos professores no quadro das incorre-
COESÃO E COERÊNCIA ções a nível da estrutura do texto, permite-nos concluir que essas incorre-
ções não são designadas através de vocabulário técnico, traduzindo, na
Diogo Maria De Matos Polónio maior parte das vezes, uma impressão global da leitura (incompreensível;
não quer dizer nada).
Introdução
Este trabalho foi realizado no âmbito do Seminário Pedagógico sobre Para além disso, verificam-se práticas de correção algo brutais (refazer;
Pragmática Linguística e Os Novos Programas de Língua Portuguesa, sob reformular) sendo, poucas vezes, acompanhadas de exercícios de recupe-
orientação da Professora-Doutora Ana Cristina Macário Lopes, que decor- ração.
reu na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.
Esta situação é pedagogicamente penosa, uma vez que se o professor
Procurou-se, no referido seminário, refletir, de uma forma geral, sobre a desconhece um determinado quadro normativo, encontra-se reduzido a
incidência das teorias da Pragmática Linguística nos programas oficiais de fazer respeitar uma ordem sobre a qual não tem nenhum controle.
Língua Portuguesa, tendo em vista um esclarecimento teórico sobre deter-
minados conceitos necessários a um ensino qualitativamente mais válido e, Antes de passarmos à apresentação e ao estudo dos quatro princípios
simultaneamente, uma vertente prática pedagógica que tem necessaria- de coerência textual, há que esclarecer a problemática criada pela dicoto-
mente presente a aplicação destes conhecimentos na situação real da sala mia coerência/coesão que se encontra diretamente relacionada com a
de aula. dicotomia coerência macro-estrutural/coerência micro-estrutural.

Nesse sentido, este trabalho pretende apresentar sugestões de aplica- Mira Mateus considera pertinente a existência de uma diferenciação
ção na prática docente quotidiana das teorias da pragmática linguística no entre coerência textual e coesão textual.
campo da coerência textual, tendo em conta as conclusões avançadas no
referido seminário. Assim, segundo esta autora, coesão textual diz respeito aos processos
linguísticos que permitem revelar a inter-dependência semântica existente
Será, no entanto, necessário reter que esta pequena reflexão aqui a- entre sequências textuais:
presentada encerra em si uma minúscula partícula de conhecimento no Ex.: Entrei na livraria mas não comprei nenhum livro.
vastíssimo universo que é, hoje em dia, a teoria da pragmática linguística e
que, se pelo menos vier a instigar um ponto de partida para novas reflexões Para a mesma autora, coerência textual diz respeito aos processos
no sentido de auxiliar o docente no ensino da língua materna, já terá cum- mentais de apropriação do real que permitem inter-relacionar sequências
prido honestamente o seu papel. textuais:
Ex.: Se esse animal respira por pulmões, não é peixe.
Coesão e Coerência Textual
Qualquer falante sabe que a comunicação verbal não se faz geralmen- Pensamos, no entanto, que esta distinção se faz apenas por razões de
te através de palavras isoladas, desligadas umas das outras e do contexto sistematização e de estruturação de trabalho, já que Mira Mateus não
em que são produzidas. Ou seja, uma qualquer sequência de palavras não hesita em agrupar coesão e coerência como características de uma só
constitui forçosamente uma frase. propriedade indispensável para que qualquer manifestação linguística se
transforme num texto: a conetividade2.
Para que uma sequência de morfemas seja admitida como frase, torna-
se necessário que respeite uma certa ordem combinatória, ou seja, é preci- Para Charolles não é pertinente, do ponto de vista técnico, estabelecer
so que essa sequência seja construÍda tendo em conta o sistema da língua. uma distinção entre coesão e coerência textuais, uma vez que se torna
difícil separar as regras que orientam a formação textual das regras que
Tal como um qualquer conjunto de palavras não forma uma frase, tam- orientam a formação do discurso.
bém um qualquer conjunto de frases não forma, forçosamente, um texto.
Além disso, para este autor, as regras que orientam a micro-coerência
Precisando um pouco mais, um texto, ou discurso, é um objeto materia- são as mesmas que orientam a macro-coerência textual. Efetivamente,
lizado numa dada língua natural, produzido numa situação concreta e quando se elabora um resumo de um texto obedece-se às mesmas regras
pressupondo os participantes locutor e alocutário, fabricado pelo locutor de coerência que foram usadas para a construção do texto original.
através de uma seleção feita sobre tudo o que é dizível por esse locutor,
numa determinada situação, a um determinado alocutário1. Assim, para Charolles, micro-estrutura textual diz respeito às relações
de coerência que se estabelecem entre as frases de uma sequência textual,
Assim, materialidade linguística, isto é, a língua natural em uso, os có- enquanto que macro-estrutura textual diz respeito às relações de coerência
digos simbólicos, os processos cognitivos e as pressuposições do locutor existentes entre as várias sequências textuais. Por exemplo:
sobre o saber que ele e o alocutário partilham acerca do mundo são ingre- • Sequência 1: O António partiu para Lisboa. Ele deixou o escritório
dientes indispensáveis ao objeto texto. mais cedo para apanhar o comboio das quatro horas.
• Sequência 2: Em Lisboa, o António irá encontrar-se com ami-
Podemos assim dizer que existe um sistema de regras interiorizadas gos.Vai trabalhar com eles num projeto de uma nova companhia
por todos os membros de uma comunidade linguística. Este sistema de de teatro.
regras de base constitui a competência textual dos sujeitos, competência
essa que uma gramática do texto se propõe modelizar. Como micro-estruturas temos a sequência 1 ou a sequência 2, enquan-
to que o conjunto das duas sequências forma uma macro-estrutura.
Uma tal gramática fornece, dentro de um quadro formal, determinadas
regras para a boa formação textual. Destas regras podemos fazer derivar Vamos agora abordar os princípios de coerência textual3:
certos julgamentos de coerência textual. 1. Princípio da Recorrência4: para que um texto seja coerente, torna-se
necessário que comporte, no seu desenvolvimento linear, elementos de
Quanto ao julgamento, efetuado pelos professores, sobre a coerência recorrência restrita.

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Ex.: Deu-se um crime, em Lisboa, ontem à noite: estrangularam uma
Para assegurar essa recorrência a língua dispõe de vários recursos: senhora. Este assassinato é odioso.
- pronominalizações,
- expressões definidas5, Também neste caso, surgem algumas regras que se torna necessário
- substituições lexicais, respeitar. Por exemplo, o termo mais genérico não pode preceder o seu
- retomas de inferências. representante mais específico.
Ex.: O piloto alemão venceu ontem o grande prêmio da Alemanha. S-
Todos estes recursos permitem juntar uma frase ou uma sequência a chumacher festejou euforicamente junto da sua equipa.
uma outra que se encontre próxima em termos de estrutura de texto, reto-
mando num elemento de uma sequência um elemento presente numa Se se inverterem os substantivos, a relação entre os elementos linguís-
sequência anterior: ticos torna-se mais clara, favorecendo a coerência textual. Assim, Schuma-
cher, como termo mais específico, deveria preceder o piloto alemão.
a)-Pronominalizações: a utilização de um pronome torna possível a re-
petição, à distância, de um sintagma ou até de uma frase inteira. No entanto, a substituição de um lexema acompanhado por um deter-
minante, pode não ser suficiente para estabelecer uma coerência restrita.
O caso mais frequente é o da anáfora, em que o referente antecipa o Atentemos no seguinte exemplo:
pronome.
Ex.: Uma senhora foi assassinada ontem. Ela foi encontrada estrangu- Picasso morreu há alguns anos. O autor da "Sagração da Primavera"
lada no seu quarto. doou toda a sua coleção particular ao Museu de Barcelona.

No caso mais raro da catáfora, o pronome antecipa o seu referente. A presença do determinante definido não é suficiente para considerar
Ex.: Deixe-me confessar-lhe isto: este crime impressionou-me. Ou ain- que Picasso e o autor da referida peça sejam a mesma pessoa, uma vez
da: Não me importo de o confessar: este crime impressionou-me. que sabemos que não foi Picasso mas Stravinski que compôs a referida
peça.
Teremos, no entanto, que ter cuidado com a utilização da catáfora, pa-
ra nos precavermos de enunciados como este: Neste caso, mais do que o conhecimento normativo teórico, ou lexico-
Ele sabe muito bem que o João não vai estar de acordo com o António. enciclopédico, são importantes o conhecimento e as convicções dos parti-
cipantes no ato de comunicação, sendo assim impossível traçar uma fron-
Num enunciado como este, não há qualquer possibilidade de identificar teira entre a semântica e a pragmática.
ele com António. Assim, existe apenas uma possibilidade de interpretação:
ele dirá respeito a um sujeito que não será nem o João nem o António, mas Há também que ter em conta que a substituição lexical se pode efetuar
que fará parte do conhecimento simultâneo do emissor e do receptor. por
- Sinonímia-seleção de expressões linguísticas que tenham a maior
Para que tal aconteça, torna-se necessário reformular esse enunciado: parte dos traços semânticos idêntica: A criança caiu. O miúdo nun-
O António sabe muito bem que o João não vai estar de acordo com ele. ca mais aprende a cair!
- Antonímia-seleção de expressões linguísticas que tenham a maior
As situações de ambiguidade referencial são frequentes nos textos dos parte dos traços semânticos oposta: Disseste a verdade? Isso
alunos. cheira-me a mentira!
Ex.: O Pedro e o meu irmão banhavam-se num rio. - Hiperonímia-a primeira expressão mantém com a segunda uma re-
Um homem estava também a banhar-se. lação classe-elemento: Gosto imenso de marisco. Então lagosta,
Como ele sabia nadar, ensinou-o. adoro!
- Hiponímia- a primeira expressão mantém com a segunda uma re-
Neste enunciado, mesmo sem haver uma ruptura na continuidade se- lação elemento-classe: O gato arranhou-te? O que esperavas de
quencial, existem disfunções que introduzem zonas de incerteza no texto: um felino?
ele sabia nadar(quem?),
ele ensinou-o (quem?; a quem?) d)-Retomas de Inferências: neste caso, a relação é feita com base em
conteúdos semânticos não manifestados, ao contrário do que se passava
b)-Expressões Definidas: tal como as pronominalizações, as expres- com os processos de recorrência anteriormente tratados.
sões definidas permitem relembrar nominalmente ou virtualmente um
elemento de uma frase numa outra frase ou até numa outra sequência Vejamos:
textual. P - A Maria comeu a bolacha?
Ex.: O meu tio tem dois gatos. Todos os dias caminhamos no jardim. R1 - Não, ela deixou-a cair no chão.
Os gatos vão sempre conosco. R2 - Não, ela comeu um morango.
R3 - Não, ela despenteou-se.
Os alunos parecem dominar bem esta regra. No entanto, os problemas
aparecem quando o nome que se repete é imediatamente vizinho daquele As sequências P+R1 e P+R2 parecem, desde logo, mais coerentes do
que o precede. que a sequência P+R3.
Ex.: A Margarida comprou um vestido. O vestido é colorido e muito ele-
gante. No entanto, todas as sequências são asseguradas pela repetição do
pronome na 3ª pessoa.
Neste caso, o problema resolve-se com a aplicação de deíticos contex-
tuais. Podemos afirmar, neste caso, que a repetição do pronome não é sufi-
Ex.: A Margarida comprou um vestido. Ele é colorido e muito elegante. ciente para garantir coerência a uma sequência textual.

Pode também resolver-se a situação virtualmente utilizando a elipse. Assim, a diferença de avaliação que fazemos ao analisar as várias hi-
Ex.: A Margarida comprou um vestido. É colorido e muito elegante. Ou póteses de respostas que vimos anteriormente sustenta-se no fato de R1 e
ainda: R2 retomarem inferências presentes em P:
A Margarida comprou um vestido que é colorido e muito elegante. - aconteceu alguma coisa à bolacha da Maria,
- a Maria comeu qualquer coisa.
c)-Substituições Lexicais: o uso de expressões definidas e de deíticos
contextuais é muitas vezes acompanhado de substituições lexicais. Este Já R3 não retoma nenhuma inferência potencialmente dedutível de P.
processo evita as repetições de lexemas, permitindo uma retoma do ele-
mento linguístico. Conclui-se, então, que a retoma de inferências ou de pressuposições

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garante uma fortificação da coerência textual. mento semântico que contradiga um conteúdo apresentado ou pressuposto
por uma ocorrência anterior ou dedutível por inferência.
Quando analisamos certos exercícios de prolongamento de texto (con-
tinuar a estruturação de um texto a partir de um início dado) os alunos são Ou seja, este princípio estipula simplesmente que é inadmissível que
levados a veicular certas informações pressupostas pelos professores. uma mesma proposição seja conjuntamente verdadeira e não verdadeira.

Por exemplo, quando se apresenta um início de um texto do tipo: Três Vamos, seguidamente, preocupar-nos, sobretudo, com o caso das con-
crianças passeiam num bosque. Elas brincam aos detetives. Que vão eles tradições inferenciais e pressuposicionais6.
fazer?
Existe contradição inferencial quando a partir de uma proposição po-
A interrogação final permite-nos pressupor que as crianças vão real- demos deduzir uma outra que contradiz um conteúdo semântico apresenta-
mente fazer qualquer coisa. do ou dedutível.
Ex.: A minha tia é viúva. O seu marido coleciona relógios de bolso.
Um aluno que ignore isso e que narre que os pássaros cantavam en-
quanto as folhas eram levadas pelo vento, será punido por ter apresentado As inferências que autorizam viúva não só não são retomadas na se-
uma narração incoerente, tendo em conta a questão apresentada. gunda frase, como são perfeitamente contraditas por essa mesma frase.

No entanto, um professor terá que ter em conta que essas inferências O efeito da incoerência resulta de incompatibilidades semânticas pro-
ou essas pressuposições se relacionam mais com o conhecimento do fundas às quais temos de acrescentar algumas considerações temporais,
mundo do que com os elementos linguísticos propriamente ditos. uma vez que, como se pode ver, basta remeter o verbo colecionar para o
pretérito para suprimir as contradições.
Assim, as dificuldades que os alunos apresentam neste tipo de exercí-
cios, estão muitas vezes relacionadas com um conhecimento de um mundo As contradições pressuposicionais são em tudo comparáveis às infe-
ao qual eles não tiveram acesso. Por exemplo, será difícil a um aluno renciais, com a exceção de que no caso das pressuposicionais é um conte-
recriar o quotidiano de um multi-milionário,senhor de um grande império údo pressuposto que se encontra contradito.
industrial, que vive numa luxuosa vila. Ex.: O Júlio ignora que a sua mulher o engana. A sua esposa é-lhe per-
feitamente fiel.
2.Princípio da Progressão: para que um texto seja coerente, torna-se
necessário que o seu desenvolvimento se faça acompanhar de uma infor- Na segunda frase, afirma-se a inegável fidelidade da mulher de Júlio,
mação semântica constantemente renovada. enquanto a primeira pressupõe o inverso.

Este segundo princípio completa o primeiro, uma vez que estipula que É frequente, nestes casos, que o emissor recupere a contradição pre-
um texto, para ser coerente, não se deve contentar com uma repetição sente com a ajuda de conectores do tipo mas, entretanto, contudo, no
constante da própria matéria. entanto, todavia, que assinalam que o emissor se apercebe dessa contradi-
ção, assume-a, anula-a e toma partido dela.
Alguns textos dos alunos contrariam esta regra. Por exemplo: O ferreiro Ex.: O João detesta viajar. No entanto, está entusiasmado com a parti-
estava vestido com umas calças pretas, um chapéu claro e uma vestimenta da para Itália, uma vez que sempre sonhou visitar Florença.
preta. Tinha ao pé de si uma bigorna e batia com força na bigorna. Todos
os gestos que fazia consistiam em bater com o martelo na bigorna. A bigor- 4.Princípio da Relação: para que um texto seja coerente, torna-se ne-
na onde batia com o martelo era achatada em cima e pontiaguda em baixo cessário que denote, no seu mundo de representação, fatos que se apre-
e batia com o martelo na bigorna. sentem diretamente relacionados.

Se tivermos em conta apenas o princípio da recorrência, este texto não Ou seja, este princípio enuncia que para uma sequência ser admitida
será incoerente, será até coerente demais. como coerente7, terá de apresentar ações, estados ou eventos que sejam
congruentes com o tipo de mundo representado nesse texto.
No entanto, segundo o princípio da progressão, a produção de um texto
coerente pressupõe que se realize um equilíbrio cuidado entre continuidade Assim, se tivermos em conta as três frases seguintes
temática e progressão semântica. 1 - A Silvia foi estudar.
2 - A Silvia vai fazer um exame.
Torna-se assim necessário dominar, simultaneamente, estes dois prin- 3 - O circuito de Adelaide agradou aos pilotos de Fórmula 1.
cípios (recorrência e progressão) uma vez que a abordagem da informação
não se pode processar de qualquer maneira. A sequência formada por 1+2 surge-nos, desde logo, como sendo mais
congruente do que as sequências 1+3 ou 2+3.
Assim, um texto será coerente se a ordem linear das sequências a-
companhar a ordenação temporal dos fatos descritos. Nos discursos naturais, as relações de relevância factual são, na maior
Ex.: Cheguei, vi e venci.(e não Vi, venci e cheguei). parte dos casos, manifestadas por conectores que as explicitam semanti-
camente.
O texto será coerente desde que reconheçamos, na ordenação das su- Ex.: A Silvia foi estudar porque vai fazer um exame. Ou também: A Sil-
as sequências, uma ordenação de causa-consequência entre os estados de via vai fazer um exame portanto foi estudar.
coisas descritos. A impossibilidade de ligar duas frases por meio de conectores constitui
Ex.: Houve seca porque não choveu. (e não Houve seca porque cho- um bom teste para descobrir uma incongruência.
veu). Ex.: A Silvia foi estudar logo o circuito de Adelaide agradou aos pilotos
de Fórmula 1.
Teremos ainda que ter em conta que a ordem de percepção dos esta-
dos de coisas descritos pode condicionar a ordem linear das sequências O conhecimento destes princípios de coerência, por parte dos profes-
textuais. sores, permite uma nova apreciação dos textos produzidos pelos alunos,
Ex.: A praça era enorme. No meio, havia uma coluna; à volta, árvores e garantindo uma melhor correção dos seus trabalhos, evitando encontrar
canteiros com flores. incoerências em textos perfeitamente coerentes, bem como permite a
dinamização de estratégias de correção.
Neste caso, notamos que a percepção se dirige do geral para o particu-
lar. Teremos que ter em conta que para um leitor que nada saiba de cen-
3.Princípio da Não- Contradição: para que um texto seja coerente, tor- trais termo-nucleares nada lhe parecerá mais incoerente do que um tratado
na-se necessário que o seu desenvolvimento não introduza nenhum ele- técnico sobre centrais termo-nucleares.

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dade "normal" pré-conhecida, para guardar a coerência o texto deve apre-
No entanto, os leitores quase nunca consideram os textos incoerentes. sentar elementos linguísticos instruindo o receptor acerca dessa anormali-
Pelo contrário, os receptores dão ao emissor o crédito da coerência, admi- dade.
tindo que o emissor terá razões para apresentar os textos daquela maneira.
Uma afirmação como "Foi um verdadeiro milagre! O menino caiu do
Assim, o leitor vai esforçar-se na procura de um fio condutor de pen- décimo andar e não sofreu nenhum arranhão." é coerente, na medida que a
samento que conduza a uma estrutura coerente. frase inicial ("Foi um verdadeiro milagre") instrui o leitor para a anormalida-
de do fato narrado.
Tudo isto para dizer que deve existir nos nossos sistemas de pensa-
mento e de linguagem uma espécie de princípio de coerência verbal (com- 2. Coesão:
parável com o princípio de cooperação de Grice8 estipulando que, seja qual A redação deve primar, como se sabe, pela clareza, objetividade, coe-
for o discurso, ele deve apresentar forçosamente uma coerência própria, rência e coesão. E a coesão, como o próprio nome diz (coeso significa
uma vez que é concebido por um espírito que não é incoerente por si ligado), é a propriedade que os elementos textuais têm de estar interliga-
mesmo. dos. De um fazer referência ao outro. Do sentido de um depender da rela-
ção com o outro. Preste atenção a este texto, observando como as palavras
É justamente tendo isto em conta que devemos ler, avaliar e corrigir os se comunicam, como dependem uma das outras.
textos dos nossos alunos.
SÃO PAULO: OITO PESSOAS
PESSOAS MORREM EM QUEDA DE AVIÃO
Anotações: Das Agências
1- M. H. Mira Mateus, Gramática da Língua Portuguesa, Ed. Cami-
nho, 19923, p.134; Cinco passageiros de uma mesma família, de Maringá, dois tripulantes
1- M. H. Mira Mateus, op. cit., pp.134-148; e uma mulher que viu o avião cair morreram
3- "Méta-regles de cohérence", segundo Charolles, Introduction aux
problèmes de la cohérence des textes, in Langue Française, 1978; Oito pessoas morreram (cinco passageiros de uma mesma família e
4- "Méta-regle de répétition", segundo Charolles (op. cit.); dois tripulantes, além de uma mulher que teve ataque cardíaco) na queda
5- "Les déficitivisations et les référentiations déictiques contextuelles", de um avião (1) bimotor Aero Commander, da empresa J. Caetano, da
segundo Charolles (op. cit.); cidade de Maringá (PR). O avião (1) prefixo PTI-EE caiu sobre quatro
6- Charolles aponta igualmente as contradições enunciativas. No en- sobrados da Rua Andaquara, no bairro de Jardim Marajoara, Zona Sul de
tanto, vamos debruçar-nos apenas sobre as contradições inferen- São Paulo, por volta das 21h40 de sábado. O impacto (2) ainda atingiu
ciais e pressuposicionais, uma vez que foi sobre este tipo de con- mais três residências.
tradições que efetuamos exercícios em situação de prática peda-
gógica. Estavam no avião (1) o empresário Silvio Name Júnior (4), de 33 anos,
7- Charolles refere inclusivamente a existência de uma "relation de que foi candidato a prefeito de Maringá nas últimas eleições (leia reporta-
congruence" entre o que é enunciado na sequência textual e o gem nesta página); o piloto (1) José Traspadini (4), de 64 anos; o co-piloto
mundo a que essa sequência faz referência; (1) Geraldo Antônio da Silva Júnior, de 38; o sogro de Name Júnior (4),
8- Para um esclarecimento sobre este princípio, ver O. Ducrot, Dire et Márcio Artur Lerro Ribeiro (5), de 57; seus (4) filhos Márcio Rocha Ribeiro
ne pas dire, Paris, Herman, 1972 e também D. Gordon e G. Lakoff, Neto, de 28, e Gabriela Gimenes Ribeiro (6), de 31; e o marido dela (6),
Postulates de conservation, Langages nº 30, Paris, Didier- João Izidoro de Andrade (7), de 53 anos.
Larousse, 1973.
Izidoro Andrade (7) é conhecido na região (8) como um dos maiores
1. Coerência: compradores de cabeças de gado do Sul (8) do país. Márcio Ribeiro (5) era
Produzimos textos porque pretendemos informar, divertir, explicar, con- um dos sócios do Frigorífico Naviraí, empresa proprietária do bimotor (1).
vencer, discordar, ordenar, ou seja, o texto é uma unidade de significado Isidoro Andrade (7) havia alugado o avião (1) Rockwell Aero Commander
produzida sempre com uma determinada intenção. Assim como a frase não 691, prefixo PTI-EE, para (7) vir a São Paulo assistir ao velório do filho (7)
é uma simples sucessão de palavras, o texto também não é uma simples Sérgio Ricardo de Andrade (8), de 32 anos, que (8) morreu ao reagir a um
sucessão de frases, mas um todo organizado capaz de estabelecer contato assalto e ser baleado na noite de sexta-feira.
com nossos interlocutores, influindo sobre eles. Quando isso ocorre, temos
um texto em que há coerência. O avião (1) deixou Maringá às 7 horas de sábado e pousou no aeropor-
to de Congonhas às 8h27. Na volta, o bimotor (1) decolou para Maringá às
A coerência é resultante da não-contradição entre os diversos segmen- 21h20 e, minutos depois, caiu na altura do número 375 da Rua Andaquara,
tos textuais que devem estar encadeados logicamente. Cada segmento uma espécie de vila fechada, próxima à avenida Nossa Senhora do Sabará,
textual é pressuposto do segmento seguinte, que por sua vez será pressu- uma das avenidas mais movimentadas da Zona Sul de São Paulo. Ainda
posto para o que lhe estender, formando assim uma cadeia em que todos não se conhece as causas do acidente (2). O avião (1) não tinha caixa
eles estejam concatenados harmonicamente. Quando há quebra nessa preta e a torre de controle também não tem informações. O laudo técnico
concatenação, ou quando um segmento atual está em contradição com um demora no mínimo 60 dias para ser concluído.
anterior, perde-se a coerência textual.
Segundo testemunhas, o bimotor (1) já estava em chamas antes de ca-
A coerência é também resultante da adequação do que se diz ao con- ir em cima de quatro casas (9). Três pessoas (10) que estavam nas casas
texto extra verbal, ou seja, àquilo o que o texto faz referência, que precisa (9) atingidas pelo avião (1) ficaram feridas. Elas (10) não sofreram ferimen-
ser conhecido pelo receptor. tos graves. (10) Apenas escoriações e queimaduras. Elídia Fiorezzi, de 62
anos, Natan Fiorezzi, de 6, e Josana Fiorezzi foram socorridos no Pronto
Ao ler uma frase como "No verão passado, quando estivemos na capi- Socorro de Santa Cecília.
tal do Ceará Fortaleza, não pudemos aproveitar a praia, pois o frio era tanto
que chegou a nevar", percebemos que ela é incoerente em decorrência da Vejamos, por exemplo, o elemento (1), referente ao avião envolvido no
incompatibilidade entre um conhecimento prévio que temos da realizada acidente. Ele foi retomado nove vezes durante o texto. Isso é necessário à
com o que se relata. Sabemos que, considerando uma realidade "normal", clareza e à compreensão do texto. A memória do leitor deve ser reavivada
em Fortaleza não neva (ainda mais no verão!). a cada instante. Se, por exemplo, o avião fosse citado uma vez no primeiro
parágrafo e fosse retomado somente uma vez, no último, talvez a clareza
Claro que, inserido numa narrativa ficcional fantástica, o exemplo acima da matéria fosse comprometida.
poderia fazer sentido, dando coerência ao texto - nesse caso, o contexto
seria a "anormalidade" e prevaleceria a coerência interna da narrativa. E como retomar os elementos do texto? Podemos enumerar alguns
mecanismos:
No caso de apresentar uma inadequação entre o que informa e a reali- a) REPETIÇÃO:
REPETIÇÃO o elemento (1) foi repetido diversas vezes durante o

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texto. Pode perceber que a palavra avião foi bastante usada, principalmente demolido às 15h. Muitos curiosos se aglomeraram ao redor do edifício, para
por ele ter sido o veículo envolvido no acidente, que é a notícia propriamen- conferir o espetáculo (edifício retoma prédio. Ambos são sinônimos).
te dita. A repetição é um dos principais elementos de coesão do texto
jornalístico fatual, que, por sua natureza, deve dispensar a releitura por Nomes deverbais:
deverbais são derivados de verbos e retomam a ação expres-
parte do receptor (o leitor, no caso). A repetição pode ser considerada a sa por eles. Servem, ainda, como um resumo dos argumentos já utilizados.
mais explícita ferramenta de coesão. Na dissertação cobrada pelos vestibu- Exemplos: Uma fila de centenas de veículos paralisou o trânsito da Avenida
lares, obviamente deve ser usada com parcimônia, uma vez que um núme- Higienópolis, como sinal de protesto contra o aumentos dos impostos. A
ro elevado de repetições pode levar o leitor à exaustão. paralisação foi a maneira encontrada... (paralisação, que deriva de parali-
b) REPETIÇÃO PARCIAL:
PARCIAL na retomada de nomes de pessoas, a repe- sar, retoma a ação de centenas de veículos de paralisar o trânsito da
tição parcial é o mais comum mecanismo coesivo do texto jornalístico. Avenida Higienópolis). O impacto (2) ainda atingiu mais três residências (o
Costuma-se, uma vez citado o nome completo de um entrevistado - ou da nome impacto retoma e resume o acidente de avião noticiado na matéria-
vítima de um acidente, como se observa com o elemento (7), na última exemplo)
linha do segundo parágrafo e na primeira linha do terceiro -, repetir somente
o(s) seu(s) sobrenome(s). Quando os nomes em questão são de celebrida- Elementos classificadores e categorizadores:
categorizadores referem-se a um elemen-
des (políticos, artistas, escritores, etc.), é de praxe, durante o texto, utilizar to (palavra ou grupo de palavras) já mencionado ou não por meio de uma
a nominalização por meio da qual são conhecidas pelo público. Exemplos: classe ou categoria a que esse elemento pertença: Uma fila de centenas de
Nedson (para o prefeito de Londrina, Nedson Micheletti); Farage (para o veículos paralisou o trânsito da Avenida Higienópolis. O protesto foi a
candidato à prefeitura de Londrina em 2000 Farage Khouri); etc. Nomes maneira encontrada... (protesto retoma toda a ideia anterior - da paralisa-
femininos costumam ser retomados pelo primeiro nome, a não ser nos ção -, categorizando-a como um protesto); Quatro cães foram encontrados
casos em que o sobrenomes sejam, no contexto da matéria, mais relevan- ao lado do corpo. Ao se aproximarem, os peritos enfrentaram a reação dos
tes e as identifiquem com mais propriedade. animais (animais retoma cães, indicando uma das possíveis classificações
c) ELIPSE:
ELIPSE é a omissão de um termo que pode ser facilmente deduzido que se podem atribuir a eles).
pelo contexto da matéria. Veja-se o seguinte exemplo: Estavam no avião
(1) o empresário Silvio Name Júnior (4), de 33 anos, que foi candidato a Advérbios:
Advérbios palavras que exprimem circunstâncias, principalmente as de
prefeito de Maringá nas últimas eleições; o piloto (1) José Traspadini (4), de lugar: Em São Paulo, não houve problemas. Lá, os operários não aderi-
64 anos; o co-piloto (1) Geraldo Antônio da Silva Júnior, de 38. Perceba ram... (o advérbio de lugar lá retoma São Paulo). Exemplos de advérbios
que não foi necessário repetir-se a palavra avião logo após as palavras que comumente funcionam como elementos referenciais, isto é, como
piloto e co-piloto. Numa matéria que trata de um acidente de avião, obvia- elementos que se referem a outros do texto: aí, aqui, ali, onde, lá, etc.
mente o piloto será de aviões; o leitor não poderia pensar que se tratasse
de um piloto de automóveis, por exemplo. No último parágrafo ocorre outro Observação:
Observação É mais frequente a referência a elementos já citados no
exemplo de elipse: Três pessoas (10) que estavam nas casas (9) atingidas texto. Porém, é muito comum a utilização de palavras e expressões que se
pelo avião (1) ficaram feridas. Elas (10) não sofreram ferimentos graves. refiram a elementos que ainda serão utilizados. Exemplo: Izidoro Andrade
(10) Apenas escoriações e queimaduras. Note que o (10) em negrito, antes (7) é conhecido na região (8) como um dos maiores compradores de cabe-
de Apenas, é uma omissão de um elemento já citado: Três pessoas. Na ças de gado do Sul (8) do país. Márcio Ribeiro (5) era um dos sócios do
verdade, foi omitido, ainda, o verbo: (As três pessoas sofreram) Apenas Frigorífico Naviraí, empresa proprietária do bimotor (1). A palavra região
escoriações e queimaduras. serve como elemento classificador de Sul (A palavra Sul indica uma região
d) SUBSTITUIÇÕES:
SUBSTITUIÇÕES uma das mais ricas maneiras de se retomar um do país), que só é citada na linha seguinte.
elemento já citado ou de se referir a outro que ainda vai ser mencionado é a
substituição, que é o mecanismo pelo qual se usa uma palavra (ou grupo Conexão:
Conexão
de palavras) no lugar de outra palavra (ou grupo de palavras). Confira os Além da constante referência entre palavras do texto, observa-se na
principais elementos de substituição: coesão a propriedade de unir termos e orações por meio de conectivos, que
são representados, na Gramática, por inúmeras palavras e expressões. A
Pronomes: a função gramatical do pronome é justamente substituir ou escolha errada desses conectivos pode ocasionar a deturpação do sentido
acompanhar um nome. Ele pode, ainda, retomar toda uma frase ou toda a do texto. Abaixo, uma lista dos principais elementos conectivos, agrupados
ideia contida em um parágrafo ou no texto todo. Na matéria-exemplo, são pelo sentido. Baseamo-nos no autor Othon Moacyr Garcia (Comunicação
nítidos alguns casos de substituição pronominal: o sogro de Name Júnior em Prosa Moderna).
(4), Márcio Artur Lerro Ribeiro (5), de 57; seus (4) filhos Márcio Rocha
Ribeiro Neto, de 28, e Gabriela Gimenes Ribeiro (6), de 31; e o marido dela Prioridade, relevância:
relevância em primeiro lugar, antes de mais nada, antes de
(6), João Izidoro de Andrade (7), de 53 anos. O pronome possessivo seus tudo, em princípio, primeiramente, acima de tudo, precipuamente, princi-
retoma Name Júnior (os filhos de Name Júnior...); o pronome pessoal ela, palmente, primordialmente, sobretudo, a priori (itálico), a posteriori (itálico).
contraído com a preposição de na forma dela, retoma Gabriela Gimenes
Ribeiro (e o marido de Gabriela...). No último parágrafo, o pronome pessoal Tempo (frequência, duração, ordem, sucessão, anterioridade, posterio-
elas retoma as três pessoas que estavam nas casas atingidas pelo avião: ridade): então, enfim, logo, logo depois, imediatamente, logo após, a princí-
Elas (10) não sofreram ferimentos graves. pio, no momento em que, pouco antes, pouco depois, anteriormente, poste-
riormente, em seguida, afinal, por fim, finalmente agora atualmente, hoje,
Epítetos:
Epítetos são palavras ou grupos de palavras que, ao mesmo tempo frequentemente, constantemente às vezes, eventualmente, por vezes,
que se referem a um elemento do texto, qualificam-no. Essa qualificação ocasionalmente, sempre, raramente, não raro, ao mesmo tempo, simulta-
pode ser conhecida ou não pelo leitor. Caso não seja, deve ser introduzida neamente, nesse ínterim, nesse meio tempo, nesse hiato, enquanto, quan-
de modo que fique fácil a sua relação com o elemento qualificado. do, antes que, depois que, logo que, sempre que, assim que, desde que,
todas as vezes que, cada vez que, apenas, já, mal, nem bem.
Exemplos:
a) (...) foram elogiadas pelo por Fernando Henrique Cardoso. O pre- Semelhança, comparação, conformidade:
conformidade igualmente, da mesma for-
sidente, que voltou há dois dias de Cuba, entregou-lhes um certifi- ma, assim também, do mesmo modo, similarmente, semelhantemente,
cado... (o epíteto presidente retoma Fernando Henrique Cardoso; analogamente, por analogia, de maneira idêntica, de conformidade com, de
poder-se-ia usar, como exemplo, sociólogo); acordo com, segundo, conforme, sob o mesmo ponto de vista, tal qual,
b) Edson Arantes de Nascimento gostou do desempenho do Brasil. tanto quanto, como, assim como, como se, bem como.
Para o ex-Ministro dos Esportes, a seleção... (o epíteto ex-Ministro
dos Esportes retoma Edson Arantes do Nascimento; poder-se-iam, Condição, hipótese:
hipótese se, caso, eventualmente.
por exemplo, usar as formas jogador do século, número um do
mundo, etc. Adição, continuação:
continuação além disso, demais, ademais, outrossim, ainda
mais, ainda cima, por outro lado, também, e, nem, não só ... mas também,
Sinônimos ou quase sinônimos:
sinônimos palavras com o mesmo sentido (ou não só... como também, não apenas ... como também, não só ... bem
muito parecido) dos elementos a serem retomados. Exemplo: O prédio foi como, com, ou (quando não for excludente).

Língua Portuguesa 11 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Na frase “Pedro deixou de fumar” diz-se explicitamente que, no mo-
Dúvida:
Dúvida talvez provavelmente, possivelmente, quiçá, quem sabe, é pro- mento da fala, Pedro não fuma. O verbo “deixar”, todavia, transmite a
vável, não é certo, se é que. informação implícita de que Pedro fumava antes.

Certeza,
Certeza, ênfase:
ênfase decerto, por certo, certamente, indubitavelmente, in- A informação explícita pode ser questionada pelo ouvinte, que pode ou
questionavelmente, sem dúvida, inegavelmente, com toda a certeza. não concordar com ela. Os pressupostos, no entanto, têm que ser verdadei-
ros ou pelo menos admitidos como verdadeiros, porque é a partir deles que
Surpresa, imprevisto:
imprevisto inesperadamente, inopinadamente, de súbito, se constróem as informações explícitas. Se o pressuposto é falso, a infor-
subitamente, de repente, imprevistamente, surpreendentemente. mação explícita não tem cabimento. No exemplo acima, se Pedro não
fumava antes, não tem cabimento afirmar que ele deixou de fumar.
Ilustração, esclarecimento:
esclarecimento por exemplo, só para ilustrar, só para e-
xemplificar, isto é, quer dizer, em outras palavras, ou por outra, a saber, ou Na leitura e interpretação de um texto, é muito importante detectar os
seja, aliás. pressupostos, pois seu uso é um dos recursos argumentativos utilizados
com vistas a levar o ouvinte ou o leitor a aceitar o que está sendo comuni-
Propósito, intenção, finalidade:
finalidade com o fim de, a fim de, com o propósito cado. Ao introduzir uma ideia sob a forma de pressuposto, o falante trans-
de, com a finalidade de, com o intuito de, para que, a fim de que, para. forma o ou vinte em cúmplice, urna vez que essa ideia não é posta em
discussão e todos os argumentos subsequentes só contribuem para confir-
Lugar, proximidade, distância:
distância perto de, próximo a ou de, junto a ou de, má -la.
dentro, fora, mais adiante, aqui, além, acolá, lá, ali, este, esta, isto, esse, essa,
isso, aquele, aquela, aquilo, ante, a. Por isso pode-se dizer que o pressuposto aprisiona o ouvinte ao siste-
ma de pensamento montado pelo falante.
Resumo, recapitulação, conclusão:
conclusão em suma, em síntese, em conclusão,
enfim, em resumo, portanto, assim, dessa forma, dessa maneira, desse A demonstração disso pode ser encontrada em muitas dessas “verda-
modo, logo, pois (entre vírgulas), dessarte, destarte, assim sendo. des” incontestáveis postas como base de muitas alegações do discurso
político.
Causa e consequência. Explicação:
Explicação por consequência, por conseguinte,
como resultado, por isso, por causa de, em virtude de, assim, de fato, com Tomemos como exemplo a seguinte frase:
efeito, tão (tanto, tamanho) ... que, porque, porquanto, pois, já que, uma vez Ë preciso construir mísseis nucleares para defender o Ocidente de um
que, visto que, como (= porque), portanto, logo, que (= porque), de tal sorte ataque soviético.
que, de tal forma que, haja vista.
O conteúdo explícito afirma:
Contraste, oposição, restrição, ressalva:
ressalva pelo contrário, em contraste — a necessidade da construção de mísseis,
com, salvo, exceto, menos, mas, contudo, todavia, entretanto, no entanto, — com a finalidade de defesa contra o ataque soviético.
embora, apesar de, ainda que, mesmo que, posto que, posto, conquanto, se
bem que, por mais que, por menos que, só que, ao passo que. O pressuposto, isto é, o dado que não se põe em discussão é: os sovi-
éticos pretendem atacar o Ocidente.
Ideias alternativas:
alternativas Ou, ou... ou, quer... quer, ora... ora.
Níveis De Significado Dos Textos: Os argumentos contra o que foi informado explicitamente nessa frase
Significado Implícito E Explícito podem ser:
Observe a seguinte frase: — os mísseis não são eficientes para conter o ataque soviético;
Fiz faculdade, mas aprendi algumas coisas. — uma guerra de mísseis vai destruir o mundo inteiro e não apenas os
soviéticos;
Nela, o falante transmite duas informações de maneira explícita: — a negociação com os soviéticos é o único meio de dissuadi-los de
a) que ele frequentou um curso superior; um ataque ao Ocidente.
b) que ele aprendeu algumas coisas.
Como se pode notar, os argumentos são contrários ao que está dito
Ao ligar essas duas informações com um “mas” comunica também de explicitamente, mas todos eles confirmam o pressuposto, isto é, todos os
modo implícito sua critica ao sistema de ensino superior, pois a frase passa argumentos aceitam que os soviéticos pretendem atacar o Ocidente.
a transmitir a ideia de que nas faculdades não se aprende nada.
A aceitação do pressuposto é o que permite levar à frente o debate. Se
Um dos aspectos mais intrigantes da leitura de um texto é a verificação o ouvinte disser que os soviéticos não têm intenção nenhuma de atacar o
de que ele pode dizer coisas que parece não estar dizendo: além das Ocidente, estará negando o pressuposto lançado pelo falante e então a
informações explicitamente enunciadas, existem outras que ficam suben- possibilidade de diálogo fica comprometida irreparavelmente. Qualquer
tendidas ou pressupostas. Para realizar uma leitura eficiente, o leitor deve argumento entre os citados não teria nenhuma razão de ser. Isso quer dizer
captar tanto os dados explícitos quanto os implícitos. que, com pressupostos distintos, não é possível o diálogo ou não tem ele
sentido algum. Pode-se contornar esse problema tornando os pressupostos
Leitor perspicaz é aquele que consegue ler nas entrelinhas. Caso con- afirmações explícitas, que então podem ser discutidas.
trário, ele pode passar por cima de significados importantes e decisivos ou
— o que é pior — pode concordar com coisas que rejeitaria se as perce- Os pressupostos são marcados, nas frases, por meio de vários indica-
besse. dores linguísticos, como, por exemplo:

Não é preciso dizer que alguns tipos de texto exploram, com malícia e a) certos advérbios
com intenções falaciosas, esses aspectos subentendidos e pressupostos. Os resultados da pesquisa ainda não chegaram até nós.
Pressuposto: Os resultados já deviam ter chegado.
Que são pressupostos? São aquelas ideias não expressas de maneira ou
explícita, mas que o leitor pode perceber a partir de certas palavras ou Os resultados vão chegar mais tarde.
expressões contidas na frase.
b) certos verbos
Assim, quando se diz “O tempo continua chuvoso”, comunica-se de O caso do contrabando tornou-se público.
maneira explícita que no momento da fala o tempo é de chuva, mas, ao Pressuposto: O caso não era público antes.
mesmo tempo, o verbo “continuar” deixa perceber a informação implícita de
que antes o tempo já estava chuvoso. c) as orações adjetivas
Os candidatos a prefeito, que só querem defender seus interesses, não

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pensam no povo. No sistema fonética do português do Brasil há, aproximadamente, 33 fo-
nemas.
Pressuposto: Todos os candidatos a prefeito têm interesses individuais.
Mas a mesma frase poderia ser redigida assim: É importante não confundir letra com fonema. Fonema é som, letra é o
Os candidatos a prefeito que só querem defender seus interesses não sinal gráfico que representa o som.
pensam no povo.
Vejamos alguns exemplos:
No caso, o pressuposto seria outro: Nem todos os candidatos a prefeito Manhã – 5 letras e quatro fonemas: m / a / nh / ã
têm interesses individuais. Táxi – 4 letras e 5 fonemas: t / a / k / s / i
Corre – letras: 5: fonemas: 4
No primeiro caso, a oração é explicativa; no segundo, é restritiva. As Hora – letras: 4: fonemas: 3
explicativas pressupõem que o que elas expressam refere-se a todos os Aquela – letras: 6: fonemas: 5
elementos de um dado conjunto; as restritivas, que o que elas dizem con- Guerra – letras: 6: fonemas: 4
cerne a parte dos elementos de um dado conjunto. Fixo – letras: 4: fonemas: 5
Hoje – 4 letras e 3 fonemas
d) os adjetivos Canto – 5 letras e 4 fonemas
Os partidos radicais acabarão com a democracia no Brasil. Tempo – 5 letras e 4 fonemas
Campo – 5 letras e 4 fonemas
Pressuposto: Existem partidos radicais no Brasil. Chuva – 5 letras e 4 fonemas

Os subentendidos LETRA - é a representação gráfica, a representação escrita, de um


Os subentendidos são as insinuações escondidas por trás de uma a- determinado som.
firmação. Quando um transeunte com o cigarro na mão pergunta: Você tem
fogo?, acharia muito estranho se você dissesse: Tenho e não lhe acendes- CLASSIFICAÇÃO DOS FONEMAS
se o cigarro. Na verdade, por trás da pergunta subentende-se: Acenda-me
o cigarro por favor. VOGAIS
O subentendido difere do pressuposto num aspecto importante: o pres- a, e, i, o, u
suposto é um dado posto como indiscutível para o falante e para o ouvinte,
não é para ser contestado; o subentendido é de responsabilidade do ouvin- SEMIVOGAIS
te, pois o falante, ao subentender, esconde-se por trás do sentido literal das Só há duas semivogais: i e u, quando se incorporam à vogal numa
palavras e pode dizer que não estava querendo dizer o que o ouvinte mesma sílaba da palavra, formando um ditongo ou tritongo. Exs.: cai-ça-ra, te-
depreendeu. sou-ro, Pa-ra-guai.
O subentendido, muitas vezes, serve para o falante proteger-se diante CONSOANTES
de uma informação que quer transmitir para o ouvinte sem se comprometer
com ela. b, c, d, f, g, h, j, l, m, n, p, q, r, s, t, v, x, z
Para entender esse processo de descomprometimento que ocorre com ENCONTROS VOCÁLICOS
a manipulação dos subentendidos, imaginemos a seguinte situação: um A sequência de duas ou três vogais em uma palavra, damos o nome de
funcionário público do partido de oposição lamenta, diante dos colegas encontro vocálico.
reunidos em assembleia, que um colega de seção, do partido do governo, Ex.: cooperativa
além de ter sido agraciado com uma promoção, conseguiu um empréstimo
muito favorável do banco estadual, ao passo que ele, com mais tempo de Três são os encontros vocálicos: ditongo, tritongo, hiato
serviço, continuava no mesmo posto e não conseguia o empréstimo solici-
tado muito antes que o referido colega. DITONGO
É a combinação de uma vogal + uma semivogal ou vice-versa.
Mais tarde, tendo sido acusado de estar denunciando favoritismo do Dividem-se em:
governo para com os seus adeptos, o funcionário reclamante defende-se - orais: pai, fui
prontamente, alegando não ter falado em favoritismo e que isso era dedu- - nasais: mãe, bem, pão
ção de quem ouvira o seu discurso. - decrescentes: (vogal + semivogal) – meu, riu, dói
- crescentes: (semivogal + vogal) – pátria, vácuo
Na verdade, ele não falou em favoritismo mas deu a entender, deixou
subentendido para não se comprometer com o que disse. Fez a denúncia
TRITONGO (semivogal + vogal + semivogal)
sem denunciar explicitamente. A frase sugere, mas não diz.
Ex.: Pa-ra-guai, U-ru-guai, Ja-ce-guai, sa-guão, quão, iguais, mínguam
A distinção entre pressupostos e subentendidos em certos casos é bas-
HIATO
tante sutil. Não vamos aqui ocupar-nos dessas sutilezas, mas explorar
Ê o encontro de duas vogais que se pronunciam separadamente, em du-
esses conceitos como instrumentos úteis para uma compreensão mais
as diferentes emissões de voz.
eficiente do texto.
Ex.: fa-ís-ca, sa-ú-de, do-er, a-or-ta, po-di-a, ci-ú-me, po-ei-ra, cru-el, ju-í-
zo
FONÉTICA E FONOLOGIA
SÍLABA
Em sentido mais elementar, a Fonética é o estudo dos sons ou dos fo- Dá-se o nome de sílaba ao fonema ou grupo de fonemas pronunciados
nemas, entendendo-se por fonemas os sons emitidos pela voz humana, os numa só emissão de voz.
quais caracterizam a oposição entre os vocábulos.
Quanto ao número de sílabas, o vocábulo classifica-se em:
Ex.: em pato e bato é o som inicial das consoantes p- e b- que opõe entre • Monossílabo - possui uma só sílaba: pá, mel, fé, sol.
si as duas palavras. Tal som recebe a denominação de FONEMA. • Dissílabo - possui duas sílabas: ca-sa, me-sa, pom-bo.
• Trissílabo - possui três sílabas: Cam-pi-nas, ci-da-de, a-tle-ta.
Quando proferimos a palavra aflito, por exemplo, emitimos três sílabas e • Polissílabo - possui mais de três sílabas: es-co-la-ri-da-de, hos-pi-ta-
seis fonemas: a-fli-to. Percebemos que numa sílaba pode haver um ou mais li-da-de.
fonemas.
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TONICIDADE estágio, egrégio, relógio refúgio, prodígio, etc.
Nas palavras com mais de uma sílaba, sempre existe uma sílaba que se c) Os verbos em GER e GIR: fugir, mugir, fingir.
pronuncia com mais força do que as outras: é a sílaba tônica.
Exs.: em lá-gri-ma, a sílaba tônica é lá; em ca-der-no, der; em A-ma-pá, DISTINÇÃO ENTRE S E Z
pá. 1. Escrevem-se com S:
a) O sufixo OSO: cremoso (creme + oso), leitoso, vaidoso, etc.
Considerando-se a posição da sílaba tônica, classificam-se as palavras b) O sufixo ÊS e a forma feminina ESA, formadores dos adjetivos pátrios
em: ou que indicam profissão, título honorífico, posição social, etc.: portu-
• Oxítonas - quando a tônica é a última sílaba: Pa-ra-ná, sa-bor, do-mi- guês – portuguesa, camponês – camponesa, marquês – marquesa,
nó. burguês – burguesa, montês, pedrês, princesa, etc.
• Paroxítonas - quando a tônica é a penúltima sílaba: már-tir, ca-rá-ter, c) O sufixo ISA. sacerdotisa, poetisa, diaconisa, etc.
a-má-vel, qua-dro. d) Os finais ASE, ESE, ISE e OSE, na grande maioria se o vocábulo for
• Proparoxítonas - quando a tônica é a antepenúltima sílaba: ú-mi-do, erudito ou de aplicação científica, não haverá dúvida, hipótese, exege-
cá-li-ce, ' sô-fre-go, pês-se-go, lá-gri-ma. se análise, trombose, etc.
e) As palavras nas quais o S aparece depois de ditongos: coisa, Neusa,
ENCONTROS CONSONANTAIS causa.
É a sequência de dois ou mais fonemas consonânticos num vocábulo. f) O sufixo ISAR dos verbos referentes a substantivos cujo radical termina
Ex.: atleta, brado, creme, digno etc. em S: pesquisar (pesquisa), analisar (análise), avisar (aviso), etc.
g) Quando for possível a correlação ND - NS: escandir: escansão; preten-
DÍGRAFOS der: pretensão; repreender: repreensão, etc.
São duas letras que representam um só fonema, sendo uma grafia com-
posta para um som simples. 2. Escrevem-se em Z.
a) O sufixo IZAR, de origem grega, nos verbos e nas palavras que têm o
Há os seguintes dígrafos: mesmo radical. Civilizar: civilização, civilizado; organizar: organização,
1) Os terminados em h, representados pelos grupos ch, lh, nh. organizado; realizar: realização, realizado, etc.
Exs.: chave, malha, ninho. b) Os sufixos EZ e EZA formadores de substantivos abstratos derivados
2) Os constituídos de letras dobradas, representados pelos grupos rr e de adjetivos limpidez (limpo), pobreza (pobre), rigidez (rijo), etc.
ss. c) Os derivados em -ZAL, -ZEIRO, -ZINHO e –ZITO: cafezal, cinzeiro,
Exs. : carro, pássaro. chapeuzinho, cãozito, etc.
3) Os grupos gu, qu, sc, sç, xc, xs.
Exs.: guerra, quilo, nascer, cresça, exceto, exsurgir.
4) As vogais nasais em que a nasalidade é indicada por m ou n, encer- DISTINÇÃO ENTRE X E CH:
rando a sílaba em uma palavra. 1. Escrevem-se com X
Exs.: pom-ba, cam-po, on-de, can-to, man-to. a) Os vocábulos em que o X é o precedido de ditongo: faixa, caixote,
feixe, etc.
NOTAÇÕES LÉXICAS c) Maioria das palavras iniciadas por ME: mexerico, mexer, mexerica, etc.
São certos sinais gráficos que se juntam às letras, geralmente para lhes d) EXCEÇÃO: recauchutar (mais seus derivados) e caucho (espécie de
dar um valor fonético especial e permitir a correta pronúncia das palavras. árvore que produz o látex).
e) Observação: palavras como "enchente, encharcar, enchiqueirar, en-
São os seguintes: chapelar, enchumaçar", embora se iniciem pela sílaba "en", são grafa-
1) o acento agudo – indica vogal tônica aberta: pé, avó, lágrimas; das com "ch", porque são palavras formadas por prefixação, ou seja,
2) o acento circunflexo – indica vogal tônica fechada: avô, mês, âncora; pelo prefixo en + o radical de palavras que tenham o ch (enchente, en-
3) o acento grave – sinal indicador de crase: ir à cidade; cher e seus derivados: prefixo en + radical de cheio; encharcar: en +
4) o til – indica vogal nasal: lã, ímã; radical de charco; enchiqueirar: en + radical de chiqueiro; enchapelar:
5) a cedilha – dá ao c o som de ss: moça, laço, açude; en + radical de chapéu; enchumaçar: en + radical de chumaço).
6) o apóstrofo – indica supressão de vogal: mãe-d’água, pau-d’alho;
o hífen – une palavras, prefixos, etc.: arcos-íris, peço-lhe, ex-aluno. 2. Escrevem-se com CH:
a) charque, chiste, chicória, chimarrão, ficha, cochicho, cochichar, estre-
buchar, fantoche, flecha, inchar, pechincha, pechinchar, penacho, sal-
ORTOGRAFIA OFICIAL sicha, broche, arrocho, apetrecho, bochecha, brecha, chuchu, cachim-
bo, comichão, chope, chute, debochar, fachada, fechar, linchar, mochi-
As dificuldades para a ortografia devem-se ao fato de que há fonemas la, piche, pichar, tchau.
que podem ser representados por mais de uma letra, o que não é feito de b) Existem vários casos de palavras homófonas, isto é, palavras que
modo arbitrário, mas fundamentado na história da língua. possuem a mesma pronúncia, mas a grafia diferente. Nelas, a grafia se
distingue pelo contraste entre o x e o ch.
Eis algumas observações úteis: Exemplos:
• brocha (pequeno prego)
DISTINÇÃO ENTRE J E G • broxa (pincel para caiação de paredes)
1. Escrevem-se com J: • chá (planta para preparo de bebida)
a) As palavras de origem árabe, africana ou ameríndia: canjica. cafajeste, • xá (título do antigo soberano do Irã)
canjerê, pajé, etc. • chalé (casa campestre de estilo suíço)
b) As palavras derivadas de outras que já têm j: laranjal (laranja), enrije- • xale (cobertura para os ombros)
cer, (rijo), anjinho (anjo), granjear (granja), etc. • chácara (propriedade rural)
c) As formas dos verbos que têm o infinitivo em JAR. despejar: despejei, • xácara (narrativa popular em versos)
despeje; arranjar: arranjei, arranje; viajar: viajei, viajeis. • cheque (ordem de pagamento)
• xeque (jogada do xadrez)
d) O final AJE: laje, traje, ultraje, etc.
• cocho (vasilha para alimentar animais)
e) Algumas formas dos verbos terminados em GER e GIR, os quais • coxo (capenga, imperfeito)
mudam o G em J antes de A e O: reger: rejo, reja; dirigir: dirijo, dirija.

2. Escrevem-se com G:
DISTINÇÃO ENTRE S, SS, Ç E C
Observe o quadro das correlações:
a) O final dos substantivos AGEM, IGEM, UGEM: coragem, vertigem,
ferrugem, etc.
b) Exceções: pajem, lambujem. Os finais: ÁGIO, ÉGIO, ÓGIO e ÍGIO:

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Correlações Exemplos alpartaca, alpercata ou alpargata imundície ou imundícia
t-c ato - ação; infrator - infração; Marte - marcial amídala ou amígdala infarto ou enfarte
ter-tenção abster - abstenção; ater - atenção; conter - contenção, deter assobiar ou assoviar laje ou lajem
- detenção; reter - retenção assobio ou assovio lantejoula ou lentejoula
rg - rs aspergir - aspersão; imergir - imersão; submergir - submer- azaléa ou azaleia nenê ou nenen
rt - rs são;
pel - puls inverter - inversão; divertir - diversão
bêbado ou bêbedo nhambu, inhambu ou nambu
corr - curs impelir - impulsão; expelir - expulsão; repelir - repulsão bílis ou bile quatorze ou catorze
sent - sens correr - curso - cursivo - discurso; excursão - incursão cãibra ou cãimbra surripiar ou surrupiar
ced - cess sentir - senso, sensível, consenso carroçaria ou carroceria taramela ou tramela
ceder - cessão - conceder - concessão; interceder - inter- chimpanzé ou chipanzé relampejar, relampear, relampeguear
gred - gress cessão. debulhar ou desbulhar ou relampar
exceder - excessivo (exceto exceção) fleugma ou fleuma porcentagem ou percentagem
prim - press agredir - agressão - agressivo; progredir - progressão -
tir - ssão progresso - progressivo
imprimir - impressão; oprimir - opressão; reprimir - repres-
são. EMPREGO DE MAIÚSCULAS
MAIÚSCULAS E MINÚSCULAS
admitir - admissão; discutir - discussão, permitir - permissão.
(re)percutir - (re)percussão Escrevem-
Escrevem-se com letra inicial maiúscula:
1) a primeira palavra de período ou citação.
PALAVRAS COM CERTAS DIFICULDA
DIFICULDADES Diz um provérbio árabe: "A agulha veste os outros e vive nua."
No início dos versos que não abrem período é facultativo o uso da
ONDE-AONDE letra maiúscula.
Emprega-se AONDE com os verbos que dão ideia de movimento. Equi- 2) substantivos próprios (antropônimos, alcunhas, topônimos, nomes
vale sempre a PARA ONDE. sagrados, mitológicos, astronômicos): José, Tiradentes, Brasil,
AONDE você vai? Amazônia, Campinas, Deus, Maria Santíssima, Tupã, Minerva, Via-
AONDE nos leva com tal rapidez? Láctea, Marte, Cruzeiro do Sul, etc.
O deus pagão, os deuses pagãos, a deusa Juno.
Naturalmente, com os verbos que não dão ideia de “movimento” empre- 3) nomes de épocas históricas, datas e fatos importantes, festas
ga-se ONDE religiosas: Idade Média, Renascença, Centenário da Independência
ONDE estão os livros? do Brasil, a Páscoa, o Natal, o Dia das Mães, etc.
Não sei ONDE te encontrar. 4) nomes de altos cargos e dignidades: Papa, Presidente da República,
etc.
MAU - MAL 5) nomes de altos conceitos religiosos ou políticos: Igreja, Nação,
MAU é adjetivo (seu antônimo é bom). Estado, Pátria, União, República, etc.
Escolheu um MAU momento. 6) nomes de ruas, praças, edifícios, estabelecimentos, agremiações,
Era um MAU aluno. órgãos públicos, etc.:
Rua do 0uvidor, Praça da Paz, Academia Brasileira de Letras, Banco
MAL pode ser: do Brasil, Teatro Municipal, Colégio Santista, etc.
a) advérbio de modo (antônimo de bem). 7) nomes de artes, ciências, títulos de produções artísticas, literárias e
Ele se comportou MAL. científicas, títulos de jornais e revistas: Medicina, Arquitetura, Os
Seu argumento está MAL estruturado Lusíadas, 0 Guarani, Dicionário Geográfico Brasileiro, Correio da
b) conjunção temporal (equivale a assim que). Manhã, Manchete, etc.
MAL chegou, saiu 8) expressões de tratamento: Vossa Excelência, Sr. Presidente,
c) substantivo: Excelentíssimo Senhor Ministro, Senhor Diretor, etc.
O MAL não tem remédio, 9) nomes dos pontos cardeais, quando designam regiões: Os povos do
Ela foi atacada por um MAL incurável. Oriente, o falar do Norte.
Mas: Corri o país de norte a sul. O Sol nasce a leste.
CESÃO/SESSÃO/SECÇÃO/SEÇÃO 10) nomes comuns, quando personificados ou individuados: o Amor, o
CESSÃO significa o ato de ceder. Ódio, a Morte, o Jabuti (nas fábulas), etc.
Ele fez a CESSÃO dos seus direitos autorais.
A CESSÃO do terreno para a construção do estádio agradou a todos os Escrevem-
Escrevem-se com letra inicial minúscula:
torcedores. 1) nomes de meses, de festas pagãs ou populares, nomes gentílicos,
nomes próprios tornados comuns: maia, bacanais, carnaval,
SESSÃO é o intervalo de tempo que dura uma reunião: ingleses, ave-maria, um havana, etc.
Assistimos a uma SESSÃO de cinema. 2) os nomes a que se referem os itens 4 e 5 acima, quando
Reuniram-se em SESSÃO extraordinária. empregados em sentido geral:
São Pedro foi o primeiro papa. Todos amam sua pátria.
SECÇÃO
SECÇÃO (ou SEÇÃO)
SEÇÃO significa parte de um todo, subdivisão: 3) nomes comuns antepostos a nomes próprios geográficos: o rio
Lemos a noticia na SECÇÃO (ou SEÇÃO) de esportes. Amazonas, a baía de Guanabara, o pico da Neblina, etc.
Compramos os presentes na SECÇÃO (ou SEÇÃO) de brinquedos. 4) palavras, depois de dois pontos, não se tratando de citação direta:
"Qual deles: o hortelão ou o advogado?" (Machado de Assis)
HÁ / A "Chegam os magos do Oriente, com suas dádivas: ouro, incenso,
Na indicação de tempo, emprega-se: mirra." (Manuel Bandeira)
HÁ para indicar tempo passado (equivale a faz):
HÁ dois meses que ele não aparece. ACENTUAÇÃO GRÁFICA
Ele chegou da Europa HÁ um ano.
A para indicar tempo futuro:
ORTOGRAFIA OFICIAL
Daqui A dois meses ele aparecerá.
Por Paula Perin dos Santos
Ela voltará daqui A um ano.
O Novo Acordo Ortográfico visa simplificar as regras ortográficas da
FORMAS VARIANTES
Língua Portuguesa e aumentar o prestígio social da língua no cenário
Existem palavras que apresentam duas grafias. Nesse caso, qualquer internacional. Sua implementação no Brasil segue os seguintes parâmetros:
uma delas é considerada correta. Eis alguns exemplos.
2009 – vigência ainda não obrigatória, 2010 a 2012 – adaptação completa
aluguel ou aluguer hem? ou hein?

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dos livros didáticos às novas regras; e a partir de 2013 – vigência obrigató- Só não acentuamos oxítonas terminadas em “I” ou “U”, a não ser que
ria em todo o território nacional. Cabe lembrar que esse “Novo Acordo seja um caso de hiato. Por exemplo: as palavras “baú”, “aí”, “Esaú” e “atraí-
Ortográfico” já se encontrava assinado desde 1990 por oito países que lo” são acentuadas porque as semivogais “i” e “u” estão tônicas nestas
falam a língua portuguesa, inclusive pelo Brasil, mas só agora é que teve palavras.
sua implementação.
2. Acentuamos as palavras paroxítonas quando terminadas em:
É equívoco afirmar que este acordo visa uniformizar a língua, já que
uma língua não existe apenas em função de sua ortografia. Vale lembrar
que a ortografia é apenas um aspecto superficial da escrita da língua, e que
• L – afável, fácil, cônsul, desejável, ágil, incrível.
as diferenças entre o Português falado nos diversos países lusófonos • N – pólen, abdômen, sêmen, abdômen.
subsistirão em questões referentes à pronúncia, vocabulário e gramática. • R – câncer, caráter, néctar, repórter.
Uma língua muda em função de seus falantes e do tempo, não por meio de • X – tórax, látex, ônix, fênix.
Leis ou Acordos. • PS – fórceps, Quéops, bíceps.
• Ã(S) – ímã, órfãs, ímãs, Bálcãs.
A queixa de muitos estudantes e usuários da língua escrita é que, de- • ÃO(S) – órgão, bênção, sótão, órfão.
pois de internalizada uma regra, é difícil “desaprendê-la”. Então, cabe aqui • I(S) – júri, táxi, lápis, grátis, oásis, miosótis.
uma dica: quando se tiver uma dúvida sobre a escrita de alguma palavra, o
ideal é consultar o Novo Acordo (tenha um sempre em fácil acesso) ou, na • ON(S) – náilon, próton, elétrons, cânon.
melhor das hipóteses, use um sinônimo para referir-se a tal palavra. • UM(S) – álbum, fórum, médium, álbuns.
• US – ânus, bônus, vírus, Vênus.
Mostraremos nessa série de artigos o Novo Acordo de uma maneira
descomplicada, apontando como é que fica estabelecido de hoje em diante Também acentuamos as paroxítonas terminadas em ditongos crescen-
a Ortografia Oficial do Português falado no Brasil. tes (semivogal+vogal
semivogal+vogal):
semivogal+vogal
Névoa, infância, tênue, calvície, série, polícia, residência, férias, lírio.
Alfabeto
3. Todas as proparoxítonas são acentuadas.
A influência do inglês no nosso idioma agora é oficial. Há muito tempo
Ex. México, música, mágico, lâmpada, pálido, pálido, sândalo, crisân-
as letras “k”, “w” e “y” faziam parte do nosso idioma, isto não é nenhuma
temo, público, pároco, proparoxítona.
novidade. Elas já apareciam em unidades de medidas, nomes próprios e
palavras importadas do idioma inglês, como:
QUANTO À CLASSIFICAÇÃO DOS ENCONTROS VO
VOCÁLICOS
km – quilômetro,
kg – quilograma
4. Acentuamos as vogais “I” e “U” dos hiatos, quando:
Show, Shakespeare, Byron, Newton, dentre outros.

Trema • Formarem sílabas sozinhos ou com “S”


Não se usa mais o trema em palavras do português. Quem digita muito
textos científicos no computador sabe o quanto dava trabalho escrever
Ex. Ju-í-zo, Lu-ís, ca-fe-í-na, ra-í-zes, sa-í-da, e-go-ís-ta.
linguística, frequência. Ele só vai permanecer em nomes próprios e seus
derivados, de origem estrangeira. Por exemplo, Gisele Bündchen não vai
IMPORTANTE
deixar de usar o trema em seu nome, pois é de origem alemã. (neste caso,
Por que não acentuamos “ba-i-nha”, “fei-u-ra”, “ru-im”, “ca-ir”, “Ra-ul”,
o “ü” lê-se “i”)
se todos são “i” e “u” tônicas, portanto hiatos?

QUANTO À POSIÇÃO DA SÍLABA TÔNICA Porque o “i” tônico de “bainha” vem seguido de NH. O “u” e o “i” tônicos
de “ruim”, “cair” e “Raul” formam sílabas com “m”, “r” e “l” respectivamente.
1. Acentuam-se as oxítonas terminadas em “A”,A”, “E”, “O”, seguidas ou Essas consoantes já soam forte por natureza, tornando naturalmente a
não de “S”
S”,
S” inclusive as formas verbais quando seguidas de “LO(s)” ou sílaba “tônica”, sem precisar de acento que reforce isso.
“LA(s)”.
“LA(s)” Também recebem acento as oxítonas terminadas em ditongos
abertos, como “ÉI”, “ÉU”, “ÓI”,
“ÓI” seguidos ou não de “S” 5. Trema
Não se usa mais o trema em palavras da língua portuguesa. Ele só vai
permanecer em nomes próprios e seus derivados, de origem estrangeira,
Ex. como Bündchen, Müller, mülleriano (neste caso, o “ü” lê-se “i”)

Chá Mês nós 6. Acento Diferencial


Gás Sapé cipó
O acento diferencial permanece nas palavras:
Dará Café avós pôde (passado), pode (presente)
Pará Vocês compôs pôr (verbo), por (preposição)
vatapá pontapés só Nas formas verbais, cuja finalidade é determinar se a 3ª pessoa do
verbo está no singular ou plural:
Aliás português robô
dá-lo vê-lo avó SIN-
SIN-
PLURAL
recuperá-los Conhecê-los pô-los GULAR
guardá-la Fé compô-los Ele
Eles têm
réis (moeda) Véu dói tem
méis céu mói Ele
Eles vêm
pastéis Chapéus anzóis vem
ninguém parabéns Jerusalém
Essa regra se aplica a todos os verbos derivados de “ter” e “vir”, como:
conter, manter, intervir, deter, sobrevir, reter, etc.
Resumindo:

Língua Portuguesa 16 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
DIVISÃO SILÁ
SILÁBICA
Pontuação é o conjunto de sinais gráficos que indica na es
escrita as pau-
pau-
Não se separam as letras que formam os dígrafos CH, NH, LH, QU, sas da linguagem oral.
GU.
2- chave: cha-ve PONTO
aquele: a-que-le O ponto é empregado em geral para indicar o final de uma frase decla-
palha: pa-lha rativa. Ao término de um texto, o ponto é conhecido como final. Nos casos
manhã: ma-nhã comuns ele é chamado de simples.
guizo: gui-zo
Também é usado nas abreviaturas: Sr. (Senhor), d.C. (depois de Cris-
Não se separam as letras dos encontros consonantais que apresentam to), a.C. (antes de Cristo), E.V. (Érico Veríssimo).
a seguinte formação: consoante + L ou consoante + R
2- emblema: em-ble-ma abraço: a-bra-ço PONTO DE INTERROGAÇÃO
reclamar: re-cla-mar recrutar: re-cru-tar É usado para indicar pergunta direta.
flagelo: fla-ge-lo drama: dra-ma Onde está seu irmão?
globo: glo-bo fraco: fra-co
implicar: im-pli-car agrado: a-gra-do Às vezes, pode combinar-se com o ponto de exclamação.
atleta: a-tle-ta atraso: a-tra-so A mim ?! Que ideia!
prato: pra-to

Separam-se as letras dos dígrafos RR, SS, SC, SÇ, XC. PONTO DE EXCLAMAÇÃO
3- correr: cor-rer desçam: des-çam É usado depois das interjeições, locuções ou frases exclamativas.
passar: pas-sar exceto: ex-ce-to Céus! Que injustiça! Oh! Meus amores! Que bela vitória!
fascinar: fas-ci-nar Ó jovens! Lutemos!

Não se separam as letras que representam um ditongo. VÍRGULA


4- mistério: mis-té-rio herdeiro: her-dei-ro A vírgula deve ser empregada toda vez que houver uma pequena pau-
cárie: cá-rie sa na fala. Emprega-se a vírgula:
• Nas datas e nos endereços:
Separam-se as letras que representam um hiato. São Paulo, 17 de setembro de 1989.
5- saúde: sa-ú-de cruel: cru-el Largo do Paissandu, 128.
rainha: ra-i-nha enjoo: en-jo-o • No vocativo e no aposto:
Meninos, prestem atenção!
Não se separam as letras que representam um tritongo. Termópilas, o meu amigo, é escritor.
6- Paraguai: Pa-ra-guai • Nos termos independentes entre si:
saguão: sa-guão O cinema, o teatro, a praia e a música são as suas diversões.
• Com certas expressões explicativas como: isto é, por exemplo. Neste
Consoante não seguida de vogal, no interior da palavra, fica na sílaba caso é usado o duplo emprego da vírgula:
que a antecede. Ontem teve início a maior festa da minha cidade, isto é, a festa da pa-
7- torna: tor-na núpcias: núp-cias droeira.
técnica: téc-ni-ca submeter: sub-me-ter • Após alguns adjuntos adverbiais:
absoluto: ab-so-lu-to perspicaz: pers-pi-caz No dia seguinte, viajamos para o litoral.
• Com certas conjunções. Neste caso também é usado o duplo emprego
Consoante não seguida de vogal, no início da palavra, junta-se à sílaba da vírgula:
que a segue Isso, entretanto, não foi suficiente para agradar o diretor.
8- pneumático: pneu-má-ti-co • Após a primeira parte de um provérbio.
gnomo: gno-mo O que os olhos não vêem, o coração não sente.
psicologia: psi-co-lo-gia • Em alguns casos de termos oclusos:
Eu gostava de maçã, de pêra e de abacate.
No grupo BL, às vezes cada consoante é pronunciada separadamente,
mantendo sua autonomia fonética. Nesse caso, tais consoantes ficam em
sílabas separadas. RETICÊNCIAS
9- sublingual: sub-lin-gual • São usadas para indicar suspensão ou interrupção do pensamento.
sublinhar: sub-li-nhar Não me disseste que era teu pai que ...
sublocar: sub-lo-car • Para realçar uma palavra ou expressão.
Hoje em dia, mulher casa com "pão" e passa fome...
• Para indicar ironia, malícia ou qualquer outro sentimento.
Preste atenção
atenção nas seguintes pala
palavras:
Aqui jaz minha mulher. Agora ela repousa, e eu também...
trei-no so-cie-da-de
gai-o-la ba-lei-a
des-mai-a-do im-bui-a PONTO
PONTO E VÍRGULA
ra-diou-vin-te ca-o-lho • Separar orações coordenadas de certa extensão ou que mantém
te-a-tro co-e-lho alguma simetria entre si.
du-e-lo ví-a-mos "Depois, lracema quebrou a flecha homicida; deu a haste ao desconhe-
a-mné-sia gno-mo cido, guardando consigo a ponta farpada. "
co-lhei-ta quei-jo • Para separar orações coordenadas já marcadas por vírgula ou no seu
pneu-mo-ni-a fe-é-ri-co interior.
dig-no e-nig-ma Eu, apressadamente, queria chamar Socorro; o motorista, porém, mais
e-clip-se Is-ra-el calmo, resolveu o problema sozinho.
mag-nó-lia
DOIS PONTOS
SINAIS DE PONTUAÇÃO • Enunciar a fala dos personagens:
Ele retrucou: Não vês por onde pisas?

Língua Portuguesa 17 A Opção Certa Para a Sua Realização


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• Para indicar uma citação alheia: alguma nota (observação).
Ouvia-se, no meio da confusão, a voz da central de informações de
passageiros do voo das nove: “queiram dirigir-se ao portão de embar- BARRA
que". A barra é muito empregada nas abreviações das datas e em algumas
• Para explicar ou desenvolver melhor uma palavra ou expressão anteri- abreviaturas.
or:
Desastre em Roma: dois trens colidiram frontalmente.
• Enumeração após os apostos: CRASE
Como três tipos de alimento: vegetais, carnes e amido.
Crase é a fusão da preposição A com outro A.
TRAVESSÃO Fomos a a feira ontem = Fomos à feira ontem.
Marca, nos diálogos, a mudança de interlocutor, ou serve para isolar
palavras ou frases EMPREGO DA CRASE
– "Quais são os símbolos da pátria? • em locuções adverbiais:
– Que pátria? à vezes, às pressas, à toa...
– Da nossa pátria, ora bolas!" (P. M Campos). • em locuções prepositivas:
– "Mesmo com o tempo revoltoso - chovia, parava, chovia, parava outra em frente à, à procura de...
vez. • em locuções conjuntivas:
– a claridade devia ser suficiente p'ra mulher ter avistado mais alguma à medida que, à proporção que...
coisa". (M. Palmério). • pronomes demonstrativos: aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo, a,
• Usa-se para separar orações do tipo: as
– Avante!- Gritou o general. Fui ontem àquele restaurante.
– A lua foi alcançada, afinal - cantava o poeta. Falamos apenas àquelas pessoas que estavam no salão:
Refiro-me àquilo e não a isto.
Usa-se também para ligar palavras ou grupo de palavras que formam
uma cadeia de frase: A CRASE É FACULTATIVA
• A estrada de ferro Santos – Jundiaí. • diante de pronomes possessivos femininos:
• A ponte Rio – Niterói. Entreguei o livro a(à) sua secretária .
• A linha aérea São Paulo – Porto Alegre. • diante de substantivos próprios femininos:
Dei o livro à(a) Sônia.
ASPAS
São usadas para: CASOS ESPECIAIS DO USO DA CRASE
• Indicar citações textuais de outra autoria. • Antes dos nomes de localidades, quando tais nomes admitirem o artigo
"A bomba não tem endereço certo." (G. Meireles) A:
• Para indicar palavras ou expressões alheias ao idioma em que se Viajaremos à Colômbia.
expressa o autor: estrangeirismo, gírias, arcaismo, formas populares: (Observe: A Colômbia é bela - Venho da Colômbia)
Há quem goste de “jazz-band”. • Nem todos os nomes de localidades aceitam o artigo: Curitiba, Brasília,
Não achei nada "legal" aquela aula de inglês. Fortaleza, Goiás, Ilhéus, Pelotas, Porto Alegre, São Paulo, Madri, Ve-
• Para enfatizar palavras ou expressões: neza, etc.
Apesar de todo esforço, achei-a “irreconhecível" naquela noite. Viajaremos a Curitiba.
• Títulos de obras literárias ou artísticas, jornais, revistas, etc. (Observe: Curitiba é uma bela cidade - Venho de Curitiba).
"Fogo Morto" é uma obra-prima do regionalismo brasileiro. • Haverá crase se o substantivo vier acompanhado de adjunto que o
• Em casos de ironia: modifique.
A "inteligência" dela me sensibiliza profundamente. Ela se referiu à saudosa Lisboa.
Veja como ele é “educado" - cuspiu no chão. Vou à Curitiba dos meus sonhos.
• Antes de numeral, seguido da palavra "hora", mesmo subentendida:
PARÊNTESES Às 8 e 15 o despertador soou.
Empregamos os parênteses: • Antes de substantivo, quando se puder subentender as palavras “mo-
• Nas indicações bibliográficas. da” ou "maneira":
"Sede assim qualquer coisa. Aos domingos, trajava-se à inglesa.
serena, isenta, fiel". Cortavam-se os cabelos à Príncipe Danilo.
(Meireles, Cecília, "Flor de Poemas"). • Antes da palavra casa, se estiver determinada:
• Nas indicações cênicas dos textos teatrais: Referia-se à Casa Gebara.
"Mãos ao alto! (João automaticamente levanta as mãos, com os olhos • Não há crase quando a palavra "casa" se refere ao próprio lar.
fora das órbitas. Amália se volta)". Não tive tempo de ir a casa apanhar os papéis. (Venho de casa).
(G. Figueiredo) • Antes da palavra "terra", se esta não for antônima de bordo.
• Quando se intercala num texto uma ideia ou indicação acessória: Voltou à terra onde nascera.
"E a jovem (ela tem dezenove anos) poderia mordê-Io, morrendo de Chegamos à terra dos nossos ancestrais.
fome." Mas:
(C. Lispector) Os marinheiros vieram a terra.
• Para isolar orações intercaladas: O comandante desceu a terra.
"Estou certo que eu (se lhe ponho • Se a preposição ATÉ vier seguida de palavra feminina que aceite o
Minha mão na testa alçada) artigo, poderá ou não ocorrer a crase, indiferentemente:
Sou eu para ela." Vou até a (á ) chácara.
(M. Bandeira) Cheguei até a(à) muralha
• A QUE - À QUE
Se, com antecedente masculino ocorrer AO QUE, com o feminino
COLCHETES [ ] ocorrerá crase:
Os colchetes são muito empregados na linguagem científica. Houve um palpite anterior ao que você deu.
Houve uma sugestão anterior à que você deu.
ASTERISCO Se, com antecedente masculino, ocorrer A QUE, com o feminino não
O asterisco é muito empregado para chamar a atenção do leitor para ocorrerá crase.

Língua Portuguesa 18 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Não gostei do filme a que você se referia. Antonímia:
Antonímia É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais
Não gostei da peça a que você se referia. que apresentam significados diferentes, contrários, isto é, os antônimos:
O mesmo fenômeno de crase (preposição A) - pronome demonstrativo Exemplos: Economizar - gastar / Bem - mal / Bom - ruim.
A que ocorre antes do QUE (pronome relativo), pode ocorrer antes do
de: Homonímia:
Homonímia É a relação entre duas ou mais palavras que, apesar de
Meu palpite é igual ao de todos possuírem significados diferentes, possuem a mesma estrutura fonológica,
Minha opinião é igual à de todos. ou seja, os homônimos:
As homônimas podem ser:
NÃO OCORRE CRASE Homógrafas:
Homógrafas palavras iguais na escrita e diferentes na pronúncia.
• antes de nomes masculinos: Exemplos: gosto (substantivo) - gosto / (1ª pessoa singular presente
Andei a pé. indicativo do verbo gostar) / conserto (substantivo) - conserto (1ª pessoa
Andamos a cavalo. singular presente indicativo do verbo consertar);
• antes de verbos:
Ela começa a chorar. Homófonas:
Homófonas palavras iguais na pronúncia e diferentes na escrita.
Cheguei a escrever um poema. Exemplos: cela (substantivo) - sela (verbo) / cessão (substantivo) - sessão
• em expressões formadas por palavras repetidas: (substantivo) / cerrar (verbo) - serrar ( verbo);
Estamos cara a cara.
• antes de pronomes de tratamento, exceto senhora, senhorita e dona: Perfeitas:
Perfeitas palavras iguais na pronúncia e na escrita. Exemplos: cura
Dirigiu-se a V. Sa com aspereza. (verbo) - cura (substantivo) / verão (verbo) - verão (substantivo) / cedo
Escrevi a Vossa Excelência. (verbo) - cedo (advérbio);
Dirigiu-se gentilmente à senhora. Paronímia:
Paronímia É a relação que se estabelece entre duas ou mais
• quando um A (sem o S de plural) preceder um nome plural: palavras que possuem significados diferentes, mas são muito parecidas na
Não falo a pessoas estranhas. pronúncia e na escrita, isto é, os parônimos: Exemplos: cavaleiro -
Jamais vamos a festas. cavalheiro / absolver - absorver / comprimento - cumprimento/ aura
(atmosfera) - áurea (dourada)/ conjectura (suposição) - conjuntura (situação
SINÔNIMOS, ANTÔNIMOS E PARÔNIMOS. SENTIDO PRÓ
PRÓPRIO decorrente dos acontecimentos)/ descriminar (desculpabilizar) - discriminar
E FIGU
FIGURADO DAS PALAVRAS. (diferenciar)/ desfolhar (tirar ou perder as folhas) - folhear (passar as folhas
de uma publicação)/ despercebido (não notado) - desapercebido
SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS (desacautelado)/ geminada (duplicada) - germinada (que germinou)/ mugir
(soltar mugidos) - mungir (ordenhar)/ percursor (que percorre) - precursor
(que antecipa os outros)/ sobrescrever (endereçar) - subscrever (aprovar,
Semântica assinar)/ veicular (transmitir) - vincular (ligar) / descrição - discrição /
onicolor - unicolor.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Polissemia:
Polissemia É a propriedade que uma mesma palavra tem de
apresentar vários significados. Exemplos: Ele ocupa um alto posto na
empresa. / Abasteci meu carro no posto da esquina. / Os convites eram de
graça. / Os fiéis agradecem a graça recebida.
Homonímia:
Homonímia Identidade fonética entre formas de significados e
origem completamente distintos. Exemplos: São(Presente do verbo ser) -
São (santo)
Conotação e Denotação:
Conotação é o uso da palavra com um significado diferente do
original, criado pelo contexto. Exemplos: Você tem um coração de pedra.
Denotação é o uso da palavra com o seu sentido original.
Exemplos: Pedra é um corpo duro e sólido, da natureza das rochas.
Semântica (do grego σηηαητηηηη, sηmantiká, plural neutro de sηmantikós,
Semântica Sinônimo
derivado de sema, sinal), é o estudo do significado. Incide sobre a relação
entre significantes, tais como palavras, frases, sinais e símbolos, e o que Sinônimo é o nome que se dá à palavra que tenha significado idêntico
eles representam, a sua denotação. ou muito semelhante à outra. Exemplos: carro e automóvel, cão e cachorro.
O conhecimento e o uso dos sinônimos é importante para que se evitem
A semântica linguística estuda o significado usado por seres humanos repetições desnecessárias na construção de textos, evitando que se tornem
para se expressar através da linguagem. Outras formas de semântica enfadonhos.
incluem a semântica nas linguagens de programação, lógica formal,
e semiótica. Eufemismo
A semântica contrapõe-se com frequência à sintaxe, caso em que a Alguns sinônimos são também utilizados para minimizar o impacto,
primeira se ocupa do que algo significa, enquanto a segunda se debruça normalmente negativo, de algumas palavras (figura de linguagem
sobre as estruturas ou padrões formais do modo como esse algo conhecida como eufemismo).
é expresso(por exemplo, escritos ou falados). Dependendo da concepção Exemplos:
de significado que se tenha, têm-se diferentes semânticas. A semântica • gordo - obeso
formal, a semântica da enunciação ou argumentativa e a semântica • morrer - falecer
cognitiva, fenômeno, mas com conceitos e enfoques diferentes.
Sinônimos Perfeitos e Imperfeitos
Na língua portuguesa, o significado das palavras leva em consideração:
Os sinônimos podem ser perfeitos ou imperfeitos.
Sinonímia:
Sinonímia É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais Sinônimos Perfeitos
que apresentam significados iguais ou semelhantes, ou seja, os sinônimos: Se o significado é idêntico.
Exemplos: Cômico - engraçado / Débil - fraco, frágil / Distante - afastado, Exemplos:
remoto. • avaro – avarento,
• léxico – vocabulário,

Língua Portuguesa 19 A Opção Certa Para a Sua Realização


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• falecer – morrer,
• escarradeira – cuspideira, Homógrafo
Homógrafos são palavras iguais ou parecidas na escrita e diferentes na
• língua – idioma
pronúncia.
• catorze - quatorze Exemplos
• rego (subst.) e rego (verbo);
Sinônimos Imperfeitos
Se os signIficados são próximos, porém não idênticos. • colher (verbo) e colher (subst.);
Exemplos: córrego – riacho, belo – formoso • jogo (subst.) e jogo (verbo);
• Sede: lugar e Sede: avidez;
Antônimo
Antônimo • Seca: pôr a secar e Seca: falta de água.
Antônimo é o nome que se dá à palavra que tenha significado contrário Homófono
(também oposto ou inverso) à outra. Palavras homófonas são palavras de pronúncias iguais. Existem dois
O emprego de antônimos na construção de frases pode ser um recurso tipos de palavras homófonas, que são:
estilístico que confere ao trecho empregado uma forma mais erudita ou que • Homófonas heterográficas
chame atenção do leitor ou do ouvinte.
• Homófonas homográficas
Pala-
Pala- Homófonas heterográficas
Antônimo
vra Como o nome já diz, são palavras homófonas (iguais na pronúncia), mas
aberto fechado heterográficas (diferentes na escrita).
alto baixo Exemplos
cozer / coser;
bem mal cozido / cosido;
bom mau censo / senso
bonito feio consertar / concertar
conselho / concelho
de-
de menos paço / passo
mais
noz / nós
doce salgado hera / era
forte fraco ouve / houve
gordo magro voz / vós
cem / sem
salga- acento / assento
insosso
do Homófonas homográficas
amor ódio Como o nome já diz, são palavras homófonas (iguais na pronúncia), e
seco molhado homográficas (iguais na escrita).
Exemplos
grosso fino
Ele janta (verbo) / A janta está pronta (substantivo); No caso,
duro mole janta é inexistente na língua portuguesa por enquanto, já que
doce amargo deriva do substantivo jantar, e está classificado como
gran- neologismo.
pequeno Eu passeio pela rua (verbo) / O passeio que fizemos foi bonito
de
(substantivo).
sober-
humildade
ba Parônimo
louvar censurar Parônimo é uma palavra que apresenta sentido diferente e forma
bendi- semelhante a outra, que provoca, com alguma frequência, confusão. Essas
maldizer palavras apresentam grafia e pronúncia parecida, mas com significados
zer
diferentes.
ativo inativo O parônimos pode ser também palavras homófonas, ou seja, a
simpá- pronúncia de palavras parônimas pode ser a mesma.Palavras parônimas
antipático
tico são aquelas que têm grafia e pronúncia parecida.
pro- Exemplos
regredir Veja alguns exemplos de palavras parônimas:
gredir
acender.
acender verbo - ascender.
ascender subir
rápido lento
acento.
acento inflexão tônica - assento.
assento dispositivo para sentar-se
sair entrar cartola.
cartola chapéu alto - quartola.
quartola pequena pipa
sozi- acompa- comprimento.
comprimento extensão - cumprimento.
cumprimento saudação
nho nhado coro (cantores) - couro (pele de animal)
con- deferimento.
deferimento concessão - diferimento.
diferimento adiamento
discórdia delatar.
delatar denunciar - dilatar.
dilatar retardar, estender
córdia
descrição.
descrição representação - discrição.
discrição reserva
pesa- descriminar.
descriminar inocentar - discriminar.
discriminar distinguir
leve
do despensa.
despensa compartimento - dispensa.
dispensa desobriga
quente frio destratar.
destratar insultar - distratar.
distratar desfazer(contrato)
pre- emergir.
emergir vir à tona - imergir.
imergir mergulhar
ausente eminência.
eminência altura, excelência - iminência.
iminência proximidade de ocorrência
sente
emitir.
emitir lançar fora de si - imitir.
imitir fazer entrar
escuro claro
enfestar.
enfestar dobrar ao meio - infestar.
infestar assolar
inveja admiração enformar.
enformar meter em fôrma - informar.
informar avisar
entender.
entender compreender - intender.
intender exercer vigilância
lenimento.
lenimento suavizante - linimento.
linimento medicamento para fricções
migrar.
migrar mudar de um local para outro - emigrar. emigrar deixar um país para
morar em outro - imigrar.
imigrar entrar num país vindo de outro

Língua Portuguesa 20 A Opção Certa Para a Sua Realização


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peão.
peão que anda a pé - pião.
pião espécie de brinquedo • palavras derivadas - derivam de outras (casebre, florzinha)
recrear.
recrear divertir - recriar.
recriar criar de novo
se.
se pronome átono, conjugação - si. si espécie de brinquedo • palavras simples - só possuem um radical (couve, flor)
vadear.
vadear passar o vau - vadiar.
vadiar passar vida ociosa
venoso.
venoso relativo a veias - vinoso.
vinoso que produz vinho • palavras
palavras compostas - possuem mais de um radical (couve-flor, a-
vez.
vez ocasião, momento - vês. vês verbo ver na 2ª pessoa do singular guardente)
Para a formação das palavras portuguesas, é necessário o conheci-
DENOTAÇAO E CONOTAÇAO mento dos seguintes processos de formação:
A denotação é a propriedade que possui uma palavra de limitar-se a Composição - processo em que ocorre a junção de dois ou mais radi-
seu próprio conceito, de trazer apenas o seu significado primitivo, original. cais. São dois tipos de composição.

A conotação é a propriedade que possui uma palavra de ampliar-se • justaposição: quando não ocorre a alteração fonética (girassol, sex-
no seu campo semântico, dentro de um contexto, podendo causar várias ta-feira);
interpretações. • aglutinação: quando ocorre a alteração fonética, com perda de e-
lementos (pernalta, de perna + alta).
Observe os exemplos
Denotação Derivação - processo em que a palavra primitiva (1º radical) sofre o a-
As estrelas do céu. Vesti-me de verde. O fogo do isqueiro. créscimo de afixos. São cinco tipos de derivação.

Conotação • prefixal: acréscimo de prefixo à palavra primitiva (in-útil);


As estrelas do cinema.
O jardim vestiu-se de flores
• sufixal: acréscimo de sufixo à palavra primitiva (clara-mente);
O fogo da paixão • parassintética ou parassíntese: acréscimo simultâneo de prefixo e
sufixo, à palavra primitiva (em + lata + ado). Esse processo é responsável
SENTIDO PRÓPRIO E SENTIDO FIGURADO pela formação de verbos, de base substantiva ou adjetiva;

As palavras podem ser empregadas no sentido próprio ou no sentido • regressiva: redução da palavra primitiva. Nesse processo forma-se
figurado: substantivos abstratos por derivação regressiva de formas verbais (ajuda /
Construí um muro de pedra - sentido próprio de ajudar);
Maria tem um coração de pedra – sentido figurado. • imprópria: é a alteração da classe gramatical da palavra primitiva
A água pingava lentamente – sentido próprio. ("o jantar" - de verbo para substantivo, "é um judas" - de substantivo próprio
a comum).
ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS.
Além desses processos, a língua portuguesa também possui outros
As palavras, em Língua Portuguesa, podem ser decompostas em vários processos para formação de palavras, como:
elementos chamados elementos mórficos ou elementos de estrutura das • Hibridismo:
Hibridismo: são palavras compostas, ou derivadas, constituídas por
palavras. elementos originários de línguas diferentes (automóvel e monóculo, grego e
latim / sociologia, bígamo, bicicleta, latim e grego / alcalóide, alcoômetro,
Exs.: árabe e grego / caiporismo: tupi e grego / bananal - africano e latino / sam-
cinzeiro = cinza + eiro bódromo - africano e grego / burocracia - francês e grego);
endoidecer = en + doido + ecer
predizer = pre + dizer • Onomatopéia:
Onomatopéia: reprodução imitativa de sons (pingue-pingue, zun-
zum, miau);
Os principais elementos móficos são :
• Abreviação vocabular:
vocabular: redução da palavra até o limite de sua com-
RADICAL preensão (metrô, moto, pneu, extra, dr., obs.)
É o elemento mórfico em que está a ideia principal da palavra.
• Siglas:
Siglas: a formação de siglas utiliza as letras iniciais de uma se-
Exs.: amarelecer = amarelo + ecer
quência de palavras (Academia Brasileira de Letras - ABL). A partir de
enterrar = en + terra + ar
siglas, formam-se outras palavras também (aidético, petista)
pronome = pro + nome
• Neologismo:
Neologismo: nome dado ao processo de criação de novas palavras,
PREFIXO ou para palavras que adquirem um novo significado. pciconcursos
É o elemento mórfico que vem antes do radical.
Exs.: anti - herói in - feliz
EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS: SUBSTANTIVO, AD-AD-
SUFIXO JETIVO, NUMERAL, PRONOME, VERBO, ADVÉRBIO, PRE
PREPOSI-
POSI-
É o elemento mórfico que vem depois do radical. ÇÃO, CONJUNÇÃO (CLASSIFICAÇÃO
(CLASSIFICAÇÃO E SENTIDO QUE IMPRI-
IMPRI-
Exs.: med - onho cear – ense MEM ÀS RELAÇÕES ENTRE AS ORAÇÕES).

FORMAÇÃO DAS PALAVRAS SUBSTANTIVOS

As palavras estão em constante processo de evolução, o que torna a Substantivo é a palavra variável em gênero, número e grau, que dá nome
língua um fenômeno vivo que acompanha o homem. Por isso alguns vocá- aos seres em geral.
bulos caem em desuso (arcaísmos), enquanto outros nascem (neologis-
mos) e outros mudam de significado com o passar do tempo. São, portanto, substantivos.
a) os nomes de coisas, pessoas, animais e lugares: livro, cadeira, cachorra,
Na Língua Portuguesa, em função da estruturação e origem das pala- Valéria, Talita, Humberto, Paris, Roma, Descalvado.
vras encontramos a seguinte divisão: b) os nomes de ações, estados ou qualidades, tomados como seres: traba-
lho, corrida, tristeza beleza altura.
• palavras primitivas - não derivam de outras (casa, flor)

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CLASSIFICAÇÃO DOS SUBSTANTIVOS esquadrilha - de aviões
a) COMUM - quando designa genericamente qualquer elemento da espécie: falange - de soldados, de anjos
rio, cidade, pais, menino, aluno farândola - de maltrapilhos
b) PRÓPRIO - quando designa especificamente um determinado elemento. fato - de cabras
Os substantivos próprios são sempre grafados com inicial maiúscula: To- fauna - de animais de uma região
cantins, Porto Alegre, Brasil, Martini, Nair. feixe - de lenha, de raios luminosos
c) CONCRETO - quando designa os seres de existência real ou não, propri- flora - de vegetais de uma região
amente ditos, tais como: coisas, pessoas, animais, lugares, etc. Verifique frota - de navios mercantes, de táxis, de ônibus
que é sempre possível visualizar em nossa mente o substantivo concreto, girândola - de fogos de artifício
mesmo que ele não possua existência real: casa, cadeira, caneta, fada, horda - de invasores, de selvagens, de bárbaros
bruxa, saci. junta - de bois, médicos, de examinadores
d) ABSTRATO - quando designa as coisas que não existem por si, isto é, só júri - de jurados
existem em nossa consciência, como fruto de uma abstração, sendo, legião - de anjos, de soldados, de demônios
pois, impossível visualizá-lo como um ser. Os substantivos abstratos vão, malta - de desordeiros
portanto, designar ações, estados ou qualidades, tomados como seres: manada - de bois, de elefantes
trabalho, corrida, estudo, altura, largura, beleza. matilha - de cães de caça
Os substantivos abstratos, via de regra, são derivados de verbos ou adje- ninhada - de pintos
tivos nuvem - de gafanhotos, de fumaça
trabalhar - trabalho panapaná - de borboletas
correr - corrida pelotão - de soldados
alto - altura penca - de bananas, de chaves
belo - beleza pinacoteca - de pinturas
plantel - de animais de raça, de atletas
FORMAÇÃO DOS SUBSTAN
SUBSTANTIVOS quadrilha - de ladrões, de bandidos
a) PRIMITIVO: quando não provém de outra palavra existente na língua ramalhete - de flores
portuguesa: flor, pedra, ferro, casa, jornal. réstia - de alhos, de cebolas
b) DERIVADO: quando provem de outra palavra da língua portuguesa: récua - de animais de carga
florista, pedreiro, ferreiro, casebre, jornaleiro. romanceiro - de poesias populares
c) SIMPLES: quando é formado por um só radical: água, pé, couve, ódio, resma - de papel
tempo, sol. revoada - de pássaros
d) COMPOSTO: quando é formado por mais de um radical: água-de- súcia - de pessoas desonestas
colônia, pé-de-moleque, couve-flor, amor-perfeito, girassol. vara - de porcos
vocabulário - de palavras
COLETIVOS
Coletivo é o substantivo que, mesmo sendo singular, designa um grupo
FLEXÃO DOS SUBSTAN
SUBSTANTIVOS
Como já assinalamos, os substantivos variam de gênero, número e
de seres da mesma espécie.
grau.
Veja alguns coletivos que merecem desta
destaque:
alavão - de ovelhas leiteiras Gênero
alcateia - de lobos Em Português, o substantivo pode ser do gênero masculino ou femini-
álbum - de fotografias, de selos no: o lápis, o caderno, a borracha, a caneta.
antologia - de trechos literários escolhidos
armada - de navios de guerra Podemos classificar os substantivos em:
armento - de gado grande (búfalo, elefantes, etc) a) SUBSTANTIVOS BIFORMES, são os que apresentam duas formas, uma
arquipélago - de ilhas para o masculino, outra para o feminino:
assembleia - de parlamentares, de membros de associações aluno/aluna homem/mulher
atilho - de espigas de milho menino /menina carneiro/ovelha
atlas - de cartas geográficas, de mapas Quando a mudança de gênero não é marcada pela desinência, mas pe-
banca - de examinadores la alteração do radical, o substantivo denomina-se heterônimo:
bandeira - de garimpeiros, de exploradores de minérios padrinho/madrinha bode/cabra
bando - de aves, de pessoal em geral cavaleiro/amazona pai/mãe
cabido - de cônegos
cacho - de uvas, de bananas b) SUBSTANTIVOS UNIFORMES: são os que apresentam uma única
cáfila - de camelos forma, tanto para o masculino como para o feminino. Subdividem-se
cambada - de ladrões, de caranguejos, de chaves em:
cancioneiro - de poemas, de canções 1. Substantivos epicenos: são substantivos uniformes, que designam
caravana - de viajantes animais: onça, jacaré, tigre, borboleta, foca.
cardume - de peixes Caso se queira fazer a distinção entre o masculino e o feminino, deve-
clero - de sacerdotes mos acrescentar as palavras macho ou fêmea: onça macho, jacaré fê-
colmeia - de abelhas mea
concílio - de bispos 2. Substantivos comuns de dois gêneros: são substantivos uniformes que
conclave - de cardeais em reunião para eleger o papa designam pessoas. Neste caso, a diferença de gênero é feita pelo arti-
congregação - de professores, de religiosos go, ou outro determinante qualquer: o artista, a artista, o estudante, a
congresso - de parlamentares, de cientistas estudante, este dentista.
conselho - de ministros 3. Substantivos sobrecomuns: são substantivos uniformes que designam
consistório - de cardeais sob a presidência do papa pessoas. Neste caso, a diferença de gênero não é especificada por ar-
constelação - de estrelas tigos ou outros determinantes, que serão invariáveis: a criança, o côn-
corja - de vadios juge, a pessoa, a criatura.
elenco - de artistas Caso se queira especificar o gênero, procede-se assim:
enxame - de abelhas uma criança do sexo masculino / o cônjuge do sexo feminino.
enxoval - de roupas
esquadra - de navios de guerra AIguns substantivos que apresentam problema quanto ao Gênero:

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Plural dos Nomes Compostos
São masculinos
masculinos femiininos
São fem
o anátema o grama (unidade de peso) a abusão a derme 1. Somente o último elemento varia:
o telefonema o dó (pena, compaixão) a aluvião a omoplata a) nos compostos grafados sem hífen: aguardente, aguardentes; clara-
o teorema o ágape a análise a usucapião boia, claraboias; malmequer, malmequeres; vaivém, vaivéns;
o trema o caudal a cal a bacanal
o edema o champanha a cataplasma a líbido b) nos compostos com os prefixos grão, grã e bel: grão-mestre, grão-
o eclipse o alvará a dinamite a sentinela mestres; grã-cruz, grã-cruzes; bel-prazer, bel-prazeres;
o lança-perfume o formicida a comichão a hélice c) nos compostos de verbo ou palavra invariável seguida de substantivo
o fibroma o guaraná a aguardente
o estratagema o plasma
ou adjetivo: beija-flor, beija-flores; quebra-sol, quebra-sóis; guarda-
o proclama o clã comida, guarda-comidas; vice-reitor, vice-reitores; sempre-viva, sem-
pre-vivas. Nos compostos de palavras repetidas mela-mela, mela-
Mudança de Gênero com mudança de sen
sentido melas; recoreco, recorecos; tique-tique, tique-tiques)
Alguns substantivos, quando mudam de gênero, mudam de sentido.
2. Somente o primeiro elemento é flexio
flexionado:
Veja alguns exemplos: a) nos compostos ligados por preposição: copo-de-leite, copos-de-leite;
o cabeça (o chefe, o líder) a cabeça (parte do corpo) pinho-de-riga, pinhos-de-riga; pé-de-meia, pés-de-meia; burro-sem-
o capital (dinheiro, bens) a capital (cidade principal) rabo, burros-sem-rabo;
o rádio (aparelho receptor) a rádio (estação transmissora) b) nos compostos de dois substantivos, o segundo indicando finalidade
o moral (ânimo) a moral (parte da Filosofia, conclusão) ou limitando a significação do primeiro: pombo-correio, pombos-
o lotação (veículo) a lotação (capacidade) correio; navio-escola, navios-escola; peixe-espada, peixes-espada;
o lente (o professor) a lente (vidro de aumento) banana-maçã, bananas-maçã.
A tendência moderna é de pluralizar os dois elementos: pombos-
Plural dos Nomes Simples correios, homens-rãs, navios-escolas, etc.
1. Aos substantivos terminados em vogal ou ditongo acrescenta-se S: casa,
casas; pai, pais; imã, imãs; mãe, mães. 3. Ambos os elementos são flexiona
flexionados:
2. Os substantivos terminados em ÃO formam o plural em: a) nos compostos de substantivo + substantivo: couve-flor, couves-
a) ÕES (a maioria deles e todos os aumentativos): balcão, balcões; coração, flores; redator-chefe, redatores-chefes; carta-compromisso, cartas-
corações; grandalhão, grandalhões. compromissos.
b) ÃES (um pequeno número): cão, cães; capitão, capitães; guardião, b) nos compostos de substantivo + adjetivo (ou vice-versa): amor-
guardiães. perfeito, amores-perfeitos; gentil-homem, gentis-homens; cara-pálida,
c) ÃOS (todos os paroxítonos e um pequeno número de oxítonos): cristão, caras-pálidas.
cristãos; irmão, irmãos; órfão, órfãos; sótão, sótãos.
São invariáveis:
Muitos substantivos com esta terminação apresentam mais de uma forma a) os compostos de verbo + advérbio: o fala-pouco, os fala-pouco; o pi-
de plural: aldeão, aldeãos ou aldeães; charlatão, charlatões ou charlatães; sa-mansinho, os pisa-mansinho; o cola-tudo, os cola-tudo;
ermitão, ermitãos ou ermitães; tabelião, tabeliões ou tabeliães, etc. b) as expressões substantivas: o chove-não-molha, os chove-não-
molha; o não-bebe-nem-desocupa-o-copo, os não-bebe-nem-
3. Os substantivos terminados em M mudam o M para NS. armazém, desocupa-o-copo;
armazéns; harém, haréns; jejum, jejuns. c) os compostos de verbos antônimos: o leva-e-traz, os leva-e-traz; o
4. Aos substantivos terminados em R, Z e N acrescenta-se-lhes ES: lar, perde-ganha, os perde-ganha.
lares; xadrez, xadrezes; abdômen, abdomens (ou abdômenes); hífen, hí- Obs: Alguns compostos admitem mais de um plural, como é o caso
fens (ou hífenes). por exemplo, de: fruta-pão, fruta-pães ou frutas-pães; guarda-
Obs: caráter, caracteres; Lúcifer, Lúciferes; cânon, cânones. marinha, guarda-marinhas ou guardas-marinhas; padre-nosso, pa-
5. Os substantivos terminados em AL, EL, OL e UL o l por is: animal, ani- dres-nossos ou padre-nossos; salvo-conduto, salvos-condutos ou
mais; papel, papéis; anzol, anzóis; paul, pauis. salvo-condutos; xeque-mate, xeques-mates ou xeques-mate.
Obs.: mal, males; real (moeda), reais; cônsul, cônsules.
6. Os substantivos paroxítonos terminados em IL fazem o plural em: fóssil, Adjetivos Compostos
fósseis; réptil, répteis. Nos adjetivos compostos, apenas o último elemento se flexiona.
Os substantivos oxítonos terminados em IL mudam o l para S: barril, bar- Ex.:histórico-geográfico, histórico-geográficos; latino-americanos, latino-
ris; fuzil, fuzis; projétil, projéteis. americanos; cívico-militar, cívico-militares.
7. Os substantivos terminados em S são invariáveis, quando paroxítonos: o 1) Os adjetivos compostos referentes a cores são invariáveis, quando o
pires, os pires; o lápis, os lápis. Quando oxítonas ou monossílabos tôni- segundo elemento é um substantivo: lentes verde-garrafa, tecidos
cos, junta-se-lhes ES, retira-se o acento gráfico, português, portugueses; amarelo-ouro, paredes azul-piscina.
burguês, burgueses; mês, meses; ás, ases. 2) No adjetivo composto surdo-mudo, os dois elementos variam: sur-
São invariáveis: o cais, os cais; o xis, os xis. São invariáveis, também, os dos-mudos > surdas-mudas.
substantivos terminados em X com valor de KS: o tórax, os tórax; o ônix, 3) O composto azul-marinho é invariável: gravatas azul-marinho.
os ônix.
8. Os diminutivos em ZINHO e ZITO fazem o plural flexionando-se o subs-
tantivo primitivo e o sufixo, suprimindo-se, porém, o S do substantivo pri- Graus do substantivo
mitivo: coração, coraçõezinhos; papelzinho, papeizinhos; cãozinho, cãezi- Dois são os graus do substantivo - o aumentativo e o diminutivo, os quais
tos. podem ser: sintéticos ou analíticos.

Substantivos só usados no plural Analítico


afazeres anais Utiliza-se um adjetivo que indique o aumento ou a diminuição do tama-
arredores belas-artes nho: boca pequena, prédio imenso, livro grande.
cãs condolências
confins exéquias Sintético
férias fezes Constrói-se com o auxílio de sufixos nominais aqui apresentados.
núpcias óculos
olheiras pêsames
viveres copas, espadas, ouros e paus (naipes) Principais sufixos aumentativos
AÇA, AÇO, ALHÃO, ANZIL, ÃO, ARÉU, ARRA, ARRÃO, ASTRO, ÁZIO,
ORRA, AZ, UÇA. Ex.: A barcaça, ricaço, grandalhão, corpanzil, caldeirão,

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povaréu, bocarra, homenzarrão, poetastro, copázio, cabeçorra, lobaz, dentu- lentes côncavo-convexas
ça. camisa verde-clara
camisas verde-claras
sapato marrom-escuro
Principais Sufixos Diminutivos sapatos marrom-escuros
ACHO, CHULO, EBRE, ECO, EJO, ELA, ETE, ETO, ICO, TIM, ZINHO, Observações:
ISCO, ITO, OLA, OTE, UCHO, ULO, ÚNCULO, ULA, USCO. Exs.: lobacho, 1) Se o último elemento for substantivo, o adjetivo composto fica invariável:
montículo, casebre, livresco, arejo, viela, vagonete, poemeto, burrico, flautim, camisa verde-abacate camisas verde-abacate
pratinho, florzinha, chuvisco, rapazito, bandeirola, saiote, papelucho, glóbulo, sapato marrom-café sapatos marrom-café
homúncula, apícula, velhusco. blusa amarelo-ouro blusas amarelo-ouro
2) Os adjetivos compostos azul-marinho e azul-celeste ficam invariáveis:
blusa azul-marinho blusas azul-marinho
Observações: camisa azul-celeste camisas azul-celeste
• Alguns aumentativos e diminutivos, em determinados contextos, adqui- 3) No adjetivo composto (como já vimos) surdo-mudo, ambos os elementos
rem valor pejorativo: medicastro, poetastro, velhusco, mulherzinha, etc. variam:
menino surdo-mudo meninos surdos-mudos
Outros associam o valor aumentativo ao coletivo: povaréu, fogaréu, etc.
menina surda-muda meninas surdas-mudas
• É usual o emprego dos sufixos diminutivos dando às palavras valor afe-
tivo: Joãozinho, amorzinho, etc.
• Há casos em que o sufixo aumentativo ou diminutivo é meramente for- Graus do Adjetivo
mal, pois não dão à palavra nenhum daqueles dois sentidos: cartaz, As variações de intensidade significativa dos adjetivos podem ser ex-
ferrão, papelão, cartão, folhinha, etc. pressas em dois graus:
• Muitos adjetivos flexionam-se para indicar os graus aumentativo e di- - o comparativo
minutivo, quase sempre de maneira afetiva: bonitinho, grandinho, bon- - o superlativo
zinho, pequenito.
Comparativo
Apresentamos alguns substantivos heterônimos ou desconexos. Em lu- Ao compararmos a qualidade de um ser com a de outro, ou com uma
gar de indicarem o gênero pela flexão ou pelo artigo, apresentam radicais outra qualidade que o próprio ser possui, podemos concluir que ela é igual,
diferentes para designar o sexo: superior ou inferior. Daí os três tipos de comparativo:
bode - cabra genro - nora - Comparativo de igualdade:
burro - besta padre - madre O espelho é tão valioso como (ou quanto) o vitral.
carneiro - ovelha padrasto - madrasta Pedro é tão saudável como (ou quanto) inteligente.
cão - cadela padrinho - madrinha - Comparativo de superioridade:
cavalheiro - dama pai - mãe O aço é mais resistente que (ou do que) o ferro.
compadre - comadre veado - cerva Este automóvel é mais confortável que (ou do que) econômico.
frade - freira zangão - abelha - Comparativo de inferioridade:
frei – soror etc. A prata é menos valiosa que (ou do que) o ouro.
Este automóvel é menos econômico que (ou do que) confortável.
ADJETIVOS
Ao expressarmos uma qualidade no seu mais elevado grau de intensi-
dade, usamos o superlativo, que pode ser absoluto ou relativo:
FLEXÃO DOS ADJETIVOS - Superlativo absoluto
Neste caso não comparamos a qualidade com a de outro ser:
Gênero Esta cidade é poluidíssima.
Quanto ao gênero, o adjetivo pode ser: Esta cidade é muito poluída.
a) Uniforme: quando apresenta uma única forma para os dois gêne- - Superlativo relativo
ros: homem inteligente - mulher inteligente; homem simples - mu- Consideramos o elevado grau de uma qualidade, relacionando-a a
lher simples; aluno feliz - aluna feliz. outros seres:
b) Biforme: quando apresenta duas formas: uma para o masculino, ou- Este rio é o mais poluído de todos.
tra para o feminino: homem simpático / mulher simpática / homem Este rio é o menos poluído de todos.
alto / mulher alta / aluno estudioso / aluna estudiosa
Observe que o superlativo absoluto pode ser sintético ou analítico:
Observação: no que se refere ao gênero, a flexão dos adjetivos é se- - Analítico: expresso com o auxílio de um advérbio de intensidade -
melhante a dos substantivos. muito trabalhador, excessivamente frágil, etc.
- Sintético: expresso por uma só palavra (adjetivo + sufixo) – anti-
Número quíssimo: cristianíssimo, sapientíssimo, etc.
a) Adjetivo simples
Os adjetivos simples formam o plural da mesma maneira que os Os adjetivos: bom, mau, grande e pequeno possuem, para o compara-
substantivos simples: tivo e o superlativo, as seguintes formas especiais:
pessoa honesta pessoas honestas NORMAL COM. SUP. SUPERLATIVO
regra fácil regras fáceis ABSOLUTO
homem feliz homens felizes RELATIVO
Observação: os substantivos empregados como adjetivos ficam in- bom melhor ótimo
variáveis: melhor
blusa vinho blusas vinho mau pior péssimo
camisa rosa camisas rosa pior
b) Adjetivos compostos grande maior máximo
Como regra geral, nos adjetivos compostos somente o último ele- maior
mento varia, tanto em gênero quanto em número: pequeno menor mínimo
acordos sócio-político-econômico menor
acordos sócio-político-econômicos
causa sócio-político-econômica
causas sócio-político-econômicas Eis, para consulta, alguns superlativos absolutos sintéticos:
acordo luso-franco-brasileiro acre - acérrimo ágil - agílimo
acordo luso-franco-brasileiros agradável - agradabilíssimo agudo - acutíssimo
lente côncavo-convexa amargo - amaríssimo amável - amabilíssimo

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amigo - amicíssimo antigo - antiquíssimo
áspero - aspérrimo atroz - atrocíssimo Locuções Adjetivas
audaz - audacíssimo benéfico - beneficentíssimo As expressões de valor adjetivo, formadas de preposições mais subs-
benévolo - benevolentíssimo capaz - capacíssimo tantivos, chamam-se LOCUÇÕES ADJETIVAS. Estas, geralmente, podem
célebre - celebérrimo cristão - cristianíssimo ser substituídas por um adjetivo correspondente.
cruel - crudelíssimo doce - dulcíssimo
eficaz - eficacíssimo feroz - ferocíssimo PRONO
PRONOMES
fiel - fidelíssimo frágil - fragilíssimo
frio - frigidíssimo humilde - humílimo (humildíssimo)
incrível - incredibilíssimo inimigo - inimicíssimo Pronome é a palavra variável em gênero, número e pessoa, que repre-
íntegro - integérrimo jovem - juveníssimo senta ou acompanha o substantivo, indicando-o como pessoa do discurso.
livre - libérrimo magnífico - magnificentíssimo Quando o pronome representa o substantivo, dizemos tratar-se de pronome
magro - macérrimo maléfico - maleficentíssimo substantivo.
manso - mansuetíssimo miúdo - minutíssimo • Ele chegou. (ele)
negro - nigérrimo (negríssimo) nobre - nobilíssimo • Convidei-o. (o)
pessoal - personalíssimo pobre - paupérrimo (pobríssimo)
possível - possibilíssimo preguiçoso - pigérrimo Quando o pronome vem determinando o substantivo, restringindo a ex-
próspero - prospérrimo provável - probabilíssimo tensão de seu significado, dizemos tratar-se de pronome adjetivo.
público - publicíssimo pudico - pudicíssimo • Esta casa é antiga. (esta)
sábio - sapientíssimo sagrado - sacratíssimo • Meu livro é antigo. (meu)
salubre - salubérrimo sensível - sensibilíssimo
simples – simplicíssimo tenro - tenerissimo Classificação dos Pronomes
terrível - terribilíssimo tétrico - tetérrimo Há, em Português, seis espécies de pronomes:
velho - vetérrimo visível - visibilíssimo • pessoais: eu, tu, ele/ela, nós, vós, eles/elas e as formas oblíquas
voraz - voracíssimo vulnerável - vuInerabilíssimo de tratamento:
• possessivos: meu, teu, seu, nosso, vosso, seu e flexões;
Adjetivos Gentílicos e Pátrios
Pátrios • demonstrativos: este, esse, aquele e flexões; isto, isso, aquilo;
Argélia – argelino Bagdá - bagdali • relativos: o qual, cujo, quanto e flexões; que, quem, onde;
Bizâncio - bizantino Bogotá - bogotano • indefinidos: algum, nenhum, todo, outro, muito, certo, pouco, vá-
Bóston - bostoniano Braga - bracarense rios, tanto quanto, qualquer e flexões; alguém, ninguém, tudo, ou-
Bragança - bragantino Brasília - brasiliense trem, nada, cada, algo.
Bucareste - bucarestino, - Buenos Aires - portenho, buenairense • interrogativos: que, quem, qual, quanto, empregados em frases in-
bucarestense Campos - campista terrogativas.
Cairo - cairota Caracas - caraquenho
Canaã - cananeu Ceilão - cingalês PRONOMES PESSO
PESSOAIS
Catalunha - catalão Chipre - cipriota Pronomes pessoais são aqueles que representam as pessoas do dis-
Chicago - chicaguense Córdova - cordovês curso:
Coimbra - coimbrão, conim- Creta - cretense 1ª pessoa: quem fala, o emissor.
bricense Cuiabá - cuiabano Eu sai (eu)
Córsega - corso EI Salvador - salvadorenho Nós saímos (nós)
Croácia - croata Espírito Santo - espírito-santense, Convidaram-me (me)
Egito - egípcio capixaba Convidaram-nos (nós)
Equador - equatoriano Évora - eborense 2ª pessoa: com quem se fala, o receptor.
Filipinas - filipino Finlândia - finlandês Tu saíste (tu)
Florianópolis - florianopolitano Formosa - formosano Vós saístes (vós)
Fortaleza - fortalezense Foz do lguaçu - iguaçuense Convidaram-te (te)
Gabão - gabonês Galiza - galego Convidaram-vos (vós)
Genebra - genebrino Gibraltar - gibraltarino 3ª pessoa: de que ou de quem se fala, o referente.
Goiânia - goianense Granada - granadino Ele saiu (ele)
Groenlândia - groenlandês Guatemala - guatemalteco Eles sairam (eles)
Guiné - guinéu, guineense Haiti - haitiano Convidei-o (o)
Himalaia - himalaico Honduras - hondurenho Convidei-os (os)
Hungria - húngaro, magiar Ilhéus - ilheense
Iraque - iraquiano Jerusalém - hierosolimita Os pronomes pessoais são os seguintes:
João Pessoa - pessoense Juiz de Fora - juiz-forense
La Paz - pacense, pacenho Lima - limenho NÚMERO PESSOA CASO RETO CASO OBLÍQUO
Macapá - macapaense Macau - macaense singular 1ª eu me, mim, comigo
Maceió - maceioense Madagáscar - malgaxe 2ª tu te, ti, contigo
Madri - madrileno Manaus - manauense 3ª ele, ela se, si, consigo, o, a, lhe
Marajó - marajoara Minho - minhoto plural 1ª nós nós, conosco
2ª vós vós, convosco
Moçambique - moçambicano Mônaco - monegasco 3ª eles, elas se, si, consigo, os, as, lhes
Montevidéu - montevideano Natal - natalense
Normândia - normando Nova lguaçu - iguaçuano
Pequim - pequinês Pisa - pisano PRONOMES DE TRATAMENTO
TRATAMENTO
Porto - portuense Póvoa do Varzim - poveiro Na categoria dos pronomes pessoais, incluem-se os pronomes de tra-
Quito - quitenho Rio de Janeiro (Est.) - fluminense tamento. Referem-se à pessoa a quem se fala, embora a concordância
Santiago - santiaguense Rio de Janeiro (cid.) - carioca deva ser feita com a terceira pessoa. Convém notar que, exceção feita a
São Paulo (Est.) - paulista Rio Grande do Norte - potiguar você, esses pronomes são empregados no tratamento cerimonioso.
São Paulo (cid.) - paulistano Salvador – salvadorenho, soteropolitano
Terra do Fogo - fueguino Toledo - toledano Veja, a seguir, alguns desses pronomes:
Três Corações - tricordiano Rio Grande do Sul - gaúcho PRONOME ABREV. EMPREGO
Tripoli - tripolitano Varsóvia - varsoviano Vossa Alteza V. A. príncipes, duques
Vossa Eminência V .Ema cardeais
Veneza - veneziano Vitória - vitoriense Vossa Excelência V.Exa altas autoridades em geral Vossa

Língua Portuguesa 25 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Magnificência V. Mag a reitores de universidades me+o=mo me + os = mos
Vossa Reverendíssima V. Revma sacerdotes em geral te+o=to te + os = tos
Vossa Santidade V.S. papas lhe+o=lho lhe + os = lhos
Vossa Senhoria V.Sa funcionários graduados
nos + o = no-lo nos + os = no-los
Vossa Majestade V.M. reis, imperadores
vos + o = vo-lo vos + os = vo-los
lhes + o = lho lhes + os = lhos
São também pronomes de tratamento: o senhor, a senhora, você, vo-
cês.
A combinação também é possível com os pronomes oblíquos femininos
a, as.
EMPREGO DOS PRONOMES PESSOAIS me+a=ma me + as = mas
1. Os pronomes pessoais do caso reto (EU, TU, ELE/ELA, NÓS, VÓS, te+a=ta te + as = tas
ELES/ELAS) devem ser empregados na função sintática de sujeito. - Você pagou o livro ao livreiro?
Considera-se errado seu emprego como complemento: - Sim, paguei-LHO.
Convidaram ELE para a festa (errado)
Receberam NÓS com atenção (errado) Verifique que a forma combinada LHO resulta da fusão de LHE (que
EU cheguei atrasado (certo) representa o livreiro) com O (que representa o livro).
ELE compareceu à festa (certo)
2. Na função de complemento, usam-se os pronomes oblíquos e não os 8. As formas oblíquas O, A, OS, AS são sempre empregadas como
pronomes retos: complemento de verbos transitivos diretos, ao passo que as formas
Convidei ELE (errado) LHE, LHES são empregadas como complemento de verbos transitivos
Chamaram NÓS (errado) indiretos:
Convidei-o. (certo) O menino convidou-a. (V.T.D )
Chamaram-NOS. (certo) O filho obedece-lhe. (V.T. l )
3. Os pronomes retos (exceto EU e TU), quando antecipados de preposi-
ção, passam a funcionar como oblíquos. Neste caso, considera-se cor- Consideram-se erradas construções em que o pronome O (e flexões)
reto seu emprego como complemento: aparece como complemento de verbos transitivos indiretos, assim como as
Informaram a ELE os reais motivos. construções em que o nome LHE (LHES) aparece como complemento de
Emprestaram a NÓS os livros. verbos transitivos diretos:
Eles gostam muito de NÓS. Eu lhe vi ontem. (errado)
4. As formas EU e TU só podem funcionar como sujeito. Considera-se Nunca o obedeci. (errado)
errado seu emprego como complemento: Eu o vi ontem. (certo)
Nunca houve desentendimento entre eu e tu. (errado) Nunca lhe obedeci. (certo)
Nunca houve desentendimento entre mim e ti. (certo)
9. Há pouquíssimos casos em que o pronome oblíquo pode funcionar
Como regra prática, podemos propor o seguinte: quando precedidas de como sujeito. Isto ocorre com os verbos: deixar, fazer, ouvir, mandar,
preposição, não se usam as formas retas EU e TU, mas as formas oblíquas sentir, ver, seguidos de infinitivo. O nome oblíquo será sujeito desse in-
MIM e TI: finitivo:
Ninguém irá sem EU. (errado) Deixei-o sair.
Nunca houve discussões entre EU e TU. (errado) Vi-o chegar.
Ninguém irá sem MIM. (certo) Sofia deixou-se estar à janela.
Nunca houve discussões entre MIM e TI. (certo)
É fácil perceber a função do sujeito dos pronomes oblíquos, desenvol-
Há, no entanto, um caso em que se empregam as formas retas EU e vendo as orações reduzidas de infinitivo:
TU mesmo precedidas por preposição: quando essas formas funcionam Deixei-o sair = Deixei que ele saísse.
como sujeito de um verbo no infinitivo. 10. Não se considera errada a repetição de pronomes oblíquos:
Deram o livro para EU ler (ler: sujeito) A mim, ninguém me engana.
Deram o livro para TU leres (leres: sujeito) A ti tocou-te a máquina mercante.

Verifique que, neste caso, o emprego das formas retas EU e TU é obri- Nesses casos, a repetição do pronome oblíquo não constitui pleonas-
gatório, na medida em que tais pronomes exercem a função sintática de mo vicioso e sim ênfase.
sujeito.
5. Os pronomes oblíquos SE, SI, CONSIGO devem ser empregados 11. Muitas vezes os pronomes oblíquos equivalem a pronomes possessivo,
somente como reflexivos. Considera-se errada qualquer construção em exercendo função sintática de adjunto adnominal:
que os referidos pronomes não sejam reflexivos: Roubaram-me o livro = Roubaram meu livro.
Querida, gosto muito de SI. (errado) Não escutei-lhe os conselhos = Não escutei os seus conselhos.
Preciso muito falar CONSIGO. (errado)
Querida, gosto muito de você. (certo) 12. As formas plurais NÓS e VÓS podem ser empregadas para representar
Preciso muito falar com você. (certo) uma única pessoa (singular), adquirindo valor cerimonioso ou de mo-
déstia:
Observe que nos exemplos que seguem não há erro algum, pois os Nós - disse o prefeito - procuramos resolver o problema das enchentes.
pronomes SE, SI, CONSIGO, foram empregados como reflexivos: Vós sois minha salvação, meu Deus!
Ele feriu-se
Cada um faça por si mesmo a redação 13. Os pronomes de tratamento devem vir precedidos de VOSSA, quando
O professor trouxe as provas consigo nos dirigimos à pessoa representada pelo pronome, e por SUA, quando
falamos dessa pessoa:
6. Os pronomes oblíquos CONOSCO e CONVOSCO são utilizados Ao encontrar o governador, perguntou-lhe:
normalmente em sua forma sintética. Caso haja palavra de reforço, tais Vossa Excelência já aprovou os projetos?
pronomes devem ser substituídos pela forma analítica: Sua Excelência, o governador, deverá estar presente na inauguração.
Queriam falar conosco = Queriam falar com nós dois
Queriam conversar convosco = Queriam conversar com vós próprios. 14. VOCÊ e os demais pronomes de tratamento (VOSSA MAJESTADE,
VOSSA ALTEZA) embora se refiram à pessoa com quem falamos (2ª
7. Os pronomes oblíquos podem aparecer combinados entre si. As com- pessoa, portanto), do ponto de vista gramatical, comportam-se como
binações possíveis são as seguintes: pronomes de terceira pessoa:

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Você trouxe seus documentos? O Pronome Átono nas Locuções Ver
Verbais
Vossa Excelência não precisa incomodar-se com seus problemas. 1. Auxiliar + infinitivo ou gerúndio - o pronome pode vir proclítico ou
enclítico ao auxiliar, ou depois do verbo principal.
COLOCAÇÃO DE PRONOMES
PRONOMES Podemos contar-lhe o ocorrido.
Em relação ao verbo, os pronomes átonos (ME, TE, SE, LHE, O, A, Podemos-lhe contar o ocorrido.
NÓS, VÓS, LHES, OS, AS) podem ocupar três posições: Não lhes podemos contar o ocorrido.
1. Antes do verbo - próclise O menino foi-se descontraindo.
Eu te observo há dias. O menino foi descontraindo-se.
2. Depois do verbo - ênclise O menino não se foi descontraindo.
Observo-te há dias. 2. Auxiliar + particípio passado - o pronome deve vir enclítico ou proclítico
3. No interior do verbo - mesóclise ao auxiliar, mas nunca enclítico ao particípio.
Observar-te-ei sempre. "Outro mérito do positivismo em relação a mim foi ter-me levado a Des-
cartes ."
Ênclise Tenho-me levantado cedo.
Na linguagem culta, a colocação que pode ser considerada normal é a Não me tenho levantado cedo.
ênclise: o pronome depois do verbo, funcionando como seu complemento
direto ou indireto. O uso do pronome átono solto entre o auxiliar e o infinitivo, ou entre o
O pai esperava-o na estação agitada. auxiliar e o gerúndio, já está generalizado, mesmo na linguagem culta.
Expliquei-lhe o motivo das férias. Outro aspecto evidente, sobretudo na linguagem coloquial e popular, é o da
colocação do pronome no início da oração, o que se deve evitar na lingua-
Ainda na linguagem culta, em escritos formais e de estilo cuidadoso, a gem escrita.
ênclise é a colocação recomendada nos seguintes casos:
1. Quando o verbo iniciar a oração: PRONOMES POS
POSSESSIVOS
Voltei-me em seguida para o céu límpido. Os pronomes possessivos referem-se às pessoas do discurso, atribu-
2. Quando o verbo iniciar a oração principal precedida de pausa: indo-lhes a posse de alguma coisa.
Como eu achasse muito breve, explicou-se.
3. Com o imperativo afirmativo: Quando digo, por exemplo, “meu livro”, a palavra “meu” informa que o
Companheiros, escutai-me. livro pertence a 1ª pessoa (eu)
4. Com o infinitivo impessoal:
A menina não entendera que engorda-las seria apressar-lhes um Eis as formas dos pronomes possessivos:
destino na mesa. 1ª pessoa singular: MEU, MINHA, MEUS, MINHAS.
5. Com o gerúndio, não precedido da preposição EM: 2ª pessoa singular: TEU, TUA, TEUS, TUAS.
E saltou, chamando-me pelo nome, conversou comigo. 3ª pessoa singular: SEU, SUA, SEUS, SUAS.
6. Com o verbo que inicia a coordenada assindética. 1ª pessoa plural: NOSSO, NOSSA, NOSSOS, NOSSAS.
A velha amiga trouxe um lenço, pediu-me uma pequena moeda de meio 2ª pessoa plural: VOSSO, VOSSA, VOSSOS, VOSSAS.
franco. 3ª pessoa plural: SEU, SUA, SEUS, SUAS.

Próclise Os possessivos SEU(S), SUA(S) tanto podem referir-se à 3ª pessoa


Na linguagem culta, a próclise é recomendada: (seu pai = o pai dele), como à 2ª pessoa do discurso (seu pai = o pai de
1. Quando o verbo estiver precedido de pronomes relativos, indefinidos, você).
interrogativos e conjunções.
As crianças que me serviram durante anos eram bichos. Por isso, toda vez que os ditos possessivos derem margem a ambigui-
Tudo me parecia que ia ser comida de avião. dade, devem ser substituídos pelas expressões dele(s), dela(s).
Quem lhe ensinou esses modos? Ex.:Você bem sabe que eu não sigo a opinião dele.
Quem os ouvia, não os amou. A opinião dela era que Camilo devia tornar à casa deles.
Que lhes importa a eles a recompensa? Eles batizaram com o nome delas as águas deste rio.
Emília tinha quatorze anos quando a vi pela primeira vez.
2. Nas orações optativas (que exprimem desejo): Os possessivos devem ser usados com critério. Substituí-los pelos pro-
Papai do céu o abençoe. nomes oblíquos comunica á frase desenvoltura e elegância.
A terra lhes seja leve. Crispim Soares beijou-lhes as mãos agradecido (em vez de: beijou as
3. Com o gerúndio precedido da preposição EM: suas mãos).
Em se animando, começa a contagiar-nos. Não me respeitava a adolescência.
Bromil era o suco em se tratando de combater a tosse. A repulsa estampava-se-lhe nos músculos da face.
4. Com advérbios pronunciados juntamente com o verbo, sem que haja O vento vindo do mar acariciava-lhe os cabelos.
pausa entre eles.
Aquela voz sempre lhe comunicava vida nova. Além da ideia de posse, podem ainda os pronomes exprimir:
Antes, falava-se tão-somente na aguardente da terra. 1. Cálculo aproximado, estimativa:
Ele poderá ter seus quarenta e cinco anos
Mesóclise 2. Familiaridade ou ironia, aludindo-se á personagem de uma história
Usa-se o pronome no interior das formas verbais do futuro do presente O nosso homem não se deu por vencido.
e do futuro do pretérito do indicativo, desde que estes verbos não estejam Chama-se Falcão o meu homem
precedidos de palavras que reclamem a próclise. 3. O mesmo que os indefinidos certo, algum
Lembrar-me-ei de alguns belos dias em Paris. Eu cá tenho minhas dúvidas
Dir-se-ia vir do oco da terra. Cornélio teve suas horas amargas
4. Afetividade, cortesia
Mas: Como vai, meu menino?
Não me lembrarei de alguns belos dias em Paris. Não os culpo, minha boa senhora, não os culpo
Jamais se diria vir do oco da terra.
Com essas formas verbais a ênclise é inadmissível: No plural usam-se os possessivos substantivados no sentido de paren-
Lembrarei-me (!?) tes de família.
Diria-se (!?) É assim que um moço deve zelar o nome dos seus?
Podem os possessivos ser modificados por um advérbio de intensida-
de.

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Levaria a mão ao colar de pérolas, com aquele gesto tão seu, quando te.
não sabia o que dizer. 3. AQUELE (e variações) e AQUILO usam-se:
a) Para indicar o que está longe das duas primeiras pessoas e refere-se á
PRONOMES DEMONS 3ª.
DEMONSTRATIVOS
São aqueles que determinam, no tempo ou no espaço, a posição da Aquele documento que lá está é teu?
Aquilo que eles carregam pesa 5 kg.
coisa designada em relação à pessoa gramatical.
b) Para indicar tempo passado mais ou menos distante.
Naquele instante estava preocupado.
Quando digo “este livro”, estou afirmando que o livro se encontra perto
Daquele instante em diante modifiquei-me.
de mim a pessoa que fala. Por outro lado, “esse livro” indica que o livro está
longe da pessoa que fala e próximo da que ouve; “aquele livro” indica que o Usamos, ainda, aquela semana, aquele mês, aquele ano, aquele
livro está longe de ambas as pessoas. século, para exprimir que o tempo já decorreu.
4. Quando se faz referência a duas pessoas ou coisas já mencionadas,
usa-se este (ou variações) para a última pessoa ou coisa e aquele (ou
Os pronomes
pronomes demonstrativos são es
estes: variações) para a primeira:
ESTE (e variações), isto = 1ª pessoa Ao conversar com lsabel e Luís, notei que este se encontrava nervoso
ESSE (e variações), isso = 2ª pessoa e aquela tranquila.
AQUELE (e variações), próprio (e variações) 5. Os pronomes demonstrativos, quando regidos pela preposição DE,
MESMO (e variações), próprio (e variações) pospostos a substantivos, usam-se apenas no plural:
SEMELHANTE (e variação), tal (e variação) Você teria coragem de proferir um palavrão desses, Rose?
Com um frio destes não se pode sair de casa.
Emprego dos Demonstrativos
Demonstrativos Nunca vi uma coisa daquelas.
1. ESTE (e variações) e ISTO usam-se: 6. MESMO e PRÓPRIO variam em gênero e número quando têm caráter
a) Para indicar o que está próximo ou junto da 1ª pessoa (aquela que reforçativo:
fala). Zilma mesma (ou própria) costura seus vestidos.
Este documento que tenho nas mãos não é meu. Luís e Luísa mesmos (ou próprios) arrumam suas camas.
Isto que carregamos pesa 5 kg. 7. O (e variações) é pronome demonstrativo quando equivale a AQUILO,
b) Para indicar o que está em nós ou o que nos abrange fisicamente: ISSO ou AQUELE (e variações).
Este coração não pode me trair. Nem tudo (aquilo) que reluz é ouro.
Esta alma não traz pecados. O (aquele) que tem muitos vícios tem muitos mestres.
Tudo se fez por este país.. Das meninas, Jeni a (aquela) que mais sobressaiu nos exames.
c) Para indicar o momento em que falamos: A sorte é mulher e bem o (isso) demonstra de fato, ela não ama os
Neste instante estou tranquilo. homens superiores.
Deste minuto em diante vou modificar-me. 8. NISTO, em início de frase, significa ENTÃO, no mesmo instante:
d) Para indicar tempo vindouro ou mesmo passado, mas próximo do A menina ia cair, nisto, o pai a segurou
momento em que falamos: 9. Tal é pronome demonstrativo quando tomado na acepção DE ESTE,
Esta noite (= a noite vindoura) vou a um baile. ISTO, ESSE, ISSO, AQUELE, AQUILO.
Esta noite (= a noite que passou) não dormi bem. Tal era a situação do país.
Um dia destes estive em Porto Alegre. Não disse tal.
e) Para indicar que o período de tempo é mais ou menos extenso e no Tal não pôde comparecer.
qual se inclui o momento em que falamos:
Nesta semana não choveu. Pronome adjetivo quando acompanha substantivo ou pronome (atitu-
Neste mês a inflação foi maior. des tais merecem cadeia, esses tais merecem cadeia), quando acompanha
Este ano será bom para nós. QUE, formando a expressão que tal? (? que lhe parece?) em frases como
Este século terminará breve. Que tal minha filha? Que tais minhas filhas? e quando correlativo DE QUAL
f) Para indicar aquilo de que estamos tratando: ou OUTRO TAL:
Este assunto já foi discutido ontem. Suas manias eram tais quais as minhas.
Tudo isto que estou dizendo já é velho. A mãe era tal quais as filhas.
g) Para indicar aquilo que vamos mencionar: Os filhos são tais qual o pai.
Só posso lhe dizer isto: nada somos. Tal pai, tal filho.
Os tipos de artigo são estes: definidos e indefinidos. É pronome substantivo em frases como:
2. ESSE (e variações) e ISSO usam-se: Não encontrarei tal (= tal coisa).
a) Para indicar o que está próximo ou junto da 2ª pessoa (aquela com Não creio em tal (= tal coisa)
quem se fala):
Esse documento que tens na mão é teu? PRONOMES RELATI
RELATIVOS
Isso que carregas pesa 5 kg. Veja este exemplo:
b) Para indicar o que está na 2ª pessoa ou que a abrange fisicamente: Armando comprou a casa QUE lhe convinha.
Esse teu coração me traiu.
Essa alma traz inúmeros pecados. A palavra que representa o nome casa, relacionando-se com o termo
Quantos vivem nesse pais? casa é um pronome relativo.
c) Para indicar o que se encontra distante de nós, ou aquilo de que dese-
jamos distância: PRONOMES RELATIVOS são palavras que representam nomes já re-
O povo já não confia nesses políticos. feridos, com os quais estão relacionados. Daí denominarem-se relativos.
Não quero mais pensar nisso. A palavra que o pronome relativo representa chama-se antecedente.
d) Para indicar aquilo que já foi mencionado pela 2ª pessoa: No exemplo dado, o antecedente é casa.
Nessa tua pergunta muita matreirice se esconde. Outros exemplos de pronomes relativos:
O que você quer dizer com isso? Sejamos gratos a Deus, a quem tudo devemos.
e) Para indicar tempo passado, não muito próximo do momento em que O lugar onde paramos era deserto.
falamos: Traga tudo quanto lhe pertence.
Um dia desses estive em Porto Alegre. Leve tantos ingressos quantos quiser.
Comi naquele restaurante dia desses. Posso saber o motivo por que (ou pelo qual) desistiu do concurso?
f) Para indicar aquilo que já mencionamos:
Fugir aos problemas? Isso não é do meu feitio. Eis o quadro dos pronomes relativos:
Ainda hei de conseguir o que desejo, e esse dia não está muito distan-

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VARIÁVEIS INVARIÁVEIS Meu avô foi buscar ouro.
Masculino Feminino Mas o ouro virou terra.
o qual a qual quem c) Fenômeno:
os quais as quais Chove. O céu dorme.
cujo cujos cuja cujas que
quanto quanta quantas onde VERBO é a palavra variável que exprime ação, estado, mudança de
quantos estado e fenômeno, situando-se no tempo.

Observações: FLEXÕES
1. O pronome relativo QUEM só se aplica a pessoas, tem antecedente, O verbo é a classe de palavras que apresenta o maior número de fle-
vem sempre antecedido de preposição, e equivale a O QUAL. xões na língua portuguesa. Graças a isso, uma forma verbal pode trazer em
O médico de quem falo é meu conterrâneo. si diversas informações. A forma CANTÁVAMOS, por exemplo, indica:
2. Os pronomes CUJO, CUJA significam do qual, da qual, e precedem • a ação de cantar.
sempre um substantivo sem artigo. • a pessoa gramatical que pratica essa ação (nós).
Qual será o animal cujo nome a autora não quis revelar? • o número gramatical (plural).
3. QUANTO(s) e QUANTA(s) são pronomes relativos quando precedidos • o tempo em que tal ação ocorreu (pretérito).
de um dos pronomes indefinidos tudo, tanto(s), tanta(s), todos, todas. • o modo como é encarada a ação: um fato realmente acontecido no
Tenho tudo quanto quero. passado (indicativo).
Leve tantos quantos precisar. • que o sujeito pratica a ação (voz ativa).
Nenhum ovo, de todos quantos levei, se quebrou.
4. ONDE, como pronome relativo, tem sempre antecedente e equivale a Portanto, o verbo flexiona-se em número, pessoa, modo, tempo e voz.
EM QUE. 1. NÚMERO: o verbo admite singular e plural:
A casa onde (= em que) moro foi de meu avô. O menino olhou para o animal com olhos alegres. (singular).
Os meninos olharam para o animal com olhos alegres. (plural).
2. PESSOA: servem de sujeito ao verbo as três pessoas gramaticais:
PRONOMES INDEFINI
INDEFINIDOS 1ª pessoa: aquela que fala. Pode ser
Estes pronomes se referem à 3ª pessoa do discurso, designando-a de a) do singular - corresponde ao pronome pessoal EU. Ex.: Eu adormeço.
modo vago, impreciso, indeterminado. b) do plural - corresponde ao pronome pessoal NÓS. Ex.: Nós adorme-
1. São pronomes indefinidos substantivos: ALGO, ALGUÉM, FULANO, cemos.
SICRANO, BELTRANO, NADA, NINGUÉM, OUTREM, QUEM, TUDO 2ª pessoa: aquela que ouve. Pode ser
Exemplos: a) do singular - corresponde ao pronome pessoal TU. Ex.:Tu adormeces.
Algo o incomoda? b) do plural - corresponde ao pronome pessoal VÓS. Ex.:Vós adormeceis.
Acreditam em tudo o que fulano diz ou sicrano escreve. 3ª pessoa: aquela de quem se fala. Pode ser
Não faças a outrem o que não queres que te façam. a) do singular - corresponde aos pronomes pessoais ELE, ELA. Ex.: Ela
Quem avisa amigo é. adormece.
Encontrei quem me pode ajudar. b) do plural - corresponde aos pronomes pessoas ELES, ELAS. Ex.: Eles
Ele gosta de quem o elogia. adormecem.
2. São pronomes indefinidos adjetivos: CADA, CERTO, CERTOS, CERTA 3. MODO: é a propriedade que tem o verbo de indicar a atitude do falante
CERTAS. em relação ao fato que comunica. Há três modos em português.
Cada povo tem seus costumes. a) indicativo: a atitude do falante é de certeza diante do fato.
Certas pessoas exercem várias profissões. A cachorra Baleia corria na frente.
Certo dia apareceu em casa um repórter famoso. b) subjuntivo: a atitude do falante é de dúvida diante do fato.
Talvez a cachorra Baleia corra na frente .
PRONOMES INTER
INTERROGATIVOS c) imperativo: o fato é enunciado como uma ordem, um conselho, um
Aparecem em frases interrogativas. Como os indefinidos, referem-se de pedido
modo impreciso à 3ª pessoa do discurso. Corra na frente, Baleia.
Exemplos: 4. TEMPO: é a propriedade que tem o verbo de localizar o fato no tempo,
Que há? em relação ao momento em que se fala. Os três tempos básicos são:
Que dia é hoje? a) presente: a ação ocorre no momento em que se fala:
Reagir contra quê? Fecho os olhos, agito a cabeça.
Por que motivo não veio? b) pretérito (passado): a ação transcorreu num momento anterior àquele
Quem foi? em que se fala:
Qual será? Fechei os olhos, agitei a cabeça.
Quantos vêm? c) futuro: a ação poderá ocorrer após o momento em que se fala:
Quantas irmãs tens? Fecharei os olhos, agitarei a cabeça.
O pretérito e o futuro admitem subdivisões, o que não ocorre com o
presente.
VERBO
VERBO
Veja o esquema dos tempos simples em português:
CONCEITO Presente (falo)
“As palavras em destaque no texto abaixo exprimem ações, situando- INDICATIVO Pretérito perfeito ( falei)
as no tempo. Imperfeito (falava)
Queixei-me de baratas. Uma senhora ouviu-me a queixa. Deu-me a re- Mais- que-perfeito (falara)
ceita de como matá-las. Que misturasse em partes iguais açúcar, farinha e Futuro do presente (falarei)
gesso. A farinha e o açúcar as atrairiam, o gesso esturricaria dentro elas. do pretérito (falaria)
Assim fiz. Morreram.” Presente (fale)
(Clarice Lispector) SUBJUNTIVO Pretérito imperfeito (falasse)
Futuro (falar)
Essas palavras são verbos. O verbo também pode exprimir:
a) Estado: Há ainda três formas que não exprimem exatamente o tempo em que
Não sou alegre nem sou triste. se dá o fato expresso. São as formas nominais, que completam o esquema
Sou poeta. dos tempos simples.
b) Mudança de estado: Infinitivo impessoal (falar)

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Pessoal (falar eu, falares tu, etc.) Havia já duas semanas que Marcos não trabalhava.
FORMAS NOMINAIS Gerúndio (falando) O fato aconteceu há cerca de oito meses.
Particípio (falado) Quando pode ser substituído por FAZIA, o verbo HAVER concorda no
5. VOZ: o sujeito do verbo pode ser: pretérito imperfeito, e não no presente:
a) agente do fato expresso. Havia (e não HÁ) meses que a escola estava fechada.
O carroceiro disse um palavrão. Morávamos ali havia (e não HÁ) dois anos.
(sujeito agente) Ela conseguira emprego havia (e não HÁ) pouco tempo.
O verbo está na voz ativa. Havia (e não HÁ) muito tempo que a policia o procurava.
b) paciente do fato expresso: 4) REALIZAR-SE
Um palavrão foi dito pelo carroceiro. Houve festas e jogos.
(sujeito paciente) Se não chovesse, teria havido outros espetáculos.
O verbo está na voz passiva. Todas as noites havia ensaios das escolas de samba.
c) agente e paciente do fato expresso: 5) Ser possível, existir possibilidade ou motivo (em frases negativas e
O carroceiro machucou-se. seguido de infinitivo):
(sujeito agente e paciente) Em pontos de ciência não há transigir.
O verbo está na voz reflexiva. Não há contê-lo, então, no ímpeto.
6. FORMAS RIZOTÔNICAS E ARRIZOTÔNICAS: dá-se o nome de Não havia descrer na sinceridade de ambos.
rizotônica à forma verbal cujo acento tônico está no radical. Mas olha, Tomásia, que não há fiar nestas afeiçõezinhas.
Falo - Estudam. E não houve convencê-lo do contrário.
Dá-se o nome de arrizotônica à forma verbal cujo acento tônico está Não havia por que ficar ali a recriminar-se.
fora do radical.
Falamos - Estudarei. Como impessoal o verbo HAVER forma ainda a locução adverbial de
7. CLASSIFICACÃO DOS VERBOS: os verbos classificam-se em: há muito (= desde muito tempo, há muito tempo):
a) regulares - são aqueles que possuem as desinências normais de sua De há muito que esta árvore não dá frutos.
conjugação e cuja flexão não provoca alterações no radical: canto - De há muito não o vejo.
cantei - cantarei – cantava - cantasse.
b) irregulares - são aqueles cuja flexão provoca alterações no radical ou O verbo HAVER transmite a sua impessoalidade aos verbos que com
nas desinências: faço - fiz - farei - fizesse. ele formam locução, os quais, por isso, permanecem invariáveis na 3ª
c) defectivos - são aqueles que não apresentam conjugação completa, pessoa do singular:
como por exemplo, os verbos falir, abolir e os verbos que indicam fe- Vai haver eleições em outubro.
nômenos naturais, como CHOVER, TROVEJAR, etc. Começou a haver reclamações.
d) abundantes - são aqueles que possuem mais de uma forma com o Não pode haver umas sem as outras.
mesmo valor. Geralmente, essa característica ocorre no particípio: ma- Parecia haver mais curiosos do que interessados.
tado - morto - enxugado - enxuto. Mas haveria outros defeitos, devia haver outros.
e) anômalos - são aqueles que incluem mais de um radical em sua conju-
gação. A expressão correta é HAJA VISTA, e não HAJA VISTO. Pode ser
verbo ser: sou - fui construída de três modos:
verbo ir: vou - ia Hajam vista os livros desse autor.
Haja vista os livros desse autor.
Haja vista aos livros desse autor.
QUANTO À EXISTÊNCIA OU NÃO DO SU
SUJEITO
1. Pessoais: são aqueles que se referem a qualquer sujeito implícito ou
explícito. Quase todos os verbos são pessoais. CONVERSÃO DA VOZ ATIVA NA PASSI
PASSIVA
O Nino apareceu na porta. Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar substancialmente o
2. Impessoais: são aqueles que não se referem a qualquer sujeito implíci- sentido da frase.
to ou explícito. São utilizados sempre na 3ª pessoa. São impessoais: Exemplo:
a) verbos que indicam fenômenos meteorológicos: chover, nevar, ventar, Gutenberg inventou a imprensa. (voz ativa)
etc. A imprensa foi inventada por Gutenberg. (voz passiva)
Garoava na madrugada roxa.
b) HAVER, no sentido de existir, ocorrer, acontecer: Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva, o sujeito da ativa
Houve um espetáculo ontem. passará a agente da passiva e o verbo assumirá a forma passiva, conser-
Há alunos na sala. vando o mesmo tempo.
Havia o céu, havia a terra, muita gente e mais Anica com seus olhos
claros. Outros exemplos:
c) FAZER, indicando tempo decorrido ou fenômeno meteorológico. Os calores intensos provocam as chuvas.
Fazia dois anos que eu estava casado. As chuvas são provocadas pelos calores intensos.
Faz muito frio nesta região? Eu o acompanharei.
Ele será acompanhado por mim.
O VERBO HAVER (empregado impessoal Todos te louvariam.
impessoalmente)
Serias louvado por todos.
O verbo haver é impessoal - sendo, portanto, usado invariavelmente na
3ª pessoa do singular - quando significa: Prejudicaram-me.
1) EXISTIR Fui prejudicado.
Condenar-te-iam.
Há pessoas que nos querem bem.
Serias condenado.
Criaturas infalíveis nunca houve nem haverá.
Brigavam à toa, sem que houvesse motivos sérios.
EMPREGO
EMPREGO DOS TEM TEMPOS VERBAIS
Livros, havia-os de sobra; o que faltava eram leitores.
2) ACONTECER, SUCEDER a) Presente
Emprega-se o presente do indicativo para assinalar:
Houve casos difíceis na minha profissão de médico.
- um fato que ocorre no momento em que se fala.
Não haja desavenças entre vós.
Eles estudam silenciosamente.
Naquele presídio havia frequentes rebeliões de presos.
Eles estão estudando silenciosamente.
3) DECORRER, FAZER, com referência ao tempo passado:
Há meses que não o vejo. - uma ação habitual.
Haverá nove dias que ele nos visitou. Corra todas as manhãs.
- uma verdade universal (ou tida como tal):

Língua Portuguesa 30 A Opção Certa Para a Sua Realização


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O homem é mortal. DAR
A mulher ama ou odeia, não há outra alternativa. Presente do indicativo dou, dás, dá, damos, dais, dão
- fatos já passados. Usa-se o presente em lugar do pretérito para dar Pretérito perfeito dei, deste, deu, demos, destes, deram
Pretérito mais-que-perfeito dera, deras, dera, déramos, déreis, deram
maior realce à narrativa.
Presente do subjuntivo dê, dês, dê, demos, deis, dêem
Em 1748, Montesquieu publica a obra "O Espírito das Leis". Imperfeito do subjuntivo desse, desses, desse, déssemos, désseis, dessem
É o chamado presente histórico ou narrativo. Futuro do subjuntivo der, deres, der, dermos, derdes, derem
- fatos futuros não muito distantes, ou mesmo incertos:
Amanhã vou à escola. MOBILIAR
Qualquer dia eu te telefono. Presente do indicativo mobilio, mobílias, mobília, mobiliamos, mobiliais, mobiliam
b) Pretérito Imperfeito Presente do subjuntivo mobilie, mobilies, mobílie, mobiliemos, mobilieis, mobiliem
Emprega-se o pretérito imperfeito do indicativo para designar: Imperativo mobília, mobilie, mobiliemos, mobiliai, mobiliem
- um fato passado contínuo, habitual, permanente:
AGUAR
Ele andava à toa. Presente do indicativo águo, águas, água, aguamos, aguais, águam
Nós vendíamos sempre fiado. Pretérito perfeito aguei, aguaste, aguou, aguamos, aguastes, aguaram
- um fato passado, mas de incerta localização no tempo. É o que ocorre Presente do subjuntivo águe, agues, ague, aguemos, agueis, águem
por exemplo, no inicio das fábulas, lendas, histórias infantis.
Era uma vez... MAGOAR
- um fato presente em relação a outro fato passado. Presente do indicativo magoo, magoas, magoa, magoamos, magoais, magoam
Eu lia quando ele chegou. Pretérito perfeito magoei, magoaste, magoou, magoamos, magoastes, magoa-
ram
c) Pretérito Perfeito
Presente do subjuntivo magoe, magoes, magoe, magoemos, magoeis, magoem
Emprega-se o pretérito perfeito do indicativo para referir um fato já Conjugam-se como magoar, abençoar, abotoar, caçoar, voar e perdoar
ocorrido, concluído.
Estudei a noite inteira. APIEDAR-
APIEDAR-SE
Usa-se a forma composta para indicar uma ação que se prolonga até o Presente do indicativo: apiado-me, apiadas-te, apiada-se, apiedamo-nos, apiedais-
momento presente. vos, apiadam-se
Tenho estudado todas as noites. Presente do subjuntivo apiade-me, apiades-te, apiade-se, apiedemo-nos, apiedei-
d) Pretérito mais-que-perfeito vos, apiedem-se
Nas formas rizotônicas, o E do radical é substituído por A
Chama-se mais-que-perfeito porque indica uma ação passada em
relação a outro fato passado (ou seja, é o passado do passado): MOSCAR
A bola já ultrapassara a linha quando o jogador a alcançou. Presente do indicativo musco, muscas, musca, moscamos, moscais, muscam
e) Futuro do Presente Presente do subjuntivo musque, musques, musque, mosquemos, mosqueis, mus-
Emprega-se o futuro do presente do indicativo para apontar um fato quem
futuro em relação ao momento em que se fala. Nas formas rizotônicas, o O do radical é substituído por U
Irei à escola.
f) Futuro do Pretérito RESFOLEGAR
Presente do indicativo resfolgo, resfolgas, resfolga, resfolegamos, resfolegais,
Emprega-se o futuro do pretérito do indicativo para assinalar:
resfolgam
- um fato futuro, em relação a outro fato passado. Presente do subjuntivo resfolgue, resfolgues, resfolgue, resfoleguemos, resfolegueis,
- Eu jogaria se não tivesse chovido. resfolguem
- um fato futuro, mas duvidoso, incerto. Nas formas rizotônicas, o E do radical desaparece
- Seria realmente agradável ter de sair?
Um fato presente: nesse caso, o futuro do pretérito indica polidez e às NOMEAR
vezes, ironia. Presente da indicativo nomeio, nomeias, nomeia, nomeamos, nomeais, nomeiam
- Daria para fazer silêncio?! Pretérito imperfeito nomeava, nomeavas, nomeava, nomeávamos, nomeáveis,
nomeavam
Pretérito perfeito nomeei, nomeaste, nomeou, nomeamos, nomeastes, nomea-
Modo Subjuntivo ram
a) Presente Presente do subjuntivo nomeie, nomeies, nomeie, nomeemos, nomeeis, nomeiem
Emprega-se o presente do subjuntivo para mostrar: Imperativo afirmativo nomeia, nomeie, nomeemos, nomeai, nomeiem
- um fato presente, mas duvidoso, incerto. Conjugam-se como nomear, cear, hastear, peritear, recear, passear
Talvez eles estudem... não sei.
- um desejo, uma vontade: COPIAR
Que eles estudem, este é o desejo dos pais e dos professores. Presente do indicativo copio, copias, copia, copiamos, copiais, copiam
Pretérito imperfeito copiei, copiaste, copiou, copiamos, copiastes, copiaram
b) Pretérito Imperfeito
Pretérito mais-que-perfeito copiara, copiaras, copiara, copiáramos, copiá-
Emprega-se o pretérito imperfeito do subjuntivo para indicar uma reis, copiaram
hipótese, uma condição. Presente do subjuntivo copie, copies, copie, copiemos, copieis, copiem
Se eu estudasse, a história seria outra. Imperativo afirmativo copia, copie, copiemos, copiai, copiem
Nós combinamos que se chovesse não haveria jogo.
e) Pretérito Perfeito ODIAR
Emprega-se o pretérito perfeito composto do subjuntivo para apontar Presente do indicativo odeio, odeias, odeia, odiamos, odiais, odeiam
um fato passado, mas incerto, hipotético, duvidoso (que são, afinal, as Pretérito imperfeito odiava, odiavas, odiava, odiávamos, odiáveis, odiavam
Pretérito perfeito odiei, odiaste, odiou, odiamos, odiastes, odiaram
características do modo subjuntivo).
Pretérito mais-que-perfeito odiara, odiaras, odiara, odiáramos, odiáreis,
Que tenha estudado bastante é o que espero. odiaram
d) Pretérito Mais-Que-Perfeito - Emprega-se o pretérito mais-que-perfeito Presente do subjuntivo odeie, odeies, odeie, odiemos, odieis, odeiem
do subjuntivo para indicar um fato passado em relação a outro fato Conjugam-se como odiar, mediar, remediar, incendiar, ansiar
passado, sempre de acordo com as regras típicas do modo subjuntivo:
Se não tivéssemos saído da sala, teríamos terminado a prova tranqui- CABER
lamente. Presente do indicativo caibo, cabes, cabe, cabemos, cabeis, cabem
e) Futuro Pretérito perfeito coube, coubeste, coube, coubemos, coubestes, couberam
Pretérito mais-que-perfeito coubera, couberas, coubera, coubéramos,
Emprega-se o futuro do subjuntivo para indicar um fato futuro já conclu-
coubéreis, couberam
ído em relação a outro fato futuro. Presente do subjuntivo caiba, caibas, caiba, caibamos, caibais, caibam
Quando eu voltar, saberei o que fazer. Imperfeito do subjuntivo coubesse, coubesses, coubesse, coubéssemos, coubésseis,
coubessem
Futuro do subjuntivo couber, couberes, couber, coubermos, couberdes, couberem
VERBOS IRREGULARES O verbo CABER não se apresenta conjugado nem no imperativo afirmativo nem no

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imperativo negativo
REQUERER
CRER Presente do indicativo requeiro, requeres, requer, requeremos, requereis. requerem
Presente do indicativo creio, crês, crê, cremos, credes, crêem Pretérito perfeito requeri, requereste, requereu, requeremos, requereste,
Presente do subjuntivo creia, creias, creia, creiamos, creiais, creiam requereram
Imperativo afirmativo crê, creia, creiamos, crede, creiam Pretérito mais-que-perfeito requerera, requereras, requerera, requereramos,
Conjugam-se como crer, ler e descrer requerereis, requereram
Futuro do presente requererei, requererás requererá, requereremos, requerereis,
DIZER requererão
Presente do indicativo digo, dizes, diz, dizemos, dizeis, dizem Futuro do pretérito requereria, requererias, requereria, requereríamos, requere-
Pretérito perfeito disse, disseste, disse, dissemos, dissestes, disseram ríeis, requereriam
Pretérito mais-que-perfeito dissera, disseras, dissera, disséramos, disséreis, Imperativo requere, requeira, requeiramos, requerer, requeiram
disseram Presente do subjuntivo requeira, requeiras, requeira, requeiramos, requeirais,
Futuro do presente direi, dirás, dirá, diremos, direis, dirão requeiram
Futuro do pretérito diria, dirias, diria, diríamos, diríeis, diriam Pretérito Imperfeito requeresse, requeresses, requeresse, requerêssemos,
Presente do subjuntivo diga, digas, diga, digamos, digais, digam requerêsseis, requeressem,
Pretérito imperfeito dissesse, dissesses, dissesse, disséssemos, dissésseis, Futuro requerer, requereres, requerer, requerermos, requererdes,
dissesse requerem
Futuro disser, disseres, disser, dissermos, disserdes, disserem Gerúndio requerendo
Particípio dito Particípio requerido
Conjugam-se como dizer, bendizer, desdizer, predizer, maldizer O verbo REQUERER não se conjuga como querer.

FAZER REAVER
Presente do indicativo faço, fazes, faz, fazemos, fazeis, fazem Presente do indicativo reavemos, reaveis
Pretérito perfeito fiz, fizeste, fez, fizemos fizestes, fizeram Pretérito perfeito reouve, reouveste, reouve, reouvemos, reouvestes, reouve-
Pretérito mais-que-perfeito fizera, fizeras, fizera, fizéramos, fizéreis, fizeram ram
Futuro do presente farei, farás, fará, faremos, fareis, farão Pretérito mais-que-perfeito reouvera, reouveras, reouvera, reouvéramos, reouvéreis,
Futuro do pretérito faria, farias, faria, faríamos, faríeis, fariam reouveram
Imperativo afirmativo faze, faça, façamos, fazei, façam Pretérito imperf. do subjuntivo reouvesse, reouvesses, reouvesse, reouvéssemos, reou-
Presente do subjuntivo faça, faças, faça, façamos, façais, façam vésseis, reouvessem
Imperfeito do subjuntivo fizesse, fizesses, fizesse, fizéssemos, fizésseis, Futuro reouver, reouveres, reouver, reouvermos, reouverdes,
fizessem reouverem
Futuro do subjuntivo fizer, fizeres, fizer, fizermos, fizerdes, fizerem O verbo REAVER conjuga-se como haver, mas só nas formas em que esse apresen-
Conjugam-se como fazer, desfazer, refazer satisfazer ta a letra v

PERDER SABER
Presente do indicativo perco, perdes, perde, perdemos, perdeis, perdem Presente do indicativo sei, sabes, sabe, sabemos, sabeis, sabem
Presente do subjuntivo perca, percas, perca, percamos, percais. percam Pretérito perfeito soube, soubeste, soube, soubemos, soubestes, souberam
Imperativo afirmativo perde, perca, percamos, perdei, percam Pretérito mais-que-perfeito soubera, souberas, soubera, soubéramos,
soubéreis, souberam
PODER Pretérito imperfeito sabia, sabias, sabia, sabíamos, sabíeis, sabiam
Presente do Indicativo posso, podes, pode, podemos, podeis, podem Presente do subjuntivo soubesse, soubesses, soubesse, soubéssemos, soubésseis,
Pretérito Imperfeito podia, podias, podia, podíamos, podíeis, podiam soubessem
Pretérito perfeito pude, pudeste, pôde, pudemos, pudestes, puderam Futuro souber, souberes, souber, soubermos, souberdes, souberem
Pretérito mais-que-perfeito pudera, puderas, pudera, pudéramos, pudéreis,
puderam VALER
Presente do subjuntivo possa, possas, possa, possamos, possais, possam Presente do indicativo valho, vales, vale, valemos, valeis, valem
Pretérito imperfeito pudesse, pudesses, pudesse, pudéssemos, pudésseis, Presente do subjuntivo valha, valhas, valha, valhamos, valhais, valham
pudessem Imperativo afirmativo vale, valha, valhamos, valei, valham
Futuro puder, puderes, puder, pudermos, puderdes, puderem
Infinitivo pessoal pode, poderes, poder, podermos, poderdes, poderem TRAZER
Gerúndio podendo Presente do indicativo trago, trazes, traz, trazemos, trazeis, trazem
Particípio podido Pretérito imperfeito trazia, trazias, trazia, trazíamos, trazíeis, traziam
O verbo PODER não se apresenta conjugado nem no imperativo afirmativo nem no Pretérito perfeito trouxe, trouxeste, trouxe, trouxemos, trouxestes, trouxeram
imperativo negativo Pretérito mais-que-perfeito trouxera, trouxeras, trouxera, trouxéramos,
trouxéreis, trouxeram
PROVER Futuro do presente trarei, trarás, trará, traremos, trareis, trarão
Presente do indicativo provejo, provês, provê, provemos, provedes, provêem Futuro do pretérito traria, trarias, traria, traríamos, traríeis, trariam
Pretérito imperfeito provia, provias, provia, províamos, províeis, proviam Imperativo traze, traga, tragamos, trazei, tragam
Pretérito perfeito provi, proveste, proveu, provemos, provestes, proveram Presente do subjuntivo traga, tragas, traga, tragamos, tragais, tragam
Pretérito mais-que-perfeito provera, proveras, provera, provêramos, provê- Pretérito imperfeito trouxesse, trouxesses, trouxesse, trouxéssemos, trouxésseis,
reis, proveram trouxessem
Futuro do presente proverei, proverás, proverá, proveremos, provereis, proverão Futuro trouxer, trouxeres, trouxer, trouxermos, trouxerdes, trouxe-
Futuro do pretérito proveria, proverias, proveria, proveríamos, proveríeis, prove- rem
riam Infinitivo pessoal trazer, trazeres, trazer, trazermos, trazerdes, trazerem
Imperativo provê, proveja, provejamos, provede, provejam Gerúndio trazendo
Presente do subjuntivo proveja, provejas, proveja, provejamos, provejais. provejam Particípio trazido
Pretérito imperfeito provesse, provesses, provesse, provêssemos, provêsseis,
provessem VER
Futuro prover, proveres, prover, provermos, proverdes, proverem Presente do indicativo vejo, vês, vê, vemos, vedes, vêem
Gerúndio provendo Pretérito perfeito vi, viste, viu, vimos, vistes, viram
Particípio provido Pretérito mais-que-perfeito vira, viras, vira, viramos, vireis, viram
Imperativo afirmativo vê, veja, vejamos, vede vós, vejam vocês
QUERER Presente do subjuntivo veja, vejas, veja, vejamos, vejais, vejam
Presente do indicativo quero, queres, quer, queremos, quereis, querem Pretérito imperfeito visse, visses, visse, víssemos, vísseis, vissem
Pretérito perfeito quis, quiseste, quis, quisemos, quisestes, quiseram Futuro vir, vires, vir, virmos, virdes, virem
Pretérito mais-que-perfeito quisera, quiseras, quisera, quiséramos, quisé- Particípio visto
reis, quiseram
Presente do subjuntivo queira, queiras, queira, queiramos, queirais, queiram ABOLIR
Pretérito imperfeito quisesse, quisesses, quisesse, quiséssemos quisésseis, Presente do indicativo aboles, abole abolimos, abolis, abolem
quisessem Pretérito imperfeito abolia, abolias, abolia, abolíamos, abolíeis, aboliam
Futuro quiser, quiseres, quiser, quisermos, quiserdes, quiserem Pretérito perfeito aboli, aboliste, aboliu, abolimos, abolistes, aboliram

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Pretérito mais-que-perfeito abolira, aboliras, abolira, abolíramos, abolíreis,
aboliram PEDIR
Futuro do presente abolirei, abolirás, abolirá, aboliremos, abolireis, abolirão Presente do indicativo peço, pedes, pede, pedimos, pedis, pedem
Futuro do pretérito aboliria, abolirias, aboliria, aboliríamos, aboliríeis, aboliriam Pretérito perfeito pedi, pediste, pediu, pedimos, pedistes, pediram
Presente do subjuntivo não há Presente do subjuntivo peça, peças, peça, peçamos, peçais, peçam
Presente imperfeito abolisse, abolisses, abolisse, abolíssemos, abolísseis, Imperativo pede, peça, peçamos, pedi, peçam
abolissem Conjugam-se como pedir: medir, despedir, impedir, expedir
Futuro abolir, abolires, abolir, abolirmos, abolirdes, abolirem
Imperativo afirmativo abole, aboli POLIR
Imperativo negativo não há Presente do indicativo pulo, pules, pule, polimos, polis, pulem
Infinitivo pessoal abolir, abolires, abolir, abolirmos, abolirdes, abolirem Presente do subjuntivo pula, pulas, pula, pulamos, pulais, pulam
Infinitivo impessoal abolir Imperativo pule, pula, pulamos, poli, pulam
Gerúndio abolindo
Particípio abolido REMIR
O verbo ABOLIR é conjugado só nas formas em que depois do L do radical há E ou I. Presente do indicativo redimo, redimes, redime, redimimos, redimis, redimem
Presente do subjuntivo redima, redimas, redima, redimamos, redimais, redimam
AGREDIR
Presente do indicativo agrido, agrides, agride, agredimos, agredis, agridem RIR
Presente do subjuntivo agrida, agridas, agrida, agridamos, agridais, agridam Presente do indicativo rio, ris, ri, rimos, rides, riem
Imperativo agride, agrida, agridamos, agredi, agridam Pretérito imperfeito ria, rias, ria, riamos, ríeis, riam
Nas formas rizotônicas, o verbo AGREDIR apresenta o E do radical substituído por I. Pretérito perfeito ri, riste, riu, rimos, ristes, riram
Pretérito mais-que-perfeito rira, riras, rira, ríramos, rireis, riram
COBRIR Futuro do presente rirei, rirás, rirá, riremos, rireis, rirão
Presente do indicativo cubro, cobres, cobre, cobrimos, cobris, cobrem Futuro do pretérito riria, ririas, riria, riríamos, riríeis, ririam
Presente do subjuntivo cubra, cubras, cubra, cubramos, cubrais, cubram Imperativo afirmativo ri, ria, riamos, ride, riam
Imperativo cobre, cubra, cubramos, cobri, cubram Presente do subjuntivo ria, rias, ria, riamos, riais, riam
Particípio coberto Pretérito imperfeito risse, risses, risse, ríssemos, rísseis, rissem
Conjugam-se como COBRIR, dormir, tossir, descobrir, engolir Futuro rir, rires, rir, rirmos, rirdes, rirem
Infinitivo pessoal rir, rires, rir, rirmos, rirdes, rirem
FALIR Gerúndio rindo
Presente do indicativo falimos, falis Particípio rido
Pretérito imperfeito falia, falias, falia, falíamos, falíeis, faliam Conjuga-se como rir: sorrir
Pretérito mais-que-perfeito falira, faliras, falira, falíramos, falireis, faliram
Pretérito perfeito fali, faliste, faliu, falimos, falistes, faliram VIR
Futuro do presente falirei, falirás, falirá, faliremos, falireis, falirão Presente do indicativo venho, vens, vem, vimos, vindes, vêm
Futuro do pretérito faliria, falirias, faliria, faliríamos, faliríeis, faliriam Pretérito imperfeito vinha, vinhas, vinha, vínhamos, vínheis, vinham
Presente do subjuntivo não há Pretérito perfeito vim, vieste, veio, viemos, viestes, vieram
Pretérito imperfeito falisse, falisses, falisse, falíssemos, falísseis, falissem Pretérito mais-que-perfeito viera, vieras, viera, viéramos, viéreis, vieram
Futuro falir, falires, falir, falirmos, falirdes, falirem Futuro do presente virei, virás, virá, viremos, vireis, virão
Imperativo afirmativo fali (vós) Futuro do pretérito viria, virias, viria, viríamos, viríeis, viriam
Imperativo negativo não há Imperativo afirmativo vem, venha, venhamos, vinde, venham
Infinitivo pessoal falir, falires, falir, falirmos, falirdes, falirem Presente do subjuntivo venha, venhas, venha, venhamos, venhais, venham
Gerúndio falindo Pretérito imperfeito viesse, viesses, viesse, viéssemos, viésseis, viessem
Particípio falido Futuro vier, vieres, vier, viermos, vierdes, vierem
Infinitivo pessoal vir, vires, vir, virmos, virdes, virem
FERIR Gerúndio vindo
Presente do indicativo firo, feres, fere, ferimos, feris, ferem Particípio vindo
Presente do subjuntivo fira, firas, fira, firamos, firais, firam Conjugam-se como vir: intervir, advir, convir, provir, sobrevir
Conjugam-se como FERIR: competir, vestir, inserir e seus derivados.
SUMIR
MENTIR Presente do indicativo sumo, somes, some, sumimos, sumis, somem
Presente do indicativo minto, mentes, mente, mentimos, mentis, mentem Presente do subjuntivo suma, sumas, suma, sumamos, sumais, sumam
Presente do subjuntivo minta, mintas, minta, mintamos, mintais, mintam Imperativo some, suma, sumamos, sumi, sumam
Imperativo mente, minta, mintamos, menti, mintam Conjugam-se como SUMIR: subir, acudir, bulir, escapulir, fugir, consumir, cuspir
Conjugam-se como MENTIR: sentir, cerzir, competir, consentir, pressentir.
ADVÉRBIO
FUGIR
Presente do indicativo fujo, foges, foge, fugimos, fugis, fogem
Imperativo foge, fuja, fujamos, fugi, fujam Advérbio é a palavra que modifica a verbo, o adjetivo ou o próprio ad-
Presente do subjuntivo fuja, fujas, fuja, fujamos, fujais, fujam vérbio, exprimindo uma circunstância.
IR
Presente do indicativo vou, vais, vai, vamos, ides, vão
Os advérbios dividem-se em:
Pretérito imperfeito ia, ias, ia, íamos, íeis, iam 1) LUGAR: aqui, cá, lá, acolá, ali, aí, aquém, além, algures, alhures,
Pretérito perfeito fui, foste, foi, fomos, fostes, foram nenhures, atrás, fora, dentro, perto, longe, adiante, diante, onde, avan-
Pretérito mais-que-perfeito fora, foras, fora, fôramos, fôreis, foram te, através, defronte, aonde, etc.
Futuro do presente irei, irás, irá, iremos, ireis, irão 2) TEMPO: hoje, amanhã, depois, antes, agora, anteontem, sempre,
Futuro do pretérito iria, irias, iria, iríamos, iríeis, iriam nunca, já, cedo, logo, tarde, ora, afinal, outrora, então, amiúde, breve,
Imperativo afirmativo vai, vá, vamos, ide, vão brevemente, entrementes, raramente, imediatamente, etc.
Imperativo negativo não vão, não vá, não vamos, não vades, não vão 3) MODO: bem, mal, assim, depressa, devagar, como, debalde, pior,
Presente do subjuntivo vá, vás, vá, vamos, vades, vão
Pretérito imperfeito fosse, fosses, fosse, fôssemos, fôsseis, fossem
melhor, suavemente, tenazmente, comumente, etc.
Futuro for, fores, for, formos, fordes, forem 4) ITENSIDADE: muito, pouco, assaz, mais, menos, tão, bastante, dema-
Infinitivo pessoal ir, ires, ir, irmos, irdes, irem siado, meio, completamente, profundamente, quanto, quão, tanto, bem,
Gerúndio indo mal, quase, apenas, etc.
Particípio ido 5) AFIRMAÇÃO: sim, deveras, certamente, realmente, efefivamente, etc.
6) NEGAÇÃO: não.
OUVIR 7) DÚVIDA: talvez, acaso, porventura, possivelmente, quiçá, decerto,
Presente do indicativo ouço, ouves, ouve, ouvimos, ouvis, ouvem provavelmente, etc.
Presente do subjuntivo ouça, ouças, ouça, ouçamos, ouçais, ouçam
Imperativo ouve, ouça, ouçamos, ouvi, ouçam
Particípio ouvido Há Muitas Locuções Adverbiais
1) DE LUGAR: à esquerda, à direita, à tona, à distância, à frente, à entra-
Língua Portuguesa 33 A Opção Certa Para a Sua Realização
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da, à saída, ao lado, ao fundo, ao longo, de fora, de lado, etc. terceiro
2) TEMPO: em breve, nunca mais, hoje em dia, de tarde, à tarde, à noite, XIV 14 quatorze décimo quatorze
às ave-marias, ao entardecer, de manhã, de noite, por ora, por fim, de quarto avos
repente, de vez em quando, de longe em longe, etc. XV 15 quinze décimo quinze avos
3) MODO: à vontade, à toa, ao léu, ao acaso, a contento, a esmo, de bom quinto
grado, de cor, de mansinho, de chofre, a rigor, de preferência, em ge- XVI 16 dezesseis décimo dezesseis
ral, a cada passo, às avessas, ao invés, às claras, a pique, a olhos vis- sexto avos
tos, de propósito, de súbito, por um triz, etc. XVII 17 dezessete décimo dezessete
4) MEIO OU INSTRUMENTO: a pau, a pé, a cavalo, a martelo, a máqui- sétimo avos
na, a tinta, a paulada, a mão, a facadas, a picareta, etc. XVIII 18 dezoito décimo dezoito avos
5) AFIRMAÇÃO: na verdade, de fato, de certo, etc. oitavo
6) NEGAÇAO: de modo algum, de modo nenhum, em hipótese alguma, XIX 19 dezenove décimo nono dezenove
etc. avos
7) DÚVIDA: por certo, quem sabe, com certeza, etc. XX 20 vinte vigésimo vinte avos
XXX 30 trinta trigésimo trinta avos
Advérbios Interrogativos
XL 40 quarenta quadragé- quarenta
Onde?, aonde?, donde?, quando?, porque?, como?
simo avos
L 50 cinquenta quinquagé- cinquenta
Palavras Denotativas
simo avos
Certas palavras, por não se poderem enquadrar entre os advérbios, te-
rão classificação à parte. São palavras que denotam exclusão, inclusão, LX 60 sessenta sexagésimo sessenta
situação, designação, realce, retificação, afetividade, etc. avos
1) DE EXCLUSÃO - só, salvo, apenas, senão, etc. LXX 70 setenta septuagési- setenta avos
2) DE INCLUSÃO - também, até, mesmo, inclusive, etc. mo
3) DE SITUAÇÃO - mas, então, agora, afinal, etc. LXXX 80 oitenta octogésimo oitenta avos
4) DE DESIGNAÇÃO - eis. XC 90 noventa nonagésimo noventa
5) DE RETIFICAÇÃO - aliás, isto é, ou melhor, ou antes, etc. avos
6) DE REALCE - cá, lá, sã, é que, ainda, mas, etc. C 100 cem centésimo centésimo
Você lá sabe o que está dizendo, homem... CC 200 duzentos ducentésimo ducentésimo
Mas que olhos lindos! CCC 300 trezentos trecentésimo trecentésimo
Veja só que maravilha! CD 400 quatrocen- quadringen- quadringen-
tos tésimo tésimo
NUMERAL D 500 quinhen- quingenté- quingenté-
tos simo simo
DC 600 seiscentos sexcentési- sexcentési-
Numeral é a palavra que indica quantidade, ordem, múltiplo ou fração. mo mo
DCC 700 setecen- septingenté- septingenté-
O numeral classifica-se em: tos simo simo
- cardinal - quando indica quantidade. DCCC 800 oitocentos octingenté- octingenté-
- ordinal - quando indica ordem. simo simo
- multiplicativo - quando indica multiplicação. CM 900 novecen- nongentési- nongentési-
- fracionário - quando indica fracionamento. tos mo mo
M 1000 mil milésimo milésimo
Exemplos:
Silvia comprou dois livros. Emprego do Numeral
Antônio marcou o primeiro gol. Na sucessão de papas, reis, príncipes, anos, séculos, capítulos, etc.
Na semana seguinte, o anel custará o dobro do preço. empregam-se de 1 a 10 os ordinais.
O galinheiro ocupava um quarto da quintal. João Paulo I I (segundo) ano lll (ano terceiro)
Luis X (décimo) ano I (primeiro)
Pio lX (nono) século lV (quarto)

QUADRO BÁSICO DOS NUMERAIS De 11 em diante, empregam-se os cardinais:


Leão Xlll (treze) ano Xl (onze)
Algarismos Numerais Pio Xll (doze) século XVI (dezesseis)
Luis XV (quinze) capitulo XX (vinte)
Roma- Arábi- Cardinais Ordinais Multiplica- Fracionários
nos cos tivos
Se o numeral aparece antes, é lido como ordinal.
I 1 um primeiro simples -
XX Salão do Automóvel (vigésimo)
II 2 dois segundo duplo meio
VI Festival da Canção (sexto)
dobro
lV Bienal do Livro (quarta)
III 3 três terceiro tríplice terço XVI capítulo da telenovela (décimo sexto)
IV 4 quatro quarto quádruplo quarto
V 5 cinco quinto quíntuplo quinto Quando se trata do primeiro dia do mês, deve-se dar preferência ao
VI 6 seis sexto sêxtuplo sexto emprego do ordinal.
VII 7 sete sétimo sétuplo sétimo Hoje é primeiro de setembro
VIII 8 oito oitavo óctuplo oitavo Não é aconselhável iniciar período com algarismos
IX 9 nove nono nônuplo nono 16 anos tinha Patrícia = Dezesseis anos tinha Patrícia
X 10 dez décimo décuplo décimo
XI 11 onze décimo onze avos A título de brevidade, usamos constantemente os cardinais pelos ordi-
primeiro nais. Ex.: casa vinte e um (= a vigésima primeira casa), página trinta e dois
XII 12 doze décimo doze avos (= a trigésima segunda página). Os cardinais um e dois não variam nesse
segundo caso porque está subentendida a palavra número. Casa número vinte e um,
XIII 13 treze décimo treze avos página número trinta e dois. Por isso, deve-se dizer e escrever também: a

Língua Portuguesa 34 A Opção Certa Para a Sua Realização


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folha vinte e um, a folha trinta e dois. Na linguagem forense, vemos o No 3º exemplo, a conjunção liga duas orações que se completam uma à
numeral flexionado: a folhas vinte e uma a folhas trinta e duas. outra e faz com que a segunda dependa da primeira: por isso, a conjunção
QUANDO é subordinativa.
ARTIGO
As conjunções, portanto, dividem-se em coordenativas e subordinativas.

Artigo é uma palavra que antepomos aos substantivos para determiná- CONJUNÇÕES COORDENATIVAS
COORDENATIVAS
los. Indica-lhes, ao mesmo tempo, o gênero e o número. As conjunções coordenativas podem ser:
1) Aditivas,
Aditivas que dão ideia de adição, acrescentamento: e, nem, mas
Dividem-se em também, mas ainda, senão também, como também, bem como.
• definidos: O, A, OS, AS O agricultor colheu o trigo e o vendeu.
• indefinidos: UM, UMA, UNS, UMAS. Não aprovo nem permitirei essas coisas.
Os definidos determinam os substantivos de modo preciso, particular. Os livros não só instruem mas também divertem.
Viajei com o médico. (Um médico referido, conhecido, determinado). As abelhas não apenas produzem mel e cera mas ainda polinizam
as flores.
Os indefinidos determinam os substantivos de modo vago, impreciso, 2) Adversativas, que exprimem oposição, contraste, ressalva, com-
geral. pensação: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, sendo, ao
Viajei com um médico. (Um médico não referido, desconhecido, inde- passo que, antes (= pelo contrário), no entanto, não obstante, ape-
terminado). sar disso, em todo caso.
Querem ter dinheiro, mas não trabalham.
lsoladamente, os artigos são palavras de todo vazias de sentido. Ela não era bonita, contudo cativava pela simpatia.
Não vemos a planta crescer, no entanto, ela cresce.
A culpa não a atribuo a vós, senão a ele.
CONJUNÇÃO O professor não proíbe, antes estimula as perguntas em aula.
O exército do rei parecia invencível, não obstante, foi derrotado.
Conjunção é a palavra que une duas ou mais orações. Você já sabe bastante, porém deve estudar mais.
Eu sou pobre, ao passo que ele é rico.
Coniunções Coordenativas
Coordenativas Hoje não atendo, em todo caso, entre.
1) ADITIVAS: e, nem, também, mas, também, etc. 3) Alternativas, que exprimem alternativa, alternância ou, ou ... ou,
2) ADVERSATIVAS: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, ora ... ora, já ... já, quer ... quer, etc.
senão, no entanto, etc. Os sequestradores deviam render-se ou seriam mortos.
3) ALTERNATIVAS: ou, ou.., ou, ora... ora, já... já, quer, quer, Ou você estuda ou arruma um emprego.
etc. Ora triste, ora alegre, a vida segue o seu ritmo.
4) CONCLUSIVAS. logo, pois, portanto, por conseguinte, por Quer reagisse, quer se calasse, sempre acabava apanhando.
consequência. "Já chora, já se ri, já se enfurece."
5) EXPLICATIVAS: isto é, por exemplo, a saber, que, porque, (Luís de Camões)
pois, etc. 4) Conclusivas,
Conclusivas, que iniciam uma conclusão: logo, portanto, por con-
seguinte, pois (posposto ao verbo), por isso.
Conjunções Subordinativas As árvores balançam, logo está ventando.
1) CONDICIONAIS: se, caso, salvo se, contanto que, uma vez que, etc. Você é o proprietário do carro, portanto é o responsável.
2) CAUSAIS: porque, já que, visto que, que, pois, porquanto, etc. O mal é irremediável; deves, pois, conformar-te.
3) COMPARATIVAS: como, assim como, tal qual, tal como, mais que, etc. 5) Explicativas,
Explicativas que precedem uma explicação, um motivo: que, por-
4) CONFORMATIVAS: segundo, conforme, consoante, como, etc. que, porquanto, pois (anteposto ao verbo).
5) CONCESSIVAS: embora, ainda que, mesmo que, posto que, se bem que, Não solte balões, que (ou porque, ou pois, ou porquanto) podem
etc. causar incêndios.
6) INTEGRANTES: que, se, etc. Choveu durante a noite, porque as ruas estão molhadas.
7) FINAIS: para que, a fim de que, que, etc.
8) CONSECUTIVAS: tal... qual, tão... que, tamanho... que, de sorte que, de Observação:
Observação: A conjunção A pode apresentar-se com sentido adversati-
forma que, de modo que, etc. vo:
9) PROPORCIONAIS: à proporção que, à medida que, quanto... tanto mais, Sofrem duras privações a [= mas] não se queixam.
etc. "Quis dizer mais alguma coisa a não pôde."
10) TEMPORAIS: quando, enquanto, logo que, depois que, etc. (Jorge Amado)

VALOR LÓGICO E SINTÁTICO DAS CON


CONJUNÇÕES Conjunções subordinativas
As conjunções subordinativas ligam duas orações, subordinando uma à
Examinemos estes exemplos: outra. Com exceção das integrantes, essas conjunções iniciam orações que
1º) Tristeza e alegria não moram juntas. traduzem circunstâncias (causa, comparação, concessão, condição ou
2º) Os livros ensinam e divertem. hipótese, conformidade, consequência, finalidade, proporção, tempo).
3º) Saímos de casa quando amanhecia. Abrangem as seguintes classes:
1) Causais:
Causais: porque, que, pois, como, porquanto, visto que, visto como, já
que, uma vez que, desde que.
No primeiro exemplo, a palavra E liga duas palavras da mesma oração: é
uma conjunção. O tambor soa porque é oco. (porque é oco: causa; o tambor soa:
efeito).
No segundo a terceiro exemplos, as palavras E e QUANDO estão ligando Como estivesse de luto, não nos recebeu.
orações: são também conjunções. Desde que é impossível, não insistirei.
2) Comparativas: como, (tal) qual, tal a qual, assim como, (tal) como, (tão
Conjunção é uma palavra invariável que liga orações ou palavras da ou tanto) como, (mais) que ou do que, (menos) que ou do que, (tanto)
mesma oração. quanto, que nem, feito (= como, do mesmo modo que), o mesmo que
(= como).
No 2º exemplo, a conjunção liga as orações sem fazer que uma dependa Ele era arrastado pela vida como uma folha pelo vento.
O exército avançava pela planície qual uma serpente imensa.
da outra, sem que a segunda complete o sentido da primeira: por isso, a
"Os cães, tal qual os homens, podem participar das três categorias."
conjunção E é coordenativa.
(Paulo Mendes Campos)

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"Sou o mesmo que um cisco em minha própria casa." Em frases como Sairás sem que te vejam, Morreu sem que ninguém o
(Antônio Olavo Pereira) chorasse, consideramos sem que conjunção subordinativa modal. A NGB,
"E pia tal a qual a caça procurada." porém, não consigna esta espécie de conjunção.
(Amadeu de Queirós)
"Por que ficou me olhando assim feito boba?" Locuções conjuntivas: no entanto, visto que, desde que, se bem que,
(Carlos Drummond de Andrade) por mais que, ainda quando, à medida que, logo que, a rim de que, etc.
Os pedestres se cruzavam pelas ruas que nem formigas apressadas.
Nada nos anima tanto como (ou quanto) um elogio sincero. Muitas conjunções não têm classificação única, imutável, devendo, por-
Os governantes realizam menos do que prometem. tanto, ser classificadas de acordo com o sentido que apresentam no contex-
3) Concessivas: embora, conquanto, que, ainda que, mesmo que, ainda to. Assim, a conjunção que pode ser:
quando, mesmo quando, posto que, por mais que, por muito que, por 1) Aditiva (= e):
menos que, se bem que, em que (pese), nem que, dado que, sem que Esfrega que esfrega, mas a nódoa não sai.
(= embora não). A nós que não a eles, compete fazê-lo.
Célia vestia-se bem, embora fosse pobre. 2) Explicativa (= pois, porque):
A vida tem um sentido, por mais absurda que possa parecer. Apressemo-nos, que chove.
Beba, nem que seja um pouco. 3) Integrante:
Dez minutos que fossem, para mim, seria muito tempo. Diga-lhe que não irei.
Fez tudo direito, sem que eu lhe ensinasse. 4) Consecutiva:
Em que pese à autoridade deste cientista, não podemos aceitar suas Tanto se esforçou que conseguiu vencer.
afirmações. Não vão a uma festa que não voltem cansados.
Não sei dirigir, e, dado que soubesse, não dirigiria de noite. Onde estavas, que não te vi?
4) Condicionais:
Condicionais se, caso, contanto que, desde que, salvo se, sem que (= 5) Comparativa (= do que, como):
se não), a não ser que, a menos que, dado que. A luz é mais veloz que o som.
Ficaremos sentidos, se você não vier. Ficou vermelho que nem brasa.
Comprarei o quadro, desde que não seja caro. 6) Concessiva (= embora, ainda que):
Não sairás daqui sem que antes me confesses tudo. Alguns minutos que fossem, ainda assim seria muito tempo.
"Eleutério decidiu logo dormir repimpadamente sobre a areia, a menos Beba, um pouco que seja.
que os mosquitos se opusessem." 7) Temporal (= depois que, logo que):
(Ferreira de Castro) Chegados que fomos, dirigimo-nos ao hotel.
5) Conformativas:
Conformativas: como, conforme, segundo, consoante. As coisas não 8) Final (= pare que):
são como (ou conforme) dizem. Vendo-me à janela, fez sinal que descesse.
"Digo essas coisas por alto, segundo as ouvi narrar." 9) Causal (= porque, visto que):
(Machado de Assis) "Velho que sou, apenas conheço as flores do meu tempo." (Vivaldo
6) Consecutivas: que (precedido dos termos intensivos tal, tão, tanto, Coaraci)
tamanho, às vezes subentendidos), de sorte que, de modo que, de A locução conjuntiva sem que, pode ser, conforme a frase:
forma que, de maneira que, sem que, que (não). 1) Concessiva: Nós lhe dávamos roupa a comida, sem que ele pedis-
Minha mão tremia tanto que mal podia escrever. se. (sem que = embora não)
Falou com uma calma que todos ficaram atônitos. 2) Condicional: Ninguém será bom cientista, sem que estude muito.
Ontem estive doente, de sorte que (ou de modo que) não saí. (sem que = se não,caso não)
Não podem ver um cachorro na rua sem que o persigam. 3) Consecutiva: Não vão a uma festa sem que voltem cansados. (sem
Não podem ver um brinquedo que não o queiram comprar. que = que não)
7) Finais: para que, a fim de que, que (= para que). 4) Modal: Sairás sem que te vejam. (sem que = de modo que não)
Afastou-se depressa para que não o víssemos.
Falei-lhe com bons termos, a fim de que não se ofendesse. Conjunção é a palavra que une duas ou mais orações.
Fiz-lhe sinal que se calasse.
8) Proporcionais: à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto PREPOSI
PREPOSIÇÃO
mais... (tanto mais), quanto mais... (tanto menos), quanto menos... (tan-
to mais), quanto mais... (mais), (tanto)... quanto.
À medida que se vive, mais se aprende. Preposições são palavras que estabelecem um vínculo entre dois ter-
À proporção que subíamos, o ar ia ficando mais leve. mos de uma oração. O primeiro, um subordinante ou antecedente, e o
Quanto mais as cidades crescem, mais problemas vão tendo. segundo, um subordinado ou consequente.
Os soldados respondiam, à medida que eram chamados.
Exemplos:
Observação: Chegaram a Porto Alegre.
São incorretas as locuções proporcionais à medida em que, na medida Discorda de você.
que e na medida em que. A forma correta é à medida que: Fui até a esquina.
"À medida que os anos passam, as minhas possibilidades diminuem." Casa de Paulo.
(Maria José de Queirós)
Preposições Essenciais e Acidentais
9) Temporais
Temporais: quando, enquanto, logo que, mal (= logo que), sempre que, As preposições essenciais são: A, ANTE, APÓS, ATÉ, COM, CONTRA,
assim que, desde que, antes que, depois que, até que, agora que, etc. DE, DESDE, EM, ENTRE, PARA, PERANTE, POR, SEM, SOB, SOBRE e
Venha quando você quiser. ATRÁS.
Não fale enquanto come.
Ela me reconheceu, mal lhe dirigi a palavra. Certas palavras ora aparecem como preposições, ora pertencem a ou-
Desde que o mundo existe, sempre houve guerras. tras classes, sendo chamadas, por isso, de preposições acidentais: afora,
Agora que o tempo esquentou, podemos ir à praia. conforme, consoante, durante, exceto, fora, mediante, não obstante, salvo,
"Ninguém o arredava dali, até que eu voltasse." (Carlos Povina Caval- segundo, senão, tirante, visto, etc.
cânti)
10) Integrantes: que, se. INTERJEIÇÃO
Sabemos que a vida é breve.
Veja se falta alguma coisa.
Interjeição é a palavra que comunica emoção. As interjeições podem
ser:
Observação:

Língua Portuguesa 36 A Opção Certa Para a Sua Realização


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- alegria: ahl oh! oba! eh! O avião sobrevoou a praia.
- animação: coragem! avante! eia! Verbo intransitivo é aquele que não necessita de complemento.
- admiração: puxa! ih! oh! nossa! O sabiá voou alto.
- aplauso: bravo! viva! bis! Verbo transitivo é aquele que necessita de complemento.
- desejo: tomara! oxalá! • Transitivo direto: é o verbo que necessita de complemento sem auxílio
- dor: aí! ui! de proposição.
- silêncio: psiu! silêncio! Minha equipe venceu a partida.
- suspensão: alto! basta! • Transitivo indireto: é o verbo que necessita de complemento com
auxílio de preposição.
LOCUÇÃO INTERJETIVA é a conjunto de palavras que têm o mesmo Ele precisa de um esparadrapo.
valor de uma interjeição. • Transitivo direto e indireto (bitransitivo) é o verbo que necessita ao
Minha Nossa Senhora! Puxa vida! Deus me livre! Raios te partam! mesmo tempo de complemento sem auxílio de preposição e de
Meu Deus! Que maravilha! Ora bolas! Ai de mim! complemento com auxilio de preposição.
Damos uma simples colaboração a vocês.
SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO 3. Predicado verbo nominal: é aquele que se constitui de verbo intransitivo
mais predicativo do sujeito ou de verbo transitivo mais predicativo do
sujeito.
FRASE Os rapazes voltaram vitoriosos.
Frase é um conjunto de palavras que têm sentido completo.
• Predicativo do sujeito: é o termo que, no predicado verbo-nominal,
O tempo está nublado.
ajuda o verbo intransitivo a comunicar estado ou qualidade do sujeito.
Socorro!
Ele morreu rico.
Que calor!
• Predicativo do objeto é o termo que, que no predicado verbo-nominal,
ajuda o verbo transitivo a comunicar estado ou qualidade do objeto
ORAÇÃO direto ou indireto.
Oração é a frase que apresenta verbo ou locução verbal. Elegemos o nosso candidato vereador.
A fanfarra desfilou na avenida.
As festas juninas estão chegando. TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO
Chama-se termos integrantes da oração os que completam a
PERÍODO significação transitiva dos verbos e dos nomes. São indispensáveis à
Período é a frase estruturada em oração ou orações. compreensão do enunciado.
O período pode ser:
• simples - aquele constituído por uma só oração (oração absoluta). 1. OBJETO DIRETO
Fui à livraria ontem. Objeto direto é o termo da oração que completa o sentido do verbo
• composto - quando constituído por mais de uma oração. transitivo direto. Ex.: Mamãe comprou PEIXE.
Fui à livraria ontem e comprei um livro.
2. OBJETO INDIRETO
TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO Objeto indireto é o termo da oração que completa o sentido do verbo
São dois os termos essenciais da oração: transitivo indireto.
As crianças precisam de CARINHO.
SUJEITO
Sujeito é o ser ou termo sobre o qual se diz alguma coisa. 3. COMPLEMENTO NOMINAL
Complemento nominal é o termo da oração que completa o sentido de
Os bandeirantes capturavam os índios. (sujeito = bandeirantes) um nome com auxílio de preposição. Esse nome pode ser representado por
um substantivo, por um adjetivo ou por um advérbio.
O sujeito pode ser : Toda criança tem amor aos pais. - AMOR (substantivo)
- simples: quando tem um só núcleo O menino estava cheio de vontade. - CHEIO (adjetivo)
As rosas têm espinhos. (sujeito: as rosas; Nós agíamos favoravelmente às discussões. - FAVORAVELMENTE
núcleo: rosas) (advérbio).
- composto: quando tem mais de um núcleo
O burro e o cavalo saíram em disparada.
4. AGENTE DA PASSIVA
(suj: o burro e o cavalo; núcleo burro, cavalo)
Agente da passiva é o termo da oração que pratica a ação do verbo na
- oculto: ou elíptico ou implícito na desinência verbal
voz passiva.
Chegaste com certo atraso. (suj.: oculto: tu)
A mãe é amada PELO FILHO.
- indeterminado: quando não se indica o agente da ação verbal
O cantor foi aplaudido PELA MULTIDÃO.
Come-se bem naquele restaurante.
Os melhores alunos foram premiados PELA DIREÇÃO.
- Inexistente: quando a oração não tem sujeito
Choveu ontem.
Há plantas venenosas. TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO
TERMOS ACESSÓRIOS são os que desempenham na oração uma
PREDICADO função secundária, limitando o sentido dos substantivos ou exprimindo
Predicado é o termo da oração que declara alguma coisa do sujeito. alguma circunstância.
O predicado classifica-se em:
1. Nominal: é aquele que se constitui de verbo de ligação mais predicativo São termos acessórios da oração:
do sujeito. 1. ADJUNTO ADNOMINAL
Nosso colega está doente. Adjunto adnominal é o termo que caracteriza ou determina os
Principais verbos de ligação: SER, ESTAR, PARECER, substantivos. Pode ser expresso:
PERMANECER, etc. • pelos adjetivos: água fresca,
Predicativo do sujeito é o termo que ajuda o verbo de ligação a • pelos artigos: o mundo, as ruas
comunicar estado ou qualidade do sujeito. • pelos pronomes adjetivos: nosso tio, muitas coisas
Nosso colega está doente. • pelos numerais : três garotos; sexto ano
A moça permaneceu sentada. • pelas locuções adjetivas: casa do rei; homem sem escrúpulos
2. Predicado verbal é aquele que se constitui de verbo intransitivo ou
transitivo. 2. ADJUNTO ADVERBIAL
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Adjunto adverbial é o termo que exprime uma circunstância (de tempo, Ligam palavras ou orações de sentido separado, uma excluindo a outra
lugar, modo etc.), modificando o sentido de um verbo, adjetivo ou advérbio. (ou, ou...ou, já...já, ora...ora, quer...quer, etc).
Cheguei cedo. Mudou o natal OU MUDEI EU?
José reside em São Paulo. “OU SE CALÇA A LUVA e não se põe o anel,
OU SE PÕE O ANEL e não se calça a luva!”
3. APOSTO (C. Meireles)
Aposto é uma palavra ou expressão que explica ou esclarece,
desenvolve ou resume outro termo da oração. 4. CONCLUSIVAS:
Dr. João, cirurgião-dentista, Ligam uma oração a outra que exprime conclusão (LOGO, POIS,
Rapaz impulsivo, Mário não se conteve. PORTANTO, POR CONSEGUINTE, POR ISTO, ASSIM, DE MODO QUE,
O rei perdoou aos dois: ao fidalgo e ao criado. etc).
4. VOCATIVO Ele está mal de notas; LOGO, SERÁ REPROVADO.
Vocativo é o termo (nome, título, apelido) usado para chamar ou Vives mentindo; LOGO, NÃO MERECES FÉ.
interpelar alguém ou alguma coisa.
Tem compaixão de nós, ó Cristo. 5. EXPLICATIVAS:
Professor, o sinal tocou. Ligam a uma oração, geralmente com o verbo no imperativo, outro que
Rapazes, a prova é na próxima semana. a explica, dando um motivo (pois, porque, portanto, que, etc.)
Alegra-te, POIS A QUI ESTOU. Não mintas, PORQUE É PIOR.
PERÍODO COMPOSTO - PERÍODO SIMPLES Anda depressa, QUE A PROVA É ÀS 8 HORAS.

No período simples há apenas uma oração, a qual se diz absoluta. ORAÇÃO INTERCALADA OU INTERFERENTE
Fui ao cinema. É aquela que vem entre os termos de uma outra oração.
O pássaro voou. O réu, DISSERAM OS JORNAIS, foi absolvido.

PERÍODO COMPOSTO A oração intercalada ou interferente aparece com os verbos:


No período composto há mais de uma oração. CONTINUAR, DIZER, EXCLAMAR, FALAR etc.
(Não sabem) (que nos calores do verão a terra dorme) (e os homens
folgam.) ORAÇÃO PRINCIPAL
Oração principal é a mais importante do período e não é introduzida por
Período composto por coordenação um conectivo.
Apresenta orações independentes. ELES DISSERAM que voltarão logo.
(Fui à cidade), (comprei alguns remédios) (e voltei cedo.) ELE AFIRMOU que não virá.
PEDI que tivessem calma. (= Pedi calma)
Período composto por subordinação
Apresenta orações dependentes. ORAÇÃO SUBORDINADA
(É bom) (que você estude.) Oração subordinada é a oração dependente que normalmente é
introduzida por um conectivo subordinativo. Note que a oração principal
nem sempre é a primeira do período.
Período composto por coordenação e subordinação
Quando ele voltar, eu saio de férias.
Apresenta tanto orações dependentes como independentes. Este
Oração principal: EU SAIO DE FÉRIAS
período é também conhecido como misto.
Oração subordinada: QUANDO ELE VOLTAR
(Ele disse) (que viria logo,) (mas não pôde.)
ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA
ORAÇÃO COORDENADA Oração subordinada substantiva é aquela que tem o valor e a função
Oração coordenada é aquela que é independente.
de um substantivo.
Por terem as funções do substantivo, as orações subordinadas
As orações coordenadas podem ser:
substantivas classificam-se em:
- Sindética:
Sindética
Aquela que é independente e é introduzida por uma conjunção
coordenativa. 1) SUBJETIVA (sujeito)
Viajo amanhã, mas volto logo. Convém que você estude mais.
Importa que saibas isso bem. .
- Assindética:
Assindética É necessário que você colabore. (SUA COLABORAÇÃO) é necessária.
Aquela que é independente e aparece separada por uma vírgula ou
ponto e vírgula.
Chegou, olhou, partiu. 2) OBJETIVA DIRETA (objeto direto)
A oração coordenada sindética pode ser: Desejo QUE VENHAM TODOS.
Pergunto QUEM ESTÁ AI.
1. ADITIVA:
Expressa adição, sequência de pensamento. (e, nem = e não), mas, 3) OBJETIVA INDIRETA (objeto indireto)
também: Aconselho-o A QUE TRABALHE MAIS.
Ele falava E EU FICAVA OUVINDO. Tudo dependerá DE QUE SEJAS CONSTANTE.
Meus atiradores nem fumam NEM BEBEM. Daremos o prêmio A QUEM O MERECER.
A doença vem a cavalo E VOLTA A PÉ.
4) COMPLETIVA NOMINAL
2. ADVERSATIVA: Complemento nominal.
Ligam orações, dando-lhes uma ideia de compensação ou de contraste Ser grato A QUEM TE ENSINA.
(mas, porém, contudo, todavia, entretanto, senão, no entanto, etc). Sou favorável A QUE O PRENDAM.
A espada vence MAS NÃO CONVENCE.
O tambor faz um grande barulho, MAS É VAZIO POR DENTRO. 5) PREDICATIVA (predicativo)
Apressou-se, CONTUDO NÃO CHEGOU A TEMPO. Seu receio era QUE CHOVESSE. = Seu receio era (A CHUVA)
Minha esperança era QUE ELE DESISTISSE.
3. ALTERNATIVAS: Não sou QUEM VOCÊ PENSA.

Língua Portuguesa 38 A Opção Certa Para a Sua Realização


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6) APOSITIVAS (servem de aposto) 10) MODAIS: exprimem modo, maneira:


Só desejo uma coisa: QUE VIVAM FELIZES = (A SUA FELICIDADE) Entrou na sala SEM QUE NOS CUMPRIMENTASSE.
Só lhe peço isto: HONRE O NOSSO NOME. Aqui viverás em paz, SEM QUE NINGUÉM TE INCOMODE.

ORAÇÕES REDUZIDAS
7) AGENTE DA PASSIVA
Oração reduzida é aquela que tem o verbo numa das formas nominais:
O quadro foi comprado POR QUEM O FEZ = (PELO SEU AUTOR)
gerúndio, infinitivo e particípio.
A obra foi apreciada POR QUANTOS A VIRAM.
Exemplos:
ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS • Penso ESTAR PREPARADO = Penso QUE ESTOU PREPARADO.
Oração subordinada adjetiva é aquela que tem o valor e a função de • Dizem TER ESTADO LÁ = Dizem QUE ESTIVERAM LÁ.
um adjetivo. • FAZENDO ASSIM, conseguirás = SE FIZERES ASSIM,
Há dois tipos de orações subordinadas adjetivas: conseguirás.
• É bom FICARMOS ATENTOS. = É bom QUE FIQUEMOS
1) EXPLICATIVAS:
EXPLICATIVAS ATENTOS.
Explicam ou esclarecem, à maneira de aposto, o termo antecedente, • AO SABER DISSO, entristeceu-se = QUANDO SOUBE DISSO,
atribuindo-lhe uma qualidade que lhe é inerente ou acrescentando-lhe uma entristeceu-se.
informação. • É interesse ESTUDARES MAIS.= É interessante QUE ESTUDES
Deus, QUE É NOSSO PAI, nos salvará. MAIS.
Ele, QUE NASCEU RICO, acabou na miséria. • SAINDO DAQUI, procure-me. = QUANDO SAIR DAQUI, procure-
me.
2) RESTRITIVAS:
RESTRITIVAS
Restringem ou limitam a significação do termo antecedente, sendo CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL
indispensáveis ao sentido da frase:
Pedra QUE ROLA não cria limo.
As pessoas A QUE A GENTE SE DIRIGE sorriem. CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL
Ele, QUE SEMPRE NOS INCENTIVOU, não está mais aqui. Concordância é o processo sintático no qual uma palavra determinante
se adapta a uma palavra determinada, por meio de suas flexões.
ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS
Oração subordinada adverbial é aquela que tem o valor e a função de Principais Casos de Concordância Nomi
Nominal
um advérbio. 1) O artigo, o adjetivo, o pronome relativo e o numeral concordam em
gênero e número com o substantivo.
As orações subordinadas adverbiais classificam-se em: As primeiras alunas da classe foram passear no zoológico.
1) CAUSAIS:
CAUSAIS exprimem causa, motivo, razão: 2) O adjetivo ligado a substantivos do mesmo gênero e número vão
Desprezam-me, POR ISSO QUE SOU POBRE. normalmente para o plural.
O tambor soa PORQUE É OCO. Pai e filho estudiosos ganharam o prêmio.
3) O adjetivo ligado a substantivos de gêneros e número diferentes vai
2) COMPARATIVAS:
COMPARATIVAS representam o segundo termo de uma para o masculino plural.
comparação. Alunos e alunas estudiosos ganharam vários prêmios.
O som é menos veloz QUE A LUZ. 4) O adjetivo posposto concorda em gênero com o substantivo mais
Parou perplexo COMO SE ESPERASSE UM GUIA. próximo:
Trouxe livros e revista especializada.
3) CONCESSIVAS: exprimem um fato que se concede, que se admite: 5) O adjetivo anteposto pode concordar com o substantivo mais próxi-
POR MAIS QUE GRITASSE, não me ouviram. mo.
Os louvores, PEQUENOS QUE SEJAM, são ouvidos com agrado. Dedico esta música à querida tia e sobrinhos.
CHOVESSE OU FIZESSE SOL, o Major não faltava. 6) O adjetivo que funciona como predicativo do sujeito concorda com o
sujeito.
4) CONDICIONAIS: exprimem condição, hipótese: Meus amigos estão atrapalhados.
SE O CONHECESSES, não o condenarias. 7) O pronome de tratamento que funciona como sujeito pede o predica-
Que diria o pai SE SOUBESSE DISSO? tivo no gênero da pessoa a quem se refere.
Sua excelência, o Governador, foi compreensivo.
5) CONFORMATIVAS: exprimem acordo ou conformidade de um fato 8) Os substantivos acompanhados de numerais precedidos de artigo
com outro: vão para o singular ou para o plural.
Fiz tudo COMO ME DISSERAM. Já estudei o primeiro e o segundo livro (livros).
Vim hoje, CONFORME LHE PROMETI. 9) Os substantivos acompanhados de numerais em que o primeiro vier
precedido de artigo e o segundo não vão para o plural.
6) CONSECUTIVAS: exprimem uma consequência, um resultado: Já estudei o primeiro e segundo livros.
A fumaça era tanta QUE EU MAL PODIA ABRIR OS OLHOS. 10) O substantivo anteposto aos numerais vai para o plural.
Bebia QUE ERA UMA LÁSTIMA! Já li os capítulos primeiro e segundo do novo livro.
Tenho medo disso QUE ME PÉLO! 11) As palavras: MESMO, PRÓPRIO e SÓ concordam com o nome a
7) FINAIS: exprimem finalidade, objeto: que se referem.
Fiz-lhe sinal QUE SE CALASSE. Ela mesma veio até aqui.
Aproximei-me A FIM DE QUE ME OUVISSE MELHOR. Eles chegaram sós.
Eles próprios escreveram.
8) PROPORCIONAIS: denotam proporcionalidade: 12) A palavra OBRIGADO concorda com o nome a que se refere.
À MEDIDA QUE SE VIVE, mais se aprende. Muito obrigado. (masculino singular)
QUANTO MAIOR FOR A ALTURA, maior será o tombo. Muito obrigada. (feminino singular).
13) A palavra MEIO concorda com o substantivo quando é adjetivo e fica
9) TEMPORAIS:
TEMPORAIS indicam o tempo em que se realiza o fato expresso na invariável quando é advérbio.
oração principal: Quero meio quilo de café.
ENQUANTO FOI RICO todos o procuravam. Minha mãe está meio exausta.
QUANDO OS TIRANOS CAEM, os povos se levantam. É meio-dia e meia. (hora)

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14) As palavras ANEXO, INCLUSO e JUNTO concordam com o substan- Eu é que escrevo os programas.
tivo a que se referem. 13) O verbo concorda com o pronome antecedente quando o sujeito é
Trouxe anexas as fotografias que você me pediu. um pronome relativo.
A expressão em anexo é invariável. Ele, que chegou atrasado, fez a melhor prova.
Trouxe em anexo estas fotos. Fui eu que fiz a lição
15) Os adjetivos ALTO, BARATO, CONFUSO, FALSO, etc, que substitu- Quando a LIÇÃO é pronome relativo, há várias construções possí-
em advérbios em MENTE, permanecem invariáveis. veis.
Vocês falaram alto demais. • que: Fui eu que fiz a lição.
O combustível custava barato. • quem: Fui eu quem fez a lição.
Você leu confuso. • o que: Fui eu o que fez a lição.
Ela jura falso.
14) Verbos impessoais - como não possuem sujeito, deixam o verbo na
16) CARO, BASTANTE, LONGE, se advérbios, não variam, se adjetivos, terceira pessoa do singular. Acompanhados de auxiliar, transmitem a
sofrem variação normalmente. este sua impessoalidade.
Esses pneus custam caro. Chove a cântaros. Ventou muito ontem.
Conversei bastante com eles. Deve haver muitas pessoas na fila. Pode haver brigas e discussões.
Conversei com bastantes pessoas.
Estas crianças moram longe. CONCORDÂNCIA DOS VERBOS SER E PARE
PARECER
Conheci longes terras.
1) Nos predicados nominais, com o sujeito representado por um dos
CONCORDÂNCIA VERBAL pronomes TUDO, NADA, ISTO, ISSO, AQUILO, os verbos SER e PA-
RECER concordam com o predicativo.
CASOS GERAIS Tudo são esperanças.
Aquilo parecem ilusões.
Aquilo é ilusão.
1) O verbo concorda com o sujeito em número e pessoa.
O menino chegou. Os meninos chegaram. 2) Nas orações iniciadas por pronomes interrogativos, o verbo SER con-
2) Sujeito representado por nome coletivo deixa o verbo no singular. corda sempre com o nome ou pronome que vier depois.
O pessoal ainda não chegou. Que são florestas equatoriais?
A turma não gostou disso. Quem eram aqueles homens?
Um bando de pássaros pousou na árvore.
3) Se o núcleo do sujeito é um nome terminado em S, o verbo só irá ao 3) Nas indicações de horas, datas, distâncias, a concordância se fará com
plural se tal núcleo vier acompanhado de artigo no plural. a expressão numérica.
Os Estados Unidos são um grande país. São oito horas.
Os Lusíadas imortalizaram Camões. Hoje são 19 de setembro.
Os Alpes vivem cobertos de neve. De Botafogo ao Leblon são oito quilômetros.
Em qualquer outra circunstância, o verbo ficará no singular.
Flores já não leva acento. 4) Com o predicado nominal indicando suficiência ou falta, o verbo SER
O Amazonas deságua no Atlântico. fica no singular.
Campos foi a primeira cidade na América do Sul a ter luz elétrica. Três batalhões é muito pouco.
4) Coletivos primitivos (indicam uma parte do todo) seguidos de nome Trinta milhões de dólares é muito dinheiro.
no plural deixam o verbo no singular ou levam-no ao plural, indiferen-
temente. 5) Quando o sujeito é pessoa, o verbo SER fica no singular.
A maioria das crianças recebeu, (ou receberam) prêmios. Maria era as flores da casa.
A maior parte dos brasileiros votou (ou votaram). O homem é cinzas.
5) O verbo transitivo direto ao lado do pronome SE concorda com o
sujeito paciente. 6) Quando o sujeito é constituído de verbos no infinitivo, o verbo SER
Vende-se um apartamento. concorda com o predicativo.
Vendem-se alguns apartamentos. Dançar e cantar é a sua atividade.
6) O pronome SE como símbolo de indeterminação do sujeito leva o Estudar e trabalhar são as minhas atividades.
verbo para a 3ª pessoa do singular.
Precisa-se de funcionários. 7) Quando o sujeito ou o predicativo for pronome pessoal, o verbo SER
7) A expressão UM E OUTRO pede o substantivo que a acompanha no concorda com o pronome.
singular e o verbo no singular ou no plural. A ciência, mestres, sois vós.
Um e outro texto me satisfaz. (ou satisfazem) Em minha turma, o líder sou eu.
8) A expressão UM DOS QUE pede o verbo no singular ou no plural.
Ele é um dos autores que viajou (viajaram) para o Sul. 8) Quando o verbo PARECER estiver seguido de outro verbo no infinitivo,
9) A expressão MAIS DE UM pede o verbo no singular. apenas um deles deve ser flexionado.
Mais de um jurado fez justiça à minha música. Os meninos parecem gostar dos brinquedos.
10) As palavras: TUDO, NADA, ALGUÉM, ALGO, NINGUÉM, quando Os meninos parece gostarem dos brinquedos.
empregadas como sujeito e derem ideia de síntese, pedem o verbo
no singular. REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL
As casas, as fábricas, as ruas, tudo parecia poluição.
11) Os verbos DAR, BATER e SOAR, indicando hora, acompanham o Regência é o processo sintático no qual um termo depende gramati-
sujeito. calmente do outro.
Deu uma hora.
Deram três horas. A regência nominal trata dos complementos dos nomes (substantivos e
Bateram cinco horas. adjetivos).
Naquele relógio já soaram duas horas.
12) A partícula expletiva ou de realce É QUE é invariável e o verbo da Exemplos:
frase em que é empregada concorda normalmente com o sujeito.
Ela é que faz as bolas. - acesso: A = aproximação - AMOR: A, DE, PARA, PARA COM

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EM = promoção - aversão: A, EM, PARA, POR
PARA = passagem 15. Verbos que exigem objeto direto para coisa e indireto para pessoa.
• perdoar - Perdoei as ofensas aos inimigos.
A regência verbal trata dos complementos do verbo. • pagar - Pago o 13° aos professores.
• dar - Daremos esmolas ao pobre.
• emprestar - Emprestei dinheiro ao colega.
ALGUNS VERBOS E SUA REGÊN
REGÊNCIA CORRETA • ensinar - Ensino a tabuada aos alunos.
1. ASPIRAR - atrair para os pulmões (transitivo direto) • agradecer - Agradeço as graças a Deus.
• pretender (transitivo indireto) • pedir - Pedi um favor ao colega.
No sítio, aspiro o ar puro da montanha.
Nossa equipe aspira ao troféu de campeã. 16. IMPLICAR - no sentido de acarretar, resultar, exige objeto direto:
2. OBEDECER - transitivo indireto O amor implica renúncia.
Devemos obedecer aos sinais de trânsito. • no sentido de antipatizar, ter má vontade, constrói-se com a preposição
3. PAGAR - transitivo direto e indireto COM:
Já paguei um jantar a você. O professor implicava com os alunos
4. PERDOAR - transitivo direto e indireto. • no sentido de envolver-se, comprometer-se, constrói-se com a preposi-
Já perdoei aos meus inimigos as ofensas. ção EM:
5. PREFERIR - (= gostar mais de) transitivo direto e indireto Implicou-se na briga e saiu ferido
Prefiro Comunicação à Matemática.
17. IR - quando indica tempo definido, determinado, requer a preposição A:
6. INFORMAR - transitivo direto e indireto. Ele foi a São Paulo para resolver negócios.
Informei-lhe o problema. quando indica tempo indefinido, indeterminado, requer PARA:
Depois de aposentado, irá definitivamente para o Mato Grosso.
7. ASSISTIR - morar, residir:
Assisto em Porto Alegre. 18. CUSTAR - Empregado com o sentido de ser difícil, não tem pessoa
• amparar, socorrer, objeto direto como sujeito:
O médico assistiu o doente. O sujeito será sempre "a coisa difícil", e ele só poderá aparecer na 3ª
• PRESENCIAR, ESTAR PRESENTE - objeto direto pessoa do singular, acompanhada do pronome oblíquo. Quem sente di-
Assistimos a um belo espetáculo. ficuldade, será objeto indireto.
• SER-LHE PERMITIDO - objeto indireto Custou-me confiar nele novamente.
Assiste-lhe o direito. Custar-te-á aceitá-la como nora.
8. ATENDER - dar atenção Reescritura de frases e parágrafos do texto
Atendi ao pedido do aluno. Eder Sabino Carlos
• CONSIDERAR, ACOLHER COM ATENÇÃO - objeto direto
Atenderam o freguês com simpatia. 6 Reescritura de frases e parágrafos do texto.
6.1 Substituição de palavras ou de trechos de texto.
9. QUERER - desejar, querer, possuir - objeto direto 6.2 Retextualização de diferentes gêneros e níveis de formalidade.
A moça queria um vestido novo.
• GOSTAR DE, ESTIMAR, PREZAR - objeto indireto Este ítem será abordado como um tema só, pois a separação deles está
O professor queria muito a seus alunos. meio complicada, pois a substituição de palavras ou de trechos tem tudo a
ver com a retextualização
10. VISAR - almejar, desejar - objeto indireto
Todos visamos a um futuro melhor. Reescrituração de textos
• APONTAR, MIRAR - objeto direto Figuras de estilo, figuras ou Desvios de linguagem são nomes dados a
O artilheiro visou a meta quando fez o gol. alguns processos que priorizam a palavra ou o todo para tornar o texto mais
• pör o sinal de visto - objeto direto rico e expressivo ou buscar um novo significado, possibilitando uma reescri-
O gerente visou todos os cheques que entraram naquele dia. tura correta de textos.
Podem ser:
11. OBEDECER e DESOBEDECER - constrói-se com objeto indireto Figuras de palavras
Devemos obedecer aos superiores. As figuras de palavra consistem no emprego de um termo com sentido
Desobedeceram às leis do trânsito. diferente daquele convencionalmente empregado, a fim de se conseguir um
efeito mais expressivo na comunicação.
12. MORAR, RESIDIR, SITUAR-SE, ESTABELECER-SE São figuras de palavras:
• exigem na sua regência a preposição EM Comparação:
Comparação
O armazém está situado na Farrapos. Ocorre comparação quando se estabelece aproximação entre dois elemen-
Ele estabeleceu-se na Avenida São João. tos que se identificam, ligados por conectivos comparativos explícitos –
feito, assim como, tal, como, tal qual, tal como, qual, que nem – e alguns
13. PROCEDER - no sentido de "ter fundamento" é intransitivo. verbos – parecer, assemelhar-se e outros.
Essas tuas justificativas não procedem. Exemplos: “Amou daquela vez como se fosse máquina. / Beijou sua mulher
• no sentido de originar-se, descender, derivar, proceder, constrói-se como se fosse lógico.” (Chico Buarque);
com a preposição DE. “As solteironas, os longos vestidos negros fechados no pescoço, negros
Algumas palavras da Língua Portuguesa procedem do tupi-guarani xales nos ombros, pareciam aves noturnas paradas…” (Jorge Amado).
• no sentido de dar início, realizar, é construído com a preposição A. Metáfora:
Metáfora
O secretário procedeu à leitura da carta. Ocorre metáfora quando um termo substitui outro através de uma relação
de semelhança resultante da subjetividade de quem a cria. A metáfora
14. ESQUECER E LEMBRAR também pode ser entendida como uma comparação abreviada, em que o
• quando não forem pronominais, constrói-se com objeto direto: conectivo não está expresso, mas subentendido.
Esqueci o nome desta aluna. Exemplo: “Supondo o espírito humano uma vasta concha, o meu fim, Sr.
Lembrei o recado, assim que o vi. Soares, é ver se posso extrair pérolas, que é a razão.” (Machado de Assis).
• quando forem pronominais, constrói-se com objeto indireto: Metonímia:
Metonímia
Esqueceram-se da reunião de hoje. Ocorre metonímia quando há substituição de uma palavra por outra, ha-
Lembrei-me da sua fisionomia. vendo entre ambas algum grau de semelhança, relação, proximidade de

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sentido ou implicação mútua. Tal substituição fundamenta-se numa relação a) omissão: assíndeto, elipse e zeugma;
objetiva, real, realizando-se de inúmeros modos: b) repetição: anáfora, pleonasmo e polissíndeto;
- o continente pelo conteúdo e vice-versa: Antes de sair, tomamos um c) inversão: anástrofe, hipérbato, sínquise e hipálage;
cálice (o conteúdo de um cálice) de licor. d) ruptura: anacoluto;
- a causa pelo efeito e vice-versa: “E assim o operário ia / Com suor e com e) concordância ideológica: silepse.
cimento (com trabalho) / Erguendo uma casa aqui / Adiante um apartamen- Portanto, são figuras de construção ou sintaxe:
to.” (Vinicius de Moraes). Assíndeto:
Assíndeto
- o lugar de origem ou de produção pelo produto: Comprei uma garrafa do Ocorre assíndeto quando orações ou palavras deveriam vir ligadas por
legítimo porto (o vinho da cidade do Porto). conjunções coordenativas, aparecem justapostas ou separadas por vírgu-
- o autor pela obra: Ela parecia ler Jorge Amado (a obra de Jorge Amado). las.
- o abstrato pelo concreto e vice-versa: Não devemos contar com o seu Exigem do leitor atenção maior no exame de cada fato, por exigência das
coração (sentimento, sensibilidade). pausas rítmicas (vírgulas).
- o símbolo pela coisa simbolizada: A coroa (o poder) foi disputada pelos Exemplo: “Não nos movemos, as mãos é que se estenderam pouco a
revolucionários. pouco, todas quatro, pegando-se, apertando-se, fundindo-se.” (Machado de
- a matéria pelo produto e vice-versa: Lento, o bronze (o sino) soa. Assis).
- o inventor pelo invento: Edson (a energia elétrica) ilumina o mundo. Elipse:
Elipse
- a coisa pelo lugar: Vou à Prefeitura (ao edifício da Prefeitura). Ocorre elipse quando omitimos um termo ou oração que facilmente pode-
- o instrumento pela pessoa que o utiliza: Ele é um bom garfo (guloso, mos identificar ou subentender no contexto. Pode ocorrer na supressão de
glutão). pronomes, conjunções, preposições ou verbos. É um poderoso recurso de
Sinédoque:
Sinédoque concisão e dinamismo.
Ocorre sinédoque quando há substituição de um termo por outro, havendo Exemplo: “Veio sem pinturas, em vestido leve, sandálias coloridas.” (elipse
ampliação ou redução do sentido usual da palavra numa relação quantitati- do pronome ela (Ela veio) e da preposição de (de sandálias…).
va. Encontramos sinédoque nos seguintes casos: Zeugma:
Zeugma
- o todo pela parte e vice-versa: “A cidade inteira (o povo) viu assombrada, Ocorre zeugma quando um termo já expresso na frase é suprimido, ficando
de queixo caído, o pistoleiro sumir de ladrão, fugindo nos cascos (parte das subentendida sua repetição.
patas) de seu cavalo.” (J. Cândido de Carvalho) Exemplo: “Foi saqueada a vida, e assassinados os partidários dos Felipes.”
- o singular pelo plural e vice-versa: O paulista (todos os paulistas) é tímido; (Zeugma do verbo: “e foram assassinados…”) (Camilo Castelo Branco).
o carioca (todos os cariocas), atrevido. Anáfora:
Anáfora
- o indivíduo pela espécie (nome próprio pelo nome comum): Para os artis- Ocorre anáfora quando há repetição intencional de palavras no início de um
tas ele foi um mecenas (protetor). período, frase ou verso.
Catacrese:
Catacrese Exemplo: “Depois o areal extenso… / Depois o oceano de pó… / Depois no
A catacrese é um tipo de especial de metáfora, “é uma espécie de metáfora horizonte imenso / Desertos… desertos só…” (Castro Alves).
desgastada, em que já não se sente nenhum vestígio de inovação, de Pleonasmo:
Pleonasmo
criação individual e pitoresca. É a metáfora tornada hábito lingüístico, já Ocorre pleonasmo quando há repetição da mesma idéia, isto é, redundân-
fora do âmbito estilístico.” (Othon M. Garcia). cia de significado.
São exemplos de catacrese: folhas de livro / pele de tomate / dente de alho a) Pleonasmo literário:
/ montar em burro / céu da boca / cabeça de prego / mão de direção / É o uso de palavras redundantes para reforçar uma idéia, tanto do ponto de
ventre da terra / asa da xícara / sacar dinheiro no banco. vista semântico quanto do ponto de vista sintático. Usado como um recurso
Sinestesia:
Sinestesia estilístico, enriquece a expressão, dando ênfase à mensagem.
A sinestesia consiste na fusão de sensações diferentes numa mesma Exemplo: “Iam vinte anos desde aquele dia / Quando com os olhos eu quis
expressão. Essas sensações podem ser físicas (gustação, audição, visão, ver de perto / Quando em visão com os da saudade via.” (Alberto de Olivei-
olfato e tato) ou psicológicas (subjetivas). ra).
Exemplo: “A minha primeira recordação é um muro velho, no quintal de “Morrerás morte vil na mão de um forte.” (Gonçalves Dias)
uma casa indefinível. Tinha várias feridas no reboco e veludo de musgo. “Ó mar salgado, quando do teu sal / São lágrimas de Portugal” (Fernando
Milagrosa aquela mancha verde [sensação visual] e úmida, macia [sensa- Pessoa).
ções táteis], quase irreal.” (Augusto Meyer) b) Pleonasmo vicioso:
Antonomásia:
Antonomásia É o desdobramento de idéias que já estavam implícitas em palavras anteri-
Ocorre antonomásia quando designamos uma pessoa por uma qualidade, ormente expressas. Pleonasmos viciosos devem ser evitados, pois não têm
característica ou fato que a distingue. valor de reforço de uma idéia, sendo apenas fruto do descobrimento do
Na linguagem coloquial, antonomásia é o mesmo que apelido, alcunha ou sentido real das palavras.
cognome, cuja origem é um aposto (descritivo, especificativo etc.) do nome Exemplos: subir para cima / entrar para dentro / repetir de novo / ouvir com
próprio. os ouvidos / hemorragia de sangue / monopólio exclusivo / breve alocução /
Exemplos: “E ao rabi simples (Cristo), que a igualdade prega, / Rasga e principal protagonista.
enlameia a túnica inconsútil; (Raimundo Correia). / Pelé (= Edson Arantes Polissíndeto:
Polissíndeto
do Nascimento) / O Cisne de Mântua (= Virgílio) / O poeta dos escravos (= Ocorre polissíndeto quando há repetição enfática de uma conjunção coor-
Castro Alves) / O Dante Negro (= Cruz e Souza) / O Corso (= Napoleão) denativa mais vezes do que exige a norma gramatical (geralmente a con-
Alegoria:
Alegoria junção e). É um recurso que sugere movimentos ininterruptos ou vertigino-
A alegoria é uma acumulação de metáforas referindo-se ao mesmo objeto; sos.
é uma figura poética que consiste em expressar uma situação global por Exemplo: “Vão chegando as burguesinhas pobres, / e as criadas das bur-
meio de outra que a evoque e intensifique o seu significado. Na alegoria, guesinhas ricas / e as mulheres do povo, e as lavadeiras da redondeza.”
todas as palavras estão transladadas para um plano que não lhes é comum (Manuel Bandeira).
e oferecem dois sentidos completos e perfeitos – um referencial e outro Anástrofe:
Anástrofe
metafórico. Ocorre anástrofe quando há uma simples inversão de palavras vizinhas
Exemplo: “A vida é uma ópera, é uma grande ópera. O tenor e o barítono (determinante/determinado).
lutam pelo soprano, em presença do baixo e dos comprimários, quando não Exemplo: “Tão leve estou (estou tão leve) que nem sombra tenho.” (Mário
são o soprano e o contralto que lutam pelo tenor, em presença do mesmo Quintana).
baixo e dos mesmos comprimários. Há coros numerosos, muitos bailados, Hipérbato:
Hipérbato
e a orquestra é excelente…” (Machado de Assis). Ocorre hipérbato quando há uma inversão completa de membros da frase.
Figuras de sintaxe ou de construção: Exemplo: “Passeiam à tarde, as belas na Avenida. ” (As belas passeiam na
As figuras de sintaxe ou de construção dizem respeito a desvios em relação Avenida à tarde.) (Carlos Drummond de Andrade).
à concordância entre os termos da oração, sua ordem, possíveis repetições Sínquise:
Sínquise
ou omissões. Ocorre sínquise quando há uma inversão violenta de distantes partes da
Elas podem ser construídas por:por frase. É um hipérbato exagerado.

Língua Portuguesa 42 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Exemplo: “A grita se alevanta ao Céu, da gente. ” (A grita da gente se Exemplo: “Moça linda, bem tratada, / três séculos de família, / burra como
alevanta ao Céu ) (Camões). uma porta: / um amor.” (Mário de Andrade).
Hipálage:
Hipálage Prosopopéia
Prosopopéia:
opéia
Ocorre hipálage quando há inversão da posição do adjetivo: uma qualidade Ocorre prosopopéia (ou animização ou personificação) quando se atribui
que pertence a um objeto é atribuída a outro, na mesma frase. movimento, ação, fala, sentimento, enfim, caracteres próprios de seres
Exemplo: “… as lojas loquazes dos barbeiros.” (as lojas dos barbeiros animados a seres inanimados ou imaginários.
loquazes.) (Eça de Queiros). Também a atribuição de características humanas a seres animados consti-
Anacoluto:
Anacoluto tui prosopopéia o que é comum nas fábulas e nos apólogos, como este
Ocorre anacoluto quando há interrupção do plano sintático com que se exemplo de Mário de Quintana: “O peixinho (…) silencioso e levemente
inicia a frase, alterando-lhe a seqüência lógica. A construção do período melancólico…”
deixa um ou mais termos – que não apresentam função sintática definida – Exemplos: “… os rios vão carregando as queixas do caminho.” (Raul Bopp)
desprendidos dos demais, geralmente depois de uma pausa sensível. Um frio inteligente (…) percorria o jardim…” (Clarice Lispector)
Exemplo: “Essas empregadas de hoje, não se pode confiar nelas.” (Alcânta- Perífrase:
Perífrase
ra Machado). Ocorre perífrase quando se cria um torneio de palavras para expressar
Silepse:
Silepse algum objeto, acidente geográfico ou situação que não se quer nomear.
Ocorre silepse quando a concordância não é feita com as palavras, mas Exemplo: “Cidade maravilhosa / Cheia de encantos mil / Cidade maravilho-
com a idéia a elas associada. sa / Coração do meu Brasil.” (André Filho).
a) Silepse de gênero:
Ocorre quando há discordância entre os gêneros gramaticais (feminino ou Vícios de Linguagem
masculino). Ambiguidade
Exemplo: “Quando a gente é novo, gosta de fazer bonito.” (Guimarães Ambiguidade é a possibilidade de uma mensagem ter dois sentidos. Ela
Rosa). geralmente é provocada pela má organização das palavras na frase. A
b) Silepse de número: ambiguidade é um caso especial de polissemia, a possibilidade de uma
Ocorre quando há discordância envolvendo o número gramatical (singular palavra apresentar vários sentidos em um contexto.
ou plural). Ex:
Exemplo: Corria gente de todos lados, e gritavam.” (Mário Barreto).
c) Silepse de pessoa:
Ocorre quando há discordância entre o sujeito expresso e a pessoa verbal:
• “Onde está a vaca da sua avó?” (Que vaca? A avó ou a vaca criada
pela avó?)
o sujeito que fala ou escreve se inclui no sujeito enunciado.
Exemplo: “Na noite seguinte estávamos reunidas algumas pessoas.” (Ma- • “Onde está a cachorra da sua mãe?” (Que cachorra? A mãe ou a
chado de Assis). cadela criada pela mãe?)
Figuras de pensamento: • “Este líder dirigiu bem sua nação”(“Sua”? Nação da 2ª ou 3ª pessoa (o
As figuras de pensamento são recursos de linguagem que se referem ao líder)?).
significado das palavras, ao seu aspecto semântico.
São figuras de pensamento: Obs 1: O pronome possessivo “seu(ua)(s)” gera muita confusão por ser
Antítese:
Antítese geralmente associado ao receptor da mensagem.
Ocorre antítese quando há aproximação de palavras ou expressões de Obs 2: A preposição “como” também gera confusão com o verbo “comer”
sentidos opostos. na 1ª pessoa do singular.
Exemplo: “Amigos ou inimigos estão, amiúde, em posições trocadas. Uns A ambiguidade normalmente é indesejável na comunicação unidirecional,
nos querem mal, e fazem-nos bem. Outros nos almejam o bem, e nos em particular na escrita, pois nem sempre é possível contactar o emissor da
trazem o mal.” (Rui Barbosa). mensagem para questioná-lo sobre sua intenção comunicativa original e
Apóstrofe:
Apóstrofe assim obter a interpretação correta da mensagem.
Ocorre apóstrofe quando há invocação de uma pessoa ou algo, real ou Barbarismo
imaginário, que pode estar presente ou ausente. Corresponde ao vocativo Barbarismo,
Barbarismo peregrinismo,
peregrinismo idiotismo ou estrangeirismo (para os latinos
na análise sintática e é utilizada para dar ênfase à expressão. qualquer estrangeiro era bárbaro) é o uso de palavra, expressão ou cons-
Exemplo: “Deus! ó Deus! onde estás, que não respondes?” (Castro Alves). trução estrangeira no lugar de equivalente vernácula.
Paradoxo:
Paradoxo De acordo com a língua de origem, os estrangeirismos recebem diferentes
Ocorre paradoxo não apenas na aproximação de palavras de sentido nomes:
oposto, mas também na de idéias que se contradizem referindo-se ao
mesmo termo. É uma verdade enunciada com aparência de mentira. Oxí-
moro (ou oximoron) é outra designação para paradoxo. • galicismo ou francesismo,
francesismo quando provenientes do francês (de Gália,
Exemplo: “Amor é fogo que arde sem se ver; / É ferida que dói e não se antigo nome da França);
sente; / É um contentamento descontente; / É dor que desatina sem doer;” • anglicismo,
anglicismo quando do inglês;
(Camões) • castelhanismo,
castelhanismo quando vindos do espanhol;
Eufemismo:
Eufemismo
Ocorre eufemismo quando uma palavra ou expressão é empregada para
Ex:
atenuar uma verdade tida como penosa, desagradável ou chocante.
Exemplo: “E pela paz derradeira (morte) que enfim vai nos redimir Deus lhe
pague”. (Chico Buarque). • Mais penso, mais fico inteligente (galicismo; o mais adequado seria
Gradação:
Gradação “quanto
quanto mais penso, (tanto) mais fico inteligente”);
Ocorre gradação quando há uma seqüência de palavras que intensificam • Comeu um roast- roast-beef (anglicismo; o mais adequado seria “comeu
uma mesma idéia. um rosbife“);
rosbife
Exemplo: “Aqui… além… mais longe por onde eu movo o passo.” (Castro
• Havia links para sua página (anglicismo; o mais adequado seria
Alves). “Havia ligações (ou vínculos)
vínculos para sua página”.
Hipérbole:
Hipérbole
Ocorre hipérbole quando há exagero de uma idéia, a fim de proporcionar • Eles têm serviço de delivery.
delivery (anglicismo; o mais adequado seria “Eles
uma imagem emocionante e de impacto. têm serviço de entrega”).
Exemplo: “Rios te correrão dos olhos, se chorares!” (Olavo Bilac). • Premiê apresenta prioridades da Presidência lusa da UE (galicismo, o
Ironia:
Ironia mais adequado seria Primeiro-ministro)
Ocorre ironia quando, pelo contexto, pela entonação, pela contradição de • Nesta receita gastronômica usaremos Blueberries e Grapefruits.
Grapefruits
termos, sugere-se o contrário do que as palavras ou orações parecem (anglicismo, o mais adequado seria Mirtilo e Toranja)
Toranja
exprimir. A intenção é depreciativa ou sarcástica.

Língua Portuguesa 43 A Opção Certa Para a Sua Realização


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• Convocamos para a Reunião do Conselho de DA’s (plural da sigla Pleonasmo vicioso
de Diretório Acadêmico). (anglicismo, e mesmo nesta língua não se u- O pleonasmo é uma figura de linguagem. Quando consiste numa redun-
sa apóstrofo ‘s’ para pluralizar; o mais adequado seria DD.AA. ou DAs.)
DAs dância inútil e desnecessária de significado em uma sentença, é considera-
do um vício de linguagem. A esse tipo de pleonasmo chamamos pleonasmo
vicioso
vicioso.
oso
Há quem considere barbarismo também divergências de pronúncia, grafia,
Ex:
morfologia, etc., tais como “adevogado
adevogado”
adevogado ou “eu sabo“,
sabo pois seriam atitudes
típicas de estrangeiros, por eles dificilmente atingirem alta fluência no
dialeto padrão da língua. • “Ele vai ser o protagonista principal da peça”. (Um protagonista é,
Em nível pragmático, o barbarismo normalmente é indesejável porque os necessariamente, a personagem principal)
receptores da mensagem frequentemente conhecem o termo em questão • “Meninos, entrem já para dentro!”
dentro (O verbo “entrar” já exprime ideia de
na língua nativa de sua comunidade linguística, mas nem sempre conhe- ir para dentro)
cem o termo correspondente na língua ou dialeto estrangeiro à comunidade • “Estou subindo para cima.”
cima (O verbo “subir” já exprime ideia de ir para
com a qual ele está familiarizado. Em nível político, um barbarismo também cima)
pode ser interpretado como uma ofensa cultural por alguns receptores que
se encontram ideologicamente inclinados a repudiar certos tipos de influên-
• “Não deixe de comparecer pessoalmente.”
pessoalmente (É impossível comparecer
a algum lugar de outra forma que não pessoalmente)
cia sobre suas culturas. Pode-se assim concluir que o conceito de barba-
rismo é relativo ao receptor da mensagem. • “Meio-ambiente” – o meio em que vivemos = o ambiente em que
Em alguns contextos, até mesmo uma palavra da própria língua do receptor vivemos.
poderia ser considerada como um barbarismo. Tal é o caso de um cultismo
(ex: “abdômen”) quando presente em uma mensagem a um receptor que Não é pleonasmo:
não o entende (por exemplo, um indivíduo não escolarizado, que poderia
compreender melhor os sinônimos “barriga”, “pança” ou “bucho”).
Cacofonia • “As palavras são de baixo calão“.
calão Palavras podem ser de baixo ou de
A cacofonia é um som desagradável ou obsceno formado pela união das alto calão.
sílabas de palavras contíguas. Por isso temos que cuidar quando falamos
sobre algo para não ofendermos a pessoa que ouve. São exemplos desse O pleonasmo nem sempre é um vício de linguagem, mesmo para os exem-
fato: plos supra citados, a depender do contexto. Em certos contextos, ele é um
recurso que pode ser útil para se fornecer ênfase a determinado aspecto da
mensagem.
• “Ele beijou a boca
ca dela.”
dela Especialmente em contextos literários, musicais e retóricos, um pleonasmo
• “Bata com um mamão para mim, por favor.” bem colocado pode causar uma reação notável nos receptores (como a
• “Deixe ir-me
me já,
já pois estou atrasado.” geração de uma frase de efeito ou mesmo o humor proposital). A maestria
• “Não tem nada de errado a cerca ca dela“
dela no uso do pleonasmo para que ele atinja o efeito desejado no receptor
• “Vou-me
me já que está pingando. Vai chover!” depende fortemente do desenvolvimento da capacidade de interpretação
• “Instrumento para socarcar alho.” textual do emissor. Na dúvida, é melhor que seja evitado para não se
alho
incorrer acidentalmente em um uso vicioso.
• “Daqui vai, se for dai.”
dai Solecismo
Solecismo é uma inadequação na estrutura sintática da frase com relação à
Não são cacofonia: gramática normativa do idioma. Há três tipos de solecismo:
De concordância:
• “Eu amo
mo ela demais !!!”
• “Eu vi ela.”
ela • “Fazem três anos que não vou ao médico.” (Faz três anos que não
• “você
cê veja” vou ao médico.)
• “Aluga-se salas nesse edifício.” (Alugam-se salas nesse edifício.)
Como cacofonias são muitas vezes cômicas, elas são algumas vezes
usadas de propósito em certas piadas, trocadilhos e “pegadinhas”. De regência:
Plebeísmo
O plebeísmo normalmente utiliza palavras de baixo calão, gírias e termos • “Ontem eu assisti um filme de época.” (Ontem eu assisti a um filme de
considerados informais. época.)
Exemplos:

De colocação:
• “Ele era um tremendo mané!”
mané
• “Tô ferrado!”
ferrado
• “Me empresta um lápis, por favor.” (Empresta-me um lápis, por favor.)
• “Tá ligado nas quebradas,
quebradas meu chapa?”
chapa
• “Me parece que ela ficou contente.” (Parece-me que ela ficou conten-
• “Esse bagulho é ‘radicaaaal’!!! Tá ligado mano?”
mano te.)
• ‘Vô piálá’mais
piá tarde ‘ !!! Se ligou maluko ? • “Eu não respondi-lhe nada do que perguntou.” (Eu não lhe respondi
nada do que perguntou.)
Por questões de etiqueta, convém evitar o uso de plebeísmos em contextos
sociais que requeiram maior formalismo no tratamento comunicativo. Eco
Prolixidade O Eco vem a ser a própria rima que ocorre quando há na frase terminações
É a exposição fastidiosa e inútil de palavras ou argumentos e à sua supera- iguais ou semelhantes, provocando dissonância.
bundância. É o excesso de palavras para exprimir poucas idéias. Ao texto
prolixo falta objetividade, o qual quase sempre compromete a clareza e
cansa o leitor. • “Falar em desenvolvimento
mento é pensar em alimento
mento,
mento saúde e educação.”
A prevenção à prolixidade requer que se tenha atenção à concisão e preci- • “O aluno repetente
ente mente
ente alegremente
ente.”
ente
são da mensagem. Concisão é a qualidade de dizer o máximo possível com • O presidente
ente tinha dor de dente
ente constantemente
ente.
ente
o mínimo de palavras. Precisão é a qualidade de utilizar a palavra certa
para dizer exatamente o que se quer.

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Colisão consequente melhoria dos serviços prestados à sociedade.
O uso de uma mesma vogal ou consoante em várias palavras é denomina-
do aliteração. Aliterações são preciosos recursos estilísticos quando usados PEDRO PARENTE
com a intenção de se atingir efeito literário ou para atrair a atenção do Chefe da Casa Civil da Presidência da República
receptor. Entretanto, quando seus usos não são intencionais ou quando
causam um efeito estilístico ruim ao receptor da mensagem, a aliteração Sinais e Abreviaturas Empregados
torna-se um vício de linguagem e recebe nesse contexto o nome de colisão.
colisão * = indica forma (em geral sintática) inaceitável ou agramatical.
Exemplos: § = parágrafo
adj. adv. = adjunto adverbial
arc. = arcaico
• “Eram comunidades camponesas com cultivos coletivos.”
art. = artigo
• “O papa Paulo VI pediu a paz.” cf. = confronte
CN = Congresso Nacional
Uma colisão pode ser remediada com a reestruturação sintática da frase Cp. = compare
que a contém ou com a substituição de alguns termos ou expressões por f.v. = forma verbal
outras similares ou sinônimas. fem.= feminino
ind. = indicativo
i. é. = isto é
REDAÇÃO OFICIAL masc. = masculino
obj. dir. = objeto direto
obj. ind. = objeto indireto
MANUAL DE REDAÇÃO DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA p. = páginap. us. = pouco usado
2a edição, revista e atualizada pess. = pessoa
Brasília, 2002 pl. = plural
pref. = prefixo
Apresentação pres. = presente
Com a edição do Decreto no 100.000, em 11 de janeiro de 1991, o Pre- Res. = Resolução do Congresso Nacional
sidente da República autorizou a criação de comissão para rever, atualizar, RI da CD = Regimento Interno da Câmara dos Deputados
uniformizar e simplificar as normas de redação de atos e comunicações RI do SF = Regimento Interno do Senado Federal
oficiais. Após nove meses de intensa atividade da Comissão presidida pelo s. = substantivo
hoje Ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Ferreira Mendes, apre- s.f. = substantivo feminino
sentou-se a primeira edição do MANUAL DE REDAÇÃO DA PRESIDÊNCIA s.m. = substantivo masculino
DA REPÚBLICA. sing. = singular
tb. = também
A obra dividia-se em duas partes: a primeira, elaborada pelo diplomata v. = ver ou verbo
Nestor Forster Jr., tratava das comunicações oficiais, sistematizava seus v. g; = verbi gratia
aspectos essenciais, padronizava a diagramação dos expedientes, exibia var. pop. = variante popular
modelos, simplificava os fechos que vinham sendo utilizados desde 1937,
suprimia arcaísmos e apresentava uma súmula gramatical aplicada à PARTE I
redação oficial. A segunda parte, a cargo do Ministro Gilmar Mendes, AS COMUNICAÇÕES OFICIAIS
ocupava-se da elaboração e redação dos atos normativos no âmbito do
Executivo, da conceituação e exemplificação desses atos e do procedimen- CAPÍTULO I
to legislativo. ASPECTOS GERAIS DA REDAÇÃO OFICIAL
1. O que é Redação Oficial
A edição do Manual propiciou, ainda, a criação de um sistema de con- Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é a maneira pela qual
trole sobre a edição de atos normativos do Poder Executivo que teve por o Poder Público redige atos normativos e comunicações. Interessa-nos
finalidade permitir a adequada reflexão sobre o ato proposto: a identificação tratá-la do ponto de vista do Poder Executivo.
clara e precisa do problema ou da situação que o motiva; os custos que
poderia acarretar; seus efeitos práticos; a probabilidade de impugnação A redação oficial deve caracterizar-se pela impessoalidade, uso do pa-
judicial; sua legalidade e constitucionalidade; e sua repercussão no orde- drão culto de linguagem, clareza, concisão, formalidade e uniformidade.
namento jurídico. Fundamentalmente esses atributos decorrem da Constituição, que dispõe,
no artigo 37: “A administração pública direta, indireta ou fundacional, de
Buscou-se, assim, evitar a edição de normas repetitivas, redundantes qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
ou desnecessárias; possibilitar total transparência ao processo de elabora- Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, morali-
ção de atos normativos; ensejar a verificação prévia da eficácia das normas dade, publicidade e eficiência (...)”. Sendo a publicidade e a impessoalidade
e considerar, no processo de elaboração de atos normativos, a experiência princípios fundamentais de toda administração pública, claro está que
dos encarregados em executar o disposto na norma. devem igualmente nortear a elaboração dos atos e comunicações oficiais.
Decorridos mais de dez anos da primeira edição do Manual, fez-se ne- Não se concebe que um ato normativo de qualquer natureza seja redi-
cessário proceder à revisão e atualização do texto para a elaboração desta gido de forma obscura, que dificulte ou impossibilite sua compreensão. A
2a Edição, a qual preserva integralmente as linhas mestras do trabalho transparência do sentido dos atos normativos, bem como sua inteligibilida-
originalmente desenvolvido. Na primeira parte, as alterações principais de, são requisitos do próprio Estado de Direito: é inaceitável que um texto
deram-se em torno da adequação das formas de comunicação usadas na legal não seja entendido pelos cidadãos. A publicidade implica, pois, ne-
administração aos avanços da informática. Na segunda parte, as alterações cessariamente, clareza e concisão.
decorreram da necessidade de adaptação do texto à evolução legislativa na
matéria, em especial à Lei Complementar no 95, de 26 de fevereiro de Além de atender à disposição constitucional, a forma dos atos normati-
1998, ao Decreto no 4.176, de 28 de março de 2002, e às alterações consti- vos obedece a certa tradição. Há normas para sua elaboração que remon-
tucionais ocorridas no período. tam ao período de nossa história imperial, como, por exemplo, a obrigatori-
edade – estabelecida por decreto imperial de 10 de dezembro de 1822 – de
Espera-se que esta nova edição do Manual contribua, tal como a pri- que se aponha, ao final desses atos, o número de anos transcorridos desde
meira, para a consolidação de uma cultura administrativa de profissionali- a Independência. Essa prática foi mantida no período republicano.
zação dos servidores públicos e de respeito aos princípios constitucionais
da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, com a Esses mesmos princípios (impessoalidade, clareza, uniformidade, con-

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cisão e uso de linguagem formal) aplicam-se às comunicações oficiais: elas A necessidade de empregar determinado nível de linguagem nos atos e
devem sempre permitir uma única interpretação e ser estritamente impes- expedientes oficiais decorre, de um lado, do próprio caráter público desses
soais e uniformes, o que exige o uso de certo nível de linguagem. atos e comunicações; de outro, de sua finalidade. Os atos oficiais, aqui
entendidos como atos de caráter normativo, ou estabelecem regras para a
Nesse quadro, fica claro também que as comunicações oficiais são ne- conduta dos cidadãos, ou regulam o funcionamento dos órgãos públicos, o
cessariamente uniformes, pois há sempre um único comunicador (o Serviço que só é alcançado se em sua elaboração for empregada a linguagem
Público) e o receptor dessas comunicações ou é o próprio Serviço Público adequada. O mesmo se dá com os expedientes oficiais, cuja finalidade
(no caso de expedientes dirigidos por um órgão a outro) – ou o conjunto precípua é a de informar com clareza e objetividade.
dos cidadãos ou instituições tratados de forma homogênea (o público).
As comunicações que partem dos órgãos públicos federais devem ser
Outros procedimentos rotineiros na redação de comunicações oficiais compreendidas por todo e qualquer cidadão brasileiro. Para atingir esse
foram incorporados ao longo do tempo, como as formas de tratamento e de objetivo, há que evitar o uso de uma linguagem restrita a determinados
cortesia, certos clichês de redação, a estrutura dos expedientes, etc. Men- grupos. Não há dúvida que um texto marcado por expressões de circulação
cione-se, por exemplo, a fixação dos fechos para comunicações oficiais, restrita, como a gíria, os regionalismos vocabulares ou o jargão técnico, tem
regulados pela Portaria no 1 do Ministro de Estado da Justiça, de 8 de julho sua compreensão dificultada.
de 1937, que, após mais de meio século de vigência, foi revogado pelo
Decreto que aprovou a primeira edição deste Manual. Ressalte-se que há necessariamente uma distância entre a língua fala-
da e a escrita. Aquela é extremamente dinâmica, reflete de forma imediata
Acrescente-se, por fim, que a identificação que se buscou fazer das ca- qualquer alteração de costumes, e pode eventualmente contar com outros
racterísticas específicas da forma oficial de redigir não deve ensejar o elementos que auxiliem a sua compreensão, como os gestos, a entoação,
entendimento de que se proponha a criação – ou se aceite a existência – etc., para mencionar apenas alguns dos fatores responsáveis por essa
de uma forma específica de linguagem administrativa, o que coloquialmente distância. Já a língua escrita incorpora mais lentamente as transformações,
e pejorativamente se chama burocratês. Este é antes uma distorção do que tem maior vocação para a permanência, e vale-se apenas de si mesma
deve ser a redação oficial, e se caracteriza pelo abuso de expressões e para comunicar.
clichês do jargão burocrático e de formas arcaicas de construção de frases.
A língua escrita, como a falada, compreende diferentes níveis, de acor-
A redação oficial não é, portanto, necessariamente árida e infensa à do com o uso que dela se faça. Por exemplo, em uma carta a um amigo,
evolução da língua. É que sua finalidade básica – comunicar com impesso- podemos nos valer de determinado padrão de linguagem que incorpore
alidade e máxima clareza – impõe certos parâmetros ao uso que se faz da expressões extremamente pessoais ou coloquiais; em um parecer jurídico,
língua, de maneira diversa daquele da literatura, do texto jornalístico, da não se há de estranhar a presença do vocabulário técnico correspondente.
correspondência particular, etc. Nos dois casos, há um padrão de linguagem que atende ao uso que se faz
da língua, a finalidade com que a empregamos.
Apresentadas essas características fundamentais da redação oficial,
passemos à análise pormenorizada de cada uma delas. O mesmo ocorre com os textos oficiais: por seu caráter impessoal, por
sua finalidade de informar com o máximo de clareza e concisão, eles reque-
1.1. A Impessoalidade rem o uso do padrão culto da língua. Há consenso de que o padrão culto é
A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer pela escrita. aquele em que a) se observam as regras da gramática formal, e b) se
Para que haja comunicação, são necessários: a) alguém que comunique, b) emprega um vocabulário comum ao conjunto dos usuários do idioma. É
algo a ser comunicado, e c) alguém que receba essa comunicação. No importante ressaltar que a obrigatoriedade do uso do padrão culto na
caso da redação oficial, quem comunica é sempre o Serviço Público (este redação oficial decorre do fato de que ele está acima das diferenças lexi-
ou aquele Ministério, Secretaria, Departamento, Divisão, Serviço, Seção); o cais, morfológicas ou sintáticas regionais, dos modismos vocabulares, das
que se comunica é sempre algum assunto relativo às atribuições do órgão idiossincrasias linguísticas, permitindo, por essa razão, que se atinja a
que comunica; o destinatário dessa comunicação ou é o público, o conjunto pretendida compreensão por todos os cidadãos.
dos cidadãos, ou outro órgão público, do Executivo ou dos outros Poderes
da União. Lembre-se que o padrão culto nada tem contra a simplicidade de ex-
pressão, desde que não seja confundida com pobreza de expressão. De
Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal que deve ser dado nenhuma forma o uso do padrão culto implica emprego de linguagem
aos assuntos que constam das comunicações oficiais decorre: rebuscada, nem dos contorcionismos sintáticos e figuras de linguagem
a) da ausência de impressões individuais de quem comunica: embora próprios da língua literária.
se trate, por exemplo, de um expediente assinado por Chefe de de-
terminada Seção, é sempre em nome do Serviço Público que é fei- Pode-se concluir, então, que não existe propriamente um “padrão ofici-
ta a comunicação. Obtém-se, assim, uma desejável padronização, al de linguagem”; o que há é o uso do padrão culto nos atos e comunica-
que permite que comunicações elaboradas em diferentes setores ções oficiais. É claro que haverá preferência pelo uso de determinadas
da Administração guardem entre si certa uniformidade; expressões, ou será obedecida certa tradição no emprego das formas
b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação, com duas sintáticas, mas isso não implica, necessariamente, que se consagre a
possibilidades: ela pode ser dirigida a um cidadão, sempre conce- utilização de uma forma de linguagem burocrática. O jargão burocrático,
bido como público, ou a outro órgão público. Nos dois casos, te- como todo jargão, deve ser evitado, pois terá sempre sua compreensão
mos um destinatário concebido de forma homogênea e impessoal; limitada.
c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado: se o universo te-
mático das comunicações oficiais se restringe a questões que di- A linguagem técnica deve ser empregada apenas em situações que a
zem respeito ao interesse público, é natural que não cabe qualquer exijam, sendo de evitar o seu uso indiscriminado. Certos rebuscamentos
tom particular ou pessoal. acadêmicos, e mesmo o vocabulário próprio a determinada área, são de
difícil entendimento por quem não esteja com eles familiarizado. Deve-se
Desta forma, não há lugar na redação oficial para impressões pessoais, ter o cuidado, portanto, de explicitá-los em comunicações encaminhadas a
como as que, por exemplo, constam de uma carta a um amigo, ou de um outros órgãos da administração e em expedientes dirigidos aos cidadãos.
artigo assinado de jornal, ou mesmo de um texto literário. A redação oficial
deve ser isenta da interferência da individualidade que a elabora. Outras questões sobre a linguagem, como o emprego de neologismo e
estrangeirismo, são tratadas em detalhe em 9.3. Semântica.
A concisão, a clareza, a objetividade e a formalidade de que nos vale-
mos para elaborar os expedientes oficiais contribuem, ainda, para que seja 1.3. Formalidade e Padronização
alcançada a necessária impessoalidade. As comunicações oficiais devem ser sempre formais, isto é, obedecem
a certas regras de forma: além das já mencionadas exigências de impesso-
1.2. A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais alidade e uso do padrão culto de linguagem, é imperativo, ainda, certa

Língua Portuguesa 46 A Opção Certa Para a Sua Realização


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formalidade de tratamento. Não se trata somente da eterna dúvida quanto elaboradas certas comunicações quase sempre compromete sua clareza.
ao correto emprego deste ou daquele pronome de tratamento para uma Não se deve proceder à redação de um texto que não seja seguida por sua
autoridade de certo nível (v. a esse respeito 2.1.3. Emprego dos Pronomes revisão. “Não há assuntos urgentes, há assuntos atrasados”, diz a máxima.
de Tratamento); mais do que isso, a formalidade diz respeito à polidez, à Evite-se, pois, o atraso, com sua indesejável repercussão no redigir.
civilidade no próprio enfoque dado ao assunto do qual cuida a comunica-
ção. Por fim, como exemplo de texto obscuro, que deve ser evitado em to-
das as comunicações oficiais, transcrevemos a seguir um pitoresco quadro,
A formalidade de tratamento vincula-se, também, à necessária unifor- constante de obra de Adriano da Gama Kury, a partir do qual podem ser
midade das comunicações. Ora, se a administração federal é una, é natural feitas inúmeras frases, combinando-se as expressões das várias colunas
que as comunicações que expede sigam um mesmo padrão. O estabeleci- em qualquer ordem, com uma característica comum: nenhuma delas tem
mento desse padrão, uma das metas deste Manual, exige que se atente sentido!
para todas as características da redação oficial e que se cuide, ainda, da CAPÍTULO II
apresentação dos textos. AS COMUNICAÇÕES OFICIAIS
2. Introdução
A clareza datilográfica, o uso de papéis uniformes para o texto definitivo A redação das comunicações oficiais deve, antes de tudo, seguir os
e a correta diagramação do texto são indispensáveis para a padronização. preceitos explicitados no Capítulo I, Aspectos Gerais da Redação Oficial.
Consulte o Capítulo II, As Comunicações Oficiais, a respeito de normas Além disso, há características específicas de cada tipo de expediente, que
específicas para cada tipo de expediente. serão tratadas em detalhe neste capítulo. Antes de passarmos à sua análi-
se, vejamos outros aspectos comuns a quase todas as modalidades de
1.4. Concisão e Clareza comunicação oficial: o emprego dos pronomes de tratamento, a forma dos
A concisão é antes uma qualidade do que uma característica do texto fechos e a identificação do signatário.
oficial. Conciso é o texto que consegue transmitir um máximo de informa-
ções com um mínimo de palavras. Para que se redija com essa qualidade, 2.1. Pronomes de Tratamento
é fundamental que se tenha, além de conhecimento do assunto sobre o 2.1.1. Breve História dos Pronomes de Tratamento
qual se escreve, o necessário tempo para revisar o texto depois de pronto. O uso de pronomes e locuções pronominais de tratamento tem larga
É nessa releitura que muitas vezes se percebem eventuais redundâncias tradição na língua portuguesa. De acordo com Said Ali, após serem incor-
ou repetições desnecessárias de ideias. porados ao português os pronomes latinos tu e vos, “como tratamento
direto da pessoa ou pessoas a quem se dirigia a palavra”, passou-se a
O esforço de sermos concisos atende, basicamente ao princípio de e- empregar, como expediente linguístico de distinção e de respeito, a segun-
conomia linguística, à mencionada fórmula de empregar o mínimo de pala- da pessoa do plural no tratamento de pessoas de hierarquia superior.
vras para informar o máximo. Não se deve de forma alguma entendê-la Prossegue o autor:
como economia de pensamento, isto é, não se devem eliminar passagens “Outro modo de tratamento indireto consistiu em fingir que se dirigia a
substanciais do texto no afã de reduzi-lo em tamanho. Trata-se exclusiva- palavra a um atributo ou qualidade eminente da pessoa de categoria supe-
mente de cortar palavras inúteis, redundâncias, passagens que nada a- rior, e não a ela própria. Assim aproximavam-se os vassalos de seu rei com
crescentem ao que já foi dito. o tratamento de vossa mercê, vossa senhoria (...); assim usou-se o trata-
mento ducal de vossa excelência e adotaram-se na hierarquia eclesiástica
Procure perceber certa hierarquia de ideias que existe em todo texto de vossa reverência, vossa paternidade, vossa eminência, vossa santidade.”
alguma complexidade: ideias fundamentais e ideias secundárias. Estas
últimas podem esclarecer o sentido daquelas, detalhá-las, exemplificá-las; A partir do final do século XVI, esse modo de tratamento indireto já es-
mas existem também ideias secundárias que não acrescentam informação tava em voga também para os ocupantes de certos cargos públicos. Vossa
alguma ao texto, nem têm maior relação com as fundamentais, podendo, mercê evoluiu para vosmecê, e depois para o coloquial você. E o pronome
por isso, ser dispensadas. vós, com o tempo, caiu em desuso. É dessa tradição que provém o atual
emprego de pronomes de tratamento indireto como forma de dirigirmo-nos
A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto oficial, conforme já às autoridades civis, militares e eclesiásticas.
sublinhado na introdução deste capítulo. Pode-se definir como claro aquele
texto que possibilita imediata compreensão pelo leitor. No entanto a clareza 2.1.2. Concordância com os Pronomes de Tratamento
não é algo que se atinja por si só: ela depende estritamente das demais Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa indireta) apresen-
características da redação oficial. Para ela concorrem: tam certas peculiaridades quanto à concordância verbal, nominal e prono-
a) a impessoalidade, que evita a duplicidade de interpretações que minal. Embora se refiram à segunda pessoa gramatical (à pessoa com
poderia decorrer de um tratamento personalista dado ao texto; quem se fala, ou a quem se dirige a comunicação), levam a concordância
b) o uso do padrão culto de linguagem, em princípio, de entendimento para a terceira pessoa. É que o verbo concorda com o substantivo que
geral e por definição avesso a vocábulos de circulação restrita, integra a locução como seu núcleo sintático: “Vossa Senhoria nomeará o
como a gíria e o jargão; substituto”; “Vossa Excelência conhece o assunto”.
c) a formalidade e a padronização, que possibilitam a imprescindível
uniformidade dos textos; Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos a pronomes de
d) a concisão, que faz desaparecer do texto os excessos linguísticos tratamento são sempre os da terceira pessoa: “Vossa Senhoria nomeará
que nada lhe acrescentam. seu substituto” (e não “Vossa ... vosso...”).

É pela correta observação dessas características que se redige com Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o gênero gramati-
clareza. Contribuirá, ainda, a indispensável releitura de todo texto redigido. cal deve coincidir com o sexo da pessoa a que se refere, e não com o
A ocorrência, em textos oficiais, de trechos obscuros e de erros gramaticais substantivo que compõe a locução. Assim, se nosso interlocutor for homem,
provém principalmente da falta da releitura que torna possível sua correção. o correto é “Vossa Excelência está atarefado”, “Vossa Senhoria deve estar
satisfeito”; se for mulher, “Vossa Excelência está atarefada”, “Vossa Senho-
Na revisão de um expediente, deve-se avaliar, ainda, se ele será de fá- ria deve estar satisfeita”.
cil compreensão por seu destinatário. O que nos parece óbvio pode ser
desconhecido por terceiros. O domínio que adquirimos sobre certos assun- 2.1.3. Emprego dos Pronomes de Tratamento
tos em decorrência de nossa experiência profissional muitas vezes faz com Como visto, o emprego dos pronomes de tratamento obedece a secular
que os tomemos como de conhecimento geral, o que nem sempre é verda- tradição. São de uso consagrado:
de. Explicite, desenvolva, esclareça, precise os termos técnicos, o significa- Vossa Excelência, para as seguintes autoridades:
do das siglas e abreviações e os conceitos específicos que não possam ser
dispensados. a) do Poder Executivo;
Executivo;
Presidente da República;
A revisão atenta exige, necessariamente, tempo. A pressa com que são Vice-Presidente da República;

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Ministros de Estado; (...)
Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Federal; Os pronomes de tratamento para religiosos, de acordo com a hierar-
Oficiais-Generais das Forças Armadas; quia eclesiástica, são:
Embaixadores; Vossa Santidade, em comunicações dirigidas ao Papa. O vocativo cor-
Secretários-Executivos de Ministérios e demais ocupantes de cargos respondente é:
de natureza especial; Santíssimo Padre,
Secretários de Estado dos Governos Estaduais; (...)
Prefeitos Municipais. Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima, em comunica-
ções aos Cardeais. Corresponde-lhe o vocativo:
b) do Poder Legislativo:
Legislativo: Eminentíssimo Senhor Cardeal, ou
Deputados Federais e Senadores; Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor Cardeal,
Ministros do Tribunal de Contas da União; (...)
Deputados Estaduais e Distritais; Vossa Excelência Reverendíssima é usado em comunicações dirigidas
Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais; a Arcebispos e Bispos; Vossa Reverendíssima ou Vossa Senhoria Reve-
Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais. rendíssima para Monsenhores, Cônegos e superiores religiosos. Vossa
Reverência é empregado para sacerdotes, clérigos e demais religiosos.
c) do Poder Judiciário:
Judiciário:
Ministros dos Tribunais Superiores; 2.2. Fechos para Comunicações
Membros de Tribunais; O fecho das comunicações oficiais possui, além da finalidade óbvia de
Juízes; arrematar o texto, a de saudar o destinatário. Os modelos para fecho que
Auditores da Justiça Militar. vinham sendo utilizados foram regulados pela Portaria no 1 do Ministério da
Justiça, de 1937, que estabelecia quinze padrões. Com o fito de simplificá-
O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos Chefes de los e uniformizá-los, este Manual estabelece o emprego de somente dois
Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do cargo respectivo: fechos diferentes para todas as modalidades de comunicação oficial:
Excelentíssimo Senhor Presidente da República, a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente da República:
Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional, Respeitosamente,
Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal.
b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior:
As demais autoridades serão tratadas com o vocativo Senhor, seguido Atenciosamente,
do cargo respectivo:
Senhor Senador, Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas a autorida-
Senhor Juiz, des estrangeiras, que atendem a rito e tradição próprios, devidamente
Senhor Ministro, disciplinados no Manual de Redação do Ministério das Relações Exteriores.
Senhor Governador,
2.3. Identificação do Signatário
No envelope, o endereçamento das comunicações dirigidas às autori- Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da República,
dades tratadas por Vossa Excelência, terá a seguinte forma: todas as demais comunicações oficiais devem trazer o nome e o cargo da
A Sua Excelência o Senhor autoridade que as expede, abaixo do local de sua assinatura. A forma da
Fulano de Tal identificação deve ser a seguinte:
Ministro de Estado da Justiça (espaço para assinatura)
70064-900 – Brasília. DF NOME
Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República
Em comunicações oficiais, está abolido o uso do tratamento digníssimo (espaço para assinatura)
(DD), às autoridades arroladas na lista anterior. A dignidade é pressuposto NOME
para que se ocupe qualquer cargo público, sendo desnecessária sua repe- Ministro de Estado da Justiça
tida evocação.
Vossa Senhoria é empregado para as demais autoridades e para parti- Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assinatura em pági-
culares. O vocativo adequado é: na isolada do expediente. Transfira para essa página ao menos a última
Senhor Fulano de Tal, frase anterior ao fecho.
(...)
No envelope, deve constar do endereçamento: 3. O Padrão Ofício
Ao Senhor Há três tipos de expedientes que se diferenciam antes pela finalidade
Fulano de Tal do que pela forma: o ofício, o aviso e o memorando. Com o fito de uniformi-
Rua ABC, no 123 zá-los, pode-se adotar uma diagramação única, que siga o que chamamos
12345-000 – Curitiba. PR de padrão ofício. As peculiaridades de cada um serão tratadas adiante; por
ora busquemos as suas semelhanças.
Como se depreende do exemplo acima, fica dispensado o emprego do
superlativo ilustríssimo para as autoridades que recebem o tratamento de 3.1. Partes do documento no Padrão Ofício
Vossa Senhoria e para particulares. É suficiente o uso do pronome de O aviso, o ofício e o memorando devem conter as seguintes partes:
tratamento Senhor. a) tipo e número do expediente, seguido da sigla do órgão que o expe-
expe-
de:
de
Acrescente-se que doutor não é forma de tratamento, e sim título aca- Exemplos:
dêmico. Evite usá-lo indiscriminadamente. Como regra geral, empregue-o Mem. 123/2002-MF
apenas em comunicações dirigidas a pessoas que tenham tal grau por Aviso 123/2002-SG
terem concluído curso universitário de doutorado. É costume designar por Of. 123/2002-MME
doutor os bacharéis, especialmente os bacharéis em Direito e em Medici-
na. Nos demais casos, o tratamento Senhor confere a desejada formalidade b) local e data em que foi assinado, por extenso, com alinhamento à di-
às comunicações. reita:
Exemplo:
Mencionemos, ainda, a forma Vossa Magnificência, empregada por for- Brasília, 15 de março de 1991.
ça da tradição, em comunicações dirigidas a reitores de universidade.
Corresponde-lhe o vocativo: c) assunto:
assunto resumo do teor do documento
Magnífico Reitor, Exemplos:

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Assunto: Produtividade do órgão em 2002.
2002 l) todos os tipos de documentos do Padrão Ofício devem ser impres-
Assunto: Necessidade de aquisição de novos computadores. sos em papel de tamanho A-4, ou seja, 29,7 x 21,0 cm;
m) deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de arquivo Rich
d) destinatário: o nome e o cargo da pessoa a quem é dirigida a comu- Text nos documentos de texto;
nicação. No caso do ofício deve ser incluído também o endereço. n) dentro do possível, todos os documentos elaborados devem ter o
arquivo de texto preservado para consulta posterior ou aproveita-
e) texto:
texto nos casos em que não for de mero encaminhamento de do- mento de trechos para casos análogos;
cumentos, o expediente deve conter a seguinte estrutura: o) para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem ser for-
– introdução, que se confunde com o parágrafo de abertura, na qual é mados da seguinte maneira:
apresentado o assunto que motiva a comunicação. Evite o uso das formas: tipo do documento + número do documento + palavras-chaves do
“Tenho a honra de”, “Tenho o prazer de”, “Cumpre-me informar que”, em- conteúdo
pregue a forma direta; Ex.: “Of. 123 - relatório produtividade ano 2002”
– desenvolvimento, no qual o assunto é detalhado; se o texto contiver
mais de uma ideia sobre o assunto, elas devem ser tratadas em parágrafos 3.3. Aviso e Ofício
distintos, o que confere maior clareza à exposição; 3.3.1. Definição
Definição e Finalidade
– conclusão, em que é reafirmada ou simplesmente reapresentada a Aviso e ofício são modalidades de comunicação oficial praticamente i-
posição recomendada sobre o assunto. dênticas. A única diferença entre eles é que o aviso é expedido exclusiva-
mente por Ministros de Estado, para autoridades de mesma hierarquia, ao
Os parágrafos do texto devem ser numerados, exceto nos casos em passo que o ofício é expedido para e pelas demais autoridades. Ambos têm
que estes estejam organizados em itens ou títulos e subtítulos. como finalidade o tratamento de assuntos oficiais pelos órgãos da Adminis-
tração Pública entre si e, no caso do ofício, também com particulares.
Já quando se tratar de mero encaminhamento de documentos a estru-
tura é a seguinte: 3.3.2. Forma e Estrutura
– introdução: deve iniciar com referência ao expediente que solicitou o Quanto a sua forma, aviso e ofício seguem o modelo do padrão ofício,
encaminhamento. Se a remessa do documento não tiver sido solicitada, com acréscimo do vocativo, que invoca o destinatário (v. 2.1 Pronomes de
deve iniciar com a informação do motivo da comunicação, que é encami- Tratamento), seguido de vírgula.
nhar, indicando a seguir os dados completos do documento encaminhado Exemplos:
(tipo, data, origem ou signatário, e assunto de que trata), e a razão pela Excelentíssimo Senhor Presidente da República
qual está sendo encaminhado, segundo a seguinte fórmula: Senhora Ministra
“Em resposta ao Aviso nº 12, de 1º de fevereiro de 1991, encaminho, Senhor Chefe de Gabinete
anexa, cópia do Ofício nº 34, de 3 de abril de 1990, do Departamento Geral
de Administração, que trata da requisição do servidor Fulano de Tal.” Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício as seguintes in-
ou formações do remetente:
“Encaminho, para exame e pronunciamento, a anexa cópia do tele- – nome do órgão ou setor;
grama no 12, de 1o de fevereiro de 1991, do Presidente da Confederação – endereço postal;
Nacional de Agricultura, a respeito de projeto de modernização de técnicas – telefone e endereço de correio eletrônico.
agrícolas na região Nordeste.”
– desenvolvimento: se o autor da comunicação desejar fazer algum 3.4. Memorando
comentário a respeito do documento que encaminha, poderá acrescentar 3.4.1. Definição
Definição e Finalidade
parágrafos de desenvolvimento; em caso contrário, não há parágrafos de O memorando é a modalidade de comunicação entre unidades admi-
desenvolvimento em aviso ou ofício de mero encaminhamento. nistrativas de um mesmo órgão, que podem estar hierarquicamente em
f) fecho (v. 2.2. Fechos para Comunicações); mesmo nível ou em níveis diferentes. Trata-se, portanto, de uma forma de
g) assinatura do autor da comunicação; e comunicação eminentemente interna.
h) identificação do signatário (v. 2.3. Identificação do Signatário).
Pode ter caráter meramente administrativo, ou ser empregado para a
3.2. Forma de diagramação exposição de projetos, ideias, diretrizes, etc. a serem adotados por deter-
Os documentos do Padrão Ofício devem obedecer à seguinte forma de minado setor do serviço público.
apresentação:
a) deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de corpo 12 no Sua característica principal é a agilidade. A tramitação do memorando
texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas de rodapé; em qualquer órgão deve pautar-se pela rapidez e pela simplicidade de
b) para símbolos não existentes na fonte Times New Roman poder- procedimentos burocráticos. Para evitar desnecessário aumento do número
se-á utilizar as fontes Symbol e Wingdings; de comunicações, os despachos ao memorando devem ser dados no
c) é obrigatório constar a partir da segunda página o número da pági- próprio documento e, no caso de falta de espaço, em folha de continuação.
na; Esse procedimento permite formar uma espécie de processo simplificado,
d) os ofícios, memorandos e anexos destes poderão ser impressos assegurando maior transparência à tomada de decisões, e permitindo que
em ambas as faces do papel. Neste caso, as margens esquerda e se historie o andamento da matéria tratada no memorando.
direita terão as distâncias invertidas nas páginas pares (“margem
espelho”); 3.4.2. Forma e Estrutura
e) o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de distância da Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo do padrão ofício,
margem esquerda; com a diferença de que o seu destinatário deve ser mencionado pelo cargo
f) o campo destinado à margem lateral esquerda terá, no mínimo, 3,0 que ocupa.
cm de largura;
g) o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5 cm; Exemplos:
h) deve ser utilizado espaçamento simples entre as linhas e de 6 pon- Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração
tos após cada parágrafo, ou, se o editor de texto utilizado não Ao Sr. Subchefe para Assuntos Jurídicos
comportar tal recurso, de uma linha em branco;
i) não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sublinhado, letras 4. Exposição de Motivos
maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer outra 4.1. Definição e Finalidade
forma de formatação que afete a elegância e a sobriedade do do- Exposição de motivos é o expediente dirigido ao Presidente da Repú-
cumento; blica ou ao Vice-Presidente para:
j) a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em papel bran- a) informá-lo de determinado assunto;
co. A impressão colorida deve ser usada apenas para gráficos e i- b) propor alguma medida; ou
lustrações; c) submeter a sua consideração projeto de ato normativo.

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mensagens de encaminhamento dirigem-se aos Membros do Congresso
Em regra, a exposição de motivos é dirigida ao Presidente da Repúbli- Nacional, e os respectivos avisos são endereçados ao Primeiro Secretário
ca por um Ministro de Estado. do Senado Federal. A razão é que o art. 166 da Constituição impõe a
Nos casos em que o assunto tratado envolva mais de um Ministério, a deliberação congressual sobre as leis financeiras em sessão conjunta, mais
exposição de motivos deverá ser assinada por todos os Ministros envolvi- precisamente, “na forma do regimento comum”. E à frente da Mesa do
dos, sendo, por essa razão, chamada de interministerial. Congresso Nacional está o Presidente do Senado Federal (Constituição,
art. 57, § 5o), que comanda as sessões conjuntas.
4.2. Forma e Estrutura
Formalmente, a exposição de motivos tem a apresentação do padrão As mensagens aqui tratadas coroam o processo desenvolvido no âmbi-
ofício (v. 3. O Padrão Ofício). O anexo que acompanha a exposição de to do Poder Executivo, que abrange minucioso exame técnico, jurídico e
motivos que proponha alguma medida ou apresente projeto de ato normati- econômico-financeiro das matérias objeto das proposições por elas enca-
vo, segue o modelo descrito adiante. minhadas.

A exposição de motivos, de acordo com sua finalidade, apresenta duas Tais exames materializam-se em pareceres dos diversos órgãos inte-
formas básicas de estrutura: uma para aquela que tenha caráter exclusiva- ressados no assunto das proposições, entre eles o da Advocacia-Geral da
mente informativo e outra para a que proponha alguma medida ou submeta União. Mas, na origem das propostas, as análises necessárias constam da
projeto de ato normativo. exposição de motivos do órgão onde se geraram (v. 3.1. Exposição de
Motivos) – exposição que acompanhará, por cópia, a mensagem de enca-
No primeiro caso, o da exposição de motivos que simplesmente leva minhamento ao Congresso.
algum assunto ao conhecimento do Presidente da República, sua estrutura
segue o modelo antes referido para o padrão ofício. b) encaminhamento de medida provisória.
Para dar cumprimento ao disposto no art. 62 da Constituição, o Presi-
Já a exposição de motivos que submeta à consideração do Presidente dente da República encaminha mensagem ao Congresso, dirigida a seus
da República a sugestão de alguma medida a ser adotada ou a que lhe membros, com aviso para o Primeiro Secretário do Senado Federal, juntan-
apresente projeto de ato normativo – embora sigam também a estrutura do do cópia da medida provisória, autenticada pela Coordenação de Documen-
padrão ofício –, além de outros comentários julgados pertinentes por seu tação da Presidência da República.
autor, devem, obrigatoriamente, apontar:
a) na introdução: o problema que está a reclamar a adoção da medi- c) indicação de autoridades.
da ou do ato normativo proposto; As mensagens que submetem ao Senado Federal a indicação de pes-
b) no desenvolvimento: o porquê de ser aquela medida ou aquele ato soas para ocuparem determinados cargos (magistrados dos Tribunais
normativo o ideal para se solucionar o problema, e eventuais alter- Superiores, Ministros do TCU, Presidentes e Diretores do Banco Central,
nativas existentes para equacioná-lo; Procurador-Geral da República, Chefes de Missão Diplomática, etc.) têm
c) na conclusão, novamente, qual medida deve ser tomada, ou qual em vista que a Constituição, no seu art. 52, incisos III e IV, atribui àquela
ato normativo deve ser editado para solucionar o problema. Casa do Congresso Nacional competência privativa para aprovar a indica-
ção.
Deve, ainda, trazer apenso o formulário de anexo à exposição de moti-
vos, devidamente preenchido, de acordo com o seguinte modelo previsto O curriculum vitae do indicado, devidamente assinado, acompanha a
no Anexo II do Decreto no 4.176, de 28 de março de 2002. mensagem.

Anexo à Exposição de Motivos do (indicar nome do Ministério ou órgão d) pedido de autorização para o Presidente ou o Vice-Presidente da
equivalente) no , de de de 200 . República se ausentarem do País por mais de 15 dias.
Trata-se de exigência constitucional (Constituição, art. 49, III, e 83), e a
5. Mensagem autorização é da competência privativa do Congresso Nacional.
5.1. Definição e Finalidade
É o instrumento de comunicação oficial entre os Chefes dos Poderes O Presidente da República, tradicionalmente, por cortesia, quando a
Públicos, notadamente as mensagens enviadas pelo Chefe do Poder ausência é por prazo inferior a 15 dias, faz uma comunicação a cada Casa
Executivo ao Poder Legislativo para informar sobre fato da Administração do Congresso, enviando-lhes mensagens idênticas.
Pública; expor o plano de governo por ocasião da abertura de sessão
legislativa; submeter ao Congresso Nacional matérias que dependem de e) encaminhamento de atos de concessão e renovação de concessão
deliberação de suas Casas; apresentar veto; enfim, fazer e agradecer de emissoras de rádio e TV.
comunicações de tudo quanto seja de interesse dos poderes públicos e da A obrigação de submeter tais atos à apreciação do Congresso Nacional
Nação. consta no inciso XII do artigo 49 da Constituição. Somente produzirão
efeitos legais a outorga ou renovação da concessão após deliberação do
Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos Ministérios à Presi- Congresso Nacional (Constituição, art. 223, § 3o). Descabe pedir na men-
dência da República, a cujas assessorias caberá a redação final. sagem a urgência prevista no art. 64 da Constituição, porquanto o § 1o do
art. 223 já define o prazo da tramitação.
As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao Congresso Nacional
têm as seguintes finalidades: Além do ato de outorga ou renovação, acompanha a mensagem o cor-
a) encaminhamento de projeto de lei ordinária, complementar ou finan- respondente processo administrativo.
ceira.
Os projetos de lei ordinária ou complementar são enviados em regime f) encaminhamento das contas referentes ao exercício anterior.
normal (Constituição, art. 61) ou de urgência (Constituição, art. 64, §§ 1o a O Presidente da República tem o prazo de sessenta dias após a aber-
4o). Cabe lembrar que o projeto pode ser encaminhado sob o regime nor- tura da sessão legislativa para enviar ao Congresso Nacional as contas
mal e mais tarde ser objeto de nova mensagem, com solicitação de urgên- referentes ao exercício anterior (Constituição, art. 84, XXIV), para exame e
cia. parecer da Comissão Mista permanente (Constituição, art. 166, § 1o), sob
pena de a Câmara dos Deputados realizar a tomada de contas (Constitui-
Em ambos os casos, a mensagem se dirige aos Membros do Congres- ção, art. 51, II), em procedimento disciplinado no art. 215 do seu Regimento
so Nacional, mas é encaminhada com aviso do Chefe da Casa Civil da Interno.
Presidência da República ao Primeiro Secretário da Câmara dos Deputa-
dos, para que tenha início sua tramitação (Constituição, art. 64, caput). g) mensagem de abertura da sessão legislativa.
Ela deve conter o plano de governo, exposição sobre a situação do Pa-
Quanto aos projetos de lei financeira (que compreendem plano pluria- ís e solicitação de providências que julgar necessárias (Constituição, art.
nual, diretrizes orçamentárias, orçamentos anuais e créditos adicionais), as 84, XI).

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6.1. Definição e Finalidade
O portador da mensagem é o Chefe da Casa Civil da Presidência da Com o fito de uniformizar a terminologia e simplificar os procedimentos
República. Esta mensagem difere das demais porque vai encadernada e é burocráticos, passa a receber o título de telegrama toda comunicação oficial
distribuída a todos os Congressistas em forma de livro. expedida por meio de telegrafia, telex, etc.

h) comunicação de sanção (com restituição de autógrafos). Por tratar-se de forma de comunicação dispendiosa aos cofres públicos
Esta mensagem é dirigida aos Membros do Congresso Nacional, en- e tecnologicamente superada, deve restringir-se o uso do telegrama apenas
caminhada por Aviso ao Primeiro Secretário da Casa onde se originaram os àquelas situações que não seja possível o uso de correio eletrônico ou fax
autógrafos. Nela se informa o número que tomou a lei e se restituem dois e que a urgência justifique sua utilização e, também em razão de seu custo
exemplares dos três autógrafos recebidos, nos quais o Presidente da elevado, esta forma de comunicação deve pautar-se pela concisão (v. 1.4.
República terá aposto o despacho de sanção. Concisão e Clareza).

i) comunicação de veto. 6.2. Forma e Estrutura


Dirigida ao Presidente do Senado Federal (Constituição, art. 66, § 1o), Não há padrão rígido, devendo-se seguir a forma e a estrutura dos for-
a mensagem informa sobre a decisão de vetar, se o veto é parcial, quais as mulários disponíveis nas agências dos Correios e em seu sítio na Internet.
disposições vetadas, e as razões do veto. Seu texto vai publicado na ínte-
gra no Diário Oficial da União (v. 4.2. Forma e Estrutura), ao contrário das 7. Fax
demais mensagens, cuja publicação se restringe à notícia do seu envio ao 7.1. Definição e Finalidade
Poder Legislativo. (v. 19.6.Veto) O fax (forma abreviada já consagrada de fac-simile) é uma forma de
comunicação que está sendo menos usada devido ao desenvolvimento da
j) outras mensagens. Internet. É utilizado para a transmissão de mensagens urgentes e para o
Também são remetidas ao Legislativo com regular frequência mensa- envio antecipado de documentos, de cujo conhecimento há premência,
gens com: quando não há condições de envio do documento por meio eletrônico.
– encaminhamento de atos internacionais que acarretam encargos Quando necessário o original, ele segue posteriormente pela via e na forma
ou compromissos gravosos (Constituição, art. 49, I); de praxe.
– pedido de estabelecimento de alíquotas aplicáveis às operações e
prestações interestaduais e de exportação (Constituição, art. 155, Se necessário o arquivamento, deve-se fazê-lo com cópia xerox do fax
§ 2o, IV); e não com o próprio fax, cujo papel, em certos modelos, se deteriora rapi-
– proposta de fixação de limites globais para o montante da dívida damente.
consolidada (Constituição, art. 52, VI);
– pedido de autorização para operações financeiras externas (Cons- 7.2. Forma e Estrutura
tituição, art. 52, V); e outros. Os documentos enviados por fax mantêm a forma e a estrutura que
lhes são inerentes.
Entre as mensagens menos comuns estão as de: É conveniente o envio, juntamente com o documento principal, de folha
– convocação extraordinária do Congresso Nacional (Constituição, de rosto, i. é., de pequeno formulário com os dados de identificação da
art. 57, § 6o); mensagem a ser enviada.
– pedido de autorização para exonerar o Procurador-Geral da Repú-
blica (art. 52, XI, e 128, § 2o); 8. Correio Eletrônico
– pedido de autorização para declarar guerra e decretar mobilização 8.1 Definição e finalidade
nacional (Constituição, art. 84, XIX); O correio eletrônico (“e-mail”), por seu baixo custo e celeridade, trans-
– pedido de autorização ou referendo para celebrar a paz (Constitui- formou-se na principal forma de comunicação para transmissão de docu-
ção, art. 84, XX); mentos.
– justificativa para decretação do estado de defesa ou de sua prorro-
gação (Constituição, art. 136, § 4o); 8.2. Forma e Estrutura
– pedido de autorização para decretar o estado de sítio (Constitui- Um dos atrativos de comunicação por correio eletrônico é sua flexibili-
ção, art. 137); dade. Assim, não interessa definir forma rígida para sua estrutura. Entretan-
– relato das medidas praticadas na vigência do estado de sítio ou de to, deve-se evitar o uso de linguagem incompatível com uma comunicação
defesa (Constituição, art. 141, parágrafo único); oficial (v. 1.2 A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais).
– proposta de modificação de projetos de leis financeiras (Constitui-
ção, art. 166, § 5o); O campo assunto do formulário de correio eletrônico mensagem deve
– pedido de autorização para utilizar recursos que ficarem sem des- ser preenchido de modo a facilitar a organização documental tanto do
pesas correspondentes, em decorrência de veto, emenda ou rejei- destinatário quanto do remetente.
ção do projeto de lei orçamentária anual (Constituição, art. 166, §
8o); Para os arquivos anexados à mensagem deve ser utilizado, preferenci-
– pedido de autorização para alienar ou conceder terras públicas almente, o formato Rich Text. A mensagem que encaminha algum arquivo
com área superior a 2.500 ha (Constituição, art. 188, § 1o); etc. deve trazer informações mínimas sobre seu conteúdo..
5.2. Forma e Estrutura Sempre que disponível, deve-se utilizar recurso de confirmação de lei-
As mensagens contêm: tura. Caso não seja disponível, deve constar da mensagem pedido de
a) a indicação do tipo de expediente e de seu número, horizontalmen- confirmação de recebimento.
te, no início da margem esquerda:
Mensagem no 8.3 Valor documental
b) vocativo, de acordo com o pronome de tratamento e o cargo do Nos termos da legislação em vigor, para que a mensagem de correio
destinatário, horizontalmente, no início da margem esquerda; eletrônico tenha valor documental, i. é, para que possa ser aceita como
Excelentíssimo Senhor Presidente do Senado Federal, documento original, é necessário existir certificação digital que ateste a
c) o texto, iniciando a 2 cm do vocativo; identidade do remetente, na forma estabelecida em lei.
d) o local e a data, verticalmente a 2 cm do final do texto, e horizon-
talmente fazendo coincidir seu final com a margem direita.
PROVA SIMULADA I
A mensagem, como os demais atos assinados pelo Presidente da Re-
pública, não traz identificação de seu signatário. 01. Assinale a alternativa correta quanto ao uso e à grafia das palavras.
(A) Na atual conjetura, nada mais se pode fazer.
(B) O chefe deferia da opinião dos subordinados.
6. Telegrama
(C) O processo foi julgado em segunda estância.
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(D) O problema passou despercebido na votação. (A) ao ... a ... à
(E) Os criminosos espiariam suas culpas no exílio. (B) àquele ... à ... à
(C) àquele...à ... a
02. A alternativa correta quanto ao uso dos verbos é: (D) ao ... à ... à
(A) Quando ele vir suas notas, ficará muito feliz. (E) àquele ... a ... a
(B) Ele reaveu, logo, os bens que havia perdido.
(C) A colega não se contera diante da situação. 10. Assinale a alternativa gramaticalmente correta de acordo com a
(D) Se ele ver você na rua, não ficará contente. norma culta.
(E) Quando você vir estudar, traga seus livros. (A) Bancos de dados científicos terão seu alcance ampliado. E isso
trarão grandes benefícios às pesquisas.
03. O particípio verbal está corretamente empregado em: (B) Fazem vários anos que essa empresa constrói parques, colaborando
(A) Não estaríamos salvados sem a ajuda dos barcos. com o meio ambiente.
(B) Os garis tinham chego às ruas às dezessete horas. (C) Laboratórios de análise clínica tem investido em institutos, desenvol-
(C) O criminoso foi pego na noite seguinte à do crime. vendo projetos na área médica.
(D) O rapaz já tinha abrido as portas quando chegamos. (D) Havia algumas estatísticas auspiciosas e outras preocupantes apre-
(E) A faxineira tinha refazido a limpeza da casa toda. sentadas pelos economistas.
(E) Os efeitos nocivos aos recifes de corais surge para quem vive no
04. Assinale a alternativa que dá continuidade ao texto abaixo, em litoral ou aproveitam férias ali.
conformidade com a norma culta.
Nem só de beleza vive a madrepérola ou nácar. Essa substância do 11. A frase correta de acordo com o padrão culto é:
interior da concha de moluscos reúne outras características interes- (A) Não vejo mal no Presidente emitir medidas de emergência devido às
santes, como resistência e flexibilidade. chuvas.
(A) Se puder ser moldada, daria ótimo material para a confecção de (B) Antes de estes requisitos serem cumpridos, não receberemos recla-
componentes para a indústria. mações.
(B) Se pudesse ser moldada, dá ótimo material para a confecção de (C) Para mim construir um país mais justo, preciso de maior apoio à
componentes para a indústria. cultura.
(C) Se pode ser moldada, dá ótimo material para a confecção de com- (D) Apesar do advogado ter defendido o réu, este não foi poupado da
ponentes para a indústria. culpa.
(D) Se puder ser moldada, dava ótimo material para a confecção de (E) Faltam conferir três pacotes da mercadoria.
componentes para a indústria.
(E) Se pudesse ser moldada, daria ótimo material para a confecção de 12. A maior parte das empresas de franquia pretende expandir os negó-
componentes para a indústria. cios das empresas de franquia pelo contato direto com os possíveis
investidores, por meio de entrevistas. Esse contato para fins de sele-
05. O uso indiscriminado do gerúndio tem-se constituído num problema ção não só permite às empresas avaliar os investidores com relação
para a expressão culta da língua. Indique a única alternativa em que aos negócios, mas também identificar o perfil desejado dos investido-
ele está empregado conforme o padrão culto. res.
(A) Após aquele treinamento, a corretora está falando muito bem. (Texto adaptado)
(B) Nós vamos estar analisando seus dados cadastrais ainda hoje. Para eliminar as repetições, os pronomes apropriados para substituir
(C) Não haverá demora, o senhor pode estar aguardando na linha. as expressões: das empresas de franquia, às empresas, os investi-
(D) No próximo sábado, procuraremos estar liberando o seu carro. dores e dos investidores, no texto, são, respectivamente:
(E) Breve, queremos estar entregando as chaves de sua nova casa. (A) seus ... lhes ... los ... lhes
(B) delas ... a elas ... lhes ... deles
06. De acordo com a norma culta, a concordância nominal e verbal está (C) seus ... nas ... los ... deles
correta em: (D) delas ... a elas ... lhes ... seu
(A) As características do solo são as mais variadas possível. (E) seus ... lhes ... eles ... neles
(B) A olhos vistos Lúcia envelhecia mais do que rapidamente.
(C) Envio-lhe, em anexos, a declaração de bens solicitada. 13. Assinale a alternativa em que se colocam os pronomes de acordo
(D) Ela parecia meia confusa ao dar aquelas explicações. com o padrão culto.
(E) Qualquer que sejam as dúvidas, procure saná-las logo. (A) Quando possível, transmitirei-lhes mais informações.
(B) Estas ordens, espero que cumpram-se religiosamente.
07. Assinale a alternativa em que se respeitam as normas cultas de (C) O diálogo a que me propus ontem, continua válido.
flexão de grau. (D) Sua decisão não causou-lhe a felicidade esperada.
(A) Nas situações críticas, protegia o colega de quem era amiquíssimo. (E) Me transmita as novidades quando chegar de Paris.
(B) Mesmo sendo o Canadá friosíssimo, optou por permanecer lá duran-
te as férias. 14. O pronome oblíquo representa a combinação das funções de objeto
(C) No salto, sem concorrentes, seu desempenho era melhor de todos. direto e indireto em:
(D) Diante dos problemas, ansiava por um resultado mais bom que ruim. (A) Apresentou-se agora uma boa ocasião.
(E) Comprou uns copos baratos, de cristal, da mais malíssima qualidade. (B) A lição, vou fazê-la ainda hoje mesmo.
(C) Atribuímos-lhes agora uma pesada tarefa.
Nas questões de números 08 e 09, assinale a alternativa cujas pala- (D) A conta, deixamo-la para ser revisada.
vras completam, correta e respectivamente, as frases dadas. (E) Essa história, contar-lha-ei assim que puder.

08. Os pesquisadores trataram de avaliar visão público financiamento 15. Desejava o diploma, por isso lutou para obtê-lo.
estatal ciência e tecnologia. Substituindo-se as formas verbais de desejar, lutar e obter pelos
(A) à ... sobre o ... do ... para respectivos substantivos a elas correspondentes, a frase correta é:
(B) a ... ao ... do ... para (A) O desejo do diploma levou-o a lutar por sua obtenção.
(C) à ... do ... sobre o ... a (B) O desejo do diploma levou-o à luta em obtê-lo.
(D) à ... ao ... sobre o ... à (C) O desejo do diploma levou-o à luta pela sua obtenção.
(E) a ... do ... sobre o ... à (D) Desejoso do diploma foi à luta pela sua obtenção.
(E) Desejoso do diploma foi lutar por obtê-lo.
09. Quanto perfil desejado, com vistas qualidade dos candidatos, a
franqueadora procura ser muito mais criteriosa ao contratá-los, pois 16. Ao Senhor Diretor de Relações Públicas da Secretaria de Educação
eles devem estar aptos comercializar seus produtos. do Estado de São Paulo. Face à proximidade da data de inauguração

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de nosso Teatro Educativo, por ordem de , Doutor XXX, Digníssimo IV. em ainda não o fez, o o equivale a isso, significando leitura do acór-
Secretário da Educação do Estado de YYY, solicitamos a máxima ur- dão, e fez adquire o respectivo sentido de devia providenciar.
gência na antecipação do envio dos primeiros convites para o Exce- Está correto o contido apenas em
lentíssimo Senhor Governador do Estado de São Paulo, o Reveren- (A) II e IV.
díssimo Cardeal da Arquidiocese de São Paulo e os Reitores das U- (B) III e IV.
niversidades Paulistas, para que essas autoridades possam se pro- (C) I, II e III.
gramar e participar do referido evento. (D) I, III e IV.
Atenciosamente, (E) II, III e IV.
ZZZ
Assistente de Gabinete. 22. O rapaz era campeão de tênis. O nome do rapaz saiu nos jornais.
De acordo com os cargos das diferentes autoridades, as lacunas Ao transformar os dois períodos simples num único período compos-
são correta e adequadamente preenchidas, respectivamente, por to, a alternativa correta é:
(A) Ilustríssimo ... Sua Excelência ... Magníficos (A) O rapaz cujo nome saiu nos jornais era campeão de tênis.
(B) Excelentíssimo ... Sua Senhoria ... Magníficos (B) O rapaz que o nome saiu nos jornais era campeão de tênis.
(C) Ilustríssimo ... Vossa Excelência ... Excelentíssimos (C) O rapaz era campeão de tênis, já que seu nome saiu nos jornais.
(D) Excelentíssimo ... Sua Senhoria ... Excelentíssimos (D) O nome do rapaz onde era campeão de tênis saiu nos jornais.
(E) Ilustríssimo ... Vossa Senhoria ... Digníssimos (E) O nome do rapaz que saiu nos jornais era campeão de tênis.

17. Assinale a alternativa em que, de acordo com a norma culta, se 23. O jardineiro daquele vizinho cuidadoso podou, ontem, os enfraqueci-
respeitam as regras de pontuação. dos galhos da velha árvore.
(A) Por sinal, o próprio Senhor Governador, na última entrevista, revelou, Assinale a alternativa correta para interrogar, respectivamente, sobre
que temos uma arrecadação bem maior que a prevista. o adjunto adnominal de jardineiro e o objeto direto de podar.
(B) Indagamos, sabendo que a resposta é obvia: que se deve a uma (A) Quem podou? e Quando podou?
sociedade inerte diante do desrespeito à sua própria lei? Nada. (B) Qual jardineiro? e Galhos de quê?
(C) O cidadão, foi preso em flagrante e, interrogado pela Autoridade (C) Que jardineiro? e Podou o quê?
Policial, confessou sua participação no referido furto. (D) Que vizinho? e Que galhos?
(D) Quer-nos parecer, todavia, que a melhor solução, no caso deste (E) Quando podou? e Podou o quê?
funcionário, seja aquela sugerida, pela própria chefia.
(E) Impunha-se, pois, a recuperação dos documentos: as certidões 24. O público observava a agitação dos lanterninhas da plateia.
negativas, de débitos e os extratos, bancários solicitados. Sem pontuação e sem entonação, a frase acima tem duas possibili-
dades de leitura. Elimina-se essa ambiguidade pelo estabelecimento
18. O termo oração, entendido como uma construção com sujeito e correto das relações entre seus termos e pela sua adequada pontua-
predicado que formam um período simples, se aplica, adequadamen- ção em:
te, apenas a: (A) O público da plateia, observava a agitação dos lanterninhas.
(A) Amanhã, tempo instável, sujeito a chuvas esparsas no litoral. (B) O público observava a agitação da plateia, dos lanterninhas.
(B) O vigia abandonou a guarita, assim que cumpriu seu período. (C) O público observava a agitação, dos lanterninhas da plateia.
(C) O passeio foi adiado para julho, por não ser época de chuvas. (D) Da plateia o público, observava a agitação dos lanterninhas.
(D) Muito riso, pouco siso – provérbio apropriado à falta de juízo. (E) Da plateia, o público observava a agitação dos lanterninhas.
(E) Os concorrentes à vaga de carteiro submeteram-se a exames.
25. Felizmente, ninguém se machucou.
Leia o período para responder às questões de números 19 e 20. Lentamente, o navio foi se afastando da costa.
Considere:
O livro de registro do processo que você procurava era o que estava I. felizmente completa o sentido do verbo machucar;
sobre o balcão. II. felizmente e lentamente classificam-se como adjuntos adverbiais de
modo;
19. No período, os pronomes o e que, na respectiva sequência, remetem III. felizmente se refere ao modo como o falante se coloca diante do
a fato;
(A) processo e livro. IV. lentamente especifica a forma de o navio se afastar;
(B) livro do processo. V. felizmente e lentamente são caracterizadores de substantivos.
(C) processos e processo. Está correto o contido apenas em
(D) livro de registro. (A) I, II e III.
(E) registro e processo. (B) I, II e IV.
(C) I, III e IV.
20. Analise as proposições de números I a IV com base no período (D) II, III e IV.
acima: (E) III, IV e V.
I. há, no período, duas orações;
II. o livro de registro do processo era o, é a oração principal; 26. O segmento adequado para ampliar a frase – Ele comprou o carro...,
III. os dois quê(s) introduzem orações adverbiais; indicando concessão, é:
IV. de registro é um adjunto adnominal de livro. (A) para poder trabalhar fora.
Está correto o contido apenas em (B) como havia programado.
(A) II e IV. (C) assim que recebeu o prêmio.
(B) III e IV. (D) porque conseguiu um desconto.
(C) I, II e III. (E) apesar do preço muito elevado.
(D) I, II e IV.
(E) I, III e IV. 27. É importante que todos participem da reunião.
O segmento que todos participem da reunião, em relação a
21. O Meretíssimo Juiz da 1.ª Vara Cível devia providenciar a leitura do É importante, é uma oração subordinada
acórdão, e ainda não o fez. Analise os itens relativos a esse trecho: (A) adjetiva com valor restritivo.
I. as palavras Meretíssimo e Cível estão incorretamente grafadas; (B) substantiva com a função de sujeito.
II. ainda é um adjunto adverbial que exclui a possibilidade da leitura (C) substantiva com a função de objeto direto.
pelo Juiz; (D) adverbial com valor condicional.
III. o e foi usado para indicar oposição, com valor adversativo equivalen- (E) substantiva com a função de predicativo.
te ao da palavra mas;

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28. Ele realizou o trabalho como seu chefe o orientou. A relação estabe-
lecida pelo termo como é de 33. Após a leitura do texto, só NÃO se pode dizer da miséria no Brasil
(A) comparatividade. que ela:
(B) adição. A) é culpa dos governos recentes, apesar de seu trabalho produtivo em
(C) conformidade. outras áreas;
(D) explicação. B) tem manifestações violentas, como a criminalidade nas grandes
(E) consequência. cidades;
C) atinge milhões de habitantes, embora alguns deles não apareçam
29. A região alvo da expansão das empresas, _____, das redes de para a classe dominante;
franquias, é a Sudeste, ______ as demais regiões também serão D) é de difícil compreensão, já que sua presença não se coaduna com a
contempladas em diferentes proporções; haverá, ______, planos di- de outros indicadores sociais;
versificados de acordo com as possibilidades de investimento dos E) tem razões históricas e se mantém em níveis estáveis nas últimas
possíveis franqueados. décadas.
A alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas e
relaciona corretamente as ideias do texto, é: 34. O melhor resumo das sete primeiras linhas do texto é:
(A) digo ... portanto ... mas A) Entender a miséria no Brasil é impossível, já que todos os outros
(B) como ... pois ... mas indicadores sociais melhoraram;
(C) ou seja ... embora ... pois B) Desde os primórdios da colonização a miséria existe no Brasil e se
(D) ou seja ... mas ... portanto mantém onipresente;
(E) isto é ... mas ... como C) A miséria no Brasil tem fundo histórico e foi alimentada por governos
incompetentes;
30. Assim que as empresas concluírem o processo de seleção dos D) Embora os indicadores sociais mostrem progresso em muitas áreas,
investidores, os locais das futuras lojas de franquia serão divulgados. a miséria ainda atinge uma pequena parte de nosso povo;
A alternativa correta para substituir Assim que as empresas concluí- E) Todos os indicadores sociais melhoraram exceto o indicador da
rem o processo de seleção dos investidores por uma oração reduzi- miséria que leva à criminalidade.
da, sem alterar o sentido da frase, é:
(A) Porque concluindo o processo de seleção dos investidores ... 35. As marcas de progresso em nosso país são dadas com apoio na
(B) Concluído o processo de seleção dos investidores ... quantidade, exceto:
(C) Depois que concluíssem o processo de seleção dos investidores ... A) frequência escolar;
(D) Se concluído do processo de seleção dos investidores... B) liderança diplomática;
(E) Quando tiverem concluído o processo de seleção dos investidores ... C) mortalidade infantil;
D) analfabetismo;
A MISÉRIA É DE TODOS NÓS E) desempenho econômico.
Como entender a resistência da miséria no Brasil, uma chaga social
que remonta aos primórdios da colonização? No decorrer das últimas 36. ''No campo diplomático, começa a exercitar seus músculos.''; com
décadas, enquanto a miséria se mantinha mais ou menos do mesmo tama- essa frase, o jornalista quer dizer que o Brasil:
nho, todos os indicadores sociais brasileiros melhoraram. Há mais crianças A) já está suficientemente forte para começar a exercer sua liderança
em idade escolar frequentando aulas atualmente do que em qualquer outro na América Latina;
período da nossa história. As taxas de analfabetismo e mortalidade infantil B) já mostra que é mais forte que seus países vizinhos;
também são as menores desde que se passou a registrá-las nacionalmen- C) está iniciando seu trabalho diplomático a fim de marcar presença no
te. O Brasil figura entre as dez nações de economia mais forte do mundo. cenário exterior;
No campo diplomático, começa a exercitar seus músculos. Vem firmando D) pretende mostrar ao mundo e aos países vizinhos que já é suficien-
uma inconteste liderança política regional na América Latina, ao mesmo temente forte para tornar-se líder;
tempo que atrai a simpatia do Terceiro Mundo por ter se tornado um forte E) ainda é inexperiente no trato com a política exterior.
oponente das injustas políticas de comércio dos países ricos.
37. Segundo o texto, ''A miséria é onipresente'' embora:
Apesar de todos esses avanços, a miséria resiste. A) apareça algumas vezes nas grandes cidades;
Embora em algumas de suas ocorrências, especialmente na zona rural, B) se manifeste de formas distintas;
esteja confinada a bolsões invisíveis aos olhos dos brasileiros mais bem C) esteja escondida dos olhos de alguns;
posicionados na escala social, a miséria é onipresente. Nas grandes cida- D) seja combatida pelas autoridades;
des, com aterrorizante frequência, ela atravessa o fosso social profundo e E) se torne mais disseminada e cruel.
se manifesta de forma violenta. A mais assustadora dessas manifestações
é a criminalidade, que, se não tem na pobreza sua única causa, certamente 38. ''...não é uma empreitada simples'' equivale a dizer que é uma em-
em razão dela se tornou mais disseminada e cruel. Explicar a resistência da preitada complexa; o item em que essa equivalência é feita de forma
pobreza extrema entre milhões de habitantes não é uma empreitada sim- INCORRETA é:
ples. A) não é uma preocupação geral = é uma preocupação superficial;
Veja, ed. 1735 B) não é uma pessoa apática = é uma pessoa dinâmica;
C) não é uma questão vital = é uma questão desimportante;
31. O título dado ao texto se justifica porque: D) não é um problema universal = é um problema particular;
A) a miséria abrange grande parte de nossa população; E) não é uma cópia ampliada = é uma cópia reduzida.
B) a miséria é culpa da classe dominante;
C) todos os governantes colaboraram para a miséria comum; 39. ''...enquanto a miséria se mantinha...''; colocando-se o verbo desse
D) a miséria deveria ser preocupação de todos nós; segmento do texto no futuro do subjuntivo, a forma correta seria:
E) um mal tão intenso atinge indistintamente a todos. A) mantiver; B) manter; C)manterá; D)manteria;
E) mantenha.
32. A primeira pergunta - ''Como entender a resistência da miséria no
Brasil, uma chaga social que remonta aos primórdios da coloniza- 40. A forma de infinitivo que aparece substantivada nos segmentos
ção?'': abaixo é:
A) tem sua resposta dada no último parágrafo; A) ''Como entender a resistência da miséria...'';
B) representa o tema central de todo o texto; B) ''No decorrer das últimas décadas...'';
C) é só uma motivação para a leitura do texto; C) ''...desde que se passou a registrá-las...'';
D) é uma pergunta retórica, à qual não cabe resposta; D) ''...começa a exercitar seus músculos.'';
E) é uma das perguntas do texto que ficam sem resposta. E) ''...por ter se tornado um forte oponente...''.

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B) o cronista antecipa a visão do menor abandonado como um traste
PROTESTO TÍMIDO inútil;
Ainda há pouco eu vinha para casa a pé, feliz da minha vida e faltavam C) a situação do fato não permite a perfeita identificação do menino;
dez minutos para a meia-noite. Perto da Praça General Osório, olhei para o D) esse pronome indefinido tem valor pejorativo;
lado e vi, junto à parede, antes da esquina, algo que me pareceu uma E) o emprego desse pronome ocorre em relação a coisas ou a pesso-
trouxa de roupa, um saco de lixo. Alguns passos mais e pude ver que era as.
um menino.
44 ''Ainda há pouco eu vinha para casa a pé,...''; veja as quatro frases a
Escurinho, de seus seis ou sete anos, não mais. Deitado de lado, bra- seguir:
ços dobrados como dois gravetos, as mãos protegendo a cabeça. Tinha os I- Daqui há pouco vou sair.
gambitos também encolhidos e enfiados dentro da camisa de meia esbura- I- Está no Rio há duas semanas.
cada, para se defender contra o frio da noite. Estava dormindo, como podia III - Não almoço há cerca de três dias.
estar morto. Outros, como eu, iam passando, sem tomar conhecimento de IV - Estamos há cerca de três dias de nosso destino.
sua existência. Não era um ser humano, era um bicho, um saco de lixo As frases que apresentam corretamente o emprego do verbo haver
mesmo, um traste inútil, abandonado sobre a calçada. Um menor abando- são:
nado. A) I - II
B) I - III
Quem nunca viu um menor abandonado? A cinco passos, na casa de C) II - IV
sucos de frutas, vários casais de jovens tomavam sucos de frutas, alguns D) I - IV
mastigavam sanduíches. Além, na esquina da praça, o carro da radiopatru- E) II - III
lha estacionado, dois boinas-pretas conversando do lado de fora. Ninguém
tomava conhecimento da existência do menino. 45 O comentário correto sobre os elementos do primeiro parágrafo do
texto é:
Segundo as estatísticas, como ele existem nada menos que 25 milhões A) o cronista situa no tempo e no espaço os acontecimentos abordados
no Brasil, que se pode fazer? Qual seria a reação do menino se eu o acor- na crônica;
dasse para lhe dar todo o dinheiro que trazia no bolso? Resolveria o seu B) o cronista sofre uma limitação psicológica ao ver o menino
problema? O problema do menor abandonado? A injustiça social? C) a semelhança entre o menino abandonado e uma trouxa de roupa é
(....) a sujeira;
D) a localização do fato perto da meia-noite não tem importância para o
Vinte e cinco milhões de menores - um dado abstrato, que a imagina- texto;
ção não alcança. Um menino sem pai nem mãe, sem o que comer nem E) os fatos abordados nesse parágrafo já justificam o título da crônica.
onde dormir - isto é um menor abandonado. Para entender, só mesmo
imaginando meu filho largado no mundo aos seis, oito ou dez anos de
idade, sem ter para onde ir nem para quem apelar. Imagino que ele venha a 46 Boinas-pretas é um substantivo composto que faz o plural da mesma
ser um desses que se esgueiram como ratos em torno aos botequins e forma que:
lanchonetes e nos importunam cutucando-nos de leve - gesto que nos A) salvo-conduto;
desperta mal contida irritação - para nos pedir um trocado. Não temos B) abaixo-assinado;
disposição sequer para olhá-lo e simplesmente o atendemos (ou não) para C) salário-família;
nos livrarmos depressa de sua incômoda presença. Com o sentimento que D) banana-prata;
sufocamos no coração, escreveríamos toda a obra de Dickens. Mas esta- E) alto-falante.
mos em pleno século XX, vivendo a era do progresso para o Brasil, con-
quistando um futuro melhor para os nossos filhos. Até lá, que o menor 47 A descrição do menino abandonado é feita no segundo parágrafo do
abandonado não chateie, isto é problema para o juizado de menores. texto; o que NÃO se pode dizer do processo empregado para isso é
Mesmo porque são todos delinquentes, pivetes na escola do crime, cedo que o autor:
terminarão na cadeia ou crivados de balas pelo Esquadrão da Morte. A) se utiliza de comparações depreciativas;
B) lança mão de vocábulo animalizador;
Pode ser. Mas a verdade é que hoje eu vi meu filho dormindo na rua, C) centraliza sua atenção nos aspectos físicos do menino;
exposto ao frio da noite, e além de nada ter feito por ele, ainda o confundi D) mostra precisão em todos os dados fornecidos;
com um monte de lixo. E) usa grande número de termos adjetivadores.
Fernando Sabino
48 ''Estava dormindo, como podia estar morto''; esse segmento do texto
41 Uma crônica, como a que você acaba de ler, tem como melhor significa que:
definição: A) a aparência do menino não permitia saber se dormia ou estava
A) registro de fatos históricos em ordem cronológica; morto;
B) pequeno texto descritivo geralmente baseado em fatos do cotidiano; B) a posição do menino era idêntica à de um morto;
C) seção ou coluna de jornal sobre tema especializado; C) para os transeuntes, não fazia diferença estar o menino dormindo ou
D) texto narrativo de pequena extensão, de conteúdo e estrutura bas- morto;
tante variados; D) não havia diferença, para a descrição feita, se o menino estava
E) pequeno conto com comentários, sobre temas atuais. dormindo ou morto;
E) o cronista não sabia sobre a real situação do menino.
42 O texto começa com os tempos verbais no pretérito imperfeito -
vinha, faltavam - e, depois, ocorre a mudança para o pretérito perfei- 49 Alguns textos, como este, trazem referências de outros momentos
to - olhei, vi etc.; essa mudança marca a passagem: históricos de nosso país; o segmento do texto em que isso ocorre é:
A) do passado para o presente; A) ''Perto da Praça General Osório, olhei para o lado e vi...'';
B) da descrição para a narração; B) ''...ou crivados de balas pelo Esquadrão da Morte'';
C) do impessoal para o pessoal; C) ''...escreveríamos toda a obra de Dickens'';
D) do geral para o específico; D) ''...isto é problema para o juizado de menores'';
E) do positivo para o negativo. E) ''Escurinho, de seus seis ou sete anos, não mais''.

43 ''...olhei para o lado e vi, junto à parede, antes da esquina, ALGO que
me pareceu uma trouxa de roupa...''; o uso do termo destacado se
deve a que:
A) o autor pretende comparar o menino a uma coisa;

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50 ''... era um bicho...''; a figura de linguagem presente neste segmento _______________________________________________________
do texto é uma:
A) metonímia; _______________________________________________________
B) comparação ou símile; _______________________________________________________
C) metáfora;
D) prosopopeia; ______________________________________________________
E) personificação. _______________________________________________________
RESPOSTAS – PROVA I _______________________________________________________
01. D 11. B 21. B 31. D 41. D _______________________________________________________
02. A 12. A 22. A 32. B 42. B
03. C 13. C 23. C 33. A 43. C _______________________________________________________
04. E 14. E 24. E 34. A 44. E
05. A 15. C 25. D 35. B 45. A
_______________________________________________________
06. B 16. A 26. E 36. C 46. A _______________________________________________________
07. D 17. B 27. B 37. C 47. D
08. E 18. E 28. C 38. A 48. C _______________________________________________________
09. C 19. D 29. D 39. A 49. B _______________________________________________________
10. D 20. A 30. B 40. B 50. C
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
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Língua Portuguesa 56 A Opção Certa Para a Sua Realização


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A saúde pública no período militar


TÉCNICO DE ENFERMAGEM Antes da instituição do Sistema Único de Saúde (SUS), a atuação do
Ministério da Saúde se resumia às atividades de promoção de saúde e
prevenção de doenças, (como, por exemplo, a vacinação), realizadas em
caráter universal, e à assistência médico-hospitalar para poucas doenças;
servia aos indigentes, ou seja, a quem não tinha acesso ao atendimento
pelo Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social -
INAMPS.
O INAMPS, por sua vez, era uma autarquia federal vinculada ao
Ministério da Previdência e Assistência Social (hoje Ministério da
Previdência Social), e foi criado pelo regime militar em 1974 pelo
desmembramento do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), que
hoje é o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). O Instituto tinha a
finalidade de prestar atendimento médico aos que contribuíam com a
previdência social, ou seja, aos empregados de carteira assinada.
Analisando o período, Felipe Asensi expõe que
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS a utilização dos serviços de saúde se encontrou vinculada à situação
Sistema Único de Saúde-SUS: princípios, diretrizes; empregatícia, ocasionando a exclusão de uma parcela relevante da popula-
História Da Enfermagem ção desempregada, seja por deficiências físicas, seja por insuficiências na
Código de Ética do Conselho Federal de Enfermagem; educação ou, mesmo, por inacessibilidade estrutural ao mercado de traba-
Lei do Exercício Profissional de Enfermagem Nº 7.498/86 lho formal.
Relacionamento Interpessoal em Enfermagem — Felipe Asen
Asensi
Humanização;
O INAMPS dispunha de estabelecimentos próprios, ou seja, de
Central de Material e Esterelização: princípios e métodos de assepsia,
hospitais públicos, mas a maior parte do atendimento era realizado pela
antissepssia, desinfecção e esterilização;
iniciativa privada; os convênios estabeleciam a remuneração pelo governo
Sinais e sintomas nas afecções: Cárdio-pulmonares, Vasculares, Gastro-
por quantidade de procedimentos realizados. Já os que não tinham a
intestinais, Neurológicas, Urogenitais, Músculo-esqueléticas, Endocrinoló-
carteira assinada utilizavam, sobretudo, as Santas Casas, instituições
gicas, Dermatológicas e Hematológicas;
filantrópico-religiosas que amparavam cidadãos necessitados e carentes.
Necessidades humanas básicas: alimentação, hidratação, eliminação;
Noções de anatomia e fisiologia humana, microbiologia, parasitologia e A crise do INAMPS na década de 1980
farmacologia;
Prontuário do paciente; A crise do petróleo que abateu a economia brasileira na segunda
Registro de Enfermagem; metade da década de 1970 e no início da década de 1980 trouxe também
Estatuto da criança, do adulto e do adolescente; prejuízos financeiros - e políticos - para o INAMPS. Da abertura
Segurança do paciente; democrática à Nova República, o déficit previdenciário aumentava ano após
Prevenção e controle das infecções Hospitalares; ano. A doutrina especializada ousa em qualificar o período 1980-1983 no
Procedimentos técnicos de enfermagem; âmbito das políticas sociais como a "crise da previdência social". A
Noções de medicamentos, preparo e administração; conjuntura da turbulência fiscal do Estado e, sobretudo, da previdência
Cálculos de medicamentos e gotejamento de soro. social passou a colaborar com as teses e propostas de desinchaço da
Vigilância em Saúde máquina pública e, consequentemente, da redução da função do Estado
como garantidor de políticas sociais. O INAMPS estava incluído nessa
Enfermagem – Atendimento em Pronto Socorro
perspectiva.
Enfermagem Cirúrgica
Assistência de enfermagem no pré, intra a pós-operatório Nesse sentido, revela Waldir Pires, Ministro da Previdência Social no
Enfermagem em Clínica Médica governo Sarney (1985-1990):
Enfermagem Materno Infantil
A Previdência Social em 1985 era apontada como falida. Diziam, até,
Segurança do Paciente II os céticos, os inadvertidos, ou os que se movem por interesses pessoais e
Vacinação subalternos, que era inviável. Uma conspiração difursa, por alguns não
confessada, mas insistente, anunciava seu fim, indispensável, como res-
ponsabilidade do Estado, para salvá-lo e para preservar-lhe o Tesouro
Sistema
Sistema Único de Saúde Público. Porque o déficit da Previdência, insistente, catastrófico, seria
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. irrecuperável.

O Sistema Único de Saúde (SUS) é a denominação do sistema público — Wal


Waldir Pires
de saúde brasileiro, considerado um dos maiores sistemas públicos de A retórica da inviabilidade da previdência social e de um sistema de
saúde do mundo, segundo informações do Conselho Nacional de Saúde. saúde deficitário - advinda dos defensores do neoliberalismo - e
Foi instituído pela Constituição Federal de 1988, em seu artigo 196, como exemplificadas nos modelos político-econômicos implantados na Inglaterra,
forma de efetivar o mandamento constitucional do direito à saúde como um por Thatcher, no Chile, por Pinochet e nos Estados Unidos, por Reagan
“direito de todos” e “dever do Estado” e está regulado pela Lei nº. ganhava força na sociedade. Por isso, o sistema de saúde vigente à época
8.080/1990, a qual operacionaliza o atendimento público da saúde. deveria ser privatizado.
Com o advento do SUS, toda a população brasileira passou a ter direito Hésio Cordeiro expõe:
à saúde universal e gratuita, que deve ser fornecida pelos três entes
federativos - União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Fazem parte do (...) o ministro Francisco Dornelles, preparando-se para assumir o Mi-
Sistema Único de Saúde, os centros e postos de saúde, os hospitais nistério da Fazenda do governo Tancredo Neves ditava a máxima: 'não se
públicos - incluindo os universitários, os laboratórios e hemocentros deve entregar o Ministério da Previdência a nenhum amigo'. A 'massa
(bancos de sangue), os serviços de Vigilância Sanitária, Vigilância falida', exemplo da inviabilidade da administração pública, na visão neolibe-
Epidemiológica, Vigilância Ambiental, além de fundações e institutos de ral, só poderia ter um destino: a privatização. A começar pela assistência
pesquisa acadêmica e científica, como a FIOCRUZ - Fundação Oswaldo médico-hospitalar, cujo espólio deveria ser apropriado pelo seguro-saúde
Cruz - e o Instituto Vital Brazil. privado, no sentido de promover um corte na capitalização precária da

Técnico de Enfermagem 1 A Opção Certa Para a Sua Realização


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saúde no sentido de uma organização mais tipicamente capitalista do A implantação do SUS foi realizada de forma gradual: primeiro veio o
complexo médico-empresarial. SUDS, com a universalização do atendimento; depois, a incorporação do
— Hésio Cordei
Cordeiro INAMPS ao Ministério da Saúde (Decreto nº 99.060, de 7 de março de
1990); e por fim a Lei Orgânica da Saúde (Lei nº 8.080, de 19 de setembro
Ressalta-se que a discussão não era apenas para privatizar o modelo de 1990) fundou e operacionalizou o SUS. Em poucos meses foi lançada a
existente até então no regime militar. Os neoliberais também se oporiam à Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990, que imprimiu ao SUS uma de
previsão do SUS na esfera constitucional[3], durante a Assembleia suas principais características: o controle social, ou seja, a participação dos
Constituinte que resultou na Constituição de 1988. usuários (população) na gestão do serviço. O INAMPS só foi extinto em 27
A contraposição à privatização e a Reforma Sanitária de julho de 1993 pela Lei nº 8.689.

O movimento da Reforma Sanitária nasceu no meio acadêmico no Os Princípios constitucionais do SUS


início da década de 1970 como forma de oposição técnica e política ao Uma leitura mais atenda da seção "Da Saúde", presente na
regime militar. Nesse contexto destacaram-se nessa luta também figuras do Constituição de 1988, permite auferir que esta (a Constituição) estabeleceu
âmbito político como Sérgio Arouca e David Capistrano. cinco princípios básicos que orientam o sistema jurídico em relação ao
SUS. São eles: a universalidade, a integralidade, a equidade, a
descentralização e a participação popular.
Universalidade
Este princípio pode ser auferido a partir da definição do art. 196 da
Constituição de 1988, que considerou a saúde como um “direito de todos e
dever do Estado”. Dessa forma, o direito à saúde se coloca como um direito
fundamental de todo e qualquer cidadão, sendo considerado até mesmo
cláusula pétrea (ou seja, não pode ser retirada da Constituição em
nenhuma hipótese, por constituir uma direito e garantia individual, conforme
o art. 60, § 4º, IV, da Constituição). Por outro lado, o Estado tem o dever de
garantir os devidos meios necessários para que os cidadãos possam
exercer plenamente esse direito, sob pena de estar restringindo-o e não
cumprindo a sua função.
Integralidade

Prof. Sérgio Arouca, presidente da 8ª CNS, realizada em março de A integralidade decorre do art. 198, II da Constituição, que confere ao
1986 e um dos líderes e grandes entusiastas da Reforma Sanitária da Estado o dever do “atendimento integral, com prioridade para as atividades
década de 1980. preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais” em relação ao acesso
que todo e qualquer cidadão tem direito. Por isso, o Estado deve
Em 1979, o General João Baptista Figueiredo assumiu a presidência estabelecer um conjunto de ações que vão desde a prevenção à
com a promessa de abertura política e, de fato, a Comissão de Saúde da assistência curativa, nos mais diversos níveis de complexidade, como
Câmara dos Deputados promoveu, no período de 9 a 11 de outubro de forma de efetivar e garantir o postulado da saúde. Percebe-se, porém, que
1979, o I Simpósio sobre Política Nacional de Saúde, que contou com o texto constitucional dá ênfase às atividades preventivas, que,
participação de muitos dos integrantes do movimento e chegou a naturalmente, ao serem realizadas com eficiência, reduzem os gastos com
conclusões altamente favoráveis ao mesmo. as atividades assistenciais posteriores.
Entretanto o grande acontecimento para a consolidação do direito à Equidade
saúde tal como é visto hoje ainda estava por vir. Hésio Cordeiro elucida:
O princípio da equidade está relacionado com o mandamento
Decidiu-se convocar a VIII Conferência Nacional de Saúde, através de constitucional da “saúde é direito de todos”, previsto no já mencionado art.
decreto presidencial, marcando-se sua realização para 17 a 21 de março de 196. Busca-se aqui preservar o postulado da isonomia, visto que o próprio
1986, em Brasília. A conferência seria precedida de pré-conferências e art. 5º da Constituição institui que “todos são iguais perante a lei, sem
reuniões estaduais preparatórias a serem realizadas em todo o país e distinção de qualquer natureza”. Logo, todos os cidadãos, de maneira igual,
seriam elaborados documentos técnicos que serviriam de base para estas devem ter seus direitos à saúde garantidos pelo Estado. Entretanto, as
reuniões prévias e de teses a serem debatidas na VIII CNS. Para a presi- desigualdades regionais e sociais podem levar a inocorrência dessa
dência da VIII CNS foi designado o prof. Antônio Sérgio da Silva Arouca, isonomia, afinal uma área mais carente pode demandar mais gastos em
presidente da Fiocruz, ficando a vice-presidência com o dr. Francisco relações às outras. Por isso, o Estado deve tratar desigualmente os
Xavier Beduschi, superintendente da SUCAM e Guilherme Rodrigues da desiguais, concentrando seus esforços e investimentos em zonas territoriais
Silva, da FMUSP foi designado relator geral. Os temas propostos foram: com piores índices e déficits na prestação do serviço público. O próprio art.
'Saúde como Direito', 'Reformulação do Sistema Nacional de Saúde' e 3º, da Constituição, configura como um dos objetivos da República “reduzir
'Financiamento do Setor'.— Hésio Cordei
Cordeiro as desigualdades sociais e regionais”. Tratar o cidadão como um "todo".
Foram ao todo 1.000 delegados com direito a voto e cerca de 3.000 Descentralização
participantes. A 8ª Conferência Nacional de Saúde foi um marco na história
do SUS por vários motivos. Ela foi aberta por José Sarney, o primeiro Está estabelecido no art. 198, I, da Constituição, que revela que “as
presidente civil após o regime militar, e foi a primeira CNS a ser aberta à ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e
sociedade; além disso, foi importante na propagação do movimento da hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as
Reforma Sanitária, muito em função do relatório final da Conferência ter seguintes diretrizes: I - descentralização, com direção única em cada esfera
servido como base para os debates na Assembleia Constituinte, visto que de governo”. Por isso, o Sistema Único de Saúde está presente nos três
representavam demandas do movimento popular. entes federativos - União, Estados, Distrito Federal e Municípios -, de forma
que o que é da alçada de abrangência nacional será de responsabilidade
Além disso, a 8ª CNS resultou na implantação do Sistema Unificado e do governo federal, o que está relacionado à competência de um Estado
Descentralizado de Saúde (SUDS), um convênio entre o INAMPS e os deve estar sob responsabilidade do Governo Estadual, e a mesma
governos estaduais, mas o mais importante foi ter formado as bases para a definição ocorre com um Município. Dessa forma, busca-se um maior
seção seção "Da Saúde" da Constituição brasileira de 5 de outubro de diálogo com a sociedade civil local, que está mais perto do gestor para
1988. A Constituição de 1988 foi um marco na história da saúde pública cobrá-lo sobre as políticas públicas devidas.
brasileira, ao definir, como já mencionado, a saúde como "direito de todos e
dever do Estado".

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Participação social Sobre o perfil das condições de saúde do povo brasileiro, uma consta-
tação demonstra, apesar de muitos problemas, um progresso: o aumento
Também está prevista no art. 198, da Constituição, mais precisamente na sua expectativa de vida. Segundo o IBGE, no ano de 1920 o brasileiro
no inciso III, que prevê a “participação da comunidade” nas ações e vivia em média 42 anos. Já em 2003, a esperança de vida da população
serviços públicos de saúde, atuando na formulação e no controle da era de 69 anos de idade. Ainda de acordo com o IBGE, a melhoria nas
execução destes. O controle social, como também é chamado esse condições de vida, o saneamento básico, o atendimento médico e a redu-
princípio, foi melhor regulado pela já citada Lei nº 8.142/90. Os usuários ção da mortalidade infantil foram alguns dos fatores determinantes para
participam da gestão do SUS através das Conferências da Saúde, que esse aumento.
ocorrem a cada quatro anos em todos os níveis federativos - União,
Estados, Distrito Federal e Municípios. Nos Conselhos de Saúde ocorre a No que diz respeito à redução da mortalidade infantil, fatores como o
chamada paridade: enquanto os usuários têm metade das vagas, o governo saneamento básico, a preocupação com a educação das mães, a expansão
tem um quarto e os trabalhadores outro quarto. Busca-se, portanto, das vacinas, o desenvolvimento e implantação de programas de nutrição,
estimular a participação popular na discussão das políticas públicas da programas de assistência às gestantes e mães, de aleitamento, entre
saúde, conferindo maior legitimidade ao sistema e às ações implantadas. outros, são determinantes para a sobrevivência das crianças de até um ano
de idade. Apesar desse resultado positivo, as diferenças entre as regiões
Não obstante, observa-se que o Constituinte Originário de 1988 não são enormes. No Nordeste, com a pior situação, a cada mil crianças nasci-
buscou apenas implantar o sistema público de saúde universal e gratuito no das vivas, cerca de 44,7 morrem antes de completar um ano. No Norte
país, em contraposição ao que existia no período militar, que favorecia esse número é de 29,5, e na sequência estão as regiões Centro-Oeste
apenas os trabalhadores com carteira assinada. O Constituinte de 1988 foi (21,6), Sudeste (21,3) e, com menores números, a região Sul (18,9).
além e estabeleceu também princípios que nortearão a interpretação que o
mundo jurídico e as esferas de governo farão sobre o citado sistema. E a Ainda sobre a realidade da saúde no Brasil e sobre as diferenças entre
partir da leitura desses princípios, nota-se a preocupação do Constituinte as grandes regiões, dados do Ministério da Saúde apontam que no Sudeste
em reforçar a defesa do cidadão frente ao Estado, garantindo meios não só ocorre o maior número de internações, cerca de 38% do total no país em
para a existência do sistema, mas também para que o indivíduo tenha voz 2004. Em seguida, com relação ao mesmo ano, estão as regiões Nordeste
para lutar por sua melhoria e maior efetividade. (29%), Sul (16%), Centre-Oeste (8,4%) e Norte (8,1%). No que diz respeito
ao número de consultas médicas realizadas pelo SUS, o Sudeste apresenta
O SUS em números a melhor situação com 2,89 consultas por habitante. Na sequência estão o
Os dados listados abaixo revelam o tamanho da importância e da Centro-Oeste (2,61), o Nordeste e o Sul (2,34) e, por fim, o Norte (1,81).
atuação do sistema público de saúde brasileiro e foram retirados do site Essas diferenças entre as regiões do Brasil evidenciam as desigualda-
oficial do Governo Federal[5]. des e contrastes entre os diversos grupos populacionais e o seu acesso ao
Número de beneficiados:
beneficiados: 190 milhões de pessoas sistema de saúde. Tais desigualdades, no entanto, não são o único proble-
ma enfrentado pelo país. Apesar da redução da mortalidade infantil, os
Pessoas que dependem exclusivamente do SUS para ter acesso aos números de morte de crianças com até um ano ainda é alto, sendo esse um
serviços de saúde: 152 milhões de pessoas (80% do total) dos principais problemas da saúde no Brasil. Além disso, no país, ainda
Hospitais credenciados: 6,1 mil merecem destaque as altas taxas de mortalidade materna, a crescente
elevação da taxa de mortalidade por doenças não transmissíveis (como o
Unidades de atenção primária: 45 mil câncer, infarto, acidente vascular cerebral e diabetes) e a elevada taxa de
mortalidade por acidentes e violência.
Equipes de Saúde da Família (ESFs): 30,3 mil
Como funciona o SUS
Procedimentos ambulatoriais anuais: 2,8 bilhões
O Sistema Único de Saúde – SUS, é composto por diferentes segmen-
Transplantes anuais: 19 mil
tos que têm a finalidade de promover a saúde e melhorar a qualidade de
Cirurgias cardíacas anuais: 236 mil vida dos brasileiros em diversos âmbitos. A partir de lutas e mobilizações o
SUS foi criado, em 1990, devido ao descontentamento e reclamações da
Procedimentos de quimioterapia e radioterapia anuais: 9,7 milhões sociedade em relação à saúde no país. O SUS é um sistema público,
Internações anuais: 11 milhões organizado e orientado, disponível para qualquer tipo de pessoa, sendo
proibido cobrança pelo atendimento, sob qualquer circunstância. O governo
Número de usuários com acesso ao SAMU - Serviço de Atendi
Atendimento do Brasil é responsável pelo investimento financeiro nas regiões que apre-
Móvel de Urgência: 130 milhões de pessoas sentam maior carência e o SUS é responsável por todos os cuidados na
área de saúde desde consultas, até garantia de vacinas, atenção a mulhe-
Saúde no Brasil
res, crianças e idosos, realizando assim, todas as ações necessárias para
Com variações entre as regiões, o atendimento à saúde no Brasil é proteção e saúde de todos.
realizado por entidades públicas e privadas. No entanto, de um modo geral,
Os serviços disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde são financi-
a maior parte da população brasileira é atendida pelos serviços do Sistema
ados pela população brasileira, quando efetuam o pagamento de impostos
Único de Saúde (SUS), gerenciado pelo Ministério da Saúde e complemen-
e contribuições sociais. A população pode participar da gestão do SUS,
tado por serviços privados contratados pelo governo.
através dos Conselhos de Saúde, onde opinam e discutem melhorias para
Com uma população de cerca de 190 milhões de habitantes e uma o melhor funcionamento dos serviços de saúde prestados pelo SUS.
média de 1,68 médico para cada mil pessoas, número superior ao reco-
O serviço do SUS é administrado pelos governos federais, estaduais e
mendado pela Organização Mundial da Saúde (um para cada mil), o Brasil
municipais, com o objetivo de assegurar atendimento a todos os cidadãos
possui serviços de Postos, Centros de Saúde, Consultórios Particulares,
brasileiros. Muitos hospitais e laboratórios filiam-se ao SUS, em regiões
Ambulatórios de Hospitais, Pronto Socorro, Emergência, Ambulatório,
onde não há presença de serviço público de saúde.
Consultório de Clínicas e Farmácia. Inovador em alguns programas, o país
já tornou-se referência, até mesmo internacional, em determinados temas. O Sistema de Saúde compõe-se de várias unidades interligadas: os
Um grande exemplo disso foi a quebra da patente do coquetel da AIDS e a postos de saúde onde todos procuram atendimento diretamente, e também
importação de genéricos para o tratamento a doentes atendidos pelo SUS. estabelecimentos que ofertam serviços mais complexos como policlínicas e
hospitais e, ainda, para os casos de urgência e emergência, existem os
Além de programas voltados ao combate de doenças, o Brasil investe
pronto-socorros.
em iniciativas que viabilizem e facilitem o acesso de todos à saúde. Uma
amostra é o programa Farmácia Popular do Brasil, que facilita a compra de Em 2007 a população estimada do Brasil era de 183,9 milhões de habi-
medicamentos para a população de baixa renda. O Ministério Público tantes, por essa razão, problemas sociais como os de saúde estão aumen-
compra esses medicamentos dos laboratórios e revende por preços meno- tado no país, principalmente para usuários do sistema público de saúde,
res nas Farmácias Populares espalhadas por todo o país, e também por que encontram problemas como: superlotação em hospitais e postos de
farmácias privadas cadastradas no programa. atendimento, falta de medicamentos e greve de funcionários.

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O Ministério da Saúde realiza ações e programas para levar atendi- dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí-
mento a todos os cidadãos e qualificar os funcionários da área de Saúde. pios, e das seguintes contribuições sociais:
Dentre as ações realizadas pelo Ministério da Saúde, estes são alguns
exemplos: Farmácia Popular (onde são encontrados os principais medica- I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na
mentos para Hipertensão e Diabetes com desconto de até 90%); Banco de forma da lei, incidentes sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional
Leite Humano; Cartão Nacional de Saúde (facilita o atendimento e identifi- nº 20, de 1998)
cação do paciente, que pode utilizá-lo para marcação de consultas e exa- a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou cre-
mes); Humanizasus (relação entre usuários e profissionais que atendem a ditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo
comunidade); Qualisus (maior atenção dada pelos profissionais de saúde sem vínculo empregatício; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de
de acordo com o grau de risco do paciente); Atenção aos povos indígenas; 1998)
e ações que estimulam a adoção de uma vida saudável relacionas por
exemplo ao tabagismo e os riscos de câncer. b) a receita ou o faturamento; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
20, de 1998)
Sistema privado de saúde
c) o lucro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
Saúde é um tema que encontra-se em constante debate pela socieda-
de. De um lado estão as pessoas que não têm condições financeiras de II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não
pagar pelo atendimento médico, por isso buscam o Sistema Único de incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo
Saúde oferecido gratuitamente pelo governo. Do outro lado, estão as pes- regime geral de previdência social de que trata o art. 201;(Redação dada
soas que pagam pelo atendimento através do sistema privado e planos de pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
saúde. III - sobre a receita de concursos de prognósticos.
O plano de saúde é um serviço oferecido por empresas particulares, IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a
com o intuito de prestar serviços médicos ao usuário. O consumidor paga ele equiparar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
um determinado valor mensal e tem direito a fazer consultas médicas,
exames e atendimentos em clínicas e hospitais. Pesquisa publicada pela § 1º - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS, revela que no mês de destinadas à seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, não
Junho de 2009 foram registrados quase 54 mil beneficiários em planos integrando o orçamento da União.
privados de saúde, e pouco mais de 1,500 operadoras em atividade no
§ 2º - A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada
Brasil.
de forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência
Mesmo com um número consideravelmente elevado de usuários, mui- social e assistência social, tendo em vista as metas e prioridades estabele-
tas pessoas ainda reclamam do atendimento e da forma com que os planos cidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a
de saúde executam suas políticas de atendimento, por isso o consumidor gestão de seus recursos.
que se sentir de alguma forma lesado, pode recorrer ao Direito do consumi-
§ 3º - A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade soci-
dor, dirigindo-se às unidades do PROCON no Brasil.
al, como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público
A SAÚDE NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios. (Vide
Medida Provisória nº 526, de 2011) (Vide Lei nº 12.453, de 2011)
TÍTULO VIII
Da Ordem Social § 4º - A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manu-
CAPÍTULO I tenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154,
DISPOSIÇÃO GERAL I.
Art. 193. A ordem social tem como base o primado do trabalho, e co- § 5º - Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser
mo objetivo o bem-estar e a justiça sociais. criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total.
CAPÍTULO II § 6º - As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser
DA SEGURIDADE SOCIAL exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as
Seção I houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art.
DISPOSIÇÕES GERAIS 150, III, "b".
Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de § 7º - São isentas de contribuição para a seguridade social as entida-
ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a des beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabe-
assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. lecidas em lei.
Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, orga- § 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pes-
nizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos: cador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas
atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes,
I - universalidade da cobertura e do atendimento; contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota
II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às popula- sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefí-
ções urbanas e rurais; cios nos termos da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20,
de 1998)
III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e servi-
ços; § 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste arti-
go poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da
IV - irredutibilidade do valor dos benefícios; atividade econômica, da utilização intensiva de mão-deobra, do porte da
V - equidade na forma de participação no custeio; empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
VI - diversidade da base de financiamento;
§ 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o sis-
VII - caráter democrático e descentralizado da administração, median- tema único de saúde e ações de assistência social da União para os Esta-
te gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos emprega- dos, o Distrito Federal e os Municípios, e dos Estados para os Municípios,
dores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados. (Redação observada a respectiva contrapartida de recursos. (Incluído pela Emenda
dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) Constitucional nº 20, de 1998)
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de § 11. É vedada a concessão de remissão ou anistia das contribuições
forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes sociais de que tratam os incisos I, a, e II deste artigo, para débitos em

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montante superior ao fixado em lei complementar. (Incluído pela Emenda § 4º Os gestores locais do sistema único de saúde poderão admitir
Constitucional nº 20, de 1998) agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias por
meio de processo seletivo público, de acordo com a natureza e complexi-
§ 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as dade de suas atribuições e requisitos específicos para sua atuação.
contribuições incidentes na forma dos incisos I, b; e IV do caput, serão não- .(Incluído pela Emenda Constitucional nº 51, de 2006)
cumulativas. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
§ 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso salarial profis-
§ 13. Aplica-se o disposto no § 12 inclusive na hipótese de substitui- sional nacional, as diretrizes para os Planos de Carreira e a regulamenta-
ção gradual, total ou parcial, da contribuição incidente na forma do inciso I, ção das atividades de agente comunitário de saúde e agente de combate
a, pela incidente sobre a receita ou o faturamento.(Incluído pela Emenda às endemias, competindo à União, nos termos da lei, prestar assistência
Constitucional nº 42, de 19.12.2003) financeira complementar aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios,
Seção II para o cumprimento do referido piso salarial. (Redação dada pela Emenda
DA SAÚDE Constitucional nº 63, de 2010) Regulamento
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido me- § 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do art. 41 e no § 4º do art.
diante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de 169 da Constituição Federal, o servidor que exerça funções equivalentes às
doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e de agente comunitário de saúde ou de agente de combate às endemias
serviços para sua promoção, proteção e recuperação. poderá perder o cargo em caso de descumprimento dos requisitos específi-
cos, fixados em lei, para o seu exercício. (Incluído pela Emenda Constitu-
Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, ca- cional nº 51, de 2006)
bendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamenta-
ção, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito § 1º - As instituições privadas poderão participar de forma comple-
privado. mentar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as entidades
regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado filantrópicas e as sem fins lucrativos.
de acordo com as seguintes diretrizes: § 2º - É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou
I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo; subvenções às instituições privadas com fins lucrativos.
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventi- § 3º - É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capi-
vas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; tais estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos
em lei.
III - participação da comunidade.
§ 4º - A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a
§ 1º. O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art. remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplan-
195, com recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos te, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fon- de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização.
tes. (Parágrafo único renumerado para § 1º pela Emenda Constitucional nº
29, de 2000) Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribui-
ções, nos termos da lei:
§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão,
anualmente, em ações e serviços públicos de saúde recursos mínimos I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de inte-
derivados da aplicação de percentuais calculados sobre:(Incluído pela resse para a saúde e participar da produção de medicamentos, equipamen-
Emenda Constitucional nº 29, de 2000) tos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;
I - no caso da União, na forma definida nos termos da lei complemen- II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem
tar prevista no § 3º; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) como as de saúde do trabalhador;
II - no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da arrecada- III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;
ção dos impostos a que se refere o art. 155 e dos recursos de que tratam IV - participar da formulação da política e da execução das ações de
os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas as parcelas que saneamento básico;
forem transferidas aos respectivos Municípios; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 29, de 2000) V - incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico
e tecnológico;
III - no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da arreca-
dação dos impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos de que tratam VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu
os arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e § 3º.(Incluído pela Emenda Constitu- teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano;
cional nº 29, de 2000)
VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte,
§ 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo menos a cada cinco guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioa-
anos, estabelecerá:(Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de tivos;
2000) Regulamento
VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o
I - os percentuais de que trata o § 2º; (Incluído pela Emenda Constitu- do trabalho.
cional nº 29, de 2000)
Seção III
II - os critérios de rateio dos recursos da União vinculados à saúde DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
destinados aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, e dos Esta-
dos destinados a seus respectivos Municípios, objetivando a progressiva Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime
redução das disparidades regionais; (Incluído pela Emenda Constitucional geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios
nº 29, de 2000) que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da
lei, a: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
III - as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com
saúde nas esferas federal, estadual, distrital e municipal; (Incluído pela I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avança-
Emenda Constitucional nº 29, de 2000) da; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

IV - as normas de cálculo do montante a ser aplicado pela Uni- II - proteção à maternidade, especialmente à gestante; (Redação dada
ão.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

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III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntá- lhes acesso a benefícios de valor igual a um salário-mínimo. (Redação
rio; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) dada pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segu- § 13. O sistema especial de inclusão previdenciária de que trata o §
rados de baixa renda; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 12 deste artigo terá alíquotas e carências inferiores às vigentes para os
1998) demais segurados do regime geral de previdência social. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou
companheiro e dependentes, observado o disposto no § 2º. (Redação dada Art. 202. O regime de previdência privada, de caráter complementar e
pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) organizado de forma autônoma em relação ao regime geral de previdência
social, será facultativo, baseado na constituição de reservas que garantam
§ 1º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a o benefício contratado, e regulado por lei complementar. (Redação dada
concessão de aposentadoria aos beneficiários do regime geral de previdên- pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
cia social, ressalvados os casos de atividades exercidas sob condições
especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física e quando se § 1° A lei complementar de que trata este artigo assegurará ao parti-
tratar de segurados portadores de deficiência, nos termos definidos em lei cipante de planos de benefícios de entidades de previdência privada o
complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005) pleno acesso às informações relativas à gestão de seus respectivos pla-
nos. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 2º Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o
rendimento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário § 2° As contribuições do empregador, os benefícios e as condições
mínimo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) contratuais previstas nos estatutos, regulamentos e planos de benefícios
das entidades de previdência privada não integram o contrato de trabalho
§ 3º Todos os salários de contribuição considerados para o cálculo de dos participantes, assim como, à exceção dos benefícios concedidos, não
benefício serão devidamente atualizados, na forma da lei. (Redação dada integram a remuneração dos participantes, nos termos da lei. (Redação
pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 4º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar- § 3º É vedado o aporte de recursos a entidade de previdência privada
lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios definidos em pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, suas autarquias, funda-
lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) ções, empresas públicas, sociedades de economia mista e outras entidades
§ 5º É vedada a filiação ao regime geral de previdência social, na qua- públicas, salvo na qualidade de patrocinador, situação na qual, em hipótese
lidade de segurado facultativo, de pessoa participante de regime próprio de alguma, sua contribuição normal poderá exceder a do segurado. (Incluído
previdência. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 6º A gratificação natalina dos aposentados e pensionistas terá por § 4º Lei complementar disciplinará a relação entre a União, Estados,
base o valor dos proventos do mês de dezembro de cada ano. (Redação Distrito Federal ou Municípios, inclusive suas autarquias, fundações, socie-
dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) dades de economia mista e empresas controladas direta ou indiretamente,
enquanto patrocinadoras de entidades fechadas de previdência privada, e
§ 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência so- suas respectivas entidades fechadas de previdência privada. (Incluído pela
cial, nos termos da lei, obedecidas as seguintes condições: (Redação dada Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 5º A lei complementar de que trata o parágrafo anterior aplicar-se-á,
I - trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de con- no que couber, às empresas privadas permissionárias ou concessionárias
tribuição, se mulher; (Incluído dada pela Emenda Constitucional nº 20, de de prestação de serviços públicos, quando patrocinadoras de entidades
1998) fechadas de previdência privada. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
II - sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de 20, de 1998)
idade, se mulher, reduzido em cinco anos o limite para os trabalhadores § 6º A lei complementar a que se refere o § 4° deste artigo estabele-
rurais de ambos os sexos e para os que exerçam suas atividades em cerá os requisitos para a designação dos membros das diretorias das
regime de economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro entidades fechadas de previdência privada e disciplinará a inserção dos
e o pescador artesanal. (Incluído dada pela Emenda Constitucional nº 20, participantes nos colegiados e instâncias de decisão em que seus interes-
de 1998) ses sejam objeto de discussão e deliberação. (Incluído pela Emenda Cons-
§ 8º Os requisitos a que se refere o inciso I do parágrafo anterior se- titucional nº 20, de 1998)
rão reduzidos em cinco anos, para o professor que comprove exclusiva- Seção IV
mente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação DA ASSISTÊNCIA SOCIAL
infantil e no ensino fundamental e médio. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998) Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar,
independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objeti-
§ 9º Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem recípro- vos:
ca do tempo de contribuição na administração pública e na atividade priva-
da, rural e urbana, hipótese em que os diversos regimes de previdência I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à
social se compensarão financeiramente, segundo critérios estabelecidos velhice;
em lei. (Incluído dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) II - o amparo às crianças e adolescentes carentes;
§ 10. Lei disciplinará a cobertura do risco de acidente do trabalho, a III - a promoção da integração ao mercado de trabalho;
ser atendida concorrentemente pelo regime geral de previdência social e
pelo setor privado. (Incluído dada pela Emenda Constitucional nº 20, de IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência
1998) e a promoção de sua integração à vida comunitária;
§ 11. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serão in- V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa
corporados ao salário para efeito de contribuição previdenciária e conse- portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de
quente repercussão em benefícios, nos casos e na forma da lei. (Incluído prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme
dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) dispuser a lei.
§ 12. Lei disporá sobre sistema especial de inclusão previdenciária Art. 204. As ações governamentais na área da assistência social se-
para atender a trabalhadores de baixa renda e àqueles sem renda própria rão realizadas com recursos do orçamento da seguridade social, previstos
que se dediquem exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua no art. 195, além de outras fontes, e organizadas com base nas seguintes
residência, desde que pertencentes a famílias de baixa renda, garantindo- diretrizes:

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I - descentralização político-administrativa, cabendo a coordenação e produção de insumos, medicamentos, inclusive de sangue e hemoderiva-
as normas gerais à esfera federal e a coordenação e a execução dos dos, e de equipamentos para saúde.
respectivos programas às esferas estadual e municipal, bem como a enti-
dades beneficentes e de assistência social; § 2º A iniciativa privada poderá participar do Sistema Único de Sa-
úde (SUS), em caráter complementar.
II - participação da população, por meio de organizações representati-
vas, na formulação das políticas e no controle das ações em todos os CAPÍTULO I
níveis. Dos Objetivos e Atribuições
Parágrafo único. É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincu- Art. 5º São objetivos do Sistema Único de Saúde SUS:
lar a programa de apoio à inclusão e promoção social até cinco décimos por
cento de sua receita tributária líquida, vedada a aplicação desses recursos I - a identificação e divulgação dos fatores condicionantes e deter-
no pagamento de: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de minantes da saúde;
19.12.2003) II - a formulação de política de saúde destinada a promover, nos
I - despesas com pessoal e encargos sociais; (Incluído pela Emenda campos econômico e social, a observância do disposto no § 1º do art. 2º
Constitucional nº 42, de 19.12.2003) desta lei;

II - serviço da dívida; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de III - a assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção,
19.12.2003) proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações
assistenciais e das atividades preventivas.
III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos
investimentos ou ações apoiados. (Incluído pela Emenda Constitucional nº Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema Úni-
42, de 19.12.2003) co de Saúde (SUS):
I - a execução de ações:

LEI Nº 8.080, DE 19 DE SETEMBRO DE 1990. a) de vigilância sanitária;

Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da b) de vigilância epidemiológica;


saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e c) de saúde do trabalhador; e
dá outras providências.
d) de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica;
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei: II - a participação na formulação da política e na execução de ações
de saneamento básico;
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
III - a ordenação da formação de recursos humanos na área de sa-
Art. 1º Esta lei regula, em todo o território nacional, as ações e ser- úde;
viços de saúde, executados isolada ou conjuntamente, em caráter perma-
nente ou eventual, por pessoas naturais ou jurídicas de direito Público ou IV - a vigilância nutricional e a orientação alimentar;
privado. V - a colaboração na proteção do meio ambiente, nele compreendi-
TÍTULO I do o do trabalho;

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS VI - a formulação da política de medicamentos, equipamentos, imu-


nobiológicos e outros insumos de interesse para a saúde e a participação
Art. 2º A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o na sua produção;
Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício.
VII - o controle e a fiscalização de serviços, produtos e substâncias
§ 1º O dever do Estado de garantir a saúde consiste na formulação de interesse para a saúde;
e execução de políticas econômicas e sociais que visem à redução de
riscos de doenças e de outros agravos e no estabelecimento de condições VIII - a fiscalização e a inspeção de alimentos, água e bebidas para
que assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para consumo humano;
a sua promoção, proteção e recuperação. IX - a participação no controle e na fiscalização da produção, trans-
§ 2º O dever do Estado não exclui o das pessoas, da família, das porte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e
empresas e da sociedade. radioativos;

Art. 3º A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, X - o incremento, em sua área de atuação, do desenvolvimento ci-
entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio entífico e tecnológico;
ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso XI - a formulação e execução da política de sangue e seus deriva-
aos bens e serviços essenciais; os níveis de saúde da população expres- dos.
sam a organização social e econômica do País.
§ 1º Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações ca-
Parágrafo único. Dizem respeito também à saúde as ações que, por paz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos pro-
força do disposto no artigo anterior, se destinam a garantir às pessoas e à blemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação
coletividade condições de bem-estar físico, mental e social. de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo:
TÍTULO II I - o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se
DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da
produção ao consumo; e
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
II - o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou
Art. 4º O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por ór- indiretamente com a saúde.
gãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da Adminis-
tração direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público, § 2º Entende-se por vigilância epidemiológica um conjunto de a-
constitui o Sistema Único de Saúde (SUS). ções que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de
qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde
§ 1º Estão incluídas no disposto neste artigo as instituições públicas individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas
federais, estaduais e municipais de controle de qualidade, pesquisa e de prevenção e controle das doenças ou agravos.

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§ 3º Entende-se por saúde do trabalhador, para fins desta lei, um XI - conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e
conjunto de atividades que se destina, através das ações de vigilância humanos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios na
epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e proteção da saúde dos prestação de serviços de assistência à saúde da população;
trabalhadores, assim como visa à recuperação e reabilitação da saúde dos
trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de XII - capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de
trabalho, abrangendo: assistência; e

I - assistência ao trabalhador vítima de acidentes de trabalho ou XIII - organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicida-
portador de doença profissional e do trabalho; de de meios para fins idênticos.

II - participação, no âmbito de competência do Sistema Único de CAPÍTULO III


Saúde (SUS), em estudos, pesquisas, avaliação e controle dos riscos e Da Organização, da Direção e da Gestão
agravos potenciais à saúde existentes no processo de trabalho;
Art. 8º As ações e serviços de saúde, executados pelo Sistema Ú-
III - participação, no âmbito de competência do Sistema Único de nico de Saúde (SUS), seja diretamente ou mediante participação comple-
Saúde (SUS), da normatização, fiscalização e controle das condições de mentar da iniciativa privada, serão organizados de forma regionalizada e
produção, extração, armazenamento, transporte, distribuição e manuseio hierarquizada em níveis de complexidade crescente.
de substâncias, de produtos, de máquinas e de equipamentos que apresen-
tam riscos à saúde do trabalhador; Art. 9º A direção do Sistema Único de Saúde (SUS) é única, de a-
cordo com o inciso I do art. 198 da Constituição Federal, sendo exercida em
IV - avaliação do impacto que as tecnologias provocam à saúde; cada esfera de governo pelos seguintes órgãos:
V - informação ao trabalhador e à sua respectiva entidade sindical e I - no âmbito da União, pelo Ministério da Saúde;
às empresas sobre os riscos de acidentes de trabalho, doença profissional
e do trabalho, bem como os resultados de fiscalizações, avaliações ambien- II - no âmbito dos Estados e do Distrito Federal, pela respectiva Se-
tais e exames de saúde, de admissão, periódicos e de demissão, respeita- cretaria de Saúde ou órgão equivalente; e
dos os preceitos da ética profissional; III - no âmbito dos Municípios, pela respectiva Secretaria de Saúde
VI - participação na normatização, fiscalização e controle dos servi- ou órgão equivalente.
ços de saúde do trabalhador nas instituições e empresas públicas e priva- Art. 10. Os municípios poderão constituir consórcios para desenvol-
das; ver em conjunto as ações e os serviços de saúde que lhes correspondam.
VII - revisão periódica da listagem oficial de doenças originadas no § 1º Aplica-se aos consórcios administrativos intermunicipais o
processo de trabalho, tendo na sua elaboração a colaboração das entida- princípio da direção única, e os respectivos atos constitutivos disporão
des sindicais; e sobre sua observância.
VIII - a garantia ao sindicato dos trabalhadores de requerer ao ór- § 2º No nível municipal, o Sistema Único de Saúde (SUS), poderá
gão competente a interdição de máquina, de setor de serviço ou de todo organizar-se em distritos de forma a integrar e articular recursos, técnicas e
ambiente de trabalho, quando houver exposição a risco iminente para a práticas voltadas para a cobertura total das ações de saúde.
vida ou saúde dos trabalhadores.
Art. 11. (Vetado).
CAPÍTULO II
Art. 12. Serão criadas comissões intersetoriais de âmbito nacional,
Dos Princípios e Diretrizes subordinadas ao Conselho Nacional de Saúde, integradas pelos Ministérios
Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os serviços priva- e órgãos competentes e por entidades representativas da sociedade civil.
dos contratados ou conveniados que integram o Sistema Único de Saúde Parágrafo único. As comissões intersetoriais terão a finalidade de
(SUS), são desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no art. 198 articular políticas e programas de interesse para a saúde, cuja execução
da Constituição Federal, obedecendo ainda aos seguintes princípios: envolva áreas não compreendidas no âmbito do Sistema Único de Saúde
I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os ní- (SUS).
veis de assistência; Art. 13. A articulação das políticas e programas, a cargo das comis-
II - integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado sões intersetoriais, abrangerá, em especial, as seguintes atividades:
e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e I - alimentação e nutrição;
coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do
sistema; II - saneamento e meio ambiente;
III - preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua inte- III - vigilância sanitária e farmacoepidemiologia;
gridade física e moral;
IV - recursos humanos;
IV - igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilé-
V - ciência e tecnologia; e
gios de qualquer espécie;
VI - saúde do trabalhador.
V - direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde;
Art. 14. Deverão ser criadas Comissões Permanentes de integração
VI - divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de
entre os serviços de saúde e as instituições de ensino profissional e superi-
saúde e a sua utilização pelo usuário;
or.
VII - utilização da epidemiologia para o estabelecimento de priori-
Parágrafo único. Cada uma dessas comissões terá por finalidade
dades, a alocação de recursos e a orientação programática;
propor prioridades, métodos e estratégias para a formação e educação
VIII - participação da comunidade; continuada dos recursos humanos do Sistema Único de Saúde (SUS), na
esfera correspondente, assim como em relação à pesquisa e à cooperação
IX - descentralização político-administrativa, com direção única em técnica entre essas instituições.
cada esfera de governo:
Art. 14-A. As Comissões Intergestores Bipartite e Tripartite são re-
a) ênfase na descentralização dos serviços para os municípios; conhecidas como foros de negociação e pactuação entre gestores, quanto
b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde; aos aspectos operacionais do Sistema Único de Saúde (SUS). (Incluído
pela Lei nº 12.466, de 2011).
X - integração em nível executivo das ações de saúde, meio ambi-
ente e saneamento básico;

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Parágrafo único. A atuação das Comissões Intergestores Bipartite XII - realização de operações externas de natureza financeira de in-
e Tripartite terá por objetivo: (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011). teresse da saúde, autorizadas pelo Senado Federal;
I - decidir sobre os aspectos operacionais, financeiros e administra- XIII - para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e tran-
tivos da gestão compartilhada do SUS, em conformidade com a definição sitórias, decorrentes de situações de perigo iminente, de calamidade públi-
da política consubstanciada em planos de saúde, aprovados pelos conse- ca ou de irrupção de epidemias, a autoridade competente da esfera admi-
lhos de saúde; (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011). nistrativa correspondente poderá requisitar bens e serviços, tanto de pes-
soas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa indenização;
II - definir diretrizes, de âmbito nacional, regional e intermunicipal, a
respeito da organização das redes de ações e serviços de saúde, princi- XIV - implementar o Sistema Nacional de Sangue, Componentes e
palmente no tocante à sua governança institucional e à integração das Derivados;
ações e serviços dos entes federados; (Incluído pela Lei nº 12.466, de
2011). XV - propor a celebração de convênios, acordos e protocolos inter-
nacionais relativos à saúde, saneamento e meio ambiente;
III - fixar diretrizes sobre as regiões de saúde, distrito sanitário, in-
tegração de territórios, referência e contrarreferência e demais aspectos XVI - elaborar normas técnico-científicas de promoção, proteção e
vinculados à integração das ações e serviços de saúde entre os entes recuperação da saúde;
federados. (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011). XVII - promover articulação com os órgãos de fiscalização do exer-
Art. 14-B. O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) cício profissional e outras entidades representativas da sociedade civil para
e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) a definição e controle dos padrões éticos para pesquisa, ações e serviços
são reconhecidos como entidades representativas dos entes estaduais e de saúde;
municipais para tratar de matérias referentes à saúde e declarados de XVIII - promover a articulação da política e dos planos de saúde;
utilidade pública e de relevante função social, na forma do regulamento.
(Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011). XIX - realizar pesquisas e estudos na área de saúde;

§ 1o O Conass e o Conasems receberão recursos do orçamento XX - definir as instâncias e mecanismos de controle e fiscalização
geral da União por meio do Fundo Nacional de Saúde, para auxiliar no inerentes ao poder de polícia sanitária;
custeio de suas despesas institucionais, podendo ainda celebrar convênios XXI - fomentar, coordenar e executar programas e projetos estraté-
com a União. (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011). gicos e de atendimento emergencial.
§ 2o Os Conselhos de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems) Seção II
são reconhecidos como entidades que representam os entes municipais, no
âmbito estadual, para tratar de matérias referentes à saúde, desde que Da Competência
vinculados institucionalmente ao Conasems, na forma que dispuserem seus
Art. 16. A direção nacional do Sistema Único da Saúde (SUS) com-
estatutos. (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
pete:
CAPÍTULO IV
I - formular, avaliar e apoiar políticas de alimentação e nutrição;
Da Competência e das Atribuições
II - participar na formulação e na implementação das políticas:
Seção I
a) de controle das agressões ao meio ambiente;
Das Atribuições Comuns
b) de saneamento básico; e
Art. 15. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios e-
c) relativas às condições e aos ambientes de trabalho;
xercerão, em seu âmbito administrativo, as seguintes atribuições:
III - definir e coordenar os sistemas:
I - definição das instâncias e mecanismos de controle, avaliação e
de fiscalização das ações e serviços de saúde; a) de redes integradas de assistência de alta complexidade;
II - administração dos recursos orçamentários e financeiros desti- b) de rede de laboratórios de saúde pública;
nados, em cada ano, à saúde;
c) de vigilância epidemiológica; e
III - acompanhamento, avaliação e divulgação do nível de saúde da
população e das condições ambientais; d) vigilância sanitária;

IV - organização e coordenação do sistema de informação de saú- IV - participar da definição de normas e mecanismos de controle,
de; com órgão afins, de agravo sobre o meio ambiente ou dele decorrentes,
que tenham repercussão na saúde humana;
V - elaboração de normas técnicas e estabelecimento de padrões
de qualidade e parâmetros de custos que caracterizam a assistência à V - participar da definição de normas, critérios e padrões para o
saúde; controle das condições e dos ambientes de trabalho e coordenar a política
de saúde do trabalhador;
VI - elaboração de normas técnicas e estabelecimento de padrões
de qualidade para promoção da saúde do trabalhador; VI - coordenar e participar na execução das ações de vigilância e-
pidemiológica;
VII - participação de formulação da política e da execução das a-
ções de saneamento básico e colaboração na proteção e recuperação do VII - estabelecer normas e executar a vigilância sanitária de portos,
meio ambiente; aeroportos e fronteiras, podendo a execução ser complementada pelos
Estados, Distrito Federal e Municípios;
VIII - elaboração e atualização periódica do plano de saúde;
VIII - estabelecer critérios, parâmetros e métodos para o controle da
IX - participação na formulação e na execução da política de forma- qualidade sanitária de produtos, substâncias e serviços de consumo e uso
ção e desenvolvimento de recursos humanos para a saúde; humano;
X - elaboração da proposta orçamentária do Sistema Único de Sa- IX - promover articulação com os órgãos educacionais e de fiscali-
úde (SUS), de conformidade com o plano de saúde; zação do exercício profissional, bem como com entidades representativas
de formação de recursos humanos na área de saúde;
XI - elaboração de normas para regular as atividades de serviços
privados de saúde, tendo em vista a sua relevância pública;

Técnico de Enfermagem 9 A Opção Certa Para a Sua Realização


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X - formular, avaliar, elaborar normas e participar na execução da X - coordenar a rede estadual de laboratórios de saúde pública e
política nacional e produção de insumos e equipamentos para a saúde, em hemocentros, e gerir as unidades que permaneçam em sua organização
articulação com os demais órgãos governamentais; administrativa;
XI - identificar os serviços estaduais e municipais de referência na- XI - estabelecer normas, em caráter suplementar, para o controle e
cional para o estabelecimento de padrões técnicos de assistência à saúde; avaliação das ações e serviços de saúde;
XII - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de XII - formular normas e estabelecer padrões, em caráter suplemen-
interesse para a saúde; tar, de procedimentos de controle de qualidade para produtos e substâncias
de consumo humano;
XIII - prestar cooperação técnica e financeira aos Estados, ao Distri-
to Federal e aos Municípios para o aperfeiçoamento da sua atuação institu- XIII - colaborar com a União na execução da vigilância sanitária de
cional; portos, aeroportos e fronteiras;
XIV - elaborar normas para regular as relações entre o Sistema Ú- XIV - o acompanhamento, a avaliação e divulgação dos indicadores
nico de Saúde (SUS) e os serviços privados contratados de assistência à de morbidade e mortalidade no âmbito da unidade federada.
saúde;
Art. 18. À direção municipal do Sistema de Saúde (SUS) compete:
XV - promover a descentralização para as Unidades Federadas e
para os Municípios, dos serviços e ações de saúde, respectivamente, de I - planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e os serviços de
abrangência estadual e municipal; saúde e gerir e executar os serviços públicos de saúde;

XVI - normatizar e coordenar nacionalmente o Sistema Nacional de II - participar do planejamento, programação e organização da rede
Sangue, Componentes e Derivados; regionalizada e hierarquizada do Sistema Único de Saúde (SUS), em
articulação com sua direção estadual;
XVII - acompanhar, controlar e avaliar as ações e os serviços de
saúde, respeitadas as competências estaduais e municipais; III - participar da execução, controle e avaliação das ações referen-
tes às condições e aos ambientes de trabalho;
XVIII - elaborar o Planejamento Estratégico Nacional no âmbito do
SUS, em cooperação técnica com os Estados, Municípios e Distrito Fede- IV - executar serviços:
ral; a) de vigilância epidemiológica;
XIX - estabelecer o Sistema Nacional de Auditoria e coordenar a b) vigilância sanitária;
avaliação técnica e financeira do SUS em todo o Território Nacional em
cooperação técnica com os Estados, Municípios e Distrito Federal. (Vide c) de alimentação e nutrição;
Decreto nº 1.651, de 1995) d) de saneamento básico; e
Parágrafo único. A União poderá executar ações de vigilância epi- e) de saúde do trabalhador;
demiológica e sanitária em circunstâncias especiais, como na ocorrência de
agravos inusitados à saúde, que possam escapar do controle da direção V - dar execução, no âmbito municipal, à política de insumos e e-
estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) ou que representem risco de quipamentos para a saúde;
disseminação nacional.
VI - colaborar na fiscalização das agressões ao meio ambiente que
Art. 17. À direção estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) com- tenham repercussão sobre a saúde humana e atuar, junto aos órgãos
pete: municipais, estaduais e federais competentes, para controlá-las;
I - promover a descentralização para os Municípios dos serviços e VII - formar consórcios administrativos intermunicipais;
das ações de saúde;
VIII - gerir laboratórios públicos de saúde e hemocentros;
II - acompanhar, controlar e avaliar as redes hierarquizadas do Sis-
IX - colaborar com a União e os Estados na execução da vigilância
tema Único de Saúde (SUS);
sanitária de portos, aeroportos e fronteiras;
III - prestar apoio técnico e financeiro aos Municípios e executar su-
X - observado o disposto no art. 26 desta Lei, celebrar contratos e
pletivamente ações e serviços de saúde;
convênios com entidades prestadoras de serviços privados de saúde, bem
IV - coordenar e, em caráter complementar, executar ações e servi- como controlar e avaliar sua execução;
ços:
XI - controlar e fiscalizar os procedimentos dos serviços privados de
a) de vigilância epidemiológica; saúde;
b) de vigilância sanitária; XII - normatizar complementarmente as ações e serviços públicos
de saúde no seu âmbito de atuação.
c) de alimentação e nutrição; e
Art. 19. Ao Distrito Federal competem as atribuições reservadas
d) de saúde do trabalhador; aos Estados e aos Municípios.
V - participar, junto com os órgãos afins, do controle dos agravos do CAPÍTULO V
meio ambiente que tenham repercussão na saúde humana;
Do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena
VI - participar da formulação da política e da execução de ações de (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
saneamento básico;
Art. 19-A. As ações e serviços de saúde voltados para o atendimen-
VII - participar das ações de controle e avaliação das condições e to das populações indígenas, em todo o território nacional, coletiva ou
dos ambientes de trabalho; individualmente, obedecerão ao disposto nesta Lei. (Incluído pela Lei nº
VIII - em caráter suplementar, formular, executar, acompanhar e 9.836, de 1999)
avaliar a política de insumos e equipamentos para a saúde; Art. 19-B. É instituído um Subsistema de Atenção à Saúde Indíge-
IX - identificar estabelecimentos hospitalares de referência e gerir na, componente do Sistema Único de Saúde – SUS, criado e definido por
sistemas públicos de alta complexidade, de referência estadual e regional; esta Lei, e pela Lei no 8.142, de 28 de dezembro de 1990, com o qual
funcionará em perfeita integração. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)

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Art. 19-C. Caberá à União, com seus recursos próprios, financiar o § 2o As ações destinadas a viabilizar o pleno exercício dos direitos
Subsistema de Atenção à Saúde Indígena. (Incluído pela Lei nº 9.836, de de que trata este artigo constarão do regulamento da lei, a ser elaborado
1999) pelo órgão competente do Poder Executivo. (Incluído pela Lei nº 11.108, de
2005)
Art. 19-D. O SUS promoverá a articulação do Subsistema instituído
por esta Lei com os órgãos responsáveis pela Política Indígena do Pa- Art. 19-L. (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005)
ís. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
CAPÍTULO VIII
Art. 19-E. Os Estados, Municípios, outras instituições governamen-
tais e não-governamentais poderão atuar complementarmente no custeio e (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
execução das ações. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) DA ASSISTÊNCIA TERAPÊUTICA E DA INCORPORAÇÃO DE
Art. 19-F. Dever-se-á obrigatoriamente levar em consideração a re- TECNOLOGIA EM SAÚDE”
alidade local e as especificidades da cultura dos povos indígenas e o mode-
lo a ser adotado para a atenção à saúde indígena, que se deve pautar por Art. 19-M. A assistência terapêutica integral a que se refere a alí-
uma abordagem diferenciada e global, contemplando os aspectos de assis- nea d do inciso I do art. 6o consiste em: (Incluído pela Lei nº 12.401, de
tência à saúde, saneamento básico, nutrição, habitação, meio ambiente, 2011)
demarcação de terras, educação sanitária e integração institucio- I - dispensação de medicamentos e produtos de interesse para a
nal. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) saúde, cuja prescrição esteja em conformidade com as diretrizes terapêuti-
Art. 19-G. O Subsistema de Atenção à Saúde Indígena deverá ser, cas definidas em protocolo clínico para a doença ou o agravo à saúde a ser
como o SUS, descentralizado, hierarquizado e regionalizado.(Incluído pela tratado ou, na falta do protocolo, em conformidade com o disposto no art.
Lei nº 9.836, de 1999) 19-P; (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)

§ 1o O Subsistema de que trata o caput deste artigo terá como base II - oferta de procedimentos terapêuticos, em regime domiciliar,
os Distritos Sanitários Especiais Indígenas. (Incluído pela Lei nº 9.836, de ambulatorial e hospitalar, constantes de tabelas elaboradas pelo gestor
1999) federal do Sistema Único de Saúde - SUS, realizados no território nacional
por serviço próprio, conveniado ou contratado.
§ 2o O SUS servirá de retaguarda e referência ao Subsistema de
Atenção à Saúde Indígena, devendo, para isso, ocorrer adaptações na Art. 19-N. Para os efeitos do disposto no art. 19-M, são adotadas
estrutura e organização do SUS nas regiões onde residem as populações as seguintes definições:
indígenas, para propiciar essa integração e o atendimento necessário em I - produtos de interesse para a saúde: órteses, próteses, bolsas
todos os níveis, sem discriminações. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) coletoras e equipamentos médicos;
§ 3o As populações indígenas devem ter acesso garantido ao SUS, II - protocolo clínico e diretriz terapêutica: documento que estabe-
em âmbito local, regional e de centros especializados, de acordo com suas lece critérios para o diagnóstico da doença ou do agravo à saúde; o trata-
necessidades, compreendendo a atenção primária, secundária e terciária à mento preconizado, com os medicamentos e demais produtos apropriados,
saúde. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) quando couber; as posologias recomendadas; os mecanismos de controle
Art. 19-H. As populações indígenas terão direito a participar dos or- clínico; e o acompanhamento e a verificação dos resultados terapêuticos, a
ganismos colegiados de formulação, acompanhamento e avaliação das serem seguidos pelos gestores do SUS. (Incluído pela Lei nº 12.401, de
políticas de saúde, tais como o Conselho Nacional de Saúde e os Conse- 2011)
lhos Estaduais e Municipais de Saúde, quando for o caso. (Incluído pela Lei Art. 19-O. Os protocolos clínicos e as diretrizes terapêuticas deve-
nº 9.836, de 1999) rão estabelecer os medicamentos ou produtos necessários nas diferentes
CAPÍTULO VI fases evolutivas da doença ou do agravo à saúde de que tratam, bem como
aqueles indicados em casos de perda de eficácia e de surgimento de
DO SUBSISTEMA DE ATENDIMENTO E INTERNAÇÃO DOMICILIAR intolerância ou reação adversa relevante, provocadas pelo medicamento,
(Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002) produto ou procedimento de primeira escolha. (Incluído pela Lei nº 12.401,
Art. 19-I. São estabelecidos, no âmbito do Sistema Único de Saúde, de 2011)
o atendimento domiciliar e a internação domiciliar. (Incluído pela Lei nº Parágrafo único. Em qualquer caso, os medicamentos ou produtos
10.424, de 2002) de que trata o caput deste artigo serão aqueles avaliados quanto à sua
§ 1o Na modalidade de assistência de atendimento e internação eficácia, segurança, efetividade e custo-efetividade para as diferentes fases
domiciliares incluem-se, principalmente, os procedimentos médicos, de evolutivas da doença ou do agravo à saúde de que trata o protocolo. (Inclu-
enfermagem, fisioterapêuticos, psicológicos e de assistência social, entre ído pela Lei nº 12.401, de 2011)
outros necessários ao cuidado integral dos pacientes em seu domicílio. Art. 19-P. Na falta de protocolo clínico ou de diretriz terapêutica, a
(Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002) dispensação será realizada: (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
§ 2o O atendimento e a internação domiciliares serão realizados por I - com base nas relações de medicamentos instituídas pelo gestor
equipes multidisciplinares que atuarão nos níveis da medicina preventiva, federal do SUS, observadas as competências estabelecidas nesta Lei, e a
terapêutica e reabilitadora. (Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002) responsabilidade pelo fornecimento será pactuada na Comissão Intergesto-
§ 3o O atendimento e a internação domiciliares só poderão ser rea- res Tripartite; (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
lizados por indicação médica, com expressa concordância do paciente e de II - no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, de forma su-
sua família. (Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002) plementar, com base nas relações de medicamentos instituídas pelos
CAPÍTULO VII gestores estaduais do SUS, e a responsabilidade pelo fornecimento será
pactuada na Comissão Intergestores Bipartite; (Incluído pela Lei nº 12.401,
DO SUBSISTEMA DE ACOMPANHAMENTO DURANTE O TRA- de 2011)
BALHO DE PARTO, PARTO E PÓS-PARTO IMEDIATO
(Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005) III - no âmbito de cada Município, de forma suplementar, com base
nas relações de medicamentos instituídas pelos gestores municipais do
Art. 19-J. Os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde - SUS, SUS, e a responsabilidade pelo fornecimento será pactuada no Conselho
da rede própria ou conveniada, ficam obrigados a permitir a presença, junto Municipal de Saúde. (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
à parturiente, de 1 (um) acompanhante durante todo o período de trabalho
de parto, parto e pós-parto imediato. (Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005) Art. 19-Q. A incorporação, a exclusão ou a alteração pelo SUS de
novos medicamentos, produtos e procedimentos, bem como a constituição
§ 1o O acompanhante de que trata o caput deste artigo será indi- ou a alteração de protocolo clínico ou de diretriz terapêutica, são atribuições
cado pela parturiente. (Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005)
Técnico de Enfermagem 11 A Opção Certa Para a Sua Realização
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do Ministério da Saúde, assessorado pela Comissão Nacional de Incorpo- Art. 21. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
ração de Tecnologias no SUS. (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
Art. 22. Na prestação de serviços privados de assistência à saúde,
§ 1o A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no serão observados os princípios éticos e as normas expedidas pelo órgão de
SUS, cuja composição e regimento são definidos em regulamento, contará direção do Sistema Único de Saúde (SUS) quanto às condições para seu
com a participação de 1 (um) representante indicado pelo Conselho Nacio- funcionamento.
nal de Saúde e de 1 (um) representante, especialista na área, indicado pelo
Conselho Federal de Medicina. (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) Art. 23. É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou
de capitais estrangeiros na assistência à saúde, salvo através de doações
§ 2o O relatório da Comissão Nacional de Incorporação de Tecno- de organismos internacionais vinculados à Organização das Nações Uni-
logias no SUS levará em consideração, necessariamente: (Incluído pela Lei das, de entidades de cooperação técnica e de financiamento e emprésti-
nº 12.401, de 2011) mos.
I - as evidências científicas sobre a eficácia, a acurácia, a efetivi- § 1° Em qualquer caso é obrigatória a autorização do órgão de di-
dade e a segurança do medicamento, produto ou procedimento objeto do reção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), submetendo-se a seu
processo, acatadas pelo órgão competente para o registro ou a autorização controle as atividades que forem desenvolvidas e os instrumentos que
de uso; (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) forem firmados.
II - a avaliação econômica comparativa dos benefícios e dos custos § 2° Excetuam-se do disposto neste artigo os serviços de saúde
em relação às tecnologias já incorporadas, inclusive no que se refere aos mantidos, sem finalidade lucrativa, por empresas, para atendimento de
atendimentos domiciliar, ambulatorial ou hospitalar, quando cabível. (Incluí- seus empregados e dependentes, sem qualquer ônus para a seguridade
do pela Lei nº 12.401, de 2011) social.
Art. 19-R. A incorporação, a exclusão e a alteração a que se refere CAPÍTULO II
o art. 19-Q serão efetuadas mediante a instauração de processo adminis-
trativo, a ser concluído em prazo não superior a 180 (cento e oitenta) dias, Da Participação Complementar
contado da data em que foi protocolado o pedido, admitida a sua prorroga- Art. 24. Quando as suas disponibilidades forem insuficientes para
ção por 90 (noventa) dias corridos, quando as circunstâncias exigi- garantir a cobertura assistencial à população de uma determinada área, o
rem. (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) Sistema Único de Saúde (SUS) poderá recorrer aos serviços ofertados pela
§ 1o O processo de que trata o caput deste artigo observará, no iniciativa privada.
que couber, o disposto na Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999, e as Parágrafo único. A participação complementar dos serviços priva-
seguintes determinações especiais: (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) dos será formalizada mediante contrato ou convênio, observadas, a respei-
I - apresentação pelo interessado dos documentos e, se cabível, to, as normas de direito público.
das amostras de produtos, na forma do regulamento, com informações Art. 25. Na hipótese do artigo anterior, as entidades filantrópicas e
necessárias para o atendimento do disposto no § 2o do art. 19-Q; (Incluído as sem fins lucrativos terão preferência para participar do Sistema Único de
pela Lei nº 12.401, de 2011) Saúde (SUS).
II - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) Art. 26. Os critérios e valores para a remuneração de serviços e os
III - realização de consulta pública que inclua a divulgação do pa- parâmetros de cobertura assistencial serão estabelecidos pela direção
recer emitido pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), aprovados no Conselho Na-
SUS; (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) cional de Saúde.

IV - realização de audiência pública, antes da tomada de decisão, § 1° Na fixação dos critérios, valores, formas de reajuste e de pa-
se a relevância da matéria justificar o evento. (Incluído pela Lei nº 12.401, gamento da remuneração aludida neste artigo, a direção nacional do Sis-
de 2011) tema Único de Saúde (SUS) deverá fundamentar seu ato em demonstrativo
econômico-financeiro que garanta a efetiva qualidade de execução dos
§ 2o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) serviços contratados.
Art. 19-S. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) § 2° Os serviços contratados submeter-se-ão às normas técnicas e
administrativas e aos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde
Art. 19-T. São vedados, em todas as esferas de gestão do SUS: (SUS), mantido o equilíbrio econômico e financeiro do contrato.
(Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
§ 3° (Vetado).
I - o pagamento, o ressarcimento ou o reembolso de medicamento,
produto e procedimento clínico ou cirúrgico experimental, ou de uso não § 4° Aos proprietários, administradores e dirigentes de entidades ou
autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVI- serviços contratados é vedado exercer cargo de chefia ou função de confi-
SA; (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) ança no Sistema Único de Saúde (SUS).
II - a dispensação, o pagamento, o ressarcimento ou o reembolso TÍTULO IV
de medicamento e produto, nacional ou importado, sem registro na Anvi-
sa.” DOS RECURSOS HUMANOS

Art. 19-U. A responsabilidade financeira pelo fornecimento de me- Art. 27. A política de recursos humanos na área da saúde será for-
dicamentos, produtos de interesse para a saúde ou procedimentos de que malizada e executada, articuladamente, pelas diferentes esferas de gover-
trata este Capítulo será pactuada na Comissão Intergestores Tripartite. no, em cumprimento dos seguintes objetivos:
(Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) I - organização de um sistema de formação de recursos humanos
TÍTULO III em todos os níveis de ensino, inclusive de pós-graduação, além da elabo-
ração de programas de permanente aperfeiçoamento de pessoal;
DOS SERVIÇOS PRIVADOS DE ASSISTÊNCIA À SAÙDE
II - (Vetado)
CAPÍTULO I
III - (Vetado)
Do Funcionamento
IV - valorização da dedicação exclusiva aos serviços do Sistema
Art. 20. Os serviços privados de assistência à saúde caracterizam- Único de Saúde (SUS).
se pela atuação, por iniciativa própria, de profissionais liberais, legalmente
habilitados, e de pessoas jurídicas de direito privado na promoção, proteção Parágrafo único. Os serviços públicos que integram o Sistema Úni-
e recuperação da saúde. co de Saúde (SUS) constituem campo de prática para ensino e pesquisa,

Técnico de Enfermagem 12 A Opção Certa Para a Sua Realização


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mediante normas específicas, elaboradas conjuntamente com o sistema § 1º Na esfera federal, os recursos financeiros, originários do Or-
educacional. çamento da Seguridade Social, de outros Orçamentos da União, além de
outras fontes, serão administrados pelo Ministério da Saúde, através do
Art. 28. Os cargos e funções de chefia, direção e assessoramento, Fundo Nacional de Saúde.
no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), só poderão ser exercidas em
regime de tempo integral. § 2º (Vetado).
§ 1° Os servidores que legalmente acumulam dois cargos ou em- § 3º (Vetado).
pregos poderão exercer suas atividades em mais de um estabelecimento
do Sistema Único de Saúde (SUS). § 4º O Ministério da Saúde acompanhará, através de seu sistema
de auditoria, a conformidade à programação aprovada da aplicação dos
§ 2° O disposto no parágrafo anterior aplica-se também aos servi- recursos repassados a Estados e Municípios. Constatada a malversação,
dores em regime de tempo integral, com exceção dos ocupantes de cargos desvio ou não aplicação dos recursos, caberá ao Ministério da Saúde
ou função de chefia, direção ou assessoramento. aplicar as medidas previstas em lei.
Art. 29. (Vetado). Art. 34. As autoridades responsáveis pela distribuição da receita e-
fetivamente arrecadada transferirão automaticamente ao Fundo Nacional
Art. 30. As especializações na forma de treinamento em serviço sob de Saúde (FNS), observado o critério do parágrafo único deste artigo, os
supervisão serão regulamentadas por Comissão Nacional, instituída de recursos financeiros correspondentes às dotações consignadas no Orça-
acordo com o art. 12 desta Lei, garantida a participação das entidades mento da Seguridade Social, a projetos e atividades a serem executados no
profissionais correspondentes. âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
TÍTULO V Parágrafo único. Na distribuição dos recursos financeiros da Segu-
DO FINANCIAMENTO ridade Social será observada a mesma proporção da despesa prevista de
cada área, no Orçamento da Seguridade Social.
CAPÍTULO I
Art. 35. Para o estabelecimento de valores a serem transferidos a
Dos Recursos Estados, Distrito Federal e Municípios, será utilizada a combinação dos
Art. 31. O orçamento da seguridade social destinará ao Sistema Ú- seguintes critérios, segundo análise técnica de programas e projetos:
nico de Saúde (SUS) de acordo com a receita estimada, os recursos ne- I - perfil demográfico da região;
cessários à realização de suas finalidades, previstos em proposta elabora-
da pela sua direção nacional, com a participação dos órgãos da Previdência II - perfil epidemiológico da população a ser coberta;
Social e da Assistência Social, tendo em vista as metas e prioridades III - características quantitativas e qualitativas da rede de saúde na
estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias. área;
Art. 32. São considerados de outras fontes os recursos provenien- IV - desempenho técnico, econômico e financeiro no período ante-
tes de: rior;
I - (Vetado) V - níveis de participação do setor saúde nos orçamentos estaduais
II - Serviços que possam ser prestados sem prejuízo da assistência e municipais;
à saúde; VI - previsão do plano qüinqüenal de investimentos da rede;
III - ajuda, contribuições, doações e donativos; VII - ressarcimento do atendimento a serviços prestados para ou-
IV - alienações patrimoniais e rendimentos de capital; tras esferas de governo.
V - taxas, multas, emolumentos e preços públicos arrecadados no § 2º Nos casos de Estados e Municípios sujeitos a notório processo
âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS); e de migração, os critérios demográficos mencionados nesta lei serão ponde-
rados por outros indicadores de crescimento populacional, em especial o
VI - rendas eventuais, inclusive comerciais e industriais. número de eleitores registrados.
§ 1° Ao Sistema Único de Saúde (SUS) caberá metade da receita § 3º (Vetado).
de que trata o inciso I deste artigo, apurada mensalmente, a qual será
destinada à recuperação de viciados. § 4º (Vetado).
§ 2° As receitas geradas no âmbito do Sistema Único de Saúde § 5º (Vetado).
(SUS) serão creditadas diretamente em contas especiais, movimentadas § 6º O disposto no parágrafo anterior não prejudica a atuação dos
pela sua direção, na esfera de poder onde forem arrecadadas. órgãos de controle interno e externo e nem a aplicação de penalidades
§ 3º As ações de saneamento que venham a ser executadas suple- previstas em lei, em caso de irregularidades verificadas na gestão dos
tivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), serão financiadas por recursos transferidos.
recursos tarifários específicos e outros da União, Estados, Distrito Federal, CAPÍTULO III
Municípios e, em particular, do Sistema Financeiro da Habitação (SFH).
Do Planejamento e do Orçamento
§ 4º (Vetado).
Art. 36. O processo de planejamento e orçamento do Sistema Único
§ 5º As atividades de pesquisa e desenvolvimento científico e tec- de Saúde (SUS) será ascendente, do nível local até o federal, ouvidos seus
nológico em saúde serão co-financiadas pelo Sistema Único de Saúde órgãos deliberativos, compatibilizando-se as necessidades da política de
(SUS), pelas universidades e pelo orçamento fiscal, além de recursos de saúde com a disponibilidade de recursos em planos de saúde dos Municí-
instituições de fomento e financiamento ou de origem externa e receita pios, dos Estados, do Distrito Federal e da União.
própria das instituições executoras.
§ 1º Os planos de saúde serão a base das atividades e programa-
§ 6º (Vetado). ções de cada nível de direção do Sistema Único de Saúde (SUS), e seu
CAPÍTULO II financiamento será previsto na respectiva proposta orçamentária.
Da Gestão Financeira § 2º É vedada a transferência de recursos para o financiamento de
ações não previstas nos planos de saúde, exceto em situações emergenci-
Art. 33. Os recursos financeiros do Sistema Único de Saúde (SUS) ais ou de calamidade pública, na área de saúde.
serão depositados em conta especial, em cada esfera de sua atuação, e
movimentados sob fiscalização dos respectivos Conselhos de Saúde.

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Art. 37. O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as diretrizes a Art. 50. Os convênios entre a União, os Estados e os Municípios,
serem observadas na elaboração dos planos de saúde, em função das celebrados para implantação dos Sistemas Unificados e Descentralizados
características epidemiológicas e da organização dos serviços em cada de Saúde, ficarão rescindidos à proporção que seu objeto for sendo absor-
jurisdição administrativa. vido pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Art. 38. Não será permitida a destinação de subvenções e auxílios a Art. 51. (Vetado).
instituições prestadoras de serviços de saúde com finalidade lucrativa.
Art. 52. Sem prejuízo de outras sanções cabíveis, constitui crime de
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS emprego irregular de verbas ou rendas públicas (Código Penal, art. 315) a
utilização de recursos financeiros do Sistema Único de Saúde (SUS) em
Art. 39. (Vetado). finalidades diversas das previstas nesta lei.
§ 1º (Vetado). Art. 53. (Vetado).
§ 2º (Vetado). Art. 54. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
§ 3º (Vetado). Art. 55. São revogadas a Lei nº. 2.312, de 3 de setembro de 1954,
§ 4º (Vetado). a Lei nº. 6.229, de 17 de julho de 1975, e demais disposições em contrário.
§ 5º A cessão de uso dos imóveis de propriedade do Inamps para Brasília, 19 de setembro de 1990; 169º da Independência e 102º da
órgãos integrantes do Sistema Único de Saúde (SUS) será feita de modo a República.
preservá-los como patrimônio da Seguridade Social. Lei n. 8.080, 19 de setembro de 1990
§ 6º Os imóveis de que trata o parágrafo anterior serão inventaria- Sancionada pelo Presidente da República, Sr. Fernando Collor, e de-
dos com todos os seus acessórios, equipamentos e outros cretada pelo Congresso Nacional, foi publicada no Diário Oficial da União
§ 7º (Vetado). em 20 de setembro de 1990.
§ 8º O acesso aos serviços de informática e bases de dados, man- Essa lei dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recu-
tidos pelo Ministério da Saúde e pelo Ministério do Trabalho e da Previdên- peração da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços corres-
cia Social, será assegurado às Secretarias Estaduais e Municipais de pondentes e dá outras providências. Vigorando em todo o território nacio-
Saúde ou órgãos congêneres, como suporte ao processo de gestão, de nal, para qualquer ação ou serviço de saúde realizado por pessoas ou
forma a permitir a gerencia informatizada das contas e a disseminação de empresas.
estatísticas sanitárias e epidemiológicas médico-hospitalares. Todos os Seres Humanos tem direito a prestação dos serviços de saú-
Art. 40. (Vetado) de básica e de especialidades, sendo esse fornecido pelo Estado. O dever
do Estado de garantir a saúde consiste na formulação e execução de
Art. 41. As ações desenvolvidas pela Fundação das Pioneiras Soci- políticas econômicas e sociais que visem à redução de riscos de doenças e
ais e pelo Instituto Nacional do Câncer, supervisionadas pela direção na- de outros agravos e no estabelecimento de condições que assegurem
cional do Sistema Único de Saúde (SUS), permanecerão como referencial acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção,
de prestação de serviços, formação de recursos humanos e para transfe- proteção e recuperação. Entretanto, o dever do Estado não exclui o dever
rência de tecnologia. das pessoas, da família, das empresas e da sociedade.
Art. 42. (Vetado). A saúde tem como fatores determinantes a alimentação, a moradia, o
Art. 43. A gratuidade das ações e serviços de saúde fica preserva- saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o
da nos serviços públicos contratados, ressalvando-se as cláusulas dos transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais; os níveis de
contratos ou convênios estabelecidos com as entidades privadas. saúde da população expressam a organização social e econômica do País.
Promovendo condições de bem estar físico, mental e social.
Art. 44. (Vetado).
Constituem o Sistema Único de Saúde (SUS) as ações e os serviços
Art. 45. Os serviços de saúde dos hospitais universitários e de en- de saúde de instituições públicas federais, estaduais e municipais, da
sino integram-se ao Sistema Único de Saúde (SUS), mediante convênio, Administração direta e indireta e Fundações mantidas pelo Poder Público.
preservada a sua autonomia administrativa, em relação ao patrimônio, aos Seus objetivos são:
recursos humanos e financeiros, ensino, pesquisa e extensão nos limites
conferidos pelas instituições a que estejam vinculados. I.a identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinan-
tes da saúde;
§ 1º Os serviços de saúde de sistemas estaduais e municipais de
previdência social deverão integrar-se à direção correspondente do Sistema II.a formulação de política de saúde destinada a promover, nos campos
Único de Saúde (SUS), conforme seu âmbito de atuação, bem como quais- econômico e social, o dever do Estado de garantir a saúde;
quer outros órgãos e serviços de saúde. III.a assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção
e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenci-
§ 2º Em tempo de paz e havendo interesse recíproco, os serviços ais e das atividades preventivas.
de saúde das Forças Armadas poderão integrar-se ao Sistema Único de
Saúde (SUS), conforme se dispuser em convênio que, para esse fim, for Os campos de atuação do SUS, ainda, são: a execução de ações de
firmado. vigilância sanitária, epidemiológica, farmacêutica, de saúde do trabalhador
e de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica; a organização
Art. 46. o Sistema Único de Saúde (SUS), estabelecerá mecanis- de políticas e ações de saneamento básico; sangue e hemoderivados;
mos de incentivos à participação do setor privado no investimento em recursos humanos na saúde; vigilância nutricional; proteção ao meio ambi-
ciência e tecnologia e estimulará a transferência de tecnologia das universi- ente; de medicamentos e insumos de interesse; de fiscalização (alimentos,
dades e institutos de pesquisa aos serviços de saúde nos Estados, Distrito produtos, transporte, guarda); desenvolvimento científico e tecnológico.
Federal e Municípios, e às empresas nacionais.
Seguem os princípios da universalidade de acesso; integralidade de
Art. 47. O Ministério da Saúde, em articulação com os níveis esta- assistência; preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua
duais e municipais do Sistema Único de Saúde (SUS), organizará, no prazo integridade física e moral; igualdade da assistência à saúde; direito à infor-
de dois anos, um sistema nacional de informações em saúde, integrado em mação divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de
todo o território nacional, abrangendo questões epidemiológicas e de pres- saúde e a sua utilização pelo usuário; utilização da epidemiologia para o
tação de serviços. estabelecimento de prioridades; participação da comunidade; descentrali-
zação político-administrativa; integração dos das ações da saúde, meio
Art. 48. (Vetado).
ambiente e saneamento básico; conjugação dos recursos financeiros,
Art. 49. (Vetado). tecnológicos, materiais e humanos da União, dos Estados, do Distrito

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Federal e dos Municípios na prestação de serviços de assistência à saúde gias e no controle da execução da política de saúde na instância corres-
da população; capacidade de resolução dos serviços de assistência; e pondente, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, cujas decisões
organização para evitar duplicidade de meios para fins idênticos. serão homologadas pelo chefe do poder legalmente constituído em cada
esfera do governo.
Os serviços de saúde serão organizados de forma regionalizada e hie-
rarquizada em nível de complexidade crescente. E sua Direção, conforme o § 3° O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o
inciso I do art. 198 da Constituição Federal é única, exercida no âmbito da Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems) terão
União pelo Ministério da Saúde e no âmbito dos Estados, do Distrito Fede- representação no Conselho Nacional de Saúde.
ral e dos Municípios, pela respectiva Secretaria de Saúde ou órgão equiva-
lente. Os Municípios podem constituir consórcios para desenvolver serviços § 4° A representação dos usuários nos Conselhos de Saúde e Confe-
de saúde. rências será paritária em relação ao conjunto dos demais segmentos.

Serão criadas comissões intersetoriais de âmbito nacional, subordina- § 5° As Conferências de Saúde e os Conselhos de Saúde terão sua
das ao Conselho Nacional de Saúde, integradas pelos Ministérios e órgãos organização e normas de funcionamento definidas em regimento próprio,
competentes e por entidades representativas da sociedade civil. Essas aprovadas pelo respectivo conselho.
comissões articulam as seguintes políticas e programas: alimentação e Art. 2° Os recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS) serão aloca-
nutrição; saneamento e meio ambiente; vigilância sanitária e farmacoepi- dos como:
demiologia; recursos humanos; ciência e tecnologia; e saúde do trabalha-
dor. I - despesas de custeio e de capital do Ministério da Saúde, seus
órgãos e entidades, da administração direta e indireta;
São necessárias comissões permanentes de integração entre os servi-
ços de saúde e as instituições de ensino profissional e superior, cuja finali- II - investimentos previstos em lei orçamentária, de iniciativa do Poder
dade é propor prioridades, métodos e estratégias para a formação e educa- Legislativo e aprovados pelo Congresso Nacional;
ção continuada dos recursos humanos do SUS. III - investimentos previstos no Plano Qüinqüenal do Ministério da
Coube a União, financiar o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena. Saúde;
Foram estabelecidos o atendimento domiciliar e a internação domiciliar, que IV - cobertura das ações e serviços de saúde a serem implementados
são componentes do SUS, bem como o cumprimento obrigatório da pre- pelos Municípios, Estados e Distrito Federal.
sença, junto à parturiente, de 1 (um) acompanhante durante todo o período
de trabalho de parto, parto e pós-parto imediato. Parágrafo único. Os recursos referidos no inciso IV deste artigo desti-
nar-se-ão a investimentos na rede de serviços, à cobertura assistencial
Os profissionais liberais legalmente habilitados e pessoas jurídicas de ambulatorial e hospitalar e às demais ações de saúde.
direito privado podem prestar assistência na promoção, proteção e recupe-
ração da saúde. Para as empresas estrangeiras a participação direta ou Art. 3° Os recursos referidos no inciso IV do art. 2° desta lei serão
indireta na assistência à saúde é vinculada à obtenção de autorização junto repassados de forma regular e automática para os Municípios, Estados e
ao órgão e direção nacional do SUS. Distrito Federal, de acordo com os critérios previstos no art. 35 da Lei n°
8.080, de 19 de setembro de 1990.
Os registros e acessos aos serviços de informática e bases de dados,
mantidos pelo Ministério da Saúde e pelo Ministério do Trabalho e da § 1° Enquanto não for regulamentada a aplicação dos critérios previs-
Previdência Social, será assegurado às Secretarias Estaduais e Municipais tos no art. 35 da Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990, será utilizado,
de Saúde ou órgãos congêneres. para o repasse de recursos, exclusivamente o critério estabelecido no § 1°
do mesmo artigo.
Em tempo de paz e havendo interesse recíproco, os serviços de saúde
das Forças Armadas poderão integrar-se ao SUS. § 2° Os recursos referidos neste artigo serão destinados, pelo menos
setenta por cento, aos Municípios, afetando-se o restante aos Estados.
Para citações
§ 3° Os Municípios poderão estabelecer consórcio para execução de
Tetzlaff AAS (Hi Technologies). Resumo da Lei Nº8080. [online] 2010 ações e serviços de saúde, remanejando, entre si, parcelas de recursos
Jul. [acessado em dia, mês ano]. Disponível em: previstos no inciso IV do art. 2° desta lei.
http://hitechnologies.com.br/humanizacao/o-que-e-o-programa-
humanizasus/resumo-da-lei-n8080/ Art. 4° Para receberem os recursos, de que trata o art. 3° desta lei, os
Municípios, os Estados e o Distrito Federal deverão contar com:
I - Fundo de Saúde;
LEI Nº 8.142, DE 28 DE DEZEMBRO DE 1990.
II - Conselho de Saúde, com composição paritária de acordo com o
Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Decreto n° 99.438, de 7 de agosto de 1990;
Saúde (SUS} e sobre as transferências intergovernamentais de recursos
financeiros na área da saúde e dá outras providências. III - plano de saúde;
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Na- IV - relatórios de gestão que permitam o controle de que trata o § 4°
cional decreta e eu sanciono a seguinte lei: do art. 33 da Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990;
Art. 1° O Sistema Único de Saúde (SUS), de que trata a Lei n° 8.080, V - contrapartida de recursos para a saúde no respectivo orçamento;
de 19 de setembro de 1990, contará, em cada esfera de governo, sem
VI - Comissão de elaboração do Plano de Carreira, Cargos e Salários
prejuízo das funções do Poder Legislativo, com as seguintes instâncias
(PCCS), previsto o prazo de dois anos para sua implantação.
colegiadas:
Parágrafo único. O não atendimento pelos Municípios, ou pelos Esta-
I - a Conferência de Saúde; e
dos, ou pelo Distrito Federal, dos requisitos estabelecidos neste artigo,
II - o Conselho de Saúde. implicará em que os recursos concernentes sejam administrados, respecti-
vamente, pelos Estados ou pela União.
§ 1° A Conferência de Saúde reunir-se-á a cada quatro anos com a
representação dos vários segmentos sociais, para avaliar a situação de Art. 5° É o Ministério da Saúde, mediante portaria do Ministro de
saúde e propor as diretrizes para a formulação da política de saúde nos Estado, autorizado a estabelecer condições para aplicação desta lei.
níveis correspondentes, convocada pelo Poder Executivo ou, extraordinari-
Art. 6° Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
amente, por esta ou pelo Conselho de Saúde.
Art. 7° Revogam-se as disposições em contrário.
§ 2° O Conselho de Saúde, em caráter permanente e deliberativo,
órgão colegiado composto por representantes do governo, prestadores de
serviço, profissionais de saúde e usuários, atua na formulação de estraté-
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Brasília, 28 de dezembro de 1990; 169° da Independência e 102° da IV - desenvolvimento científico e tecnológico e controle de qualida-
República. de promovidos por instituições do SUS;
LEI COMPLEMENTAR Nº 141, DE 13 DE JANEIRO DE 2012 V - produção, aquisição e distribuição de insumos específicos dos
serviços de saúde do SUS, tais como: imunobiológicos, sangue e hemode-
3o
Regulamenta o § do art. 198 da Constituição Federal para dispor sobre rivados, medicamentos e equipamentos médico-odontológicos;
os valores mínimos a serem aplicados anualmente pela União, Estados,
Distrito Federal e Municípios em ações e serviços públicos de saúde; VI - saneamento básico de domicílios ou de pequenas comunida-
estabelece os critérios de rateio dos recursos de transferências para a des, desde que seja aprovado pelo Conselho de Saúde do ente da Federa-
saúde e as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com ção financiador da ação e esteja de acordo com as diretrizes das demais
saúde nas 3 (três) esferas de governo; revoga dispositivos das Leis nos determinações previstas nesta Lei Complementar;
8.080, de 19 de setembro de 1990, e 8.689, de 27 de julho de 1993; e dá
outras providências. VII - saneamento básico dos distritos sanitários especiais indíge-
nas e de comunidades remanescentes de quilombos;
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei Complementar: VIII - manejo ambiental vinculado diretamente ao controle de veto-
res de doenças;
CAPÍTULO I
IX - investimento na rede física do SUS, incluindo a execução de
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES obras de recuperação, reforma, ampliação e construção de estabelecimen-
tos públicos de saúde;
Art. 1o Esta Lei Complementar institui, nos termos do § 3o do art.
198 da Constituição Federal: X - remuneração do pessoal ativo da área de saúde em atividade
nas ações de que trata este artigo, incluindo os encargos sociais;
I - o valor mínimo e normas de cálculo do montante mínimo a ser
aplicado, anualmente, pela União em ações e serviços públicos de saúde; XI - ações de apoio administrativo realizadas pelas instituições pú-
blicas do SUS e imprescindíveis à execução das ações e serviços públicos
II - percentuais mínimos do produto da arrecadação de impostos a de saúde; e
serem aplicados anualmente pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos
Municípios em ações e serviços públicos de saúde; XII - gestão do sistema público de saúde e operação de unidades
prestadoras de serviços públicos de saúde.
III - critérios de rateio dos recursos da União vinculados à saúde
destinados aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, e dos Esta- Art. 4o Não constituirão despesas com ações e serviços públicos
dos destinados aos seus respectivos Municípios, visando à progressiva de saúde, para fins de apuração dos percentuais mínimos de que trata esta
redução das disparidades regionais; Lei Complementar, aquelas decorrentes de:
IV - normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas I - pagamento de aposentadorias e pensões, inclusive dos servido-
com saúde nas esferas federal, estadual, distrital e municipal. res da saúde;
CAPÍTULO II II - pessoal ativo da área de saúde quando em atividade alheia à
referida área;
DAS AÇÕES E DOS SERVIÇOS PÚBLICOS DE SAÚDE
III - assistência à saúde que não atenda ao princípio de acesso u-
Art. 2o Para fins de apuração da aplicação dos recursos mínimos niversal;
estabelecidos nesta Lei Complementar, considerar-se-ão como despesas
com ações e serviços públicos de saúde aquelas voltadas para a promo- IV - merenda escolar e outros programas de alimentação, ainda
ção, proteção e recuperação da saúde que atendam, simultaneamente, aos que executados em unidades do SUS, ressalvando-se o disposto no inciso
princípios estatuídos no art. 7o da Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, II do art. 3o;
e às seguintes diretrizes:
V - saneamento básico, inclusive quanto às ações financiadas e
I - sejam destinadas às ações e serviços públicos de saúde de a- mantidas com recursos provenientes de taxas, tarifas ou preços públicos
cesso universal, igualitário e gratuito; instituídos para essa finalidade;
II - estejam em conformidade com objetivos e metas explicitados VI - limpeza urbana e remoção de resíduos;
nos Planos de Saúde de cada ente da Federação; e
VII - preservação e correção do meio ambiente, realizadas pelos
III - sejam de responsabilidade específica do setor da saúde, não órgãos de meio ambiente dos entes da Federação ou por entidades não
se aplicando a despesas relacionadas a outras políticas públicas que atuam governamentais;
sobre determinantes sociais e econômicos, ainda que incidentes sobre as
condições de saúde da população. VIII - ações de assistência social;

Parágrafo único. Além de atender aos critérios estabelecidos no IX - obras de infraestrutura, ainda que realizadas para beneficiar
caput, as despesas com ações e serviços públicos de saúde realizadas direta ou indiretamente a rede de saúde; e
pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios deverão X - ações e serviços públicos de saúde custeados com recursos
ser financiadas com recursos movimentados por meio dos respectivos distintos dos especificados na base de cálculo definida nesta Lei Comple-
fundos de saúde. mentar ou vinculados a fundos específicos distintos daqueles da saúde.
Art. 3o Observadas as disposições do art. 200 da Constituição Fe- CAPÍTULO III
deral, do art. 6º da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, e do art. 2o
desta Lei Complementar, para efeito da apuração da aplicação dos recur- DA APLICAÇÃO DE RECURSOS EM AÇÕES E SERVIÇOS PÚBLICOS
sos mínimos aqui estabelecidos, serão consideradas despesas com ações DE SAÚDE
e serviços públicos de saúde as referentes a: Seção I
I - vigilância em saúde, incluindo a epidemiológica e a sanitária; Dos Recursos Mínimos
II - atenção integral e universal à saúde em todos os níveis de Art. 5o A União aplicará, anualmente, em ações e serviços públi-
complexidade, incluindo assistência terapêutica e recuperação de deficiên- cos de saúde, o montante correspondente ao valor empenhado no exercício
cias nutricionais; financeiro anterior, apurado nos termos desta Lei Complementar, acrescido
III - capacitação do pessoal de saúde do Sistema Único de Saúde de, no mínimo, o percentual correspondente à variação nominal do Produto
(SUS); Interno Bruto (PIB) ocorrida no ano anterior ao da lei orçamentária anual.

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§ 1o (VETADO). Art. 14. O Fundo de Saúde, instituído por lei e mantido em funcio-
namento pela administração direta da União, dos Estados, do Distrito
§ 2o Em caso de variação negativa do PIB, o valor de que trata o Federal e dos Municípios, constituir-se-á em unidade orçamentária e gesto-
caput não poderá ser reduzido, em termos nominais, de um exercício ra dos recursos destinados a ações e serviços públicos de saúde, ressalva-
financeiro para o outro. dos os recursos repassados diretamente às unidades vinculadas ao Minis-
§ 3o (VETADO). tério da Saúde.
§ 4o (VETADO). Art. 15. (VETADO).
§ 5o (VETADO). Art. 16. O repasse dos recursos previstos nos arts. 6o a 8o será
feito diretamente ao Fundo de Saúde do respectivo ente da Federação e,
Art. 6o Os Estados e o Distrito Federal aplicarão, anualmente, em no caso da União, também às demais unidades orçamentárias do Ministério
ações e serviços públicos de saúde, no mínimo, 12% (doze por cento) da da Saúde.
arrecadação dos impostos a que se refere o art. 155 e dos recursos de que
tratam o art. 157, a alínea “a” do inciso I e o inciso II do caput do art. 159, § 1o (VETADO).
todos da Constituição Federal, deduzidas as parcelas que forem transferi- § 2o (VETADO).
das aos respectivos Municípios.
§ 3o As instituições financeiras referidas no § 3o do art. 164 da
Parágrafo único. (VETADO). Constituição Federal são obrigadas a evidenciar, nos demonstrativos finan-
Art. 7o Os Municípios e o Distrito Federal aplicarão anualmente em ceiros das contas correntes do ente da Federação, divulgados inclusive em
ações e serviços públicos de saúde, no mínimo, 15% (quinze por cento) da meio eletrônico, os valores globais das transferências e as parcelas corres-
arrecadação dos impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos de que pondentes destinadas ao Fundo de Saúde, quando adotada a sistemática
tratam o art. 158 e a alínea “b” do inciso I do caput e o § 3º do art. 159, prevista no § 2o deste artigo, observadas as normas editadas pelo Banco
todos da Constituição Federal. Central do Brasil.
Parágrafo único. (VETADO). § 4o (VETADO).

Art. 8o O Distrito Federal aplicará, anualmente, em ações e servi- Seção III


ços públicos de saúde, no mínimo, 12% (doze por cento) do produto da Da Movimentação dos Recursos da União
arrecadação direta dos impostos que não possam ser segregados em base
estadual e em base municipal. Art. 17. O rateio dos recursos da União vinculados a ações e ser-
viços públicos de saúde e repassados na forma do caput dos arts. 18 e 22
Art. 9oEstá compreendida na base de cálculo dos percentuais dos aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios observará as necessida-
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios qualquer compensação des de saúde da população, as dimensões epidemiológica, demográfica,
financeira proveniente de impostos e transferências constitucionais previs- socioeconômica, espacial e de capacidade de oferta de ações e de serviços
tos no § 2º do art. 198 da Constituição Federal, já instituída ou que vier a de saúde e, ainda, o disposto no art. 35 da Lei no 8.080, de 19 de setembro
ser criada, bem como a dívida ativa, a multa e os juros de mora decorrentes de 1990, de forma a atender os objetivos do inciso II do § 3o do art. 198 da
dos impostos cobrados diretamente ou por meio de processo administrativo Constituição Federal.
ou judicial.
§ 1o O Ministério da Saúde definirá e publicará, anualmente, utili-
Art. 10. Para efeito do cálculo do montante de recursos previsto no zando metodologia pactuada na comissão intergestores tripartite e aprova-
§ 3o do art. 5o e nos arts. 6o e 7o, devem ser considerados os recursos da pelo Conselho Nacional de Saúde, os montantes a serem transferidos a
decorrentes da dívida ativa, da multa e dos juros de mora provenientes dos cada Estado, ao Distrito Federal e a cada Município para custeio das ações
impostos e da sua respectiva dívida ativa. e serviços públicos de saúde.
Art. 11. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão § 2o Os recursos destinados a investimentos terão sua programa-
observar o disposto nas respectivas Constituições ou Leis Orgânicas sem- ção realizada anualmente e, em sua alocação, serão considerados priorita-
pre que os percentuais nelas estabelecidos forem superiores aos fixados riamente critérios que visem a reduzir as desigualdades na oferta de ações
nesta Lei Complementar para aplicação em ações e serviços públicos de e serviços públicos de saúde e garantir a integralidade da atenção à saúde.
saúde.
§ 3o O Poder Executivo, na forma estabelecida no inciso I do ca-
Seção II put do art. 9o da Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, manterá os
Do Repasse e Aplicação dos Recursos Mínimos Conselhos de Saúde e os Tribunais de Contas de cada ente da Federação
informados sobre o montante de recursos previsto para transferência da
Art. 12. Os recursos da União serão repassados ao Fundo Nacio- União para Estados, Distrito Federal e Municípios com base no Plano
nal de Saúde e às demais unidades orçamentárias que compõem o órgão Nacional de Saúde, no termo de compromisso de gestão firmado entre a
Ministério da Saúde, para ser aplicados em ações e serviços públicos de União, Estados e Municípios.
saúde.
Art. 18. Os recursos do Fundo Nacional de Saúde, destinados a
Art. 13. (VETADO). despesas com as ações e serviços públicos de saúde, de custeio e capital,
§ 1o (VETADO). a serem executados pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municí-
pios serão transferidos diretamente aos respectivos fundos de saúde, de
§ 2o Os recursos da União previstos nesta Lei Complementar se- forma regular e automática, dispensada a celebração de convênio ou outros
rão transferidos aos demais entes da Federação e movimentados, até a sua instrumentos jurídicos.
destinação final, em contas específicas mantidas em instituição financeira
oficial federal, observados os critérios e procedimentos definidos em ato Parágrafo único. Em situações específicas, os recursos federais
próprio do Chefe do Poder Executivo da União. poderão ser transferidos aos Fundos de Saúde por meio de transferência
voluntária realizada entre a União e os demais entes da Federação, adota-
§ 3o (VETADO). dos quaisquer dos meios formais previstos no inciso VI do art. 71 da Consti-
tuição Federal, observadas as normas de financiamento.
§ 4o A movimentação dos recursos repassados aos Fundos de
Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios deve realizar-se, Seção IV
exclusivamente, mediante cheque nominativo, ordem bancária, transferên-
cia eletrônica disponível ou outra modalidade de saque autorizada pelo Da Movimentação dos Recursos dos Estados
Banco Central do Brasil, em que fique identificada a sua destinação e, no Art. 19. O rateio dos recursos dos Estados transferidos aos Muni-
caso de pagamento, o credor. cípios para ações e serviços públicos de saúde será realizado segundo o
critério de necessidades de saúde da população e levará em consideração

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as dimensões epidemiológica, demográfica, socioeconômica e espacial e a II - as despesas empenhadas e não liquidadas, inscritas em Res-
capacidade de oferta de ações e de serviços de saúde, observada a neces- tos a Pagar até o limite das disponibilidades de caixa ao final do exercício,
sidade de reduzir as desigualdades regionais, nos termos do inciso II do § consolidadas no Fundo de Saúde.
3º do art. 198 da Constituição Federal.
§ 1o A disponibilidade de caixa vinculada aos Restos a Pagar,
§ 1oOs Planos Estaduais de Saúde deverão explicitar a metodo- considerados para fins do mínimo na forma do inciso II do caput e posteri-
logia de alocação dos recursos estaduais e a previsão anual de recursos ormente cancelados ou prescritos, deverá ser, necessariamente, aplicada
aos Municípios, pactuadas pelos gestores estaduais e municipais, em em ações e serviços públicos de saúde.
comissão intergestores bipartite, e aprovadas pelo Conselho Estadual de
Saúde. § 2o Na hipótese prevista no § 1o, a disponibilidade deverá ser
efetivamente aplicada em ações e serviços públicos de saúde até o término
§ 2o O Poder Executivo, na forma estabelecida no inciso II do ca- do exercício seguinte ao do cancelamento ou da prescrição dos respectivos
put do art. 9º da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, manterá o res- Restos a Pagar, mediante dotação específica para essa finalidade, sem
pectivo Conselho de Saúde e Tribunal de Contas informados sobre o mon- prejuízo do percentual mínimo a ser aplicado no exercício correspondente.
tante de recursos previsto para transferência do Estado para os Municípios
com base no Plano Estadual de Saúde. § 3o Nos Estados, no Distrito Federal e nos Municípios, serão
consideradas para fins de apuração dos percentuais mínimos fixados nesta
Art. 20. As transferências dos Estados para os Municípios desti- Lei Complementar as despesas incorridas no período referentes à amorti-
nadas a financiar ações e serviços públicos de saúde serão realizadas zação e aos respectivos encargos financeiros decorrentes de operações de
diretamente aos Fundos Municipais de Saúde, de forma regular e automáti- crédito contratadas a partir de 1o de janeiro de 2000, visando ao financia-
ca, em conformidade com os critérios de transferência aprovados pelo mento de ações e serviços públicos de saúde.
respectivo Conselho de Saúde.
§ 4o Não serão consideradas para fins de apuração dos mínimos
Parágrafo único. Em situações específicas, os recursos estaduais constitucionais definidos nesta Lei Complementar as ações e serviços
poderão ser repassados aos Fundos de Saúde por meio de transferência públicos de saúde referidos no art. 3o:
voluntária realizada entre o Estado e seus Municípios, adotados quaisquer
dos meios formais previstos no inciso VI do art. 71 da Constituição Federal, I - na União, nos Estados, no Distrito Federal e nos Municípios, re-
observadas as normas de financiamento. ferentes a despesas custeadas com receitas provenientes de operações de
crédito contratadas para essa finalidade ou quaisquer outros recursos não
Art. 21. Os Estados e os Municípios que estabelecerem consór- considerados na base de cálculo da receita, nos casos previstos nos arts.
cios ou outras formas legais de cooperativismo, para a execução conjunta 6o e 7o;
de ações e serviços de saúde e cumprimento da diretriz constitucional de
regionalização e hierarquização da rede de serviços, poderão remanejar II - (VETADO).
entre si parcelas dos recursos dos Fundos de Saúde derivadas tanto de Art. 25. Eventual diferença que implique o não atendimento, em
receitas próprias como de transferências obrigatórias, que serão adminis- determinado exercício, dos recursos mínimos previstos nesta Lei Comple-
tradas segundo modalidade gerencial pactuada pelos entes envolvidos. mentar deverá, observado o disposto no inciso II do parágrafo único do art.
Parágrafo único. A modalidade gerencial referida no caput deverá 160 da Constituição Federal, ser acrescida ao montante mínimo do exercí-
estar em consonância com os preceitos do Direito Administrativo Público, cio subsequente ao da apuração da diferença, sem prejuízo do montante
com os princípios inscritos na Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, na mínimo do exercício de referência e das sanções cabíveis.
Lei no 8.142, de 28 de dezembro de 1990, e na Lei no 11.107, de 6 de abril Parágrafo único. Compete ao Tribunal de Contas, no âmbito de
de 2005, e com as normas do SUS pactuadas na comissão intergestores suas atribuições, verificar a aplicação dos recursos mínimos em ações e
tripartite e aprovadas pelo Conselho Nacional de Saúde. serviços públicos de saúde de cada ente da Federação sob sua jurisdição,
Seção V sem prejuízo do disposto no art. 39 e observadas as normas estatuídas
nesta Lei Complementar.
Disposições Gerais
Art. 26. Para fins de efetivação do disposto no inciso II do parágra-
Art. 22. É vedada a exigência de restrição à entrega dos recursos fo único do art. 160 da Constituição Federal, o condicionamento da entrega
referidos no inciso II do § 3º do art. 198 da Constituição Federal na modali- de recursos poderá ser feito mediante exigência da comprovação de aplica-
dade regular e automática prevista nesta Lei Complementar, os quais são ção adicional do percentual mínimo que deixou de ser aplicado em ações e
considerados transferência obrigatória destinada ao custeio de ações e serviços públicos de saúde no exercício imediatamente anterior, apurado e
serviços públicos de saúde no âmbito do SUS, sobre a qual não se aplicam divulgado segundo as normas estatuídas nesta Lei Complementar, depois
as vedações do inciso X do art. 167 da Constituição Federal e do art. 25 da de expirado o prazo para publicação dos demonstrativos do encerramento
Lei Complementar no 101, de 4 de maio de 2000. do exercício previstos no art. 52 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio
de 2000.
Parágrafo único. A vedação prevista no caput não impede a União
e os Estados de condicionarem a entrega dos recursos: § 1o No caso de descumprimento dos percentuais mínimos pelos
Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios, verificado a partir da
I - à instituição e ao funcionamento do Fundo e do Conselho de fiscalização dos Tribunais de Contas ou das informações declaradas e
Saúde no âmbito do ente da Federação; e homologadas na forma do sistema eletrônico instituído nesta Lei Comple-
II - à elaboração do Plano de Saúde. mentar, a União e os Estados poderão restringir, a título de medida prelimi-
nar, o repasse dos recursos referidos nos incisos II e III do § 2º do art. 198
Art. 23. Para a fixação inicial dos valores correspondentes aos re- da Constituição Federal ao emprego em ações e serviços públicos de
cursos mínimos estabelecidos nesta Lei Complementar, será considerada a saúde, até o montante correspondente à parcela do mínimo que deixou de
receita estimada na lei do orçamento anual, ajustada, quando for o caso, ser aplicada em exercícios anteriores, mediante depósito direto na conta
por lei que autorizar a abertura de créditos adicionais. corrente vinculada ao Fundo de Saúde, sem prejuízo do condicionamento
Parágrafo único. As diferenças entre a receita e a despesa previs- da entrega dos recursos à comprovação prevista no inciso II do parágrafo
tas e as efetivamente realizadas que resultem no não atendimento dos único do art. 160 da Constituição Federal.
percentuais mínimos obrigatórios serão apuradas e corrigidas a cada § 2o Os Poderes Executivos da União e de cada Estado editarão,
quadrimestre do exercício financeiro. no prazo de 90 (noventa) dias a partir da vigência desta Lei Complementar,
Art. 24. Para efeito de cálculo dos recursos mínimos a que se refe- atos próprios estabelecendo os procedimentos de suspensão e restabele-
re esta Lei Complementar, serão consideradas: cimento das transferências constitucionais de que trata o § 1o, a serem
adotados caso os recursos repassados diretamente à conta do Fundo de
I - as despesas liquidadas e pagas no exercício; e Saúde não sejam efetivamente aplicados no prazo fixado por cada ente, o
qual não poderá exceder a 12 (doze) meses contados a partir da data em
que ocorrer o referido repasse.

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§ 3o Os efeitos das medidas restritivas previstas neste artigo se- da área da saúde, para consulta e apreciação dos cidadãos e de institui-
rão suspensos imediatamente após a comprovação por parte do ente da ções da sociedade, com ênfase no que se refere a:
Federação beneficiário da aplicação adicional do montante referente ao
percentual que deixou de ser aplicado, observadas as normas estatuídas I - comprovação do cumprimento do disposto nesta Lei Comple-
nesta Lei Complementar, sem prejuízo do percentual mínimo a ser aplicado mentar;
no exercício corrente. II - Relatório de Gestão do SUS;
§ 4oA medida prevista no caput será restabelecida se houver in- III - avaliação do Conselho de Saúde sobre a gestão do SUS no
terrupção do cumprimento do disposto neste artigo ou se for constatado âmbito do respectivo ente da Federação.
erro ou fraude, sem prejuízo das sanções cabíveis ao agente que agir,
induzir ou concorrer, direta ou indiretamente, para a prática do ato fraudu- Parágrafo único. A transparência e a visibilidade serão assegura-
lento. das mediante incentivo à participação popular e realização de audiências
públicas, durante o processo de elaboração e discussão do plano de saú-
§ 5o Na hipótese de descumprimento dos percentuais mínimos de de.
saúde por parte dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, as
transferências voluntárias da União e dos Estados poderão ser restabeleci- Seção II
das desde que o ente beneficiário comprove o cumprimento das disposi- Da Escrituração e Consolidação das Contas da Saúde
ções estatuídas neste artigo, sem prejuízo das exigências, restrições e
sanções previstas na legislação vigente. Art. 32. Os órgãos de saúde da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios manterão registro contábil relativo às despesas
Art. 27. Quando os órgãos de controle interno do ente beneficiário, efetuadas com ações e serviços públicos de saúde.
do ente transferidor ou o Ministério da Saúde detectarem que os recursos
previstos no inciso II do § 3º do art. 198 da Constituição Federal estão Parágrafo único. As normas gerais para fins do registro de que tra-
sendo utilizados em ações e serviços diversos dos previstos no art. 3o ta o caput serão editadas pelo órgão central de contabilidade da União,
desta Lei Complementar, ou em objeto de saúde diverso do originalmente observada a necessidade de segregação das informações, com vistas a dar
pactuado, darão ciência ao Tribunal de Contas e ao Ministério Público cumprimento às disposições desta Lei Complementar.
competentes, de acordo com a origem do recurso, com vistas:
Art. 33. O gestor de saúde promoverá a consolidação das contas
I - à adoção das providências legais, no sentido de determinar a referentes às despesas com ações e serviços públicos de saúde executa-
imediata devolução dos referidos recursos ao Fundo de Saúde do ente da das por órgãos e entidades da administração direta e indireta do respectivo
Federação beneficiário, devidamente atualizados por índice oficial adotado ente da Federação.
pelo ente transferidor, visando ao cumprimento do objetivo do repasse;
Seção III
II - à responsabilização nas esferas competentes.
Da Prestação de Contas
Art. 28. São vedadas a limitação de empenho e a movimentação
Art. 34. A prestação de contas prevista no art. 37 conterá demons-
financeira que comprometam a aplicação dos recursos mínimos de que
trativo das despesas com saúde integrante do Relatório Resumido da
tratam os arts. 5o a 7o.
Execução Orçamentária, a fim de subsidiar a emissão do parecer prévio de
Art. 29. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municí- que trata o art. 56 da Lei Complementar no 101, de 4 de maio de 2000.
pios excluir da base de cálculo das receitas de que trata esta Lei Comple-
Art. 35. As receitas correntes e as despesas com ações e serviços
mentar quaisquer parcelas de impostos ou transferências constitucionais
públicos de saúde serão apuradas e publicadas nos balanços do Poder
vinculadas a fundos ou despesas, por ocasião da apuração do percentual
Executivo, assim como em demonstrativo próprio que acompanhará o
ou montante mínimo a ser aplicado em ações e serviços públicos de saú-
relatório de que trata o § 3o do art. 165 da Constituição Federal.
de.
Art. 36. O gestor do SUS em cada ente da Federação elaborará
Art. 30. Os planos plurianuais, as leis de diretrizes orçamentárias,
Relatório detalhado referente ao quadrimestre anterior, o qual conterá, no
as leis orçamentárias e os planos de aplicação dos recursos dos fundos de
mínimo, as seguintes informações:
saúde da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios serão
elaborados de modo a dar cumprimento ao disposto nesta Lei Complemen- I - montante e fonte dos recursos aplicados no período;
tar.
II - auditorias realizadas ou em fase de execução no período e su-
§ 1o O processo de planejamento e orçamento será ascendente e as recomendações e determinações;
deverá partir das necessidades de saúde da população em cada região,
com base no perfil epidemiológico, demográfico e socioeconômico, para III - oferta e produção de serviços públicos na rede assistencial
definir as metas anuais de atenção integral à saúde e estimar os respecti- própria, contratada e conveniada, cotejando esses dados com os indicado-
vos custos. res de saúde da população em seu âmbito de atuação.

§ 2o Os planos e metas regionais resultantes das pactuações in- § 1o A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deve-
termunicipais constituirão a base para os planos e metas estaduais, que rão comprovar a observância do disposto neste artigo mediante o envio de
promoverão a equidade interregional. Relatório de Gestão ao respectivo Conselho de Saúde, até o dia 30 de
março do ano seguinte ao da execução financeira, cabendo ao Conselho
§ 3o Os planos e metas estaduais constituirão a base para o plano emitir parecer conclusivo sobre o cumprimento ou não das normas estatuí-
e metas nacionais, que promoverão a equidade interestadual. das nesta Lei Complementar, ao qual será dada ampla divulgação, inclusive
em meios eletrônicos de acesso público, sem prejuízo do disposto nos arts.
§ 4o Caberá aos Conselhos de Saúde deliberar sobre as diretrizes
56 e 57 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000.
para o estabelecimento de prioridades.
§ 2o Os entes da Federação deverão encaminhar a programação
CAPÍTULO IV
anual do Plano de Saúde ao respectivo Conselho de Saúde, para aprova-
DA TRANSPARÊNCIA, VISIBILIDADE, FISCALIZAÇÃO, AVALIAÇÃO
AVALIAÇÃO E ção antes da data de encaminhamento da lei de diretrizes orçamentárias do
CONTROLE exercício correspondente, à qual será dada ampla divulgação, inclusive em
meios eletrônicos de acesso público.
Seção I
§ 3o Anualmente, os entes da Federação atualizarão o cadastro
Da Transparência e Visibilidade da Gestão da Saúde no Sistema de que trata o art. 39 desta Lei Complementar, com menção às
Art. 31. Os órgãos gestores de saúde da União, dos Estados, do exigências deste artigo, além de indicar a data de aprovação do Relatório
Distrito Federal e dos Municípios darão ampla divulgação, inclusive em de Gestão pelo respectivo Conselho de Saúde.
meios eletrônicos de acesso público, das prestações de contas periódicas

Técnico de Enfermagem 19 A Opção Certa Para a Sua Realização


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§ 4o O Relatório de que trata o caput será elaborado de acordo § 2o Atribui-se ao gestor de saúde declarante dos dados contidos
com modelo padronizado aprovado pelo Conselho Nacional de Saúde, no sistema especificado no caput a responsabilidade pelo registro dos
devendo-se adotar modelo simplificado para Municípios com população dados no Siops nos prazos definidos, assim como pela fidedignidade dos
inferior a 50.000 (cinquenta mil habitantes). dados homologados, aos quais se conferirá fé pública para todos os fins
previstos nesta Lei Complementar e na legislação concernente.
§ 5o O gestor do SUS apresentará, até o final dos meses de maio,
setembro e fevereiro, em audiência pública na Casa Legislativa do respecti- § 3o O Ministério da Saúde estabelecerá as diretrizes para o fun-
vo ente da Federação, o Relatório de que trata o caput. cionamento do sistema informatizado, bem como os prazos para o registro
e homologação das informações no Siops, conforme pactuado entre os
Seção IV gestores do SUS, observado o disposto no art. 52 da Lei Complementar nº
Da Fiscalização da
da Gestão da Saúde 101, de 4 de maio de 2000.
Art. 37. Os órgãos fiscalizadores examinarão, prioritariamente, na § 4o Os resultados do monitoramento e avaliação previstos neste
prestação de contas de recursos públicos prevista no art. 56 da Lei Com- artigo serão apresentados de forma objetiva, inclusive por meio de indica-
plementar nº 101, de 4 de maio de 2000, o cumprimento do disposto no art. dores, e integrarão o Relatório de Gestão de cada ente federado, conforme
198 da Constituição Federal e nesta Lei Complementar. previsto no art. 4o da Lei no 8.142, de 28 de dezembro de 1990.

Art. 38. O Poder Legislativo, diretamente ou com o auxílio dos Tri- § 5o O Ministério da Saúde, sempre que verificar o descumprimen-
bunais de Contas, do sistema de auditoria do SUS, do órgão de controle to das disposições previstas nesta Lei Complementar, dará ciência à dire-
interno e do Conselho de Saúde de cada ente da Federação, sem prejuízo ção local do SUS e ao respectivo Conselho de Saúde, bem como aos
do que dispõe esta Lei Complementar, fiscalizará o cumprimento das órgãos de auditoria do SUS, ao Ministério Público e aos órgãos de controle
normas desta Lei Complementar, com ênfase no que diz respeito: interno e externo do respectivo ente da Federação, observada a origem do
recurso para a adoção das medidas cabíveis.
I - à elaboração e execução do Plano de Saúde Plurianual;
§ 6o O descumprimento do disposto neste artigo implicará a sus-
II - ao cumprimento das metas para a saúde estabelecidas na lei pensão das transferências voluntárias entre os entes da Federação, obser-
de diretrizes orçamentárias; vadas as normas estatuídas no art. 25 da Lei Complementar nº 101, de 4
III - à aplicação dos recursos mínimos em ações e serviços públi- de maio de 2000.
cos de saúde, observadas as regras previstas nesta Lei Complementar; Art. 40. Os Poderes Executivos da União, dos Estados, do Distrito
IV - às transferências dos recursos aos Fundos de Saúde; Federal e dos Municípios disponibilizarão, aos respectivos Tribunais de
Contas, informações sobre o cumprimento desta Lei Complementar, com a
V - à aplicação dos recursos vinculados ao SUS; finalidade de subsidiar as ações de controle e fiscalização.
VI - à destinação dos recursos obtidos com a alienação de ativos Parágrafo único. Constatadas divergências entre os dados dispo-
adquiridos com recursos vinculados à saúde. nibilizados pelo Poder Executivo e os obtidos pelos Tribunais de Contas em
seus procedimentos de fiscalização, será dado ciência ao Poder Executivo
Art. 39. Sem prejuízo das atribuições próprias do Poder Legislativo
e à direção local do SUS, para que sejam adotadas as medidas cabíveis,
e do Tribunal de Contas de cada ente da Federação, o Ministério da Saúde
sem prejuízo das sanções previstas em lei.
manterá sistema de registro eletrônico centralizado das informações de
saúde referentes aos orçamentos públicos da União, dos Estados, do Art. 41. Os Conselhos de Saúde, no âmbito de suas atribuições,
Distrito Federal e dos Municípios, incluída sua execução, garantido o aces- avaliarão a cada quadrimestre o relatório consolidado do resultado da
so público às informações. execução orçamentária e financeira no âmbito da saúde e o relatório do
gestor da saúde sobre a repercussão da execução desta Lei Complementar
§ 1o O Sistema de Informação sobre Orçamento Público em Saú-
nas condições de saúde e na qualidade dos serviços de saúde das popula-
de (Siops), ou outro sistema que venha a substituí-lo, será desenvolvido
ções respectivas e encaminhará ao Chefe do Poder Executivo do respecti-
com observância dos seguintes requisitos mínimos, além de outros estabe-
vo ente da Federação as indicações para que sejam adotadas as medidas
lecidos pelo Ministério da Saúde mediante regulamento:
corretivas necessárias.
I - obrigatoriedade de registro e atualização permanente dos dados
Art. 42. Os órgãos do sistema de auditoria, controle e avaliação do
pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios;
SUS, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí-
II - processos informatizados de declaração, armazenamento e ex- pios, deverão verificar, pelo sistema de amostragem, o cumprimento do
portação dos dados; disposto nesta Lei Complementar, além de verificar a veracidade das
informações constantes do Relatório de Gestão, com ênfase na verificação
III - disponibilização do programa de declaração aos gestores do presencial dos resultados alcançados no relatório de saúde, sem prejuízo
SUS no âmbito de cada ente da Federação, preferencialmente em meio do acompanhamento pelos órgãos de controle externo e pelo Ministério
eletrônico de acesso público; Público com jurisdição no território do ente da Federação.
IV - realização de cálculo automático dos recursos mínimos aplica- CAPÍTULO V
dos em ações e serviços públicos de saúde previstos nesta Lei Comple-
mentar, que deve constituir fonte de informação para elaboração dos de- DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
monstrativos contábeis e extracontábeis;
Art. 43. A União prestará cooperação técnica e financeira aos Es-
V - previsão de módulo específico de controle externo, para regis- tados, ao Distrito Federal e aos Municípios para a implementação do dis-
tro, por parte do Tribunal de Contas com jurisdição no território de cada posto no art. 20 e para a modernização dos respectivos Fundos de Saúde,
ente da Federação, das informações sobre a aplicação dos recursos em com vistas ao cumprimento das normas desta Lei Complementar.
ações e serviços públicos de saúde consideradas para fins de emissão do
§ 1o A cooperação técnica consiste na implementação de proces-
parecer prévio divulgado nos termos dos arts. 48 e 56 da Lei Complementar
sos de educação na saúde e na transferência de tecnologia visando à
no 101, de 4 de maio de 2000, sem prejuízo das informações declaradas e
operacionalização do sistema eletrônico de que trata o art. 39, bem como
homologadas pelos gestores do SUS;
na formulação e disponibilização de indicadores para a avaliação da quali-
VI - integração, mediante processamento automático, das informa- dade das ações e serviços públicos de saúde, que deverão ser submetidos
ções do Siops ao sistema eletrônico centralizado de controle das transfe- à apreciação dos respectivos Conselhos de Saúde.
rências da União aos demais entes da Federação mantido pelo Ministério
§ 2o A cooperação financeira consiste na entrega de bens ou valo-
da Fazenda, para fins de controle das disposições do inciso II do parágrafo
res e no financiamento por intermédio de instituições financeiras federais.
único do art. 160 da Constituição Federal e do art. 25 da Lei Complementar
nº 101, de 4 de maio de 2000. Art. 44. No âmbito de cada ente da Federação, o gestor do SUS
disponibilizará ao Conselho de Saúde, com prioridade para os representan-

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tes dos usuários e dos trabalhadores da saúde, programa permanente de VII - Serviços Especiais de Acesso Aberto - serviços de saúde específi-
educação na saúde para qualificar sua atuação na formulação de estraté- cos para o atendimento da pessoa que, em razão de agravo ou de situação
gias e assegurar efetivo controle social da execução da política de saúde, laboral, necessita de atendimento especial; e
em conformidade com o § 2º do art. 1º da Lei nº 8.142, de 28 de dezembro
de 1990. VIII - Protocolo Clínico e Diretriz Terapêutica - documento que es-
tabelece: critérios para o diagnóstico da doença ou do agravo à saúde; o
Art. 45. (VETADO). tratamento preconizado, com os medicamentos e demais produtos apropri-
ados, quando couber; as posologias recomendadas; os mecanismos de
Art. 46. As infrações dos dispositivos desta Lei Complementar se- controle clínico; e o acompanhamento e a verificação dos resultados tera-
rão punidas segundo o Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 pêuticos, a serem seguidos pelos gestores do SUS.
(Código Penal), a Lei no 1.079, de 10 de abril de 1950, o Decreto-Lei no
201, de 27 de fevereiro de 1967, a Lei no 8.429, de 2 de junho de 1992, e CAPÍTULO II
demais normas da legislação pertinente.
DA ORGANIZAÇÃO DO SUS
Art. 47. Revogam-se o § 1o do art. 35 da Lei no 8.080, de 19 de
setembro de 1990, e o art. 12 da Lei no 8.689, de 27 de julho de 1993. Art. 3o O SUS é constituído pela conjugação das ações e serviços
de promoção, proteção e recuperação da saúde executados pelos entes
Art. 48. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua pu- federativos, de forma direta ou indireta, mediante a participação comple-
blicação. mentar da iniciativa privada, sendo organizado de forma regionalizada e
hierarquizada.
Brasília, 13 de janeiro de 2012; 191o da Independência e 124o da
República. Seção I
DECRETO Nº 7.508, DE 28 DE JUNHO DE 2011. Das Regiões de Saúde
Regulamenta a Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, para dispor sobre Art. 4o As Regiões de Saúde serão instituídas pelo Estado, em ar-
a organização do Sistema Único de Saúde - SUS, o planejamento da ticulação com os Municípios, respeitadas as diretrizes gerais pactuadas na
saúde, a assistência à saúde e a articulação interfederativa, e dá outras Comissão Intergestores Tripartite - CIT a que se refere o inciso I do art. 30.
providências.
§ 1o Poderão ser instituídas Regiões de Saúde interestaduais,
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA,
REPÚBLICA no uso da atribuição que lhe compostas por Municípios limítrofes, por ato conjunto dos respectivos
confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto na Estados em articulação com os Municípios.
Lei no 8.080, 19 de setembro de 1990,
§ 2o A instituição de Regiões de Saúde situadas em áreas de fron-
DECRETA: teira com outros países deverá respeitar as normas que regem as relações
internacionais.
CAPÍTULO I
Art. 5o Para ser instituída, a Região de Saúde deve conter, no mí-
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES nimo, ações e serviços de:
Art. 1o Este Decreto regulamenta a Lei no 8.080, de 19 de setem- I - atenção primária;
bro de 1990, para dispor sobre a organização do Sistema Único de Saúde -
SUS, o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação II - urgência e emergência;
interfederativa.
III - atenção psicossocial;
Art. 2o Para efeito deste Decreto, considera-se:
IV - atenção ambulatorial especializada e hospitalar; e
I - Região de Saúde - espaço geográfico contínuo constituído por
agrupamentos de Municípios limítrofes, delimitado a partir de identidades V - vigilância em saúde.
culturais, econômicas e sociais e de redes de comunicação e infraestrutura Parágrafo único. A instituição das Regiões de Saúde observará
de transportes compartilhados, com a finalidade de integrar a organização, cronograma pactuado nas Comissões Intergestores.
o planejamento e a execução de ações e serviços de saúde;
Art. 6o As Regiões de Saúde serão referência para as transferên-
II - Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde - acordo de cias de recursos entre os entes federativos.
colaboração firmado entre entes federativos com a finalidade de organizar e
integrar as ações e serviços de saúde na rede regionalizada e hierarquiza- Art. 7o As Redes de Atenção à Saúde estarão compreendidas no
da, com definição de responsabilidades, indicadores e metas de saúde, cri- âmbito de uma Região de Saúde, ou de várias delas, em consonância com
térios de avaliação de desempenho, recursos financeiros que serão dispo- diretrizes pactuadas nas Comissões Intergestores.
nibilizados, forma de controle e fiscalização de sua execução e demais ele- Parágrafo único. Os entes federativos definirão os seguintes
mentos necessários à implementação integrada das ações e serviços de elementos em relação às Regiões de Saúde:
saúde;
I - seus limites geográficos;
III - Portas de Entrada - serviços de atendimento inicial à saúde do
usuário no SUS; II - população usuária das ações e serviços;
IV - Comissões Intergestores - instâncias de pactuação con- III - rol de ações e serviços que serão ofertados; e
sensual entre os entes federativos para definição das regras da gestão
IV - respectivas responsabilidades, critérios de acessibilidade e
compartilhada do SUS;
escala para conformação dos serviços.
V - Mapa da Saúde - descrição geográfica da distribuição de
Seção II
recursos humanos e de ações e serviços de saúde ofertados pelo SUS
e pela iniciativa privada, considerando-se a capacidade instalada exis- Da Hierarquização
tente, os investimentos e o desempenho aferido a partir dos indicado-
res de saúde do sistema; Art. 8o O acesso universal, igualitário e ordenado às ações e ser-
viços de saúde se inicia pelas Portas de Entrada do SUS e se completa na
VI - Rede de Atenção à Saúde - conjunto de ações e serviços rede regionalizada e hierarquizada, de acordo com a complexidade do
de saúde articulados em níveis de complexidade crescente, com a fina- serviço.
lidade de garantir a integralidade da assistência à saúde;
Art. 9o São Portas de Entrada às ações e aos serviços de saúde nas
Redes de Atenção à Saúde os serviços:
I - de atenção primária;

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II - de atenção de urgência e emergência; Art. 18. O planejamento da saúde em âmbito estadual deve ser
realizado de maneira regionalizada, a partir das necessidades dos Municí-
III - de atenção psicossocial; e pios, considerando o estabelecimento de metas de saúde.
IV - especiais de acesso aberto. Art. 19. Compete à Comissão Intergestores Bipartite - CIB de que
Parágrafo único. Mediante justificativa técnica e de acordo com o trata o inciso II do art. 30 pactuar as etapas do processo e os prazos do
pactuado nas Comissões Intergestores, os entes federativos poderão criar planejamento municipal em consonância com os planejamentos estadual e
novas Portas de Entrada às ações e serviços de saúde, considerando as nacional.
características da Região de Saúde. CAPÍTULO IV
Art. 10. Os serviços de atenção hospitalar e os ambulatoriais especiali- DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE
zados, entre outros de maior complexidade e densidade tecnológica, serão
referenciados pelas Portas de Entrada de que trata o art. 9o. Art. 20. A integralidade da assistência à saúde se inicia e se
completa na Rede de Atenção à Saúde, mediante referenciamento do
Art. 11. O acesso universal e igualitário às ações e aos serviços usuário na rede regional e interestadual, conforme pactuado nas Comis-
de saúde será ordenado pela atenção primária e deve ser fundado na sões Intergestores.
avaliação da gravidade do risco individual e coletivo e no critério cronológi-
co, observadas as especificidades previstas para pessoas com proteção Seção I
especial, conforme legislação vigente.
Da Relação Nacional de Ações e Serviços de Saúde - RENASES
Parágrafo único. A população indígena contará com regramentos
diferenciados de acesso, compatíveis com suas especificidades e com a Art. 21. A Relação Nacional de Ações e Serviços de Saúde -
necessidade de assistência integral à sua saúde, de acordo com disposi- RENASES compreende todas as ações e serviços que o SUS oferece ao
ções do Ministério da Saúde. usuário para atendimento da integralidade da assistência à saúde.

Art. 12. Ao usuário será assegurada a continuidade do cuidado Art. 22. O Ministério da Saúde disporá sobre a RENASES em
em saúde, em todas as suas modalidades, nos serviços, hospitais e em ou- âmbito nacional, observadas as diretrizes pactuadas pela CIT.
tras unidades integrantes da rede de atenção da respectiva região. Parágrafo único. A cada dois anos, o Ministério da Saúde consoli-
Parágrafo único. As Comissões Intergestores pactuarão as regras dará e publicará as atualizações da RENASES.
de continuidade do acesso às ações e aos serviços de saúde na respectiva Art. 23. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
área de atuação. pactuarão nas respectivas Comissões Intergestores as suas responsabili-
Art. 13. Para assegurar ao usuário o acesso universal, iguali- dades em relação ao rol de ações e serviços constantes da RENASES.
tário e ordenado às ações e serviços de saúde do SUS, caberá aos en- Art. 24. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão
tes federativos, além de outras atribuições que venham a ser pactua- adotar relações específicas e complementares de ações e serviços de
das pelas Comissões Intergestores: saúde, em consonância com a RENASES, respeitadas as responsabilida-
I - garantir a transparência, a integralidade e a equidade no acesso des dos entes pelo seu financiamento, de acordo com o pactuado nas
às ações e aos serviços de saúde; Comissões Intergestores.

II - orientar e ordenar os fluxos das ações e dos serviços de saúde; Seção II

III - monitorar o acesso às ações e aos serviços de saúde; e Da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais - RENAME

IV - ofertar regionalmente as ações e os serviços de saúde. Art. 25. A Relação Nacional de Medicamentos Essenciais -
RENAME compreende a seleção e a padronização de medicamentos
Art. 14. O Ministério da Saúde disporá sobre critérios, diretrizes, indicados para atendimento de doenças ou de agravos no âmbito do
procedimentos e demais medidas que auxiliem os entes federativos no SUS.
cumprimento das atribuições previstas no art. 13.
Parágrafo único. A RENAME será acompanhada do Formulá-
CAPÍTULO III rio Terapêutico Nacional - FTN que subsidiará a prescrição, a dispen-
sação e o uso dos seus medicamentos.
DO PLANEJAMENTO DA SAÚDE
Art. 26. O Ministério da Saúde é o órgão competente para
Art. 15. O processo de planejamento da saúde será ascen- dispor sobre a RENAME e os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêu-
dente e integrado, do nível local até o federal, ouvidos os respectivos ticas em âmbito nacional, observadas as diretrizes pactuadas pela
Conselhos de Saúde, compatibilizando-se as necessidades das políti- CIT.
cas de saúde com a disponibilidade de recursos financeiros.
Parágrafo único. A cada dois anos, o Ministério da Saúde consoli-
§ 1o O planejamento da saúde é obrigatório para os entes públi- dará e publicará as atualizações da RENAME, do respectivo FTN e dos
cos e será indutor de políticas para a iniciativa privada. Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas.
§ 2o A compatibilização de que trata o caput será efetuada no âm- Art. 27. O Estado, o Distrito Federal e o Município poderão adotar
bito dos planos de saúde, os quais serão resultado do planejamento inte- relações específicas e complementares de medicamentos, em consonância
grado dos entes federativos, e deverão conter metas de saúde. com a RENAME, respeitadas as responsabilidades dos entes pelo financi-
§ 3o O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as diretrizes a amento de medicamentos, de acordo com o pactuado nas Comissões
serem observadas na elaboração dos planos de saúde, de acordo com as Intergestores.
características epidemiológicas e da organização de serviços nos entes Art. 28. O acesso universal e igualitário à assistência farmacêutica
federativos e nas Regiões de Saúde. pressupõe, cumulativamente:
Art. 16. No planejamento devem ser considerados os serviços e I - estar o usuário assistido por ações e serviços de saúde do SUS;
as ações prestados pela iniciativa privada, de forma complementar ou não
ao SUS, os quais deverão compor os Mapas da Saúde regional, estadual e II - ter o medicamento sido prescrito por profissional de saúde, no
nacional. exercício regular de suas funções no SUS;
Art. 17. O Mapa da Saúde será utilizado na identificação das ne- III - estar a prescrição em conformidade com a RENAME e os Pro-
cessidades de saúde e orientará o planejamento integrado dos entes fede- tocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas ou com a relação específica
rativos, contribuindo para o estabelecimento de metas de saúde. complementar estadual, distrital ou municipal de medicamentos; e

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IV - ter a dispensação ocorrido em unidades indicadas pela di- Art. 33. O acordo de colaboração entre os entes federativos para
reção do SUS. a organização da rede interfederativa de atenção à saúde será firmado por
meio de Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde.
§ 1o Os entes federativos poderão ampliar o acesso do usuário à
assistência farmacêutica, desde que questões de saúde pública o justifi- Art. 34. O objeto do Contrato Organizativo de Ação Pública da Sa-
quem. úde é a organização e a integração das ações e dos serviços de saúde, sob
a responsabilidade dos entes federativos em uma Região de Saúde, com a
§ 2o O Ministério da Saúde poderá estabelecer regras diferencia- finalidade de garantir a integralidade da assistência aos usuários.
das de acesso a medicamentos de caráter especializado.
Parágrafo único. O Contrato Organizativo de Ação Pública da Sa-
Art. 29. A RENAME e a relação específica complementar estadu- úde resultará da integração dos planos de saúde dos entes federativos na
al, distrital ou municipal de medicamentos somente poderão conter produ- Rede de Atenção à Saúde, tendo como fundamento as pactuações estabe-
tos com registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA. lecidas pela CIT.
CAPÍTULO V Art. 35. O Contrato Organizativo de Ação Pública da Saúde defini-
DA ARTICULAÇÃO INTERFEDERATIVA rá as responsabilidades individuais e solidárias dos entes federativos com
relação às ações e serviços de saúde, os indicadores e as metas de saúde,
Seção I os critérios de avaliação de desempenho, os recursos financeiros que serão
Das Comissões Intergestores disponibilizados, a forma de controle e fiscalização da sua execução e
demais elementos necessários à implementação integrada das ações e
Art. 30. As Comissões Intergestores pactuarão a organização serviços de saúde.
e o funcionamento das ações e serviços de saúde integrados em redes
de atenção à saúde, sendo: § 1o O Ministério da Saúde definirá indicadores nacionais de garantia
de acesso às ações e aos serviços de saúde no âmbito do SUS, a partir de
I - a CIT, no âmbito da União, vinculada ao Ministério da Saúde pa- diretrizes estabelecidas pelo Plano Nacional de Saúde.
ra efeitos administrativos e operacionais;
§ 2o O desempenho aferido a partir dos indicadores nacionais de
II - a CIB, no âmbito do Estado, vinculada à Secretaria Estadual de garantia de acesso servirá como parâmetro para avaliação do desempenho
Saúde para efeitos administrativos e operacionais; e da prestação das ações e dos serviços definidos no Contrato Organizativo
de Ação Pública de Saúde em todas as Regiões de Saúde, considerando-
III - a Comissão Intergestores Regional - CIR, no âmbito regional,
se as especificidades municipais, regionais e estaduais.
vinculada à Secretaria Estadual de Saúde para efeitos administrativos e
operacionais, devendo observar as diretrizes da CIB. Art. 36. O Contrato Organizativo da Ação Pública de Saúde conte-
rá as seguintes disposições essenciais:
Art. 31. Nas Comissões Intergestores, os gestores públicos de
saúde poderão ser representados pelo Conselho Nacional de Secretá- I - identificação das necessidades de saúde locais e regionais;
rios de Saúde - CONASS, pelo Conselho Nacional de Secretarias Mu-
nicipais de Saúde - CONASEMS e pelo Conselho Estadual de Secreta- II - oferta de ações e serviços de vigilância em saúde, promo-
rias Municipais de Saúde - COSEMS. ção, proteção e recuperação da saúde em âmbito regional e inter-
regional;
Art. 32. As Comissões Intergestores pactuarão:
III - responsabilidades assumidas pelos entes federativos perante
I - aspectos operacionais, financeiros e administrativos da ges- a população no processo de regionalização, as quais serão estabelecidas
tão compartilhada do SUS, de acordo com a definição da política de de forma individualizada, de acordo com o perfil, a organização e a capaci-
saúde dos entes federativos, consubstanciada nos seus planos de sa- dade de prestação das ações e dos serviços de cada ente federativo da
úde, aprovados pelos respectivos conselhos de saúde; Região de Saúde;
II - diretrizes gerais sobre Regiões de Saúde, integração de limites IV - indicadores e metas de saúde;
geográficos, referência e contrarreferência e demais aspectos vinculados à
integração das ações e serviços de saúde entre os entes federativos; V - estratégias para a melhoria das ações e serviços de saúde;

III - diretrizes de âmbito nacional, estadual, regional e interestadu- VI - critérios de avaliação dos resultados e forma de monitoramen-
al, a respeito da organização das redes de atenção à saúde, principalmente to permanente;
no tocante à gestão institucional e à integração das ações e serviços dos VII - adequação das ações e dos serviços dos entes federativos
entes federativos; em relação às atualizações realizadas na RENASES;
IV - responsabilidades dos entes federativos na Rede de Atenção VIII - investimentos na rede de serviços e as respectivas respon-
à Saúde, de acordo com o seu porte demográfico e seu desenvolvimento sabilidades; e
econômico-financeiro, estabelecendo as responsabilidades individuais e as
solidárias; e IX - recursos financeiros que serão disponibilizados por cada um
dos partícipes para sua execução.
V - referências das regiões intraestaduais e interestaduais de
atenção à saúde para o atendimento da integralidade da assistência. Parágrafo único. O Ministério da Saúde poderá instituir formas de
incentivo ao cumprimento das metas de saúde e à melhoria das ações e
Parágrafo único. Serão de competência exclusiva da CIT a pactu- serviços de saúde.
ação:
Art. 37. O Contrato Organizativo de Ação Pública de Saúde obser-
I - das diretrizes gerais para a composição da RENASES; vará as seguintes diretrizes básicas para fins de garantia da gestão partici-
II - dos critérios para o planejamento integrado das ações e servi- pativa:
ços de saúde da Região de Saúde, em razão do compartilhamento da I - estabelecimento de estratégias que incorporem a avaliação
gestão; e do usuário das ações e dos serviços, como ferramenta de sua melhori-
III - das diretrizes nacionais, do financiamento e das questões ope- a;
racionais das Regiões de Saúde situadas em fronteiras com outros países, II - apuração permanente das necessidades e interesses do usuá-
respeitadas, em todos os casos, as normas que regem as relações interna- rio; e
cionais.
III - publicidade dos direitos e deveres do usuário na saúde em
Seção II todas as unidades de saúde do SUS, inclusive nas unidades privadas
Do Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde que dele participem de forma complementar.

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Art. 38. A humanização do atendimento do usuário será fator de- regulamentadas como especialidades por suas categorias profissionais de
terminante para o estabelecimento das metas de saúde previstas no Con- origem. Contudo mesmo essas recentes aplicações ou especializações
trato Organizativo de Ação Pública de Saúde. profissionais possuem certa especificidade e ética e necessitam dessa
categorização para constar e orientar os Planos de Cargos e Salários e
Art. 39. As normas de elaboração e fluxos do Contrato Orga- organização dos setores de Recursos Humanos da Saúde.
nizativo de Ação Pública de Saúde serão pactuados pelo CIT, cabendo
à Secretaria de Saúde Estadual coordenar a sua implementação. Especialidades médicas
Art. 40. O Sistema Nacional de Auditoria e Avaliação do SUS, por De acordo como Starfield a ênfase na especialização foi uma
meio de serviço especializado, fará o controle e a fiscalização do Contrato característica do Séc. XX. A oftalmologia foi a primeira especialidade
Organizativo de Ação Pública da Saúde. médica a ser formalmente organizada seguida por muitas que surgiram
como entidades separadas. Ainda segundo essa autora, nos Estados
§ 1o O Relatório de Gestão a que se refere o inciso IV do art. 4o Unidos, em 1973 havia comissões formais de certificação em: Oftalmologia
da Lei no 8.142, de 28 de dezembro de 1990, conterá seção específica (1917); Otorrinolaringologia (1924); Ginecologia/obstetrícia (1927);
relativa aos compromissos assumidos no âmbito do Contrato Organizativo Dermatologia (1932); Pediatria (1933); Cirurgia ortopédica (1934);
de Ação Pública de Saúde. Psiquiatria e Neurologia (1934); Radiologia (1934); [[Proctologia], que
§ 2o O disposto neste artigo será implementado em conformidade tornou-se mais tarde cirurgia do colo e do reto (1935); Urologia (1935);
com as demais formas de controle e fiscalização previstas em Lei. Medicina Interna (1936); Cirurgia (1937); Neurocirurgia (1940); Medicina
física (1937); Medicina preventiva e Saúde Pública (1948); Cirurgia torácica
Art. 41. Aos partícipes caberá monitorar e avaliar a execução do (1950).
Contrato Organizativo de Ação Pública de Saúde, em relação ao cumpri-
mento das metas estabelecidas, ao seu desempenho e à aplicação dos No Brasil segundo Relatório de pesquisas sobre especialidades
recursos disponibilizados. médicas existia 48 especialidades com programas de residência médica
estabelecidos em 1992. Esse relatório chama atenção de que a tividade
Parágrafo único. Os partícipes incluirão dados sobre o Contrato especializada aumenta o domínio e a competância num determinado
Organizativo de Ação Pública de Saúde no sistema de informações em campo de atuação mas por outro lado leva cada vez mais à fragmentação
saúde organizado pelo Ministério da Saúde e os encaminhará ao respectivo do conhecimento e do processo de trabalho em que o profissional está
Conselho de Saúde para monitoramento. inserido.
CAPÍTULO VI Outros Profissionais da Saúde
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 42. Sem prejuízo das outras providências legais, o Ministério
da Saúde informará aos órgãos de controle interno e externo:
I - o descumprimento injustificado de responsabilidades na
prestação de ações e serviços de saúde e de outras obrigações previs-
tas neste Decreto;
II - a não apresentação do Relatório de Gestão a que se refere o
inciso IV do art. 4º da Lei no 8.142, de 1990;
III - a não aplicação, malversação ou desvio de recursos financei-
ros; e
IV - outros atos de natureza ilícita de que tiver conhecimento.
Art. 43. A primeira RENASES é a somatória de todas as a-
ções e serviços de saúde que na data da publicação deste Decreto são
ofertados pelo SUS à população, por meio dos entes federados, de
forma direta ou indireta. Enfermeira.
Art. 44. O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as diretrizes Por profissional de saúde poderia se entender as aquisição e prática
de que trata o § 3o do art. 15 no prazo de cento e oitenta dias a partir da das habilidades necessárias a recuperação e manutenção da saúde, porém
publicação deste Decreto. o modo de produção e organização do trabalho nas sociedades exigem
essa formalização. O que cocomitantemente reflete a estrutura de classes
Art. 45. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. sociais, as diferenças salárias e hierarquias de comando da sociedade
Brasília, 28 de junho de 2011; 190o da Independência e 123o da também necessárias à organização do trabalho mas com reflexo negativo
República. no status e auto-estima dos profissionais. Um exemplo nítido de tal
distinção são as Ladies-nurses e Werses oriundas respectivamente da
Profissional da área da saúde burguesia e proletariado com se observou na história da enfermagem
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. (Nurse).

O profissional da área da saúde é uma pessoa que trabalha em uma As principais profissões não médicas ou paramédicas de nível superior,
profissão relacionada às ciências da saúde. Entre os diversos profissionais no Brasil, consideradas profissão de saúde já foram referidas, observe-se
da área da saúde incluem-se os médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, porém que a forma de atuação e leque de serviços prestados por esses
nutricionistas, profissionais de educação física, serviço social, profissionais variam ao longo da história e das definições da política
fonoaudiólogos, dentistas, terapeutas ocupacionais, psicólogos, nacional de saúde. Em Portugal por exemplo a Odontologia é uma
biomédicos, farmacêuticos, entre outros. especialidade médica. Segundo Starfield desde a antiguidade que junto
com o médico atuam outros profissionais auxiliando ou complementando
Alguns legisladores consideram desnecessário o reconhecimento atual seu trabalho de prestação de serviço de saúde ressaltando que onde a
das profissões de saúde em função do conceito ampliado desta que oferta de médicos era (ou ainda é) pequena profissionais de saúde como
possuímos hoje abrangendo o seu aspecto bio-psico-social onde são enfermeiros e auxiliares os substituíam. A experimentação com os papéis
relevantes as contribuições da Biologia, Economia, Direito, Antropologia, da atenção primária ampliados para estes outros profissionais recebeu
Sociologia, Engenharia, Informática, etc, cuja aplicação na área da saúde é impulso pelo movimento dos médicos de pés descalços na China depois da
descrita com o nome da disciplina associada ao termo "médico(a)", "saúde" revolução de 1949 e pelo treinamento de enfermeiros e assistentes
, sanitário(a), ou hospitalar como por exemplo a engenharia sanitária e a médicos nos Estados Unidos iniciando nos anos de 1960 e 1970.
administração hospitalar aplicações interdisciplinares já reconhecidas e

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Profissionais de nível médio que se seguiu foi a exigência e incentivo (por cursos supletivos) para
formação em nível técnico. Atualmente no Brasil a CBO – Classificação
As profissões de nível médio no Brasil começaram a ser reconhecidas Brasileira de Ocupações inclui 38 profissões de saúde sendo apenas 13 de
como profissões a partir da Constituição de 1937 com vistas à produção nível superior. A lista profissões credenciadas ao SUS abrange cerca de 70
industrial, considera-se o técnico industrial uma das primeiras profissões e ou mais profissões, contudo inclui as especialidades médicas.
modelo para as profissões de nível médio. O Decreto- lei 20.931 de1932
que regulamenta o exercício da medicina, odontologia e veterinária e das Incluindo como de nível médio e superior as seguintes
profissões de farmacêutico, enfermeiro. Além de parteira, optometristas, ocupações/profissões (algumas ainda não estão regulamentadas como
práticos de farmácia, massagistas e duchistas (profissionais das casas de profissão, no Brasil, porém que já possuem CBO) não referidas acima.
banho) cujos aprendizados e habilitação correspondiam ao técnico de nível
médio e elementar somente regulamentado a partir de 1937. Acupunturista

Segundo Oliveira A questão da formação dos agentes de nível médio e Agente Comunitário de Saúde
elementar no Brasil, após a Constituição de 1937, só veio ser Agente de Zoonose
regulamentada a partir de 1971 através da Reforma do Ensino de 1º e 2º
graus consideradas respectivamente como habilitação plena e parcial. Agente de Vigilância em Saúde

Segundo essa autora, são considerados técnicos de 2º grau:


grau Agente de Saúde Publica,

Técnico de enfermagem Atendente de Enfermagem,

Técnico de saneamento Auxiliar de Banco de Sangue,

Técnico de Nutrição e Dietética Instrumentador de Cirurgia,

Técnico de Odontologia Instrutor de Ioga

Técnico em Prótese Operador de Eletrocardiógrafo,

Ortoprotésico Operador de Eletroencefalógrafo,

Técnico de laboratório de análises clínicas Obstetriz (Parteira)

Técnico em Administração Hospitalar Psicanalista

Técnico em Óptica (Optometrista) Quiropata,

Técnico em Ortóptica (Ortoptista) Técnico de Ortopedia,

Técnico em radiologia médica Massagista/ Massoterapeuta

Técnico em Higiene Dental Terapeuta

Técnico em Patologia Clínica e Histologia Musicoterapeuta

Técnico em Reabilitação Terapeuta em dependência química*

Técnico de Regulação em Saúde (Vigilância Sanitária; Saúde O termo Profissão distingue-se de Ocupação por que para ser
Suplementar; Urgências) considerado Profissão exige-se habilitação em escola regulamentada e
credenciamento a conselho fiscalizador.

São considerados técnicos de 1º grau: A profissão de Acupunturista, ainda está em vias de regulamentação
enquanto especialidade médica, especialidade de profissões de nível
Auxiliar de Enfermagem superior e profissão de nível técnico. A profissão de Terapeuta em
Auxiliar de Administração Hospitalar dependência química ainda está em projeto de Lei (nº 7424/10) na Câmara
de Deputados. A Profissão de Musicoterapeuta, apesar de ser uma
Auxiliar de Documentação Médica graduação, também ainda está em vias de regulamentação.
Secretário de Unidade de Internação HISTÓRIA DA ENFERMAGEM
Auxiliar de Fisioterapia A Evolução da Assistência à Saúde nos Períodos Históricos
Auxiliar de Reabilitação Período Pré-Cristão Neste período as doenças eram tidas como um
Auxiliar de Nutrição e Dietética (Dietista) castigo de Deus ou resultavam do poder do demônio. Por isso os sacerdo-
tes ou feiticeiras acumulavam funções de médicos e enfermeiros. O trata-
Visitador Sanitário mento consistia em aplacar as divindades, afastando os maus espíritos por
Auxiliar de Laboratório meio de sacrifícios. Usavam-se: massagens banho de água fria ou quente,
purgativos, substâncias provocadoras de náuseas. Mais tarde os sacerdo-
Auxiliar odontológico tes adquiriam conhecimentos sobre plantas medicinais e passaram a ensi-
nar pessoas, delegando-lhes funções de enfermeiros e farmacêuticos.
Auxiliar de Prótese Odontológica
Alguns papiros, inscrições, monumentos, livros de orientações políticas e
Auxiliar Técnico de Radiologia/ Tomografia religiosas, ruínas de aquedutos e outras descobertas nos permitem formar
uma idéia do tratamento dos doentes.
Auxiliar de Consultório Dentário
EGITO
Auxiliar de Patologia
Os egípcios deixaram alguns documentos sobre a medicina conhecida
Auxiliar de Histologia em sua época. As receitas médicas deviam ser tomadas acompanhadas da
Auxiliar de Farmácia Hospitalar recitação de fórmulas religiosas. Pratica-se o hipnotismo, a interpretação de
sonhos; acreditava-se na influência de algumas pessoas sobre a saúde de
Ainda de acordo com Oliveira, a formação de auxiliar no nível do outras. Havia ambulatórios gratuito, onde era recomendada a hospitalidade
Ensino Médio (antigo Segundo Grau) foi autorizada somente para o Auxiliar e o auxílio aos desamparados.
de Enfermagem (Res. 08/71), hoje Atendente de Enfermagem. A tendência

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ÍNDIA Desde o início do cristianismo os pobres e enfermos foram objeto de cuida-
dos especiais por parte da Igreja.
Documentos do século VI a.C. nos dizem que os hindus conheciam: li-
gamentos, músculos, nervos, plexos, vasos linfáticos, antídotos para alguns Origem da Profissão
tipos de envenenamento e o processo digestivo. Realizavam alguns tipos
de procedimentos, tais como: suturas, amputações, trepanações e corrigi- A profissão surgiu do desenvolvimento e evolução das práticas de saú-
am fraturas. Neste aspecto o budismo contribui para o desenvolvimento da de no decorrer dos períodos históricos. As práticas de saúde instintivas
enfermagem e da medicina. Os hindus tornaram-se conhecidos pela cons- foram as primeiras formas de prestação de assistência. Num primeiro
trução de hospitais. Foram os únicos, na época, que citaram enfermeiros e estágio da civilização, estas ações garantiam ao homem a manutenção da
exigiam deles qualidades morais e conhecimentos científicos. Nos hospitais sua sobrevivência, estando na sua origem, associadas ao trabalho femini-
eram usados músicos e narradores de histórias para distrair os pacientes. no, caracterizado pela prática do cuidar nos grupos nômades primitivos,
O bramanismo fez decair a medicina e a enfermagem, pelo exagerado tendo como origem as concepções evolucionistas e teológicas, Mas, como
respeito ao corpo humano – proibia a dissecação de cadáveres e o derra- os domínios dos meios de cura passaram a significar poder, o homem,
mamento de sangue. As doenças eram consideradas castigo. aliando este conhecimento ao misticismo, fortaleceu tal poder e apoderou-
se dele.
ASSÍRIA E BABILÔNIA
Quanto à Enfermagem, as únicas referências concernentes à época
Entre os assírios e babilônios existiam penalidades para médicos in- em questão estão relacionadas com a prática domiciliar de partos e a
competentes, tais como: amputação das mãos, indenização, etc. atuação pouco clara de mulheres de classe social elevada que dividiam as
atividades dos templos com os sacerdotes. As práticas de saúde mágico-
A medicina era baseada na magia – acreditava-se que sete demônios sacerdotais abordavam a relação mística entre as práticas religiosas e de
eram os causadores das doenças. Os sacerdotes-médicos vendiam talis- saúde primitivas desenvolvidas pelos sacerdotes nos templos. Este período
mãs com orações usadas contra ataques dos demônios. Nos documentos corresponde à fase de empirismo, verificada antes do surgimento da espe-
assírios e babilônicos não há menção de hospitais, nem de enfermeiros. culação filosófica que ocorre por volta do século V a.C. Essas ações per-
Conheciam a lepra e sua cura dependia de milagres de Deus, como no manecem por muitos séculos desenvolvidos nos templos que, a princípio,
episódio bíblico do banho no rio Jordão. “Vai, lava-te sete vezes no Rio foram simultaneamente santuários e escolas, onde os conceitos primitivos
Jordão e tua carne ficará limpa”.(II Reis: 5, 10-11) de saúde eram ensinados. Posteriormente, desenvolveram-se escolas
CHINA específicas para o ensino da arte de curar no sul da Itália e na Sicília,
propagando-se pelos grandes centros do comércio, nas ilhas e cidades da
Os doentes chineses eram cuidados por sacerdotes. As doenças eram costa.
classificadas da seguinte maneira: benignas, médias e graves. Os sacerdo-
tes eram divididos em três categorias que correspondiam ao grau da doen- Naquelas escolas pré-hipocráticas, eram variadas as concepções acer-
ça da qual se ocupava. Os templos eram rodeados de plantas medicinais. ca do funcionamento do corpo humano, seus distúrbios e doenças, concep-
Os chineses conheciam algumas doenças: varíola e sífilis. Procedimentos: ções essas, que, por muito tempo, marcaram a fase empírica da evolução
operações de lábio. Tratamento: anemias indicavam ferro e fígado; doenças dos conhecimentos em saúde. O ensino era vinculado à orientação da
da pele aplicavam o arsênico. Anestesia: ópio. Construíram alguns hospi- filosofia e das artes e os estudantes viviam em estreita ligação com seus
tais de isolamento e casas de repouso. A cirurgia não evoluiu devido à mestres, formando as famílias, as quais serviam de referência para mais
proibição da dissecação de cadáveres. tarde se organizarem em castas. As práticas de saúde no alvorecer da
ciência – relacionam a evolução das práticas de saúde ao surgimento da
JAPÃO filosofia e ao progresso da ciência, quando estas então se baseavam nas
Os japoneses aprovaram e estimularam a eutanásia. A medicina era fe- relações de causa e efeito. Inicia-se no século V a.C. estendendo-se até os
tichista e a única terapêutica era o uso de águas termais. primeiros séculos da Era Cristã.
A prática de saúde, antes mística e sacerdotal, passa agora a ser um
GRÉCIA produto desta nova fase, baseando-se essencialmente na experiência, no
conhecimento da natureza, no raciocínio lógico – que desencadeia uma
As primeiras teorias gregas se prendiam à mitologia. Apolo, o deus sol,
relação de causa e efeito para as doenças – e na especulação filosófica,
era o deus da saúde e da medicina. Usavam sedativos, fortificantes e
baseada na investigação livre e na observação dos fenômenos, limitada,
hemostáticos, faziam ataduras e retiravam corpos estranhos, também
entretanto, pela ausência quase total de conhecimentos anatomofisiológi-
tinham casas para tratamento dos doentes. A medicina era exercida pelos
cos. Essa prática individualista volta-se para o homem e suas relações com
sacerdotes-médicos, que interpretavam os sonhos das pessoas. Tratamen-
a natureza e suas leis imutáveis. Este período é considerado pela medicina
to: banhos, massagens, sangrias, dietas, sol, ar puro, água pura mineral.
grega como período hipocrático, destacando a figura de Hipócrates que
Dava-se valor à beleza física, cultural e a hospitalidade. O excesso de
como já foi demonstrado no relato histórico, propôs uma nova concepção
respeito pelo corpo atrasou os estudos anatômicos. O nascimento e a
em saúde, dissociando a arte de curar dos preceitos místicos e sacerdotais,
morte eram considerados impuros, causando desprezo pela obstetrícia e
através da utilização do método indutivo, da inspeção e da observação.
abandono dos doentes graves. A medicina tornou-se científica, graças a
Não há caracterização nítida da prática de Enfermagem nesta época.
Hipócrates, que deixou de lado a crença de que as doenças eram causadas
por maus espíritos. Hipócrates é considerado o Pai da Medicina. Observava As práticas de saúde monástico-medievais focalizavam a influência dos
o doente, fazia diagnóstico, prognóstico e a terapêutica. Reconheceu fatores sócio-econômicos e políticos do medievo e da sociedade feudal nas
doenças como: tuberculose, malária, histeria, neurose, luxações e fraturas. práticas de saúde e as relações destas com o cristianismo. Esta época
Seu princípio fundamental na terapêutica consistia em “não contrariar a corresponde ao aparecimento da Enfermagem como prática leiga, desen-
natureza, porém auxiliá-la a reagir”. Tratamentos usados: massagens, volvida por religiosos e abrange o período medieval compreendido entre os
banhos, ginásticas, dietas, sangrias, ventosas, vomitórios, purgativos e séculos V e XIII. Foi um período que deixou como legado uma série de
calmantes, ervas medicinais e medicamentos minerais. valores que, com o passar dos tempos, foram aos poucos legitimados a
aceitos pela sociedade como características inerentes à Enfermagem. A
ROMA
abnegação, o espírito de serviço, a obediência e outros atributos que dão à
A medicina não teve prestígio em Roma. Durante muito tempo era e- Enfermagem, não uma conotação de prática profissional, mas de sacerdó-
xercida por escravos ou estrangeiros. Os romanos eram povos essencial- cio.
mente guerreiros. O indivíduo recebia cuidados do Estado como cidadão
As práticas de saúde pós monásticas evidenciam a evolução das ações
destinado a tornar-se bom guerreiro, audaz e vigoroso. Roma distinguiu-se
de saúde e, em especial, do exercício da Enfermagem no contexto dos
pela limpeza das ruas, ventilação das casas, água pura e abundante e
movimentos Renascentistas e da Reforma Protestante. Corresponde ao
redes de esgoto. Os mortos eram sepultados fora da cidade, na via Ápia. O
período que vai do final do século XIII ao início do século XVI. A retomada
desenvolvimento da medicina dos romanos sofreu influência do povo grego.
da ciência, o progresso social e intelectual da Renascença e a evolução
O cristianismo foi a maior revolução social de todos os tempos. Influiu
das universidades não constituíram fator de crescimento para a Enferma-
positivamente através da reforma dos indivíduos e da família. Os cristãos
gem. Enclausurada nos hospitais religiosos, permaneceu empírica e desar-
praticavam tal caridade, que movia os pagãos: “Vede como eles se amam”.
ticulada durante muito tempo, vindo desagregar-se ainda mais a partir dos

Técnico de Enfermagem 26 A Opção Certa Para a Sua Realização


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movimentos de Reforma Religiosa e das conturbações da Santa Inquisição. Nas primeiras escolas de Enfermagem, o médico foi de fato a única
O hospital, já negligenciado, passa a ser um insalubre depósito de doentes, pessoa qualificada para ensinar. A ele cabia então decidir quais das suas
onde homens, mulheres e crianças utilizam as mesmas dependências, funções poderiam colocar nas mãos das enfermeiras. Florence morre em
amontoados em leitos coletivos. 13 de agosto de 1910, deixando florescente o ensino de Enfermagem.
Assim, a Enfermagem surge não mais como uma atividade empírica, des-
Sob exploração deliberada, considerada um serviço doméstico, pela vinculada do saber especializado, mas como uma ocupação assalariada
queda dos padrões morais que a sustentava, a prática de enfermagem que vem atender a necessidade de mão-de-obra nos hospitais, constituin-
tornou-se indigna e sem atrativos para as mulheres de casta social elevada. do-se como uma prática social institucionalizada e específica.
Esta fase tempestuosa, que significou uma grave crise para a Enfermagem,
permaneceu por muito tempo e apenas no limiar da revolução capitalista é Primeiras Escolas de Enfermagem
que alguns movimentos reformadores, que partiram, principalmente, de
iniciativas religiosas e sociais, tentam melhorar as condições do pessoal a Apesar das dificuldades que as pioneiras da Enfermagem tiveram que
serviço dos hospitais. As práticas de saúde no mundo moderno analisam as enfrentar, devido à incompreensão dos valores necessários ao desempe-
ações de saúde e em especial, as de Enfermagem, sob a ótica do sistema nho da profissão, as escolas se espalharam pelo mundo, a partir da Ingla-
político-econômico da sociedade capitalista. Ressaltam o surgimento da terra. Nos Estados Unidos a primeira Escola foi criada em 1873. Em 1877
Enfermagem como atividade profissional institucionalizada. Esta análise as primeiras enfermeiras diplomadas começam a prestar serviços a domicí-
inicia-se com a Revolução Industrial no século XVI e culmina com o surgi- lio em New York. As escolas deveriam funcionar de acordo com a filosofia
mento da Enfermagem moderna na Inglaterra, no século XIX. da Escola Florence Nightingale, baseada em quatro idéias-chave:

Enfermagem Moderna 1- O treinamento de enfermeiras deveria ser considerado tão importan-


te quanto qualquer outra forma de ensino e ser mantido pelo dinheiro
O avanço da Medicina vem favorecer a reorganização dos hospitais. É público.
na reorganização da Instituição Hospitalar e no posicionamento do médico
como principal responsável por esta reordenação, que vamos encontrar as 2- As escolas de treinamento deveriam ter uma estreita associação
raízes do processo de disciplina e seus reflexos na Enfermagem, ao res- com os hospitais, mas manter sua independência financeira e administrati-
surgir da fase sombria em que esteve submersa até então. Naquela época, va.
estiveram sob piores condições, devido à predominância de doenças infec- 3- Enfermeiras profissionais deveriam ser responsáveis pelo ensino no
to-contagiosas e a falta de pessoas preparadas para cuidar dos doentes. lugar de pessoas não envolvidas em Enfermagem.
Os ricos continuavam a ser tratados em suas próprias casas, enquanto os 4- As estudantes deveriam, durante o período de treinamento, ter residên-
pobres, além de não terem esta alternativa, tornavam-se objeto de instru- cia à disposição, que lhes oferecesse ambiente confortável e agradável,
ção e experiências que resultariam num maior conhecimento sobre as próximo ao hospital.
doenças em benefício da classe abastada.
Sistema Nightingale de Ensino
É neste cenário que a Enfermagem passa a atuar, quando Florence
Nightingale é convidada pelo Ministro da Guerra da Inglaterra para trabalhar As escolas conseguiram sobreviver graças aos pontos essenciais esta-
junto aos soldados feridos em combate na Guerra da Criméia. belecidos:

Período Florence Nightingale 1º. Direção da escola por uma Enfermeira.

Nascida a 12 de maio de 1820, em Florença, Itália, era filha de ingle- 2º. Mais ensino metódico, em vez de apenas ocasional.
ses. Possuía inteligência incomum, tenacidade de propósitos, determinação 3º. Seleção de candidatos do ponto de vista físico, moral, intelectual e
e perseverança – o que lhe permitia dialogar com políticos e oficiais do aptidão profissional.
Exército, fazendo prevalecer suas idéias. Dominava com facilidade o inglês,
o francês, o alemão, o italiano, além do grego e latim. No desejo de reali- História da Enfermagem no Brasil
zar-se como enfermeira, passa o inverno de 1844 em Roma, estudando as
A organização da Enfermagem na Sociedade Brasileira começa no pe-
atividades das Irmandades Católicas. Em 1849 faz uma viagem ao Egito e
ríodo colonial e vai até o final do século XIX. A profissão surge como uma
decide-se a servir a Deus, trabalhando em Kaiserswert, Alemanha, entre as
simples prestação de cuidados aos doentes, realizada por um grupo forma-
diaconisas.
do, na sua maioria, por escravos, que nesta época trabalhavam nos domicí-
Decidida a seguir sua vocação, procura completar seus conhecimentos lios. Desde o princípio da colonização foi incluída a abertura das Casas de
que julga ainda insuficientes. Visita o Hospital de Dublin dirigido pela Irmãs Misericórdia, que tiveram origem em Portugal.
de Misericórdia, Ordem Católica de Enfermeiras, fundada 20 anos antes.
A primeira Casa de Misericórdia foi fundada na Vila de Santos, em
Conhece as Irmãs de Caridade de São Vicente de Paulo, na Maison de la
1543. Em seguida, ainda no século XVI, surgiram as do Rio de Janeiro,
Providence em Paris. Aos poucos vai se preparando para a sua grande
Vitória, Olinda e Ilhéus. Mais tarde Porto Alegre e Curitiba, esta inaugurada
missão. Em 1854, a Inglaterra, a França e a Turquia declaram guerra à
em 1880, com a presença de D. Pedro II e Dona Tereza Cristina.
Rússia: é a Guerra da Criméia. Os soldados acham-se no maior abandono.
A mortalidade entre os hospitalizados é de 40%. No que diz respeito à saúde do povo brasileiro, merece destaque o tra-
balho do Padre José de Anchieta. Ele não se limitou ao ensino de ciências
Florence partiu para Scutari com 38 voluntárias entre religiosas e leigas
e catequeses. Foi além. Atendia aos necessitados, exercendo atividades de
vindas de diferentes hospitais. Algumas enfermeiras foram despedidas por
médico e enfermeiro. Em seus escritos encontramos estudos de valor sobre
incapacidade de adaptação e principalmente por indisciplina. A mortalidade
o Brasil, seus primitivos habitantes, clima e as doenças mais comuns. A
decresce de 40% para 2%. Os soldados fazem dela o seu anjo da guarda e
terapêutica empregada era à base de ervas medicinais minuncioasamente
ela será imortalizada como a “Dama da Lâmpada” porque, de lanterna na
descritas. Supõe-se que os Jesuítas faziam a supervisão do serviço que era
mão, percorre as enfermarias, atendendo os doentes. Durante a guerra
prestado por pessoas treinadas por eles. Não há registro a respeito.
contrai tifo e ao retornar da Criméia, em 1856, leva uma vida de inválida.
Dedica-se, porém com ardor, a trabalhos intelectuais. Pelos trabalhos na Outra figura de destaque é Frei Fabiano Cristo, que durante 40 anos
Criméia, recebe um prêmio do Governo Inglês e, graças a este prêmio, exerceu atividades de enfermeiro no Convento de Santo Antônio do Rio de
consegue iniciar o que para ela é a única maneira de mudar os destinos da Janeiro (Séc. XVIII). Os escravos tiveram papel relevante, pois auxiliavam
Enfermagem – uma Escola de Enfermagem em 1959. Após a guerra, os religiosos no cuidado aos doentes. Em 1738, Romão de Matos Duarte
Florence fundou uma escola de Enfermagem no Hospital Saint Thomas, consegue fundar no Rio de Janeiro a Casa dos Expostos. Somente em
que passou a servir de modelo para as demais escolas que foram fundadas 1822, o Brasil tomou as primeiras medidas de proteção à maternidade que
posteriormente. A disciplina rigorosa, do tipo militar, era uma das caracterís- se conhecem na legislação mundial, graças a atuação de José Bonifácio
ticas da escola nightingaleana, bem como a exigência de qualidades morais Andrada e Silva. A primeira sala de partos funcionava na Casa dos Expos-
das candidatas. O curso, de um ano de duração, consistia em aulas diárias tos em 1822. Em 1832 organizou-se o ensino médico e foi criada a Facul-
ministradas por médicos. dade de Medicina do Rio de Janeiro. A escola de parteiras da Faculdade de

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Medicina diplomou no ano seguinte a célebre Madame Durocher, a primeira Escola Anna Nery foi Raquel Haddock Lobo, nascida a 18 de junho de
parteira formada no Brasil. 1891. Foi a pioneira da Enfermagem moderna no Brasil. esteve na Europa
durante a Primeira Grande Guerra, incorporou-se à Cruz Vermelha France-
No começo do século XX, grande número de teses médicas foram a- sa, onde se preparou para os primeiros trabalhos. De volta ao Brasil, conti-
presentadas sobre Higiene Infantil e Escolar, demonstrando os resultados nuou a trabalhar como Enfermeira. Faleceu em 25 de setembro de 1933.
obtidos e abrindo horizontes e novas realizações. Esse progresso da medi-
cina, entretanto, não teve influência imediata sobre a Enfermagem. Assim 4. Escola de Enfermagem Carlos Chagas
sendo, na enfermagem brasileira do tempo do Império, raros nomes de
destacaram e, entre eles, merece especial menção o de Anna Nery. Por Decreto nº 10.925, de sete de junho de 1933 e iniciativa de Dr. Er-
nani Agrícola, diretor da Saúde Pública de Minas Gerais, foi criado pelo
Anna Nery Estado a Escola de Enfermagem “Carlos Chagas”, a primeira a funcionar
fora da Capital da República. A organização e direção dessa Escola coube
Aos 13 de dezembro de 1814, nasceu Ana Justina Ferreira, na Cidade a Laís Netto dos Reys, sendo inaugurada em 19 de julho do mesmo ano. A
de Cachoeira, na Província da Bahia. Casou-se com Isidoro Antonio Nery, Escola “Carlos Chagas”, além de pioneira entre as escolas estaduais, foi a
enviuvando aos 30 anos. Seus dois filhos, um médico militar e um oficial do primeira a diplomar religiosas no Brasil.
exército, são convocados a servir a Pátria durante a Guerra do Paraguai 5. Escola de Enfermagem “Luisa de Marillac”
(1864-1870), sob a presidência de Solano Lopes. O mais jovem aluno do 6º
ano de Medicina oferece seus serviços médicos em prol dos brasileiros. Fundada e dirigida por Irmã Matilde Nina, Filha de caridade, a Escola
de Enfermagem Luisa de Marillac representou um avanço na Enfermagem
Anna Nery não resiste à separação da família e escreve ao Presidente Nacional, pois abria largamente suas portas, não só às jovens estudantes
da Província, colocando-se à disposição de sua Pátria. Em 15 de agosto seculares, como também às religiosas de todas as Congregações. É a mais
parte para os campos de batalha, onde dois de seus irmãos também luta- antiga escola de religiosas no Brasil e faz parte da União Social Camiliana,
vam. Improvisa hospitais e não mede esforços no atendimento aos feridos. instituição de caráter confessional da Província Camiliana Brasileira.
Após cinco anos, retorna ao Brasil, é acolhida com carinho e louvor, recebe
uma coroa de louros e Victor Meireles pinta sua imagem, que é colocada no 6. Escola Paulista de Enfermagem
edifício do Paço Municipal. O governo imperial lhe concede uma pensão,
além de medalhas humanitárias e de campanha. Faleceu no Rio de Janeiro Fundada em 1939 pelas Franciscanas Missionárias de Maria, foi a pio-
a 20 de maio de 1880. neira da renovação da enfermagem na Capital paulista, acolhendo também
A primeira Escola de Enfermagem fundada no Brasil recebeu o seu nome. religiosas de outras Congregações. Uma das importantes contribuições
Anna Nery que, como Florence Nightingale, rompeu com os preconceitos dessa escola foi início dos Cursos de Pós-Graduação em Enfermagem
da época que faziam da mulher prisioneira do lar. Obstétrica. Esse curso que deu origem a tantos outros, é atualmente minis-
trado em várias escolas do país.
Cruz Vermelha Brasileira
7. Escola de Enfermagem da USP
A Cruz Vermelha Brasileira foi organizada e instalada no Brasil em fins
de 1908, tendo como primeiro presidente o médico Oswaldo Cruz. Desta- Fundada com a colaboração da Fundação de Serviços de Saúde Públi-
cou-se a Cruz Vermelha Brasileira por sua atuação durante a I Guerra ca (FSESP) em 1944, faz parte da Universidade de São Paulo. Sua primei-
Mundial (1914-1918). Durante a epidemia de gripe espanhola (1918), ra diretora foi Edith Franckel, que também prestara serviços como Superin-
colaborou na organização de postos de socorro, hospitalizando doentes e tendente do Serviço de Enfermeiras do Departamento de Saúde. A primeira
enviando socorristas a diversas instituições hospitalares e a domicílio. turma diplomou-se em 1946.
Atuou também socorrendo vítimas das inundações, nos Estados de Sergipe PRINCÍPIOS DO SUS
e Bahia, e as secas do Nordeste. Muitas das socorristas dedicaram-se
ativamente à formação de voluntárias, continuando suas atividades após o O Sistema Único de Saúde teve seus princípios estabelecidos na Lei
término do conflito. Orgânica de Saúde, em 1990, com base no artigo 198 da Constituição
Federal de 1988. Os princípios da universalidade, integralidade e
Primeiras Escolas de Enfermagem no Brasil
da equidade são às vezes chamados de princípios ideológi- ideológi-
1. Escola de Enfermagem “Alfredo Pinto” cos ou doutrinários,
doutrinários e os princípios da descentralização,
da regionalização e dahierarquização de princípios orga organizacionais,
nizacionais mas
Esta escola é a mais antiga do Brasil, data de 1890, foi reformada por não está claro qual seria a classificação do princípio da participaçãopopular.
Decreto de 23 de maio de 1939. O curso passou a três anos de duração e
era dirigida por enfermeiras diplomadas. Foi reorganizada por Maria Pam- Universalidade
phiro, uma das pioneiras da Escola Anna Nery.
"A saúde é um direito de todos", como afirma a Constituição Federal.
2. Escola da Cruz Vermelha do Rio de Janeiro Naturalmente, entende-se que o Estadotem a obrigação de pro-
ver atenção à saúde, ou seja, é impossível tornar todos sadios por força de
Começou em 1916 com um curso de socorristas, para atender às ne- lei.
cessidades prementes da 1ª Guerra Mundial. Logo foi evidenciada a neces-
sidade de formar profissionais (que desenvolveu-se somente após a funda- Integralidade
ção da Escola Anna Nery) e o outro para voluntários. Os diplomas expedi-
dos pela escola eram registrados inicialmente no Ministério da Guerra e A atenção à saúde inclui tanto os meios curativos quanto os preven-
considerados oficiais. Esta encerrou suas atividades. tivos; tanto os individuais quanto os coletivos. Em outras pala-
vras, as necessidades de saúde das pessoas (ou de grupos)
3. Escola Anna Nery devem ser levadas em consideração mesmo que não sejam i-
A primeira diretoria foi Miss Clara Louise Kienninger, senhora de gran- guais às da maioria.
de capacidade e virtude, que soube ganhar o coração das primeiras alunas. Equidade
Com habilidade fora do comum, adaptou-se aos costumes brasileiros. Os
cursos tiveram início em 19 de fevereiro de 1923, com 14 alunas. Instalou- Todos devem ter igualdade de oportunidade em usar o sistema de sa-
se pequeno internato próximo ao Hospital São Francisco de Assis, onde úde; como, no entanto, o Brasil contém disparidades sociais e regionais, as
seriam feitos os primeiros estágios. Em 1923, durante um surto de varíola, necessidades de saúde variam. Por isso, enquanto a Lei Orgânica fala
enfermeiras e alunas dedicaram-se ao combate à doença. Enquanto nas em igualdade, tanto o meio acadêmico quanto o político consideram mais
epidemias anteriores o índice de mortalidade atingia 50%, desta vez baixou importante lutar pela equidadedo SUS.
para 15%. A primeira turma de Enfermeiras diplomou-se em 19 de julho de
1925. Participação da comunidade

Destacam-se desta turma as Enfermeiras Lais Netto dos Reys, Olga O controle social,
social como também é chamado esse princípio, foi melhor
Salinas Lacôrte, Maria de Castro Pamphiro e Zulema Castro, que obtiveram regulado pela Lei nº 8.142. Os usuários participam da gestão do SUS
bolsa de estudos nos Estados Unidos. A primeira diretora brasileira da através dasConferências
Conferências de Saúde,
Saúde que ocorrem a cada quatro anos em

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todos os níveis, e através dos Conselhos
Conselhos de Saúde,
Saúde que são órgãos colegi- Financiamento
ados também em todos os níveis. Nos Conselhos de Saúde ocorre a cha-
mada paridade:
paridade enquanto os usuários têm metade das vagas, o governo Um bom trabalho está sendo feito, principalmente pelas prefeituras, pa-
tem um quarto e os trabalhadores outro quarto. ra levar assistência à saúde aos mais distantes sertões, aos mais pobres
recantos das periferias urbanas. Por outro lado, os técnicos em saúde
Descentralização político-
político-administrativa
administrativa pública há muito detectaram o ponto fraco do sistema: o baixo orçamento
nacional à saúde. Outro problema é aheterogeneidade de gastos, prejudi-
O SUS existe em três níveis, também chamados de esferas:
esferas nacional, cando os Estados e os municípios, que têm orçamentos mais generosos,
estadual e municipal, cada uma com comando único e atribuições próprias. pela migração de doentes de locais onde os orçamentos são mais restritos.
Os municípios têm assumido papel cada vez mais importante na prestação
e no gerenciamento dos serviços de saúde; as transferências passaram a Assim, em 1993 foi apresentado uma Emenda Constitucional visando
ser "fundo-a-fundo", ou seja, baseadas em sua população e no tipo de garantir financiamento maior e mais estável para o SUS, semelhante foi ao
serviço oferecido, e não no número de atendimentos. que a educação já tem há alguns anos. Proposta semelhante foi apresenta-
da no legislativo de São Paulo (Pec 13/96).
Hierarquização e regionalização
O SUS deve ser entendido como um processo em marcha de produção
Os serviços de saúde são divididos em níveis de complexidade;
complexidade o nível social da saúde, que não se iniciou em 1988, com a sua inclusão na Consti-
primário deve ser oferecido diretamente à população, enquanto os outros tuição Federal, nem tão pouco tem um momento definido para ser concluí-
devem ser utilizados apenas quando necessário. Quanto mais bem estrutu- do. Ao contrário, resulta de propostas defendidas ao longo de muitos anos
rado for o fluxo de referência e contra-
contra-referência entre os serviços de pelo conjunto da sociedade e por muitos anos ainda estará sujeito a apri-
saúde, melhor a sua eficiência e eficácia. Cada serviço de saúde tem moramentos. Segundo a legislação brasileira, a saúde é um direito funda-
uma área de abrangência,
abrangência ou seja, é responsável pela saúde de uma parte mental do ser humano, cabendo ao poder público (União, Estados, Distrito
da população. Os serviços de maior complexidade são menos numerosos e Federal e Municípios) garantir este direito, através de políticas sociais e
por isso mesmo sua área de abrangência é mais ampla, abrangência a área econômicas que visem à redução dos riscos de se adoecer e morrer, bem
de vários serviços de menor complexidade. como o acesso universal e igualitário às ações e serviços de promoção,
Ser eficiente e eficaz,
eficaz produzindo resultados com qualidades. proteção e recuperação da saúde.
A Lei Orgânica da Saúde estabelece ainda os seguintes princípios: O acesso universal (princípio da universalidade), significa que ao SUS
compete atender a toda população, seja através dos serviços estatais
Preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade prestados pela União, Distrito Federal, Estados e Municípios, seja através
física e moral; dos serviços privados conveniados ou contratados com o poder público.
Direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde; O acesso igualitário (princípio da equidade) não significa que o SUS
Divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de saúde deva tratar a todos de forma igual, mas sim respeitar os direitos de cada
e sua utilização pelo usuário; um, segundo as suas diferenças, apoiando-se mais na convicção íntima da
justiça natural do que na letra da lei.
Utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a
alocação de recursos e a orientação programática;
CÓDIGO DE ÉTICA DO CONSELHO FEDERAL DE ENFERMA-
ENFERMA-
Integração, em nível executivo, das ações de saúde, meio- GEM;
ambiente e saneamento básico;
CÓDIGO DE ÉTICA DOS PROFISSIONAIS DE ENFER
ENFERMAGEM
Conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e huma-
nos da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, na presta- ANEXO
ção de serviços de assistência à saúde da população;
PREÂMBULO
Capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de assistên-
cia; e A Enfermagem compreende um componente próprio de conhecimentos
científicos e técnicos, construído e reproduzido por um conjunto de práticas
Organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de sociais, éticas e políticas que se processa pelo ensino, pesquisa e assis-
meios para fins idênticos. tência. Realiza-se na prestação de serviços à pessoa, família e coletivida-
de, no seu contexto e circunstâncias de vida.
Áreas de atuação
O aprimoramento do comportamento ético do profissional passa pelo
Segundo o artigo 200 da Constituição Federal, compete ao SUS:
processo de construção de uma consciência individual e coletiva, pelo
Controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de inte- compromisso social e profissional configurado pela responsabilidade no
resse para a saúde e participar da produção de medicamentos, equipamen- plano das relações de trabalho com reflexos no campo científico e político.
tos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;
A Enfermagem Brasileira, face às transformações sócio-culturais, cientí-
Executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como ficas e legais, entendeu ter chegado o momento de reformular o Código de
as de saúde do trabalhador; Ética dos Profissionais de Enfermagem (CEPE).
Ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde; A trajetória da reformulação, coordenada pelo Conselho Federal de En-
fermagem com a participação dos Conselhos Regionais de Enfermagem,
Participar da formulação da política e da execução das ações de sane- inclui discussões com a categoria de Enfermagem.
amento básico;
O Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem está organizado
Incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e por assunto e inclui princípios, direitos, responsabilidades, deveres e
tecnológico; proibições pertinentes à conduta ética dos profissionais de Enfermagem.
Fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor O Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem leva em considera-
nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano; ção a necessidade e o direito de assistência em Enfermagem da popula-
Participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e ção, os interesses do profissional e de sua organização. Está centrado na
utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos; pessoa, família e coletividade e pressupõe que os trabalhadores de Enfer-
magem estejam aliados aos usuários na luta por uma assistência sem
Colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do tra- riscos e danos e acessível a toda população.
balho.
O presente Código teve como referência os postulados da Declaração
Universal dos Direitos do Homem, promulgada pela Assembléia Geral das

Técnico de Enfermagem 29 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Nações Unidas (1948) e adotada pela Convenção de Genebra da Cruz Art. 10- Recusar-se a executar atividades que não sejam de sua compe-
Vermelha (1949), contidos no Código de Ética do Conselho Internacional tência técnica, científica, ética e legal ou que não ofereçam segurança ao
de Enfermeiros (1953) e no Código de Ética da Associação Brasileira de profissional, à pessoa, família e coletividade.
Enfermagem (1975). Teve como referência, ainda, o Código de Deontolo-
gia de Enfermagem do Conselho Federal de Enfermagem (1976), o Código Art. 11 - Ter acesso às informações, relacionadas à pessoa, família e
de Ética dos Profissionais de Enfermagem (1993) e as Normas Internacio- coletividade, necessárias ao exercício profissional.
nais e Nacionais sobre Pesquisa em Seres Humanos [Declaração Helsin- RESPONSABILIDADES E DEVERES
que (1964), revista em Tóquio (1975) e a Resolução 196 do Conselho
Nacional de Saúde, Ministério da Saúde (1996)]. Art. 12 - Assegurar à pessoa, família e coletividade assistência de En-
fermagem livre de danos decorrentes de imperícia, negligência ou impru-
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS dência.
A Enfermagem é uma profissão comprometida com a saúde e qualidade Art. 13 - Avaliar criteriosamente sua competência técnica, científica, éti-
de vida da pessoa, família e coletividade. ca e legal e somente aceitar encargos ou atribuições, quando capaz de
O Profissional de Enfermagem atua na promoção, prevenção, recupera- desempenho seguro para si e para outrem.
ção e reabilitação da saúde, com autonomia e em consonância com os Art. 14 – Aprimorar os conhecimentos técnicos, científicos, éticos e cul-
preceitos éticos e legais. turais, em benefício da pessoa, família e coletividade e do desenvolvimen-
O profissional de enfermagem participa, como integrante da equipe de to da profissão.
saúde, das ações que visem satisfazer as necessidades de saúde da Art. 15 - Prestar Assistência de Enfermagem sem discriminação de
população e da defesa dos princípios das políticas públicas de saúde e qualquer natureza.
ambientais, que garantam a universalidade de acesso aos serviços de
saúde, integralidade da assistência, resolutividade, preservação da auto- Art. 16 - Garantir a continuidade da Assistência de Enfermagem em
nomia das pessoas, participação da comunidade, hierarquização e descen- condições que ofereçam segurança, mesmo em caso de suspensão das
tralização político-administrativa dos serviços de saúde. atividades profissionais decorrentes de movimentos reivindicatórios da
categoria.
O Profissional de Enfermagem respeita a vida, a dignidade e os direitos
humanos, em todas as suas dimensões. Art. 17 - Prestar adequadas informações à pessoa, família e coletividade
a respeito dos direitos, riscos, benefícios e intercorrências acerca da
O Profissional de Enfermagem exerce suas atividades com competência Assistência de Enfermagem.
para a promoção do ser humano na sua integralidade, de acordo com os
princípios da ética e da bioética. Art. 18 - Respeitar, reconhecer e realizar ações que garantam o direito
da pessoa ou de seu representante legal, de tomar decisões sobre sua
O Profissional de Enfermagem exerce suas atividades com competência saúde, tratamento, conforto e bem estar.
para a promoção da saúde do ser humano na sua integridade, de acordo
com os princípios da ética e da bioética. Art. 19 - Respeitar o pudor, a privacidade e a intimidade do ser humano,
em todo seu ciclo vital, inclusive nas situações de morte e pós-morte.
CAPÍTULO I
Art. 20 - Colaborar com a Equipe de Saúde no esclarecimento da pes-
DAS RELAÇÕES PROFISSIONAIS soa, família e coletividade a respeito dos direitos, riscos, benefícios e
DIREITOS intercorrências acerca de seu estado de saúde e tratamento.

Art. 1º - Exercer a Enfermagem com liberdade, autonomia e ser tratado Art. 21 - Proteger a pessoa, família e coletividade contra danos decor-
segundo os pressupostos e princípios legais, éticos e dos direitos huma- rentes de imperícia, negligência ou imprudência por parte de qualquer
nos. membro da Equipe de Saúde.

Art. 2º – Aprimorar seus conhecimentos técnicos, científicos e culturais Art. 22 - Disponibilizar seus serviços profissionais à comunidade em ca-
que dão sustentação a sua prática profissional. sos de emergência, epidemia e catástrofe, sem pleitear vantagens pesso-
ais.
Art. 3º - Apoiar as iniciativas que visem ao aprimoramento profissional e
à defesa dos direitos e interesses da categoria e da sociedade. Art. 23 - Encaminhar a pessoa, família e coletividade aos serviços de
defesa do cidadão, nos termos da lei.
Art. 4º - Obter desagravo público por ofensa que atinja a profissão, por
meio do Conselho Regional de Enfermagem. Art. 24 – Respeitar, no exercício da profissão, as normas relativas à
preservação do meio ambiente e denunciar aos órgãos competentes as
RESPONSABILIDADES E DEVERES formas de poluição e deteriorização que comprometam a saúde e a vida.
Art. 5º - Exercer a profissão com justiça, compromisso, equidade, reso- Art. 25 – Registrar no Prontuário do Paciente as informações inerentes e
lutividade, dignidade, competência, responsabilidade, honestidade e leal- indispensáveis ao processo de cuidar.
dade.
PROIBIÇÕES
Art. 6º – Fundamentar suas relações no direito, na prudência, no respei-
to, na solidariedade e na diversidade de opinião e posição ideológica. Art. 26 - Negar Assistência de Enfermagem em qualquer situação que
se caracterize como urgência ou emergência.
Art. 7º Comunicar ao COREN e aos órgãos competentes, fatos que in-
frinjam dispositivos legais e que possam prejudicar o exercício profissional. Art. 27 – Executar ou participar da assistência à saúde sem o consenti-
mento da pessoa ou de seu representante legal, exceto em iminente risco
PROIBIÇÕES de morte.
Art. 8º - Promover e ser conivente com a injúria calúnia e difamação de Art. 28 - Provocar aborto, ou cooperar em prática destinada a interrom-
membro da Equipe de Enfermagem Equipe de Saúde e de trabalhadores per a gestação.
de outras áreas, de organizações da categoria ou instituições.
Parágrafo único - Nos casos previstos em Lei, o profissional deverá de-
Art. 9 – Praticar e/ou ser conivente com crime, contravenção penal ou cidir, de acordo com a sua consciência, sobre a sua participação ou não no
qualquer outro ato, que infrinja postulados éticos e legais. ato abortivo.
SEÇÃO I Art. 29 - Promover a eutanásia ou participar em prática destinada a an-
tecipar a morte do cliente.
DAS RELAÇÕES COM A PESSOA, FAMILIA E COLETIVIDADE.
Art. 30 - Administrar medicamentos sem conhecer a ação da droga e
DIREITOS sem certificar-se da possibilidade dos riscos.

Técnico de Enfermagem 30 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Art. 31 - Prescrever medicamentos e praticar ato cirúrgico, exceto nos Art. 50 – Comunicar formalmente ao Conselho Regional de Enfermagem
casos previstos na legislação vigente e em situação de emergência. fatos que envolvam recusa ou demissão de cargo, função ou emprego,
motivado pela necessidade do profissional em cumprir o presente Código e
Art. 32 - Executar prescrições de qualquer natureza, que comprometam a legislação do exercício profissional.
a segurança da pessoa.
Art. 51 – Cumprir, no prazo estabelecido, as determinações e convoca-
Art. 33 - Prestar serviços que por sua natureza competem a outro pro- ções do Conselho Federal e Conselho Regional de Enfermagem.
fissional, exceto em caso de emergência.
Art. 52 – Colaborar com a fiscalização de exercício profissional.
Art. 34 - Provocar, cooperar, ser conivente ou omisso com qualquer
forma de violência. Art. 53 – Manter seus dados cadastrais atualizados, e regularizadas as
suas obrigações financeiras com o Conselho Regional de Enfermagem.
Art. 35 - Registrar informações parciais e inverídicas sobre a assistência
prestada. Art. 54 – Apura o número e categoria de inscrição no Conselho Regional
de Enfermagem em assinatura, quando no exercício profissional.
SEÇÃO II
Art.55 – Facilitar e incentivar a participação dos profissionais de enfer-
DAS RELAÇÕES COM OS TRABALHADORES DE ENFERMAGEM, magem no desempenho de atividades nas organizações da categoria.
SAÚDE E OUTROS.
PROIBIÇÕES
DIREITOS
Art. 56 – Executar e determinar a execução de atos contrários ao Códi-
Art. 36 - Participar da prática profissional multi e interdisciplinar com go de Ética e às demais normas que regulam o exercício da Enfermagem.
responsabilidade, autonomia e liberdade.
Art. 57 – Aceitar cargo, função ou emprego vago em decorrência de fa-
Art. 37 - Recusar-se a executar prescrição medicamentosa e terapêuti- tos que envolvam recusa ou demissão de cargo, função ou emprego
ca, onde não conste a assinatura e o numero de registro do profissional, motivado pela necessidade do profissional em cumprir o presente código e
exceto em situações de urgência e emergência. a legislação do exercício profissional.
Parágrafo único – O profissional de enfermagem poderá recusar-se a Art. 58 – Realizar ou facilitar ações que causem prejuízo ao patrimônio
executar prescrição medicamentosa e terapêutica em caso de identificação ou comprometam a finalidade para a qual foram instituídas as organiza-
de erro ou ilegibilidade. ções da categoria.
RESPONSABILIDADES E DEVERES Art. 59 - Negar, omitir informações ou emitir falsas declarações sobre o
Art. 38 - Responsabilizar-se por falta cometida em suas atividades pro- exercício profissional quando solicitado pelo Conselho Regional de Enfer-
fissionais, independente de ter sido praticada individualmente ou em magem.
equipe. SEÇÃO IV
Art. 39 - Participar da orientação sobre benefícios, riscos e consequên- DAS RELAÇÕES COM AS ORGANIZAÇÕES EMPREGADORAS DI-
cias decorrentes de exames e de outros procedimentos, na condição de REITOS
membro da equipe de saúde.
Art. 60 - Participar de movimentos de defesa da dignidade profissional,
Art. 40 – posicionar-se contra falta cometida durante o exercício profis- do seu aprimoramento técnico-científico, do exercício da cidadania e das
sional seja por imperícia, imprudência ou negligência. reivindicações por melhores condições de assistência, trabalho e remune-
Art. 41 - Prestar informações, escritas e verbais, completas e fidedignas ração.
necessárias para assegurar a continuidade da assistência. Art. 61 - Suspender suas atividades, individual ou coletivamente, quan-
PROIBIÇÕES do a instituição pública ou privada para a qual trabalhe não oferecer condi-
ções dignas para o exercício profissional ou que desrespeite a legislação
Art. 42 - Assinar as ações de Enfermagem que não executou, bem co- do setor saúde, ressalvadas as situações de urgência e emergência,
mo permitir que suas ações sejam assinadas por outro profissional. devendo comunicar imediatamente por escrito sua decisão ao Conselho
Art. 43 - Colaborar, direta ou indiretamente com outros profissionais de Regional de Enfermagem.
saúde, no descumprimento da legislação referente aos transplantes de Art. 62 - Receber salários ou honorários compatíveis com o nível de
órgãos, tecidos, esterilização, fecundação artificial e manipulação genética. formação, a jornada de trabalho, a complexidade das ações e responsabi-
SEÇÃO III lidade pelo exercício profissional.

DAS RELAÇÕES COM AS ORGANIZAÇÕES DA CATEGORIA Art. 63 - Desenvolver suas atividades profissionais em condições de tra-
balho que promovam a própria segurança e a da pessoa, família e coletivi-
DIREITOS dade sob seus cuidados, e dispor de material e equipamentos de proteção
individual e coletiva, segundo as normas vigentes.
Art. 44 - Recorrer ao Conselho Regional de Enfermagem, quando impe-
dido de cumprir o presente Código, a legislação do Exercício Profissional e Art. 64 - Recusar-se a desenvolver atividades profissionais na falta de
as Resoluções e Decisões emanadas pelo Sistema COFEN/COREN. material ou equipamentos de proteção individual e coletiva definidos na
legislação específica.
Art. 45 - Associar-se, exercer cargos e participar de Entidades de Clas-
se e Órgãos de Fiscalização do Exercício Profissional. Art. 65- Formar e participar da comissão de ética da instituição pública
ou privada onde trabalha, bem como de comissões interdisciplinares.
Art. 46 – Requerer em tempo hábil, informações acerca de normas e
convocações. Art. 66 - Exercer cargos de direção, gestão e coordenação na área de
seu exercício profissional e do setor saúde.
Art. 47 – Requerer, ao Conselho Regional de Enfermagem, mediadas
cabíveis para obtenção de desagravo público em decorrência de ofensa Art. 67 - Ser informado sobre as políticas da instituição e do Serviço de
sofrida no exercício profissional. Enfermagem, bem como participar de sua elaboração.
RESPONSABILIDADES E DEVERES Art. 68 – Registrar no prontuário e em outros documentos próprios da
Enfermagem informações referentes ao processo de cuidar da pessoa.
Art. 48 - Cumprir e fazer os preceitos éticos e legais da profissão.
RESPONSABILIDADES E DEVERES
Art. 49 – Comunicar ao Conselho Regional de Enfermagem, fatos que
firam preceitos do presente Código e da legislação do exercício profissio-
nal.

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Art. 69 – Estimular, promover e criar condições para o aperfeiçoamento PROIBIÇÕES
técnico, científico e cultural dos profissionais de Enfermagem sob sua
orientação e supervisão. Art. 84 - Franquear o acesso a informações e documentos a pessoas
que não estão diretamente envolvidas na prestação da assistência, exceto
Art. 70 - Estimular, facilitar e promover o desenvolvimento das ativida- nos casos previstos na legislação vigente ou por ordem judicial.
des de ensino, pesquisa e extensão, devidamente aprovadas nas instân-
cias deliberativas da instituição. Art. 85 - Divulgar ou fazer referência a casos, situações ou fatos de for-
ma que os envolvidos possam ser identificados.
Art. 71 - Incentivar e criar condições para registrar as informações ine-
rentes e indispensáveis ao processo de cuidar. CAPÍTULO III

Art. 72 – Registrar as informações inerentes e indispensáveis ao pro- DO ENSINO, DA PESQUISA E DA PRODUÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICA
cesso de cuidar de forma clara, objetiva e completa. DIREITOS
PROIBIÇÕES Art. 86 - Realizar e participar de atividades de ensino e pesquisa, respei-
Art. 73 – Trabalhar, colaborar ou acumpliciar-se com pessoas ou jurídi- tadas as normas ético-legais.
cas que desrespeitem princípios e normas que regulam o exercício profis- Art. 87 – Ter conhecimento acerca do ensino e da pesquisa a serem
sional de Enfermagem. desenvolvidos com as pessoas sob sua responsabilidade profissional ou
Art. 74 - Pleitear cargo, função ou emprego ocupado por colega, utili- em seu local de trabalho.
zando-se de concorrência desleal. Art. 88 – Ter reconhecida sua autoria ou participação em produção téc-
Art. 75 – Permitir que seu nome conste no quadro de pessoal de hospi- nico-científica.
tal, casa de saúde, unidade sanitária, clínica, ambulatório, escola, curso, RESPONSABILIDADES E DEVERES
empresa ou estabelecimento congênere sem nele exercer as funções de
Enfermagem pressupostas. Art. 89 – Atender as normas vigentes para a pesquisa envolvendo seres
humanos, segundo a especificidade da investigação.
Art. 76 - Receber vantagens de instituição, empresa, pessoa, família e
coletividade, além do que lhe é devido, como forma de garantir Assistência Art. 90 - Interromper a pesquisa na presença de qualquer perigo à vida
de Enfermagem diferenciada ou benefícios de qualquer natureza para si ou e à integridade da pessoa.
para outrem. Art. 91 - Respeitar os princípios da honestidade e fidedignidade, bem
Art. 77 - Usar de qualquer mecanismo de pressão ou suborno com pes- como os direitos autorais no processo de pesquisa, especialmente na
soas físicas ou jurídicas para conseguir qualquer tipo de vantagem. divulgação dos seus resultados.

Art. 78 – Utilizar, de forma abusiva, o poder que lhe confere a posição Art. 92 - Disponibilizar os resultados de pesquisa à comunidade científi-
ou cargo, para impor ordens, opiniões, atentar contra o puder, assediar ca e sociedade em geral.
sexual ou moralmente, inferiorizar pessoas ou dificultar o exercício profis- Art. 93 - Promover a defesa e o respeito aos princípios éticos e legais da
sional. profissão no ensino, na pesquisa e produções técnico-científicas.
Art. 79 – Apropriar-se de dinheiro, valor, bem móvel ou imóvel, público PROIBIÇÕES
ou particular de que tenha posse em razão do cargo, ou desviá-lo em
proveito próprio ou de outrem. Art. 94 - Realizar ou participar de atividades de ensino e pesquisa, em
que o direito inalienável da pessoa, família ou coletividade seja desrespei-
Art. 80 - Delegar suas atividades privativas a outro membro da equipe tado ou ofereça qualquer tipo de risco ou dano aos envolvidos.
de Enfermagem ou de saúde, que não seja Enfermeiro.
Art. 95 - Eximir-se da responsabilidade por atividades executadas por
CAPÍTULO II alunos ou estagiários, na condição de docente, Enfermeiro responsável ou
DO SIGILO PROFISSIONAL supervisor.

DIREITOS Art. 96 - Sobrepor o interesse da ciência ao interesse e segurança da


pessoa, família ou coletividade.
Art. 81 – Abster-se de revelar informações confidenciais de que tenha
conhecimento em razão de seu exercício profissional a pessoas ou entida- Art. 97 – Falsificar ou manipular resultados de pesquisa, bem como, u-
des que não estejam obrigadas ao sigilo. sá-los para fins diferentes dos pré-determinados.

RESPONSABILIDADES E DEVERES Art. 98 - Publicar trabalho com elementos que identifiquem o sujeito par-
ticipante do estudo sem sua autorização.
Art. 82 - Manter segredo sobre fato sigiloso de que tenha conhecimento
em razão de sua atividade profissional, exceto casos previstos em lei, Art. 99 – Divulgar ou publicar, em seu nome, produção técnico-científica
ordem judicial, ou com o consentimento escrito da pessoa envolvida ou de ou instrumento de organização formal do qual não tenha participado ou
seu representante legal. omitir nomes de co-autores e colaboradores.

§ 1º Permanece o dever mesmo quando o fato seja de conhecimento Art. 100 - Utilizar sem referência ao autor ou sem a sua autorização ex-
público e em caso de falecimento da pessoa envolvida. pressa, dados, informações, ou opiniões ainda não publicados.

§ 2º Em atividade multiprofissional, o fato sigiloso poderá ser revelado Art. 101 – Apropriar-se ou utilizar produções técnico-científicas, das
quando necessário à prestação da assistência. quais tenha participado como autor ou não, implantadas em serviços ou
instituições sob concordância ou concessão do autor.
§ 3º O profissional de Enfermagem intimado como testemunha deverá
comparecer perante a autoridade e, se for o caso, declarar seu impedimen- Art. 102 – Aproveitar-se de posição hierárquica para fazer constar seu
to de revelar o segredo. nome como autor ou co-autor em obra técnico-científica.

§ 4º - O segredo profissional referente ao menor de idade deverá ser CAPÍTULO IV


mantido, mesmo quando a revelação seja solicitada por pais ou responsá- DA PUBLICIDADE
veis, desde que o menor tenha capacidade de discernimento, exceto nos
casos em que possa acarretar danos ou riscos ao mesmo. DIREITOS
Art. 83 – Orientar, na condição de Enfermeiro, a equipe sob sua respon- Art. 103 – Utilizar-se de veículo de comunicação para conceder entrevis-
sabilidade sobre o dever do sigilo profissional. tas ou divulgar eventos e assuntos de sua competência, com finalidade
educativa e de interesse social.

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Art. 104 – Anunciar a prestação de serviços para os quais está habilita- Enfermagem, jornais de grande circulação e comunicada aos órgãos
do. empregadores.
RESPONSABILIDADES E DEVERES § 5º - A cassação consiste na perda do direito ao exercício da Enferma-
gem e será divulgada nas publicações dos Conselhos Federal e Regional
Art. 105 – Resguardar os princípios da honestidade, veracidade e fide- de Enfermagem e em jornais de grande circulação.
dignidade no conteúdo e na forma publicitária.
Art.119 - As penalidades, referentes à advertência verbal, multa, censu-
RESPONSABILIDADES E DEVERES ra e suspensão do exercício profissional, são da alçada do Conselho
Art. 106 – Zelar pelos preceitos éticos e legais da profissão nas diferen- Regional de Enfermagem, serão registradas no prontuário do profissional
tes formas de divulgação. de Enfermagem; a pena de cassação do direito ao exercício profissional é
de competência do Conselho Federal de Enfermagem, conforme o dispos-
PROIBIÇÕES to no art. 18, parágrafo primeiro, da Lei n° 5.905/73. Parágrafo único - Na
RESPONSABILIDADES E DEVERES situação em que o processo tiver origem no Conselho Federal de Enfer-
magem, terá como instância superior a Assembléia dos Delegados Regio-
Art. 107 – Divulgar informação inverídica sobre assunto de sua área pro- nais.
fissional.
Art. 120 - Para a graduação da penalidade e respectiva imposição con-
Art. 108- Inserir imagens ou informações que possam identificar pesso- sideram-se:
as e instituições sem sua prévia autorização.
I - A maior ou menor gravidade da infração;
Art. 109 – Anunciar título ou qualificação que não possa comprovar.
II - As circunstâncias agravantes e atenuantes da infração;
Art. 110 – Omitir, em proveito próprio, referência a pessoas ou institui-
ções. III - O dano causado e suas consequências;

Art. 111 – Anunciar a prestação de serviços gratuitos ou propor honorá- IV - Os antecedentes do infrator.
rios que caracterizem concorrência desleal. Art.121 - As infrações serão consideradas leves, graves ou gravíssimas,
CAPÍTULO V segundo a natureza do ato e a circunstância de cada caso.

DAS INFRAÇÕES E PENALIDADES § 1º - São consideradas infrações leves as que ofendam a integridade
física, mental ou moral de qualquer pessoa, sem causar debilidade ou
Art. 112 - A caracterização das infrações éticas e disciplinares e a apli- aquelas que venham a difamar organizações da categoria ou instituições.
cação das respectivas penalidades regem-se por este Código, sem prejuí-
zo das sanções previstas em outros dispositivos legais. § 2º - São consideradas infrações graves as que provoquem perigo de
vida, debilidade temporária de membro, sentido ou função em qualquer
Art. 113- Considera-se Infração Ética a ação, omissão ou conivência pessoa ou as que causem danos patrimoniais ou financeiros.
que implique em desobediência e/ou inobservância às disposições do
Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem. § 3º - São consideradas infrações gravíssimas as que provoquem mor-
te, deformidade permanente, perda ou inutilização de membro, sentido,
Art. 114 - Considera-se infração disciplinar a inobservância das normas função ou ainda, dano moral irremediável em qualquer pessoa.
dos Conselhos Federal e Regional de Enfermagem.
Art. 122 - São consideradas circunstâncias atenuantes:
Art. 115 - Responde pela infração quem a cometer ou concorrer para a
sua prática, ou dela obtiver benefício, quando cometida por outrem. I - Ter o infrator procurado, logo após a infração, por sua espontânea
vontade e com eficiência, evitar ou minorar as consequências do seu ato;
Art. 116 - A gravidade da infração é caracterizada por meio da análise
dos fatos do dano e de suas consequências. II - Ter bons antecedentes profissionais;

Art. 117 - A infração é apurada em processo instaurado e conduzido nos III - Realizar atos sob coação e/ou intimidação;
termos do Código de Processo ético das Autarquias dos Profissionais de IV - Realizar ato sob emprego real de força física;
Enfermagem.
V - Ter confessado espontaneamente a autoria da infração.
Art. 118 - As penalidades a serem impostas pelos Conselhos Federal e
Regional de Enfermagem, conforme o que determina o art. 18, da Lei n° Art. 123 - São consideradas circunstâncias agravantes:
5.905, de 12 de julho de 1973, são as seguintes: I - Ser reincidente;
I - Advertência verbal; II - Causar danos irreparáveis;
II - Multa; III - Cometer infração dolosamente;
III - Censura; IV - Cometer a infração por motivo fútil ou torpe;
IV - Suspensão do Exercício Profissional; V - Facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou a
V - Cassação do direito ao Exercício Profissional. vantagem de outra infração;
§ 1º - A advertência verbal consiste na admoestação ao infrator, de for- VI - Aproveitar-se da fragilidade da vítima;
ma reservada, que será registrada no Prontuário do mesmo, na presença VII - Cometer a infração com abuso de autoridade ou violação do dever
de duas testemunhas. inerente ao cargo ou função;
§ 2º - A multa consiste na obrigatoriedade de pagamento de 01 (um) a VIII - Ter maus antecedentes profissionais.
10 (dez) vezes o valor da anuidade da categoria profissional à qual perten-
ce o infrator, em vigor no ato do pagamento. CAPÍTULO VI
§3º - A censura consiste em repreensão que será divulgada nas publi- DA APLICAÇÃO DAS PENALIDAES
cações oficiais dos Conselhos Federal e Regional de Enfermagem e em
jornais de grande circulação. Art. 124 - As penalidades previstas neste Código somente poderão ser
aplicadas, cumulativamente, quando houver infração a mais de um artigo.
§ 4º - A suspensão consiste na proibição do exercício profissional da
Enfermagem por um período não superior a 29 (vinte e nove) dias e serão Art. 125 - A pena de Advertência verbal é aplicável nos casos de infra-
divulgados nas publicações oficiais dos Conselhos Federal e Regional de ções ao que está estabelecido nos artigos: 5º a 7º; 12 a 14;16 a 24; 27; 30;

Técnico de Enfermagem 33 A Opção Certa Para a Sua Realização


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32; 34; 35; 38 a 40; 49 a 55; 57; 69 a 71; 74; 78; 82 a 85; 89 a 95; 89; 98 virtude de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como
a 102; 105; 106; 108 a 111 Código. diploma de Enfermeiro, de Enfermeira Obstétrica ou de Obstetriz;
Art. 126 - A pena de Multa é aplicável nos casos de infrações ao que IV - aqueles que, não abrangidos pelos incisos anteriores, obtiverem
está estabelecido nos artigos: 5º a 9º; 12; 13; 15; 16; 19; 24; 25; 26; 28 título de Enfermeiro conforme o disposto na alínea d do art. 3º do Decreto
a 35; 38 a 43; 48 a 51; 53; 56 a 59; 72 a 80; 82; 84; 85; 90; 94; 96; 97 nº 50.387, de 28 de março de 1961.
a 102; 105; 107; 108; 110; e 111 deste Código.
Art. 7º São Técnicos de Enfermagem:
Art. 127 - A pena de Censura é aplicável nos casos de infrações ao que
está estabelecido nos artigos: 8º; 12; 13; 15; 16; 25; 30 a35; 41 a 43; 48; I - o titular do diploma ou do certificado de Técnico de Enfermagem, ex-
51; 54; 56 a 59 71 a 80; 82; 84; 85; 90; 91; 94 a 102; 105; 107 a 111 deste pedido de acordo com a legislação e registrado pelo órgão competente;
Código. II - o titular do diploma ou do certificado legalmente conferido por escola
Art. 128- A pena de Suspensão do Exercício Profissional é aplicável nos ou curso estrangeiro, registrado em virtude de acordo de intercâmbio
casos de infrações ao que está estabelecido nos artigos: 8º; 9º; 12; 15; 16; cultural ou revalidado no Brasil como diploma de Técnico de Enfermagem.
25; 26; 28; 29; 31; 33 a 35; 41 a 43; 48; 56; 58; 59; 72; 73; 75 a 80; 82; 84; Art. 8º São Auxiliares de Enfermagem:
85; 90; 94; 96 a 102; 105; 107 e 108 deste Código.
I - o titular de certificado de Auxiliar de Enfermagem conferido por insti-
Art.129 - A pena de Cassação do Direito ao Exercício Profissional é a- tuição de ensino, nos termos da lei e registrado no órgão competente;
plicável nos casos de infrações ao que está estabelecido nos artigos: 9º,
12; 26; 28; 29; 78 e 79 deste Código. II - o titular de diploma a que se refere a Lei nº 2.822, de 14 de junho de
1956;
CAPITULO VII
III - o titular do diploma ou certificado a que se refere o inciso III do art.
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS 2º da Lei nº 2.604, de 17 de setembro de 1955, expedido até a publicação
Art. 130- Os casos omissos serão resolvidos pelo Conselho Federal de da Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961;
Enfermagem. IV - o titular de certificado de Enfermeiro Prático ou Prático de Enferma-
Art. 131- Este Código poderá ser alterado pelo Conselho Federal de En- gem, expedido até 1964 pelo Serviço Nacional de Fiscalização da Medici-
fermagem, por iniciativa própria ou mediante proposta de Conselhos na e Farmácia, do Ministério da Saúde, ou por órgão congênere da Secre-
Regionais. taria de Saúde nas Unidades da Federação, nos termos do Decreto-lei nº
23.774, de 22 de janeiro de 1934, do Decreto-lei nº 8.778, de 22 de janeiro
Parágrafo único - A alteração referida deve ser precedida de ampla dis- de 1946, e da Lei nº 3.640, de 10 de outubro de 1959;
cussão com a categoria, coordenada pelos Conselhos Regionais.
V - o pessoal enquadrado como Auxiliar de Enfermagem, nos termos do
Art. 132 O presente Código entrará em vigor 90 dias após sua publica- Decreto-lei nº 299, de 28 de fevereiro de 1967;
ção, revogadas as disposições em contrário.
VI - o titular do diploma ou certificado conferido por escola ou curso es-
Rio de Janeiro, 08 de fevereiro de 2007. trangeiro, segundo as leis do país, registrado em virtude de acordo de
intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como certificado de Auxiliar de
LEI No 7.498, DE 25 DE JUNHO DE 1986. Enfermagem.
Dispõe sobre a regulamentação do exercício da enfermagem, e dá outras
providências. Art. 9º São Parteiras:

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacio- I - a titular do certificado previsto no art. 1º do Decreto-lei nº 8.778, de
nal decreta e eu sanciono a seguinte lei: 22 de janeiro de 1946, observado o disposto na Lei nº 3.640, de 10 de
outubro de 1959;
Art. 1º É livre o exercício da enfermagem em todo o território nacional,
observadas as disposições desta lei. II - a titular do diploma ou certificado de Parteira, ou equivalente, confe-
rido por escola ou curso estrangeiro, segundo as leis do país, registrado
Art. 2º A enfermagem e suas atividades auxiliares somente podem ser em virtude de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil, até 2 (dois) anos
exercidas por pessoas legalmente habilitadas e inscritas no Conselho após a publicação desta lei, como certificado de Parteira.
Regional de Enfermagem com jurisdição na área onde ocorre o exercício.
Art. 10. (VETADO).
Parágrafo único. A enfermagem é exercida privativamente pelo Enfer-
meiro, pelo Técnico de Enfermagem, pelo Auxiliar de Enfermagem e pela Art. 11. O Enfermeiro exerce todas as atividades de enfermagem, ca-
Parteira, respeitados os respectivos graus de habilitação. bendo-lhe:

Art. 3º O planejamento e a programação das instituições e serviços de I - privativamente:


saúde incluem planejamento e programação de enfermagem. a) direção do órgão de enfermagem integrante da estrutura básica da
Art. 4º A programação de enfermagem inclui a prescrição da assistência instituição de saúde, pública e privada, e chefia de serviço e de unidade de
de enfermagem. enfermagem;

Art. 5º (VETADO). b) organização e direção dos serviços de enfermagem e de suas ativi-


dades técnicas e auxiliares nas empresas prestadoras desses serviços;
§ 1º (VETADO).
c) planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação dos
§ 2º (VETADO). serviços da assistência de enfermagem;
Art. 6º São enfermeiros: d) (VETADO);
I - o titular do diploma de Enfermeiro conferido por instituição de ensino, e) (VETADO);
nos termos da lei;
f) (VETADO);
II - o titular do diploma ou certificado de Obstetriz ou de Enfermeira Obs-
tétrica, conferido nos termos da lei; g) (VETADO);

III - o titular do diploma ou certificado de Enfermeira e a titular do diplo- h) consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre matéria de enfer-
ma ou certificado de Enfermeira Obstétrica ou de Obstetriz, ou equivalente, magem;
conferido por escola estrangeira segundo as leis do país, registrado em i) consulta de enfermagem;

Técnico de Enfermagem 34 A Opção Certa Para a Sua Realização


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j) prescrição da assistência de enfermagem; Art. 18. (VETADO).
l) cuidados diretos de enfermagem a pacientes graves com risco de vi- Parágrafo único. (VETADO).
da;
Art. 19. (VETADO).
m) cuidados de enfermagem de maior complexidade técnica e que exi-
jam conhecimentos de base científica e capacidade de tomar decisões Art. 20. Os órgãos de pessoal da administração pública direta e indireta,
imediatas; federal, estadual, municipal, do Distrito Federal e dos Territórios observa-
rão, no provimento de cargos e funções e na contratação de pessoal de
II - como integrante da equipe de saúde: enfermagem, de todos os graus, os preceitos desta lei.
a) participação no planejamento, execução e avaliação da programação Parágrafo único. Os órgãos a que se refere este artigo promoverão as
de saúde; medidas necessárias à harmonização das situações já existentes com as
disposições desta lei, respeitados os direitos adquiridos quanto a venci-
b) participação na elaboração, execução e avaliação dos planos assis- mentos e salários.
tenciais de saúde;
Art. 21. (VETADO).
c) prescrição de medicamentos estabelecidos em programas de saúde
pública e em rotina aprovada pela instituição de saúde; Art. 22. (VETADO).
d) participação em projetos de construção ou reforma de unidades de Art. 23. O pessoal que se encontra executando tarefas de enfermagem,
internação; em virtude de carência de recursos humanos de nível médio nessa área,
sem possuir formação específica regulada em lei, será autorizado, pelo
e) prevenção e controle sistemático da infecção hospitalar e de doenças Conselho Federal de Enfermagem, a exercer atividades elementares de
transmissíveis em geral; enfermagem, observado o disposto no art. 15 desta lei.
f) prevenção e controle sistemático de danos que possam ser causados Parágrafo único. É assegurado aos atendentes de enfermagem, admiti-
à clientela durante a assistência de enfermagem; dos antes da vigência desta lei, o exercício das atividades elementares da
g) assistência de enfermagem à gestante, parturiente e puérpera; enfermagem, observado o disposto em seu artigo 15. (Redação dada pela
Lei nº 8.967, de 1986)
h) acompanhamento da evolução e do trabalho de parto;
Art. 24. (VETADO).
i) execução do parto sem distocia;
Parágrafo único. (VETADO).
j) educação visando à melhoria de saúde da população.
Art. 25. O Poder Executivo regulamentará esta lei no prazo de 120 (cen-
Parágrafo único. As profissionais referidas no inciso II do art. 6º desta lei to e vinte) dias a contar da data de sua publicação.
incumbe, ainda:
Art. 26. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
a) assistência à parturiente e ao parto normal;
Art. 27. Revogam-se (VETADO) as demais disposições em contrário.
b) identificação das distocias obstétricas e tomada de providências até a
chegada do médico; Brasília, 25 de junho de 1986; 165º da Independência e 98º da Repúbli-
ca.
c) realização de episiotomia e episiorrafia e aplicação de anestesia lo-
cal, quando necessária.
Art. 12. O Técnico de Enfermagem exerce atividade de nível médio, en- DECRETO Nº 94.406, DE 08 DE JUNHO DE 1987
volvendo orientação e acompanhamento do trabalho de enfermagem em Regulamenta
Reg disspõe
ulamenta a Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, que di
grau auxiliar, e participação no planejamento da assistência de enferma- sobre o exercício da Enfermagem, e dá outras providên
providências
gem, cabendo-lhe especialmente:
a) participar da programação da assistência de enfermagem; O Presidente da República, usando das atribuições que lhe
confere o Art. 81, item III, da Constituição, e tendo em vista o
b) executar ações assistenciais de enfermagem, exceto as privativas do
Enfermeiro, observado o disposto no parágrafo único do art. 11 desta lei; disposto no Art. 25 da Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986,
Decreta:
c) participar da orientação e supervisão do trabalho de enfermagem em Art. 1º - O exercício da atividade de Enfermagem, observadas as dis-
grau auxiliar; posições da Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, e respeitados os graus
d) participar da equipe de saúde. de habilitação, é privativo de Enfermeiro, Técnico de Enfermagem, Auxiliar
de Enfermagem e Parteiro e só será permitido ao profissional inscrito no
Art. 13. O Auxiliar de Enfermagem exerce atividades de nível médio, de Conselho Regional de Enfermagem da respectiva região.
natureza repetitiva, envolvendo serviços auxiliares de enfermagem sob Art. 2º - As instituições e serviços de saúde incluirão a atividade de
supervisão, bem como a participação em nível de execução simples, em Enfermagem no seu planejamento e programação.
processos de tratamento, cabendo-lhe especialmente:
Art. 3º - A prescrição da assistência de Enfermagem é parte integrante
a) observar, reconhecer e descrever sinais e sintomas; do programa de Enfermagem.
b) executar ações de tratamento simples; Art. 4º - São Enfermeiros:
I - o titular do diploma de Enfermeiro conferido por instituição de ensi-
c) prestar cuidados de higiene e conforto ao paciente; no, nos termos da lei;
d) participar da equipe de saúde. II - o titular do diploma ou certificado de Obstetriz ou de Enfermeira
Obstétrica, conferidos nos termos da lei;
Art. 14. (VETADO).
III - o titular do diploma ou certificado de Enfermeira e a titular do di-
Art. 15. As atividades referidas nos arts. 12 e 13 desta lei, quando exer- ploma ou certificado de Enfermeira Obstétrica ou de Obstetriz, ou equiva-
cidas em instituições de saúde, públicas e privadas, e em programas de lente, conferido por escola estrangeira segundo as respectivas leis, regis-
saúde, somente podem ser desempenhadas sob orientação e supervisão trado em virtude de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil
de Enfermeiro. como diploma de Enfermeiro, de Enfermeira Obstétrica ou de Obstetriz;
IV - aqueles que, não abrangidos pelos incisos anteriores, obtiveram
Art. 16. (VETADO).
título de Enfermeira conforme o disposto na letra "d" do Art. 3º. do Decreto-
Art. 17. (VETADO). lei Decreto nº 50.387, de 28 de março de 1961.

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Art. 5º. São técnicos de Enfermagem: g) participação na prevenção e controle das doenças transmissíveis
I - o titular do diploma ou do certificado de técnico de Enfermagem, em geral e nos programas de vigilância epidemiológica;
expedido de acordo com a legislação e registrado no órgão competente; h) prestação de assistência de enfermagem à gestante, parturiente,
II - o titular do diploma ou do certificado legalmente conferido por esco- puérpera e ao recém-nascido;
la ou curso estrangeiro, registrado em virtude de acordo de intercâmbio i) participação nos programas e nas atividades de assistência integral
cultural ou revalidado no Brasil como diploma de técnico de Enfermagem. à saúde individual e de grupos específicos, particularmente daqueles
Art. 6º São Auxiliares de Enfermagem: prioritários e de alto risco;
I - o titular do certificado de Auxiliar de Enfermagem conferido por insti- j) acompanhamento da evolução e do trabalho de parto;
tuição de ensino, nos termos da Lei e registrado no órgão competente; l) execução e assistência obstétrica em situação de emergência e e-
II - o titular do diploma a que se refere a Lei nº 2.822, de 14 de junho xecução do parto sem distocia;
de 1956; m) participação em programas e atividades de educação sanitária, vi-
III - o titular do diploma ou certificado a que se refere o item III do Art. sando à melhoria de saúde do indivíduo, da família e da população em
2º. da Lei nº 2.604, de 17 de setembro de1955, expedido até a publicação geral;
da Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961; n) participação nos programas de treinamento e aprimoramento de
IV - o titular de certificado de Enfermeiro Prático ou Prático de Enfer- pessoal de saúde, particularmente nos programas de educação continua-
magem, expedido até 1964 pelo Serviço Nacional de Fiscalização da da;
Medicina e Farmácia, do Ministério da Saúde, ou por órgão congênere da o) participação nos programas de higiene e segurança do trabalho e
Secretaria de Saúde nas Unidades da Federação, nos termos do Decreto- de prevenção de acidentes e de doenças profissionais e do trabalho;
lei nº 23.774, de 22 de janeiro de 1934, do Decreto-lei nº 8.778, de 22 de p) participação na elaboração e na operacionalização do sistema de
janeiro de 1946, e da Lei nº 3.640, de 10 de outubro de 1959; referência e contra-referência do paciente nos diferentes níveis de atenção
V - o pessoal enquadrado como Auxiliar de Enfermagem, nos termos à saúde;
do Decreto-lei nº 299, de 28 de fevereiro de 1967; q) participação no desenvolvimento de tecnologia apropriada à assis-
VI - o titular do diploma ou certificado conferido por escola ou curso tência de saúde;
estrangeiro, segundo as leis do país, registrado em virtude de acordo de r) participação em bancas examinadoras, em matérias específicas de
intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como certificado de Auxiliar de Enfermagem, nos concursos para provimento de cargo ou contratação de
Enfermagem. Enfermeiro ou pessoal Técnico e Auxiliar de Enfermagem.
Art. 7º - São Parteiros: Art. 9º - Às profissionais titulares de diploma ou certificados de Obste-
I - o titular de certificado previsto no Art. 1º do nº 8.778, de 22 de janei- triz ou de Enfermeira Obstétrica, além das atividades de que trata o artigo
ro de 1946, observado o disposto na Lei nº 3.640, de 10 de outubro de precedente, incumbe:
1959; I - prestação de assistência à parturiente e ao parto normal;
II - o titular do diploma ou certificado de Parteiro, ou equivalente, con- II - identificação das distócias obstétricas e tomada de providências
ferido por escola ou curso estrangeiro, segundo as respectivas leis, regis- até a chegada do médico;
trado em virtude de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil, até 26 de III - realização de episiotomia e episiorrafia com aplicação de aneste-
junho de1988, como certificado de Parteiro. sia local, quando necessária.
Art. 8º - Ao enfermeiro incumbe: Art. 10 - O Técnico de Enfermagem exerce as atividades auxiliares, de
I - privativamente: nível médio técnico, atribuídas à equipe de Enfermagem, cabendo-lhe:
a) direção do órgão de Enfermagem integrante da estrutura básica da I - assistir ao Enfermeiro:
instituição de saúde, pública ou privada, e chefia de serviço e de unidade a) no planejamento, programação, orientação e supervisão das ativi-
de Enfermagem; dades de assistência de Enfermagem;
b) organização e direção dos serviços de Enfermagem e de suas ativi- b) na prestação de cuidados diretos de Enfermagem a pacientes em
dades técnicas e auxiliares nas empresas prestadoras desses serviços; estado grave;
c) planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação dos c) na prevenção e controle das doenças transmissíveis em geral em
serviços da assistência de Enfermagem; programas de vigilância epidemiológica;
d) consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre matéria de En- d) na prevenção e controle sistemático da infecção hospitalar;
fermagem;
e) na prevenção e controle sistemático de danos físicos que possam
e) consulta de Enfermagem; ser causados a pacientes durante a assistência de saúde;
f) prescrição da assistência de Enfermagem; f) na execução dos programas referidos nas letras "i" e "o" do item II
g) cuidados diretos de Enfermagem a pacientes graves com risco de do Art. 8º.
vida; II - executar atividades de assistência de Enfermagem, excetuadas as
h) cuidados de Enfermagem de maior complexidade técnica e que exi- privativas do Enfermeiro e as referidas no Art. 9º deste Decreto:
jam conhecimentos científicos adequados e capacidade de tomar decisões III - integrar a equipe de saúde.
imediatas;
Art. 11 - O Auxiliar de Enfermagem executa as atividades auxiliares,
II - como integrante da equipe de saúde: de nível médio atribuídas à equipe de Enfermagem, cabendo-lhe:
a) participação no planejamento, execução e avaliação da programa- I - preparar o paciente para consultas, exames e tratamentos;
ção de saúde;
II - observar, reconhecer e descrever sinais e sintomas, ao nível de
b) participação na elaboração, execução e avaliação dos planos assis- sua qualificação;
tenciais de saúde;
III - executar tratamentos especificamente prescritos, ou de rotina, a-
c) prescrição de medicamentos previamente estabelecidos em pro- lém de outras atividades de Enfermagem, tais como:
gramas de saúde pública e em rotina aprovada pela instituição de saúde;
a) ministrar medicamentos por via oral e parenteral;
d) participação em projetos de construção ou reforma de unidades de
internação; b) realizar controle hídrico;
e) prevenção e controle sistemático da infecção hospitalar, inclusive c) fazer curativos;
como membro das respectivas comissões; d) aplicar oxigenoterapia, nebulização, enteroclisma, enema e calor ou
f) participação na elaboração de medidas de prevenção e controle sis- frio;
temático de danos que possam ser causados aos pacientes durante a e) executar tarefas referentes à conservação e aplicação de vacinas;
assistência de Enfermagem; f) efetuar o controle de pacientes e de comunicantes em doenças
transmissíveis;

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g) realizar testes e proceder à sua leitura, para subsídio de diagnósti-
co; RESOLVE:
RESOLVE:
h) colher material para exames laboratoriais;
i) prestar cuidados de Enfermagem pré e pós-operatórios; Art. 1º - Fica aprovado o Código de Ética dos Profissionais de Enfer-
magem para aplicação na jurisdição de todos os Conselhos de Enferma-
j) circular em sala de cirurgia e, se necessário, instrumentar; gem.
l) executar atividades de desinfecção e esterilização;
IV - prestar cuidados de higiene e conforto ao paciente e zelar por sua Art. 2º - Todos os Profissionais de Enfermagem deverão conhecer o
segurança, inclusive: inteiro teor do presente Código, acessando o site www.portalcofen.gov.br;
a) alimentá-lo ou auxiliá-lo a alimentar-se; www.portalenfermagem.gov.br e requerê-lo no Conselho Regional de
b) zelar pela limpeza e ordem do material, de equipamentos e de de- Enfermagem do Estado onde exercem suas atividades.
pendência de unidades de saúde;
Art. 3º - Este Código aplica-se aos profissionais de Enfermagem e e-
V - integrar a equipe de saúde; xercentes das atividades elementares de enfermagem.
VI - participar de atividades de educação em saúde, inclusive:
a) orientar os pacientes na pós-consulta, quanto ao cumprimento das Art. 4º - Este ato resolucional entrará em vigor a partir de 12 de maio
prescrições de Enfermagem e médicas; de 2007, correspondendo a 90 (noventa) dias após sua publicação, revo-
b) auxiliar o Enfermeiro e o Técnico de Enfermagem na execução dos gando a Resolução COFEN nº. 240/2000.
programas de educação para a saúde;
VII - executar os trabalhos de rotina vinculados à alta de pacientes: Rio de Janeiro, 08 de fevereiro 2007.
VIII - participar dos procedimentos pós-morte.
Art. 12 - Ao Parteiro incumbe: RELACIONAMENTO INTERPESSOAL
INTERPESSOAL EM ENFERMAGEM:
I - prestar cuidados à gestante e à parturiente; Considerações sobre formação/atuação no nível médio de enfer
enfermagem
II - assistir ao parto normal, inclusive em domicílio; e
Maria Inês Lemos Coelho Ribeiro
III - cuidar da puérpera e do recém-nascido.
Parágrafo único - As atividades de que trata este artigo são exercidas Luiz Jorge Pedrão
sob supervisão de Enfermeiro Obstetra, quando realizadas em instituições O presente texto trata-se de uma reflexão sobre o relacionamento in-
de saúde, e, sempre que possível, sob controle e supervisão de unidade terpessoal no nível médio de enfermagem e a sua importância no desen-
de saúde, quando realizadas em domicílio ou onde se fizerem necessárias. volvimento das ações assistenciais, usando como metodologia uma descri-
Art. 13 - As atividades relacionadas nos arts. 10 e 11 somente poderão ção sobre a revisão literária disponível.
ser exercidas sob supervisão, orientação e direção de Enfermeiro.
Nas últimas décadas, vimos surgir na literatura de enfermagem vários
Art. 14 - Incumbe a todo o pessoal de Enfermagem: trabalhos salientando a importância do relacionamento interpessoal na
I - cumprir e fazer cumprir o Código de Deontologia da Enfermagem; assistência ao paciente. Nas décadas de 60 e 70 foram feitas algumas
II - quando for o caso, anotar no prontuário do paciente as atividades tentativas para humanizar esta assistência, tratando o indivíduo como um
da assistência de Enfermagem, para fins estatísticos; todo, incluindo aspectos biológicos, sociais e espirituais, e criticando a
Art. 15 - Na administração pública direta e indireta, federal, estadual, objetificação do paciente (Waldow, 1998).
municipal, do Distrito Federal e dos Territórios será exigida como condição Na prática de enfermagem, verificamos que toda assistência ao indiví-
essencial para provimento de cargos e funções e contratação de pessoal duo se processa por meio das relações interpessoais (Gattás, 1984). Ob-
de Enfermagem, de todos os graus, a prova de inscrição no Conselho servamos que a enfermeira, profissional com alta competência técnica,
Regional de Enfermagem da respectiva região. responsável pela gerência do serviço e administração do pessoal, ainda
Parágrafo único - Os órgãos e entidades compreendidos neste artigo não está dando a devida importância às relações interpessoais de sua
promoverão, em articulação com o Conselho Federal de Enfermagem, as equipe e à orientação e supervisão desse pessoal.
medidas necessárias à adaptação das situações já existentes com as
disposições deste Decreto, respeitados os direitos adquiridos quanto a Inicialmente, o tema parece bastante rotineiro, familiar, no nosso cam-
vencimentos e salários. po de atuação. No entanto, o relacionamento interpessoal merece maior
Art. 16 - Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. atenção devido à sua complexidade, já que lidamos com relação entre
pessoas, cada uma com suas características e personalidades diferentes.
Art. 17 - Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, 08 de junho de 1987; Furegato (1999) descreve que o relacionamento enfermeiro-paciente é
José Sarney uma relação entre duas ou mais pessoas, entre o profissional e a pessoa
que requer ajuda, que se dá através do processo terapêutico (início, desen-
volvimento e final) objetivando a resolução da crise.
RESOLUÇÃO COFEN-
COFEN-311/2007
Para Travelbee (1982), toda assistência ao paciente-cliente deveria se
Aprova a Reformulação do Código de Ética dos Profissionais de En- dar através das interações entre duas pessoas: uma que precisa de ajuda e
fermagem. outra que proporciona ajuda. Segundo esta autora é o enfermeiro que se
O Conselho Federal de Enfermagem - COFEN, no uso de sua compe- une ao paciente-cliente para ajudá-lo a revelar e compreender sua experi-
tência estabelecida pelo art. 2º, c.c. a Resolução COFEN-242/2000, em ência e, a partir daí, desenvolver um relacionamento. O relacionamento
seu art. 13, incisos IV, V, XV, XVII e XLIX; enfermeiro-paciente é meta a ser atingida, é função específica da enfermei-
ra, é a interação planejada com objetivos definidos entre duas pessoas, na
CONSIDERANDO a Lei nº. 5.905/73, em seu artigo 8º, inciso III; qual ambas modificam seu comportamento, construtivamente, com a evolu-
ção do processo de relacionamento.
CONSIDERANDO o resultado dos estudos originais de seminários O paciente é uma pessoa, um ser humano único que no momento re-
realizados pelo COFEN com a participação dos diversos segmentos da quer nossa ajuda. O enfermeiro é uma pessoa, um ser humano único, que
profissão; adquiriu conhecimentos e habilidades específicas para cuidar dos outros e
dispõe-se a isso. Através da comunicação interpessoal, ambos poderão
CONSIDERANDO o que consta dos PADs COFEN nos 83/91, 179/91, atingir seus objetivos.
45/92, 119/92 e 63/2002;
Sadala & Stefanelli (1996) citam que a comunicação é vista na enfer-
CONSIDERANDO a deliberação do Plenário em sua 346ª ROP, reali- magem como instrumento básico, como uma competência e uma habilidade
zada em 30, 31 de janeiro de 2007. que precisam ser desenvolvidas, praticadas após terem passado por um

Técnico de Enfermagem 37 A Opção Certa Para a Sua Realização


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aprendizado teórico do relacionamento. Observa-se as dificuldades de entendemos que quaisquer que sejam as condições em que se desenvolve
ensino e aprendizagem nesta técnica no nível médio de enfermagem, cujo a prestação de cuidados, as nossas posturas profissionais devem ocorrer
ensino é mais elementar que o da graduação nesta profissão (Simpósio, com o propósito central de promover, fomentar e manter aos usuários de
1990). Acreditamos também que exista dificuldade em abordar este tema, o nossos serviços os direitos inerentes às pessoas. Em última análise, ofere-
que entendemos que possa impedir a valorização dessa temática. Conside- cer cuidados efetivos apenas do ponto de vista técnico, sem prestar aten-
ramos a comunicação como parte integrante do cuidar, portanto é um ção à pessoa, além de constituir uma negação do respeito que lhe assiste,
instrumento de trabalho do enfermeiro e de sua equipe, que precisa ser é prova de insuficiência na prestação de cuidados de qualidade.
pesquisado para que seus resultados possam contribuir para os avanços
esperados no campo da assistência à saúde. Furegato (1999) escreve que tem-se percebido que os enfermeiros de
várias especialidades, originários de diferentes recantos do país, estão
Sabe-se que cabe à enfermeira e às instituições formadoras proporcio- buscando algo mais do que simplesmente a execução de tarefas para
narem condições para o desenvolvimento das habilidades e atitudes espe- atender às exigências de suas unidades. Eles querem mais: querem tratar o
cíficas, possibilitando aos profissionais de nível médio de enfermagem às paciente como ser humano e querem ser reconhecidos como seres huma-
suas ações serem terapêuticas através do relacionamento interpessoal nos que ajudam os necessitados a terem uma vida melhor, apesar da
(Miranda, Rodrigues & Scatena, 1996). doença ou do transtorno apresentado no momento.
Justificativa A mesma autora afirma que estando o enfermeiro interessado em hu-
manizar o cuidado, não importando a área de atuação, procurará instru-
Atualmente observa-se uma predominância na formação dos profissio- mentalizar-se para orientar suas próprias ações assim como as de sua
nais de enfermagem no aspecto instrumental, em detrimento do expressivo, equipe de serviço.
designações estas utilizadas por Waldow (1998). A enfermagem no Brasil,
não muito diferente de outros países, passou a desvalorizar o cuidado Sabemos que o caminho para a humanização da assistência é longo,
humano, atendendo-se a uma ideologia de cura. As ações curativas ocu- pois requer mudança pessoal no modo de encarar a doença e o doente,
pam a maior parte das atividades, utilizando-se tecnologias cada vez mais melhor qualificação profissional, ensino mais seguro, supervisão por profis-
sofisticadas. sional qualificado, e outros fatores. Entretanto, acreditamos que estamos
contribuindo para que alguns profissionais repensem seus valores, suas
A enfermagem é exercida por profissionais com formação universitária atitudes e alguns identificando-se com estes princípios façam alguma coisa
que são os enfermeiros, e por profissionais de nível médio, que são os para humanizar a assistência. A enfermagem é uma profissão humanista
técnicos e auxiliares de enfermagem. Aos enfermeiros tem cabido a esfera em seus princípios básicos. Seu discurso é humanista, embora muitas
do saber e, ao pessoal de nível médio, o fazer ... vezes, o profissional encontre-se agindo contra seus princípios profissionais
A educação de grau médio constitui tema de estudos educacionais em mais elevados.
enfermagem, porém ainda é muito discreta esta preocupação, pois existem Considerações Finais
dificuldades em encontrar material bibliográfico neste assunto, que constitui
24,4% dos estudos publicados no período de 1980 a 1992, referindo-se aos Considerando a preocupação com a formação do nível médio na habi-
cursos de graduação, conforme dados de Miron (1994). Em nossa proposta lidade de relacionar-se, e após essas reflexões abordadas neste trabalho,
de fazer uma reflexão sobre o relacionamento interpessoal, verificamos a seria importante, então, despertar nos docentes de ensino médio e também
ausência total de publicações do tema sobre os cursos de nível médio de nos profissionais de enfermagem de modo geral um interesse em atentar
enfermagem. para a habilidade de relacionar-se com o paciente.
Os enfermeiros entendem que os trabalhadores de nível médio, oriun- A profissão de enfermagem, partindo de um relacionamento flexível e
dos em sua grande maioria de classes sociais menos favorecidas, recebem democrático, promoverá saúde mental, estimulando o desenvolvimento de
o mínimo necessário para executar tarefas (Senaden, 1994). Constata-se personalidades sadias, substituindo práticas tradicionais que impedem o
assim uma contradição na divisão de trabalho da enfermagem, pois se desempenho, como a velha e rígida disciplina, o tratamento frio e formal,
prega sempre maior e melhor qualidade de assistência e quem executa é o por um relacionamento mais participante, mais humano. Enfim, urge que as
menos qualificado, sendo isto facilmente comprovado através dos dados variáveis relevantes e de controle no relacionamento enfermeiro-paciente
fornecidos pelo Conselho Federal de Enfermagem (COFEn), de maio de sejam trabalhadas com mais atenção, porque é através do próprio relacio-
2001, que mostram um número de 90.661 enfermeiros existentes no país, namento que podemos promover a saúde mental das pessoas (Manzolli,
formados em 139 escolas de enfermagem, para um número de 102.897 1983).
técnicos de enfermagem e 451.911 auxiliares de enfermagem.
Ressaltamos a importância de instrumentalizar o profissional de nível
Acreditamos que os alunos de nível médio de enfermagem devem pen- médio, sob a orientação e supervisão do enfermeiro, para incrementar sua
sar, agir, criticar e buscar melhor capacitação profissional, e que dentre as formação e atuação no que tange às habilidades das relações interpessoais
funções da escola, uma é preparar o aluno para procedimentos técnicos e e do aperfeiçoamento técnico, favorecendo assim, a eficiência da assistên-
outra é participar da formação do cidadão, pois o ensino deve ser visto pelo cia de enfermagem ao paciente e sua competência profissional. Esperamos
indivíduo como um facilitador da sua inserção na sociedade, como profis- que essas reflexões sejam o início de uma maior conscientização destes
sional competente, que sabe priorizar cuidados, percebendo o pacien- profissionais para capacitar o nível médio de enfermagem no desenvolvi-
te/cliente como um todo, respeitando o seu “momento” e a sua “individuali- mento da habilidade de relacionamento interpessoal.
dade” (Fernandes & cols., 1999).
O enfermeiro deve preparar sua equipe para que todos atuem dentro
da mesma linha de conduta com o paciente. Orientá-los e supervisioná-los HUMANIZAÇÃO
como seres humanos, de maneira compreensiva e responsável, é um modo
de ensiná-los como tratar o paciente. Se o enfermeiro valoriza a atenção Eduardo Henrique Passos PereiraRegina Duarte Benevi-
individual e o respeito às necessidades do paciente, certamente instruirá des de B arros
seu pessoal neste sentido e valorizará as comunicações de cada um sobre
No campo das políticas públicas de saúde
saúde ‘humanização’
humanização’ diz res
respeito
suas impressões e preocupações com o estado do paciente (Furega-
à transformação dos modelos de atenção e de gestãonosgestãonos servi
serviços e
to,1999).
sis
sistemas de saúde, indicando a necessária construção de novas relações
As ações de cuidar propiciam que cuidadores e pacientes interajam. entre usuários e traba
trabalhadores e destes entre si.
Esta interação parece tornar-se cada vez mais impessoal, breve e formal.
A ‘humanização’ em saúde volta-se para as práticas concretas com-
Muitas vezes os procedimentos realizados ocorrem de forma mecanizada e
prometidas com a produção de saúde e produção de sujeitos (Campos,
rotinizada, sendo comum o fato de muitos profissionais não saberem como
2000) de tal modo que atender melhor o usuário se dá em sintonia com
iniciar uma conversação e como mantê-la de forma criativa e adequada.
melhores condições de trabalho e de participação dos diferentes sujeitos
Seja qual for a área de trabalho, temos constatado que os pedidos for- implicados no processo de produção de saúde (princípio da indissociabili-
mulados pelos nossos doentes se situam na esfera relacional. Assim, dade entre atenção e gestão). Este voltar-se para as experiências concre-

Técnico de Enfermagem 38 A Opção Certa Para a Sua Realização


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tas se dá por considerar o humano em sua capacidade criadora e singular demais movimentos sociais, como por exemplo, o feminismo, desempe-
inseparável, entretanto, dos movimentos coletivos que o constituem. nham aí papel fundamental na luta pela garantia de maior equidade e
democracia nas relações.
Orientada pelos princípios da transversalidade e da indissociabilidade
entre atenção e gestão, a ‘humanização’ se expressa a partir de 2003 A XI Conferência Nacional de Saúde, CNS (2000), que tinha como títu-
como Política Nacional de Humanização(PNH) (Brasil/Ministério da Saúde, lo “Acesso, qualidade e humanização na atenção à saúde comcontrole
2004). Como tal, compromete-se com a construção de uma nova relação social”, procura interferir nas agendas das políticas públicas de saúde. De
seja entre as demais políticas e programas de saúde, seja entre as instân- 2000 a 2002, o Programa Nacional deHumanização da Atenção Hospitalar
cias de efetuação do Sistema Único de Saúde (SUS), seja entre os diferen- (PNHAH) iniciou ações em hospitais com o intuito de criar comitês de
tes atores que constituem o processo de trabalho em saúde. O aumento do ‘humanização’ voltados para a melhoria na qualidade da atenção ao usuá-
grau de comunicação em cada grupo e entre os grupos (princípio da rio e, mais tarde, ao trabalhador. Tais iniciativas encontravam um cenário
transversalidade) e o aumento do grau de democracia institucional por ambíguo em que a humanização era reivindicada pelos usuários e alguns
meio de processos co-gestivos da produção de saúde e do grau de co- trabalhadores e, por vezes, secundarizada por gestores e profissionais de
responsabilidade no cuidado são decisivos para a mudança que se preten- saúde. Por um lado, os usuários reivindicam o que é de direito: atenção
de. com acolhimento e de modo resolutivo; os profissionais lutam por melhores
condições de trabalho. Por outro lado, os críticos às propostas humanizan-
Transformar práticas de saúde exige mudanças no processo de cons- tes no campo da saúde denunciavam que as iniciativas em curso se redu-
trução dos sujeitos dessas práticas. Somente com trabalhadores e usuá- ziam, grande parte das vezes, a alterações que não chegavam efetivamen-
rios protagonistas e co-responsáveis é possível efetivar a aposta que o te a colocar em questão os modelos de atenção e de gestão instituídos
SUS faz na universalidade do acesso, na integralidade do cuidado e (Benevides & Passos, 2005a).
na equidade das ofertas em saúde. Por isso, falamos da ‘humanização’ do
SUS (HumanizaSUS) como processo de subjetivação que se efetiva com a Entre os anos 1999 e 2002, além do PNHAH, algumas outras ações e
alteração dos modelos de atenção e de gestão em saúde, isto é, novos programas foram propostos pelo Ministério da Saúde voltados para o que
sujeitos implicados em novas práticas de saúde. Pensar a saúde como também foi-se definindo como campo da ‘humanização’. Destacamos a
experiência de criação de si e de modos de viver é tomar a vida em seu instauração do procedimento de Carta ao Usuário (1999), Programa Na-
movimento de produção de normas e não de assujeitamento a elas. cional de Avaliação dos Serviços Hospitalares (PNASH –1999); Programa
de Acreditação Hospitalar (2001); Programa Centros Colaboradores para a
Define-se, assim, a ‘humanização’ como a valorização dos processos Qualidade e Assistência Hospitalar (2000); Programa de Modernização
de mudança dos sujeitos na produção de saúde. Gerencial dos Grandes Estabelecimentos de Saúde (1999); Programa
GÊ NESE DO CO NC EITO deHumanização no Pré-Natal e Nascimento (2000); Norma de Atenção
Humanizada de Recém-Nascido de Baixo Peso – Método Canguru (2000),
Por ‘humanização’ entende-se menos a retomada ou revalorização da dentre outros. Ainda que a palavra ‘humanização’ não apareça em todos
imagem idealizada do Homem e mais a incitação a um processo de produ- os programas e ações e que haja diferentes intenções e focos entre eles,
ção de novos territórios existenciais (Benevides & Passos, 2005a). podemos acompanhar a relação que vai-se estabelecendo en-
Neste sentido, não havendo uma imagem definitiva e ideal do Homem, tre humanização qualidade na atenção-satisfação do usuário (Benevides &
é preciso aceitar a tarefa sempre inconclusa da reinvenção da humanida- Passos, 2005a).
de, o que não pode se fazer sem o trabalho também constante da produ- Com estas direções foram definidos norteadores para a Política Na-
ção de outros modos de vida, de novas práticas de saúde. cional de Humanização (Brasil, 2004): 1) Valorização das dimensões
Tais afirmações indicam que na gênese do conceito de ‘humanização’ subjetiva e social em todas as práticas de atenção egestão no SUS, forta-
há uma tomada de posição de que o homem para o qual as políticas de lecendo o compromisso com os direitos do cidadão, destacando-se o
saúde são construídas deve ser o homem comum, o homem concreto. respeito às questões de gênero, etnia, raça, orientação sexual e às popu-
Deste modo, o humano é retirado de uma posição-padrão, abstrata e lações específicas (índios, quilombolas, ribeirinhos, assentados etc); 2)
distante das realidades concretas e é tomado em sua singularidade e Fortalecimento detrabalho em equipe multiprofissional, fomentando a
complexidade. Há, portanto, na gênese do conceito, tal como ele se apre- transversalidade e a grupalidade; 3) Apoio à construção de redes coopera-
senta no campo das políticas de saúde, a fundação de uma concepção de tivas, solidárias e comprometidas com a produção de saúde e com a
‘humanização’ crítica à tradicional definição do humano como “bondoso, produção de sujeitos; 4) Construção de autonomia e protagonismo de
humanitário” (Dicionário Aurélio). Esta crítica permite arguir movimentos de sujeitos e coletivos implicados na rede do SUS; 5) Co-responsabilidade
‘coisificação’ dos sujeitos e afirmar a aventura criadora do humano em desses sujeitos nos processos de gestão e de atenção; 6) Fortalecimento
suas diferenças. ‘Humanização’, assim, em sua gênese, indica potenciali- do controle social com caráter participativo em todas as instâncias gesto-
zação da capacidade humana de ser autônomo em conexão com o plano ras do SUS; 7) Compromisso com a democratização das relações de
coletivo que lhe é adjacente. trabalho e valorização dos profissionais de saúde, estimulando processos
deeducação permanente.
Para esta capacidade se exercer é necessário o encontro com um ‘ou-
tro’, estabelecendo com ele regime de trocas e construindo redes que EM PREGO NA A T UAL I DAD E
suportem diferenciações. Como o trabalho em saúdepossui “natureza A ‘humanização’ enquanto política pública de saúde vem-se afirmando
eminentemente conversacional” (Teixeira, 2003), entendemos que a efetu- na atualidade como criação de espaços/tempos que alterem as formas de
ação da ‘humanização’ como política de saúde se faz pela experimentação produzir saúde, tomando como princípios o aumento do grau
conectiva/ afectiva entre os diferentes sujeitos, entre os diferentes proces- de comunicação entre sujeitos e equipes (transversalidade), assim como a
sos de trabalho constituindo outros modos de subjetivação e outros modos inseparabilidade entre a atenção e a gestão. Este movimento se faz com
de trabalhar, outros modos de atender, outros modos de gerir a atenção. sujeitos que possam exercer sua autonomia de modo acolhedor, co-
D ESENVO LVI MEN TO HI S TÓRI CO responsável, resolutivo e de gestão compartilhada dos processos de
trabalho.
Nos anos 90, o direito à privacidade, a confidencialidade da informa-
ção, o consentimento em face de procedimentos médicos praticados com o Podemos dizer que se trata de uma
usuário e o atendimento respeitoso por parte dos profissionais de saúde “estratégia de interferência no processo de produção de saúde, atra-
ganham força reivindicatória orientando propostas, programas e políticas vés do investimento em um novo tipo de interação entre sujeitos, qualifi-
de saúde. Com isto vai-se configurando um “núcleo do conceito cando vínculos interprofissionais e destes com os usuários do sistema e
de humanização [cuja] ideia [é a] de dignidade e respeito à vida humana, sustentando a construção de novos dispositivos institucionais nessa lógica”
enfatizando-se a dimensão ética na relação entre pacientes e profissionais (Deslandes, 2004, p. 11).
de saúde” (Vaitsman & Andrade, 2005, p. 608).
“Trabalharmos em prol da transdisciplinaridade, buscarmos relações
Cresce o sentido que liga a ‘humanização’ ao campo dos direitos hu- mais horizontalizadas de poder entre os diversos saberes (...) não descar-
manos referidos, principalmente ao dos usuários, valorizando sua inserção tar a clínica (...)” (Onocko Campos, 2005, p. 578), [indicam que] “em saúde
como cidadãos de direitos. As alianças entre os movimentos de saúde e os

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(...) é sempre necessário não separar, nem dissociar a questão clínica das • hospitalares: utilizam-se práticas especiais que abrangem medidas
formas de organização do trabalho e sua (...) gestão” (Onocko Campos, gerais: isolamento de pessoas com moléstias transmissíveis, limpeza
2005, p. 579). terminal e concorrente, não sentar nas camas dos pacientes, não colocar
materiais diretamente no chão (comadre, bacia etc.);
Com a desestabilização do caráter unitário e totalitário de ‘homem’ e
com a valorização da dimensão concreta das práticas de saúde, o conceito
degermação: é a remoção ou redução do número de bactérias na pele por
de ‘humanização’ ganha capacidade de transformação dos modelos
meio de limpeza mecânica (escova com sabão ou detergentes). ou por
de gestão e atenção.
aplicação de preparado químico (ver lista de anti-sépticos);
Assim, ao ser proposto como política pública, o conceito de
‘humanização’ se amplia, por um lado, incorporando concepções que desinfecção: é a destruição ou inativação de agentes infecciosos situados
procuram garantir os direitos dos usuários e trabalhadores e, por outro, fora do organismo, não necessariamente matando os esporos. S aplicado
apontando diretrizes e dispositivos clínico-políticos concretos e comprome- nos pisos, paredes, superfícies de equipamentos, móveis hospitalares e
tidos com um SUS que dá certo. utensílios sanitários. As soluções dividem-se em:

desinfetante-detergente (produtos à base de fenol sintético): Duplofen,


CENTRAL DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO: PRINCÍPIOS E Marcofen, Ter-Syl, Germpol, Don Phen, Pisoeide;
MÉTODOS DE ASSEPSIA, ANTISSEPSIA, DESINFECÇÃO E
desinfetante: utilizam-se as mesmas soluções esterilizantes, mas os mate-
ESTERILI
ESTERILIZAÇÃO; riais deverão ser mantidos sob ação do produto por 30 minutos;

ASSEPSIA • desinfestação: é a destruição ou exterminação de insetos, roedores


ou outros transmissores de infecções ao homem;
Segundo o Ministério da Saúde, é o processo pelo qual se consegue
afastar os germes patogênicos de determinado local ou objeto. esterilização: é a destruição ou eliminação de todos os microrganismos na
forma vegetativa ou esporulada. Realiza-se sob ação de:
A transmissão pode ser:
radiação: raios ultravioleta, raios gama cobalto 60;
Direta: dispensa a participação de veículos, podendo ser através do beijo,
relações sexuais, contato com a pele, por meio de secreções oronasais (ao calor seco: estufa;
falar, tossir, espirrar etc.);
calor úmido: autoclave comum e autoclave de alta pressão;
Indireta: o microrganismo é transmitido mediante:
materiais ou objetos contaminados: brinquedos, louças. talheres, roupas gás químico: autoclave dc óxido de etileno;
de cama, instrumentos cirúrgicos;
• alimentos, égua, soro, sangue contaminados; soluções químicas: o material deverá permanecer imerso 18 horas na
ar: ocorre contaminação, principalmente do trato respiratório, através da solução de Formaldeído 8% e 10% (Germex, Don Steryl, Marcoform,
poeira e núcleos infecciosos (pequenos resíduos de evaporação de gotícu- Stermat, Proester, Stereid) e na solução de Glutaraldeído 2% (Cidex,
las expelidas pelo hospedeiro infectado); Olutacide).
vetor: o microrganismo é transmitido por um organismo vivo, havendo 2
tipos sanificação: é a redução do número de germes a um nível isento de perigo.
• mecânico: há apenas transporte mecânico do agente infeccioso pelos Sua aplicação émais recomendada em refeitórios e lavanderias. As princi-
insetos; pais solucoes são o I-lipoclorito de Sódio (solução de Milton), e as associa-
biológico: no vetor, ocorre multiplicação e/ou desenvolvimento cíclico do çoes de quaternários de amônio (Duo-Cide, Raytor, lJon Quat, Marcosan,
agente infectante. Germekil).

Classifica-se a assepsia em:


Importância das técnicas assépti
assépticas
Cirúrgica: consiste no emprego de técnicas com o objetivo de não propa-
gar microrganismos em local ou objeto estéril. Para tanto, devemos A existência de microrganismos no ambiente hospitalar justifica a aplicação
não falar, tossir ou espirrar sobre material estéril; de técnicas que reduzem o número de microrganismos e proporcionam
não considerar estéril pacotes úmidos, sem data e abertos; maior segurança.
abrir pacotes estéreis com técnica;
guardar os materiais em armários próprios, limpos, longe de poeira e O emprego dos princípios de anti-sepsia e assepsia é fundamental no
insetos. controle da infecção hospitalar, pois contribui na quebra da sua cadeia
epidemiológica.
Médica: adotam-se medidas para evitar ou diminuir a disseminação de
microrganismos patogênicos de um indivíduo para outro, devendo ser Portanto, a equipe de saúde tem papel fundamental na prevenção da
usada em qualquer atividade ligada ao paciente e ao meio ambiente. infecção hospitalar, pois esta se instala quando há falhas de técnicas
Pratica-se esse tipo de assepsia através de medidas: assépticas e nos casos de depressão significativa dos mecanismos de
individuais: cada indivíduo deverá utilizar técnicas com a finalidade de se defesa do paciente provocada pela doença, pela agressão diagnóstica e
autoproteger e evitar ser o disseminador de microrganismos. As principais terapêutica.
são:
lavar as mãos com frequência ao cuidar dos doentes, após chegar da rua, Técnica da lavagem das mãos
após assoar o nariz, antes das refeições, após eliminações etc.;
cobrir a boca ao tossir ou espirrar; Finalidades
1 - Finalidades
não utilizar objetos de uso individual (toalha, escova de dentes etc.) usa-
dos por outras pessoas. Evitar a propagação de microrganismos patogênicos de um indivíduo para
outro, através das mãos.
coletivas: empregam-se métodos visando atender à comunidade. Ex.: •
saneamento básico, eliminação de insetos e roedores, exame médico 2. Procedimentos
periódico, uso de toalhas de papel para as mãos.
• Providenciar material: sabão, toalha de papel, água corrente.

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Abrir a torneira, molhar as mãos, passar sabão, friccionar bem, limpar as
unhas. ao manusear material esterilizado, utilizando técnica de assepsia cirúrgica;
Passar a mão ensaboada sobre a torneira. ao manipular áreas da pele e/ou mucosas infeccionadas do paciente;
Enxaguar, e, com as mãos em concha, jogar água sobre a torneira. para autoproteger-se ao manipular material contaminado (não é obrigatório
Fechar a torneira e enxugar as mãos com toalha de papel, jogando-as no ser luva estéril).
lixo após o uso.
• As luvas para a manutenção de esterilidade e facilidade no manuseio
3. Observações vêm acondicionadas em campo tipo envelope.

Molhar e lavar as mãos sempre com as pontas dos dedos direcionadas Os procedimentps de enfermagem são (fig. 81.):
para baixo.
Lavar bem entre os dedos e as unhas. Abrir o pacote de luva, posicioná-la com a palma da mão virada para cima,
Antes de qualquer procedi. mento de enfermagem, deve-se lavar as mãos e entalear as mãos com a gaze que acompanha o pacote, fora da área do
ou passar uma solução de álcool (1 litro) com glicerina (20 ml). campo esterilizado.
Se necessário, repetir o procedimento após enxaguar as mãos. Com a mão direita, levantar a parte de cima do campo à direita, e com a
mão esquerda retirar a luva pela parte interna do punho.
Manuseio de material esterilizado Calçar a luva na mão direita, atentando para não contaminar a sua parte
externa.
Ão manusear o material esterilizado com técnica asséptica, deve-se obe- Com a mão esquerda, levantar a parte de cima do campo a esquerda e
decer a algumas normas a fim de mantê-lo estéril: eoiocar a mão direita enluvada dentro da dobra da luva.
Calçar a luva na mão esquerda, atentando para não contaminar a mão
• É fundamental lavar as mãos com água e sabão antes de manusear enluvada.
o material esterilizado, Ajeitar as luvas externamente com as mãos enluvadas.
Utilizar material com embalagem integra, seca, sem manchas, com identifi- Após o uso, retirar a luva de uma das mãos puxando-a externamente
cação (tipo de material e data da esterilização). sobre a mão, virando-a pelo avesso. Quanto à outra mão enluvada, segu-
Trabalhar de frente para o material. rá-la pela parte interna, puxando-a e virando-a pelo avesso.
Manipular o material ao nível da cintura para cima.
Evitar tossir, espirrar, falar sobre o material exposto. Observações:
Não fazer movimentos sobre a área esterilizada. a técnica de calçar a luva poderá iniciar-se pela mão esquerda.
Certificar-se da validade e adequação da embalagem. dependendo da técnica de empacotamento de luvas, dispensa-se entalcar
Trabalhar em ambiente limpo, calmo, seco e sem corrente de ar. as mãos.
Manter certa distância entre o corpo e o material a ser manipulado.
Obedecer os demais princípios de assepsia. • Procedimentos terapêuticos

A técnica de enfermagem preconizada no manuseio de material esteriliza- Cuidados gerais


gerais no preparo e administração de medi
medicamentos
do é:
Todo medicamento deve ser prescrito pelo médico, e a sua administração
Pacotes não é um ato simples, tanto no que diz respeito a preparar quanto no que
se refere a dar a medicação ao paciente. Exige-se responsabilidade e co-
Abri-los, iniciando-se pela extremidade oposta ao manipulador. nhecimentos de microbiologia, farmacologia e de cuidados de enfermagem
Proteger o material exposto com o campo esterilizado que o envolvia. específicos.
Tocar com as mãos somente na parte externa do pacote.
Não guardar como material esterilizado um pacote aberto anteriormente. Antes da administração, a enfermagem observa a regra dos
cinco certos: medicamento certo, via certa, dose certa, hora
Seringas certa e paciente cedo.
Abrir o pacote conforme explicação anterior. Local da guarda dos medicamentos
Manter estéril a parte interna do êmbolo, a parte interna do cilindro e a
ponta da seringa. Os medicamentos poderão ser estocados na farmácia ou almoxarifado e,
Pegar a seringa pela parte externa do cilindro e encaixar o êmbolo, segu- em menor quantidade, na unidade de enfermagem.
rando-o pela parte terminal. Os entorpecentes devem ser controlados; em geral, guarda-se
Nas descartáveis, rasgar os invólucros no local onde se encontra a parte em armários ou gavetas chaveados. Em alguns hospitais faz-se o mesmo
terminal do êmbolo. controle com os psicotrópicos.
Os recipientes contendo a medicação devem estar tampados e rotulados,
Agulhas de maneira legível, com o nome e a dosagem da droga.
Escolher o calibre desejado (escrito no canhão da agulha). Cuidados no preparo da medicação
Retirar o algodão protetor do tubo de vidro, segurar o tubo e virá-la de
encontro à ponta da seringa. Concentrar a atenção no trabalho e evitar outras atividades paralelas.
Retirar o tubo e fixar adequadamente a agulha à ponta da seringa, através Utilizar, para consulta e identificação da medicação preparada, os cartões
do canhão (única parte da agulha que pode ser manipulada). de medicação, prescrição médica ou relatório de enfermagem.
Manter a agulha protegida até o momento de seu uso. Limpar a bandeja com álcool e colocar os cálices ou outros recipientes
Nas descartáveis, abrir o invólucro no sentido canhâo-bizel ou rasgar com as identificações por sequência de n.0 de leito e via de administração.
lateralmente próximo ao canhão. Estar ciente do estado geral do paciente, efeito desejado e colaterais do
medicamento.
Pinça Servente Quando houver dúvidas (letra ilegível, medicamento sem rótulo etc.), não
preparar o medicamento até o seu esclarecimento.
Não se recomenda mais o uso de pinça imersa em solução anti-séptica. Todo medicamento preparado deve ser rotulado com os dados de identifi-
cação do paciente: nome, n.º do leito, nome da medicação, via de adminis-
tração e horário.
Técnica de calçar luvas estéreis Ler o rótulo do medicamento três vezes:
O uso de luvas de borracha estéreis é indicado: antes de retirá-lo do recipiente;

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antes de colocar o medicamento no cálice ou aspirá-lo na seringa; Oxidam lípidos de membrana e DNA.
antes de recolocar o recipiente ou desprezar a ampola e frascos vazios. Álcoois (etanol):
Coagulam proteínas e lípidos de membrana.
— Colocar o recipiente ou seringa com a medicação junto aos Compostos de amónia quaternária (Cetrimina a 1%, Benzalcónio)
cartões que os identificam ou rotular com fita adesiva. Inactivados pela presença de material orgânico.
Lavar as mãos antes de iniciar o preparo das medicações. Clorexidina:
Desprezar o medicamento quando houver alteração de odor, consistência Promove a desorganização estrutural e funcional
ou outras características indesejáveis. da membrana citoplasmática.
Providenciar o medicamento em falta na clínica, não o substituindo por Óxido de etileno:
outro se não tiver certeza absoluta que ambos possuem o mesmo efeito Agente alquilante que inactiva enzimas e proteínas;
farmacológico desejável. Usado em mistura não explosiva com CO2 ou com hidrocar-
Antes de começar a administrar as medicações, deixar o local em ordem e bonetos halogenados.
limpo. Aldeídos (formaldeído (muito tóxico) e glutaraldeído):
Inactivação de proteínas e ácidos nucleicos.
Cuidados na administração do medicamento Beta-propriolactona:
Possui características cancerígenas, mas os seus vapores são
Não ministrar o medicamento preparado por outra pessoa e nem permitir usados na esterilização.
que familiares e pacientes o façam.
Não deixar a bandeja de medicação na enfermaria, caso necessite sair do
aposento. Esterilização é a retirada total de condições de reprodução da vida, se-
Antes de administrar a medicação, conferir o n.º do leito e o nome do ja a que nível for. Assim, o processo de esterilização compreende aquela
paciente. Nos impossibilitados de se comunicarem, identificá-los somente realizada em materiais cirúrgicos que serão utilizados em seres humanos
pelo n.0 do leito. pelo médico ou em animais pelo veterinário, como compreende também os
Somente após a ingestão ou aplicação do medicamento, ele será checado métodos cirúrgicos realizados para evitar a gravidez.
no horário correspondente. Esterilização
Esterilização (materiais)
Se o paciente recusar o medicamento, estiver ausente da clinica, não
houver o medicamento no hospital, ou qualquer outro motivo, rodelar o Esterilização de materiais é a total eliminação da vida microbiológica
horário e justificar no relatório de enfermagem. destes materiais. É diferente de limpeza e diferente de assepsia. Como
Anotar e notificar as anormalidades que o paciente apresentar. exemplo, uma tesoura cirúrgica pode ser lavada, e ela estará apenas
Após a administração, lavar, enxugar e/ou colocar em lugar apropriado os limpa. Para ser esterilizada é necessário que seja submetida ao calor
materiais utilizados. durante um determinado tempo, destruindo todas as bactérias,
seus esporos, vírus e fungos. Existem várias técnicas de esterilização, que
apresentam vantagens e desvantagens; contudo, a técnica usada mais
Antissepsia regularmente é a autoclavagem.
Anti-
Anti-sepsia é o método através do qual se impede a proliferação de Conceito técnico
microrganismos em tecidos vivos com o uso de substância químicas (os
anti-sépticos) usadas como bactericidas ou bacteriostáticos. Esterilização de materiais é na verdade a tendência de eliminação de
todas as bactérias ou redução da população de uma colônia, pois ainda
Uma mesma substância química usada em objetos inanimados será depois da esterilização o material supostamente estéril ainda possui uma
chamada de desinfectante e quando usada em tecidos vivos será chamada porção mínima de bactérias portanto depois de estéril estes materiais são
de anti-sépticos. Ex. Clorexidina e iodopovidona. colocados com uma data de validade e armazenados em uma sala com
temperatura controlada, isto é, se não forem usados neste período os
Desinfecção descreve o método capaz de eliminar muitos ou todos os materiais deverão serem esterilizados novamente.
microorganismos patogênicos, com exceção dos esporos..
A questão da temperatura vai de acordo com o método de
O processo de desinfecção pode ser afetado por diferentes fatores: esterilização, quanto maior a temperatura menor é o tempo de exposição
a- limpeza prévia do material dos materiais isto se referindo a esterilização a vapor, hoje em dia existem
b- período de exposição ao germicida dois tipos de temperaturas, 121 °C e de 134 °C em autoclaves, para
c- concentração da solução germicida manter a segurança e aumentar a confiabilidade no fim do processo, os
d- temperatura e o PH do processo de desinfecção. materiais não devem saírem molhados deste tipo de equipamento,o que
seca o material no fim da esterilização ou fase de secagem é a
Natureza química temperatura que o material fica exposto da "câmara externa",que por sua
vez a pressão é geralmente maior que a pressão na câmara onde ficam os
Os anti-sépticos e desinfectantes podem também ser agrupados de acordo materiais,a maioria das auto claves contem duas câmaras facilitando este
com a sua natureza química: processo." apesar de toda esta tecnologia que temos hoje o conceito de
Fenol e compostos fenólicos: (ex. hexaclorofeno) que o material está totalmente estéril é falso, podemos falar em métodos
Eficaz contra Gram-positivos; mais seguros que é o correto.
Pouco activo contra Gram-negativos;
A proximidade de um processo de esterilização com qualidade
Ineficaz na presença de sangue.
encontra-se na validação e qualificação do equipamento, no suprimento de
Halogéneos:
água do vapor, da manutenção.
Derivados do cloro (hipoclorito de sódio) – actuam inibindo a
actividade das proteínas celulares e a síntese de DNA; Flambagem
Derivados do Iodo (iodopovidona, iodofor) – interagem com
enzimas e proteínas inibindo-as por reacção de oxidação A flambagem é a colocação do material sobre o fogo até que o metal
de grupos –SH e por ligação do iodo ao grupo –NH dos fique vermelho.
aminoácidos. Vantagem: fácil execução
Sais metálicos:
Compostos mercuriais (mertiolato): combinam-se com –SH de Desvantagem: Não é seguro, pode não esterilizar alguns
enzimas e inibem a sua actividade; tipos de bactérias pelo baixo tempo de exposição. O material fica
Sais de prata (nitrato de prata); com uma cor preta, e com cheiro forte.
Compostos de zinco (matam fungos);
Compostos de cobre (matam algas).
Oxidantes (peróxido de hidrogénio, permanganato de potássio):

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Fervura Métodos químicos
Fever o material por 15 minutos (contar o tempo após o início da Gás Óxido de Etileno:O
Etileno gás óxido de etileno é um produto altamente
fervura). Após a fervura, escorrer a água e deixar mais um pouco dentro da tóxico usado para esterilizar materiais.
vasilha para secar; pegar o material sempre pelo cabo e com as mãos bem
lavadas. Após isso, secar bem o material com um pano limpo e guardá-lo Vantagens: Não danifica os materiais
em recipiente com tampa, até o seu uso. Desvantagens: Danos ao meio ambiente quando manipulado
Calor seco erroneamente, alto custo, tóxico para o manipulador, requer aeração de 48
horas. demorado.
Atua sobre os microorganismos provocando a oxidação dos
constituintes celulares orgânicos e a desnaturação Glutaraldeído: Fornecido na forma de líquido a 25 ou 50%, são pouco
e coagulação das proteínas. Penetra nas substâncias de uma forma mais voláteis a frio e utilizados para a desinfecção de instrumentos médicos.
lenta que o calor úmido e por isso exige temperaturas mais elevadas e Irritante das mucosas e tóxico, necessita de cuidados especiais
tempos mais longos, para que haja uma eficaz esterilização. Vantagens: facilidade de uso
São utilizadas as estufas. Conforme o calor gerado recomenda-se um Desvantagens: esterilização é tempo dependente. É necessário a
certo tempo: a 170 Graus Celsius, são necessários 60 minutos. A 120 imersão total do material. Alergênico, tóxico e irritante. Mycobacterias
Graus são necessários 12 horas. podem ser resistentes, bem como esporos.
Vantagens: não forma ferrugem, não danifica materiais de corte. É o Formaldeído:
Formaldeído Atualmente utilizado em processos fechados
ideal para vidros, metais, algumas gorduras e substâncias em pó. com autoclave especial. A esterilização é eficiente mas depende de
Desvantagens: O material deve ser resistente a variação da umidade local controlada.
temperatura. Não esteriliza líquidos. Vantagens: Barato. Muito eficiente. Ciclo de 6 horas. Baixa
Calor úmido temperatura (55 °C)

Atua também desnaturando e coagulando as proteínas Desvantagens: Requer equipamento específico e controle rigoroso.
das células microbianas, mas a água vai influenciar a destruição Ácido peracético:
peracético Líquido que esteriliza materiais por imersão.
das membranas e enzimas pois pode induzir a destruição das ligações de
hidrogénio, o que vai tornar estes processos mais eficazes e diminuir o Vantagens: rapidez: em 20 minutos sob imersão apresenta
tempo de exposição. esterilização

Autoclavagem:
Autoclavagem é a exposição do material a vapor de água sob Desvantagens: Tóxico, o material deve ser submergido,
pressão, a 122 °C durante 15min. É o processo mais usado e os materiais impossibilitando seu uso para pós e líquidos.
devem ser embalados de forma a permitirem o contacto total do material Plasma de Peróxido de Hidrogênio:
Hidrogênio Sistema à gás que utiliza
com o vapor de água. Deve ser realizado no vácuo para permitir que a equipamento complexo composto de alto vácuo e gerador elétrico de
temperatura não seja inferior à desejada, permitir a penetração do vapor plasma. Processo químico eficiente e de baixa temperatura (35~40 °C).
nos poros dos corpos porosos e impedir a formação de uma camada
inferior mais fria. Podem ser usados autoclaves de parede simples (que Vantagens: Rapidez, eficiência, baixa temperatura.
são mais rudimentares) ou de parede dupla, que permitem melhor extração
do ar e melhor secagem. É muito usado para o vidro seco e materiais que Desvantagens: Custo alto do equipamento e processo,
não oxidem com água (os materiais termolábeis não podem ser incompatibilidade de embalagens.
esterilizados por esta técnica). É utilizada ainda para esterilizar tecidos. A Filtração
sua eficácia é valiada por dois métodos. Indicadores químicos: mudam de
cor consoante a temperatura (ex. tubos de Brown a fita adesiva Bowie- Usa-se habitualmente em soluções e gases termolábeis. As
Dick). Indicadores biológicos: tubo com suspensão de esporos de bactérias substâncias atravessam superfícies filtrantes, e a técnica é considerada
muito resistente (Bacillus stearothermophylus) que morrem quando esterilizante conforme o diâmetro dos poros. Se os poros tiverem um
expostos por 12 min ou mais a uma temperatura de 122 °C. Após um diâmetro igual ou inferior a 0.2 μm, embora não retenham vírus.
repouso de 14h, faz-se uma sementeira dos esporos, que deve dar Os filtros podem ser de vários tipos – velas porosas, discos de amianto,
negativa. Ver autoclave. filtros de vidro poroso, de celulose, e fiutros “millipore” (membranas de
acetato de celulose ou de policarbonato).
Vantagens: fácil uso, custo acessível para grandes hospitais.
Desvantagens: Não serve para esterilizar pós e líquidos. IDENTIFICAÇÃO DE SINAIS E SINTOMAS NAS AFECÇÕES:
CÁRDIO--PULMONARES, VASCULARES, GASTRO-
CÁRDIO GASTRO-INTESTINAIS,
Nota:Hoje já existem modelos de autoclaves que esterilizam NEU
NEUROLÓGICAS, UROGENITAIS, MÚSCULO-
MÚSCULO-ESQUELÉTICAS,
cargas líquidas. ENDOCRINOLÓGICAS, DERMATOLÓGICAS E HEMATOLÓGI-
HEMATOLÓGI-
Ebulição:
Ebulição Não é um verdadeiro método, pois não elimina formas CAS;
resistentes. A sua condição mínima é a fervura a 100 °C durante 15
min.
Doença
Tindalização:
Tindalização o material é submetido a 3 sessões de exposição a
vapor de água a 100 °C, durante 20-45min, 45min e 20-45min, com Os agentes capazes de alterar o estado normal de um organismo são
um tempo de repouso entre elas de 24h. Consegue-se a de origens muito diversas. É por esse motivo que a nosologia, capítulo da
esterilização, visto que permite a germinação dos esporos entre duas patologia geral que estuda as características de cada enfermidade, obede-
sessões e sua posterior destruição. É usada para soluções ce a diferentes critérios, que podem ser anatômicos, fisiológicos, socioeco-
açucaradas ou que contenham gelatina. nômicos, geográficos etc.

Raios Gama/Cobalto Doença é o estado de alteração da saúde física ou mental sob efeito
de agentes perniciosos originados dentro ou fora do organismo. De uma
Os raios-gama têm comprimentos de onda ainda menores do que o dor de dente a um estado de coma, a doença pode assumir os mais diver-
tamanho dos átomos. Os fótons de raio-gama levam muita energia e são sos graus de intensidade e apresentar-se em qualquer época da vida.
mortais.
Além de crônicas ou agudas, as doenças também podem ser, segun-
Vantagens: Esteriliza uma variedade de materiais do sua causa ou etiologia: (1) carenciais, quando resultantes da falta de
condições normais para o desenvolvimento orgânico (subnutrição, avitami-
Desvantagens: caro e perigoso, requer equipe altamente nose e correlatas); (2) traumáticas, se provocadas por impacto físico ou
especializada.
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emocional, inclusive do calor, do frio etc.; (3) tóxicas, se provindas da Sintomas. Denomina-se sintoma toda manifestação anormal do orga-
agressão de agentes químicos; (4) parasitárias, se suscitadas por vermes, nismo, como dor, fraqueza, febre, diarréia, emagrecimento e hemorragia.
fungos etc.; (5) infecciosas, quando desencadeadas por vírus, bacilos, Constitui, assim, a expressão fundamental da alteração da saúde e, por-
bactérias; e (6) degenerativas, quando decorrem de processo inerente ao tanto, o sinal de alarme da doença. As moléstias se configuram pela identi-
organismo, como a tendência ao envelhecimento dos tecidos (arterioscle- ficação de um conjunto de sintomas, alguns mais importantes, outros
rose, por exemplo) ou sua auto-agressão destruidora (cânceres em geral). menos, mas todos relacionados à mesma causa.
Nomenclatura das doenças. Na linguagem médica, a doença é fre- O estudo dos sintomas pertence ao ramo da patologia denominado
quentemente designada pelo sufixo "patia" acrescentado ao nome, em sintomatologia. Os sintomas podem ser objetivos e subjetivos. Os primei-
grego, do órgão afetado, como gastropatia (doença do estômago), pneu- ros são verificados pelo médico pela palpação, percussão e ausculta e os
mopatia (doença dos pulmões) ou cardiopatia (doença do coração) e assim demais, como dores, tontura e fraqueza, são referidos pelo doente. Em
por diante. Apesar das tentativas de certos autores, não existe regra para a geral, o doente procura o médico por causa de um ou mais sintomas
designação das doenças, de tal modo que não é possível estabelecer uma subjetivos, que constituem o ponto de partida para a consulta e o exame,
sistematização, como se faz em outros ramos da biologia. A falta de uni- pelos quais se verifica o conjunto de sintomas, se emite um diagnóstico e
formidade na designação das doenças deve-se ao fato de que a maioria foi se determina uma terapia. Ao conjunto de sintomas chama-se síndrome.
descrita quando a patologia ainda não estava sistematizada, de modo que
um sintoma ou aspecto morfológico era tomado como se fosse a própria Sinais. Denomina-se sinal o fenômeno aparente por meio do qual se
moléstia e dava-lhe nome, depois consagrado pelo uso. chega à identificação da doença. Quando o médico percute o tendão de
inserção do músculo quádriceps situado logo abaixo da rótula, por exem-
Verifica-se um grau maior de sistematização nas doenças baseadas plo, a perna realizará um brusco movimento de extensão, chamado reflexo
em processo inflamatório, designadas pelo nome do órgão ou tecido a que patelar. A falha dessa resposta denomina-se sinal de Westphal. Na semio-
se segue o sufixo "ite", em português -- como meningite, inflamação das logia clínica, assim como na semiologia das diversas especialidades
meninges -- ou em latim ou grego, como hepatite, inflamação do fígado. médicas, estudam-se os sinais próprios de cada doença.
Muitas moléstias, todavia, não obedecem à regra e outras são designadas
pelo sufixo "ite" ainda que não sejam de natureza inflamatória. O sufixo Moléstias infecciosas
"ose", que significa "estado de", também é de uso frequente na nomencla- Dá-se o nome de moléstias infecciosas aos processos mórbidos pro-
tura das doenças: tuberculose (condição em que estão presentes tubércu- vocados por microrganismos -- vírus verdadeiros, clamídias (psitacose,
los), esclerose (estado de endurecimento dos tecidos), arteriosclerose linfogranuloma venéreo e tracoma), rickéttsias, bactérias, fungos e proto-
(endurecimento das artérias) e outras. zoários -- ou por helmintos (vermes).
No caso de tumores, emprega-se o nome do tecido que ele imita se- Infecção. Nem toda infecção é, por si mesma, sinônimo de doença in-
guido do sufixo "oma". Assim, fibroma designa tumor de tecido conjuntivo fecciosa, pois a entrada e o desenvolvimento de um agente infeccioso no
fibroso e condroma, do grego chondros, que significa cartilagem, designa o organismo nem sempre determinam o aparecimento de manifestações
tumor cartilaginoso. Quando se trata de tumores malignos, usa-se o termo clínicas. Na patologia infecciosa cada vez mais se estabelece e se confir-
carcinoma, do grego karkinos, que significa caranguejo, para designar os ma, com dados laboratoriais, o conceito de infecção sem doença. Assim,
tumores epiteliais; e sarcoma, do grego sarkós, que significa carne, para na tuberculose, lepra, poliomielite, caxumba, citomegalia, coccidioidomico-
os tumores do tecido conjuntivo. Em outros casos, é o tipo de célula que se, blastomicose sul-americana, criptococose e histoplasmose pode ocor-
dá nome ao tumor, como o linfossarcoma, assim chamado pelo aspecto -- rer infecção sem doença, sob forma inaparente ou assintomática, ou com
semelhante ao de linfócitos -- das células que o constituem. manifestações passageiras. Diagnosticam-se tais quadros por meio de
Moléstia. Chama-se moléstia o complexo de alterações funcionais e provas sorológicas ou reações intradérmicas de leitura tardia, com os
morfológicas, de caráter evolutivo, que se manifestam no organismo sub- antígenos competentes. Quando, em determinada coletividade, um grupo
metido à ação de causas estranhas, contra as quais reage. Como os seres populacional apresenta alta incidência de positividade para determinada
vivos estão sujeitos, no meio em que vivem, a estímulos de toda natureza, reação intradérmica, é quase certa a ocorrência da doença corresponden-
são também hereditariamente aparelhados para reagir a tais estímulos por te.
meio de mecanismos que procuram restabelecer automaticamente a Como se adquire uma infecção. Todos os microrganismos e helmintos
homeóstase, ou seja, o equilíbrio com o meio. A fim de manter o equilíbrio patogênicos para o homem atingem o organismo de quatro formas possí-
funcional, isto é, a saúde, os seres vivos utilizam constantemente o meca- veis: por contágio, mediante um veículo de transmissão (fômite), por
nismo de compensação e adaptação de suas funções às variações do intermédio de um vetor ou pelo ar.
ambiente externo.
O contágio pode ser direto ou indireto. O primeiro se dá quando há
Se os estímulos forem exagerados, ou agirem bruscamente, ou ocor- contato físico com o indivíduo infectado e o contágio indireto ocorre quan-
rerem em fase de enfraquecimento daqueles mecanismos, o organismo do há contato com objetos contaminados, como brinquedos, roupas e
não consegue manter o equilíbrio de suas funções e estruturas orgânicas, instrumentos cirúrgicos, com transferência do material contaminante à
e sobrevém a moléstia. Esta não representa, pois, o desenvolvimento de boca, pelas mãos, ou pela contaminação das mucosas ou da pele, escori-
um mecanismo novo, mas a consequência de um enfraquecimento dos ada ou intacta.
mecanismos normais de compensação e adaptação.
Por implicar a associação relativamente íntima de duas ou mais pes-
Com certa frequência, em exame clínico ou em autópsia, o médico soas, deve ainda ser considerada a forma de infecção por contágio ou
detecta uma doença de que o paciente não se queixava: é que os meca- disseminação de gotículas de muco ou saliva, projetadas na conjuntiva, na
nismos de compensação permitiram ao organismo adaptar-se a esse face, na boca ou no nariz de um indivíduo por outro infectado, no ato de
estado mórbido. Trata-se sempre, porém, de um equilíbrio lábil: bastaria a espirrar, tossir, cantar ou falar. Tais gotículas, chamadas perdigotos,
ação de qualquer agente pouco agressivo, às vezes mesmo não aparente, raramente alcançam mais de um metro de distância do ponto de onde
para desencadear os sintomas que evidenciam a moléstia. Por isso, não emanam. As secreções oronasais compreendem as gotículas de Flugge e
se deve confundir as manifestações clínicas com a doença, que pode estar os núcleos de Wells. A distinção entre ambos é importante, porque apre-
presente desde o nascimento, com manifestações tardias. sentam diferentes modalidades de transmissão e profilaxia diversa.
Enfermidade, afecção e lesão. Enfermidade é a alteração de uma fun- São veículos de transmissão a água, os alimentos, o leite, produtos
ção, como, por exemplo, a cegueira, a miopia, a surdez etc., que pode ser biológicos, inclusive soro e plasma, ou qualquer substância que sirva de
a sequela de uma moléstia. Afecção é a alteração de um órgão e pode meio pelo qual um agente infeccioso possa ser transportado de determina-
provir também de uma moléstia. Por exemplo, a febre reumática, mesmo do receptáculo para o organismo de um hospedeiro suscetível, por inges-
depois da cura, pode deixar alterada permanentemente a válvula mitral. tão, inoculação ou deposição na pele ou nas mucosas.
Essa alteração denomina-se afecção. Lesão é a alteração de uma estrutu-
ra anatômica, que pode ser de pele, músculo, cerebral etc. A transmissão por vetor se dá quando há intervenção de artrópodes
ou outros invertebrados, que inoculam o agente patogênico na pele ou nas
mucosas pela picada ou pela deposição de material infectante na pele, nos

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alimentos ou em objetos. O próprio vetor ou transmissor pode ser infectado cando a ação e as reações patogênicas, ou seja, atuando sobre os fenô-
(nessa condição, denominado infectante) ou atuar apenas como portador menos biológicos fundamentais que se exteriorizam na doença, o clima
passivo, mecânico, do agente infeccioso. delineia o perfil da nosologia nos países quentes.
A transmissão da infecção pelo ar pode verificar-se: (1) pela inalação Não faltam, portanto, à patologia desses países, características fun-
dos minúsculos resíduos resultantes da evaporação de gotículas bucona- damentais que a delimitam como ramo especial da medicina e definem
sais e que permanecem suspensos no ar em locais fechados, por tempo bem seus objetivos. A patologia tropical é, acima de tudo, aquela que se
relativamente longo; (2) pela inalação ou assentamento, na superfície do refere às doenças infecciosas e parasitárias. Assim, no vasto capítulo das
corpo, de partículas provenientes do solo ou de pisos, roupas e outros parasitoses é que se revelam mutações qualitativas e quantitativas atribuí-
objetos contaminados, que em geral permanecem em suspensão por um veis ao clima.
período.
Doenças transmissíveis no Brasil
O agente etiológico transfere-se de uma fonte primária de infecção pa-
ra um novo hospedeiro por três fases: vias de eliminação, vias de trans- As condições de vida no Brasil são de marcante tropicalidade e, nos
missão e vias de penetração. As vias de eliminação são aquelas pelas trópicos, os fatores de ordem geográfica interferem decisivamente na
quais o agente etiológico é eliminado do organismo de um portador para o formação dos germes produtores das infecções, bem como na atividade
meio ambiente ou para o organismo de um vetor hematófago. As vias de dos agentes de sua difusão. Constituem-se com facilidade os "complexos
transmissão são conjuntos de veículos pelos quais se faz a transferência patogênicos" de Maximilien Sorre, englobados pelo homem e seu habitat,
do agente etiológico de uma fonte primária para um novo hospedeiro. Por os vetores biológicos e os reservatórios do agente causal, inclusive todos
fim, as vias de penetração são aquelas pelas quais um agente etiológico os elementos do ciclo evolutivo do parasita.
penetra num hospedeiro. Em geral, essa penetração se efetua pela mesma Vários são os complexos patogênicos que se formam nas zonas tropi-
via que serviu como via de eliminação do caso clínico ou portador. cais. Muitos desses fatores garantem a certas doenças tropicais o caráter
Diagnóstico e tratamento. O diagnóstico das doenças infecciosas fun- endêmico e dão origem a processos mórbidos autóctones ou modificam as
damenta-se em dados clínicos (sintomas e sinais) e exames laboratoriais. doenças cosmopolitas. O solo, vegetação, aspectos zoogeográficos, índice
Febre, dores de cabeça, musculares ou nas articulações, rigidez da nuca, pluviométrico, tipos de habitação, hidrografia, temperatura ambiente, nível
aumento do tamanho do baço e afecções cutâneas são sintomas e sinais de umidade e outros fatores geográficos e meteorológicos interferem com
que podem ocorrer em uma série de doenças infecciosas. Do ponto de maior ou menor intensidade nos nichos ecológicos naturais.
vista clínico, por exemplo, paciente com febre súbita e elevada, intensa dor Mortalidade no Brasil. Por fatores diversos, as doenças transmissíveis
de cabeça, vômitos, rigidez da nuca e eventual obnubilação mental é continuam a pesar nas estatísticas sanitárias do país, bem como no obituá-
suspeito de meningite. rio em geral. O Brasil do final do século XX ainda se caracterizava como
O diagnóstico de laboratório baseia-se na demonstração microscópica país de elevada mortalidade da população jovem, provocada principalmen-
do agente infectante, seu isolamento e identificação. Provas sorológicas e te por diarréias infecciosas, gripe, pneumonia, tuberculose pulmonar,
intradérmicas são também comumente utilizadas, tais como a reação de sarampo e tétano, além da AIDS. Merecem ainda citação, mais pela inca-
Widal, para a febre tifóide, a reação de Wassermann, para a sífilis, a pacidade que provocam do que pelas mortes que causam, a malária,
reação de Frei, para o linfogranuloma venéreo e outras. São de grande esquistossomose, doença de Chagas, lepra e ancilostomíase, ainda que a
utilidade exames auxiliares como o hemograma, a hemossedimentação, avaliação da saúde da população brasileira seja limitada pela precariedade
transaminases, mucoproteínas, exames radiológicos e outros, cujos resul- dos dados disponíveis.
tados devem ser considerados à luz dos dados clínicos. Assim se resumem as características de morbidade no país:
O tratamento dos processos infecciosos sofreu modificação radical Região Norte. Alta incidência de malária; ocorrência de elevada taxa
com o advento dos quimioterápicos e antibióticos. Apenas as viroses não de prevalência da lepra, febre amarela silvestre e outras arboviroses na
são passíveis de tratamento específico. Em tais casos, faz-se a chamada mata amazônica; importante foco de filariose em Belém.
terapêutica sintomática, acompanhada de repouso e de medidas higiênicas
e dietéticas. Região Nordeste. Ampla disseminação da esquistossomose e da do-
ença de Chagas; focos residuais de peste; extensos focos de tracoma;
Medicina tropical elevada incidência de malária nos estados do Maranhão, Piauí e Bahia;
Os fatores geográficos são de significativa importância na criação e importantes focos de leishmaniose nos estados do Ceará e Bahia e de
manutenção dos chamados nichos ecológicos naturais, principalmente no filariose em Recife; focos de cólera.
caso das doenças que têm um reservatório na natureza fora do corpo Região Centro-Oeste. Alta incidência de malária; prevalência de bócio
humano e um vetor biológico que transmite o agente infectante. Não há endêmico e de lepra; ocorrência epizoótica de febre amarela silvestre;
dúvida de que as doenças infecciosas e parasitárias são influenciadas, em ampla disseminação da doença de Chagas no estado de Goiás.
sua evolução, pelas condições climáticas do meio ambiente, de modo que
muitas se revestem de características especiais. Região Sudeste. Ampla incidência de malária e de esquistossomose;
elevada taxa de prevalência de bócio endêmico e de lepra; importantes
Em medicina tropical, o método clínico aplicado ao exame do doente é focos de brucelose; disseminação da doença de Chagas em Minas Ge-
indissociável do método epidemiológico. É preciso sempre correlacionar o rais; grande área endêmica de doença de Chagas no estado de São Paulo.
estudo do doente com o conhecimento do ambiente onde vive, de seu
biótipo, de como se desenvolvem os fenômenos e problemas de ecologia Região Sul. Áreas de bócio endêmico; baixa incidência de tracoma;
associados à comunidade a que ele pertence. moderada incidência de brucelose; larga disseminação da doença de
Chagas, principalmente no estado do Rio Grande do Sul; importante área
Grupos nosológicos. A patologia tropical abrange, segundo Carlos malarígena em Santa Catarina. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publi-
Chagas, três grupos nosológicos, a saber: doenças cosmopolitas, modifi- cações Ltda.
cadas nos trópicos; doenças predominantemente mais difundidas e em
geral mais graves nos países tropicais, mas que se observam em algumas
regiões temperadas ou mesmo nas regiões mais frias da terra, em circuns- DOR PULMONAR AGUDA
tâncias artificiais; e, finalmente, doenças exclusivas dos países tropicais e O que é?
subtropicais. O termo mais apropriado para definir esta situação é dor torácica.
É a dor que acomete o tórax, tendo sua origem no trato respiratório e que
Nem só os germes patogênicos experimentam a ação do clima e, as- pode atingir a parte anterior (da frente) e/ou posterior (de trás) do tórax.
sim, variam de virulência e de capacidade morbígena. Também o organis- Além disso, pode aparecer em um ou ambos lados do tórax.
mo humano é influenciado pelos mesmos fatores, que determinam desvios Os pulmões e a pleura visceral - membrana que reveste toda a superfície
e adaptações no metabolismo normal e, igualmente, alteram e regulam os dos pulmões - são destituídos de sensores dolorosos. Portanto, não cau-
processos fisiopatológicos, nos quais se expressam as resistências funcio- sam dor.
nais à agressão parasitária. Desse modo, ainda segundo Chagas, modifi- Como se desenvolve?

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A dor advem do envolvimento das estruturas adjacentes aos pulmões, próximos da coluna vertebral, a dor pode não ser muito intensa no
como: dorso, mas contínua.Numa situação chamada mediastinite - uma
inflamação no mediastino - o quadro é, geralmente, de dor abaixo do
a parede torácica osso do peito associada à febre. São casos graves e faz-se necessá-
rio o uso precoce de antibióticos, além de internação em UTI
pleura parietal (membrana que reveste a camada mais interna da
parede do tórax) Na embolia pulmonar, os pacientes podem não ter dor significativa no
pericárdio parietal (membrana que reveste externamente o coração) tórax. A dor pode ocorrer devido à hipoxemia (diminuição do oxigênio
no sangue) causada pelos êmbolos nos pulmões - que são trombos
traquéia (tubo que dá passagem ao ar, situado entre as cordas vocais que se soltaram de veias das pernas ou do quadril, normalmente, e
e os pulmões) que chegam até os pulmões, causando este problema. O tratamento é
brônquios (tubos que espalham o ar nos pulmões) feito com o uso de anticoagulantes.
diafragma (músculo principal envolvido na respiração)
Nas infecções brônquicas (dos tubos que espalham o ar nos pulmões)
mediastino (espaço situado entre os pulmões). e traqueobrônquicas (que também acometem a traquéia) que, geral-
Na maioria das doenças pulmonares, a dor é provocada pela inflamação mente, tem origem viral, a dor torácica é difusa, tanto anterior quanto
ou tração de estruturas contíguas como a pleura ou mediastino. posterior e piora com a tosse.
A dor é agravada pela respiração, tosse, movimento dos braços, tórax ou
ombros. Já nas pneumonias, a dor no tórax é localizada, unilateral e piora com
No envolvimento de estruturas torácicas como as pleuras e a parte central a respiração e a tosse. O tratamento das pneumonias causadas por
do diafragma (principal músculo respiratório, que separa o tórax do abdo- bactérias é feito com antibióticos e nas infecções virais são utilizados
me), a dor pode ser relatada pela pessoa como sendo na região do osso medicamentos que amenizam os sintomas. São infecções em que o
do peito com irradiação para os ombros ou pescoço. próprio organismo é que faz o combate.
Quando a parede torácica é comprometida, a dor é contínua, persistente
sobre a área envolvida ocorrendo uma piora com a compressão do local. Uma das dores mais frequentes no tórax anterior é a angina pectoris
Já o deslocamento de estruturas do tórax por derrame pleural (líquido (angina de peito), também chamada de “dor no peito” ou simplesmente
anormal localizado entre o pulmão e a parede do tórax), tumores ou pneu- de angina. Ela ocorre em indivíduos com doença coronariana. Quando
motórax (acúmulo anormal de ar no tórax associado ao esvaziamento de não cede, devemos sempre pensar em infarto agudo do miocárdio.
ar do pulmão) causa dor mal definida e contínua na região do osso do
Uma doença chamada pericardite – que inflama a “capa” que envolve
peito e pescoço.
o coração – também pode causar dor torácica (na frente), febre e até
Características da dor conforme sua causa
dificuldade respiratória. Sua causa deve ser investigada e tratada.
A dor que tem origem na pleura devido à lesão ou irritação desta é Como se trata?
caracteristicamente do tipo pontada, de intensidade variável e quase Todas as doenças citadas aqui, que podem causar dor torácica, têm
sempre bem localizada. Costuma piorar com a respiração profunda, tratamento.
tosse ou movimentos do tórax. Dentre as situações em que a dor se Este tratamento deve ser individualizado, de acordo com a doença causa-
origina na pleura, estão: pleurite (inflamação da pleura), pneumotórax, dora da dor e seu estágio, a intensidade da dor e as particularidades do
traumatismos (incluindo fratura de costela), pós-operatório de cirurgia indivíduo.
do tórax, tumores da pleura ou de outros locais que se disseminam Os remédios para a dor (analgésicos), na maioria das vezes, são utilizados
para esta, infecções, embolia pulmonar (trombose que acomete o por via oral ou por injeções intramusculares ou endovenosas (nas veias).
pulmão e que pode inflamar a pleura) e doenças reumatológicas http://www.abc da saude.com.br/artigo.php?168
(artrite reumatóide, por exemplo).

A dor torácica súbita com falta de ar é mais frequente na embolia


pulmonar e no pneumotórax. Este pneumotórax pode ser espontâneo - Doenças vasculares pe
periféricas
quando ocorre por um defeito no desenvolvimento pulmonar - ou
Trata-se da redução do calibre dos vasos sanguíneos das pernas, e
secundário a uma doença como a asma, enfisema pulmonar, infec-
por vezes dos braços, que restringe a circulação a esse nível e provoca
ções pulmonares, inalação de drogas ou após procedimentos cirúrgi-
dor na zona afetada. Nos casos mais graves, pode mesmo sur-
cos do tórax. Para o alívio imediato do paciente, nos casos que se faz
gir gangrena (morte do tecido irrigado pelos vasos sanguíneos), o que
necessário, deve ser feita uma drenagem do pneumotórax com o uso
pode culminar na amputação do membro.
de drenos.
Tipos e causas
Outra situação que pode ocorrer é o desconforto torácico durante as
fases tardias da gravidez. Ele pode piorar com os esforços e pode Na sua maioria, as doenças vasculares periféricas, ou vasculopati-
estar acompanhado de falta de ar. Acredita-se que isso ocorra devido as, são causadas pela aterosclerose(depósito de placas de gordura no
a compressão dos pulmões pelo útero aumentado de volume. interior das artérias). Os fatores que contribuem para o risco de ateros-
clerose, como a hipertensão arterial e a diabetes mellitus mal controla-
As dores agudas no tórax associadas à febre estão comumente rela- da, estão associados às doenças dos vasos periféricos.
cionadas com as infecções do trato respiratório e às inflamações da
pleura (pleurites). Quando as infecções são causadas por vírus, o Contudo, o fator de maior risco é o tabaco; mais de 90% dos doen-
tratamento busca a melhora dos sintomas com o uso de antitérmicos tes são, ou foram, fumadores moderados ou inveterados.
para febre e analgésicos para dor. Nas infecções causadas por bacté- As doenças vasculares periféricas que não são causadas por ate-
rias, o tratamento é feito com o uso de antibióticos. rosclerose incluem a doença de Buerger (que afeta principalmente os
fumadores) e a síndrome de Raynaud; as tromboses das veias profun-
Nos tumores do tórax, a dor costuma ter evolução crônica e surge, das e as varizes são doenças das veias periféricas.
usualmente, nas fases mais tardias da doença, quando há comprome-
timento de alguma estrutura com sensibilidade dolorosa. Dentre os Sintomas e complicações
tumores do tórax, estão aqueles que se originam no mediastino como
os linfomas (tumores dos gânglios linfáticos) e timomas (tumores do Quando a redução do calibre das artérias de causa aterosclerótica
timo - uma glândula situada na parte da frente do tórax, próxima do se desenvolve gradualmente, o primeiro sintoma é, em geral, uma sen-
osso do peito). A dor nestes casos pode ser em pontada, contínua ou sação de dor e de cansaço nos músculos das pernas durante a marcha,
sentida como opressão logo abaixo do osso do peito. sensação essa que se localiza sobretudo na barriga da perna, mas pode
ser sentida em qualquer ponto da perna.
Nos casos de tumores do mediastino que ficam mais posteriores,

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Normalmente, a dor abranda com o repouso durante alguns minu- dor após alimentar-se;
tos, mas volta a aparecer depois de um período de marcha aproxima-
damente igual ao anterior. A este sintoma dá-se o nome de claudicação Dor abdominal diversas horas após a inges- Doença pancreática ou do trato biliar
intermitente. A utilização prolongada dos braços pode produzir sintoma tão de refeição rica em gorduras;
similar.
Com o agravamento da doença, vai diminuindo a quantidade de ati- Cólicas, distensão e flatulência 18-24 horas Intolerância à lactose, por deficiência
vidade física possível e o aparecimento dos sintomas é cada vez mais após a ingestão de leite; de lactase ou trânsito intestinal
acelerado
precoce, até que a claudicação intermitente está presente mesmo em
repouso.
Pirose após ingestão de refeição volumosa e Refluxo Gastroesofágico
A dor pode ser intensa e contínua, dificultando, inclusive, o sono; gordurosa.
para aliviá-la, o doente poderá deixar pender da borda da cama o mem-
bro afetado. Estenose de Esôfago
Nesta fase, a irrigação da zona afetada é já perigosamente deficien- É o estreitamento do esôfago que impede a progressão normal de sa-
te; o pé e a parte inferior da perna apresentam-se frios e frequentemen- liva e/ou alimentos. Pode ocorrer em qualquer altura do trajeto esofágico,
te insensíveis, a pele fica escamosa e seca e há tendência para o apa- na porção superior, média ou inferior. A maioria dos estreitamentos ocorre
recimento de úlceras nas pernas em consequência de pequenos feri- no próprio órgão (intrínsecos), e outros, por compressão externa (extrínse-
mentos que não cicatrizam. cos).
Na fase final, aparece a gangrena, que geralmente se inicia nos de- Espasmo esofágico difuso, es
espasmo do esôfago
dos dos pés e vai alastrando para cima, consoante a extensão e locali-
zação da circulação atingida. Contrações irregulares dos músculos do esôfago. Os espasmos não
impulsionam o alimento de maneira eficaz para o estômago.
Por vezes, ocorre uma oclusão arterial súbita, que pode ser causa-
da por um coágulo que se desenvolve rapidamente em cima de uma Acalásia
placa de ateroma, pela ruptura de um aneurisma(rompimento de uma
parede de artéria) ou por uma embolia originada a partir de um coágulo Acalásia é um dos vários tipos de desordem motora do esôfago. É ca-
que se formou no coração e foi transportado pela circulação até acabar racterizado pela ausência de contrações musculares na porção inferior do
por ocluir uma artéria periférica. esôfago e falha na abertura do esfíncter esofagiano inferior (grupo muscu-
lar que fica fechado em repouso, impedindo o retorno do ácido do estôma-
A oclusão arterial aguda causa dor intensa e súbita no membro a- go para o esôfago – DRGE).
tingido, podendo desaparecer o movimento e a sensibilidade do mesmo.
Esta falha impede o alimento de chegar até o estômago. Pessoas com
Diagnóstico acalásia têm dificuldade progressiva em ingerir alimentos sólidos até
líquidos com o passar dos anos. Geralmente apresentam regurgitação
0 diagnostico baseia-se na comparação dos valores da tensão arte- (retorno do alimento até a boca antes de chegar no estômago) e algumas
rial registados a vários níveis dos membros (tornozelo, barriga da perna, vezes dor no peito. Pode haver perda de peso progressiva.
parte superior da coxa e braço), no registro Doppler (para avaliação da
velocidade do fluxo de sangue) e na pletismografia (que registra o pa- Ulceração Gástrica
drão das pulsações).
Ulceração da mucosa gástrica devido contato com suco gástrico. Fre-
Tratamento quentemente está associada com infecção por helicobacter pylori ou
consumo de drogas antiinflamatórias não esteroidais (Agen-
0 aspecto mais importante do tratamento consiste em deixar de fu- tes antiinflamatórios não esteróides).
mar. 0s exercícios físicos são também extremamente irnportantes; os
doentes devem caminhar até cerca de uma hora por dia, parando sern- Ulceração Duodenal
pre que ocorrer claudicação e retomando a marcha quando ela desapa-
recer. A inspeção regular dos pés e o seu escrupuloso cuidado são es- A úlcera péptica é uma lesão localizada
senciais para a prevenção da infecção, a qual pode levar a gangrena. no estômago ou duodeno com destruição damucosa da parede destes
Os pés devem ser lavados e as peugas ou meias mudadas diariamente. órgãos, atingindo os vasos sanguíneos subjacentes. É causada pela
0s sapatos devem ser folgados e as unhas dos pés cortadas a direito. insuficiência dos mecanismos protetores da mucosa contra
a acidezgástrica, muitas vezes devido a infecção com
Por vezes, é necessário intervir cirurgicamente nos vasos sanguí- a bactéria Helicobacter pylori. Além dador caracteriza-se pe-
neos afetados (cirurgia reconstrutiva das artérias, nas operações las hemorragias continuas para dentro do trato gastrointestinal. A ruptura
de bypass: endarlerectomia, para remoção das obstruções provocadas de uma úlcera, criando uma comunicação anormal entre o trato gastroin-
pelos depósitos de ateroma nos endotélios dos vasos, e angioplastiapor testinal e a cavidade peritoneal é uma emergência médica potencialmente
balão, para alargar os vasos). mortal.
Nos casos graves em que se desenvolveu a gangrena, é necessária Intolerância à lactose
a amputação, geralmente logo abaixo do joelho, para deixar um coto
adequado a uma prótese ulterior. A intolerância à lactose é a incapacidade ou capacidade suficiente pa-
ra digerir a lactose, um açúcar encontrado no leite e produtos lácteos. A
Sintomas de doenças gastrointestinais intolerância à lactose é causada pela deficiência da enzima lactase, que é
produzida pelas células que revestem o intestino delgado. Lactase quebra
SINTOMA a lactose em duas formas mais simples de açúcar chamado glicose e
galactose, que são absorvidos pela corrente sanguínea.
Ingestão de alimentos sólidos causa incômo- Estenose esofágica
do, porém não a de alimentos líquidos; Refluxo Gastroesofágico
Doença do refluxo gastroesofágico (DRGE), doença do refluxo esôfa-
Dificuldade para deglutição; o alimento Espasmo esofágico; acalasia go-gastro (DRGE), doença do refluxo gástrico, ou doença do refluxo ácido
“gruda” na garganta; é definido como sintomas crônicos ou mucosa danos produzidos pelo
refluxo anormal do ácido do estômago para o esôfago. Um sintoma típico
Dor epigástrica à alimentação Úlcera Gástrica é azia. http://topsaude.wordpress.com/
Doenças neurológicas
Dor de 2-5 horas após a refeição; alívio da Úlcera Duodenal

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Conscientizar a população sobre as doenças neurológicas - preven- Dores musculares sem nenhuma causa aparente;
ção, diagnóstico e tratamentos – e destacar a importância do neurologista
na medicina atual são alguns dos objetivos da Academia Brasileira de Tremores;
Neurologia. Por conta disso, a ABN está à disposição da imprensa para Câimbras;
esclarecer dúvidas e colaborar no desenvolvimento de matérias em todos
os veículos do País. Dificuldades para andar;

Para entender melhor: Alterações na fala.

A Neurologia Clínica é a especialidade médica voltada ao estudo, di- Doenças sexualmente transmissíveis
agnóstico e tratamento das doenças que comprometem o sistema nervoso
(cérebro, medula espinhal, raízes nervosas e nervos) e músculos (doenças Doenças sexualmente transmitidas ou DSTs, são doenças infecciosas
musculares - miopatias). que podem ser disseminadas através do contato sexual. Algumas podem
O Neurologista, Neurocirurgião e Neurologista infantil possuem formações também ser transmitidas por vias não sexuais, porém formas não-sexuais
diferentes. O Neurologista estuda as doenças que serão tratadas clinica- de transmissão são menos frequentes. Estima-se que de 10 a 15 milhões
mente, tendo durante a sua formação um grande aporte de conhecimento de americanos tenham doenças sexualmente transmitidas, muitos dos
e experiência a respeito de medicamentos, as interações entre esses casos são epidêmicos, incluindo gonorréia, inflexão da uretra não causada
medicamentos e sua ação sobre a doença e sobre o indivíduo. Tem antes pela gonorréia, herpes genital, candiloma, scabics (mites) e infecções na
de tudo uma formação clínica e não realiza procedimentos cirúrgicos. uretra e na vagina causadas pela bactéria Chlamydia trachomatis, pelo
protozoário Trichomas e pelo fungo monilia. Vários estudos mostram que
O Neuropediatra exerce o mesmo papel do neurologista, mas a sua as doenças sexualmente transmitidas afetam pessoas de ambos os sexos,
formação é voltada especificamente para as doenças neurológicas de de todas as raças e de todos os níveis sociais nos Estados Unidos.
crianças. O Neurocirurgião tem como principal foco o tratamento das
doenças do sistema nervoso através de cirurgia e atua, principalmente, em Um grande número de infecções são transmitidas predominantemente
centros cirúrgicos. O Neurocirurgião não é submetido ao mesmo tipo de ou exclusivamente por contato sexual. Além das doenças epidêmicas que
treinamento do neurologista para a aprendizagem do diagnóstico, trata- foram citadas acima, podemos incluir a sífilis, o chato (pediculosis pubis),
mento clínico e conhecimento sobre o manejo das drogas da extensíssima infecção vaginal causada pela bactéria Hemophilus e muitas outras. DSTs
variedade de doenças neurológicas podem ser causadas por uma grande variedade de organismos, tais como
o protozoário Trichomonas, a levedura causadora de moniliasis, bactérias
Dentre as diversas doenças diagnosticadas e tratadas por neurologis- causadoras da gonorréia e da sífilis e o vírus que causa a herpes genital.
tas, encontram-se com maior frequência:
Transmissão
Doenças Cerebrovasculares (popularmente conhecidas como "Derra-
me"); A transmissão de todas estas doenças só ocorre através do contato
íntimo com a pessoa infectada, porque todos os organismos causadores
Cefaléias e Enxaquecas (Dores de Cabeça); morrem rapidamente se forem removidos do corpo humano. Apesar da
área de contato ser normalmente as genitais, a prática de sexo anal e oral
Epilepsias (Convulsões) pode também causar infecções. Gonorréia, sífilis e infecção clamidial
Transtornos da Memória e do Intelecto (Demências); podem ser transmitidas de um portadora grávida ao filho que está sendo
gerado, tanto através do útero como através do parto.
Doença de Parkinson;
Doença de Alzheimeir Apesar das doenças venéreas se manifestarem na genitália externa,
elas podem atingir a próstata, o útero, os testículos e outros órgãos inter-
Doenças Desmielinizantes (como Esclerose Múltipla) nos. Algumas dessas infecções causam apenas uma irritação local, cocei-
ra e uma leve dor, porém a gonorréia e clamídia podem causar infertilidade
Esclerose Lateral Amiotrófica;
em mulheres.
Doenças dos nervos periféricos (neuropatias periféricas);
Controle
Miopatias (doenças musculares);
Meningites e encefalites; A natureza epidêmica das doenças sexualmente transmitidas as torna
de difícil controle. Algumas autoridades em saúde pública atribuem o
Doenças infecciosas do sistema nervoso; aumento no número de casos destas doenças ao aumento de atividade
sexual. Outro fator que também contribui significativamente é a substitui-
Entre outras.
ção do uso de camisinha (condom) - que oferece alguma proteção - por
Sintomas de doenças neurológicas: pílulas e diafragmas com métodos anticonceptivos. Os padrões das doen-
ças sexualmente transmitidas são bastante variáveis. Enquanto a sífilis e a
Dificuldade de engolir; gonorréia eram ambas epidêmicas, o uso intensivo de penicilina fez com
Fraqueza de braços ou pernas; que a frequência da sífilis caísse para um nível razoavelmente controlado;
a atenção voltou-se então ao controle da gonorréia, foi quando a frequên-
Formigamentos em uma ou várias partes do corpo; cia da sífilis aumentou novamente. Os casos de herpes genital e clamídia
Tonturas e desequilíbrio; também aumentaram durante a década de 70 e durante o início da década
de 80.
Dores de cabeça;
O tratamento de doenças sexualmente transmissíveis é feito basica-
Distúrbios da memória; mente com antibióticos. A penicilina tem sido uma droga eficiente contra a
Anormalidades na visão (visão dupla, perda de campo visu- sífilis e a gonorréia, porém muitos dos organismos causadores da gonor-
al); réia são hoje resistentes à penicilina; usa-se nestes casos o ceftriaxone ou
a spectinomicine. A tetraciclina é usada para tratar o linfogranuloma vené-
Perdas de consciência; reo, o granuloma inguinale e a uterite clamidial. Existem tratamentos
Desmaios; específicos para a maioria das doenças sexualmente transmitidas, com
exceção do molluscum contagiosum. A droga antivirus aciclovir tem se
Dor; mostrado útil no tratamento da herpes.
Sintomas que podem indicar meningite, como dor de cabeça, A única forma de se prevenir a dispersão das doenças sexualmente
febre e rigidez de nuca; transmitidas é através da localização dos indivíduos que tiveram contato
sexual com pessoas infectadas e determinar se estes também necessitam

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tratamento. Localizar a todos, entretanto, é bastante difícil, especialmente higiênicas devem ser tomadas para o indivíduo e sua/seus parceiros
porque nem todos os casos são reportados. sexuais. Em mulheres grávidas, maiores cuidados em relação ao feto
devem ser adotados, mesmo que o diagnóstico não tenha sido na gestante
AIDS (SIDA) e a hepatite B são transmitidas através do contato sexu- e sim no seu parceiro sexual. Este, infectado, deve evitar o coito durante a
al, porém estas doenças podem também ser transmitidas de outras for- gravidez ou fazê-lo de modo seguro.
mas.
Como adquiri isto ? Pergunta frequente de consultório, sempre impli-
Condiloma (HPV) cando em "infidelidade". Esta pode estar presente, sem dúvida, mas gran-
de parte dos infectados é assintomático até sua primeira crise herpética,
Condiloma é a designação genérica do Papilomavírus Humano. Ou- num intervalo que pode ser de muito tempo e depois de vários relaciona-
tros denominações como condilomatose, condiloma acuminado e crista de mentos amorosos.
galo também podem ser usadas. A exemplo do herpes, o condiloma tem
períodos de latência (remissão) variáveis de um indivíduo para o outro. Lembro aqui que o perigo maior de contágio está nas lesões por recor-
Causam lesões verrugosas, a princípio microscópicas e de difícil visualiza- rência quando então o indivíduo deve se proteger para não transmitir
ção a olho desarmado, que vão lentamente crescendo como lesões sobre- durante a atividade sexual.
postas umas às outras, formando a designação popular de crista de galo.
Podem chegar, em indivíduos com higiene precária, a lesões coalescentes Fatores que baixam a imunidade, como gripes ou resfriados e o s-
e grandes como a palma da mão de um adulto. Seu contágio é quase que tress podem contribuir para tornar as recidivas mais frequentes. Por isto
exclusivamente sexual (gênito-genital, oro-genital ou gênito-anal) e sua pacientes aidéticos podem ser cronicamente molestados por esta doença.
manifestação depende da imunidade do contaminado. Não há evidências médicas de relação do herpes com qualquer tipo de
O diagnóstico faz-se por penoscopia direta (coloração especial que câncer humano.
tinge as lesões condilomatosas quando presentes) e sempre que possível,
biópsia para confirmar-se a suspeita clínica. Uma vez diagnosticado o Uretrites
condiloma, o tratamento é quase sempre é cirúrgico por uma destas moda-
lidades: eletrocauterização ou eletrofulguração, que consiste em queimar Secreção uretral na uretrite
as lesões ou a exerése das lesões que serão mandadas para exame
anatomopatológico, fazendo-se assim a biópsia e o tratamento ao mesmo É a designação genérica para processos inflamatórios ou infecciosos
tempo. Muitas vezes os dois métodos são utilizados em conjunto, nas da uretra (canal que conduz a urina da bexiga para o meio externo, ao
lesões extensas. A cauterização química com ácidos orgânicos que tam- urinarmos) masculina e feminina. Os sintomas da uretrite compreendem: a
bém queimam as lesões, têm uma série de contra-indicações e complica- descarga uretral (secreção) que varia de acordo com o agente etiológico,
ções que me levaram a quase descartá-lo para uso rotineiro. desconforto urinário sob forma de ardência e/ou dor para urinar e às vezes
sensação de "coceira" na parte terminal da uretra (perto do meato urinário
O cliente com condilomatose deve ser alertado para a possibilidade de na glande peniana). Estes três principais sintomas podem variar de inten-
recidivas após os tratamentos, como se lesões latentes esperassem a hora sidade de acordo com a doença.
certa para aparecer. Não raro estes clientes terão repetidas sessões de
terapia. Também é importante salientar que no homem o condiloma é As uretrites inflamatórias (sem a participação de germes), em grande
apenas uma lesão esteticamente feia, mas na mulher é precursor do parte, são originadas pelo trauma externo, como por exemplo o hábito de
câncer de colo do útero, uma doença grave. Portanto, tratar o homem é ordenhar a a uretra após urinar, ou hábito masturbatório, lembrando aqui
prevenir uma complicação séria para a mulher. Nestes casos, frequente- que a uretra é uma estrutura bastante superficial e sensível. O trauma
mente recebemos o homem para penoscopia por solicitação do ginecolo- interno, como aquele que ocorre após manipulação com instrumentos ou
gista da esposa, que diagnosticou displasia do colo de útero e suspeita de sondas, também pode originar uma uretrite inflamatória, que deverá rece-
condiloma como agente causador. ber tratamento sintomático adequado.

Herpes As uretrites infecciosas são doenças sexualmente transmissíveis


(DST), que é o nome atualmente aceito para as antigas doenças venéreas,
Os vírus herpes simples (VHS) tipo 1 e tipo 2 são ambos da família termo este empregado no passado, quando blenorragia (gonorréia) e sífilis
herpesvirus humanos, a qual ainda inclui o citomegalovírus, o Epstein-Barr dominavam o cenário das DST. Ainda deste conceito temos a classificação
vírus, varicela zoster vírus e herpesvirus humanos específicos (Kaposi). A das uretrites infecciosas, como uretrite gonocócica e não-gonocócica. A
principal característica dos herpesvírus é a de produzir infecções latentes, gonocócica, como diz o termo, é a causada pelo gonococo (N. gonorrhoe-
potencialmente recorrentes. A latência se desenvolve a partir da sobrevi- ae) e as não-gonocócicas são mais comumente causadas por um dos
vência do material genético do vírus dentro de células hospedeiras, sem germes a seguir: clamidia, micoplasma e ureaplasma. A uretrite gonocóci-
produção de partículas infectantes. ca produz extremo desconforto uretral, com dor, ardor, urgência urinária e
A infecção genital pelo VHS é adquirida a partir do contato de superfí- secreção abundante, esverdeada, que suja a roupa íntima do(a) porta-
cies cutâneas (pele) ou mucosas genitais com os vírus infectantes. Sendo dor(a). Já as demais uretrites, podem ter sintomatologia escassa, com
um parasita celular obrigatório (é desativado pela perda de umidade à pouca ou nenhuma secreção no início da doença. Um dos sintomas mais
temperatura ambiente), é pouco provável que se transmita por aerossol comuns, é o misto de ardência para urinar com coceira após urinar. Na
(gotas microscópicas) ou fômites (peças de vestuário íntimo, assento do suspeita deste tipo de uretrite, devem ser realizados exames laboratoriais
vaso sanitário, papel higiênico, etc.), sendo o contato sexual, orogenital ou para se tentar descobrir o germe responsável. Uma história detalhada e
genito-anal e gênito-genital, o modo habitual de transmissão. um exame físico minucioso devem ser realizados.

Acredita-se, a exemplo de outras infecções genitais, que o VHS pene- Muitas uretrites inadequadamente tratadas podem evoluir para compli-
tre no corpo humano por pequenas escoriações (raspados) ou fissuras na cações mais sérias, como uma cervicite e doença inflamatória pélvica na
pele ou mucosas, resultante do ato sexual. Após sua infecção, o VHS é mulher ou orquite, epididimite ou prostatite no homem. Na maior parte das
transportado através dos neurônios (nervos), com isto podendo variar seus vezes o urologista vai preferir tratar o casal, mesmo que o(a) parceiro(a)
locais de recidiva. Na infecção inicial a gravidade das lesões será direta- não apresente sintomas importantes. Como sequelas das complicações
mente proporcional à imunidade da pessoa, disto também dependerá a das uretrites mal conduzidas, podemos citar infertilidade e as estenoses de
frequência e gravidade das recidivas. A pessoa que teve infecção anterior uretra.
pelo VHS oral poderá ter uma infecção pelo VHS genital atenuada (menos
grave) pela presença de anticorpos cruzados. Candidíase

Não existe até o presente momento, cura para qualquer tipo de her- É a infecção causada pela Cândida albicans, e não é obrigatoriamente
pes. Todo o tratamento proposto visa aumentar os períodos de latência em uma DST. No homem, balanopostite ou postite por cândida e na mulher,
meses e até anos. A partir de diagnóstico clínico e laboratorial, medidas vaginite ou cervicite por cândida. É um fungo que habita normalmente

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nosso organismo, tendo a função de saprófita (alimenta-se de restos lina mostrou-se bastante efetiva no combate à sífilis e até hoje continua
celulares) no aparelho genital. Como qualquer outra micose, gosta de sendo o medicamento preferido para o tratamento dessa doença.
ambientes quentes e úmidos, como a vagina e o prepúcio. No homem, o
microtraumatismo peniano que resulta de uma relação sexual pode ser o Intensos programas de saúde pública reduziram o número de casos
suficiente para desencadear o processo de instalação de uma balanoposti- reportados nos Estados Unidos de 160.000 (1947) para 25.000 (1975),
te por cândida, que com certeza vai incomodar seu portador. Surge já nas porém o número cresceu para mais de 39.000 em 1988. Durante a década
primeira horas uma ardência ao contato com secreção vaginal ou à própria de 70, a maioria dos casos de sífilis em homens ocorreu em homossexu-
urina, bem como a pele torna-se avermelhada, brilhante e friável (descama ais, entretanto o aumento no número de casos durante a década de 80
com facilidade ao toque) com um prurido (coceira) intensa. Na mulher, o aparenta ser em indivíduos heterossexuais. Este fato aumenta a incidência
sintoma mais importante é o prurido vaginal ou dos lábios da vulva, segui- da sífilis congênita, que causa um grande índice de mortalidade infantil.
do ou não por secreção vaginal (corrimento) branco. No período menstrual, Pessoas portadoras de AIDS (SIDA) têm maiores chances de desenvolver
como há intensa descamação do endométrio e perda de sangue (células sérias formas de sífilis e a sofrerem recaídas após tratamentos que nor-
mortas), há um aumento da população da cândida ( e outros saprófitas), malmente curam a doença.
pois há uma quantidade maior de restos celulares a serem removidos do
organismo. Também, o uso prolongado de antibióticos, que não agem Estágios e Sintomas
sobre os fungos, pode fazer uma seleção destes, aumentando sua popula- O primeiro estágio da sífilis é caracterizado por uma pequena lesão,
ção no organismo (por exemplo, sapinho). O contato sexual nestes dias que aparece na região de contágio, de três a seis semanas após a contra-
pode resultar em candidíase em ambos os sexos. A excessiva população ção. Os fluidos oriundos dessa lesão são extremamente infecciosos. Em
de cândida acidifica ainda mais o ph vaginal, que é o que causa a dor e a um segundo estágio, que manifesta-se cerca de seis semanas mais tarde,
ardência genital em ambos os sexos. ocorre um repentino aparecimento de lesões. Úlceras doloridas desenvol-
vem-se na boca, assim como em várias regiões do corpo; lesões em forma
Candidose peniana de pequenas protuberâncias, também altamente infecciosas, podem
aparecer na região genital; dores de cabeça, febre e inchamento das
A queixa pode surgir de qualquer dos sexos e como dito acima, é a glândulas linfáticas são, algumas vezes, observados. Estes sintomas
cândida uma habitante normal de nosso organismo, desde que não nos normalmente desaparecem de 3 a 12 semanas. A doença entra então em
agrida. Portanto, não há a menor possibilidade de erradicá-la definitiva- um estágio latente não apresentando sintomas externos, porém as infla-
mente, uma vez que a adquiriremos novamente horas após, pela dieta, mações podem instalar-se em órgãos internos. Este estágio latente pode
pelo ambiente, convívio social, sexual, etc. O tratamento visa principalmen- durar de 20 à 30 dias. Em 75% dos casos não ocorrem outros sintomas
te alívio para os sintomas e diminuir a população do fungo a uma quanti- além dos já mencionados; entretanto, quando o estágio final ocorre (sífilis
dade que não agrida nosso organismo. O tratamento do casal é imperativo terceira), nódulos enrijecidos podem se desenvolver em tecidos sob a pele,
e medidas higiênicas adequadas devem ser adotadas para seu controle nos tecidos mucosos e nos órgãos internos. Os ossos são frequentemente
efetivo. afetados, assim como o fígado, os rins e outros órgãos viscerais. Infecção
do coração e dos principais vasos sanguíneos ocorrem em casos termi-
Em alguns homens portadores de diabetes, pode ser necessária a re- nais. Em aproximadamente 15% dos casos de sífilis terceira ocorre o que é
moção cirúrgica do prepúcio (circuncisão), como uma medida profilática à chamado neurosífilis, representado pela perda do controle urinário, dege-
balanopostite por cândida. Ainda, o uso inadequado de absorventes ou neração dos reflexos e perda da coordenação muscular, que pode levar à
duchas vaginais possuem papel importante na recidiva da candidíase da paralisia. Durante este estágio, infecções no trato urinário podem, em uma
mulher. gravidez, levar ao aborto ou ao nascimento de uma criança portadora de
sífilis congênita. Crianças afetadas normalmente apresentam sinais típicos
Cancro como: testa grande, nariz seliforme e dentes mal formados. Perto da
segunda década da vida, tais crianças podem apresentar deterioração no
Também conhecido por cancróide, é uma DST aguda e contagiosa, sistema nervoso central.
que se caracteriza por lesões genitais ulceradas e dolorosas que evoluem
com a supuração (saída de pus) dos linfonodos (gânglios) inguinais. A sífilis é detectada através dos sintomas de um dos vários testes de
sangue ou de fluido da coluna espinhal. A droga mais usada no tratamento
É causada pelo Hemophilus ducreyi e o período de incubação é de 3 a é a penicilina benzatina que é ministrada em duas injeções separadas por
7 dias após o contato sexual suspeito. Pequenas lesões avermelhadas e uma semana de intervalo. Quando se trata de neurosífilis, o antibiótico é
elevadas (pápulas) se rompem e tornam-se úlceras rasas, com as bordas ministrado três vezes por semana.
macias e com anel avermelhado ao redor. Tais úlceras variam de tamanho O controle da sífilis inclui localizar as pessoas que tiveram contato se-
e podem se agrupar (coalescentes), formando uma lesão maior, intensa- xual com portadores e tratar aquelas cujo contato se deu durante o período
mente dolorosa. de contaminação. O uso da camisinha oferece alguma proteção contra a
sífilis.
Os linfonodos inguinais se tornam dolorosos, aumentados de tamanho
e agrupados (bubão), sendo facilmente palpáveis. Forma-se aí o abscesso AIDS (SIDA)
que pode drenar através da pele da virilha. Síndrome da deficiência imunológica adquirida é uma condição que
resulta na supressão do sistema imune relacionada à infecção pelo vírus
Sífilis HIV (Human Immunodeficiency Virus). Uma pessoa infectada com o vírus
HIV perde gradativamente a função imune de algumas células imunológi-
Doença infecciosa causada pela bactéria Treponema pallidum e nor- cas denominadas CD4 linfócitos-T ou CD4 células-T, tornando a pessoa
malmente transmitida através do contato sexual ou pelo beijo. A infecção infectada vulnerável à pneumonia, infecções fúngicas e outras enfermida-
através de objetos contaminados é bastante rara, pois a bactéria morre em des comuns. Com a perda da função imune, uma síndrome clínica (um
contato com o ar. Um feto carregado por uma portadora de sífilis pode grupo de várias enfermidades que, em conjunto, caracterizam a doença)
contrair a doença, condição denominada de sífilis congênita. se desenvolve com o passar do tempo e eventualmente pode causar a
morte devido a uma infecção oportunista (infecções por organismos que
Histórico normalmente não causam mal algum, exceto em pessoas que estão com o
Acredita-se que a sífilis foi introduzida na Europa em 1493 por um sistema imunológico bastante enfraquecido) ou um câncer.
grupo de marinheiros retornando da primeira expedição de Cristovão
Colombo à America. Já no século XVI, a sífilis tornou-se a maior epidemia Histórico
pública. O aspirilo, responsável pela doença, foi descoberto somente em
1905, pelo zoologista alemão Fritz Schaudinn. Em 1906 o bacteriologista Durante o início dos anos 80 se observou um grande número de mor-
alemão August vom Wassermann desenvolveu o primeiro exame de san- tes causadas por infecções oportunistas em homens homossexuais que,
gue para diagnosticar a doença. Em 1909 outro bacteriologista alemão, apesar de tal infecção, eram pessoas saudáveis. Até então estas infecções
Paul Ehrlich, desenvolveu o primeiro tratamento efetivo. Em 1943 a penici- oportunistas causavam morte normalmente em pacientes que receberam

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órgãos transplantados e estavam recebendo medicamento para suprimir a inicia-se por pápulas que coalescem e ulceram. Pode avolumar-se dando
resposta imune. origem às formas "nodular" e "elefantiásica";
Diagnóstico laboratorial - É feito, principalmente, por exame direto -
Em 1983, Luc Montaigner, um francês especialista em câncer, junta- detecção de C. granulomatis em esfregaços corados pelo Giemsa ou
mente com outros cientistas do Instituto Pasteur em Paris, isolaram o que procurando os corpúsculos de Donovan no interior do granuloma (método
parecia ser um novo retrovírus humano (um tipo especial de vírus que se histopatológico);
reproduz de maneira diferente) de uma glândula (nódulo) linfática de um Tratamento - O tratamento tradicional é constituído por tetraciclina, es-
homem sob risco de AIDS. Simultaneamente cientistas norte americanos treptomicina, cotrimoxanol, cloranfenicol. Nenhuma destas drogas deve ser
liderados por Robert Gallo, trabalhando no Instituto Nacional do Câncer em empregada por menos de três semanas.
Bethesda (Maryland) e o grupo liderado pelo virologista norte americano Tratar sempre o parceiro sexual
Jay Levy de San Francisco isolaram o retrovírus de pessoas com AIDS e
também daquelas que tinham contato com portadores da doença. Os três Vaginose Bacteriana e Vulvovaginites
grupos de cientistas isolaram o que hoje se conhece como vírus da imuno- Etiologia - Pode ser classificada em infecciosa e não infecciosa (causa
deficiência humana (HIV), o vírus que causa a AIDS. A infecção por este hormonal, agentes físicos e químicos, de contato, etc.) Na infecciosa os
vírus não significa necessariamente que a pessoa tenha AIDS, porém agentes mais comuns são: Trichomonas vaginalis, Candida albicans, G.
erroneamente costuma-se dizer que a pessoa HIV-positiva tem AIDS. De vaginalis, C. trachomatis, N. gonorrhoeae;
fato, um indivíduo HIV-positivo pode permanecer por mais de 10 anos sem Patogênese - Em cada faixa etária, tende a aparecer um tipo específi-
desenvolver nenhum dos sintomas clínicos que diagnosticam a doença. co de Vulvovaginite. As vulvovaginites de causa hormonal aparecem
principalmente na infância, senescência e em usuárias de pílulas; as
Em 1996 estimou-se que 22,6 milhões de pessoas no mundo estavam infecciosas são mais frequentes dos 15 aos 35 anos;
vivendo com o HIV ou com a AIDS, dos quais 21,8 milhões eram adultos e Sintomatologia - Secreção abundante, com ou sem odor característico,
380.000 crianças. A Organização Mundial da Saúde estimou que no perío- de consistência e cor variadas, prurido, edema, disúria;
do entre 1981, quando o primeiro caso de AIDS foi diagnosticado, e em Diagnóstico laboratorial - Medidas gerais tais como abstinência sexual,
1996 mais de 8,4 milhões de adultos e crianças desenvolveram a doença. higiene genital, restauração do pH vaginal, uso de anti-inflamatórios por via
Estimou-se também que no mesmo período 6,4 milhões de mortes foram sistêmica e local. Conforme o agente atiológico, se usa terapia específica
causadas pelo vírus HIV. (trichomonas: nitroimidazólicos; herpes vírus: antivirais; fungos: antifúngi-
cos, por via oral ou tópica);
Infestações Tratar sempre o parceiro sexual

Termo que significa a existência de parasitas na pele (ou derme) e que Salpingite Aguda
podem ser transmitidos pela atividade sexual, embora não obrigatoriamen-
te. Destacamos aqui a infestação por piolhos (Phthirus pubis), pela sarna Etiologia - É causada pela disseminação ascendente, não relacionada
(Sarcoptes scabeis) e pelos carrapatos (ou chatos). Tais ectoparasitas a ciclo gravídico-puerperal ou cirurgias, de microorganismo que, partindo
(parasitas externos) infestam principalmente as regiões cobertas por da vagina, acomete órgãos genitais superiores e/ou estruturas adjacentes
cabelos como a região púbica (pêlos púbicos) de ambos os sexos. Obvia- (OMS,1986). Conforme a localização, usa-se a seguinte terminologia:
mente tais parasitas podem também ser adquiridos de roupa de cama ou salpingite - A mais frequente e preocupante por suas sequelas: endo-
de banho (toalhas), roupas íntimas, animais, etc...Seu principal sintoma metrite, parametrite, salpigoforite, abscesso pélvico (tubo-ovariano);
será o prurido (coceira) e vermelhidão devido aos minúsculos túneis sob a Do ponto de vista etiológico, as Salpingites podem-se dividir em:
derme que podem ser estar infectados por bactérias oportunistas. Se não infecção por germes causadores de DST (gonococo, clamídias, mico-
tratadas, tais infecções secundárias por bactérias, podem, associadas ao plasmas);
ato de coçar o local, disseminar pelo resto do corpo tais infestações e infecções por organismos presentes na flora vaginal (estreptococos,
ainda levar a complicações mais sérias, como abscessos (coleção de pus). estafilococos, hemófilos, E.coli, anaeróbicos);
Resta claro neste parágrafo, que os portadores de infestações devem ser infecções de etiologia desconhecida.
orientados quanto aos seus hábitos de higiene. O tratamento é feito de Patogênese - A manifestação da salpingite aguda está relacionada
acordo com o parasita e medidas profiláticas devem ser adotadas no com a atividade sexual, particularmente com o número de parceiros sexu-
ambiente onde vive o indivíduo. ais;
Sintomatologia - Dor pélvica, frequentemente relacionada com o início
Patogênese - A doença é contraída, exclusivamente, via transmissão do ciclo menstrual, disfunção menstrual, dispareunia, anorexia, náusea e
sexual: sua incidência é baixa, com maior prevalência no grupo etário de vômito, dor à palpação e mobilização do útero;
15 a 30 anos. O período de incubação varia de 1 a 3 semanas; Tratamento - Deve ser eficaz tanto contra os agentes das DSTs, como
Sintomatologia - Manifesta-se com lesão inicial de tipo pustuloso, fre- contra as demais bactérias envolvidas, principalmente as anaeróbicas.
quentemente despercebida. Em seguida, surge adenopatia inguinal, co- http://www.uro.com.br/dsttotal.htm
nhecida como bubão, unilateral, que pode passar à fase supurativa. Nas
mulheres, pode faltar a adenite inguinal, mas é frequente o acometimento
dos gânglios pararretais. Pode haver manifestações sistêmicas tais como Perturbações musculo
musculoesqueléticas
mal-estar, febre, anorexia, dor pélvica, etc.;
As perturbações do sistema musculoesquelético são a principal causa
Diagnóstico laboratorial - Por bacterioscopia direta (coloração de Gi-
das dores crônicas e da incapacidade física. Embora os componentes
emsa), cultura, sorologia, imunofluorescência, intradermo-reação de Frei;
desse sistema se desenvolvam bem com o uso, podem desgastar-se,
Tratamento da adenite - repouso e calor local. Quando a adenite for
lesar-se ou inflamar-se.
maior que 5 cm, aspirar com agulha de grosso calibre; pode ser feita
lavagem com antibiótico. As lesões dos ossos, dos músculos e das articulações são muito fre-
Tratar sempre o parceiro sexual quentes. O grau da lesão pode variar desde um esticão muscular ligeiro a
uma distensão de ligamentos, uma deslocação de articulações ou uma
Donovanose fratura. A maioria destas lesões cura-se por completo, embora sejam
Etiologia - É causada pela Calymmatobacterium granulomatis , pató- geralmente dolorosas e possam dar origem a complicações a longo prazo.
geno Gram-, anaeróbico facultativo;
Patogênese - Transmissão sexual com período de incubação de 8 a A inflamação é uma resposta natural à irritação ou à deterioração dos
30 dias, mais frequente nas regiões tropicais. Sua maior incidência é no tecidos; causa inchaço, rubor, sensação de ardor e limitação do funciona-
sexo masculino, preferencialmente em homossexuais e indivíduos de mento da zona afectada. A inflamação de uma articulação denomina-se
baixas condições sócio-econômicas; artrite e a de um tendão tendinite. Existem duas formas de inflamação:
Sintomatologia - Na maioria dos casos, a lesão inicial se localiza no uma localizada, quer dizer, limitada a uma parte do corpo, como, por
prepúcio, sulco balanoprepucial, vulva ou vagina. Geralmente indolor, exemplo, uma articulação ou um tendão lesionado; outra generalizada,
como acontece no caso de certas doenças inflamatórias como a artrite

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reumatóide. Uma inflamação pode converter-se em crônica e persistente, amortecedores entre os ossos e ajudam a distribuir o peso do corpo na
em consequência do movimento contínuo e da sobrecarga mecânica ou articulação. Os sacos com líquido (bolsas) fornecem protecção à pele ou
por reações imunitárias, infecções ou depósitos de substâncias anormais. aos tendões que se movem sobre o osso. Os ligamentos laterais e posteri-
ores do joelho reforçam a cápsula articular, aumentando a estabilidade. A
As infecções dos ossos e das articulações podem ser invalidantes; rótula protege a parte frontal da articulação.
contudo, um tratamento imediato pode evitar as lesões permanentes das
articulações. Os tumores benignos e o cancro podem ter origem nos ossos O que são lesões musculoesqueléticas ligadas ao tra
trabalho?
e o cancro pode propagar-se de um osso para outras partes do corpo. Os
desequilíbrios metabólicos ou hormonais também podem afetar os ossos e São um conjunto amplo e diversificado de patologias, que se sobre-
as articulações. Um exemplo é a osteoporose, uma diminuição da massa põem, na sua maioria, às doenças reumáticas periarticulares, mas que
óssea causada por uma desmineralização dos ossos. Outro é a gota, que diferem destas por incluírem algumas situações de lesões osteoarticulares
provoca a formação de depósitos de cristais nas articulações das pessoas e das bolsas sinoviais e por apresentarem, na sua origem, factores de
propensas, que têm um valor anormalmente alto de ácido úrico no sangue. risco de natureza ocupacional.

As análises laboratoriais podem fornecer uma informação útil acerca São um grande problema da medicina do trabalho.
de algumas perturbações musculoesqueléticas; contudo, esta informação Quais são os factores de ris
risco?
não é suficiente para um diagnóstico.
As radiografias servem para avaliar as zonas de dor nos ossos, dado
que podem, com frequência, detectar fraturas, tumores, feridas, infecções De causa ergonómica Movimentos repetitivos que requerem aplica-
e deformidades. Para determinar a extensão e a localização exata da ção de força;
lesão, podem realizar-se exames como a tomografia axial computadoriza- Choque mecânico;
da (TAC) ou o estudo por imagens de ressonância magnética (RM). Esta Força de preensão e carga pal-
última é especialmente valiosa para examinar os músculos, os ligamentos mar;
Carga externa e muscular estática;
e os tendões. É possível analisar uma amostra de líquido articular para Stress mecânico;
identificar a bactéria que causa uma infecção ou analisar os cristais que Vibrações e temperaturas extre-
confirmam um diagnóstico de gota ou pseudogota. Para isso, o médico mas;
extrai o líquido com uma agulha, em geral um procedimento rápido, fácil e Posições desadequadas que podem decorrer
quase indolor realizado no consultório. do equipamento mal desenhado, das ferra-
mentas ou do posto de trabalho.
O tratamento está dependente do tipo de perturbação músculo esque-
De causa organizacional Horas e ritmo de trabalho excessivos;
lética e as lesões tratam-se frequentemente com repouso, compressas
Trabalho com ritmo externo impos-
mornas ou frias e talvez analgésicos e imobilização com talas ou ligaduras. to – por exemplo, linhas de mon-
Por outro lado, as doenças que afetam simultaneamente várias articula- tagem;
ções tratam-se muitas vezes com medicamentos para reduzir a inflamação Pausas e descanso insuficientes;
e suprimir a resposta imunitária do organismo. Contudo, a maioria das Insegurança ou insatisfação labo-
articulações com deterioração crônica não se pode curar com medicamen- ral;
tos. Algumas articulações gravemente afetadas podem ser substituídas por Monitorização excessiva, por exemplo, com
outras artificiais, requerendo muitas vezes um tratamento combinado entre câmaras de vídeo.
médicos, terapeutas ocupacionais e fisioterapeutas. De risco individual Tabagismo:
Ingestão de bebidas alcoólicas em ex-
cesso;
Obesidade.

Como se previnem as lesões musculoesqueléticas ligadas ao tra


traba-
lho?
A intervenção preventiva deve incidir sobre o indivíduo e o local de
trabalho, através da adaptação do posto de trabalho e das ferramentas e
da implementação de mecanismos compensatórios da repetitividade de
movimentos, vibrações e posturas inadequadas.
Há um elevado número de recaídas, pelo que, em alguns casos, a re-
conversão laboral do trabalhador deve ser equacionada.
Quais são os sintomas?
Em geral, coincidem com os das doenças reumáticas periarticulares.
Que tipos de lesões musculoesqueléticas ligadas ao trabalho existem?
Lesões localizadas ao nível dos tendões e suas bainhas;
Lesões dos nervos;
Lesões neurovasculares.
Como se tratam?
Interior do joelho Não há um tratamento universal e não há evidência científica sobre
qual é a abordagem mais eficaz.
O joelho está concebido para se proteger a si mesmo. Está envolvido
por uma cápsula articular suficientemente flexível para lhe permitir mover- Os objectivos da terapêutica são, essencialmente, aliviar a dor e redu-
se, mas ao mesmo tempo com a força suficiente para manter a articulação zir a incapacidade.
unida. O tecido sinovial que reveste a cápsula produz o líquido sinovial que
lubrifica a articulação. A cartilagem, resistente ao uso, cobre as extremida- Doenças Endocrinológicas
des do osso da coxa (fémur) e da tíbia e ajuda a reduzir a fricção durante o
O Que é ?
movimento. Umas almofadas de cartilagem (meniscos) actuam como

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Andropausa:
Andropausa Os hormônios masculinos podem diminuir quando o ho- Dr. Diovane Ruaro
mem envelhece. Nesse caso, algumas pessoas podem sentir cansaço,
diminuição da força muscular e disfunção sexual, necessitando da ajuda Sabendo mais sobre doença cardio-vascular
de especialista para fazer reposição hormonal. Hipertensão
Colesterol e Triglicerídeos:
Triglicerídeos A alimentação errada e algumas doenças
podem levar ao aumento do colesterol e dos triglicerídeos em adultos e O que é?
crianças. Com um tratamento adequado, o risco de futuras complicações
A hipertensão arterial é a doença crônica degenerativa mais comum
cardiovasculares é reduzido.
em nosso meio e a que tem maior chance de desenvolver complicações,
Aterosclerose,
Aterosclerose ou doença aterosclerótica,
aterosclerótica é uma afecção de artérias tais como acidente vascular cerebral (derrame), infarto do miocárdio e
de grande e médio calibre, caracterizada por lesões com aspecto de insuficiência cardíaca.
placas. Essas placas são conhecidas como ateromas. Adoença cardiovas- Existem dois tipos de hipertensão arterial (HA): hipertensão primária e
cular aterosclerótica é responsável pela metade da morbidade e mortalida- secundária. A HA primária caracteriza-se por não haver uma causa conhe-
de em todo o mundo. cida (normalmente, genética), enquanto a HA secundária, onde é possível
identificar-se uma causa para a hipertensão, como por exemplo problemas
Este processo se inicia desde a infância e as manifestações clínicas renais , problemas na artéria aorta, tumores (feocromocitoma) e algumas
ocorrem mais tarde, na vida adulta. A doença aterosclerótica coronariana é doenças endocrinológicas.
o principal vetor de mortalidade. Entretanto, as doenças cerebrovasculares Todas as pessoas, mesmo que não tenham sintomas, devem verificar a
(ligadas aos vasos que irrigam o cérebro) e vasculares periféricas (ligadas pressão com seu médico pelo menos uma vez por ano.
aos vasos dos membros inferiores e superiores - pés e braços) são tam-
bém importantes fatores de morbimortalidade. Causas
A aterosclerose:
aterosclerose é um processo multifatorial e, quanto maior o número É um problema que afeta homens e mulheres. Sabe-se que, além da
de fatores de risco, maior o grau e gravidade da doença . Os fatores de herança familiar, hábitos como comer muito sal, viver com estresse, estar
risco, que tem sido identificados, são dislipidemia, hipertensão arterial, com peso acima do ideal, não fazer exercícios e tomar bebidas alcoólicas
diabetes, tabagismo e sedentarismo. A dislipidemia é alteração nos lípides, em excesso, também ajudam a pressão a subir. Assim, evitando-se estes
ou seja: colesteroltotal, HDL, LDL e triglicérides. fatores pode-se evitar a hipertensão, mesmo quando existir a tendência
hereditária.
Displidemia e risco para a aterosclerose coronaria
coronariana Como já colocado, para a maioria dos casos de hipertensão não é possível
O papel de dislipedemia na deflagração da aterosclerosecoronariana identificar a causa. Uma boa orientação é conscientizar o paciente hiper-
está bem estabelecido. Em especial, níveis elevados do colesterol total e tenso de que não há cura, mas sim um controle adequado de sua pressão
LDL, redução nos níveis do colesterol HDL e aumento dos níveis de trigli- arterial. A exceção a esta regra seriam aqueles casos de hipertensão
cérides, podem induzir á doença coronariana. O risco de aterosclerose secundária, onde é possível identificar-se a causa, na maioria das vezes
coronariana aumenta, significativa e progressivamente, em indivíduos com passível de tratamento, em tese, possível a cura.
níveis de colesterol total e LDL acima dos patamares de normalidade. Descrição
Para o colesterol HDL, a relação é inversa: quanto mais elevado seu O coração bombeia o sangue através de canais chamados artérias e
valor, menor o risco. Níveis de colesterol HDL maiores do que 60mg/dl arteríolas. Estes tubos levam o sangue para todas as partes do corpo.
caracterizam um fator protetor. Níveis de triglicérides maiores que 150 Quando o sangue é bombeado através das artérias, ele é empurrado
mg/dl aumentam o risco de doença aterosclerótica coronariana. contra suas paredes; esta pressão do fluxo sanguíneo é chamada pressão
Que indivíduos estariam sujeitos á doenças aterosclerótica cononaria- sanguínea arterial ou simplesmente pressão arterial.
na? A pressão arterial varia em diferentes horas do dia e durante as dife-
Os mais susceptíveis aquelas pessoas incluídas nos seguintes grupos: rentes atividades. A tendência é que ela diminua durante o sono e aumen-
te quando o indivíduo estiver nervoso, aborrecido ou quando estiver fazen-
1. Idade e sexo: homem com mais de 45 anos / mulher com mais de do exercícios. A pressão deve ser medida enquanto a pessoa estiver
55 anos; sentada ou deitada.
2. História familiar precoce de aterosclerose (parentes de primeiro Se a largura interna das artérias diminuir, haverá maior dificuldade pa-
grau com menos de 55 anos para homem e menos de 65 anos para mu- ra o sangue passar, e o coração terá que trabalhar mais para bombear o
lheres); sangue. Assim, com o tempo, o coração vai sendo prejudicado.
3. Hipertensão arterial; Orientações para um bom tra
tratamento da HAS:
4. Tabagismo; 1 - O modo de utilização deve ser conforme a indicação do seu médi-
co. Não utilize medicamentos indicados para outra pessoa como parente,
5. Diabetes Mellitus;
esposa ou vizinho, não se automedique.
Como evitar e tratar a aterosclerose?
2 - Seguir quantidade, horário e orientações conforme sua consulta
Uma alimentação adequada, sobretudo com baixo teor de gorduras médica:
saturadas, perda de peso para os portadores de sobrepeso ouobesidade,
Quanto a frequência: uma vez ao dia, duas vezes ao dia, três vezes ao
bem com atividades físicas regular ruduzem o risco para aterosclerose e,
dia, etc
seguramente, fazem parte do tratamento dos portadores dessa doença.
Naqueles indivíduos que não atingem as metas de lípides apenas com Quanto ao horário:de manhã, ao meio-dia à tarde, ao deitar
modificações comportamentais, o uso continuado de drogas hipolipemian-
tes, que reduzem os lípides, ou seja, colesterol e triglicérides, é pratica Quanto à forma de ingestão: com água, leite, sucos com estômago
indispensável. vazio ou cheio, etc

Crescimento:
Crescimento Uma criança saudável tem um crescimento normal. O 3 - Alguns medicamentos quando tomados juntos com outros interfe-
crescimento deficiente ou excessivo pode ocorrer em função de alterações rem na sua ação podendo potencializar o seu efeito ou diminuir, por isso
hormonais, nutricionais ou genéticas. só tome aqueles indicados por seu médico, nunca por conta própria.

Diabetes:
Diabetes Se você tem excesso de peso, parentes com diabetes, hi- 4 - Se você esquecer de tomar no horário o medicamento, não deve
pertensão ou alterações de gordura no sangue, procure um endocrinologis- tomar dois no próximo porque a dosagem vai ficar muito forte e você pode
ta. Você pode desenvolver diabetes! Mas se você bebe muita água, urina passar mal.
muito, perde peso pode estar diabético.

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5 - Seguir as recomendações do médico quando ele orientar: se é pa- Realizar exercícios físicos regularmente;
ra tomar metade de um comprimido, se é para tomar dois ou três.
Reduzir a ingestão de gorduras saturadas e carboidratos refinados;
6 - Mesmo que você se sinta melhor, não interrompa o tratamento até
que seu médico diga que você pode. Parar de fumar.

7 - Proteja seus medicamentos da luz, calor, umidade, observando os Do ponto de vista medicamentoso, existe uma gama de medicações
demais cuidados escritos na embalagem, e observe regularmente o prazo eficazes no controle da hipertensão, cabendo ao seu médico a escolha de
de validade e o aspecto físico dos medicamentos. uma ou mais drogas, de acordo com a gravidade e com as patologias
associadas. É fundamental que o tratamento medicamentoso seja feito sob
Diagnóstico orientação médica.
O diagnóstico é feito através da medida da pressão arterial, com a a- Alimentos a serem evitados
juda de um esfigmomanômetro. Existem alguns fatores que alteram a
pressão arterial, portanto uma medida isolada da pressão arterial não é Enlatados, presunto, mortadela, salsicha, linguiça, carne de sol, cho-
suficiente para tal diagnóstico, sendo necessário, quando da suspeita de colate, maionese, frituras, alimentos muito salgados e refrigerantes nor-
HA, várias medidas em momentos diferentes do dia. Hoje já existe dispo- mais ou diet.
nível um sistema de monitorização ambulatorial da pressão arterial, o Exercícios físicos
MAPA, que torna mais fácil e certo o diagnóstico da HA, no qual alguns
pacientes são submetidos durante 24 horas à medida sistemática de sua Uma forma agradável de se cuidar. Atividade física fortalece o seu or-
pressão arterial, durante as várias atividades de seu dia, quando houver a ganismo e relaxa, pois faz com que você se distraia. Além disso, ajuda a
necessidade de indicação médica precisa. reduzir o triglicérides, o colesterol, combater o diabetes e a obesidade.
Praticando exercícios regularmente (no mínimo 3 vezes por semana) você
Em termos de valores de pressão arterial, considera-se como normais diminui bastante os riscos de pressão alta. Algumas pessoas até deixam
os valores até 140 para a pressão arterial sistólica (ou "máxima") de até 90 de ser hipertensas apenas com práticas de exercícios.
para a pressão diastólica ("ou mínima"). A partir destes valores até 159/94
classificam-se como hipertensão limítrofe, e como hipertensão definida os Obs: Se você for caminhar... Comece com caminhadas de 15 a 30 mi-
níveis pressóricos superiores ou iguais a 160/95. Apesar destes critérios, nutos diários de uma vez ou dividido em 3 vezes de 10 minutos ao dia.
sabe-se que quanto maior a pressão arterial (sistólica ou diastólica) maior http://www.cmb.med.br/index.php?p=hipertensao
será a mortalidade e as complicações associadas.
Osteoporose
O ideal, atualmente, é que a PA se mantenha igual ou a abaixo de
135x85 mmHg Os ossos com osteoporose perdem resistência porque perdem “quan-
tidade”.
Sintomas
Ter osteoporose quer dizer ter ossos menos resistentes, que partem
O risco de derrame cerebral, problemas renais e insuficiência cardíaca com mais facilidade, com traumatismos mínimos, p. ex. uma queda no
congestiva aumenta, podendo inclusive afetar a irrigação sanguínea dos mesmo plano.
olhos (retina). Se comparadas às pessoas com pressão normal, as pesso-
as com hipertensão não controlada correm o triplo de risco de desenvolver Quem tem osteoporose pode partir qualquer osso, mas as fraturas
ataque cardíaco congestivo e sete vezes de ter um derrame cerebral. mais frequentes são as das vértebras, dos ossos do punho, da anca (colo
do fémur) e do ombro (colo do úmero).
Ter pressão alta, não é igual a ter 'problema de coração', mas pode
ser o primeiro passo. O indivíduo hipertenso tem de três a cinco vezes Os ossos são um tecido vivo em constante remodelação, onde a cada
mais chances de apresentar um acidente vascular cerebral (derrame), momento há osso “antigo” a ser reabsorvido e osso “novo” a ser formado.
duas a três vezes mais chance de desenvolver cardiopatia isquêmica Até aos 30 anos a formação é muito superior à reabsorção. A partir dessa
(doença das artérias coronárias como angina ou infarto), três vezes mais idade a reabsorção de osso começa a ser mais rápida e a formação mais
chance de desenvolver claudicação intermitente (dor em membros inferio- lenta, pelo que o resultado final é uma diminuição da quantidade de osso.
res ao caminhar, secundária a obstrução de alguma artéria), e quatro Este fenómeno é normal e acontece a todos nós, mas se a diminuição for
vezes mais chance de desenvolver insuficiência cardíaca (falha do coração excessiva o resultado é a osteoporose.
como bomba, levando a falta de ar) do que o indivíduo normotenso. Por- Fatores de risco
tanto, com um bom controle da pressão arterial é possível a prevenção de
muitas doenças do sistema cardiovascular. Quem pode sofrer de osteoporose?

A hipertensão arterial ou pressão alta é um fator de risco muito traiço- A osteoporose atinge principalmente as mulheres depois da menopau-
eiro. Ela ataca devagarinho, sem sintomas, você só nota as consequên- sa e os idosos de ambos os sexos.
cias. As hormonas femininas (estrogéneos) são muito importantes para a
O coração fica sobrecarregado, passando a trabalhar mais até perder remodelação óssea. Com a menopausa a produção de estrogéneos dimi-
sua capacidade de contração. A pressão sobre as artérias provoca dificul- nui e o resultado é uma perda mais rápida de osso, nos 5 a 10 anos se-
dades para a circulação do sangue. guintes. Com o envelhecimento a formação óssea começa também a
diminuir tanto nos homens como nas mulheres.
Tratamento
Calcula-se que uma em cada 3 mulheres depois da menopausa e 1
O tratamento pode ser medicamentoso e não- medicamentoso. Qual- em cada 5 homens depois dos 65 anos sofra de osteoporose.
quer que seja a opção, é muito importante obter-se a adesão continuada
do paciente às medidas recomendadas. Algumas doenças (p.ex. doenças da tiróide, doenças com má absor-
ção intestinal, insuficiência renal) e medicamentos (p.ex. corticóides)
Recomendações não farmacológicas úteis no tratamento da hiperten- podem também alterar a remodelação óssea dando origem a uma osteo-
são arterial: porose secundária, que pode surgir em qualquer idade. Embora pouco
Tratar a obesidade como principal objetivo; frequentes são importantes porque o aparecimento da osteoporose pode
ser evitado se corrigida ou tratada a doença de base.
Reduzir a ingestão de sal para no máximo 5 g por dia;
O que são fatores de risco para osteoporose?
Aumentar a ingestão de frutas e verduras, para obter maior ingestão
de potássio; A remodelação óssea é muita complexa e determinada por fatores ge-
néticos, hormonais, ambientais e nutricionais. As situações que contribuem
Limitar a ingestão de álcool a menos de 40mg por dia (i.e. 1 cerveja ou para uma perda acelerada de massa óssea são chamadas de fatores de
1/2 garrafa vinho ou 1 dose de destilado); risco por aumentarem a probabilidade de se vir a sofrer de osteoporose.

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Alguns destes fatores não são modificáveis mas muitos deles têm a Os medicamentos mais utilizados são os que diminuem a reab reabsor-
sor-
ver com estilos de vida (p.ex. alimentação, exercício) e podem ser altera- ção: os bifosfonatos (alendronato e risedronato), o raloxifeno e os estrogé-
dos. neos. Para além destes existem outros fármacos como a teriparatida, o
ranelato de estrôncio e a calcitonina, que podem também ser utilizados.
Para além da menopausa e do envelhecimento são fatores de ris
risco Apenas o seu médico sabe qual é o mais indicado para o seu caso.
muito importantes:
Para que o tratamento seja eficaz é fundamental que o organismo re-
Fraturas prévias (na idade adulta, com traumatismo mínimo) ceba a quantidade correta de cálcio e vitamina D. Se o seu médico achar
Magreza excessiva necessário irá receitar-lhe um suplemento de cálcio e de vitamina D.
História familiar de fraturas
Utilização de corticóides É importante que saiba que os medicamentos para a osteoporose não
Tabagismo tiram as dores. Se tiver dores na coluna (porque já sofreu fraturas verte-
Menopausa antes dos 45 anos brais ou porque tem alterações da postura) vai necessitar de analgésicos,
que lhe serão receitados pelo seu médico.
Outros fatores de risco a ter em conta são:
Os medicamentos para a osteoporose são bem tolerados e têm pou-
Dieta pobre em cálcio cos efeitos acessórios, desde que tomados da forma correta. Assegure-se
Vida sedentária que compreendeu bem as instruções do seu médico.
Consumo excessivo de bebidas alcoólicas
Imobilização prolongada Como a osteoporose dá poucos sintomas vai ter dificuldade em perce-
Algumas doenças e medicamentos ber se os medicamentos estão a fazer efeito, mas é muito importante que,
mesmo que não “sinta” nada, continue a fazer o tratamento de forma
Sintomas e diagnóstico correta, para que este seja eficaz e o seu risco de fratura seja reduzido.
Quais são os sintomas da osteoporose? Como posso evitar as fraturas?
O principal sintoma da osteoporose,
osteoporose a fratura, ocorre quando a doença A maioria das fraturas ocorre após uma queda pelo que deve tomar as
já está instalada, de forma silenciosa, há algum tempo. As fraturas provo- medidas necessárias para reduzir o risco de cair ou de sofrer um trau
trauma-
cam dor e incapacidade funcional cuja duração depende do local fraturado, tismo:
podendo a recuperação ser completa, como acontece em geral com os
ossos do punho, ou persistindo incapacidade marcada como, por exemplo Vigie regularmente a sua visão e audição e corrija qualquer problema
nas fraturas da anca. que exista
As fraturas vertebrais podem surgir sem traumatismo aparente, no de- Torne o seu ambiente mais seguro.
correr de uma atividade diária normal em que tenha de flectir a coluna ou
pegar num peso. A maioria das quedas ocorre no domicílio pelo que é importante ter
uma casa “segura”: evite a iluminação deficiente, os pisos escorregadios,
Muitas vezes pode nem perceber que sofreu uma fratura. No entanto, os tapetes e os fios soltos. Tenha atenção ao seu calçado, preferindo solas
se nota que tem vindo a perder altura ou a desenvolver uma pequena anti-derrapantes
“corcunda” dorsal, é muito provável que já apresente fraturas vertebrais e
que possa ter dores “nas costas”. Tenha atenção aos medicamentos para a hipertensão e para o siste-
ma nervoso (calmantes, anti-depressivos, indutores do sono) e não altere
Como se diagnostica a osteoporose? nunca as doses prescritas. Se tiver tonturas ou vertigens fale com o seu
médico
Até há alguns anos só era possível diagnosticar a osteoporose quando
ocorria uma fratura típica. Evite a vida sedentária e procure fazer exercício físico regular. O exer-
cício fortalece os músculos, melhora a postura e o equilíbrio e assim pode
Atualmente é possível medir a quantidade de osso, ou mais correta- ajudar a prevenir as quedas e a diminuir as consequências destas
mente, a densidade mineral óssea, através de métodos rápidos e indolo-
res. O melhor método é a densitometria óssea, que mede a densidade na Se já teve uma fratura vertebral evite esforços em que tenha de fazer
coluna lombar e na anca, os locais onde as fraturas são mais frequentes. a flexão da coluna, principalmente se tiver de suportar pesos
O resultado encontrado neste exame permite saber se a sua densida- Alimentação e Exercício
de óssea é ou não normal para a sua idade e o seu sexo, isto é, se existe
ou não doença. Devo ter algum cuidado com a alimentação?

Prevenção e Tratamento A alimentação tem um papel muito importante na osteoporose,


osteoporose como
já referimos na questão da prevenção, principalmente por nos fornecer o
O que posso fazer para prevenir a osteoporose? cálcio e a vitamina D de que os nossos ossos necessitam para se manter
saudáveis.
Construir ossos fortes durante a idade de crescimento (infância e ado-
lescência) e até aos 30 anos, é a melhor maneira de prevenir aosteopor
osteoporo-
osteoporo- Os alimentos mais ricos em cálcio são os laticínios (leite, queijo e io-
se.
se Esta é a altura crítica para conseguir um bom pico de massa óssea. gurtes), os legumes de folha verde (p.ex. couve portuguesa ou galega,
espinafres, brócolos), os cereais e alguns frutos secos. O ideal é incluir
Para o conseguir deve começar tão cedo quanto possível a adop
adoptar as vários destes alimentos nas suas refeições, para ter a certeza que o seu
seguintes medidas: organismo consegue absorver a quantidade ideal de cálcio. Se tiver pro-
Ter uma dieta equilibrada e rica em cálcio e vitamina D blemas de peso ou valores elevados de colesterol prefira laticínios com
Praticar exercício físico pouca gordura (meio-gordo ou magro)
Ter um estilo de vida saudável, sem fumar ou consumir bebidas al- Um adulto deve consumir entre 800 a 1000mg de cálcio por dia, mas
coólicas em excesso as mulheres depois da menopausa e os idosos devem aumentar este valor
Estas medidas devem ser mantidas durante toda a vida, mesmo se para 1500mg diários.
tem osteoporose,
osteoporose porque vão permitir reduzir a perda de osso e contribuir A vitamina D é obtida através da exposição solar e da alimentação
para uma maior eficácia dos tratamentos. (p.ex. laticínios, peixe, fígado).
Como se trata a osteoporose? É também importante que evite o consumo excessivo de bebidas al-
Atualmente existem vários medicamentos eficazes para tratar coólicas, sal ou bebidas ricas em cafeína.
a osteoporose e reduzir o risco de fratura. Estes medicamentos aumentam
a quantidade de osso porque diminuem a reabsorção óssea ou porque
aumentam a sua formação.

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Que tipos de exercício posso fazer? Principais sinais e sintomas
Os exercícios que são feitos suportando o peso do corpo ou com re- O paciente não apresenta sinais e sintomas nos primeiros estágios da
sistência são os mais adequados para ajudar a não perder massa óssea, doença. Eles aparecem mais tarde, quando a densidade óssea diminui a
mas deve ter em conta a sua forma física, a existência de outras doenças ponto de causar colapso ou fratura óssea, o que pode provocar dor e
ou se já teve alguma fratura vertebral, antes de começar qualquer progra- deformidade óssea. Pode ainda ocorrer dorsalgia (dor nas costas) se o
ma. Fale com o seu médico indivíduo sofrer um colapso vertebral (fraturas por esmagamento verte-
bral). Caso várias vértebras sejam fraturadas, a coluna vertebral sofre uma
A marcha rápida, o tai-chi, a dança e exercícios com pesos leves são curvatura anormal que provoca distensão muscular e dor, chamada de
aconselháveis para quase todos. O exercício ajuda também a melhorar a "corcunda de viúva". Pequenas sobrecargas de peso ou quedas podem
força muscular, a postura e o equilíbrio levando a uma redução do risco de fraturar outros ossos.
queda.
A osteoporose não só provoca fraturas, mas também retarda a conso-
Procure fazer exercício programado 3 vezes por semana e nos outros lidação delas.
dias aumente a sua atividade física dando um passeio diário de pelo
menos 30 minutos. Complicações
Fonte: www2.ratiopharm.com As complicações principais são as causadas pelas fratu
fraturas: dorsalgia
(dores nas costas); dificuldade ou incapacidade para a realização de
Osteoporose movimentos devido ao grave enfraquecimento das vértebras e compressão
É uma desordem esquelética caracterizada pela redução da massa das raízes nervosas; dificuldade na marcha, quando a fratura acontece no
óssea com alterações da microarquitetura do tecido ósseo, o que leva a quadril.
redução da resistência do osso e ao aumento da suscetibilidade a fraturas. Tratamento
A osteoporose é uma doença ósteo-metabólica e não é necessaria- Para os pacientes com osteoporose,
osteoporose o tratamento tem o objetivo de
mente sinônimo de envelhecimento. Atinge uma em cada quatro mulheres diminuir ou frear a perda óssea, minimizar os riscos de quedas para preve-
aos cinquenta anos e um em cada 10 homens a partir dos 65 anos. nir as fraturas e controlar a dor associada à doença. Para isto são usados
Causa alguns medicamentos e fisioterapia.

A osteoporose pode ser desencadeada por diversos fatores. A pós- A reposição hormonal durante ou depois da menopausa minimiza a
menopáusica aparece em mulheres de 51 a 75 anos e é causada pela falta ocorrência de osteoporose.
osteoporose
de estrogênio, hormônio feminino que auxilia na regulação da incorporação Também é necessário manter uma dieta com quantidades adequadas
do cálcio aos ossos das mulheres. de cálcio, vitamina D e proteínas.
Já, a osteoporose senil provavelmente é decorrente de uma deficiên- Prevenção
cia de cálcio relacionada com a idade e de um desequilíbrio entre a veloci-
dade de degradação do tecido ósseo e a velocidade de formação de osso A prevenção e o tratamento podem envolver o emprego de recursos
novo. Normalmente os indivíduos com mais de 70 anos de idade são os que procuram evitar a perda do tecido ósseo. Para as pessoas que tendem
mais afetados, além de ser duas vezes mais comum em mulheres. a desenvolver a osteoporose ou estão no início da doença, principalmente
as mulheres acima dos 50 anos, os exercícios físicos que envolvem força
A osteoporose secundária,
secundária identificada em menos de 5% dos pacien- são indicados.
tes, é desencadeada por outras enfermidades ou por drogas. Por último, a
mais rara de todas, a osteoporose juvenil idiopática ocorre em crianças e Fonte: AllRefer Health, Manual Merck, Ministério da Saúde e livro “Os-
adultos jovens aparentemente sem qualquer fragilidade hormonal ou teoporose”, dos autores Luis Augusto Tavares Russo, Luis Henrique de
vitamínica e sua causa ainda não foi esclarecida. Gregório, Roberto A. Carneiro, Jaime Samson Danowski e Raimundo
Grossi. Mariana Mesquita
Vários fatores de risco também estão associados tanto ao desen
desenvol-
vol-
vimento da osteoporose quanto às fratu
fraturas: Doenças Dermatológicas
História prévia de fratura Conheça agora um pouco sobre algumas das Doenças Dermato
Dermatológi-
lógi-
cas mais comuns.
Baixo peso
ACNE: é uma doença crônica e multifatorial. Geralmente aparece na
Sexo feminino
adolescência, porém os adultos podem ser acometidos. O tratamento
Raça branca baseia-se no uso de agentes de limpeza adequados ao tipo de pele e
medicamentos tópicos ou orais, prescritos de acordo com a gravidade do
Fatores genéticos (existência de parente de primeiro grau com caso. Atualmente, sessões de Luz Pulsada e a Terapia Fotodinâmica são
história de fratura sem trauma ou com trauma mínimo) usadas com ótimos resultados, na acne tipo inflamatória.
Fatores ambientais (tabagismo, consumo abusivo de bebidas MELASMA: são manchas na pele que ocorrem por um excesso de
alcoólicas e cafeína, inatividade física) pigmentação, acometendo principalmente a face. Predisposição genética,
Baixa ingestão de cálcio alimentar gravidez, o uso de anticoncepcionais e exposição solar são alguns fatores
envolvidos no seu aparecimento. O tratamento deve ser feito com protetor
Alterações hormonais (menopausa precoce, menarca tardia, solar específico e despigmentantes tópicos.
amenorréias)
VITILIGO: doença crônica que afeta 1 a 2% da população e pode ter
Drogas (corticosteróides, alguns anti-epilépticos, hormônios ti- início súbito ou gradual. É caracterizada por manchas brancas que podem
reoideanos, ciclosporina) surgir em qualquer lugar da pele, devido a uma alteração do sistema
Doenças endocrinológicas (hiperparatireoidismo primário, tireo- imunológico. O tratamento é realizado com uso de filtro solar, medicamen-
toxicose, síndrome de Cushing, hipogonadismos e diabete melito) tos tópicos e orais, além de fototerapia, com o objetivo de induzir a re-
pigmentação das áreas acometidas.
Doenças hematológicas (mieloma múltiplo)
PSORÍASE: é uma doença crônica que pode acometer até 2% da po-
Doenças reumatológicas (artrite reumatóide) pulação. Sua causa é desconhecida, porém possui influência genética.
Cursa com placas avermelhadas, coberta por escamas, predominando em
Doenças gastroenterológicas (síndrome de má-absorção do- joelhos e cotovelos. O tratamento deve ser realizado com uso de cremes
ença inflamatória intestinal, doença celíaca) específicos, corticoesteróides tópicos e nos casos mais graves com uso
Doenças neurológicas (demência) de quimioterápicos, agentes biológicos e fototerapia.

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CALVÍCIE: é geneticamente determinado, frequente no homem e raro Congênita que são detectadas no nascimento ou aos primeiros me-
2.Congênita
Congênita:
na mulher. Inicia-se com o afinamento dos fios de cabelo do couro cabelu- ses de vida também conhecida como Anemia de Fanconi.
do e perda progressiva dos mesmos, gerando as conhecidas “entradas”
laterais. Pode ter progressão lenta ou rápida. O tratamento deve ser inici- Neste caso, existe um defeito genético conhecido, levando ao quadro
ado precocemente e baseia-se no uso de medicamentos tópicos e/ou de falência medular. É uma anemia genética hereditária e pode ser corrigi-
orais. O tratamento cirúrgico (transplante) complementar pode gerar bom da totalmente pelo TMO. Inicia-se de 4 a 20 anos de idade e baseia-se na
resultado cosmético. associação de aplasia, histórico familiar e malformações (aplasia do poge-
lar, malformações renais e urológicas).
CÂNCER DE PELE: o “carcinoma basocelular” é o mais comum.
Normalmente ocorre em áreas expostas ao sol cronicamente e não gera - Síndrome Mielodisplási
Mielodisplásica(SMD)
metástases. O tratamento cirúrgico é curativo na maioria dos casos. O A SMD refere-se a um grupo de distúrbios adquiridos da medula óssea
“carcinoma espinocelular” pode aparecer na pele normal ou em áreas caracterizados por crescimento de células do sangue, da medula óssea
acometidas por outras doenças como as ceratoses actínicas. Pode gerar hipercelular, porém co citopenia periférica e progressão para LMA.
metástases após meses ou anos, dependendo da gravidade. O tratamento
é cirúrgico, com resultados favoráveis nos casos recentes e adequada- O TMO de doador relacionado ou não continua sendo o único trata-
mente tratados. O ”melanoma” é o mais maligno dos tumores da pele, pois mento curativo para a SMD, principalmente se o paciente estiver em
pode gerar metástases precocemente. Acomete qualquer área, inclusive remissão completa após a quimioterapia, se houver alterações citogenéti-
mucosas, palmas e plantas. É fundamental o diagnóstico Dermatológico e cas desfavoráveis, mais de uma linhagem com citopenia e se a contagem
tratamento cirúrgico precoces. Tratamentos complementares vão depen- de blastos for menor de 10%.
der da gravidade. Dra. Cristiane B.M. Cárcano Leucemias
O sangue é composto por uma porção líquida, o plasma, e de células
Doenças Hematológicas (elementos figurados) de três tipos básicos: os glóbulos vermelhos (hemá-
cias), glóbulos brancos (leucócitos) e as plaquetas. Estas células passam
As doenças do sangue são chamadas de doenças hematológicas. Pa- por diversos estágios de desenvolvimento, antes de atingirem a maturida-
ra algumas doenças, a forma mais comum de tratamento é a associação de. As leucemias são os tumores derivados destas células precursoras,
de medicamentos, em outras, apenas a realização do Transplante de que ainda não atingiram a maturidade.
Medula Óssea pode ser a melhor alternativa para controlar a doença.
A observação das células anômalas em um hemograma (blastos), ou
-Aplasia Medular ou Anemia Aplástica Severa-
Severa-Adquirida e Congê
Congênita o predomínio excessivo de um determinado tipo celular (linfócitos, precur-
sores de neutrófilos) sugerem uma leucemia. Em todos os casos se fazem
A aplasia de medula óssea, é uma doença que resulta da falência da necessários exames de medula óssea (mielograma, biópsia) para confir-
medula óssea em produzir células sanguíneas. mações, sendo ainda frequentemente necessários outros estudos com-
Assim, quando a produção dessas células não ocorre em função do plementares, como a imunofenotipagem e a citogenética (cariótipo). Toda
mal funcionamento da medula óssea, os níveis das células no sangue a investigação e tratamento devem ser conduzidos pelo médico hematolo-
caem , há o aparecimento de sintomas como palidez e cansaço decorrente gista.
da anemia, sangramento (plaquetopenia) e infecções graves que colocam As leucemias dividem-se basicamente em agudas e crônicas, e em
o indivíduo sob risco de morte (essa resposta é conhecida como pancito- mielóides e linfóides. Portanto, temos 4 tipos principais:
penia). Ocorre mais frequentemente em adultos jovens, sem predomínio
ao sexo. Leucemia Mielóide Aguda: é uma doença geralmente bastante grave,
agressiva, que pode causar queda no número de glóbulos brancos, de
Existe dois tipos de aplasia de
de medula: glóbulos vermelhos (anemia) e das plaquetas; ou ainda elevação de glóbu-
Adquirida:
Adquirida que pode estar relacionada ao uso de certos medicamentos, los brancos com presença de células imaturas. Pode atingir qualquer faixa
infecções por determinasdos vírus ou bactérias ,contato com inseticidas, etária. O paciente muitas vezes apresenta infecções, sangramentos, febre
derivados de benzeno, doenças auto-imunes ou por causas desconheci- e cansaço. O tratamento consiste de quimioterapia, transfusões de sangue
das. e plaquetas, antibióticos, em geral sendo necessária internação. Em de-
terminados casos há indicação de transplante de medula óssea;
O paciente com aplasia de medula não produz suficientemente as cé-
lulas do sangue e por isso, frequentemente recebe transfusões, seja de Leucemia Linfóide Aguda: é a leucemia mais comum na infância,
concentrado de hemácias (para correção de anemia grave) ou de plaque- quando tem excelente prognóstico. Pode, porém atingir também outra
tas (em caso de sangramentos). faixas etárias. Como a anterior, pode também ser uma doença agressiva,
ocasionando os mesmos transtornos sanguíneos e clínicos. Também seu
A diminuição dos glóbulos brancos leva à diminuição das defesas do tratamento inclui quimioterapia (em geral prolongada), tranfusões e antibió-
organismo causando infecções frequentes , sendo tratadas com antibióti- ticos, entre outros. Em alguns casos pode ser necessário o transplante de
cos, antifúngicos e antivirais. O paciente com aplasia de medula deve medula óssea;
evitar o contato com pessoas doentes, recém-vacinadas e ambientes com
aglomeração de pessoas. Leucemia Mielóide Crônica: doenças mais comum após os 50 anos, é
bastante indolente, em geral manifestando-se com um acentuado aumento
Os medicamentos utilizados para o tratamento são chamados drogas dos leucócitos e às vezes de plaquetas. Geralmente o paciente tem pou-
imunosupressoras que agem estimulando a produção de células sanguí- cos sintomas; um deles pode ser desconforto abdominal, por aumento do
neas pela medula óssea que está sem atividade. Como exemplo, temos a baço. O tratamento inclui quimioterapia oral, alfa-interferon, e atualmente o
ciclosporina (uso via oral) e o ATG (soro anti-timocítico de uso intravenoso) novo medicamento STI571 (mesilato de imatinib). O transplante de medula
e corticoesteróides. Estas drogas podem ou não ser utilizadas em associa- óssea é uma alternativa terapêutica que pode ser curativa;
ções.
Leucemia Linfóide Crônica: doença em geral observada nos idosos, é
bastante indolente na maioria dos casos, causando poucos sintomas. Às
O tratamento com medicamentos é uma decisão médica, caso o TMO vezes a suspeita vem de um hemograma solicitado apenas para um
não seja a melhor opção. Ele pode ser recomendado desde o início do "check up" periódico ou pré-operatório. Em alguns casos, porém, pode ser
tratamento, enquanto se procede a busca de um doador compatível. mais agressiva, causando aumento do fígado, baço e gânglios linfáticos
("ínguas"), sudorese, febre e perda de peso. No sangue em geral há um
Os tratamentos de suporte são importantes, porém o único tratamento aumento acentuado do número de linfócitos (um dos subtipos de glóbulos
potencialmente curativo é o transplante alogênico de medula óssea, princi- brancos). O tratamento nem sempre é necessário, pois em casos iniciais
palmente para aqueles pacientes refratários ao tratamento com imunossu- não leva a benefício algum, conforme comprovado no mundo todo por
pressor. inúmeras publicações. Quando indicado, inclui quimioterapia (oral ou

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venosa), antibióticos, e às vezes transfusões, corticóides e imunoglobuli- transplante autólogo de medula óssea (TAMO), elemento terapêutico
nas. importantíssimo no tratamento dessa doença, levando a um ganho na
sobrevida e na qualidade de vida. Em certos casos, há indicação ainda de
Linfomas outras alternativas, como a talidomida oral e a radioterapia. Apesar de
Os linfomas são tumores que se desenvolvem a partir de gânglios todas estas opções, na maioria das vezes o mieloma é passível de contro-
linfáticos, ou de áreas que contenham células semelhamentes às dos le prolongado, mas raramente de cura definitiva.
gânglios (p. ex., intestino, estômago, vias aéreas, etc.). Um ou mais gân- Fonte: Serviço de Hematologia e Hemoterapia-
glios aumentados (popularmente chamados de "ínguas"), não dolorosos, http://www.shhsjc.com.br/siteshh.htm
às vezes acompanhado de febre, suores noturnos e perda de peso com-
põem o quadro clínico mais comum destas doenças. Podem surgir em
qualquer idade, e em alguns raros casos atingir outros órgãos (pulmão,
sistema nervoso, pele). Mais comumente restringem-se aos gânglios Necessidades humanas bá
básicas: alimentação, hidratação, elimina-
elimina-
linfáticos, baço e fígado, e esporadicamente infiltram a medula óssea. ção;
O termo genérico "linfoma" na verdade engloba uma ampla gama Alimento
de tumores do sistema imunológico, dividindo-se basicamente em 2 gru-
pos: linfomas não-Hodgkin (LNH) e linfomas de Hodgkin (LH). Em todos os Necessidade fundamental de todos os seres vivos, o alimento confun-
casos o diagnóstico exige confirmações através de biópsia na área envol- de-se com a própria vida, pois de modo geral, os seres vivos alimentam-se
vida, complementada sempre que possível por imunohistoquímica. Uma de outros seres vivos. Todas as espécies animais e vegetais, sem a inter-
vez confirmado, é realizada uma série de exames para o estadiamento ferência do homem, podem-se integrar em ciclos alimentares equilibrados
tumoral, que visa avaliar a extensão da doença. Entre estes exames, e suficientes.
tomografias, ultrassonografias, biópsia de medula óssea e exames de Alimento é toda substância que supre as necessidades de nutrição e
sangue (DHL, albumina,etc.). crescimento de qualquer forma de vida. Apesar da grande diversidade dos
O tratamento dos linfomas é muito diversificado, de acordo com o seres vivos, pode-se dizer que todos eles têm duas necessidades alimen-
subtipo identificado, e deve ser conduzido por um hematologista. Atual- tares essenciais: (1) compostos que sejam fontes de energia; e (2) subs-
mente, além da quimioterapia convencional, do suporte transfusional e de tâncias capazes de preencher necessidades estruturais ou funcionais.
antibióticos, existem outras alternativas de grande importância, como os Muitos alimentos satisfazem às duas exigências e, em muitos casos, o que
anticorpos monoclonais, medicamentos que combatem seletivamente as é necessidade dietética para uma espécie não tem nenhuma utilidade para
células cancerosas com mínimos efeitos colaterais. Uma opção cada vez outra, capaz de sintetizar o mesmo alimento a partir de outra fonte materi-
mais usada e fundamental no tratamento de linfomas é o transplante al.
autólogo de medula óssea (TAMO). Consiste na coleta de células medula- Todas as células vivas, quer existam separadamente, quer como parte
res (através de um processo denominado aférese) durante o período de de um tecido complexo, precisam de uma ou mais substâncias inorgânicas
controle (remissão) do tumor, sendo estas células congeladas a seguir. e de alguma forma de carbono e nitrogênio. As necessidades de compos-
Posteriormente, o paciente submete-se a altas doses de quimioterapia, tos orgânicos é que variam entre as diferentes formas de vida. As vitami-
visando eliminar totalmente qualquer resíduo tumoral. Tais doses poderiam nas e proteínas, por exemplo, imprescindíveis a muitas espécies animais,
provocar danos muito profundos à sua medula óssea; nesta etapa é então são perfeitamente dispensáveis para as plantas. Essas diferenças entre as
devolvida a ele sua medula anteriormente coletada e congelada, o que necessidades de cada forma de vida são fundamentais. Criam na natureza
leva rapidamente à sua recuperação, concretizando o TAMO. Este proce- ciclos contínuos: compostos simples de elementos como o carbono e o
dimento permite, portanto, o uso de quimioterapia em doses bem maiores nitrogênio transformam-se em moléculas, que, por sua vez, são utilizadas
que as convencionais sem prejuízo ao paciente, elevando acentuadamente por formas superiores de vida e, eventualmente reconvertidas em compos-
suas possibilidades de sucesso terapêutico. Deve ser realizado por hema- tos simples. Dessa maneira, na realidade, o único gasto foi de energia. Se
tologista com experiência na área. esses ciclos fossem interrompidos por muito tempo, a vida terrestre deixa-
Mieloma múltiplo e Plasmocitomas ria de existir, pelo menos nas modalidades hoje conhecidas.

O mieloma múltiplo é um tumor originário da medula óssea, a As formas mais complexas de vida, que compreendem os animais su-
partir do crescimento anômalo de uma das células do sistema imunológico, periores e o homem, têm uma alimentação muito peculiar. Necessitam de
o plasmócito. É uma doença observada comumente após os 50 anos. A uma série de compostos orgânicos sem os quais não conseguem sobrevi-
doença provoca geralmente destruição óssea, levando à dor e às vezes ver; devem atender não somente às necessidades de suas células como
fraturas e pequenos traumas. As células tumorais produzem uma proteína às de tecidos de alta complexidade; dependem das plantas e dos micror-
anormal (gamaglobulina monoclonal), que pode ser detectada no sangue e ganismos para compor suas dietas; e precisam de mais calorias, para
na urina. Esta proteína em excesso, aliada a um aumento dos níveis de suprir a energia gasta pela atividade muscular.
ácido úrico e cálcio (pela lesão óssea), provoca um dano aos rins, progres- A célula animal tem necessidade vital de calorias. Sem essa fonte de
sivo e grave. A situação pode ser piorada se há infecções, devido à paula- energia a capacidade de funcionamento celular desaparece, sobrevindo a
tina queda de imunidade do paciente. Com a medula óssea afetada e os morte. De modo geral, essa necessidade é satisfeita com o consumo de
rins danificados, e lembrando que estes têm uma função essencial no alimentos que contêm calorias. Estima-se, por exemplo, que um homem de
estímulo da produção dos glóbulos vermelhos, a grande maioria dos 25 anos de idade, de peso e estatura médios, precisa de 3.200 calorias por
pacientes acaba apresentando anemia. dia, e uma mulher, nas mesmas condições, de 2.300. Essa cota varia
O mieloma nem sempre atinge todo o esqueleto. Quando locali- conforme o trabalho e o clima em que vivem.
zado em um único osso é chamado plasmocitoma solitário. Se localizado De acordo com a composição química, as substâncias alimentícias
em uma área fora do esqueleto (p.ex., intestino, pulmão, seios da face, são classificadas como proteínas (substâncias plásticas, formadoras);
faringe), chamamos plasmocitoma extra-medular. carboidratos e gorduras (substâncias energéticas); vitaminas e sais mine-
O diagnóstico do mieloma é complexo, e exige a confirmação da rais (substâncias protetoras). Um grama (g) de proteína -- o mesmo que
presença dos plasmócitos anômalos, seja por biópsia da área afetada, seja um grama de açúcar ou amido -- fornece quatro calorias, um grama de
por punção da meduçla óssea (mielograma). Deve-se ainda demonstrar a álcool sete, e de gordura, nove.
presença da proteína anormal e/ou as lesões ósseas. Há tabelas com Conservação dos alimentos. Durante muitos séculos a arte de conser-
critérios diagnósticos específicos, e outras para estadiamento da doença, var alimentos desenvolveu-se lentamente, baseada em métodos empíri-
que permitem avaliar sua extensão e seu prognóstico. cos, dos quais os mais empregados eram a salga, a defumação e a seca-
O tratamento do mieloma múltiplo deve ser conduzido por um gem. A partir do século XIX, quando se descobriram as causas biológicas
médico hematologista, e envolve o controle da anemia, das lesões ósseas, da decomposição dos alimentos, as técnicas de preservá-los evoluíram
da insuficiência renal, e o combate direto às células tumorais. Este é com rapidez.
realizado através da quimioterapia (oral ou venosa) e, quando possível, do

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O próprio fato de uma substância ser tida como adequada à alimenta- 15mg de ferro. A quantidade de cobalto, sob a forma de vitamina B12
ção humana já pressupõe a possibilidade de sua decomposição, seja suficiente para combater a anemia perniciosa, é de 0,0001mg por dia.
através da ação de microrganismos, seja da ação de fermentos. Excluída a
presença das bactérias nos alimentos, eles tendem a conservar-se indefi- Geografia econômica e social dos alimentos
nidamente. Tal exclusão pode ser obtida de diversas maneiras: pelo calor O uso dos alimentos pelo homem acha-se condicionado a fatores cli-
e posterior conservação dos alimentos em vidros ou latas hermeticamente máticos, econômicos, sociais e técnico-industriais. Daí os contrastes
fechados; pela desidratação sob a ação do sol ou em estufas; pelo resfri- existentes nos regimes alimentares das diversas populações. Além disso,
amento e congelamento que, se não eliminam as bactérias, pelo menos tais regimes diferem conforme o tipo de atividade e padrão de vida das
suspendem sua atividade. Enquanto isso, as experiências de conservas pessoas, bem como de outros fatores. A religião e a tradição também
químicas têm sido desestimuladas pelos danos que podem causar ao exercem poderosa influência sobre as opções alimentares. Cada povo ou,
aparelho digestivo. dentro de um mesmo país, cada região tem um ou mais pratos preferidos,
Componentes alimentares que muitas vezes se tornam típicos.

A boa alimentação depende da dosagem equilibrada dos diversos e- O progresso da produção industrial revolucionou o regime alimentar de
lementos que a compõem. Todo alimento, seja de origem animal, seja grande parte da humanidade a partir do século XIX. Ainda assim, a influ-
vegetal, encerra uma ou mais dessas substâncias elementares. ência do ambiente natural mantém-se bastante viva, caracterizando áreas
alimentares facilmente reconhecidas: (1) entre os cereais, o trigo é a base
Água. Representando sessenta por cento do corpo humano, a água é da alimentação dos povos do Ocidente, através da farinha, com que se
tão importante que a perda de vinte por cento do conteúdo líquido do preparam o pão, massas diversas, biscoitos etc.; e o arroz é a base da
organismo já acarreta a morte. A água tanto serve para transportar como alimentação dos povos do Oriente, que o consomem em grão, sob a forma
para diluir as substâncias alimentícias, integrando a constituição dos de bolos ou como bebida; (2) entre as bebidas não-alcoólicas, enquanto o
protoplasmas celulares. Age também como reguladora da temperatura do café é largamente difundido na América, na Europa mediterrânea e no
corpo e constitui elemento indispensável às trocas osmóticas entre o Oriente Médio, o chá é preferido nas ilhas britânicas, na Rússia, na Índia,
sangue, a linfa e as células. no Sudeste Asiático e no Extremo Oriente.
Proteína. Embora sejam também fontes fundamentais de calorias, os No entanto, encontram-se diferenças substanciais. Na América, o mi-
alimentos protéicos têm por função dietética principal fornecer aminoácidos lho ocupa lugar de relevo por ter no continente seus maiores produtores. É
à manutenção e síntese das proteínas, base do arcabouço estrutural de consumido em grão, em forma de farinha (de que o fubá é um dos tipos
todas as células. Substâncias nitrogenadas complexas, as proteínas se principais), curau, canjica ou mungunzá, tortilla, maisena, produtos glico-
desdobram no organismo em substâncias químicas mais simples, os 24 sados, óleo comestível etc. Também se consomem amplamente, em
aminoácidos conhecidos, dos quais nove são imprescindíveis à vida. diversos países, a batata e a mandioca.
O valor nutritivo dos alimentos protéicos varia segundo contenham Na Europa, os alimentos predominantes mostram imensas diferenças
maior ou menor quantidade desses aminoácidos imprescindíveis. Em e contrastes: na região norte-ocidental, a aveia e o centeio são tradicio-
geral, ela é mais elevada nos alimentos de origem animal que nos de nalmente utilizados na fabricação de mingaus (porridges), pão e bebida
origem vegetal. São chamadas completas as proteínas que contêm aque- (uísque), embora a batata, depois da descoberta da América, também
les nove aminoácidos em quantidade suficiente. No entanto, as incomple- tenha passado a ocupar lugar de destaque; na região central, povos de
tas podem ser importantes complementos das primeiras em uma mesma diversas origens e as numerosas invasões explicam uma vasta disparidade
refeição. dos padrões alimentares no que toca a cereais, carnes, queijos e bebidas;
na região ocidental, reinam o trigo, a batata, o vinho e a cerveja; na região
Carboidratos ou glicídios. Essenciais a todo tipo de alimentação, os mediterrânea, embora desde tempos imemoráveis se consuma o trigo e a
carboidratos estão presentes em muitos dos alimentos mais difundidos da cevada, dominam a oliveira, a videira e a figueira, que lhe garantem o
maior parte das sociedades humanas, como os cereais, os açúcares, os constante suprimento de azeitonas, azeite, uvas, passas, vinhos e figos.
tubérculos e seus derivados. Formando e mantendo os elementos de
oxigenação e reserva do organismo, são indispensáveis ao funcionamento Na Índia, Sudeste Asiático, China e Extremo Oriente, mais de dois bi-
dos músculos, voluntários e involuntários. O organismo humano sempre lhões de pessoas têm no arroz o alimento por excelência, que também
mantém uma reserva de carboidratos. No sangue, sob a forma de glicose; fornece bebida como o saquê dos japoneses e o chum-chum da Indochina.
no fígado e nos músculos, de glicogênio. Entre os alimentos mais comuns, Na África, devem-se distinguir a chamada África branca, cujos hábitos
são mais ricos em carboidratos o arroz, o pão, a batata, a mandioca, o alimentares assemelham-se aos da Europa mediterrânea, e a África negra,
macarrão e massas congêneres, doces, biscoitos, bolos etc. Entre as que prefere a mandioca, o inhame, a banana e o amendoim, além de
substâncias alimentares energéticas, os carboidratos são utilizados mais milho, sorgo, arroz etc. Nos arquipélagos da Oceania, nada é tão importan-
prontamente na célula do que as gorduras e proteínas. O excesso ou te quanto o pescado.
combinação redundante de carboidratos (como arroz, batata e farofa) é
hábito que leva infalivelmente à obesidade. Alimentação no Brasil

Gorduras ou lipídios. Sendo a mais concentrada forma de energia dos A herança legada pelos colonos portugueses adaptou-se naturalmente
alimentos, as gorduras contêm substâncias essenciais ao funcionamento ao meio físico brasileiro, enriquecendo-se com as contribuições dos povos
normal do organismo e que não são por ele produzidas: os ácidos graxos. indígenas e dos negros africanos. Deve-se ao ameríndio do Brasil o uso da
Cada grama de gordura produz nove calorias, e os alimentos mais ricos farinha de mandioca, do milho, do guaraná e do mate, da mesma forma
em ácidos graxos são o leite integral, os óleos vegetais, a manteiga, a como o beiju, a pipoca, mingaus. Deve-se ao negro o emprego do azeite-
margarina e o toucinho. de-dendê e do leite de coco, de diversas pimentas e longa série de pratos
como o vatapá, caruru, mungunzá, acarajé, cuscuz, angu, pamonha.
Vitaminas. Catalisadoras de reações importantes, as vitaminas são
compostos orgânicos de proteção e regularização, fundamentais para o A partir do século XX a imigração de vários povos propiciou significati-
equilíbrio vital. Intervêm no crescimento, na fixação dos minerais nos vas contribuições à alimentação brasileira, particularmente italianas (piz-
tecidos e nos processos de ossificação e cicatrização. Influem ainda na zas, massas, polenta), mas também alemães (doces folhados, cerveja),
resistência do organismo às infecções e na fisiologia dos sistemas circula- sírio-libanesas (quibe, esfirra) e japonesas. De início limitados às áreas de
tório, nervoso e digestivo. Ao contrário da crença de que as vitaminas são influência dos imigrantes, muitos desses alimentos passaram a fazer parte
necessárias sob a forma de remédio, a ingestão de alimentos que as das preferências da população em geral, especialmente nas grandes
contenham é satisfatória. cidades e nas regiões Sudeste e Sul. A influência do meio físico mostra-se
particularmente sensível na Amazônia, onde os alimentos, assim como
Sais minerais. O organismo precisa de constante suprimento de mine- seus temperos, vêm dos rios e da floresta.
rais para contrabalançar a perda dos que elimina. Os mais necessários são
cálcio, magnésio, ferro, iodo, fósforo, sódio e potássio. As quantidades que Podem-se reconhecer cinco áreas alimentares principais no território
se requerem de cada um desses minerais variam muito. Enquanto um brasileiro: (1) a da Amazônia, cuja população consome numerosos peixes,
adulto deve ingerir diariamente um grama de cálcio, necessita apenas de entre os quais o pirarucu (que, seco, se chama piraém e se assemelha ao

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bacalhau), o peixe-boi ou manati (na verdade um mamífero sirênio), as Se comer e beber não é possível, pode ser necessária u-
tartarugas, plantas silvestres como o guaraná, mangaba, açaí, cupuaçu, ma intervenção cirúrgica. Nutrição enteral e parenteral são alternativas.
bacuri, bacaba; (2) a do Nordeste, onde se podem separar a zona da mata
(peixes, doces e frutas) e o sertão, onde predominam a carne-de-sol, Lobismo
arroz, feijão-de-corda, farinha de mandioca e farinha-d,água; (3) a do Para objetivos dietéticos, religiosos ou da medicina alternativa, muitas
Recôncavo baiano, das mais típicas, graças à influência africana; (4) a do pessoas escolhem consumir mais comida que o necessário, mesmo depois
planalto centro-oriental, em que dominam o arroz, o feijão, o fubá, a carne de estarem desconfortavelmente saciadas. Práticas como esta são cha-
de porco e de boi, o café etc.; e (5) a da região Sul, onde predominam a madas de lobismo (em competições, ingestão competitiva), já que
carne bovina (churrasco, ultimamente difundido por todo o país) e o mate o lobo faz o mesmo. O lobismo pode levar à obesidade ou má-nutrição se
amargo (chimarrão). ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações o alimento ou substância consumidos exaurirem os estoques nutricionais
Ltda. do corpo. Lobismo crônico pode também ser um sinal da hiperfagia.
A alimentação é o processo pelo qual os organismos obtêm e assimi- Controle da ingestão de alimentos pelo sistema nervoso central
lam alimentos ou nutrientes para as suas funçõesvitais, incluindo
o crescimento, movimento e reprodução. Os seres humanos com tumores afetando o hipotálamo (diretamente
ou por pressão) frequentemente mostram distúrbios da ingestão de alimen-
Na linguagem vernácula, alimentação é o conjunto de habitos tos, usualmente fomee obesidade. Experimentos em animais usando
e substâncias que o homem usa, não só em relação às suasfunções vitais, técnicas de lesionamento, uma técnica experimental pela qual áreas
mas também como um elemento da sua cultura e para manter ou melhorar selecionadas de cérebro são destruídas, podem reproduzir esta obesidade
a sua saúde. pela destruição do hipotálamo que é normalmente responsável pelo contro-
Há quatro tipos de alimentação praticadas pelos animais, incluindo: le da saciedade. Quando a área ventromediana é lesionada, o controle da
ingestão de alimentos é perdido e o animal come em excesso. Estes
Alimentação por filtro - obter comida suspensa na água. animais não tem distúrbio metabólico mas comem porque estão famintos.
Quanto foram restringidos a ingerir o mesmo que um animal normal, eles
Alimentação por sedimentos - obter partículas de comida ganharam a mesma quantidade de peso. Até recentemente, o centro da
no solo. saciedade foi aceito como fato científico. Contudo, várias experiências
Alimentação de fluidos - obter comida consumindo fluidos de recentes têm levantado dúvidas sobre o papel do hipotálamo ventromedia-
outros organismos no, estas destroem fibras que se conduzem numa direção rostrocaudal
(feixe ventral noradrenégico) através da margem dorsal do núcleo. Para
Alimentação em massa - obter comida comendo peças de produzir obesidade o feixe ventral noradrenégico precisa ser lesado. Este
outros organismos feixe de nervos provavelmente transmite uma informação relacionada à
Práticas de alimentação humana saciedade do trono cerebral para centros superiores.

A maioria das residências, em praticamente todos os países, têm u- O conceito de um outro centro, o centro hipotalâmico lateral da fome,
ma cozinha ou uma pequena copa-cozinha (kitchenette) destinadas à também tem sido mudado recentemente. Um grande número de experiên-
preparação de refeições ou alimentos, e muitas casas também têm u- cias tem mostrado que as lesões no hipotálamo lateral fazem com que um
ma sala de jantar ou outra área designada para co- animal pare de comer. A menos que sejam forçados a comer, estes ani-
mer. Pratos, talheres, copos e outros implementos para cozinhar existem mais irão se definhar até morrer, mas poderão ser induzidos a comer
em uma grande variedade de formas e tamanhos. Muitas sociedades através de uma alimentação programada cuidadosamente. Desde que não
atuais também têm restaurantesespecializados em servir e vender comida, exista regeneração do sistema nervoso central destes animais, foi sugerido
a fim de possibilitar às pessoas que estão fora de casa se alimentarem de que outras áreas do cérebro exerceriam eventualmente o papel de centro
forma adequada, seja quando querem economizar o tempo do preparo da da fome. Como nas lesões ventromedianas, um trato de fibras, o feixe
comida, seja quando desejam usar o ato de comer em uma ocasião social. nigroestriado é danificado pelo lesões hipotalâmicas laterais. Este trato de
Ocasionalmente, como no caso dos festivais de comida, comer é de fato a fibras é dopaminérgico e corre das substâncias negras para o núcleo
principal razão do encontro social. caudado. Lesões, quer das fibras nigroestriadas, ou substâncias negra,
produzem perda da ingestão de alimentos como as lesões do hipotálamo
Muitos indivíduos têm padrões diários, regulares e distintos para co- lateral. O sistema dopaminérgico nigroestriado, portanto, é importante no
mer, e comumente muitos tem entre três e quatro refeições diárias, controle do comportamento alimentar. Evidências posteriores contra o
com lanches consistindo como pequenos montantes de comida que con- conceito do hipotálamo lateral como centro da fome vieram do fato de que
sumida entre as refeições. O objetivo de uma alimentação saudável é, há lesões do hipotálamo lateral também danificam fibras sensoriais do siste-
muito tempo, uma importante preocupação de diferentes pessoas e cultu- ma trigeminal. Danos destas fibras, bem como de outras partes da via
ras. Juntamente com outras práticas, o jejum, a dieta e trigeminal ascedente, também levam à inanição.
o vegetarianismo são técnicas empregadas por pessoas (e encorajadas
por sociedades) para aumentar a longevidade e a saúde. Mui- Atualmente, o conceito de um centro da fome e da saciedade no hipo-
tas religiões promovem o vegetarianismo considerando errado o consumo tálamo é duvidoso. As técnicas de lesionamento provavelmente danifi-
de animais. Os nutricionistas concordam que em vez de se deleitar em três cam tratos de fibras dopaminérgicos, noradrenérgicos e trigeminais impor-
refeições diárias, é muito mais saudável e fácil para o metabolismo comer tantes no controle da ingestão de alimentos. Contudo, provavelmente,
5 pequenas refeições a cada dia (um maior número de refeições pequenas ainda é verdade dizer que o hipotálamo exerce um papel no comportamen-
gera uma melhor digestão; facilita para o intestino o depósito das excretas; to da ingestão de alimento, mas uma revisão do nosso conhecimento deste
e visto que refeições maiores são mais resistentes ao trato digestivo e papel é necessário.
podem precisar de laxativos). O ato de comer também pode ser uma Defecação
maneira de ganhar dinheiro, como na ingestão competitiva.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Desordens
Psicologicamente, a ingestão é geralmente causada pela fome, mas
existem numerosas condições físicas e psicológicas que podem afetar
o apetite e desvirtuar padrões normais de ingestão. Estes inclu-
em depressão, alergia a determinados tipos de comida, bulimia, anorexia
nervosa, disfunção da glândula pituitária e outros problemas endócrinos, e
numerosos outras doenças alimentares.
A necessidade crônica de comida nutritiva pode causar várias doen-
ças, e depois, inanição. Quando isto acontece em uma localidade ou em
massiva escala é considerada penúria.

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ânus também estiver relaxado, as fezes serão eliminadas para o exterior
do corpo. Caso contrário, as fezes permanecem retidas no interior do reto
e o reflexo desaparece, retornando alguns minutos ou horas mais tarde (o
esfíncter externo é formado por músculo estriado e pode, portanto, ser
controlado voluntariamente, de acordo com a nossa vontade).
Reflexo intrínseco
Mediado pelo sistema entérico local na parede do reto. Quando as
fezes chegam ao reto a distensão da parede retal desencadeia sinais
aferentes que se propagam pelo plexo mioentérico para iniciar ondas
peristálticas no cólon descendente, sigmóide e reto, forçando as fezes na
direção anal. À medida que as ondas peristálticas se aproximam do ânus,
o esfíncter anal interno se relaxa por impulsos inibitórios provenientes do
plexo mioentérico, caso ao mesmo tempo o esfíncter anal externo esteja
aberto ocorrera à defecação. Entretanto o reflexo mioentérico intrínseco
sozinho que funciona por si só é relativamente fraco.
Reflexos parassimpáticos da defecação
Envolvem os segmentos sacrais da medula espinhal. Estímulos
parassimpáticos intensificam acentuadamente as ondas peristálticas, e o
estímulo para o relaxamento do esfíncter anal interno de fraco passa para
Anatomia do ânus e do reto poderoso.
Defecar é o ato de evacuar fezes do organismo através do relaxamento O ato da defecação
do esfíncter e contrações do reto anal.
Ocorre normalmente no homem uma a duas vezes em 24 horas e
Existem vários reflexos fisiológicos que estimulam a defecação por cerca de uma vez por hora, em bovinos. É comum uma grande variação
meio do aumento do peristaltismo intestinal, entre eles estão o ortocólico, nos hábitos intestinais, principalmente quando se analisam indivíduos de
que acontece quando a pessoa acorda e se levanta, e o gastrocólico, que diferentes nacionalidades e submetidos a vários tipos de condicionamento.
ocorre quando ingerimos algum alimento. Na maior parte do tempo o reto não contém fezes, isso resulta da
existência de um fraco esfíncter funcional a cerca de 20 cm do ânus na
A utilidade da defecação é fácil de ser compreendida: ela é necessária
junção entre o cólon sigmóide com o reto. Existe também uma angulação
para a eliminação do material sólido não absorvido pelo organismo.
aguda neste local, que, com uma resistência adicional, dificulta o
Frequentemente, o ato de defecação é inibido por razões de ordem social.
enchimento do reto. Quando os movimentos de massa forçam as fezes
Funcionamento para o reto, o desejo de defecar inicia-se imediatamente, incluindo
a contraçãoreflexa do reto e relaxamento dos esfíncteres anais.
Intestino Grosso
Vários grupos musculares participam deste ato: os músculos do reto e
No intestino grosso ocorre uma importante absorção de água e do anus, as estruturas musculares adjacentes aoperíneo, o diafragma e os
eletrólitos presentes em seu conteúdo. O quimo vai, então, adquirindo uma músculos estriados da parede abdominal. A massa de fezes, entrando na
consistência cada vez mais pastosa e se transformando num bolo fecal. ampola retal, causa distensão de sua parede, estimulando assim a
Fortíssimas ondas peristálticas, denominadas ondas de massa, ocorrem defecação. Quando este aumento da pressão retal intraluminal excede
eventualmente e são capazes de propelir o bolo fecal, que se solidifica certos limites (cerca de 50 mm de Hg), o esfíncter interno relaxa e surge a
cada vez mais, em direção às porções finais do tubo digestório: os cólons necessidade de defecar. Nesse ponto, se as circunstâncias o permitirem,
sigmóide e reto. o esfíncter anal externo sofre relaxamento voluntário. Uma onda de
Os cólons sigmóide e reto contração se inicia no meio de cólon transverso, propagando-se para baixo
em direção à junção retossigmóidea. Ocorre um encurtamento da ampola
Na pélvis o cólon sigmóide termina na flexura retossigmóidea, abaixo retal, pela contração dos músculos elevadores do ânus e dos
da qual se inicia o reto. O reto acaba no canal anal que apresenta apenas retococcígeos. Os músculos da parede abdominaltambém se contraem,
2 a 3 cm de extensão estando contido dentro do ânus. O canal anal a glote se fecha, o diafragma é abaixado, por inspiração profunda, e os
apresenta epitélio escamoso proveniente de invaginação da pele. Na músculos torácicos se contraem. Em consequência, ocorre aumento da
junção mucocutânea o epitélioescamoso se transforma em epitélio colunar pressão intra-abdominal de 100 a 200 ou mais mm de Hg e a massa fecal
estratificado que no reto passa a epitélio colunar semelhante ao do cólon. é expelida com encurtamento da ampola retal. Verifica-se um aumento
Existem dois esfíncteres anais com grande importância no controle da rápido da pressão arterial, seguido por aumento da pressão venosa
defecação: o esfíncter interno e o esfíncter externo. O esfíncter interno periférica, o que pode, em pessoas debilitadas, ser a causa de uma
formado por três músculos circulares é inervado pelos nervos pélvicos, não diminuição considerável do débito cardíaco, seguida de queda da pressão
estando sob controle voluntário. Além do controle da defecação, uma de arterial e síncope.
suas funções específicas é a de contenção dos gases. Este esfíncter, O gorgetamento contínuo de matéria fecal através do ânus
entretanto, não é muito potente.
É impedido através da constrição tônica do esfíncter anal interno, que é
O esfíncter externo é formado por músculo estriado e inervado, constituído de musculatura lisa. Esfíncter anal externo é constituído por
podendo estar sob controle voluntário, exceto nos primeiros anos de vida. músculo estriado esquelético, ou seja, controle voluntário consciente ou
O reflexo da defecação pelo menos subconsciente que continua a manter a contração continua, a
não ser sinais conscientes inibam a constrição.
Fisiologicamente a defecação é iniciada por reflexos (reflexo intrínseco
e reflexo parassimpático). O enchimento das porções finais do intestino Controle da defecação
grosso estimula terminações nervosas presentes em sua parede através As vias aferentes do reflexo de defecação seguem os nervos
de sua distenção. Impulsos nervosos são, então, em intensidade e parassimpáticos, através do nervo pélvico. O reflexo é aumentado pelo
frequência cada vez maior, dirigidos a um segmento da medula estímulo táctil ao nível do ânus, assim a passagem de fezes, pelo canal
espinhal (sacral) e acabam por desencadear uma importante resposta anal, potencializa o reflexo. O controle e a coordenação da defecação
motora que vai provocar um aumento significativo e intenso nas ondas ocorrem no centro da defecação, situado no bulbo perto do centro do
peristálticas por todo o intestino grosso, ao mesmo tempo em que ocorre vômito. O centro de defecação está associado com sua zona estimulatória
um relaxamento no esfíncter interno do ânus. Dessa forma, ocorre o quimioreceptora específica, localizada no assoalho do quarto ventrículo. A
reflexo da defecação. Se durante esse momento o esfíncter externo do

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estimulação dessa zona ou do próprio centro por certas substâncias É através da dissecação (ou dissecção) e de outras técnicas
químicas, toxinas ou drogas pode causar a defecação. adjacentes que se consegue visualizar, analisar e estudar cada parte do
corpo humano.
A defecação, também, pode ser desencadeada por estímulo de certas
zonas do diencéfalo. A transecção da medula, acima de L1 geralmente, Veja o artigo história da anatomia para detalhes a respeito do
determina incontinência fecal. O tono esfincteriano é preservado e a desenvolvimento desta área, incluindo a anatomia humana.
defecação continua, automaticamente, embora sem percepção consciente
do seu início. Após certo tempo, o reflexo de defecação se restabelece. O Estudando a anatomia humana
estímulo dos gânglios basais no cérebro, também, pode ser a causa de
defecação involuntária. Por outro lado, a defecação pode ser inibida
pela dor, pelo medo, pela elevação da temperatura e vários mecanismos
inibitórios psicogênicos ou neurogênicos. A destruição da inervação
simpática do cólon não afeta o ato da defecação.
O controle voluntário da defecação, incorporado no esfíncter externo
devolve ao homem o privilégio de controle das funções gastrintestinais,
perdido no momento em que o bolo alimentar toca os receptores tácteis
da faringe e do palato mole. A existência do controle voluntário no início e
no fim da digestão é uma astúcia da natureza que da ao homem, um
domínio sobre seu trato digestivo e sobre o processo de digestão.
Registro da motilidade intraluminal
O reto em repouso apresenta um padrão de motilidade semelhante ao
do sigmóide, tendo em geral menor atividade. Diferentes tipos de
motilidade podem igualmente ser registrados na área esfincteriana do
ânus.

Hidratação
Hidratação essencialmente é a reposição de água no organismo,
mantendo sua composição corporal. A água representa cerca de 60% do
peso corporal de um adulto. A hidratação pode ser realizada por
via oral ou intravenosa.
A maior parte da água no organismo se encontra no compartimento Características anatômicas básicas de seres humanos do sexo
intracelular e proporciona o meio através do qual se realizam as funções masculino e feminino (legendas em inglês).
metabólicas. Portanto, as modificações na quantidade de água intracelular
Certas profissões, especialmente a medicina e a fisioterapia, requerem
afetarão gravemente a saúde do indivíduo. Via de regra o compartimento
um estudo aprofundado da anatomia humana. A anatomia humana pode
intracelular é o último a alterar-se nas enfermidades (ou agravos
ser dividida em duas principais subdisciplinas: anatomia humana regional e
com hemorragias) que se acompanham dos transtornos do volume do
anatomia humana sistemática normal (descritiva).
líquido corporal. A água extracelular que é mais lábil se divide em dois
compartimentos o intersticial e o plasma. Divisão do corpo humano
O balanço ou distribuição dos líquidos nos compartimentos vascular, Classicamente o corpo humano é dividido
intersticial e celular depende e de várias condições orgânicas a exemplo em cabeça, tronco e membros.A cabeça se divide em face e crânio. O
da temperatura, função renal, presença de eletrólitos em níveis adequados tronco em pescoço, tórax e abdome. Os membros em superiores e
e patologias que sobrecarreguem o organismo na produção e eliminação inferiores. Os membros superiores são divididos em ombro, braço,
de fluidos como nas diarréias ouexpectoração entre outras condições. antebraço e mão. Os membros inferiores são divididos em quadril, coxa,
perna e pé.
Segundo Burke (o.c.) na hidratação o fundamental de qualquer perda
líquida, é que seja substituída por um volume adequado antes mesmos de Grupos regionais
se tentar corrigir as alterações eletrolíticas. Um perda de líquidos que
comprometa cerca de 20% do peso corporal pode ser fatal. Associado às Os livros de anatomia humana geralmente dividem o corpo nos
funções da hidratação está a reposição de nutrientes à pacientes que não seguintes grupos regionais:
podem consumir alimentos por via bucal e a manutenção do acesso Cabeça e pescoço — inclui tudo que está acima da abertura torácica
venoso em pacientes que venho necessitar de administração de superior
medicamentos numa condição de internamento hospitalar.
Membro superior — inclui a mão, antebraço, braço, ombro, axila,
8. Noções de anatomia e fisiologia humana, mi
microbiologia, parasi-
parasi- região peitoral e região escapular.
tologia e farmacologia; Tórax — é a região do peito compreendida entre a abertura torácica
Anatomia humana superior e o diafragma torácico

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Abdômen — é a parte do tronco entre o tórax e a pelve.

Anatomia humana é um campo especial dentro da anatomia. Ele Costas — a coluna vertebral e seus componentes, as vértebras e
estuda grandes estruturas e sistemas do corpohumano,
corpohumano deixando o estudo os discos intervertebrais
de tecidos para a histologia e das células para a citologia. O corpo Pelve e períneo — sendo aquele a região de transição entre tronco e
humano, como no corpo de todos os animais, consiste de sistemas, que membros inferiores e este a região superficial entre sínfise púbica ecóccix
são formados de órgãos, que são constituídos de tecidos, que por sua vez
são formados de células. Membro inferior — geralmente é tudo que está abaixo do ligamento
inguinal, incluindo a coxa, articulação do quadril, perna e pé.
Os princípios de pesquisa podem ser a anatomia descritiva,
descritiva quando
analisa-se e descreve-se os órgãos baseado nos tecidos biológicos que o Sistemas do corpo humano
compõem ou pode ainda ser adotado o critério da anatomia topográfica , O corpo humano pode ser subdividido, conforme a Terminologia
quando analisa-se e descreve-se os órgãos com base em sua localização Anatômica Internacional (FCAT) em:
no corpo (região corporal).

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Sistema circulatório: circulação do sangue como coração e vasos as artérias e as veias, por meio dos quais se realiza a troca das
sanguíneos. substâncias nutritivas e os resíduos entre o sangue e os tecidos.
Sistema digestório: processamento do alimento com O sistema cardiovascular só é necessário para os animais de certo
a boca, estômago e intestinos. tamanho e complexidade, já que, nos de estrutura mais simples, a mera
difusão se revela adequada. Disso resulta que o sistema circulatório se
Glândulas endócrinas: comunicação interna do corpo através de tenha desenvolvido unicamente nos invertebrados mais evoluídos e nos
hormônios. vertebrados, e só nestes últimos tenha alcançado uma organização
Células imunológicas: defesa do corpo contra os agentes patogênicos. complexa. Através do sistema circula um fluido, o sangue, que pode ou
não ser de cor vermelha, e que passa pelos órgãos funcionais da
Tegumento comum: pele, cabelo e unhas. respiração, para o intercâmbio de gases, e pelos encarregados da
Sistema linfático: estruturas envolvidas na transferência de linfa entre excreção, para a emissão de resíduos.
tecidos e o fluxo sanguíneo. Nos moluscos e nos artrópodes, o sistema cardiovascular é
Sistema articular: junto com músculos e ossos proporciona mobilidade denominado aberto ou lacunar. Nele, o sangue sai do coração pelos vasos
ao corpo sangüíneos, circula em direção aos diversos órgãos e retorna total ou
parcialmente ao coração através de espaços lacunares, que constituem o
Sistema muscular: proporciona a força necessária ao movimento ao chamado hemocele.
corpo.
O sistema é fechado nos animais mais evoluídos nesse aspecto: os
Sistema nervoso: coleta, transfere e processa informação com nemertinos, vermes achatados em forma de cinta; os equinodermos, grupo
o cérebro e nervos. integrado por ouriços e estrelas-do-mar; os anelídeos, vermes de secção
circular; e os vertebrados. Neles, os vasos conduzem o sangue do coração
Sistema reprodutor: os órgãos sexuais.
aos tecidos e o devolvem de modo a constituir um circuito de fluxo.
Sistema respiratório: os órgãos usados para inspiração e o pulmão.
Sistema cardiovascular nos invertebrados. Os nemertinos apresentam
Sistema esquelético: suporte estrutural e proteção através dos apenas dois vasos sangüíneos laterais e um dorsal, com muitas conexões
ossos.Junto com músculos e articulações proporciona mobilidade ao corpo transversais. As pulsações das paredes que formam seu corpo servem
para impelir a circulação do sangue, que contém glóbulos vermelhos
Sistema urinário: os rins e estruturas envolvidas na produção e semelhantes aos dos vertebrados.
excreção da urina.
O sangue da maioria dos invertebrados tem um número reduzido de
Características externas células no plasma -- a parte líquida sangüínea -- em comparação com o
Nomes comuns de partes bem conhecidas do corpo humano, de cima dos vertebrados. É freqüente a presença de corpúsculos de perfil irregular,
para abaixo: parecidos com os glóbulos brancos. Alguns desempenham uma função
fagocitária, na qual englobam e destroem os corpos nocivos, e outros
Cabeça —Testa — Olho —Orelha — Nariz — Boca — Língua — contribuem para o transporte do alimento e de outras substâncias
Dente — Mandíbula — Face —Bochecha — Queixo necessárias à manutenção do organismo. Nos insetos, muitas das células
sangüíneas estão fixadas nos órgãos e só são comuns no plasma depois
Pescoço — Garganta — Pomo-de-adão — Ombros
de um ferimento ou durante as mudas. O pigmento sangüíneo destinado a
Braço — Cotovelo — Pulso — Mão — Dedos da mão — Polegar transportar o oxigênio costuma apresentar-se dissolvido no plasma.
Coluna — Peito — Mama — Costela O coração dos invertebrados é sempre dorsal em relação à posição do
tubo digestivo. Nos moluscos, o coração fica dentro de um delgado saco
Abdómen — Umbigo — Órgão pericárdico e consiste em uma ou duas aurículas de paredes delgadas que
sexual (Pênis/Escroto ou Clitóris/Vagina) — Reto — Ânus recebem o sangue do corpo e o passam para um ventrículo único de
Quadril — Nádegas —Coxa — Joelho — Perna —Panturrilha — paredes musculares. Este último se contrai para impelir o sangue até as
Calcanhar — Tornozelo — Pé — Dedos do pé artérias, que o distribuem pelos diferentes órgãos. Nos insetos e em muitos
outros artrópodes (animais de patas articuladas), o coração é constituído
Órgãos internos por um longo tubo dorsal com aberturas laterais segmentares (ostíolos)
Nome comum de órgãos internos, em ordem alfabética: que recebem o sangue dos espaços lacunares do corpo e o impelem até
os órgãos e tecidos através de uma artéria principal.
Apêndice vermiforme — Baço — Bexiga — Cérebro — Duodeno —
Estômago — Coração — Fígado — Intestino delgado — Intestino No grupo dos anelídeos, a minhoca apresenta um sistema fechado
grosso — Olho —Ouvido — Ovário — Pâncreas — Paratireóides — com vários vasos que lhe percorrem longitudinalmente o corpo e que se
Pele — Pituitária — Próstata — Pulmão — Rim — Supra-renal — comunicam por meio de outros vasos transversais, emparelhados ao longo
Testículo — Timo — Tireóide — Veias —Vesícula biliar — Útero dos segmentos corporais. A circulação se realiza por contrações do vaso
dorsal médio e por cinco pares de corações laterais situados nos
Anatomia do Cérebro segmentos anteriores do corpo.
Amígdala — Cerebelo — Córtex cerebral — Hipotálamo — Sistema Do exposto, é possível deduzir a pluralidade de formas e a variedade,
límbico — Bulbo raquidiano — Hipófise (pituitária) crânio em grau de complexidade, que os sistemas cardiovasculares dos animais
invertebrados apresentam.
Sistema Cardiovascular
Sistema cardiovascular nos vertebrados. A fisiologia do sistema
A importância fisiológica do sistema cardiovascular decorre do fato de cardiovascular dos vertebrados apresenta como característica fundamental
que seu funcionamento regula a circulação sangüínea, que transporta as o transporte de diferentes substâncias. Entre as principais, destacam-se as
substâncias geradas ou absorvidas pelas células para os lugares onde seguintes: (1) oxigênio e dióxido de carbono conduzidos a partir dos
devem ser utilizadas e elimina aquelas que já não são necessárias para o órgãos respiratórios e dos tecidos do corpo; (2) substâncias de reserva
organismo. levadas aos lugares onde são necessárias; (3) resíduos orgânicos e
Essencialmente, o sistema cardiovascular consta de um tubo fechado minerais em dissolução e água, transportados para os órgãos excretores;
através do qual o sangue flui em duplo circuito. Suas estruturas principais (4) hormônios conduzidos das glândulas endócrinas em que são gerados
são o coração, músculo que atua como bomba e impulsiona o sangue por até onde são empregados; (5) células e humores que intervêm na proteção
todo o circuito; as artérias, vasos de paredes grossas que tansportam o imunológica do organismo (anticorpos, leucócitos) e na regeneração do
sangue a partir do coração; as veias, vasos de paredes delgadas que tecido dos vasos sangüíneos (trombócitos). Neste grande grupo biológico,
devolvem o sangue ao coração; e os capilares, diminutas conexões entre o sistema circulatório consta de coração, artérias, capilares, veias e vasos
linfáticos, juntamente com o líquido sangüíneo e a linfa.

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O sangue é constituído por um fluido ou plasma que contém células por cada ventrículo numa contração pode aumentar até uma magnitude
sangüíneas. O plasma se compõe de água, proteínas características do média de 200cm3, com o que o volume por minuto cresce cerca de
sangue e sais minerais e é o meio que transporta as matérias solúveis. Os quarenta litros. A adaptabilidade do coração às necessidades da circulação
glóbulos vermelhos ou eritrócitos contêm um pigmento respiratório de cor é condicionada pela natureza de suas fibras musculares, por sua
parda ou vermelha, a hemoglobina, que serve para transportar o oxigênio sensibilidade ante a ação de alguns hormônios e por suas conexões com o
aos tecidos. Por sua vez, os glóbulos brancos ou leucócitos são incolores. sistema nervoso. O potássio, o sódio e o cálcio exercem importante
Em geral podem mover-se independentemente, mediante movimento influência na transmissão da ação potencial dentro do coração. O excesso
amebóide (emissão e retração de prolongamentos). Leucócitos de íons de potássio no fluido extracelular debilita o tônus cardíaco, ao
especializados, chamados fagócitos, limpam o corpo de bactérias e de passo que o excesso de íons de cálcio tem o efeito contrário.
outros organismos estranhos e eliminam células mortas. Quando um vaso
sangüíneo é lesado, o sangue se coagula para fechar o ferimento e O endotélio, principal componente da parede capilar, é a camada de
impedir sua própria perda. As células que intervêm nesse processo são as revestimento comum a todas as partes do sistema vascular, incluído o
plaquetas. Na maior parte, as células sangüíneas se formam na medula, coração. Os capilares se originam do tecido de sustentação embrionário,
órgão protegido em cavidades dentro dos ossos. penetram entre elementos parenquimatosos (o parênquima é uma
substância celular mole que preenche os espaços vazios entre os órgãos)
O coração é constituído por uma série de câmaras que se comunicam de vários órgãos e tecidos, e ao longo de todo o seu curso são
entre si, rodeadas de paredes musculares. De acordo com a espécie, acompanhados por fibras que se unem ao endotélio. Seu calibre,
consta de um ou dois ventrículos e de uma ou duas aurículas. Entre as extremamente pequeno, tem relação com o tamanho dos glóbulos
câmaras existem válvulas para impedir que o sangue retroceda. vermelhos. Em condições normais, menos de dez por cento do volume
sangüíneo se encontra nos capilares, enquanto mais de noventa por cento
As artérias, vasos sangüíneos que conduzem o fluxo do sangue fluem pelas veias e artérias ou estão contidos no coração. As artérias, que
procedente do coração, são revestidas de um endotélio liso integrado por compreendem um extenso sistema de estruturas tubulares, têm paredes
uma camada de células escamosas simples. Suas robustas paredes se onde se distinguem três camadas concêntricas. A interna, ou túnica íntima,
constituem de tecido muscular liso e fibras de sustentação que mantêm a consiste num tubo de tecido endotelial; a camada intermediária, ou túnica
pressão sangüínea determinada pelas contrações do coração. As artérias média, é integrada por células musculares lisas; e o invólucro externo, ou
se ramificam e as mais finas, chamadas arteríolas, se conectam aos túnica adventícia, consta de elementos fibrosos. As veias, por sua vez, são
capilares microscópicos. O alimento e o oxigênio se distribuem por osmose mais numerosas que as artérias e seu calibre é menor, pelo que o sistema
(difusão através de uma membrana semipermeável) por meio dos venoso tem mais capacidade do que o sistema arterial. As paredes
capilares, e o dióxido de carbono e os dejetos que precisam ser eliminados venosas são sempre mais finas, mais flexíveis e menos elásticas que as
passam pelo sangue. Os capilares se unem para formar pequenas veias e arteriais. Outro elemento especializado do sistema cardiovascular é o
estas, por sua vez, formam outras maiores, que conduzem o fluxo sistema portal do fígado, composto fundamentalmente pelas veias portal e
sangüíneo até o coração. As veias têm paredes mais delgadas, já que sua hepática, e que tem como função eliminar os rejeitos dos órgãos intestinais
pressão é menor que a das artérias. e abdominais.
Sistema cardiovascular humano. O sistema circulatório do ser humano
consta basicamente dos mesmos elementos que o do resto dos Aparelho Locomotor
vertebrados, embora apresente determinadas peculiaridades. O coração Na busca de melhores condições de sobrevivência, um dos problemas
tem forma cônica, com a parte larga dirigida para cima e para a direita. evolutivos cruciais que os animais enfrentaram foi o da locomoção. Essa
Situado atrás do esterno e entre os pulmões, o coração fica no interior do função é desempenhada pelo aparelho locomotor, que se compõe de
saco membranoso chamado pericárdio. O músculo cardíaco, miocárdio, variadíssimas estruturas e formas, que vão dos simples flagelos, nos
abrange noventa por cento do volume do coração e está dividido em protozoários, aos complexos sistemas de locomoção dos mamíferos que
quatro cavidades. As duas superiores se denominam aurículas e se vivem em terra.
comunicam com as outras duas, situadas na parte inferior, chamadas
ventrículos. A aurícula esquerda, na qual desembocam as quatro veias Invertebrados. Quando existente, o aparelho locomotor dos
pulmonares, se comunica com o ventrículo esquerdo através de uma protozoários, animais unicelulares, compõe-se de microscópicas estruturas
válvula chamada mitral. Outra válvula, formada por três valvas (ou de filamentos, com aspecto de pêlos finos, ou minúsculas pestanas,
conchas), chamada tricúspide, conecta a aurícula e o ventrículo direitos. denominadas respectivamente flagelos e cílios. Outro recurso de
Do ventrículo esquerdo parte a aorta, também dotada de um sistema locomoção dos protozoários são os pseudópodes (literalmente, "pés
valvular que impede o refluxo do sangue para o coração. Esse dispositivo falsos"), saliências protoplasmáticas sem forma definida e não
se constitui de três formações unidas, chamadas válvulas semilunares. permanentes. Assim, os tripanossomos são flagelados; os paramécios,
Confluem na aurícula direita a veia cava superior, a cava inferior e o seio protozoários muito comuns em lagos e açudes, são ciliados; e as amebas
coronário. Do ventrículo direito saem a artéria pulmonar, com um apresentam pseudópodes.
dispositivo valvular igual ao aórtico, e as válvulas semilunares pulmonares. Entre os invertebrados pluricelulares, alguns, como as esponjas e
A partir dos dois pares de cavidades, o sangue é enviado para os muitos celenterados, vivem fixos no fundo do mar, com capacidade de
pulmões, o que se denomina circulação menor, ou para o resto do movimento só no estado larval, quando emitem flagelos. As medusas
organismo, no fluxo de circulação maior. O sangue procedente do movem-se graças às contrações rítmicas de suas umbelas -- parte superior
ventrículo direito vai para os pulmões, enquanto o proveniente do semi-esférica provida de anéis. Outros invertebrados, como os anelídeos,
ventrículo esquerdo se distribui pelo resto do organismo através dos vasos apresentam minúsculos prolongamentos carnosos nos flancos -- os
da circulação maior. A força de impulsão é dada pela contração das parápodes -- que funcionam como apêndices locomotores rudimentares,
paredes musculares do coração. A coordenação cabe a um conjunto de pois o corpo do animal se apóia neles enquanto toma impulso por meio de
células cardíacas denominadas marcapassos, que enviam os impulsos contrações musculares.
elétricos às células musculares. Existe nos moluscos um órgão específico encarregado da locomoção,
Distinguem-se na mecânica do coração três tempos: uma fase de também chamado pé, visível nos gastrópodes (caracóis, caramujos,
contração das paredes, ou sístole, uma fase de dilatação, ou diástole, e lesmas) e menos evidente nos bivalves (mexilhões, ostras). Os
uma de repouso. A contração sistólica e a dilatação diastólica originam cefalópodes (polvos e lulas) locomovem-se com os dez braços localizados
dois sons cardíacos, facilmente diferenciáveis com a ajuda de simples em torno da boca e denominados tentáculos. Já os equinodermos (estrelas
aparelhos de auscultação, como o estetoscópio ou fonocardiógrafo. A e ouriços-do-mar) desenvolveram um sistema locomotor específico e único
atividade do miocárdio envolve variações do potencial elétrico que podem no reino animal: o sistema ambulacrário, constituído de canais circulares e
ser registradas num eletrocardiograma. longitudinais cheios de líquido e de vesículas, ou pés ambulacrais. Quando
os ambulacros aderem a uma superfície, a pressão do líquido contido nos
Em estado de repouso, cada sístole lança uma média de setenta canais faz com que se inflem, o que torna possível o deslocamento.
centímetros cúbicos de sangue na aorta e na artéria pulmonar. Portanto,
em um minuto entram na corrente circulatória aproximadamente cinco litros Os artrópodes, entre os quais os insetos, crustáceos e aracnídeos,
de sangue. A quantidade de fluido expelida durante o trabalho muscular são invertebrados com um sistema locomotor mais desenvolvido. Os

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apêndices destinados à locomoção apresentam partes articuladas entre si ou anfiartroses, quando há movimentação reduzida entre os ossos que as
e, nesse aspecto, os artrópodes diferem do resto dos animais. Os insetos compõem, como nas conexões invertebradas; e móveis ou diartroses, de
são também providos de asas, embora alguns não as tenham, como grande mobilidade, como as do joelho e do ombro. As diartroses, pela
ocorre em certos grupos muito primitivos e mesmo em alguns mais natureza e importância de sua função, apresentam uma estrutura mais
evoluídos, nos quais as asas desapareceram por regressão. As asas são complexa, com várias partes: (1) cartilagens articulares, que cobrem as
expansões laminares de quitina (substância que reveste os artrópodes em extremidades dos ossos e impedem o desgaste por fricção; (2) cápsula,
geral) sulcada de nervuras. Nestas, que servem de reforço, a camada de constituída de fibras que vão de um osso a outro e mantêm a coesão do
quitina é maior. conjunto; (3) membrana sinovial, que se insere na região interna da
cápsula e segrega um líquido viscoso (a sinóvia ou líquido sinovial), que
Vertebrados. Os vertebrados, que se encontram no ápice da evolução lubrifica e nutre a cartilagem articular; e (4) meniscos e ligamentos, que
do reino animal, por seu tamanho e condições de vida, desenvolveram reforçam a articulação.
sistemas ósseos e musculares de grande complexidade e são dotados de
eficientes órgãos locomotores, com os quais colonizaram os três grandes O esqueleto divide-se em três partes: cabeça, tronco e membros. A
meios ecológicos do planeta. Esses órgãos são rudimentares nos peixes, cabeça apresenta duas áreas características: crânio, que compreende oito
mas nem por isso menos eficazes, e consistem de barbatanas ou ossos (um frontal, dois parietais, um occipital, dois temporais, um etmóide
projeções planas sustentadas por esqueleto ósseo ou cartilaginoso, com e um esfenóide); e face, com 14 ossos (dois nasais, dois pômulos, um
uma série de varetas coriônicas ou raios que utilizam para a natação. vômer, dois maxilares superiores e um inferior, dois úngües, dois cornetos
Algumas dessas estruturas são ímpares e se distribuem pelo dorso inferiores e dois palatinos).
(barbatana dorsal) e pela cauda, à guisa de leme, ou na parte posterior do
abdome (anal). Outras são pares, como as torácicas -- que conferem A coluna vertebral situa-se na parede dorsal do tronco e é fundamental
estabilidade aos movimentos natatórios -- pélvicas e abdominais. para a movimentação do corpo. Possui 33 vértebras, ossos curtos
distribuídos em cinco regiões: (1) cervical, com sete peças ósseas, que
Desenvolveram-se nos anfíbios quatro extremidades, razão pela qual constitui a região do pescoço; (2) dorsal, na parte torácica, onde se
esses animais, bem como alguns répteis, as aves e os mamíferos, são articulam as costelas, com 12 vértebras; (3) lombar, com cinco peças
chamados tetrápodes. Essas extremidades compõem-se de três elementos ósseas, prolongamento da anterior; (4) sacral, com cinco vértebras
fundamentais: o autópode (que no ser humano corresponde à mão ou ao fundidas num único bloco chamado osso sacro; e (5) coccígea, com quatro
pé); o zeugópode, em nível intermediário (que no ser humano equivale ao vértebras muito reduzidas, geralmente fundidas.
antebraço e à região tibial), e o estilópode (constituído pelos dois ossos
longos, que são o úmero e o fêmur, respectivamente nos membros As costelas são ossos longos em forma de arco que delimitam a
superiores e inferiores). cavidade torácica, protegendo os pulmões e o coração. São 12 pares
dispostos simetricamente à direita e à esquerda. Dez deles articulam-se
Os ossos desempenham papel de alavanca na locomoção, enquanto pela extremidade anterior com o esterno, diretamente (costelas
os músculos, estreitamente ligados a eles, são os órgãos ativos dos verdadeiras) ou por intermédio das cartilagens costais (costelas falsas),
movimentos. É nas aves que, devido às necessidades impostas pelo vôo, enquanto os dois pares restantes têm livres as extremidades anteriores
o rendimento e a atividade muscular alcançam seu grau máximo: o sistema (costelas flutuantes).
de locomoção determinou a reestruturação de todos os demais sistemas e
aparelhos de seu organismo, desde o respiratório até o ósseo. Este último, Distinguem-se três regiões nos membros superiores: braço, formado
por exemplo, compõe-se de ossos ocos, sem medula e repletos de ar, pelo úmero; antebraço, com dois ossos longos (cúbito, ou ulna, e rádio); e
chamados ossos pneumáticos, o que deixa o animal mais leve e facilita mão, constituída pelo carpo (oito ossos curtos que estruturam o pulso),
seu deslocamento no ar. metacarpo (com cinco ossos ditos metacarpianos) e dedos. A união dos
membros superiores com o tronco se dá na cintura escapular, formada de
Entre os mamíferos que se locomovem em terra firme, observa-se duas clavículas e duas escápulas ou omoplatas.
uma grande especialização para a corrida, como em muitos herbívoros
perissodáctilos (entre os quais o cavalo) e artiodáctilos (como os antílopes Os membros inferiores se articulam com o tronco pela cintura pélvica,
e gazelas), no quais ocorreu uma redução do número de ossos do que reúne três ossos solidamente unidos: púbis, ísquio e ílio. Como os
autópode. Os perissodáctilos, conforme o grupo, apresentam apenas um superiores, dividem-se em três regiões: coxa, com o fêmur; perna,
ou três dedos, enquanto os artiodáctilos têm sempre um número par de composta de tíbia e perônio, ou fíbula; e pé, constituído de tarso,
dedos, dois ou quatro. Além dessa redução, produziu-se um reforço nos metatarso e artelhos. Na articulação dos joelhos há um pequeno osso
ossos que restaram e houve um alongamento das extremidades. Esses chamado rótula.
animais podem correr velozmente e, assim, escapar de seus predadores. Sistema muscular. Os músculos são os órgãos ativos do movimento.
Aparelho locomotor humano. Entende-se por aparelho locomotor O sistema muscular é integrado pelos músculos propriamente ditos
humano o conjunto dos sistemas ósseo e muscular. Compreende, pois, os (estruturas com poder de contração e relaxamento) e pelas fibras
ossos e cartilagens e suas uniões (articulações), os músculos estriados e musculares, compostas de miofibrilas. Estas contêm duas proteínas com
seus órgãos anexos. Embora ossos e músculos da cabeça nada tenham capacidade de produzir contrações, a miosina e a actina.
que ver como a locomoção, são estudados conjuntamente com os Os músculos respondem aos impulsos transmitidos pelas fibras
sistemas ósseo e muscular. Já os músculos lisos e estriados integrantes nervosas e, ao se contraírem, movem os ossos como se fossem
das vísceras e o músculo cardíaco, constituinte principal do coração, são alavancas. Distinguem-se dois tipos de músculos: os esqueléticos (ou
estudados separadamente. estriados), de contração voluntária e de cor avermelhada, que ao
Anatomia do esqueleto. O esqueleto de um ser humano adulto microscópio apresentam uma série de estrias; e os lisos, de contração
apresenta 206 ossos, constituídos de um tecido formado basicamente de involuntária, sem estrias (salvo o miocárdio), responsáveis pelos
uma matriz de fibras e proteínas (osteína), na qual se depositam sais de movimentos viscerais do organismo.
cálcio e fósforo, que conferem ao osso sua dureza característica. Há no corpo humano cerca de 500 músculos esqueléticos. Conforme o
Além da porção externa de substância óssea, cada osso dispõe de movimento que produzem nas articulações, esses músculos classificam-se
uma porção interna, a medula (vermelha ou amarela, conforme a em flexores (executam flexões), extensores (realizam extensões),
proporção de gordura). Nas medulas vermelhas formam-se os elementos esfincterianos (em forma de anel para abrir ou fechar condutos),
celulares do sangue. Quanto à forma, os ossos podem ser longos, como elevadores (levantam um órgão ou uma região), pronadores (produziem a
os dos braços e pernas, com extremidades ligeiramente arredondadas pronação da mão), supinadores (executam a supinação) etc.
(epífises) e uma zona central (diáfise); curtos, como os do tarso; e planos, Os principais músculos da cabeça são os orbiculares, que circundam
como os do crânio. os olhos e os lábios; os mastigadores, como os temporais e o masseter; e
Os ossos estabelecem conexões entre si por meio das articulações. o bucinador, que atua na mastigação e também no ato de soprar. No
Estas, em função de seu grau de mobilidade, classificam-se em: imóveis, pescoço está o esternoclidomastóideo, graças ao qual se pode girar a
também chamadas sinartroses, como as da calota craniana; semimóveis cabeça.

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No tronco, na região dorsal, os principais músculos são o trapézio, na mesonefro, também segmentado e situado na porção mediana do corpo; e
porção superior do tórax, que ergue os ombros e mantém a cabeça em metanefro, não-segmentado e localizado na região abdominal.
posição vertical; e os grandes dorsais, que cobrem toda a parte inferior do
dorso. Na região ventral ou anterior, destacam-se os peitorais e os Os animais superiores apresentam órgãos sexuais masculinos e
intercostais, estes últimos situados entre as costelas e com participação femininos em indivíduos distintos. Esses órgãos consistem em gônadas,
ativa nos movimentos respiratórios. com suas glândulas e dutos associados, que produzem os gametas e os
hormônios essenciais à reprodução.
Quanto aos músculos dos membros superiores, há os deltóides, que
cobrem a parte externa da articulação da espádua; e o bíceps e o tríceps Aparelho urinário humano
braquiais, que possibilitam respectivamente, por ação antagônica, a flexão Os rins, situados em ambos os lados da coluna vertebral, no nível das
e a extensão do antebraço sobre o braço. Nos membros inferiores existem vértebras lombares mais altas, têm forma comparável à de um feijão e
o bíceps crural; o tríceps, que respectivamente flete e estende a perna, e o apresentam uma incisura medial, que corresponde ao hilo, por onde
sartório. Os glúteos, que formam as nádegas, são de importância passam o ureter, vasos sangüíneos, vasos linfáticos e nervos. Em corte
fundamental para manter a postura ereta e o equilíbrio mecânico durante a transverso, o rim consiste numa região cortical exterior, numa região
marcha bípede. Em ambas as extremidades existem músculos flexores e medular, com áreas em forma piramidal, e no bacinete (ou pelve renal),
extensores dos dedos. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações que conduz ao ureter. O bacinete divide-se em dois tipos de cálices (os
Ltda. maiores e os menores).
Aparelho
Aparelho Urogenital
A estrutura de cada rim é a de uma glândula tubular composta, cuja
Excreção e reprodução constituem duas funções biológicas básicas, unidade filtradora, denominada néfron, compreende o corpúsculo ou
que nos animais superiores se realizam por meio de uma série de órgãos glomérulo renal e o túbulo renal correspondente. Os glomérulos renais
complexos, os quais formam, em conjunto, o aparelho urogenital. compõem-se de um enovelado capilar arterial envolvido por uma cápsula
Aparelho urogenital é a unidade anatômica constituída pelos órgãos de paredes duplas, a cápsula de Bowman.
formadores e eliminadores da urina e pelos órgãos genitais responsáveis Ao sair do glomérulo, o túbulo se apresenta enovelado em formação
pela reprodução e perpetuação da espécie. Na espécie humana, como em compacta, porção que se conhece como túbulo contornado proximal, ainda
outros mamíferos, o aparelho urinário compõe-se de dois rins, dois localizado no córtex; penetra retilineamente no hilo, alcança porções
ureteres, bexiga urinária e a uretra. Os órgãos genitais compreendem, no variáveis da medula e volta-se sobre si mesmo, para formar a alça de
homem, o pênis, os testículos, o epidídimo, a próstata, o escroto, o cordão Henle; retorna à zona cortical, ainda junto ao glomérulo, para enovelar-se
espermático e as vesículas seminais; na mulher, compreendem a vulva, a novamente e constituir o túbulo contornado distal. Daí por diante, torna-se
vagina, o útero, as trompas e os ovários. retilíneo, juntando-se com outros túbulos contornados distais para formar
Anatomia comparada um túbulo coletor na zona medular. Vários túbulos coletores se reúnem e
desembocam nas papilas ou dutos papilares. Cerca de vinte túbulos
A excreção nos organismos unicelulares, nas esponjas e nos coletores de cada papila desembocam nos cálices.
celenterados se faz por difusão simples, ou seja, pela superfície do corpo.
Nos protozoários de água doce, a quantidade de água no interior do O rim é abundantemente irrigado de sangue pela artéria renal, ramo
organismo é regulada pelo vacúolo contrátil (ou pulsátil), que, por da aorta abdominal que nele penetra pelo hilo e logo se divide em vários
contrações rítmicas, expulsa o excesso de líquido para o exterior. Nos ramos. Esses ramos (artérias interlobares) alcançam a zona limítrofe entre
platelmintos, encontram-se já as células-flama, estruturas excretoras o córtex e a medula (porção central do rim) e de sua ramificação provêm
especializadas que, mediante o movimento coordenado de um conjunto de as arteríolas aferentes dos glomérulos renais, isto é, as artérias que
cílios, transferem excretas solúveis do líquido intercelular para o interior de penetram nos respectivos glomérulos renais. Dentro dos glomérulos, os
canais excretores que desembocam na superfície do corpo. Nesse ramo, capilares se reúnem e formam a arteríola eferente (muito menor que a
distinguem-se também gônadas internas, dutos reprodutores permanentes aferente), que ramifica-se e toma parte na formação da rede capilar geral
e órgãos copuladores. Os asquelmintos têm sexos separados: os machos do rim.
são menores e têm espículas copuladoras. A classe dos nematódeos Nessa rede capilar tem origem, como nos demais órgãos, o sistema
apresenta órgãos reprodutores relativamente simples: são testículos ou venoso do rim. As veias acompanham o trajeto das artérias e, por
ovários fixados na extremidade de um tubo retorcido. As fêmeas dispõem confluências sucessivas, vêm a constituir a veia renal, tributária da veia
de útero para armazenar temporariamente os ovos fertilizados. cava inferior. O volume de sangue que atravessa as artérias e veias renais
Os anelídeos (minhocas e sanguessugas) possuem um par de em cada minuto corresponde a duas vezes o peso do rim. O processo de
nefrídios, estruturas excretoras na forma de um tubo muito longo e fino, em formação da urina começa com a ultrafiltração passiva, no glomérulo, de
cada segmento do corpo (metâmero). Na extremidade de cada nefrídio há um líquido equivalente ao plasma sangüíneo sem proteínas (chamado
um funil ciliado (nefróstoma) que se abre na cavidade interna do corpo filtrado glomerular). Esse líquido passa em seguida ao túbulo contorcido,
(celoma). Por meio de batimentos ciliares, o nefróstoma suga o líquido enquanto o sangue filtrado no glomérulo transfere-se para os capilares que
celomático. Este vai sendo filtrado à medida que passa pelo interior de um envolvem o túbulo. As substâncias essenciais ao organismo (como
túbulo fino, o nefroduto, que é entrelaçado com capilares sangüíneos, para aminoácidos, glicose e água) ainda presentes no filtrado glomerular são
os quais retornam algumas substâncias. Finalmente, uma urina muito reabsorvidas pelas células da parede tubular e retornam ao sangue. Do
diluída é depositada no interior de uma dilatação do tubo e eliminada pelo total de água filtrada nos glomérulos, 99,8% são reabsorvidos pelos
nefridióporo. Entre os anelídeos, os poliquetos são dióicos (os órgãos túbulos. Após atravessar a rede de capilares pós-glomerulares, o sangue
sexuais masculinos e femininos estão em indivíduos distintos) e os chega ao coletor venoso.
oligoquetos, monóicos. Em alguns, as gônadas ocorrem em vários Os túbulos coletores do rim lançam a urina na pelve renal, que resulta
segmentos sucessivos do corpo. da confluência dos cálices maiores e desemboca no ureter. Este, por sua
A maior parte dos artrópodes é dióica, mas muitos são hermafroditas e vez, une-se à bexiga pelo óstio renal. A bexiga é uma dilatação em forma
alguns se reproduzem por partenogênese (sem fertilização). A excreção de bolsa, musculomembranosa situada na cavidade pélvica, atrás do
dos insetos se faz pelos túbulos de Malpighi, que absorvem a excreta do púbis. Trata-se de um órgão móvel, porém mantido em posição por
sangue para transportá-la até o intestino do animal. Nos aracnídeos, os diversas estruturas. A parede da bexiga é constituída de três grupos de
órgãos excretores chamam-se glândulas coxais, têm forma tubular e músculos: expulsor da urina, trígono e esfíncter. A porção média da
situam-se junto ao cefalotórax, enquanto nos crustáceos denominam-se camada muscular é formada de fibras dispostas circularmente, enquanto
glândulas verdes e se abrem em poros excretores nas bases das antenas. as porções interna e externa são constituídas de fibras longitudinais. A
mucosa da bexiga é semelhante à do ureter e à da uretra. Sua capacidade
Nos vertebrados, a excreção faz-se por meio de órgãos altamente de distensão é grande: pode conter até 500cm3 de urina. A uretra, último
especializados, os rins, que podem ser de três tipos: pronefro, muito segmento das vias urinárias, é diferente nos dois sexos, inclusive quanto a
comum em embriões, segmentado e situado na porção anterior do corpo; suas funções e relações. No homem, parte desse segmento também

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funciona como via excretora espermática. Na mulher, a uretra serve fibrosa, na porção situada acima do diafragma, e serosa abaixo dele
apenas para a eliminação da urina. (peritônio).
Aparelho genital masculino. Os testículos, no aparelho genital Boca. A abertura anterior do aparelho digestivo é a boca, cavidade
masculino, são responsáveis pela elaboração do hormônio sexual pela qual o alimento penetra no organismo. Suas funções se relacionam à
masculino (testosterona) e pela produção de espermatozóides, conduzidos fisiologia da digestão, à respiração e à articulação de palavras. Seu orifício
ao exterior pelas vias espermáticas: túbulos seminíferos retos, rede frontal é delimitado pelos lábios. Os maxilares sustentam as arcadas
testicular, dutos eferentes, epidídimo, duto deferente com vesícula seminal dentárias, incumbidas da mastigação. No limite externo das arcadas estão
e duto ejaculatório, que desemboca na porção prostática da uretra. Anexas as gengivas, às quais se fixam os dentes.
à uretra, existem a próstata e as glândulas bulbo-uretrais. As vesículas
seminais, a próstata e as glândulas bulbo-uretrais participam da formação A parte superior da cavidade bucal é delimitada pelo palato e a
do esperma, que compreende os espermatozóides, isto é, as células inferior, pela língua, dotada de papilas gustativas. A ligação com a faringe
sexuais masculinas, e os fluidos glandulares que os mantêm. se faz pela cavidade formada pelas amígdalas, base da língua, véu
palatino e úvula. A saliva, líquido alcalino viscoso que se mistura com o
O pênis prende-se à porção anterior do períneo e apresenta um corpo alimento, é secretada pelas glândulas salivares, que se dividem em
móvel, que se torna rígido por ocasião da ereção, e uma extremidade sublinguais, submaxilares e parótidas.
anterior, a glande, dilatada, relacionada com o corpo cavernoso do pênis e
coberta por uma prega retrátil de pele, o prepúcio. Constitui-se de três Faringe. Denomina-se faringe o tubo muscular que liga a boca ao
massas cilíndricas de tecido cavernoso (tecido que contém grandes esôfago e o nariz à laringe. Constitui, assim, o ponto de convergência entre
espaços venosos) ligadas por tecido fibroso e cobertas de pele. O tecido os aparelhos respiratório e digestivo. A passagem do alimento para as vias
cavernoso é também descrito como tecido erétil, porque os espaços respiratórias é impedida pela epiglote, cartilagem localizada no princípio da
venosos se distendem com sangue durante a excitação sexual. laringe que se fecha quando o alimento é engolido.

Patologias do aparelho urogenital. Infecções, doenças sexualmente Esôfago. A porção do trato alimentar chamada esôfago mede cerca de
transmissíveis, tumores e cálculos são as doenças que mais comumente 25cm de comprimento e se estende da extremidade inferior da faringe até
afetam o aparelho urogenital. A invasão do aparelho urinário por agente o estômago. Sua mucosa, semelhante à que recobre a boca e a
infeccioso é denominada infecção urinária. Essa infecção pode ser leve e orofaringe, é constituída de epitélio pavimentoso. A musculatura da porção
assintomática, ou apresentar um quadro grave. A infecção urinária tem superior do esôfago é estriada, enquanto que os dois terços inferiores são
maior incidência em meninas com menos de dois anos e em homens com de musculatura lisa. O esôfago desce verticalmente ao longo da coluna
mais de quarenta anos. No primeiro caso, resulta em geral de vertebral, por trás da traquéia, atravessa o diafragma e chega ao
malformações congênitas e, no segundo, de obstruções provocadas pela estômago. A principal função do esôfago é conduzir os alimentos da boca
próstata. Pode espalhar-se para outros setores das vias urinárias: por esse ao estômago.
mecanismo, a infecção renal (pielonefrite) pode dar infecção na bexiga Estômago. A grande bolsa do tubo digestivo denominada estômago
(cistite). serve como reservatório para o alimento e inicia a fase química da
As doenças sexualmente transmissíveis resultam do contato sexual digestão. Situa-se na parte superior do abdome, do lado esquerdo, logo
com pessoas infectadas. Os cálculos se formam no tecido renal, nos abaixo do diafragma. A forma e posição do estômago se modificam por
cálices ou na pelve renal, de onde podem passar ao ureter e à bexiga. alterações verificadas nele próprio ou nos órgãos vizinhos; variam
Resultam da concreção de elementos cristalinos e amorfos, reunidos por conforme a quantidade de conteúdo gástrico, a fase em que se encontre a
um retículo coloidal. Há cálculos de fosfato de cálcio, fosfato de amônio e digestão e o grau de desenvolvimento e força das paredes musculares e
magnésio, carbonato de cálcio, ácido úrico, oxalatos, xantina e cistina. No do estado dos intestinos que o rodeiam.
ureter, os cálculos provocam obstrução e cólicas. Os cálculos da bexiga Intestinos. A primeira porção dos intestinos é um tubo de sete metros
provêm, na maioria das vezes, dos rins e costumam ser expelidos pela de comprimento (intestino delgado) que se estende do piloro à válvula
uretra. Outras vezes ficam na bexiga e crescem dentro dela. ileocecal e ocupa as partes central e inferior da cavidade abdominal.
Os tumores do aparelho urogenital são classificados em benignos Divide-se, para fins descritivos, em duodeno, jejuno e íleo. O duodeno é a
(cistoadenoma papilar e tumores císticos) e malignos (hipernefromas, parte mais curta e larga do intestino delgado. O jejuno desempenha papel
adenocarcinomas, embrioma renal -- também chamado tumor de Wilms -- preponderante na absorção dos alimentos. O íleo se une ao intestino
e sarcomas). O tratamento é quase sempre cirúrgico, associado ou não à grosso na junção ileocecal, onde um esfíncter atua como válvula,
radioterapia e à quimioterapia. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil impedindo o regresso do material impelido para o intestino grosso.
Publicações Ltda. A digestão e a absorção têm lugar fundamentalmente no intestino
delgado. As pregas circulares retardam a passagem do alimento para que
Aparelho Digestivo os líquidos digestivos possam atuar de maneira mais completa e as
Os fenômenos mecânicos de impulsão e fragmentação de alimentos e vilosidades aumentam a superfície de absorção.
os processos químicos de transformação e absorção dos nutrientes O intestino grosso mede cerca de 1,7m de comprimento e se estende
constituem a digestão, executada por um conjunto de órgãos que, nos da válvula ileocecal ao ânus. Seu calibre, maior que o do intestino delgado,
animais superiores, possui alto nível de organização. chega a seis centímetros ao nível do ceco. Divide-se em quatro partes:
O aparelho digestivo compreende o tubo gastrintestinal e seus órgãos ceco, com o apêndice vermicular, cólon, reto e canal anal.
acessórios: língua, dentes, glândulas salivares, fígado e pâncreas. O tubo Órgãos acessórios. Os principais órgãos acessórios da digestão são o
gastrintestinal ou trato alimentar é um tubo muscular revestido por uma pâncreas, o fígado e a vesícula biliar. O pâncreas é um órgão de
membrana mucosa que se estende dos lábios ao ânus, com sete a oito consistência mole, situado por trás do estômago. Os grupamentos de
metros de comprimento médio no homem adulto. Suas partes denominam- células denominados ilhotas de Langerhans elaboram a secreção interna
se boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado e intestino grosso. do órgão, que contém a insulina; esta é absorvida pelo sangue e levada
Cada uma delas tem características próprias e executa funções aos tecidos, onde ajuda a regular o metabolismo da glicose.
particulares.
O fígado é a maior glândula do organismo, pesa de 1,2 a 1,6kg e se
As paredes do tubo gastrintestinal são estruturadas em quatro situa na parte superior direita do abdome. Sua face superior, convexa, se
camadas: a mucosa, a submucosa, a muscular e a serosa. A mucosa é a acomoda sobre a face interior do diafragma; a inferior, côncava, sobre o
camada mais interna do tubo alimentar e consta de três componentes: rim direito, a porção superior do cólon ascendente e o extremo pilórico do
revestimento epitelial, lâmina e músculo. A submucosa constitui-se de estômago.
tecido conjuntivo frouxo, no qual há fibras elásticas e nervosas. A terceira
camada da parede do tubo alimentar compõe-se de feixes de músculos A vesícula biliar, com feitio de pêra, situa-se na face inferior do fígado.
lisos: externamente, de natureza circular; internamente, de natureza Concentra de oito a dez vezes a bile vinda do fígado; regula a pressão
longitudinal. A camada mais externa do tubo gastrintestinal é de natureza dentro das vias biliares graças a sua capacidade de distensão e evacua
seu conteúdo para o duodeno por ação da colecistocinina.

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Os sais biliares são essenciais para a atividade da lipase, pois estruturas conhecidas como "corações linfáticos", que impelem o líquido.
contribuem para a absorção das gorduras. A bile é indispensável para a Esses órgãos são dilatações dos vasos que têm paredes com capacidade
absorção da vitamina K e outras vitaminas lipossolúveis, estimula a de se contrair, e seu ritmo de pulsação é independente do verdadeiro
motilidade intestinal, neutraliza o quimo ácido e ajuda a conservar em coração.
solução o colesterol. A bile constitui a via excretora de toxinas, metais,
colesterol etc. Impedindo a putrefação excessiva causada pela proliferação Dispostas ao longo dos vasos há numerosas formações
das bactérias sobre as proteínas e os hidratos de carbono dos alimentos, a arredondadas, em forma de sacos, constituídas por células de diferentes
bile promove a anti-sepsia do conteúdo intestinal. tecidos: são os gânglios linfáticos. Através deles se filtra a linfa que flui
para os canais de maior calibre e em cujo interior há diversos
Sistema Linfático componentes celulares especializados na destruição das bactérias e na
absorção e neutralização de substâncias estranhas ao organismo. Alguns
A linfa, líquido esbranquiçado que preenche os vasos do sistema desses elementos, os macrófagos, ingerem grande quantidade de
linfático, já era conhecida pelos gregos antigos, que chamavam-na de bactérias, transportadas pela linfa até o gânglio; outros, como os linfócitos,
"sangue branco". Sua função e a importância dos processos que nela têm elaboram os anticorpos, fundamentais na resistência do corpo às infecções
lugar, no entanto, só foram estudados muitos séculos mais tarde. e na defesa imunológica.
O sistema linfático faz parte do aparelho circulatório dos animais Pode-se afirmar, portanto, que os gânglios atuam como autênticos
vertebrados e constitui um conjunto de vasos, canais, cisternas e diversos filtros. Observa-se, por exemplo, que grande número de pessoas que
órgãos em forma de saco, os gânglios. Estende-se ao longo do corpo, vivem em cidades de atmosfera muito poluída por combustão industrial e
paralelamente ao aparelho circulatório, compondo uma rede que se doméstica, têm os gânglios torácicos (localizados na região pulmonar)
ramifica por todo o organismo e só se comunica com o circuito das veias escurecidos por acúmulo de partículas, retidas pela linfa.
na altura do coração.
Nos gânglios linfáticos trava-se uma espécie de batalha em escala
Características fisiológicas. No interior do sistema linfático circula, em microscópica entre as células defensoras do corpo e os microrganismos
velocidade menor que a do sangue, a linfa, líquido formado de um plasma invasores. Quando, por ferida ou lesão, abre-se uma via de entrada à
similar ao sangüíneo e de glóbulos brancos, ou leucócitos. A linfa alimenta- infecção na pele, nas mucosas, no pulmão, intestino ou outros órgãos, a
se dos líquidos orgânicos que afluem dos tecidos aos vasos linfáticos. região ganglionar correspondente à zona infectada se intumesce, em
Esses fluidos contêm substâncias provenientes do sangue, que dele conseqüência da atividade antiinfecciosa dos glóbulos brancos situados
escaparam através dos vasos capilares e chegaram aos tecidos e aos nos gânglios. As partes tumefactas recebem o nome de bubões e são
espaços intersticiais percorridos por tais vasos. É graças à linfa que esse características de certas afecções graves. Uma delas é a peste bubônica,
material retorna ao aparelho circulatório. cujo nome provém dessas formações que, nesse caso, aparecem
A linfa também recolhe gorduras e proteínas, procedentes principalmente no pescoço, nas axilas e na virilha.
respectivamente do intestino delgado e do fígado, nos períodos de Músculo
digestão. Até cerca de noventa por cento das gorduras absorvidas na
região intestinal são conduzidas por meio da linfa, na forma de grandes Nos animais superiores, a função motora se fundamenta na atividade
quantidades de pequenas gotas que dão ao líquido linfático uma aparência orgânica dos músculos, tecidos contráteis capazes de exercer força e
leitosa. O sistema desempenha ainda um papel de primeira ordem no que impulsionar o movimento do esqueleto. Músculos e ossos formam,
tange à defesa do organismo, pois as bactérias e corpos estranhos que portanto, a unidade fisiológica chamada aparelho locomotor.
penetram no corpo chegam até ele e são neutralizadas nos gânglios
linfáticos. Músculo é o tecido motor dos animais. Compõe-se de células que têm
por função específica converter energia química em tensão e em trabalho
Anatomia comparada e descrição. Nos peixes, o sistema linfático e o mecânico. As divisões citoplasmáticas dessas células permitem que elas
venoso comunicam-se em diferentes pontos, sobretudo na região média do formem unidades contráteis denominadas miofibrilas, filamentos de
circuito venoso. Em alguns anfíbios, como a salamandra, há vasos cadeias moleculares de actina e miosina, longitudinalmente dispostos na
linfáticos localizados sob a pele, e outros mais profundos, que direção em que o órgão se contrai.
acompanham as artérias dorsais. Nas rãs e nos sapos, espaços cheios de
linfa situam-se debaixo do tegumento. As aves e os répteis também Por suas características histológicas e fisiológicas, distinguem-se nos
dispõem de sistemas linfáticos bem desenvolvidos. Nas primeiras, existe vertebrados três tipos de músculos: o estriado, o liso e o cardíaco.
um órgão linfático peculiar, a bursa de Fabricius, destinado à produção de Comandados pelo sistema nervoso central, os músculos estriados,
anticorpos (proteínas que reagem a substâncias estranhas introduzidas no também chamados esqueléticos ou voluntários, apresentam contração
organismo, para neutralizar-lhes a ação). rápida e constituem cerca de quarenta por cento da massa do corpo
humano. Os lisos, também chamados involuntários, são controlados pelo
No homem, vasos capilares linfáticos recolhem os líquidos orgânicos sistema nervoso vegetativo e contraem-se de forma autônoma e
que estão em contato com eles, que atravessam sua finíssima parede e relativamente lenta. Fazem parte, por exemplo, do revestimento do
passam a fazer parte da linfa. Os capilares desembocam em canais estômago e dos vasos sangüíneos. De coloração mais intensa, o músculo
coletores, que tanto podem estar situados nas regiões superficiais do cardíaco é também estriado, mas apresenta movimento lento e
corpo, imediatamente abaixo da pele, quanto em partes mais profundas, involuntário.
onde recebem os líquidos orgânicos das vísceras. Os vasos do intestino
são chamados quilíferos e neles se realiza a maior parte da absorção de Segundo suas dimensões e peculiaridades anatômicas, os músculos
matérias graxas na digestão. se classificam em longos (ligados por tendões às extremidades ósseas),
curtos (localizados entre ossos menores, como os dos pés e mãos),
O canal mais importante, tanto por seu volume e calibre quanto por orbiculares (de estrutura circular e abertura interior, como o orbicular dos
seu comprimento, é o canal torácico, que percorre a parte média do tronco lábios) e esfíncteres (de forma anular, regulados para a oclusão das
e recebe importante caudal de linfa de diversas regiões do corpo. Em sua cavidades). Quanto à classificação funcional, podem ser extensores,
extremidade inferior observa-se uma intumescência onde se reúne o flexores, elevadores, pronadores, supinadores, agonistas e antagonistas.
líquido linfático proveniente das zonas inferiores (extremidades, virilha e
plexo intestinal) e que se chama cisterna de Pecquet, em homenagem ao Fisiologia da contração muscular. Os músculos estriados se contraem
anatomista francês Jean Pecquet, que a descreveu no século XVII. Outro somente sob a ação de estímulos oriundos do sistema nervoso. O sinal
duto importante é a grande veia linfática, ou canal linfático direito, para para que o músculo se contraia é dado por um impulso elétrico, transmitido
onde convergem os vasos da metade superior direita do corpo. por um dos nervos motores que enervam o tecido muscular, através de
uma sinapse (conexão) entre a membrana do nervo e a membrana da
No sistema linfático não existe um órgão equivalente ao coração no célula muscular.
sistema circulatório, que impulsione a linfa. Esta é movida pelas
contrações dos músculos e pelas pulsações das artérias próximas. A contração muscular -- conjunto de fenômenos físicos que ocorrem
Válvulas dispostas ao longo dos canais impedem que a linfa flua para trás. no músculo como resposta a uma excitação -- se traduz externamente pelo
Em alguns vertebrados, como os peixes, os anfíbios e os répteis, existem encurtamento do músculo, pelo desenvolvimento da tensão entre as suas

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extremidades, ou por ambos. Quando o músculo se encurta deslocando outros ruminantes, os chifres. Além dos vários tipos de escamas e pêlos,
uma carga, a contração que se verifica denomina-se isotônica (de igual também os cornos dos cervídeos e das girafas são de ordem dérmica e
tensão). Quando o músculo não se encurta, a contração gerada é do tipo constituem um envoltório córneo que recobre o osso e que nos cervídeos
isométrico (de igual medida) e serve não para a produção de trabalho, mas se renova periodicamente.
para sustentar a postura corporal ou um objeto.
Pele humana. As características básicas da pele humana
A energia para a contração muscular provém das ligações químicas correspondem a um padrão semelhante ao dos demais mamíferos.
resultantes da metabolização dos alimentos, mas, para o aproveitamento Conforme a idade, sexo e localização, sua espessura varia entre 0,5 e
energético imediato, são consumidas as moléculas de adenosinatrifosfato 2mm e pode chegar a 4mm na palma das mãos e na sola dos pés. É
(ATP) sintetizadas pelas mitocôndrias. Após um breve período de inércia, permeável às vitaminas lipossolúveis e a partir do ergosterol sintetiza a
que dura do momento da chegada do estímulo ao início da resposta, o vitamina D2, formada pelo efeito dos raios ultravioleta.
músculo contrai-se progressivamente até um ponto máximo, para, em
seguida, entrar em descontração e voltar à tensão ou dimensão inicial Estrutura da pele. A pele humana é formada de três partes: epiderme,
(período de relaxamento). derme ou córion e hipoderme, também chamada de tecido celular
subcutâneo ou panículo adiposo. A camada mais externa da pele, ou
Se um segundo estímulo eficiente alcança o músculo depois que a epiderme, compõe-se de quatro camadas de células epiteliais
contração começou, provoca uma segunda contração que se funde à denominadas, a partir do interior para o exterior, de germinativa ou basal,
anterior (somação de efeitos), dando como resultado uma contração total malpighiana ou corpo mucoso, granulosa e córnea. A epiderme é
de maior amplitude do que a de uma excitação única de igual intensidade. desprovida de nervos e irrigação sangüínea e sua nutrição é assegurada
O fato mostra que a excitação simples é sempre insuficiente para o pelo plasma que circula nos espaços intercelulares. A camada basal ou
encurtamento máximo simultâneo de todos os elementos contráteis da germinativa é constituída por células que se dividem ativamente para
fibra muscular. Com a repetição continuada dos estímulos, as respostas substituir as células mortas das camadas superficiais. Está localizada na
diminuem de amplitude após algum tempo e depois cessam: é o fenômeno fronteira com a derme e é responsável pela produção da melanina, de
da fadiga. suma importância para a pigmentação normal da pele humana, cuja
coloração é também auxiliada pelo caroteno e pelas hemoglobinas. A
Pele camada córnea é constituída por várias camadas de células mortas pela
Sede de milhares de glândulas de funções as mais diversas, a pele ação do meio externo. A camada malpighiana ou corpo mucoso é a mais
separa e protege o organismo de ações do meio externo. Desempenha, espessa da epiderme. Nas regiões planoplantares, entre as camadas
assim, função vital e, por isso, queimaduras que comprometam mais da granulosa e córnea existe mais uma, a lúcida, assim denominada por sua
metade de sua superfície podem provocar a morte. aparência. Essas camadas são desprovidas de vasos sangüíneos próprios
e se nutrem do plasma circulante nos espaços intercelulares, oriundos dos
Pele ou tegumento externo é o órgão protetor e sensorial que reveste capilares da derme. Nas mucosas, a epiderme apresenta apenas duas
o corpo dos animais. Dotada de múltiplas funções, a pele é sede de grande camadas, a basal e a malpighiana.
número de receptores sensoriais que informam o animal sobre as
mudanças no meio ambiente. Algumas espécies secretam na pele Mais profunda que a epiderme, a derme é ricamente vascularizada.
substâncias que suscitam respostas de significado sexual, hierárquico, Dividida em duas camadas, a papilar ou superior e a subpapilar ou inferior,
territorial etc. através da respiração cutânea, intercâmbio gasoso com o compõe-se de fibras elásticas e conjuntivas, vasos linfáticos e sangüíneos,
meio exterior, de especial importância no caso dos anfíbios. glândulas sebáceas e sudoríparas, elementos celulares variados,
estruturas musculares e pequeno número de células e fibras nervosas. As
A pele desempenha também papel de reserva alimentícia básica, ao glândulas sudoríparas são encarregadas da produção do suor, excretado
acumular água e gordura, e é isolante térmico, relacionada com os por pequenos canais até os poros. Além de termorregulador, esse
mecanismos termorreguladores que conferem adaptabilidade às aves e processo constitui importante complemento à atividade renal de eliminação
mamíferos. Tem também função excretora, por eliminar anidrido carbônico de líquidos inúteis trazidos pelos vasos capilares. Já as glândulas
e pequenas quantidades de produtos de escória metabólica, como a uréia sebáceas, em função de fatores hormonais, vertem uma secreção oleosa
e diversos sais. que atua como lubrificante. Predominam em certas áreas da pele, como
nariz e fronte. As fibras nervosas recebem as sensações térmicas e táteis.
Pele dos animais. Nos invertebrados pluricelulares mais elementares As fibras elásticas, por sua vez, garantem o tônus da pele, que se reduz
na escala evolutiva, como esponjas e celenterados, há uma única capa com o passar dos anos, sobretudo nas partes mais expostas à ação solar,
epidérmica de células mais ou menos planas. Nos crustáceos e moluscos, com a formação de rugas.
o tecido de revestimento externo é um envoltório endurecido com
substâncias minerais. O tegumento alcança seu mais alto grau de A hipoderme é constituída de fibras elásticas e conjuntivas
complexidade e perfeição na pele dos vertebrados, sobretudo nos entrelaçadas. Área em que se acumulam as gorduras, garante, com suas
mamíferos. Nos peixes a epiderme é abundante em glândulas mucosas e fibras elásticas, a elasticidade da pele.
formada por várias camadas de células vivas e pigmentares. Em algumas
espécies encontram-se elementos bioluminescentes, ou seja, que por Fâneros. Fâneros são órgãos que se salientam na pele e dela
reações bioquímicas, geram energia luminosa. As escamas derivam da derivam, tais como pêlos, unhas, penas etc. Pêlo é um filamento córneo
derme e podem ser gamóides, placóides, conóides e atenóides. Alguns com uma parte livre (haste) e outra oculta (raiz) e que cresce na pele dos
peixes, como o bagre, não possuem escamas. Nos anfíbios, a pele é de homens e de alguns animais, exceto nas plantas das mãos e pés e na
máxima importância para o intercâmbio gasoso. Para que este intercâmbio última falange dos dedos das mãos. A quantidade, a espessura e o
ocorra, ela deve manter-se úmida, o que é conseguido pela permanência comprimento do pêlo variam de acordo com idade, raça e sexo. Os pêlos
em ambiente aquático. Certos sapos possuem na cabeça autênticas da cabeça são chamados cabelos e, via de regra, são mais longos e
escamas de natureza dérmica e muitas espécies têm glândulas densos que os demais. Crescem em média um centímetro por mês e são
venenosas. constantemente renovados, chegando a 160.000 fios numa cabeça.
Atravessam períodos de nascimento, crescimento, estabilidade e morte.
As camadas externas da epiderme dos répteis são endurecidas, tanto Os pêlos das axilas e os pubianos surgem na puberdade. Na mesma
por origem dérmica como epidérmica. As de origem dérmica formam os época crescem nos rapazes pêlos na face (barba), na linha abdominal e no
chamados ossos dérmicos encontrados no dorso dos jacarés e na peito, característicos do sexo masculino.
carapaça das tartarugas e cágados. As de origem epidérmica tanto
originam as pequenas escamas imbricadas nos lagartos e cobras quanto As unhas são constituídas por uma lâmina de queratina dura que
forma placas córneas, como as dos jacarés e tartarugas. Nas aves, a pele recobre o dorso das falangetas. A meia-lua, ou lúnula, é branca por não
é muito fina e desprovida de glândulas. As formações epidérmicas mais estar firmemente ligada ao tecido subjacente. Seu crescimento é contínuo
destacadas são as escamas nas patas, o bico, espécie de invólucro córneo e se dá a partir da raiz. As unhas constituem elemento de defesa e
que cobre os maxilares, as garras e as penas, que na realidade são proteção, assim como as garras e esporões dos pássaros, que também
escamas modificadas. Nos mamíferos, as formações epidérmicas mais servem para a fixação nos galhos, e os chifres.
características são as unhas, as garras e, nos rinocerontes, bovídeos e

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Doenças e alterações da pele. As moléstias da pele são tratadas pela máximo nos primatas e no homem, em que ocorrem circunvoluções e
dermatologia. Além de eritemas, ulcerações, pústulas, escamações e separação do cérebro em hemisférios.
queda de cabelo, existem muitos outros problemas de pele. Também
freqüentes são as afecções provocadas pela fotossensibilidade exagerada, A porção intra-raquidiana do sistema nervoso é a medula espinhal, a
causa de fenômenos alérgicos, ou pela exposição excessiva aos raios partir da qual surgem os pares de nervos raquidianos, que inervam os
solares, que pode degenerar em câncer de pele. O albinismo é uma diferentes músculos, glândulas e vísceras. Nos vertebrados quadrúpedes
doença congênita mais comum nos negros, caracterizada pela falta de observam-se na medula as intumescências cervical e lombar, que
pigmentação e que pode ser parcial (partes do corpo) ou total (atingindo os correspondem à emergência de nervos que se destinam aos membros
pêlos, a coróide e a íris). O vitiligo também provoca a descoloração da anteriores e posteriores. O sistema nervoso autônomo é uma unidade
pele, com manchas esbranquiçadas de distribuição irregular. funcional complementar, constituída pelos sistemas simpático e
parassimpático, dos quais depende o equilíbrio da vida orgânica. A função
Entre as alterações congênitas da pele, duas se destacam pela do sistema nervoso nos animais superiores é complementada pela ação do
freqüência relativa: o angioma, hiperplasia localizada de vasos sangüíneos sistema endócrino, encarregado de regular a secreção hormonal.
da pele, que se apresenta como mancha ou exuberância vermelha; e a
ictiose, causada por uma anomalia no processo de cornificação da pele, Sistema cérebro-espinhal do ser humano. No homem, a estrutura dos
pêlos e unhas e caracterizada pela formação de escamas que conferem à nervos é diferenciada em duas áreas. Uma delas corresponde ao sistema
pele aspecto que lembra tegumento de peixe ou lagarto. A pele reflete os nervoso central, constituído pelo encéfalo e a medula espinhal, que se
mais variados sentimentos e emoções. Coceira intensa, caspa, herpes, aloja no conduto crânio-raquidiano, protegido pelas meninges e pelas
queda de cabelo etc. podem ser mais que dermatoses e indicar situações vértebras. A outra forma o sistema nervoso periférico, que consta de um
de ansiedade, insegurança e tensão. A relação entre fatores psíquicos e conjunto de nervos distribuídos por todo o organismo. Parte do sistema
problemas na pele é tão comum que parte dos médicos se voltam para a periférico integra o sistema nervoso autônomo, ou vegetativo, que regula o
psicodermatologia. funcionamento das vísceras e glândulas.
No sistema nervoso central, o encéfalo humano mantém a tripla
Sistema Nervoso divisão em prosencéfalo, mesencéfalo e rombencéfalo, característica da
À medida que a vida na Terra evoluiu e que o ambiente se tornou mais evolução embrionária dos vertebrados, embora organicamente se
complexo, a sobrevivência dos animais passou a depender cada vez mais estabeleça preferencialmente a distinção entre cérebro, cerebelo, ponte de
da forma como eles podiam responder às mudanças do meio ambiente. Varólio (ou protuberância), pedúnculos cerebrais e bulbo raquidiano (ou
Uma vez que a comunicação entre as células por meios químicos era medula oblonga). O cérebro é o elemento principal, para o qual são
muito lenta, surgiu um sistema capaz de fornecer respostas mais rápidas: dirigidos os impulsos recebidos pelo sistema nervoso. Seu peso médio,
o sistema nervoso, que transmite impulsos elétricos quase quando atingido o desenvolvimento máximo, é de 1.400g nos homens e
instantaneamente, de uma região do corpo a outra, através de células 1.260g nas mulheres. Na morfologia cerebral distingue-se uma primeira
nervosas especializadas. separação em dois grandes hemisférios cortados por uma linha profunda,
a fissura sagital. Na superfície de cada um desses hemisférios existem
Sistema nervoso é a unidade fisiológica animal, formada por um dois outros cortes, a fissura de Sylvius, ou sulco lateral, e a de Rolando, ou
conjunto de células especializadas denominadas neurônios, que se sulco central. Ficam assim delimitados quatro lobos em cada bissecção:
encarrega das funções de coordenação do organismo e de sua relação frontal, parietal, temporal e occipital.
com o meio externo e com todos os elementos anatômicos que o integram.
A cavidade interna do cérebro é irrigada pelo líquido cefalorraquidiano,
Anatomia comparada. A forma mais simples de sistema nervoso se que flui também na medula espinhal e constitui um elemento de extrema
encontra no filo dos celenterados, do qual fazem parte as hidras, as importância no diagnóstico de muitas doenças e alterações metabólicas.
medusas e os pólipos. Esses animais possuem células nervosas De dentro para fora, distinguem-se a substância branca, formada por
distribuídas por todo o organismo, formando uma espécie de rede. Nos neurônios (células nervosas) recobertos de mielina, material lipoprotéico
vermes menos evoluídos, platelmintos e nemertinos, o sistema nervoso que envolve as fibras e aumenta a velocidade de transmissão dos
ainda é primitivo, mas já existe um certo grau de polarização, além de impulsos nervosos; e a substância cinzenta, que forma o envoltório ou
gânglios cerebriformes e fibras nervosas longitudinais. córtex cerebral. A massa cerebral é recoberta por três membranas de
Os anelídeos se situam no estágio seguinte da escala evolutiva. O proteção, as meninges, que separam o córtex dos ossos cranianos. São
sistema nervoso desses animais consta de um par de gânglios elas a pia-máter (mais interna), aracnóide (intermediária) e dura-máter
cerebriformes unidos por um anel periesofágico aos gânglios metaméricos. (mais externa).
Ocorrem também nervos laterais. Os artrópodes, quanto ao sistema Na região póstero-inferior do cérebro, situa-se o cerebelo, órgão
nervoso, não diferem muito dos anelídeos a partir dos quais evoluíram. responsável pela coordenação motora formado por uma parte mediana, o
No filo dos moluscos, a estrutura nervosa é muito diferenciada e atinge verme, e dois lobos ou hemisférios. A ponte de Varólio, também
seu mais alto grau de evolução na classe dos cefalópodes (lulas, polvos, denominada protuberância anular, liga o cérebro, o cerebelo e o bulbo, e
náutilos etc). Nesses animais, os diferentes gânglios se fundem para está situada na parte inferior do encéfalo. Compõe-se de diferentes planos
constituir a massa cerebral, na qual se distingue uma parte encarregada da de fibras nervosas longitudinais e transversais. O bulbo faz a transição
função visual e outra à qual compete regular o funcionamento das entre o encéfalo e a medula. Nele se entrecruzam as fibras nervosas que
brânquias, das vísceras etc. atingirão o cérebro, razão pela qual as funções reguladoras do lado direito
do corpo são controladas pelo lobo cerebral esquerdo, e as
Nos vertebrados, o sistema nervoso se divide em central (cérebro e correspondentes ao lado esquerdo, pelo lobo direito.
medula espinhal) e periférico (nervos cranianos e raquidianos, além do
sistema nervoso autônomo ou vegetativo). O encéfalo se divide em três Do bulbo nasce a medula espinhal ou raquidiana, cordão nervoso
regiões: o prosencéfalo, ou encéfalo anterior; o mesencéfalo, ou porção cilíndrico que se prolonga pelo interior da coluna vertebral até o extremo do
média; e o rombencéfalo, ou parte posterior. O segmento anterior pode osso sacro. O cordão medular consta de um núcleo central de substância
dividir-se ainda em telencéfalo (integrado pelos lóbulos da olfação e os cinzenta, com característica disposição em forma de X, envolto numa
hemisférios cerebrais) e diencéfalo (do qual fazem parte o epitálamo, o massa cilíndrica de substância branca. A substância cinzenta se ramifica a
tálamo e o hipotálamo). A seção intermediária contém os lóbulos ópticos; a partir da medula para formar as raízes dos nervos raquidianos. Ao longo
posterior também diferencia-se em metencéfalo (do qual faz parte o de toda a sua extensão, a medula raquidiana é protegida externamente,
cerebelo) e mielencéfalo (constituído pelo bulbo raquidiano, que se liga à como o encéfalo, pelas três meninges e, em seu canal interno, por uma
medula espinhal). membrana denominada epêndima.

A complexidade anatômica do encéfalo está relacionada com o Os nervos representam a unidade fisiológica fundamental do sistema
enorme número de funções e processos sensitivos por ele regulados. nervoso periférico. Eles se originam nos dois componentes básicos do
Geralmente, observa-se nos peixes um menor desenvolvimento do cérebro sistema nervoso central: o cérebro e a medula espinhal. Os 12 pares de
em benefício dos órgãos olfativos. À medida que se avança na escala nervos cranianos distinguem-se em olfativo, óptico, motor ocular comum,
evolutiva, as dimensões do cérebro aumentam até alcançarem o tamanho patético (ou troclear), trigêmeo, motor ocular externo, facial e intermédio,

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estato-acústico (vestíbulo-coclear), glossofaríngeo, vago (pneumogástrico), As trocas gasosas O2 do ar com o CO2 do sangue efetuam-se nos
espinhal (acessório) e hipoglosso. Outros 31 pares formam o conjunto de pulmões. O sangue, oxigenado nos pulmões no nível dos vasos capilares,
nervos raquidianos, dos quais dependem a recepção de impulsos efetua trocas gasosas com os tecidos e, por conseguinte, com as células;
periféricos, sua transmissão aos centros fundamentais do sistema nervoso cede O2 e recebe CO2 resultante de oxidações celulares. As trocas
e o envio de sinais aos músculos. gasosas que se verificam nos pulmões constituem o que se denomina
respiração externa; as que se processam na intimidade dos tecidos
Sistema autônomo ou vegetativo. A regulação das funções dos órgãos constituem a chamada respiração interna.
internos, de forma involuntária e autônoma, é executada pelo sistema
nervoso vegetativo, unidade fisiológica integrada por dois sistemas A respiração é um processo normalmente automático em duas fases,
diferenciados, o simpático e o parassimpático, com atividades opostas. A a inspiração e a expiração. A inspiração conduz ar fresco, oxigenado,
motilidade intestinal, por exemplo, é estimulada por um nervo do sistema através da boca e do nariz, para a traquéia, os brônquios e os pulmões,
simpático e inibida por outro do sistema parassimpático. As unidades onde se processa a troca de oxigênio pelo gás carbônico. Segue-se, um ou
funcionais do sistema vegetativo são as fibras e os gânglios. dois segundos depois, a expiração, quando o ar, desprovido de oxigênio e
carregado de gás carbônico, é expelido dos pulmões.
O sistema simpático é integrado por uma dupla cadeia de gânglios
dispostos em ambos os lados da coluna vertebral. A condução dos O sangue que circula nos pulmões transporta oxigênio para as células
impulsos nervosos às vísceras é feita por dois neurônios: o pré-ganglionar do corpo e retira delas o gás carbônico. O coração bombeia o sangue
parte da medula e forma no gânglio uma sinapse com o neurônio pós- pobre de oxigênio para os pulmões, onde se processa uma rápida troca de
ganglionar, que prossegue para inervar um órgão periférico. O segundo gases através da fina membrana que há entre os alvéolos e os capilares
componente do sistema nervoso autônomo é o parassimpático, formado circundantes. O sangue fresco e oxigenado volta ao coração, que o faz
pelas fibras nervosas autônomas que emergem do sistema nervoso pelos circular por todo o organismo. O ciclo se repete enquanto existir vida.
nervos cranianos e pelos segmentos sacrais. Embora seus componentes
obedeçam ao padrão geral da via efetora autônoma formada de dois Cavidade nasal. A cavidade nasal situa-se na parte média da face,
neurônios, o parassimpático se caracteriza por ter o gânglio muito próximo acima da cavidade bucal. Delimitada por arcabouço osteocartilagíneo, que
da víscera que inerva. forma a saliência denominada nariz, é dividida pelo septo nasal em duas
metades, esquerda e direita, geralmente assimétricas.
Anatomia e função dos nervos. A unidade funcional básica do sistema
nervoso é o neurônio. Seu papel na transmissão de impulsos pôde ser O nariz tem forma pirâmido-triangular e seu ângulo superior é
estabelecido a partir dos estudos do pesquisador espanhol Santiago denominado raiz. Suas faces laterais convergem superomedialmente e
Ramón y Cajal e, posteriormente, do alemão Heinrich Wilhelm von constituem o dorso do nariz, borda livre que termina no ápice do órgão. A
Waldeyer, responsável por sua denominação. Esses dois cientistas, que se face inferior apresenta dois orifícios amplos, elíticos, as narinas, uma
opunham aos que defendiam a teoria da estrutura fibrilar difusa, esquerda, outra direita, separadas entre si pela porção ântero-inferior do
conseguiram demonstrar que o sistema nervoso consta de células nas septo. Comunicam as correspondentes metades da cavidade nasal com o
quais se diferenciam um corpo celular, ou soma, um eixo de transmissão meio ambiente. O esqueleto do nariz é formado pelos ossos nasais,
de impulsos nervosos, denominado axônio ou cilindro-eixo, e uma série de maxilas e pelas seguintes cartilagens: do septo, laterais, alares maiores e
prolongamentos ramificados, ou dendritos. A transmissão de impulsos menores, e outras pequenas, acessórias.
ocorre em regiões de interferência, denominadas sinapses. Em cada metade da cavidade nasal distinguem-se: uma parte anterior,
Além dos neurônios, existem no sistema nervoso células que formam menor, o vestíbulo, com paredes cartilagíneas, e outra posterior, ampla,
o tecido de sustentação e nutrição do sistema: a neuroglia. Foram anfractuosa, com paredes ósseas em sua maior extensão. Nessa região
descritos três grupos principais de células neurogliais: (1) os astrócitos, existem pêlos chamados vibrissas. O restante de cada metade da
com participação na transmissão sináptica; (2) os oligodendrócitos, com cavidade nasal comunica-se com a porção superior da faringe por meio de
função de proteção e isolamento do neurônio; e (3) as células da microglia, amplo orifício oval denominado cóano e com os seios paranasais e células
pequenas e fagocitárias. etmoidais através de pequenos orifícios. O soalho dessa porção de cada
metade da cavidade nasal corresponde ao teto da cavidade bucal; a
Quanto à fisiologia do sistema nervoso, seus componentes parede medial é formada pelo septo nasal, ósseo na porção posterior,
apresentam diferentes funções de regulação e controle. Na medula cartilagíneo na anterior; comumente, o septo nasal está desviado da linha
espinhal são exercidas ações condutoras ou motoras e funções reflexas, mediana.
como as da postura e da locomoção. O bulbo raquidiano intervém no
controle das funções cardíaca e respiratória, entre outras, e o cerebelo no A parede lateral de cada metade da cavidade nasal apresenta três
controle do equilíbrio e do tono muscular, bem como na coordenação de relevos chamados conchas (ou cornetos) nasais, superior, médio e inferior,
movimentos. O cérebro é o centro em que se combinam e integram todos que delimitam espaços, os meatos nasais. Nos meatos encontram-se os
os processos sensíveis e motores, emocionais e intelectuais. orifícios de comunicação com os seios paranasais e células etmoidais,
cavidades cheias de ar, anexas à cavidade nasal e localizadas nos ossos
Os impulsos nervosos podem ser voluntários ou reflexos, segundo pneumáticos do esqueleto cefálico. No recesso esfenoetmoidal, região
alcancem ou não o córtex cerebral. Também se distinguem transmissões estreita situada acima e atrás da concha superior, abre-se o seio
sensitivas, que ocorrem dos nervos para os centros superiores, e motoras, esfenoidal. No meato superior abrem-se as células etmoidais posteriores,
quando a direção do impulso é inversa. O impulso nervoso (de natureza no meato médio, os seios frontal e maxilar e as células etmoidais
eletroquímica) tem sua velocidade ou intensidade aumentada por anteriores, e no meato inferior o canal nasolacrimal, comunicação das
substâncias neurotransmissoras, como a acetilcolina e a adrenalina, de cavidades orbital e nasal. As sinusites são uma inflamação dos seios
singular importância para a o estudo das doenças do sistema nervoso. paranasais.

Sistema Respiratório A mucosa de revestimento de cada metade da cavidade nasal é


ricamente vascularizada e contínua com a dos seios paranasais e células
Função essencial para manter a vida, a respiração se realiza por meio etmoidais; apresenta, na região da concha nasal superior e porção
de um conjunto de órgãos e processos que permitem as trocas gasosas equivalente do septo, inervação especial ligada à função olfativa.
entre o organismo e o meio ambiente; pela respiração, o homem absorve
oxigênio do ar e elimina gás carbônico. Faringe. Conduto ímpar e mediano que pertence à via respiratória e ao
tubo alimentar, a faringe se estende da base do crânio até o nível da sexta
Denomina-se sistema respiratório o conjunto de órgãos tubulares e vértebra cervical, onde se comunica com o esôfago. Situada atrás das
alveolares, situados na cabeça, pescoço e cavidade torácica, que são cavidades nasal, bucal e laríngea, com as quais tem comunicação, é
responsáveis pela respiração. O oxigênio do ar inspirado e o gás carbônico dividida em três segmentos: partes nasal, bucal e laríngea da faringe, cujos
a ser expelido circulam através das vias aeríferas -- cavidade nasal, limites respectivos não são nítidos. Considera-se um plano horizontal
faringe, laringe, traquéia e brônquios -- a fim de intercomunicar o meio correspondente ao véu palatino o limite entre as partes nasal e bucal da
ambiente com os pulmões. faringe, e outro, também horizontal, na altura da epiglote, o limite entre as
partes bucal e laríngea da faringe.

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A parte nasal, porção superior da faringe, comunica-se com a pulmonares. O brônquio principal direito é mais calibroso, mais curto e está
cavidade nasal através dos cóanos. Sua extremidade superior, abóbada, em quase direta continuação ao eixo da traquéia; o brônquio principal
corresponde à base do crânio e sua parede posterior, às vértebras esquerdo, de calibre menor, é mais longo e mais oblíquo. Ao penetrarem
cervicais superiores. Nas paredes laterais, esquerda e direita, localizam-se nos respectivos pulmões, dividem-se em brônquios lobares e estes, por
os orifícios das respectivas tubas auditivas; estas intercomunicam a parte sua vez, em brônquios segmentares, que se ramificam sucessivamente e
nasal da faringe com as correspondentes cavidades do tímpano, a fim de terminam em alvéolos pulmonares.
manter equilibrada a pressão em ambas as faces da membrana deste
último. Os brônquios intrapulmonares e suas ramificações apresentam
modificações arquitetônicas à medida que se aproximam dos alvéolos. Os
A mucosa da parte nasal da faringe apresenta numerosos acúmulos arcos cartilaginosos são a princípio idênticos aos da traquéia e dispõem-se
linfáticos, que se agrupam em tonsilas, importantes elementos de defesa em série regular; progressivamente a cartilagem se apresenta em placas
do organismo situados nas vias respiratórias altas. Existe a tonsila angulosas, cada vez menores, dispostas em toda a periferia do brônquio, e
faríngea, ímpar, na abóbada, e as tonsilas tubárias, uma de cada lado, no deixa de existir nos bronquíolos de calibre inferior a um milímetro. O
nível do orifício faríngeo da tuba auditiva. A parte nasal da faringe restante da parede, além da mucosa, é constituído por membrana
continua, inferiormente, na parte bucal da faringe, onde se cruzam a via conectivo-elástica provida de musculatura lisa, predominantemente
aerífera, que se dirige à laringe, com a via que conduz os alimentos ao circular.
esôfago, passando pela parte laríngea da faringe.
Pulmões - mecânica e fisiologia da respiração. Órgãos principais do
Laringe. Situada na parte mediana do pescoço, na altura das vértebras sistema respiratório, os pulmões têm consistência esponjosa e cor rosada
cervicais inferiores, a laringe se comunica acima com a faringe e abaixo e estão situados na região torácica, de ambos os lados do coração. Um
com a traquéia. Mantém abertas as vias aéreas; é o órgão da fonação, isto músculo transversal, o diafragma, separa-os do abdome e entre eles existe
é, da produção do som, e impede que partículas maiores alcancem as vias um espaço chamado mediastino. O pulmão esquerdo tem dois lóbulos e o
respiratórias inferiores no momento da deglutição. Constitui-se de direito três. Ambos estão envoltos por uma membrana dupla conhecida
cartilagens, membranas, ligamentos e músculos. como pleura. É nos pulmões que se produz a parte mais importante do
fenômeno respiratório, que se processa em duas fases principais: a de
As cartilagens principais da laringe são: (1) tireóide, ímpar, formada inspiração, em que o ar entra pela traquéia passando pela boca e nariz,
por duas lâminas retangulares direita e esquerda, unidas em V, com o onde é aquecido, filtrado e umedecido, e segue até os alvéolos; e a de
vértice voltado para a frente, que forma a saliência chamada pomo-de- expiração, ou expulsão do ar contido nos pulmões para o exterior.
adão); (2) cricóide, ímpar, que suporta direta ou indiretamente as demais
cartilagens e tem a forma de um anel de sinete; (3) aritenóide, uma de A inspiração ocorre pela ação combinada de uma série de músculos,
cada lado, semelhante a pequena pirâmide triangular, e que tem dois entre os quais se destacam o diafragma, que ao se contrair se desloca
processos, o vocal e o muscular; e (4) epiglote, ímpar, em forma de pétala, para baixo e aumenta o volume da caixa torácica, e os músculos
situada atrás do osso hióide e da cartilagem tireóide. No ato da deglutição, intercostais externos, situados entre as costelas por seu lado exterior, que
dobra-se para trás sobre a abertura superior da laringe. determinam uma dilatação do volume do tórax quando experimentam
contração. A expiração se verifica passivamente, ao relaxar-se o diafragma
Existem ainda na laringe as pregas ariepiglóticas, extensões e mediante a intervenção de outros músculos, entre eles os intercostais
posteriores da epiglote, que impedem a queda de alimentos na laringe; internos.
recesso piriforme, que conduz o alimento ao esôfago; valécula (pequeno
vale), que separa a epiglote da língua; faixas ventriculares (falsas cordas Os movimentos respiratórios são comandados pelo centro nervoso
vocais), tendo logo abaixo a glote, espaço limitado pelas cordas vocais. respiratório, parte do sistema nervoso central, alojado no bulbo raquidiano,
ao qual chega a informação referente à concentração do dióxido de
Os músculos da laringe são estriados e inserem-se nas cartilagens e carbono e dos níveis de oxigênio no sangue. Se a primeira é alta, estimula-
ligamentos desse órgão. Agem direta ou indiretamente sobre as pregas se a contração dos músculos respiratórios de modo que se incremente a
vocais esquerda e direita, modificando seu estado de tensão, e eliminação do dióxido de carbono e o aporte de oxigênio. Fibras nervosas
aproximando-as ou afastando-as. Distinguem-se os seguintes músculos: provenientes dos pulmões conduzem, de forma centrípeta, impulsos
vocal e cricotiroideu, tensores do ligamento vocal; cricoaritenoideu lateral, nervosos deflagrados por receptores situados no epitélio e na musculatura
tiro-aritenoideu, aritenoideu transverso e aritenoideu oblíquo, constritores lisa da árvore traqueobrônquica. Na inspiração, pela distensão alveolar,
da rima glótica, portanto adutores, isto é, aproximadores das pregas desencadeiam-se impulsos nervosos que, principalmente pelo nervo vago,
vocais; e cricoaritenoideu posterior, dilatador da glote, portanto, abdutor, alcançam, no sistema nervoso central, o centro respiratório. Este é
isto é, afastador das pregas vocais. Por conseguinte, com exceção do constituído por dois componentes: um inspiratório e outro expiratório. Após
último, que amplia a rima glótica e permite a livre respiração, os demais a inalação, impulsos nervosos ativam o centro expiratório que promove a
músculos a estreitam. exalação. No final desta, novos impulsos desencadeados pelos receptores
As denominações dos músculos indicam suas respectivas inserções; o alveolares seguem também pelo nervo vago e atingem, novamente, o
músculo vocal é considerado como feixe do músculo tiro-aritenoideu; está centro respiratório, e assim sucessivamente. Esse ciclo, num adulto
contido na espessura do lábio vocal e desempenha importante papel na normal, ocorre de 12 a 16 vezes por minuto, automaticamente.
modulação do som laríngeo. Os movimentos alternados de inspiração e expiração permitem a
Traquéia. A traquéia segue-se à laringe no nível da sexta vértebra ventilação pulmonar. Quando o ar alcança os alvéolos, passa por difusão
cervical e bifurca-se na altura da quarta ou quinta vértebra torácica, em aos capilares alveolares que os rodeiam e se une à hemoglobina das
brônquios principais direito e esquerdo. A traquéia é constituída por anéis hemácias, ou glóbulos vermelhos. Essa hemoglobina é um composto
cartilaginosos em forma de ferradura e embutida em membrana protéico que contém ferro em sua molécula; o ferro é precisamente o ponto
fibroelástica. Na parte posterior dos anéis há músculos lisos, cuja no qual o oxigênio se fixa e é assim transportado até as células.
contração permite variar até certo ponto o calibre da traquéia. A mucosa Nos capilares dos órgãos, a hemoglobina libera o oxigênio, que é
traqueal é forrada por epitélio colunar ciliado, de cuja ação resulta o absorvido pelas células; estas cedem o dióxido de carbono, resíduo do
transporte de muco e material inspirado para a laringe, de onde podem ser metabolismo orgânico que, ao se combinar com a hemoglobina, forma a
eliminados por ação da tosse. A parte da traquéia correspondente ao carbo-hemoglobina e é levada de volta aos pulmões pelo sangue venoso.
pescoço (onde se faz a traqueotomia) não mede além de 2,5cm, mas seu Nos capilares dos alvéolos pulmonares a carbo-hemoglobina se decompõe
comprimento pode ser aumentado quando a cabeça se estende para trás. e forma o gás carbônico, que se desprende e é finalmente expulso para a
A cartilagem que forma a bifurcação traqueal chama-se carina ou carena e atmosfera.
separa as extremidades superiores dos brônquios principais direito e
esquerdo. Influem sobre a neuromecânica da respiração vários fatores. Os vasos
sangüíneos têm os chamados quimiorreceptores, sensíveis às alterações
Brônquios. Na sua porção extrapulmonar, os brônquios apresentam do nível sangüíneo de oxigênio ou dióxido de carbono. Quando ocorre
arquitetura semelhante à da traquéia; juntamente com artérias, veias, alteração no nível de oxigênio ou dióxido de carbono, os quimiorreceptores
linfáticos e nervos de cada pulmão, formam os respectivos pedículos enviam impulsos ao bulbo: assim, se o teor de dióxido de carbono é

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excessivo, as informações sensitivas enviadas pelos quimiorreceptores Formação. Os ossos podem originar-se de um esboço cartilaginoso --
provocam aumento da freqüência respiratória, o que acelera a substituição ossos condrais, existentes na maior parte do esqueleto --, ou de um
do dióxido de carbono pelo oxigênio nos pulmões, restabelecendo o teor esboço conjuntivo -- ossos conjuntivos, como os da calota craniana.
normal desse gás no sangue. Além desses fatores, devem ser destacados Poucos têm origem mista, cartilaginosa e conjuntiva, como o esfenóide e o
os impulsos nervosos provenientes de outros centros nervosos do sistema temporal, por exemplo. A ossificação se inicia a partir de centros ou pontos
nervoso central, as condições de momento, emoções, a temperatura de ossificação (principais e complementares), responsáveis pelo processo
ambiente, o esforço físico etc. de formação óssea em determinada região, e termina com a fusão de
várias regiões entre si.
Pleura. Cada pulmão está envolto por um saco seroso completamente
fechado, denominado pleura. É equivalente ao pericárdio do coração e ao Tipos de osso. De acordo com sua forma e outras características, os
peritônio da cavidade abdominal. ossos podem ser: (1) longos, nos quais o comprimento predomina sobre a
largura e a espessura (ossos do braço, antebraço, coxa e perna) e que
A pleura apresenta dois folhetos, um visceral, pleura pulmonar, apresentam um corpo, com canal central (cavidade que contém medula
aderente ao pulmão, e outro parietal, pleura parietal, que forra as paredes óssea) e duas extremidades, as epífises; o corpo e as partes adjacentes
do hemitórax correspondente. O folheto parietal continua-se no visceral das extremidades são denominados diáfise, sendo que os ossos com
após reflexão junto ao hilo do pulmão, onde envolve o pedículo pulmonar. características semelhantes, que, entretanto, não apresentam cavidade
Entre a pleura parietal e a visceral existe uma cavidade virtual, a cavidade medular, como as costelas, são chamados alongados; (2) curtos, em que
da pleura, que contém alguns milímetros cúbicos de líquido pleural. Sua as três dimensões se equivalem aproximadamente (ossos do tarso); (3)
pressão é negativa, o que representa importante fator para a mecânica planos ou laminares, nos quais o comprimento e a largura predominam
respiratória. O aumento anormal, patológico, do líquido pleural é conhecido acentuadamente sobre a espessura (ossos da calota craniana); e (4)
por pleurisia. pneumáticos, que apresentam cavidades contendo ar (frontal, maxilas,
Osso esfenóide e temporais).

Duro e resistente, configurado para suportar o peso dos vertebrados, o Incluídas em tendões ou ligamentos, especialmente na mão e no pé,
osso é uma das mais surpreendentes aquisições evolutivas do reino há ainda peças ósseas denominadas sesamóides. A rótula ou patela,
animal. Seu desenho permite tanto o vôo das aves e a marcha dos situada na espessura do tendão do músculo quadríceps femural, ao nível
bípedes e quadrúpedes em terra firme quanto a conquista dos oceanos do joelho, está nessa categoria. No crânio há ainda peças ósseas
pelos peixes e cetáceos. acessórias, entre as quais as mais conhecidas são os ossos suturais ou
fontanelares, ao longo de articulações ósseas da calota craniana.
Osso é um tecido corporal rígido formado por células imersas num
material intercelular duro e abundante (osseína). Seus dois principais Anatomia comparada. O esqueleto parcial ou totalmente ossificado
componentes -- colágeno e fosfato de cálcio -- distinguem o osso de outros surgiu nos peixes osteíctes (ou teleósteos, a maioria dos peixes
tecidos duros, como a quitina, o esmalte e a cobertura da concha. Os conhecidos). Nos vertebrados inferiores, como os ágnatos (lampreias) e os
ossos têm uma função protetora dos órgãos vitais, vísceras e demais peixes condrictes, o esqueleto é cartilaginoso. À medida que se ascende
partes mais frágeis do corpo, como o cérebro, os pulmões e o coração. na escala evolutiva dos vertebrados observa-se uma complexidade
Atuam também como suporte fundamental para a ação dos músculos -- o crescente no que se refere ao número, estrutura e disposição das peças
que possibilita o movimento dos animais -- e representam uma poderosa ósseas. A fusão dos ossos do crânio ocorre de maneira cada vez mais
reserva de minerais, por meio da qual o sistema endócrino regula o nível perfeita, formando diversas regiões: a etmóide, em torno dos órgãos
de cálcio e fósforo no organismo. olfativos; a orbitária, em que se alojam os globos oculares; a região
auditiva, em torno das cápsulas auditivas; e a occipital.
Características do tecido ósseo. Os diferentes aspectos que o tecido
ósseo apresenta ao exame macroscópico permitem reconhecer que a Uma reestruturação geral da coluna ocorreu nos anfíbios (rãs,
substância óssea -- osseína -- pode ser compacta ou esponjosa, embora salamandras), com o aparecimento dos membros superiores e inferiores,
histologicamente, suas características básicas sejam as mesmas. A de modo a garantir sua ligação com essas novas partes do corpo. Com a
substância óssea compacta dispõe-se em lamelas, predominantemente evolução, a coluna vertebral se diferenciou em várias regiões, cada uma
concêntricas, que formam cilindros cujos canais longitudinais, centrais com características e funções próprias. A locomoção pôde assim se
(canais de Havers), se comunicam por anastomose e são percorridos por realizar de forma mais eficaz, o que resultou no alto grau evolutivo
vasos sangüíneos, que alimentam as células ósseas, e por nervos. A alcançado pelos vertebrados superiores, que conseguiram dominar os
esses sistemas lamelares, considerados unidades funcionais da ambientes marítimo, aéreo e terrestre, graças à variedade de seus tipos
substância óssea compacta, dá-se o nome de sistemas harvesianos ou biológicos. A perfeição do aparelho locomotor se deve, em grande parte, à
osteônios. A substância óssea esponjosa apresenta cavidades de disposição e morfologia das peças que compõem os membros -- asas,
tamanhos variados, intercomunicantes, e não possui sistemas patas, patelas, pernas, mãos e pés --, adaptáveis aos mais variados
harvesianos. habitats. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.

A análise microscópica permite detectar quatro tipos de células


imersas no material intracelular: osteoblastos, osteócitos, osteoclastos e
células mesenquimatosas ósseas indiferenciadas. O osteoblasto é
responsável pela elaboração de novo material intercelular na superfície do
osso. O osteócito é um osteoblasto que foi envolvido pelo material
intercelular. Está alojado numa cavidade denominada lacuna e se
comunica com outros osteócitos e com a superfície óssea por meio de
prolongamentos citoplasmáticos que atravessam longos canais. Estes se
comunicam, por sua vez, com os canais de Havers.
Com importante função no crescimento corporal, o osteoclasto é uma
célula multinucleada que reabsorve o osso por ataque químico e
enzimático direto. Já as células mesenquimatosas indiferenciadas estão
situadas no tecido conjuntivo frouxo, ao longo dos canais vasculares, e no
tecido fibroso condensado, revestindo a parte externa do osso (periósteo).
Sob estímulo apropriado, essas células dão origem tanto a osteoblastos
quanto a osteoclastos.
Dependendo de como as fibrilas de proteína e os osteócitos estão
dispostos, o osso pode ser: reticulado, em que as fibras colágenas da
matriz óssea formam redes entrelaçadas irregulares; e lamelar, no qual as
fibrilas e osteócitos constituem camadas paralelas.

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Glândula endócrina Chegando ao destino, ativam uma série de complexas reações químicas
para realizar seu objetivo.
Exemplos
Tireóide
Paratireóide
Glândula supra-renal ou Adrenal
Hipófise
Pineal
Ovários
Testículos
Pâncreas
O pâncreas produz o hormônio insulina, que regula o nível de glicose
no sangue. Em certas condições, por exemplo, quando se ingere muito
açúcar, o nível de glicose no sangue aumenta muito. Então o pâncreas
libera insulina no sangue. Esse hormônio aumenta a absorção de glicose
nas células. Assim, o excesso de glicose é retirado do sangue e o nível
desse açúcar volta ao normal.
Quando o pâncreas produz uma quantidade insuficiente de insulina,
surge uma doença conhecida como diabetes. Nesse caso, o excesso de
glicose permanece no sangue: é a hiperglicemia, constatada pela presença
de glicose na urina. A incapacidade das células em absorver
adequadamente a glicose do sangue provoca alguns sintomas como a
sensação de fraqueza muscular e fome.
O pâncreas não é somente uma glândula endócrina: este órgão
constitui uma glândula de secreção externa; produz, na verdade, o suco
pancreático, que serve para digerir os alimentos e que é lançado no
duodeno por um ducto que percorre o pâncreas em toda a sua extensão.
Mais importantes glândulas endócrinas. (Macho à Num corte do pâncreas, contudo, notam-se "ilhas" de substância formada
esquerda, fêmea à de células diversas das do resto da glândula: são as ilhotas de
direita.) 1.Pineal
1. 2. Pituitária 3. Tiróide 4. Timo5.
5. Adrenal 6. Pâncreas Langerhans, que são dotadas, justamente, de uma função endócrina.
7. Ovário 8.Testículos
8. As ilhotas de Langerhans produzem um hormônio: a insulina, da qual
Uma glândula endócrina segrega substâncias que são lançadas a função é permitir a utilização dos açúcares por parte dos tecidos e em
diretamente na corrente sanguínea, ao contrário dasglândulas exócrinas. particular dos músculos, para cuja atividade o açúcar é fundamental.
A tireóide é uma glândula endócrina. Existem ainda as glândulas Quando acontece faltar a insulina, os açúcares não podem ser utilizados
anfícrinas, que são simultanemamente endócrinas e exócrinas. pelos músculos e ficam no sangue: é a diabete. Esta moléstia é causada,
O pâncreas produz insulina (lançada directamente no sangue) e suco na verdade, pela hiperglicemia, isto é, pela presença no sangue dos
pancreático (lançado no intestino delgado, considerado como exterior do açúcares em proporção superior à normal, um por mil. Aumentando o
organismo). açúcar no sangue, a um certo ponto, o rim não consegue mais reter esse
açúcar, que passa, em grande quantidade através dos glomérulos e
Hormônios aparece, portanto, na urina.
Os hormônios são o produto de secreção destas glândulas. Têm como Articulação
característica principal estarem presentes em toda a circulação, desta
maneira banhando todas as células, e exercerem sua ação distantes de As articulações são conexões habituais existentes entre dois ou
sua origem. A palavra "endócrino" significa "secretar
secretar diretamente em",
em e mais ossos, nos vertebrados, ou entre
descreve bem estas glândulas, visto que elas secretam hormônios direto os artículos dos apêndices dos invertebrados.
na corrente sanguínea. À medida que o coração bombeia o sangue pelo
corpo, os hormônios vão a grande velocidade para vários destinos, onde Nos vertebrados superiores, as articulações móveis estão revestidas
realizam seu trabalho. de cartilagem e incluem bolsas de fluido lubrificante. Podem
ser sinoviais, fibrosas oucartilagíneas.
Para que os hormônios executem suas funções, é preciso haver boa
comunicação entre as muitas partes do corpo. Todos nós temos Classificação das articulações
complexos sistemas de comunicações que transmitem informações para
manter-nos vivos e funcionando suavemente: o sistema endócrino e
o sistema nervoso.
Para ilustrar como os dois cooperam, tomemos o exemplo uma cidade
com uma grande rede de canais e barcos. obviamente usa-se o sistema
telefônico para enviar mensagens a outras partes da cidade. Similarmente,
o corpo envia suas mensagens por intermédio do sistema nervoso, rede de
comunicações de alta velocidade que usa sinais eletroquímicos.
Semelhante a uma chamada telefônica, a transmissão via nervos é feita,
por assim dizer, instantaneamente autora larhyssa
É claro que também se pode enviar mensagens por meio de muitos
barcos, na sua grande rede de canais. No corpo, mensageiros químicos
(hormônios) viajam pela corrente sanguínea ou por outros fluidos.
Se assemelharmos a corrente sanguínea aos canais, então os
hormônios são como frotas de barcos que levam mensagens de um lado
Diartroses
Diartroses:
roses 1-Triaxial ou anertrose; 2-Condilar ou elipsóide; 3-Selar; 4-
para o outro, de muitas origens para muitos destinos. Os hormônios viajam
Gínglimo; 5-Gínglimo atípica ou dobradiça.
para os músculos, órgãos ou glândulas bem distantes do ponto de origem.

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Cartilagem articular - (cartilagem hialina) representa a porção do osso Discordantes – apresentam algo na articulação para que os ossos
que não foi invadida pela ossificação. concordem
Membrana sinovial - É a mais interna das camadas da cápsula Meniscartroses – apresentam uma fibrocartilagem que aumenta a
articular encarregada da produção da sinóvia. superfície articular e a torna mais côncava (ex. joelho)
Fibrosas ou sinartroses Heteroartroses – (ex. entre atlas e áxis)
Articulação fibrosa é aquela que apresenta tecido fibroso interposto Aparelho reprodutor
entre os ossos, podendo ser:[1]
Sutura - com pequena quantidade de tecido fibroso, como as que
existem entre os ossos do crânio.De acordo com a as superfícies de
contato são subdivididas em:
Escamosa ou (limbosa)
Denticulada
Plana
Gonfoses – articulações fibrosas que ocorrem entre cavidades e
saliências (ex. dentes e maxila, dentes e mandíbula)
Sindesmoses – articulações fibrosas ligadas por fibras colágenas ou
lâminas de tecido fibroso - membrana interóssea (ex.rádio e ulna; tíbia e
fíbula)
Cartilaginosas – apresentam cartilagem entre os os
ossos
Sincondroses – ossos que aderem por cartilagem hialina que mais Sistema reprodutor masculino.
tarde ossifica; Sequência: osso-cartilagem-osso (ex. sacro, cóccix e O aparelho reprodutor
reprodutor,
rodutor sistema reprodutor ou sistema genital é um
esterno) sistema de órgãos dentro de um organismo que trabalha em conjunto com
Sínfises ou anfiartroses – existe uma fibrocartilagem espessa a finalidade de reprodução. Muitas substâncias não-vivas, tais como
interposta; Sequência: osso-cartilagem-disco-cartilagem-osso (ex. fluidos, hormônios eferomônios também são acessórios importantes para o
articulações entre corpos vertebrais) sistema reprodutivo. Ao contrário da maioria dos sistemas de órgãos,
os sexos das espécies diferenciadas muitas vezes apresentam diferenças
Diartroses (móveis / sinoviais / diartroses) significativas. Essas diferenças permitem uma combinação de material
Classificação de acordo com os eixos de movimento, e exemplos: genético entre dois indivíduos que permite a possibilidade de uma
maior aptidão genética de sua descendência. Os principais órgãos do
Uniaxial (1 eixo, 2 movimentos): sistema reprodutivo humano incluem o pênis e vulva e
as gônadas produtoras dos gametas (testículos e ovários), bem como uma
Gínglimo ou articulação em dobradiça (permite extensão e flexão):
série de órgãos internos. Doenças do sistema reprodutivo humano são
falanges, cotovelo.
muito comuns e difundidas, principalmente doenças sexualmente
Trocoide ou pivô (permite movimento de rotação, onde um osso transmissíveis.
desliza sobre outro fixo):articulações rádio-ulnar e atlanto-axial.
A maioria dos outros animais vertebrados têm, como regra geral,
Plana ou artródia (deslizamento para Josean frente e para trás): sistemas reprodutivos que consistem de gônadas (no caso do ser humano,
articulações dos ossos carpais e tarsais, articulação da mandíbula. o testículo e o ovário), dutos e aberturas. No entanto, existe uma grande
diversidade de adaptação física, bem como estratégias de reprodução em
Biaxial (2 eixos, 4 movimentos): cada grupo de vertebrados.
Condilar ou elipsoide (extremidade côncava em contato com outra Sistema reprodutivo humano
convexa, limitando o movimento): articulações atlanto-occiptal e entre o
punho e o carpo. Todo ser vivo tem um tempo limitado de vida: nasce, cresce,
envelhece e morre. Várias espécies continuam povoando a Terra graças a
Selar (relacionamento de extremidades de igual curvatura, permitindo capacidade de reprodução. Um ser é capaz de se reproduzir para gerar um
a circundação): articulação carpo-metacarpal do polegar. descendente fértil, que por sua vez, também se reproduz, e a espécie se
Triaxial, esferoide ou enartrose (3 eixos, 6 movimentos): articulação do perpetua. Além disso, na espécie humana a reprodução também traz
quadril. prazer e é uma forma de dar e receber carinho, a relação sexual é uma
das expressões mais íntimas que pode haver no relacionamento entre
Poliaxial (triaxial com maior mobilidade): articulação do ombro. duas pessoas. A reprodução humana (sexo) ocorre pela fertilização
interna durante a relação sexual. Durante este processo,
Concordantes – adaptam-
adaptam-se uma à outra
o pênis ereto do macho é inserido na vagina da fêmea até o
Planas ou artrodias – superfícies planas (ex. corpo da vértebra, macho ejacular o sêmen, que contém espermatozoides, na vagina da
cabeça da costela e vértebras vizinhas) fêmea. Os espermatozóides, em seguida, viajam através da vagina e
do cérvix no útero. A fertilização geralmente acontece na tuba
Enartroses ou esferoides – superfícies esféricas (ex. úmero com uterina (fecundação é o nome dado ao encontra dos gametas, do óvulo e
escápula, fémur com osso coxal) do espermatozóide). Após afertilização bem sucedida,
Trocartroses ou trocóides – superfícies cilíndricas (ex. cabeça do rádio a gestação do feto ocorre então dentro do útero da fêmea durante cerca de
e ulna) nove meses; este processo é conhecido como gravidez nos seres
humanos. A gestação termina com o nascimento, que ocorre com o parto.
Trocleartroses ou ginglimos – forma de roldana (ex. úmero e ulna)
O parto consiste na contração dos músculos do útero, na dilatação do
Condilartroses – forma de côndilo (ex. úmero e rádio) colo do útero, fazendo com que o bebê passe para fora da vagina. Em
alguns casos, é necessário realizar um parto cesariano. Os bebês
Efipiartroses ou sela – forma de sela de montar (ex. clavícula, esterno
humanos e as crianças são quase indefesos e requerem altos níveis de
e primeira cartilagem costal)
cuidados dos pais por muitos anos. Um tipo importante de cuidado parental
é o uso da glândula mamária no seio feminino para amamentar o bebê.

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Os seres humanos têm uma grande diferenciação sexual. Além das espécies não permanecem continuamente férteis sexualmente como os
diferenças em quase todos os órgãos reprodutivos, inúmeras diferenças seres humanos. Da mesma forma que esses últimos, a maioria dos grupos
ocorrem normalmente nas características sexuais secundárias. O sistema de mamíferos têm testículos caídos encontrados dentro de um saco
endócrino é diretamente relacionado com essas características. A escrotal, no entanto, outros têm testículos caídos, apoiados na parede
liberação de certos hormônios causa o desenvolvimento dessas ventral, e alguns grupos de mamíferos, como os elefantes, têm testículos
características secundarias. não caídos que se encontram no fundo de suas cavidades corporais perto
de seus rins.
Sistema reprodutor masculino
O sistema reprodutor masculino humano é uma série de órgãos Aparelho urinário
localizados fora do corpo e ao redor da região pélvica de um macho, que O Aparelho urinário ou sistema urinário é um conjunto
contribui com o processo reprodutivo. A principal função do sistema de órgãos envolvidos com a formação, depósito e eliminação da urina. O
reprodutivo masculino é proporcionar que aparelho é formado por dois rins, dois ureteres, uma bexiga e
o gameta ou espermatozóide masculino fecunde o óvulo. Os principais uma uretra.Os materiais inúteis ou prejudiciais ao funcionamento
órgãos reprodutivos do sexo masculino podem ser agrupados em três do organismo, não são assimilados, sendo assim eliminados.Os materiais
categorias. desnecessários ao funcionamento do corpo humano e por ele expelidos
A primeira categoria é a produção de espermatozóides e não são iguais.As células produzem muitos resíduos que são produtos das
armazenamento. A produção ocorre nos testículos, que estão alojados atividades das células e que devem ser eliminados (excretados) do
no escroto, com temperatura regulada, de onde os espermatozóides organismo, além de substâncias que estão em excesso no sangue. Tais
imaturos deslocam-se para o epidídimo, a fim de desenvolvimento e resíduos são chamados excretas. Juntamente com as substâncias de
armazenagem. rejeição, o aparelho urinário filtra e elimina também água. A eliminação de
água é necessária seja porque as substâncias de rejeição estão
A segunda categoria são as glândulas que produzem o líquido dissolvidas no plasma, que é constituído, na sua maior parte, de água, seja
ejaculatório, que incluem as vesículas seminais, a próstata e a glândula porque também a quantidade de água presente no sangue e nos tecidos
bulbouretral. deve ser mantida constante. Os resíduos formados a partir das reações
químicas que ocorrem no interior das células podem ser eliminados
A última categoria é aquela utilizada para a cópula e a deposição
através:
de espermatozóides (esperma) que estava no macho; nesta categoria
estão o pênis, uretra e canal deferente. Do sistema urinário através da urina
Dentre as principais características sexuais secundárias incluem-se: Da pele através do suor
tamanho maior, estatura muscular maior, tom mais grave da voz, pelos no
corpo e face, ombros largos e pomo-de-adão mais desenvolvido. Um Do sistema respiratório (eliminando o gás carbônico)
hormônio sexual masculino importante é o andrógeno e, particularmente, Rins
a testosterona.
Cerca de 5 litros de sangue são bombeados pelo coração em cada
Sistema reprodutor feminino minuto. Aproximadamente 1.200 ml, ou seja, pouco mais de 20% deste
O sistema reprodutor feminino humano é uma série de órgãos volume flui, neste mesmo minuto, através dos nossos rins. Trata-se de um
localizados principalmente no interior do corpo e ao redor da região grande fluxo se considerarmos as dimensões anatómicas destes órgãos. O
pélvica das fêmeas que contribuem para o processo de reprodução. O sangue entra em cada rim através da artéria renal. No interior de cada rim,
sistema reprodutivo feminino humano contém três partes principais: cada artéria renal se ramifica em diversas artérias interlobares que se
a vagina, que atua como o receptáculo de esperma do macho, o útero, que ramificam em artérias arqueadas que, por sua vez, ramificam-se em
abriga o desenvolvimento do feto, e os ovários, que produzem os óvulos numerosas artérias interlobulares. Cada artéria interlobular,
da fêmea. As mamas também são um importante órgão durante a fase de no córtex renal, ramifica-se em numerosas arteríola aferentes.
cuidados maternais do bebê. Cada arteríola aferente ramifica-se num tufo de pequenos capilares
denominados, em conjunto, glomérulos. Os glomérulos, milhares em cada
A vagina localiza-se no exterior da vulva, que também inclui rim, são formados, portanto, por pequenos enovelados de capilares.Na
os lábios, clitóris e uretra. Durante a relação sexual essa área é lubrificada medida em que o sangue flui no interior de tais capilares, uma parte filtra-
por muco secretado pelas glândulas de Bartholin. A vagina é ligada ao se através da parede dos mesmos. O volume de sangue filtrado a cada
útero através do cérvix, enquanto o útero está ligado ao ovário através minuto corresponde a, aproximadamente, 125 ml. Este sangue filtrado
da tuba uterina. Em determinados intervalos, geralmente a cada acumula-se, então, no interior de uma cápsula que envolve os capilares
28 dias aproximadamente, os ovários liberam um óvulo, que passa através glomerulares (cápsula de Bowman). A cápsula de Bowman é formada por
da tuba uterina até o útero. A membrana do útero, chamada 2 membranas: uma interna, que envolve intimamente os capilares
de endométrio e os óvulos não fertilizados são eliminados a cada ciclo glomerulares e uma externa, separada da interna. Entre as membranas
através de um processo conhecido como menstruação. interna e externa existe uma cavidade, por onde se acumula o filtrado
glomerular.O filtrado glomerular, tem o aspecto aproximado de um plasma:
As principais características sexuais femininas secundárias são: uma
um líquido claro, sem células. Porém, diferente do plasma, tal filtrado
menor estatura, uma elevada percentagem de tecido
contém uma quantidade muito reduzida de proteínas (aproximadamente
adiposo, quadris maiores, glândulas mamárias desenvolvidas
200 vezes menos proteínas), pois as mesmas dificilmente atravessam
e mamas maiores. Dentre os importantes hormônios sexuais femininos
a parede dos capilares glomerulares. O filtrado passa a circular, então,
estão o estrógeno e a progesterona.
através de um sistema tubular contendo distintos segmentos: Túbulo
Outros vertebrados Contornado Proxi
Proximal, Alça de Henle, Túbulo Contornado Distal e DucDucto
Colector.
Colector
Todos animais vertebrados compartilham elementos-chave de seus
sistemas reprodutivos. Todos têm órgãos produtores de gametas Túbulo Contornado Proximal
ou gônadas. Essas gônadas são então conectadas por ovidutos a uma
Ao passar pelo interior deste segmento, cerca de 100% da glicose é
abertura para o exterior do corpo, geralmente a cloaca, mas às vezes para
reabsorvida (transporte activo) através da parede tubular e retornando,
um único poro, como uma vagina ou órgão intromitente.
portanto, ao sangue que circula no interior dos capilares peritubulares,
Mamíferos externamente aos túbulos.
A maioria dos sistemas reprodutivos dos mamífero são semelhantes, Ocorre também, neste segmento, reabsorção de 100%
no entanto, existem algumas diferenças notáveis entre o mamífero dos aminoácidos e das proteínas que porventura tenham passado através
"normal" e seres humanos. Por exemplo, a maioria dos mamíferos machos da parede dos capilares glomerulares.
têm um pênis que é guardado internamente até a ereção, e a maioria
possui um osso peniano ou báculo. Além disso, os machos da maioria das

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Neste mesmo segmento ainda são reabsorvidos aproximadamente Urina
70% das moléculas de Na+ e de Cl- (estes últimos por atracão iónica,
acompanhando os cátions. A reabsorção de NaCl faz com que um A urina é composta de aproximadamente 97% de água. Os principais
considerável volume de água, por mecanismo de osmose, seja também excretas da urina humana são: a uréia, o cloreto de sódio e o ácido úrico.
reabsorvido. Formação da Urina
Desta forma, num volume já bastante reduzido, o filtrado deixa o Os tecidos recebem do sangue as substâncias nutritivas. Os
túbulo contornado proximal e atinge o segmento seguinte: a Alça de Henle. compostos químicos tóxicos que neles se formam como resultado do
Alça de Henle complexo fenômeno da nutriçãodevem ser eliminadas
do organismo evitando assim a intoxicação:
Esta se divide em dois ramos: um descendente e um ascendente. No
ramo descendente a membrana é bastante permeável à água e ao sal Os rins, que filtram o sangue e são os verdadeiros órgãos ativos no
(NaCl). Já o mesmo não ocorre com relação à membrana do ramo trabalho de seleção das substâncias de rejeição
ascendente, que é impermeável à água e, além disso, apresenta um Dos bacinetes renais com os respectivos ureteres,a urina passa a
sistema de transporte ativo que promove um bombeamento constante de bexiga, que é o reservatório da urina
íons sódio do interior para o exterior da alça, carregando consigo
íons cloreto (por atração iónica). Da uretra a urina é excretada do organismo.

Devido às características descritas acima, enquanto o filtrado O Nefrón e a unidade funcional do Rim
glomerular flui através do ramo ascendente da alça de Henle, uma grande Cada rim contem cerca de um milhão de nefróns, cada um deles
quantidade de íons sódio é bombeada activamente do interior para o capaz de forma urina.O rim não pode regenerar novos nefróns.Portanto
exterior da alça, carregando consigo íons cloreto. Este fenómeno provoca com a lesão renal, doença ou envelhecimento, há um gradual declinio no
um acumulo de sal (NaCl) no interstício medular renal que, então, se torna numero de nefróns. Cada nefrón contém um grupo de capilares
hiperconcentrado. glomerulares chamados glomérulos, pelo qual grandes quantidades de
Essa osmolaridade elevada faz com que uma considerável quantidade liquidos são filtrados do sangue, e um longo túbulo, no qual o liquido
de água constantemente flua do interior para o exterior do ramo filtrado é convertido em urina no trajeto para a pelve renal.Os glomérulos
descendente da alça de Henle (este segmento é permeável à água e ao apresentam uma pressão hidrostática alta e todo o glomérulo esta
NaCl) enquanto que, ao mesmo tempo, NaCl flui em sentido contrário, no envolvido pela cápsula de Bowman.O liquido filtrado dos capilares
mesmo ramo. glomérulares flui para o interior da cápsula de Bowman e dai para o interior
do túbulo proximal. A partir do túbulo proximal, o liquido flui para a alça de
Portanto, o seguinte fluxo de íons e de água se verifica através da Henle, a qual mergulha no interior da medula renal.Cada alça consiste em
parede da alça de Henle: No ramo descendente da alça de Henle flui, por um ramo ascendente e um descendente.No final do segmento espesso do
difusão simples, NaCl do exterior para o interior da alça, enquanto que a ramo ascendente esta um segmento curto, que na realidade é uma placa
água, por osmose, flui em sentido contrário (do interior para o exterior da na parede do túbulo chamada de mácula densa.A mácula densa tem um
alça). papel importante na função do néfron.Depois da mácula densa o entra no
No ramo ascendente da alça de Henle flui, por transporte ativo, NaCl liquido túbulo distal, que como o túbulo proximal, situa-se no córtex
do interior para o exterior da alça. renal.Este é seguido pelo túbulo conector e o túbulo coletor cortical, que
leva ao ao ductor coletor cortical.Os ductor coletores se unem para forma
Túbulo Contornado Distal ductos progressivamente maiores que se esvaziam na pelve renal atraves
das papilas renais. A principal função do sisitema urinário é produzir e
Neste segmento ocorre um bombeamento constante de íons sódio do eliminar a urina do corpo, o rim tem 12 cm de comprimento, cor vermelho-
interior para o exterior do túbulo. Tal bombeamento se deve a uma bomba escuro, a quantidade de urina eliminada por dia é de 1L a 1,5L Wikipédia
de sódio e potássio que, ao mesmo tempo em que transporta activamente
sódio do interior para o exterior do túbulo, faz o contrário com íons Microbiologia
potássio. Esta bomba de sódio e potássio é mais eficiente ao sódio do que
ao potássio, de maneira que bombeia muito mais sódio do interior para o A vida humana está intimamente relacionada com os microrganismos,
exterior do túbulo do que o faz com relação ao potássio em sentido abundantes no solo, no mar e no ar. Invisíveis a olho nu, esses seres
contrário. O transporte de íons sódio do interior para o exterior do túbulo oferecem fartas evidências de sua existência -- muitas vezes de forma
atrai íons cloreto (por atracão iónica). Sódio com cloreto formam sal que, desfavorável, quando deterioram objetos valorizados pelo homem e
por sua vez, atrai água. Portanto, no túbulo contornado distal do néfron, provocam doenças, ou benéfica, quando fermentam álcool para a
observamos um fluxo de sal e água do Lumen tubular para o interstício fabricação de vinho e cerveja, levedam o pão e produzem os derivados do
circunvizinho. leite. De incalculável valor na natureza, os microrganismos também
decompõem restos vegetais e animais para transformá-los em gases e
A quantidade de sal + água reabsorvidos no túbulo distal depende elementos minerais recicláveis por outros organismos.
bastante do nível plasmático do hormônio aldosterona, secretado pelas
glândulas supra-renais. Quanto maior for o nível de aldosterona, maior Microbiologia é a ciência que estuda os microrganismos, seres vivos
será a reabsorção de NaCl + H2O e maior também será a excreção de de tamanho microscópico que pertencem a classes e reinos diversos e
potássio. entre os quais estão os protozoários, as algas microscópicas, os vírus, as
bactérias e os fungos. Pela dificuldade em classificá-los como plantas ou
O transporte de água, acompanhando o sal, depende também de um animais, os microrganismos são às vezes agrupados separadamente como
outro hormônio: ADH (hormônio antidiurético), secretado pela neuro- protistas, seres de vida primitiva. A microbiologia pode ser dividida em
hipófise. Na presença do ADH a membrana do túbulo distal se torna disciplinas específicas: a bacteriologia, que se ocupa do estudo das
bastante permeável à água, possibilitando sua reabsorção. Já na sua bactérias; a virologia, que pesquisa os vírus e rickéttsias; e a
ausência, uma quantidade muito pequena de água acompanha o sal, protozoologia, que estuda os protozoários, as algas e os fungos. De outro
devido a uma acentuada redução na permeabilidade à mesma neste ponto de vista, pode ser classificada em teórica, ou pura, e prática, ou
segmento. aplicada. A microbiologia aplicada divide-se ainda, de acordo com as
Ducto Colector especialidades, em médica, industrial, agrícola e alimentar.

Neste segmento ocorre também reabsorção de NaCl acompanhado de Interesse biológico. Muitas bactérias e vírus produzem graves doenças
água, como ocorre no túbulo contornado distal. Da mesma forma como no nos animais, em especial nos seres humanos, como cólera, peste, difteria,
segmento anterior, a reabsorção de sal depende muito do nível do tifo, sífilis, tuberculose etc. Os vírus causam poliomielite, herpes e
hormônio aldosterona e a reabsorção de água depende do nível do ADH. hidrofobia (raiva), entre outras doenças. Mas há bactérias que interferem
Responsável por coletar, concentrar e transportar a Urina. O Ductor de forma positiva em sistemas essenciais à sobrevivência humana. Elas
colector não faz parte do Nefron. estão envolvidas, por exemplo, em processos industriais como a
fermentação alcoólica e a do leite, além da produção de antibióticos e

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diversos compostos químicos. Intervêm ainda nos ciclos naturais do estudava a febre das montanhas Rochosas, doença provocada por esses
carbono e do nitrogênio. microrganismos.
Um dos estudos mais recentes sobre os microrganismos é a A partir da década de 1940, a microbiologia experimentou uma fase
investigação de sua possível ocorrência no espaço sideral e em outros extremamente produtiva, durante a qual foram identificados vários
planetas além da Terra. Ramo da exobiologia, a microbiologia espacial microrganismos causadores de doenças e desenvolveram-se métodos
pesquisa os microrganismos como fornecedores de alimento e oxigênio no para controlá-los. Esses organismos também foram utilizados na indústria,
ambiente fechado das naves espaciais. canalizando-se sua atividade para a produção de artigos para o comércio e
a agricultura. A pesquisa sobre os microrganismos também fez progredir o
Abordagem histórica. A partir do século XIII, atribuiu-se a organismos conhecimento do homem a respeito dos seres vivos, ao fornecer material
invisíveis a responsabilidade pelo surgimento de algumas doenças. Em adequado para o estudo de complexos processos vitais, como o
1546, Girolamo Fracastoro defendeu, em seu livro De contagione et metabolismo.
contagiosis morbis (Sobre os contágios, as doenças contagiosas) a idéia
segundo a qual o contágio se deve a agentes vivos. A microbiologia como Técnicas microbiológicas. Os microrganismos podem ser isolados em
ciência só começou, porém, com a invenção e o aprimoramento do condições especiais, mediante semeadura em meios de cultura ou por
microscópio. Embora não tenha sido o primeiro a observar o mundo inoculação em ovos embrionados de galinha, em células cultivadas no
microscópico, o holandês Antonie van Leeuwenhoek, comerciante e hábil laboratório, ou inoculação em animais sensíveis. O microrganismo pode
construtor de lentes, foi, no final do século XVII, o primeiro a registrar ser cultivado e isolado de acordo com suas exigências biológicas, em
descrições adequadas de suas observações, excelentes pela qualidade meios de cultura mantidos a 37o C ou à temperatura ambiente e
excepcional de suas lentes. Leeuwenhoek comunicou suas descobertas enriquecidos ou não com determinados nutrientes. Alguns desses seres
sobre os "animálculos" numa série de cartas enviadas à Royal Society de são anaeróbios (crescem somente na ausência de oxigênio livre), como as
Londres, em meados de 1670. bactérias do gênero Clostridium, que inclui a espécie tetani, causadora do
tétano. Outros, como o gonococo e o meningococo, exigem ambiente com
No século XVII, ainda exercia grande influência sobre os cientistas o dez por cento de gás carbônico. Os pequenos vírus, os agentes basófilos e
conceito de geração espontânea de vida -- idéia defendida inicialmente as rickéttsias só crescem em ovos embrionados, em cultivo de células e
pelos gregos, segundo a qual os seres vivos podem surgir da matéria em animais de laboratório.
inanimada. No final do século, uma série de observações e experiências
desferiu um golpe mortal sobre a teoria da geração espontânea. Coube a Uma vez obtidas, as culturas são analisadas quanto à forma, cor,
Louis Pasteur demonstrar que os microrganismos só podem se originar de tamanho, rugosidade, produção de pigmentos, temperatura ideal de
outros seres vivos. crescimento etc. Com tais culturas pode-se realizar o antibiograma para
verificar a sensibilidade ou a resistência aos mais diversos agentes
Cientista de importância fundamental para a história da microbiologia, antimicrobianos.
Pasteur constatou também que os processos fermentativos resultam da
atividade de microrganismos e estudou o problema da deterioração do O microbiologista procura conhecer o equipamento enzimático de uma
vinho, do vinagre e da cerveja, além de doenças que afetavam o bicho-da- bactéria, por meio da pesquisa e da identificação dos metabólitos que o
seda e ameaçavam arruinar a indústria têxtil francesa. Pasteur descobriu organismo produz. Esses atributos são geralmente fixos e servem,
que o vinho se transforma em vinagre por ação da bactéria Acetobacter portanto, para sua identificação. Pesquisa-se assim a produção de gás
aceti e utilizou o calor para destruir os agentes patogênicos contidos em sulfídrico, amônia e urease, assim como a fermentação de diferentes
alimentos líquidos, que mantinham assim suas propriedades nutritivas hidratos de carbono e as necessidades de crescimento de determinados
praticamente inalteradas. Esse método ficou conhecido como microrganismos.
pasteurização e veio a ter enorme importância na indústria alimentícia.
É a custa de enzimas que os microrganismos obtêm a energia
Graças aos trabalhos de Pasteur, desenvolveu-se a cirurgia anti- necessária para seu crescimento. Para que as bactérias, por exemplo,
séptica, cuja aplicação, em 1867, se deve ao cirurgião britânico Joseph possam multiplicar-se nos meios de cultura, ou seja, fazer a síntese de sua
Lister, que empregou como desinfetante o ácido fênico. Esse própria matéria orgânica, precisam dispor de uma fonte de carbono, de
procedimento reduziu de forma significativa os casos de mortalidade por nitrogênio e de energia. Geralmente desprovidas de clorofila, as bactérias
infecção pós-operatória. não conseguem transformar a energia solar em química. Precisam,
portanto, oxidar um substrato orgânico ou inorgânico para utilizar as
Outra grande figura da microbiologia no século XIX foi o alemão calorias desprendidas de tais oxidações.
Robert Koch, que em 1876 isolou a bactéria causadora do carbúnculo. As
bases da microbiologia foram solidamente fundadas entre 1880 e 1990. A virulência dos microrganismos se verifica por meio da inoculação em
Discípulos de Pasteur e Koch, entre outros, descobriram inúmeras animais, nos quais se analisam as mudanças de temperatura e as lesões
bactérias capazes de causar doenças específicas e elaboraram um provocadas. Quando um microrganismo é virulento para o homem, pode-
conjunto de técnicas e procedimentos laboratoriais para revelar a se provocar uma lesão experimental para descobrir o agente infectante e
ubiqüidade, diversidade e o poder dos micróbios. depois voltar a isolá-lo em meios seletivos. Os animais, protegidos com
soros específicos, também podem ser inoculados com os produtos tóxicos
Em 1882, Koch descobriu o bacilo da tuberculose e, um ano depois, o de determinadas bactérias.
microrganismo responsável pela cólera asiática. Também em 1883 foi
identificada a bactéria causadora da difteria. Nesse mesmo período, A observação da forma, cor e aspecto das colônias pode ser feita a
Pasteur e seus assistentes comprovaram que animais vacinados com um olho nu ou ao microscópio. O estudo das bactérias ao microscópio óptico é
bacilo de antraz especialmente cultivado se mostravam imunes à doença. facilitado pela técnica de coloração da amostra com violeta de genciana,
Essa descoberta deu início ao estudo da imunidade e dos princípios que ou método de Gram, assim chamado em homenagem ao médico que
fundamentaram a prevenção e o tratamento de doenças por meio de descobriu o processo, Hans Christian Gram, em 1884. Os organismos que
vacinas e soros. tomam a coloração são chamados de Gram-positivos, e os outros, de
Gram-negativos.
Pasteur, em 1885, produziu uma vacina contra a raiva, e um
assistente seu, Charles Chamberland, descobriu que, enquanto as Doenças infecciosas
bactérias não eram capazes de atravessar filtros de porcelana, outros
organismos o eram. Em 1892, o pesquisador russo Dimitri Ivanovski Todos os órgãos e sistemas fisiológicos podem sofrer doenças
constatou que o agente causador do mosaico do tabaco era do tipo infecciosas, decorrentes da implantação no organismo de seres vivos
filtrável. Dez anos depois, outro organismo filtrável foi identificado como patogênicos de dimensões microscópicas. Distingue-se, porém, uma série
causador da febre aftosa do gado. Aos poucos foram sendo aprimoradas de quadros clínicos que integram o núcleo básico da pesquisa médica
técnicas muito precisas para investigar esses organismos, que passaram a microbiológica e se caracterizam, em geral, pelo elevado risco de contágio
ser conhecidos como vírus. As rickéttsias, que se assemelham às e, em muitos casos, pela natureza epidêmica.
bactérias muito pequenas, foram descritas pela primeira vez pelo De acordo com o tamanho, as características bioquímicas ou a
patologista americano Howard Taylor Ricketts, em 1908, quando ele maneira como interagem com o homem, os agentes infecciosos se

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classificam em bactérias, vírus, rickéttsias, micoplasmas e ureaplasmas, determinou o ciclo do parasito Wuchereria bancrofti, causador da
fungos, parasitos e clamídias (parasitos intracelulares que provocam elefantíase. Outras importantes contribuições foram dadas pelo francês
conjuntivite em recém-nascidos, pneumonia e infecções genitais, contêm Alphonse Laveran, que descobriu o plasmódio causador da malária.
ADN e ARN e podem ser combatidas com antibióticos).
A moderna tecnologia de observação microscópica foi decisiva para a
As barreiras mais importantes à invasão do corpo humano por implantação de medidas profiláticas e de saneamento, assim como demais
microrganismos são a pele e as mucosas, tecidos que revestem métodos de combate a doenças graves e de incidência elevada, em
internamente o nariz, a boca e o trato respiratório superior. Quando esses particular na especialidade conhecida como medicina tropical.
tecidos se rompem ou são afetados por doenças, pode ocorrer invasão por
microrganismos, capazes de produzir doenças infecciosas, como Tipos de parasitismo. Diferenciam-se na natureza várias modalidades
furúnculos, ou invadir a corrente sangüínea e se disseminarem por todo o de parasitismo: a dos parasitos obrigatórios, facultativos, acidentais,
corpo, produzindo infecção generalizada (septicemia) ou localizada em periódicos, temporários, monóxenos e heteróxenos. Os parasitos
outra parte do corpo, como a meningite, infecção da membrana que obrigatórios são todos aqueles que, em qualquer momento de seu ciclo
recobre o cérebro e a medula espinhal. evolutivo, perecem se afastados do organismo do hospedeiro. Incluem-se
nesse caso todos os protozoários e vermes causadores de doenças no
Ingeridos nos alimentos e bebidas, os agentes infecciosos podem homem. Os parasitos facultativos vivem parasitariamente somente em
atacar a parede dos intestinos e provocar doenças locais ou algum período de sua vida e o resto do tempo têm vida livre. Algumas
generalizadas. A conjuntiva, membrana que recobre o olho, pode ser moscas depositam seus ovos na pele de hospedeiros, onde se
penetrada por vírus que causam inflamação local do olho ou caem na transformam em larvas que aí vivem até atingirem a vida adulta. Já os
corrente sangüínea para provocar graves doenças, como sarampo ou parasitos acidentais implantam-se fortuitamente no homem, geralmente no
varíola. Ao invadir o organismo pela mucosa genital, os agentes tubo digestivo, onde permanecem por pouco tempo. Um exemplo é o dos
infecciosos podem desencadear as reações inflamatórias agudas da ácaros de frutas secas, que ao serem ingeridos irritam a mucosa do tubo
gonorréia ou se espalhar para atacar praticamente todos os órgãos do digestivo.
organismo, com as lesões crônicas e mais destrutivas da sífilis ou como
reação à redução da imunidade provocada pela AIDS. Os parasitos periódicos têm em seu ciclo evolutivo uma fase
obrigatória de vida parasitária e outra obrigatória de vida livre no meio
Para combater essas ameaças, o corpo humano está equipado com exterior. Em algumas espécies de vermes, como o Necator americanus, o
dispositivos sensíveis que integram o sistema imunológico, responsável verme adulto parasita o intestino delgado e os ovos vão para o meio
pela reação imediata aos agentes causadores de doenças. Em sentido exterior. A larva tem vida livre até atingir a idade adulta. Os parasitos
biológico, o meio ambiente é hostil ao homem, que aprendeu a controlá-lo temporários exigem pouco tempo de contato com o hospedeiro,
parcialmente, mas convive com o risco permanente de que uma mínima geralmente para se alimentarem. Quando satisfeitos, abandonam-no, mas
alteração ambiental possa levar a desequilíbrios imprevistos entre a precisam procurá-lo de tempos em tempos. São exemplos desse tipo de
espécie humana e seus concorrentes biológicos.©Encyclopaedia parasito as pulgas, os piolhos e os mosquitos.
Britannica do Brasil Publicações Ltda.
O ciclo vital de um organismo parasito pode se desenrolar em um ou
mais hospedeiros. Quando um parasito se aloja em apenas um
hospedeiro, é chamado monóxeno. Nesse grupo se incluem os parasitos
Parasitologia que têm vida larvária livre no meio exterior. Quando o ciclo evolutivo
Do ponto de vista da evolução, as relações entre os seres abrange mais de um hospedeiro, o parasito é denominado heteróxeno. Um
independentes tornaram-se progressivamente mais íntimas e exemplo desse tipo é o Schistosoma mansoni, que tem como hospedeiro
atravessaram as fases de comensalismo, inquilinismo e mutualismo até definitivo o homem e como intermediários certos moluscos aquáticos. A
chegar ao parasitismo, objeto da parasitologia. localização externa ou interna no hospedeiro distingue ectoparasitos de
endoparasitos.
Parasitologia é a ciência que estuda os organismos vivos capazes de
habitar outro organismo e dele tirar proveito. A associação entre dois Ação do parasito sobre o organismo humano. Como corpo estranho
animais de diferentes espécies, na qual um é beneficiado e outro que se instala e cresce nos tecidos humanos, o parasito começa a
prejudicado, denomina-se parasitismo. O animal que nessa associação se alimentar-se à custa do hospedeiro, metabolizando suas reservas nutritivas
beneficia é chamado parasito e o prejudicado, hospedeiro. Afastado do para cobrir as próprias necessidades metabólicas. O resultado será o
hospedeiro, o parasito morre. O estudo do parasitismo em plantas constitui prejuízo do hospedeiro, que pode adoecer e até mesmo morrer. A ação
a fitoparasitologia, enquanto que a parasitologia veterinária compreende o parasitária produz no hospedeiro danos de tipos diversos. Entre os mais
estudo dos parasitos de animais. comuns estão a obstrução das cavidades internas, como ocorre no caso
de infestação por lombrigas (Ascaris lumbricoides), que obstrui o intestino,
A parasitologia estuda a morfologia, a biologia, o ciclo evolutivo, o e a ação destrutiva, como no caso de parasitismo pelo protozoário
mecanismo de agressão do parasito e a forma como o hospedeiro reage, Leishmania brasiliensis, que produz ulcerações e degeneração dos tecidos
por diferentes mecanismos de defesa, à presença e ao ataque daquele. A da mucosa da boca e do nariz.
parasitologia médica, cujo objeto se restringe aos parasitos do homem,
subdivide-se em protozoologia médica, que estuda os protozoários de A ação chamada espoliadora é a mais característica do regime de
interesse médico; a helmintologia, que se dedica ao estudo dos vermes; e parasitismo. Consiste basicamente no aproveitamento do alimento ingerido
a entomologia, que estuda os artrópodes causadores ou transmissores de pelo hospedeiro. Numerosos protozoários, como a espécie Giardia lamblia,
doenças. e vermes, como os da classe dos cestóides, exercem essa ação. Outras
conseqüências para o organismo humano parasitado procedem da ação
Abordagem histórica. Na Grécia antiga já se analisavam as pungitiva, típica dos artrópodes, da ação alergizante e da ação tóxica.
infestações (infecções produzidas por parasitos macroscópicos) por tênia
ou solitária (Taenia solium). No século V a.C., Hipócrates conhecia alguns Mecanismo de defesa do organismo. Para se instalar e desenvolver no
parasitos como as tênias, os oxiúros e os ascarídeos. Apenas no século hospedeiro, o parasito deve vencer as dificuldades que lhe são impostas
XVII, entretanto, o estudo dos parasitos adquiriu caráter de ciência. Nessa pelos mecanismos de defesa. A primeira barreira é a resistência natural do
época, o italiano Francesco Redi realizou estudos rigorosos sobre muitos organismo parasitado, que se define como o conjunto de fatores que
parasitos do homem, entre os quais formas larvares como os cisticercos, impedem a instalação do agressor. Essa reação não se relaciona com
dos platelmintos cestóides. fenômenos imunitários, formação de anticorpos e contato prévio com o
agente. O melhor exemplo de resistência natural encontra-se na
No século XIX os avanços na experimentação acabaram por impossibilidade de certos parasitos de animais conseguirem instalar-se no
transformar os estudos parasitológicos numa disciplina independente com homem: os vermes das aves, por exemplo, encontram no homem barreiras
base nos trabalhos de diversos cientistas. Entre os mais destacados intransponíveis como a pele, a ação dos sucos gástricos e o tipo de
figuram o belga Pierre-Joseph van Beneden, que descreveu o ciclo vital de alimentação.
diversas espécies de tênia; o alemão Theodor Bilharz, que isolou o agente
patogênico da esquistossomose; e o britânico Patrick Manson, que

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Nos casos em que o elemento agressor consegue penetrar nos monumental obra sobre medicina de Avicena, Cânon, cujo quinto volume é
tecidos, desencadeiam-se fenômenos defensivos, como a multiplicação inteiramente dedicado à farmacologia.
das células capazes de praticar a fagocitose, e ao mesmo tempo tem início
a produção de anticorpos específicos. Embora o estudo da estrutura e das funções orgânicas evoluísse nos
300 anos seguintes, a terapêutica permaneceu mais como arte que como
Para exercer a fagocitose, principalmente quando o parasito é ciência. Em fins do século XVIII e início do século XIX, Samuel
pequeno, como no caso dos protozoários, são mobilizadas células Hahnemann reagiu à imprecisão da farmacologia com a criação da escola
especiais, entre elas os leucócitos do sangue, e também certas células homeopática, cuja doutrina se apóia no aforismo similia similibus curantur
estáticas, como as células de Kupfer no fígado, as células endoteliais dos (semelhantes se curam pelos semelhantes).
sinusóides, dos gânglios linfáticos e da medula óssea. A vitória nessa luta
vai depender do poder agressivo do agente etiológico, isto é, da virulência Em 1803, o farmacêutico alemão Friedrich Wilhelm Sertürner
do parasito, e da capacidade defensiva do organismo. conseguiu isolar a substância responsável pela ação hipno-analgésica do
ópio (látex da papoula), à qual deu o nome de morfina. Foi o primeiro de
Com um pouco de atraso, as células imunologicamente competentes uma longa série de princípios ativos isolados a partir de vegetais. O
reagem ao estímulo e começam a produzir anticorpos com a finalidade de conceito de investigação sistemática da ação das drogas, porém, somente
imobilizar e destruir o parasito. A união do antígeno com o anticorpo pode apareceu em 1850 com François Magendie. Foi grande, nesse sentido, a
ser determinada por métodos imunológicos adequados, como os de contribuição dos fisiologistas e químicos.
imunoflorescência, que visualiza o complexo protéico então precipitado.
A utilização de medicamentos para aliviar sintomas e combater
O tratamento das doenças causadas por parasitos baseia-se tanto na doenças, ao longo de todo o século XIX, continuou fundada principalmente
administração de medicamentos específicos em cada caso como na na superstição, na magia e na religião. A base do arsenal terapêutico, de
adoção de medidas preventivas contra insetos e demais vetores. origem vegetal ainda era constituída de formas galênicas - tinturas,
©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. extratos etc. - de composição muito complexa e efeitos múltiplos. A
farmacologia como ciência teve realmente início na segunda metade do
Farmacologia século XIX, com dois pesquisadores alemães alunos de Magendie.
A utilização de princípios ativos de vegetais e minerais, fundamento da Rudolph Buchheim instalou o primeiro laboratório de farmacologia
farmacologia, é muito antiga. Os egípcios já recorriam a substâncias como experimental na Universidade de Dorpat. Oswald Schmeiderberg criou, na
o ópio, com função hipnótica, ou a beladona, como narcótico. Universidade de Estrasburgo, o mais importante centro de pesquisa,
difusão e sistematização da farmacologia experimental.
Farmacologia (do grego pharmakon, "medicamento" e logos,
"estudo"), é o estudo das drogas, dos medicamentos e dos venenos, sob Merece destaque o trabalho de outro discípulo de Magendie, Claude
os aspectos de sua obtenção, preparação, ação e efeitos nos organismos Bernard, que relatou suas experiências com o curare, usado pelos
vivos. Seu estudo e métodos de investigação se apóiam em outras indígenas da Amazônia para envenenar flechas. Seu contemporâneo Louis
ciências - matemática, física, química e biologia - e em muitos de seus Pasteur, entre outras descobertas importantes, estabeleceu o conceito de
ramos, como estatística, físico-química, biofísica, bioquímica, ecologia, doenças infecciosas transmissíveis e preparou vacinas preventivas e
genética, botânica, zoologia, patologia, anatomia e, principalmente, curativas. Com Pasteur e seus continuadores, a farmacologia ganhou
fisiologia - do homem, dos animais, dos vegetais e dos microrganismos. medicamentos novos, capazes de produzir imunidade artificial.

Com um campo tão abrangente, a farmacologia comporta divisões e A maior descoberta da farmacologia, senão da medicina, no século
subdivisões. Seus ramos principais são: (1) farmácia, que trata da XX, foi a dos antibióticos, substâncias elaboradas por organismos vivos e
obtenção, preparação, conservação e padronização dos medicamentos; utilizadas com o fim de destruir ou impedir o desenvolvimento de outros
(2) farmacognosia, identificação dos princípios ativos naturais dos seres vivos de ação patogênica. Coube ao britânico Alexander Fleming,
medicamentos de origem vegetal e animal; (3) toxicologia, que estuda os em 1928, fazer as primeiras observações que levariam à descoberta da
agentes tóxicos e venenos, seus efeitos e mecanismos de ação sobre os penicilina. Atualmente, é grande a quantidade de antibióticos de eficácia
organismos vivos e desempenha papel importante no terreno médico-legal comprovada, mas as pesquisas continuam, em função das situações
e na medicina do trabalho; (4) farmacodinâmica, estudo das ações, dos novas que surgem. Inúmeras outras descobertas e sínteses vêm sendo
efeitos e do destino dos medicamentos no organismo vivo; (5) posologia, feitas nesse campo. Imensamente enriquecida, a farmacologia atual
que estuda as doses dos medicamentos; (6) quimioterapia, utilização de constitui matéria básica e indispensável do currículo médico-científico.
agentes químicos no tratamento de doenças; e (7) terapêutica, que no Preparação de medicamentos. Todo processo de preparação,
sentido mais amplo é o emprego de diferentes técnicas no combate às administração e eliminação de um medicamento deve considerar desde as
doenças. perspectivas nutricionais e funcionais até as de higiene. Há medicamentos
Histórico. O homem sempre procurou, com oferendas, sacrifícios e constituídos de substâncias que não são compostos químicos definidos
invocações, acalmar a ira das divindades e delas obter complacência, (pomadas, loções, tinturas, extratos etc.) e outros com fórmula e estrutura
alívio e cura de seus males. Ao mesmo tempo, porém, tentou encontrar na químicas estabelecidas com precisão.
natureza recursos para afastar as doenças e minorar ou anular seus Os princípios ativos de um medicamento têm diferentes origens.
efeitos maléficos. Receitas para o preparo de medicamentos aparecem Predominam, no entanto, entre as muitas substâncias utilizadas, as
numa placa de argila com cerca de cinco mil anos, encontrada em vegetais (alcalóides, glicosídeos etc.) e as elaboradas por microrganismos
escavações realizadas na Suméria. É o documento farmacológico mais e fungos (antibióticos). Independentemente de sua origem, os diferentes
antigo que se conhece. O papiro de Ebers (de 1500 a.C.) contém uma lista processos de preparação e teste dos medicamentos têm uma série de
de medicamentos, entre os quais alguns com propriedades reconhecidas etapas comuns. Inicialmente, isola-se um princípio ativo ou sintetiza-se
na atualidade, como o ferro, usado para combater anemias. Também entre uma molécula que possa exercer algum tipo de ação terapêutica. Em
babilônios e assírios, chineses, indianos, povos incas e pré-incaicos era seguida, se procede à realização de uma série de testes de segurança
comum a utilização de plantas com fins curativos. para analisar possíveis ações tóxicas e efeitos colaterais nocivos, além de
A medicina européia caracterizou-se, até o século XVI, por grande conseqüências negativas que a administração do medicamento possa
apego às doutrinas dos clássicos gregos, sobretudo as de Galeno, aceitas acarretar ao feto em caso de gravidez. Todos esses exames constam da
como absolutas por mais de um milênio. Galeno acreditava que a cura fase de experimentação em animais de laboratório e, uma vez confirmada
dependia da associação de muitos medicamentos, pois se supunha que as sua inocuidade, segue-se uma segunda fase em pacientes, que constitui a
doenças atingiam sempre mais de um órgão ao mesmo tempo. O primeiro disciplina conhecida como farmacologia clínica.
a combater o galenismo foi Paracelso, que no século XVI adotou novos Uma vez introduzido no organismo, o medicamento atua interligando
medicamentos e preconizou o emprego do medicamento único, de acordo alguns átomos e moléculas que fazem parte de sua composição com
com a norma contraria contrariis curantur (os contrários se curam pelos células do corpo, denominadas receptoras. Como conseqüência da
contrários), contra a causa produtora da doença. Paracelso combateu interligação, desencadeia-se um efeito curativo. O grau dessa ação é,
também veementemente a escola árabe, principalmente representada na então, quantificado com precisão, mediante análises e avaliações. Nesse

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contexto se enquadram os testes físicos, químicos, espectroscópicos e Analgésicos. Para aplacar a dor sem bloquear a condução dos
biológicos. Estes últimos se realizam pela comparação de níveis de impulsos nervosos nem alterar de forma significativa o funcionamento dos
atividade em cobaias (ratos, cobaias, coelhos, macacos etc.), órgãos sensoriais, indicam-se analgésicos, classificados em opióides --
microrganismos ou modelos experimentais artificiais. Concluídos os que atuam sobre o cérebro, produzem sonolência e podem causar
exames necessários, é possível relatar detalhadamente as características dependência -- e antiinflamatórios -- que aliviam a dor pela redução da
gerais, a posologia, os efeitos secundários e as contra-indicações (estados inflamação local. Os opióides, também denominados narcóticos, são em
de enfermidade que tornam inadequado o tratamento adotado para sua maioria derivados do ópio. Entre eles, incluem-se a codeína, a
combater outro processo patológico) de cada preparação farmacêutica. heroína, a morfina e seus derivados e substâncias obtidas a partir da
metadona e da meperidina.
Indução e mecanismo de ação. Um medicamento pode ser introduzido
no organismo por via oral, forma mais freqüente e natural, por via anal ou Indicam-se os medicamentos antiinflamatórios, que não são
vaginal, ou por simples aplicação cutânea (tópica). Quando essas formas narcóticos, para o alívio imediato de dores de cabeça, entorses, contusões
de administração não se mostram adequadas, recorre-se à injeção, que e artrites. O anti-inflamatório mais comum é a aspirina, ou ácido
pode ser intramuscular (feita na parte interna dos músculos), hipodérmica acetilsalicílico, do grupo dos salicilatos, como os derivados da anilina e da
(quando o preparado é inoculado no tecido subcutâneo) e, conforme a pirazolona.
situação, intravenosa, intradérmica, intracardíaca, intra-raquidiana etc.
Tranqüilizantes. Para aliviar os sintomas de ansiedade, tensão e
Quando a introdução do medicamento ocorre com normalidade, agitação associados a diferentes estados mentais, empregam-se os
registra-se sua absorção e passagem, por meio do sangue, ao órgão no tranqüilizantes. Sua adoção na década de 1950 revolucionou o tratamento
qual deve exercer ação. Efetuada a ação terapêutica, os medicamentos das doenças mentais e de diferentes estados patológicos do sistema
são transformados, em geral no fígado, e, aumentando em grande medida nervoso. Cabe citar entre os de uso mais generalizado o meprobamato e
seu coeficiente de solubilidade em água, são filtrados e eliminados pelos as benzodiazepinas, grupo farmacológico de que fazem parte o
rins. clordiazepóxido e o diazepam.
Saúde pública. No Ministério da Saúde do Brasil funciona o Hipnóticos. Similares aos tranqüilizantes, as drogas hipnóticas
Departamento de Fiscalização de Medicina, Farmácia e Odontologia. A pertencem a um grande grupo de medicamentos que deprimem o sistema
primeira atribuição desse departamento é editar e manter atualizado o nervoso central e servem para reduzir a tensão ou induzir o sono, de
códice farmacêutico oficial, a Farmacopéia brasileira, elaborado e revisado acordo com a dose utilizada. A ação desses medicamentos varia também
por uma comissão técnica composta de médicos, farmacêuticos, químicos em função de sua rota de degradação metabólica, sua distribuição no
e botânicos. Traz a relação dos medicamentos considerados oficiais, de organismo e sua taxa de eliminação. Entre eles estão diversos derivados
seus processos de obtenção e preparação, dos padrões e métodos de do ácido barbitúrico e os tranqüilizantes menores (meprobamato e as
identidade, de qualidade e de atividade das drogas (matérias-primas) que benzodiazepinas, que se incluem nesse grupo e no dos tranqüilizantes).
entram na composição dos medicamentos manipulados nas farmácias ou
fabricados nas indústrias químico-farmacêuticas. Para exercer a Estimulantes. Os medicamentos estimulantes são definidos mais
fiscalização, existe o Laboratório Central de Controle de Drogas, especificamente como ativadores do sistema nervoso central. Os mais
Medicamentos e Alimentos (LCCDMA). ©Encyclopaedia Britannica do conhecidos são as anfetaminas e também o grupo das metilxantinas, entre
Brasil Publicações Ltda. elas a cafeína e a teobromina, do cacau.
Alucinógenos. Como os hipnóticos, os alucinógenos são
Medicamentos medicamentos psicotrópicos, ou psicofármacos, isto é, substâncias que
O homem sempre combateu a dor e a doença servindo-se de atuam sobre processos psicológicos tais como a percepção, a memória e
substâncias oferecidas pela natureza, fossem de caráter vegetal, mineral outros e que reproduzem reações esquizofrênicas em indivíduos sãos. As
ou animal. Todos os povos e culturas souberam utilizar as ervas e plantas alterações na percepção podem oscilar de simples ilusões sensoriais até
com fins terapêuticos. Modernamente, a farmacologia criou uma variada alucinações. Entre os alucinógenos mais conhecidos estão a mescalina, o
gama de medicamentos sintéticos, às vezes empregados com pouca LSD (dietilamida do ácido lisérgico), a psilocibina e a maconha.
prudência por pessoas desavisadas do risco potencial que seu consumo Medicamentos de ação antipatogênica. Os antibióticos, medicamentos
inadequado implica. que atacam os organismos causadores de doenças, são produtos obtidos
Medicamentos são todas as substâncias que apresentam a partir de bactérias, fungos e outros seres vivos. Utilizam-se antibióticos
propriedades curativas ou preventivas das doenças. Como produzem para combater doenças de origem bacteriana. Alguns desses
efeitos benéficos, mas também prejudiciais, sua administração terapêutica medicamentos atuam sobre a parede da célula da bactéria e outros agem
envolve a avaliação de riscos e vantagens para o organismo. Os sobre o metabolismo dos ácidos nucléicos.
medicamentos aprovados para uso humano são classificados em éticos, Os agentes quimioterápicos, obtidos por síntese química, adquiriram
que só podem ser vendidos com receita médica, e não-éticos ou importância a partir da década de 1930 e modernamente são empregados
populares, comprados livremente. no tratamento de múltiplas doenças de origem parasitária microbiana,
Medicamentos que atuam sobre o sistema nervoso. São seis as cancerosa ou de outra natureza. Entre os de uso mais difundido estão as
principais drogas que afetam o sistema nervoso: (1) anestésicos; (2) sulfamidas, produtos de ação antiinfecciosa caracterizados pela presença
analgésicos; (3) tranqüilizantes; (4) hipnóticos; (5) estimulantes; e (6) do grupo aminossulfona, SO3NH2. No tratamento das diferentes
alucinógenos. manifestações de câncer recorre-se a medicamentos como a mitomicina C,
a actinomicina D, a estreptozocina, a vincristina e outros agentes
Anestésicos. Usados para provocar no organismo uma incapacidade citostáticos, isto é, que detêm o crescimento das células tumorais.
temporária de sentir dor, os anestésicos são indicados para suprimir a
resposta a estímulos sensoriais durante processos de intervenção Outros medicamentos. Os medicamentos que agem sobre o coração e
cirúrgica. Todos os anestésicos se assemelham em sua ação depressiva os vasos sangüíneos são chamados de cardiovasculares. Nesse grupo,
do sistema nervoso central, mas diferem amplamente quanto a incluem-se os antiarrítmicos, que regularizam o ritmo cardíaco; os
propriedades físicas e químicas. Em função dos efeitos provocados, cardiotônicos, que estimulam os batimentos cardíacos e aumentam a
podem ser divididos em anestésicos gerais, que causam a perda de circulação do sangue; e os vasodilatadores, administrados em caso de
consciência do paciente, e locais ou regionais, empregados para contração ou estreitamento das artérias coronárias.
anestesiar a região do corpo onde se praticará uma determinada Sobre o sangue atuam medicamentos que podem inibir a coagulação,
intervenção. anticoagulantes como a heparina, ou estimular os mecanismos de
Alguns anestésicos podem ser administrados por inalação, como o dissolução do coágulo, medicamentos fibrinolíticos. Para regularizar a
óxido nitroso, o éter, o halotano, o metoxiflurano e o cloreto de etila, função do sistema digestivo podem ser ministrados fármacos que alteram
enquanto outros são ministrados por via intravenosa, como os barbitúricos a motilidade dos músculos involuntários -- para combater a diarréia
de ação não prolongada. (antidiarréicos), a constipação (purgantes e laxantes) e o vômito
(antieméticos) -- ou a secreção dos sucos digestivos, como no tratamento

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da úlcera. No caso das disfunções renais, em que se acumulam no inibição enzimática, indução enzimática, tolerância farmacológica,
organismo água, sais e resíduos, ministram-se diuréticos, que estimulam a idade, patologias, diferenças de idade, sexo e espécie e e claro uso
produção de urina e a eliminação dessas substâncias. de outras drogas concomitantemente.
O controle de várias funções do organismo é realizado não só pelo Excreção - Finalmente, o fármaco é eliminado do organismo por
sistema nervoso, mas também pelo endócrino. Hormônios animais meio de algum órgão excretor. Os principais são rins e fígado p.ex:
semelhantes aos humanos e hormônios sintetizados em laboratórios são através da bile, mas também são importantes a pele, as glândulas
usados como medicamentos nos casos em que a produção dessas salivares e lacrimais, ocorre também a excreção pelas fezes.
substâncias no organismo é insuficiente. É o que ocorre, por exemplo, no
diabetes melito, que exige administração de insulina. Há outros casos Os fármacos geralmente tem uma lipofília moderada, caso contrário
porém, não associados com carência de hormônios, em que se indica sua eles não conseguiriam penetrar através da membrana das células com
administração: na artrite reumatóide, tratável com cortisona, e no controle facilidade, e a via de excreção mais usada pelo organismo é a via renal,
da natalidade, em que se usam as pílulas anticoncepcionais. através da urina, então geralmente os fármcos como são mais apolares
©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. tendem a passar pelo processo de metabolização, que os torna mais
polares e passíveis de serem eliminados pela urina, mas aí o que está
A farmacologia (do grego: é a ciência que estuda como as substâncias sendo eliminado do organismo são os metabólitos do fármaco, já não é
químicas interagem com os sistemas biológicos. Como ciência nasceu em mais o fármaco. Já os fármacos que são polares são eliminados pela urina
meados do século XIX.[1] Se essas substâncias tem sem passar pela metabolização, e então o que está sendo eliminado agora
propriedades medicinais, elas são referidas como "substâncias é o fármaco mesmo e não seus metabólitos.
farmacêuticas". O campo abrange a composição de medicamentos,
propriedades, interações,toxicologia e efeitos desejáveis que podem ser Glossário
usados no tratamento de doenças. Fármaco – substâncias ativas com ação terapêutica
Esta ciência engloba o conhecimento da história, origem, propriedades Medicamento – “Toda a substância ou composição com
físicas e químicas, associações, efeitos bioquímicos e fisiológicos, propriedades curativas ou preventivas das doenças ou dos seus
mecanismos de absorcão, biotransformação e excreção dos fármacos para sintomas, do Homem ou do animal, com vista a estabelecer um
seu uso terapêutico ou não. diagnóstico médico ou a restaurar, corrigir ou modificar as funções
História orgânicas.” (Dec.- lei 72/91 de 8 Fevereiro)

O primeiro registro histórico que menciona os fármacos foi o Papiro de Substância tóxica – capaz de causar danos, de tal ordem
Smith egípcio, datado de 1600 a.C. Existe também o Papiro de Ebers de intensos, que a vida pode ser posta em risco – Morte ou sequelas
1550 a.C que relata a forma de preparo e uso cerca de 700 remédios.[2] persistentes. p.ex: cianeto, organofosforados.

Destino dos fármacos no organismo Formas farmacêuticas – preparação farmacêutica, com o princípio
ativo com outras substâncias, excipientes e adjuvantes entre outros.
Qualquer substância que atue no organismo vivo pode ser absorvida p.ex: comprimidos, cápsulas, elixires, óvulos, xaropes, supositórios.
por este, distribuída pelos diferentes órgãos, sistemas ou espaços
corporais, modificada por processos químicos e finalmente eliminada. A Excipiente
Excipiente – farmacologicamente inativo – p.ex: propilenoglicol,
farmacologia estuda estes processos e a interação dos fármacos com o Silicato de magnésio hidratado, sorbitol, vaselina.
homem e com os animais, os quais se denominam: Adjuvante – permite absorção mais fácil ou facilita ação.
Absorção - Para chegar na circulação sanguínea o fármaco deve Especialidade farmacêutica – medicamentos fabricados
passar por alguma barreira dada pela via de administração, que pode ser: industrialmente e introduzidos no mercado com denominações e
cutânea, subcutânea, respiratória, oral, retal, muscular. Ou pode ser acondicionamentos próprios – Autorização de Introdução Mercado
inoculada diretamente na circulação pela via intravenosa, sendo que neste (AIM)
caso não ocorre absorção, pois não transpassa nenhuma barreira, caindo
diretamente na circulação. A absorção (nos casos que existe barreira) do Fórmulas magistrais – preparados na farmácia de manipulação
fármaco, é como já foi citado anteriormente, fundamental para seu efeito no por farmacêutico, destinado a um paciente específico.
organismo. Posologia - Como os medicamentos devem ser dosados.
A maioria dos fármacos é absorvida no intestino, e poucos fármacos no Divisões da farmacologia
estômago, os fármacos são melhor absorvidos quando estiverem em sua
forma não ionizada, então os fármacos que são ácidos fracos serão Farmacologia Geral: estuda os conceitos básicos e comuns a todos os
absorvidos melhor no estômago que tem pH ácido, Exemplo(Àcido Acetil grupos de drogas.
Salicilico), já os fármacos que são bases fracas, serão absorvidos
Farmacologia Especial: estuda as drogas em grupos que apresentam
principlamente no intestino, sendo que esse tem um pH mais básico que o
ações farmacológicas semelhantes. Ex.: farmacologia das drogas
do estômago. Os fármacos na forma de comprimido, passam por diversas
autonômicas (que atuam no SNC).
fases de quebra, até ficarem na forma de pó e assim serem solubilizados e
absorvidos, já os fármacos em soluções, não necessitam sofrer todo esse Farmacognosia: diz respeito à origem, métodos de conservação,
processo, pois já estão na forma solúvel, e podem ser rapidamente identificação e análise química dos fármacos de origem vegetal e animal
absorvidos. A seguir uma ordem de tempo de absorção, para várias formas
farmacêuticas: Comprimido>Cápsula>Suspensão>Solução. Farmácia: trata da preparação dos medicamentos nas suas diferentes
formas farmacêuticas (compridos, cápsulas, supositórios, etc.), da sua
Distribuição - Uma vez na corrente sanguínea o fármaco, por suas conservação e análise
características de tamanho e peso molecular, carga elétrica, pH,
solubilidade, capacidade de união a proteínas se distribui pelos distintos Farmacodinâmica: trata das acções farmacológicas e dos mecanismos
compartimentos corporais. pelos quais os fármacos actuam (em resumo, daquilo que os fármacos
fazem ao organismo)
Metabolismo ou Biotransformação - Muitos fármacos são
transformados no organismo por ação enzimática. Essa Farmacocinética: diz respeito aos processos de absorção, disitribuição,
transformação pode consistir em degradação (oxidação, redução, biotransformação (e interacções) e excreção dos fármacos (em resumo,
hidrólise), ou em síntese de novas substâncias como parte de uma daquilo que o organismo faz aos fármacos)
nova molécula (conjugação). O resultado do metabolismo pode ser a Farmacogenética: área em crescimento explosivo, que trata das
inativação completa ou parcial dos efeitos do fármaco ou pode ativar a questões resultantes da influência da constituição genética nas acções, na
droga como nas "pródrogas" p.ex: sulfas. Ainda mudanças nos efeitos biotransformação e na excreção dos fármacos e, inversamente, das
farmacológicos dependendo da substância metabolizada. Alguns
fatores alteram a velocidade da biotransformação, tais como,

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modificações que os fármacos podem produzir nos genes do organismo não se deve considerar a absorção, uma vez que, neste caso, o fármaco é
que os recebe. administrado diretamente na corrente sangüínea.
Alguns fatores influenciam a absorção, tais como: características físico-
Toxicologia: diz respeito às acções tóxicas não só dos fármacos quimicas da droga, veículo utilizado na formulação, perfusão sangüínea no
usados como medicamentos, mas tambem de agentes químicos que local de absorção, área de absorção à qual o fármaco é exposto, via de
podem ser causadores de intoxicações domésticas, ambientais ou administração, forma farmacêutica, entre outros.
industriais. As principais vias de administração de fármacos são: via oral (a mais usa-
Conceitos Básicos da), via intravenosa, via intramuscular, via subcutânea, via retal. Cada uma
dessas vias possui características próprias, que influenciam na absorção.
Estudo dos fármacos:
fármacos fonte, solubilidade, absorção, destino no orga- Após a absorção do fármaco, um fração deste geralmente se liga a proteí-
nismo, mecanismo de ação, efeito, reação adversa (RAM). nas plasmáticas (principalmente a albumina) ou proteínas de tecidos,
formando um complexo reversível. A outra fração circula livremente pelo
Fármaco
Fármaco (pharmacon = remédio): estrutura química conhecida; propriedade fluido biológico. É importante frisar que apenas a porção livre, dissolvida no
de modificar uma função fisiológica já existente. Não cria função. plasma, é farmacologicamente ativa. O complexo proteína-fármaco atua
como um reservatório do fármaco no sangue. Esta relação droga ligada/
Medicamento (medicamentum = remédio) : fármaco com propriedades droga livre é definida por um equilíbrio. A ligação protéica geralmente é
benéficas, comprovadas cientificamente. inespecífica, variando de acordo com a afinidade do fármaco pela proteína.
Todo medicamento é um fármaco, mas nem todo fármaco é um medica- Desse fato é que se explica o deslocamento de um fármaco por outro de
mento. maior afinidade pela proteina.

Droga (drug = remédio, medicamento, droga): substância que modifica a Biodisponibilidade


Biodisponibilidade - indica a quantidade de drogas que atinge seu local de
função ação ou um fluido biológico de onde tem acesso ao local de ação. É uma
fisiológica com ou sem intenção benéfica. fração da droga que chega à circulação sistêmica.

Remédio (re = novamente; medior = curar): substância animal, vegetal, Bioequivalência - é a equivalência farmacêutica entre dois produtos, ou
mineral ou sintética; procedimento (ginástica, massagem, acupuntura, seja, dois produtos são bioequivalentes quando possuem os mesmos
banhos); fé ou crença; influência: usados com intenção benéfica. princípios ativos, dose e via de administração, e apresentam estatistica-
mente a mesma potência.
Placebo (placeo = agradar): tudo o que é feito com intenção benéfica para
aliviar o sofrimento: fármaco/medicamento/droga/remédio (em concentra- Distribuição - é a passagem de um fármaco da corrente sangüínea para os
ção pequena ou mesmo na sua ausência), a figura do médico (feiticeiro). tecidos. A distribuição é afetada por fatores fisiológicos e pelas proprieda-
des físico-químicas da substância. Os fármacos pouco lipossolúveis, por
Nocebo:
Nocebo efeito placebo negativo. O "medicamento" piora a saúde. exemplo, possuem baixa capacidade de permear membranas biológicas,
sofrendo assim restrições em sua distribuição. Já as substâncias muito
Divisões da farmacologia lipossolúveis podem se acumular em regiões de tecido adiposo, prolongan-
do a permanência do fármaco no organismo. Além disso, a ligação às
Farmacodinâmica:
Farmacodinâmica mecanismo de ação. proteínas plasmáticas pode alterar a distribuição do fármaco, pois pode
limitar o acesso a locais de ação intracelular.
Farmacocinética:
Farmacocinética destino do fármaco.
Biotransformação ou metabolismo - é a transformação do fármaco em
Farmacologia
Farmacologia pré-
pré-clínica:
clínica eficácia e RAM do fármaco nos animais (mamífe- outra(s) substância(s), por meio de alterações químicas, geralmente sob
ros). ação de enzimas inespecíficas. A biotransformação ocorre principalmente
no fígado, nos rins, nos pulmões e no tecido nervoso.
Farmacologia clínica:
clínica eficácia e RAM do fármaco no homem (voluntário Entre os fatores que podem influenciar o metabolismo dos fármacos estão
sadio; voluntário doente). as características da espécie animal, a idade, a raça e fatores genéticos,
além da indução e da inibição enzimáticas.
Farmacognosia (gnósis = conhecimento): estudo das substâncias ativas
animais, vegetais e minerais no estado natural e sua fontes. Indução enzimática - é uma elevação dos níveis de enzimas (como o
complexo Citocromo P450) ou da velocidade dos processos enzimáticos,
Farmacoterapia (assistência farmacêutica): orientação do uso racional de resultantes em um metabolismo acelerado do fármaco.
medicamentos. Alguns fármacos têm a capacidade de aumentar a produção de enzimas ou
de aumentar a velocidade de reação das enzimas. Como exemplo, pode-
Fitoterapia:
Fitoterapia uso de fármacos vegetais (plantas medicinais). mos citar o Fenobarbital, um potente indutor que acelera o metabolismo de
outro fármacos quanto estes são administrados concomitantemente.
Farmacotécnica:
Farmacotécnica arte do preparo e conservação do medicamento em for-
mas farmacêuticas. Inibição enzimática - caracteriza-se por uma queda na velocidade de bio-
transformação, resultando em efeitos farmacológicos prolongados e maior
Farmacoepidemiologia:
Farmacoepidemiologia estudo das RAM, do risco/benefício e custo dos incidência de efeitos tóxicos do fármaco. Esta inibição em geral é competiti-
medicamentos numa população. va. Pode ocorrer, por exemplo, entre duas ou mais drogas competindo pelo
sítio ativo de uma mesma enzima.
Farmacovigilância:
Farmacovigilância detecção de RAM, validade, concentração, apresenta-
ção, eficácia farmacológica, industrialização, comercialização, custo, con- Metabólito - é o produto da reação de biotransformação de um fármaco. Os
trole de qualidade de medicamentos já aprovados e licenciados pelo Minis- metabólitos possuem propriedades diferentes das drogas originais. Geral-
tério da Saúde. mente, apresentam atividade farmacológica reduzida e são compostos mais
hidrofílicos, portanto, mais facilmente eliminados. Em alguns casos, podem
Farmacocinética - é o estudo da velocidade com que os fármacos atingem apresentar alta atividade biológica ou propriedades tóxicas.
o sítio de ação e são eliminados do organismo, bem como dos diferentes
fatores que influenciam na quantidade de fármaco a atingir o seu sítio. Excreção ou eliminação - é a retirada do fármaco do organismo, seja na
Basicamente, estuda os processos metabólicos de absorção, distribuição, forma inalterada ou na de metabólitos ativos e/ou inativos. A eliminação
biotransformação e eliminação das drogas. ocorre por diferentes vias e varia conforme as características físico-
químicas da substância a ser excretada.
Absorção - é a passagem do fármaco do local em que foi administrado para
a circulação sistêmica. Constitui-se do transporte da substância através das Meia-
Meia-vida - a meia-vida (T1/2) é o tempo necessário para que a concentra-
membranas biológicas. Tratando-se da via de administração intavenosa,

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ção plasmática de determinado fármaco seja reduzida pela metade. Supon- Conceito de Prontuário
Prontuário do Paciente - É o conjunto de documento e
do então que a concentração plasmática atingida por certo fármaco seja de informações referentes a um paciente e sua doença escrito de modo claro
100 mcg/mL e que sejam necessários 45 minutos para que esta concentra- e conciso.
ção chegue a 50 mcg/mL, a sua meia-vida é de 45 minutos.
Efeito de primeira pasagem (EPP ou FPE) - é o efeito que ocorre Componentes do Prontuário - Todo prontuário completo de um paci-
quando há biotransformação do fármaco antes que este atinja o local de ente deve conter os seguintes dados:
ação. Pode ocorrer na parede do intestino, no sangue mesentérico e,
principalmente, no fígado. Social - nº de registro, nome completo, endereço, residência e trabalho,
idade, cor, filiação,naturalidade, nacionalidade, estado civil, nome do
Steady state ou estado de equilíbrio estável - é o ponto em que a taxa de cônjuge, nº de filhos, termo de responsabilidade, relatório do serviço social;
eliminação do fármaco é igual à taxa de biodisponibilidade, ou seja, é
quando o fármaco encontra-se em concentração constante no sangue.
Econômico - Profissão, nº de horas de trabalho, salário, situação previden-
ciária;
Clearance ou depuração - é a medida da capacidade do organismo em
eliminar um fármaco. Esta medida é dada pela soma da capacidade de
biotransformação de todos os órgãos metabolizados. Assim, se um fármaco Médico:
é biotransformado nos rins, fígado e pulmòes, o clearance total é a soma da
capacidade metabolizadora de cada um desses órgãos, isto é, é a soma do Anamnese;
clearance hepático com o clearance renal com o clearance pulmonar.

Terapia de dose única - nesta, a administração da dose seguinte se dá Queixa principal;


quando toda a dose anterior é eliminada. Ou seja, o intervalo entre as
doses deve ser um tempo suficiente para que o organismo elimine total- Origem e história;
mente a dose anterior (em geral, um tempo maior que 10 meias-vidas).
Dessa forma, não há acúmulo de fármaco na circulação. Relacionamento hereditário;
Terapia de dose múltipla - neste caso, ao contrário daquilo que ocorre em
doses únicas, o intervalo entre doses é menor do que aquele necessário Hábitos pessoais;
para a eliminação da dose anterior. Por isso, ocorre acúmulo da droga no
sangue, até que se atinja o equilíbrio (steady state). Diagnóstico provisório:

Dose de ataque ou inicial - é a dose de determinado fármaco que deve ser


Exame físico: interrogação sobre os diversos aparelhos;
administrada no início do tratamento, com o objetivo de atingir rapidamente
a concentração efetiva (concentração-alvo).
Exames complementares: laboratório, raio x, eletrocardiograma, eletro-
Dose de manutenção - é a dose necessária para que se mantenha uma encefalograma;
concentração plasmática efetiva. Utilizada na terapia de dose múltipla, para
que se mantenha a concentração no estado de equilíbrio estável (steady Relatório de cirúrgia: anestesia, histopatológico, necrópsia, prescrição
state). médica, evolução, diagnóstico definitivo;
Pico de concentração plasmática - é a concentração plasmática máxima
atingida pelo fármaco após a administração oral. Enfermagem:

Curva de concentração plasmática - é o gráfico em que se relaciona a Relatório de enfermagem;


concentração plasmática do fármaco versus o tempo decorrido após a
administração. Gráficos de T.P.R. (Temperatura, Pulso, respiração) e P.A. (Pressão
A área sob a curva ou extensão da absorção é um parâmetro farmacociné- arterial);
tico utilizado para determinar a quantidade de droga após a administração
de uma única dose.
Gráfico de balanço hídrico;
Compartimento central - é a soma do volume plasmático com o líquido
extracelular dos tecidos altamente perfundidos (como pulmões, coração, O prontuário é um documento de grande valia para:
fígado), onde a concentração da droga é difundida instantaneamente.
O paciente: é o instrumento utilizável em caso de reivindicações, perante a
Compartimento periférico - formado por tecidos de menor perfusão, este
médicos, o hospital e a poderes públicos;
compartimento precisa de mais tempo para que seja atingido um equilíbrio
de concentração. São tecidos como os músculos, a pele, tecido gorduroso,
entre outros. Para o médico: desde que contenha os dados convenientemente registra-
dos, torna-se importante para o diagnóstico e tratamento;
Fonte: : http://www.geocities.com/basile_farmacologia/introducao.html
Editores: Ricardo P. Basile/Aulus Conrado Basile (Farmacêuticos Bio- Para o hospital: permite maior flexibilidade quanto as transferências e
químicos) altas, baixando a média de permanência como também auxilia na qualida-
de dos serviços prestados e na coleta de dados para fins estatísticos.
Prontuário do pacien
paciente;
Para pesquisa: fornece elementos de casos diversos, com todas as variá-
Prontuário do Paciente veis antecedentes, concotitantemente e consequente da enfermidade.

Conceito de Prontuário - É o conjunto de documentos escritos relati- Para a equipe de saúde: independente de ser objeto permanente de infor-
vos a determinada pessoa ou fato. mações, permite a enfermagem condições de ter o plano de cuidados
atualizados.

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Condições para elaborações do prontuário informação ou observação de intercorrência;
5- Nunca rasurar a anotação por ter essa valor legal; no caso de engano,
Consciência; usar "digo", entre vírgulas. Não deixar linhas em branco ou espaços;
6- Não utilizar termo "o paciente", no inicio de cada frase, já que a folha de
anotação é individual;
Responsabilidade; 7- Deixar claro na anotação se a observação foi feita pela pessoa que
anota ou se é informação transmitida pelo paciente, familiar ou outro
Clareza de linguagem e de função; membro da equipe de saúde;
8- Evitar o uso de abreviaturas que impeçam a compreensão do que foi
anotado;
Registro de Enfermagem; Observação: As abreviaturas podem ser eventualmente utilizadas, desde
que seu uso seja consagrado na instituição.
Os registros efetuados pela equipe de enfermagem (enfermeiro, técni-
co e auxiliar) têm a finalidade essencial de fornecer informações sobre a Segundo Decisão do COREN
assistência prestada, assegurar a comunicação entre os membros da
equipe de saúde e garantir a continuidade das informações nas 24 horas, Artigo 1º - O registro deve ser claro, objetivo, preciso, com letra legível e
condição indispensável para a compreensão do paciente de modo global. sem rasuras.
Artigo 2º- Após o registro deve constar à identificação do autor constando
Os registros realizados no prontuário do paciente tornam-se um nome, COREN.
documento legal de defesa dos profissionais, devendo, portanto, estar Artigo 3º - O registro deve constar em impresso devidamente identificado
imbuídos de autenticidade. Os mesmos refletem todo o empenho e força com dados do cliente ou paciente, com data e hora.
de trabalho da equipe de enfermagem, valorizando, assim, suas ações. Artigo 4º- O registro deve conter subsídios para permitir a continuidade do
planejamento dos cuidados de enfermagem nas diferentes fases e para
Todo documento particular,no caso os registros de enfermagem), para
planejamento assistencial da equipe multiprofissional.
ser considerado autêntico e válido deverá estar legalmente constituído, ou
Artigo 5º- O registro deve permitir e favorecer elementos administrativos e
seja:
clínicos para a auditoria em enfermagem.
* Possuir assinatura do autor do registro e número do Coren (Art. 68 Artigo 6º- O registro deve fazer parte do prontuário do cliente ou paciente e
o Código do Processo Civil) servir de fonte de dados para processo administrativo, legal, de ensino e
pesquisa.
* Inexistência de rasura, entrelinhas, emenda, borrão ou cancelamen- Artigo 7º - Os registros podem ser do tipo:- manual (escrito à tinta e nunca
to, características que poderão gerar desconsideração jurídica do docu- a lápis) e eletrônico (de acordo com a legislação vigente).
mento (Art.86 do CPC).
Todas as declarações escritas e assinadas no documento do pa- Estatuto da criança, do adulto e do adolescen
adolescente;
ciente são consideradas verdadeiras em relação a quem o assinou(Art.368
do CPC), fator importante na defesa profissional em processos judiciais e
LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990.
éticos.
Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras pro-
Salienta-se a importância de cada profissional registrar seus atos
vidências.
e não os de outros pois declarações de ciência de determinado fato não
provará o fato declarado. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Congresso Na-
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Aspectos legais dos Registros de Enfermagem
Título I
Os Registros de Enfermagem, além de garantir a comunicação e-
fetiva entre a equipe de saúde, fornecem respaldo legal e, conseqüente- Das
Das Disposições Preliminares
mente, segurança, pois constituem o único documento que relata todas as
ações da enfermagem junto ao paciente. Uma ação incorreta do profissio- Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adoles-
nal poderá ter implicações éticas e/ou cíveis e/ou criminais. Pela legislação cente.
vigente, todo profissional de enfermagem que causar dano ao paciente Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até
responderá por suas ações, inclusive tendo o dever de indenizá-lo. Para doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito
que possa se defender de possíveis acusações poderá utilizar seus regis- anos de idade.
tros como meio de prova.
Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcional-
Fundamentos legais das Anotações de Enfermagem: mente este Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade.
• Art. 5º, inciso X– Constituição Federal Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamen-
• Lei 7.498/86, regulamentada pelo Decreto 94.406/87, que dispõe so- tais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que
bre o exercício da Enfermagem trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as
oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico,
• Resolução COFEN 311/07 – Código de Ética dos Profissionais de mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignida-
Enfermagem de.
• Arts. 186, 927, 951 – Código Civil Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do
poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos
• Art. 18, inciso II – Código Penal
referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer,
• Lei 8.078/90 – Código de Defesa do Consumidor à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à
convivência familiar e comunitária.
Normas para as anotações de enfermagem
Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:
1- Devem ser precedidas de data e hora, conter assinatura e número do
Coren ao final de cada registro. Não deixar espaços entre a anotação e a a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;
assinatura;
b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância
2- Anotar informações completas, de forma objetiva, para evitar a possibili-
pública;
dade de dupla interpretação: não usar termos que dêem conotação de
valor (bem, mal, muito, bastante, entre outros); c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públi-
3- Utilizar frases curtas e exprimir cada observação em uma frase; cas;
4- Anotar imediatamente após a prestação do cuidado, recebimento de

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d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas Art. 12. Os estabelecimentos de atendimento à saúde deverão propor-
com a proteção à infância e à juventude. cionar condições para a permanência em tempo integral de um dos pais ou
responsável, nos casos de internação de criança ou adolescente.
Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma
de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de maus-tratos contra
punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho
direitos fundamentais. Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras providências
legais.
Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais a
que ela se dirige, as exigências do bem comum, os direitos e deveres Parágrafo único. As gestantes ou mães que manifestem interesse em
individuais e coletivos, e a condição peculiar da criança e do adolescente entregar seus filhos para adoção serão obrigatoriamente encaminhadas à
como pessoas em desenvolvimento. Justiça da Infância e da Juventude. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
Vigência
Título II
Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá programas de assistên-
Dos Direitos Fundamentais cia médica e odontológica para a prevenção das enfermidades que ordina-
Capítulo I riamente afetam a população infantil, e campanhas de educação sanitária
para pais, educadores e alunos.
Do Direito à Vida e à Saúde
Parágrafo único. É obrigatória a vacinação das crianças nos casos re-
Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saú- comendados pelas autoridades sanitárias.
de, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o
nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas Capítulo II
de existência. Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade
Art. 8º É assegurado à gestante, através do Sistema Único de Saúde, o Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e
atendimento pré e perinatal. à dignidade como pessoas humanas em processo de desenvolvimento e
§ 1º A gestante será encaminhada aos diferentes níveis de atendimen- como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constitui-
to, segundo critérios médicos específicos, obedecendo-se aos princípios de ção e nas leis.
regionalização e hierarquização do Sistema. Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos:
§ 2º A parturiente será atendida preferencialmente pelo mesmo médico I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, res-
que a acompanhou na fase pré-natal. salvadas as restrições legais;
§ 3º Incumbe ao poder público propiciar apoio alimentar à gestante e à II - opinião e expressão;
nutriz que dele necessitem.
III - crença e culto religioso;
§ 4o Incumbe ao poder público proporcionar assistência psicológica à
gestante e à mãe, no período pré e pós-natal, inclusive como forma de IV - brincar, praticar esportes e divertir-se;
prevenir ou minorar as consequências do estado puerperal. (Incluído pela
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência V - participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação;

§ 5o A assistência referida no § 4o deste artigo deverá ser também VI - participar da vida política, na forma da lei;
prestada a gestantes ou mães que manifestem interesse em entregar seus VII - buscar refúgio, auxílio e orientação.
filhos para adoção. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade
Art. 9º O poder público, as instituições e os empregadores propiciarão física, psíquica e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preser-
condições adequadas ao aleitamento materno, inclusive aos filhos de mães vação da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, idéias e
submetidas a medida privativa de liberdade. crenças, dos espaços e objetos pessoais.
Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adoles-
gestantes, públicos e particulares, são obrigados a: cente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterro-
I - manter registro das atividades desenvolvidas, através de prontuários rizante, vexatório ou constrangedor.
individuais, pelo prazo de dezoito anos; Capítulo III
II - identificar o recém-nascido mediante o registro de sua impressão Do Direito à Convivência Familiar e Comunitária
plantar e digital e da impressão digital da mãe, sem prejuízo de outras
formas normatizadas pela autoridade administrativa competente; Seção I

III - proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica de anor- Disposições Gerais


malidades no metabolismo do recém-nascido, bem como prestar orientação Art. 19. Toda criança ou adolescente tem direito a ser criado e educado
aos pais; no seio da sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegu-
IV - fornecer declaração de nascimento onde constem necessariamen- rada a convivência familiar e comunitária, em ambiente livre da presença de
te as intercorrências do parto e do desenvolvimento do neonato; pessoas dependentes de substâncias entorpecentes.

V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a perma- § 1o Toda criança ou adolescente que estiver inserido em programa de
nência junto à mãe. acolhimento familiar ou institucional terá sua situação reavaliada, no máxi-
mo, a cada 6 (seis) meses, devendo a autoridade judiciária competente,
Art. 11. É assegurado atendimento integral à saúde da criança e do com base em relatório elaborado por equipe interprofissional ou multidisci-
adolescente, por intermédio do Sistema Único de Saúde, garantido o aces- plinar, decidir de forma fundamentada pela possibilidade de reintegração
so universal e igualitário às ações e serviços para promoção, proteção e familiar ou colocação em família substituta, em quaisquer das modalidades
recuperação da saúde. (Redação dada pela Lei nº 11.185, de 2005) previstas no art. 28 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigên-
§ 1º A criança e o adolescente portadores de deficiência receberão a- cia
tendimento especializado. § 2o A permanência da criança e do adolescente em programa de aco-
§ 2º Incumbe ao poder público fornecer gratuitamente àqueles que ne- lhimento institucional não se prolongará por mais de 2 (dois) anos, salvo
cessitarem os medicamentos, próteses e outros recursos relativos ao comprovada necessidade que atenda ao seu superior interesse, devida-
tratamento, habilitação ou reabilitação.

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mente fundamentada pela autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº § 2o Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de idade, será necessário
12.010, de 2009) Vigência seu consentimento, colhido em audiência. (Redação dada pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
§ 3o A manutenção ou reintegração de criança ou adolescente à sua
família terá preferência em relação a qualquer outra providência, caso em § 3o Na apreciação do pedido levar-se-á em conta o grau de parentes-
que será esta incluída em programas de orientação e auxílio, nos termos do co e a relação de afinidade ou de afetividade, a fim de evitar ou minorar as
parágrafo único do art. 23, dos incisos I e IV do caput do art. 101 e dos consequências decorrentes da medida. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
incisos I a IV do caput do art. 129 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
2009) Vigência
§ 4o Os grupos de irmãos serão colocados sob adoção, tutela ou guar-
Art. 20. Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por a- da da mesma família substituta, ressalvada a comprovada existência de
doção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer de- risco de abuso ou outra situação que justifique plenamente a excepcionali-
signações discriminatórias relativas à filiação. dade de solução diversa, procurando-se, em qualquer caso, evitar o rompi-
mento definitivo dos vínculos fraternais. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
Art. 21. O pátrio poder poder familiar será exercido, em igualdade de 2009) Vigência
condições, pelo pai e pela mãe, na forma do que dispuser a legislação civil,
assegurado a qualquer deles o direito de, em caso de discordância, recorrer § 5o A colocação da criança ou adolescente em família substituta será
à autoridade judiciária competente para a solução da divergência. (Expres- precedida de sua preparação gradativa e acompanhamento posterior,
são substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência realizados pela equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da
Juventude, preferencialmente com o apoio dos técnicos responsáveis pela
Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos execução da política municipal de garantia do direito à convivência familiar.
filhos menores, cabendo-lhes ainda, no interesse destes, a obrigação de (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais.
§ 6o Em se tratando de criança ou adolescente indígena ou proveniente
Art. 23. A falta ou a carência de recursos materiais não constitui motivo de comunidade remanescente de quilombo, é ainda obrigatório: (Incluído
suficiente para a perda ou a suspensão do pátrio poder poder familiar. pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
(Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
I - que sejam consideradas e respeitadas sua identidade social e cultu-
Parágrafo único. Não existindo outro motivo que por si só autorize a ral, os seus costumes e tradições, bem como suas instituições, desde que
decretação da medida, a criança ou o adolescente será mantido em sua não sejam incompatíveis com os direitos fundamentais reconhecidos por
família de origem, a qual deverá obrigatoriamente ser incluída em progra- esta Lei e pela Constituição Federal; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
mas oficiais de auxílio. Vigência
Art. 24. A perda e a suspensão do pátrio poder poder familiar serão de- II - que a colocação familiar ocorra prioritariamente no seio de sua co-
cretadas judicialmente, em procedimento contraditório, nos casos previstos munidade ou junto a membros da mesma etnia; (Incluído pela Lei nº
na legislação civil, bem como na hipótese de descumprimento injustificado 12.010, de 2009) Vigência
dos deveres e obrigações a que alude o art. 22. (Expressão substituída pela
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência III - a intervenção e oitiva de representantes do órgão federal respon-
sável pela política indigenista, no caso de crianças e adolescentes indíge-
Seção
Seção II nas, e de antropólogos, perante a equipe interprofissional ou multidisciplinar
Da Família Natural que irá acompanhar o caso. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Art. 25. Entende-se por família natural a comunidade formada pelos Art. 29. Não se deferirá colocação em família substituta a pessoa que
pais ou qualquer deles e seus descendentes. revele, por qualquer modo, incompatibilidade com a natureza da medida ou
não ofereça ambiente familiar adequado.
Parágrafo único. Entende-se por família extensa ou ampliada aquela
que se estende para além da unidade pais e filhos ou da unidade do casal, Art. 30. A colocação em família substituta não admitirá transferência da
formada por parentes próximos com os quais a criança ou adolescente criança ou adolescente a terceiros ou a entidades governamentais ou não-
convive e mantém vínculos de afinidade e afetividade. (Incluído pela Lei nº governamentais, sem autorização judicial.
12.010, de 2009) Vigência Art. 31. A colocação em família substituta estrangeira constitui medida
Art. 26. Os filhos havidos fora do casamento poderão ser reconhecidos excepcional, somente admissível na modalidade de adoção.
pelos pais, conjunta ou separadamente, no próprio termo de nascimento, Art. 32. Ao assumir a guarda ou a tutela, o responsável prestará com-
por testamento, mediante escritura ou outro documento público, qualquer promisso de bem e fielmente desempenhar o encargo, mediante termo nos
que seja a origem da filiação. autos.
Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o nascimento do fi- Subseção II
lho ou suceder-lhe ao falecimento, se deixar descendentes.
Da Guarda
Guarda
Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é direito personalíssi-
mo, indisponível e imprescritível, podendo ser exercitado contra os pais ou Art. 33. A guarda obriga a prestação de assistência material, moral e
seus herdeiros, sem qualquer restrição, observado o segredo de Justiça. educacional à criança ou adolescente, conferindo a seu detentor o direito
de opor-se a terceiros, inclusive aos pais. (Vide Lei nº 12.010, de 2009)
Seção III Vigência
Da Família Substituta § 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de fato, podendo ser de-
Subseção I ferida, liminar ou incidentalmente, nos procedimentos de tutela e adoção,
exceto no de adoção por estrangeiros.
Disposições Gerais
§ 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora dos casos de tutela
Art. 28. A colocação em família substituta far-se-á mediante guarda, tu- e adoção, para atender a situações peculiares ou suprir a falta eventual dos
tela ou adoção, independentemente da situação jurídica da criança ou pais ou responsável, podendo ser deferido o direito de representação para
adolescente, nos termos desta Lei. a prática de atos determinados.
§ 1o Sempre que possível, a criança ou o adolescente será previamen- § 3º A guarda confere à criança ou adolescente a condição de depen-
te ouvido por equipe interprofissional, respeitado seu estágio de desenvol- dente, para todos os fins e efeitos de direito, inclusive previdenciários.
vimento e grau de compreensão sobre as implicações da medida, e terá
sua opinião devidamente considerada. (Redação dada pela Lei nº 12.010, § 4o Salvo expressa e fundamentada determinação em contrário, da
de 2009) Vigência autoridade judiciária competente, ou quando a medida for aplicada em
preparação para adoção, o deferimento da guarda de criança ou adolescen-
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te a terceiros não impede o exercício do direito de visitas pelos pais, assim Art. 42. Podem adotar os maiores de 18 (dezoito) anos, independente-
como o dever de prestar alimentos, que serão objeto de regulamentação mente do estado civil. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
específica, a pedido do interessado ou do Ministério Público. (Incluído pela
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 1º Não podem adotar os ascendentes e os irmãos do adotando.

Art. 34. O poder público estimulará, por meio de assistência jurídica, in- § 2o Para adoção conjunta, é indispensável que os adotantes sejam
centivos fiscais e subsídios, o acolhimento, sob a forma de guarda, de casados civilmente ou mantenham união estável, comprovada a estabilida-
criança ou adolescente afastado do convívio familiar. (Redação dada pela de da família. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 3º O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis anos mais velho do
§ 1o A inclusão da criança ou adolescente em programas de acolhi- que o adotando.
mento familiar terá preferência a seu acolhimento institucional, observado, § 4o Os divorciados, os judicialmente separados e os ex-companheiros
em qualquer caso, o caráter temporário e excepcional da medida, nos podem adotar conjuntamente, contanto que acordem sobre a guarda e o
termos desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) regime de visitas e desde que o estágio de convivência tenha sido iniciado
§ 2o Na hipótese do § 1o deste artigo a pessoa ou casal cadastrado no na constância do período de convivência e que seja comprovada a existên-
programa de acolhimento familiar poderá receber a criança ou adolescente cia de vínculos de afinidade e afetividade com aquele não detentor da
mediante guarda, observado o disposto nos arts. 28 a 33 desta Lei. (Incluí- guarda, que justifiquem a excepcionalidade da concessão. (Redação dada
do pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Art. 35. A guarda poderá ser revogada a qualquer tempo, mediante ato § 5o Nos casos do § 4o deste artigo, desde que demonstrado efetivo
judicial fundamentado, ouvido o Ministério Público. benefício ao adotando, será assegurada a guarda compartilhada, conforme
previsto no art. 1.584 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código
Subseção III Civil. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Da Tutela § 6o A adoção poderá ser deferida ao adotante que, após inequívoca
manifestação de vontade, vier a falecer no curso do procedimento, antes de
Art. 36. A tutela será deferida, nos termos da lei civil, a pessoa de até prolatada a sentença.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
18 (dezoito) anos incompletos. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)
Vigência Art. 43. A adoção será deferida quando apresentar reais vantagens pa-
ra o adotando e fundar-se em motivos legítimos.
Parágrafo único. O deferimento da tutela pressupõe a prévia decreta-
ção da perda ou suspensão do pátrio poder poder familiar e implica neces- Art. 44. Enquanto não der conta de sua administração e saldar o seu
sariamente o dever de guarda. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, alcance, não pode o tutor ou o curador adotar o pupilo ou o curatelado.
de 2009) Vigência
Art. 45. A adoção depende do consentimento dos pais ou do represen-
Art. 37. O tutor nomeado por testamento ou qualquer documento autên- tante legal do adotando.
tico, conforme previsto no parágrafo único do art. 1.729 da Lei no 10.406,
de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil, deverá, no prazo de 30 (trinta) dias § 1º. O consentimento será dispensado em relação à criança ou ado-
após a abertura da sucessão, ingressar com pedido destinado ao controle lescente cujos pais sejam desconhecidos ou tenham sido destituídos do
judicial do ato, observando o procedimento previsto nos arts. 165 a 170 pátrio poder poder familiar. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de
desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência 2009) Vigência

Parágrafo único. Na apreciação do pedido, serão observados os requi- § 2º. Em se tratando de adotando maior de doze anos de idade, será
sitos previstos nos arts. 28 e 29 desta Lei, somente sendo deferida a tutela também necessário o seu consentimento.
à pessoa indicada na disposição de última vontade, se restar comprovado Art. 46. A adoção será precedida de estágio de convivência com a cri-
que a medida é vantajosa ao tutelando e que não existe outra pessoa em ança ou adolescente, pelo prazo que a autoridade judiciária fixar, observa-
melhores condições de assumi-la. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de das as peculiaridades do caso.
2009) Vigência
§ 1o O estágio de convivência poderá ser dispensado se o adotando já
Art. 38. Aplica-se à destituição da tutela o disposto no art. 24. estiver sob a tutela ou guarda legal do adotante durante tempo suficiente
Subseção IV para que seja possível avaliar a conveniência da constituição do vínculo.
(Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Da Adoção
§ 2o A simples guarda de fato não autoriza, por si só, a dispensa da re-
Art. 39. A adoção de criança e de adolescente reger-se-á segundo o alização do estágio de convivência. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
disposto nesta Lei. 2009) Vigência
§ 1o A adoção é medida excepcional e irrevogável, à qual se deve re- § 3o Em caso de adoção por pessoa ou casal residente ou domiciliado
correr apenas quando esgotados os recursos de manutenção da criança ou fora do País, o estágio de convivência, cumprido no território nacional, será
adolescente na família natural ou extensa, na forma do parágrafo único do de, no mínimo, 30 (trinta) dias. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
art. 25 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência gência
§ 2o É vedada a adoção por procuração. (Incluído pela Lei nº 12.010, § 4o O estágio de convivência será acompanhado pela equipe interpro-
de 2009) Vigência fissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente
com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política de garantia
Art. 40. O adotando deve contar com, no máximo, dezoito anos à data do direito à convivência familiar, que apresentarão relatório minucioso
do pedido, salvo se já estiver sob a guarda ou tutela dos adotantes. acerca da conveniência do deferimento da medida. (Incluído pela Lei nº
Art. 41. A adoção atribui a condição de filho ao adotado, com os mes- 12.010, de 2009) Vigência
mos direitos e deveres, inclusive sucessórios, desligando-o de qualquer Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por sentença judicial, que será
vínculo com pais e parentes, salvo os impedimentos matrimoniais. inscrita no registro civil mediante mandado do qual não se fornecerá certi-
§ 1º Se um dos cônjuges ou concubinos adota o filho do outro, man- dão.
têm-se os vínculos de filiação entre o adotado e o cônjuge ou concubino do § 1º A inscrição consignará o nome dos adotantes como pais, bem co-
adotante e os respectivos parentes. mo o nome de seus ascendentes.
§ 2º É recíproco o direito sucessório entre o adotado, seus descenden- § 2º O mandado judicial, que será arquivado, cancelará o registro origi-
tes, o adotante, seus ascendentes, descendentes e colaterais até o 4º grau, nal do adotado.
observada a ordem de vocação hereditária.

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§ 3o A pedido do adotante, o novo registro poderá ser lavrado no Cartó- § 8o A autoridade judiciária providenciará, no prazo de 48 (quarenta e
rio do Registro Civil do Município de sua residência. (Redação dada pela oito) horas, a inscrição das crianças e adolescentes em condições de
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência serem adotados que não tiveram colocação familiar na comarca de origem,
e das pessoas ou casais que tiveram deferida sua habilitação à adoção nos
§ 4o Nenhuma observação sobre a origem do ato poderá constar nas cadastros estadual e nacional referidos no § 5o deste artigo, sob pena de
certidões do registro. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência responsabilidade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 5o A sentença conferirá ao adotado o nome do adotante e, a pedido § 9o Compete à Autoridade Central Estadual zelar pela manutenção e
de qualquer deles, poderá determinar a modificação do prenome. (Redação correta alimentação dos cadastros, com posterior comunicação à Autorida-
dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência de Central Federal Brasileira. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigên-
§ 6o Caso a modificação de prenome seja requerida pelo adotante, é cia
obrigatória a oitiva do adotando, observado o disposto nos §§ 1o e 2o do § 10. A adoção internacional somente será deferida se, após consulta
art. 28 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência ao cadastro de pessoas ou casais habilitados à adoção, mantido pela
§ 7o A adoção produz seus efeitos a partir do trânsito em julgado da Justiça da Infância e da Juventude na comarca, bem como aos cadastros
sentença constitutiva, exceto na hipótese prevista no § 6o do art. 42 desta estadual e nacional referidos no § 5o deste artigo, não for encontrado
Lei, caso em que terá força retroativa à data do óbito. (Incluído pela Lei nº interessado com residência permanente no Brasil. (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência 12.010, de 2009) Vigência
§ 8o O processo relativo à adoção assim como outros a ele relaciona- § 11. Enquanto não localizada pessoa ou casal interessado em sua
dos serão mantidos em arquivo, admitindo-se seu armazenamento em adoção, a criança ou o adolescente, sempre que possível e recomendável,
microfilme ou por outros meios, garantida a sua conservação para consulta será colocado sob guarda de família cadastrada em programa de acolhi-
a qualquer tempo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência mento familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 48. O adotado tem direito de conhecer sua origem biológica, bem § 12. A alimentação do cadastro e a convocação criteriosa dos postu-
como de obter acesso irrestrito ao processo no qual a medida foi aplicada e lantes à adoção serão fiscalizadas pelo Ministério Público. (Incluído pela Lei
seus eventuais incidentes, após completar 18 (dezoito) anos. (Redação nº 12.010, de 2009) Vigência
dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 13. Somente poderá ser deferida adoção em favor de candidato do-
Parágrafo único. O acesso ao processo de adoção poderá ser também miciliado no Brasil não cadastrado previamente nos termos desta Lei quan-
deferido ao adotado menor de 18 (dezoito) anos, a seu pedido, assegurada do: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
orientação e assistência jurídica e psicológica. (Incluído pela Lei nº 12.010, I - se tratar de pedido de adoção unilateral; (Incluído pela Lei nº 12.010,
de 2009) Vigência de 2009) Vigência
Art. 49. A morte dos adotantes não restabelece o pátrio poder poder II - for formulada por parente com o qual a criança ou adolescente man-
familiar dos pais naturais. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de tenha vínculos de afinidade e afetividade; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência 2009) Vigência
Art. 50. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou foro regi- III - oriundo o pedido de quem detém a tutela ou guarda legal de crian-
onal, um registro de crianças e adolescentes em condições de serem ça maior de 3 (três) anos ou adolescente, desde que o lapso de tempo de
adotados e outro de pessoas interessadas na adoção. (Vide Lei nº 12.010, convivência comprove a fixação de laços de afinidade e afetividade, e não
de 2009) Vigência seja constatada a ocorrência de má-fé ou qualquer das situações previstas
§ 1º O deferimento da inscrição dar-se-á após prévia consulta aos ór- nos arts. 237 ou 238 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
gãos técnicos do juizado, ouvido o Ministério Público. Vigência

§ 2º Não será deferida a inscrição se o interessado não satisfazer os § 14. Nas hipóteses previstas no § 13 deste artigo, o candidato deverá
requisitos legais, ou verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 29. comprovar, no curso do procedimento, que preenche os requisitos necessá-
rios à adoção, conforme previsto nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
§ 3o A inscrição de postulantes à adoção será precedida de um período 2009) Vigência
de preparação psicossocial e jurídica, orientado pela equipe técnica da
Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente com apoio dos Art. 51. Considera-se adoção internacional aquela na qual a pessoa ou
técnicos responsáveis pela execução da política municipal de garantia do casal postulante é residente ou domiciliado fora do Brasil, conforme previsto
direito à convivência familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigên- no Artigo 2 da Convenção de Haia, de 29 de maio de 1993, Relativa à
cia Proteção das Crianças e à Cooperação em Matéria de Adoção Internacio-
nal, aprovada pelo Decreto Legislativo no 1, de 14 de janeiro de 1999, e
§ 4o Sempre que possível e recomendável, a preparação referida no § promulgada pelo Decreto no 3.087, de 21 de junho de 1999. (Redação dada
3o deste artigo incluirá o contato com crianças e adolescentes em acolhi- pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
mento familiar ou institucional em condições de serem adotados, a ser
realizado sob a orientação, supervisão e avaliação da equipe técnica da § 1o A adoção internacional de criança ou adolescente brasileiro ou
Justiça da Infância e da Juventude, com apoio dos técnicos responsáveis domiciliado no Brasil somente terá lugar quando restar comprovado: (Reda-
pelo programa de acolhimento e pela execução da política municipal de ção dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
garantia do direito à convivência familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de I - que a colocação em família substituta é a solução adequada ao caso
2009) Vigência concreto; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 5o Serão criados e implementados cadastros estaduais e nacional de II - que foram esgotadas todas as possibilidades de colocação da cri-
crianças e adolescentes em condições de serem adotados e de pessoas ou ança ou adolescente em família substituta brasileira, após consulta aos
casais habilitados à adoção. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência cadastros mencionados no art. 50 desta Lei; (Incluída pela Lei nº 12.010, de
§ 6o Haverá cadastros distintos para pessoas ou casais residentes fora 2009) Vigência
do País, que somente serão consultados na inexistência de postulantes III - que, em se tratando de adoção de adolescente, este foi consultado,
nacionais habilitados nos cadastros mencionados no § 5o deste artigo. por meios adequados ao seu estágio de desenvolvimento, e que se encon-
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência tra preparado para a medida, mediante parecer elaborado por equipe
§ 7o As autoridades estaduais e federais em matéria de adoção terão interprofissional, observado o disposto nos §§ 1o e 2o do art. 28 desta Lei.
acesso integral aos cadastros, incumbindo-lhes a troca de informações e a (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
cooperação mútua, para melhoria do sistema. (Incluído pela Lei nº 12.010,
de 2009) Vigência

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§ 2o Os brasileiros residentes no exterior terão preferência aos estran- II - satisfizerem as condições de integridade moral, competência profis-
geiros, nos casos de adoção internacional de criança ou adolescente brasi- sional, experiência e responsabilidade exigidas pelos países respectivos e
leiro. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência pela Autoridade Central Federal Brasileira; (Incluída pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
§ 3o A adoção internacional pressupõe a intervenção das Autoridades
Centrais Estaduais e Federal em matéria de adoção internacional. (Reda- III - forem qualificados por seus padrões éticos e sua formação e expe-
ção dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência riência para atuar na área de adoção internacional; (Incluída pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
Art. 52. A adoção internacional observará o procedimento previsto nos
arts. 165 a 170 desta Lei, com as seguintes adaptações: (Redação dada IV - cumprirem os requisitos exigidos pelo ordenamento jurídico brasi-
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência leiro e pelas normas estabelecidas pela Autoridade Central Federal Brasilei-
ra. (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
I - a pessoa ou casal estrangeiro, interessado em adotar criança ou a-
dolescente brasileiro, deverá formular pedido de habilitação à adoção § 4o Os organismos credenciados deverão ainda: (Incluído pela Lei nº
perante a Autoridade Central em matéria de adoção internacional no país 12.010, de 2009) Vigência
de acolhida, assim entendido aquele onde está situada sua residência
habitual; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência I - perseguir unicamente fins não lucrativos, nas condições e dentro dos
limites fixados pelas autoridades competentes do país onde estiverem
II - se a Autoridade Central do país de acolhida considerar que os soli- sediados, do país de acolhida e pela Autoridade Central Federal Brasileira;
citantes estão habilitados e aptos para adotar, emitirá um relatório que (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
contenha informações sobre a identidade, a capacidade jurídica e adequa-
ção dos solicitantes para adotar, sua situação pessoal, familiar e médica, II - ser dirigidos e administrados por pessoas qualificadas e de reco-
seu meio social, os motivos que os animam e sua aptidão para assumir nhecida idoneidade moral, com comprovada formação ou experiência para
uma adoção internacional; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência atuar na área de adoção internacional, cadastradas pelo Departamento de
Polícia Federal e aprovadas pela Autoridade Central Federal Brasileira,
III - a Autoridade Central do país de acolhida enviará o relatório à Auto- mediante publicação de portaria do órgão federal competente; (Incluída
ridade Central Estadual, com cópia para a Autoridade Central Federal pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Brasileira; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
III - estar submetidos à supervisão das autoridades competentes do pa-
IV - o relatório será instruído com toda a documentação necessária, in- ís onde estiverem sediados e no país de acolhida, inclusive quanto à sua
cluindo estudo psicossocial elaborado por equipe interprofissional habilitada composição, funcionamento e situação financeira; (Incluída pela Lei nº
e cópia autenticada da legislação pertinente, acompanhada da respectiva 12.010, de 2009) Vigência
prova de vigência; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
IV - apresentar à Autoridade Central Federal Brasileira, a cada ano, re-
V - os documentos em língua estrangeira serão devidamente autenti- latório geral das atividades desenvolvidas, bem como relatório de acompa-
cados pela autoridade consular, observados os tratados e convenções nhamento das adoções internacionais efetuadas no período, cuja cópia
internacionais, e acompanhados da respectiva tradução, por tradutor públi- será encaminhada ao Departamento de Polícia Federal; (Incluída pela Lei
co juramentado; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência nº 12.010, de 2009) Vigência
VI - a Autoridade Central Estadual poderá fazer exigências e solicitar V - enviar relatório pós-adotivo semestral para a Autoridade Central Es-
complementação sobre o estudo psicossocial do postulante estrangeiro à tadual, com cópia para a Autoridade Central Federal Brasileira, pelo período
adoção, já realizado no país de acolhida; (Incluída pela Lei nº 12.010, de mínimo de 2 (dois) anos. O envio do relatório será mantido até a juntada de
2009) Vigência cópia autenticada do registro civil, estabelecendo a cidadania do país de
acolhida para o adotado; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
VII - verificada, após estudo realizado pela Autoridade Central Estadu-
al, a compatibilidade da legislação estrangeira com a nacional, além do VI - tomar as medidas necessárias para garantir que os adotantes en-
preenchimento por parte dos postulantes à medida dos requisitos objetivos caminhem à Autoridade Central Federal Brasileira cópia da certidão de
e subjetivos necessários ao seu deferimento, tanto à luz do que dispõe esta registro de nascimento estrangeira e do certificado de nacionalidade tão
Lei como da legislação do país de acolhida, será expedido laudo de habili- logo lhes sejam concedidos. (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
tação à adoção internacional, que terá validade por, no máximo, 1 (um)
ano; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 5o A não apresentação dos relatórios referidos no § 4o deste artigo
pelo organismo credenciado poderá acarretar a suspensão de seu creden-
VIII - de posse do laudo de habilitação, o interessado será autorizado a ciamento. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
formalizar pedido de adoção perante o Juízo da Infância e da Juventude do
local em que se encontra a criança ou adolescente, conforme indicação § 6o O credenciamento de organismo nacional ou estrangeiro encarre-
efetuada pela Autoridade Central Estadual. (Incluída pela Lei nº 12.010, de gado de intermediar pedidos de adoção internacional terá validade de 2
2009) Vigência (dois) anos. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 1o Se a legislação do país de acolhida assim o autorizar, admite-se § 7o A renovação do credenciamento poderá ser concedida mediante
que os pedidos de habilitação à adoção internacional sejam intermediados requerimento protocolado na Autoridade Central Federal Brasileira nos 60
por organismos credenciados. (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigên- (sessenta) dias anteriores ao término do respectivo prazo de validade.
cia (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 2o Incumbe à Autoridade Central Federal Brasileira o credenciamento § 8o Antes de transitada em julgado a decisão que concedeu a adoção
de organismos nacionais e estrangeiros encarregados de intermediar internacional, não será permitida a saída do adotando do território nacional.
pedidos de habilitação à adoção internacional, com posterior comunicação (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
às Autoridades Centrais Estaduais e publicação nos órgãos oficiais de § 9o Transitada em julgado a decisão, a autoridade judiciária determi-
imprensa e em sítio próprio da internet. (Incluído pela Lei nº 12.010, de nará a expedição de alvará com autorização de viagem, bem como para
2009) Vigência obtenção de passaporte, constando, obrigatoriamente, as características da
§ 3o Somente será admissível o credenciamento de organismos que: criança ou adolescente adotado, como idade, cor, sexo, eventuais sinais ou
(Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência traços peculiares, assim como foto recente e a aposição da impressão
digital do seu polegar direito, instruindo o documento com cópia autenticada
I - sejam oriundos de países que ratificaram a Convenção de Haia e es- da decisão e certidão de trânsito em julgado. (Incluído pela Lei nº 12.010,
tejam devidamente credenciados pela Autoridade Central do país onde de 2009) Vigência
estiverem sediados e no país de acolhida do adotando para atuar em
adoção internacional no Brasil; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi- § 10. A Autoridade Central Federal Brasileira poderá, a qualquer mo-
gência mento, solicitar informações sobre a situação das crianças e adolescentes
adotados. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Técnico de Enfermagem 90 A Opção Certa Para a Sua Realização


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§ 11. A cobrança de valores por parte dos organismos credenciados, Capítulo IV
que sejam considerados abusivos pela Autoridade Central Federal Brasilei-
ra e que não estejam devidamente comprovados, é causa de seu descre- Do Direito à Educação, à Cultura,
Cultura, ao Esporte e ao Lazer
denciamento. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao
§ 12. Uma mesma pessoa ou seu cônjuge não podem ser representa- pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidada-
dos por mais de uma entidade credenciada para atuar na cooperação em nia e qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes:
adoção internacional. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
§ 13. A habilitação de postulante estrangeiro ou domiciliado fora do II - direito de ser respeitado por seus educadores;
Brasil terá validade máxima de 1 (um) ano, podendo ser renovada. (Incluído
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às ins-
tâncias escolares superiores;
§ 14. É vedado o contato direto de representantes de organismos de
adoção, nacionais ou estrangeiros, com dirigentes de programas de aco- IV - direito de organização e participação em entidades estudantis;
lhimento institucional ou familiar, assim como com crianças e adolescentes V - acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência.
em condições de serem adotados, sem a devida autorização judicial. (Inclu-
ído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do pro-
cesso pedagógico, bem como participar da definição das propostas educa-
§ 15. A Autoridade Central Federal Brasileira poderá limitar ou suspen- cionais.
der a concessão de novos credenciamentos sempre que julgar necessário,
mediante ato administrativo fundamentado. (Incluído pela Lei nº 12.010, de Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente:
2009) Vigência
I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a
Art. 52-A. É vedado, sob pena de responsabilidade e descredencia- ele não tiveram acesso na idade própria;
mento, o repasse de recursos provenientes de organismos estrangeiros
II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino
encarregados de intermediar pedidos de adoção internacional a organismos
médio;
nacionais ou a pessoas físicas. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
Vigência III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiên-
cia, preferencialmente na rede regular de ensino;
Parágrafo único. Eventuais repasses somente poderão ser efetuados
via Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente e estarão sujeitos às IV - atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis a-
deliberações do respectivo Conselho de Direitos da Criança e do Adoles- nos de idade;
cente. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da cria-
Art. 52-B. A adoção por brasileiro residente no exterior em país ratifi- ção artística, segundo a capacidade de cada um;
cante da Convenção de Haia, cujo processo de adoção tenha sido proces-
sado em conformidade com a legislação vigente no país de residência e VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do ado-
atendido o disposto na Alínea “c” do Artigo 17 da referida Convenção, será lescente trabalhador;
automaticamente recepcionada com o reingresso no Brasil. (Incluído pela VII - atendimento no ensino fundamental, através de programas suple-
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência mentares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência
§ 1o Caso não tenha sido atendido o disposto na Alínea “c” do Artigo 17 à saúde.
da Convenção de Haia, deverá a sentença ser homologada pelo Superior § 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjeti-
Tribunal de Justiça. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência vo.
§ 2o O pretendente brasileiro residente no exterior em país não ratifi- § 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder público ou
cante da Convenção de Haia, uma vez reingressado no Brasil, deverá sua oferta irregular importa responsabilidade da autoridade competente.
requerer a homologação da sentença estrangeira pelo Superior Tribunal de
Justiça. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 3º Compete ao poder público recensear os educandos no ensino fun-
damental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsável, pela
Art. 52-C. Nas adoções internacionais, quando o Brasil for o país de frequência à escola.
acolhida, a decisão da autoridade competente do país de origem da criança
ou do adolescente será conhecida pela Autoridade Central Estadual que Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de matricular seus fi-
tiver processado o pedido de habilitação dos pais adotivos, que comunicará lhos ou pupilos na rede regular de ensino.
o fato à Autoridade Central Federal e determinará as providências necessá-
Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental co-
rias à expedição do Certificado de Naturalização Provisório. (Incluído pela
municarão ao Conselho Tutelar os casos de:
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
I - maus-tratos envolvendo seus alunos;
§ 1o A Autoridade Central Estadual, ouvido o Ministério Público, so-
mente deixará de reconhecer os efeitos daquela decisão se restar demons- II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os
trado que a adoção é manifestamente contrária à ordem pública ou não recursos escolares;
atende ao interesse superior da criança ou do adolescente. (Incluído pela
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência III - elevados níveis de repetência.

§ 2o Na hipótese de não reconhecimento da adoção, prevista no § 1o Art. 57. O poder público estimulará pesquisas, experiências e novas
deste artigo, o Ministério Público deverá imediatamente requerer o que for propostas relativas a calendário, seriação, currículo, metodologia, didática e
de direito para resguardar os interesses da criança ou do adolescente, avaliação, com vistas à inserção de crianças e adolescentes excluídos do
comunicando-se as providências à Autoridade Central Estadual, que fará a ensino fundamental obrigatório.
comunicação à Autoridade Central Federal Brasileira e à Autoridade Central Art. 58. No processo educacional respeitar-se-ão os valores culturais,
do país de origem. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência artísticos e históricos próprios do contexto social da criança e do adolescen-
Art. 52-D. Nas adoções internacionais, quando o Brasil for o país de te, garantindo-se a estes a liberdade da criação e o acesso às fontes de
acolhida e a adoção não tenha sido deferida no país de origem porque a cultura.
sua legislação a delega ao país de acolhida, ou, ainda, na hipótese de, Art. 59. Os municípios, com apoio dos estados e da União, estimularão
mesmo com decisão, a criança ou o adolescente ser oriundo de país que e facilitarão a destinação de recursos e espaços para programações cultu-
não tenha aderido à Convenção referida, o processo de adoção seguirá as rais, esportivas e de lazer voltadas para a infância e a juventude.
regras da adoção nacional. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Capítulo V

Técnico de Enfermagem 91 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Do Direito à Profissionalização e à Proteção no Trabalho
Trabalho Art. 73. A inobservância das normas de prevenção importará em res-
ponsabilidade da pessoa física ou jurídica, nos termos desta Lei.
Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze anos de
idade, salvo na condição de aprendiz. (Vide Constituição Federal) Capítulo II
Art. 61. A proteção ao trabalho dos adolescentes é regulada por legis- Da Prevenção Especial
lação especial, sem prejuízo do disposto nesta Lei.
Seção I
Art. 62. Considera-se aprendizagem a formação técnico-profissional
ministrada segundo as diretrizes e bases da legislação de educação em Da informação, Cultura, Lazer, Esportes, Diversões e Espetáculos
vigor. Art. 74. O poder público, através do órgão competente, regulará as di-
Art. 63. A formação técnico-profissional obedecerá aos seguintes prin- versões e espetáculos públicos, informando sobre a natureza deles, as
cípios: faixas etárias a que não se recomendem, locais e horários em que sua
apresentação se mostre inadequada.
I - garantia de acesso e frequência obrigatória ao ensino regular;
Parágrafo único. Os responsáveis pelas diversões e espetáculos públi-
II - atividade compatível com o desenvolvimento do adolescente; cos deverão afixar, em lugar visível e de fácil acesso, à entrada do local de
exibição, informação destacada sobre a natureza do espetáculo e a faixa
III - horário especial para o exercício das atividades. etária especificada no certificado de classificação.
Art. 64. Ao adolescente até quatorze anos de idade é assegurada bolsa Art. 75. Toda criança ou adolescente terá acesso às diversões e espe-
de aprendizagem. táculos públicos classificados como adequados à sua faixa etária.
Art. 65. Ao adolescente aprendiz, maior de quatorze anos, são assegu- Parágrafo único. As crianças menores de dez anos somente poderão
rados os direitos trabalhistas e previdenciários. ingressar e permanecer nos locais de apresentação ou exibição quando
Art. 66. Ao adolescente portador de deficiência é assegurado trabalho acompanhadas dos pais ou responsável.
protegido. Art. 76. As emissoras de rádio e televisão somente exibirão, no horário
Art. 67. Ao adolescente empregado, aprendiz, em regime familiar de recomendado para o público infanto juvenil, programas com finalidades
trabalho, aluno de escola técnica, assistido em entidade governamental ou educativas, artísticas, culturais e informativas.
não-governamental, é vedado trabalho: Parágrafo único. Nenhum espetáculo será apresentado ou anunciado
I - noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um dia e as cinco sem aviso de sua classificação, antes de sua transmissão, apresentação ou
horas do dia seguinte; exibição.
II - perigoso, insalubre ou penoso; Art. 77. Os proprietários, diretores, gerentes e funcionários de empre-
sas que explorem a venda ou aluguel de fitas de programação em vídeo
III - realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao seu desenvol- cuidarão para que não haja venda ou locação em desacordo com a classifi-
vimento físico, psíquico, moral e social; cação atribuída pelo órgão competente.
IV - realizado em horários e locais que não permitam a frequência à Parágrafo único. As fitas a que alude este artigo deverão exibir, no in-
escola. vólucro, informação sobre a natureza da obra e a faixa etária a que se
Art. 68. O programa social que tenha por base o trabalho educativo, destinam.
sob responsabilidade de entidade governamental ou não-governamental Art. 78. As revistas e publicações contendo material impróprio ou ina-
sem fins lucrativos, deverá assegurar ao adolescente que dele participe dequado a crianças e adolescentes deverão ser comercializadas em emba-
condições de capacitação para o exercício de atividade regular remunera- lagem lacrada, com a advertência de seu conteúdo.
da.
Parágrafo único. As editoras cuidarão para que as capas que conte-
§ 1º Entende-se por trabalho educativo a atividade laboral em que as nham mensagens pornográficas ou obscenas sejam protegidas com emba-
exigências pedagógicas relativas ao desenvolvimento pessoal e social do lagem opaca.
educando prevalecem sobre o aspecto produtivo.
Art. 79. As revistas e publicações destinadas ao público infanto-juvenil
§ 2º A remuneração que o adolescente recebe pelo trabalho efetuado não poderão conter ilustrações, fotografias, legendas, crônicas ou anúncios
ou a participação na venda dos produtos de seu trabalho não desfigura o de bebidas alcoólicas, tabaco, armas e munições, e deverão respeitar os
caráter educativo. valores éticos e sociais da pessoa e da família.
Art. 69. O adolescente tem direito à profissionalização e à proteção no Art. 80. Os responsáveis por estabelecimentos que explorem comerci-
trabalho, observados os seguintes aspectos, entre outros: almente bilhar, sinuca ou congênere ou por casas de jogos, assim entendi-
I - respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento; das as que realizem apostas, ainda que eventualmente, cuidarão para que
não seja permitida a entrada e a permanência de crianças e adolescentes
II - capacitação profissional adequada ao mercado de trabalho. no local, afixando aviso para orientação do público.
Título III Seção II
Da Prevenção Dos Produtos e Serviços
Capítulo I Art. 81. É proibida a venda à criança ou ao adolescente de:
Disposições Gerais I - armas, munições e explosivos;
Art. 70. É dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça ou violação II - bebidas alcoólicas;
dos direitos da criança e do adolescente.
III - produtos cujos componentes possam causar dependência física ou
Art. 71. A criança e o adolescente têm direito a informação, cultura, la- psíquica ainda que por utilização indevida;
zer, esportes, diversões, espetáculos e produtos e serviços que respeitem
sua condição peculiar de pessoa em desenvolvimento. IV - fogos de estampido e de artifício, exceto aqueles que pelo seu re-
duzido potencial sejam incapazes de provocar qualquer dano físico em
Art. 72. As obrigações previstas nesta Lei não excluem da prevenção caso de utilização indevida;
especial outras decorrentes dos princípios por ela adotados.
V - revistas e publicações a que alude o art. 78;

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VI - bilhetes lotéricos e equivalentes. Art. 88. São diretrizes da política de atendimento:
Art. 82. É proibida a hospedagem de criança ou adolescente em hotel, I - municipalização do atendimento;
motel, pensão ou estabelecimento congênere, salvo se autorizado ou
acompanhado pelos pais ou responsável. II - criação de conselhos municipais, estaduais e nacional dos direitos
da criança e do adolescente, órgãos deliberativos e controladores das
Seção III ações em todos os níveis, assegurada a participação popular paritária por
meio de organizações representativas, segundo leis federal, estaduais e
Da Autorização para Viajar municipais;
Art. 83. Nenhuma criança poderá viajar para fora da comarca onde re- III - criação e manutenção de programas específicos, observada a des-
side, desacompanhada dos pais ou responsável, sem expressa autorização centralização político-administrativa;
judicial.
IV - manutenção de fundos nacional, estaduais e municipais vinculados
§ 1º A autorização não será exigida quando: aos respectivos conselhos dos direitos da criança e do adolescente;
a) tratar-se de comarca contígua à da residência da criança, se na V - integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério Público,
mesma unidade da Federação, ou incluída na mesma região metropolitana; Defensoria, Segurança Pública e Assistência Social, preferencialmente em
b) a criança estiver acompanhada: um mesmo local, para efeito de agilização do atendimento inicial a adoles-
cente a quem se atribua autoria de ato infracional;
1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau, comprovado
documentalmente o parentesco; VI - integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério Público,
Defensoria, Conselho Tutelar e encarregados da execução das políticas
2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, mãe ou res- sociais básicas e de assistência social, para efeito de agilização do atendi-
ponsável. mento de crianças e de adolescentes inseridos em programas de acolhi-
§ 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais ou responsável, mento familiar ou institucional, com vista na sua rápida reintegração à
conceder autorização válida por dois anos. família de origem ou, se tal solução se mostrar comprovadamente inviável,
sua colocação em família substituta, em quaisquer das modalidades previs-
Art. 84. Quando se tratar de viagem ao exterior, a autorização é dis- tas no art. 28 desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigên-
pensável, se a criança ou adolescente: cia
I - estiver acompanhado de ambos os pais ou responsável; VII - mobilização da opinião pública para a indispensável participação
dos diversos segmentos da sociedade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
II - viajar na companhia de um dos pais, autorizado expressamente pe-
2009) Vigência
lo outro através de documento com firma reconhecida.
Art. 89. A função de membro do conselho nacional e dos conselhos es-
Art. 85. Sem prévia e expressa autorização judicial, nenhuma criança
taduais e municipais dos direitos da criança e do adolescente é considerada
ou adolescente nascido em território nacional poderá sair do País em
de interesse público relevante e não será remunerada.
companhia de estrangeiro residente ou domiciliado no exterior.
Capítulo II
Parte Especial
Das Entidades de Atendimento
Atendimento
Título I
Seção I
Da Política de Atendimento
Disposições Gerais
Capítulo I
Art. 90. As entidades de atendimento são responsáveis pela manuten-
Disposições Gerais
ção das próprias unidades, assim como pelo planejamento e execução de
Art. 86. A política de atendimento dos direitos da criança e do adoles- programas de proteção e sócio-educativos destinados a crianças e adoles-
cente far-se-á através de um conjunto articulado de ações governamentais centes, em regime de: (Vide)
e não-governamentais, da União, dos estados, do Distrito Federal e dos
I - orientação e apoio sócio-familiar;
municípios.
II - apoio sócio-educativo em meio aberto;
Art. 87. São linhas de ação da política de atendimento:
III - colocação familiar;
I - políticas sociais básicas;
IV - acolhimento institucional; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
II - políticas e programas de assistência social, em caráter supletivo,
2009) Vigência
para aqueles que deles necessitem;
V - prestação de serviços à comunidade; (Redação dada pela Lei nº
III - serviços especiais de prevenção e atendimento médico e psicosso-
12.594, de 2012) (Vide)
cial às vítimas de negligência, maus-tratos, exploração, abuso, crueldade e
opressão; VI - liberdade assistida; (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012)
(Vide)
IV - serviço de identificação e localização de pais, responsável, crian-
ças e adolescentes desaparecidos; VII - semiliberdade; e (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vi-
de)
V - proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direitos da cri-
ança e do adolescente. VIII - internação. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
VI - políticas e programas destinados a prevenir ou abreviar o período § 1o As entidades governamentais e não governamentais deverão pro-
de afastamento do convívio familiar e a garantir o efetivo exercício do direito ceder à inscrição de seus programas, especificando os regimes de atendi-
à convivência familiar de crianças e adolescentes; (Incluído pela Lei nº mento, na forma definida neste artigo, no Conselho Municipal dos Direitos
12.010, de 2009) Vigência da Criança e do Adolescente, o qual manterá registro das inscrições e de
suas alterações, do que fará comunicação ao Conselho Tutelar e à autori-
VII - campanhas de estímulo ao acolhimento sob forma de guarda de
dade judiciária. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
crianças e adolescentes afastados do convívio familiar e à adoção, especi-
ficamente inter-racial, de crianças maiores ou de adolescentes, com neces- § 2o Os recursos destinados à implementação e manutenção dos pro-
sidades específicas de saúde ou com deficiências e de grupos de irmãos. gramas relacionados neste artigo serão previstos nas dotações orçamentá-
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência rias dos órgãos públicos encarregados das áreas de Educação, Saúde e
Assistência Social, dentre outros, observando-se o princípio da prioridade

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absoluta à criança e ao adolescente preconizado pelo caput do art. 227 da máximo a cada 6 (seis) meses, relatório circunstanciado acerca da situação
Constituição Federal e pelo caput e parágrafo único do art. 4o desta Lei. de cada criança ou adolescente acolhido e sua família, para fins da reavali-
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência ação prevista no § 1o do art. 19 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
§ 3o Os programas em execução serão reavaliados pelo Conselho Mu-
nicipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, no máximo, a cada 2 § 3o Os entes federados, por intermédio dos Poderes Executivo e Judi-
(dois) anos, constituindo-se critérios para renovação da autorização de ciário, promoverão conjuntamente a permanente qualificação dos profissio-
funcionamento: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência nais que atuam direta ou indiretamente em programas de acolhimento
institucional e destinados à colocação familiar de crianças e adolescentes,
I - o efetivo respeito às regras e princípios desta Lei, bem como às re- incluindo membros do Poder Judiciário, Ministério Público e Conselho
soluções relativas à modalidade de atendimento prestado expedidas pelos Tutelar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente, em todos os níveis;
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 4o Salvo determinação em contrário da autoridade judiciária compe-
tente, as entidades que desenvolvem programas de acolhimento familiar ou
II - a qualidade e eficiência do trabalho desenvolvido, atestadas pelo institucional, se necessário com o auxílio do Conselho Tutelar e dos órgãos
Conselho Tutelar, pelo Ministério Público e pela Justiça da Infância e da de assistência social, estimularão o contato da criança ou adolescente com
Juventude; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência seus pais e parentes, em cumprimento ao disposto nos incisos I e VIII do
III - em se tratando de programas de acolhimento institucional ou fami- caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
liar, serão considerados os índices de sucesso na reintegração familiar ou § 5o As entidades que desenvolvem programas de acolhimento familiar
de adaptação à família substituta, conforme o caso. (Incluído pela Lei nº ou institucional somente poderão receber recursos públicos se comprovado
12.010, de 2009) Vigência o atendimento dos princípios, exigências e finalidades desta Lei. (Incluído
Art. 91. As entidades não-governamentais somente poderão funcionar pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
depois de registradas no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do § 6o O descumprimento das disposições desta Lei pelo dirigente de en-
Adolescente, o qual comunicará o registro ao Conselho Tutelar e à autori- tidade que desenvolva programas de acolhimento familiar ou institucional é
dade judiciária da respectiva localidade. causa de sua destituição, sem prejuízo da apuração de sua responsabilida-
§ 1o Será negado o registro à entidade que: (Incluído pela Lei nº de administrativa, civil e criminal. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
12.010, de 2009) Vigência Vigência

a) não ofereça instalações físicas em condições adequadas de habita- Art. 93. As entidades que mantenham programa de acolhimento institu-
bilidade, higiene, salubridade e segurança; cional poderão, em caráter excepcional e de urgência, acolher crianças e
adolescentes sem prévia determinação da autoridade competente, fazendo
b) não apresente plano de trabalho compatível com os princípios desta comunicação do fato em até 24 (vinte e quatro) horas ao Juiz da Infância e
Lei; da Juventude, sob pena de responsabilidade. (Redação dada pela Lei nº
c) esteja irregularmente constituída; 12.010, de 2009) Vigência

d) tenha em seus quadros pessoas inidôneas. Parágrafo único. Recebida a comunicação, a autoridade judiciária, ou-
vido o Ministério Público e se necessário com o apoio do Conselho Tutelar
e) não se adequar ou deixar de cumprir as resoluções e deliberações local, tomará as medidas necessárias para promover a imediata reintegra-
relativas à modalidade de atendimento prestado expedidas pelos Conse- ção familiar da criança ou do adolescente ou, se por qualquer razão não for
lhos de Direitos da Criança e do Adolescente, em todos os níveis. (Incluída isso possível ou recomendável, para seu encaminhamento a programa de
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência acolhimento familiar, institucional ou a família substituta, observado o
disposto no § 2o do art. 101 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
§ 2o O registro terá validade máxima de 4 (quatro) anos, cabendo ao
2009) Vigência
Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, periodica-
mente, reavaliar o cabimento de sua renovação, observado o disposto no § Art. 94. As entidades que desenvolvem programas de internação têm
1o deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência as seguintes obrigações, entre outras:
Art. 92. As entidades que desenvolvam programas de acolhimento fa- I - observar os direitos e garantias de que são titulares os adolescen-
miliar ou institucional deverão adotar os seguintes princípios: (Redação tes;
dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
II - não restringir nenhum direito que não tenha sido objeto de restrição
I - preservação dos vínculos familiares e promoção da reintegração fa- na decisão de internação;
miliar; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
III - oferecer atendimento personalizado, em pequenas unidades e gru-
II - integração em família substituta, quando esgotados os recursos de pos reduzidos;
manutenção na família natural ou extensa; (Redação dada pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência IV - preservar a identidade e oferecer ambiente de respeito e dignidade
ao adolescente;
III - atendimento personalizado e em pequenos grupos;
V - diligenciar no sentido do restabelecimento e da preservação dos
IV - desenvolvimento de atividades em regime de co-educação; vínculos familiares;
V - não desmembramento de grupos de irmãos; VI - comunicar à autoridade judiciária, periodicamente, os casos em
que se mostre inviável ou impossível o reatamento dos vínculos familiares;
VI - evitar, sempre que possível, a transferência para outras entidades
de crianças e adolescentes abrigados; VII - oferecer instalações físicas em condições adequadas de habitabi-
lidade, higiene, salubridade e segurança e os objetos necessários à higiene
VII - participação na vida da comunidade local;
pessoal;
VIII - preparação gradativa para o desligamento;
VIII - oferecer vestuário e alimentação suficientes e adequados à faixa
IX - participação de pessoas da comunidade no processo educativo. etária dos adolescentes atendidos;
§ 1o O dirigente de entidade que desenvolve programa de acolhimento IX - oferecer cuidados médicos, psicológicos, odontológicos e farma-
institucional é equiparado ao guardião, para todos os efeitos de direito. cêuticos;
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
X - propiciar escolarização e profissionalização;
§ 2o Os dirigentes de entidades que desenvolvem programas de aco-
XI - propiciar atividades culturais, esportivas e de lazer;
lhimento familiar ou institucional remeterão à autoridade judiciária, no

Técnico de Enfermagem 94 A Opção Certa Para a Sua Realização


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XII - propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de acordo Título II
com suas crenças;
Das Medidas de Proteção
XIII - proceder a estudo social e pessoal de cada caso;
Capítulo I
XIV - reavaliar periodicamente cada caso, com intervalo máximo de
seis meses, dando ciência dos resultados à autoridade competente; Disposições Gerais

XV - informar, periodicamente, o adolescente internado sobre sua situ- Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente são aplicá-
ação processual; veis sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou
violados:
XVI - comunicar às autoridades competentes todos os casos de ado-
lescentes portadores de moléstias infecto-contagiosas; I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;

XVII - fornecer comprovante de depósito dos pertences dos adolescen- II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável;
tes; III - em razão de sua conduta.
XVIII - manter programas destinados ao apoio e acompanhamento de Capítulo II
egressos;
Das Medidas Específicas de Proteção
XIX - providenciar os documentos necessários ao exercício da cidada-
nia àqueles que não os tiverem; Art. 99. As medidas previstas neste Capítulo poderão ser aplicadas iso-
lada ou cumulativamente, bem como substituídas a qualquer tempo.
XX - manter arquivo de anotações onde constem data e circunstâncias
do atendimento, nome do adolescente, seus pais ou responsável, parentes, Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta as necessi-
endereços, sexo, idade, acompanhamento da sua formação, relação de dades pedagógicas, preferindo-se aquelas que visem ao fortalecimento dos
seus pertences e demais dados que possibilitem sua identificação e a vínculos familiares e comunitários.
individualização do atendimento. Parágrafo único. São também princípios que regem a aplicação das
§ 1o Aplicam-se, no que couber, as obrigações constantes deste artigo medidas: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
às entidades que mantêm programas de acolhimento institucional e familiar. I - condição da criança e do adolescente como sujeitos de direitos: cri-
(Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência anças e adolescentes são os titulares dos direitos previstos nesta e em
§ 2º No cumprimento das obrigações a que alude este artigo as entida- outras Leis, bem como na Constituição Federal; (Incluído pela Lei nº
des utilizarão preferencialmente os recursos da comunidade. 12.010, de 2009) Vigência

Seção II II - proteção integral e prioritária: a interpretação e aplicação de toda e


qualquer norma contida nesta Lei deve ser voltada à proteção integral e
Da Fiscalização das Entidades prioritária dos direitos de que crianças e adolescentes são titulares; (Incluí-
Art. 95. As entidades governamentais e não-governamentais referidas do pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
no art. 90 serão fiscalizadas pelo Judiciário, pelo Ministério Público e pelos III - responsabilidade primária e solidária do poder público: a plena efe-
Conselhos Tutelares. tivação dos direitos assegurados a crianças e a adolescentes por esta Lei e
Art. 96. Os planos de aplicação e as prestações de contas serão apre- pela Constituição Federal, salvo nos casos por esta expressamente ressal-
sentados ao estado ou ao município, conforme a origem das dotações vados, é de responsabilidade primária e solidária das 3 (três) esferas de
orçamentárias. governo, sem prejuízo da municipalização do atendimento e da possibilida-
de da execução de programas por entidades não governamentais; (Incluído
Art. 97. São medidas aplicáveis às entidades de atendimento que des- pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
cumprirem obrigação constante do art. 94, sem prejuízo da responsabilida-
de civil e criminal de seus dirigentes ou prepostos: IV - interesse superior da criança e do adolescente: a intervenção deve
atender prioritariamente aos interesses e direitos da criança e do adoles-
I - às entidades governamentais: cente, sem prejuízo da consideração que for devida a outros interesses
legítimos no âmbito da pluralidade dos interesses presentes no caso con-
a) advertência; creto; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
b) afastamento provisório de seus dirigentes; V - privacidade: a promoção dos direitos e proteção da criança e do
c) afastamento definitivo de seus dirigentes; adolescente deve ser efetuada no respeito pela intimidade, direito à ima-
gem e reserva da sua vida privada; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
d) fechamento de unidade ou interdição de programa. Vigência
II - às entidades não-governamentais: VI - intervenção precoce: a intervenção das autoridades competentes
a) advertência; deve ser efetuada logo que a situação de perigo seja conhecida; (Incluído
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
b) suspensão total ou parcial do repasse de verbas públicas;
VII - intervenção mínima: a intervenção deve ser exercida exclusiva-
c) interdição de unidades ou suspensão de programa; mente pelas autoridades e instituições cuja ação seja indispensável à
efetiva promoção dos direitos e à proteção da criança e do adolescente;
d) cassação do registro.
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 1o Em caso de reiteradas infrações cometidas por entidades de aten-
VIII - proporcionalidade e atualidade: a intervenção deve ser a neces-
dimento, que coloquem em risco os direitos assegurados nesta Lei, deverá
sária e adequada à situação de perigo em que a criança ou o adolescente
ser o fato comunicado ao Ministério Público ou representado perante auto-
se encontram no momento em que a decisão é tomada; (Incluído pela Lei
ridade judiciária competente para as providências cabíveis, inclusive sus-
nº 12.010, de 2009) Vigência
pensão das atividades ou dissolução da entidade. (Redação dada pela Lei
nº 12.010, de 2009) Vigência IX - responsabilidade parental: a intervenção deve ser efetuada de mo-
do que os pais assumam os seus deveres para com a criança e o adoles-
2o
§ As pessoas jurídicas de direito público e as organizações não go-
cente; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
vernamentais responderão pelos danos que seus agentes causarem às
crianças e aos adolescentes, caracterizado o descumprimento dos princí- X - prevalência da família: na promoção de direitos e na proteção da
pios norteadores das atividades de proteção específica. (Redação dada criança e do adolescente deve ser dada prevalência às medidas que os
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência mantenham ou reintegrem na sua família natural ou extensa ou, se isto não

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for possível, que promovam a sua integração em família substituta; (Incluí- familiar elaborará um plano individual de atendimento, visando à reintegra-
do pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência ção familiar, ressalvada a existência de ordem escrita e fundamentada em
contrário de autoridade judiciária competente, caso em que também deverá
XI - obrigatoriedade da informação: a criança e o adolescente, respei- contemplar sua colocação em família substituta, observadas as regras e
tado seu estágio de desenvolvimento e capacidade de compreensão, seus princípios desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
pais ou responsável devem ser informados dos seus direitos, dos motivos
que determinaram a intervenção e da forma como esta se processa; (Inclu- § 5o O plano individual será elaborado sob a responsabilidade da equi-
ído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência pe técnica do respectivo programa de atendimento e levará em considera-
ção a opinião da criança ou do adolescente e a oitiva dos pais ou do res-
XII - oitiva obrigatória e participação: a criança e o adolescente, em se- ponsável. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
parado ou na companhia dos pais, de responsável ou de pessoa por si
indicada, bem como os seus pais ou responsável, têm direito a ser ouvidos § 6o Constarão do plano individual, dentre outros: (Incluído pela Lei nº
e a participar nos atos e na definição da medida de promoção dos direitos e 12.010, de 2009) Vigência
de proteção, sendo sua opinião devidamente considerada pela autoridade
judiciária competente, observado o disposto nos §§ 1o e 2o do art. 28 desta I - os resultados da avaliação interdisciplinar; (Incluído pela Lei nº
Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência 12.010, de 2009) Vigência

Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a auto- II - os compromissos assumidos pelos pais ou responsável; e (Incluído
ridade competente poderá determinar, dentre outras, as seguintes medidas: pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de res- III - a previsão das atividades a serem desenvolvidas com a criança ou
ponsabilidade; com o adolescente acolhido e seus pais ou responsável, com vista na
reintegração familiar ou, caso seja esta vedada por expressa e fundamen-
II - orientação, apoio e acompanhamento temporários; tada determinação judicial, as providências a serem tomadas para sua
colocação em família substituta, sob direta supervisão da autoridade judici-
III - matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento oficial de ária. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
ensino fundamental;
§ 7o O acolhimento familiar ou institucional ocorrerá no local mais pró-
IV - inclusão em programa comunitário ou oficial de auxílio à família, à ximo à residência dos pais ou do responsável e, como parte do processo de
criança e ao adolescente; reintegração familiar, sempre que identificada a necessidade, a família de
V - requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em origem será incluída em programas oficiais de orientação, de apoio e de
regime hospitalar ou ambulatorial; promoção social, sendo facilitado e estimulado o contato com a criança ou
com o adolescente acolhido. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação
e tratamento a alcoólatras e toxicômanos; § 8o Verificada a possibilidade de reintegração familiar, o responsável
pelo programa de acolhimento familiar ou institucional fará imediata comu-
VII - acolhimento institucional; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de nicação à autoridade judiciária, que dará vista ao Ministério Público, pelo
2009) Vigência prazo de 5 (cinco) dias, decidindo em igual prazo. (Incluído pela Lei nº
VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar; (Redação dada 12.010, de 2009) Vigência
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 9o Em sendo constatada a impossibilidade de reintegração da criança
IX - colocação em família substituta. (Incluído pela Lei nº 12.010, de ou do adolescente à família de origem, após seu encaminhamento a pro-
2009) Vigência gramas oficiais ou comunitários de orientação, apoio e promoção social,
será enviado relatório fundamentado ao Ministério Público, no qual conste a
§ 1o O acolhimento institucional e o acolhimento familiar são medidas descrição pormenorizada das providências tomadas e a expressa reco-
provisórias e excepcionais, utilizáveis como forma de transição para reinte- mendação, subscrita pelos técnicos da entidade ou responsáveis pela
gração familiar ou, não sendo esta possível, para colocação em família execução da política municipal de garantia do direito à convivência familiar,
substituta, não implicando privação de liberdade. (Incluído pela Lei nº para a destituição do poder familiar, ou destituição de tutela ou guarda.
12.010, de 2009) Vigência (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 2o Sem prejuízo da tomada de medidas emergenciais para proteção § 10. Recebido o relatório, o Ministério Público terá o prazo de 30 (trin-
de vítimas de violência ou abuso sexual e das providências a que alude o ta) dias para o ingresso com a ação de destituição do poder familiar, salvo
art. 130 desta Lei, o afastamento da criança ou adolescente do convívio se entender necessária a realização de estudos complementares ou outras
familiar é de competência exclusiva da autoridade judiciária e importará na providências que entender indispensáveis ao ajuizamento da demanda.
deflagração, a pedido do Ministério Público ou de quem tenha legítimo (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
interesse, de procedimento judicial contencioso, no qual se garanta aos
pais ou ao responsável legal o exercício do contraditório e da ampla defe- § 11. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou foro regio-
sa.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência nal, um cadastro contendo informações atualizadas sobre as crianças e
adolescentes em regime de acolhimento familiar e institucional sob sua
§ 3o Crianças e adolescentes somente poderão ser encaminhados às responsabilidade, com informações pormenorizadas sobre a situação
instituições que executam programas de acolhimento institucional, gover- jurídica de cada um, bem como as providências tomadas para sua reinte-
namentais ou não, por meio de uma Guia de Acolhimento, expedida pela gração familiar ou colocação em família substituta, em qualquer das moda-
autoridade judiciária, na qual obrigatoriamente constará, dentre outros: lidades previstas no art. 28 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Vigência
I - sua identificação e a qualificação completa de seus pais ou de seu § 12. Terão acesso ao cadastro o Ministério Público, o Conselho Tute-
responsável, se conhecidos; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência lar, o órgão gestor da Assistência Social e os Conselhos Municipais dos
Direitos da Criança e do Adolescente e da Assistência Social, aos quais
II - o endereço de residência dos pais ou do responsável, com pontos
incumbe deliberar sobre a implementação de políticas públicas que permi-
de referência; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
tam reduzir o número de crianças e adolescentes afastados do convívio
III - os nomes de parentes ou de terceiros interessados em tê-los sob familiar e abreviar o período de permanência em programa de acolhimen-
sua guarda; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência to.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
IV - os motivos da retirada ou da não reintegração ao convívio familiar. Art. 102. As medidas de proteção de que trata este Capítulo serão a-
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência companhadas da regularização do registro civil. (Vide Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
§ 4o Imediatamente após o acolhimento da criança ou do adolescente,
a entidade responsável pelo programa de acolhimento institucional ou

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§ 1º Verificada a inexistência de registro anterior, o assento de nasci- III - defesa técnica por advogado;
mento da criança ou adolescente será feito à vista dos elementos disponí-
veis, mediante requisição da autoridade judiciária. IV - assistência judiciária gratuita e integral aos necessitados, na forma
da lei;
§ 2º Os registros e certidões necessários à regularização de que trata
este artigo são isentos de multas, custas e emolumentos, gozando de V - direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade competente;
absoluta prioridade. VI - direito de solicitar a presença de seus pais ou responsável em
§ 3o Caso ainda não definida a paternidade, será deflagrado procedi- qualquer fase do procedimento.
mento específico destinado à sua averiguação, conforme previsto pela Lei Capítulo IV
no 8.560, de 29 de dezembro de 1992. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência Das Medidas
Medidas Sócio-
Sócio-Educativas

§ 4o Nas hipóteses previstas no § 3o deste artigo, é dispensável o ajui- Seção I


zamento de ação de investigação de paternidade pelo Ministério Público se, Disposições Gerais
após o não comparecimento ou a recusa do suposto pai em assumir a
paternidade a ele atribuída, a criança for encaminhada para adoção. (Inclu- Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competen-
ído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência te poderá aplicar ao adolescente as seguintes medidas:
Título III I - advertência;
Da Prática de Ato Infracional II - obrigação de reparar o dano;
Capítulo I III - prestação de serviços à comunidade;
Disposições Gerais IV - liberdade assistida;
Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou V - inserção em regime de semi-liberdade;
contravenção penal.
VI - internação em estabelecimento educacional;
Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos,
VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.
sujeitos às medidas previstas nesta Lei.
§ 1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua capaci-
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser considerada a ida-
dade de cumpri-la, as circunstâncias e a gravidade da infração.
de do adolescente à data do fato.
§ 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será admitida a presta-
Art. 105. Ao ato infracional praticado por criança corresponderão as
ção de trabalho forçado.
medidas previstas no art. 101.
§ 3º Os adolescentes portadores de doença ou deficiência mental re-
Capítulo II
ceberão tratamento individual e especializado, em local adequado às suas
Dos Direitos Individuais condições.
Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade senão em Art. 113. Aplica-se a este Capítulo o disposto nos arts. 99 e 100.
flagrante de ato infracional ou por ordem escrita e fundamentada da autori-
Art. 114. A imposição das medidas previstas nos incisos II a VI do art.
dade judiciária competente.
112 pressupõe a existência de provas suficientes da autoria e da materiali-
Parágrafo único. O adolescente tem direito à identificação dos respon- dade da infração, ressalvada a hipótese de remissão, nos termos do art.
sáveis pela sua apreensão, devendo ser informado acerca de seus direitos. 127.
Art. 107. A apreensão de qualquer adolescente e o local onde se en- Parágrafo único. A advertência poderá ser aplicada sempre que houver
contra recolhido serão incontinenti comunicados à autoridade judiciária prova da materialidade e indícios suficientes da autoria.
competente e à família do apreendido ou à pessoa por ele indicada.
Seção II
Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo e sob pena de responsabi-
Da Advertência
lidade, a possibilidade de liberação imediata.
Art. 115. A advertência consistirá em admoestação verbal, que será re-
Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser determinada pelo
duzida a termo e assinada.
prazo máximo de quarenta e cinco dias.
Seção III
Parágrafo único. A decisão deverá ser fundamentada e basear-se em
indícios suficientes de autoria e materialidade, demonstrada a necessidade Da Obrigação de Reparar o Dano
imperiosa da medida.
Art. 116. Em se tratando de ato infracional com reflexos patrimoniais, a
Art. 109. O adolescente civilmente identificado não será submetido a autoridade poderá determinar, se for o caso, que o adolescente restitua a
identificação compulsória pelos órgãos policiais, de proteção e judiciais, coisa, promova o ressarcimento do dano, ou, por outra forma, compense o
salvo para efeito de confrontação, havendo dúvida fundada. prejuízo da vítima.
Capítulo III Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade, a medida poderá
ser substituída por outra adequada.
Das Garantias Processuais
Seção IV
Art. 110. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade sem o de-
vido processo legal. Da Prestação de Serviços à Comunidade
Art. 111. São asseguradas ao adolescente, entre outras, as seguintes Art. 117. A prestação de serviços comunitários consiste na realização
garantias: de tarefas gratuitas de interesse geral, por período não excedente a seis
meses, junto a entidades assistenciais, hospitais, escolas e outros estabe-
I - pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, medi-
lecimentos congêneres, bem como em programas comunitários ou gover-
ante citação ou meio equivalente;
namentais.
II - igualdade na relação processual, podendo confrontar-se com víti-
Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas conforme as aptidões do
mas e testemunhas e produzir todas as provas necessárias à sua defesa;
adolescente, devendo ser cumpridas durante jornada máxima de oito horas

Técnico de Enfermagem 97 A Opção Certa Para a Sua Realização


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semanais, aos sábados, domingos e feriados ou em dias úteis, de modo a II - por reiteração no cometimento de outras infrações graves;
não prejudicar a frequência à escola ou à jornada normal de trabalho.
III - por descumprimento reiterado e injustificável da medida anterior-
Seção V mente imposta.
Da Liberdade Assistida § 1o O prazo de internação na hipótese do inciso III deste artigo não
poderá ser superior a 3 (três) meses, devendo ser decretada judicialmente
Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre que se afigurar a após o devido processo legal. (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012)
medida mais adequada para o fim de acompanhar, auxiliar e orientar o (Vide)
adolescente.
§ 2º. Em nenhuma hipótese será aplicada a internação, havendo outra
§ 1º A autoridade designará pessoa capacitada para acompanhar o ca- medida adequada.
so, a qual poderá ser recomendada por entidade ou programa de atendi-
mento. Art. 123. A internação deverá ser cumprida em entidade exclusiva para
adolescentes, em local distinto daquele destinado ao abrigo, obedecida
§ 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de seis meses, rigorosa separação por critérios de idade, compleição física e gravidade da
podendo a qualquer tempo ser prorrogada, revogada ou substituída por infração.
outra medida, ouvido o orientador, o Ministério Público e o defensor.
Parágrafo único. Durante o período de internação, inclusive provisória,
Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e a supervisão da autori- serão obrigatórias atividades pedagógicas.
dade competente, a realização dos seguintes encargos, entre outros:
Art. 124. São direitos do adolescente privado de liberdade, entre ou-
I - promover socialmente o adolescente e sua família, fornecendo-lhes tros, os seguintes:
orientação e inserindo-os, se necessário, em programa oficial ou comunitá-
rio de auxílio e assistência social; I - entrevistar-se pessoalmente com o representante do Ministério Pú-
blico;
II - supervisionar a frequência e o aproveitamento escolar do adoles-
cente, promovendo, inclusive, sua matrícula; II - peticionar diretamente a qualquer autoridade;
III - diligenciar no sentido da profissionalização do adolescente e de III - avistar-se reservadamente com seu defensor;
sua inserção no mercado de trabalho;
IV - ser informado de sua situação processual, sempre que solicitada;
IV - apresentar relatório do caso.
V - ser tratado com respeito e dignidade;
Seção VI
VI - permanecer internado na mesma localidade ou naquela mais pró-
Do Regime de Semi-
Semi-liberdade xima ao domicílio de seus pais ou responsável;
Art. 120. O regime de semi-liberdade pode ser determinado desde o i- VII - receber visitas, ao menos, semanalmente;
nício, ou como forma de transição para o meio aberto, possibilitada a reali-
zação de atividades externas, independentemente de autorização judicial. VIII - corresponder-se com seus familiares e amigos;

§ 1º São obrigatórias a escolarização e a profissionalização, devendo, IX - ter acesso aos objetos necessários à higiene e asseio pessoal;
sempre que possível, ser utilizados os recursos existentes na comunidade. X - habitar alojamento em condições adequadas de higiene e salubri-
§ 2º A medida não comporta prazo determinado aplicando-se, no que dade;
couber, as disposições relativas à internação. XI - receber escolarização e profissionalização;
Seção VII XII - realizar atividades culturais, esportivas e de lazer:
Da Internação XIII - ter acesso aos meios de comunicação social;
Art. 121. A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita XIV - receber assistência religiosa, segundo a sua crença, e desde que
aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculi- assim o deseje;
ar de pessoa em desenvolvimento.
XV - manter a posse de seus objetos pessoais e dispor de local seguro
§ 1º Será permitida a realização de atividades externas, a critério da para guardá-los, recebendo comprovante daqueles porventura depositados
equipe técnica da entidade, salvo expressa determinação judicial em con- em poder da entidade;
trário.
XVI - receber, quando de sua desinternação, os documentos pessoais
§ 2º A medida não comporta prazo determinado, devendo sua manu- indispensáveis à vida em sociedade.
tenção ser reavaliada, mediante decisão fundamentada, no máximo a cada
seis meses. § 1º Em nenhum caso haverá incomunicabilidade.

§ 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de internação excederá a § 2º A autoridade judiciária poderá suspender temporariamente a visita,
três anos. inclusive de pais ou responsável, se existirem motivos sérios e fundados de
sua prejudicialidade aos interesses do adolescente.
§ 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo anterior, o adolescente
deverá ser liberado, colocado em regime de semi-liberdade ou de liberdade Art. 125. É dever do Estado zelar pela integridade física e mental dos
assistida. internos, cabendo-lhe adotar as medidas adequadas de contenção e segu-
rança.
§ 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos de idade.
Capítulo V
§ 6º Em qualquer hipótese a desinternação será precedida de autoriza-
ção judicial, ouvido o Ministério Público. Da Remissão

§ 7o A determinação judicial mencionada no § 1o poderá ser revista a Art. 126. Antes de iniciado o procedimento judicial para apuração de
qualquer tempo pela autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº 12.594, de ato infracional, o representante do Ministério Público poderá conceder a
2012) (Vide) remissão, como forma de exclusão do processo, atendendo às circunstân-
cias e consequências do fato, ao contexto social, bem como à personalida-
Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada quando: de do adolescente e sua maior ou menor participação no ato infracional.
I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou vio- Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a concessão da remissão pe-
lência a pessoa; la autoridade judiciária importará na suspensão ou extinção do processo.

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Art. 127. A remissão não implica necessariamente o reconhecimento I - cobertura previdenciária; (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
ou comprovação da responsabilidade, nem prevalece para efeito de ante-
cedentes, podendo incluir eventualmente a aplicação de qualquer das II - gozo de férias anuais remuneradas, acrescidas de 1/3 (um terço) do
medidas previstas em lei, exceto a colocação em regime de semi-liberdade valor da remuneração mensal; (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
e a internação. III - licença-maternidade; (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
Art. 128. A medida aplicada por força da remissão poderá ser revista IV - licença-paternidade; (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
judicialmente, a qualquer tempo, mediante pedido expresso do adolescente
ou de seu representante legal, ou do Ministério Público. V - gratificação natalina. (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)

Título IV Parágrafo único. Constará da lei orçamentária municipal e da do Distri-


to Federal previsão dos recursos necessários ao funcionamento do Conse-
Das Medidas Pertinentes aos Pais ou Responsável lho Tutelar e à remuneração e formação continuada dos conselheiros
Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou responsável: tutelares. (Redação dada pela Lei nº 12.696, de 2012)

I - encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à Art. 135. O exercício efetivo da função de conselheiro constituirá servi-
família; ço público relevante e estabelecerá presunção de idoneidade moral. (Reda-
ção dada pela Lei nº 12.696, de 2012)
II - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e
tratamento a alcoólatras e toxicômanos; Capítulo II

III - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico; Das Atribuições do Conselho

IV - encaminhamento a cursos ou programas de orientação; Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar:

V - obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar sua fre- I - atender as crianças e adolescentes nas hipóteses previstas nos arts.
quência e aproveitamento escolar; 98 e 105, aplicando as medidas previstas no art. 101, I a VII;

VI - obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a tratamento II - atender e aconselhar os pais ou responsável, aplicando as medidas
especializado; previstas no art. 129, I a VII;

VII - advertência; III - promover a execução de suas decisões, podendo para tanto:

VIII - perda da guarda; a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço
social, previdência, trabalho e segurança;
IX - destituição da tutela;
b) representar junto à autoridade judiciária nos casos de descumpri-
X - suspensão ou destituição do pátrio poder poder familiar. (Expressão mento injustificado de suas deliberações.
substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
IV - encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que constitua in-
Parágrafo único. Na aplicação das medidas previstas nos incisos IX e X fração administrativa ou penal contra os direitos da criança ou adolescente;
deste artigo, observar-se-á o disposto nos arts. 23 e 24.
V - encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua competência;
Art. 130. Verificada a hipótese de maus-tratos, opressão ou abuso se-
xual impostos pelos pais ou responsável, a autoridade judiciária poderá VI - providenciar a medida estabelecida pela autoridade judiciária, den-
determinar, como medida cautelar, o afastamento do agressor da moradia tre as previstas no art. 101, de I a VI, para o adolescente autor de ato
comum. infracional;

Parágrafo único. Da medida cautelar constará, ainda, a fixação provisó- VII - expedir notificações;
ria dos alimentos de que necessitem a criança ou o adolescente dependen- VIII - requisitar certidões de nascimento e de óbito de criança ou ado-
tes do agressor. (Incluído pela Lei nº 12.415, de 2011) lescente quando necessário;
Título V IX - assessorar o Poder Executivo local na elaboração da proposta or-
Do Conselho Tutelar çamentária para planos e programas de atendimento dos direitos da criança
e do adolescente;
Capítulo I
X - representar, em nome da pessoa e da família, contra a violação dos
Disposições Gerais direitos previstos no art. 220, § 3º, inciso II, da Constituição Federal;
Art. 131. O Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, não ju- XI - representar ao Ministério Público para efeito das ações de perda
risdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos ou suspensão do poder familiar, após esgotadas as possibilidades de
direitos da criança e do adolescente, definidos nesta Lei. manutenção da criança ou do adolescente junto à família natural. (Redação
dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 132. Em cada Município e em cada Região Administrativa do Distri-
to Federal haverá, no mínimo, 1 (um) Conselho Tutelar como órgão inte- Parágrafo único. Se, no exercício de suas atribuições, o Conselho Tu-
grante da administração pública local, composto de 5 (cinco) membros, telar entender necessário o afastamento do convívio familiar, comunicará
escolhidos pela população local para mandato de 4 (quatro) anos, permitida incontinenti o fato ao Ministério Público, prestando-lhe informações sobre
1 (uma) recondução, mediante novo processo de escolha. (Redação dada os motivos de tal entendimento e as providências tomadas para a orienta-
pela Lei nº 12.696, de 2012) ção, o apoio e a promoção social da família. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
Art. 133. Para a candidatura a membro do Conselho Tutelar, serão exi-
gidos os seguintes requisitos: Art. 137. As decisões do Conselho Tutelar somente poderão ser revis-
tas pela autoridade judiciária a pedido de quem tenha legítimo interesse.
I - reconhecida idoneidade moral;
Capítulo III
II - idade superior a vinte e um anos;
Da Competência
III - residir no município.
Art. 138. Aplica-se ao Conselho Tutelar a regra de competência cons-
Art. 134. Lei municipal ou distrital disporá sobre o local, dia e horário de tante do art. 147.
funcionamento do Conselho Tutelar, inclusive quanto à remuneração dos
respectivos membros, aos quais é assegurado o direito a: (Redação dada Capítulo IV
pela Lei nº 12.696, de 2012)

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Da Escolha dos Conselheiros Art. 145. Os estados e o Distrito Federal poderão criar varas especiali-
zadas e exclusivas da infância e da juventude, cabendo ao Poder Judiciário
Art. 139. O processo para a escolha dos membros do Conselho Tutelar estabelecer sua proporcionalidade por número de habitantes, dotá-las de
será estabelecido em lei municipal e realizado sob a responsabilidade do infra-estrutura e dispor sobre o atendimento, inclusive em plantões.
Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, e a fiscaliza-
ção do Ministério Público. (Redação dada pela Lei nº 8.242, de 12.10.1991) Seção II
1o
§ O processo de escolha dos membros do Conselho Tutelar ocorre- Do Juiz
rá em data unificada em todo o território nacional a cada 4 (quatro) anos, no
primeiro domingo do mês de outubro do ano subsequente ao da eleição Art. 146. A autoridade a que se refere esta Lei é o Juiz da Infância e da
presidencial. (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012) Juventude, ou o juiz que exerce essa função, na forma da lei de organiza-
ção judiciária local.
§ 2o A posse dos conselheiros tutelares ocorrerá no dia 10 de janeiro
do ano subsequente ao processo de escolha. (Incluído pela Lei nº 12.696, Art. 147. A competência será determinada:
de 2012) I - pelo domicílio dos pais ou responsável;
§ 3o No processo de escolha dos membros do Conselho Tutelar, é ve- II - pelo lugar onde se encontre a criança ou adolescente, à falta dos
dado ao candidato doar, oferecer, prometer ou entregar ao eleitor bem ou pais ou responsável.
vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive brindes de pequeno
valor. (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012) § 1º. Nos casos de ato infracional, será competente a autoridade do lu-
gar da ação ou omissão, observadas as regras de conexão, continência e
Capítulo V prevenção.
Dos Impedimentos § 2º A execução das medidas poderá ser delegada à autoridade com-
Art. 140. São impedidos de servir no mesmo Conselho marido e mu- petente da residência dos pais ou responsável, ou do local onde sediar-se a
lher, ascendentes e descendentes, sogro e genro ou nora, irmãos, cunha- entidade que abrigar a criança ou adolescente.
dos, durante o cunhadio, tio e sobrinho, padrasto ou madrasta e enteado. § 3º Em caso de infração cometida através de transmissão simultânea
Parágrafo único. Estende-se o impedimento do conselheiro, na forma de rádio ou televisão, que atinja mais de uma comarca, será competente,
deste artigo, em relação à autoridade judiciária e ao representante do para aplicação da penalidade, a autoridade judiciária do local da sede
Ministério Público com atuação na Justiça da Infância e da Juventude, em estadual da emissora ou rede, tendo a sentença eficácia para todas as
exercício na comarca, foro regional ou distrital. transmissoras ou retransmissoras do respectivo estado.

Título VI Art. 148. A Justiça da Infância e da Juventude é competente para:

Do Acesso à Justiça I - conhecer de representações promovidas pelo Ministério Público, pa-


ra apuração de ato infracional atribuído a adolescente, aplicando as medi-
Capítulo I das cabíveis;
Disposições Gerais II - conceder a remissão, como forma de suspensão ou extinção do
processo;
Art. 141. É garantido o acesso de toda criança ou adolescente à De-
fensoria Pública, ao Ministério Público e ao Poder Judiciário, por qualquer III - conhecer de pedidos de adoção e seus incidentes;
de seus órgãos.
IV - conhecer de ações civis fundadas em interesses individuais, difu-
§ 1º. A assistência judiciária gratuita será prestada aos que dela neces- sos ou coletivos afetos à criança e ao adolescente, observado o disposto no
sitarem, através de defensor público ou advogado nomeado. art. 209;
§ 2º As ações judiciais da competência da Justiça da Infância e da Ju- V - conhecer de ações decorrentes de irregularidades em entidades de
ventude são isentas de custas e emolumentos, ressalvada a hipótese de atendimento, aplicando as medidas cabíveis;
litigância de má-fé.
VI - aplicar penalidades administrativas nos casos de infrações contra
Art. 142. Os menores de dezesseis anos serão representados e os norma de proteção à criança ou adolescente;
maiores de dezesseis e menores de vinte e um anos assistidos por seus
pais, tutores ou curadores, na forma da legislação civil ou processual. VII - conhecer de casos encaminhados pelo Conselho Tutelar, aplican-
do as medidas cabíveis.
Parágrafo único. A autoridade judiciária dará curador especial à criança
ou adolescente, sempre que os interesses destes colidirem com os de seus Parágrafo único. Quando se tratar de criança ou adolescente nas hipó-
pais ou responsável, ou quando carecer de representação ou assistência teses do art. 98, é também competente a Justiça da Infância e da Juventu-
legal ainda que eventual. de para o fim de:

Art. 143. E vedada a divulgação de atos judiciais, policiais e administra- a) conhecer de pedidos de guarda e tutela;
tivos que digam respeito a crianças e adolescentes a que se atribua autoria b) conhecer de ações de destituição do pátrio poder poder familiar,
de ato infracional. perda ou modificação da tutela ou guarda; (Expressão substituída pela Lei
Parágrafo único. Qualquer notícia a respeito do fato não poderá identi- nº 12.010, de 2009) Vigência
ficar a criança ou adolescente, vedando-se fotografia, referência a nome, c) suprir a capacidade ou o consentimento para o casamento;
apelido, filiação, parentesco, residência e, inclusive, iniciais do nome e
sobrenome. (Redação dada pela Lei nº 10.764, de 12.11.2003) d) conhecer de pedidos baseados em discordância paterna ou mater-
na, em relação ao exercício do pátrio poder poder familiar; (Expressão
Art. 144. A expedição de cópia ou certidão de atos a que se refere o ar- substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
tigo anterior somente será deferida pela autoridade judiciária competente,
se demonstrado o interesse e justificada a finalidade. e) conceder a emancipação, nos termos da lei civil, quando faltarem os
pais;
Capítulo II
f) designar curador especial em casos de apresentação de queixa ou
Da Justiça da Infância e da Juventude representação, ou de outros procedimentos judiciais ou extrajudiciais em
Seção I que haja interesses de criança ou adolescente;

Disposições Gerais g) conhecer de ações de alimentos;

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h) determinar o cancelamento, a retificação e o suprimento dos regis- Seção II
tros de nascimento e óbito.
Da Perda e da Suspensão do Pátrio Poder Poder Familiar
Art. 149. Compete à autoridade judiciária disciplinar, através de portari- (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
a, ou autorizar, mediante alvará:
Art. 155. O procedimento para a perda ou a suspensão do pátrio poder
I - a entrada e permanência de criança ou adolescente, desacompa- poder familiar terá início por provocação do Ministério Público ou de quem
nhado dos pais ou responsável, em: tenha legítimo interesse. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
a) estádio, ginásio e campo desportivo;
Art. 156. A petição inicial indicará:
b) bailes ou promoções dançantes;
I - a autoridade judiciária a que for dirigida;
c) boate ou congêneres;
II - o nome, o estado civil, a profissão e a residência do requerente e do
d) casa que explore comercialmente diversões eletrônicas; requerido, dispensada a qualificação em se tratando de pedido formulado
e) estúdios cinematográficos, de teatro, rádio e televisão. por representante do Ministério Público;
II - a participação de criança e adolescente em: III - a exposição sumária do fato e o pedido;
a) espetáculos públicos e seus ensaios; IV - as provas que serão produzidas, oferecendo, desde logo, o rol de
testemunhas e documentos.
b) certames de beleza.
Art. 157. Havendo motivo grave, poderá a autoridade judiciária, ouvido
§ 1º Para os fins do disposto neste artigo, a autoridade judiciária levará o Ministério Público, decretar a suspensão do pátrio poder poder familiar,
em conta, dentre outros fatores: liminar ou incidentalmente, até o julgamento definitivo da causa, ficando a
a) os princípios desta Lei; criança ou adolescente confiado a pessoa idônea, mediante termo de
responsabilidade. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009)
b) as peculiaridades locais; Vigência
c) a existência de instalações adequadas; Art. 158. O requerido será citado para, no prazo de dez dias, oferecer
resposta escrita, indicando as provas a serem produzidas e oferecendo
d) o tipo de frequência habitual ao local;
desde logo o rol de testemunhas e documentos.
e) a adequação do ambiente a eventual participação ou frequência de
Parágrafo único. Deverão ser esgotados todos os meios para a citação
crianças e adolescentes;
pessoal.
f) a natureza do espetáculo.
Art. 159. Se o requerido não tiver possibilidade de constituir advogado,
§ 2º As medidas adotadas na conformidade deste artigo deverão ser sem prejuízo do próprio sustento e de sua família, poderá requerer, em
fundamentadas, caso a caso, vedadas as determinações de caráter geral. cartório, que lhe seja nomeado dativo, ao qual incumbirá a apresentação de
resposta, contando-se o prazo a partir da intimação do despacho de nome-
Seção III ação.
Dos Serviços Auxiliares Art. 160. Sendo necessário, a autoridade judiciária requisitará de qual-
Art. 150. Cabe ao Poder Judiciário, na elaboração de sua proposta or- quer repartição ou órgão público a apresentação de documento que inte-
çamentária, prever recursos para manutenção de equipe interprofissional, resse à causa, de ofício ou a requerimento das partes ou do Ministério
destinada a assessorar a Justiça da Infância e da Juventude. Público.

Art. 151. Compete à equipe interprofissional dentre outras atribuições Art. 161. Não sendo contestado o pedido, a autoridade judiciária dará
que lhe forem reservadas pela legislação local, fornecer subsídios por vista dos autos ao Ministério Público, por cinco dias, salvo quando este for
escrito, mediante laudos, ou verbalmente, na audiência, e bem assim o requerente, decidindo em igual prazo.
desenvolver trabalhos de aconselhamento, orientação, encaminhamento, ou a requerimento das partes ou do Ministério Público, determinará a
prevenção e outros, tudo sob a imediata subordinação à autoridade judiciá- realização de estudo social ou perícia por equipe interprofissional ou multi-
ria, assegurada a livre manifestação do ponto de vista técnico. disciplinar, bem como a oitiva de testemunhas que comprovem a presença
Capítulo III de uma das causas de suspensão ou destituição do poder familiar previstas
nos arts. 1.637 e 1.638 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código
Dos Procedimentos Civil, ou no art. 24 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)
Vigência
Seção I
§ 2o Em sendo os pais oriundos de comunidades indígenas, é ainda
Disposições Gerais
obrigatória a intervenção, junto à equipe profissional ou multidisciplinar
Art. 152. Aos procedimentos regulados nesta Lei aplicam-se subsidiari- referida no § 1o deste artigo, de representantes do órgão federal responsá-
amente as normas gerais previstas na legislação processual pertinente. vel pela política indigenista, observado o disposto no § 6o do art. 28 desta
Lei. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Parágrafo único. É assegurada, sob pena de responsabilidade, priori-
dade absoluta na tramitação dos processos e procedimentos previstos § 3o Se o pedido importar em modificação de guarda, será obrigatória,
nesta Lei, assim como na execução dos atos e diligências judiciais a eles desde que possível e razoável, a oitiva da criança ou adolescente, respei-
referentes. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência tado seu estágio de desenvolvimento e grau de compreensão sobre as
implicações da medida. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 153. Se a medida judicial a ser adotada não corresponder a proce-
dimento previsto nesta ou em outra lei, a autoridade judiciária poderá § 4o É obrigatória a oitiva dos pais sempre que esses forem identifica-
investigar os fatos e ordenar de ofício as providências necessárias, ouvido dos e estiverem em local conhecido. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
o Ministério Público. Vigência
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica para o fim de a- Art. 162. Apresentada a resposta, a autoridade judiciária dará vista dos
fastamento da criança ou do adolescente de sua família de origem e em autos ao Ministério Público, por cinco dias, salvo quando este for o reque-
outros procedimentos necessariamente contenciosos. (Incluído pela Lei nº rente, designando, desde logo, audiência de instrução e julgamento.
12.010, de 2009) Vigência
Art. 154. Aplica-se às multas o disposto no art. 214.

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§ 1º A requerimento de qualquer das partes, do Ministério Público, ou § 6o O consentimento somente terá valor se for dado após o nascimen-
de ofício, a autoridade judiciária poderá determinar a realização de estudo to da criança. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
social ou, se possível, de perícia por equipe interprofissional.
§ 7o A família substituta receberá a devida orientação por intermédio de
§ 2º Na audiência, presentes as partes e o Ministério Público, serão equipe técnica interprofissional a serviço do Poder Judiciário, preferencial-
ouvidas as testemunhas, colhendo-se oralmente o parecer técnico, salvo mente com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política
quando apresentado por escrito, manifestando-se sucessivamente o reque- municipal de garantia do direito à convivência familiar. (Incluído pela Lei nº
rente, o requerido e o Ministério Público, pelo tempo de vinte minutos cada 12.010, de 2009) Vigência
um, prorrogável por mais dez. A decisão será proferida na audiência, po-
dendo a autoridade judiciária, excepcionalmente, designar data para sua Art. 167. A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento das partes
leitura no prazo máximo de cinco dias. ou do Ministério Público, determinará a realização de estudo social ou, se
possível, perícia por equipe interprofissional, decidindo sobre a concessão
Art. 163. O prazo máximo para conclusão do procedimento será de 120 de guarda provisória, bem como, no caso de adoção, sobre o estágio de
(cento e vinte) dias. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência convivência.
Parágrafo único. A sentença que decretar a perda ou a suspensão do Parágrafo único. Deferida a concessão da guarda provisória ou do es-
poder familiar será averbada à margem do registro de nascimento da tágio de convivência, a criança ou o adolescente será entregue ao interes-
criança ou do adolescente. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência sado, mediante termo de responsabilidade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
Seção III
Art. 168. Apresentado o relatório social ou o laudo pericial, e ouvida,
Da Destituição da Tutela sempre que possível, a criança ou o adolescente, dar-se-á vista dos autos
Art. 164. Na destituição da tutela, observar-se-á o procedimento para a ao Ministério Público, pelo prazo de cinco dias, decidindo a autoridade
remoção de tutor previsto na lei processual civil e, no que couber, o dispos- judiciária em igual prazo.
to na seção anterior. Art. 169. Nas hipóteses em que a destituição da tutela, a perda ou a
Seção IV suspensão do pátrio poder poder familiar constituir pressuposto lógico da
medida principal de colocação em família substituta, será observado o
Da Colocação em Família Substituta procedimento contraditório previsto nas Seções II e III deste Capítulo.
Art. 165. São requisitos para a concessão de pedidos de colocação em (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
família substituta: Parágrafo único. A perda ou a modificação da guarda poderá ser de-
I - qualificação completa do requerente e de seu eventual cônjuge, ou cretada nos mesmos autos do procedimento, observado o disposto no art.
companheiro, com expressa anuência deste; 35.

II - indicação de eventual parentesco do requerente e de seu cônjuge, Art. 170. Concedida a guarda ou a tutela, observar-se-á o disposto no
ou companheiro, com a criança ou adolescente, especificando se tem ou art. 32, e, quanto à adoção, o contido no art. 47.
não parente vivo; Parágrafo único. A colocação de criança ou adolescente sob a guarda
III - qualificação completa da criança ou adolescente e de seus pais, se de pessoa inscrita em programa de acolhimento familiar será comunicada
conhecidos; pela autoridade judiciária à entidade por este responsável no prazo máximo
de 5 (cinco) dias. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
IV - indicação do cartório onde foi inscrito nascimento, anexando, se
possível, uma cópia da respectiva certidão; Seção V

V - declaração sobre a existência de bens, direitos ou rendimentos rela- Da Apuração de Ato Infracional Atribuído a Adolescente
tivos à criança ou ao adolescente. Art. 171. O adolescente apreendido por força de ordem judicial será,
Parágrafo único. Em se tratando de adoção, observar-se-ão também os desde logo, encaminhado à autoridade judiciária.
requisitos específicos. Art. 172. O adolescente apreendido em flagrante de ato infracional se-
Art. 166. Se os pais forem falecidos, tiverem sido destituídos ou sus- rá, desde logo, encaminhado à autoridade policial competente.
pensos do poder familiar, ou houverem aderido expressamente ao pedido Parágrafo único. Havendo repartição policial especializada para aten-
de colocação em família substituta, este poderá ser formulado diretamente dimento de adolescente e em se tratando de ato infracional praticado em
em cartório, em petição assinada pelos próprios requerentes, dispensada a co-autoria com maior, prevalecerá a atribuição da repartição especializada,
assistência de advogado. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) que, após as providências necessárias e conforme o caso, encaminhará o
Vigência adulto à repartição policial própria.
§ 1o Na hipótese de concordância dos pais, esses serão ouvidos pela Art. 173. Em caso de flagrante de ato infracional cometido mediante vi-
autoridade judiciária e pelo representante do Ministério Público, tomando-se olência ou grave ameaça a pessoa, a autoridade policial, sem prejuízo do
por termo as declarações. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência disposto nos arts. 106, parágrafo único, e 107, deverá:
§ 2o O consentimento dos titulares do poder familiar será precedido de I - lavrar auto de apreensão, ouvidos as testemunhas e o adolescente;
orientações e esclarecimentos prestados pela equipe interprofissional da
Justiça da Infância e da Juventude, em especial, no caso de adoção, sobre II - apreender o produto e os instrumentos da infração;
a irrevogabilidade da medida. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigên- III - requisitar os exames ou perícias necessários à comprovação da
cia materialidade e autoria da infração.
§ 3o O consentimento dos titulares do poder familiar será colhido pela Parágrafo único. Nas demais hipóteses de flagrante, a lavratura do au-
autoridade judiciária competente em audiência, presente o Ministério Públi- to poderá ser substituída por boletim de ocorrência circunstanciada.
co, garantida a livre manifestação de vontade e esgotados os esforços para
manutenção da criança ou do adolescente na família natural ou extensa. Art. 174. Comparecendo qualquer dos pais ou responsável, o adoles-
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência cente será prontamente liberado pela autoridade policial, sob termo de
compromisso e responsabilidade de sua apresentação ao representante do
§ 4o O consentimento prestado por escrito não terá validade se não for Ministério Público, no mesmo dia ou, sendo impossível, no primeiro dia útil
ratificado na audiência a que se refere o § 3o deste artigo. (Incluído pela Lei imediato, exceto quando, pela gravidade do ato infracional e sua repercus-
nº 12.010, de 2009) Vigência são social, deva o adolescente permanecer sob internação para garantia de
§ 5o O consentimento é retratável até a data da publicação da sentença sua segurança pessoal ou manutenção da ordem pública.
constitutiva da adoção. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Técnico de Enfermagem 102 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Art. 175. Em caso de não liberação, a autoridade policial encaminhará, Art. 184. Oferecida a representação, a autoridade judiciária designará
desde logo, o adolescente ao representante do Ministério Público, junta- audiência de apresentação do adolescente, decidindo, desde logo, sobre a
mente com cópia do auto de apreensão ou boletim de ocorrência. decretação ou manutenção da internação, observado o disposto no art. 108
e parágrafo.
§ 1º Sendo impossível a apresentação imediata, a autoridade policial
encaminhará o adolescente à entidade de atendimento, que fará a apresen- § 1º O adolescente e seus pais ou responsável serão cientificados do
tação ao representante do Ministério Público no prazo de vinte e quatro teor da representação, e notificados a comparecer à audiência, acompa-
horas. nhados de advogado.
§ 2º Nas localidades onde não houver entidade de atendimento, a a- § 2º Se os pais ou responsável não forem localizados, a autoridade ju-
presentação far-se-á pela autoridade policial. À falta de repartição policial diciária dará curador especial ao adolescente.
especializada, o adolescente aguardará a apresentação em dependência
separada da destinada a maiores, não podendo, em qualquer hipótese, § 3º Não sendo localizado o adolescente, a autoridade judiciária expe-
exceder o prazo referido no parágrafo anterior. dirá mandado de busca e apreensão, determinando o sobrestamento do
feito, até a efetiva apresentação.
Art. 176. Sendo o adolescente liberado, a autoridade policial encami-
nhará imediatamente ao representante do Ministério Público cópia do auto § 4º Estando o adolescente internado, será requisitada a sua apresen-
de apreensão ou boletim de ocorrência. tação, sem prejuízo da notificação dos pais ou responsável.

Art. 177. Se, afastada a hipótese de flagrante, houver indícios de parti- Art. 185. A internação, decretada ou mantida pela autoridade judiciária,
cipação de adolescente na prática de ato infracional, a autoridade policial não poderá ser cumprida em estabelecimento prisional.
encaminhará ao representante do Ministério Público relatório das investiga- § 1º Inexistindo na comarca entidade com as características definidas
ções e demais documentos. no art. 123, o adolescente deverá ser imediatamente transferido para a
Art. 178. O adolescente a quem se atribua autoria de ato infracional localidade mais próxima.
não poderá ser conduzido ou transportado em compartimento fechado de § 2º Sendo impossível a pronta transferência, o adolescente aguardará
veículo policial, em condições atentatórias à sua dignidade, ou que impli- sua remoção em repartição policial, desde que em seção isolada dos
quem risco à sua integridade física ou mental, sob pena de responsabilida- adultos e com instalações apropriadas, não podendo ultrapassar o prazo
de. máximo de cinco dias, sob pena de responsabilidade.
Art. 179. Apresentado o adolescente, o representante do Ministério Pú- Art. 186. Comparecendo o adolescente, seus pais ou responsável, a
blico, no mesmo dia e à vista do auto de apreensão, boletim de ocorrência autoridade judiciária procederá à oitiva dos mesmos, podendo solicitar
ou relatório policial, devidamente autuados pelo cartório judicial e com opinião de profissional qualificado.
informação sobre os antecedentes do adolescente, procederá imediata e
informalmente à sua oitiva e, em sendo possível, de seus pais ou respon- § 1º Se a autoridade judiciária entender adequada a remissão, ouvirá o
sável, vítima e testemunhas. representante do Ministério Público, proferindo decisão.

Parágrafo único. Em caso de não apresentação, o representante do § 2º Sendo o fato grave, passível de aplicação de medida de interna-
Ministério Público notificará os pais ou responsável para apresentação do ção ou colocação em regime de semi-liberdade, a autoridade judiciária,
adolescente, podendo requisitar o concurso das polícias civil e militar. verificando que o adolescente não possui advogado constituído, nomeará
defensor, designando, desde logo, audiência em continuação, podendo
Art. 180. Adotadas as providências a que alude o artigo anterior, o re- determinar a realização de diligências e estudo do caso.
presentante do Ministério Público poderá:
§ 3º O advogado constituído ou o defensor nomeado, no prazo de três
I - promover o arquivamento dos autos; dias contado da audiência de apresentação, oferecerá defesa prévia e rol
II - conceder a remissão; de testemunhas.

III - representar à autoridade judiciária para aplicação de medida sócio- § 4º Na audiência em continuação, ouvidas as testemunhas arroladas
educativa. na representação e na defesa prévia, cumpridas as diligências e juntado o
relatório da equipe interprofissional, será dada a palavra ao representante
Art. 181. Promovido o arquivamento dos autos ou concedida a remis- do Ministério Público e ao defensor, sucessivamente, pelo tempo de vinte
são pelo representante do Ministério Público, mediante termo fundamenta- minutos para cada um, prorrogável por mais dez, a critério da autoridade
do, que conterá o resumo dos fatos, os autos serão conclusos à autoridade judiciária, que em seguida proferirá decisão.
judiciária para homologação.
Art. 187. Se o adolescente, devidamente notificado, não comparecer,
§ 1º Homologado o arquivamento ou a remissão, a autoridade judiciária injustificadamente à audiência de apresentação, a autoridade judiciária
determinará, conforme o caso, o cumprimento da medida. designará nova data, determinando sua condução coercitiva.
§ 2º Discordando, a autoridade judiciária fará remessa dos autos ao Art. 188. A remissão, como forma de extinção ou suspensão do pro-
Procurador-Geral de Justiça, mediante despacho fundamentado, e este cesso, poderá ser aplicada em qualquer fase do procedimento, antes da
oferecerá representação, designará outro membro do Ministério Público sentença.
para apresentá-la, ou ratificará o arquivamento ou a remissão, que só então
estará a autoridade judiciária obrigada a homologar. Art. 189. A autoridade judiciária não aplicará qualquer medida, desde
que reconheça na sentença:
Art. 182. Se, por qualquer razão, o representante do Ministério Público
não promover o arquivamento ou conceder a remissão, oferecerá represen- I - estar provada a inexistência do fato;
tação à autoridade judiciária, propondo a instauração de procedimento para II - não haver prova da existência do fato;
aplicação da medida sócio-educativa que se afigurar a mais adequada.
III - não constituir o fato ato infracional;
§ 1º A representação será oferecida por petição, que conterá o breve
resumo dos fatos e a classificação do ato infracional e, quando necessário, IV - não existir prova de ter o adolescente concorrido para o ato infra-
o rol de testemunhas, podendo ser deduzida oralmente, em sessão diária cional.
instalada pela autoridade judiciária. Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, estando o adolescente inter-
§ 2º A representação independe de prova pré-constituída da autoria e nado, será imediatamente colocado em liberdade.
materialidade. Art. 190. A intimação da sentença que aplicar medida de internação ou
Art. 183. O prazo máximo e improrrogável para a conclusão do proce- regime de semi-liberdade será feita:
dimento, estando o adolescente internado provisoriamente, será de quaren- I - ao adolescente e ao seu defensor;
ta e cinco dias.
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II - quando não for encontrado o adolescente, a seus pais ou responsá- Art. 196. Não sendo apresentada a defesa no prazo legal, a autoridade
vel, sem prejuízo do defensor. judiciária dará vista dos autos do Ministério Público, por cinco dias, decidin-
do em igual prazo.
§ 1º Sendo outra a medida aplicada, a intimação far-se-á unicamente
na pessoa do defensor. Art. 197. Apresentada a defesa, a autoridade judiciária procederá na
conformidade do artigo anterior, ou, sendo necessário, designará audiência
§ 2º Recaindo a intimação na pessoa do adolescente, deverá este ma- de instrução e julgamento. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
nifestar se deseja ou não recorrer da sentença.
Parágrafo único. Colhida a prova oral, manifestar-se-ão sucessivamen-
Seção VI te o Ministério Público e o procurador do requerido, pelo tempo de vinte
Da Apuração de Irregularidades em Entidade de Atendimento minutos para cada um, prorrogável por mais dez, a critério da autoridade
judiciária, que em seguida proferirá sentença.
Art. 191. O procedimento de apuração de irregularidades em entidade
governamental e não-governamental terá início mediante portaria da autori- Seção VIII
dade judiciária ou representação do Ministério Público ou do Conselho (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Tutelar, onde conste, necessariamente, resumo dos fatos. Da Habilitação de Pretendentes à Adoção
Parágrafo único. Havendo motivo grave, poderá a autoridade judiciária, Art. 197-A. Os postulantes à adoção, domiciliados no Brasil, apresenta-
ouvido o Ministério Público, decretar liminarmente o afastamento provisório rão petição inicial na qual conste: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
do dirigente da entidade, mediante decisão fundamentada. Vigência
Art. 192. O dirigente da entidade será citado para, no prazo de dez di- I - qualificação completa; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigên-
as, oferecer resposta escrita, podendo juntar documentos e indicar as cia
provas a produzir.
II - dados familiares; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 193. Apresentada ou não a resposta, e sendo necessário, a autori-
dade judiciária designará audiência de instrução e julgamento, intimando as III - cópias autenticadas de certidão de nascimento ou casamento, ou
partes. declaração relativa ao período de união estável; (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
§ 1º Salvo manifestação em audiência, as partes e o Ministério Público
terão cinco dias para oferecer alegações finais, decidindo a autoridade IV - cópias da cédula de identidade e inscrição no Cadastro de Pesso-
judiciária em igual prazo. as Físicas; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 2º Em se tratando de afastamento provisório ou definitivo de dirigente V - comprovante de renda e domicílio; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
de entidade governamental, a autoridade judiciária oficiará à autoridade 2009) Vigência
administrativa imediatamente superior ao afastado, marcando prazo para a
substituição. VI - atestados de sanidade física e mental; (Incluído pela Lei nº 12.010,
de 2009) Vigência
§ 3º Antes de aplicar qualquer das medidas, a autoridade judiciária po-
derá fixar prazo para a remoção das irregularidades verificadas. Satisfeitas VII - certidão de antecedentes criminais; (Incluído pela Lei nº 12.010,
as exigências, o processo será extinto, sem julgamento de mérito. de 2009) Vigência

§ 4º A multa e a advertência serão impostas ao dirigente da entidade VIII - certidão negativa de distribuição cível. (Incluído pela Lei nº
ou programa de atendimento. 12.010, de 2009) Vigência

Seção VII Art. 197-B. A autoridade judiciária, no prazo de 48 (quarenta e oito) ho-
ras, dará vista dos autos ao Ministério Público, que no prazo de 5 (cinco)
Da Apuração de Infração Administrativa às Normas de Proteção à Criança dias poderá: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
e ao Adolescente
I - apresentar quesitos a serem respondidos pela equipe interprofissio-
Art. 194. O procedimento para imposição de penalidade administrativa nal encarregada de elaborar o estudo técnico a que se refere o art. 197-C
por infração às normas de proteção à criança e ao adolescente terá início desta Lei; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
por representação do Ministério Público, ou do Conselho Tutelar, ou auto
de infração elaborado por servidor efetivo ou voluntário credenciado, e II - requerer a designação de audiência para oitiva dos postulantes em
assinado por duas testemunhas, se possível. juízo e testemunhas; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 1º No procedimento iniciado com o auto de infração, poderão ser u- III - requerer a juntada de documentos complementares e a realização
sadas fórmulas impressas, especificando-se a natureza e as circunstâncias de outras diligências que entender necessárias. (Incluído pela Lei nº
da infração. 12.010, de 2009) Vigência

§ 2º Sempre que possível, à verificação da infração seguir-se-á a lavra- Art. 197-C. Intervirá no feito, obrigatoriamente, equipe interprofissional
tura do auto, certificando-se, em caso contrário, dos motivos do retarda- a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, que deverá elaborar estu-
mento. do psicossocial, que conterá subsídios que permitam aferir a capacidade e
o preparo dos postulantes para o exercício de uma paternidade ou materni-
Art. 195. O requerido terá prazo de dez dias para apresentação de de- dade responsável, à luz dos requisitos e princípios desta Lei. (Incluído pela
fesa, contado da data da intimação, que será feita: Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
I - pelo autuante, no próprio auto, quando este for lavrado na presença § 1o É obrigatória a participação dos postulantes em programa ofereci-
do requerido; do pela Justiça da Infância e da Juventude preferencialmente com apoio
dos técnicos responsáveis pela execução da política municipal de garantia
II - por oficial de justiça ou funcionário legalmente habilitado, que entre- do direito à convivência familiar, que inclua preparação psicológica, orienta-
gará cópia do auto ou da representação ao requerido, ou a seu represen- ção e estímulo à adoção inter-racial, de crianças maiores ou de adolescen-
tante legal, lavrando certidão; tes, com necessidades específicas de saúde ou com deficiências e de
III - por via postal, com aviso de recebimento, se não for encontrado o grupos de irmãos. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
requerido ou seu representante legal; § 2o Sempre que possível e recomendável, a etapa obrigatória da pre-
IV - por edital, com prazo de trinta dias, se incerto ou não sabido o pa- paração referida no § 1o deste artigo incluirá o contato com crianças e
radeiro do requerido ou de seu representante legal. adolescentes em regime de acolhimento familiar ou institucional em condi-
ções de serem adotados, a ser realizado sob a orientação, supervisão e
avaliação da equipe técnica da Justiça da Infância e da Juventude, com o

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apoio dos técnicos responsáveis pelo programa de acolhimento familiar ou Art. 199-C. Os recursos nos procedimentos de adoção e de destituição
institucional e pela execução da política municipal de garantia do direito à de poder familiar, em face da relevância das questões, serão processados
convivência familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência com prioridade absoluta, devendo ser imediatamente distribuídos, ficando
vedado que aguardem, em qualquer situação, oportuna distribuição, e
Art. 197-D. Certificada nos autos a conclusão da participação no pro- serão colocados em mesa para julgamento sem revisão e com parecer
grama referido no art. 197-C desta Lei, a autoridade judiciária, no prazo de urgente do Ministério Público. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigên-
48 (quarenta e oito) horas, decidirá acerca das diligências requeridas pelo cia
Ministério Público e determinará a juntada do estudo psicossocial, desig-
nando, conforme o caso, audiência de instrução e julgamento. (Incluído Art. 199-D. O relator deverá colocar o processo em mesa para julga-
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência mento no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, contado da sua conclusão.
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Parágrafo único. Caso não sejam requeridas diligências, ou sendo es-
sas indeferidas, a autoridade judiciária determinará a juntada do estudo Parágrafo único. O Ministério Público será intimado da data do julga-
psicossocial, abrindo a seguir vista dos autos ao Ministério Público, por 5 mento e poderá na sessão, se entender necessário, apresentar oralmente
(cinco) dias, decidindo em igual prazo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de seu parecer. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
2009) Vigência
Art. 199-E. O Ministério Público poderá requerer a instauração de pro-
Art. 197-E. Deferida a habilitação, o postulante será inscrito nos cadas- cedimento para apuração de responsabilidades se constatar o descumpri-
tros referidos no art. 50 desta Lei, sendo a sua convocação para a adoção mento das providências e do prazo previstos nos artigos anteriores. (Incluí-
feita de acordo com ordem cronológica de habilitação e conforme a dispo- do pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
nibilidade de crianças ou adolescentes adotáveis. (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência Capítulo V

§ 1o A ordem cronológica das habilitações somente poderá deixar de Do Ministério Público


ser observada pela autoridade judiciária nas hipóteses previstas no § 13 do Art. 200. As funções do Ministério Público previstas nesta Lei serão e-
art. 50 desta Lei, quando comprovado ser essa a melhor solução no inte- xercidas nos termos da respectiva lei orgânica.
resse do adotando. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 201. Compete ao Ministério Público:
§ 2o A recusa sistemática na adoção das crianças ou adolescentes in-
dicados importará na reavaliação da habilitação concedida. (Incluído pela I - conceder a remissão como forma de exclusão do processo;
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência II - promover e acompanhar os procedimentos relativos às infrações a-
Capítulo IV tribuídas a adolescentes;

Dos Recursos III - promover e acompanhar as ações de alimentos e os procedimentos


de suspensão e destituição do pátrio poder poder familiar, nomeação e
Art. 198. Nos procedimentos afetos à Justiça da Infância e da Juventu- remoção de tutores, curadores e guardiães, bem como oficiar em todos os
de, inclusive os relativos à execução das medidas socioeducativas, adotar- demais procedimentos da competência da Justiça da Infância e da Juven-
se-á o sistema recursal da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código tude; (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
de Processo Civil), com as seguintes adaptações: (Redação dada pela Lei
nº 12.594, de 2012) (Vide) IV - promover, de ofício ou por solicitação dos interessados, a especia-
lização e a inscrição de hipoteca legal e a prestação de contas dos tutores,
I - os recursos serão interpostos independentemente de preparo; curadores e quaisquer administradores de bens de crianças e adolescentes
II - em todos os recursos, salvo nos embargos de declaração, o prazo nas hipóteses do art. 98;
para o Ministério Público e para a defesa será sempre de 10 (dez) dias; V - promover o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção dos
(Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) interesses individuais, difusos ou coletivos relativos à infância e à adoles-
III - os recursos terão preferência de julgamento e dispensarão revisor; cência, inclusive os definidos no art. 220, § 3º inciso II, da Constituição
Federal;
IV - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
VI - instaurar procedimentos administrativos e, para instruí-los:
V - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
a) expedir notificações para colher depoimentos ou esclarecimentos e,
VI - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência em caso de não comparecimento injustificado, requisitar condução coerciti-
va, inclusive pela polícia civil ou militar;
VII - antes de determinar a remessa dos autos à superior instância, no
caso de apelação, ou do instrumento, no caso de agravo, a autoridade b) requisitar informações, exames, perícias e documentos de autorida-
judiciária proferirá despacho fundamentado, mantendo ou reformando a des municipais, estaduais e federais, da administração direta ou indireta,
decisão, no prazo de cinco dias; bem como promover inspeções e diligências investigatórias;
VIII - mantida a decisão apelada ou agravada, o escrivão remeterá os c) requisitar informações e documentos a particulares e instituições pri-
autos ou o instrumento à superior instância dentro de vinte e quatro horas, vadas;
independentemente de novo pedido do recorrente; se a reformar, a remes-
sa dos autos dependerá de pedido expresso da parte interessada ou do VII - instaurar sindicâncias, requisitar diligências investigatórias e de-
Ministério Público, no prazo de cinco dias, contados da intimação. terminar a instauração de inquérito policial, para apuração de ilícitos ou
infrações às normas de proteção à infância e à juventude;
Art. 199. Contra as decisões proferidas com base no art. 149 caberá
recurso de apelação. VIII - zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias legais assegu-
rados às crianças e adolescentes, promovendo as medidas judiciais e
Art. 199-A. A sentença que deferir a adoção produz efeito desde logo, extrajudiciais cabíveis;
embora sujeita a apelação, que será recebida exclusivamente no efeito
devolutivo, salvo se se tratar de adoção internacional ou se houver perigo IX - impetrar mandado de segurança, de injunção e habeas corpus, em
de dano irreparável ou de difícil reparação ao adotando. (Incluído pela Lei qualquer juízo, instância ou tribunal, na defesa dos interesses sociais e
nº 12.010, de 2009) Vigência individuais indisponíveis afetos à criança e ao adolescente;

Art. 199-B. A sentença que destituir ambos ou qualquer dos genitores X - representar ao juízo visando à aplicação de penalidade por infra-
do poder familiar fica sujeita a apelação, que deverá ser recebida apenas ções cometidas contra as normas de proteção à infância e à juventude, sem
no efeito devolutivo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência prejuízo da promoção da responsabilidade civil e penal do infrator, quando
cabível;

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XI - inspecionar as entidades públicas e particulares de atendimento e Art. 208. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações de responsa-
os programas de que trata esta Lei, adotando de pronto as medidas admi- bilidade por ofensa aos direitos assegurados à criança e ao adolescente,
nistrativas ou judiciais necessárias à remoção de irregularidades porventura referentes ao não oferecimento ou oferta irregular:
verificadas;
I - do ensino obrigatório;
XII - requisitar força policial, bem como a colaboração dos serviços
médicos, hospitalares, educacionais e de assistência social, públicos ou II - de atendimento educacional especializado aos portadores de defici-
privados, para o desempenho de suas atribuições. ência;

§ 1º A legitimação do Ministério Público para as ações cíveis previstas III - de atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis
neste artigo não impede a de terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo anos de idade;
dispuserem a Constituição e esta Lei. IV - de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;
§ 2º As atribuições constantes deste artigo não excluem outras, desde V - de programas suplementares de oferta de material didático-escolar,
que compatíveis com a finalidade do Ministério Público. transporte e assistência à saúde do educando do ensino fundamental;
§ 3º O representante do Ministério Público, no exercício de suas fun- VI - de serviço de assistência social visando à proteção à família, à ma-
ções, terá livre acesso a todo local onde se encontre criança ou adolescen- ternidade, à infância e à adolescência, bem como ao amparo às crianças e
te. adolescentes que dele necessitem;
§ 4º O representante do Ministério Público será responsável pelo uso VII - de acesso às ações e serviços de saúde;
indevido das informações e documentos que requisitar, nas hipóteses
legais de sigilo. VIII - de escolarização e profissionalização dos adolescentes privados
de liberdade.
§ 5º Para o exercício da atribuição de que trata o inciso VIII deste arti-
go, poderá o representante do Ministério Público: IX - de ações, serviços e programas de orientação, apoio e promoção
social de famílias e destinados ao pleno exercício do direito à convivência
a) reduzir a termo as declarações do reclamante, instaurando o compe- familiar por crianças e adolescentes. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
tente procedimento, sob sua presidência; Vigência
b) entender-se diretamente com a pessoa ou autoridade reclamada, em X - de programas de atendimento para a execução das medidas socio-
dia, local e horário previamente notificados ou acertados; educativas e aplicação de medidas de proteção. (Incluído pela Lei nº
c) efetuar recomendações visando à melhoria dos serviços públicos e 12.594, de 2012) (Vide)
de relevância pública afetos à criança e ao adolescente, fixando prazo § 1o As hipóteses previstas neste artigo não excluem da proteção judi-
razoável para sua perfeita adequação. cial outros interesses individuais, difusos ou coletivos, próprios da infância e
Art. 202. Nos processos e procedimentos em que não for parte, atuará da adolescência, protegidos pela Constituição e pela Lei. (Renumerado do
obrigatoriamente o Ministério Público na defesa dos direitos e interesses de Parágrafo único pela Lei nº 11.259, de 2005)
que cuida esta Lei, hipótese em que terá vista dos autos depois das partes, § 2o A investigação do desaparecimento de crianças ou adolescentes
podendo juntar documentos e requerer diligências, usando os recursos será realizada imediatamente após notificação aos órgãos competentes,
cabíveis. que deverão comunicar o fato aos portos, aeroportos, Polícia Rodoviária e
Art. 203. A intimação do Ministério Público, em qualquer caso, será fei- companhias de transporte interestaduais e internacionais, fornecendo-lhes
ta pessoalmente. todos os dados necessários à identificação do desaparecido. (Incluído pela
Lei nº 11.259, de 2005)
Art. 204. A falta de intervenção do Ministério Público acarreta a nulida-
de do feito, que será declarada de ofício pelo juiz ou a requerimento de Art. 209. As ações previstas neste Capítulo serão propostas no foro do
qualquer interessado. local onde ocorreu ou deva ocorrer a ação ou omissão, cujo juízo terá
competência absoluta para processar a causa, ressalvadas a competência
Art. 205. As manifestações processuais do representante do Ministério da Justiça Federal e a competência originária dos tribunais superiores.
Público deverão ser fundamentadas.
Art. 210. Para as ações cíveis fundadas em interesses coletivos ou di-
Capítulo VI fusos, consideram-se legitimados concorrentemente:
Do Advogado I - o Ministério Público;
Art. 206. A criança ou o adolescente, seus pais ou responsável, e qual- II - a União, os estados, os municípios, o Distrito Federal e os territó-
quer pessoa que tenha legítimo interesse na solução da lide poderão inter- rios;
vir nos procedimentos de que trata esta Lei, através de advogado, o qual
será intimado para todos os atos, pessoalmente ou por publicação oficial, III - as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e
respeitado o segredo de justiça. que incluam entre seus fins institucionais a defesa dos interesses e direitos
protegidos por esta Lei, dispensada a autorização da assembléia, se houver
Parágrafo único. Será prestada assistência judiciária integral e gratuita prévia autorização estatutária.
àqueles que dela necessitarem.
§ 1º Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos
Art. 207. Nenhum adolescente a quem se atribua a prática de ato infra- da União e dos estados na defesa dos interesses e direitos de que cuida
cional, ainda que ausente ou foragido, será processado sem defensor. esta Lei.
§ 1º Se o adolescente não tiver defensor, ser-lhe-á nomeado pelo juiz, § 2º Em caso de desistência ou abandono da ação por associação legi-
ressalvado o direito de, a todo tempo, constituir outro de sua preferência. timada, o Ministério Público ou outro legitimado poderá assumir a titularida-
de ativa.
§ 2º A ausência do defensor não determinará o adiamento de nenhum
ato do processo, devendo o juiz nomear substituto, ainda que provisoria- Art. 211. Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessa-
mente, ou para o só efeito do ato. dos compromisso de ajustamento de sua conduta às exigências legais, o
qual terá eficácia de título executivo extrajudicial.
§ 3º Será dispensada a outorga de mandato, quando se tratar de de-
fensor nomeado ou, sido constituído, tiver sido indicado por ocasião de ato Art. 212. Para defesa dos direitos e interesses protegidos por esta Lei,
formal com a presença da autoridade judiciária. são admissíveis todas as espécies de ações pertinentes.
Capítulo VII § 1º Aplicam-se às ações previstas neste Capítulo as normas do Códi-
go de Processo Civil.
Da Proteção Judicial dos Interesses Individuais, Difusos e Coletivos

Técnico de Enfermagem 106 A Opção Certa Para a Sua Realização


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§ 2º Contra atos ilegais ou abusivos de autoridade pública ou agente cível, promoverá o arquivamento dos autos do inquérito civil ou das peças
de pessoa jurídica no exercício de atribuições do poder público, que lesem informativas, fazendo-o fundamentadamente.
direito líquido e certo previsto nesta Lei, caberá ação mandamental, que se
regerá pelas normas da lei do mandado de segurança. § 2º Os autos do inquérito civil ou as peças de informação arquivados
serão remetidos, sob pena de se incorrer em falta grave, no prazo de três
Art. 213. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de dias, ao Conselho Superior do Ministério Público.
fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou
determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao § 3º Até que seja homologada ou rejeitada a promoção de arquivamen-
do adimplemento. to, em sessão do Conselho Superior do Ministério público, poderão as
associações legitimadas apresentar razões escritas ou documentos, que
§ 1º Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado serão juntados aos autos do inquérito ou anexados às peças de informa-
receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela ção.
liminarmente ou após justificação prévia, citando o réu.
§ 4º A promoção de arquivamento será submetida a exame e delibera-
§ 2º O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior ou na sentença, ção do Conselho Superior do Ministério Público, conforme dispuser o seu
impor multa diária ao réu, independentemente de pedido do autor, se for regimento.
suficiente ou compatível com a obrigação, fixando prazo razoável para o
cumprimento do preceito. § 5º Deixando o Conselho Superior de homologar a promoção de ar-
quivamento, designará, desde logo, outro órgão do Ministério Público para
§ 3º A multa só será exigível do réu após o trânsito em julgado da sen- o ajuizamento da ação.
tença favorável ao autor, mas será devida desde o dia em que se houver
configurado o descumprimento. Art. 224. Aplicam-se subsidiariamente, no que couber, as disposições
da Lei n.º 7.347, de 24 de julho de 1985.
Art. 214. Os valores das multas reverterão ao fundo gerido pelo Conse-
lho dos Direitos da Criança e do Adolescente do respectivo município. Título VII

§ 1º As multas não recolhidas até trinta dias após o trânsito em julgado Dos Crimes e Das Infrações Administrativas
da decisão serão exigidas através de execução promovida pelo Ministério Capítulo I
Público, nos mesmos autos, facultada igual iniciativa aos demais legitima-
dos. Dos Crimes

§ 2º Enquanto o fundo não for regulamentado, o dinheiro ficará deposi- Seção I


tado em estabelecimento oficial de crédito, em conta com correção monetá- Disposições Gerais
ria.
Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre crimes praticados contra a criança
Art. 215. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos recursos, para e- e o adolescente, por ação ou omissão, sem prejuízo do disposto na legisla-
vitar dano irreparável à parte. ção penal.
Art. 216. Transitada em julgado a sentença que impuser condenação Art. 226. Aplicam-se aos crimes definidos nesta Lei as normas da Parte
ao poder público, o juiz determinará a remessa de peças à autoridade Geral do Código Penal e, quanto ao processo, as pertinentes ao Código de
competente, para apuração da responsabilidade civil e administrativa do Processo Penal.
agente a que se atribua a ação ou omissão.
Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de ação pública incondicio-
Art. 217. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da sentença nada
condenatória sem que a associação autora lhe promova a execução, deve-
rá fazê-lo o Ministério Público, facultada igual iniciativa aos demais legiti- Seção II
mados.
Dos Crimes em Espécie
Art. 218. O juiz condenará a associação autora a pagar ao réu os hono-
Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente de estabeleci-
rários advocatícios arbitrados na conformidade do § 4º do art. 20 da Lei n.º
mento de atenção à saúde de gestante de manter registro das atividades
5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil), quando reco-
desenvolvidas, na forma e prazo referidos no art. 10 desta Lei, bem como
nhecer que a pretensão é manifestamente infundada.
de fornecer à parturiente ou a seu responsável, por ocasião da alta médica,
Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a associação autora e declaração de nascimento, onde constem as intercorrências do parto e do
os diretores responsáveis pela propositura da ação serão solidariamente desenvolvimento do neonato:
condenados ao décuplo das custas, sem prejuízo de responsabilidade por
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
perdas e danos.
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Art. 219. Nas ações de que trata este Capítulo, não haverá adianta-
mento de custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.
despesas.
Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento
Art. 220. Qualquer pessoa poderá e o servidor público deverá provocar de atenção à saúde de gestante de identificar corretamente o neonato e a
a iniciativa do Ministério Público, prestando-lhe informações sobre fatos que parturiente, por ocasião do parto, bem como deixar de proceder aos exa-
constituam objeto de ação civil, e indicando-lhe os elementos de convicção. mes referidos no art. 10 desta Lei:
Art. 221. Se, no exercício de suas funções, os juízos e tribunais tiverem Pena - detenção de seis meses a dois anos.
conhecimento de fatos que possam ensejar a propositura de ação civil,
remeterão peças ao Ministério Público para as providências cabíveis. Parágrafo único. Se o crime é culposo:

Art. 222. Para instruir a petição inicial, o interessado poderá requerer Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.
às autoridades competentes as certidões e informações que julgar necessá- Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua liberdade, proceden-
rias, que serão fornecidas no prazo de quinze dias. do à sua apreensão sem estar em flagrante de ato infracional ou inexistindo
Art. 223. O Ministério Público poderá instaurar, sob sua presidência, in- ordem escrita da autoridade judiciária competente:
quérito civil, ou requisitar, de qualquer pessoa, organismo público ou parti- Pena - detenção de seis meses a dois anos.
cular, certidões, informações, exames ou perícias, no prazo que assinalar, o
qual não poderá ser inferior a dez dias úteis. Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que procede à apreen-
são sem observância das formalidades legais.
§ 1º Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as diligências,
se convencer da inexistência de fundamento para a propositura da ação
Técnico de Enfermagem 107 A Opção Certa Para a Sua Realização
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Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela apreensão de Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro registro
criança ou adolescente de fazer imediata comunicação à autoridade judiciá- que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou
ria competente e à família do apreendido ou à pessoa por ele indicada: adolescente: (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
Pena - detenção de seis meses a dois anos. Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada
pela Lei nº 11.829, de 2008)
Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda
ou vigilância a vexame ou a constrangimento: Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar
ou divulgar por qualquer meio, inclusive por meio de sistema de informática
Pena - detenção de seis meses a dois anos. ou telemático, fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo
Art. 233. (Revogado pela Lei nº 9.455, de 7.4.1997: explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente: (Incluído pela
Lei nº 11.829, de 2008)
Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem justa causa, de ordenar
a imediata liberação de criança ou adolescente, tão logo tenha conhecimen- Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela Lei
to da ilegalidade da apreensão: nº 11.829, de 2008)
Pena - detenção de seis meses a dois anos. § 1o Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela Lei nº 11.829, de
2008)
Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo fixado nesta Lei em be-
nefício de adolescente privado de liberdade: I – assegura os meios ou serviços para o armazenamento das fotogra-
fias, cenas ou imagens de que trata o caput deste artigo; (Incluído pela Lei
Pena - detenção de seis meses a dois anos. nº 11.829, de 2008)
Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação de autoridade judiciária, mem- II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de computadores
bro do Conselho Tutelar ou representante do Ministério Público no exercício às fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput deste artigo.(Incluído
de função prevista nesta Lei: pela Lei nº 11.829, de 2008)
Pena - detenção de seis meses a dois anos. § 2o As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1o deste artigo são
Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de quem o tem sob puníveis quando o responsável legal pela prestação do serviço, oficialmente
sua guarda em virtude de lei ou ordem judicial, com o fim de colocação em notificado, deixa de desabilitar o acesso ao conteúdo ilícito de que trata o
lar substituto: caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)

Pena - reclusão de dois a seis anos, e multa. Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotogra-
fia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou
Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a terceiro, pornográfica envolvendo criança ou adolescente: (Incluído pela Lei nº
mediante paga ou recompensa: 11.829, de 2008)
Pena - reclusão de um a quatro anos, e multa. Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído pela
Lei nº 11.829, de 2008)
Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem oferece ou efetiva a
paga ou recompensa. § 1o A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se de pequena
quantidade o material a que se refere o caput deste artigo. (Incluído pela
Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado ao envio
Lei nº 11.829, de 2008)
de criança ou adolescente para o exterior com inobservância das formali-
dades legais ou com o fito de obter lucro: § 2o Não há crime se a posse ou o armazenamento tem a finalidade de
comunicar às autoridades competentes a ocorrência das condutas descritas
Pena - reclusão de quatro a seis anos, e multa.
nos arts. 240, 241, 241-A e 241-C desta Lei, quando a comunicação for
Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave ameaça ou fraude: feita por: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
(Incluído pela Lei nº 10.764, de 12.11.2003)
I – agente público no exercício de suas funções; (Incluído pela Lei nº
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da pena correspon- 11.829, de 2008)
dente à violência.
II – membro de entidade, legalmente constituída, que inclua, entre suas
Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por finalidades institucionais, o recebimento, o processamento e o encaminha-
qualquer meio, cena de sexo explícito ou pornográfica, envolvendo criança mento de notícia dos crimes referidos neste parágrafo; (Incluído pela Lei nº
ou adolescente: (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008) 11.829, de 2008)
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada III – representante legal e funcionários responsáveis de provedor de
pela Lei nº 11.829, de 2008) acesso ou serviço prestado por meio de rede de computadores, até o
recebimento do material relativo à notícia feita à autoridade policial, ao
§ 1o Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita, recruta, coage, Ministério Público ou ao Poder Judiciário. (Incluído pela Lei nº 11.829, de
ou de qualquer modo intermedeia a participação de criança ou adolescente 2008)
nas cenas referidas no caput deste artigo, ou ainda quem com esses con-
tracena. (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008) § 3o As pessoas referidas no § 2o deste artigo deverão manter sob sigi-
lo o material ilícito referido. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
§ 2o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente comete o crime:
(Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008) Art. 241-C. Simular a participação de criança ou adolescente em cena
de sexo explícito ou pornográfica por meio de adulteração, montagem ou
I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto de exercê-la; modificação de fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de representação
(Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008) visual: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
II – prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hos- Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Incluído pela Lei
pitalidade; ou (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008) nº 11.829, de 2008)
III – prevalecendo-se de relações de parentesco consanguíneo ou afim Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende, expõe à
até o terceiro grau, ou por adoção, de tutor, curador, preceptor, empregador venda, disponibiliza, distribui, publica ou divulga por qualquer meio, adquire,
da vítima ou de quem, a qualquer outro título, tenha autoridade sobre ela, possui ou armazena o material produzido na forma do caput deste artigo.
ou com seu consentimento. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)

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Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qualquer meio Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável por estabelecimen-
de comunicação, criança, com o fim de com ela praticar ato libidinoso: to de atenção à saúde e de ensino fundamental, pré-escola ou creche, de
(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) comunicar à autoridade competente os casos de que tenha conhecimento,
envolvendo suspeita ou confirmação de maus-tratos contra criança ou
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Incluído pela Lei adolescente:
nº 11.829, de 2008)
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o do-
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela Lei bro em caso de reincidência.
nº 11.829, de 2008)
Art. 246. Impedir o responsável ou funcionário de entidade de atendi-
I – facilita ou induz o acesso à criança de material contendo cena de mento o exercício dos direitos constantes nos incisos II, III, VII, VIII e XI do
sexo explícito ou pornográfica com o fim de com ela praticar ato libidinoso; art. 124 desta Lei:
(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o do-
II – pratica as condutas descritas no caput deste artigo com o fim de in- bro em caso de reincidência.
duzir criança a se exibir de forma pornográfica ou sexualmente explícita.
(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) Art. 247. Divulgar, total ou parcialmente, sem autorização devida, por
qualquer meio de comunicação, nome, ato ou documento de procedimento
Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a expressão “ce- policial, administrativo ou judicial relativo a criança ou adolescente a que se
na de sexo explícito ou pornográfica” compreende qualquer situação que atribua ato infracional:
envolva criança ou adolescente em atividades sexuais explícitas, reais ou
simuladas, ou exibição dos órgãos genitais de uma criança ou adolescente Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o do-
para fins primordialmente sexuais. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) bro em caso de reincidência.
Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de § 1º Incorre na mesma pena quem exibe, total ou parcialmente, fotogra-
qualquer forma, a criança ou adolescente arma, munição ou explosivo: fia de criança ou adolescente envolvido em ato infracional, ou qualquer
ilustração que lhe diga respeito ou se refira a atos que lhe sejam atribuídos,
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos. (Redação dada pela Lei nº de forma a permitir sua identificação, direta ou indiretamente.
10.764, de 12.11.2003)
§ 2º Se o fato for praticado por órgão de imprensa ou emissora de rádio
Art. 243. Vender, fornecer ainda que gratuitamente, ministrar ou entre- ou televisão, além da pena prevista neste artigo, a autoridade judiciária
gar, de qualquer forma, a criança ou adolescente, sem justa causa, produ- poderá determinar a apreensão da publicação ou a suspensão da progra-
tos cujos componentes possam causar dependência física ou psíquica, mação da emissora até por dois dias, bem como da publicação do periódico
ainda que por utilização indevida: até por dois números. (Expressão declara inconstitucional pela ADIN 869-
Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o fato não 2).
constitui crime mais grave. (Redação dada pela Lei nº 10.764, de Art. 248. Deixar de apresentar à autoridade judiciária de seu domicílio,
12.11.2003) no prazo de cinco dias, com o fim de regularizar a guarda, adolescente
Art. 244. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de trazido de outra comarca para a prestação de serviço doméstico, mesmo
qualquer forma, a criança ou adolescente fogos de estampido ou de artifí- que autorizado pelos pais ou responsável:
cio, exceto aqueles que, pelo seu reduzido potencial, sejam incapazes de Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o do-
provocar qualquer dano físico em caso de utilização indevida: bro em caso de reincidência, independentemente das despesas de retorno
Pena - detenção de seis meses a dois anos, e multa. do adolescente, se for o caso.
Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como tais definidos no Art. 249. Descumprir, dolosa ou culposamente, os deveres inerentes ao
caput do art. 2o desta Lei, à prostituição ou à exploração sexual: (Incluído pátrio poder poder familiar ou decorrente de tutela ou guarda, bem assim
pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000) determinação da autoridade judiciária ou Conselho Tutelar: (Expressão
substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Pena - reclusão de quatro a dez anos, e multa.
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o do-
§ 1o Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o gerente ou o res- bro em caso de reincidência.
ponsável pelo local em que se verifique a submissão de criança ou adoles-
cente às práticas referidas no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 9.975, Art. 250. Hospedar criança ou adolescente desacompanhado dos pais
de 23.6.2000) ou responsável, ou sem autorização escrita desses ou da autoridade judici-
ária, em hotel, pensão, motel ou congênere: (Redação dada pela Lei nº
§ 2o Constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença 12.038, de 2009).
de localização e de funcionamento do estabelecimento. (Incluído pela Lei nº
9.975, de 23.6.2000) Pena – multa. (Redação dada pela Lei nº 12.038, de 2009).

Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 (dezoito) § 1º Em caso de reincidência, sem prejuízo da pena de multa, a autori-
anos, com ele praticando infração penal ou induzindo-o a praticá-la: (Incluí- dade judiciária poderá determinar o fechamento do estabelecimento por até
do pela Lei nº 12.015, de 2009) 15 (quinze) dias. (Incluído pela Lei nº 12.038, de 2009).

Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei nº § 2º Se comprovada a reincidência em período inferior a 30 (trinta) di-
12.015, de 2009) as, o estabelecimento será definitivamente fechado e terá sua licença
cassada. (Incluído pela Lei nº 12.038, de 2009).
§ 1o Incorre nas penas previstas no caput deste artigo quem pratica as
condutas ali tipificadas utilizando-se de quaisquer meios eletrônicos, inclu- Art. 251. Transportar criança ou adolescente, por qualquer meio, com
sive salas de bate-papo da internet. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) inobservância do disposto nos arts. 83, 84 e 85 desta Lei:

§ 2o As penas previstas no caput deste artigo são aumentadas de um Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o do-
terço no caso de a infração cometida ou induzida estar incluída no rol do bro em caso de reincidência.
art. 1o da Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990. (Incluído pela Lei nº 12.015, Art. 252. Deixar o responsável por diversão ou espetáculo público de
de 2009) afixar, em lugar visível e de fácil acesso, à entrada do local de exibição,
Capítulo II informação destacada sobre a natureza da diversão ou espetáculo e a faixa
etária especificada no certificado de classificação:
Das Infrações Administrativas
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o do-
bro em caso de reincidência.

Técnico de Enfermagem 109 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Art. 253. Anunciar peças teatrais, filmes ou quaisquer representações Art. 260. Os contribuintes poderão efetuar doações aos Fundos dos Di-
ou espetáculos, sem indicar os limites de idade a que não se recomendem: reitos da Criança e do Adolescente nacional, distrital, estaduais ou munici-
pais, devidamente comprovadas, sendo essas integralmente deduzidas do
Pena - multa de três a vinte salários de referência, duplicada em caso imposto de renda, obedecidos os seguintes limites: (Redação dada pela Lei
de reincidência, aplicável, separadamente, à casa de espetáculo e aos nº 12.594, de 2012) (Vide)
órgãos de divulgação ou publicidade.
I - 1% (um por cento) do imposto sobre a renda devido apurado pelas
Art. 254. Transmitir, através de rádio ou televisão, espetáculo em horá- pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real; e (Redação dada pela
rio diverso do autorizado ou sem aviso de sua classificação: Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Pena - multa de vinte a cem salários de referência; duplicada em caso II - 6% (seis por cento) do imposto sobre a renda apurado pelas pesso-
de reincidência a autoridade judiciária poderá determinar a suspensão da as físicas na Declaração de Ajuste Anual, observado o disposto no art. 22
programação da emissora por até dois dias. da Lei no 9.532, de 10 de dezembro de 1997. (Redação dada pela Lei nº
Art. 255. Exibir filme, trailer, peça, amostra ou congênere classificado 12.594, de 2012) (Vide)
pelo órgão competente como inadequado às crianças ou adolescentes § 1o-A. Na definição das prioridades a serem atendidas com os recur-
admitidos ao espetáculo: sos captados pelos Fundos Nacional, Estaduais e Municipais dos Direitos
Pena - multa de vinte a cem salários de referência; na reincidência, a da Criança e do Adolescente, serão consideradas as disposições do Plano
autoridade poderá determinar a suspensão do espetáculo ou o fechamento Nacional de Promoção, Proteção e Defesa dos Direitos de Crianças e
do estabelecimento por até quinze dias. Adolescentes à Convivência Familiar, bem como as regras e princípios
relativos à garantia do direito à convivência familiar previstos nesta Lei.
Art. 256. Vender ou locar a criança ou adolescente fita de programação (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
em vídeo, em desacordo com a classificação atribuída pelo órgão compe-
tente: § 2º Os Conselhos Municipais, Estaduais e Nacional dos Direitos da
Criança e do Adolescente fixarão critérios de utilização, através de planos
Pena - multa de três a vinte salários de referência; em caso de reinci- de aplicação das doações subsidiadas e demais receitas, aplicando neces-
dência, a autoridade judiciária poderá determinar o fechamento do estabe- sariamente percentual para incentivo ao acolhimento, sob a forma de
lecimento por até quinze dias. guarda, de criança ou adolescente, órfãos ou abandonado, na forma do
Art. 257. Descumprir obrigação constante dos arts. 78 e 79 desta Lei: disposto no art. 227, § 3º, VI, da Constituição Federal.

Pena - multa de três a vinte salários de referência, duplicando-se a pe- § 3º O Departamento da Receita Federal, do Ministério da Economia,
na em caso de reincidência, sem prejuízo de apreensão da revista ou Fazenda e Planejamento, regulamentará a comprovação das doações
publicação. feitas aos fundos, nos termos deste artigo. (Incluído pela Lei nº 8.242, de
12.10.1991)
Art. 258. Deixar o responsável pelo estabelecimento ou o empresário
de observar o que dispõe esta Lei sobre o acesso de criança ou adolescen- § 4º O Ministério Público determinará em cada comarca a forma de fis-
te aos locais de diversão, ou sobre sua participação no espetáculo: calização da aplicação, pelo Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do
Adolescente, dos incentivos fiscais referidos neste artigo. (Incluído pela Lei
Pena - multa de três a vinte salários de referência; em caso de reinci- nº 8.242, de 12.10.1991)
dência, a autoridade judiciária poderá determinar o fechamento do estabe-
lecimento por até quinze dias. § 5o Observado o disposto no § 4o do art. 3o da Lei no 9.249, de 26 de
dezembro de 1995, a dedução de que trata o inciso I do caput:
caput (Redação
Art. 258-A. Deixar a autoridade competente de providenciar a instala- dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
ção e operacionalização dos cadastros previstos no art. 50 e no § 11 do art.
101 desta Lei: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência I - será considerada isoladamente, não se submetendo a limite em con-
junto com outras deduções do imposto; e (Incluído pela Lei nº 12.594, de
Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três mil reais). 2012) (Vide)
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
II - não poderá ser computada como despesa operacional na apuração
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas a autoridade que deixa de do lucro real. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
efetuar o cadastramento de crianças e de adolescentes em condições de
serem adotadas, de pessoas ou casais habilitados à adoção e de crianças Art. 260-A. A partir do exercício de 2010, ano-calendário de 2009, a
e adolescentes em regime de acolhimento institucional ou familiar. (Incluído pessoa física poderá optar pela doação de que trata o inciso II do caput do
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência art. 260 diretamente em sua Declaração de Ajuste Anual. (Incluído pela Lei
nº 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 258-B. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimen-
to de atenção à saúde de gestante de efetuar imediato encaminhamento à § 1o A doação de que trata o caput poderá ser deduzida até os seguin-
autoridade judiciária de caso de que tenha conhecimento de mãe ou ges- tes percentuais aplicados sobre o imposto apurado na declaração: (Incluído
tante interessada em entregar seu filho para adoção: (Incluído pela Lei nº pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
12.010, de 2009) Vigência I - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três mil reais). II - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
III - 3% (três por cento) a partir do exercício de 2012. (Incluído pela Lei
Parágrafo único. Incorre na mesma pena o funcionário de programa o- nº 12.594, de 2012) (Vide)
ficial ou comunitário destinado à garantia do direito à convivência familiar
que deixa de efetuar a comunicação referida no caput deste artigo. (Incluído § 2o A dedução de que trata o caput:
caput (Incluído pela Lei nº 12.594, de
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência 2012) (Vide)

Disposições
Disposições Finais e Transitórias I - está sujeita ao limite de 6% (seis por cento) do imposto sobre a ren-
da apurado na declaração de que trata o inciso II do caput do art. 260;
Art. 259. A União, no prazo de noventa dias contados da publicação (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
deste Estatuto, elaborará projeto de lei dispondo sobre a criação ou adap-
tação de seus órgãos às diretrizes da política de atendimento fixadas no art. II - não se aplica à pessoa física que: (Incluído pela Lei nº 12.594, de
88 e ao que estabelece o Título V do Livro II. 2012) (Vide)

Parágrafo único. Compete aos estados e municípios promoverem a a) utilizar o desconto simplificado; (Incluído pela Lei nº 12.594, de
adaptação de seus órgãos e programas às diretrizes e princípios estabele- 2012) (Vide)
cidos nesta Lei.

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b) apresentar declaração em formulário; ou (Incluído pela Lei nº 12.594, CPF ou CNPJ e endereço dos avaliadores. (Incluído pela Lei nº 12.594, de
de 2012) (Vide) 2012) (Vide)
c) entregar a declaração fora do prazo; (Incluído pela Lei nº 12.594, de Art. 260-E. Na hipótese da doação em bens, o doador deverá: (Incluído
2012) (Vide) pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
III - só se aplica às doações em espécie; e (Incluído pela Lei nº 12.594, I - comprovar a propriedade dos bens, mediante documentação hábil;
de 2012) (Vide) (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
IV - não exclui ou reduz outros benefícios ou deduções em vigor. (Inclu- II - baixar os bens doados na declaração de bens e direitos, quando se
ído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) tratar de pessoa física, e na escrituração, no caso de pessoa jurídica; e
(Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
§ 3o O pagamento da doação deve ser efetuado até a data de venci-
mento da primeira quota ou quota única do imposto, observadas instruções III - considerar como valor dos bens doados: (Incluído pela Lei nº
específicas da Secretaria da Receita Federal do Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
12.594, de 2012) (Vide)
a) para as pessoas físicas, o valor constante da última declaração do
§ 4o O não pagamento da doação no prazo estabelecido no § 3o impli- imposto de renda, desde que não exceda o valor de mercado; (Incluído pela
ca a glosa definitiva desta parcela de dedução, ficando a pessoa física Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
obrigada ao recolhimento da diferença de imposto devido apurado na
Declaração de Ajuste Anual com os acréscimos legais previstos na legisla- b) para as pessoas jurídicas, o valor contábil dos bens. (Incluído pela
ção. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

§ 5o A pessoa física poderá deduzir do imposto apurado na Declaração Parágrafo único. O preço obtido em caso de leilão não será considera-
de Ajuste Anual as doações feitas, no respectivo ano-calendário, aos fun- do na determinação do valor dos bens doados, exceto se o leilão for deter-
dos controlados pelos Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente minado por autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)
municipais, distrital, estaduais e nacional concomitantemente com a opção (Vide)
de que trata o caput,
caput respeitado o limite previsto no inciso II do art. 260. Art. 260-F. Os documentos a que se referem os arts. 260-D e 260-E
(Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) devem ser mantidos pelo contribuinte por um prazo de 5 (cinco) anos para
Art. 260-B. A doação de que trata o inciso I do art. 260 poderá ser de- fins de comprovação da dedução perante a Receita Federal do Brasil.
duzida: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

I - do imposto devido no trimestre, para as pessoas jurídicas que apu- Art. 260-G. Os órgãos responsáveis pela administração das contas dos
ram o imposto trimestralmente; e (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional, estaduais,
(Vide) distrital e municipais devem: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

II - do imposto devido mensalmente e no ajuste anual, para as pessoas I - manter conta bancária específica destinada exclusivamente a gerir
jurídicas que apuram o imposto anualmente. (Incluído pela Lei nº 12.594, os recursos do Fundo; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
de 2012) (Vide) II - manter controle das doações recebidas; e (Incluído pela Lei nº
Parágrafo único. A doação deverá ser efetuada dentro do período a 12.594, de 2012) (Vide)
que se refere a apuração do imposto. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) III - informar anualmente à Secretaria da Receita Federal do Brasil as
(Vide) doações recebidas mês a mês, identificando os seguintes dados por doa-
Art. 260-C. As doações de que trata o art. 260 desta Lei podem ser efe- dor: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
tuadas em espécie ou em bens. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) a) nome, CNPJ ou CPF; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
(Vide)
b) valor doado, especificando se a doação foi em espécie ou em bens.
Parágrafo único. As doações efetuadas em espécie devem ser deposi- (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
tadas em conta específica, em instituição financeira pública, vinculadas aos
respectivos fundos de que trata o art. 260. (Incluído pela Lei nº 12.594, de Art. 260-H. Em caso de descumprimento das obrigações previstas no
2012) (Vide) art. 260-G, a Secretaria da Receita Federal do Brasil dará conhecimento do
fato ao Ministério Público. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 260-D. Os órgãos responsáveis pela administração das contas dos
Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional, estaduais, Art. 260-I. Os Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente na-
distrital e municipais devem emitir recibo em favor do doador, assinado por cional, estaduais, distrital e municipais divulgarão amplamente à comunida-
pessoa competente e pelo presidente do Conselho correspondente, especi- de: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
ficando: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) I - o calendário de suas reuniões; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)
I - número de ordem; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) (Vide)

II - nome, Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) e endereço do II - as ações prioritárias para aplicação das políticas de atendimento à
emitente; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) criança e ao adolescente; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

III - nome, CNPJ ou Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) do doador; III - os requisitos para a apresentação de projetos a serem beneficiados
(Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) com recursos dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacio-
nal, estaduais, distrital ou municipais; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)
IV - data da doação e valor efetivamente recebido; e (Incluído pela Lei (Vide)
nº 12.594, de 2012) (Vide)
IV - a relação dos projetos aprovados em cada ano-calendário e o valor
V - ano-calendário a que se refere a doação. (Incluído pela Lei nº dos recursos previstos para implementação das ações, por projeto; (Incluí-
12.594, de 2012) (Vide) do pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
§ 1o O comprovante de que trata o caput deste artigo pode ser emitido V - o total dos recursos recebidos e a respectiva destinação, por projeto
anualmente, desde que discrimine os valores doados mês a mês. (Incluído atendido, inclusive com cadastramento na base de dados do Sistema de
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) Informações sobre a Infância e a Adolescência; e (Incluído pela Lei nº
§ 2o No caso de doação em bens, o comprovante deve conter a identi- 12.594, de 2012) (Vide)
ficação dos bens, mediante descrição em campo próprio ou em relação
anexa ao comprovante, informando também se houve avaliação, o nome,

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VI - a avaliação dos resultados dos projetos beneficiados com recursos Art. 265. A Imprensa Nacional e demais gráficas da União, da adminis-
dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional, estaduais, tração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo
distrital e municipais. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) poder público federal promoverão edição popular do texto integral deste
Estatuto, que será posto à disposição das escolas e das entidades de
Art. 260-J. O Ministério Público determinará, em cada Comarca, a for- atendimento e de defesa dos direitos da criança e do adolescente.
ma de fiscalização da aplicação dos incentivos fiscais referidos no art. 260
desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) Art. 266. Esta Lei entra em vigor noventa dias após sua publicação.
Parágrafo único. O descumprimento do disposto nos arts. 260-G e 260- Parágrafo único. Durante o período de vacância deverão ser promovi-
I sujeitará os infratores a responder por ação judicial proposta pelo Ministé- das atividades e campanhas de divulgação e esclarecimentos acerca do
rio Público, que poderá atuar de ofício, a requerimento ou representação de disposto nesta Lei.
qualquer cidadão. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 267. Revogam-se as Leis n.º 4.513, de 1964, e 6.697, de 10 de ou-
Art. 260-K. A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da Repú- tubro de 1979 (Código de Menores), e as demais disposições em contrário.
blica (SDH/PR) encaminhará à Secretaria da Receita Federal do Brasil, até
31 de outubro de cada ano, arquivo eletrônico contendo a relação atualiza- Brasília, 13 de julho de 1990; 169º da Independência e 102º da Repú-
da dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional, distrital, blica.
estaduais e municipais, com a indicação dos respectivos números de
inscrição no CNPJ e das contas bancárias específicas mantidas em institui-
ções financeiras públicas, destinadas exclusivamente a gerir os recursos LEI No 10.741, DE 1º DE OUTUBRO DE 2003.
dos Fundos. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá outras providências.
Art. 260-L. A Secretaria da Receita Federal do Brasil expedirá as ins-
truções necessárias à aplicação do disposto nos arts. 260 a 260-K. (Incluí- O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional
do pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
TÍTULO I
Art. 261. A falta dos conselhos municipais dos direitos da criança e do Disposições Preliminares
adolescente, os registros, inscrições e alterações a que se referem os arts.
90, parágrafo único, e 91 desta Lei serão efetuados perante a autoridade Art. 1o É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos
judiciária da comarca a que pertencer a entidade. assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta)
anos.
Parágrafo único. A União fica autorizada a repassar aos estados e mu- Art. 2o O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à
nicípios, e os estados aos municípios, os recursos referentes aos progra- pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei,
mas e atividades previstos nesta Lei, tão logo estejam criados os conselhos assegurando-se-lhe, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e
dos direitos da criança e do adolescente nos seus respectivos níveis. facilidades, para preservação de sua saúde física e mental e seu aperfei-
Art. 262. Enquanto não instalados os Conselhos Tutelares, as atribui- çoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade
ções a eles conferidas serão exercidas pela autoridade judiciária. e dignidade.
Art. 3o É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do
Art. 263. O Decreto-Lei n.º 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação
Penal), passa a vigorar com as seguintes alterações: do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao espor-
1) Art. 121 ............................................................ te, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito
e à convivência familiar e comunitária.
§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de um terço, se o crime Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:
resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se
I – atendimento preferencial imediato e individualizado junto aos
o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as
órgãos públicos e privados prestadores de serviços à população;
consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo
doloso o homicídio, a pena é aumentada de um terço, se o crime é praticado II – preferência na formulação e na execução de políticas sociais
contra pessoa menor de catorze anos. públicas específicas;
III – destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relaciona-
2) Art. 129 ............................................................... das com a proteção ao idoso;
§ 7º Aumenta-se a pena de um terço, se ocorrer qualquer das hipóteses IV – viabilização de formas alternativas de participação, ocupação e
do art. 121, § 4º. convívio do idoso com as demais gerações;
V – priorização do atendimento do idoso por sua própria família, em
§ 8º Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121.
detrimento do atendimento asilar, exceto dos que não a possuam ou
3) Art. 136................................................................. careçam de condições de manutenção da própria sobrevivência;
VI – capacitação e reciclagem dos recursos humanos nas áreas de
§ 3º Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pes-
geriatria e gerontologia e na prestação de serviços aos idosos;
soa menor de catorze anos.
VII – estabelecimento de mecanismos que favoreçam a divulgação de
4) Art. 213 .................................................................. informações de caráter educativo sobre os aspectos biopsicossociais de
envelhecimento;
Parágrafo único. Se a ofendida é menor de catorze anos:
VIII – garantia de acesso à rede de serviços de saúde e de assistên-
Pena - reclusão de quatro a dez anos. cia social locais.
5) Art. 214................................................................... IX – prioridade no recebimento da restituição do Imposto de Ren-
da. (Incluído pela Lei nº 11.765, de 2008).
Parágrafo único. Se o ofendido é menor de catorze anos: Art. 4o Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência,
Pena - reclusão de três a nove anos.» discriminação, violência, crueldade ou opressão, e todo atentado aos seus
direitos, por ação ou omissão, será punido na forma da lei.
Art. 264. O art. 102 da Lei n.º 6.015, de 31 de dezembro de 1973, fica § 1o É dever de todos prevenir a ameaça ou violação aos direitos do
acrescido do seguinte item: idoso.
"Art. 102 .................................................................... § 2o As obrigações previstas nesta Lei não excluem da prevenção
outras decorrentes dos princípios por ela adotados.
6º) a perda e a suspensão do pátrio poder. "
Art. 5o A inobservância das normas de prevenção importará em
responsabilidade à pessoa física ou jurídica nos termos da lei.

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Art. 6o Todo cidadão tem o dever de comunicar à autoridade compe- sem fins lucrativos e eventualmente conveniadas com o Poder Público, nos
tente qualquer forma de violação a esta Lei que tenha testemunhado ou de meios urbano e rural;
que tenha conhecimento. V – reabilitação orientada pela geriatria e gerontologia, para redução
Art. 7o Os Conselhos Nacional, Estaduais, do Distrito Federal e Muni- das sequelas decorrentes do agravo da saúde.
cipais do Idoso, previstos na Lei no 8.842, de 4 de janeiro de 1994, zelarão § 2o Incumbe ao Poder Público fornecer aos idosos, gratuitamente,
pelo cumprimento dos direitos do idoso, definidos nesta Lei. medicamentos, especialmente os de uso continuado, assim como próte-
TÍTULO II ses, órteses e outros recursos relativos ao tratamento, habilitação ou
Dos Direitos Fundamentais reabilitação.
CAPÍTULO I § 3o É vedada a discriminação do idoso nos planos de saúde pela
Do Direito à Vida cobrança de valores diferenciados em razão da idade.
Art. 8o O envelhecimento é um direito personalíssimo e a sua prote- § 4o Os idosos portadores de deficiência ou com limitação incapaci-
ção um direito social, nos termos desta Lei e da legislação vigente. tante terão atendimento especializado, nos termos da lei.
Art. 9o É obrigação do Estado, garantir à pessoa idosa a proteção à Art. 16. Ao idoso internado ou em observação é assegurado o direito
vida e à saúde, mediante efetivação de políticas sociais públicas que a acompanhante, devendo o órgão de saúde proporcionar as condições
permitam um envelhecimento saudável e em condições de dignidade. adequadas para a sua permanência em tempo integral, segundo o critério
CAPÍTULO II médico.
Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade Parágrafo único. Caberá ao profissional de saúde responsável pelo
Art. 10. É obrigação do Estado e da sociedade, assegurar à pessoa tratamento conceder autorização para o acompanhamento do idoso ou, no
idosa a liberdade, o respeito e a dignidade, como pessoa humana e sujeito caso de impossibilidade, justificá-la por escrito.
de direitos civis, políticos, individuais e sociais, garantidos na Constituição Art. 17. Ao idoso que esteja no domínio de suas faculdades mentais é
e nas leis. assegurado o direito de optar pelo tratamento de saúde que lhe for reputa-
§ 1o O direito à liberdade compreende, entre outros, os seguintes do mais favorável.
aspectos: Parágrafo único. Não estando o idoso em condições de proceder à
I – faculdade de ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços opção, esta será feita:
comunitários, ressalvadas as restrições legais; I – pelo curador, quando o idoso for interditado;
II – opinião e expressão; II – pelos familiares, quando o idoso não tiver curador ou este não
III – crença e culto religioso; puder ser contactado em tempo hábil;
IV – prática de esportes e de diversões; III – pelo médico, quando ocorrer iminente risco de vida e não houver
tempo hábil para consulta a curador ou familiar;
V – participação na vida familiar e comunitária;
IV – pelo próprio médico, quando não houver curador ou familiar
VI – participação na vida política, na forma da lei; conhecido, caso em que deverá comunicar o fato ao Ministério Público.
VII – faculdade de buscar refúgio, auxílio e orientação. Art. 18. As instituições de saúde devem atender aos critérios mínimos
§ 2o O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade para o atendimento às necessidades do idoso, promovendo o treinamento
física, psíquica e moral, abrangendo a preservação da imagem, da identi- e a capacitação dos profissionais, assim como orientação a cuidadores
dade, da autonomia, de valores, ideias e crenças, dos espaços e dos familiares e grupos de auto-ajuda.
objetos pessoais. Art. 19. Os casos de suspeita ou confirmação de violência praticada
§ 3o É dever de todos zelar pela dignidade do idoso, colocando-o a contra idosos serão objeto de notificação compulsória pelos serviços de
salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório saúde públicos e privados à autoridade sanitária, bem como serão obriga-
ou constrangedor. toriamente comunicados por eles a quaisquer dos seguintes ór-
CAPÍTULO III gãos: (Redação dada pela Lei nº 12.461, de 2011)
Dos Alimentos I – autoridade policial;
Art. 11.. Os alimentos serão prestados ao idoso na forma da lei civil. II – Ministério Público;
Art. 12.. A obrigação alimentar é solidária, podendo o idoso optar entre III – Conselho Municipal do Idoso;
os prestadores. IV – Conselho Estadual do Idoso;
Art. 13. As transações relativas a alimentos poderão ser celebradas V – Conselho Nacional do Idoso.
perante o Promotor de Justiça ou Defensor Público, que as referendará, e
passarão a ter efeito de título executivo extrajudicial nos termos da lei § 1o Para os efeitos desta Lei, considera-se violência contra o idoso
processual civil. (Redação dada pela Lei nº 11.737, de 2008) qualquer ação ou omissão praticada em local público ou privado que lhe
cause morte, dano ou sofrimento físico ou psicológico. (Incluído pela Lei nº
Art. 14. Se o idoso ou seus familiares não possuírem condições 12.461, de 2011)
econômicas de prover o seu sustento, impõe-se ao Poder Público esse
provimento, no âmbito da assistência social. § 2o Aplica-se, no que couber, à notificação compulsória prevista
no caput deste artigo, o disposto na Lei no 6.259, de 30 de outubro de
CAPÍTULO IV 1975. (Incluído pela Lei nº 12.461, de 2011)
Do Direito à Saúde
CAPÍTULO V
Art. 15. É assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por inter- Da Educação, Cultura, Esporte e Lazer
médio do Sistema Único de Saúde – SUS, garantindo-lhe o acesso univer-
sal e igualitário, em conjunto articulado e contínuo das ações e serviços, Art. 20. O idoso tem direito a educação, cultura, esporte, lazer, diver-
para a prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde, incluindo sões, espetáculos, produtos e serviços que respeitem sua peculiar condi-
a atenção especial às doenças que afetam preferencialmente os idosos. ção de idade.
§ 1o A prevenção e a manutenção da saúde do idoso serão efetivadas Art. 21. O Poder Público criará oportunidades de acesso do idoso à
por meio de: educação, adequando currículos, metodologias e material didático aos
programas educacionais a ele destinados.
I – cadastramento da população idosa em base territorial;
§ 1o Os cursos especiais para idosos incluirão conteúdo relativo às
II – atendimento geriátrico e gerontológico em ambulatórios; técnicas de comunicação, computação e demais avanços tecnológicos,
III – unidades geriátricas de referência, com pessoal especializado para sua integração à vida moderna.
nas áreas de geriatria e gerontologia social; § 2o Os idosos participarão das comemorações de caráter cívico ou
IV – atendimento domiciliar, incluindo a internação, para a população cultural, para transmissão de conhecimentos e vivências às demais gera-
que dele necessitar e esteja impossibilitada de se locomover, inclusive ções, no sentido da preservação da memória e da identidade culturais.
para idosos abrigados e acolhidos por instituições públicas, filantrópicas ou Art. 22. Nos currículos mínimos dos diversos níveis de ensino formal
serão inseridos conteúdos voltados ao processo de envelhecimento, ao

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respeito e à valorização do idoso, de forma a eliminar o preconceito e a Parágrafo único. O benefício já concedido a qualquer membro da
produzir conhecimentos sobre a matéria. família nos termos do caput não será computado para os fins do cálculo da
Art. 23. A participação dos idosos em atividades culturais e de lazer renda familiar per capita a que se refere a Loas.
será proporcionada mediante descontos de pelo menos 50% (cinquenta Art. 35. Todas as entidades de longa permanência, ou casa-lar, são
por cento) nos ingressos para eventos artísticos, culturais, esportivos e de obrigadas a firmar contrato de prestação de serviços com a pessoa idosa
lazer, bem como o acesso preferencial aos respectivos locais. abrigada.
Art. 24.. Os meios de comunicação manterão espaços ou horários § 1o No caso de entidades filantrópicas, ou casa-lar, é facultada a
especiais voltados aos idosos, com finalidade informativa, educativa, cobrança de participação do idoso no custeio da entidade.
artística e cultural, e ao público sobre o processo de envelhecimento. § 2o O Conselho Municipal do Idoso ou o Conselho Municipal da
Art. 25. O Poder Público apoiará a criação de universidade aberta Assistência Social estabelecerá a forma de participação prevista no § 1o,
para as pessoas idosas e incentivará a publicação de livros e periódicos, que não poderá exceder a 70% (setenta por cento) de qualquer benefício
de conteúdo e padrão editorial adequados ao idoso, que facilitem a leitura, previdenciário ou de assistência social percebido pelo idoso.
considerada a natural redução da capacidade visual. § 3o Se a pessoa idosa for incapaz, caberá a seu representante legal
CAPÍTULO VI firmar o contrato a que se refere o caput deste artigo.
Da Profissionalização e do Trabalho Art. 36. O acolhimento de idosos em situação de risco social, por
Art. 26.. O idoso tem direito ao exercício de atividade profissional, adulto ou núcleo familiar, caracteriza a dependência econômica, para os
respeitadas suas condições físicas, intelectuais e psíquicas. efeitos legais. (Vigência)
Art. 27. Na admissão do idoso em qualquer trabalho ou emprego, é CAPÍTULO IX
vedada a discriminação e a fixação de limite máximo de idade, inclusive Da Habitação
para concursos, ressalvados os casos em que a natureza do cargo o Art. 37. O idoso tem direito a moradia digna, no seio da família natural
exigir. ou substituta, ou desacompanhado de seus familiares, quando assim o
Parágrafo único. O primeiro critério de desempate em concurso desejar, ou, ainda, em instituição pública ou privada.
público será a idade, dando-se preferência ao de idade mais elevada. § 1o A assistência integral na modalidade de entidade de longa per-
Art. 28. O Poder Público criará e estimulará programas de: manência será prestada quando verificada inexistência de grupo familiar,
I – profissionalização especializada para os idosos, aproveitando seus casa-lar, abandono ou carência de recursos financeiros próprios ou da
potenciais e habilidades para atividades regulares e remuneradas; família.
II – preparação dos trabalhadores para a aposentadoria, com antece- § 2o Toda instituição dedicada ao atendimento ao idoso fica obrigada
dência mínima de 1 (um) ano, por meio de estímulo a novos projetos a manter identificação externa visível, sob pena de interdição, além de
sociais, conforme seus interesses, e de esclarecimento sobre os direitos atender toda a legislação pertinente.
sociais e de cidadania; § 3o As instituições que abrigarem idosos são obrigadas a manter
III – estímulo às empresas privadas para admissão de idosos ao padrões de habitação compatíveis com as necessidades deles, bem como
trabalho. provê-los com alimentação regular e higiene indispensáveis às normas
CAPÍTULO VII sanitárias e com estas condizentes, sob as penas da lei.
Da Previdência Social Art. 38. Nos programas habitacionais, públicos ou subsidiados com
Art. 29. Os benefícios de aposentadoria e pensão do Regime Geral da recursos públicos, o idoso goza de prioridade na aquisição de imóvel para
Previdência Social observarão, na sua concessão, critérios de cálculo que moradia própria, observado o seguinte:
preservem o valor real dos salários sobre os quais incidiram contribuição, I - reserva de pelo menos 3% (três por cento) das unidades habitacio-
nos termos da legislação vigente. nais residenciais para atendimento aos idosos; (Redação dada pela Lei nº
Parágrafo único. Os valores dos benefícios em manutenção serão 12.418, de 2011)
reajustados na mesma data de reajuste do salário-mínimo, pro rata, rata de II – implantação de equipamentos urbanos comunitários voltados ao
acordo com suas respectivas datas de início ou do seu último reajustamen- idoso;
to, com base em percentual definido em regulamento, observados os III – eliminação de barreiras arquitetônicas e urbanísticas, para garan-
critérios estabelecidos pela Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991. tia de acessibilidade ao idoso;
Art. 30. A perda da condição de segurado não será considerada para IV – critérios de financiamento compatíveis com os rendimentos de
a concessão da aposentadoria por idade, desde que a pessoa conte com, aposentadoria e pensão.
no mínimo, o tempo de contribuição correspondente ao exigido para efeito Parágrafo único. As unidades residenciais reservadas para atendi-
de carência na data de requerimento do benefício. mento a idosos devem situar-se, preferencialmente, no pavimento tér-
Parágrafo único. O cálculo do valor do benefício previsto reo. (Incluído pela Lei nº 12.419, de 2011)
no caput observará o disposto no caput e § 2o do art. 3o da Lei no 9.876, CAPÍTULO X
de 26 de novembro de 1999, ou, não havendo salários-de-contribuição Do Transporte
recolhidos a partir da competência de julho de 1994, o disposto no art. 35 Art. 39. Aos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos fica assegurada a
da Lei no 8.213, de 1991. gratuidade dos transportes coletivos públicos urbanos e semi-urbanos,
Art. 31. O pagamento de parcelas relativas a benefícios, efetuado exceto nos serviços seletivos e especiais, quando prestados paralelamente
com atraso por responsabilidade da Previdência Social, será atualizado aos serviços regulares.
pelo mesmo índice utilizado para os reajustamentos dos benefícios do § 1o Para ter acesso à gratuidade, basta que o idoso apresente
Regime Geral de Previdência Social, verificado no período compreendido qualquer documento pessoal que faça prova de sua idade.
entre o mês que deveria ter sido pago e o mês do efetivo pagamento.
§ 2o Nos veículos de transporte coletivo de que trata este artigo,
Art. 32. O Dia Mundial do Trabalho, 1o de Maio, é a data-base dos serão reservados 10% (dez por cento) dos assentos para os idosos, devi-
aposentados e pensionistas. damente identificados com a placa de reservado preferencialmente para
CAPÍTULO VIII idosos.
Da Assistência Social § 3o No caso das pessoas compreendidas na faixa etária entre 60
Art. 33. A assistência social aos idosos será prestada, de forma (sessenta) e 65 (sessenta e cinco) anos, ficará a critério da legislação local
articulada, conforme os princípios e diretrizes previstos na Lei Orgânica da dispor sobre as condições para exercício da gratuidade nos meios de
Assistência Social, na Política Nacional do Idoso, no Sistema Único de transporte previstos no caput deste artigo.
Saúde e demais normas pertinentes. Art. 40. No sistema de transporte coletivo interestadual observar-se-á,
Art. 34. Aos idosos, a partir de 65 (sessenta e cinco) anos, que não nos termos da legislação específica: (Regulamento)
possuam meios para prover sua subsistência, nem de tê-la provida por sua I – a reserva de 2 (duas) vagas gratuitas por veículo para idosos com
família, é assegurado o benefício mensal de 1 (um) salário-mínimo, nos renda igual ou inferior a 2 (dois) salários-mínimos;
termos da Lei Orgânica da Assistência Social – Loas.

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II – desconto de 50% (cinquenta por cento), no mínimo, no valor das execução emanadas do órgão competente da Política Nacional do Idoso,
passagens, para os idosos que excederem as vagas gratuitas, com renda conforme a Lei no 8.842, de 1994.
igual ou inferior a 2 (dois) salários-mínimos. Parágrafo único. As entidades governamentais e não-governamentais
Parágrafo único. Caberá aos órgãos competentes definir os meca- de assistência ao idoso ficam sujeitas à inscrição de seus programas, junto
nismos e os critérios para o exercício dos direitos previstos nos incisos I e ao órgão competente da Vigilância Sanitária e Conselho Municipal da
II. Pessoa Idosa, e em sua falta, junto ao Conselho Estadual ou Nacional da
Art. 41. É assegurada a reserva, para os idosos, nos termos da lei Pessoa Idosa, especificando os regimes de atendimento, observados os
local, de 5% (cinco por cento) das vagas nos estacionamentos públicos e seguintes requisitos:
privados, as quais deverão ser posicionadas de forma a garantir a melhor I – oferecer instalações físicas em condições adequadas de habitabi-
comodidade ao idoso. lidade, higiene, salubridade e segurança;
Art. 42. É assegurada a prioridade do idoso no embarque no sistema II – apresentar objetivos estatutários e plano de trabalho compatíveis
de transporte coletivo. com os princípios desta Lei;
TÍTULO III III – estar regularmente constituída;
Das Medidas de Proteção IV – demonstrar a idoneidade de seus dirigentes.
CAPÍTULO I Art. 49. As entidades que desenvolvam programas de institucionaliza-
Das Disposições Gerais ção de longa permanência adotarão os seguintes princípios:
Art. 43. As medidas de proteção ao idoso são aplicáveis sempre que I – preservação dos vínculos familiares;
os direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados: II – atendimento personalizado e em pequenos grupos;
I – por ação ou omissão da sociedade ou do Estado; III – manutenção do idoso na mesma instituição, salvo em caso de
II – por falta, omissão ou abuso da família, curador ou entidade de força maior;
atendimento; IV – participação do idoso nas atividades comunitárias, de caráter
III – em razão de sua condição pessoal. interno e externo;
CAPÍTULO II V – observância dos direitos e garantias dos idosos;
Das Medidas Específicas de Proteção VI – preservação da identidade do idoso e oferecimento de ambiente
Art. 44. As medidas de proteção ao idoso previstas nesta Lei poderão de respeito e dignidade.
ser aplicadas, isolada ou cumulativamente, e levarão em conta os fins Parágrafo único. O dirigente de instituição prestadora de atendimento
sociais a que se destinam e o fortalecimento dos vínculos familiares e ao idoso responderá civil e criminalmente pelos atos que praticar em
comunitários. detrimento do idoso, sem prejuízo das sanções administrativas.
Art. 45. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 43, o Art. 50. Constituem obrigações das entidades de atendimento:
Ministério Público ou o Poder Judiciário, a requerimento daquele, poderá
determinar, dentre outras, as seguintes medidas: I – celebrar contrato escrito de prestação de serviço com o idoso,
especificando o tipo de atendimento, as obrigações da entidade e presta-
I – encaminhamento à família ou curador, mediante termo de respon- ções decorrentes do contrato, com os respectivos preços, se for o caso;
sabilidade;
II – observar os direitos e as garantias de que são titulares os idosos;
II – orientação, apoio e acompanhamento temporários;
III – fornecer vestuário adequado, se for pública, e alimentação sufici-
III – requisição para tratamento de sua saúde, em regime ambulatori- ente;
al, hospitalar ou domiciliar;
IV – oferecer instalações físicas em condições adequadas de habita-
IV – inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orienta- bilidade;
ção e tratamento a usuários dependentes de drogas lícitas ou ilícitas, ao
próprio idoso ou à pessoa de sua convivência que lhe cause perturbação; V – oferecer atendimento personalizado;
V – abrigo em entidade; VI – diligenciar no sentido da preservação dos vínculos familiares;
VI – abrigo temporário. VII – oferecer acomodações apropriadas para recebimento de visitas;
TÍTULO IV VIII – proporcionar cuidados à saúde, conforme a necessidade do
Da Política de Atendimento ao Idoso idoso;
CAPÍTULO I IX – promover atividades educacionais, esportivas, culturais e de
Disposições Gerais lazer;
Art. 46. A política de atendimento ao idoso far-se-á por meio do X – propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de acordo
conjunto articulado de ações governamentais e não-governamentais da com suas crenças;
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. XI – proceder a estudo social e pessoal de cada caso;
Art. 47. São linhas de ação da política de atendimento: XII – comunicar à autoridade competente de saúde toda ocorrência de
I – políticas sociais básicas, previstas na Lei no 8.842, de 4 de janeiro idoso portador de doenças infecto-contagiosas;
de 1994; XIII – providenciar ou solicitar que o Ministério Público requisite os
II – políticas e programas de assistência social, em caráter supletivo, documentos necessários ao exercício da cidadania àqueles que não os
para aqueles que necessitarem; tiverem, na forma da lei;
III – serviços especiais de prevenção e atendimento às vítimas de XIV – fornecer comprovante de depósito dos bens móveis que rece-
negligência, maus-tratos, exploração, abuso, crueldade e opressão; berem dos idosos;
IV – serviço de identificação e localização de parentes ou responsá- XV – manter arquivo de anotações onde constem data e circunstân-
veis por idosos abandonados em hospitais e instituições de longa perma- cias do atendimento, nome do idoso, responsável, parentes, endereços,
nência; cidade, relação de seus pertences, bem como o valor de contribuições, e
suas alterações, se houver, e demais dados que possibilitem sua identifi-
V – proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direitos dos cação e a individualização do atendimento;
idosos;
XVI – comunicar ao Ministério Público, para as providências cabíveis,
VI – mobilização da opinião pública no sentido da participação dos a situação de abandono moral ou material por parte dos familiares;
diversos segmentos da sociedade no atendimento do idoso.
XVII – manter no quadro de pessoal profissionais com formação
CAPÍTULO II específica.
Das Entidades de Atendimento ao Idoso
Art. 51. As instituições filantrópicas ou sem fins lucrativos prestadoras
Art. 48. As entidades de atendimento são responsáveis pela manu- de serviço ao idoso terão direito à assistência judiciária gratuita.
tenção das próprias unidades, observadas as normas de planejamento e
CAPÍTULO III
Da Fiscalização das Entidades de Atendimento

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Art. 52. As entidades governamentais e não-governamentais de Art. 59. Os valores monetários expressos no Capítulo IV serão atuali-
atendimento ao idoso serão fiscalizadas pelos Conselhos do Idoso, Minis- zados anualmente, na forma da lei.
tério Público, Vigilância Sanitária e outros previstos em lei. Art. 60. O procedimento para a imposição de penalidade administrati-
Art. 53. O art. 7o da Lei no 8.842, de 1994, passa a vigorar com a va por infração às normas de proteção ao idoso terá início com requisição
seguinte redação: do Ministério Público ou auto de infração elaborado por servidor efetivo e
"Art. 7o Compete aos Conselhos de que trata o art. 6o desta Lei a supervi- assinado, se possível, por duas testemunhas.
são, o acompanhamento, a fiscalização e a avaliação da política nacional § 1o No procedimento iniciado com o auto de infração poderão ser
do idoso, no âmbito das respectivas instâncias político-administrativas." usadas fórmulas impressas, especificando-se a natureza e as circunstân-
(NR) cias da infração.
Art. 54. Será dada publicidade das prestações de contas dos recursos § 2o Sempre que possível, à verificação da infração seguir-se-á a
públicos e privados recebidos pelas entidades de atendimento. lavratura do auto, ou este será lavrado dentro de 24 (vinte e quatro) horas,
Art. 55. As entidades de atendimento que descumprirem as determi- por motivo justificado.
nações desta Lei ficarão sujeitas, sem prejuízo da responsabilidade civil e Art. 61. O autuado terá prazo de 10 (dez) dias para a apresentação da
criminal de seus dirigentes ou prepostos, às seguintes penalidades, obser- defesa, contado da data da intimação, que será feita:
vado o devido processo legal: I – pelo autuante, no instrumento de autuação, quando for lavrado na
I – as entidades governamentais: presença do infrator;
a) advertência; II – por via postal, com aviso de recebimento.
b) afastamento provisório de seus dirigentes; Art. 62. Havendo risco para a vida ou à saúde do idoso, a autoridade
c) afastamento definitivo de seus dirigentes; competente aplicará à entidade de atendimento as sanções regulamenta-
d) fechamento de unidade ou interdição de programa; res, sem prejuízo da iniciativa e das providências que vierem a ser adota-
das pelo Ministério Público ou pelas demais instituições legitimadas para a
II – as entidades não-governamentais: fiscalização.
a) advertência; Art. 63. Nos casos em que não houver risco para a vida ou a saúde
b) multa; da pessoa idosa abrigada, a autoridade competente aplicará à entidade de
c) suspensão parcial ou total do repasse de verbas públicas; atendimento as sanções regulamentares, sem prejuízo da iniciativa e das
d) interdição de unidade ou suspensão de programa; providências que vierem a ser adotadas pelo Ministério Público ou pelas
e) proibição de atendimento a idosos a bem do interesse público. demais instituições legitimadas para a fiscalização.
§ 1o Havendo danos aos idosos abrigados ou qualquer tipo de fraude CAPÍTULO VI
em relação ao programa, caberá o afastamento provisório dos dirigentes Da Apuração Judicial de Irregularidades em Entidade de Atendimento
ou a interdição da unidade e a suspensão do programa. Art. 64. Aplicam-se, subsidiariamente, ao procedimento administrativo
§ 2o A suspensão parcial ou total do repasse de verbas públicas de que trata este Capítulo as disposições das Leis nos 6.437, de 20 de
ocorrerá quando verificada a má aplicação ou desvio de finalidade dos agosto de 1977, e9.784, de 29 de janeiro de 1999.
recursos. Art. 65. O procedimento de apuração de irregularidade em entidade
§ 3o Na ocorrência de infração por entidade de atendimento, que governamental e não-governamental de atendimento ao idoso terá início
coloque em risco os direitos assegurados nesta Lei, será o fato comunica- mediante petição fundamentada de pessoa interessada ou iniciativa do
do ao Ministério Público, para as providências cabíveis, inclusive para Ministério Público.
promover a suspensão das atividades ou dissolução da entidade, com a Art. 66. Havendo motivo grave, poderá a autoridade judiciária, ouvido
proibição de atendimento a idosos a bem do interesse público, sem prejuí- o Ministério Público, decretar liminarmente o afastamento provisório do
zo das providências a serem tomadas pela Vigilância Sanitária. dirigente da entidade ou outras medidas que julgar adequadas, para evitar
§ 4o Na aplicação das penalidades, serão consideradas a natureza e lesão aos direitos do idoso, mediante decisão fundamentada.
a gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem para o Art. 67. O dirigente da entidade será citado para, no prazo de 10 (dez)
idoso, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes da dias, oferecer resposta escrita, podendo juntar documentos e indicar as
entidade. provas a produzir.
CAPÍTULO IV Art. 68. Apresentada a defesa, o juiz procederá na conformidade do
Das Infrações Administrativas art. 69 ou, se necessário, designará audiência de instrução e julgamento,
Art. 56. Deixar a entidade de atendimento de cumprir as determina- deliberando sobre a necessidade de produção de outras provas.
ções do art. 50 desta Lei: § 1o Salvo manifestação em audiência, as partes e o Ministério Públi-
Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 3.000,00 (três mil co terão 5 (cinco) dias para oferecer alegações finais, decidindo a autori-
reais), se o fato não for caracterizado como crime, podendo haver a inter- dade judiciária em igual prazo.
dição do estabelecimento até que sejam cumpridas as exigências legais. § 2o Em se tratando de afastamento provisório ou definitivo de diri-
Parágrafo único. No caso de interdição do estabelecimento de longa gente de entidade governamental, a autoridade judiciária oficiará a autori-
permanência, os idosos abrigados serão transferidos para outra instituição, dade administrativa imediatamente superior ao afastado, fixando-lhe prazo
a expensas do estabelecimento interditado, enquanto durar a interdição. de 24 (vinte e quatro) horas para proceder à substituição.
Art. 57. Deixar o profissional de saúde ou o responsável por estabele- § 3o Antes de aplicar qualquer das medidas, a autoridade judiciária
cimento de saúde ou instituição de longa permanência de comunicar à poderá fixar prazo para a remoção das irregularidades verificadas. Satisfei-
autoridade competente os casos de crimes contra idoso de que tiver co- tas as exigências, o processo será extinto, sem julgamento do mérito.
nhecimento: § 4o A multa e a advertência serão impostas ao dirigente da entidade
Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 3.000,00 (três mil ou ao responsável pelo programa de atendimento.
reais), aplicada em dobro no caso de reincidência. TÍTULO V
Art. 58. Deixar de cumprir as determinações desta Lei sobre a priori- Do Acesso à Justiça
dade no atendimento ao idoso: CAPÍTULO I
Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 1.000,00 (um mil Disposições Gerais
reais) e multa civil a ser estipulada pelo juiz, conforme o dano sofrido pelo Art. 69. Aplica-se, subsidiariamente, às disposições deste Capítulo, o
idoso. procedimento sumário previsto no Código de Processo Civil, naquilo que
CAPÍTULO V não contrarie os prazos previstos nesta Lei.
Da Apuração Administrativa de Infração às Art. 70. O Poder Público poderá criar varas especializadas e exclusi-
Normas de Proteção ao Idoso vas do idoso.
Art. 71. É assegurada prioridade na tramitação dos processos e
procedimentos e na execução dos atos e diligências judiciais em que figure

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como parte ou interveniente pessoa com idade igual ou superior a 60 Art. 75. Nos processos e procedimentos em que não for parte, atuará
(sessenta) anos, em qualquer instância. obrigatoriamente o Ministério Público na defesa dos direitos e interesses
§ 1o O interessado na obtenção da prioridade a que alude este artigo, de que cuida esta Lei, hipóteses em que terá vista dos autos depois das
fazendo prova de sua idade, requererá o benefício à autoridade judiciária partes, podendo juntar documentos, requerer diligências e produção de
competente para decidir o feito, que determinará as providências a serem outras provas, usando os recursos cabíveis.
cumpridas, anotando-se essa circunstância em local visível nos autos do Art. 76. A intimação do Ministério Público, em qualquer caso, será
processo. feita pessoalmente.
§ 2o A prioridade não cessará com a morte do beneficiado, estenden- Art. 77. A falta de intervenção do Ministério Público acarreta a nulida-
do-se em favor do cônjuge supérstite, companheiro ou companheira, com de do feito, que será declarada de ofício pelo juiz ou a requerimento de
união estável, maior de 60 (sessenta) anos. qualquer interessado.
§ 3o A prioridade se estende aos processos e procedimentos na CAPÍTULO III
Administração Pública, empresas prestadoras de serviços públicos e Da Proteção Judicial dos Interesses Difusos, Coletivos e Individuais Indis-
instituições financeiras, ao atendimento preferencial junto à Defensoria poníveis ou Homogêneos
Publica da União, dos Estados e do Distrito Federal em relação aos Servi- Art. 78. As manifestações processuais do representante do Ministério
ços de Assistência Judiciária. Público deverão ser fundamentadas.
§ 4o Para o atendimento prioritário será garantido ao idoso o fácil Art. 79. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações de responsa-
acesso aos assentos e caixas, identificados com a destinação a idosos em bilidade por ofensa aos direitos assegurados ao idoso, referentes à omis-
local visível e caracteres legíveis. são ou ao oferecimento insatisfatório de:
CAPÍTULO II I – acesso às ações e serviços de saúde;
Do Ministério Público II – atendimento especializado ao idoso portador de deficiência ou
Art. 72. (VETADO) com limitação incapacitante;
Art. 73. As funções do Ministério Público, previstas nesta Lei, serão III – atendimento especializado ao idoso portador de doença infecto-
exercidas nos termos da respectiva Lei Orgânica. contagiosa;
Art. 74. Compete ao Ministério Público: IV – serviço de assistência social visando ao amparo do idoso.
I – instaurar o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção dos Parágrafo único. As hipóteses previstas neste artigo não excluem da
direitos e interesses difusos ou coletivos, individuais indisponíveis e indivi- proteção judicial outros interesses difusos, coletivos, individuais indisponí-
duais homogêneos do idoso; veis ou homogêneos, próprios do idoso, protegidos em lei.
II – promover e acompanhar as ações de alimentos, de interdição total Art. 80. As ações previstas neste Capítulo serão propostas no foro do
ou parcial, de designação de curador especial, em circunstâncias que domicílio do idoso, cujo juízo terá competência absoluta para processar a
justifiquem a medida e oficiar em todos os feitos em que se discutam os causa, ressalvadas as competências da Justiça Federal e a competência
direitos de idosos em condições de risco; originária dos Tribunais Superiores.
III – atuar como substituto processual do idoso em situação de risco, Art. 81. Para as ações cíveis fundadas em interesses difusos, coleti-
conforme o disposto no art. 43 desta Lei; vos, individuais indisponíveis ou homogêneos, consideram-se legitimados,
IV – promover a revogação de instrumento procuratório do idoso, nas concorrentemente:
hipóteses previstas no art. 43 desta Lei, quando necessário ou o interesse I – o Ministério Público;
público justificar; II – a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
V – instaurar procedimento administrativo e, para instruí-lo: III – a Ordem dos Advogados do Brasil;
a) expedir notificações, colher depoimentos ou esclarecimentos e, em IV – as associações legalmente constituídas há pelo menos 1 (um)
caso de não comparecimento injustificado da pessoa notificada, requisitar ano e que incluam entre os fins institucionais a defesa dos interesses e
condução coercitiva, inclusive pela Polícia Civil ou Militar; direitos da pessoa idosa, dispensada a autorização da Assembleia, se
b) requisitar informações, exames, perícias e documentos de autori- houver prévia autorização estatutária.
dades municipais, estaduais e federais, da administração direta e indireta, § 1o Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públi-
bem como promover inspeções e diligências investigatórias; cos da União e dos Estados na defesa dos interesses e direitos de que
c) requisitar informações e documentos particulares de instituições cuida esta Lei.
privadas; § 2o Em caso de desistência ou abandono da ação por associação
VI – instaurar sindicâncias, requisitar diligências investigatórias e a legitimada, o Ministério Público ou outro legitimado deverá assumir a
instauração de inquérito policial, para a apuração de ilícitos ou infrações às titularidade ativa.
normas de proteção ao idoso; Art. 82. Para defesa dos interesses e direitos protegidos por esta Lei,
VII – zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias legais assegu- são admissíveis todas as espécies de ação pertinentes.
rados ao idoso, promovendo as medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis; Parágrafo único. Contra atos ilegais ou abusivos de autoridade públi-
VIII – inspecionar as entidades públicas e particulares de atendimento ca ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições de Poder
e os programas de que trata esta Lei, adotando de pronto as medidas Público, que lesem direito líquido e certo previsto nesta Lei, caberá ação
administrativas ou judiciais necessárias à remoção de irregularidades mandamental, que se regerá pelas normas da lei do mandado de seguran-
porventura verificadas; ça.
IX – requisitar força policial, bem como a colaboração dos serviços de Art. 83. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de
saúde, educacionais e de assistência social, públicos, para o desempenho fazer ou não-fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou
de suas atribuições; determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente
X – referendar transações envolvendo interesses e direitos dos idosos ao adimplemento.
previstos nesta Lei. § 1o Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justifica-
§ 1o A legitimação do Ministério Público para as ações cíveis previs- do receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela
tas neste artigo não impede a de terceiros, nas mesmas hipóteses, segun- liminarmente ou após justificação prévia, na forma do art. 273 do Código
do dispuser a lei. de Processo Civil.
§ 2o As atribuições constantes deste artigo não excluem outras, § 2o O juiz poderá, na hipótese do § 1o ou na sentença, impor multa
desde que compatíveis com a finalidade e atribuições do Ministério Públi- diária ao réu, independentemente do pedido do autor, se for suficiente ou
co. compatível com a obrigação, fixando prazo razoável para o cumprimento
§ 3o O representante do Ministério Público, no exercício de suas do preceito.
funções, terá livre acesso a toda entidade de atendimento ao idoso.

Técnico de Enfermagem 117 A Opção Certa Para a Sua Realização


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§ 3o A multa só será exigível do réu após o trânsito em julgado da CAPÍTULO II
sentença favorável ao autor, mas será devida desde o dia em que se Dos Crimes em Espécie
houver configurado. Art. 95. Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal pública
Art. 84. Os valores das multas previstas nesta Lei reverterão ao incondicionada, não se lhes aplicando os arts. 181 e 182 do Código Penal.
Fundo do Idoso, onde houver, ou na falta deste, ao Fundo Municipal de Art. 96. Discriminar pessoa idosa, impedindo ou dificultando seu
Assistência Social, ficando vinculados ao atendimento ao idoso. acesso a operações bancárias, aos meios de transporte, ao direito de
Parágrafo único. As multas não recolhidas até 30 (trinta) dias após o contratar ou por qualquer outro meio ou instrumento necessário ao exercí-
trânsito em julgado da decisão serão exigidas por meio de execução cio da cidadania, por motivo de idade:
promovida pelo Ministério Público, nos mesmos autos, facultada igual Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
iniciativa aos demais legitimados em caso de inércia daquele. § 1o Na mesma pena incorre quem desdenhar, humilhar, menospre-
Art. 85. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos recursos, para zar ou discriminar pessoa idosa, por qualquer motivo.
evitar dano irreparável à parte. § 2o A pena será aumentada de 1/3 (um terço) se a vítima se encon-
Art. 86. Transitada em julgado a sentença que impuser condenação trar sob os cuidados ou responsabilidade do agente.
ao Poder Público, o juiz determinará a remessa de peças à autoridade Art. 97. Deixar de prestar assistência ao idoso, quando possível fazê-
competente, para apuração da responsabilidade civil e administrativa do lo sem risco pessoal, em situação de iminente perigo, ou recusar, retardar
agente a que se atribua a ação ou omissão. ou dificultar sua assistência à saúde, sem justa causa, ou não pedir, nes-
Art. 87. Decorridos 60 (sessenta) dias do trânsito em julgado da ses casos, o socorro de autoridade pública:
sentença condenatória favorável ao idoso sem que o autor lhe promova a Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
execução, deverá fazê-lo o Ministério Público, facultada, igual iniciativa aos
demais legitimados, como assistentes ou assumindo o pólo ativo, em caso Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se da omissão
de inércia desse órgão. resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.
Art. 88. Nas ações de que trata este Capítulo, não haverá adianta- Art. 98. Abandonar o idoso em hospitais, casas de saúde, entidades
mento de custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras de longa permanência, ou congêneres, ou não prover suas necessidades
despesas. básicas, quando obrigado por lei ou mandado:
Parágrafo único. Não se imporá sucumbência ao Ministério Público. Pena – detenção de 6 (seis) meses a 3 (três) anos e multa.
Art. 89. Qualquer pessoa poderá, e o servidor deverá, provocar a Art. 99. Expor a perigo a integridade e a saúde, física ou psíquica, do
iniciativa do Ministério Público, prestando-lhe informações sobre os fatos idoso, submetendo-o a condições desumanas ou degradantes ou privando-
que constituam objeto de ação civil e indicando-lhe os elementos de con- o de alimentos e cuidados indispensáveis, quando obrigado a fazê-lo, ou
vicção. sujeitando-o a trabalho excessivo ou inadequado:
Art. 90. Os agentes públicos em geral, os juízes e tribunais, no exer- Pena – detenção de 2 (dois) meses a 1 (um) ano e multa.
cício de suas funções, quando tiverem conhecimento de fatos que possam § 1o Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
configurar crime de ação pública contra idoso ou ensejar a propositura de Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
ação para sua defesa, devem encaminhar as peças pertinentes ao Ministé- § 2o Se resulta a morte:
rio Público, para as providências cabíveis. Pena – reclusão de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.
Art. 91. Para instruir a petição inicial, o interessado poderá requerer Art. 100. Constitui crime punível com reclusão de 6 (seis) meses a 1
às autoridades competentes as certidões e informações que julgar neces- (um) ano e multa:
sárias, que serão fornecidas no prazo de 10 (dez) dias.
I – obstar o acesso de alguém a qualquer cargo público por motivo de
Art. 92. O Ministério Público poderá instaurar sob sua presidência, idade;
inquérito civil, ou requisitar, de qualquer pessoa, organismo público ou
particular, certidões, informações, exames ou perícias, no prazo que II – negar a alguém, por motivo de idade, emprego ou trabalho;
assinalar, o qual não poderá ser inferior a 10 (dez) dias. III – recusar, retardar ou dificultar atendimento ou deixar de prestar
§ 1o Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as diligências, assistência à saúde, sem justa causa, a pessoa idosa;
se convencer da inexistência de fundamento para a propositura da ação IV – deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a exe-
civil ou de peças informativas, determinará o seu arquivamento, fazendo-o cução de ordem judicial expedida na ação civil a que alude esta Lei;
fundamentadamente. V – recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis à propo-
§ 2o Os autos do inquérito civil ou as peças de informação arquivados situra da ação civil objeto desta Lei, quando requisitados pelo Ministério
serão remetidos, sob pena de se incorrer em falta grave, no prazo de 3 Público.
(três) dias, ao Conselho Superior do Ministério Público ou à Câmara de Art. 101. Deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a
Coordenação e Revisão do Ministério Público. execução de ordem judicial expedida nas ações em que for parte ou inter-
§ 3o Até que seja homologado ou rejeitado o arquivamento, pelo veniente o idoso:
Conselho Superior do Ministério Público ou por Câmara de Coordenação e Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
Revisão do Ministério Público, as associações legitimadas poderão apre- Art. 102. Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão ou
sentar razões escritas ou documentos, que serão juntados ou anexados às qualquer outro rendimento do idoso, dando-lhes aplicação diversa da de
peças de informação. sua finalidade:
§ 4o Deixando o Conselho Superior ou a Câmara de Coordenação e Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa.
Revisão do Ministério Público de homologar a promoção de arquivamento, Art. 103. Negar o acolhimento ou a permanência do idoso, como
será designado outro membro do Ministério Público para o ajuizamento da abrigado, por recusa deste em outorgar procuração à entidade de atendi-
ação. mento:
TÍTULO VI Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
Dos Crimes
Art. 104. Reter o cartão magnético de conta bancária relativa a bene-
CAPÍTULO I fícios, proventos ou pensão do idoso, bem como qualquer outro documento
Disposições Gerais com objetivo de assegurar recebimento ou ressarcimento de dívida:
Art. 93. Aplicam-se subsidiariamente, no que couber, as disposições Pena – detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e multa.
da Lei no 7.347, de 24 de julho de 1985.
Art. 105. Exibir ou veicular, por qualquer meio de comunicação,
Art. 94. Aos crimes previstos nesta Lei, cuja pena máxima privativa de informações ou imagens depreciativas ou injuriosas à pessoa do idoso:
liberdade não ultrapasse 4 (quatro) anos, aplica-se o procedimento previs-
to na Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, e, subsidiariamente, no Pena – detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e multa.
que couber, as disposições do Código Penal e do Código de Processo Art. 106. Induzir pessoa idosa sem discernimento de seus atos a
Penal. (Vide ADI 3.096-5 - STF) outorgar procuração para fins de administração de bens ou deles dispor
livremente:

Técnico de Enfermagem 118 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos. do os recursos necessários ou faltando ao pagamento de pensão alimentí-
Art. 107. Coagir, de qualquer modo, o idoso a doar, contratar, testar cia judicialmente acordada, fixada ou majorada; deixar, sem justa causa,
ou outorgar procuração: de socorrer descendente ou ascendente, gravemente enfermo:
Pena – reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. ............................................................................" (NR)
Art. 108. Lavrar ato notarial que envolva pessoa idosa sem discerni- Art. 111. O O art. 21 do Decreto-Lei no 3.688, de 3 de outubro de
mento de seus atos, sem a devida representação legal: 1941, Lei das Contravenções Penais, passa a vigorar acrescido do seguin-
Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos. te parágrafo único:
TÍTULO VII "Art. 21............................................................................
Disposições Finais e Transitórias ............................................................................
Art. 109. Impedir ou embaraçar ato do representante do Ministério Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) até a metade se a
Público ou de qualquer outro agente fiscalizador: vítima é maior de 60 (sessenta) anos." (NR)
Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa. Art. 112. O inciso II do § 4o do art. 1o da Lei no 9.455, de 7 de abril de
Art. 110. O Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940, Código 1997, passa a vigorar com a seguinte redação:
Penal, passa a vigorar com as seguintes alterações: "Art. 1o ............................................................................
"Art. 61. ............................................................................ ............................................................................
............................................................................ § 4o ............................................................................
II - ............................................................................ II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência,
............................................................................ adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos;
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida; ............................................................................" (NR)
............................................................................." (NR) Art. 113. O inciso III do art. 18 da Lei no 6.368, de 21 de outubro de
1976, passa a vigorar com a seguinte redação:
"Art. 121. ............................................................................
"Art. 18............................................................................
............................................................................
............................................................................
§ 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o
crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, III – se qualquer deles decorrer de associação ou visar a menores de 21
ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura (vinte e um) anos ou a pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta)
diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em fla- anos ou a quem tenha, por qualquer causa, diminuída ou suprimida a
grante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) capacidade de discernimento ou de autodeterminação:
se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de ............................................................................" (NR)
60 (sessenta) anos. Art. 114. O art 1º da Lei no 10.048, de 8 de novembro de 2000, passa
............................................................................." (NR) a vigorar com a seguinte redação:
"Art. 133. ............................................................................ "Art. 1o As pessoas portadoras de deficiência, os idosos com idade igual
............................................................................ ou superior a 60 (sessenta) anos, as gestantes, as lactantes e as pessoas
acompanhadas por crianças de colo terão atendimento prioritário, nos
§ 3o ............................................................................ termos desta Lei." (NR)
............................................................................ Art. 115. O Orçamento da Seguridade Social destinará ao Fundo
III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos." (NR) Nacional de Assistência Social, até que o Fundo Nacional do Idoso seja
"Art. 140. ............................................................................ criado, os recursos necessários, em cada exercício financeiro, para aplica-
............................................................................ ção em programas e ações relativos ao idoso.
§ 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, Art. 116. Serão incluídos nos censos demográficos dados relativos à
etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de população idosa do País.
deficiência: Art. 117. O Poder Executivo encaminhará ao Congresso Nacional
............................................................................ (NR) projeto de lei revendo os critérios de concessão do Benefício de Prestação
"Art. 141. ............................................................................ Continuada previsto na Lei Orgânica da Assistência Social, de forma a
garantir que o acesso ao direito seja condizente com o estágio de desen-
............................................................................ volvimento sócio-econômico alcançado pelo País.
IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiên- Art. 118. Esta Lei entra em vigor decorridos 90 (noventa) dias da sua
cia, exceto no caso de injúria. publicação, ressalvado o disposto no caput do art. 36, que vigorará a partir
............................................................................." (NR) de 1o de janeiro de 2004.
"Art. 148. ............................................................................ Brasília, 1o de outubro de 2003; 182o da Independência e 115o da
............................................................................ República.
§ 1o............................................................................
I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge do agente ou maior de Segurança do paciente;
60 (sessenta) anos.
............................................................................" (NR) CONFORTO, SEGURANÇA E HIGIENE DO PACIEN
PACIENTE
"Art. 159............................................................................
Definição
............................................................................
§ 1o Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o seques- É o conjunto de elementos destinados à acomodação do paciente in-
trado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o ternado, e que englobam facilidades adequadas à prestação de cuidados
crime é cometido por bando ou quadrilha. necessários a um bom atendimento (Ministério da Saúde).
............................................................................" (NR) Finalidades
"Art. 183............................................................................
— proporcionar ao paciente um ambiente propício à sua rápida recu-
............................................................................ peração;
III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60
(sessenta) anos." (NR) — oferecer à enfermagem condições que favoreçam um bom desem-
"Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do cônjuge, ou penho de suas funções.
de filho menor de 18 (dezoito) anos ou inapto para o trabalho, ou de as- Componentes
cendente inválido ou maior de 60 (sessenta) anos, não lhes proporcionan-
Técnico de Enfermagem 119 A Opção Certa Para a Sua Realização
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Diferem de hospital para hospital, mas de uma maneira geral, é com- Material utilizado
posta por posto de enfermagem, sala de serviço, sala de utilidades, copa,
enfermarias ou quartos, rouparia, banheiro de pacientes (com chuveiro e — Balde com água;
vaso sanitário), banheiro de funcionários. — sabão em pedra;
Unidade do paciente — panos;
Definição — folhas de jornal;
É o conjunto de espaços e móveis destinado a cada paciente. — espátula (se for cama com molas).
Tipos de unidades Procedimentos
São unidade médica, cirúrgica, pediátrica, de isolamento, feminina, — Arejar o ambiente.
masculina, de tratamento intensivo etc.
— Desocupar mesa de cabeceira, cadeira, cama. Colocar os materiais
Componentes em local apropriado.
Varia de hospital para hospital, mas, basicamente, consta de: — Colocar o material a ser utilizado no assento da cadeira e a folha de
— uma cama com colchão; jornal embaixo da cama para aparar as sujidades da mola.

— uma mesa de cabeceira equipada com material de uso do paciente; — Limpar a mesa de cabeceira: tampo, parte interna e externa.

— uma cadeira; — Limpar um dos lados do travesseiro, colocá-


colocá-lo sobre a mesa
mesa
de cabeceira (parte limpa sob parte lim
limpa) e limpar o outro lado do
— uma campainha. tra
travesseiro (parte suja).
Em alguns hospitais é acrescentado ponto de oxigênio, uma mesa de — Abrir o impermeável sobre o colchão e limpar a parte exposta. Do-
refeição e uma escadinha. brar o impermeável, limpar, dobrar, colocar sobre o travesseiro (obedecen-
Esses móveis deverão estar dispostos de tal forma que permita uma do sempre parte limpa sobre parte limpa) e limpar o restante do impermeá-
boa circulação ao redor. vel.

Limpeza de unidade — Limpar o colchão dobrá-lo, limpar a sua outra metade.

Tipos de limpeza — Limpar a parte da cabeceira da cama: grades, laterais, estrado. Le-
vantar o estrado e limpar as molas (com auxílio de uma espátula envolvida
— Limpeza concorrente: é feita diariamente após a arrumação de ca- com uma tira de pano) e parte interna da cama.
ma e consiste na limpeza de parte do mobiliário da unidade do paciente.
— Abaixar o estrado, virar o colchão e limpar a outra metade do col-
— Limpeza terminal ou limpeza de unidade: é a limpeza de todo o chão.
mobiliário da unidade do paciente.
— Limpar a parte dos pés da cama: grades manivela, laterais, estrado.
Indicações Levantar o estrado, limpar as molas e a parte interna da cama.
— Por ocasião do óbito, alta ou transferência do paciente; — Limpar os pés da cama.
— por permanência prolongada no leito. — Forrar o chão com jornal, colocar o material sobre ele e proceder à
Finalidades limpeza da cadeira e parede próxima à unidade.

— Manter a unidade limpa e com aspecto agradável a fim de favorecer — Deixar a unidade em ordem.
o ajustamento do paciente no hospital. Arrumação da cama
— Remover microrganismos e sujidades para prevenir infecções. O leito é um fator importante na obtenção do repouso e conforto ade-
Observações quados, sendo essencial na manutenção e recuperação da saúde. A
técnica preconizada tem por função proporcionar conforto e segurança ao
— Utilizar movimentos simples, amplos, em um só sentido. paciente, como também tornar mais rápido e menos fatigante o trabalho da
enfermagem.
— Fazer uso da mecânica corporal.
Tipos de cama
— Observar a sequência da limpeza: do mais limpo para o mais con-
taminado, e evitar sujar áreas limpas. a ) Cama fechada: poderá ser feita após 2 horas da limpeza da unida-
de. A cama permanece fechada até que o novo paciente a ocupe;
— Dobrar impermeável e colchão, colocando sempre parte limpa so-
bre parte limpa. b) Cama aberta: é aquela ocupada pelo paciente que pode locomover-
se, ou aguarda a chegada de novo paciente admitido;
— Trocar a água sempre que estiver suja.
c) Cama aberta com doente acamado: é aquela ocupada pelo paciente
— Evitar molhar o chão. impossibilitado de locomover-se. Para melhor segurança, ela é realizada
— Dependendo das condições da cama, usar esponja de aço (tipo por 2 pessoas: uma para segurar o paciente, e outra para arrumar a cama;
Bom-bril) e sapólio. d) Cama de operado: ela deverá ser preparada após o paciente ser
— Deixar o leito exposto ao ar e luz solar. Só em casos de extrema encaminhado para cirurgia ou exames sob anestesia.
necessidade, o leito deverá ser arrumado logo após a limpeza. Observações
— A limpeza consiste em ensaboar o mobiliário e retirar o sabão com — Abrir portas e janelas antes de iniciar o trabalho.
o pano úmido.
— Utilizar lençóis limpos, secos, sem pregas e sem rugas.
— Pode-se acrescentar ao material uma bacia e um jarro: o jarro com
água limpa, a bacia para lavar os panos e o balde como recipiente da água — Não deixar migalhas de pão, fios de cabelos etc. nos lençóis a se-
suja acumulada na bacia. rem reusados.
— Limpar colchão, impermeável e travesseiro, se estiverem sujos.

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— Virar o colchão, quando necessário, e deixar o estrado na posição
horizontal.
— Observar o estado de conservação do colchão, travesseiro e im-
permeável.
— Não arrastar as roupas de cama no chão.
— Evitar contato das roupas de cama e peças do mobiliário da unida-
de do paciente com o uniforme.
— Não sacudir as roupas de cama.
— Não alisar as roupas de cama, mas ajeitá-las pelas pontas.
— Dobrar as roupas de cama na seguinte sequência:
• 2 vezes no sentido da largura;
• 1 vez no sentido do comprimento,
comprimento, colocando na cadeira as peças,
com as pontas laterais voltadas para o lado da ca
cama.
— O cobertor é optativo na arrumação de cama. Sequência
Sequência de preparo da cama (canto da ca
cama)

— Ao levar o lençol da cadeira para a cama, estendê-lo sobre o centro Cama aberta
do colchão, ou seja, a dobra deverá corresponder ao meio da cama. — Retirar as peças, trocá-las ou colocar as mesmas em sequência no
— A ourela dos lençóis deve ficar na parte da cabeceira da cama. espaldar da cadeira. Quando necessitar, trocar as roupas de cama colocá-
las em um hamper ou improvisá-lo com a colcha, na grade do pé da cama.
— O lençol móvel improvisado deverá ficar com as costuras das bai-
nhas voltadas para os pés da cama. — Seguir a mesma sequência da cama fechada, mas deixando o len-
çol de cima virado sobre o cobertor e a colcha na parte da cabeceira. O
— A abertura da fronha deverá situar-se do lado oposto à porta de en- travesseiro deverá ser colocado sobre a cama.
trada da enfermaria.
— Após a arrumação de cama, fazer a limpeza concorrente: limpar
— Fazer uso da mecânica corporal. com um pano úmido (ou com álcool) a mesa de cabeceira, grades da cama
e assento da cadeira.
— Lavar ou fazer anti-sepsia das mãos após a arrumação de cama.
— Deixar o cordão da campainha próxima ao paciente.
— Arrumar um lado da cama e depois o outro, a fim de economizar
tempo e movimentos. Dependendo do grau de sujidade do mobiliário, pode-se fazer a limpe-
za com água e sabão, saponáceos etc.
— O hamper improvisado com colcha deverá ser feito na parte dos
pés da cama e não se colocam as roupas de cama de outros pacientes a Cama aberta com doente aca
acamado
fim de evitar a contaminação.
— Desmanchar a cama, dispor o cobertor juntamente com as roupas
Procedimentos Cama fechada de cama limpa no espaldar da cadeira. Deixar o paciente coberto apenas
— Reunir o material: 2 lençóis, 1 lençol móvel (ou comum, dobrado ao com o lençol de cima, exceto se ele apresentar frio.
meio), 1 colcha, 1 fronha, 1 cobertor de lã (optativo) e 1 impermeável — Pedir a colaboração do paciente, orientando-o. Virá-lo para o lado
(optativo). oposto à cadeira com as roupas de cama.
— Colocar a cadeira aos pés da cama e sobre ela o travesseiro e fro- — Dobrar as peças de cama de tal forma a deixar exposta a metade
nha. do colchão.
— Dispor a roupa no espaldar da cadeira, observando-se a ordem: — Estender as roupas limpas, seguindo a sequência.
colcha, cobertor, lençol de cima, lençol móvel, impermeável e lençol de
baixo. — Virar o paciente para o lado limpo, retirando lençol de cima, móvel e
de baixo, e colocando-os no hamper. Completar a arrumação de cama.
— Dispor o lençol de baixo, fazendo o canto da cabeceira, parte dos
pés e lateral da cama. — Ao final, fazer a limpeza concorrente e deixar o cordão da campai-
nha próximo ao paciente.
— Estender o impermeável e o lençol móvel e prendê-los juntamente.
Cama de operado
— Colocar o lençol de cima, deixando o barrado rente ao colchão na
cabeceira da cama. — Trocar todas as roupas de cama e fazer urna limpeza na parte su-
perior da mesa de cabeceira, grades da cama, colchão e cadeira (assen-
— Colocar o cobertor a mais ou menos 40 cm abaixo da cabeceira. to).
— Estender a colcha rente ao colchão na cabeceira da cama, pre
pren-
n- — Dispor as roupas de cama no espaldar da cadeira: colcha, cobertor,
dendo junto as 3 peças no canto dos pés da cama e deixando soltos os lençol de cima, lençol de cabeceira, móvel, impermeável e lençol de baixo.
lados.
— Pôr a fronha no travesseiro, colocando-
colocando-a de en
encontro à grade da — Arrumar a cama seguindo a sequência: lençol de baixo, impermeá-
cabeceira da
da cama. vel, lençol móvel, lençol de cabeceira com 2 pregas laterais. O lençol de
cima, cobertor e colcha deverão ser dobrados na parte da cabeceira e dos
— Endireitar a cadeira. pés, deixando-os enrolados lateralmente.
— Passar para o outro lado da cama, erguer as peças da roupa, do- — Deixar o travesseiro preso às grades da cama ou sobre a cadeira.
brá-las lateralmente e completar a cama seguindo a sequência da disposi-
ção das roupas na cama. — Colocar na mesa de cabeceira uma cuba-rim, gases, aparelho de
PA. e estetoscópio. Dependendo da cirurgia, providenciar outros materiais:
— Deixar a unidade em ordem com o mobiliário em alinhamento. extensão de sonda, aspiradores etc.
— Colocar ao lado da cama um suporte de soro.

Técnico de Enfermagem 121 A Opção Certa Para a Sua Realização


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— Dar água para bochechar, e aproximar a cuba-rim para escoar o lí-
quido da boca.
— Secar os lábios e o queixo com a toalha.
— Lubrificar os lábios, se houver indicação.
— Retirar o material, lavar e guardá-lo.
— Anotar na papeleta o procedimento e anormalidades.
Higiene oral de pacientes com dependência total ou inconscien
inconscientes
São procedimentos de enfermagem:
— Preparar o material:
Cama do operado
Cuidados
Cuidados higiênicos com o paciente • espátula com gases;

Os hábitos de higiene pessoal variam muito, razão pela qual se deve • solução dentifrícia ou água bicarbonatada de 1% ou 3%;
ter muito tato na abordagem do paciente a este respeito. Muitas vezes, é • saco de papel;
necessário orientar os pacientes quanto aos bons hábitos de higiene,
tendo-se o devido cuidado para não provocar constrangimentos. • toalha de rosto;
HIGIENE DO PACIENTE • lubrificante para os lábios.
Higiene oral — Dispor a bandeja com o material sobre a mesa de cabeceira.
A promoção e a manutenção de boas condições de higiene da boca e — Colocar toalha de rosto para proteger a roupa da cama e do pacien-
dos dentes é fundamental para a saúde e conforto do paciente. É hábito, te.
no nosso meio, a escovação dos dentes, pela manhã, ao se levantar, após
— Elevar o decúbito, se não houver contra-indicação.
as refeições e ao se deitar. Certas condições patológicas predispõem a
irritação e a lesão da mucosa oral, como estado de coma, hipertermia, — Molhar a gase da espátula com a solução ou água bicarbonatada e
sendo necessário, nesses casos, uma maior frequência da higiene oral. A proceder à higiene, trocando-se as espátulas com gases tantas vezes
higiene oral compreende: a limpeza dos dentes, das gengivas, bochechas, quantas forem necessárias, e jogando-as em seguida no saco de papel.
língua e lábios.
— Lavar os dentes, gengivas, palato, bochechas, língua e lábios, com
A higiene oral tem por finalidades: movimentos firmes e delicados.
— Conservar a boca livre de resíduos alimentares. — Passar lubrificante nos lábios e língua, se houver necessidade.
— Evitar o mau hálito. — Recolher o material, colocando a unidade em ordem.
— Manter a integridade da mucosa bucal. — Manter o paciente em posição confortável.
— Proporcionar conforto e bem-estar ao paciente. — Anotar na papeleta o procedimento e anormalidades.
— Prevenir a cárie dentária. Cuidado com as dentaduras
Higiene oral de pacientes com dependência parcial de enferma
enfermagem É da responsabilidade da enfermagem a manutenção das dentaduras,
zelando para que não se extraviem ou se quebrem, durante a permanência
São procedimentos de enfermagem:
do paciente no hospital.
— Preparar o material:
Quando o paciente estiver impossibilitado de cuidar da sua dentadura,
escova de dentes (na falta, usar espátulas envolvidas em gases); devemos lavá-la com pasta ou solução dentifrícia e enxágua-la com água
corrente. Segurar a dentadura com gaze ou luva. Oferecer água com
creme dental ou solução dentifrícia; solução dentifrícia para o paciente bochechar, após a limpeza da boca com
copo com água (canudo se necessário); espátula e gazes.

cuba-rim; Se o paciente for ambulante, devemos orientá-lo quando necessário,


observando se o cuidado foi efetivamente executado.
saco de papel (para desprezar espátulas e gases);
Higiene dos cabelos e couro cabeludo
toalha de rosto;
A higiene dos cabelos e couro cabeluda inclui:
lubrificante para os lábios, se necessário (vaselina, manteiga de cacau
ou similar). — pentear e escovar os cabelos, mantendo-
mantendo-os de tal forma que
proporcione boa aparência ao paciente.
paciente. Durante a execu
execução,
— Informar o paciente sobre o que vai ser feito.
deve-
deve-se observar presença de pediculose, tomando-
tomando-se medi-
medi-
— Selecionar o material, dispondo-o sobre a mesa de cabeceira e ao das necessárias para o caso, quando necessá
necessário;
alcance do paciente. — lavagem dos cabelos e couro cabeluda, para man
mantê-
tê-los livres de
sujidades.
— Posicioná-lo, elevando o decúbito da cama, se não houver contra-
indicação. A higiene dos cabelos e couro cabeluda tem por finalidades:
— Colocar a toalha cobrindo o pescoço e o tórax. — Conservar os cabelos e o couro cabeludo limpo, proporcio
proporcionando
— Auxiliar o paciente conforme o seu grau de dependência, orientan- conforto e bem-
bem-estar ao paciente acama
acamado.
do-o se necessário. — Estimular a circulação do couro cabeluda.
— A escovação deverá ser no sentido da gengiva para o dente, lavar a — Completar a higiene corporal.
língua e o palato.
São procedimentos de enfermagem:

Técnico de Enfermagem 122 A Opção Certa Para a Sua Realização


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— Preparar o material: • desodorante (optativo);
• 2 jarros com água morna; • pente ou escova para os cabelos;
• balde; • talco ou álcool;
• bacia; • material para higiene oral;
• bolas de algodão; xampu, sabonete ou sabão líquido; • comadre;
• impermeável; • hamper;
• toalha de banho. • biombos.
Providenciar o material, colocando-o sobre a mesa de cabeceira e o — Cumprimentar o paciente e explicar-lhe o que vai ser feito.
balde sobre a cadeira forrada com jornal.
— Fechar portas e/ou janelas para evitar corrente de ar.
Fechar portas e janelas para evitar corrente de ar.
— Cercar a cama com biombo se necessário.
Isolar a cama com biombos, se necessário.
— Dispor o material na seguinte ordem:
Colocar em decúbito dorsal horizontal com o travesseiro sob os om-
bros do paciente, forrando a cabeceira e o próprio travesseiro com imper- a) sobre a mesinha de cabeceira: jarro, bacia, pano de banho, sabone-
meável e toalha. teira com sabonete, pente, desodorante, talco ou álcool e material para
higiene oral;
Ocluir os ouvidos do paciente com bolas de algodão para evitar entra-
da de água. b) sobre o espaldar da cadeira: roupa de cama e do paciente, dobrada
e colocada em ordem de uso;
Posicionar a bacia sob a cabeça, segurando-se a nuca com uma das
mãos e, com a outra, proceder à lavagem, molhando, ensaboando e c) sobre o chão, forrado com jornal: comadre e o balde para recolher
friccionando bem o cabelo e o couro cabeluda. água usada da bacia;

Enxaguar até tirar todo o sabão, despejando a água do jarro delica- d) hamper aos pés da cama.
damente sobre a cabeça. Desprezar a água da bacia no balde, sempre — Oferecer comadre ou papagaio.
que necessário;
— Proceder à higiene oral.
Escorrer bem a água do cabelo, impedir o seu contato com a água su-
ja, retirar a bacia, proteger a cabeça enrolando-a na toalha e posicionar o — Abaixar a cabeceira da cama, se não houver contra-indicações.
travesseiro. — Soltar a roupa da cama, retirar a colcha, cobertor e o travesseiro, se
Pentear o cabelo e deixar o paciente confortável no leito. possível.

Deixar a unidade em ordem. — Retirar a camisola ou pijama, mantendo o paciente coberto com
lençol (e cobertor, se estiver frio).
Anotar na papeleta o procedimento e anormalidades, se houver.
— Manter o paciente em decúbito dorsal.
Observações
— Proteger com a toalha a área do corpo a ser lavada, mantendo as
O procedimento é facilitado quando for executado por 2 pessoas. demais cobertas com lençol.
Observar contra-indicações ou cuidados especiais aos pacientes gra- — Preparar o pano de banho, segurando-o sobre a bacia: molhar o
ves ou submetidos a cirurgia de cabeça e pescoço. pano, jogando-se a água do jarro, e ensaboar.
Repetir o procedimento se necessário, até a retirada de toda a sujida- — Afastar a toalha e lavar com movimentos firmes, cobrindo novamen-
de. te.
Banho no leito — Colocar o pano ensaboado sobre a borda da bacia e preparar o ou-
É o procedimento utilizado pela enfermagem para realizar o banho em tro para enxaguar, jogando-se a água do jarro no pano e sobre a bacia.
pacientes acamados. Geralmente é executado no período da manhã, Afastar a toalha e passar o pano, retirando-se todo o sabonete. Enxugar
sendo repetido quando houver necessidade. O banho no leito é uma em seguida.
técnica importante porque permite uma maior interação enfermagem — — Despejar a água da bacia no balde, quando necessário.
paciente, e ao mesmo tempo fornece subsídios para o diagnóstico precoce
de escaras de decúbito e outras anormalidades da pele. O banho deve obedecer a seguinte ordem:

O banho de leito tem por finalidades: Usando toalha de rosto:

—Proporcionar conforto e bem-estar. — Lavar rosto, orelhas, pescoço.

—Remover sujidades aderentes à pele e odores desagradáveis. Usando toalha de banho:

—Estimular a circulação. — Lavar braços e axilas iniciando-se com a distal e depois a proximal.

—Remover células mortas e microrganismos. — Lavar tórax anterior e o abdômen.

—Favorecer a transpiração. São procedimentos da enfermagem: — Lavar os membros inferiores, primeiro o distal e depois o proximal.

—Preparar o material: — Lavar os pés, imergindo-os na bacia colocada sobre a cama, forra-
da com a toalha. Enxaguar com água limpa.
• bacia;
— Desprezar a água que foi utilizada na lavagem dos pés.
• jarro com água morna;
— Colocar o paciente em decúbito lateral, forrar a cama com a toalha,
• saboneteira com sabonete; pano ou luva de banho (2); lavar as costas e enxugar.
• toalha de banho e de rosto; roupa de cama e para o paciente; — Massagear as costas com creme, álcool ou talco, conforme descrito
• folhas de jornal; na massagem de conforto.

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— Voltar o paciente em decúbito dorsal, vestir a camisola ou a parte —Ambiente limpo, arejado, em ordem, com temperatura adequada e
superior do pijama. jeito confortável.
—Boa postura, movimentação ativa ou passiva.
— Colocar a toalha e a comadre sob o paciente e oferecer o pano ou —Mudança de decúbito
luva de banho com sabonete para proceder à higiene íntima (se estiver —Respeito quanto à individualidade do paciente
impossibilitado, executar o procedimento ou solicitar uni atendente ou —Inspiração de sentimentos de confiança, segurança e otimismo.
auxiliar, se o paciente for do sexo oposto). —Recreação através de televisão, grupos de conversação, trabalhos
— Despejar a água do jarro sobre a região perineal para enxaguar. manuais, leituras.
Enxugar com a toalha ou lençol móvel. —Facilitação da prática religiosa
Prevenção de escaras e deformidades
— Oferecer a bacia com água limpa e sabonete para o paciente lavar
as mãos. Pacientes que permanecem muito tempo acamados requerem uma
— Pentear os cabelos, limpar e cortar as unhas dos pés e mãos, se atenção especial. Pacientes inconscientes geralmente apresentam reflexos
necessário. alterados, com diminuição ou abolição de movimentos voluntários. A
imobilização pode facilitar complicações pulmonares pelo acúmulo e
— Proceder à arrumação de cama. estagnação de secreções traqueobrônquicas; a circulação pode-se tornar
deficiente em determinados pontos da área corpórea, onde sofre maior
— Deixar o paciente confortável e com a campainha ao seu alcance.
pressão, provocando ulcerações (escaras de decúbito); o relaxamento
— Colocar o material em ordem. muscular e a posição incorreta dos vários segmentos do corpo podem
provocar deformidades. A mudança de decúbito, exercícios passivos e
— Anotar na papeleta o cuidado prestado e anormalidades. massagens de conforto são medidas utilizadas para prevenir deformidades
Observações e escaras de decúbito.

— Dar o banho, de preferência pela manhã antes do desjejum. Mudanças de decúbito


— Enxaguar bem para retirar todo o sabão.
As mudanças de decúbito têm por finalidades:
— Levar sempre o pano de banho aquecido até o paciente.
—Mobilizar o paciente.
— Expor somente a região que está sendo lavada. —Prevenir escaras de decúbito, complicações pulmonares e circulató-
— Desprezar a água da bacia, sempre que necessário. rias.
—Aliviar fadiga muscular.
— Evitar molhar a cama.
— Manter o pano de banho firme na palma da mão, feito acolchoado. São procedimentos de enfermagem:

— Enxugar bem os locais onde há duas superfícies próximas como: —Preparar


Preparar o material: travesseiros, sacos de areia, aros de borra-
borra-
axilas, espaços interdigitais, região inguinal. cha ou espuma, rolos improvisados
improvisados com coberto
cobertores e lençóis.
— A colocação da camisola ou parte superior do pijama pode ser feita —Providenciar o material necessário.
no final do banho ou após a troca da roupa de cama, se o paciente estiver —Orientar o paciente.
muito sujo de fezes, secreções etc. —Descobrir o paciente e proceder à mudança de decúbito.
—Colocar a unidade em ordem.
— A toalha de banho será usada para enxugar a área genital, quando —Anotar na papeleta a hora, o procedimento e as anormalidades.
for desprezá-la no hamper. Quando for reaproveitá-la, deve-se usar o
lençol móvel (se limpo). Decúbito lateral (direito ou esquerdo)
—Posicionar-se do lado ao qual se quer virar o paciente.
— Em pacientes ambulantes, a enfermagem deve supervisionar o ba- —Aproximar o paciente para a beira oposta da cama.
nho no chuveiro e ajudar na higiene (nos pacientes parcialmente depen- —Virá-lo para o nosso lado com movimentos firmes e suaves.
dentes). —Apoiar o dorso com travesseiro ou rolo de cobertor.
CONFORTO DO PACIENTE —Colocar travesseiro sob a cabeça e pescoço.
O conforto e a segurança têm uma concepção ampla e abrangem as- —
pectos físicos, psicossociais e espirituais. Ambos constituem necessidades Fle
básicas de qualquer ser humano. A internação determina uma quebra de xionar o membro inferior que está por cima e apoiá-lo sobre o travesseiro.
rotina, um afastamento temporário da família, da escola, do trabalho. O —
paciente vê-se só, para enfrentar uma situação desconhecida, e sente que Ma
a sua vida está ameaçada. Por outro lado, as medidas utilizadas para nter refletido o membro superior que está em contato com o colchão.
restabelecer a sua saúde normalmente geram ansiedade muito grande
porque a maioria das condutas para diagnóstico e tratamento causam b)Decúbito dorsal
sofrimento físico. —Colocar travesseiro sob a cabeça e pescoço.
—Colocar rolo de lençol sob os joelhos e aro de borracha na região
A enfermagem tem um papel importante para auxiliar o paciente du- sacra.
rante a hospitalização, pois é a que o assiste nas 24 horas, porém, só o —Calçar as pernas com lençol dobrado, deixando os calcanhares li-
trabalho integrado de equipe é que vai assegurar uma assistência mais vres.
adequada e completa. Na admissão, se suas condições físicas o permiti- —Colocar suporte na região plantar.
rem, deve-se apresentar o paciente para os companheiros da enfermaria e —Assegurar o alinhamento dos membros inferiores, com sacos de a-
à equipe de saúde. Mostrar as dependências e orientá-lo quanto à rotina reia.
da unidade. Todas as condutas terapêuticas e assistência de enfermagem —Apoiar os braços sobre travesseiros com os cotovelos ligeiramente
devem ser precedidas de orientação, esclarecimento de dúvidas e encora- flexionados.
jamento.
c)Decúbito ventral
São procedimentos de enfermagem: —Colocar o paciente em decúbito lateral e em seguida em decúbito
ventral, mantendo a face voltada para o lado direito ou esquerda.
De uma maneira geral, a enfermagem poderá proporcionar conforto ao —Colocar travesseiros sob a cabeça, clavículas e pernas, deixando li-
paciente através de: vre os pés e suporte plantar.
—Apoiar os braços refletidos sobre o travesseiro da cabeça.

Técnico de Enfermagem 124 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Exercícios passivos para encaminhar o paciente para sala de cirurgia ou vice-versa, realização
Medida profilática das deformidades e atrofia da musculatura esquelé- de exames ou transferência para outra unidade. A movimentação do
tica, que ocorrem em pacientes com paralisias ou estado de inconsciência. paciente deve ser feita adotando-se uma mecânica corporal adequada que
Consiste em mobilizar as articulações e membros do paciente com fre- não prejudique o pessoal de enfermagem e nem o paciente.
quência. Transporte de pacientes em cadeira de rodas
Massagem de conforto São procedimentos de enfermagem:
É uma forma de se prevenir escaras de decúbito. Normalmete, é feita
durante o banho de leito, e consiste em friccionar firmemente o dorso, — Preparar o material:
principalmente as saliências ósseas. Dessa forma, ativa-se a circulação •cadeira de rodas;
local. •escadinha;
Escaras de decúbito •dois lençóis;
A escara de decúbito é uma lesão caracterizada por necrose tecidual •chinelos, roupão, travesseiro
consequente à deficiência de circulação sanguínea local. Certos fatores
podem propiciar o desenvolvimento de escaras como rugas de lençol, — Forrar a cadeira de rodas com um lençol.
deformidades do colchão, umidade, imobilidade, resíduos alimentares. — Colocar a cadeira de rodas travada e com o descanso dos pés re-
colhido, lateralmente à cama.
As escaras formam-se com mais facilidade em locais em que há sali- — Auxiliar o paciente a passar do leito para a escadinha e desta para
ências ósseas, como a região sacrococcígea, glútea, escapular, ilíaca, a cadeira de rodas. Solicitar o auxílio de outra pessoa se necessário.
joelhos, tornozelos e calcanhar. — Colocar os pés do paciente no descanso.
— Cobri-lo com o lençol e colocar um travesseiro no encosto, se assim
A princípio, forma uma área hiperemiada, transformando-se numa co- o paciente desejar.
loração arroxeada e posteriormente formando uma ulceração. — Observar o paciente durante o transporte.
Tratamento local Transporte de pacientes em maca
a)Fase inicial (pele íntegra) São procedimentos de enfermagem:
—lavar com água e sabão; — Preparar o material:
—enxugar, pressionando-se levemente com a toalha; • maca;
—massagear com álcool, talco ou creme; •dois lençóis;
—passar tintura de benjoin; •travesseiro
—manter o local livre de pressão.
—Forrar a maca com o lençol.
b)Fase de necrose: —Colocar o lençol de cima preso apenas na parte dos pés.
repouso da parte afetada; —Dobrar em leque as roupas de cima da cama, até os pés.
limpeza local com anti-séptico prescrito, debridando, se necessário
(dependendo da lesão, e feita em sala cirúrgica); A)Pacientes com movimen
movimentação relativa:
—banho de sol, expondo a área afetada, principalmente no período da —Posicionar a maca encostada na cama, segurar com firmeza e pedir
manhã; para o paciente passar na posição semi-sentada ou deslizando o corpo até
—se a lesão for extensa, proteger com gaze furacinada e compressas, a maca.
sem impedir a aeração; —Cobrir e verificar a sua segurança.
—passar tintura de benjoin ao redor da lesão; —Observar o paciente durante o transporte.
manter o local livre de pressão.
Restrição no leito
leito B)Pacientes impossibilita
impossibilitados de movimentar-
movimentar-se:
É o ato de impedir ou limitar a movimentação do paciente, indicado —Usar o lençol móvel ou lençol de baixo.
principalmente para prevenir queda da cama de pacientes semiconscien- —Enrolar o lençol lateralmente, de ambos os lados, até aproximar do
tes, inconscientes, agitados, confusos, crianças e velhos. paciente.
—Encostar a maca no leito.
A restrição no leito tem por finalidade: —Dispor o pessoal ao lado da maca e ao lado da cama e em movi-
mento simultâneo, levantar o lençol com o paciente e colocar delicadamen-
— Prevenir acidentes. te sobre a maca.
— Imobilizar o paciente durante um exame ou tratamento. —Prender o lençol sob o coxim e cobrir o paciente.
Meios usados para restrição —Observar o paciente durante o transporte.
Medicamentoso: consiste na aplicação de sedativos e tranquilizantes, Eliminação intestinal
a critério médico. • A eliminação de resíduos e substâncias tóxicas formadas pe-
Manual: consiste em segurar lo processo metabólico é tão importante quanto a ingestão e assimilação
paciente com as mãos. de alimentos adequados. Essa eliminação é efetuada seletivamente pelos
—Mecânica: consiste em limitar os movimentos através de lençóis, a- órgãos de excreção: pulmão, rins, pele e intestinos.
taduras de crepe, talas e esparadrapo.
Outros: cama de grades, co
coletes. O alimento que entra pela boca percorre todo o trato digestivo, sofren-
do ação de processos físicos e químicos por todo o seu trajeto. Estes
Tipos de restrições processos possibilitam a absorção de nutrientes necessários ao organis-
a) Ombros: consiste em passar um lençol dobrado em diagonal pelas mo; o produto residual (bolo fecal) que chega à ampola retal é eliminado
costas, axilas e ombros e amarrar à cabeceira da cama. pelo mecanismo da defecação.
b) Joelhos: com um lençol dobrado em diagonal, passar sob os joelhos
em circular e amarrar as pontas nas laterais da cama. A defecação é um ato reflexo originado pela presença de fezes no re-
c) Tornozelos e pulso: proteger o pulso ou tornozelo com algodão em to. Os movimentos peristálticos do cólon descendente, sigmóide e do reto,
rama, compressas ou pasta de algodão, e com uma atadura de crepe, mais o aumento da pressão intra-abdominal consequente à contração
fazer uma circular, amarando as pontas nas laterais da cama. muscular da parede abdominal, do diafragma (após inspiração) e do fe-
chamento da glote, possibilitam a defecação.
Transporte de pacientes Fatores que alteram a eliminação intestinal
O to da defecação pode ser inibido por estímulos visuais, auditivos e
O transporte de pacientes dentro da área hospitalar é feito através de olfativos, por mudanças nos hábitos alimentares, atividades e emoções.
cadeira de rodas, maca ou camas especiais (com rodas), de acordo com Frequência
as condições gerais do paciente. Certos casos exigem autorização médica A frequência normal das evacuações é muito variável, sendo que a
para remoção do paciente do leito. Normalmente o transporte é indicado maioria das pessoas evacuam uma vez ao dia.

Técnico de Enfermagem 125 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Procedimento —1 frasco — 6às 12h
Certos cuidados devem ser observados, principalmente com pacientes —1 frasco — 12 às 18 h
acamados, como: —1 frasco — 18 às 24 h
—1 frasco — 24 às 6 h
— respeitar a privacidade durante a evacuação, isolando a cama com —Colocar uma placa no leito do paciente, discriminando DIURESE.
biombos;
— Orientar o paciente para guardar toda urina no frasco correspondente
ma ao período.
ntê-los em posição confortável e que facilite a evacuação;
—após a evacuação, mantê-los em boas condições de higiene corpo- Medir a urina em cálice graduado, quando o período for completado,
ral; ou conforme a rotina estabelecida na clínica.
—agir naturalmente; Anotar o volume.
oferecer bacia com água para lavar as mãos. Antes de desprezar a urina verificar se não é preciso colher amostra
ou encaminhar o volume todo ao laboratório.
Com relação a pacientes internados é muito importante verificar, ano- — Lavar os frascos, mantendo o local em ordem.
tar e comunicar anormalidades quanto a:

—frequência das evacuações; PREVENÇÃO E CONTROLE DAS INFECÇÕES HOSPITALA


HOSPITALARES;
—consistência: endurecida, normal, pastosa, semipastosa, semilíquida Infecção hospitalar
e líquida;
—cor: marrom característica Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
—odor: característico.
Infecção hospitalar ou infecção nosocomial é qualquer tipo de infecção
Eliminação urinária
adquirida após a entrada do paciente em um hospital ou após a sua alta
O aparelho urinário, particular-mente os rins, desempenha papei fun-
quando essa infecção estiver diretamente relacionada com a internação ou
damental na manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico e na eliminação de
procedimento hospitalar, como, por exemplo, uma cirurgia.
escórias como uréia, creatinina e ácido úrico. Normalmente um adulto
elimina em torno de 1000 a 1500 ml de urina em 24 h. Certos fatores como Há mais de vinte anos, a infecção hospitalar era um fantasma que
ingestão de líquidos, condições climáticas, ação de drogas, podem alterar pairava nos quartos e corredores dos hospitais, assombrando apenas os
o volume urinário. A urina possui certas características próprias como: médicos e enfermeiros. A agonia sofrida pelo ex-
presidente brasileiro Tancredo Neves trouxe esse fantasma para o
—cor: amarelo-claro, amarelo-âmbar, castanho; cotidiano de todos os brasileiros. Termos
—transparência: límpida; como septicemia, diverticulite,infecção generalizada se popularizam.
—odor: característico;
—densidade: 1010 a 1030; Desde então, a infecção hospitalar não mudou, apenas tornou-se mais
—sedimentos: com ou sem sedimentos. conhecida, permanecendo como um dos flagelos mundiais na área de
saúde, pois nenhum país tem o controle absoluto da infecção hospitalar,
Assim como a eliminação intestinal, a eliminação urinária também é apenas existem países que possuem números mais baixos de
importante ser observada, anotada e comunicada quando apresentar contaminação.
anormalidades. Prevenção
O termo diurese é utilizado para denominar a quantidade de urina eli- A prevenção de infecções hospitalares por todo o mundo depende
minada. O controle de diurese, quando necessário, é prescrito na papeleta muito mais da instituição hospitalar e de seus trabalhadores do que dos
pelo médico, com discriminação de período e ordens especiais. pacientes, já que ninguém se interna com intenção de contrair doenças
dentro do hospital.
Nesses casos, todo volume urinário de um determinado período é
Os cuidados para não ocorrer elevado número de infecções e sua
guardado em um frasco para ser medido posteriormente, conforme a rotina
prevenção e controle envolvem medidas de qualificação da assistência
estabelecida na clínica.
hospitalar, de vigilância sanitária e outras, tomadas no âmbito do município
e estado e também do antigo e simples costume de lavar as mãos, já que
Terminologia
grande parte das das pessoas não o fazem nos hospitais.
— Anúria: supressão da secreção urinária. Volume urinário menor que
100 ml em 24 h. Controle
— Oligúria: diminuição do volume urinário (menos de 500 ml em 24 h).
— Poliúria: aumento do volume urinário. Desde que no século XIX se pôde observar os seres microscópicos
— Disúria: dificuldade ou dor à micção. que produzem doenças, cientistas e médicos buscaram a forma de destruí-
— Retenção urinária: incapacidade de eliminar a urina. los e evitar a invasão de novos microorganismos.
— Polaciúria: micções frequentes e em pequena quantidade. Na idade média, desconhecendo a causa, queimavam os móveis e
— Nictúria: micções frequentes à noite. utensílios e o cadáver da pessoa que morria nas epidemias de cólera ou
— Incontinência urinária: impossibilidade de controlar a micção. de peste, intuindo que havia algum elemento causador da doença que
— Hematúria: presença de sangue na urina. passava de uma pessoa doente ou de seus objetos para outras pessoas.
— Proteinúria: presença de proteínas na urina.
— Albuminúria: presença de albumina na urina. Louis Pasteur (1822-1895) descobriu algumas das bactérias
— Colúria: presença de pigmentos biliares na urina, de coloração es- causadoras de doença e que muitas delas morriam se aquecidas acima de
cura. certa temperatura. A “pasteurização” do leite consiste em aquecê-lo
— Piúria: presença de pus na urina. durante meia hora a 60 graus; isso mata as bactérias patogênicas e evita a
— Glicosúria: presença de glicose na urina. transmissão de algumas enfermidades.
Antes de Pasteur, um medico que trabalhou em Viena e em
Procedimento Budapeste, Ignácio Semmelweis (1818-1865) obrigava todos a lavarem as
mãos com água e sabão ou aplicar em si próprios hipoclorito de cálcico
Em qualquer situação que haja controle de diurese, é necessário: antes de atenderem as parturientes, o que determinou uma diminuição na
mortalidade por febre puerperal de 18% para 2%.
Providenciar um ou mais frascos limpos, conforme o nº de períodos.
Rotular o frasco: nome do paciente, n.0 do leito e os períodos, se ne-
cessário. Exemplo: se for uma de 4 períodos —

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Nessa época, um cirurgião inglês, Joseph Lister (1827-1912), fez com suor, evite que os micróbios penetrem no organismo. Se a pele se rompe
que os cirurgiões se lavasssem com solução de fenol e aplicou pomadas ou se altera, as bactérias que normalmente nela vivem podem introduzir-se
de ácido fênico nas feridas, reduzindo o número de infecções. no organismo, produzindo infecção.
A importância de Lister é grande, porque implantou os princípios de Outra via importante para a entrada de germes é a respiratória. Aqui,
assepsia, isto é, manter livre de germes os centros cirúrgicos. entre células que recobrem a faringe e a traquéia, existem células que
segregam mucosidade para reter os elementos estranhos, e além disso
O costume de manter o ambiente limpo e de trabalhar com os doentes tem cílios que se movem continuamente para expulsá-los para o exterior.
nas condições mais assépticas possíveis foi pouco a pouco assumido por Esse epitélio fica alterado nos fumantes, por isso eles têm mais infecções
todas as pessoas dedicadas a atender enfermos. A partir dessa época, respiratórias do que os não-fumantes.
novos descobrimentos se fizeram, como o uso de luvas de borracha, a
esterilização por vapor de água e o emprego de anti-sépticos cada vez A entrada de germes pelo aparelho digestivo esta protegida pela saliva
mais eficazes. Parte desses descobrimentos continuam sendo usados, e sucos gástricos, que têm capacidade de destruir alguns micróbios. O rim
porém o grande avanço de nossa época é o uso de material descartável e e a via urinária são protegidos pelo esfíncter de saída e o esvaziamento
os métodos industriais de esterilização, que significaram grande progresso periódico da urina.
no controle das infecções.
Também a vagina e os olhos têm secreções protetoras das infecções.
Ao mesmo tempo em que se progredia no estudo dos compostos São o fluxo vaginal e a lagrimas. A alteração dessas secreções facilita o
capazes de destruir os germes patogênicos sobre os materiais e sobre a surgimento de infecções.
pele, começou-se a buscar substâncias que destruíssem os germes no
interior do organismo, sem prejuízo para as células das pessoas. No
principio do século XX, foram descobertas as sulfamidas, que matavam PROCEDIMENTOS TÉCNICOS DE ENFERMAGEM;
alguns micróbios, mais o avanço mais importante supõe-se ter sido a
obtenção, em 1929, do primeiro antibiótico (a penicilina) a partir de um tipo SINAIS VITAIS
de fungo, Alexander Fleming (1881-1955), embora a sua produção e Temperatura
Temperatura
comercialização só ocorressem nos anos 40. Desde então, até a
atualidade, foram descobertos e produzidos outros antibióticos cada vez A temperatura corporal é proveniente do calor produzido pela atividade
mais eficazes no tratamento de muitas doenças infecciosas. metabólica. Vários processos físicos e químicos promovem a produção ou
perda de calor, mantendo o nosso organismo com temperatura mais ou
Não devem ser esquecidos também os estudos sobre as defesas do menos constante, independente das variações do meio externo. O equilí-
próprio organismo contra as infecções e o descobrimento das vacinas no brio entre a produção e a perda de calor deve-se basicamente ao seguinte
final do século XIX. A partir daí, o uso generalizado e sistemático das mecanismo, controlado pelo hipotálamo: quando há necessidade de perda
vacinações fez diminuir a incidência de algumas doenças e desaparecer de calor, impulsos nervosos provocam vasodilatação periférica com au-
outras, como a varíola, que nos séculos passados produzia grande número mento do fluxo sangüíneo na superfície corporal e estimulação das glându-
de mortes. las sudoríparas, promovendo a saída de calor. Quando há necessidade de
Em 2010, pesquisadores escoceses desenvolveram, na Universidade retenção de calor, estímulos nervosos provocam vasoconstrição periférica
de Strathclyde, um método chamado de descontaminação denominado com diminui-cão do sangue circulante local e, portanto, menor quantidade
Sistema de Descontaminação Ambiental de Luz (High-Intensity Narrow- de calor é transportada e perdida na superfície corpórea.
Spectrum) que utiliza luz de alta intensidade.[1]O método tem 60% mais Alterações fisiológicas da temperatura
eficácia que os métodos tradicionais de eliminação de bactérias e fungos.
Certos fatores de ordem intrínseca ou extrínseca ao nosso organismo
Potencial de contaminação da incisão cirúrgica podem provocar variações na temperatura corporal, dentro dos limites
fisiológicos:
O número de microorganismo presentes no tecido a ser operado
determinará o potencial de contaminação da ferida cirúrgica. De acordo a)Sono e repouso: geralmente é mais baixa no período da manhã e
com a Portaria n° 2.616/98, de 12 de maio de 1998, do Ministério da elevada à tarde.
Saúde, as cirurgias são classificadas em: b)Idade: é mais elevada nos lactentes e nas pessoas de idade mais
Limpas: realizadas em tecidos estéreis ou de fácil descontaminação, avançada.
na ausência de processo infeccioso local, sem penetração nos tratos c)Exercícios: o trabalho muscular eleva a temperatura.
digestório, respiratório ou urinário, em condições ideais de sala de cirurgia. d)Emoções: o stress aumenta a atividade metabólica e conseqüente-
Exemplo: cirurgia de ovário; mente a temperatura.
Fator hormonal: o ciclo menstrual, na fase de ovulação, eleva a tempe-
Potencialmente contaminadas: realizadas em tecidos de difícil ratura.
descontaminação, na ausência de supuração local, com penetração nos Desnutrição: indivíduos desnutridos geralmente apresentam tempera-
tratos digestório, respiratório ou urinário sem contaminação significativa. tura mais baixa.
Exemplo: redução de fratura exposta;
Fator alimentar: há alteração após a ingestão de alimentos e bebidas
Contaminadas: realizadas em tecidos recentemente traumatizados e quentes ou frias.
abertos, de difícil descontaminação, com processo inflamatório mas sem Banhos muito frios ou muito quentes: podem provocar alterações
supuração. Exemplo: apendicite supurada; transitórias da temperatura.
Agasalhos: provocam menor dissipação de calor, portanto, contribuem
Infectadas: realizadas em tecido com supuração local, tecido
para o aumento de temperatura.
necrótico, feridas traumáticas sujas.
Alterações patológicas da temperatura
Defesas contra as infecções a)Em geral a hipertermia acompanha os processos infecciosos e in-
flamatórios.
Sabemos que existem micróbios patogênicos no ar, nos objetos e
sobre a pele, porém normalmente estes não produzem infecções porque b)Reações a distúrbios emocionais e a determinadas drogas.
existe uma série de barreiras naturais que protegem as possíveis portas de Temperatura corporal normal
entrada dos germes. Finalmente, nós, seres humanos, somos parte da
natureza e nela há uma ininterrupta batalha entre os seres vivos e outros, Ë muito difícil delimitar a temperatura corporal normal, porque há vari-
que às vezes se mantêm em equilíbrio e às vezes se destroem. ações individuais, e, num mesmo indivíduo, a temperatura é diferente nas
diversas áreas de seu corpo. Em média, considera-se a temperatura oral
A barreira mais importante contra os germes ambientais é a pele. A normal 370C, sendo a temperatura axilar 0,60C mais baixa e a temperatura
capa superficial da pele é formada por células mortas com grande retal 0,60C mais alta. Alguns autores consideram os limites da normalidade
quantidade de queratina – a mesma substância que forma as unhas. Esta os valores entre 35,80C a 37,20C.
faz com que a pele seja impermeável e, com a secreção gordurosa e o

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Terminologia Hipotermia: aquecimento do indivíduo, através de agasalhos e cober-
tores e do meio ambiente, repouso e ingestão de alimentos quentes.
Hipotermia: temperatura abaixo do valor normal. Caracteriza-se por
pele e extremidades frias, cianose e tremores. Observações:
Hipertermia: aumento da temperatura corporal (igual ou maior que a) Em ambos os casos, o controle da temperatura deve ser mais fre-
37,5ºC). Caracteriza-se por pele quente e seca, sede, secura na boca, qüente.
calafrios, dores musculares generalizadas, sensação de fraqueza, taqui-
cardia, taquipnéia, cefaléia, delírios e convulsões. b) Anotar e comunicar.
— Febrícula ou estado subfebril: variações de temperatura entre c) Medicar conforme a prescrição médica.
37 a 37,5ºC.
Pulso
Locais utilizados para verificação da temperatura
Toda vez que o sangue é lançado do ventrículo esquerdo para a aorta,
a)Oral: o termômetro deverá ser colocado sob a língua, posicionando- a pressão e o volume provocam oscilações ritmadas em toda a extensão
o no canto dos lábios. A verificação da temperatura oral é contra-indicada da parede arterial, evidenciadas quando apalpamos a artéria contra uma
em crianças, velhos, doentes graves, inconscientes e psiquiátricos, porta- superfície dura.
dores de lesões orofaríngeas, após fumar, após ingestão de alimentos
gelados ou quentes. Determinados fatores podem provocar alterações passageiras no pul-
so como emoções, exercícios físicos, alimentação, drogas etc.
O termômetro de uso oral possui bulbo alongado e achatado. Seu uso
deverá ser individual. Além da freqüência do pulso é importante que se observe, ainda, o
ritmo e o volume.
b)Retal: o termômetro possui bulbo arredondado e calibre mais gros-
so. Também é de uso individual, sendo contra-indicada a sua verificação Locais para verificação do pulso
nos seguintes casos: intervenções cirúrgicas do reto e períneo e processos Normalmente faz-se a verificação do pulso sobre a artéria radial.
inflamatórios locais. O termômetro deve ser lubrificado e colocado no Quando o pulso radial se apresenta muito filiforme, artérias mais calibrosas
paciente em decúbito lateral, introduzindo-se cerca de 1 cm deste. Após o como a carótida e femural poderão facilitar o controle. Outras artérias
uso deve ser lavado com água e sabão. como a temporal, facial, braquial, poplítea e a dorsal do pé também possi-
A verificação da temperatura por via retal é considerada a mais fide- bilitam a verificação do pulso.
digna. Características do pulso:
c)Axilar: é de verificação mais freqüente no nosso meio, porém ofere- • Freqüência
ce menor precisão que a tomada por via oral ou retal.
Varia de acordo com a idade e o sexo. Ë importante que se tenha um
Observação:
Observação O termômetro clínico é um instrumento usado para medir registro cronológico da freqüência do pulso.
a temperatura corporal. Geralmente a sua graduação é feita na escala
centígrada. O mercúrio contido no bulbo, sob a ação do calor expande-se Valores normais:
para a coluna graduada, possibilitando a sua leitura Recém-nascido— 120 a 140
Procedimentos Lactente— 100 a 120
Segunda infância e adolescência— 80 a 100
— Providenciar o material necessário:
Adulto: — 60 a 80
• bandeja;
• Volume
• termômetro mergulhado em solução desinfetante;
• bolas de algodão (seco e com álcool); Distingue-se pulso cheio ou pulso fino.
• saco de papel; • Ritmo
• bloco de papel e lápis.
— Rítmico ou regular;
— arrítmico ou irregular.
Cumprimentar o paciente.
Solicitá-lo para secar a axila.
Terminologia
Retirar o termômetro da solução desinfetante, segurando-o pela ex- — Normocardia:
Normocardia freqüência normal.
tremidade oposta ao bulbo e secá-lo do bulbo em direção à extremidade. — Bradicardia: freqüência abaixo do normal.
Agitar com firmeza para baixo até a coluna de mercúrio descer a 350C. — Taquicardia:
Taquicardia freqüência acima do normal.
Colocar o termômetro na axila e posicionar o braço sobre o peito, com — Taquisfigmia:
Taquisfigmia pulso fino e taquicárdico.
a mão direcionada para o ombro oposto. — Bradisfigmia:
Bradisfigmia pulso fino e bradicárdico.
— Manter o termômetro por 10 minutos.
Procedimento
Retirar, segurando-o pelo lado oposto ao bulbo e proceder à leitura.
Limpar com algodão embebido em álcool, da extremidade para o bul- — Cumprimentar o paciente.
bo e mergulhar no recipiente com a solução. — Colocá-lo sentado ou deitado, em posição confortável, com o braço
— Registrar a temperatura. apoiado.
Com os três dedos médios da mão, localizar a artéria na face interna
Observação: As recomendações quanto ao tempo de permanência do do punho, do lado do polegar.
termômetro variam de 2 a 11 minutos. Segundo Beland, o único procedi-
— Quando sentir a artéria, pressionar levemente e contar os batimen-
mento que garante que o termômetro atinja a leitura máxima é remover o
tos por um minuto.
termômetro, proceder à leitura e recolocá-lo por 1 minuto, repetindo a
leitura. Se não houver alteração da temperatura em relação à tomada — Registrar, anotar e comunicar as anormalidades.
anteriormente, considera-se este o valor da temperatura corporal. Se a Observação
Obser vação: não se deve controlar o pulso no braço em que foi feito
vação
leitura do termômetro após 1 minuto indicar alteração, deve-se repetir o cateterismo cardíaco.
procedimento até encontrar 2 leituras consecutivas idênticas.
Respiração
Assistência de enfermagem
A respiração constitui uma das funções vitais do organismo. Através
Hipertermia: banho morno, ambiente frio, compressa fria, com- da respiração é que se efetua a troca de gases a nível alveolar, transfor-
pressa de água e álcool, limitação de exercícios, ingestão de líqui- mando o sangue venoso rico em dióxido de carbono em sangue arterial
dos. rico em oxigênio.

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O tronco cerebral é a sede do controle da respiração automática, po- Fechar a válvula da pêra e inflar rapidamente o manguito (geralmente
rém recebe influências do córtex cerebral, possibilitando também, em até 200 mmHg).
parte, um controle voluntário. Certos fatores como exercícios físicos, Abrir a válvula da pêra lentamente. O primeiro batimento que se ouve
emoções, choro, variações climáticas, drogas podem provocar alterações é a pressão máxima ou sistólica, observando-se a sua correspondência no
respiratórias. manômetro.
O controle da respiração compreende a verificação da freqüência e Continuar a descompressão, considerando-se a pressão mínima
outras características como ritmo e profundidade. quando houver um abafamento do som ou o seu desaparecimento.
Abrir toda a válvula e, após a saída de todo o ar, retirar o manguito.
Valores normais — Deixar o paciente em posição confortável.
— Recém-nascido: 30 a 40 por minuto. — Anotar e notificar qualquer anormalidade encontrada.
— Adulto: 14 a 20 por minuto.
Observações
Procedimento
— Testar o esfigmomanômetro antes da medida, para detectar defei-
—O controle da respiração pode ser realizado apenas visual-mente ou tos como vazamento, defeitos do manômetro e válvula.
colocando-se a mão sobre o tórax. Como a respiração em parte pode ser — O manguito deve ter largura apropriada, em geral que cubra 2/3 do
modificada conforme a nossa vontade, indica-se a sua verificação colo- comprimento do braço.
cando-se a mão do paciente sobre o peito e simulando controle de pulso.
— O manguito deve ser insuflado rapidamente e desinsuflado lenta-
Então, conta-se o número de respirações por um minuto.
mente.
—Em seguida, registra-se o dado obtido, comunicando se houver a-
— O manguito deve ser colocado sobre o braço nu.
normalidades.
O diafragma do estetoscópio não deve tocar a borda inferior do man-
Pressão arterial
guito.
A pressão arterial reflete a tensão que o sangue exerce nas paredes A pressão arterial não deve ser verificada no braço em que foi feito ca-
das artérias. A medida da pressão arterial compreende a verificação da teterismo cardíaco, shunt A-V, ou que haja venoclise.
pressão máxima ou sistólica e a pressão mínima ou diastólica, sendo
registrada em forma de fração: TERMOTERAPIA
pressão sistólica Nome dado ao conjunto de técnicas terapêuticas empregadas no tra-
PA = tamento das enfermidades com base na utilização controlada do calor.
pressão diastólica ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.

A pressão sistólica é a maior força exercida pelo batimento car-


díaco; e a diastólica, a menor. A pressão sistólica representa a in- CRIOTERAPIA
tensidade da contração ventricular; e a diastólica, o grau de resis-
tência periférica. Crioterapia é um termo guarda-chuva que cobre um número de técni-
A pressão arterial depende de: cas específicas. O termo crioterapia significa, literalmente, “terapia pelo
frio”. Qualquer tipo de uso do gelo ou de aplicações do frio com objetivos
débito cardíaco: representa a quantidade de sangue ejetado do ventrí- terapêuticos é, dessa forma, crioterapia. Em outras palavras, crioterapia é
culo esquerdo para o leito vascular em um minuto. Decorre do bom funcio- a aplicação terapêutica de qualquer substância ao corpo, resultando numa
namento da bomba cardíaca; retirada do calor corporal e, por meio disso, rebaixando a temperatura
resistência vascular periférica: determinada pelo lúmen (calibre), pela tecidual.
elasticidade dos vasos e pela viscosidade sangüínea. Traduz uma força
que se opõe ao fluxo sangüíneo; Aplicação de bolsas de gelo, massagem com gelo, aplicação de “cr-
—viscosidade do sangue: decorre das proteínas e elementos figura- yomatic”, criocinética, que significa aplicação intermitentes de frio e exercí-
dos do sangue. cios ativos, crioestiramento, que são aplicações intermitentes de frio e
Alterações fisiológicas estiramento de tecidos moles, banhos em água fria, como por exemplo,
— aumentam a pressão: alimentação, medo, ansiedade, exercícios, turbilhão frio ou imersão em balde com água com temperatura próxima a
dor, estimulantes; zero, cirurgia com gelo, conhecida como criocirurgia.
— diminuem a pressão: repouso, depressão, jejum.
A pressão modifica-se ao longo dos anos, sendo mais baixa na infân- Todas estas técnicas encontram-se sob o termo “guarda-chuva” da
cia e mais elevada na velhice. crioterapia. Estas técnicas estão destinadas a cumprir diversos objetivos
terapêuticos, portanto usar o termo crioterapia para referir-se a uma técni-
Valores normais ca específica gera muita confusão e cria conflito entre elas. As técnicas
— pressão sistólica: de 90 a 140 mmHg; devem ser mencionadas pelos seus nomes específicos.
— pressão diastólica: de 60 a 90 mmHg.
paraa verificação da pressão arterial:
Locais par A crioterapia é uma modalidade terapêutica aplicada intensamente na
—nos membros superiores, através da artéria braquial; Medicina do Esporte, principalmente o gelo, que é utilizado, embora muitas
vezes, sem fundamentos de pesquisa científica.
—nos membros inferiores, através da artéria poplítea.
Procedimentos Histórico
— Providenciar o material necessário:
• esfigmomanômetro Hipócrates usava gelo ou neve antes de iniciar uma cirurgia e que
• estetoscópio Dominique Jean Larrey (médico de Napoleão Bonaparte) realizava, em
soldados, amputações menos dolorosas em temperaturas abaixo de zero
• algodão com álcool
grau.
• papel e caneta.
Posicionar o paciente: deitado ou sentado, com o braço descoberto
apoiado a nível do tórax, com a palma da mão voltada para cima. Os primeiros relatos sobre o uso local do gelo e seus efeitos terapêuti-
Colocar o manguito logo acima da dobra do cotovelo. cos são de Schaubel (1946), nos Estados Unidos, onde é citada a mono-
grafia de Fay e Henny, citados por Schaubel (1946), em que o gelo é
Localizar a artéria e colocar o diafragma do estetoscópio sobre a
utilizado no tratamento da dor em tumores metastáticos e de Krieg, citado
mesma e a outra extremidade nos ouvidos.
por Schaubel (1946), que observou redução do uso de analgésicos em
pacientes operados, assim como menor desconforto com o uso tópico do

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gelo. Descreve citação de Allen, citado por Scbaubel (1946), que realizou o esse motivo temos que duplicar as atenções para não lesarmos a pele
primeiro trabalho experimental para investigação dos efeitos do gelo no do paciente a ser tratado usando essa técnica da crioterapia.
metabolismo, com redução da temperatura local, no reimplante de pata do Iremos descrever os métodos de crioterapia mais utilizadas .
animal traumatizado, reduzindo o risco de gangrena e choque.
Bolsas Frias
Efeitos Fisiológicos Michlovitz (1996) explica essa técnica de bolsas frias que podem ser
compradas por preço baixo ou facilmente feitas. As marcas comerciais
Foi encontrado na literatura, diversos efeitos fisiológicos ocasionados usualmente contêm gel de sílica e está disponível no mercado em
pelo uso da crioterapia e são eles: diversos tamanhos e formatos para cobrir a área a ser tratada de
forma mais adequada. As bolsas podem ser guardadas em uma
- Anestesia unidade especial de refrigeração ou em freezer doméstico. A
- Redução da dor temperatura de armazenamento deve ser de aproximadamente –5ºC
- Redução do espasmo muscular por pelo menos 2 horas antes de uso. Por razões de higiene, deve se
- Estimula o relaxamento colocar uma toalha entre a bolsa e a superfície da pele. O ar é um
- Permite mobilização precoce condutor térmico pobre, portanto, devemos molhar a toalha com água
para que facilite a transferência de energia.
- Melhora a amplitude de movimento (ADM)
- Estimula a rigidez articular
- Redução do metabolismo
- Redução da inflamação
- Estimula a inflamação
- Redução da circulação
- Estimula a circulação
- Redução do edema
- Quebra do ciclo dor-espasmo-dor
Os efeitos fisiológicos citados são conflitantes entre os autores, por
esse motivo iremos verificar quais desses efeitos tem algum trabalho
experimental ou se são comprovados cientificamente com trabalhos
randomizados com grupo controle.
Iremos dividir esses efeitos em grupos, já que foi notado que um efeito Bolsa fria (feitas em casa)
ocasiona outro. Os grupos serão: Algumas bolsas frias são ativadas quimicamente ao bater contra uma
Efeitos Circulatórios superfície dura. Esse tipo de bolsa é bastante utilizada em primeiros
Efeitos no Processo Inflamatório socorros e são descartáveis. A reação química dentro dessas bolsas
Efeitos Metabólicos ocorre em um PH alcalino e pode causar queimaduras na pele se
Efeitos na Dor forem abertas e seu conteúdo vazar sobre a pele.
Efeitos Musculares As bolsas frias se mantém a uma temperatura baixa o suficiente por 15 a
Efeitos nos Nervos Periféricos 20 min. Se um tratamento mais prolongado for necessário, devemos
substituir por uma outra bolsa.
Métodos de Aplicação da Crioterapia
Compressa Fria ou Panqueca Fria
A escolha correta do método de aplicação deve ser baseada, A panqueca fria é utilizada com freqüência por pessoas em suas
principalmente, de acordo com a área a ser tratada, sendo que o tempo de casas. Para se preparar uma panqueca fria devemos molhar uma toalha
aplicação varia tanto em relação ao método utilizado como a área, isto é, em água fria e adicionar, dentro da toalha, gelo moído e dobramos em
uma articulação que apresenta menor espessura do tecido adiposo, o forma de uma panqueca.
tempo necessário para atingir o resfriamento é menor do que em uma
Na compressa fria molhamos uma toalha em água fria e dobramos em
outra área que possui uma maior quantidade de tecido adiposo.
forma de uma compressa.
Segundo Michlovitz (1996) a crioterapia é administrada de várias maneiras.
A panqueca fria é mais eficiente do que a compressa fria, mas, mesmo
A escolha do agente a utilizar depende da acessibilidade da parte do
assim, o seu efeito terapêutico, para reduzir a temperatura de um tecido, é
corpo a ser tratada e do tamanho da área a ser resfriada. O pé pode
muito limitado.
ser melhor coberto por um banho de imersão frio, por exemplo, e o
joelho por um bolsa fria amarrada ao redor do mesmo. O tratamento Pode ser indicada nos casos onde necessitamos de um resfriamento
do tornozelo e da perna pode ser feito mais eficientemente por bolsas superficial. Esse método tem eficiência em torno de apenas 5 min, pois a
frias do que massagem com gelo. partir desse momento a temperatura se eleva perdendo assim o objetivo
do tratamento.
Segundo Gould, 1993, uma pequena quantidade de sal pode aumentar os
efeitos fisiológicos da crioterapia. Massagem com Gelo
Freqüentemente a pele sob o agente resfriador irá ficar vermelha. Isso Segundo Rodrigues (1995) a massagem com gelo já é bastante
pode ocorrer por uma das duas razões. Primeiro, o O2 não se dissocia conhecida e utilizada, mas seus efeitos fisiológicos ainda não foram
tão livremente da hemoglobina a baixas temperaturas, portanto, o discutidos e interpretados para que a mesma possa ser indicada.
sangue, passando através do sistema venoso, está altamente
oxigenado, dando uma cor mais vermelha à pele. Seguindo depois de A massagem com gelo é feita geralmente sobre uma área pequena,
10 a 15 min. da utilização da crioterapia, ao se mover o estímulo frio, sobre um músculo, um tendão ou sobre pontos gatilhos. Essa técnica é
uma “hiperemia” pode ocorrer, trazendo maior quantidade de sangue simples e pode ser ensinada a pacientes confiáveis para aplicação
para o local. doméstica.
Existe uma combinação de água e álcool (a cada 4 medidas de água A água é congelada em copo de papel para facilitar o manuseio do
adiciona 1 de álcool) para obter uma consistência gelatinosa, que gelo pelo terapeuta. Outra alternativa seria colocar um palito no copo com
facilitará a moldagem da articulação ou região a ser tratada. Essa água e teria assim o formato de um “pirulito” e seu manuseio seria através
mistura ocasiona uma sensação de ardência maior que a normal e por do palito para aplicação dessa técnica.

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Uma área de 10 a 15 cm pode ser coberta em 5 a 10 min. O gelo é temperatura entre 1ºC a 5ºC para tratamento de áreas pequenas e de
aplicado sobre a pele em movimentos circulatórios ou no sentido de “vai-e- 10ºC a 15ºC para trabalhar em áreas grandes. O jato de água tem o
vem”. Durante a massagem com gelo o paciente experimentará objetivo de massagear a área. Não foi encontrado mais detalhe dessa
provavelmente quatro sensações distintas incluindo frio intenso, técnica. Rodrigues questiona em seu trabalho que “o banho frio tem o
queimadura, dor e então analgesia. Os estágios de queimadura e dor objetivo de reduzir o metabolismo e promover a vasoconstrição, mas
devem passar rapidamente dentro de 1 a 2 min. Uma fase mais quando nós fazemos hidromassagem nos tecidos, não estamos
prolongada de dor e queimação pode ocorrer se a área coberta for muito promovendo estilos para um maior efeito metabólico, muito embora em
grande ou se uma resposta hipersensitiva for iminente. A temperatura da proporções bem menores do que ocorre no banho quente.
pele normalmente não cairá abaixo de 15ºC quando esta técnica for Pacote de Gelo
empregada e assim o risco de dano ao tecido é mínimo.
Essa técnica é a mais utilizada entre todas as outras, porém, muitos
As respostas fisiológicas podem ser afetadas por dois fatores: terapeutas encontram dificuldades para a modelagem da articulação ou
Aplicação é fásica: conforme a área é massageado, o gelo fica em das extremidades. Portanto, para facilitar a modelagem, devemos moer ou
contato com uma área específica e o tecido é exposto de novo a triturar o gelo e, após colocarmos dentro de sacos plásticos, devemos
temperatura ambiente, tomando assim o resfriamento mais lento; retirar o ar e fechar em seguida.
O pacote poderá ser fixado ao local da aplicação por faixas, ataduras
Ação da massagem com gelo estimula os receptores mecânicos: de crepe ou um peso para estabilizar o pacote quando possível.
quando executada por movimentos curto e breve; facilita a inibição neural,
quando executada por movimento lento e prolongado. Esta é uma boa A temperatura do pacote está em torno de 1ºC a 3ºC
técnica para a aplicação sobre áreas pequenas. aproximadamente.
Uma outra forma de massagem com gelo é a técnica de Rood, que
realiza movimentos de varredura rápido e diretamente sobre os músculos
tentando melhorar a contração muscular.
Banho de Imersão
Essa técnica é utilizada para cobrir um seguimento corporal, utilizando
água misturada com gelo. O tempo de aplicação é regulado por quanto se
quer reduzir a temperatura do local a ser tratado. É importante destacar
que essa técnica leva a uma diminuição da temperatura muito rápida, em
comparação com as outras técnicas.
Quando o objetivo for resfriar as extremidades, é mais prático o banho
de imersão, a menos que seja desejável uma elevação simultânea. Essa Pacote de gelo
técnica assegura contato circunferencial do agente resfriador. Gelo, Compressão e Elevação
Podemos utilizar essa técnica em extremidades como: cotovelo, braço, Essa técnica é usada universalmente nos cuidados imediatos das
mão e tornozelo, mas também pode ser utilizada em grandes áreas como lesões agudas nos esporte.
a região lombar ou membro inferior.
Foi a única técnica que encontramos com trabalho experimental,
É necessário um recipiente com tamanho suficiente para cobrir a área randomizado e provou sua eficácia no tratamento de pós-operatório em
a ser tratada. Iremos dosar a quantidade de gelo em relação a água para artroplastia total de joelho, como já foi dito anteriormente.
obtermos a temperatura desejada para realizar a terapia.
Além dos efeitos da crioterapia temos os efeitos da elevação e
compressão. A compressão é feita por faixa elástica ou por aparelhos que
possuem um recipiente de espuma com elástico e uma faixa com crepe,
como o Polar Care.
A compressão atua aumentando a pressão externa da vasculatura.
Dado que a pressão externa está no denominador da fórmula da pressão
de filtração capilar, essa técnica pode ajudar no controle da formação do
edema e, também, poderá ajudar a reduzir o inchaço, ao promover a
reabsorção do fluído. A pressão externa é mais efetiva quando o edema
começa a ocorrer e será efetiva enquanto houver edema.
Segundo Knight et alli, 1985 “a pressão hidrostática resulta do peso da
água. Na medida em que mergulhamos, por exemplo, no mar, a pressão
hidrostática capilar é menor quando o segmento corporal está em porção
fluida do sangue. A pressão hidrostática capilar é maior quando o
Técnica de Imersão segmento corporal está em posição pendente do que quando elevado em
A perda da temperatura dessa técnica pode ocorrer à medida que o função do maior peso da água. A elevação, assim, é benéfica durante os
gelo derrete. Para mantermos a temperatura, devemos repor o gelo cuidados imediatos, por diminuir a pressão hidrostática capilar, o que faz
constantemente e monitorarmos a temperatura com um termômetro dentro baixar a pressão de filtração capilar. Embora a elevação também diminua a
do recipiente. Outro fator importante é o aquecimento da película da água pressão hidrostática tecidual, seu valor normal é muito menor do que da
que circunda a região tratada após 5 min. iniciais da imersão, para que pressão hidrostática capilar, de tal modo que a variação absoluta na
isso não interfira no tratamento devemos movimentar a água pressão hidrostática tecidual devida a elevação será negligenciável”.
constantemente. Encontramos dois tipos de aparelho que fazem essas ações de
Por razões de higiene para cada terapia devemos trocar a água crioterapia, elevação e compressão; um deles é o Polar Care e o outro é o
usada. Nunca devemos reutilizar a água mesmo sendo congelada Cryo Cuff.
novamente.
Turbilhão Frio
Esse aparelho tem as mesmas características do turbilhão
convencional, isto é, um recipiente com um reservatório de água e um
aparelho que proporciona um jato de água, porém, atua com uma

Técnico de Enfermagem 131 A Opção Certa Para a Sua Realização


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petrolato. O processo de descongelamento pode ser doloroso e o
congelamento pode reduzir a resistência local da infecção e predispor uma
cicatrização demorada.
Banho de Contraste
Essa técnica consiste numa alternância entre o calor e o frio, onde os
objetivos são vasomotores, isso é, alterações circulatórias que o agente
frio e o calor promovem nos tecidos.
É realizado dois recipientes, um deles contendo uma mistura de gelo e
águas, e o outro com água quente numa temperatura que varia de 40ºC a
45ºC.
A água quente deve ser iniciada com duração de 5 min. para promover
uma vasodilatação alterando o fluxo sangüíneo de 1,6 lts para 1,71 lts. Em
seguida deve ser usado o frio que provocará uma queda imediata da
temperatura subcutânea e profunda.
Aplicação da crioterapia, com uso do Polar Care
Devemos terminar a técnica utilizando o frio com duração de 3 min.
com o objetivo de resfriar os tecidos e reduzir as necessidades
metabólicas dos mesmos.

Aplicação da crioterapia, com uso do Cryo Cuff Banho de contraste (frio)

A aplicação imediata dessa técnica é a medida prioritária para lesões


decorrentes no meio esportivo, visto que o gelo demorará 5 min ou mais
para agir sobre o fluxo sangüíneo.
Spray de Vapor Frio
Historicamente, dois tipos de spray são usados,os de Flori –Metano
que são os não inflamável e não tóxico e o Etil-Clorido que é um vapor
refrigerante destinado a aplicação tópica para controlar a dor associada às
condutas cirúrgicas menores, tais como lancetar furúnculos ou drenar
pequenos abscessos, lesões de atletismo, injeções e para o tratamento de
dor miofascial, movimento restrito e espasmo muscular.

Banho de contraste (mudança)

Banho de contraste (quente)


Spray para o uso da crioterapia
Foi encontrado na literatura um protocolo de banho de contraste
Devemos evitar a inalação do Etil-Clondo, pois pode produzir efeitos elaborado pela CEFESPAR com duração total de 30 min., seguindo as
narcóticos, anestésicos gerais e anestesia profunda ou coma fatal, com informações já citadas anteriormente, em relação ao início e ao término da
parada cardíaca ou respiratória. O Etil-Clorido é inflamável e nunca deve aplicação de cada principio físico, no caso frio e quente.
ser usado na presença de uma chama em aberto, ou equipamento elétrico
de cauterização. Quando usado para produzir congelamento dos tecidos, AGUA QUENTE AGUA FRIA
as regiões adjacentes da pele devem ser protegidas com aplicação de

Técnico de Enfermagem 132 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
TEMPERATURA TEMPERATURA Precauções
TEMPO TEMPO
40ºC 5 min. 15ºC 1 min. O frio pode causar um aumento na pressão sistólica e diastólica transi-
45ºC 1 min. 10ºC 1 min.
tório. Um monitoramento cauteloso deve ser feito se usar a crioterapia para
45ºC 1 min 5ºC 1 min.
pacientes hipertensos. A pressão arterial deve ser aferida antes e depois
45ºC 1 min 1ºC 1 min.
45ºC 1 min 1ºC 1 min. do tratamento. O tratamento deve ser suspenso se houver um aumento
45ºC 1 min 1ºC 1 min. significativo da pressão arterial.
45ºC 1 min 1ºC 1 min.
45ºC 1 min 1ºC 1 min. A crioterapia deve ser aplicada com cautela em indivíduo com hiper-
45ºC 1 min 1ºC 1 min. sensibilidade ao frio, circulação defeituosa e doenças termo-regulatórias.
45ºC 1 min 1ºC 1 min. Se após essas considerações a crioterapia for o tratamento escolhido
45ºC 1 min 1ºC 1 min. desses pacientes, monitoramentos próximos da resposta e ajuste apropri-
45ºC 1 min 1ºC 3 min. ado aos parâmetros de tratamento são necessários. Diminuindo a duração
TOTAL = 16 min. TOTAL = 14 min. e ajustando a intensidade da aplicação, podemos produzir os efeitos
desejados sem provocar reações adversas.
Relação de temperatura e tempo no banho de contraste Fonte:
Rodrigues, A., Crioterapia, 1995 p.73 A cicatrização pode ser dificultada por baixas temperaturas. Lundgren
e associados demonstraram uma redução de 20 % nas forças de “tensio-
Cryo 5 namento” de feridas em coelhos mantidos a uma temperatura de 12ºC,
Esse aparelho é, sem dúvida, a novidade para a aplicação da comparados com outros coelhos mantidos a uma temperatura de 20ºC. A
crioterapia. Consiste em um aparelho elétrico, que resfria o ar ambiente diminuição da cicatriz pode ter sido causada pela redução da circulação do
numa temperatura de até -30ºC, que pode ser regulado digitalmente. A sangue para aquela área. Somente os animais mantidos a baixa tempera-
distância da extremidade do aparelho deve ser de 5 a 20 cm da pele. O tura mostraram essa deficiência de resposta na cicatrização. Até que seja
aparelho traz uma comodidade ao paciente em relação a umidade e, ao demonstrado o contrário é, provavelmente, uma decisão prudente evitar
fisioterapeuta, por ter diversos tamanhos adaptáveis ( 5 a 10 mm ) com a aplicações de frio diretamente sobre uma ferida durante as 2 ou 3 sema-
extremidade, podendo ter uma aplicação mais individualizada. O fabricante nas iniciais de cicatrização.
desse aparelho recomenda o uso dessa técnica de aplicação da crioterapia
de 1 a 10 min. Foi pedido ao fabricante algum trabalho experimental para A aplicação da crioterapia por tempo prolongado, 1 a 2 horas, sobre
verificação da comprovação dos efeitos desse aparelho, mas não um nervo periférico superficial, como exemplo a epicondilite medial do
obtivemos resposta até então. O Cryo 5 funciona com ar natural, livre de cotovelo ou cabeça fibular, pode levar a neuroplaxia.
custos adicionais. Esse aparelho está por volta de US 17.500 (preço
verificado no HOSPITALAR 99). Por uma ou duas horas depois da crioterapia, os pacientes devem evi-
tar “estresse” que possa, potencialmente voltar a machucar ou agravar as
patologias para os quais eles foram tratados. A analgesia produzida pela
crioterapia pode esconder dor induzida por exercícios, assim dando aos
pacientes uma falsa segurança. Diminuir a temperatura das articulações
pode aumentar a necrose. Assim, diminuindo o tempo de reação e a
velocidade da mobilidade. Esse fato combinado com a analgesia, pré-
dispõe o paciente a novas lesões.

Quando considerando a crioterapia, o terapeuta deve estar


familiarizado com o “status” médico do paciente. Antes do tratamento,
devemos testar uma pequena área de pele com gelo para verificarmos a
hipersensibilidade.

Se a hipersensibilidade ocorrer, isso deve ser documentado e o trata-


mento com a crioterapia suspenso. Em termos gerais, a crioterapia é
administrada por 10 a 30 min., com períodos mais longos recomendados
para pacientes obesos.

Cryo 5 e detalhe do mostrador digital de regulador de Tº Teste de Hipersensibilidade


Hipersensibilidade ao Frio

Esse teste é fundamental antes de qualquer método de aplicação da


crioterapia, porém, muitos dos terapeutas não se preocupam em fazer
esse teste. Consiste em uma aplicação de aproximadamente 10 a 20 seg.
usando um cubo de gelo sobre um ponto da pele e após esse período
verifica-se a condição da pele. Se a hipersensibilidade ocorrer, isso deve
ser documentado e o tratamento com a crioterapia suspenso.

Aplicação com Cryo 5

PRECAUÇÕES

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medidas de circunferência, graduação da dor, graduação de força muscu-
lar e grau de amplitude de movimento (ADM). Descrições adicionais de
mudanças na temperatura da pele ou a sua aparência, qualidade do ede-
ma e sensação também são documentadas. Anotações clínicas incluem
reavaliações periódicas do nível geral funcional do paciente, especialmente
relacionados com aquelas dificuldades diretamente afetadas pelo trata-
mento

Contra-
Contra-Indicações

Em algumas doenças são contra-indicados o uso da crioterapia. Ire-


mos citar as principais, mas é bom ressaltar que todas as doenças a serem
tratada com a crioterapia, antes devem ser bem estudadas pelo fisiotera-
peuta

Crioglobulinemia é uma doença caracterizada pela presença de uma


proteína sangüínea anormal, que forma um gel quando exposta a baixas
temperaturas. Essa formação de gel pode levar a isquemia ou gangrena.
Crioglobulinemia está associada com certos tipos de infecções bacterianas
Antebraço antes do teste de sensibilidade e virais, doença crônica do fígado, lupos eritematoso sistêmico e outras
doenças reumáticas.

Fenômeno de Raynaud é uma doença vasoespástica, que pode ser


ideopática ou associada com outras doenças. É um episódio de constrição
de pequenas artérias e arteríolas nas extremidades, que resulta em palidez
e/ou cianose da pele, seguida por hiperemia e vermelhidão. A
vasoconstrição pode ser grande o bastante para levar a uma oclusão
completa dos vasos.

Hemoglobinúria proximal fria pode ocorrer depois de exposição local


ou generalizada ao frio. Hemoglobina que normalmente é encontrada entre
as células vermelhas do sangue, é liberada das células vermelhas do
sangue e aparece na urina.

Gota: É um distúrbio metabólico que sofre importante influência gené-


tica, manifestada por níveis elevados de ácido úrico sérico, crises recorren-
tes de artrite aguda, formação crônica de agregados de cristais de MUS
Antebraço durante o teste de sensibilidade. nas articulações, nas bainhas sinoviais, bursas, tecidos subcutâneos.

A concentração de ácido úrico no líquido sinovial é semelhante aquela


do plasma, e nos pacientes hiperuricêmicos observa-se a super saturação
de urato em ambos os ambientes. Assim, é maior a probabilidade de
formação de cristais de monourato de sódio, agentes inflamatórios primá-
rios. Outros fatores contribuem para a formação desses cristais: a presen-
ça intra-articular de gama globulina, de colágeno tipo I, diminuição de pH e
da temperatura intra-articular, traumatismo articulares e rápidas flutuações
nos níveis séricos de urato.

A baixa temperatura facilita a formações desses cristais monourato de


sódio e conseqüentemente piorando o caso clínico dos pacientes portado-
res dessa doença.

Comprovação Científica

Pesquisamos de 1990 a 2000 na MEDLINE usando palavras chaves


Antebraço depois do teste de sensibilidade.
como gelo, randomizados, crioterapia, fisioterapia e reabilitação. Encon-
tramos 2 trabalhos controlados randomizados utilizando gelo, sendo um
Documentação do Tratamento em tratamento pós-operatório em artroplastia total de joelho, e o outro na
influência na dor em artrite reumatóide. Esses dois artigos científicos
Como em qualquer técnica o uso da crioterapia em um programa fisio- estarão disponível na página principal em Artigos Científicos.
terapêutico é baseada nas metas do tratamento. As metas são estabeleci-
das pelo paciente e pelo fisioterapeuta, depois de avaliação detalhada do Tomamos como referência de um trabalho adequado o número de pa-
paciente, incluindo o histórico do problema presente e medidas subjetivas cientes, trabalhos randomizados com grupo controle, comparação estatís-
e objetivas das dificuldades e do status funcional correto. Documentação tica entre o grupo controle e o grupo experimental, observador cego e
inclui registro preciso dos parâmetros do tratamento, mudanças nas res- métodos de avaliação comprovados.
postas do paciente durante o tratamento e entre seções ou em qualquer
modificação das metas ou do programa de tratamento. Parâmetros especí-
Inesperadamente e contrariamente à pratica clínica não encontramos
ficos para aplicação da crioterapia do método utilizado, duração, local da
literatura vasta a respeito, salvo efeitos fisiológicos, não encontramos
aplicação e posição do paciente. Resultados do tratamento podem incluir
material metodologicamente aceitáveis para a aplicação terapêutica do

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gelo, ou seja, não encontramos comprovação através da “medicina basea-
da em evidências”.

Esse conceito vem sendo amplamente aceito no “mundo científico” há


vários anos em paises do primeiro mundo e começa a ganhar espaço no
Brasil. A fisioterapia ainda não faz a “medicina baseada em evidências” no
seu dia a dia, o que nos faz imaginar que as terapias são feitas sem serem
comprovadas cientificamente, colocando em risco a saúde pública.

O MEDLINE contém 51 % das publicações da área médica mundial,


com excelentes periódicos e suficientes para um trabalho de graduação.

Infelizmente não encontramos bases científicas correspondentes ao


uso descontrolado do gelo terapêutico em nosso meio. Isso nos faz refletir
se estamos realmente reabilitando.
Irrigador e sonda retal para lavagem intestinal
Aconselhamos que as pesquisas de artigos científicos sejam feitas na — Conduzir o paciente à sala de preparo ou levar o material para a
BIREME enfermaria, no caso de realizá-la no leito do paciente.
— Cercar .o local com biombo, colocar o impermeável no leito.
SONDAGEM E LAVAGENS — Pendurar o irrigador no suporte a mais ou menos 50 cm acima do
Lavagem Intestinal nível do paciente.
— Colocar o paciente em posição de Sims (ver procedimentos para
É a introdução de liquido no intestino através do ânus ou da boca da
diagnóstico) e protegido com lençol.
colostomia. Cohtomia é a exteriorização de uma alça intestinal na parede
abdominal (“ânus” artificial). — Lubrificar mais ou menos 10 cm da sonda retal com gaze e
lubrificante.
Finalidades — Envolver a sonda com uma gaze marcando o comprimento da
— Eliminar ou evitar a distensão abdominal e flatulência sonda a ser introduzido (10 cm).
— Facilitar a eliminação das fezes;
— Afastar os glúteos com papel higienico, introduzir a sonda, abrir a
— Remover o sangue nos casos de melena;
pinça e deixar escoar o líquido.
— Preparar o paciente para cirurgias, exames e tratamento do trato
intestinal; — Durante a lavagem, observar as reações do paciente
— Introduzir medicamentos. (principalmente problemas respiratórios) e massagear com movimentos
circulares o abdômen.
Soluções utilizadas — Ao término, pinçar a extensão, retirar a sonda retal, desadaptá-la do
— Soro fisiológico ou água acrescido ou não de: tubo de borracha e colocá-la na cuba-rim.
— Colocar o paciente na comadre ou levá-lo ao vaso sanitário.
• glicerina, vaselina ou sabão líquido: funcionam como emolientes;
— Verificar o efeito da lavagem.
• cloreto de potássio (KC1): para não ocorrer hipopotassemia nas la-
vagens intestinais freqüentes; — Checar e anotar: horário, efeito desejado, aspecto e consistência
das fezes.
• neomicina para destruir os microrganismos entéricos. Observações
Material — Orientar o paciente a reter o líquido da lavagem por mais ou
— Irrigador com tubo de borracha e soluções da lavagem intestinal menos 15 minutos, a fim de proporcionar um melhor efeito.
(aquecidas a uma temperatura de mais ou menos 40°C). — Orientar o paciente a não dar a descarga no vaso sanitário ou
— Pinça Pean ou similar. desprezar as fezes da comadre antes de o é feito da lavagem ser
— Sonda retal: em geral, para as mulheres é de n° 22 ou 24 e nos verificado.
homens de n.° 24 ou 26. — Quando a solução já vier acondicionada em frascos próprios, a
— Cuba-rim, gaze, papel higiênico. sonda retal poderá ou não ser conectada diretamente ao frasco após abri-
— Lubrificante: geralmente vaselina ou pomada de Xylocaína. lo.
— Suporte para irrigador. — Nos casos de colostomia, verificar qual é a boca proximal e
— Impermeável. distal, e- introduzir a sonda no sentido do trajeto do intestino.
— Biombo e comadre coberta. Não se deve forçar a introdução da sonda, e recomenda-se uti-
Procedimentos lizar-se sondas de calibre menor (n.° 20). O paciente será colo-
— Preparar a lavagem intestinal: cado na posição dorsal e, ao término, deve-se deitá-lo sobre a
comadre para que esta receba as fezes eliminadas pela colos-
• adaptar a sonda retal à extensão de borracha e pinçar o tubo; tomia. Na lavagem intestinal pela boca distal, encaminhar o pa-
• preparar a solução e colocá-la no irrigador ciente para o vaso sanitário.
• retirar o ar da extensão de borracha. — Observar lipotimia nos pacientes em que se realizam várias
lavagens intestinais seguidamente.
Sondagem nasogástrica (SNG)
É a introdução de uma sonda de calibre variado, através do nariz
(mais utilizado) ou da boca até a cavidade gástrica permanecendo:
— Aberta: tem por finalidade drenar a secreção existente na cavi-
dade gástrica.
— Fechada: em geral, é indicada para alimentar ou medicar pacientes
impossibilitados de deglutir.
Indica-se a SNG em:

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— Preparo pré-operatório de algumas cirurgias. Tem por objetivo retirar o conteúdo gástrico excessivo ou nocivo
— Lavagem gástrica. (intoxicação medicamentosa ou alimentar, retenção de alimentos não
— Coleta de material para exame de suco gástrico. digeridos), preparar a cavidade gástrica para exames ou cirurgia e
estancar hemorragia gástrica ou esofágica (realizada com solução gelada).
— Alívio das distensões abdominais.
— Alimentação nos pacientes impossibilitados de deglutir. São procedimentos de enfermagem:

São procedimentos de enfermagem: — Reunir o material: seringa de 50 ou 100 cc, balde, jarro, solução
prescrita, cuba-rim, gaze, toalha.
— Reunir o material: — Explicar ao paciente o procedimento, colocá-lo em decúbito dorsal
• sonda (SNG): em geral nos 14 a 16 nas mulheres, e n.° 16 a 18 nos e proteger o seu tórax com a toalha. Nos inconscientes, colocá-lo com a
homens; cabeceira ligeiramente elevada.
• lubrificante: recomenda-se uma pomada com anestésico; — Aspirar na seringa a solução que está no jarro. Conectar a seringa
• gaze, esparadrapo; na sonda dobrada, desdobrá-la e introduzir a solução. Pode-se também
• toalha; conectar um equipo ao frasco do soro e ligá-lo à sonda.
• seringa e estetoscópio. — Esvaziar por sifonagem (virar a extremidade da sonda para o balde,
que se deve localizar a nível inferior).
— Orientar o paciente sobre os procedimentos, e colocá-lo na
— Repetir a técnica tantas vezes quanto for necessário.
posição de Fowler ou em decúbito dorsal.
— Durante o procedimento, observar reações do paciente: dispnéia,
— Medir o comprimento da sonda a ser introduzido: da base da orelha
cianose, palidez.
até a ponta do nariz e descendo até o final do esterno. Marcar com uma
tira de esparadrapo. — Anotar as características do líquido de retorno e volume injetado e
drenado.
— Colocar a toalha sobre o tórax do paciente.
Sondagem vesical
— Lubrificar mais ou menos 10 cm da sonda, introduzir por uma das
narinas, e, após a introdução da parte lubrificada, flexionar o pescoço de a introdução de um cateter estéril através da uretra até a bexiga, com
tal forma que o queixo se aproxime do tórax. Pedir para o paciente fazer o objetivo de drenar a urina. Deve-se utilizar técnica asséptica no
movimentos de deglutição durante a passagem da sonda pelo esôfago procedimento a fim de evitar uma infecção urinária no paciente.
(observar se a sonda não está na cavidade bucal).
Tem por finalidades:
— Introduzir a sonda até a marca do esparadrapo.
— Testar se a sonda está na cavidade gástrica através de um desses — Esvaziar a bexiga dos pacientes com retenção urinária.
métodos: — Controlar o volume urinário.
• colocar o diafragma do estetoscópio no abdômen do paciente e — Preparar para as cirurgias, principalmente as abdominais.
injetar rapidamente 20 cc de ar. Se ouvirmos o ruído, a sonda — Promover drenagem urinária dos pacientes com incontinência
está no local correto; urinária.
• aspirar com uma seringa o conteúdo gástrico; — Auxiliar no diagnóstico das lesões traumáticas do trato urinário.
• colocar a extremidade da sonda em um copo com água. Se a água Observações
borbulhar, a sonda deverá ser retirada e o procedimento repetido. A sondagem vesical só é aconselhada na retenção urinária quando
— Fixar a sonda com esparadrapo na asa do nariz. Se for SNG os outros meios foram ineficazes.
aberta, a sonda deverá ser conectada a uma extensão e frasco coletor.
— Durante o procedimento, observar reações do paciente: dispnéia, Medidas para estimular a micção:
tosse, cianose. — verificar se se trata de retenção urinária ou anúria. Se houver
— Deixar a unidade em ordem e anotar. hipertensão dolorosa da bexiga, é retenção urinária;
— Na SNG aberta, controlar diariamente o volume e características — abrir torneira próximo ao paciente;
(cor, presença de grumos ou sangue). — despejar água morna na região perineal;
— Manter o paciente em posição de Fowler, a fim de evitar esofagite — colocar bolsa de água quente na região abdominal;
de refluxo.
— promover privacidade do paciente.
Aspiração gástrica
Procedimentos no cateterismo feminino
a retirada de ar ou conteúdo gástrico, com a finalidade de retirar
material para exame e diminuir ou prevenir as distensões ab- — Sondagem de alívio:
dominais por retenção de líquidos ou ar no estômago (realiza- • reunir o material: pacote de cateterismo vesical esterilizado (varia de
se de duas em duas horas, quatro em quatro horas ou sempre hospital para hospital, mas basicamente é uma cuba-rim, uma cuba
que necessário). redonda, bolas de algodão ou gaze, uma pinça Pean ou similar), sonda
uretral (n.os 10, 12, 14), luvas, comadre, biombo, material para higiene
São procedimentos de enfermagem:
íntima, anti-sépticos, lubrificantes ou geléia anestésica, tubo de ensaio
— Reunir o material: gaze, seringa de 20 cc, cuba-rim. para colher amostra (se necessário), campo fenestrado;
— Dobrar a SNG e desconectá-la da extensão, protegendo-a com • cercar as camas com biombos, colocar o material na mesa de
gaze. cabeceira;
— Conectar a seringa à extremidade da SNG, envolvendo-a com a • fazer a higiene íntima ou pedir para a paciente fazê-la, enxugar o
gaze e desdobrar a sonda. períneo e proteger com compressa estéril;
— Aspirar, dobrar a sonda, desconectar a seringa e desprezar o • lavar as mãos;
conteúdo gástrico na cuba-rim.
• colocar a paciente em posição: pernas flexionadas e afastadas uma
— Repetir o procedimento tantas vezes quanto for necessário. da outra, e abaixar a compressa que cobre o períneo;
— Medir o volume da secreção aspirada e anotar. • abrir com técnica asséptica o pacote de cateterismo sobre a cama
— Lavar o material e deixar a unidade em ordem. entre as pernas da paciente;
Lavagem gástrica • colocar na cuba-redonda o anti-séptico e o lubrificante na gaze;
É a introdução, através da SNG, de líquido na cavidade gástrica, • abrir o invólucro da sonda vesical, colocando-a na cuba-rim;
seguida da sua remoção. • colocar a luva com técnica asséptica;

Técnico de Enfermagem 136 A Opção Certa Para a Sua Realização


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• lubrificar a sonda; • recobrir a glande com o prepúcio, a fim de evitar edema da glande;
• colocar o campo fenestrado, aproximar a cuba-rim; • fixar a sonda na coxa ou na região hipogástrica (profilaxia de fístulas
• afastar os pequenos lábios com o polegar e o indicador da mão uretrais).
esquerda, fazer anti-sepsia com as bolas de algodão ou gaze embebidas Observações
na solução anti-séptica com a mão direita através da pinça Pean. A anti-
sepsia deverá ser no sentido púbis — ânus; na seqüência: grandes lábios, — Para facilitar a saída da urina e prevenir infecção, deve-se evitar
pequenos lábios, vestíbulo; usar a bola de algodão uma vez, e desprezá- que a extremidade da extensão fique mergulhada na urina coletada.
la. Com a mão direita, afastar a cuba redonda e pinça; — Fazer controle bacteriológico da urina em pacientes sondados. Para
• continuar a manter, com a mão esquerda, exposto o vestíbulo e, com colher a urina, puncionar com seringa e agulha estéreis a sonda
a mio direita, introduzir a sonda lubrificada (mais ou menos 10 cm), e desinfetada com solução anti-séptica.
colocar a outra extremidade na cuba-rim para receber a urina drenada; — Não desconectar a junção sonda-tubo de drenagem.
• retirar a sonda, quando terminar a drenagem urinária; — Manter higiene perineal.
• controlar o volume urinário, colher amostra da urina ou guardá-la — Observar obstrução da sonda, através da presença de “bexigoma”.
para o controle de diurese; — Manter sempre o sistema de drenagem abaixo do nível do paciente.
• deixar a unidade e o material em ordem. Irrigação vesical
—Sondagem de demora: Ë a irrigação contínua da bexiga com a finalidade de lavá-la e limitar a
multiplicação de microrganismos. Por isso, é necessário que o paciente
• reunir o material: idêntico a de alívio, sendo substituída a sonda esteja cateterizado com uma sonda de Folley de 3 vias.
de polivinil pela sonda de Folley e acrescentando seringa com
soro fisiológico, agulha, esparadrapo, Urofix ou conjunto de — 1ª via: drenagem da urina;
drenagem fechado; — 2ª via: insuflação do balão com água destilada;
• repetir a técnica da sondagem vesical de alívio; — 3ª via: irrigação contínua. O material introduzido por essa via será
• após a passagem da sonda, insuflar o balãozinho com soro eliminado juntamente com a urina.
fisiológico, através da válvula existente na extremidade da sonda e puxá-la São procedimentos de enfermagem:
até sentir-se a ancoragem do balão no trígono vesical;
• retirar campo fenestrado; — Reunir o material: soro fisiológico acrescido ou não de antibióticos
ou anti-sépticos, equipo de soro.
• conectar a sonda na extensão do coletor e prendê-lo na grade da
cama; — Conectar o equipo ao soro, retirar o ar e colocar no suporte a uma
altura superior a 50 cm do paciente.
• retirar as luvas;
— Ligar o equipo à 3 a via da sonda de Folley.
• fixar a sonda com uma- tira de esparadrapo na coxa do paciente,
saindo por cima da mesma; — Controlar o gotejamento para 30 a 60 gts/min.
• retirar a sonda de demora com autorização médica, esvazian- — Controlar diariamente a quantidade de líquido infundido com o
drenado.
do-se inicialmente o balãozinho.
Observação: trocar o frasco de irrigação sempre que a solução
terminar.

Sonda de Folley de 2 vias com balão insuflado, a) Via para a saída


de urina; b) via para insuflar o balão. Sonda de Folley de 3 vias, a) Via para insuflar o balão; b) via para a
saída da urina e líquido infundido; c) via para infusão do líquido da irriga-
Procedimentos no cateterismo masculino
ção vesical.
— Repetir a técnica do cateterismo feminino, com as seguintes Lavagem vesical
diferenças:
Consiste em administrar, pela sonda vesical, líquido estéril acrescido
• colocar o paciente com as pernas afastadas; ou não de antibióticos ou anti-sépticos; a sua finalidade é:
• fazer lavagem externa com água e sabão, enxugar e deixar o pênis — combater ou prevenir infecção urinária;
protegido com compressa estéril;
— manter a sonda desobstruída;
• após enluvar as mãos, colocar 8 ml de geléia anestésica na seringa
— aliviar a dor.
com auxílio de outra pessoa;
• segurar o pênis com uma gaze (mão esquerda), mantendo-o Procedimentos de enfermagem:
perpendicular ao abdômen; — Reunir o material: material esterilizado (cuba-rim, seringa de 20 cc,
• fazer a anti-sepsia, afastando o prepúcio com o polegar e o indicador cuba redonda, gaze, luva), solução prescrita (soro fisiológico,
da mão esquerda, e, com a pinça montada, fazer a anti-sepsia do meato permanganato de potássio, Furacim).
uretral para a periferia, mantendo a apresentação do pênis; — Abrir o pacote da cuba-rim. colocar na cuba redonda a solução
• in- prescrita;
jetar a geléia anestésica na uretra com a seringa ou bisnaga esterili- — Enluvar as mãos, envolver a junção sonda-tubo de drenagem com
zada, pressionar a glande por 2 a 3 minutos, a fim de evitar refluxo gazes esterilizadas.
da geléia;
— Desconectar a sonda da extensão e proteger a extremidade da
• introduzir a sonda até a sua extremidade (18-20 cm) com
extensão com gaze esterilizada.
movimentos para baixo, com o pênis elevado perpendicularmente, e baixar
o pênis lentamente para facilitar a passagem na uretra bulbar; — Elevar a extremidade da sonda, segurá-la com gaze e injetar a
solução com a seringa.
Técnico de Enfermagem 137 A Opção Certa Para a Sua Realização
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— Desconectar a seringa, abaixar a ponta da sonda e deixar que o É a administração de oxigênio, que é um gás essencial para o homem.
liquido escorra na cuba-rim, observando as características do líquido Pode ser realizada através de cateter nasal, nebulização contínua,
drenado. inalação e tenda de oxigênio.
— Repetir o procedimento até que o líquido drenado saia limpo ou Indica-se para:
até a quantidade prescrita.
— Conectar a extensão à extremidade da sonda e deixar a unidade — Combater a deficiência de oxigênio.
em ordem. — Facilitar a expectoração.
— Diminuir os processos inflamatórios das vias respiratórias.
Observação: essa técnica será realizada somente com prescrição
médica. — Provocar broncodilatação.
Cateter nasal
Nebulização • Reunir o material: cateter nasal (n.05 8 a 12 em adultos), extensão de
Método terapêutico utilizado para ministrar substâncias broncodilata- borracha, frasco umidificador conectado ao fluxômetro, esparadrapo, gaze
doras e antibióticos, por meio de névoa obtida de um nebulizador, no qual com lubrificante;
estas substâncias são colocadas para serem inaladas. ©Encyclopaedia • ligar o cateter à extensão e este ao frasco umidificador que
Britannica do Brasil Publicações Ltda. deverá estar com água destilada até o nível indicado;
USO DE APARADEIRA OU PAPAGAIO • medir a quantidade do cate-ter a ser introduzido: da ponta do
nariz até o início do canal auditivo externo. Marcar o limite com uma
O uso de comadre e papagaio é indicado em pacientes acamados tira de esparadrapo;
ou quando houver necessidade de recolher material para exa-
• introduzir o cateter em uma das narinas até mais ou menos 2 cm da
me ou controle de diurese. Geralmente, o paciente enfrenta di- marca do esparadrapo;
ficuldades no seu uso, cabendo à enfermagem atende-lo com
• regular o fluxo para 2 a 6 1/min;
compreensão e tato. A privacidade a fundamental para evitar
• fixar o cateter nasal com esparadrapo;
constrangimento. A colocação da comadre ou papagaio deve
ser feita com a exposição mínima do paciente, e de preferência • trocar cateter nasal diariamente na oxigenioterapia prolongada.
deve ser executada por pessoal de enfermagem do mesmo se- Nebulização continua
xo. Se possível, deve-se deixar o paciente só, colocando-se o
cordão da campainha ao seu alcance. • Reunir o material: máscara facial ou conector para traqueostomia
ou entubação, frasco de nebulizador com capacidade para 250
O uso da “comadre” ou “papagaio” tem como finalidades: ml ou mais, medicação prescrita, traquéia de borracha, fluxô-
— Proporcionar ao paciente acamado, meios adequados para atender metro;
à necessidade básica de eliminação. • colocar a solução no frasco, conectar a traquéia de borracha ao
— Facilitar o controle de diurese. frasco e, em seguida, conectá-la à máscara facial ou, se for o caso, ao
conector ligado diretamente a traquéia;
São procedimentos de enfermagem: • conectar o frasco do nebulizador diretamente ao fluxômetro ou a
— Preparar o material: extensão de oxigênio ao nebulizador;
• abrir o fluxômetro até que ocorra a formação da névoa;
• comadre ou papagaio aquecido e seco; • colocar a máscara no rosto ou o conector na traqueostomia ou
• papel higiênico; entubação.
• papel para cobrir a comadre; Inalação
• bacia com água e sabonete; • Reunir o material: inalador de plástico ou de vidro (Wilbs), solução
• toalha. medicamentosa, extensão de borracha, fluxômetro;
— Isolar o leito com biombos. • preparar a medicação (soro fisiológico ou água destilada
acrescentados ou não de bronco-dilatadores e mucolíticos: Aminofilma,
— Orientar o paciente para flexionar as pernas e elevar os quadris. Tergentol, Fluimucil);
— Colocar a comadre previa-mente aquecida, levantando um pouco • introduzir o medicamento nó inalador, conectá-lo à extensão
as cobertas. de borracha;
— Elevar ó decúbito se não houver contra-indicação e mante - lo • abrir o fluxômetro até a saída da névoa;
confortável.
• pedir para o paciente aproximar a máscara da boca e nariz, e,
— O papagaio deve ser colocado entre os membros inferiores, e o no inalador de Wilbs, colocar a extremidade na boca, fechando-a;
pênis dentro do recipiente.
— Deixar o paciente sozinho, com o cordão da campainha e o papel
• ao final, desligar o fluxo de oxigênio, desconectar o inalador, lavá-
higiênico ao alcance de suas mãos. lo e desinfetá-lo.
— Para retirar a comadre, solicitar ao paciente que eleve os quadris,
flexionando-se os joelhos. Retirar a comadre, cobri-la e colocá-la sobre a
cadeira.
— Se o paciente estiver impossibilitado, a comadre deve ser colocada
e redrada com auxílio de outra pessoa (para elevar os quadris).
— Oferecer bacia com água morna, sabonete e toalha para a higiene
das mãos.
— Levar a comadre para o banheiro, observar o conteúdo e medir, se
necessário.
— Esvaziar a comadre, lavar com água fria e, depois, com água Inalador
quente e sabão, usando uma escova.
Tenda de oxigênio
— Enxaguar e secar a comadre, guardando-a em local apropriado, ou
proceder à esterilização ou desinfecção, se for a rotina da clínica. • Reunir o material: tenda de oxigênio, solução (água destilada
acrescentado ou não de bronco-dilatadores e mucolíticos), fluxômetro;
— Registrar as observações ia papeleta.
• montar a tenda de oxigênio no leito do paciente;
OXIGENOTERAPIA • colocar a solução no frasco da tenda e conectá-la ao fluxômetro de
oxigênio. Ligar o fluxo até a salda da névoa;

Técnico de Enfermagem 138 A Opção Certa Para a Sua Realização


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• manter o paciente dentro da tenda fechada por todos os lados; —Preparar o pano de banho, segurando-o sobre a bacia: molhar o pa-
• deve-se lavar diariamente o filtro do frasco nebulizador. no, jogando-se a água do jarro,
e ensaboar.
Observações gerais: —Afastar a toalha e lavar com movimentos firmes, cobrindo novamen-
— Trocar diariamente a água do frasco. te.
—Colocar o pano ensaboado sobre a borda da bacia e preparar o ou-
— Manter o nível de água no frasco para ocorrer nebulização ou tro para enxaguar, jogando-se a água do jarro no pano e sobre a bacia.
umidificação de oxigênio. Afastar a toalha e passar o pano, retirando-se todo o sabonete. Enxugar
— Administrar somente oxigênio úmido. em seguida.
— Usar material esterilizado, desinfetado ou lavado com égua e —Despejar a água da bacia no balde, quando necessário.
sabão.
— Indica-se tenda de oxigênio para crianças. O banho deve obedecer a seguinte ordem:
— Evitar o uso do inalador de Wilbs em pacientes confusos, agitados
e crianças. Usando toalha de rosto:
—Lavar rosto, orelhas, pescoço.

Usando toalha de banho:


BANHO NO LEITO —Lavar braços e axilas iniciando-se com a distal e depois a proximal.
—Lavar tórax anterior e o abdômen.
É o procedimento utilizado pela enfermagem para realizar o banho em —Lavar os membros inferiores, primeiro o distal e depois o proximal.
pacientes acamados. Geralmente é executado no período da manhã, —Lavar os pés, imergindo-os na bacia colocada sobre a cama, forrada
sendo repetido quando houver necessidade. O banho no leito é uma com a toalha. Enxaguar com água limpa.
técnica importante porque permite uma maior interação enfermagem — —Desprezar a água que foi utilizada na lavagem dos pés.
paciente, e ao mesmo tempo fornece subsídios para o diagnóstico precoce —Colocar o paciente em decúbito lateral, forrar a cama com a toalha,
de escaras de decúbito e outras anormalidades da pele. lavar as costas e enxugar.
—Massagear as costas com creme, álcool ou talco, conforme descrito
O banho de leito tem por finalidades: na massagem de conforto.
—Voltar o paciente em decúbito dorsal, vestir a camisola ou a parte
—Proporcionar conforto e bem-estar. superior do pijama.
—Remover sujidades aderentes à pele e odores desagradáveis. —Colocar a toalha e a comadre sob o paciente e oferecer o pano ou
—Estimular a circulação. luva de banho com sabonete para proceder à higiene íntima (se estiver
—Remover células mortas e microrganismos. impossibilitado, executar o procedimento ou solicitar uni atendente ou
—Favorecer a transpiração. São procedimentos da enfermagem: auxiliar, se o paciente for do sexo oposto).
—Preparar o material: —Despejar a água do jarro sobre a região perineal para enxaguar. En-
xugar com a toalha ou lençol móvel.
• bacia; —Oferecer a bacia com água limpa e sabonete para o paciente lavar
• jarro com água morna; as mãos.
• saboneteira com sabonete; pano ou luva de banho (2); —Pentear os cabelos, limpar e cortar as unhas dos pés e mãos, se
• toalha de banho e de rosto; roupa de cama e para o paciente; necessário.
• folhas de jornal; —Proceder à arrumação de cama.
• desodorante (optativo); —Deixar o paciente confortável e com a campainha ao seu alcance.
• pente ou escova para os cabelos; —Colocar o material em ordem.
• talco ou álcool; —Anotar na papeleta o cuidado prestado e anormalidades.
• material para higiene oral; Observações
• comadre; —Dar o banho, de preferência pela manhã antes do desjejum.
• hamper; —Enxaguar bem para retirar todo o sabão.
• biombos. —Levar sempre o pano de banho aquecido até o paciente.
—Expor somente a região que está sendo lavada.
—Cumprimentar o paciente e explicar-lhe o que vai ser feito. —Desprezar a água da bacia, sempre que necessário.
—Fechar portas e/ou janelas para evitar corrente de ar. —Evitar molhar a cama.
—Cercar a cama com biombo se necessário. —Manter o pano de banho firme na palma da mão, feito acolchoado.
—Dispor o material na seguinte ordem: —Enxugar bem os locais onde há duas superfícies próximas como: a-
xilas, espaços interdigitais, região inguinal.
a)sobre a mesinha de cabeceira: jarro, bacia, pano de banho, sabone- —A colocação da camisola ou parte superior do pijama pode ser feita
teira com sabonete, pente, desodorante, talco ou álcool e material para no final do banho ou após a troca da roupa de cama, se o paciente estiver
higiene oral; muito sujo de fezes, secreções etc.
b)sobre o espaldar da cadeira: roupa de cama e do paciente, dobrada —A toalha de banho será usada para enxugar a área genital, quando
e colocada em ordem de uso; for desprezá-la no hamper. Quando for reaproveitá-la, deve-se usar o
c)sobre o chão, forrado com jornal: comadre e o balde para recolher lençol móvel (se limpo).
água usada da bacia; —Em pacientes ambulantes, a enfermagem deve supervisionar o ba-
d)hamper aos pés da cama. nho no chuveiro e ajudar na higiene (nos pacientes parcialmente depen-
dentes).
—Oferecer comadre ou papagaio. PESO E MENSURAÇÃO
—Proceder à higiene oral.
—Abaixar a cabeceira da cama, se não houver contra-indicações. A altura e o peso normalmente são verificados quando existe uma so-
—Soltar a roupa da cama, retirar a colcha, cobertor e o travesseiro, se licitação médica, não sendo incluídas como medidas de rotina, na maioria
possível. das unidades de internação. Em algumas unidades, porém, a verificação
—Retirar a camisola ou pijama, mantendo o paciente coberto com len- da altura e do peso é muito importante, como na pediatria, endocrinologia,
çol (e cobertor, se estiver frio). nefrologia. Em certas condições patológicas como no edema, o controle de
—Manter o paciente em decúbito dorsal. peso é fundamental para se traçar uma conduta terapêutica. Quando o
—Proteger com a toalha a área do corpo a ser lavada, mantendo as paciente estiver impossibilitado de ficar em pé, deverá ser pesado em
demais cobertas com lençol. cama-balança.

Técnico de Enfermagem 139 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Terminologia
— Obesidade: aumento de tecido adiposo devido a um excessivo ar- Denominamos de:
mazenamento de gordura.
— Caquexia: estado de extrema magreza, desnutrição. Ferimento aberto - Solução de continuidade. Ex: Incisão cirúrgica, lacera-
Procedimentos ção penetrante ou escoriação.
— Testar, tarar e travar a balança. Ferimento fechado - Não dá solução de continuidade. Ex: Contusão ou
equimose.
Forrar a plataforma da balança com pedaço de papel.
Ferimento acidental - Ferimento devido a um infortúnio.
Pedir ao paciente para retirar o roupão e subir na balança descalço, Ferimento intencional - Causado por incisão cirúrgica (fins terapêuticos).
permanecendo imóvel e com os pés no centro da plataforma.
Destravar a balança e pesar, movimentando o cilindro do quilograma e 6 - Inflamação
grama, até a escala graduada ficar bem horizontal. - É uma reação anormal do corpo a qualquer tipo de ferimento. A resposta
— Travar a balança e registrar o peso. inflamatória ocorre em 3 fases: vascular, exsudativa e reparadora.
Solicitar ao paciente para virar de costas à régua, permanecendo ere-
to. Fase Vascular - Caracteriza-se por hiperemia local, devido a vaso dilata-
Deslocar a barra da escala de mensuração e posicionar, de forma que ção. Nesta fase chega ao local plasma, anticorpos, células sanguíneas.
toque o topo da cabeça do paciente. Ocorre processo fagocítico onde os leucócitos englobam as substâncias
—Proceder à leitura e registrar. estranhas e células danificadas.
—Auxiliar o paciente a descer da balança, calçar os chinelos e vestir o
roupão. Fase Exsudativa - Ocorre formação de exsudato que são líquidos compos-
—Registrar no gráfico. tos por células sanguíneas, células de tecido danificado e corpos estra-
nhos. Pode ser seroso, purulento (infecção), hemorrágico (eritrócitos). O
Observações acúmulo de exsudato nos espaços intersticiais causa edema e dor locali-
—Pesar o paciente de preferência sempre no mesmo horário. zada.
—Pesar com mínimo de roupa.
Fase reparadora - Cicatrização do ferimento. Ocorre remoção das células
—Pesar, se possível, no período da manhã, antes do desjejum.
teciduais lesadas pela regeneração de novas células e formação de tecido
CURATIVOS cicatricial.
1- Conceito: 7 - Tipos de cicatrização:
São cuidados dispensados a uma área do corpo que sofreu solução de Por primeira intenção: É a volta do tecido normal sem presença de infec-
continuidade. ção e as bordas do ferimento estão bem próximas. Pode ser usada sutura,
materiais adesivos.
2- Finalidades: Por segunda intenção - Ocorre quando não acontece aproximação das
- Prevenir a contaminação; superfícies com presença de infecção prolongada. O processo de cicatri-
- Promover a cicatrização; zação necessita de grande quantidade de tecido de granulação para fechar
- Proteger a ferida; o ferimento.
- Absorver secreção e facilitar a drenagem; Por terceira intenção - Ocorre quando é necessário fechamento secundário
- Aliviar a dor. de uma ferida. Às vezes a ferida é aberta e suturada mais tarde ou é
aberta por deiscência.
3- Tipos de Curativos
Aberto - É aquele no qual utiliza-se apenas o anti-séptico, mantendo a 8 - Fatores que Afetam a Cicatrização Normal:
ferida exposta. Ex: Curativo de intracath, ferida cirúrgica limpa. A idade, a nutrição, condições de vascularização, edema, inflamação local,
Oclusivo - Curativo que após a limpeza da ferida e aplicação do medica- hormônios, infecção e a extensão da lesão podem afetar a cicatrização
mento é fechado ou ocluído com gaze ou atadura. normal.
Seco - Fechado com gaze ou compressa seca (não se usa nada na gaze) Na cicatrização é comum encontrarmos hemorragias e infecção.
Úmido - Fechado com gaze ou compressa umedecida com pomada ou Para auxiliar um paciente portador de uma ferida, o enfermeiro deve estar
soluções prescritas. a par da causa, do tipo de ferida e quando esta ocorreu, assim como
Compressivo - É aquele no qual é mantida compressão sobre a ferida para conhecer a natureza básica dos problemas de saúde e do plano geral de
estancar hemorragias, eviscerações, etc. assistência médica do paciente.
Drenagens - Nos ferimentos com grande quantidade de exsudato coloca-
se dreno (Penrose, Kehr), tubos, cateteres ou bolsas de colostomia. 9 - Procedimentos:
1 - Lavar as mãos.
4 - Material: Bandeja contendo: 2 - Preparar o Material.
- Pacote de curativo (pinças: 1 anatômica, 1 dente de rato, 1 Kelly, 1 3 - Explicar o procedimento ao paciente.
Kocher), 1 tesoura. 4 - Solicitar ou auxiliar o paciente a posicionar-se adequadamente.
Com 3 pinças: 1 anatômica, 1 dente de rato, 1 Kelly. 5 - Expor a área a ser tratada.
- Pacote de gazes; 6 - Colocar a cuba rim ou similar próximo ao local do curativo
- Esparadrapo, micropore; 7 - Abrir o pacote de curativo, de modo que o primeiro par fique próximo ao
- Frasco com anti-septico (o mais utilizado atualmente é o álcool a 70%); paciente.
- Éter; 1o Par: Kocher e Dente de rato
- Soro fisiológico; 2o Par: Anatômica, Kelly e Tesoura (caso esteja presente no pacote)
- Cuba rim (para receber o lixo); 8 - Dobrar a gaze com a pinça Kocher com auxilio da pinça dente de rato e
- Saco plástico para lixo (que vai envolver a cuba rim); embebe-la com éter (ou benzina).
- Forro de papel, pano ou impermeável para proteger roupa de cama; 9 - Segurar o esparadrapo do curativo anterior com a pinça dente de rato.
- Pomadas, algodão, seringas, ataduras, cubas (quando indicado) Descolar o esparadrapo com o auxílio da pinça Kocher montada com gaze
- 1 ou 2 pares de luvas embebida em éter. (Isso facilita na retirada do esparadrapo diminuindo a
dor do paciente)
Deve-se usar máscara no procedimento. 10 - Remover o curativo e despreza-lo na cuba-rim, ou similar, evitando
que as pinças toquem o mesmo.
5 - Classificação das feridas: 11 - Remover as marcas de esparadrapo ao redor da ferida com a pinça
a) Ferida asséptica: não contaminada. Ex: Feridas operatórias Kocher.
b) Ferida séptica: contaminada. Ex: Feridas laceradas 12 - Iniciar a limpeza da área menos contaminada com o 2o par de pinças,

Técnico de Enfermagem 140 A Opção Certa Para a Sua Realização


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utilizando soro fisiológico. Trocar as gazes sempre que necessário. A proteção é a mesma da posição ginecológica ou com um lençol es-
13 - Fazer aplicação do anti-séptico com auxílio da pinça Kelly. pecial com perneiras e abertura no centro.
14 - Proteger a ferida com gaze utilizando as pinças anatômica e Kelly.
15 - Fixar as gazes com esparadrapo. Indicações: cirurgia ou exames de períneo, reto, vagina e bexiga.
16 - Deixar o paciente confortável e a unidade em ordem. Genu-
Genu-peitoral
17 - Imergir as pinças e a tesoura abertas em soluça adequada.
18 - Lavar as mãos. O paciente deve ser colocado ajoelhado sobre a cama com os joelhos
19 - Anotar na prescrição do paciente: hora, local, condições da ferida, afastados, as pernas estendidas e o peito apoiado sobre a cama. A cabeça
soluções utilizadas. deve estar lateralizada, apoiada sobre os braços. O paciente é coberto
com um lençol grande fenestrado ou por dois lençóis móveis, um cobrindo
a parte superior e o outro a parte inferior do corpo.
POSIÇÃO PARA EXAMES
Indicações: exames vaginais e retais além de exercícios pós-parto.
O médico faz o diagnóstico da doença através da anamnese, exa- Trendelenburgo
me físico, exames instrumentais e de laboratório. Grande parte
dos exames instrumentais necessitam de preparo do paciente e O paciente é colocado em decúbito dorsal horizontal, com o corpo
técnicas adequadas na colheita de material para laboratório. num plano inclinado, de forma que a cabeça fique mais baixa em relação
Tanto o preparo do paciente, quanto à colheita e encaminha- ao corpo.
mento de material para o laboratório são geralmente responsa- Requer uma mesa especial (cirúrgica) ou pode-se improvisar em en-
bilidade da enfermagem. Pontos importantes devem ser lem- fermarias, elevando-se os pés da cama com uma cadeira.
brados, como o manuseio correto do material, tempo entre a Indicações: cirurgias da região pélvica, estado de choque, tromboflebi-
colheita e o encaminhamento, identificação completa do recipi- tes.
ente, para se evitar alterações no resultado dos exames.
Posição ereta
Posições para exames
O paciente deve ficar de pé, com o peso distribuído eqüitativamente
Certos exames e procedimentos terapêuticos requerem a colocação nos membros inferiores, e os pés ligeiramente afastados. Deve estar
do paciente em uma posição adequada. O paciente deve permanecer calçado ou sobre chão forrado. Permanecer próximo ao paciente se for
coberto, com exceção da área a ser examinada ou manipulada. necessário.
As posições mais usadas são as seguintes: decúbito dorsal, posição Indicação:exame neurológico.
de Sim’s, Genu-peitoral, ginecológica, Trendelenburgo, litotomia, posição
de Fowler e posição ereta. As posições para exames têm por finalidades; Posição de Fowler

• Possibilitar a execução ou colheita de material para exames. Colocar o paciente em decúbito dorsal, elevar a cabeceira da cama
• Expor o paciente o menos possível, durante o exame. até que o tronco do paciente atinja um ângulo de 45 graus em relação à
cama.
Decúbito dorsal
Indicações: para alimentação e em patologias respiratórias, de um
O paciente deve ser colocado deitadas de costas, com as pernas es- modo geral.
tendidas ou ligeiramente flexionadas para provocar o relaxamento dos
músculos abdominais. Os braços devem estar estendidos ao longo do Coleta de material para exames
corpo. O lençol que cobre o paciente deve estar solto na cama. O uso do
travesseiro é opcional. Os exames de laboratório são muito importantes para se definir o di-
agnóstico ou traçar uma linha de conduta terapêutica para o paciente. A
Indicações; Usado para a realização de exame físico. orientação do paciente é fundamental, pois as colheitas de material, de um
Posição de Sim’s modo geral, requerem a sua colaboração. Costuma-se examinar: sangue,
fezes, urina, escarro, líquor e outros, conforme a necessidade. Cabe à
Colocar o paciente em decúbito lateral esquerdo, mantendo a cabeça enfermagem o preparo físico e psíquico do paciente, colher ou auxiliar na
apoiada no travesseiro, O corpo deve estar ligeiramente inclinado para a colheita das amostras, identificar o recipiente e providenciar o encaminha-
frente, com o braço esquerdo esticado para trás, de forma a permitir que mento do material com a requisição médica, ao laboratório.
parte do peso do corpo apóie sobre o peito. O braço direito deve ser posi-
cionado de acordo com a vontade do paciente. Os membros inferiores Finalidades:
devem estar flexionados; o direito, mais que o esquerdo. Cobrir o paciente,
expondo apenas a área necessária. • Auxiliar no diagnóstico.
• Auxiliar na avaliação do estado do paciente.
Indicações: exames vaginais, retais, clister e lavagem intestinal.
Colheita de sangue
Posição ginecológica Geralmente são colhidos antes do desjejum. A amostra é colhida atra-
Colocar o paciente em decúbito dorsal horizontal com as pernas flexi- vés de venopunção e colocada em um recipiente apropriado, de acordo
onadas sobre as coxas, a planta dos pés apoiada sobre o colchão e os com a natureza do exame: tubos de ensaio, tubos esterilizados, frascos
joelhos bem afastados. Cobrir o paciente com um lençol em diagonal, de com meio de cultura, frascos com anticoagulantes.
tal forma que uma ponta fique sobre o peito e a outra na região pélvica. As
outras duas pontas deverão ser presas sob os calcanhares do paciente. Os exames mais solicitados são:
No momento do exame, dobrar a ponta que cobre a região pélvica para
trás. —hemograma, hematócrito e hemoglobina, hemossedimentação, tipa-
gem sanguínea: utilizando-se frascos com anticoagulante;
Indicações: exame e tratamento vaginal e retal. —glicemia: geralmente é utilizados frasco com fluoreto e oxalato;
—uréia, creatinina, sódio e potássio, amilase, fosfatase alcalina etc.:
Litotomia
tubo simples;
Esta posição assemelha-se à ginecológica. Colocar o paciente em de- —hemocultura: tubos com meio de cultura aeróbio ou anaeróbio.
cúbito dorsal, com a cabeça e os ombros ligeiramente elevados. As coxas
devem estar bem flexionadas sobre o abdômen, afastadas uma da outra e São procedimentos de enfermagem:
as pernas sobre as coxas. Normalmente, para se colocar o paciente nesta
posição, usam-se suportes para os joelhos (perneiras). —Preparar o material.

Técnico de Enfermagem 141 A Opção Certa Para a Sua Realização


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• Seringa e agulha estéril, apropriadas para punção venosa. —Encaminhar ao laboratório com a requisição.
• Algodão embebido em álcool. http://www.aguaviva.mus.br/enfermateca/Artigos/Curativos.htm
• Garrote.
• Recipiente identificado.
NOÇÕES DE MEDICAMENTOS, PREPARO E ADMINIS
ADMINISTRAÇÃO;
—Se houver necessidade de jejum, a orientação deve ser feita na
véspera.
—Garrotear o braço. REMÉDIO X MEDICAMENTO
—Fazer a anti-sepsia com o algodão embebido em álcool. Remédios são os recursos ou expedientes para curar ou aliviar o des-
—Puncionar a veia e aspirar a quantidade necessária de sangue. conforto e a enfermidade. Os medicamentos são substâncias ou prepara-
—Soltar o garrote. ções que se utilizam como remédio, elaborados em farmácias ou indústrias
—Retirar a seringa com a agulha, comprimindo o local da punção. farmacêuticas que atendem especificações técnicas e legais. Assim, um
—Retirar a agulha da seringa e escorrer o sangue pelas paredes do preparado caseiro com plantas medicinais pode ser um remédio, mas
recipiente. ainda não é um medicamento.
—Se houver anticoagulante, movimentar suavemente o frasco para e-
vitar a coagulação. Remédio é um termo amplo, aplicado a todos os recursos terapêuticos
Enviar com a requisição ao laboratório, certificando-se de que o frasco para combater doenças ou sintomas: repouso, psicoterapia, fisioterapia,
está devidamente identificado. acupuntura, cirurgia, etc. O soro caseiro é o remédio mais eficiente para
evitar a desidratação e constitui um dos maiores avanços da terapêutica
Colheita de urina
neste século (ver Os medicamentos para a diarreia), mas não é um medi-
A técnica na colheita de urina vai depender do tipo de exame solicita-
camento, nem pode legalmente ser comercializado. Preparações farma-
do pelo médico.
cêuticas com a mesma composição e função terapêutica (sais de reidrata-
ção oral), para serem comercializadas, devem atender a uma séria de
A amostra de urina poderá ser de 24 horas, da primeira ou de uma exigências do Ministério da Saúde, como declaração da composição,
micção do dia. A orientação do paciente deve ser feita com an- estabilidade da preparação e outras mencionadas no capítulo "A qualidade
tecedência; se for necessário guardar o volume das 24 horas, dos medicamentos". Tais exigências visam garantir a segurança dos
oferecer condições materiais como comadre ou papagaio e consumidores e são semelhantes em todos os países.
frasco para coletar a diurese. Os exames mais solicitados são: FINALIDADE DOS MEDICAMENTOS
tipo 1, tipo 0, sedimento quantitativo: deverão ser co-
lhidos de preferência, 100 ml da primeira micção do Medicamentos são produtos que tem a finalidade de diagnosticar, pre-
dia, em recipiente limpo e seco; venir, curar doenças ou então aliviar os seus sintomas. Ao utilizarem-se
—proteinúria, glicosúria: urina de 24 horas; medicamentos é importante ter clara a ação esperada.
—cultura: a urina deve ser colhida com técnica asséptica. Alívio dos sintomas
Quando o paciente não estiver com sonda vesical, é utilizada a técnica A maior parte dos medicamentos é usada para esta finalidade. Neste
do jato médio, que consiste na anti-sepsia dos genitais externos, despre- grupo estão os medicamentos que atuam contra dor, febre, inflamação,
zando-se a primeira porção de urina e colhendo-se a 22 porção em recipi- tosse, coriza, vômitos, náuseas, ansiedade, insônia, etc.
ente estéril. A urina é colocada em tubo estéril. O sucesso da colheita vai
ATENÇÃO: Estes medicamentos cumprem o seu objetivo quando di-
depender da orientação dada ao paciente.
minuem ou eliminam os sintomas. Isto não significa que as causas tenham
sido eliminadas.
São procedimentos de enfermagem:
Cura das doenças
Orientar o paciente sobre o procedimento: guarda de urina em frasco
por 24 horas, urina da primeira micção da manhã, conforme o exame Alguns medicamentos destinam-se a eliminar as causas de doenças
solicitado ou corrigir uma função corporal deficiente. Neste grupo estão os medica-
Retirar uma amostra de urina (de 20 a 100 ml) e colocar no recipiente mentos contra infecção e infestações, como os antibióticos, sulfas, anti-
próprio. helmínticos (contra vermes), antiprotozoários (contra malária, giardíase,
Rotular o frasco e encaminhar, com o pedido de exame, ao laborató- amebíase), os suplementos hormonais, vitamínicos, minerais e enzimáti-
rio. cos, etc.
Nos casos de glicosúria e cetonúria, a verificação deve ser feita logo Prevenção de doenças
após a micção, molhando-se a fita e comparando-se como padrão, no
tempo estipulado que varia de 15 segundos a um minuto. Outros medicamentos são utilizados para evitar doenças. Neste grupo
estão os soros, vacinas, antissépticos, complementos vitamínicos, minerais
Colheita de Fezes
e enzimáticos, profiláticos da cárie, etc.
É comum o exame de fezes para detectar uma infestação ou infecção.
O uso de vacinas deve decorrer de programas de saúde pública, en-
São procedimentos de enfermagem: quanto que complementos vitamínicos, enzimáticos e sais minerais desti-
nam-se a suprir deficiências comprovadas. Os antissépticos têm uso mais
—Orientar o paciente para evacuar em uma comadre limpa e amplo, fazendo parte dos primeiros socorros.
com o auxílio de uma espátula, colocar pequena quantidade no Diagnóstico
recipiente próprio, devidamente rotulado.
—Encaminhar ao laboratório, juntamente com a requisição. Também são entendidos como medicamentos os produtos aplicados
—Nos casos de cultura de fezes, o paciente deverá evacuar em uma no corpo com a finalidade de auxiliar o diagnóstico de doenças ou avaliar o
comadre esterilizada e recolher a amostra com espátula estéril, em recipi- funcionamento de órgãos. Neste grupo estão os contrastes radiológicos
ente também estéril. (renal, hepático, digestivo, etc.), meios auxiliares para o diagnóstico oftal-
Colheita de escarro mológico e outros diagnósticos.
Indicado com freqüência para diagnosticar infecção das vias aéreas e
A COMPOSIÇÃO DOS MEDICAMENTOS
células cancerígenas.
O efeito dos medicamentos é causado, geralmente, por um dos com-
São procedimentos de enfermagem: ponentes da preparação farmacêutica, eventualmente por dois ou mais
componentes, que constituem uma "associação medicamentosa". O com-
—Orientar o paciente para escarrar dentro do recipiente, sem deixar ponente responsável pelo principal efeito é denominado fármaco, droga,
escorrer pela borda externa, e com o mínimo de saliva. princípio ativo, substância ativa ou medicamento.

Técnico de Enfermagem 142 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Além do componente responsável pelo principal efeito, outros são ne- substância química elaborada sinteticamente é atribuir demasiado poder à
cessários para facilitar a administração (ver "formas de apresentação dos síntese química e desconhecer que as substâncias de maior toxicidade
medicamentos"). O conjunto é denominado formulação farmacêutica, das conhecida são de origem natural, como por exemplo, a conhecida estricni-
quais existem dois tipos: na e outras não tão famosas como a ricinina e as micotoxinas.
Fórmulas magistrais: são preparações elaboradas nas farmácias, se- A posição de recusa ao que é "química", se tomada ao pé da letra, le-
guindo prescrição médica que especifica os componentes, as quantidades varia à recusa de qualquer medicamento ou alimento. Todos os medica-
e a forma farmacêutica. mentos, e também os cosméticos, são tecnicamente elaborados e, portan-
to, produtos da cultura de determinada época. São produtos naturais os
Especialidades farmacêuticas: são os produtos industriais, de compo- chás da medicina popular: a posição dos autores sobre a sua utilização é
sição uniforme e registrada junto ao Ministério da Saúde. apresentada em capítulo próprio. A homeopatia não é abordada neste
Neste livro, para evitar-se a multiplicidade de designações, o termo livro, mas os autores consideram necessário alertar que, em se tratando de
medicamento é adotado para a substância ativa como para a formulação produtos de saúde, são necessárias exigências semelhantes quanto à sua
farmacêutica. qualidade e que o aspecto doutrinário não deve preponderar a ponto de
excluir a utilização dos medicamentos não homeopáticos, quando esses
COMO ATUAM OS MEDICAMENTOS constituírem a forma mais eficaz de tratamento.
Apesar de muitos progressos no entendimento da interferência dos Texto extraído do livro "Cuidado com os Medicamentos", de Eloir Pau-
medicamentos nos mecanismos biológicos desencadeadores dos distúr- lo Schenkel (organizador)
bios e doenças, o modo de ação de muitos medicamentos é ainda desco- Editora da Universidade - Universidade Federal do Rio Grande do Sul
nhecido. Frequentemente sabe-se do efeito, mas não como esse efeito é 2ª Edição Revista e Ampliada
desencadeado no organismo.
TÉCNICAS DE ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS PELAS
Embora existam muitos medicamentos de uso sedimentado pela tradi-
ção, novos medicamentos são reconhecidos como eficazes por meio da DIVERSAS VIAS;
comprovação experimental de suas propriedades farmacológicas ou bioló-
gicas em animais e seres humanos.
Ad
Essas propriedades estão intimamente relacionadas com a fórmula ou ministração de medicamentos é um dos deveres de maior responsabilida-
estrutura química da substância ativa e pequenas modificações da estrutu- de da equipe de enfermagem. Requer conhecimentos de farmacologia e
ra podem alterar as propriedades farmacológicas. Assim, nomes parecidos terapêutica médica no que diz respeito a ação, dose, efeitos colaterais,
não significam que os medicamentos sejam parecidos (ver capítulo "O métodos e precauções na administração de drogas.
nome dos medicamentos").
No entanto, ainda que se possam atribuir os efeitos obtidos às propri- VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS
edades farmacológicas específicas, existe um nível de ação inespecífico 1. Gastrointestinal:
dos medicamentos, que se refere à sua função simbólica. Os medicamen- Oral ou bucal
tos não são para o doente apenas uma substância química com um con- Sublingual.
junto de indicações terapêuticas. Eles representam uma possibilidade de Gástrica.
solução de um problema, que o sujeito, por si só, não tem possibilidade de Retal.
resolver. Duodenal.
2. Respiratória.
O medicamento pode conter uma série de expectativas e representa- 3. Vaginal.
ções, relacionadas a vários fatores, como, por exemplo, a confiança em 4. Cutânia.
quem fez a prescrição (ou médio ou outra pessoa que relate sucesso no 5. Nasal
uso de algum medicamento), ou ao valor atribuído à "eficiência científica 6. Ocular.
ou tecnológica" (ver capítulo "A questão da automedicação"). Algumas 7. Auricular.
vezes, o uso de um medicamento não é apenas a busca de um auxílio 8. Parenteral:
para resolver um problema, mas confunde-se com a própria solução do - intradérmica (ID).
problema. - subcutânea (SC).
O USO PELO SÍMBOLO - Intramuscular (IM).
- Endovenosa (EV) ou intravenosa (IV).
Eventualmente, alguns distúrbios desaparecem pelo uso de um medi- REGRAS GERAIS
camento, qualquer que seja ele. Pode-se dizer que o valor simbólico 1. Todo medicamento deve ser prescrito pelo médico.
agrega certa "força terapêutica" ao produto. A função simbólica do medi-
camento está associada a uma série de variáveis, entre as quais o tipo de 2. A prescrição deve ser escrita e assinada. Somente em caso
problema para o qual se busca tratamento: o conteúdo simbólico da insuli- de emergência, a enfermagem pode atender prescrição verbal,
na no tratamento da diabetes é pequeno se comparado ao valor simbólico que deverá ser transcrita pelo médico logo que possível.
nos tratamentos com vitaminas, tranquilizantes ou analgésicos. 3. Nunca administrar medicamento sem rótulo.
4. Verificar data de validade do medicamento.
Para o consumidor é importante ter claro que a exploração do valor
simbólico representa um dos mais poderosos instrumentos para a indução 5. Não administrar medicamentos preparados por outras pessoas.
e fortalecimento de hábitos de consumo. Medicamentos, assim como mais 6. Interar-se sobre as diversas drogas, para conhecer cuidados
recentemente produtos dietéticos, passaram a simbolizar possibilidades específicos e efeitos colaterais.
imediatas de acesso à saúde, como se esta fosse um produto adquirível na - melhor horário;
farmácia ou até mesmo na prateleira do supermercado. - diluição formas, tempo de validade;
O NÃO USO PELO SÍMBOLO - ingestão com água, leite, sucos;
- antes, durante ou após as refeições ou em jejum;
Por outro lado, observa-se tendência recente – consequência provável
do uso excessivo de inseticidas, herbicidas e mesmo medicamentos e do - incompatibilidade ou não de mistura de drogas;
impacto registrado sobre o meio ambiente, bem como divulgação dos 7. Tendo dúvida sobre o medicamento, não administra-lo.
desastres causados por alguns medicamentos e aditivos químicos – de 8. Manter controle rigoroso sobre medicamentos disponíveis.
considerar esses produtos como "pura química", simbolizando, então, 9. Alguns medicamentos, como antibióticos, vitaminas e sulfas,
negação do que é natural e ecológico. A denominação natural dos produ- precisam ser guardados corretamente, pois se alteram na pre-
tos não garante, por si só, uma maior qualidade ou ausência de risco no sença da luz, do ar ou do calor.
sue uso. Além disso, atribuir a qualificação de mais perigosa para qualquer

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CUIDADOS NA ADMINISTRAÇÃO
ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS - Xaropes devem ser administrados puros.
- Ao preparar a bandeja de medicamentos, não conversar. - Salicilatos, digital, corticóides, irritam a mucosa gástrica e podem produzir
- Ter sempre à frente, enquanto prepara o medicamento, o cartão do náuseas e vômitos. Devem ser servidos com leite, e durante as refeições.
medicamento ou a prescrição médica. - O gosto do iodeto de potássio e solução de lugol pode ser amenizado
- Ler o rótulo do medicamento três vezes, comparado-o com a prescrição: diluindo-os em suco de uva ou laranja.
a) antes de retirar o recipiente do armário; -O óleo de rícino ou outros óleos podem ser misturados com suco de
b) antes de colocar o medicamento no recipiente para administrar; laranja ou de limão, café ou chá. Gelo também desestimula as papilas
gustativas. É bom tomar com substâncias efervescentes e geladas (coca-
c) antes de repor o recipiente no armário.- Colocar o cartão e o recipiente cola, guaraná).
de medicamentos sempre juntos, na bandeja.
- Antibióticos, de modo geral, devem ser tomados com água (nunca com
- Não tocar com a mão em comprimidos, cápsulas, drágeas, pastilhas. leite) e com estômago vazio.
- Esclarecer dúvidas existentes antes de administrar o medicamento. CUIDADOS EM RELAÇÃO AO REGISTRO REGISTRO DOS MEDIMEDICAMENTOS
- Identificar o paciente antes de administrar o medicamento, solicitando A fim de evitar acidentes, desperdícios, roubos e uso abusivo, os medi-
nome completo e certificando-se da exatidão do mesmo, pelo cartão de camentos devem ser guardados em lugar apropriado e controlados.
medicamento ou prontuário. Deve existir uma relação do estoque disponível, e dependendo da utiliza-
- Lembrar a regra dos 5 certos: medicamento certo, paciente certo, dose ção um controle de saída diária, semanal ou mensal.
certa, hora certa, via certa. As saídas podem ser controladas pelo receituário, folha de prescrição ou
- Só cancelar a medicação após administrá-la, rubricando ao lado. relatório de enfermagem. O importante é que exista um sistema de contro-
- Quando o medicamento deixar de ser administrado por estar em falta, por le.
recusado paciente, jejum, esquecimento, ou erro, fazer a anotação no O cancelamento no local apropriado (relatório, ficha ou prontuário) deve
relatório. ser feito logo após a aplicação.
- Fazer anotações cuidadosas sobre efeitos dos medicamentos ou queixas Sendo as anotações de enfermagem um documento oficial, é de grande
do paciente. importância que o cuidados seja assinado ou rubricado por quem fez.
- Para uma medida perfeita, ao despejar o medicamento no copo gradua- VIA ORAL, BUCAL
do, levantá-lo à altura dos olhos. É a administração de medicamento pela boca.
Correspondência: colher de sopa (15ml), colher de sobremesa (10ml), Contra-
Contra-indicações
colher de chá (5ml), colher de café (3ml). - Pacientes incapazes de deglutir ou inconscientes.
- Ter sempre o cuidado de limpar com gaze a boca dos vidros de medica- - Em casos de vômito.
mentos, antes de guardá-los. - Quando o paciente está em jejum para cirurgia ou exame.
- Ao colocar o medicamento no copo, manter o rótulo do frasco voltado MATERIAL
para a mão, a fim de não sujá-lo. Pratinhos ou copinhos descartáveis.
- Se faltar medicamentos, tomar providências imediatas, seguindo normas Conta-gotas.
e rotinas do serviço. Copo graduado.
- Certificar-se sobre as ordens de controle hídrico, dietas, jejum, suspen- MÉTODO
são de medicamentos antes de prepará-los. Lavar as mãos.
É de grande utilidade seguir o roteiro para a correta administração de Identificar o recipiente com o nome do paciente, número do leito, me-
medicamentos elaborada por Du Gas: dicamento e dose.
O cliente tem alguma alergia? Colocar os medicamentos nos, recipientes identificados, diluindo-os
que medicamentos foram prescritos? se for necessário.
Por que está recebendo esses medicamentos? Levar a bandeja para junto do paciente.
Que informações devem ser dadas pela enfermagem, em relação ao efeito Perguntar o nome do paciente, fazendo a verificação no cartão de i-
desses medicamentos sobre o cliente? dentificação.
Existem cuidados de enfermagem específicos devido à ação das drogas Colocar o comprimido na mão ou na boca do paciente. Se for líquido,
contidas nestes medicamentos? dar no copinho descartável.
Como devem ser administrados os medicamentos? Oferecer-lhe água ou leite.
Que precauções devem ser tomadas na administração de tais medicamen- Verificar se o paciente deglutiu o medicamento: nunca deixá-lo sobre
tos? Existem precauções especiais que devem ser tomadas por causa da a mesa-de-cabeceira.
idade, condição física ou estado mental do paciente? Colocar o material em ordem.
Alguns dos medicamentos exigem medidas acautelatórias especiais na Lavar as mãos.
administração? Checar o horário e fazer as anotações.
O paciente precisa aprender alguma coisa com relação à sua terapia OBSERVAÇÕES
médica?
Os medicamentos em pó devem ser dissolvidos.
O paciente ou sua família necessita de conhecimento ou habilidades
específicaspara continuar a terapia em casa? Pacientes inconscientes não devem tomar medicação por via oral.
Gotas devem ser medidas com conta-gotas.
Dissolver os medicamentos para os pacientes que têm dificuldade me
CUIDADOS NA DILUIÇÃO
deglutir.
- Todas as drogas que provocam irritações e com gosto forte, devem ser
Ao administrar digitálicos, contar pulso radial e apical. Se estiver a-
diluídas, caso não haja contra-indicação.
baixo de 60 b.p.m. não administrar. Acima de 120 b.p.m. pode
- Normalmente, não é aconselhavel misturar medicamentos líquidos. indicar intoxicação digitálica.
Poderá ocorrer uma reação química, resultando em precipitado.
Considerar sempre o melhor horário para administrar os medicamen-
- Água fresca deve ser usada para aumentar o paladar, se não houver tos. Exemplo: os diuréticos devem ser administrados, de prefe-
contra-indicação. rência, no período da manhã.
- Satisfazer o quanto possível os pedidos do paciente quanto ao gosto, que
pode ser melhorado, dissolvendo-se o medicamento em suco de frutas ou
VIA SUBLINGUAL
acrescentando açúcares, se não houver contra-indicação.
Consiste em colocar o medicamento debaixo da língua e deixar que seja
- Medicamentos amargos podem ser diluídos na água. Diminui-se o amar-
absorvido pela mucosa bucal.
gor colocando-se gelo na boca antes e depois da medicação.

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MÉTODO Saco plástico para lixo.
Lavar as mãos. Comadre, se necessário
Separar o medicamento MÉTODO
Dar água para o paciente enxaguar a boca. Explicar à paciente sobre o que vai ser feito.
Colocar o medicamento sob a língua e pedir para abster-se de engolir Lavar as mãos.
a saliva por alguns minutos, a fim de que a droga seja absorvi-
da. Organizar o material e levá-lo para junto da paciente.
Lavar as mãos. Cercar o leito com biombo.
Checar o horário e fazer as anotações necessárias. Colocar a paciente em posição ginecológica.
Calçar as luvas.
VIA GÁSTRICA Colocar o medicamento no aplicador e lubrificar a ponta com vaseli-
na, ou umedecê-la com água, para facilitar a penetração.
É feita através da introdução do medicamento na sonda nasogástrica. É
utilizada para pacientes inconscientes e pacientes impossibilitados de Abrir os pequenos lábios, expor o orifício vaginal e introduzir o apli-
deglutir. cador com o medicamento. O aplicador deve ser dirigido em
Os medicamentos sólidos são dissolvidos em água e introduzidos na via direção ao sacro, para baixo e para trás, cerca de 5cm, para
gástrica com seringa. que o medicamento seja introduzido na parede posterior da va-
As cápsulas são abertas, dissolvendo-se o pó medicamentoso nelas gina.
contido. Pressionar o êmbolo, introduzindo o medicamento.
Obs.: Ver cuidados específicos na técnica de sondagem gástrica. Pedir para que a paciente permaneça em decúbito dorsal, aproxima-
damente por 15 minutos, com um travesseiro sob os quadris,
VIA RETAL para melhor distribuição de medicamento sobre a mucosa.
É a introdução do medicamento no reto, em forma de supositórios ou Colocar um absorvente, se necessário.
clister medicamentoso. Retirar as luvas e deixar o ambiente em ordem.
MATERIAL Providenciar a limpeza e a ordem do material.
Bandeja contendo: Lavar as mãos.
Supositório Checar o horário na prescrição médica e fazer as anotaçÕes neces-
Gaze, papel higiênico sárias.
Cuba-rim
VIA TÓPICA OU CUTÂNEA
Saco plástico para lixo
É a aplicação de medicamento por fricção na pele. Sua ação pode ser
Luva de procedimento local ou geral. Ex.: pomadas, linimentos, anti-sépticos.
MATERIAL
SUPOSITÓRIO
Explicar ao paciente o que vai fazer. MÉTODO
Lavar as mãos. Explicar ao paciente sobre o cuidado a fazer ou orientar para que fa-
Colocar o supositório sobre uma gaze, numa cuba-rim ou bandeja ça higiene local, se necessário.
pequena. Lavar as mãos.
Colocar o paciente em decúbito lateral. Organizar o material e dispô-lo junto ao paciente.
Calçar a luva na mão dominante, e com o polegar e indicador da ou- Expor o local.
tra mão afastar o ânus. Calçar as luvas.
Introduzir o supositório no reto, delicadamente, e pedir ao paciente Colocar o medicamento sobre a gaze, com a espátula.
que o retenha. Aplicar e espalhar delicadamente o medicamento, fazendo fricção, se
Retirar a luva e desprezar no saco plástico. necessário.
Colocar o material em ordem. Retirar as luvas.
Lavar as mãos. Deixar o paciente confortável e o ambiente em ordem.
checar o horário. Providenciar a limpeza e a ordem do material.
OBSERVAÇÕES Lavar as mãos.
- O paciente poderá colocar com auxílio da enfermagem. Checar o cuidado e fazer as anotações necessárias.
- Em se tratando de criança, comprimir levemente as nádegas
para evitar o retorno do supositório. VIA NASAL
- As vezes é necessário colocar imediatamente a comadre ou
encaminhar o paciente ao banheiro. Consiste em levar à mucosa nasal um medicamento líquido.
MATERIAL
Bandeja contendo:
VIA VAGINAL
Frasco de medicamento.
É a introdução e absorção de medicamentos no canal vaginal. O medi-
camento pode ser introduzido sob a forma de: Conta-gotas.
Velas, tampÕes, supositórios, comprimidos. Algodão ou cotonete.
Óvulos. Cuba-rim.
Lavagens e irrigação. Gaze ou lenço de papel.
Cremes ou gel. Saco plástico para lixo.
MATERIAL MÉTODO
Explicar ao paciente sobre o cuidado, e solicitar que faça a higiene
Luvas de procedimento das narinas, se necessário.
Aplicador vaginal Lavar as mãos.
Gaze com vaselina Levar o material até a unidade do paciente.

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Inclinar a cabeça para trás (sentado ou deitado). car o conduto auditivo. Na criança, puxar para baixo e para
Retirar, através do conta-gotas, a dosagem do medicamento prescri- trás.
ta. Deixar o paciente confortável e o ambiente em ordem.
Pingar a medicação na parte superior da cavidade nasal, evitando Providenciar a limpeza e a ordem do material.
que o conta-gotas toque a mucosa. Lavar as mãos.
Solicitar ao paciente que permaneça nesta posição por mais alguns Checar o horário na prescrição médica e fazer as anotações de en-
minutos. fermagem.
Deixar o ambiente em ordem e o paciente confortável. * A medicação deve ser administrada à temperatura ambiente. Se estiver
Lavar as mãos. na geladeira, retirar e aguardar o tempo necessário.
Providenciar a limpeza e a ordem do material.
Checar o horário na prescrição médica e fazer as anotações neces- VIA PARENTERAL
sárias. É a administração de drogas ou nutrientes pelas vias intradérmica (ID),
subcutânea (SC), intramuscular (IM), intraveno
intravenosa (IV)
(IV) ou endovenosa
VIA OCULAR (EV).
(EV)
É a aplicação de colírio ou pomada na conjuntiva ocular. Embora mais raramente e reservadas aos médicos, utilizam-se também
as vias intra-arterial, intra-óssea, intratecal, intraperitonial, intrapleural e
MATERIAL intracardíaca.
Bandeja contendo: Existe uma fundamental diferença entre a VIA ENTERAL, em que o
Colírio ou pomada. medicamento é introduzido no aparelho digestivo e a VIA PARENTERAL.
conta-gotas. Nesta, as substâncias são aplicadas diretamente nos tecidos através de
algodão, gaze ou lenço de papel. injeção, com emprego de seringas, agulhas, cateteres ou hipospray.
Espátula. Vantagens
Saco plástico para lixo. Absorção mais rápida e completa.
Aplicação de colírio Maior precisão em determinar a dose desejada.
Explicar ao paciente sobre o cuidado. Obtenção de resultados mais seguros.
Lavar as mãos. Possibilidade de administrar determinadas drogas que são destruídas
Organizar o material e levar para perto do paciente. pelos sucos digestivos.
Posicionar o paciente com a cabeça um pouco inclinada para trás. Desvantagens
Retirar, com o conta-gotas, a quantidade de medicação prescrita. Dor, geralmente causada pela picada da agulha ou pela irritação da
droga.
afastar com o polegar a pálpebra inferior, com auxílio do lenço ou ga-
ze, expondo o fornix inferior. Em casos de engano pode provocar lesão considerável.
Solicitar ao paciente que olhe para cima e instilar a medicação no Devido ao rompimento da pele, pode ocorrer o risco de adquirir infec-
ponto médio do fundo do saco conjuntival, mantendo o olho le- ção.
vemente aberto, sem forçar, para que o colírio não se perca. Uma vez administrada a droga, impossível retirá-la.
Enxugar o excesso de líquido com gaze ou lenço de papel. Requisitos básicos
Deixar o paciente confortável e a unidade em ordem. Drogas em forma líquida. Pode estar em veículo aquoso ou oleoso,
Providenciar a limpeza e a ordem do material. em estado solúvel ou suspensão e ser cristalina ou coloidal.
Lavar as mãos. Soluções absolutamente estérieis, isentas de substâncias pirogêni-
cas.
Checar o horário na prescrição médica e fazer as anotações neces-
sárias. O material utilizado na aplicação deve ser estéril e descartável, de
preferência.
Aplicação de pomada
pomada
A introdução de líquidos deve ser lenta, a fim de evitar rutura de capi-
Afastar a pálpebra inferior com o polegar. lares, dando origem a microembolias locais ou generalizadas.
Colocar cerca de 2 cm de pomada com o auxílio de uma espátula ou
a própria bisnaga.
PROBLEMAS QUE PODEM OCORRER
Após a aplicação, solicitar ao paciente que feche lentamente as pál-
pebras e faça movimentos giratórios do globo ocular. Embora muito utilizada para a administração de medicamentos, a via
parenteral não é isenta de riscos.
Com auxílio do algodão ou lenço de papel, retirar o excesso de po- As aplicações devem ser feitas com o máximo zelo, a fim de diminuir
mada e fazer uma pequena fricção sobre o olho, para que a traumas e acidentes.
medicação se espalhe. Os acidentes causam: dor, prejuízo (falta à escola e/ou serviço, gastos)
Ocluir o olho com monóculo, quando indicado. deficiência e até morte.
Além dos problemas específicos a cada via, temos alguns problemas
VIA AURICULAR gerais, enumerados por HORTA & TEIXEIRA.
Consiste em introduzir o medicamento no conduto auditivo externo (ouvi- 1. Infecções
do). Podem resultar da contaminação do material, da droga ou em conse-
MATERIAL qüência de condiçÕes predisponentes do cliente, tais como: mau estado
Bandeja contendo: geral e presença de focos infecciosos.
MÉTODO As infecções podem ser locais ou gerais.
Na infecção local, a área apresenta-se avermelhada, inturnescida, mais
Explicar ao paciente o que vai ser feito.
quente ao toque e dolorida.
Lavar as mãos. Além disso, pode haver acumulo de pus, denominado abscesso.
Organizar o material e levar para próximo do paciente. Pode aparecer também fleimão ou flegmão, que é uma inflamação piogê-
Inclinar a cabeça do paciente lateralmente (sentado ou deitado). nica, com infiltração e propagação para os tecidos, caracterizando-se pela
Retirar, através de conta-gotas, a medicação prescrita. ulceração ou supuração.
Além das infecções locais em casos mais graves, a infecção pode gene-
Entreabrir a orelha e pingar a medicação, evitando que o conta-gotas
ralizar-se, aparecendo então a septicemia: infecção generalizada, conse-
toque o orifício interno do ouvido. No adulto, puxar com delica-
qüente à pronunciada invasão na corrente sangüínea por microorganismos
deza o pavilhão da orelha para cima e para trás, a fim de retifi-

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oriundos de um ou mais focos nos tecidos, e possivelmente, com a multi- Certificar-se do funcionamento da seringa, verificando, também se a
plicação dos próprios microorganismos no sangue. agulha está firmemente adaptada.
2. Fenômenos alérgicos Manter a seringa com os dedos polegar e indicador e segurar a am-
Os fenômenos alérgicos aparecem devido à susceptibilidade do indivíduo pola entre os dedos médio e indicador da outra mão.
ao produto usado para anti-sepsia ou às drogas injetadas. Introduzir a agulha na ampola e proceder à aspiração do conteúdo,
A reação pode ser local ou geral, podendo aparecer urtcária, edema, o invertendo lentamente a agulha, sem encostar na borda da am-
Fenômeno de Arthus ou mesmo choque anafilático. pola.
O Fenômeno de Arthus é uma reação provocada por injeçÕes repetidas Virar a seringa com a agulha para cima, em posição vertical e expelir
no mesmo local, caracterizada pela não absorção do antígeno, ocasionan- o ar que tenha penetrado.
do infiltração, edema, hemorragia e necrose no ponto de inoculação. Desprezar a agulha usada para aspirar.
No choque anafilático aparece a dilatação geral dos vasos, com congesti-
onamento da face, seguida de palidez, alucinações, agitação, ansiedade, Escolher, para a aplicação, uma agulha de calibre apropriado à solu-
tremores, hiperemia, cianose, edema de glote, podendo levar à morte. bilidade da droga e à espessura do tecido subcutâneo do paci-
ente (VER Tabela).
3. Má absorção das drogas
Manter a agulha protegida com protetor próprio.
Quando a droga é de difícil absorção, ou é injetada em local inadequado
pode provocar a formação de nódulos ou abscessos assépticos, que além Identificar a seringa e colocá-la na bandeja com o algodão e o recipi-
de incomodativos e dolorosos, fazem com que a droga não surta o efeito ente com álcool a 70%.
desejado. PREPARO DO MEDICAMENTO EM FRASCO (PÓ)
4. Embolias Retirar a tampa metálica, e fazer desinfecção da tampa da rolha com
Resultam da introdução na corrente sangüínea de ar, coágulos, óleos ou algodão embebido em álcool.
cristais de drogas em suspensão. É um acidente grave conseqüente da Abrir a ampola.
falta de conhecimento e habilidade do profissional. Preparar a seringa, escolhendo uma agulha de maior calibre (25 x 9,
Pode ser devido à falta de aspiração antes de injetar uma droga, introdu- 10 ou 12).
ção inadvertida de ar, coágulo, substância oleosa ou suspensões por via Aspirar o líquido da ampola e introduzir no frasco. (A agulha deve a-
intravenosa, ou à aplicação de pressão muito forte na injeção de drogas penas atravessar a tampa da rolha).
em suspensão ou oleosas, causando a rutura de capilares, com conse- Retirar a seringa.
qüente microembolias locais ou gerais.
Homogenizar a solução, fazendo a rotação do frasco, evitando a for-
5. Traumas mação de espuma.
Podemos dividi-los em trauma psicológico e trauma tissular. Colocar ar na seringa, em volume igual ao medicamento a ser aspi-
No trauma psicológico, o cliente demonstra medo, tensão, choro, recusa rado.
do tratamento, podendo chegar à lipotimia. O medo pode levar à exagera-
da contração muscular, impedindo a penetração da agulha, acarretando Soerguer o frasco, aspirando.
acidentes ou a contaminação acidental do material. Retirar o ar contido na seringa.
É sempre de grande importância orientar o cliente, e acalmá-lo, antes da Trocar de agulha e identificar a seringa.
aplicação. Nos casos extremos, esgotados os recurso psicológicos, faz-se SUGESTÕES PARA DIMINUIR A DOR NAS INJEÇÕES
necessária uma imobilização adequada do cliente, a fim de evitar outros Transmitir confiança.
danos.
Aplicar compressas quentes ou cubos de gelo, um pouco antes da
Os traumas tissulares são de etilogias diversas, podendo ser conseqüen-
aplicação.
tes à agulha romba ou de calibre muito grande, que causa lesão na pele ou
ferimentos, hemorragias, hematomas, equimoses, dor, paresias, parestesi- Introduzir a agulha rapidamente.
as, paralisias, nódulos e necroses, causando por técnica incorreta, desco- Injetar a solução vagarosamente.
nhecimento dos locais adequados para as diversas aplicações, falta de Deixar na seringa uma pequena bolha de ar que, injetada no final, e-
rodízio dos locais de aplicação ou variaçÕes anatômicas individuais. vitará a dor, especialmente no caso de soluções irritantes para
MATERIAL os tecidos.
Bandeja contendo: Fazer rodízio de locais de aplicações, evitando áreas doloridas.
Seringas e agulhas esterilizadaas. O ideal é usar material descartá- Escolher a agulha ideal ao tipo de paciente e da solução, evitando
vel. agulhas calibrosas demais (Tabela I).
Algodão. Manter o paciente em posição confortável e apropriada (ver posição
Recipiente com álcool a 70%. indicada).
Serrinha, se a ampola não for semi-serrada. Não aplicar com agulhas com pontas rombas ou rombudas.
Garrote. Após a aplicação, fazer pressão leve e constante no local de pene-
Medicamento prescrito. tração da agulha. Massagear a área, a não ser que haja contra-
indicação.
Cartão de identificação.
Saco para lixo. Existem medicamentos doloridos que vem acompanhados de diluen-
tes com anestésico.
PREPARO DO MEDICMANTO EM AMPOLA
INJEÇÃO INTRADÉRMICA (ID)
Lavar as mãos.
É a aplicação de drogas na derme ou córion.
Certificar-se do medicamento a ser aplicado, dose, via e paciente a Geralmente utilizada para realizar teste de hipersensibilidade, em proces-
que se destina. sos de dessensilidade e imnização. (BCG).
Antes de abrir a ampola, certificar-se que toda a medicação está no ÁREA DE APLICAÇÃO
corpo da ampola e não no gargalo. Se não estiver, fazer a me-
Na face interna do antebraço ou região escapular, locais onde a pilosida-
dicação descer fazendo movimentos rotatórios com a ampola.
de é menor e oferece acesso fácil à leitura da reação aos alérgenos.
Fazer desinfecção do gargalo com algodão embebido em álcool a A vacina BCG intradérmica é aplicada na área de inserção inferior do
70%. deltóide direito.
Proteger os dedos com algodão, ao serrar ou quebrar o gargalo. MATERIAL
Abrir a embalagem da seringa. Bandeja contendo:
Adaptar a agulha ao bico da seringa, zelando para não contaminar as Seringa especial, tipo insulina ou vacina.
duas partes. Agulha pequena: 13 x 3,8 ou 4,5.
Etiqueta de identificação.

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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Saco plástico para lixo. Injetar o líquido vagarosamente.
MÉTODO Esvaziada a seringa, retirar rapidamente a agulha, e com algodão
Lavar as mãos. fazer ligeira pressão no local, e logo após, fazer a massagem.
Preparar o medicamento, conforme técnica anteriormente descrita. Para certos tipos de drogas, como a insulina e a heparina, não
é conveniente a massagem após a aplicação, para evitar a ab-
Explicar ao paciente o que vai fazer e deixá-lo em posição confortável sorção rápida.
e adequada.
Observar o paciente alguns minutos, para ver se apresenta altera-
Expor a área de aplicação. ções.
Firmar a pele com o dedo polegar e indicador da mão não dominante. Providenciar a limpeza e a ordem do material.
Com a mão dominante, segurar a seringa quase paralela à superfície Lavar as mãos.
da pele (15") e com o bisel voltado para cima, injetar o conteú-
do. Checar o cuidado fazendo as anotações necessárias.
Retirar a agulha, sem friccionar o local. colocar algodão seco somen- OBSERVAÇÕES
te se houver sangramento ou extravasamento da droga. Não utilizando a agulha curta, a angulação será de 45º para indiví-
Deixar o paciente confortável e o ambiente em ordem. duos normais, 60º para obesos e 30º para excessivamente ma-
gros.
Providenciar a limpeza e a ordem do material.
A diluição das drogas deve ser feita com precisão e segurança. Na
Lavar as mãos. dúvida, não aplicar.
Anotar o cuidado. Na aplicação da heparina subcutânea, para evitar traumatismo do te-
Observações cido, não é recomendado aspirar antes de injetar a medicação e
A injeção ID geralmente é feita sem anti-sepsia para não interferir na para evitar absorção rápida da medicação, não se deve massa-
reação da droga. gear o local após a aplicação.
A substância injetada deve formar uma pequena pápula na pele. Na aplicação de insulina, utilizar a técnica do revezamento, que é um
A penetração da agulha não deve passar de 2 mm (somente o bisel). sistema padronizado de rodízio dos locais das injeções para
INJEÇÃO SUBCUTÂNEA (SC) evitar abscessos, lipodistrofias e o endurecimento dos tecidos
na área da injeção.
A via subcutânea, também chamada hipodérmica, é indicada principal-
mente para drogas que não necessitam ser tão rapidamente absorvidas, INJEÇÃO INTRAMUSCULAR (IM)
quando se deseja eficiência da dosagem e também uma absorção contí- É a deposição de medicamento dentro do tecido muscular.
nua e segura do medicamento. Depois da via endovenosa é a de mais rápida absorção; por isso o seu
Certas vacinas, como a anti-rábica, drogas como a insulina, a adrenalina largo emprego.
e outros hormônios, têm indicado especifica por esta via. Locais de aplicação
ÁREAS DE APLICAÇÃO Na escolha do local para aplicação, é muito importante levar em conside-
Os locais mais adequados para aplicação são aqueles afastados das ração:
articulações, nervos e grandes vasos sangüíneos:
- partes externas e superiores dos braços; a) a distância em relação a vasos e nervos importantes;
- laterais externas e frontais das coxas; b) musculatura suficientemente grande para absorver o medi-
- região gástrica e abdome (hipocondrio D e E); camento;
- nádegas; c) espessura do tecido adiposo;
- costas (logo acima da cintura). d) idade do paciente;
Obs.: Na aplicação de injeções subcutâneas o paciente pode e) irritabilidade da droga;
estar em pé, sentado ou deitado, com a área bem exposta. f) atividade do cliente;
Não se deve aplicar: - nos antebraços e pernas; São indicadas, para aplicação de injeção intramuscular as seguintes
- nas proximidades do umbigo e da cintura; regiões:
- próximo das articulações;
- na região genital e virilia. a) região deltoidiana - músculo deltoíde.
MATERIAL b) região ventro-glútea ou de Hachstetter - músculo glúteo mé-
Bandeja contendo: dio.
Seringa especial de 0,5 a 1 ml (seringa para insulina). c) região da face ântero-lateral da coxa - músculo vasto lateral
(terço médio).
Agulhas pequenas 13 x 3,8 ou 4,5. d) região dorso-glúteo - músculo grande glúteo (quadrante su-
Álcool a 70%. perior externo).
Algodão. Escolha do local
Etiqueta de identificação. Embora existam controvérsias, segundo CASTELLANOS a ordem de
Saco plástico para lixo. preferância deve ser:
MÉTODO 1º Região ventro-glútea: indicada em qualquer idade.
Lavar as mãos.
Preparo da medicação conforme técnica anteriormente descrita. 2º Região da face ântero-lateral da coxa: contra-indicada para
Explicar ao paciente o que vai fazer e deixá-lo confortável, sentado menores de 28 dias e indicada especialmente para lactentes e
ou deitado. crianças até 10 anos.
3º Região dorso-glútea: contra-indicada para menores de 2 a-
Expor a área de aplicação e proceder a anti-sepsia do local escolhi- nos, maiores de 60 anos e pessoas excessivamente magras.
do.
4º Região deltoidiana: contra-indicada para menores de 10 anos
Permanecer com o algodão na mão não dominante. e adultos com pequeno desenvolvimento muscular.
Segurar a seringa com a mão dominante, como se fosse um lápis. Observações
Com a mão não dominante, fazer uma prega na pele, na região onde Em nosso meio, a região FALC é usada também para recém-
foi feita a anti-sepsia. nascidos e a região DG também para menores de 2 anos.
Nesta prega cutânea, introduzir a agulha com rapidez e firmeza, com Na escolha do local, devem ser consideradas as condições muscula-
ângulo de 90º (perpendicular à pele). res.
Aspirar para ver se não atingiu um vaso sanguíneo, exceto na admi- Escolha da agulha
nistração da heparina.

Técnico de Enfermagem 148 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Para aplicar com agulha ideal, deve-se levar em consideração: o grupo Obter efeito imediato do medicamento.
etário, a condição física do cliente e a solubilidade da droga a ser injetada. Administração de drogas, contra-indicadas pela via oral, SC, IM, por
TABELA I sofrerem a ação dos sucos digestivos ou por serem irritantes
Dimensões de agulhas em relação ao grupo etário, con condição física e tipo para os tecidos.
de solução ( Injeção IM) Administração de grandes volumes de soluçÕes em casos de desi-
Angulação da agulha dratação, choque, hemorragia, cirurgias.
Nas regiões D e DG, a posição é perpendicular à pele, num ângulo Efetuar nutrição parenteral.
de 90º. Instalar terapêutica com sangue e hemoderivados.
Na região VG, recomenda-se que a agulha seja dirigida ligeiramente LOCAIS DE APLICAÇÃO
à cristailiaca. Qualquer vais acessível, dando-se preferência para:
Na região FALC o ângulo deve ser de 45º, em direção do pé. Veias superficiais de grande calibre da dobra do cotovelo: cefálica e
MÉTODO basílica.
Preparar o medicamento conforme técnica descrita. Veias do dorso da mão e antebraço.
Levar o material para perto do paciente, colocando a bandeja sobre a MATERIAL
mesinha. Bandeja contendo:
Lavar as mãos. Seringas de preferência de bico lateral.
Explicar o que vai fazer e expor a área de aplicação. Agulhas tamanhos 25 x 7 ou 8 ou 30 x 7 ou 8.
Com os dedos polegar e indicador da mão dominante, segurar o cor- Algodão e ácool a 70%.
po da seringa e colocar o dedo médio sobre o canhão da agu- Garrote.
lha. Toalha, papel-toalha, plástico ou pano para forrar o local da aplica-
Com a mão dominante, proceder à anti-sepsia do local. Depois, ção.
manter o algodão entre o dedo mínimo e anular da mesma mão. Etiqueta ou cartão de identificação.
Ainda com a mão dominante, esticar a pele segurando firmemente o Luvas de procedimento.
músculo.
Saco plástico para lixo.
Introduzir rapidamente a agulha com o bisel voltado para o lado, no
sentido das fibras musculares. MÉTODO
com a mão dominante, puxar o êmbolo, aspirando, para verificar se Lavar as mãos.
não lesionou um vaso. Preparar a injeção conforme técnica já descrita.
Empurrar o êmbolo vagarosamente. Levar a bandeja para perto do paciente.
Terminada a aplicação, retirar rapidamente a agulha e fazer uma li- Deixar a bandeja na mesa-de-cabeceira e preparar o paciente: expli-
geira pressão com o algodão. car o que vai fazer; expor a área de aplicação, verificando as
Fazer massagem local enquanto observa o paciente. condições das veias; colocar o forro para não sujar o leito.
Deixar o paciente confortável e o ambiente em ordem. Calçar as luvas.
Providenciar a limpeza e a ordem do material. Garrotear sem compressão exagerada, aproximadamente 4 dedos
acima do local escolhido para a injeção. Em pacientes com
Lavar as mãos. muitos pêlos, pode-se proteger a pele com pano ou com a rou-
Checar o cuidado fazendo as anotações necessárias. pa do paciente.
OBSERVAÇÕES Fazer o paciente abrir e fechar a mão diversas vezes e depois con-
Em caso de substâncias oleosas, pode-se aquecer um pouco a am- servá-la fechada, mantendo o braço imóvel.
pola para deixá-la menos densa. Fazer a anti-sepsia ampla do local, com movimentos de baixo para
Em caso de substância escura, puncionar com seringa em medica- cima.
ção e aspirar. Não vindo sangue, adaptar a seringa com a me- Fixar a veia com o polegar da mão não dominante.
dicação e injetar. Colocar o indicador da mão dominante sobre o canhão da agulha, e
Caso venha sangue na seringa, retirar imediatamente e aplicar em com os demais dedos, segurar a seringa. O bisel da agulha de-
outro local. ve estar voltado para cima.
Injeções de mais de 3 ml. não devem ser aplicadas no deltóide. Se a veia for fixa, penetrar pela face anterior. Se for móvel, penetrar
O volume máximo para injeção IM é de 5 ml. Volume acima de 5 ml, por uma das faces laterais, empurrando com a agulha até fixá-
fracionar e aplicar em locais diferentes. la.
Estabelecer rodízio nos locais de aplicação de injeções. Evidenciada a presença de sangue na seringa, pedir para o paciente
O uso do músculo deltóide é contra-indicado em pacientes com com- abrir a mão e retirar o garrote.
plicações vasculares dos membros superiores, pacientes com Injetar a droga lentamente, observando as reaçÕes do paciente.
parestesia ou paralisia dos braços, e aquelas que sofreram Terminada a aplicação, apoiar o local com algodão embebido em ál-
mastectomia. cool.
APLICAÇÃO EM Z OU COM DESVIO Retirar a agulha, comprimir o vaso com algodão, e solicitar ao pacien-
É usada para evitar o refluxo da medicação, prevenindo irritação subcu- te para permanecer com o braço distendido. Não flexioná-lo
tânea e manchas pelo gotejamento sa solução no trajeto da agulha. quando a punção ocorrer na dobra do cotovelo, pois esse pro-
MÉTODO cedimento provoca lesão no tecido.
Puxar a pele e o tecido subcutâneo para um lado (uns 2 cm) e manter Retirar as luvas.
assim até o final da aplicação. Deixar o paciente confortável e o ambiente em ordem.
Com a outra mão, inserir a agulha, aspirar com a ajuda dos dedos Providenciar a limpeza e a ordem do material.
polegar e indicador e empurrar o êmbolo com o polegar. Lavar as mãos.
Retirar a agulha e só então liberar a mão não dominante, deixando o Checar o cuidado e fazer as anotações necessárias.
tecido subcutâneo e a pele voltarem ao normal. OBSERVAÇÕES
INJEÇÃO ENDOVENOSA (EV) Não administrar drogas que contenham precipitados ou flóculos em
É a introdução de medicamentos diretamente na veia. suspensão.
FINALIDADES

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Para administrar dois medicamentos ao mesmo tempo, puncionar a A ausência de canhão permite melhor controle sobre a agulha e en-
veia uma vez, usando uma seringa para cada droga. Só mistu- via maior angulação.
rar drogas na mesma seringa se não existir contra-indicação. É menos traumatizante, pois são apresentados em diversos calibres
Usar só material em bom estado: seringa bem adaptada, agulha de e com bisel curto que reduz a possibilidade de transfixar a veia.
calibre adequado. Após a introdução na veia, as asas são soltas, proporcionando um
Mudar constantemente de veia. contato plano menos irritante para o paciente.
A presença de hematoma ou dor indica que a veia foi transfixada ou A numeração dos escalpes na escala descendente é 27,25,23,21,19
a agulha está fora dela: retirar a agulha e pressionar o local com e 17 para o uso comum, existindo outros calibres para trata-
algodão. A nova punção deverar ser feita em outro local, por- mentos especializados.
que a recolocação do garrote aumenta o hematoma. MÉTODO
MÉTODO
Para facilitar o aparecimento da veia pode-se empregar os seguintes Preparo do ambiente e do paciente
meios: Conversar com o paciente sobre o cuidado a ser execu-
Aquecer o local com auxilio de compressas ou bolsas de água tado.
quente. Providenciar suporte para o soro.
Fazer massagem local com suavidade, sem bater. Os "tapi- Verificar as condições de iluminação e aeração.
nhas"sobre a veia devem ser evitados, pois além de dolorosos
podem lesar o vaso. Nas pessoas com ateroma, pode haver Desocupar a mesa-de-cabeceira.
seu desprendimento, causando sérias complicações. Preparo do medicamento
Pedir ao paciente que, com o braço voltado para baixo, movi- Lavar as mãos.
mente a mão (abrir e fechar) e o braço (fletir e estender) diver- Abrir o frasco com a solução e o plastequipo.
sas vezes. Introduzir no frasco de soro, os medicamentos prescritos.
ACIDENTES QUE PODEM OCORRER Adaptar o plastequipo no frasco.
Choque: vaso-dilatação geral com congestão da face, seguida Retirar o ar, pinçar e proteger a extremidade do plastequi-
de palidez, vertigem, agitação, ansiedade, tremores, hiperemia, po.
cianose, podendo levar a morte. O choque pode ser: Rotular o frasco com nome do paciente, leito, o conteúdo
Pirogênico: atribuído à presença de "pirogênio"no medicamento sa solução, horário de início e término, número de
(substância produzida por bactérias existentes no diluente). gotas/minuto, data e assinatura do responsável pelo
Anafilático: devido à susceptibilidade do indivíduo à solução preparo.
empregada. Aplicação
Periférico: etilogia variada (emocional, traumático, superdosa- Lavar as mãos.
gem, aplicação rápida). Levar o material na bandeja e colocar na mesa-de-
Embolia: devido à injeção de ar, coágulo sangüíneo ou medicamento cabeceira.
oleoso. Separar as tiras de esparadrapo ou micropore.
Acidentes locais: Selecionar a veia a ser puncionada.
Esclerose da veia por injeções repetidas no mesmo local. Colocar o frasco no suporte e aproximá-lo do paciente.
Necrose tecidual: devido a administração de substâncias Posicionar o paciente de modo a mantê-lo confortável e
irritantes fora da veia. facilitar a visualização das veias.
Hematomas: por rompimento da veia e extravasamento de Calçar as luvas.
sangue nos tecidos próximos.
Prender o garrote aproximadamente 4 dedos acima do lo-
Inflamação local e abscessos: por substâncias irritantes in- cal da punção e pedir ao paciente para abrir e fechar
jetadas fora da veia ou falta de assepsia. as mãos (se MMSS), e conservá-la fechada.
Flebites: injeções repetidas na mesma veia ou aplicação Fazer anti-sepsia da área, com movimentos firmes e no
de substâncias irritantes. sentido do retorno venoso, para estimular o apareci-
APLICAÇÃO DE INJEÇÃO ENDOVENOSA EM PACIEN PACIENTES COM SORO mento das veias.
Devido ao risco de contaminação e acidentes, a aplicação de medica- Desprezar o algodão no saco plástico.
mentos através da "borrachinha" deve ser evitada. Nesse caso, o melhor é com o polegar da mão não dominante, fixar a veia, esti-
usar equipos com infusor lateral ou conectores em y (Polifix). cando a pele, abaixo do ponto de punção.
Na ausência de dispositivos especiais, aconselha-se:
Introduzir o escalpe e tão logo o sangue preencha total-
Pinçar o equipo de soro e desconectá-lo do escalpe. mente o escalpe, pedir para o paciente abrir a mão,
Adaptar a seringa, com a medicação ao escalpe mantendo a extre- soltar o garrote e adaptar o escalpe ao equipo.
midade do equipo entre os dedos, sem contaminá-lo. Abrir o soro observando o local da punção.
Aspirar com a seringa. Havendo refluxo de sangue, administrar len- Fixar o escalpe com o esparadrapo ou micropore.
tamente o medicamento.
Controlar o gotejamento do soro, conforme prescrição.
Terminada a aplicação, adaptar novamente o equipo ao escalpe, evi-
tando a entrada de ar, e regular o gotejamento do soro. Deixar o paciente confortável e o ambiente em ordem.
VENÓCLISE Providenciar a limpeza e a ordem do material.
É a introdução de grande quantidade de líquido, por via endovenosa. Retirar as luvas e lavar as mãos.
Locais de aplicação Anotar o horário da instalação.
De preferência veias que estejam distantes de articulações, para evitar OBSERVAÇÕES
que com o movimento a agulha escape da veia. Observar o local da punção, para detectar se o escalpe está na veia,
MATERIAL
MATERIAL evitando edema, hematoma, dor e flebite.
Quando necessário: Tala para imobilizar e ataduras. controlar o gotejamento do soro de 2/2 horas.
* Ao invés da agulha, melhor é utilizar conjunto alado para infusão, tam- No caso de obstrução do cateter ou escalpe, tentar aspirar o coágulo
bém chamado escalpe ou Butterfly. com uma seringa. Jamais empurrá-lo.
Vantagem do "escalpe "sobre a agulha comum: Para verificar se o soro permanece na veia:
As asas podem ser dobradas para cima, facilitando a introdução na Observar a ausência de edema, vermelhidão ou dor no lo-
veia. cal.

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Colocar o frasco abaixo do local de punção, a fim de veri- parcialmente implantados (Broviac e Hickman).
ficar se há refluxo de sangue para o escalpe. Os cuidados variam conforme o tipo de cateter.
Devido ao risco de contaminação, não se deve Geralmente é recomendado:
desconectar o soro escalpe para ver se o Manter o cateter sob infusão continua (preferencialmente) ou hapari-
sangue reflui. nizado.
Caso os teste demonstrem problemas, provi- Fazer diariamente curativo no local de implantação do cateter, obser-
denciar imediatamente nova punção. vando as condições locais. Utilizar para anti-sepsia soluções a
Em casos de pacientes inconscientes, agitados e crianças, fazer i- base de iodo ( Polvidine tópico, por exemplo).
mobilizações. Controlar o tempo de permanência do cateter.
Se o acondicionamento da solução for em frasco tipo "Vacoliter", ao Observar possíveis complicações, como febre ou outros sintomas
retirar a borracha que recobre os orifícios de entrada do equipo sugestivos de infecção.
e do ar, observar se faz ruído pela entrada do ar. Se não o fi-
zer, não deverá ser usado. FLEBOTOMIA
Só aplicar soluçÕes límpidas. É uma pequena abertura cirúrgica em uma veia calibrosa e profunda para
Nos frascos de plástico não há necessidade de colocar a agulha para introduzir um cateter.
fazer o respiro. Se julgar conveniente colocá-la, observar que Cuidados
não haja contaminação do conteúdo, fazendo desinfecção do
local de inserção da agulha e evitando que a agulha toque no Fazer, diariamente, curativo no local, com soluções à base de iodo.
conteúdo líquido. Observar o local da incisão, onde pode ocorrer: edema, hematoma
Usualmente o frasco fica pendurado no suporte, numa altura aproxi- ou sangramento.
mada de um metro acima do leito, mas pode variar conforme a Deixar o paciente com o braço em elevação de 30º para facilitar o re-
pressão que se deseja obter. Quanto mais alto estiver o frasco, torno venoso e prevenir edema.
maior é a força da gravidade que impulsiona o líquido. Manter infusão contínua para evitar obstrução do cateter. Se o cate-
HEPARINIZAÇÃO ter obstruir, não injetar nada para tentar desobstruí-lo, pois o
É a administração de uma solução anticoagulante (heparina ou liquemine) deslocamento do coágulo pode levar à embolia.
para evitar a coagulação do sangue no equipo, mantendo-o o pérvio. Observar a extremidade do cateter, evitando torções.
São bastante controvertidas as quantidades recomendadas para hepari- Observar os sinais e sintomas de tromboflebite: dor, hiperemia (ru-
nizar. bor), calor e edema no trajeto do vaso.
A "ABBOTT"- Divisão hospitalar recomenda: Não administrar colher sangue pela flebotomia.
0,2 ml de heparina I.V. (concentração de 5.000 U.I./ml). Trocar o equipo a cada troca de soro.
9,8 ml de soro fisiológico. Ao desconectar o equipo do cateter, fazê-lo com cuidado evitando a
Aplicar 0,5 a 1,0 ml da solução preparada. contaminação das partes e a entrada de ar.
Observações VIA RESPIRATÓRIA
O escalpe heparinizado deve ser trocado quando surgirem sinais de Os gases medicinais são muito utilizados para o tratamento de patologias
flebite ou infiltração como: edema, dor e vermelhidão no local. e para a anestesia.
A heparina diluída, guardada no refrigerador a 4ºC, pode ser utilizada Embora existam vários tipo de gases medicinais, como o Hélio (He), o
até 72 horas após seu preparo. dióxido de carbono (CO2), o óxido nitroso (N2O), o Nitrogênio (N2), o mais
Certos serviços de saúde já utilizam a heparina que vem diluída da comumente usado é o Oxigênio (O2).
farmácia, pronta para uso.
Recomenda-se trocar a solução heparizada contida no interior do ca- OXIGENOTERAPIA
teter, a cada 8 horas, caso não haja administração de medica- É a administração de oxigênio medicinal com finalidade terapêutica.
mento neste período. INDICAÇÕES
É utilizada, também vitamina C sem diluir, para manter o cateter de- Hipoxemia de qualquer origem.
sobstruido. Reanimação cardiorespiratória.
CÁLCULO PARA PARA GOTEJAMENTO DE SORO Medidas de Segurança
Para calcular o ritmo do fluxo do soro a ser administrado num determina- Sendo o oxigênio inflamável, é muito importante.
do período de tempo, deve-se considerar o tipo de equipo, a quantidade e
o número de horas desejado para a administração do soro. Existe no Não permitir fumar no local - colocar avisos de "Não fumar".
mercado equipo de micro e macrogotas, que correspondem respectiva- Cuidado com aparelhos elétricos que podem emitir faíscas.
mente a 60 gotas e a 20 gotas por ml. Roupas que contém nylon, seda, podem gerar eletricidade estática e
Para administrar um soro de 500 ml em 8 horas, utilizando equipo de produzir faíscas.
macrogotas ( equipo padrão), efetuaremos o seguinte cálculo: Nunca usar graxa ou óleo nas válvulas e no manômetro de oxigênio.
1ml = 20 gotas Transportar o torpedo com cuidado, pois na queda pode provocar ex-
1º = 10.000 gotas plosão ( o ideal é que seja canalizado).
50 ml = x
Cuidados com o umidificador
1 hora = 60 minutos O oxigênio precisa sempre ser administrado, pois a inalação por lon-
2º = 480 minutos
8 horas = x gos períodos com baixa umidade lesa o epitélio da mucosa res-
10.000 gotas = 20.8 piratória, dificultando a eliminação do muco e provocando uma
3º = 21,0 gotas por minuto reação inflamatória subepitelial.
480 minutos
Manter o umidificador sempre com áqua até a marcar ou no mínimo
2/3 de sua capacidade.
CATETERES A água usada no umidificador deve ser estéril.
O uso constante da rede venosa para administração de medicamentos, Ao verificar que o nível da água no umidificador está baixo, desprezar
sangue e coleta de sangue para exames laboratoriais, e as condições a água restante e recolocar nova água. Jamais acrescentar á-
próprias das veias do paciente, as vezes recomendam que se utilizem gua ao volume restante, para evitar de torná-la um meio de cul-
caleteres venosos, que podem ser de curta ou longa permanência. tura.
O catete de curta permanência mais comum é o Intracath. E dentre os de MATERIAL BÁSICO
longa permanência, existem os totalmente implantados (Port-a-cath) e os

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Oxigênio canalizado ou em torpedo. das na parede brônquica.
2 manômetros: um indica a quantidade de oxigênio no torpedo e o Medicamentos mais usados: Soluções fisiológica, Berotec, Adrenalina,
outro controla o fluxo de saída (fluxômetro). Atrovent, Salbutamol.
Umidificador MATERIAL
Aviso de "não fumar". Fonte de oxigênio ou ar comprimido.
Esparadrapo Nebulizador (existem diversos tipos) com a medicação.
Gaze. Intermediário de borracha.
Soro fisiológico. Cuba-rim ou escarradeira.
Saco para lixo. Lenço de papel.
Intermediário de látex ou plástico, com 1 ou 2 metros de comprimen- Saco plástico para lixo.
to, para permitir que o paciente possa se movimentar. MÉTODO
MEIOS DE ADMINISTRAÇÃO Explicar ao paciente o cuidado a ser executado.
O oxigênio pode ser administrado por intermédio de : Lavar as mãos.
Cânula nasal ( óculos para oxigênio). Organizar o material, colocando o medicamento no nebulizador.
Cateter nasal. Preparar o paciente para receber o tratamento: em posição de Fo-
Máscara facial. wler, ou sentado em uma cadeira.
Cânula endotraqueal. Retirar o frasco umidificador e ligar o nebulizador à fonte de oxigênio
Incubadora ( crianças). ou ar comprimido, para que o fluxo aja diretamente sobre o me-
dicamento que está no nebulizador.
HOOD ( capacetes de cabeça).
Regular o fluxo de oxigênio ou ar comprimido de acordo com a pres-
CÂNULA NASAL crição: geralmente 3 litros.
É usada quando não é necessária grande pressão na administração de Instruir o paciente para inspirar profundamente a medicação e expirar
oxigênio. lentamente, permanecendo com a boca semi aberta, sem con-
Acrescentar ao material básico: versar.
Cânula nasal. Manter a nebulização durante o tempo indicado e observar o pacien-
MÉTODO te.
conversar com o paciente sobre o cuidado. Oferecer lenço de papel e orientar para escarrar, tossindo profunda-
Preparar o ambiente, verificando as medidas de segurança. mente. Ajudá-lo fazendo tapotagem ou vibração na região onde
Lavar as mãos. há acúmulo de secreção.
Organizar e trazer o material para junto do paciente. Providenciar a limpeza e a ordem do material.
Colocar o paciente em posição confortável. Lavar as mãos.
Adaptar a cânula ao intermediário e este ao umidificador. Anotar o cuidado prestado, volume e característica do escarro.
Abrir o fluxômetro. OBSERVAÇÕES
Lubrificar com soro fisiológico. No momento de usar o nebulizador, enxaguá-lo em água corrente pa-
ra remover o desinfetante.
Colocar a cânula no nariz do paciente, fixando-a com fita adesiva.
Os nebulizadores são também chamados inaladores e atualmente os
Manter o fluxo de oxigênio -3 a 5 litros por minuto ou conforme pres- mais usados são de plástico.
crição médica.
Após o uso, o nebulizador deve ser lavado, enxaguado e depois co-
Deixar o paciente confortável e a unidade em ordem. locado em recipiente fechado contendo uma solução desinfe-
Lavar as mãos. tante, como hipoclorito de sódio, por uma hora. Em seguida,
Anotar o cuidado feito e fazer as anotações necessárias. enxaguar e secar.
CATETER NASAL Os líquidos usados em nebulizadores deverão ser estéreis.
Acrescentar ao material básico: Frascos contendo doses múltiplas deverão ser datados, mantidos re-
Cateter nasal (nº 6,8,10 ou 12), conforme a idade do paciente e a frigerados a 4ºC e desprezados24 horas após a abertura.
quantidade de oxigênio desejada. Após a nebulização, estimular o paciente a tossir, respirar profunda-
Ampola de soro fisiológico. mente e, se possível, inclinar o tronco para a frente, a fim de
Luvas de procedimento. auxiliar a drenagem de secreções broncopulmonares.
MÉTODO
Explicar ao paciente sobre o cuidado. CÁLCULOS DE MEDICAMENTOS E GOTEJAMENTO DE SORO.
Preparar o ambiente, verificando as medidas de segurança.
A maioria dos cálculos de medição podem ser resolvidos pela “regra de 3”.
Lavar as mãos.
Organizar o material e trazer para perto do paciente. Pode ser resolvido na maioria das situações,pela utilização da regra de
três. Essa regra nos ajuda a descobrir o valor de uma determinada gran-
Colocar o paciente em posição de Fowler. deza que está incógnita.
Unir o cateter ao intermediário e este ao umidificador. Normalmente temos 4 itens mas só sabemos 3, montamos a conta de jeito
Calçar as luvas. que conseguimos descobrir esse item desconhecido.
Medir, com o cateter, a distância entre a ponta do nariz e o lóbulo da
orelha, marcando com esparadrapo, para determinar quanto o Uma regra de ouro é sempre usar os mesmo tipos de medida, se a pres-
cateter deve ser introduzido. crição está em micrograma e a apresentação está em grama, você vai
Abrir o fluxômetro e deixar fluir um pouco de oxigênio para evitar aci- precisar converter um dos dois para que fique no mesmo tipo do outro, ou
dentes por saída intempestiva de oxigênio. deixa os dois em grama ou deixa os dois em micrograma, senão o resulta-
do não vai dar certo.
Umedecer o cateter com soro fisiológico, segurando-o com a gaze.
NEBULIZAÇÃO / INALAÇÃO Para aplicação da regra de três, são necessários algumas precauções
É a administração de medicamentos por via respiratória, através de um prévias:
aparelho chamado nebulizador ou inalador. O medicamento líquido é As grandezas proporcionais dos termos devem estar alinhadas e o raciocí-
transformado em névoa, que é inalada, para fluidificar as secreções aderi- nio deverá ser encaminhado para se descobrir uma incógnita por vez.

Técnico de Enfermagem 152 A Opção Certa Para a Sua Realização


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40 IU ------------1 ml
A disposição dos elementos para regra de três deve ser da seguinte forma: 30 UI------------ X ml

30=40x
1ª linha -> colocar a informação
2ª linha -> colocar pergunta 40x=30
Em uma ampola de dipirona tenho 2 ml de solução. Quantos ml de solução x=30:40
tenho em três ampolas?
x= 0.75ml
1 ampola ----------------- 2ml
Prescrição Médica:Insulina
Médica: regular 12UI de 6/6horas.
3 ampolas----------------- x
Existe na instituição frasco insulina regular com 60 UI e seringa de 80 UI.
6=x
X= S.P
x= 6
---------
resposta: em 3 ampolas há 6ml de dipirona.
F
Prescrição Médica: Gentamicina 20mg IM
Tenho ampolas de 80mg/2ml x= 80x12
-----------
60
2ml ------------ 80mg
x= 960:60
x ------------ 20mg
x= 16UI
80x = 40
Quando usar a fórmula?
x=40/80 Vc usará a formula sempre que as Unidades coincidirem, ou seja; a pres-
x= 0.5ml crição, seringa e frasco serem em UI... quando a seringa forem em ml vc
usará a regra de três tradicional.
Prescrição Médica:
Médica Cefalotina 600mg EV
Tenho frasco de 1g Prescrição Médica:Insulina
Médica: NPH 25 UI 1x ao dia.
Existe na instituição frasco de insulina NPH 100UI e seringa de 80 UI.
10ml ------ 1000mg
X=S.P:F
x ------ 600mg
X=80.25:100
1000x= 6000
X=2000:100
x= 6000/1000
X=20UI
x=6ml
Prescrição
Prescrição Médica: Ampicilina iv 1,5g de 12/12horas
Prescrição Médica: 50 gts de uma medicação X para um paciente interna-
do, temos a disposição seringa de 10 ml. Como devo proceder ? Disponível na instituição 500mg H2O 10ml.
10ml------------500mg
20 gotas---------1 ml
50 gotas--------- X ml x ------------- 1500mg
50=20x 500x=15.000
20x=50 x=15.000:500
x= 50:20 x= 30ml
x= 2,5 cálculos de Permanganato de Potássio (KMnO4)
É um sal de manganês, de colocação roxo-escura, solúvel em água fria.
Devo aspirar 2,5 ml da medicação.
Tem ação antisséptica e antipruriginosa. Vem na forma de comprimidos de
Prescrição Médica: 30UI de insulina, Tenho frasco com 100 UI/ml e
100mg.
seringas de 3ml quanto devo aspirar?
Indicações: Indicado no tratamento das infecções causadas por fungos e
100UI---------1 ml
protozoários tais como Epystilis sp, Trichodina sp, Ichthyophthyrius sp
30UI-------- X ml
“Doença dos Pontos Brancos” e Monogenéticos.

30= 100x Sua diluição deve ser realizada conforme prescrição médica, podendo ser:
100x=30 1:10.000 isto significa 1g de KMnO4 está para 10.000 ml de água.
x=30:100 1:40.000 isto significa 1g de KMnO4 está para 40.000 ml de água.

x= 0,3 EXEMPLO

Você vai apirar 0,3 ml na seringa de 3 ml. PM 2000ml (2L) de KMnO4 a 1:40.000
Tendo comprimidos / tabletes de 100mg.
Prescrição Médica: Insulina NPH 30U subcutânea.Quantos ml de insulina
deverão ser administrados, sendo que na unidade temos insulina NPH 40U Solução / ml KMnO4
e a seringa é de 3ml.
40.000 ------ 1000mg

Técnico de Enfermagem 153 A Opção Certa Para a Sua Realização


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2000 -------- X 25mg do cp -------- X ml

40000x = 2000 . 1000 100x = 4 . 25

x = 2.000000 x = 100
---------------- = 50mg ---------- = 1 ml
40000 100

Como os comprimidos já são de 100mg é só dividir para diluir. X = 1ml da solução que é 25mg de KMnO4.

Resposta:
Para preparar a solução de KMnO4 colocaremos 1 ml da diluição do cp em
1000ml (1L) de água,
obtendo assim a solução de KMnO4 a 1:40.000 ml.

01-Numa prescrição consta: KMnO4 banho com sol. 1:4000. 03- Preparar 1000ml Kmno4 a 1:40.000 a tablete de 100mg.
Quantos comprimidos de 100 mg será necessário para preparar 1 litro de
solução?.
1000mg ----40.000ml
sol. 1:4000 => 1g de KMnO4 para 4000ml de agua X --------------1.000ml

1g ------------4000ml - 40.000x=1000.000
x----------------1000ml

x=(1000 x 1) /4000 = 0,25 g X=1000.000:40.000

comprimidos de 100 mg = 0,1 g


X=25mg
1 comprimido---------0,1g
x comprimidos--------0,25 g Resposta: Fazer ¼ do comprimido.

X = (1 x 0,25)/ 0,1 = 2,5 comprimidos 04- Preparar 2000ml de Kmno4 a 1:4.000 partindo de uma solução a 5%.

02-PM 1000ml de KMnO4 a 1:40.000ml com comprimidos de 100mg. 1000mg-------4000ml


x----------------2000ml
Sabemos que se a solução é a de 1:40.000, temos 1000mg de permanga-
nato em 40.000ml (40L) de água. 4000x=2.000.000

1º Passo - Calcular quantos mg de permanganato existem em 1000ml da X=2.000.000:4000


solução pre
pretendida: X= 500mg
1000 mg ------- 40.000ml
x ------- 1000ml eu tenho uma solução 5% ou seja,tenho 5g--------100ml,transformo grama
para MG ( 5gramas=5000mg ).
40000x = 1000 . 1000
5000mg-----100ml
x= 1.000.000 500mg-------xml
---------------- = 25mg em 1000ml
40.000 x=10ml

Resposta: Devo utilizar 10ml da solução pronta a 5% em 2000ml de água.


2º Passo - Calcular quanto do comprimido correspon
corresponde a 25mg
05- Preparar 1litro de KMnO4 a 1:20.000, utilizando uma solução pronta a
2%
1cp --------- 100mg
X ---------- 25mg

100x = 1 . 25 1000mg---------20l
x -------------1l
100x = 25
x=50m
x= 25 2%=2g=2000mg
-------- = 0,25 cp ou 1/4 do comprimido
100 2000mg-------100ml
50mg-------------xml
3º Passo - Com a dificuldade
dificuldade de cortar o cp em quatro partes iguais, x=2,5ml
devemos preparar a solução na dosagem corre
correta, diluindo o cp em 4ml de
água destilada. Devo utilizar 2,5ml da solução a 2% em 1 l de água.
01.No CTI,um paciente apresenta quadro de hipocalemia de 2,6mEq/l.
100mg do cp -------- 4ml

Técnico de Enfermagem 154 A Opção Certa Para a Sua Realização


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O médico prescreveu uma solução de 250 ml de soro fisiológico e 3gramas X=19.1ml
X=
cloreto de potássio.No CTI,existem ampolas de 10ml a 10% de kcl.O
volume de cloreto de potássio que deve ser acrescentado ao frasco de
soro,em mililitros,é de: 03- Paciente precisa receber 120 mg de aminofilina diluída em 50 ml de
A) 20 SG 5%. Dispõe na unidade medicamento em ampolas de 10 ml a 2,4%.
Para atender a prescrição deverá administrar de aminofilina a 2,4% ?
B) 30
2,4% quer dizer que eu tenho 2,4gramas em 100ml
C) 40
2,4 gramas ------------ 100ml
D) 50
X -------------------------- 10
E) 25
100x=24
Valor klc varia de 3.5 a 5.5,primeiro precisamos saber quantas gramas
temos em uma ampola 10%. X=24:100

10% quer dizer que eu tenho 10gramas em 100ml. X= 0,24grama

10gramas-------------100ml Numa ampola de aminofilina de 10ml 2,4% eu tenho 0,24 gramas mais
prescrição setá em mg.
x-------------------------10ml
0,24 gramas=240mg,agora posso fazer conta:
100x=100
10ml------------240mg
X=100:100
x------------------120mg
X= 1grama
240x=1200
Se eu tenho 1 grama em 10 ml quantas em quantos ml vou ter 3 gramas?
X=1200:240
10ml---------1grama
X= 5 ml
x---------------3gramas
Resposta: Vou diluir 5ml da ampola de aminofilina 10ml a 2,4% em 50ml
1x=30 sg5%.
X= 30:1 04- Paciente internado no CTI,foi solicitado pelo intensivista que fosse
iniciada infusão de dobuta 10 microgramas/kg/min.Quantos ml/h devemos
X= 30ml iniciar está infusão?
02-. No 1º dia de pós-operatório, foi prescrito a J.P.C. uma solução de SG Solução: Dobutamina 20ml com 250mg (2 ampolas) + SG5% 210ml
5% - 500 mL com KCl" 19,1% - 10 mL, para correr (solução 2:1). Peso do paciente 70kg.
em 24 horas. Considerando que a Unidade só dispõe de ampola de KCl" a A) 17ml/h
10% - 10 mL, o volume de KCl", em B) 10ml/h
mililitro (mL), a ser adicionado à solução de glicose,são? C) 21ml/h
D) 23ml/h
(A) 21,2 mL
(B) 21,2 mL
SG5% 210ml + 40ml de dobutamina= 250ml com 500mg
(C)) 18,1 mL Ou 250ml com 500.000µg
(D) 19,1 mL
Se eu dividir 500mg pelos 250ml da solução eu tenho 2mg/ml
(E) 10,0 mL Ou 500.000:250= 2000 µg/ml.
KCL 19,1%
1ml ---------- 2000µg
19,1grama----------100ml x-----------10µg
x----------------------10ml 2000x= 10
100x=191 X= 10:2000
X= 0.005
X=191:100
Em 0.005ml eu tenho 10µg
X=1.91grama
X=
0.005 x 70kg x 60min = 21ml/h
KCL 10% resposta letra C.
10gramas----------100ml
Existe uma fórmula também:
x----------------------10ml
100x=100 mg : kg: 60 x 1000= constante
Depois você pega essa constante e multiplica pelo gotejamento,você pode
X=100:100 trabalhar tanto com mg ou µg.
X= 1grama Ou seja: 2000µg:70kg:60min x 1000= 476.1904 que é nossa constante

Ai você pega constante 476.1904x 21ml=9.999µg = 10µg


10ml---------------1grama
x---------------------1,91grama Fórmula: constante x velocidade de gotejamento= µg/kg/min

1x=19.1 Na maioria das vezes colocamos o gotejamento na bomba infusora e


Técnico de Enfermagem 155 A Opção Certa Para a Sua Realização
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raramente sabemos quanto de medicamento está se passando pois essa
conta e normalmente feita pelo intensivista que só coloca na prescrição o
ml/h...

Nos EUA e ainda em outros países a unidade para peso ainda é o pound
(libras). Como é a conversao de pounds em Kg ou de Kg em pounds?

1 Libra (pound) = 0, 45 Kg

1 Kg = 2,2 libras (pounds)


2,2 x 70kg=154 libras

Assim, uma pessoa com 70 kg de peso tem 154 libras (pounds).


http://mmintensivecare.webnode.pt/cal/ Transformando horas e minutos em minutos:
Gotejamento de soro Usando como exemplo 3:30hs, temos:
60 minutos = 1 hora
Cálculo de Gotas por hora
60 minutos = 1 hora
Exemplo:
60 minutos = 1 hora
1 soro de 500 ml está prescrito para correr em 8 horas
30 minutos = 30 minutos
Utiliza-se então a fórmula
Então, em 3:30 hs temos 210 minutos
GTS= gotas
Voltamos ao exemplo do exercício anterior (500 ml em 8 horas)
V= Volume
Cálculo de Gotas por minuto:
T= tempo em horas

Quando o resultado der 0,5..arredonda pra cima, e abaixo de ,5 pra baixo.

Cálculo de microgotas por minuto:


minuto:
Cálculo de Microgotas por hora
MCGTS = microgotas
V = Volume
T = Tempo

Os cálculos realizados até o momento referem-se ao tempo em horas.


Agora explicarei como calcular utilizando o tempo em minutos:
É importante lembrar que devemos transformar horas em minutos. Para É importante gravar as fórmulas utilizadas para calcular tanto por hora

isso, utilizamos a regra de três: quanto por minutos, para isso é necessário treino, busquem por exercícios
pela net e treinem bastante moçada!

Se uma hora equivale a 60 minutos, quantos minutos 8 horas terão?

Técnico de Enfermagem 156 A Opção Certa Para a Sua Realização


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VIGILÂNCIA EM SAÚDE pelo menos três elementos que deveriam estar integrados: 1) a ‘vigilância’ de
efeitos sobre a saúde, como agravos e doenças, tarefa tradicionalmente
Maurício Monk enCarlos Batistella realizada pela ‘vigilância epidemiológica’; 2) a ‘vigilância’ de perigos, como
agentes químicos, físicos e biológicos que possam ocasionar doenças e
ASPE C TOS H IST Ó RI COS agravos, tarefa tradicionalmente realizada pela ‘vigilância sanitária’; 3) a
A expressão ‘vigilância
‘vigilância em saúde’
saúde’ remete, inicialmente, à palavra vi
vigiar. ‘vigilância’ de exposições, através do monitoramento da exposição de indiví-
Sua origem – do latim vigilare – significa, de acordo com o Dicionário Aurélio, duos ou grupos populacionais a um agente ambiental ou seus efeitos clinica-
observar procu-
observar atentamente, estar atento a, atentar em, estar de sentinela, proc u- mente ainda não aparentes (subclínicos ou pré-clínicos), este último se
rar, campear, cuidar, precaver-
precaver-se, acaute
acautelar-
lar-se. coloca como o principal desafio para a estruturação da ‘vigilância ambiental’
(Freitas & Freitas, 2005; EPSJV, 2002).
No campo da saúde, a ‘vigilância’ está historicamente relacionada aos
conceitos de saúde e doença presentes em cada época e lugar, às práticas No Brasil, o processo de implantação dos distritos sanitários buscava or-
de atenção aos doentes e aos mecanismos adotados para tentar impedir a ganizar os esforços para redefinir as práticas de saúde, tentando articular a
disseminação das doenças. epidemiologia, o planejamento e a organização dos serviços (Teixeira, 2000).
Naquele momento, a preocupação incidia sobre a possibilidade de reorgani-
O isolamento é uma das práticas mais antigas de intervenção social rela- zar a prestação dos serviços, buscando a integração das diferentes lógicas
tiva à saúde dos homens (Rosen, 1994; Scliar, 2002; Brasil, 2005). No final existentes: a atenção à demanda espontânea, os programas especiais e a
da Idade Média, o modelo médico e político de intervenção que surgia para a oferta organizada dos serviços, com base na identificação das necessidades
organização sanitária das cidades deslocava-se do isolamento para a quaren- de saúde da população.
tena. Três experiências iniciadas no século XVIII, na Europa, irão constituir os
elementos centrais das atuais práticas da ‘vigilância em saúde’: a medicina de A excessiva fragmentação observada na institucionalização das ações de
estado, na Alemanha; a medicina urbana, na França; e a medicina social, na ‘vigilância’ (epidemiológica, sanitária e ambiental) também é criticada no
Inglaterra (Foucault, 1982). âmbito de sua construção conceitual.
O desenvolvimento das investigações no campo das doenças infecciosas Três vertentes apontam diferentes concepções em torno da noção de
e o advento da bacteriologia, em meados do século XIX, resultaram no apa- ‘vigilância em saúde’: uma primeira, que a entende como sinônimo de ‘análise
recimento de novas e mais eficazes medidas de controle, entre elas a vacina- de situações de saúde’, embora amplie o objeto da ‘vigilância epidemiológi-
ção, iniciando uma nova prática de controle das doenças, com repercussões ca’, abarcando não só as doenças transmissíveis, não incorpora as ações
na forma de organização de serviços e ações em saúde coletiva (Brasil, voltadas ao enfrentamento dos problemas. A segunda vertente concebe a
2005). Surge, então, em saúde pública, o conceito de ‘vigilância’, definido ‘vigilância em saúde’ como integração institucional entre a ‘vigilância epide-
pela específica, mas limitada, função de observar contatos de pacientes miológica’ e a ‘vigilância sanitária’, resultando em reformas administrativas e,
atingidos pelas denominadas ‘doenças pestilenciais’ (Waldman, 1998). em alguns casos, no fortalecimento das ações de ‘vigilância sanitária’ e na
articulação com os centros de saúde. Por fim, a terceira noção concebe a
A partir da década de 1950, o conceito de ‘vigilância’ é modificado, dei- ‘vigilância em saúde’ como uma proposta de redefinição das práticas sanitá-
xando de ser aplicado no sentido da ‘observação sistemática de contatos de rias, organizando processos de trabalho em saúde sob a forma de operações
doentes’, para ter significado mais amplo, o de ‘acompanhamento sistemático para enfrentar problemas que requerem atenção e acompanhamento contí-
de eventos adversos à saúde na comunidade’, com o propósito de aprimorar nuos. Estas operações devem se dar em territórios delimitados, nos diferen-
as medidas de controle (Waldman, 1998). tes períodos do processo saúde-doença, requerendo a combinação de dife-
Em 1963, Alexander Langmuir, conceituou ‘vigilância em saúde’ como a rentestecnologias (Teixeira, Paim & Vilasboas, 1998). Nesta última concep-
“observação contínua da distribuição e tendências da incidência de doenças ção são revistos os sujeitos, os objetos, meios de trabalho e as formas de
mediante a coleta sistemática, consolidação e avaliação de informes de organização dos processos de trabalho envolvidos.
morbidade e mortalidade, assim como de outros dados relevantes, e a regular De acordo com Teixeira, Paim e Vilasboas (1998), o sistema de saúde
disseminação dessas informações a todos os que necessitam conhecê-la” brasileiro após a constituição de 1988 vem buscando construir modelos de
(Brasil, 2005). atenção que respondam de forma eficaz e efetiva às reais necessidades da
Esta noção de ‘vigilância’, ainda presente nos dias atuais, baseada na população brasileira, seja em sua totalidade, seja em suas especificidades
produção, análise e disseminação de informações em saúde, restringe-se ao locais. Os modelos hegemônicos atuais – o médico-assistencial, pautado na
assessoramento das autoridades sanitárias quanto à necessidade de medi- assistência médica e no hospital, e o modelo sanitarista, baseado em campa-
das de controle, deixando a decisão e a operacionalização dessas medidas a nhas, programas e em ações de ‘vigilância epidemiológica’ e ‘sanitária’ – não
cargo das próprias autoridades sanitárias (Waldman, 1998). conseguem mais responder à complexidade e diversidade dos problemas de
saúde que circunscrevem o cidadão comum nesse início de século.
Em 1964, Karel Raska, propõe o qualificativo ‘epidemiológica’ ao concei-
to de ‘vigilância’ – designação consagrada no ano seguinte com a criação da A busca por modelos alternativos que, sem negar os anteriores, conju-
Unidade de Vigilância Epidemiológica da Divisão de Doenças Transmissíveis guem as ações de promoção, proteção e recuperação da saúde a outras
da Organização Mundial da Saúde (OMS). Em 1968, a 21ª Assembléia Mun- formas de cuidado voltadas para qualidade de vida das coletividades, incor-
dial da Saúde promove ampla discussão sobre a aplicação da ‘vigilância’ no porando atores sociais antes excluídos do processo de produção da saúde, é
campo da saúde pública, que resulta em uma visão mais abrangente desse estratégia para superar o ciclo biologicista, antropocêntrico, medicalizante e
instrumento, com recomendação de sua utilização não só em doenças trans- iatrogênico em que se encontra o sistema de saúde há quase um século.
missíveis, mas também em outros eventos adversos à saúde (Waldman, A ‘vigilância em saúde’, entendida como rearticulação de saberes e de
1998). práticas sanitárias, indica um caminho fértil para a consolidação do ideário e
Um dos principais fatores que propiciaram a disseminação da ‘vigilância’ princípios do Sistema Único de Saúde(SUS). Apoiada no conceito positivo do
como instrumento em todo o mundo foi a ‘campanha de erradicação da processo saúde-enfermidade, ela desloca radicalmente o olhar sobre o objeto
varíola’, nas décadas de 1960 e 1970. Neste período, no Brasil, a organiza- da saúde pública – da doença para o modo de vida (as condições e estilos de
ção do Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (1975), se dá através vida) das pessoas. Entendida como uma ‘proposta de ação’ e uma ‘área de
da instituição do Sistema de Notificação Compulsória de Doenças. Em 1976, práticas’, a ‘vigilância em saúde’ apresenta as seguintes características:
é criada a Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária. No caso da vigilância intervenção sobre problemas de saúde que requerem atenção e acompa-
ambiental, começou a ser pensada e discutida, a partir da década de 1990, nhamento contínuos; adoção do conceito de risco; articulação entre ações
especialmente com o advento do Projeto de Estruturação do Sistema Nacio- promocionais, preventivas, curativas e reabilitadoras; atuação intersetorial;
nal de Vigilância em Saúde - VIGISUS (Brasil, 1998; EPSJV, 2002). ação sobre o território; e intervenção sob a forma de operações (Paim &
Almeida Filho, 2000).
O DEBA TE A TUA L
Fundamentada em diferentes disciplinas (epidemiologia, geografia críti-
As discussões que se intensificaram a partir da década de 1990 em torno ca, planificação em saúde, ciências sociais, pedagogia, comunicação etc.), a
da reorganização do sistema de ‘vigilância epidemiológica’, tornando possível ‘vigilância em saúde’ recorre a uma ‘associação de tecnologias’ (materiais e
conceber a proposta de ação baseada na ‘vigilância da saúde’, continham não materiais) para enfrentar problemas (danos e riscos), necessidades e

Técnico de Enfermagem 157 A Opção Certa Para a Sua Realização


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determinantes sócio-ambientais da saúde. Como combinação tecnológica de mudança no modo de produção desses agentes, surgidas na conjuntura,
estruturada para resolver questões postas pela realidade de saúde, a buscando constituir novos sujeitos-agentes ético-políticos.
‘vigilância em saúde’ tem sido reconhecida como um ‘modelo de atenção’ ou
como um ‘modo tecnológico de intervenção em saúde’ (Paim & Almeida Filho, ENFERMAGEM – ATENDIMENTO EM PRONTO SOCORRO
2000) ou uma via para a construção e a implementação da diretriz
Conceito: é o tratamento imediato e provisório dado em casos de aci-
da integralidade.
dentes ou enfermarias imprevistas.Geralmente é prestado no local do
O pensar sistemático sobre o conhecimento, o objeto e otrabalho em sa- acidente, até que se possa colocar o paciente a cargo de um médico para o
úde dá suporte para a operacionalização do trinômio ‘informação-decisão- tratamento definitivo.
ação’, dimensões estratégicas para o planejamento. Esta reflexão coloca
Fatores a serem observados: Os primeiros socorros devem ser presta-
tanto para o diagnóstico quanto para a ação a importância do olhar de cada
dos com rapidez, sem precipitação, com firmeza e segurança, mantendo-se
ator social sobre o seu cotidiano. Portanto, os processos de trabalho da
a calma a fim de evitar o pânico entre as pessoas presentes. A confiança
‘vigilância em saúde’ apontam para o desenvolvimento de ações intersetori-
do acidentado e dos circunstantes dependerá da calma e da segurança do
ais, visando responder com efetividade e eficácia aos problemas e necessi-
socorrista. A ação de quem presta os primeiros socorros está restrita ao
dades de saúde de populações e de seus contextos geradores.
primeiro atendimento, tomando providências para que o acidente não
Para Carvalho (2005), embora a corrente da ‘vigilância em saúde’ venha origine outros, e afaste perigos que poderiam complicar a situação.
contribuindo para a consolidação do SUS e aponte corretamente para a
Exame da vitima: É importante examinar a vitima por ocasião do socor-
reorganização do modelo assistencial, é preciso indicar suas debilidades
ro para que procure avaliar a probabilidade de certas lesões. Devendo-se
teóricas e práticas. A ‘vigilância em saúde’ tenderia a desconsiderar a impor-
observar:
tância do saber clínico acumulado ao longo da história, dando ênfase dema-
siada ao papel da epidemiologia e do planejamento na determinação das Pulso: Quando a pulsação estiver abaixo de 60 batimentos/minuto po-
necessidades de saúde. O autor assinala ainda a subordinação do universo de indicar estado de choque. A ausência de pulsação pode indicar parada
do sofrimento à lógica dos fatores e condições de risco presente na proposta cardíaca, onde deverá ser feita a reanimação cardiopulmonar, imediata-
da ‘vigilância em saúde’. Em nome do coletivo, esta tenderia a desconsiderar mente.
os planos do desejo e do interesse individual que conformam o sujeito. Por
fim, à ênfase dada ao método epidemiológico na priorização dos problemas Respiração: Normalmente a respiração de um adulto é de 16 a 18 mo-
de saúde põe em questão a afirmação de que a ‘vigilância em saúde’ teria vimentos respiratórios por minuto, se a respiração estiver rápida e superfi-
como objeto a saúde e não a doença. cial pode indicar estado de choque, se profunda e penosa pode significar
obstrução das vias respiratórias ou doença cardíaca.A ausência de respira-
Outra vertente de crítica diz respeito à intersetorialidade. Para Lefévre e ção pode indicar parada respiratória, já a respiração com eliminação de
Lefévre (2004), ao afirmar que a saúde é responsabilidade de todos setores sangue (boca ou nariz) e tosse podem indicar danos nos pulmões por
(habitação, emprego, renda, meio ambiente etc.), a ‘vigilância em saúde’ fratura de costelas.
esvaziaria a ação específica do setor saúde em detrimento de ações políticas
globais com alto grau de generalidade. Pupilas: Pupilas contraídas podem indicar vício de drogas ou doenças
que afetam o Sistema Nervoso Central, quando dilatadas podem significar
A Á REA DE E DU CAÇÃO P RO FISSIO NAL E M VIG I LÂN CIA estado de relaxamento e inconsciência.Essa dilatação pode ser devida a
EM SAÚ DE ataques cardíacos ou envenenamento por drogas ou álcool.As pupilas
quando desiguais (anisocoria) denunciam traumatismos cranianos.
A crescente responsabilização dos municípios na organização das ações
básicas de ‘vigilância em saúde’, conforme disposto no Pacto de Gestão Cor da pele: A pele pálida ou acinzentada indica circulação insuficiente,
(Brasil, 2006), vem indicando ao sistema de saúde a necessidade de forma- a pele azulada ou arroxeada significa queda da oxigenação no sangue,
ção dos trabalhadores desta área. A constituição e a consolidação próprias podendo ocorrer nas paradas cardio respiratórias, já a pele avermelhada
de cada uma das estruturas operacionais da ‘vigilância em saúde’ (epidemio- pode indicar inicio de envenenamento por monóxido de carbono ou trauma-
lógica, sanitária e ambiental) têm como legado a fragmentação institucional tismo craniano.
das ações e dos processos formativos. Quando organizadas em bases de
conhecimentos e de práticas aparentemente independentes, as ‘vigilâncias’ Estado de consciência: Pergunte a vitima onde esta, nome, qual o dia
desperdiçam um extraordinário potencial analítico e de intervenção sobre os da semana.Respostas erradas podem significar traumatismos cranianos e
condicionantes da produção social de saúde e doença. envenenamento.

A formulação de propostas para a educação profissional em saúde, muito Capacidade de movimentação: Paralisia de um dos lados do corpo, in-
embora possa representar importante colaboração para as mudanças alme- clusive da face, pode indicar hemorragia cerebral ou intoxicação por dro-
jadas, sempre encontrará limitações dadas pela própria cultura institucional e gas.Paralisia das pernas pode indicar fratura de coluna abaixo do pescoço,
a organização das práticas de saúde. Para Paim & Almeida-Filho (2000, p. paralisia de braços e pernas pode denunciar fratura ao nível do pescoço.
81), “a revisão e o desenvolvimento curricular podem ser medidas necessá- Reação á dor: A incapacidade de movimentos geralmente esta associ-
rias para a reatualização das instituições de ensino face à reorganização das ada á insensibilidade á dor. Queixa de torpor ou formigamento(parestesia)
práticas de saúde, porém insuficientes para alterar o modo de produção dos nas extremidades pode significar trauma na coluna.
agentes”.
Temperatura do corpo: Temperatura baixa (menos de 36 graus) pode
A formação para o trabalho na ‘vigilância em saúde’ deve ter a pesquisa indicar estado de choque, hemorragias, inicio de insolação, exposição
como eixo central para a realização da prática estratégica – informa- prolongada ao frio. Temperatura acima do normal pode ser decorrentes de
ção/decisão/ação, através do reconhecimento do território/população, do febre ou de exposição a calor excessivo.
domínio do planejamento como ferramenta capaz de mobilizar os diversos
atores na resolução dos problemas identificados e da ação comunicativa Parada respiratória ( PCR)
(Paim & Almeida Filho, 2000). Situação em que, clinicamente, não são perceptíveis os movimentos
Do mesmo modo, é importante adotar como referência para o projeto e- respiratórios e batimentos cardíacos.
ducativo o conceito de prática de saúde, o que significa privilegiar, num As causas mais freqüentes ocorrem através da obstrução das vias aéreas
primeiro momento, as dimensões objetivas do processo de trabalho (objetos, superiores em função da aspiração de corpos estranhos, da depressão do
meios e atividades), valorizando as relações técnicas e sociais que permeiam sistema nervoso central por intoxicação, superdosagem de drogas, edema
tais práticas assim como os aspectos simbólicos e as representações embuti- cerebral, choque elétrico e outros.Pode ainda ocorrer em função da pouca
das na interação dos agentes entre si, destes com segmentos da população e concentração de oxigênio nas grandes altitudes e em casos de soterramen-
de ambos com as organizações e instituições (Paim & Almeida Filho, 2000). to,
Se o propósito for transformar as práticas de saúde mediante a redefini- Sinais e Sintomas:
ção de políticas e a reorganização dos processos de trabalho, não se pode
subestimar a questão pedagógica. Cumpre assim aproveitar as oportunidades

Técnico de Enfermagem 158 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
- parada dos movimentos respiratórios(apnéia). Assistência de enfermagem na P.C.R.
- ausência de pulso femoral ou carotídeo.
- inconsciência(redução de perfusão cerebral). - Isolar a cama ou a maca do paciente com biombos.
- midríase: as pupilas começam a dilatar-se entre 30 a 45 segundos após a - Providenciar material, medicamentos e aparelhos necessários á ressusci-
interrupção da circulação, levando em torno de 4 a 5 minutos para que a tação cardio pulmonar;
lesão cerebral se torne irreversível. - Puncionar e fixar uma veia para administração e soluções e drogas
prescritas;
Tratamento: consiste na ressuscitação cardio respiratória(RCR), venti- - Colaborar na dissecação de veia ou passagem de intracarth;
latória e circulatória. - Fazer anotações no prontuário, tais como: hora da parada, atendimento
prestado, resultado e óbito;
Assistência ventilatória: A respiração artificial é uma manobra que pos- - O auxiliar de enfermagem deve auxiliar ao médico em todos os procedi-
sibilita a introdução e a retirada de ar dos pulmões de forma rítmica e mentos necessários;
alternada.
Material e Equipamentos necessários para P.C.R.:
Procedimentos para respiração boca á boca
- Tábua de massagem cardíaca;
Coloque o paciente em D.D.H (decúbito dorsal horizontal) sobre uma - Ambu,bird ou similar;
mesa ou no chão. - Material de entubação(laringoscópio,sondas endotraqueais,mandril);
Ponha-se a lado esquerdo da cabeça do paciente, limpe a boca de mu- - Aspirador de secreções;
co e objetos estranhos, enrolando o dedo em um pano. Coloque uma das - Oxigênio;
mãos sob o pescoço do paciente e outra na testa, inclinando a cabeça para - Desfibrilador;
trás tanto quanto possível e após, puxe a mandíbula para frente.Esta posi- - Cânulas de guedell;
ção evita a queda da língua, já que há deslocamento de mandíbula e a - Sondas de aspiração de diversos calibres;
língua é forçada a acompanha-la. - Eletrocardiógrafo;
Comprima as narinas do paciente com os dedos, inspire e coloque cateterização de veia e administração de medicamentos:
seus lábios firmemente de encontro á boca do paciente, expirando logo - Butterfly ou scalp
após, de modo que empurre o ar para as vias aéreas do paciente.Em - Seringas e agulhas de diversos tamanhos e calibres;
recém-nascidos e crianças menores, deve-se aplicar a boca sobre a boca e - Campo fenestrado;
o nariz. - Gazes;
Retire os dedos que comprimem as narinas para que o ar saia, termi- - Fios cirúrgicos(algodão 2.0 e mononylon 4.0);
nada a expiração, iniciar nova insuflação e, assim sucessivamente, de - Intracarth;
modo rítmico e contínuo, na proporção de 12 a 20 respirações. - Material para flebotomia;
- Luvas de diversos tamanhos;
A ressuscitação respiratória deverá prosseguir até o retorno dos movi- - Equipo de soro(macro e microgotas) de sangue e PVC;
mentos respiratórios espontâneos ou até que cheguem outros recursos - Soro fisiológico 0,9% e glicosado 5% e 10%;
assistenciais. - Xilocaina geléia e solução á 2%;
No pronto socorro, costuma-se usar dispositivos mecânicos, como o - Solução anti-séptica;
Ambu, para ventilar o paciente, associando-se acessórios como cânulas - Algodão;
nasais ou orais, máscaras e intermediários. - Esparadrapo, cadarço, pasta condutora e fio de extensão;
Nas paradas cardio respiratórias podem ocorrer complicações tais como:
A administração de oxigênio 100% umidificado por insuflação direta a- hemotórax,pneumotórax, fraturas do esterno e costelas, rupturas pulmona-
través das narinas é feita da seguinte forma: res, rupturas de fígado e baço;
O auxiliar de enfermagem deve estar sempre atento ao pedido médico e
- Com o paciente em DDH fechar uma das narinas pressionando-a
auxilia-lo em tudo quanto for necessário;
com o dedo contra o septo nasal;
- Acoplar firmemente a extremidade livre da borracha de oxigênio na outra Crise Hipertensiva:
narina, promovendo-se assim a inspiração;
É toda situação clínica que tem como característica uma elevação im-
- Promover a expiração, deixando as narinas livres; portante da Pressão Arterial(PA),colocando em risco de vida órgãos ou
sistemas vitais.O conceito de crise hipertensiva não deve ter exclusivamen-
Assistência respiratória:
te uma implicação numérica pois em um individuo normotenso pode surgir
A massagem cardíaca visa comprimir o coração entre o esterno e os sintomas, com elevações apenas moderadas de P.A, por outro lado, na
corpos vertebrais com a finalidade de impedir o sangue oxigenado para a hipertensão de longa duração, encontramos pacientes com cifras muito
circulação. elevadas e assintomática.
Procedimentos para Massagem Cardíaca: Classificação da Hipertensão Arterial:
- Coloque o paciente em DDH sobre uma superfície rígida. Hipertensão Essencial: PA diastólica maior ou igual a 90mmHg e não
- Aplique inicialmente um soco precordial no terço médio do esterno; esta associada a nenhuma patologia de base.Pode ser benigna, presença
- Apóie uma das mãos sobre a parte mais baixa no esterno e acima do de hipertensão assintomática durante anos.
apêndice xifóide, apoiando a outra mão em cima da primeira e tomando
Moderada: apresenta níveis intermitentemente elevados.
cuidado para não encostar os os dedos sobre a costela.A compressão
sobre o apêndice xifóide pode ocasionar laceração do fígado; Maligna: aumento repentino e intenso da PA,produzindo muitos sinto-
- Com os braços esticados, comprimir verticalmente o tórax do paciente, mas e danos vasculares.
utilizando-se do peso do próprio dorso.
O deslocamento do esterno deve ser de 3,5 a 5,0 cm, na proporção de Hipertensão Secundaria: associada a outras patologias, tais como:
80/100 compressões por minuto. - Patologia renal;
- Observação: em recém nascidos e lactantes, a massagem cardíaca deve - Estenose da aorta;
ser executada, envolvendo o tórax com as mãos e comprimindo o terço - Distúrbios endócrinos;
médio do esterno com os polegares. - Problemas cardiovasculares;
- Se a assistência for prestada apenas por uma pessoa, intercalam-se 2
ventilações para 15 massagens cardíacas.No caso de duas pessoas, a Sinais e Sintomas:
proporção é de 1 ventilação para 5 massagens. - PA diastólica elevada(geralmente maior que 140mmHg);
- A eficácia da massagem cardíaca é avaliada pela palpação do pulso - Redução da função renal;
carotídeo ou femoral e se há contração das pupilas.

Técnico de Enfermagem 159 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
- Cefaléia, alterações visuais; - Oligúria e hipovolêmia;
- Náuseas e vômitos; - Confusão mental;
desorientação e tonturas;
- Sonolência ou agitação; Choque Anafilático: resulta da reação antígeno-anticorpo devido a hi-
- Coma; persensibilidade do organismo á determinadas substâncias, tais como a
Penicilina, o Iodo, a Procaína r substância alérgicas de modo geral.
Tratamento:
Quadro Clinico:
O objetivo do tratamento é baixar a pressão sanguínea a níveis nor-
mais(PA diastólica abaixo de 100mmHg) o mais rapidamente possível a fim - Sensação de calor;
de evitar o agravamento das lesões.A droga escolhida deverá ser de fácil - Pruridos e formigamentos;
manuseio, de ação imediata e de metábolização rápida. - Dispnéia e cefaléia;
- Ocorrência ou não de parada cardio respiratória ou morte.
Cuidados de Enfermagem:
Choque Pirogênico: caracteriza-se por reação devido a presença de pi-
- Verificar a PA a cada 5 minutos; rogenos e contaminação de soluções de materiais utilizados na administra-
- Cvaliar o nível de consciência; ção por via endovenosa.
- Controlar o débito urinário;
- Controlar rigorosamente o gotejamento do soro; Tratamento do Choque:
- Administrar medicações prescritas com cautela, observando reações do O choque é uma complicação gravíssima e quando não tratada a tem-
paciente; po pode levar o paciente á morte.
- Estar alerta aos sinais de complicações; De um modo geral, o tratamento baseia-se em corrigir o volume, restabele-
Choque: cer o tônus vascular, manter a oxigenação do paciente, evitar o gasto de
energia, prevenir complicações e combater a causa básica do choque.
O choque constitui um estado anormal de hipotensão e prostração, na
qual, o fluo sanguíneo é inadequado para manter a atividade celular normal, Cuidados
Cuidados de emergência:
ou seja, deficiente no suprimento de sangue e oxigênio para o organismo.O Ao primeiro sinal ou risco de choque:
choque irreversível é definido como a incapacidade de responder á ressus-
citação. - Manter a vitima deitada com os pés mais altos que a cabeça;
- Mantenha-a aquecida e coberta, não excessivamente para evitar a vaso-
Tipos de Choque: dilatação.
Choque hipovolêmico: Devido ao decréscimo do volume liquido provo- - Se estiver consciente, ofereça água ou outra bebida morna, nunca bebi-
cado pela perda de sangue, plasma e líquidos do organismo, sendo suas das alcoólicas;
causas mais comuns a hemorragia, queimadura e desidratação. - Mantenha as vias aéreas desobstruídas;
- Se estiver inconsciente, deite-a de lado com a cabeça baixa, inclinada
Quadro clinico: Hipotensão associada com taquicardia, podendo haver para trás e virada para o lado.Em caso de vômito, essa posição impede a
uma breve bradicardia. aspiração para os pulmões;
- Nunca de nada por via oral sem que a vítima volte á consciência;
- Pulso rápido; - Procure rapidamente um médico;
- Sudorese;
- Polidipsia; Assistência de Enfermagem:
- Respiração rápida e superficial;
- Apatia e coma; - Estabelecer e manter via aérea permeável, iniciando os processos de
ressuscitação se necessário;
Choque cardiogênico: causado pela falência do coração em sua função - Ministrar oxigênio;
como bomba, ou seja, o coração não consegue bombear uma quantidade - Assegurar uma veia e coletar amostra de sangue;
de sangue suficiente para o organismo.Suas causas mais comuns são o - Manter volume sanguíneo circulante, com reposição de líquidos para
Infarto Agudo do Miocárdio(IAM),ICC,arritmias graves e embolia pulmonar. corrigir a hipotensão;
- Manter o paciente calmo e aquecido, não excessivamente para evitar
Quadro clinico: vasodilatação;
- Hipotensão arterial(pressão sistólica menor que 80 mmHg); - Manter toda a medicação de emergência e material para infusão endove-
- Baixo débito urinário(menos que 25 ml/h); nosa pronto para uso;
- Pele fria e pegajosa; - Administrar medicamentos conforme prescrição médica e controlar gote-
- Agitação, confusão e obnubilação; jamento de soro;
- Pulso fraco e filiforme(as vezes ausente); - Controle de sinais vitais de 15 em 15 minutos ou a critério médico;
- Sintomas cardíacos com dor torácica recorrente ou persistente; - Observar se há hemorragia tentando estancar o sangramento;
- Controle de diurese, pois uma das complicações de choque prolongado é
Choque Séptico: resulta de processos infecciosos graves, causados a anúria;
por endoxinas da desintegração de bactérias gram-negativas (E.Colli,
Pseudomonas, Proteus, Klebsiella), por exotoxinas de bactérias gram- POLITRAUMATISMOS:
positivas (Pneumococos, Estafilococo) Riquetsias e vírus, que acarretam Traumatismos são lesões provocadas por forças externas, que podem
distúrbios hemodinamicos e metabólicos com conseqüente morte celular, ser tanto um objeto chocando-se contra o corpo humano, ou o corpo huma-
que poderá ou não ser reversível, o choque séptico é causado pela septi- no chocando-se contra um objeto.
cemia; A fonte mais freqüente é o aparelho geniturinário e surge após
cirurgia ou manipulação.A seguir, é o aparelho respiratório, após traqueos- Politraumatismos são lesões múltiplas de diversas naturezas que po-
tomia ou uso prolongado de tubo traqueal.A terceira fonte é o trato gastroin- dem comprometer diversos órgãos e sistema.
testinal havendo, geralmente, abscessos e fístula.
Princípios básicos do tratamento de emergência:
Quadro Clinico:
Fazer uma avaliação rápida do estado geral do paciente, estabelecen-
- Calafrios com tremores; do prioridade e dando atenção imediata aquele traumatismo que interfere
- Hipertermia; nas funções vitais, podo em risco sua vida, estabelecendo a seguinte
- Pele seca, quente e ruborizada(contrastando com outros choques); ordem.
- Aumento do débito cardíaco;
- Pulso rápido e taquicardia; - permeabilidade das vias aéreas (retirada de prótese);
- Hipotensão arterial; - aspiração das secreções orofaríngeas;
- Palidez; - avaliação das possíveis lesões intratorácicas;

Técnico de Enfermagem 160 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
- colocação da cânula de guedell; 1° imediatos
- entubação e uso de respirador;
- avaliação da função respiratória(ritmo,freqüência e movimento torácico); - Receber o paciente queimado em sala limpa.
- avaliação das funções cardio circulatórias usando manobras de ressusci- - Usar técnica asséptica rigorosa.
tação quando houver P.C.R; - Utilizar as roupas do paciente com cuidado.
- controle da hemorragia.Se for detectada hemorragia interna, preparar o - Colocando-o sobre a maca forrada com lençol.
paciente para cirurgia; - Puncionar veia.
- punção de veia para reposição das perdas sanguíneas e administração - Controle hídrico rigoroso.
de medicamentos; - Controle de sinais vitais a cada hora.
- preparação do material para flebotomia e P.V.C; - Auxiliar no curativo das áreas queimadas.
- sondagem vesical, se prescrita, para avaliação do débito urinário; - Observar estado mental do paciente (confusão, torpor e delírios).
- controle rigoroso da administração e perda de líquidos, P.V.C e sinais 2º imediato
vitais;
- avaliação de trauma crânio encefálico e outras lesões; - Controle de sinas vitais.
- imobilização das fraturas.observando as extremidades (coloração, tempe- - Controle hídrico.
ratura e pulso); - Dar cuidados higiênicos.
- avaliação da ansiedade do paciente, orientando e esclarecendo sobre o - Prevenir escaras e deformidades.
seu estado, procedimentos e dúvidas. - Mudar de decúbito freqüentemente.
- Movimentação no leito.
Traumatismos Crânio Encefálico (T.C.E): - Incentivar a deambulação.
Os pacientes que chegam ao posto de emergência podem apresentar - Incentivar dieta.
fratura de crânio,lesão de cérebro, edema cerebral ou hematoma.O T.C.E
decorre geralmente de quedas acidentais, atropelamentos, colisões de
autos ou ferimentos.A gravidade do T.C.E esta condicionada principalmente ENFERMAGEM CIRURGICA
á lesão cerebral.Eles podem ser abertos ou fechados.
Assistência de enfermagem no pré, intra a pós-
pós-operatório.
Lesão do couro cabeludo:
Costumam sangrar com uma certa intensidade, devido á grande vascu- Os cuidados de enfermagem variam de paciente para paciente. Os
larização local. procedimentos de enfermagem serão baseados no atendimento às neces-
sidades básicas do indivíduo e nas reações psíquicas e físicas do paciente
Tratamento: à essa situação.
- Sutura do ferimento; Faz-se necessário que o paciente seja esclarecido sobre os procedi-
- Tricotomia ao redor; mentos a serem realizados, pois o simples fato de não saber "o que vai ser
- Limpeza da área com Povidini ou água e sabão; feito" pode torná-lo não cooperativo e inquieto.
Quando o crânio esta intacto, as bordas do couro cabeludo podem ser
comprimidas com o dedo, para estancar o sangramento temporariamente e Além da necessidade de atendimento à s necessidades básicas o pa-
permitir a inspeção. ciente cirúrgico requer alguns cuidados específicos.
QUEIMADURAS Assistência de enfermagem no pré-
pré-operatório
Conceito: Queimaduras são lesões produzidas por agentes térmi
térmicos,
químicos, elétricos e radiativos que
que destroem os tecidos. O preparo pré-operatório inicia-se na internação, terminando momentos
antes da cirurgia. Tem por finalidade:
Classificação: As queimaduras variam de grau e intensidade, de acor-
acor-
do com o agente o tempo de exposição e a área atingida. — proporcionar uma recuperação pós-operatória (PO) mais rápida e
redução das complicações;
1º grau: São superfícies,atingem somente a epiderme. A pele fica ve
ver-
r-
— diminuir o custo hospitalar e o período de internação.
melha e há pouca dor,exemplo, queimadura
queimadura de sol.
2º grau: Atingem a derme, há avermelhamento intenso, edema (in
(incha-
cha- Nas cirurgias de rotina, o preparo físico e psíquico inicia-se com alguns
ço) e formação de bolhas, há muita dor. dias de antecedência e, nas de emergência, momentos antes de encami-
nhar o paciente à sala de cirurgia (SO). Todo paciente ou responsável
3º grau: Atingem o teado subcutâneo, músculo e ate os ossos, produ-
produ- deve assinar antes da cirurgia um termo de responsabilidade, autorizando o
zindo lesões no inicio esbranquiçadas, havendo posteri
posteriormente necrose do hospital a realizar o procedimento cirúrgico. Essa autorização operatória
tecido. tem por finalidade:
intennsida-
A gravidade de uma queimadura é avaliada pelo grau e pela inte sida-
de (extensão).Assim pode ser mais grave uma queimadu
queimadura de primeiro — proteger o paciente contra uma cirurgia indesejada;
grau e mais extensa que uma de terceiro grau pequena. — proteger o hospital e sua equipe contra uma ação legal do paciente
ou família sobre uma cirurgia realizada sem consentimento.
Complicações:
A assistência de enfermagem no pré-operatório abrange o preparo psí-
1. Choque devido á dor.
quico-espiritual e o preparo físico.
2. Choque hipovolêmico por perda de água.
3. Problemas respiratórios e renais.
Preparo psíquico-
psíquico-espiritual
4. Infecção.
5. Deformidade.
— Explicar ao paciente a sua cirurgia e os exames na medida do pos-
Tratamento: sível;
— diminuir a sensação de medo da anestesia, cirurgia, dor, morte, do
- Aliviar a dor desconhecido e de destruição da imagem física;
- Repor perdas liquidas — orientar sobre os procedimentos e a importância da sua cooperação
- Prevenir complicações renais e ou respiratórios. no pré e pós-operatório;
- Evitar ou tratar infecções. — explicar como irá retornar da cirurgia e que a enfermagem estará
- Prevenir deformidades. presente para atendê-lo em qualquer anormalidade;
Cuidados de enfermagem — apoiar psicologicamente o paciente, principalmente no dia da SO;

Técnico de Enfermagem 161 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
— transmitir sensação de calma e confiança, e ouvir com atenção os — reduzir a ansiedade do paciente, facilitando o efeito do anestésico.
problemas do paciente; Ex.: Demerol (Dolantina), Dienpax (Diazepan);
— proporcionar um ambiente calmo e tranqüilo, favorecendo o equilí- — diminuir secreção, principalmente do trato respiratório. Ex.: Atropina;
brio psicológico e o entrosamento com o ambiente hospitalar; - reduzir as intercorrências alérgicas. Ex.: Fenergan.
— atender a família, explicando resumidamente a cirurgia, como o pa-
ciente retornará da SO e a importância da família em apoiá-lo nesse perío-
do; Assistência no intra-
intra-operatório
— providenciar ou dar assistência religiosa, de acordo com a religião
ou solicitação do paciente. Ela é realizada:

Preparo físico — na sala de espera da SO de preferência deve haver um profis-


sional de enfermagem da clínica de origem acompanhando o paciente até
1. Inicial: utilizam-se recursos para melhor esclarecimento do diagnós- a sua entrada na SO;
tico e para adequar o estado geral do paciente à cirurgia. Para tal, a enfer- — no preparo da unidade: após a cirurgia o paciente poderá ser
magem: encaminhado para a Sala de Recuperação Pós-Anestésica, Terapia Inten-
siva ou para a sua própria enfermaria. Por isso, o preparo da unidade varia
— realiza exame físico, atentando para determinadas condições que de hospital para hospital, de cirurgia para cirurgia, mas, basicamente,
podem atuar negativamente na cirurgia. Ex.: idade, outras doenças, quadro consiste em:
infeccioso:
— providencia e prepara o paciente para os exames laboratoriais e ou- a) montar cama de operado;
tros exames auxiliares no diagnóstico; b) esvaziar jarro de água;
c) colocar ao lado do leito o suporte de soro;
— controla os sinais vitais e outros; d) deixar na mesinha de cabeceira: 2 a 3 pacotes de gaze, aparelho de
PA e estetoscópio (pode-se colocar 1 cuba-rim, 1 seringa de 20 cc, exten-
— observa o equilíbrio hidro-eletrolítico e o estado nutricional; orienta, são de sonda, coletores, ataduras de crepe, material de aspiração etc.);
estimula e administra dietas adequadas, medicamentos, soros etc.;
e) testar fluxômetro do oxigênio.
— ensina exercícios respiratórios com frasco, principalmente aos que
serão submetidos à anestesia, geral. Assistência de enfermagem no PO
2.. Para a cirurgia: objetiva remover as possíveis fontes de infecção e
preparar o paciente para a operação. Em geral, realiza-se no dia anterior à Tem por finalidade detectar e prevenir a instalação das complicações
operação. Basicamente, os cuidados de enfermagem são: pós-operatória e, conseqüentemente, obter uma rápida recuperação. O
paciente retornará a sua unidade sob efeito da anestesia geral, raquianes-
— verificar na lista de cirurgia quais os pacientes a serem operados, ti- tesia, peridural ou local.
po de cirurgia, de anestesia,, horário, preparos especiais e de rotina;
— colher amostra de sangue em tubo com anticoagulante para tipagem Po imediato (ao receber o paciente na enfermaria)
sangüínea, se necessário;
— observar e notificar sinais e sintomas de anormalidades ou altera- — Transferir o paciente da maca para a cama, mantendo o leito na po-
ções dos sinais vitais; sição horizontal ou de acordo com a prescrição médica. No caso de anes-
— limpar a pele com banho completo no dia anterior; e, no dia da cirur- tesia raquidiana, manter o paciente em decúbito horizontal por 24 horas; na
gia, banho corporal com troca de roupa; anestesia geral, mantê-lo sem travesseiro (até o retorno da consciência) a
— proceder à tricotomia da área operatória e barbear os pacientes do não ser que apresente SNG (neste caso, deixá-lo em ligeiro Fowler, a fim
sexo masculino; de prevenir esofagite de refluxo);
— manter unhas curtas, limpas e sem esmalte; — agasalhá-lo de acordo com a necessidade;
— iniciar o jejum após o jantar — manter a função respiratória:
— fazer a lavagem intestinal à noite, quando necessário.
a) observando os sinais de insuficiência respiratória: cianose, dispnéia,
3. Imediato: tiragem intercostal, batimentos de asa de nariz, agitação;
— verificar se os preparos foram realizados na véspera; b) mantendo a fixação das cânulas (endotraqueal e traqueostomia);
— verificar e manter o jejum; c) ligando os respiradores artificiais e mantendo a cânula endotraqueal
— comunicar anormalidades no estado geral do paciente; desobstruí da através de aspiração de secreção;
— remover grampos de cabelos, maquiagem, goma de mascar; d) conservando a cânula de Guedel até que o paciente desperte, a fim
— remover e guardar identificados: jóias, dentaduras, lentes de contato de que não ocorra queda da língua e, conseqüentemente, obstrução respi-
ou óculos; ratória.

— passar sonda vesical e SNG de acordo com o tipo de cirurgia e roti- — observar nível de consciência, estado geral, quadro de agitação e
na da clínica (geralmente realiza-se esse procedimento na SO); outros comprometimentos neurológicos;
— após o aviso da SO ou momentos antes do horário marcado deve- — tranqüilizar o paciente e notificá-lo do local onde se encontra; per-
se: guntar se ele apresenta alguma anormalidade. Não se deve tecer comentá-
rios indevidos perante o paciente aparentemente inconsciente ou sonolento,
a) pedir para o paciente urinar espontaneamente quando não houver pois a audição poderá estar presente;
sonda vesical; — verificar anormalidades no curativo (secreção, sangue) e se há pre-
b) retirar toda a roupa de uso pessoal e colocar camisola com a abertu- sença de hemorragia;
ra nas costas; — observar funcionamento de drenos, sondas, cateteres e conectá-los
e) cobrir a cabeça com uma touca; à s extensões;
d) deitar o paciente na maca; — observar e controlar gotejamento de soro, sangue e derivados;
e) verificar e anotar TPRPA; — verificar as anotações do centro cirúrgico e prescrição médica;
f) aplicar a medicação pré-anestésica prescrita e checar; — controlar e anotar TPRPA freqüentemente, de acordo com a condi-
g) fazer as anotações; ção clínica do paciente;
h) encaminhar o paciente com papeleta e prontuário para a SO. — observar presença de anormalidades e complicações pós-
Observação: A medicação pré-anestésica (MPA) é prescrita pelo anes- operatórias, prestando os cuidados específicos (ver a seguir);
tesista, devendo ser administrada 45 minutos antes da cirurgia, ou seja, — iniciar tratamento de pós-operatório específico da cirurgia e da pres-
momentos antes de encaminhar o paciente para a cirurgia. Ela visa: crição médica;

Técnico de Enfermagem 162 A Opção Certa Para a Sua Realização


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— promover conforto e segurança através de meio ambiente adequa- — Avaliar tipo, local, intensidade e duração da dor;
do, uso de grades na cama, restrição das mãos (de acordo com o grau de — promover, quando recomendado, mudança de decúbito e mas-
agitação); sagem de conforto;
— comunicar as intercorrências, controlando-as com maior freqüência; — tranqüilizar o paciente e tentar eliminar a causa da dor: afrouxar
— registrar os dados observados e controlados. curativos apertados (se não houver contra-indicação), verificar presença de
retenção de urina e gases etc.;
PO mediato (nas horas e dias consecutivos) — administrar o analgésico prescrito (quando outras medidas não
surtiram efeito) e observar o efeito do medicamento;
— Controlar TRPA freqüentemente, de acordo com a evolução clínica. — anotar características da dor (local e tipo), providências tomadas
— controlar infusão venosa; e checar a medicação.
— observar funcionamento e controlar, quando necessário, os líquidos
eliminados por sondas, drenos etc. 2. Alterações da temperatura: quando o paciente retorna da SO, em
— controlar as anormalidades e complicações pós-operatórias; geral apresenta-se hipotérmico devido à depressão do sistema nervoso
— fazer mudança de decúbito de acordo com a evolução clínica; decorrente da droga anestésica. Com o passar das horas, poderá haver
— aspirar SNG de 2/2 horas ou de acordo com a necessidade; hipertermia decorrente da agressão tissular provocada pela incisão operató-
— avaliar periodicamente a cessação do efeito anestésico; ria.
— iniciar a partir do 1º PO (em geral):
Procedimentos de enfermagem
a) deambulação precoce;
b) exercícios respiratórios com frascos ou aparelhos; — Na hipotermia: aquecer o paciente, acrescentando mais cobertores,
c) banho no leito ou ajudar a encaminhá-lo ao chuveiro; ligar aquecedor, fechar janelas. Não aplicar bolsa de água quente devido ao
d) troca de curativo; perigo de queimadura por diminuição da sensibilidade dolorosa. Controlar
e) estimular aceitação da dieta. com maior freqüência a temperatura corporal;
— na hipertermia: retirar cobertores, desligar aquecedor, aplicar com-
— orientar paciente e família para a alta: importância do retorno ao pressas frias (na frente, região axilar e inguinal), medicá-lo conforme pres-
hospital ou consultório médico para controle, cuidados a serem dispensa- crição. Controlar com maior freqüência a temperatura corporal e a instala-
dos no domicílio. ção de quadro convulsivo.

Frascos para o exercício respiratório. 3. Náuseas e vômitos: é um sinal comum após o paciente recobrar a
consciência, mas torna-se grave se persistir por mais de 3 dias.
Observação: Pode ocorrer devido ao acúmulo de líquido e restos alimentares no tra-
to digestivo, decorrente de diminuição do peristaltismo, efeito colateral das
1. O exercício respiratório com frascos tem por finalidade provocar uma drogas anestésicas, distensão abdominal.
expiração forçada e, conseqüentemente, o paciente deverá inspirar pro-
fundamente. Dessa forma, ocorre uma melhor expansão pulmonar, mobili- Procedimentos de enfermagem
zação de secreção e diminui-se o risco de complicações pulmonares.
— Colocar o paciente com a cabeça voltada lateralmente, deixando-se
O exercício respiratório com frasco consiste em: uma cuba-rim para recolher o material do vômito. Na ausência da cuba-rim,
aparar o vômito com o lençol de cabeceira da cama do operado;
— encher 2/3 de um frasco (A) com água e corante e deixar outro (B) — proceder a aspiração da SNG a fim de esvaziar a cavidade gástrica;
vazio;
— fechar os frascos com tampas; no A introduzir um tubo (por exem- — lavar a boca após o vômito e manter ambiente limpo e com odor a-
plo, pedaço de equipo de soro) até próximo do fundo, e ligá-lo ao frasco B; gradável;
— introduzir no frasco A um tubo sem mergulhá-lo na solução e que, — medicar conforme prescrição (Plasil ou Dramim);
externamente, tenha um bucal;
— anotar quantidade, aspecto e providências tomadas.
Paciente executando o exercício respiratório
4. Sede:
Sede é a sensação de ressecamento da boca e faringe decorrente
— fazer um respiro no frasco B; da ação inibidora de secreções da Atropina (utilizada como MPA), perdas
— colocar os frascos em níveis iguais, ou o frasco A em nível inferior sangüíneas, perda de líquidos através de sudorese excessiva, hipertermia e
ao B; cavidade exposta durante o ato operatório.
— pedir para o paciente inspirar profundamente e soprar o bucal do
frasco A; com isso, ocorrerá passagem de determinado volume da solução Procedimentos de enfermagem
A para B. Após determinado número de exercícios, o frasco B encher-se-á
de solução; nesse caso, trocam-se as tampas e retoma-se o mesmo proce- — Observar sinais de desidratação através de turgor da pele, diurese,
dimento, agora com os frascos trocados. alteração da PA, sonolência e outros;
— verificar jejum para manter uma hidratação VO ou EV;
2. O exercício respiratório com Bird (respirador artificial): tem por finali-
dade expandir o pulmão, injetando ar e oxigênio sob pressão. — umidificar boca e lábios e realizar higiene oral nos pacientes impedi-
dos de hidratar-se por VO.
Anormalidades e complicações no PO
5. Soluços: são espasmos diafragmáticos intermitentes provocados pe-
1. Dor: é um dos primeiros sintomas a surgir no PO, diminuindo nos di- la irritação do nervo frênico, mas de etiologia desconhecida. No PO, a
as subseqüentes. Suas causas podem ser: causa mais comum é por distensão abdominal e hipotermia.
— existência de drenos, sondas, cateteres;
— posição adotada durante o ato cirúrgico; Procedimentos de enfermagem
— imobilidade prolongada;
— trauma cirúrgico; —- Eliminar as causas: aquecer o paciente, fazer mudança de decúbi-
— distúrbios psicológicos: atenção voltada a dor, estado de medo e to, aspiração ou lavagem gástrica, estimular deambulação etc.;
ansiedade etc. — fazer o paciente inspirar e expirar com um saco de papel (porque o
dióxido de carbono diminuía irritação nervosa);
Procedimentos de enfermagem
enfermagem — comprimir com os dedos as dobras oculares com as pálpebras cer-
radas durante alguns minutos;

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— executar a prescrição médica, tais como a administração da Atropi-
na e inalação com dióxido de carbono; Procedimentos de enfermagem
— ajudar o médico na infiltração local com Procaína 1%, mudança do
tubo de drenagem e outros: — Na infecção urinária:
— preparar e encaminhar o paciente para a SO, a fim de se submeter
ao esmagamento do nervo frênico (último recurso). a) obedecer a técnica asséptica ao passar a sonda vesical;
b) utilizar somente extensões ou conectores esterilizados;
6. Choque:
Choque é um quadro grave, cujo prognóstico depende da rapidez c) manter a higiene íntima;
do atendimento. No PO, o choque mais comum é o hipovolêmico ou hemor- d) observar e controlar hipertermia, presença de disúria;
rágico, decorrente da perda sangüínea excessiva e/ ou reposição inade- e) observar características da urina: turva, com odor fétido, presença
quada durante ou após a operação. de secreção;
Os sinais e sintomas são: pulso taquicárdico e filiforme hipotensão arte- f) administrar o anti-séptico urinário ou antibiótico prescrito;
rial, dispnéia, cianose das extremidades, palidez, sudorese fria, hipotermia, g) fazer a lavagem vesical de acordo com a prescrição médica, nos ca-
agitação, oligúria. sos de infecção;
h) colher amostra para urocultura e antibiograma.
Procedimentos de enfermagem
— Na anúria e oligúria (presentes na insuficiência renal aguda, choque,
— Avisar imediatamente o. responsável (médico, enfermeira-chefe) da hipovolemia, distúrbios hidroeletrolíticos):
presença da hipotensão arterial e pulso filiforme, não esquecendo de com-
parar com os dados anteriores; a) controlar diurese (de 24 horas, a cada 1 ou 2 horas ou minuto);
— controlar com maior freqüência TPRPA, principalmente P e PA; b) administrar líquidos VO ou EV nos casos de desidratação;
— controlar PVC que estará abaixo do valor normal; c) restringir líquidos nos casos de edema;
—- observar focos hemorrágicos (incisão operatória, drenos, cateteres, d) administrar diuréticos de acordo com a prescrição médica;
sondas etc.), fazendo curativo compressivo, se necessário; e) controlar PVC e PA para detectar hipovolemia;
— ligar SG 5%, caso não esteja em venoclise, pois com a progressão f) observar sinais de confusão mental, pois poderá ser um indício de
do choque torna-se difícil puncionar uma veia devido à vasoconstrição: uremia;
— colher amostra de sangue e encaminhar ao banco de sangue para a g) preparar paciente para diálise peritonial ou hemodiálise (quando in-
tipagem; dicado).
— aquecer o paciente, elevar os MMII e manter o decúbito dorsal; — Na retenção urinária: ocorre mais freqüentemente nas cirurgias ab-
— administrar os medicamentos prescritos e manter as infusões veno- dominais e orificiais (via baixa). A enfermagem deve diferenciá-la da anúria,
sas (soro com eletrólitos, sangue e seus derivados); palpando-se a parte inferior do abdome, onde sentirá a presença da bexiga
— passar sonda vesical, se necessário, para controle de volume a fim distendida (bexigoma). Para promover a eliminação da urina retida reco-
de detectar anúria; menda-se:

— preparar material de emergência e outros, de acordo com a evolu- a) auxiliar o paciente a sentar-se (quando não houver contra-
ção clínica do paciente. indicação), pois essa posição facilita a micção;
b) fazer higiene íntima com água morna;
7. Alterações pulmonares: a atuação de enfermagem deve estar volta- c) abrir a torneira próxima ao leito do paciente, pois o som ou a visão
da para a sua prevenção; após a sua instalação e de acordo com a evolu- de água corrente relaxa o espasmo do esfíncter urinário;
ção, o paciente é encaminhado à terapia intensiva. d) colocar bolsa de água quente sobre o abdome, compressas quentes
no períneo;
As principais complicações são: e) promover a privacidade do paciente: fechar a porta, evitar abri-la
constantemente (orientar o paciente a tocar a campainha quando urinar ou
— atelectasia: a obstrução do brônquio através de secreções ocasiona necessitar de auxílio), cercar a cama com biombos;
colabamento dos alvéolos pulmonares; f) orientar o paciente sobre a importância da eliminação da urina retida;
g) medicar para dor, pois esta dificulta o relaxamento do esfíncter, ne-
— broncopneumonia (Bcp): afecção pulmonar provocada por aspiração cessário para a micção;
de vômito ou alimentos, estase pulmonar, irritação por produtos químicos h) passar, sob prescrição médica, sonda vesical de alívio quando ou-
ou infecção por microrganismos; tras medidas falharam. Anotar o procedimento, controlar volume drenado e
— embolia pulmonar: obstrução da artéria pulmonar ou de seus ramos características.
através de êmbolos.
9. Alterações gastrintestinais: as mais comuns são constipação intesti-
Procedimentos de enfermagem nal, distensão abdominal e obstrução intestinal.

— Estimular a movimentação no leito e a deambulação precoce; A constipação intestinal é causada pelo efeito colateral do anestésico,
— incentivar exercícios respiratórios com Bird ou frascos; imobilidade prolongada, medo da dor. Pode provocar, além da retenção das
— fazer tapotagem após mudança de decúbito e exercício respiratório; fezes, dor ou desconforto abdominal e flatulência.
— estimular a tosse e expulsão da secreção broncopulmonar;
— manter a cabeça do paciente voltada lateralmente na presença de Procedimentos de enfermagem
vômito;
— aspirar secreção endotraqueal sempre que necessário, através da — Estimular ingestão de líquidos (água, chá ,sucos de frutas) para a-
intubação ou traqueostomia; molecer as fezes endurecidas;
— manter material de oxigenação pronto para atendimento de emer- — oferecer e estimular a aceitação de alimentos ricos em celulose
gência; (verduras, legumes, frutas com bagaço);
— manter nebulização contínua, inalação, oxigenioterapia e adminis- — evitar a imobilidade através da movimentação no leito e deambula-
tração de expectorantes, de acordo com a orientação médica; ção, que tem por finalidade facilitar o retorno do peristaltismo:
— manter hidratação adequada a fim de fluidificar secreções e, conse- — administrar a medicação laxante prescrita no período noturno;
qüentemente, facilitar a sua expulsão; — orientar o paciente sobre os procedimentos a adotar, inclusive no
— atentar para as alterações da respiração e temperatura; que se refere ao hábito do funcionamento intestinal após o desjejum (me-
— evitar infusão venosa nos MMII (prevenção de embolias). lhores condições de reflexo gastrocólico);
— orientar sobre a importância da evacuação, tentar diminuir o medo e
8. Alterações urinárias: pode ocorrer anúria, oligúria, infecção, retenção a ansiedade;
e incontinência urinária.

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— proceder à lavagem intestinal quando outras medidas falharam (sob
prescrição médica). Procedimentos de enfermagem

A distensão abdominal é de corte do íleo adinâmico, que provoca dor — melhorar estado nutricional e corrigir doenças sistêmicas no pré-
abdominal (em conseqüência da congestão passiva da alça intestinal), operatório;
vômitos, retenção de gases e sinais gerais (desconforto, dispnéia, taquicar- — pode-se fazer lavagem ou irrigação do local da deiscência com soro
dia, agitação etc.)..As principais causas são a exposição e manipulação da fisiológico;
alça intestinal durante a cirurgia, efeito das drogas anestésicas, imobilidade — utilizar medidas de prevenção e tratamento da ferida operatória;
pós-operatória, quadro inflamatório (peritonite), dieta (ex.: leite e laranja — prevenir e tratar a distensão abdominal (em cirurgias abdominais).
possuem um tempo maior de fermentação e, conseqüentemente, maior
produção de gases). d) Evisceração:
Evisceração é a deiscência com saída de vísceras pela parede.

Procedimentos de enfermagem Procedimentos de enfermagem

— Orientar o paciente para movimentar-se no leito e deambular; — cobrir os órgãos eviscerados com compressas estéreis e umedeci-
— aspirar SNG para remoção de líquidos e gases; dos com soro fisiológico ou líquido de Dakin;
— aplicar calor na região abdominal; — manter o paciente calmo, em decúbito dorsal, com os joelhos flexio-
— orientar o paciente a deglutir menos ar ao beber ou ingerir alimen- nados;
tos; — comunicar ao médico;
— promover a privacidade do paciente a fim de que ele possa eliminar — preparar o paciente para a cirurgia.
os gases;
— passar sonda retal ou fazer lavagem intestinal de acordo com a
prescrição médica. ENFERMAGEM EM CLÍNICA MÉDICA

A obstrução intestinal ocorre com maior freqüência nas cirurgias abdo- PNEUMONIA
minais com o trânsito intestinal interrompido ou paralisado devido à s ade- É uma processo inflamatório agudo do parênquima pulmonar cau-
rências inflamatórias, introdução da alça intestinal no trajeto da drenagem sado por bactéria,vírus,fungos ou gordura.
etc. Caracteriza-se por estagnação do conteúdo intestinal, produzindo
vômito de odor fétido e distensão abdominal. As bactérias nos primários são causados pelo pneumococo.

Procedimentos de enfermagem BRONCO PNEUMONIA


É quando o processo pneumônico esta distribuído de maneira difu-
— Passar SNG e proceder a aspiração; sa tendo se originado nos brônquios e estendido para o parênquima adja-
— observar retorno da lavagem intestinal (em geral, é de cor clara, cente.
sem ou com pouca quantidade de fezes);
— controlar P e PA com freqüência para detecção precoce do choque; Causas: indivíduo debilitado,alcoólatras,desnutrição,exposição ao
— preparar o paciente para uma provável cirurgia. frio, pacientes acamados por longo tempo, aspiração de alimen-
tos,TCE,infecção anterior (faringite,laringite,amidalite).
10. Alterações da ferida operatória Quadro clinico:
a) Hemorragia - tosse,expectoração sanguinolenta (mucóide-mucopurulenta).
— interna: um dado significativo é a formação de hematoma, que po- - dispnéia-cianose.
derá interferir no processo de cicatrização; - taquicardia.
— externa: é a saída de sangue através da ferida operatória. - febre (hipertermia),(38.5-40-41°c.
- cefaléia,anorexia,mialgia,calafrios.
Procedimentos de enfermagem - ausculta (estertores crepitantes e bolhosos)
- desconforto sob esternal.
— Fazer curativo compressivo; - prostração.
— observar presença de sangramento nos curativos e na roupa de ca-
Diagnóstico:
ma;
— observar e notificar sinais de choque hemorrágico; - cultura de secreções (hemocultura, antibiograma) e exame radio-
— prevenir e tratar o choque hemorrágico. lógico (tórax).
b) Infecção: as causas são várias, tais como a falta de assepsia na SO, - anamnese.
preparo da pele inadequado no pré-operatório, técnica de curativo errado, - exame físico
falha de técnica cirúrgica.
Tratamento e cuidados de enfermagem:
Procedimentos de enfermagem - fluidificar e facilitar a mobilização de secreções através de inala-
ção.
— Observar os princípios da técnica do curativo; - nebulização contínua.
- hidratação.
— estimular ingestão adequada de proteínas e vitamina C; - administração parenteral,soluções cristalóides ou colóides.
— observar sinais de infecção: Processo inflamatório (intumescimento, - dietoterapia-liquidos,leves,hipercalóricas e hiperproteicas.
sensibilidade e hiperemia da ferida), saída de secreção purulenta, hiperter- repouso no leito.
mia; - antibiótico terapia, analgésicos.
- mudanças de decúbito.
— manter o local cirúrgico limpo: sem secreção, sujidades, coágulos; - exercícios respiratórios.
- quadro de agitação psicomotora.
— colher material para cultura;
Complicações:
— iniciar antibioticoterapia.
- arritmias cardíacas.
- choque toxinfeccioso.
c) Deiscência:
Deiscência é uma abertura total ou parcial na incisão operatória de-
- parada cardíaca.
vido à infecção cirúrgica, distensão abdominal, estado nutricional precário.

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Edema Agudo de Pulmão - dispnéia, cianose, chiado, fadiga, hipóxia, edema,perda de peso,
fraqueza.
Se refere a presença de excesso de fluido no pulmão,quer nos es-
paços intersticiais ,quer nos alvéolos.Costuma acompanhar na insuficiência Tratamento e cuidados de enfermagem:
ventricular esquerda aguda.
- apoio psicológico (administrar broncodilatadores, expectorantes,
obs:o edema agudo do pulmão constitui uma verdadeira emergên- iodeto de potássio, corticosteróide comprimido, prednisona via oral
cia médica e enfermagem pois representa uma afecção com risco de vida. ou injetável, cortisona( hidrocortisona), ação rápida tudo quando for
prescrito pelo médico)
Causas: - inalação.
- doenças cardíacas: insuficiência ventricular esquerda aguda, in- - decúbito posição de fowler.
farto do miocárdio, estenose aórtica, doença grave da válvula mi- - sinais vitais.
tral, hipertensão, insuficiência cardíaca congestiva. - observar respiração freqüentemente.
- sobrecarga circulatória: transfusões e infusões. - ambiente arejado, limpo e calmo.
- hipersensibilidade medicamentosa: alergia e envenenamento. - acompanhar e anotar aceitação alimentar.
- lesões pulmonares: inalação e fumaça, choque do pulmão, embo- - higiene bucal e corporal.
lia ou infarto pulmonar. - afastar produtos químico (alérgeno).
- lesões do sistema nervoso central: apoplexia, traumatismo ence- Enfisema Pulmonar
fálico.
- infecções e febre. Aumento dos espaços aéreos distais ao bronquíolo terminal, acom-
panhados de destruição.
Quadro clinico:
clinico:
Causas:
- tosse e agitação durante o sono( sintomas premonitórios).
- dispnéia grave e ortopnéia. - tabagismo, infecções das vias aéreas, poluição atmosférica, gené-
- tosse com quantidade variável de saliva e espumosa, branca ou tica.
rósea.
- grande ansiedade e pânico. Sintomas:
- respiração ruidosa- sibilos respiratórios, expiatórios e estertores - tosse, expectoração, hipóxia, dispnéia, anóxia.
bolhosos. - dificuldade de deambular.
- cianose com sudorese intensa.
- veias do pescoço distendidas. Tratamento e cuidados de enfermagem:
enfermagem:
- taquicardia. - broncodilatadores( aminofilina, efedrina).
- confusão mental. - fluidificantes- xaropes, iodeto de potássio.
- hipertensão arterial. - antibióticoterapia (penicilina, ampicilina, tetracielinas).
Tratamento e cuidados de enfermagem - oxigenoterapia.
- inalação.
Objetivos: Melhorar a oxigenação e a ventilação, reduzir a conges- - sedativos.
tão pulmonar. - corticosteróide.
- medicações ansiolíticas e diazepan,diempax. - sinais vitais.
- coloque o paciente em posição sentada, cabeça e ombros levan- -higiene bucal e corporal.
tados, pés e pernas para baixo, para favorecer a retenção do san- - anotar aceitação alimentar.
gue nas porções declives do corpo pelas forças gravitacionais, para - auxilia-lo, se necessário na deambulação.
diminuir retorno venoso. - ambiente calmo e arejado.
- se o edema pulmonar for causado por acidente cerebral, ou se - orientar a expelir secreções, anotar na papeleta aspecto das se-
ocorrer na vigência de insuficiência pulmonar crônica ou choque creções e qualquer alteração do quadro.
cardiogênico, estará contra indicado o uso de morfina. - medicar conforme prescrição médica.
- fique atento para o aparecimento de depressão respiratória inten- Bronquite
sa.
- forneça oxigênio em altas concentrações, para aliviar a hipóxia e É uma síndrome clínica caracterizada por tosse crônica com expec-
a dispnéia, conforme prescrição médica. toração, mucosa ou mucopurolento.
- ficar atento para queda de pressão arterial. Sinais e sintomas:
- ficar atento para sinais de obstrução urinaria nos pacientes com
hipertrofia prostática. - tosse seca, mais tarde produtiva, irratativa, desconforto retroes-
- controle de gasometria. ternal.
- suporte psicológico. - roncos e sibilos difusos.
- anotar tudo na papeleta do paciente. - escarros ( mucosas e mucopurolento)
- cianose, dispnéia, febre e calafrios são raros.
DPOC - anorexia.
Asma Brônquica: apresenta uma hiper-reatividade das vias aéreas Fatores desencadeantes:
a diversos agentes.
- produtos químicos.
Fatores desencadeantes: - forma de poluição atmosférica as infecções etc...
- inalação de alérgeno- pó domiciliar (ácaro). - alimentos - ex: crustáceos.
- exercícios físicos. Tratamento e cuidados de enfermagem:
- infecção por vírus ou bactérias.
- emoção. - apoio psicológico.
- aspirina. - expectorantes.
- tabagismo. - antibióticos.
- ar frio, poluição,perfumes. - broncodilatadores.
- alergentes. - inalação, nebulização.
- corticosteróide.
Sintomas: - oxigênio.

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- evitar umidade, frio. Esta ultima é feita pulsionando-se o espaço pleural para remover o liquido
- evitar ambiente poluído- tabagismo. colher uma amostra para análise e aliviar os sintomas.
ICC-
ICC- Insuficiência Cardíaca Congestiva: Quando a quantidade de liquido é muito grande,instala-se o dreno
de tórax.
É a incapacidade do coração em bombear a quantidade necessária
de sangue oxigenado para suprir a necessidade do corpo. Cuidados com o dreno:
dreno: Trocar o frasco a cada 24 horas da seguin-
te maneira:
Causas:
1 pinçar o dreno 15 cm acima da inserção no frasco.
causado pela estenose e o estreitamento da aorta lado esquerdo. 2 o frasco a ser colocado deve ser estéril,graduado em ml e com-
Quadro clinico: posto por um selo de água de maneira que o tubo extensor de vidro
fique submerso.
- dispnéia aos esforços. 3 deve estar identificado com data e horário da troca.
- tosse seca improdutiva e geralmente acorre á noite. 4 conectar a extensão de látex no vidro.
- fadiga. 5 despinçar o dreno.
- insônia.
- taquicardia. INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
- inquietação, agitação. É quando o coração é incapaz de bombear uma quantidade sufici-
- edema de tornozelo. ente de sangue para satisfazer as necessidades de oxigênio e nutrientes
- distensão das veias do pescoço. dos tecidos,existem dois tipos:
- anorexia e náuseas.
- nictúria. 1. Choque cardiogênico: O volume de sangue total do organismo é
- fraqueza. diminuído ,exemplo hemorragias graves,desidratação grave,o que caracte-
riza o choque,o aumento da freqüência cardíaca e a queda da pressão
Tratamento de enfermagem: arterial.
- objetivo diminuir a carga cardíaca e melhorar desconforto. 2. Insuficiência cardíaca congestiva: Caracteriza-se por uma dife-
- manter repouso relativo ou absoluto conforme estado geral do pa- rença entre o volume que chega no átrio direito(vindo do organismo) e o
ciente. que o coração consegue bombear de volta ao organismo.
- repouso em posição semi- elevado.
- administrar O2 na fase aguda. Há portanto uma falência do músculo cardíaco no sentido de bom-
- controlar sinais vitais, constantemente. bear o sangue para o organismo.
- observar aparecimento de cianose e notificar enfermeira e médi-
co. Causas: arteriosclerose coronária,hipertensão arterial,doença mus-
- dieta pobre em sódio. cular degenerativa.
- proporcionar sono tranqüilo. Manifestações clinicas
- orientar o paciente para alimentar-se com calma e lentamente.
- pesar diariamente. - Tonteira
- fazer controle hídrico diariamente. - Confusão mental
- administra medicação prescrita, observar complicações ao admi- - Fadiga
nistrar digitálicos. - Intolerância ao exercício físico e ao calor
- Extremidades frias
Flebites ou Tromboflebite
Tromboflebite - Oligúria
Flebite: é uma inflamação das paredes de uma veia. Metas da enfermagem com relação ao paciente
Tromboflebite: é uma infecção na qual se forma um coágulo numa Promover o repouso físico e emocional.
veia, em conseqüência de flebite ou devido á obstrução parcial da veia.
Posicionamento:
Causas:
- A cabeceira do leito deve permanecer elevada e os pés reclina-
- ficar sentado muito tempo. dos para baixo.
- traumatismo da veia: pode ser trauma direto com injeção EV, ca- - Aliviar a ansiedade noturna.
teteres de demora. - Evitar estresse.
- prolongamento de uma infecção dos tecidos que cercam o vaso.
- pressão contínua de um tumor. Oxigenoterapia.
- atividade excessiva numa pessoa normalmente sedentária. Orientação do paciente
- hipercoagulabilidade.
Visa impedir a progressão da doença.
Tratamento e cuidados
cuidados de enfermagem
Depois que sua insuficiência congestiva esta sob controle,o pacien-
Derrame Pleural te é incentivado a reassumir as atividades que estava acostumado antes de
É uma coleção de liquido no espaço pleural.Pode ser por uma li- sua enfermidade,principalmente seu trabalho.
quido claro ou por sangue. No entanto,geralmente é preciso diminuir algumas atividades que
Aparece como conseqüência de uma doença primaria e nunca por lhe possam fazer mal;exemplo exercícios físicos,estress.
si só.Exemplo pode ser uma complicação de tuberculo- insuficiência renal
se,pneumonia,tumores neoplasicos.
Aguda
Manifestações clinicas
Oligúria (/ 500 ml dia).
Habitualmente os sintomas são aqueles causados pela doença
primaria. Uréia/creatinina/Na + K+
Uma grande quantidade de derrame pleural causará falta de ar e Edema
dor no local.
Ressecamento da pele
A confirmação da presença do liquido é obtida por radiografia ultra-
Prognostico bom
som,exame físico e toracosentese.

Técnico de Enfermagem 167 A Opção Certa Para a Sua Realização


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3 fases 1ª oligúria ( 3 a 10 dias) O trato urinário normal é estéril exceto próximo ao orifício uretral.
Tratamentos diuréticos , dietoterapia GASTRITE
2ª diurética(+ ou – 30 dias) É a inflamação do estomago,decorrente de vários fatores:
3ª recuperação (2 a 3 meses para recuperação total). Má alimentação,falta de alimentação,abuso do álcool e do fu-
mo,uso de medicamentos,stress.
Crônica
É um processo agudo que provoca queimação(Ásia),náusea,falta
Oligúria ou anúria de apetite ou pode ser assintomática o tratamento é feito à base de antiáci-
Edema generalizado dos e alimentação adequada.
Exames laboratoriais alterados Ulcera péptica
Na+ K+ Ur creat. É uma escavação formada na parede do estomago,duodeno ou
esôfago,provocando dores,desconforto e às vezes sangramento.
Confusão mental
Ocorrem devido à má alimentação,tipo sanguíneo e stress emocio-
Crises epiléticas nal.
Ressecamento da pele e mucosas O tratamento é feito com antiácidos,alimentação adequada e às
Sonolência e prostração constantes. vezes cirúrgica.

Tratamento diálise (sanguínea hemodiálise) peritonial. Constipação

Transplante renal. É a diminuição do numero de evacuações,podendo ocasionar des-


conforto abdominal e ate obstrução intestinal pode ocorrer devido á má
Insuficiência renal aguda alimentação ou pode ser secundário a outras doenças intestinais.
É a perda súbita e quase total da função do rim. Diarréia
Ocorre quando os rins são incapazes de remover as substancias É o aumento súbito do numero de evacuações,com perda da con-
tóxicas do organismo e estas se acumulam no sangue. sistência das fezes,pode ocorrer devido à ingestão de alimentos irritan-
tes,medicamentos,ou pode ser secundaria a outra doença intestinal.Na
A I.R.A. manifesta-se por:
diarréia não á perda de muco e sangue e o quadro persistem por pouco
- Oligúria tempo.
- Exames laboratoriais alterados
Desinteira
- Ressecamento da pele
- Edema generalizado. É um quadro semelhante à diarréia ,mas que é acompanhado de e-
liminação de muco e sangue.
Possui um prognostico bom ou seja, é reversível quando submetida
a tratamento medico. Ocorre devido a processos infecciosos e persiste por vários dias.
Podemos distinguir três fases da doença. Diabete mellitus
1ª fase oligurica é quando o paciente apresenta a oligúria e todos É uma patologia crônica,incurável e pode ser de dois tipos.
os demais sintomas da doença.Esta fase perdura de três á dez dias.É
tratada com diuréticos e dietoterapia adequada. Ambas ocorrem em qualquer idade,independente do tipo,e é devido
a uma perda de função do pâncreas.
2ª fase diurética é quando o organismo começa a reagir ao trata-
mento e o paciente urina cerca de 2.500ml nesta fase,perdura-se um mês. Este órgão,que é responsável pela produção de insulina para de
funcionar,deixando que o sangue atinja nível de glicose alto.
3ª fase de recuperação é quando o paciente já esta quase total-
mente recuperado e retoma suas atividades normais,assim como a alimen- Diabete tipo 1 juvenil
tação perdura-se de trinta á sessenta dias. É a mais grave,podendo ocorrer em qualquer idade.
Refluxo de urina da uretra para a bexiga,refluxo de urina da bexiga O paciente desde o inicio tem o sangue com níveis altíssimos de
para os ureteres e destes para os rins,contaminação fecal do meato uretral. glicose e precisa ser submetido ao uso de insulina subcutânea e fazer uma
Insuficiência
Insuficiência renal crônica dietoterapia rigorosa.

É uma deterioração progressiva e lenta na função renal,embora os Diabete tipo 2 ou adulto


sintomas propriamente ditos ocorram subitamente. É um tipo menos grave da doença,os pacientes em geral não ne-
A principio os sintomas seriam muito semelhantes ao da insuficiên- cessitam do uso de insulina,mas somente de uma dieta adequada que
cia renal aguda,mas com o passar do tempo o paciente apresenta neuropa- impeça a glicose de subir a níveis altos no sangue.
tias resultando em:crise convulsiva,sonolência e prostração. Hiperglicemia: é quando a taxa de glicose no sangue esta alta;
O prognostico é ruim,visto que em geral a doença não tem retor- Hiperglicemia: é quando a taxa de glicose no sangue esta baixa.
no.Este paciente devera usar de medicamentos diuréticos e fazer dietotera-
pia constantemente,assim como a realização de diálise que pode ser feita Cefaléia
de duas maneiras,peritonial e hemodiálise. É uma dor que se instala na região cefálica e que pode ser causa-
Uma outra opção seria o transplante renal. da por vários fatores:
Infecções do trato urinário - Stress
- Fome
São uns grupos de infecção causadas pela presença de micro or- - Nervosismo
ganismos no trato urinários,com ou sem sintomas. - Ou ser conseqüências de doenças primarias
A infecção pode predominar na bexiga (cistite),na uretra(uretrite),na A dor se instala na região frontal,temporal e posterior do encéfa-
próstata ou no rim. lo,assim como pode também comprometer toda a região.Na maioria das

Técnico de Enfermagem 168 A Opção Certa Para a Sua Realização


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vezes é curada por si só,pois é essencialmente conseqüente de outros DERRAME
fatores.
É a perda súbita da função cerebral. Costuma ser provocado por
Aneurisma alguns destes quatro motivos.
É uma doença congênita ou adquirida através dos a- Trombose: o coagulo de sangue dentro de um vaso sanguíneo do
nos,caracteriza-se com um defeito na parede de um vaso cerebral provo- cérebro ou do pescoço.
cando um enfraquecimento local.Pode haver um ou mais aneurismas na
mesma região. Embolia cerebral: um coagulo de sangue, ou outro material trans-
portado vindo de outra parte do corpo.
Os sintomas são produzidos quando o aneurisma aumenta e com-
prime os nervos cranianos ou quando o aneurisma se rompe causando uma Diminuição do fluxo: sanguíneo em uma região do cérebro.
hemorragia cerebral.O rompimento de um aneurisma produz uma cefaléia HEMORRAGIA CEREBRAL
intensa e de aparecimento rápido,freqüentemente de perda de consciência
por um período variável de tempo,pode haver: - Fatores de risco
- Idade avançada
- Dor - Hipertensão
- Rigidez da nuca e da coluna - Doença cardíaca
- Visão dupla - Diabete
- Cegueira
- Zumbidos Manifestação clinica
- Tonturas O derrame pode produzir muitas deficiências neurológicas como:
- Paralisação de meio corpo.
- Perda dos movimentos
Se a hemorragia for muito intensa pode causar a morte.Este tipo de - Perda da comunicação
acidente vascular cerebral é mais freqüente na idade de 30 á 40 anos. - Deterioração da atividade mental
Doença de Parkinson Problemas especiais dos pacientes neurológicos
É uma alteração neurológica que afeta o controle dos movimentos 1 - Cuidados com a pele para prevenção de escaras, realização de mudan-
é caracterizada por lentidão de movimentos,tremores e rigidez muscular. ça de decúbito, massagem de conforto.
As principais manifestações da doença são movimentos prejudica- 2 - Necessidades nutricionais se houver distúrbio de deglutição é conveni-
dos,rigidez muscular,tremor,fraqueza e ausência de reflexo. ente alimentação por sonda.
3 - Higiene oral, quando o paciente respira freqüentemente pela boca as
Distrofia muscular degenerativa estruturas bucais tendem ressecar, por isso os lábios a língua e as gengi-
É uma doença crônica caracterizada por um enfraquecimento pro- vas devem ser lubrificadas freqüentemente.
gressivo,atrofia dos músculos esqueléticos ou voluntários. 4 - Cuidados com eliminação, muitos pacientes apresentam incontinência
urinaria e fecal, necessitando de cuidados higiênicos mais intensos.
A doença é progressiva e o paciente geralmente chega ao óbito 5 - Consideração psicológicas, o paciente pode desenvolver altos níveis de
devido á parada respiratória. stress e pode haver agressão da auto estima sendo necessário apoio
psicológico.
Crise convulsiva
O paciente inconsciente
É um episodio de atividade motora ou psíquica anormal que é con-
seqüência de uma descarga excessiva proveniente nos neurônios cele- Inconsciência é uma condição na qual existe depressão da função
brais. cerebral variando desde o torpor.
Pode ser causada,falta de oxigenação,traumatismo de crâ- No torpor o paciente apresenta aborrecimento quando estimulado
nio,hipertensão,infecção do sistema nervoso insuficientes renal,tremores por sensação dolorosa ou auditiva.
cerebrais,febre muito alta.
No caso do coma profundo o paciente não responde a qualquer re-
Durante a crise o paciente corre risco de ter falta de oxigenação no flexo é ausente.
cérebro,vômitos e aspiração pulmonar.
Processo de enfermagem
Epilepsia
- Avaliação
É uma doença caracterizada por crises convulsivas freqüentes. - Entrevista
- Historia de vida
Traumatismo craneocefalico T.C.E - Nascimento
Os traumatismos de crânio englobam os ferimentos do couro cabe- - Infância
ludo do crânio e o da massa cerebral,ocorre freqüentemente nos acidentes - Doenças da infância
de transito. - Adolescência
- Vida adulta
Pode haver somente corte do couro cabeludo como também pode - Acidentes pessoais
ocorrer fraturas dos ossos cranianos,como comprometimento da massa - Cirurgia
encefálica.
Historia familiar
Quando se atende o t.c.e. deitar o paciente em uma mesa dura ou
maca deixando o corpo alinhado e imóvel. - Pai
- Mãe
Traumatismo raquimedular - Irmãos
É uma lesão da medula espinhal que pode ocorrer em qualquer - Parentes próximos
ponto e dependendo deste, causa muito ou pouca seqüela.Os sintomas - Problemas de saúde
são: Historia da doença atual
- Perda sensorial total - Inicio
- Paralisia motora abaixo do nível da lesão - Desenvolvimento
- Perda do controle vesical e intestinal - Tratamentos já realizados

Técnico de Enfermagem 169 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Exame físico Profilaxia: como a difteria é uma doença transmitida pelas vias res-
piratórias e secreções o paciente deve permanecer em isolamento total
- Diagnostico de problemas do paciente (físico e psicológico) respiratório pó 14 dias.
- Planejamento
- Planejar ações com objetivo de minimizar os problemas diagnos- Os comunicantes crianças devem permanecer em quarentena por
ticados 10 dias apartir do contato.
Estacionamento de metas: O porque de cada passo, planejamento. Vacinação: são aplicadas três doses com intervalo de dois meses
entre cada uma.
Implementação: Por em pratica as ações pré estabelecidas durante
o planejamento. 1ª Dose 2 meses
2ª Dose 4 meses
Avaliação dos resultados: por em pratica o que foi conseguido e o 3ª Dose 6 meses
que não foi, discutindo novas formas de abordagem dos problemas não
selecionados. 1ª reforço aos 18 meses
DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS LEPTOSPIROSE
Descrição dos procedimentos: Definição: é uma doença infecciosa aguda que acomete o ser hu-
mano principalmente na época das chuvas e também caracterizado como
1 técnica de isolamento profissional, pois é freqüente em trabalhadores de esgotos, charques e
2 técnica de lavagem das mãos na unidade de isolamento. arrozais.
3 técnica de vestir avental para entrar no quarto de isolamento.
4 técnica de transporte do paciente acamado em quarto isolado. Modo de transmissão: por contato direto ou indireto com ratos e
5 técnica para recolher o lixo de dentro do quarto isolado. cães contaminados.Esses animais excretam a bactéria da leptospirose na
6 técnica para recolher roupa suja de dentro do quarto isolado. urina e á sobrevivência do microorganismo em águas (rios, lagos e esgo-
7 técnica para retirar a mascara ao sair do quarto isolado. tos).
8 técnica para retirar o gorro ao sair do quarto isolado.
9 técnica para retirada do propés. Sintomatologia: inicio súbito de febre, calafrios, mal estar, dores no
10 técnica para sair do quarto. corpo.

SALMONELOSE Na forma mais grave da doença há icterícia e urina colúrica com


confusão mental.
Definição: salmonelose é uma forma de intoxicação alimentar que é
causada de ingestão de alimentos contaminados pelo agente infeccioso. Profilaxia: Extermínio de ratos, limpeza e eliminação de locais ala-
gados, uso de luvas e botas em trabalhadores desses locais.
Modo de transmissão
ENFERMAGEM MATERNO INFANTIL
Direto: ingestão de alimentos contaminados com fezes (água, car-
ne de galinha, porco, vaca e leite). Definição e considerações gerais
Indireto: pessoas com mãos contaminadas que contaminam os ali- Pré-
Pré-natal é a assistência prestada à gestante com vistas a atender
mentos. à s suas necessidades, obtendo, assim, melhores efeitos sobre a saúde da
mãe e do filho. A gestante deverá ter atendimento o mais precoce possível,
Sintomatologia: possui três síndromes. tão logo se estabeleça a amenorréia no primeiro trimestre.
1. febre entérica: o quadro clinico se caracteriza por diarréia e febre. Segundo pesquisa realizada pelo IBGE-1981, das mulheres que ti-
2. Gastrenterite: quadro clinico se caracteriza por febre, cefaléia, cólicas veram filhos naquele ano, cujo rendimento familiar era de até- um salário
abdominais, náuseas, vômitos, diarréia e desidratação. mínimo, 46,5% não receberam atendimento pré-natal algum. Daquelas cujo
3. septicemia: o quadro clinico se caracteriza com febre alta, calafrios, rendimento ultrapassava 10 salários mínimos, apenas 78% receberam seis
dores abdominais, desinteira, pneumonia, artrite e meningite. atendimentos ou mais.
Profilaxia: cozinhar os alimentos, refrigerar os alimentos prepara- Estes dados demonstram que a cobertura pré-natal é insuficiente,
dos, isolamento do doente e remoção adequada de fezes humanas. tanto nas classes mais favorecidas quanto naquelas de recursos mínimos.
MENINGITE MENINGOCÓCICA Isto se explica pela precariedade na oferta de serviços de assistência pré-
natal à população, tanto do ponto de vista quantitativo como qualitativo.
Sintomatologia:
Sintomatologia: febre alta, náuseas e vômitos em jato, cefaléia in-
tensa, irritabilidade, confusão, delírio, convulsões e até o coma, rigidez de Práticas educativas
nuca, ombros e costas. Os objetivos básicos da educação em saúde dirigida à gestante
Durante o curso da doença podem aparecer problemas motores, são orientar, informar e trabalhar as ansiedades da gestante. Dar esclare-
hemiplegias, surdez e paralisia do globo ocular. cimento sobre conhecimento do corpo, fisiologia da gestação, importância
do pré-natal, desenvolvimento fetal, parto e pós-parto, imunização, aleita-
Profilaxia: isolamento total do paciente, vacinação, controle dos mento materno, queixas mais comuns na gravidez, anticoncepção e outros
comunicantes. temas identificados como de interesse de cada grupo.
DIFTERIA A prática educativa poderá ser desenvolvida individualmente ou
Atinge de preferência populações de hábitos higiênicos precários e em grupos.
na faixa etária até dez anos de idade. Calendário de consultas
Provoca grande mortalidade, incidem mais nos meses frio do ano. Uma gestante normal, ou seja, que não apresenta fatores de risco,
Transmissão: efetua-se geralmente por contato direto com o doente deverá receber "no mínimo" seis atendimentos durante toda a gestação,
através de gotículas de saliva, o contato indireto ocorre por meio de alimen- sendo que o intervalo entre uma consulta e outra não deve ultrapassar 8
tos contaminados. semanas. Se o parto não ocorrer até 7 dias após a data provável, a gestan-
te deverá receber atendimento tão logo seja possível.
Sintomatologia: dor localizada, febre moderada, prostração.
Consultas
A infecção se localiza nas mucosas do nariz ou faringe e o local a-
presenta placas brancas acinzentadas. Roteiro de atendimento:
I - história clínica deverá incluir:

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- recepção e identificação da paciente; ALTURA DO FUNDO UTERINO EM CADA UM DOS 10 MESES LUNA
LUNARES
- dados sócio-econômicos e culturais, motivo da consulta, antece- DE GRAVIDEZ
GRAVIDEZ
dentes familiares e pessoais;
Cálculo da data provável do parto (DPP)
- antecedentes ginecológicos: ciclos menstruais, uso de métodos
contraceptivos, doenças sexualmente transmissíveis, cirurgias ginecológi- Calcula-se a data provável do parto levando-se em consideração a
cas, mamas, último preventivo de câncer realizado; duração média da gestação normal (280 dias ou 40 semanas, a partir da
- sexualidade: início da atividade sexual, desejo sexual, orgasmo, DUM), mediante a utilização de um calendário ou disco.
dispareunia, sexualidade na gestação atual;
Uma outra forma de cálculo é utilizar a regra de Naegele:
- antecedentes obstétricos: número de gestações, número de par-
tos, número de abortamentos, número de filhos vivos, idade da primeira a) para determinação do dia. soma-se 7 ao dia da DUM;
gestação; intervalo entre gestações; número de recém-nascidos pré-termo
b) para determinação do mês: até o mês de março somamos-se 9,
e pós-termo, de baixo peso (menos de 2.500 g), com mais de 4.000 g, com
a partir do mês de abril diminui-se 3.
icterícia; complicações em gestações anteriores e puerpério; data da última
menstruação (DUM), data provável do parto (DPP) idade gestacional (IG); Exemplos: 1 - DUM: 13/03/91
- gestação atual: medicamentos usados, hábitos (fumo, álcool e to- DPP: 20/12/91
xicomania), ocupação, gestação desejada ou não 2 - DUM: 20/09/91
II - exame físico: DPP:
DPP 27/06/92
a) geral: peso e estado nutricional, estatura, freqüência do pulso ar- - Avaliação do estado nutricional
terial, temperatura, pressão arterial, inspeção da pele e mucosas, palpação
de tireóide, consulta cardiopulmonar, exame do abdome e membros inferio- O aumento de peso normal durante a gestação é , a grosso modo,
res, pesquisa de edema; de até 1 kg (300 g/ mês) no 1º trimestre, e de 3,5 a 5 kg no 2º 3º trimes-
tres (1.200 a 1.600 g/ mês ou 300 a 400 g/semana). Desse modo, o ganho
b) gineco - obstétrico: medida da altura uterina (AU) ausculta dos de peso ao final da gestação seria de 8 a 11 kg, em uma média de 9,5 kg.
batimentos cárdio-fetais (BCF após 20ª semana), identificação da situação
e apresentação fetal (39 trimestre), inspeção dos genitais externos; exame O objetivo principal da avaliação nutricional da gestante é identifi-
especular incluindo inspeção da vagina, colo uterino, coleta de material car os casos de risco. Descrição dos grupos de risco:
para exame colpocitológico (preventivo de câncer), toque vaginal. - as que estão abaixo de seu peso ideal antes da gestação, deter-
III - solicitação de exames laboratoriais de rotina e outros, se ne- minando maior risco de desnutrição para a mãe e o feto;
cessário; - as mulheres obesas, que podem estar mal nutridas e necessitar
de orientação para comer alimentos de qualidade em vez de quantidade
IV - ações complementares: referência para atendimento odontoló- exagerada de calorias e resistir à tentação de perder peso na gravidez;
gico, de imunização, práticas educativas, agendamento de consulta. - as que não ganham peso ou as que ganham peso igual ou inferior
Procedimentos a 1 kg por mês durante o 2º ou 3º trimestre;
- as que ganham mais de 3 kg por mês;
Cálculo da idade gestacional (IG) - as que limitam sua ingestão a determinados tipos de alimentos
I - quando a data da última menstruação (DUM) é conhecida: (por exemplo, as dietas vegetarianas);
- as adolescentes, pois necessitam de alimento para seu próprio
- uso do calendário: contar o número de semanas à partir do 1º crescimento e do feto;
dia da última menstruação até a data da consulta; - multigrávidas com gestações pouco espaçadas;
- uso do disco: instrução no verso do disco; - as de baixa renda:
II - quando a data da última menstruação é desconhecida, mas se - mulheres sadias mas mal informadas sobre alimentação correta.
conhece o período do mês em que ela ocorreu: se o período foi no início. Controle da pressão
pressão arterial (PA)
ou nos meados ou no final do mês, considerar como DUM os dias 5, 15 e
25 respectivamente proceder então a contagem como descrito no item I; Considera-se hipertensão arterial na gestação:
III - quando não se conhece nem o mês da última menstruação, a) nos casos em que, conhecendo-se os níveis de P.A.
P.A anteriores à
proceder ao exame físico, mediante a palpação abdominal do útero, ou gestação, verificar-se um aumento de 30 mm Hg ou mais na máxima e/ou
seja, pela mensuração da distância da borda superior da sínfise pubiana ao de 15 mm Hg na mínima;
topo do fundo uterino utilizando uma fita métrica.
b) níveis tensionais iguais ou maiores que 14 mm Hg de pressão
Altura uterina (AU). sistólica, e iguais ou maiores que 90 mm Hg de pressão diástolica, nos
casos em que não se conhecem níveis de P.A.P.A anteriores à gestação.
A altura uterina cresce mais ou menos 4 cm por mês, a partir do 4º
mês, ou seja, 1 cm por semana até o 7º mês, e a seguir, de 2 a 3 cm - Verificação da presença de edema
durante os dois últimos meses.
O edema ou "inchaço" é verificado no tornozelo, na perna ("cane-
mês de gestação altura uterina (cm) la"), na região sacral, pressionando-se com o polegar por alguns segundos,
depois passa-se o dedo para verificar se apareceu depressão no local.
4º mês 14-16
5º mês 16-20 a) detecção de edema nos membros inferiores
6º mês 22-24 b) detecção de edema na região secra
7º mês 26-28
8º mês 31-32 Marca-se em cruzes da seguinte maneira:
9º mês 1ª quinzena 32 - 36 (-) edema ausente;
* 2ª quinzena 30 – 24
(+) edema de tornozelo;
* Na 2ª quinzena do 9º mês: nas primigestas (1ª gestação), mais
ou menos 15 dias antes do parto, ocorre a "queda do ventre", isto é , a AU (+ +) edema de membros inferiores (perna);
diminui pois a criança encaixa-se na bacia, ocupando a melhor posição ( + + + ) edema generalizado (face, tronco e membros), ou que já
para o nascimento. se manifesta ao acordar pela manhã .
A altura de fundo uterino, pela palpação abdominal em relação à O edema tem importância nos seguintes casos:
idade gestacional, pode ser demonstrada da seguinte forma:

Técnico de Enfermagem 171 A Opção Certa Para a Sua Realização


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a) quando tem início súbito (eclampsia); - aumento na ingestão de alimentos por dia;
- aumento na salivação;
b) aparecem com falta de ar e cansaço aos esforços; - poderá ocorrer descuido no cuidado com o próprio corpo e con-
c) quando verifica-se edema (+ + + ) associado ou não a aumento seqüente higiene bucal deficiente.
súbito de peso ou a hipertensão. Cuidados de enfermagem no pré-
pré-natal
Ausculta dos batimentos cardiofetais (DCFs) - valorizar as necessidades da cliente, vendo-a como um todo (e-
Após a 20ª semana de gestação, deve-se constatar, a cada con- mocional, físico, social e espiritual);
sulta, a presença e a normalidade dos batimentos cardiofetais. - desenvolver atividades educativas individuais e coletivas, abor-
dando os seguintes temas:
É considerada normal a freqüência cardíaca fetal entre 120 a 160 - importância do controle pré-natal; orientação higiênico-dietética;
batimentos por minuto. desenvolvimento da gestação; sinais e sintomas do parto; preparação para
Após a 24ª semana BCFs não audíveis com estetoscópio de Pi- o parto; aleitamento materno; alojamento conjunto e cuidados com o recém-
nard é sinal de alerta: poderá ter havido erro na estimativa da IG, ou nascido; importância do controle puerperal; métodos contraceptivos; infor-
condições que prejudiquem a ausculta (obesidade) ou ainda morte fetal, mação acerca dos benefícios legais a que a mãe tem direito; sexualidade;
especialmente se a mãe deixou de perceber movimentos fetais. - visita domiciliar;
- realização da pré-consulta; esclarecimentos iniciais, recepção e
Níveis de BCFs fora da normalidade (120 a 160 batimentos) poderá
identificação da cliente, verificação de peso, estatura e da pressão arterial;
indicar sofrimento fetal.
preparo da gestante para o exame físico e solicitar para que esvazie a
Após uma contração uterina, movimentação ou estímulo mecânico bexiga;
sobre o útero, um aumento transitório na freqüência cardíaca fetal é sinal - colocar a paciente na posição para exame, tendo o cuidado de
de boa vitalidade. não deixá-la exposta;
- atender as solicitações do médico ou enfermeira;
Exames laboratoriais
- realização da pós-consulta: orientações sobre exames pedidos,
Os exames de rotina são: medicação prescrita, retorno e outras dúvidas que surgirem;
- o auxílio poderá assumir outras tarefas e funções após treina-
- tipagem sanguínea e fator Rh;
mento e preparo oferecido por outros elementos da equipe, como por
- sorologia para sí filis (VDRL); exemplo, na coleta de material para citologia, etc.;
- urina (tipo I); - manter em ordem o material necessário para os exames: estetos-
- hemoglobina (Hb). cópio de Pinard, fita métrica, luvas de toque, esfigmomanômetro e estetos-
Exames complementares: cópio, espéculos, lâminas para citologia, espátulas de Ayres, lençóis lim-
- colpocitologia oncótica (Papanicolau ou "preventivo"); pos, etc.
- hemograma;
Fatores de risco na gravidez
- Coombs indireto;
- cultura de urina com antibiograma; É difícil estabelecer uma lista completa que inclua todas as possibi-
- Darasitológico de fezes; lidades e fatores de risco na gestação. A listagem abaixo visa classificar os
- teste de tolerância à glicose; principais fatores sem pretender ser completa.
- outros. I - antecedentes obstétrico
obstétrico-
trico-ginecológicos:
Vacinação antitetânica - infertilidade;
Objetivos: - aborto habitual;
- mortalidade perinatal;- adolescente;
a) prevenir o tétano neonatal; - prematuridade - baixo peso ( - 2.500 g);- idade superior a 40 anos;
b) proteger a mulher contra o tétano acidental. O esquema de vaci- II - anomalias pélvicas ou do aparelho reprodutor:
nação antitetânica segundo o Programa Nacional de Imunizações do Minis-
tério da Saúde recomenda: - doenças do sistema reprodutor como: miomas, tumores de ovário,
malformações uterinas ou vaginais, incompetência istmo-cervical, entre
- a vacinação antitetânica da gestante deverá ser feita no 4º 6º e outras;
8º mês de gestação;
- cicatriz uterina;
- a gestante que não sabe informar passado vacinal ou não é vaci-
nada, fazer esquema completo de 3 doses; - anomalias pélvicas com angustiamento do canal de parto.
- com vacinação incompleta (fez apenas 1 ou 2 doses), completar o III - nutricionais: desnutrição;
total de 3 doses;
- com vacinação completa e última dose feita há mais de 5 anos, IV - intercorrências obstétricas:
aplicar 1 dose de reforço tão logo seja possível; - hemorragias uterinas da gestação;
- com vacinação completa sendo que a última dose aplicada há
- doença hemolítica perinatal;
menos de 5 anos, a gestante será considerada imunizada, com nenhuma
- gestação múltipla;
dose a aplicar;
- nos casos em que a gestante for atendida em fase avançada de - amniorrexe prematura;
gestação, o intervalo entre 2 doses poderá ser diminuído para um mínimo - gestação prolongada;
de 4 semanas e poderá se estender o esquema vacinal para o puerpério. - desvio de crescimento fetal intra-uterino;
- tétano neonatal se forem aplicadas pelo menos 2 doses antes do - doença hipertensiva especffica da gestação;
parto. - ameaça de parto prematuro.
Assistência odontológica V - Intercorrências
Intercorrências clínico-
clínico-cirúrgicas:
Deve-se dar atenção especial a higiene bucal e a ida ao dentista - hipertensão arterial;
durante a gestação, pois diversos fatores concorrerão para o aparecimento - anemia;
das cáries dentárias, entre eles: - doenças infecciosas e parasitrias;
- carência nutricional de cálcio pela ingestão inadequada desse mi- - diabetes;
neral; - doenças auto-imunes em atividade;
- preconceito com relação a ida ao dentista; - cardiopatias;

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- doenças renais. Muitos anos depois, em 1999, a publicação do relatório To err is Hu-
man: Building a safer health care system, do Institute of Medicine, dos
SEGURANÇA DO PACIENTE
PACIENTE II Estados Unidos da América, demonstra dados sobre mortalidade relaciona-
da a erros advindos do cuidado à saúde, que poderiam ser evitados, pro-
Enfermagem para a segurança do paciente
paciente movendo maior interesse sobre a questão da segurança do paciente em
Visionários são seres humanos admiráveis. Estão tão à frente de seu todo o mundo.
tempo, que suas ideias inovadoras e seus prenúncios se fazem atuais para A Organização Mundial de Saúde estima que 1 em cada 10 pacientes
incontáveis gerações, assim como a reverência e admiração que sentimos possa ser vítima de erros e eventos adversos durante a prestação de
por eles. Assim foi Florence Nightingale, mulher com perfil muito a frente de assistência à saúde no mundo e que medidas de prevenção precisam ser
seu tempo que transformou a enfermagem e criou novas formas de presta- adotadas com vistas a reverter esse panorama.
ção de assistência à saúde, cujos feitos se encontram registrados em
memoráveis publicações, como as que concluiu em 1859, nas quais teceu a O Programa Segurança do Paciente da gestão COREN-SP 2008-2011,
reflexão "pode parecer talvez um estranho princípio enunciar como primeiro é desenvolvido com a participação de enfermeiros assessores da Câmara
dever de um hospital não causar mal ao paciente". de Apoio Técnico – CAT, Conselheiros, em parceria com a Rede Brasileira
de Enfermagem e Segurança do Paciente e com diversas lideranças na
Bem mais de um século depois, em 1999, a análise de grandes estu- área, como docentes das Escolas de Enfermagem da Universidade Federal
dos epidemiológicos gera a publicação do livro To Err is Human: Building a de São Paulo, da Universidade de São Paulo, enfermeiros da gestão e da
Safer Health Care System nos Estados Unidos da América, demonstrando assistência.
que erros acontecem e são frequentes durante a prestação de assistência,
causando milhares de mortes e irreversíveis sequelas, apesar dos imensos Com as atividades do projeto têm-se como objetivos desenvolver pro-
investimentos destinados à área, na maior potência econômica da atualida- dutos e ações direcionadas aos profissionais de enfermagem do Estado de
de. São Paulo, sobre segurança do paciente e a prática profissional no sistema
de atenção à saúde, que possibilitem à enfermagem assumir um papel de
Assim, há que se aceitar que o sistema no qual se desenvolvem as liderança nas questões relacionadas à promoção da segurança do pacien-
principais ações de cura e cuidado para a promoção, recuperação e reabili- te, de modo inovador e pró-ativo, bem como realizar pesquisas que resul-
tação da saúde, assim como na era de Nightingale, precisa ser repensado tem em intervenções e produtos capazes de estimular a enfermagem a
para garantir a segurança do usuário, pois todo o sistema é perfeitamente mobilizar-se e buscar realizar ações que transformem o sistema de saúde,
desenhado para obter o resultado que alcança. Pacientes e famílias têm tendo a segurança dos pacientes como meta.
estado em constante risco de serem vítimas de erros e eventos adversos
evitáveis, mesmo nas mais estruturadas instituições de saúde. Pretende-se também com este projeto, fornecer subsídios para cons-
trução do conhecimento e apresentar estratégias capazes de tornar todas
Um dos problemas que ameaça a segurança e impede o alcance de as categorias da profissão de enfermagem agentes informados e capacita-
resultados mais profícuos no cuidado à saúde, se refere as constantes dos a promover mudanças no sistema em que prestam cuidados de enfer-
falhas operacionais dos sistemas que desviam as ações de enfermeiros magem aos seus pacientes e familiares, com vistas a promoção de sua
para a correção momentânea de tais dificuldades, impedindo que exerçam segurança.
a enfermagem que aprenderam e idealizaram para seus pacientes e famili-
ares. Enfermeiros não têm conseguido focar, consistentemente suas ações Pacientes, tanto no Brasil quanto em todo o mundo, encontram-se ex-
na atenção à individualidade e integralidade do ser humano, o que nos postos a variados riscos no sistema de saúde. Acredita-se que o investi-
distingue e faz única entre as demais profissões da área da saúde. Tal mento em projetos como este seja uma estratégia que contribui para a
situação pode resultar em perda da identidade e do sentido profissional, construção de um sistema de saúde mais seguro.
quando não se consegue estabelecer relação terapêutica com o paciente e
integralizar as diversas ações com vistas a atender suas necessidades e Relacionamento Enfermeiro-Paciente
preferências.
Primeiramente a maior dificuldade no relacionamento com os doentes é
Sustentada no diálogo entre as ciências biológicas e humanas, a en- o profissional de saúde, no caso o enfermeiro, é o de deixar transparecer
fermagem é o agente de interligação entre o sistema e o paciente, e encon- seus problemas profissionais, muitas vezes descontando os nos pacientes
tra-se em posição única para a promoção de sua segurança, desde que com um relacionamento agressivo e frio.
direcione seu valor e poder para o cuidado do paciente, e não para corre-
ção de sistemas falhos de prestação de assistência. Quando o enfermeiro não pratica esse relacionamento inadequado ele
ainda pode passar para o seu paciente a sensação de despreparo profis-
Como uma das maiores forças de trabalho em saúde, a enfermagem sional, pois para Sarano o profissional de Saúde na maioria das vezes não
precisa ser visionária e assumir uma posição de vanguarda na busca de está educado para a abordagem psicologia dos doentes, ele ainda frisa que
ações que modifiquem este panorama. Nesta premissa, pesquisadores da é indispensável uma aprendizagem a tal respeito sob a orientação de
Escola de Enfermagem da Universidade Federal de São Paulo foram alguém, seja um psicólogo ou não, para que assim se evite profissionais
convidados pelo Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo para semelhante a maquinas que lançam perguntas exatas como, onde lhe dói?
coordenar e desenvolver atividades de ensino e pesquisa em projeto relati- Desde quando?
vo à temática. Firmaram-se parcerias com a Rede Brasileira de Enferma-
gem e Segurança do Paciente, e com diversas lideranças na área, como Essas perguntas penetram no ouvido do paciente como balas, trazendo
docentes das Escolas de Enfermagem da Universidade de São Paulo, de assim uma alteração no resultado do diagnostico, como por exemplo,
São Paulo e de Ribeirão Preto, enfermeiros da gestão e da assistência. aumento de pressão, taxas sanguíneas, batimentos cardíacos etc. Isso só
Com as atividades do projeto têm-se como objetivos desenvolver pesquisas vem a acrescentar a nos mostrar tal quão é importante o relacionamento
que resultem em intervenções e produtos capazes de estimular a enferma- terapeuta-paciente.
gem a mobilizar-se e buscar de modo articulado e pró-ativo realizar ações Mas essa prática de relacionamento ainda é comum nas alas hospitala-
que transformem o sistema de saúde, tendo a segurança dos pacientes res, porque é mais cômodo observar, descrever, palpar, manipular um
como meta. Prof. Dra. Mavilde da Luz Gonçalves Pedreira corpo do que acolher uma linguagem e envolver-se numa participação, num
o0o--
-o0o diálogo ou num silêncio atencioso.

O movimento global em busca de segurança e qualidade nos serviços Nesse relacionamento inadequado o paciente passa a ser um "pacien-
de saúde não é um fato novo. Proporcionar à população assistência digna, te-objeto" dominado pelo agente do 'saber -poder', uma relação ainda que
com custos reduzidos, é tema prioritário e um grande desafio para a socie- superficial nesse caso é reduzida a mais pobre expressão, ao "in"-pessoal.
dade. Para corrigir essa relação é importante que o indivíduo se expresse e seja
ouvido.
Em 1859, Florence Nightingale, enfermeira visionária, dizia “pode pare-
cer talvez um estranho princípio enunciar como primeiro dever de um Muitos psicólogos nos alertam também contra os perigos da identifica-
hospital não causar mal ao paciente”. ção, pois se o enfermeiro se identificar muito intimamente com o paciente
ele pode perder os recursos e o controle dos acontecimentos. Segundo
Técnico de Enfermagem 173 A Opção Certa Para a Sua Realização
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Sarano alguma objetividade, alguma distância serão indispensáveis para das tecnologias, abastecimento, desempenho ruim de pessoal devido à
que mantenha a cabeça fria e para que a impeça de desempenhar o papel falta de motivação, habilidades técnicas insuficientes e falta de financia-
do doente e apenas a ele. Ele ainda frisa que a eficiência na relação tera- mento dos custos operacionais essenciais dos serviços de saúde. Havendo,
peuta-paciente, não se mede pela satisfação que nela procuram tanto o portanto, probabilidade dos eventos adversos serem muito maiores em
paciente quanto o terapeuta. detrimento das nações industrializadas. A incorporação tecnológica é
necessária para o controle dos processos e execução de procedimentos
Sarano afirma ainda que o terapeuta (enfermeiro, médico etc) é visto assistenciais. A tecnologia deve ser de fácil manejo, apresentar segurança
pelo público como desfrutador de privilégios invejados exorbitantes, de nos procedimentos e garantir a execução das ações corretas, dificultando
conhecer e tocar, atingir a nudez do paciente, proibida para os mortais as ações erradas, facilitando a identificação de respostas e a rastreabilida-
comuns. de das informações, oportunizando uma base de dados para a melhoria
Essa relação fracassada não é de exclusividade de hospitais públicos, contínua dos processos.
segundo Sarano, ela também é uma triste realidade nas clínicas particula- Nursing - Que postura o profissional de enfermagem deve ter para a-
res onde o atropelo e a falta de tempo faz com que o paciente fique rodea- menizar e/ou excluir tais fragilidades?
do de aparelhos, tornando assim no fim uma relação traumática.
Marisa Lea Cirelli Sarrubbo - A erradicação do erro é tarefa complexa,
O sucesso de buscar uma relação bem sucedida não é difícil de ser al- uma vez que “Errar é humano”, todavia, não podemos economizar esforços
cançada, pois a oportunidade é dada "diretamente" desde o início, de para manter os níveis de ocorrência de EA próximo de zero, desenvolvendo
receber uma palavra amável e com um sorriso acolher o paciente, pois eles ações que possam prevê-los e estabelecer medidas para evita-los. As
são os que mais cruelmente necessitam dessa atenção. causas dos erros são multifatoriais decorrendo de fatores isolados ou
http://lucasqueirozsubrinho.blogspot.com.br/ combinados entre si, podendo advir do próprio paciente, dos processos
A Segurança do Paciente nos Diferentes Segmen
Segmentos da Saúde executados ou dos produtos utilizados. Podemos abranger o termo “produ-
tos” incorporando todos os recursos materiais, como medicamentos, produ-
A enfermeira Marisa Lea Cirelli Sarrubbo, habilitada em Saúde Pública tos descartáveis, equipamentos, estrutura física, etc. O controle e a preven-
pela Escola Paulista de Medicina e diretora do Serviço de Assessoria em ção do erro deve ter caráter formador e nunca dever ser visto como um
Tecnologia e Gerente de Risco Sanitário da Instituto do Coração do Hospi- processo persecutório. Certamente que não devem ser eliminadas a res-
tal das Clínicas -FMUSP, discorre sobre a segurança do cliente pautada ponsabilidades técnicas, éticas e legais dos envolvidos, porém todas as
nos avanços e fragilidades na assistência da saúde no Brasil. ocorrências devem ser utilizadas como oportunidades para análise crítica
Por: Vanessa Navarro investigativa, revisão dos processos e produtos e tomada de decisões para
eliminação ou redução do erro.
Nursing - Quais são os fatores comuns aos erros dos profissionais da
saúde? Nursing - Quais são os principais fatores que proporcionam o sucesso
da atenção à saúde?
Marisa Lea Cirelli Sarrubbo - O profissionais de saúde erram por falhas
no sistema de atenção a saúde; falta de cultura de notificação, devido a Marisa Lea Cirelli Sarrubbo - A primeira forma de eliminar o erro é de-
falta de aprendizagem; falta de análise dos eventos ocorridos; falta de senvolver a cultura da sua prevenção, por meio do conhecimento das
recursos materiais adequados; sobrecarga dos profissionais; ausência de circunstancias, dos processos e dos produtos que levam ao erro. Algumas
protocolos e rotinas operacionais implantadas; implantação lenta dos pro- ações básicas para melhoria da segurança:
cessos; falta de conhecimento técnico e habilidade; não aderência por parte • utilizar check-lists/protocolos padronizados;
do paciente aos tratamentos propostos. A atuação do profissional de en- • melhorar a qualidade dos registros em prontuário e os mecanismos de
fermagem é preponderante, pois é o maior grupo profissional de atuação no informação;
cuidado direto ao paciente nas instituições de saúde. Os pontos mais
importantes na atuação desta equipe são: foco no sistema ao invés de • padronizar procedimentos e condutas;
Pessoas; cultura de prevenção e identificação de erros; ações corretivas e • participar de iniciativas de processos de melhoria;
construtivas e não punitivas e capacitação da equipe. • incluir o paciente e seus familiares na confirmação de dados;
Nursing - Quais os principais eventos adversos relacionados à assis- • desenvolver uma cultura de segurança.
tência de enfermagem? A adoção das Metas Internacionais para Segurança do Paciente po-
Marisa Lea Cirelli Sarrubbo - Os principais eventos adversos relaciona- dem ser também uma das estratégias implantadas pela instituição para o
dos à assistência de enfermagem podem ser relacionados à atitude do sucesso do programa de Segurança do paciente. São elas:
profissional, aos procedimentos executados e aos fatores ambientais. - identificar os pacientes corretamente;
Podemos apontar como os principais EAs: queda dos pacientes, infecção - melhorar a comunicação efetiva (prescrições/exames diagnósticos);
hospitalar, úlceras de pressão, erros de medicação, manipulação de catete-
res, sondas e drenos, manipulação de vias aéreas, utilização incorreta de - melhorar a segurança para medicamentos de risco;
equipamentos e materiais, ambientes físicos inadequados, proporção de - eliminar cirurgias em membros ou pacientes errados;
profissionais defasada frente ao número de pacientes e grau de complexi- - reduzir o risco de adquirir infecções;
dade no atendimento, materiais e uso de equipamentos sem o devido - reduzir o risco de lesões decorrentes de quedas.
conhecimento, em quantidade insuficiente/obsoletos ou com comprometi-
mento de qualidade. Nursing - Qual é a contribuição dos programas de acreditação em rela-
ção a redução dos eventos adversos?
Nursing - Como os avanços tecnológicos na área da saúde podem in-
terferir na segurança do paciente? Marisa Lea Cirelli Sarrubbo - Acreditamos que os fatores organizacio-
nais afetam a segurança do paciente. Dois mecanismos adquirem impor-
Marisa Lea Cirelli Sarrubbo - A qualidade do cuidado e a segurança tância como catalisadores da segurança do paciente na atualidade: a
dos pacientes assume papel de relevância. A Organização Mundial da acreditação e a regulação pública. Ambos se dirigem primordialmente à
Saúde, por meio da Resolução WHA 55.18, requer que os Estados Mem- forma como os cuidados devem ser prestados aos pacientes nas organiza-
bros voltem a sua atenção à segurança dos pacientes, que desenvolvam ções de saúde. A acreditação, como uma avaliação externa baseada em
normas e padrões globais, que promovam um quadro de políticas baseadas padrões previamente estabelecidos e com caráter voluntário; enquanto a
em evidências e mecanismos para reconhecer a excelência na segurança regulação, como um instrumento de exigência governamental com força
do paciente internacionalmente, e que encorajem a pesquisa. Ainda, nesta compulsória.
resolução, informa que o problema não é novo e que, embora os sistemas
de saúde difiram de um país para outro, as ameaças à segurança do paci- Presume-se que as organizações de saúde com certificado de acredi-
ente têm causas e soluções frequentemente similares. Informa também que tação sejam mais seguras, ou que pelo menos, encontram-se mais prepa-
a situação dos países em desenvolvimento e daqueles em fase de transi- radas para identificar, com maior presteza, falhas e incidentes e, deste
ção econômica merecem atenção particular por vários motivos: qualidade modo, abordarem estes eventos de forma produtiva.

Técnico de Enfermagem 174 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Podemos apontar como benefícios dos programas de acreditação em • o erro é definido como não intencional, multifatorial, eminentemente
relação a redução dos eventos adversos: segurança para os pacientes, resultante de falhas do sistema, mais do que do indivíduo, sendo pos-
familiares e público em geral; sistematização das atividades da assistência; sível sua prevenção;
serviços prestados de maneira confiável, a partir de um padrão de qualida- • é necessária a adoção de cultura organizacional que gere análise
de previsível e homogêneo; caminho para a melhoria contínua; uso de sistêmica de falhas, com vistas à prevenção e melhoria contínua do
ferramentas da qualidade universalmente aceitas e recomendadas; cons- cuidado em saúde;
trução, adequação e padronização de processos; monitoramento assisten-
cial e administrativo; sistematização e aprimoramento do cuidado; melhoria • no sistema de saúde são realizadas atividades complexas, em ambien-
das informações compartilhadas, dos registros, da qualificação do corpo de tes dinâmicos e especializados, nos quais o nível de desenvolvimento
colaboradores, do relacionamento com as diversas equipes no cuidado do organizacional, dos processos de trabalho e dos profissionais afeta di-
paciente e na gestão do ambiente; comprometimento do paciente e familia- retamente os resultados do cuidado;
res na assistência; implantação da cultura da qualidade. • o paciente e a família têm o direito de receber assistência de Enferma-
gem que promova sua segurança por meio da realização de cuidados
Nursing - Qual é a funcionalidade do projeto Hospitais Sentinela, criado de Enfermagem centrados no atendimento integral às suas necessida-
pela Anvisa no ano de 2000? des, preferências e valores;
Marisa Lea Cirelli Sarrubbo - O “Projeto Hospitais Sentinela” é uma ini- • o paciente e a família têm o direito de receber assistência de Enferma-
ciativa da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), onde estão gem em ambientes seguros, dotados de profissionais qualificados e em
instaladas as Gerências de Risco sanitário Hospitalar, que visa manter uma número apropriado;
rede de informações sobre os materiais médico hospitalares, medicamen- • o paciente e a família têm o direito de receber cuidados de Enferma-
tos, sangue e seus componentes e os saneantes utilizados, entre os hospi- gem fundamentados na melhor informação científica e técnica e docu-
tais que compõe a rede no território brasileiro. O objetivo principal é garantir mentados em protocolos institucionais;
a segurança na utilização dos produtos, manter e promover a qualidade dos
mesmos, por meio da formação de uma rede de informações que se cru- • o paciente e a família têm o direito de participar ativamente na promo-
zam e se auto alimentam, de forma padronizada e sistematizada. A “Gerên- ção da sua segurança durante a assistência à saúde, com autonomia e
cia de Risco Sanitário Hospitalar” é um grupo de profissionais que realiza o responsabilidade;
acompanhamento destes materiais utilizados nos hospitais, no período de • os profissionais de Enfermagem têm o direito de atuar em ambientes
“pós-comercialização”, ou seja, como se comportam os materiais já adquiri- que ofereçam adequada infraestrutura física, de recursos humanos, de
dos na sua utilização diária no hospital. Basicamente, são os seguintes materiais e equipamentos para o desenvolvimento seguro de ações em
grupos de produtos para a saúde: medicamentos, equipamentos médicos, saúde;
materiais e artigos descartáveis, implantáveis e de apoio médico hospitalar, • os profissionais de Enfermagem têm o dever de realizar práticas segu-
kits e reagentes de laboratórios, produtos saneantes de uso hospitalar, ras com base na excelência clínica, na melhor competência profissional
sangue e seus componentes. e na mais adequada informação científica, bem como desenvolver ou
participar de investigações científicas que promovam a segurança dos
Nursing - Quais são os efeitos produtivos proporcionados por tal pro-
pacientes;
grama?
• ações de Enfermagem que visem à segurança do paciente devem ser
Marisa Lea Cirelli Sarrubbo - A rede sentinela reúne a excelência em estimuladas e valorizadas em qualquer cenário de atuação profissional;
assistência, ensino e a pesquisa no país sendo importante observatório
• as instituições de saúde têm o dever de proporcionar condições de
para práticas e tecnologias em saúde. O projeto incentiva o aprendizado
infraestrutura e trabalho adequadas à segurança do paciente, da famí-
por meio da troca de experiências, fomentando transformações pró-
lia, dos profissionais e, consequentemente, da sociedade;
segurança do paciente e profissionais da saúde, no processo de trabalho e
utilização de tecnologias em hospitais. Podemos apontar como resultados • as instituições de saúde devem ter a responsabilidade e o compromis-
obtidos deste projeto: implantação de gerências de risco; notificações de so de promover condições e ações para educação permanente do pro-
eventos adversos e queixas técnicas no sistema NOTEVISA, em rede fissional de Enfermagem; as instituições de ensino na área de Enfer-
nacional com a ANVISA e tidos os participantes da rede, além das VISAS magem têm o dever e o compromisso de garantir à sociedade profis-
municipais e estaduais; formação de grupos de trabalho em áreas no- sionais competentes para o exercício seguro da profissão.
vas/críticas; propostas para reformulação de regulamentos e normas insti- A Enfermagem:
tucionais; medidas sanitárias geradas a partir das notificações da rede;
implantação e acompanhamento de planos de melhoria em áreas estratégi- • a promoção da segurança do paciente é responsabilidade compartilha-
cas nos hospitais; incentivo à pesquisa em serviços da rede; planejamento da entre profissionais de Enfermagem e os demais que atuam, direta
estratégico; reforço e articulação de áreas de apoio à assistência; aquisi- ou indiretamente, na área da saúde: pacientes e familiares; instituições
ções mais racionais; qualificação do atendimento dos fornecedores às de saúde; agências reguladoras; orgãos de acreditação; instituições de
queixas do hospital quanto à qualidade de produtos; integração à rede de ensino; associações, conselhos, sindicatos e agremiações de profissio-
hospitais sentinela; aporte de notificações para a regularização de mercado, nais de saúde; órgãos governamentais e sociedade;
estatísticas e indicadores; aumento do controle da qualidade dos produtos • a análise sistêmica de erros deve incluir a participação ativa dos en-
para a saúde comercializados no mercado nacional; campo de observação fermeiros, profissionais de saúde, pacientes e gestores, envolvendo,
para reforço de sinal de eventos adversos com produtos; revisão e criação quando necessário, órgãos de fiscalização, governamentais e a socie-
de legislações específicas; construção de fluxos e de rotinas de trabalho dade;
nos órgãos reguladores e regulados, entre áreas de registro, pós-
comercialização e fiscalização de produtos e empresas; campo de estudo • a Enfermagem deve contribuir com toda e qualquer iniciativa local,
para avaliação de novas tecnologias em saúde; e visão ampliada de risco regional, nacional e internacional para a promoção da segurança do
que inclui o usuário. paciente;
• as responsabilidades e os compromissos para a segurança do paciente
-o0o-
o0o- devem ser claramente explicitados na política de Enfermagem Institu-
• a segurança do paciente é fundamental para o cuidado com a saúde e cional e implementados nas ações dos enfermeiros gestores, líderes e
um imperativo ético e moral do cuidado para com os outros; profissionais de Enfermagem diretamente envolvidos na assistência;
• a Enfermagem, maior contingente de profissionais de saúde no país, • a cultura e o clima de segurança devem estar presentes nos ambientes
tem função relevante na promoção da segurança do paciente e nos re- de prática da Enfermagem como parte da sua missão, proporcionando
sultados de saúde da população; condições para identificação, análise sistêmica e ações de melhoria
contínua frente à ocorrência de erros e eventos adversos;
• a possibilidade de errar é característica imutável do processo de cogni-
ção humano; • o profissional de Enfermagem tem o dever e a responsabilidade de
notificar a ocorrência de erros, eventos adversos e situações que colo-
quem em risco a segurança do paciente;

Técnico de Enfermagem 175 A Opção Certa Para a Sua Realização


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• o paciente e a família têm o direito de ser informado sobre a ocorrência
de eventos adversos, as consequências para sua saúde e os cuidados As ações de vacinação são coordenadas pelo Programa Nacional de Imu-
que deve receber para se restabelecer; nizações (PNI) da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da
• a Enfermagem deve participar de comitês institucionais que tenham Saúde e têm o objetivo de erradicar, eliminar e controlar as doenças imu-
como objetivo a captação de informações sobre erros, mesmo os que nopreveníveis no território brasileiro.
não chegaram a atingir o paciente, contribuindo com soluções para a O Programa foi criado em 1973, regulamentado no ano de 1975 pela
prevenção e ações para minimizar efeitos de eventos adversos, fun- Lei nº 6.259, de 30/10/1975, e pelo Decreto nº 78.231, de 30/12/1976,
damentadas em uma análise sistêmica; representando um instrumento destinado à proteção da população brasilei-
• a Enfermagem reconhece o paciente e a família como agentes ativos ra contra doenças que podem ser evitadas com o uso de imunobiológicos,
na promoção de sua segurança e desenvolve ações que os fortaleçam incluindo as vacinas. Atualmente, o PNI preconiza a vacinação para a
por meio da informação, do relacionamento e do respeito; família e, além da imunização de crianças, oferece também a vacinação
• os profissionais de Enfermagem respondem por sua competência para adolescentes, adultos, idosos, povos indígenas e populações com
técnica, científica, ética e legal e somente executam atividades quando necessidades especiais.
capazes de desempenhá-las de forma segura para si e para outrem; O Programa coordena e define normas e procedimentos técnicos e ci-
• os profissionais de Enfermagem assumem o compromisso, junto à entíficos articulados às secretarias de estado e estas com as secretarias
sociedade, de disseminar informações acerca da cultura de segurança municipais, mediante ações estratégicas sistemáticas de vacinação da
do paciente para engajar a população na promoção de um sistema de população, com base na vigilância epidemiológica de doenças imunopreve-
saúde mais seguro. níveis e inovações tecnológicas da área. Também tem o papel de adquirir,
conservar e distribuir os imunobiológicos que integram os calendários de
VACINAÇÃO vacinação do PNI nas aproximadamente 34 mil salas de vacina em todo o
país.
A vacinação é a maneira mais eficaz de se evitar diversas doenças i-
munopreveníveis, como varíola (erradicada), poliomielite (paralisia infantil), As ações de vacinação contribuíram, de forma significativa, para man-
sarampo, tuberculose, rubéola, gripe, hepatite B e febre amarela, entre ter a erradicação do ciclo urbano da febre amarela e da erradicação da
outras. varíola no Brasil. Outro resultado de destaque é a ausência de registros da
paralisia infantil há 22 anos e do sarampo, há dez anos.
É Importante ressaltar alguns conceitos básicos sobre imuniza
imunização:
O PNI do Ministério da Saúde, em consonância com a Constituição da
Vacina é o mecanismo usado para controlar algumas doenças infecto-
República Federativa do Brasil e a Lei Orgânica da Saúde, proporciona o
contagiosa. Consiste na inoculação de um antígeno na corrente sanguínea
acesso equânime aos imunobiológicos especiais aos grupos portadores de
de uma pessoa, visando à produção de anticorpos.
imunodeficiências congênitas ou adquiridas e seus comunicantes, usuários
A pessoa vacinada é aquela que recebeu uma dose da vacina, inde- com história associada a evento adverso pós-vacinação e profilaxia pré e
pendentemente de ter recebido o esquema completo. pós-exposição a determinados agravos. Estão disponibilizados nos 42
Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (Crie) das 27 unida-
A pessoa imune é aquela que possui anticorpos protetores específicos des federadas.
contra determinado agente infeccioso. Essa imunidade pode ser adquirida
naturalmente (pela doença) ou artificialmente (pela imunização adquirida Encontram-se em discussão as recomendações de vacinas para via-
por meio da vacinação). jantes nacionais e internacionais.
Imunidade é a capacidade de o sistema imunológico reconhecer subs- CALENDÁRIO BÁSICO DE VACINAÇÃO DA CRIANÇA
tâncias estranhas e promover uma resposta contra elas (micro-organismo
responsável por uma doença infecciosa específica ou sobre suas toxinas).

Técnico de Enfermagem 176 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Nota: Mantida a nomenclatura do Programa Nacional


Nacional de Imunização e inserida a nomenclatura segundo a Resolução de Diretoria Colegiada – RDC nº
61 de 25 de agosto de 2008 – Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA
criança:
Orientações importantes para a vacinação da criança
vacina BCG: Administrar o mais precoce possível, preferencialmente após o nascimento. Nos prematuros com menos de 36 semanas administrar a vacina
após completar 1 (um) mês de vida e atingir 2 Kg. Administrar uma dose em crianças menores de cinco anos de idade (4 anos 11meses e 29 dias) sem
cicatriz vacinal. Contatos intradomicíliares de portadores de hanseníase menores de 1 (um) ano de idade, comprovadamente vacinados, não necessitam da
administração de outra dose de BCG. Contatos de portadores de hanseníase com mais de 1 (um) ano de idade, sem cicatriz - administrar uma dose. Conta-
tos comprovadamente vacinados com a primeira dose - administrar outra dose de BCG. Manter o intervalo mínimo de seis meses entre as doses da vacina.
Contatos com duas doses não administrar nenhuma dose adicional. Na incerteza da existência de cicatriz vacinal ao exame dos contatos intradomiciliares de
portadores de hanseníase, aplicar uma dose, independentemente da idade.
Para criança HIV positiva a vacina deve ser administrada ao nascimento ou o mais precocemente possível. Para as crianças que chegam aos serviços ainda
não vacinadas, a vacina está contra-indicada na existência de sinais e sintomas de imunodeficiência, não se indica a revacinação de rotina. Para os portado-
res de HIV (positivo) a vacina está contra indicada em qualquer situação.
(2) vacina hepatite B (recombinante): Administrar preferencialmente nas primeiras 12 horas de nascimento, ou na primeira visita ao serviço de saúde.
Nos prematuros, menores de 36 semanas de gestação ou em recém-nascidos à termo de baixo peso (menor de 2 Kg), seguir esquema de quatro doses: 0, 1,
2 e 6 meses de vida. Na prevenção da transmissão vertical em recém-nascidos (RN) de mães portadoras da hepatite B administrar a vacina e a imunoglobuli-
na humana anti-hepatite B (HBIG), disponível nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais - CRIE, nas primeiras 12 horas ou no máximo até
sete dias após o nascimento. A vacina e a HBIG administrar em locais anatômicos diferentes. A amamentação não traz riscos adicionais ao RN que tenha
recebido a primeira dose da vacina e a imunoglobulina.
(3) vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis e Haemophilus influenzae b (conjugada): Administrar aos 2, 4 e 6 meses de idade. Intervalo entre as do-
ses de 60 dias e, mínimo de 30 dias. A vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis – DTP são indicados dois reforços. O primeiro reforço administrar aos 15

Técnico de Enfermagem 177 A Opção Certa Para a Sua Realização


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meses de idade e o segundo reforço aos 4 (quatro) anos. Importante: a idade máxima para administrar esta vacina é aos 6 anos 11meses e 29 dias. Diante
de um caso suspeito de difteria, avaliar a situação vacinal dos comunicantes. Para os não vacinados menores de 1 ano iniciar esquema com DTP+ Hib; não
vacinados na faixa etária entre 1 a 6 anos, iniciar esquema com DTP. Para os comunicantes menores de 1 ano com vacinação incompleta, deve-se completar
o esquema com DTP + Hib; crianças na faixa etária de 1 a 6 anos com vacinação incompleta, completar esquema com DTP. Crianças comunicantes que
tomaram a última dose há mais de cinco anos e que tenham 7 anos ou mais devem antecipar o reforço com dT.
(4) vacina poliomielite 1, 2 e 3 (atenuada): Administrar três doses (2, 4 e 6 meses). Manter o intervalo entre as doses de 60 dias e, mínimo de 30 dias.
Administrar o reforço aos 15 meses de idade. Considerar para o reforço o intervalo mínimo de 6 meses após a última dose.
(5) vacina oral rotavírus humano G1P1 [8] (atenuada): Administrar duas doses seguindo rigorosamente os limites de faixa etária:
primeira dose: 1 mês e 15 dias a 3 meses e 7 dias.
segunda dose: 3 meses e 7 dias a 5 meses e 15 dias.
O intervalo mínimo preconizado entre a primeira e a segunda dose é de 30 dias. Nenhuma criança poderá receber a segunda dose sem ter recebido a primei-
ra. Se a criança regurgitar, cuspir ou vomitar após a vacinação não repetir a dose.
(6) vacina pneumocócica 10 (conjugada): No primeiro semestre de vida, administrar 3 (três) doses, aos 2, 4 e 6 meses de idade. O intervalo entre as
doses é de 60 dias e, mínimo de 30 dias. Fazer um reforço, preferencialmente, entre 12 e 15 meses de idade, considerando o intervalo mínimo de seis meses
após a 3ª dose. Crianças de 7-11 meses de idade: o esquema de vacinação consiste em duas doses com intervalo de pelo menos 1 (um) mês entre as do-
ses. O reforço é recomendado preferencialmente entre 12 e 15 meses, com intervalo de pelo menos 2 meses.
(7) vacina meningocócica C (conjugada): Administrar duas doses aos 3 e 5 meses de idade, com intervalo entre as doses de 60 dias, e mínimo de 30
dias. O reforço é recomendado preferencialmente entre 12 e 15 meses de idade.
(8) vacina febre amarela (atenuada): Administrar aos 9 (nove) meses de idade. Durante surtos, antecipar a idade para 6 (seis) meses. Indicada aos re-
sidentes ou viajantes para as seguintes áreas com recomendação da vacina: estados do Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins,
Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal e Minas Gerais e alguns municípios dos estados do Piauí, Bahia, São Paulo, Paraná,
Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Para informações sobre os municípios destes estados, buscar as Unidades de Saúde dos mesmos. No momento da
vacinação considerar a situação epidemiológica da doença. Para os viajantes que se deslocarem para os paises em situação epidemiológica de risco, buscar
informações sobre administração da vacina nas embaixadas dos respectivos países a que se destinam ou na Secretaria de Vigilância em Saúde do Estado.
Administrar a vacina 10 (dez) dias antes da data da viagem. Administrar reforço, a cada dez anos após a data da última dose.
(9) vacina sarampo, caxumba e rubéola: Administrar duas doses. A primeira dose aos 12 meses de idade e a segunda dose deve ser administrada aos 4
(quatro) anos de idade. Em situação de circulação viral, antecipar a administração de vacina para os 6 (seis) meses de idade, porém deve ser mantido o
esquema vacinal de duas doses e a idade preconizada no calendário. Considerar o intervalo mínimo de 30 dias entre as doses.
CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO DO ADOLESCENTE

Nota: Mantida a nomenclatura do Programa Nacional de Imunização e inserida a nomenclatura segundo a Resolução de Diretoria Colegiada – RDC nº 61 de
25 de agosto de 2008 – Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA

Orientações importantes para a vacinação do adolescente

(1) vacina hepatite B (recombinante): Administrar em adolescentes não vacinados ou sem comprovante de vacinação anterior, seguindo o esquema de três
doses (0, 1 e 6) com intervalo de um mês entre a primeira e a segunda dose e de seis meses entre a primeira e a terceira dose. Aqueles com esquema in-
completo, completar o esquema. A vacina é indicada para gestantes não vacinadas e que apresentem sorologia negativa para o vírus da hepatite B a após o
primeiro trimestre de gestação.

(2) vacina adsorvida difteria e tétano - dT (Dupla tipo adulto): Adolescente sem vacinação anteriormente ou sem comprovação de três doses da vacina,
seguir o esquema de três doses. O intervalo entre as doses é de 60 dias e no mínimo de 30 (trinta) dias. Os vacinados anteriormente com 3 (três) doses das
vacinas DTP, DT ou dT, administrar reforço, a cada dez anos após a data da última dose. Em caso de gravidez e ferimentos graves antecipar a dose de
reforço sendo a última dose administrada há mais de 5 (cinco) anos. A mesma deve ser administrada pelo menos 20 dias antes da data provável do parto.
Diante de um caso suspeito de difteria, avaliar a situação vacinal dos comunicantes. Para os não vacinados, iniciar esquema de três doses. Nos comunican-
tes com esquema de vacinação incompleto, este dever completado. Nos comunicantes vacinados que receberam a última dose há mais de 5 (cinco) anos,
deve-se antecipar o reforço.

(3) vacina febre amarela (atenuada): Indicada 1 (uma) dose aos residentes ou viajantes para as seguintes áreas com recomendação da vacina: estados do
Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal e Minas Gerais e alguns
municípios dos estados do Piauí, Bahia, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Para informações sobre os municípios destes estados,
buscar as Unidades de Saúde dos mesmos. No momento da vacinação considerar a situação epidemiológica da doença. Para os viajantes que se desloca-

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rem para os países em situação epidemiológica de risco, buscar informações sobre administração da vacina nas embaixadas dos respectivos países a que se
destinam ou na Secretaria de Vigilância em Saúde do Estado. Administrar a vacina 10 (dez) dias antes da data da viagem. Administrar dose de reforço, a
cada dez anos após a data da última dose.
Precaução: A vacina é contra indicada para gestante e mulheres que estejam amamentando. Nestes casos buscar orientação médica do risco epidemiológico
e da indicação da vacina.

(4) vacina sarampo, caxumba e rubéola – SCR: considerar vacinado o adolescente que comprovar o esquema de duas doses. Em caso de apresentar com-
provação de apenas uma dose, administrar a segunda dose. O intervalo entre as doses é de 30 dias.

CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO DO ADULTO E DO IDOSO

Colegiada
Nota: Mantida a nomenclatura do Programa Nacional de Imunização e inserida a nomenclatura segundo a Resolução de Diretoria Colegiada – RDC nº 61 de
25 de agosto de 2008 – Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA

Orientações importantes para a vacinação do adulto e idoso.

(1) vacina hepatite B (recombinante): oferecer aos grupos vulneráveis não vacinados ou sem comprovação de vacinação anterior, a saber: Gestantes, após o
primeiro trimestre de gestação; trabalhadores da saúde; bombeiros, policiais militares, civis e rodoviários; caminhoneiros, carcereiros de delegacia e de peni-
tenciarias; coletores de lixo hospitalar e domiciliar; agentes funerários, comunicantes sexuais de pessoas portadoras de VHB; doadores de sangue; homens e
mulheres que mantêm relações sexuais com pessoas do mesmo sexo (HSH e MSM); lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, (LGBT); pessoas
reclusas (presídios, hospitais psiquiátricos, instituições de menores, forças armadas, dentre outras); manicures, pedicures e podólogos; populações de assen-
tamentos e acampamentos; potenciais receptores de múltiplas transfusões de sangue ou politransfundido; profissionais do sexo/prostitutas; usuários de
drogas injetáveis, inaláveis e pipadas; portadores de DST.
A vacina esta disponível nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE) para as pessoas imunodeprimidas e portadores de deficiência
imunogênica ou adquirida, conforme indicação médica.

(2) vacina adsorvida difteria e tétano


tétano - dT (Dupla tipo adulto): Adultos e idosos não vacinados ou sem comprovação de três doses da vacina, seguir o esque-
ma de três doses. O intervalo entre as doses é de 60 (sessenta) dias e no mínimo de 30 (trinta) dias. Os vacinados anteriormente com 3 (três) doses das
vacinas DTP, DT ou dT, administrar reforço, dez anos após a data da última dose. Em caso de gravidez e ferimentos graves antecipar a dose de reforço
sendo a última dose administrada a mais de cinco (5) anos. A mesma deve ser administrada no mínimo 20 dias antes da data provável do parto. Diante de
um acaso suspeito de difteria, avaliar a situação vacinal dos comunicantes. Para os não vacinados, iniciar esquema com três doses. Nos comunicantes com
esquema incompleto de vacinação, este deve ser completado. Nos comunicantes vacinados que receberam a última dose há mais de 5 anos, deve-se anteci-
par o reforço.

(3) vacina febre amarela (atenuada): Indicada aos residentes ou viajantes para as seguintes áreas com recomendação da vacina: estados do Acre, Amazo-
nas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal e Minas Gerais e alguns municípios
dos estados do Piauí, Bahia, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Para informações sobre os municípios destes estados, buscar as
Unidades de Saúde dos mesmos. No momento da vacinação considerar a situação epidemiológica da doença. Para os viajantes que se deslocarem para os
países em situação epidemiológica de risco, buscar informações sobre administração da vacina nas embaixadas dos respectivos países a que se destinam
ou na Secretaria de Vigilância em Saúde do Estado. Administrar a vacina 10 (dez) dias antes da data da viagem. Administrar dose de reforço, a cada dez
anos após a data da última dose.

Precaução: A vacina é contra indicada para gestantes e mulheres que estejam amamentando, nos casos de risco de contrair o vírus buscar orientação médi-
ca. A aplicação da vacina para pessoas a partir de 60 anos depende da avaliação do risco da doença e benefício da vacina.

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(4) vacina sarampo, caxumba e rubéola – SCR: Administrar 1 (uma) dose em mulheres de 20 (vinte) a 49 (quarenta e nove) anos de idade e em homens de
20 (vinte) a 39 (trinta e nove) anos de idade que não apresentarem comprovação vacinal.

(5) vacina influenza sazonal (fracionada, inativada): Oferecida anualmente durante a Campanha Nacional de Vacinação do Idoso.

(6) vacina pneumocócica 23-


23-valente (polissacarídica): Administrar 1 (uma) dose durante a Campanha Nacional de Vacinação do Idoso, nos indivíduos de 60
anos e mais que vivem em instituições fechadas como: casas geriátricas, hospitais, asilos, casas de repouso, com apenas 1 (um) reforço 5 (cinco) anos após
a dose inicial.

PROVA SIMULADA I 08. O banho no leito é uma técnica que possui a finalidade de:
A) lavar da região mais suja para a mais limpa.
01. Dentre as contra-indicações gerais à imunização, podemos citar: B) lavar o paciente por imersão.
A) resfriado comum. C) diminuir o número de microrganismos da pele e das mucosas.
B) hipertermia. D) expor um segmento do corpo de cada vez.
C) cefaléia. E) evitar o uso de água fria por aspersão.
D) hiperidrose.
E) prurido. 09. Após o banho no leito, como fase final da técnica, o profissional tem o
dever de:
02. Como órgão fiscalizador do exercício profissional, o Coren tem como A) manter o ambiente sem corrente de ar.
funções, EXCETO: B) guardar todo o material.
A) verificar quem pode exercer a profissão. C) realizar massagens de conforto.
B) avaliar se os profissionais que exercem legalmente a profissão estão D) providenciar registro das condições do paciente e
cumprindo corretamente suas obrigações. de suas reações.
C) aplicar as penalidades previstas às pessoas que ferem a ética profissio- E) realizar secagem cuidadosa.
nal.
D) averiguar os trabalhadores de enfermagem que estiverem exercendo 10. A sondagem nasogástrica deve ser realizada com o paciente na posi-
ilegalmente sua profissão. ção:
E) determinar a atualização da legislação do exercício profissional. A) de Trendelemburg.
B) de Fowler.
03. O período de incubação da Dengue varia de: C) de Sims.
A) 1 a 2 meses. D) Supina.
B) 2 a 3 meses. E) Prona.
C) 1 a 2 dias.
D) 3 a 15 dias. 11. O dado antropométrico necessário como controle diário à terapêutica
E) 6 a 8 semanas. nutricional é:
A) altura.
04. Todas são medidas profiláticas para a AIDS, EXCETO: B) peso.
A) incentivar o uso de seringas e agulhas descartáveis. C) circunferência do braço.
B) promover e estimular o uso de preservativos. D) prega biciptal.
C) controlar o sangue e derivados. E) prega triciptal.
D) adotar cuidados necessários na exposição ocupacional de material
biológico. 12. Em adultos, o número do cateter nasal a ser utilizado para oxigeniote-
E) realizar teste ELISA. rapia é:
A) 16 a 18.
05. O teste indicado para detecção de infecção pelo bacilo da Hanseníase B) 8 a 10.
é: C) 4 a 6.
A) VDRL. D) 18 a 22.
B) MITSUDA. E) 22 a 24.
C) HCG.
D) TT. 13. Na gravidez tubária, o sintoma determinante é:
E) Westerm Blot. A) vômitos.
B) dor súbita e forte.
06. São sinais e sintomas que fazem parte do quadro clínico agudo de C) singuto.
hipoglicemia no Diabetes mellitus, EXCETO: D) pirose.
A) convulsões. E) secreção vaginal fétida.
B) palidez.
C) tremores. 14. Para transformar 500mL da solução glicosada a 5% para outra a 10%,
D) sudorese. quantos mL de glicose a 50% serão
E) cetonúria. utilizados nessa conversão?
A) 50mL.
07. Com relação à prevenção e controle de infecção, na esterilização, B) 100mL.
assinale a alternativa correta. C) 25mL.
A) Os artigos semicríticos são aqueles em que a esterilização é obrigatória. D) 30mL.
B) Os artigos não críticos são submetidos à limpeza ou desinfecção de alto E) 150mL.
nível.
C) A limpeza é realizada para eliminação de bactérias em forma vegetati- 15. No atendimento emergencial, diante de um paciente politraumatizado,
va. é importante:
D) A desinfecção por processos físicos é realizada pela imersão em solu- A) mobilizá-lo, mantê-lo aquecido e observar sangramentos.
ções germicidas. B) fazer limpeza corporal e mantê-lo aquecido.
E) Descontaminação é o procedimento que deve preceder a desinfecção C) manter vias aéreas permeáveis, realizar hemostasias, imobilizar mem-
ou a esterilização. bros fraturados e repor líquidos e hemoderivados.

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D) observar sintomas subjetivos, realizar curativos compressivos, adminis- ( ) Orientar quanto à necessidade de exercícios respiratórios.
trar antibioticoterapia e aquecer o paciente. 2) Apoio ao tratamento.
E) identificar o paciente, localizar familiares e aplicar vacina antitetânica. ( ) Orientar sobre a necessidade de abolir ou reduzir o hábito de fumar.
3) Prevenção de complicações.
16. Na realização de teste tuberculínico, a via indicada é a: ( ) Estimular a ingestão de líquidos, em média 2,5L por dia.
A) subcutânea. A sequência correta, de cima para baixo, é:
B) intradérmica. A) 1, 2, 3.
C) intramuscular. B) 2, 3, 1.
D) intravenosa. C) 3, 2, 1.
E) intra-arterial. D) 3, 1, 2.
E) 1, 3, 2.
17. Sobre Hepatites, é correto afirmar que:
A) a transmissão da hepatite B se faz pela via fecal oral. 25. Com relação à Hanseníase, assinale a alternativa correta.
B) a incubação da hepatite B é em média 30 dias. A) Denominamos paucibacilares as formas com grandes quantidades de
C) a profilaxia da hepatite B se faz principalmente através da precaução bactérias na corrente sanguínea.
com sangue e secreções. B) É transmitida principalmente pela pele.
D) a profilaxia da hepatite A se faz através da quimioprofilaxia dos contac- C) A forma virchowiana se caracteriza por ser a forma mais branda.
tantes. D) A forma tuberculóide pode afetar apenas os nervos, sendo denominada
E) a hepatite B se apresenta na forma subclínica com icterícia. então de forma neural pura.
E) As manchas planas esbranquiçadas e com alterações da sensibilidade
18. A administração de uma medicação digitálica está contra-indicada são características da forma dimorfa.
quando a frequência cardíaca
apresenta-se: 26. Considerando as doenças sexualmente transmissíveis, assinale a
A) acima de 100bpm. alternativa incorreta.
B) acima de 90bpm. A) A sífilis primária caracteriza-se pela presença do cancro duro.
C) acima de 80bpm. B) A AIDS causa uma série de doenças denominadas “oportunistas”.
D) abaixo de 60bpm. C) O condiloma acuminado é causado por um vírus chamado HPV (papi-
E) abaixo de 100bpm. lomavírus humano).
D) A pediculose genital é vulgarmente chamada de “chato”.
19. Numa unidade de pronto atendimento está prescrita solução fisiológica E) Para diagnosticar a pediculose é imprescindível a realização de teste
1800mL em um período de 6 horas. cutâneo-mucoso.
O gotejamento indicado é:
A) 300 gts p/min. 27. Sobre o diagnóstico e o tratamento da tuberculose, é correto afirmar
B) 150 gts p/min. que:
C) 100 gts p/min. A) a baciloscopia não permite identificar o paciente bacilífero.
D) 30 gts p/min. B) o RX não está indicado nos pacientes sintomáticos respiratórios e
E) 108 gts p/min. negativos à baciloscopia direta.
C) considera-se falência de tratamento a persistência da positividade do
20. Na cultura de orofaringe, o resultado mais comum é: escarro ao final do tratamento.
A) Neisseria gonorrhoeae. D) são fatores predisponentes para a progressão da doença a idade adulta
B) Staphylococcus aureus. e situações de estresse.
C) Streptococcus pyogenes. E) a baciloscopia é um exame pouco utilizado.
D) Treponema pallidum.
E) Clamídia. 28. Em relação à oxigenoterapia, qual dos equipamentos de administração
do gás oferece mais vantagens para o paciente, por permitir maior liberda-
21. Na vigência de antibioticoterapia, a coleta de hemocultura deverá ser de de movimentos?
feita: A) Máscara de Venturi.
A) nos picos febris. B) Cateter nasal.
B) imediatamente antes da administração da primeira dose. C) Tenda.
C) nos intervalos febris. D) Halo.
D) imediatamente após a administração da primeira dose. E) Intubação endotraqueal.
E) no pico máximo da febre.
29. São funções do Técnico de Enfermagem na assistência ao idoso,
22. São características da insulina de ação prolongada (protamino-zíncica), EXCETO:
EXCETO: A) auxiliar na orientação sobre a alimentação prescrita.
A) aparência turva. B) auxiliar na execução de atividades físicas.
B) proteína acrescentada – protamina. C) preencher o tempo do idoso de modo produtivo, evitando o isolamento e
C) tampão – acetato. a solidão.
D) ação máxima/horas – 8-12. D) realizar visita domiciliar aos dependentes, para auxiliar a família quanto
E) duração em horas – 24-36. às orientações para autocuidado.
E) medicar o idoso.
23. O Papanicolaou, exame preventivo do câncer de colo uterino, deve ser
realizado de rotina. Sobre a faixa 30. O método diagnóstico precoce do câncer de colo de útero é:
etária e a periodicidade, assinale a alternativa correta. A) exame físico da região pélvica.
A) 18 a 65 anos - anual. B) exame de Papanicolau.
B) 30 a 78 anos - mensal. C) tomografia computadorizada.
C) 25 a 70 anos - trimestral. D) biopsia por aspiração.
D) 35 a 65 anos - semestral. E) dosagem de marcadores tumorais.
E) 25 a 50 anos - bianual.
31. Em relação ao câncer de mama, analise as afirmativas abaixo.
24. Sobre as ações doTécnico de Enfermagem em caso de DPOC, corre- 1) O diagnóstico é feito através de estudo anátomopatológico por punção
lacione as colunas: aspirativa.
1) Orientação quanto aos fatores de risco.

Técnico de Enfermagem 181 A Opção Certa Para a Sua Realização


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2) As causas estão relacionadas com hábitos reprodutivos, como paridade B) A cicatrização por segunda intenção necessita de suturas firmes e
precoce. curativo oclusivo.
3) O auto-exame deve ser realizado no período menstrual. C) Uma ferida séptica ou não contaminada cicatriza pelo processo de
4) O hábito de amamentar é fator protetor para o câncer de mama. primeira intenção.
5) Na pós-menopausa o auto-exame tem valor diagnóstico devido às D) As feridas operatórias são sempre sépticas, isto é, não contaminadas.
alterações involutivas do tecido mamário. E) A cicatrização por terceira intenção ocorre quando a ferida necessita
Está(ão) correta(s), apenas: cicatrizar totalmente aberta, sem fechamento secundário.
A) 1, 2 e 3.
B) 1 e 5. 39. Sobre a Hipertensão arterial, que é um grave problema de Saúde
C) 3 e 5. Pública, é correto afirmar que:
D) 2 e 4. A) ocorre elevação da pressão sistólica, apenas.
E) 1 e 4. B) ocorre elevação da pressão diastólica, apenas.
C) na fase pré-hipertensiva a pressão está acima de 210mmHg na sístole
32. Os medicamentos de uso parenteral irritantes, como por exemplo o e acima de 120mmHg na diástole.
ferro, são administrados por via: D) na fase moderadamente grave a pressão na sístole está acima de
A) intramuscular no músculo deltóide. 200mmHg, mas a diástole decresce para valores abaixo de 90mHg, sem
B) intramuscular no músculo grande glúteo. outros sintomas; por isso é uma doença traiçoeira.
C) intravenosa. E) na fase maligna pode ocorrer elevação muito rápida da pressão arterial,
D) subcutânea. com danos graves a órgãos vitais.
E) intradérmica.
33. Em se tratando de controle de infecção, assinale a alternativa correta. 40. Sobre a temperatura corporal, é correto afirmar que:
A) O artigo é considerado estéril quando os microrganismos patógenos são A) devido à imaturidade do sistema termo-regulador, a temperatura das
destruídos. crianças é menos lábil que a dos adultos.
B) Por serem danificados pelo calor, os artigos críticos não podem ser B) no primeiro ano de vida a criança depende muito da temperatura do
esterilizados por vapor saturado sob pressão. ambiente para manter sua própria temperatura.
C) Cateteres vesicais, medicamentos orais e inaláveis, pratos e talheres C) a febre é mais temível que a hipotermia.
são artigos semicríticos, devendo ser desinfectados. D) a temperatura corporal é influenciada exclusivamente pelo sistema
D) A desinfecção pela água em ebulição é um processo ineficiente por não nervoso.
destruir vírus e esporos. E) nos prematuros, o mecanismo de regulação térmica é mais desenvolvi-
E) Artigos não-críticos são todos os que penetram a pele íntegra em pro- do que nas crianças a termo.
cedimentos invasivos.
41. Sobre as características clínicas e epidemiológicas da Tuberculose
34. São vantagens da Terapia de Reidratação Oral, EXCETO: Pulmonar, é correto afirmar que:
A) pode ser administrada pelas próprias mães ou pelos agentes de saúde. A) o período de incubação pelo M. tuberculosis ocorre em média de 4 a 12
B) dispensa mão-de-obra especializada. dias para detecção das lesões primárias.
C) substitui a terapia intravenosa. B) a transmissibilidade ocorre durante todo o período em que a pessoa for
D) apresenta complexa homogeneização dos componentes. considerada doente, esteja em tratamento ou não.
E) o custo do tratamento é reduzido. C) o reservatório principal do M. tuberculosis é o homem.
D) todas as pessoas expostas ao bacilo são infectadas e adoecem, com
35. São cuidados de enfermagem para um menor portador de diarréia exceção das que são vacinadas.
franca, EXCETO: E) a abreugrafia é o exame indicado para todos os casos suspeitos, com a
A) monitorizar condições físicas. finalidade de confirmar diagnóstico.
B) observar atividade e nível de consciência.
C) verificar dados antropométricos. 42. São considerados métodos naturais aconselhados para o Planejamen-
D) hidratar de acordo com a aceitação. to Familiar, EXCETO:
E) controlar eliminações urinárias e fecais. A) Ogino Knaus.
B) Temperatura.
36. Para um paciente atendido pelo SAMU, foi prescrita Cefalotina 200mg C) Laqueadura.
IV. Na Unidade de Atendimento é padronizada Cefalotina de 1g. Quantos D) Sintotérmico.
mL da solução deverão ser administrados? E) Billing.
A) 10mL.
B) 5mL. 43. Quanto à administração de medicamentos, é correto afirmar que:
C) 1mL. A) via hipodérmica refere-se à introdução de medicamento no tecido da
D) 8mL. derme, e é utilizada para aplicação da vacina BCG.
E) 15mL. B) a administração por via parenteral consiste na administração de medi-
camentos diretamente no organismo por ostomias, através da parede
37. Sobre o Diabetes Mellitus, é correto afirmar que: abdominal.
A) é uma doença metabólica que ocorre no sistema endócrino decorrente C) a via intradérmica está indicada para esclarecer diagnósticos, testes
do funcionamento deficiente do pâncreas, da supra-adrenal e da tireóide. alérgicos, reações de hipersensibilidade e vacinas.
B) o tratamento medicamentoso com hiperglicemiante oral e insulina D) flebite é uma complicação de administração de medicamentos por via
objetiva a cura da doença. intramuscular apenas.
C) os exercícios indicados durante o tratamento devem ser realizados de E) a lesão do nervo ciático na criança é a complicação mais frequente pós-
acordo com a idade, o sexo e a atividade diária. aplicação de medicamentos no músculo vasto lateral da coxa.
D) a insulinoterapia promove ação hiperglicemiante que acelera o metabo-
lismo dos hidratos de carbono, proteínas e gorduras, e ganho de peso 44. São atribuições do técnico de enfermagem no controle das infecções
corporal. hospitalares, EXCETO:
E) o tipo 2 adulto é insulino dependente. A) participar de reuniões e treinamento sobre o controle de risco.
B) ter especial atenção para o uso de produtos descartáveis.
38. Sobre o processo de cicatrização de feridas, assinale a alternativa C) observar as normas para desinfecção das unidades hospitalares.
correta. D) padronizar rotinas e atividades visando à proteção do paciente e a sua
A) O processo de cicatrização por primeira intenção ocorre em feridas própria.
limpas e de bordos bem definidos. E) auxiliar no controle de fluxo de paciente.

Técnico de Enfermagem 182 A Opção Certa Para a Sua Realização


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45. A alimentação nos dois primeiros anos de vida constitui um dos aspec- II, III e IV;
tos mais importantes para a saúde da criança. Sobre o aleitamento mater- I, III e V
no, é incorreto afirmar que:
A) alimentar a criança ao seio é prático, pois o leite está sempre pronto. 05. São cuidados de rotina ao portador da síndro
síndrome nefrótica:
B) uma das suas grandes vantagens é o custo muito baixo. Controle hídrico, sumário de urina e controle de PA;
C) preenche todas as necessidades nutricionais da Pesagem diária em jejum, proteinúria das 24hs e balanço hídrico;
criança nos seis primeiros meses de vida. Controle de PA, pesagem diária em jejum e controle hídrico;
D) a proteção contraceptiva é total, permitindo à mãe usar deste método Proteinúria das 24hs, pesagem diária em jejum e sumário de uri-
para não engravidar. na;
E) protege a mãe contra o câncer de mama. Dieta hipossódica, proteinúria das 24hs e controle hídrico.
06. Constitui-
Constitui-se um fator desencadeante da insufici
insuficiência renal aguda:
RESPOSTAS Transfusão de sangue incompatível;
01. B 11. B 21. B 31. E 41. C Hiperhidratação;
02. E 12. B 22. C 32. B 42. C Hiperglicemia;
03. D 13. B 23. A 33. C 43. C Aumento do volume sanguíneo;
04. E 14. A 24. D 34. D 44. D Hipocalcemia.
05. B 15. C 25. D 35. D 45. D
06. E 16. B 26. E 36. C . 07. Com base na insulinoterapia, é correto afirmar que:
07. E 17. C 27. C 37. C
A insulina NPH é de origem animal, tem aspecto incolor e efeito
08. C 18. D 28. B 38. A
hipoglicemiante por até 20 horas;
09. D 19. C 29. E 39. E
A insulina simples ou regular poderá ser administrada pelas vias
10. B 20. C 30. B 40. B
endovenosa, intramuscular e subcutânea.
A insulina NPH tem efeito hipoglicemiante tardio e poderá ser ad-
PROVA SIMULADA II ministrada por via endovenosa e subcutânea;
A insulina simples tem aspecto turvo e atua mantendo efeito hipo-
01. A febre caracterizada por grandes variações, muito acima do glicemiante em até 24 horas;
normal e às vezes abaixo do normal, durante o mesmo dia, cha-
cha- A administração da insulina simples e NPH, juntas, prolongam o
ma-
ma-se de: efeito hipoglicemiante.
Renitente; 08. No derrame pleural o líquido pode consistir em:
Recorrente; Transudato ou líquido linfático;
Ondulante; Exsudato ou empiema;
Contínua; Sangue ou hodrotórax;
Intermitente Quilotórax ou hemotórax;
02. A região ventro-
ventro-glútea é indicada
indicada para aplicação de injeção intra-
intra- Hemotórax ou empiema.
muscular, em qualquer idade e lo
localiza-
caliza-se: 09. Na assistência obstruti-i-
assistência ao paciente portador de doença pulmonar obstrut
Próximo à espinha ilíaca ântero-superior; va crônica – DPOC, é correto:
No terço médio do músculo vasto lateral; Reduzir a ingestão hídrica, para prevenir sinais de refluxo gástrico;
No quadrante superior externo da região glútea; Favorecer o aumento de trocas gasosas, devido à dificuldade ins-
Na face lateral do músculo glúteo máximo; piratória da patologia;
Entre os músculos vasto intermediário e medial. Reduzir as trocas gasosas, devido à broncodilatação e destruição
03. Foi diluído 1FA de Pc de 5.000.000 de unidades em 1oml de AD. dos alvéolos;
Para serem administrados 1.500.000 unida
unidades IV, a dose indicada Administrar oxigênio em baixo fluxo, uma vez que o CO2 constitui
é: o impulso para a respiração;
Administrar oxigênio em elevado fluxo e reduzir os níveis de CO2 ,
3,5ml; para favorecer as trocas gasosas.
2,5ml;
3ml; 10. Relacione as respostas fisiológicas à disfunção cardíaca:
1,5ml; (1)Dispnéias
Distúrbios da frequência cardíaca que decorrem de alterações
5ml. na condutividade das células cardíacas
04. Em relação ao choque, analise as proposições abaixo:
abaixo: (2) Sínco-
Batimentos cardíacos referidos como trimulantes, acelerados,
pe em pancadas
I. É decorrente de alterações em um dos três componentes s
básicos da circulação: o volume circulante, a bomba car- (3) Palpita-
Disfunções decorrentes da diminuição do débito cardíaco,
díaca ou o tônus muscular. çõ devido a distúrbios do ritmo cardíaco
es
II. O choque hipovalêmico ocorre exclusivamente por perda (4) Disritmi-
Disfunções decorrentes do aumento da necessidade de oxigênio
renal de volume, sendo preservado o tônus muscular. as no miocárdio
III. A instalação do estado de choque ocorre com a quebra Sensação de desconforto ou pressão no tórax, associada a dor
na homeostase das bases que apóiam o sistema circula- intensa
tório (volemia – coração – vasos).
IV. No choque cardiogênico, a hipovolemia e má perfusão
são significativos, porém a função da bomba cardíaca se A sequência é:
mantém preservada. 4, 3, 2 e 1;
V. O choque séptico pode ocorrer por depressão da função 2, 4, 1 e 3;
miocárdica, decorrente de anormalidades metabólicas por 3, 1, 2 e 4;
ação de toxinas bacterianas. 1, 2, 3 e 4;
Estão corretos apenas os itens: 2, 3, 4 e 1.

I, II e III; 11. Desinfecção significa:


II, IV e V; inibição dos agentes infecciosos parciais em forma vegetativa;
I, III e IV;

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impedimento de proliferação das bactérias e protozoários; realizar hemograma, para melhor controle hematológico, devido
destruição dos vírus e bactérias apenas na forma esporulada; às perdas sanguíneas durante a cirurgia.
inibição dos vírus na forma vegetativa e esporulada;
destruição de agentes infecciosos em forma vegetativa. 19. A sequência correta adotada durante o exame obstétrico,
obstétrico, é:

12. São materiais indicados para esterilização em autoclave: inspeção, percussão, palpação, ausculta, mensuração e toque va-
ginal (quando necessário);
roupas, borrachas, vidros e instrumentos; ausculta, palpação, percussão, mensuração, toque vaginal (quan-
roupas, gaze furacinada, talco e instrumentos; do necessário) e inspeção;
vaselina líquida, borrachas, seringas e pós; inspeção, palpação, manobras de Leopold-Zweifel, mensuração,
vaselina, vidros, talco e instrumentos; ausculta e toque vaginal (quando necessário);
gaze furacinada, vaselina, pós e seringas. manobras de Leopold-Zweifel, inspeção, ausculta, palpação, per-
cussão e toque vaginal (quando necessário);
13 – Nos cuidados com os cateteres venosos centrais, a Enfermeira
Enfermeira tem inspeção, palpação, mensuração, percussão, ausculta e toque va-
complicaações:
função importante para prevenir as seguintes complic ginal (quando necessário).
infecção e embolia pulmonar; 20. Estabeleça a correspondência
correspondência relacionada às modificações graví-
graví-
trombose e insuficiência cardíaca; dicas:
embolia pulmonar e diminuição do débito cardíaco;
infecção e lesão do vaso central; ( 1 ) Sinal de HUNTER ( ) Cabelos
diminuição do fluxo e necrose do vaso. ( 2 ) Sinal de HALBAN ( ) Aréola secundária
14. É ação da ATROPINA na parada cardiorrespirató
cardiorrespiratória: ( 3) Sinal de JACQUEMIER ( ) Umbigo
aumentar o débito cardíaco; ( 4 ) Sinal de MONTGOMERY ( ) Aréola primitiva
tratar a acidose metabólica grave; ( 5 ) Pigmentação da linha ALBA ( ) Vagina
prevenir ou reverter a bradicardia;
aumentar a contratibilidade miocárdica; A sequência correta é:
fortalecer a resistência vascular periférica.
2, 1, 5, 4 e 3;
15. Nos cuidados relacionados ao sistema de drena
drenagem torácica é 1, 5, 4, 3 e 2;
correto: 2, 1, 4, 5 e 3;
utilizar solução antisséptica no vidro para prevenir infecção hospi- 1, 2, 3, 4 e 5;
talar e coleção de empiema; 3, 4, 1, 5 e 2.
colocar o vidro diretamente no chão para favorecer o gradiente de 21. Na fisiologia da lactação humana:
pressão positiva;
manter o sistema totalmente fechado, evitando pneumotórax ou Lactogênese é a fase do desenvolvimento da mama e tem ação
atelectesia bilateral; do estrógeno.
observar o posicionamento do tubo de drenagem que deverá man- Mamogênese é a fase de produção do leite, tem ação hormonal e
ter a coluna imersa 2,5cm do nível d’água; do sistema nervoso.
manter um suspiro imerso na água para impedir a entrada de ar Lactopoese é a fase de secreção Láctea ou apojadura, tem ação
no tórax e aumentar a expansão torácica. do estrógeno e progesterona.
Lactopoese é a fase de ejeção Láctea e não tem nenhuma corre-
16. É responsabilidade da circulante da sala de cirur
cirurgia: lação com ação hormonal.
controlar os gases anestésicos; Lactogênese é a fase de secreção do leite e tem ação da prolacti-
distribuir os campos cirúrgicos; na produzida pela hipófise.
preparar a pele do paciente; 22. Para o tratamento da 1a. fase de manutenção de Sulfato de
fazer desinfecção das mãos; Magnésio (Mg So4) em uma puérpera com DHEG grave, como
preparar a sala de operação. deverá ser preparada a solução, uma vez que o serviço dis
dispõe de
17. Durante o pré-
pré-operatório imediato,
imediato, devem-
devem-se realizar os se
seguintes ampolas com 10ml de MgSo4 a 50% e soluções iô iônicas à vonta-
vonta-
cuidados de enfermagem: de?

I – Oferecer líquido três horas antes da cirurgia. Adicionando-se 10ml da ampola do MgSo4 em 500ml de soro gli-
II – Verificar sinais vitais antes da cirurgia. cosado a 0,9%.
III – Realizar tricotomia da área a ser operada. Adicionando-se 6ml da ampola do MgSo4 em 500ml de soro glico-
IV – Realizar lavagem intestinal uma hora antes da cirurgia. sado a 5%.
V – Ajudar na higiene corporal do paciente. Adicionando-se 12ml da ampola do MgSo4em 500ml de soro gli-
cosado a 5%.
Estão corretos os itens: Adicionando-se 10ml da ampola do sulfato de magnésio em 500ml
de soro glicosado a 5%.
III e IV;
Adicionando-se 12ml da ampola do sulfato de magnésio em 500ml
I, II e IV;
de soro fisiológico a 0,9%.
II, III e IV;
II, III e V; 23. A influência do diabetes sobre a gestação está relacionada com:
I, III e IV
Favorece a ocorrência de doença hipertensiva específica da gra-
18. São cuidados relacionados ao paciente, no pós-
pós-operatório imedia-
imedia- videz.
to: Redução de bacteriúria e pielonefrite, principalmente no primeiro
trimestre.
realizar ionograma, para melhor controle eletrolítico, devido às al-
Favorece a ocorrência de gestação prolongada, principalmente
terações hemodinâmicas durante o ato cirúrgico;
nas primíparas;
manter a cabeça ligeiramente elevada em relação ao tronco, para
Hipercalcemia e hipobilirrubinemia fetal, independente do controle
evitar aspiração;
clínico.
manter a cabeça em posição lateral e em nível mais baixo que o
Favorece a ocorrência da síndrome do desconforto respiratório ao
tronco, para evitar aspiração;
neonato.
aferir TPR e PA de hora em hora, para melhor controle das fun-
ções vitais, devido ao trauma cirúrgico;

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24. Determine a diferença entre o trabalho de parto de uma primí
primípara 5 – Pregas plantares ausentes.
e de uma multípara, no período de dilata
dilatação:
Assinale a alternativa correta:
o apagamento do colo uterino na primípara se realiza após a dila-
tação; 1, 2 e 4;
a frequência das contrações, nas primíparas, são irregulares, em- 1, 5 e 3;
bora a intensidade seja forte; 2, 3 e 4;
o colo uterino da primípara é hipertrófico, dificultando a dilatação; 1, 3 e 4;
o apagamento do colo uterino da primípara antecede à dilatação; 3, 4 e 5.
a dilatação do colo uterino da primípara se processa simultanea- 31. As infecções perinatais poderão surgir
surgir nos períodos pré, trans e
mente com o apagamento. pós--natal. Baseado nesta informação, é corre
pós correto:
25. No trabalho de parto, o período de Greenberg começa: através da via transplacentária os germes gram negativos conta-
após o segundo período do trabalho de parto; minam o líquido amniótico e vão atingir o feto;
com o início das contrações uterinas; as vis transplacentárias e transminióticas apresentam as mesmas
com o início da força de puxo; características de transmissão;
com o apagamento do colo uterino; a onfalocele é a infecção do coto umbilical e geralmente surge no
após o secundamento. curso do 3o. ao 5o. dia de vida;
a sífilis, a candidíase e onfalite são transmitidas, preferencialmen-
26. A Sra S.B.C. foi atendida na Maternidade São Luís, queixan
queixando-
do-se te, por via transamniótica;
de dor no baixo ventre, perda de tampão mucoso e lílíquido amnió-
amnió- a imunoglobulina G (IgG) atravessa a barreira placentar facilmente
tico há 4 horas. Não sabendo informar a data da última menstrua-
menstrua- e protege o feto dos germes gram positivos.
ção, foi submetida ao exame obstétrico, sen
sendo cons
constatado para al-
al-
tura do fundo uterino 33 centímetros. Com base nesta informação, 32. O recém-
recém-nscido de M.L.S, nascido de parto cesariano, com idade
podemos afirmar que a idade gestacional desta partu
parturiente encon-
encon- gestacional de 32 semanas e peso de 1.200g. Foi admi
admitido na u-
tra-
tra-se no curso de: nidade neonatal, com taquidispnéia, batimento de asa de nariz,
retração xifóidea e gemência. Inicialmente foi instalado CPAP-
CPAP-
36 semanas e 2 dias; nasal, com Fio2 a 40%. Após 1 hora, apresen
apresenta um episódio de
34 semanas e 5 dias; apnéia, sendo aumen
aumentado o Fio2 para 80% e realizado um Rx de
37 semanas e 5 dias; tórax.
35 semanas e 4 dias;
34 semanas e 2 dias. Diante dessa situação, qual o Diagnóstico de En
Enfermagem
fermagem mais
adequado para esse neonato?
27. Os estudos desenvolvidos sobre a sífilis congêni
congênita afirmam que:
Padrão respiratório ineficaz relacionado à imaturidade pulmonar
a infecção do feto independe do estado da doença na gestante; evidenciado por taquidispnéia.
quanto mais tardia a infecção materna, mais severo será o com- Padrão respiratório ineficaz relacionado à prematuridade.
prometimento fetal; Distúrbio da respiração comprometido relacionado à idade gesta-
a formação progressiva de anticorpos pela mãe, atenuará a infec- cional inadequada.
ção no feto; Padrão de respiração insuficiente relacionado à atelectasia, evi-
gestantes soropositivas para sífilis, certamente terão seus fetos denciado por gemência.
contaminados; Desconforto respiratório, relacionado à doença de membrana hia-
independente da virulência do treponema, não há infecção mater- lina.
na nos últimos meses.
33. Considerando o quadro clínico da Desnutrição Energético Protéi-
Protéi-
28. Na avaliação clínica do recém-
recém-nascido, através do método de ca (DEP) é cor
correto:
reto:
capurro, o deslocamento do braço di
direito para o lado oposto, ado-
ado-
tando-
tando-se como referência o cotovelo e a linha média do tórax, rre-
e- a) Marasmo é desnutrição do III Grau que acomete crianças
fere-
fere-se a: maiores de 2 anos, tem evolução rápida e presença de
edema.
sinal de babinsky; Gomez fez a classificação a partir de dados clínicos e da proteinú-
sinal de cachecol; ria, sendo mais graves quanto maior o número de pontos.
reflexo de moro; Kwashiorkor é a desnutrição do III grau que acomete crianças
reflexo dos pontos cardeais; menores de 2 anos e evoluem com espleno-megalia e
sinal de Galant. agravos leves.
McLaren fez a classificação baseado no percentil do déficit motor,
29. Baseado na terapêutica da oxigenoterapia, é cor
correto: denominado: 1o., 2o. e 3o. Grau
o oxigênio é indispensável à vida humana, podendo ser usado No nosso meio, o diagnóstico é essencialmente clínico e se ba-
sem nenhuma preocupação de risco; seia no método de Gomez.
o hallo é importante para oxigenar e serve também para fluidificar 34. Sobre os parâmetros adotados para avaliação do crescimento e
secreções; do desenvolvimento da criança, é correto afir
afirmar que:
incubadora, máscara e hallo constituem as formas mais eficazes
para o tratamento; O Ministério da Saúde adota peso e altura para determinação da
a ventilação mecânica é contra indicada para os recém-nascidos curva do crescimento.
pré-termos, devido ao risco de agressão do pulmão ima- O peso e a idade determinam a curva do desenvolvimento.
turo; Para avaliação do crescimento adotam-se valores relacionados ao
o CPAP-nasal tem por finalidade dilatar as vias aéreas e poderá peso, estatura e perímetros.
acarretar barotrauma. Na avaliação do desenvolvimento considera-se a condição dentá-
ria, óssea e sexo, que apresentam pouca correlação com
30. Durante o exame físico do recém-
recém-nascido, quais dos sinais evi-
evi- o crescimento.
denciam pós-
pós-maturidade? O crescimento e desenvolvimento estão intimamente relacionados
1 – Pregas plantares totalmente presentes. às condições hereditárias e socioeconômicas.
2 – Nódulos mamários ausentes e aréola pouco definida. 35. A pneumonia aguda é um processo inflamatório que com
compromete
3 – Pele ressecada e aparência ansiosa. o pulmão com intensidade vari
variável e:
4 – Coto umbilical fino, acastanhado e com sinais de maceração.

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tem como agente etiológico: clima, oscilações térmicas, bactérias, O período de incubação equivale a dois meses ou se prolongar a-
vírus, substâncias tóxicas e fungos; cima de dez anos;
acomete mais crianças na fase escolar e adolescência devido ao O homem e o chimpanzé são reconhecidos como as principais
maior convívio em grupo; fontes de infecção;
corresponde à primeira causa de morte dentre as infecções respi- A peculiaridade do período de incubação, desfavorece a frequên-
ratórias e confere imunidade; cia de casos na infância.
requer tratamento alimentar, repouso, medicamentos sintomatoló-
gicos e antibioticoterapia; 41. A forma fulminante da doença, pode complicar-
complicar-se com he hemorra-
morra-
difere conforme o agente etiológico, idade, doença de base, esta- gia de múltiplos órgãos (particularmente
(particularmente cérebro e pul
pulmão) e sep-
sep-
do nutricional e imunológico do paciente. ticemia. Esta condição clínica é específica para hepatiteviral do ti-
ti-
po:
36. Sobre a glomemlonefrite difusa aguda, é correto afirmar que:
A e C;
etiologicamente tem como agente principal o Estafilococo B- D e C;
hemolítico do grupo B altamente patógeno; C e E;
em função do dano glomerular surge a hematúria, polaciúria, enu- A e B;
rese e piúria; C e B.
é uma doença aguda, pós-estreptocócica, de base imunológica
que se caracteriza por um processo inflamatório; 42. “Um conjunto de ações que proporciona o conhecimento, a detec-
detec-
o tratamento básico é o repouso absoluto e drogas hipotensoras, ção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinan-
terminan-
para evitar a insuficiência renal; tes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finali-
finali-
dade de recomendar e adotar as medidas de preprevenção e contro-
contro-
a etiologia viral surge como consequência de infecção respiratória le das doen
doenças ou agravos”. Nas políticas públicas, refere-
refere-se ao
e tem evolução benigna. concei
conceito de:
37. Após ler as afirmativas abaixo,
abaixo, sobre diarréia aguda, assinale a Vigilância Sanitária;
opção correta: Saúde coletiva;
Vigilância epidemiológica;
I. Etiologicamente a incidência de diarréia bacteriana ou vi- Saúde Pública;
ral não interfere com as condições socioeconômicas. Educação Sanitária.
II. É auto limitado e interfere no processo de secreção, di-
gestão e absorção. 43. No processo de seleção para notificação de doenças, o Sis Sistema
III. A investigação clínica e epidemiológica são fundamentais Nacional de Vigilância epidemiológica recomenda: “Do
“Doenças para
para esclarecimento diagnóstico, podendo ser dispensa- as quais existem instrumentos específicos de prevenção e contro-
contro-
dos os métodos laboratoriais. le permitindo
permitindo a atuação concreta e efetiva dos serviços de saúde
IV. A terapia de Reidratação Oral (TRO) é a intervenção ex- sob indi
indivíduos e coletividades”. Esta recomendação, aplica-
aplica-se ao
celente para desidratação, independente da etiologia. crité
critério:
V. A suspensão prolongada da dieta é importante como tra-
tamento para evitar mais agressão à mucosa intestinal. Magnitude;
Transcendência;
Os itens I, III e IV. Potencial de disseminação;
Os itens III, IV e V. Epidemias, surtos e agravos inusitados;
Os itens I, IV e V. Vulnerabilidade.
Os itens II, III e IV. 44. Nos acidentes
acidentes ocupacionais com material perfuro-
perfuro-cortante e
Os itens I, II e III. fluidos orgânicos, reco
recomenda-
menda-se:
38. A Lei 8.069, de 13.07.1990, que dispõe sobre o Estatuto da Em exposição acidental de pele, lavá-la imediatamente apenas
Criança e do Adolescente, assegu
assegura: com água corrente;
considera-se criança a pessoa até 12 anos de idade incompletos e Em exposição acidental de mucosa, lavá-la com solução fisiológi-
adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade; ca e chlorexidina;
condições dignas de escola e liberdade de trabalho para os ado- Não utilizar soluções como: hipocloritode sódio, glutaraldeido ou
lescentes acima de 15 anos, para favorecer o desenvol- soluções alcoólicas no local;
vimento da cidadania; Em caso de lesão de pele ou mucosa, lavar com solução de hipo-
considera-se adolescente a pessoa com idade entre treze e vinte clorito de sódio a 1%;
e um anos de idade; Não utilizar o hipoclorito de sódio, optar pelas soluções alcoólicas
nas práticas de violência à sociedade, cometidas por adolescentes ou iodadas.
acima de 15 anos, as punições são baseadas no Código 45. O agente etiológico da coqueluche é:
Penal Brasileiro;
o direito ao acompanhamento, por um dos pais, nos estabeleci- Vírus influenza;
mentos de atendimento à saúde será permitido apenas Bordetella pertussis;
em caso de internação para menores de 15 anos. Calmete-Guérin
Haemófilus Influenzae;
39. Na imunologia da AIDS considera-
considera-se como “JANELA IMUNO
IMUNOLÓ- Virus Corynebacterium.
GICA”:
46. O programa de Saúde mental, está embasado em ações terapêu-
terapêu-
período específico para detecção do antígeno; ticas importantes porque pro
propõe-
põe-se:
o isolamento laboratorial do vírus no soro;
intervalo entre a infecção e as doenças oportunistas; A implantação de alojamento para os familiares dos pacientes in-
período inicial da infecção e redução dos anticorpos; ternados, visando melhor recuperação;
intervalo entre a infecção e a detecção de anticorpos. Ao resgate da cidadania e consequente reinserção social do paci-
ente;
40. Sobre a HANSENÍASE,
HANSENÍASE, pode-
pode-se afirmar: Ao aprimoramento da terapêutica medicamentosa e psicoterapia;
O mycobacterium leprae apresenta afinidade por células respirató- A enfatizar o modelo hospitalocêntrico de atenção à saúde mental;
rias; A reinserção social do paciente, através de assistência multipro-
As principais vias de eliminação do bacilo são: digestiva e secre- fissional no domicílio.
ções de lesões;

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47. Quando a comunicação ocorre dos subordinados em direção aos PROVA SIMULADA III
superiores, denomina-
denomina-se de co
comunicação:
lateral; 01. Considerando as competências estabelecidas no Regulamento da
descendente; Agência Nacional de Vigilância Sanitária, são serviços submetidos ao
diagonal; contro
controle e fiscalização sanitária, EXCETO:
ascendente; A) Os serviços realizados em regime de internação.
horizontal. B) Todos os serviços voltados para a atenção ambulatorial, seja de rotina
ou de emergência.
48. Constitui um estilo de liderança utilizado pelo enfermeiro, que C) A engenharia genética pelas fontes de radiação e outros processos.
estabelece padrões bem definidos de organização, envolven
envolvendo a D) Os serviços de apoio diagnóstico e terapêutico.
equipe na to
tomada de decisão: E) Aqueles serviços que impliquem à incorporação de novas tecnologias.
liderança autoritária;
liderança autocrática; 02. A Atenção Básica caracteriza-
caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde,
liderança democrática; no âmbito individual e coletivo que abran
abrangem a promoção e a proteção da
liderança laissez-faire; saúde. Tal prática é desenvolvida:
desenvolvida:
liderança contingencial. A) Através do exercício de práticas gerenciais e sanitárias, democráticas e
participativas sob a forma de trabalho em equipe.
49. Auditoria em Enfermagem é importante porque: B) Pelo contato preferencial dos usuários com os sistemas de saúde.
C) Pelos princípios da universalidade, da acessibilidade e da coordenação
Intervém na organização e funcionamento da instituição;
do cuidado, do vínculo e continuidade.
Planeja a assistência de enfermagem beneficiando o paciente e
D) Pela integralidade, responsabilização, humanização da eqüidade e da
família;
participação social.
Identifica falhas administrativas e assistenciais, favorecendo inter-
E) Todas as alternativas anteriores completam o enunciado.
venções punitivas;
Avalia sistematicamente a qualidade da assistência de enferma-
03. No papel da Vigilância Sanitária encontramos como
como causa de preocu-
preocu-
gem;
pação a Leptospirose, uma zoonose que ocorre em várias regiões. Sobre
Avalia as intervenções de enfermagem nos programas de saúde e
esta zoonose é INCOR
INCORRETO afirmar que:
emite opiniões.
A) A transmissão ao homem pode ocorrer por exposição direta ou indireta à
50. Segundo o Código de Ética dos Profissionais de Enferma
Enfermagem, urina de animais infectados, através do contato
compete
compete aos Conselhos Regionais de Enfermagem apli
aplicarem as com água e lama contaminadas.
seguintes penalida
penalidades: B) Entre os animais de companhia, o cão é uma fonte comum de infecção e
tem sido identificado como elemento na transmissão de leptospiras ao
advertência verbal, multa, censura e suspensão do Exercício Pro- homem.
fissional; C) Os agentes causadores da Leptospirose animal são os mesmos da
advertência verbal, censura, processo administrativo e cassação Leptospirose humana.
do direito ao Exercício Profissional; D) O cão quando vacinado não transmite Leptospirose.
advertência verbal, multa, suspensão do Exercício Profissional e E) A transmissão de pessoa a pessoa é muito rara.
cassação do direito ao Exercício Profissional;
advertência verbal, processo administrativo, suspensão e cassa- 04. Em consonância com a Lei Federal nº8080/1990 e considerando as
ção do direito ao Exercício Profissional; diretrizes de Constituição Federal na descentrali
descentralização político-
político-
advertência verbal, multa, censura e cassação do direito ao Exer- administrativa, com direção única em cada esfera de governo ocorre
ocorrerá:
cício Profissional. A) Com ênfase na descentralização dos serviços para o município.
B) Pela regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde.
C) Em função da capacitação de pessoal técnico.
D) A partir da resolutividade dos conselhos administrativos hospitalares.
GABARITO E) As alternativas A e B completam o enunciado.
01. 11 21 31 41
05. Os municípios poderão constituir consórcios para desenvolver os
E E E E D
serviços de saúde e a estes, aplica-
aplica-se o princí
princípio da direção:
02 12 22 32 42 Autárquica.
A A C A C Hospitalar.
03 13 23 33 43 Única.
C A E E E Paralela.
E) Consorciada.
04 14 24 34 44
E C D C C 06. Analise abaixo as atribuições comuns da União, Estados, Municí Municípios e
05 15 25 35 45 Distrito Federal no âmbito adminis administrativo, considerando a Lei Federal
C D E E B nº8080/1990:
I. Organização e coordenação do sistema de informação de saúde.
06 16 26 36 46 II. Administração dos recursos orçamentários e financeiros destinados, em
A E C C B cada ano, à saúde.
07 17 27 37 47 III. Elaboração e atualização periódica do plano de saúde.
B D C D D IV. Fomentar, coordenar e executar programas e projetos estratégicos e de
atendimento emergencial.
08 18 28 38 48 Estão corretas apenas as alternativas:
B C B A C A) I, II e III B) I, II, III e IV C) I, III e IV D) II, III e IV E) I e II
09 19 29 39 49
D E E E D 07. O Pacto pela Saúde/2006 promove a consolidação do SUS e na estru- estru-
turação de prioridades, o Pacto pela Vida esta estabelece para a Saúde do
10 20 30 40 50
idoso:
A A D E A
1. Promoção do envelhecimento ativo e saudável.
2. Atenção integral e integrada à saúde de pessoa idosa.
3. Estímulo às ações intersetoriais, visando a integralidade da atenção.

Técnico de Enfermagem 187 A Opção Certa Para a Sua Realização


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4. A implantação de serviços de atenção domiciliar. (C) Os deputados, senadores e demais políticos possuem preferência no
5. O acolhimento preferencial em unidades de saúde respeitando o critério atendimento pelo SUS, na frente dos demais brasileiros;
de risco. (D) O SUS está organizado para atender somente à população pobre, já as
Pode-
Pode-se afirmar que a quantidade de itens corretos é igual a: classes, média e alta, não podem utilizar o SUS e precisam adquirir planos
A) 1 B) 2 C) 3 D) 4 E) 5 ou seguros privados de saúde;
08. A Lei Orgânica de Saúde (Lei nº8080/90) define que a saúde tem como (E) O SUS é estruturado para atender somente às pessoas com doença
fatores determinantes e condiciona
condicionan
nantes: simples, segundo a Lei Orgânica da Saúde, 8080/90. Os demais doentes,
alimentação, moradia, saneamento básico, meio ambiente, trabalho, renda, mais graves, deverão procurar a justiça para garantir o seu atendimento.
educação, transporte, lazer e o aces
acesso
aos bens e serviços essenciais. Neste sentido, promover a saúde é: 14. Marque a opção com a definição CORRETA para os princípios e diretri-
A) Atuar para mudar positivamente os elementos considerados determinan- zes do SUS.
tes na situação saúde/doença. (A) Descentralização – esse princípio define que o sistema de saúde se
B) A promoção à saúde depende do acesso à informação, de direitos organize tendo uma única direção, com um único gestor em cada esfera de
sociais, de praticar princípios que caracterizam uma governo;
sociedade democrática como a eqüidade, a solidariedade, o respeito aos (B) Equidade – o SUS deve promover a justiça social, traduz-se no trata-
direitos e à justiça social. mento igual para todos, investir mais onde e para quem as necessidades
C) As propostas de integralidade podem ser buscadas, no caso da promo- forem maiores;
ção, eximindo a aproximação das pessoas e a (C) Universalidade – significa que o SUS deve atender a todos, sem distin-
cultura popular. ções ou restrições, oferecendo toda a atenção necessária, com um custo
D) As alternativas A e B estão corretas. limite para cada paciente;
E) As alternativas A, B e C estão corretas. (D) Hierarquização – A maioria das necessidades em saúde da população é
resolvida nos serviços das maternidades, das policlínicas, dos prontos-
09. Por controle social, entende-
entende-se em saúde, a participação da socie
sociedade socorros e hospitais. Algumas situações, porém, necessitam de serviços
civil no planejamento, implementa
implementação, com equipamentos e profissionais com outro potencial de resolução, como
monitoramento e avaliação dos serviços. Este é um princípio garanti
garantido pela na Atenção Primária à Saúde com ou sem equipes de Saúde da Família;
Constituição Federal e regula
regulamentado: (E) Regionalização – orienta a centralização das ações e serviços de saú-
A) Pela Lei nº6.259/1975 da Vigilância Epidemiológica. D) Em função do de, dificultando a pactuação entre os gestores. Tem como objetivo garantir
Pacto pela Saúde – 2006. o direito à saúde da população, reduzindo desigualdades sociais e territori-
B) Pela Lei nº8.142/1990 da participação na Gestão do SUS. E) Pelas ais.
Diretrizes Operacionais do Pacto pela Vida.
C) Através das competências gerais da ANVISA. 15. O SUS – Sistema Único de Saúde – é um conjunto de ações e serviços
de saúde prestados por órgãos e instituições públicas. É um dos objetivos
10. Torna-
Torna-se fundamental a elaboração de uma política de Vigilância San
Sani-i- do SUS:
tária respaldada em princípios básicos, co
como: A) Atender exclusivamente à parcela mais pobre da população.
A) O reconhecimento do direito inalienável que tem todas as pessoas à B) Extinguir os hospitais particulares.
saúde. C) Assistir às pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção e
B) A obrigação do Estado frente aos direitos das pessoas. recuperação da saúde.
C) A obrigação do Estado face a uma atuação disciplinada e determinada D) Desafogar a superlotação dos hospitais particulares.
em função de abusos. E) Arrecadar recursos para financiar a previdência social.
D) A inclusão de gastos no controle de doenças veiculadas e definidas pela
Vigilância Sanitária. 16. A integralidade é um princípio fundamental do SUS e significa:
E) As alternativas A e B estão corretas. A) Ter todos os recursos necessários ao atendimento em uma única Unida-
de de Saúde.
11. Um dos objetivos da regulação do SUS é B) Atender a todos sem qualquer tipo discriminação.
(A) garantir a efetividade do atendimento nos serviços de urgência e emer- C) Garantia de acesso a todos os níveis de complexidade do Sistema de
gência, propiciando reciclagem aos profissionais. Saúde.
(B) tornar os serviços de saúde de um município autônomos em relação à D) Que a sociedade deve participar das decisões do SUS.
Programação Pactuada e Integrada. E) União de todas as esferas do governo para gerir o SUS.
(C) tornar o planejamento de saúde mais flexível.
(D) economizar recursos de alta complexidade. Nas questões que se seguem, assinale:
(E) organizar e garantir o acesso da população a ações e serviços em
C – se a proposição estiver correta
tempo oportuno, de forma ordenada e equânime.
E – se a mesma estiver incorreta
12. Segundo a Lei n.o 8.080/90, o SUS é constituído por 17. O Pacto pela Saúde é um conjunto de reformas institucionais pactuado
(A) serviços de saúde próprios, exclusivamente. entre as três esferas de gestão (União, estados e municípios) do Sistema
(B) serviços de saúde próprios e entidades filantrópicas, exclusivamente. Único de Saúde, com o objetivo de promover inovações nos processos e
(C) ações e serviços de saúde, prestados exclusivamente por órgãos de instrumentos de gestão. Sua implementação se dá por meio da adesão de
saúde estaduais. municípios, estados e União ao Termo de Compromisso de Gestão (TCG),
(D) ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas que, renovado anualmente, substitui os anteriores processos de habilitação
federais, estaduais e municipais, da administração direta e indireta e das e estabelece metas e compromissos para cada ente da federação.
fundações mantidas pelo Poder Público.
(E) serviços de saúde próprios e organizações sociais, exclusivamente. 18. As transferência dos recursos também foram modificadas, passando a
ser divididas em seis grandes blocos de financiamento (Atenção, Básica,
Média e Alta Complexidade da Assistência, Vigilância em Saúde, Assistên-
13. O Sistema de Único de Saúde (SUS), no Brasil, é responsável pelo cia Farmacêutica, Gestão do SUS e Investimentos em Saúde).
cuidado à saúde de todos os brasileiros. Considerando que o sistema é
universal e equânime, podemos afirmar que: 19. A Atenção Básica considera o sujeito em sua singularidade, na comple-
(A) Todos os brasileiros possuem direito de ser atendidos no SUS, sem xidade, na integralidade e na inserção sócio-cultural e busca a promoção de
distinção de raça, credo, classe social, escolaridade ou qualquer outra sua saúde, a prevenção e tratamento de doenças e a redução de danos ou
característica; de sofrimentos que possam comprometer suas possibilidades de viver de
(B) Somente os brasileiros menores de 80 anos possuem direito de serem modo saudável.
atendidos no SUS, os acima de 80 anos devem recorrer à justiça para
serem atendidos;

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20. Visando à operacionalização da Atenção Básica, definem-se como ria e nascidos vivos, (vi) realização de inquéritos de fatores de risco, (vii)
áreas estratégicas para atuação em todo o território nacional a eliminação coordenação de doenças e agravos não-transmissíveis e (viii) análise de
da hanseníase, o controle da tuberculose, o controle da hipertensão arterial, situação de saúde, incluindo investigações e inquéritos sobre fatores de
o controle do diabetes mellitus, a eliminação da desnutrição infantil, a saúde risco de doenças não transmissíveis, entre outras ações.
da criança, a saúde da mulher, a saúde do idoso, a saúde bucal e a promo-
ção da saúde. Outras áreas serão definidas regionalmente de acordo com Quanto aos princípios do SUS:
prioridades e pactuações definidas nas CIBs.
30. Universalidade - "A saúde é um direito de todos", como afirma a
21. As condições de trabalho, de moradia, de alimentação, do meio ambien- Constituição Federal. Naturalmente, entende-se que o Estado tem a
te e de lazer, dentre outras, determinam nossa maior ou menor saúde. obrigação de prover atenção à saúde, ou seja, é impossível tornar todos
22. A Promoção da Saúde é uma das estratégias do setor saúde para sadios por força de lei.
buscar a melhoria da qualidade de vida da população. Seu objetivo é pro-
duzir a gestão compartilhada entre usuários, movimentos sociais, trabalha- 31. Integralidade - A atenção à saúde inclui tanto os meios curativos
dores do setor sanitário e de outros setores, produzindo autonomia e co- quanto os preventivos; tanto os individuais quanto os coletivos. Em outras
responsabilidade. palavras, as necessidades de saúde das pessoas (ou de grupos) devem ser
levadas em consideração mesmo que não sejam iguais às da maioria.
23. A Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS), aprovada em 30 de
março de 2006, dá diretrizes e aponta estratégias de organização das 32. Eqüidade - Todos devem ter igualdade de oportunidade em usar o
ações de promoção da saúde nos três níveis de gestão do Sistema Único sistema de saúde; como, no entanto, o Brasil contém disparidades sociais e
de Saúde (SUS) para garantir a integralidade do cuidado. regionais, as necessidades de saúde variam. Por isso, enquanto a Lei
24. No SUS, a estratégia de promoção da saúde é retomada como uma Orgânica fala em igualdade, tanto o meio acadêmico quanto o político
possibilidade de enfocar os aspectos que determinam o processo saúde- consideram mais importante lutar pela eqüidade do SUS.
adoecimento em nosso País – como, por exemplo: violência, desemprego,
subemprego, falta de saneamento básico, habitação inadequada e/ou 33. Participação da comunidade - O controle social,
social como também é
ausente, dificuldade de acesso à educação, fome, urbanização desordena- chamado esse princípio, foi melhor regulado pela Lei nº 8.142. Os usuários
da, qualidade do ar e da água ameaçada e deteriorada; e potencializam participam da gestão do SUS através das Conferências de Saúde, Saúde que
formas mais amplas de intervir em saúde. ocorrem a cada quatro anos em todos os níveis, e através dos Conselhos
de Saúde
Saúde, que são órgãos colegiados também em todos os níveis. Nos
25. Na Constituição Federal de 1988, o estado brasileiro assume como Conselhos de Saúde ocorre a chamada paridade:
paridade enquanto os usuários
seus objetivos precípuos a redução das desigualdades sociais e regionais, têm metade das vagas, o governo tem um quarto e os trabalhadores outro
a promoção do bem de todos e a construção de uma soci socieedade solidária quarto.
marrcam o modo de
sem quaisquer formas de discriminação. Tais objetivos ma
conceber os direitos de cidadania e os deveres do estado no País, entre os 34. Descentralização político-administrativa - O SUS existe em três níveis,
quais a saúde (BRASIL, 1988). também chamados de esferas:
esferas nacional, estadual e municipal, cada uma
com comando único e atribuições próprias. Os municípios têm assumido
26. No esforço por garantir os princípios do SUS e a constante papel cada vez mais importante na prestação e no gerenciamento dos
melhoria dos serviços por ele prestados, e por melhorar a qualidade serviços de saúde; as transferências passaram a ser "fundo-a-fundo", ou
de vida de sujeitos e coletividades, entende-se que é urgente supe- seja, baseadas em sua população e no tipo de serviço oferecido, e não no
rar a cultura administrativa fragmentada e desfocada dos interesses número de atendimentos.
e das necessidades da sociedade, evitando o desperdício de recur-
sos públicos, reduzindo a superposição de ações e, conseqüente- 35. Hierarquização e regionalização - Os serviços de saúde são divididos
mente, aumentando a eficiência e a efetividade das políticas públi- em níveis de complexidade;
complexidade o nível primário deve ser oferecido diretamente
cas existentes. à população, enquanto os outros devem ser utilizados apenas quando
necessário. Quanto mais bem estruturado for o fluxo de referência e contra-
contra-
27. Nesse sentido, a elaboração da Política Nacional de Promoção da referência entre os serviços de saúde, melhor a sua eficiência e eficácia.
Saúde é oportuna, posto que seu processo de construção e de implanta- Cada serviço de saúde tem uma área de abrangência,
abrangência ou seja, é
ção/implementação – nas várias esferas de gestão do SUS e na interação responsável pela saúde de uma parte da população. Os serviços de maior
entre o setor sanitário e os demais setores das políticas públicas e da complexidade são menos numerosos e por isso mesmo sua área de
sociedade – provoca a mudança no modo de organizar, planejar, realizar, abrangência é mais ampla, abrangência a área de vários serviços de menor
analisar e avaliar o trabalho em saúde. complexidade.
28. A Organização Mundial de Saúde define como promoção da 36. O controle social na gestão do SUS se dará através das seguintes
saúde o processo que permite às pessoas aumentar o controle e instâncias colegiadas, nos termos da Lei Federal 8.142/1990:
melhorar a sua saúde. A promoção da saúde representa um pro- 1. Conferência de Saúde.
cesso social e político, não somente incluindo ações direcionadas 2. Conselho de Saúde.
ao fortalecimento das capacidades e habilidades dos indivíduos, 3. Conselho de Classe Médica.
mas também ações direcionadas a mudanças das condições soci- 4. Comissões Tripartite de Gestores.
ais, ambientais e econômicas para minimizar seu impacto na saúde 5. Conselho Nacional de Vigilância Sanitária e Epidemiológica.
Pode-se afirmar com base no enunciado, que a quantidade de alternativas
individual e pública. Entende-se por promoção da saúde o processo
corretas é igual a:
que possibilita as pessoas aumentar seu controle sobre os determi- A) 5
nantes da saúde e através disto melhorar sua saúde, sendo a parti- B) 4
cipação das mesmas essencial para sustentar as ações de promo- C) 3
ção da saúde (HPA, 2004) D) 2
E) 1
29. A Secretaria de Vigilância em Saúde - SVS do Ministério da Saúde (MS)
é responsável nacionalmente por todas as ações de vigilância, prevenção e
37. São princípios do Sistema Único de Saúde:
controle de doenças. As atividades da Secretaria incluem a coordenação de
I. Universalidade.
programas de: (i) prevenção e controle das doenças transmissíveis de
II. Integralidade.
relevância nacional, como aids, dengue, malária, hepatites virais, doenças
III. Participação comunitária.
imunopreveníveis, leishmaniose, hanseníase e tuberculose; (ii) o Programa
IV. Eqüidade.
Nacional de Imunizações (PNI); (iii) investigação de surtos de doenças; (iv)
V. Regionalização.
coordenação da rede nacional de laboratórios de saúde pública; (v) gestão
Marque a opção correta:
correta
de sistemas de informação de mortalidade, agravos de notificação obrigató-

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A) apenas a I, II e IV estão corretas
B) apenas a I, III e V estão corretas 43. A Atenção Básica tem a Saúde da Família como estratégia prioritária
C) apenas a II, III e IV estão corretas para sua organização de acordo com os preceitos do Sistema Único de
D) apenas a II, IV e V estão corretas Saúde.
E) apenas a III, IV e V estão corretas
44. A promoção da saúde, como uma das estratégias de produção de
38. Em relação aos Princípios e Diretrizes do Sistema Único de Saúde, saúde, ou seja, como um modo de pensar e de operar articulado às demais
quando descreve a “assistência, entendida como conjunto articulado e políticas e tecnologias desenvolvidas no sistema de saúde brasileiro, con-
contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coleti- tribui na construção de ações que possibilitam responder às necessidades
vos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sociais em saúde.
sistema” está se referindo à:
A) autonomia.
B) integralidade. 45. No SUS, a estratégia de promoção da saúde é retomada como uma
C) participação comunitária. possibilidade de enfocar os aspectos que determinam o processo saúde-
D) prevenção da doença. adoecimento em nosso País – como, por exemplo: violência, desemprego,
E) promoção da saúde. subemprego, falta de saneamento básico, habitação inadequada e/ou
ausente, dificuldade de acesso à educação, fome, urbanização desordena-
Nas questões que se seguem, assinale: da, qualidade do ar e da água ameaçada e deteriorada; e potencializam
C – se a proposição estiver correta formas mais amplas de intervir em saúde.
E –se a mesma estiver incorreta
46. A Vigilância em Saúde tem como objetivo a análise permanente da
39. O Pacto pela Vida está constituído por um conjunto de compromissos situação de saúde da população, articulando-se num conjunto de ações que
sanitários, expressos em objetivos de processos e resultados e derivados se destinam a controlar determinantes, riscos e danos à saúde de popula-
da análise da situação de saúde do País e das prioridades definidas pelos ções que vivem em determinados territórios, garantindo a integralidade da
governos federal, estaduais e municipais. Significa uma ação prioritária no atenção, o que inclui tanto a abordagem individual como coletiva dos pro-
campo da saúde que deverá ser executada com foco em resultados e com blemas de saúde.
a explicitação inequívoca dos compromissos orçamentários e financeiros
para o alcance desses resultados. 47. A Vigilância em Saúde, visando à integralidade do cuidado, deve inserir-
se na construção das redes de atenção à saúde, coordenadas pela Atenção
40. O Pacto pela Vida é o compromisso entre os gestores do SUS em torno Primária à Saúde. As redes de atenção à saúde consistem em estruturas
de prioridades que apresentam impacto ssoobre a situação de saúde da integradas de provisão de ações e serviços de saúde institucionalizados
população brasileira. A definição de prioridades deve ser estabelecida pela política pública, em um determinado espaço regional, a partir do traba-
nacionais,
através de metas na estaaduais, regionais ou municipais. Prioridades
cionais, est lho coletivamente planejado e do aprofundamento das relações de interde-
estaduais ou regionais podem ser agregadas às prioridades nacionais, pendência entre os atores envolvidos.A integralidade é compreendida como
conforme pactuação local. Os estestaados/região/município devem pactuar as a garantia de acesso a todos os serviços indispensáveis para as necessi-
ações necessárias para o alcance das metas e dos objetivos pr proopostos. dades de saúde, adequando a competência dos profissionais ao quadro
epidemiológico, histórico e social da comunidade e do usuário. A Atenção
41. A Atenção Básica caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde, Primária à Saúde caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde, no
no âmbito individual e coletivo, que abrangem a promoção e a proteção da âmbito individual e coletivo, que abrange a promoção e a proteção da
saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação saúde, a prevenção de agravos, danos e riscos, o diagnóstico, o tratamen-
e a manutenção da saúde. É desenvolvida por meio do exercício de práti- to, a reabilitação e a manutenção da saúde, tendo a estratégia de Saúde da
cas gerenciais e sanitárias democráticas e participativas, sob forma de Família como prioridade para sua organização.
trabalho em equipe, dirigidas a populações de territórios bem delimitados,
pelas quais assume a responsabilidade sanitária, considerando a dinamici-
dade existente no território em que vivem essas populações. Utiliza tecno- RESPOSTAS
logias de elevada complexidade e baixa densidade, que devem resolver os 01. D 11. E 21. C 31. C 41. C
problemas de saúde de maior frequência e relevância em seu território. É o 02. A 12. D 22. C 32. C 42. C
contato preferencial dos usuários com os sistemas de saúde. Orienta-se 03. E 13. A 23. C 33. C 43. C
pelos princípios da universalidade, da acessibilidade e da coordenação do 04. B 14. A 24. C 34. C 44. C
cuidado, do vínculo e continuidade, da integralidade, da responsabilização, 05. C 15. C 25. C 35. C 45. C
da humanização, da equidade e da participação social. 06. D 16. C 26. C 36. D 46. C
07. E 17. C 27. C 37. A 47. C
42. A Atenção Básica considera o sujeito em sua singularidade, na comple- 08. D 18. C 28. C 38. B
xidade, na integralidade e na inserção sócio-cultural e busca a promoção de 09. B 19. C 29. C 39. C
sua saúde, a prevenção e tratamento de doenças e a redução de danos ou 10. E 20. C 30. C 40. C
de sofrimentos que possam comprometer suas possibilidades de viver de
modo saudável.

Termos mais usados por profissionais tecnicos em gramas ou com menos de 16,5cm (de comprimento apico-calcaneo-em
pe).
enfermagem ABCESSO: Colecao localizada de pus em cavidade formada pela necrose
tecidual, acompanhada de dor, calor e rubor.
GLOSSARIO ABULIA: Perda da capacidade de tomar decisoes.
ACEFALO: Recem-nascidos caracterizados pela ausencia de cabeca.
A ACETONURIA: Presenca de acetona na urina.
ACIDEMIA: Queda do PH do sangue para valores abaixo do normal ( 7,31
ABDUCAO: movimento para fora do eixo central do corpo. a 7,41).
ABLACAO: Extirpacao; retirada. ACIDOSE: Situacao na qual os niveis de acido no sangue sao proporcio-
ABORTAMENTO: Interrupcao da gravidez antes de se atingir a vitalidade nalmente mais elevados que os das bases.
fetal. ACINESIA: "Ausencia de movimento". Indica a incapacidade do paciente
ABORTO: E o processo de expulsao de um embriao / feto nao viavel. executar alguns movimentos musculares.
Gestacoes interrompidas ate 20 semanas ou um feto com menos de 500 ACROCEFALIA: Oxicefalia; deformidade da cabeca, cujo topo e mais ou

Técnico de Enfermagem 190 A Opção Certa Para a Sua Realização


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menos pontiagudo.
ACROFOBIA: Medo morbido de altitude. BACTERICIDA: Que destroi as bacterias.
ADACTILIA: Ausencia congenita de dedos, artelhos, ou de ambos. BACTEREMIA: Presenca de bacterias na corrente sanguinea.
ADENOMA: Tumor epitelial benigno, cujas celulas parenquimatosas sao BACTERIOLOGIA: Ciencia que estuda os caracteres biologicos e imuno-
semelhantes as que compoem o epitelio do qual derivam. logicos das bacterias.
ADERENCIA: Uniao fibrosa anormal de duas superficies, particularmente BACTERIOSTATICO: Qualquer agente que detem ou evita a proliferacao
apos cirurgia. de bacterias.
ADIPOSO: Gorduroso, obeso. BALANCO HIDRICO: Controle de liquidos ingeridos e eliminados nas 24
ADINAMIA: Estado de prostracao; de falta de forcas, provocada por horas.
fatores psiquicos ou pos molestias debilitantes. BENIGNO: que nao e ameacador a vida.
ADPSIA: Falta de sede devido a molestias do estomago; intoxicacoes BILIRIA: Presenca de bile ou pigmentos na urina, como se verifica em
uremicas e fenomenos psiquicos. algumas hepatopatias.
AERACAO: Conversao do sangue venoso em arterial. BIOPSIA: Remocao e exame de tecidos ou outro material do organismo
AEROFAGIA: Absorcao e degluticao de ar no estomago, seguida de vivo.
eructacoes ruidosas. BLEFARITE: Inflamacao da palpebra.
AFAGIA: Impossibilidade de deglutir. BLEFAROPTOSE: Queda da palpebra.
AFONIA: Perda ou diminuicao da voz. BOCIO: (papo): Aumento de tamanho da glandula tireoide.
AGENTE ETIOLOGICO: Forma de vida que causa ou origina a doenca. BOSSA: Protuberancia arredondada ou calombo ao lado de um osso ou
AGONIA: Tempo que precede a morte, quando nao e subita. de um tumor.
AGOROFOBIA: Medo morbido e angustiante de lugares publicos ou BRADICARDIA: Batimentos cardiacos lentos representados por uma
espacos abertos. pulsacao de menos de 60 batimentos por minuto.
ALALIA: Mudez, por qualquer defeito organico ou psiquico. BRADIPNEIA: Frequencia respiratoria muito baixa.
ALBUMINURIA: Presenca de proteinas na urina. BRADPSIQUIA: Retardamento das representacoes mentais.
ALCALEMIA: Elevacao do PH do sangue acima dos valores normais. BURSITE: Inflamacao aguda ou cronica da bolsa serosa, provocada por
ALOPECIA: Plerda dos cabelos, calvicie. Pode ser parcial ou total. infeccao ou traumatismo e que se manifesta por dor e, as vezes, por
ALUCINACAO: Fenomeno patologico de natureza psiquica e que consiste vermelhidao local e aumento de volume.
na percepcao de estimulos visuais, tacteis, olfativos, auditivos ou gustati-
vos, inexistentes. C
AMENORREIA: Ausencia ou parada anormal das menstracoes.
AMNESIA: Perda da memoria, total ou parcial. CAIBRA: Espasmo doloroso de um grupo de musculos.
AMNIO: Membrana mais interna das membranas fetais, que forma uma CALAFRIO: Contracoes involuntarias ( espasmodica ) da musculatura
bolsa cheia de liquido, para a protecao do embriao. esqueletica, com tremores e bater-de-dentes.
AMNIOCENTESE: Puncao do liquido amniotico atraves da parede abdo- CALCULO: Concrecao solida, em forma de preda, localizado na vesicula
minal. biliar, no trato urinario, em ductos, orgaos ocos, cistos, composta princi-
AMPUTACAO: Operacao para elemiminacao de membro ou segmento do palmente de substancias e sais minerais.
corpo, geralmente necrosado. CANULA: Tubo artificial, amiude provido de um trocater, para insercao em
ANABOLISMO: Preparacao pelas celulas de substancias necessarias a um canal ou cavidaade do organismo, como uma arteria ou atraqueia.
manutencao e desenvolvimento do organismo. CAQUEXIA: Quadro grave de ma nutricao e pessimo estado geral, carac-
ANAFILAXIA: Reacao exagerada dos tecidos a uma proteina estranha ou teriza-se por emagrecimento intensivo.
a outras substancias, geralmente pela via parenteral. CARCINOMA: Tumor maligno, cujo parenquima se compoe de celulas
ANALGESIA: Perda ou ausencia da sensibilidade a dor. epiteliais anaplasticas; cancer.
ANALGESICO: Que alivia a dor, medicamento que alivia a dor. CARDIOCENTESE: Puncao praticada no coracao.
ANASARCA: Edema generalizado. CARDIOLOGIA: Ramo da medicina que estuda os assuntos referentes ao
ANISOCORIA: Desigualdade no diametro das pupilas. coracao.
ANOREXIA: Perda do apetite. CARDIOTONICO: Fortificante do coracao,aumenta a contratilidade do
ANOSMIA: Falta do sentido do olfato ou diminuicao do olfato. musculo cardiaco. .
ANQUILOSE: Diminuicao dos movimentos de articulacao movel. CARDIOVASCULAR: Referente ao coracao e aos vaso sanguineos.
ANTICORPO: Substancia quimica produzida pelo organismo em resposta CATABOLISMO: Processo de queima no interior das celulas, na qual
a introducao de um antigeno, como uma toxina produzida por uma bacte- substancias complexas sssao convertidas em substancias mais simples,
ria. Pode inativar o antigeno. capazes de atender as necessidades do organismo.
ANTIDOTO: Impede ou neutraliza a acao de um veneno. CATALEPSIA: Estado morbido da consciencia geralmente de transe, no
ANTIGENO: Qualquer substancia que, ao ser introduzida no corpo provo- qual ha perda de movimentacao voluntaria e uma peculiar rigidez plastica
ca a formacao de anticorpos que reagem contra ela. dos musculos, razao pela qual retem por tempo indefinido qualque posi-
ANTIPIRETICO: Medicamento que reduz a febre. cao em que sssao colocados.
ANTISSEPTICO: Qualquer substancia inibe o crescimento de microorga- CATETER: Tubo utilizado para colher ou administrar liquidos ao organis-
nismos, previnindo a infeccao. mo.
ANTISSEPSIA: E a remocao de parcial de microorganismos da pele por CAUTERIZACAO: Aplicacao de um cauterio ou de um caustico; Destrui-
agentes quimicos. cao de tecido pela aplicacao de um agente cauterizante.
ANURIA: Ausencia da producao de urina decorrente do comprometimento CEFALEIA: Dor de cabeca intensa.
da funcao renal. CIANOSE: Aspecto azulado, escuro da pele, labios e unhas, devido a ma
APATIA: Indiferenca, estado de insensibilidade. oxigenacao de sangue.
APNEIA: Parada transitoria da respiracao devida a interrupcao temporaria CISTITE: Inflamacao da bexiga urinaria.
do estimulo respiratorio. CISTO: Espaco fechado dentro de um tecido ou orgao, revestido de
APOPLEXIA: Efeitos produzidos por hemorragia cerebral ou trombose epitelio e, geralmente cheio de liquido ou de outra substancia.
cerebral, como paralizia, coma e morte. Suspensao subita e completa das CISTOCELE: Prolapso da bexiga na vagina.
funcoes de um orgao. CLAUSTROFOBIA: Medo anormal de permanecer em lugares fechados.
ARRITMIA: Falta de ritmo cardiaco. CLEPTOFOBIA: Medo morbido de tornar-se ladrao.
ARTRALGIA: Dor na articulacao. CLEPTOMANIA: Impulso morbido ligado para o furto, os objetos roubados
ARTRITE: Inflamacao da articulacao. sao de valor simbolico, sendo geralmente objetos de estimacao.
ARTROSE: Processo degenerativo de uma articulacao. CLISTER: Injecao de liquidos medicamentosos nos intestinos, para fim
terapeutico, diagnostico ou alimentar.
COLOSTOMIA: Abertura artificial do colon, formando uma nova abertura
B anal.

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CONGESTAO: Acumulo de liquido no interior dos vasos de um orgao ou ENTORSE: Torcao de uma articulacao que leva a lesao de seus ligamen-
de uma parte do corpo. tos.
CONTAMINAR: Tornar nao esteril. ENTROPIO: Inversao da palpebra, de maneira que os cilios friccionem o
globo ocular.
D ENUCLEACAO: Retirada de orgao ou tumor com seus envoltorios.
ENURESE: Incontinencia urinaria na ausencia de causas organicas
DEBRIDAMENTO: Limpeza de um tecido infectado ou necrotico de um demonstraveis, em idade na qual se pode contar normalmente com o
ferimento. controle de esfincter uretral, em geral e um transtorno do habito.
DECUBITO: Posicao horizontal. ENXERTO: Insercao de pedaco de pele ou de osso para corrigir defeitos
DEGERMACAO: E a remocao ou reducao de bacterias da pele seja por ou falhas em orgaos e tecidos.
meio de limpeza mecanica (escovacao com saboes detergentes), seja por EPIDEMIA: Surto de uma doenca na regiao.
meio de agentes quimicos. EPIGASTRIO: Regiao do abdome acima do estomago.
DELIRIO: Perturbacao das faculdades espirituais e mentais, desvio mor- EPIGLOTE: Cartilagem elastica revestida de mucosa, que constitui a
bido da razao. parte superior da laringe, resguarda a glote durante a degluticao.
DEMENCIA: Deterioracao ou perda das faculdades intelectuais, o poder EPILEPSIA: Transtorno celebral, caracterizado por uma descarga neuro-
de raciocinio. nica exagerada, manifestada por episodios transitorios de disfuncao
DESIDRATACAO: Perda de agua do corpo ou de um tecido, tornando a motora, sensorial ou psiquica. O ataque associa-se a modificacoes acen-
pele frouxa, enrugada e ressecada. tuadas da atividade eletrica do cerebro.
DESINFECCAO: Destruicao de organismos patogenicos principalmente EPISIO: Expressao que indica vulva.
atraves do uso de agentes quimicos, ou fisicos aplicados diretamente. E EPISIOTOMIA: Incisao medial ou lateral da vulva durante o parto, a fim de
usado, comumente, para objetos inanimados. evitar laceracoes prejudiciais.
DESINFESTACAO: Exterminacao de insetos, roedores, ou outros que EPISTAXE: Hemorragia nasal.
possam transmitir doencas ao homem. EQUIMOSE: Extravazamento de sangue nos tecidos, levando a coloracao
DEXTRO: Individuo que escreve com a mao direita. violacea ou azulada, devido a ruptura de capilares.
DIAGNOSTICO: Processo de identificacao de uma doenca com base nos EROTENA: Vermelhidao da pele, proviniente de congestao capilar.
sinais e sintomas que o doente apresenta. ERITROCITO: Celula ou globulo vermelho do sngue.
DIARREIA: Evacuacao frequentemente de fezes liquidas. ERITROPOESE: Formacao das hemacias, eritrocitos ou globulos verme-
DIASTOLE: O periodo ritmico de relaxamento e dilatacao de uma camara lhos no sangue.
cardiaca, durante o qual ela se enche de sangue. ERUCTACOES: Emissao pela boca de gases do estomago, pode ser
DIPLOPIA: Visao dupla em que os objetos aparecem duplos. tambem arroto. A eructacao pode ser nervosa ou gasosa.
DISENTERIA: Desordem intestinal com aumento do numero de evacua- ERUPCAO NA PELE: Avermelhamentos da pele com vesiculas.
coes de fezes misturados a muco ou sangue acompanhadas de fezes. ESCABIOSE: Molestia cutanea contagiosa, caracterizada por lesoes
DISFAGIA: Dificuldade para deglutir. multiformes, acompanhadas por prurido intenso.
DISLALIA: Perturbacao na articulacao da palavra. ESCARA: Lesao cutanea seca, especialmente a produzida por substanci-
DISMENORREIA: Mestruacao dolorosa. as causticas corrosivas ou pelo calor.
DISPEPSIA: Disturbio digestivo do estomago (ma digestao). ESCARA DE DECUBITO: Ulceracao da pele e dos tecidos subcutaneos,
DISSECCAO: Cortar, retalhar. causada pela carencia proteica e pela compressaoprolongada e persis-
DISURIA: Dificuldade para miccao; dor ao urinar. tente sobre saliencias osseas.
DIURESE: Formacao e eliminacao de Urina pelos rins. ESCARRO: Material expelido do aparelho respiratorio, geralmente dos
DIURETICO: Substancia que aumenta a secrecao de urina pelos rins. pulmoes.
DOR, LIMIAR DE: O nivel de estimulacao no qual se comeca a sentir dor. ESCLEROSE: Endurecimento da pele, devido a uma proliferacao exage-
DUCTO: Tubo ou canal especialmente destinado a transportar as secre- rada de tecido conjuntivo. Alteracao de tecido ou orgao caracterizado pela
coes de uma glandula. formacao de tecido fibroso.
ESCOLIOSE: Curvatura lateral da coluna vertebral designada segundo a
E localizacao e direcao da convexidade como, por exemplo: direita e dorsal.
ESCORIACAO: Perda superficial de tecido, como pode acontecer ao se
ECOLALIA: Repeticao da palavra, comumente observado na forma cata- cocar a pele, ou cortes na pela ou na membrana mucosa.
tonica de esquisofrenia. ESFIGMOMANOMETRO: Intrumento para medir a pressao arterial san-
EDEMA: Aumento e acumulo de liquidos em varios locais, principalmente guinea.
tecidos ou nos espacos intersticiais. ESFINCTER: Estrutura circular ou anular, que cerca um orificio natural,
EMBOLIA: Obstrucao de um vaso sanguineo por coagulos deslocados por como por exemplo, o esfincter anal.
via sanguinea, bollha de gas ou oleos introduzidos na circulacao. ESOTROPIA: Estrabismo convergente,uma vista se fixa sobre um objeto
EMESE: Vomito. e a outra e desviada internamente.
ENANTEMA: Erupcao sobre uma mucosa ou no interior do organismo. ESPASMO: Contracao invonluntaria, violenta e repentina de um musculo
ENDEMIA: Doenca que ocorre habitualmente em uma determinada regiao ou grupo de musculos; pode acometer as viscras ocas como o estomago
geografica. e os intestinos.
ENDEMICO: Presente em todas as epocas entre a populacao de determi- ESPECULO: Instrumento para abrir e examinar uma cavidade ou canal, a
nado local. fim de tornar seu interior mais visivel.
ENDOCRINO: Que secreta diretamente na corrente sanguinea, como ESQUIZOFRENIA: Demencia precoce.
ocorre com uma glandula endocrina: hipofise, corpo pineal tiroide, parati- ESTASE: Estagnacao de sangue e outros liquidos organicos.
roide, supra renal. ESTENOSE : Estreitamento ou constricao de tubos, orificios ou canal.
ENDOCRINOLOGIA: Ramo da medicina que se ocupa da estrutura e das ESTEREOTIPIA: Repeticao persistente de uma atividade, como as aluci-
funcoes do sistema endocrino, dos estados patologicos provocados por nacoes semelhantes e repetidas que prenunciam certas convuncoes
disfuncao glandular, e da acao terapeutica dos hormonios. psicomotoras.
ENDOGENO: Produzido internamente; devido a causas internas, aplica- ESTERIL: Livre de germes, material ou ambiente.
se a formacao de celulas ou esporos no interior da celula-mae. ESTERILIZACAO: Aplicada ao intrumental. E a eliminacao total de micro-
ENDOMETRIO: Mucosa que reveste a cavidade uterina. organismo, inclusive os esporos.
ENDOVENOSO:Dentro da veia. ESTERTOR: Som anormal proveniente dos pulmoes ou das vias aereas.E
ENEMA: Clister ; lavagem, introducao de liquidos no reto. percebido pela ausculta toracica.
ENFASTAMENTO: A placeta e dita enfastada quando fica retida no utero ESTERTOROSA: Respiracao ruidosa.
por anel de contratura, ao nivel de um corpo uterino. ESTETOSCOPIO: Intrumento que transmite os sons, como o dos bati-
ENTERICO: Referente aos intestinos. mentos cardiacos. O som e transmitido da superficie corporal a ambos os
ENTEROCLISE: Lavagem intestinal. ouvidos do examinador.

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ESTIMULO: Qualquer alteracao fisica ou quimica, do ambiente externo ou FONIATRIA: Estudo e tratamento da voz.
interno, que provoca uma resposta. FOTOFOBIA: Aversao a luz, incomodo experimentado pelos olhos em
ESTOMATITE: Inflamacao dsos tecidos moles da boca. presenca de luz em certas doencas.
ESTRESSE: Fator fisico, quimico ou emocional que leva a tensao organi- FRICCAO; 1. Atrito. 2. A resistencia oferecida ao movimento entre dois
ca ou mental. (Estress). corpos em contato.
ESTRO: Modificacoes priidicas (ciclicas) do utero e vagina preparando a FRIGIDEZ: Frieza, insensibilidade.
fecundacao. FUNGICIDA: Agente que destroi fungos.
ESTUPOR: 1. Inconsciencia total ou parcial. 2. Mutismo sem preda da FURCULA VULVAR: Parte eposterior da vulva.
percepcao sensorial.
ETILISMO: Vicio do uso de bebidas alcoolicas, intoxicacao cronica pelo G
alcool etilico.
ETIOLOGIA: Estudo das caisas das doencas. GANGRENA: Mote tecidual, necrose com putrefacao, ocasionada por
EUFORIA: Bem-estar. deficit de irrigacao sanguinea.
EVENTRACAO: Saida total ou parcial de visceras na parede abdominal, GASOMETRO: Instrumento para conter e medir gases.
mas a pele continua integra. GASP: Movimento inspiratorio subito vinculado a um centro bulbar especi-
EVISCERACAO: Saida das visceras de sua situacao normal. fico. E estimulado apenas quando a anoxia e profunda, constituindo
EXATEMA: Deflorescencia cutanea, qualquer erupcao cutanea. indicio de gravidade. (sofrimento fetal).
EXCRETAS: Mtabolitos excretados pelo organismo. GASTRALGIA: Dor localizada no estomago.
EXERCICIO ATIVO: Movimento articular ativado pela propria pessoa. GASTROENTERITE: Inflamacao do estomago e dos intestinos.
EXERCICIO PASSIVO: Formas mecanicas ou manuais de movimentacao GASTROSCOPIA: Exame do estomago com instrumento dotado de fonte
das articulacoes. luminosa.
EXERESE: E o tratamento cirurgico utilixado para remocao de um orgao GASTRONOMIA: Formacao cirurgica de uma fistula gastrica, geralmente
ou tecido. empregada para alimentacao artificial.
EXOCRINO; De secrecao externa. GENITALIA: Orgaos reprodutores externos.
EXOFTALMINA: Saliencia do globo ocular fora da orbita; saliencia exage- GENOFOBIA: Medo morbito do sexo.
rada do globo ocular. GERIATRIA: Estudo das doencas da velhice.
EXOGENO: Produzido por uma causa externa; que nao se forma dentro GERIATRICO: Referente a senilidade.
do organismo. GERMICIDA: Que destroi germes.
EXTROPIA: Estrabismo divergente, quando um olho se fixa sobre um GERONTOLOGIA: Estudo cientifico dos fenomenos da velhice.
objeto e o outro se desvia para fora. GESTANTE: Gravida.
EXPECTORACAO HEMOPTOICA: Expulsao de escarro de sangue GESTOSE: Toda manifestacao toxemica na gravidez.
oriundo do aparelho respiratorio. GINECOLOGIA: Ciencia que estuda as doencas da mulher, especialmen-
EXPECTORAR: Eliminar material liquido ou semiliquido e das vias aere- te aquelas que afetam os orgaos sexuais.
as,atraves da tosse ou pelo escarro. GINECOMASTIA: Volume excessivo das glandulas mamarias no homem.
EXPIRACAO: Ato de expelir o ar dos pulmoes. GLABELA: Proeminencia ossea no osso frontal.
EXUDATO: Material com um elevado teor de proteina e celulas, que, na GLICEMIA: Presenca do acucar no sangue.
inflamacao, passa para os tecidos ou espacos adjacentes, atraves das GLICOSURIA: Presenca do acucar na urina.
paredes vasculares. GLOSSIA: Radical que significa condicao da lingua.
EXTENSAO: Ato de esticar um membro. GLOSSOPLEGIA: Paralisia lingual.
EXTRAVASAR: Escape de sangue ou linfa dos vasos para os tecidos. GLOSSOTRIQUIA: Lingua coberta de pelos.
EXTUBACAO: Retirada de uma sonda usada para a intubacao. GLOTE: Abertura superiorda laringe, onde se situam as duas pregas ou
cordas vocais e o espaco entre elas.
F GONATERAPIA: Tratamento com extratos de gonadas ou hormonios.
GONIALGIA: Dor no joelho.
FAGOCITO: Celula que engloba e digere outras celulas ou materias GRANULACAO, TECIDO DE: Tecido novo composto de fibroblastos e
estranhas. pequenos vasos sanguineos, formado durante o processo de cicatrizxa-
FASCIA: 1. Camada de tecido areolar a pele (fascia superficial) 2. tecido cao de uma ulcera.
fibriso conjuntivo situado entre os musculos e que constitui as bainhas
musculares ou entao reveste outras estruturas profundas como nervos H
sanguineos.
FASTIGIO: Oponto maximo da febre. HALITOSE: Ozostomia; mau halito.
FEBRIL: Referente a febre. HEMATEMESE: Vomito com sangue.
FETO: Nome dado ao conceptual, apos a 8a semana. HEMATOMA: Extravazamento de sangue fora da veia.
FISIOLOGIA: Estudo das funcoes normais do organismo. HEMATURIA: Presenca de sangue na urina.
FISIOMANIA: Tratamento para molestias, particularmente as que afetam HEMICRANIA: Enxaqueca, dor em (metade do cranio).
a movimentacao do corpo tilizando exercicios, calor, banhos, ar e luz. HEMIPARESIA: Fraqueza muscular em um lado do corpo.
FISSURA: 1. Sulco ou fresta, como os sulcos cerebrais, algumas sao HEMIPLEGIA: Paralisia de um so lado do corpo (movimento e sensibili-
anormais, como as fissuras da pele. 2. Rachadura na pele ou ulceras nas dade).
membranas mucosas. HEMOFILICO: Doenca congenita na qual a pessoa esta sujeita a hemor-
FISTULA: Orificio quase sinuoso, que poe em comunicacao a parede de ragias frequentes.
um orgao, cavidade ou focosupurativo com a superficie cutanea ou muco- HEMOGLOBINA: Pigmento dos globulos vermelhos, destinados a fixar o
sa. oxigenio do ar e leva-los aos tecidos.
FLACIDO: Mole; frouxo. HEMOLISE: Destruicao dos globulos vermelhos do sangue.
FLANCO: Parte carnuda ou muscular de um animal ou do homem, entre HEMOPTISE: Escarro com sangue, de origem pulmonar.
as costelas e o quadril. HEMORRAGIA: Sangramento; escape do sangue dos vasos sanguineos.
FLATO: Gas, especialmente ar ou gastro-intestinal. HEMOSTALSIA: Processo para conter a hemorragia, coagulacao.
FLATULENCIA: Distensao do estomago ou do trato intestinal por gases. HEMOSTATICO: Que faz estacar o sangue.
FLEBLITE: Inflamacao de uma veia. HEMOTORAX: Colecao de sangue, na cavidade pleural.
FLEBOTOMIA: Incisao em uma veia, realizada a fim de se retirar sangue. HEPATITE: Inflamacao do fIgado.
FLEXAO: Ato de dobrar uma estrutura do corp, como estes movimentos HEPATOMEGALIA: Aumento do volume do figado.
axecutados em torno de uma articulacao. HIALINAS: (membranas) - a doenca das membranas hialinas e encontra-
FLUOROSCOPIA: Exame de estruturas do corpo, como o estomago, por da no prematuro, ocasionando dificuldade respiratoria.
meio de raios X e de uma tela. HIDRATACAO: Administracao de liquidos.

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HIDREMIA: Excesso de agua no sangue. INFARTO: Area localizada ou circunscrita de necrose isquemica dos
HIDROFOBIA: Pavor morbido de agua. tecidos, em virtude de irrigacao sanguinea deficiente, ou inadequada.
HIPERALGESIA: Sensibilidade exagerada a dor. INFECCAO: Invasao de um hospedeiro por microorganismos causadores
HIPERCALCEMIA: Quantidade excessiva de calcio no sangue. de molestias.
HIPERCAPNIA: Excesso de gas carbonico no sangue. INFECCAO CRUZADA: Qualquer infeccao que um paciente contai de
HIPEREMIA; Sangue em excesso em qualquer parte do corpo. outro paciente.
HIPERGLICEMIA: Concentracao aumentada de glicose no sangue. INFECCAO HOSPITALAR: Infeccao adquirida durante a hospitalizacao;
HIPERMAGNESEMIA: Nivel serico de magnesio anormalmente elevado. nao existente ou em incubacao no momento da admissao no hospital.
HIPERNATREMIA: Concentracao excessiva de sodio no sangue. INFLAMACAO: Serie de reacoes nos tecidos, produzidos por microorga-
HIPERPLASIA: Aumento anormal do numero de celulas em determinado nismos ou outros irritantes, caracterizada por rubor, calor e dor, na area
tecido ou orgao. afetada. Ha um fluxo de eritrocitos com exsudacao de plasma e leucoci-
HIPERPNEIA: Respiracao anormal, acelerada, com movimentos respira- tos.
torios exagerados. INGUINAL: Pertencente a regiao entre o abdomem e a coxa ou virilha.
HIPERTENSAO: Pressao arterial elevada, acima do normal. INSETICIDA: Substancia quimica que mata insetos.
HIPERTEMIA: Temperatura anormalmente elevada, febre. INSONIA: Falta de sono.
HIPERTRICOSE: Excesso de pelos. INSPIRACAO: Entrada de ar nos pulmoes, inalacao.
HIPERTROFIA: Aumento anormal de determinado tecido ou orgao, resul- INSTILACAO: Introducao de um liquido em uma cavidade gota a gota.
tante do aumento do tamanho das celulas. INSULINA: Hormonio produzido pelas celulas basofilasdas ilhotas de
HIPNOTICO: Que produz sono. Langerhans do pancreas; auxilia na regulacao do metabolismo dos car-
HIPOCALCEMIA; Diminuicao da concentracao de calcio serico. boidratos. E um hormonio hipoglicimiante.
HIPOCLOREMIA: Diminuicao da concentracao de cloreto no sangue. INTERCOSTAL: Localizado entre as costelas.
HIPOCONDRIACO: Individuo que toma remedios sem necessidade, por INTERMITENTE: Que ocorre em intervalos; nao continuo.
considerar-se permanentemente doente. INTERSTICIO: Intervalo entre dois orgaos.
HIPODEMICO: Debaixo da pele, como na injecao hipodermica. INTERTRIGO: Erupcao eritematosa da pele, produzida por friccao de
HIPOESTESIA: Diminuicao da sensibilidade. partes adjacentes. E frequente nas regioes axilares e inguindes.
HIPONATREMIA: Diminuicao da concentracao normal de sodio no san- INTRADERMICO: Dentro da derme (pele).
gue. INTRAMUSCULAR: Dentro do tecido muscular.
HIPOPLASIA: Desenvolvimento insuficiente de um orgao ou tecido. INTRAVASCULAR: Dentro de um vvaso.
HIPOPLASTICO: Desenvolvimento defeituoso de qualquer tecido. INTRAVENOSO: Dentro da veia.
HIPOSPADIA: Malformacao urinaria mais patentes a abertura uretral se INTUBACAO: Insercao de um tubo principalmente na traqueia.
encontra na superficie inferior do penis. IRRADIACAO: Expossicao aos raios X ou a outra substancia radioativa.
HIPOTEBSAO: Pressao arterial anormalmente baixa. ISQUEMIA: Obstrucao localizada do fluxo de sangue.
HIPORTEMIA; Temperatura anormalmente baixa do organismo. ITE: Sufixo que designa inflamacao.
HIPOTONIA: Tonicidade muscular diminuida.
HIPOXIA: Diminuicao da concentracao normal de oxigenio dos tecidos e L
do sangue.
HIRSUTISMO: Condicao caracterizada por crescimento de pelos em LACERACAO: Ferimento causado por um instrumento ou objeto rombo
lugares inusitados e em quantidade incomuns. que arranca o tecido.
HISTERECTOMIA: Extirpacao do utero. LACTENTE: Crianca que so se alimenta de leite.
HISTOL0GIA: Estudos dos tecidos. LACTOSE: Acucar do leite.
HOMEOSTASE: Estado de equilibrio fisiologico, que precisa ser mantido, LATOSURIA: Presenca de lactose na urina.
a fim de que as funcoes do organismo possam ser efetuadas sem pro- LAPARORRAFIA: Sutura da parede abdominal.
blemas. LAPAROTOMIA: Abertura da caidade adominal araves de suas paredes.
HOMEOTERMICO: Que mantem a temperatura constante. LATERAL: Para fora da linha media do corpo.
HOMOGENEO: Que possui a mesma natureza ou qualidades de carater LATEROVERSAO: Alteracao na posicao do utero em que todo o eixo
uniforme em todas as partes. uterino e deslocado para um lado.
HOMOSSEXUALISMO: Atracao sexual por individuos do mesmo sexo. LAVAGEM: Irrigacao ou esvaziamento or meio de um liquido de um
HORMONIO: Secrecao de uma glandula sem ducto, a qual e lancada orgao. Ex.: do estomago.
diretamente na corrente sanguinea. LETAL: Mortal; fatal.
HOSPEDEIRO: O corpo do ser vivo, em condicoes naturais aloja um LETARGIA: Sono profundo; torpor; inatividade.
agente infeccioso, que passa diretamente a um hospedeiro, oferecendo LEUCEMIA: Aumento dos globulos brancos no sangue.
meios de subsistencia. LEUCOCITO: Globulo branco
LEUCOPENIA: Diminuicao do numero de globulos brancos no sangue.
I LEUCOCITOSE: Aumento do numero de lecocitos alem do limite normal.
LEUCORREIA: Corrimento mucopurulento esbranquicado, do canal
ICTERICIA: Coloracao amarelada da pele, das membranas mucosas e de genital feminino.
tecidos profundos, devido ao aumento da quantidade de bilirrubina, um LIGAMENTO: Faixa de tecido conjuntivo fibroso, flexivel, consistente e
dos pigmentos da bile no sangue circulante. branco que poe em conexao as extemidades articulares dos ossos e,
ICTIOSE: Dermatose com formacao de escamas semelhantes a dos algumas vezes, envolvendo-os em uma capsula.
peixes. LIMOTERAPIA: Tratamento pelo jejum.
IMERSAO: Introducao de um solido em um liquido. LINGUA SABURROSA: Camada amarela, suja, que cobre a parte superi-
IMPEDIGO: Doenca inflamatoria aguda da pele, causada por estreptoco- or da lingua, por efeito de ma digestao.
cos,e caracterizada por vesiculas e bolhas subcorneas que se rompem e LIQUOR-CEFALO-RAQUIDIANO: Liquido que envolve o encefalo e a
desenvolvem crostas amarelas. medula espinhal. (LCR)
IMPULSO: Onda de excitacao passando por um nervo, musculo ou outro LISE: 1. Retorno gradual da temperatura do corpo ao normal. 2. Desinte-
tecido. gracao ou dissolucao, como, porxemplo - de celulas, tecidos ou bacterias.
INALACAO: Aspiracao de ar ou de outros gases para os pulmoes. LITIASE: Formacao de calculos no corpo.
INAPETENCIA: Falta de apetite. LOGORREICA: Tagarelice, descontrolada ou anormal, pode ser extre-
INCISAO: 1. Corte ou ferimento de um tcido do corpo, como uma incisao mamente rapida a ponto de torna-se incoerente.
abdominal ou uma incisao vertical ou obliqua. 2. Ato de cortar. LOQUIA: Adescarga ou corrimento do utero e da vagina durante as
INCONTINENCIA: Impossibilidade de reter a excrecao, como a de urina e primeiras semanas apos o parto.
fezes. LORDOSE: Curvatura frontal da coluna vertebral ou curvatura da coluna
INDIGESTAO: 1. Disturbio da digestao. 2. Incapacidade de digerir. dorsal com convexidade anterior.

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LUXACAO: Deslocamento, especialmente deslocamento de uma articula- MICOSE: Doenca causada por fungos.
cao. MICROBIO: Organismo vivo de tamanho minimo.
MICROPSIA: Perturbacao da percepcao visual na qual os objetos se
M apresentam menores do que realmente sao.
MICROORGANISMO: Organismo que so pode ser visto atraves do mi-
MACROCEFALIA: Desenvolvimento exagerado da cabeca. croscopio.
MACROGLOSSIA: Aumento de tamanho da lingua. MICROSCOPIO: Aparelho com o qual objetos minusculos se tornam
MACROSCOPIO: Suficientemente grande, que pode ser visto sem o visiveis. Consiste de uma lente ou sistema de lentes que produz uma
microscopio. imagem ampliada do objeto.
MACULO: Mancha. E o nome dado a toda mudanca de cor na pele. MIDRIASE: Dilatacao das pupilas.
MALFORMACOES: Conformacao anormal de um orgao. MIELOMA: Tumor da medula ossea ou espinhal.
MALIGNO: Letal, mortal, como um tumor maligno. MIELOPLEGIA: Paralisia de origem espinhal.
MANGUITO: Qualquer estrutura em faixa que envolve uma parte. MIOCARDIO: Musculo do coracao.
MANOBRA DE VALSAVA: Expiracao forcada contra a glote fechada, MIOMETRIO: Musculatura uterina.
aumentando a pressao intratoracica e impedindo o retorno venoso ao MIOPIA: Defeito da visao que so permite ver os objetos proximos ao olho.
coracao. MIOSE: Constriccao da pupila.
MANOMETRO: Intrumento para medir a pressao de liquidos ou gases. MITOFIBIA: Metodo morbido da mentira.
MASTECTOMIA: Ablacao, retirada da mama. MITOMANIA: Mania de mentir.
MASTITE: Processo inflamatorio agudo ou cronico das mamas. MOLESTIA CONTAGIOSA: Doenca que se tansmite de pessoa para
MASTOPTOSE: Queda das mamas. pessoa.
MASTURBACAO (ou ONANISMO): Excitacao dos orgaos sexuais e MENOPLEGIA: Paralisia de um membro.
obtencao de orgasmo por meio de atritos praticados com as maos. MORBIDADE: Incidencia relativa de uma doenca, ou condicao patologica
MEATO: Abertura, orificio. numa populacao.
MECANICA CORPORAL: Uso eficiente do corpo como maquina e como MORBIDO: Referente a molestia, afetado por uma molestia.
um meio de locomocao. MORFINA: Narcotico derivado do opio; tem efeitos analgesicos e hipnoti-
MECONICO: Massa pastosa e esverdeada, composta de muco, celulas cos.
epiteliais descamadas, bile, pelos de lanugem e vernix caseosa, que se MORFOLOGICOS: Referente a forma, e a estrutura. Sao ciencias morfo-
coleta no intestino do feto. Constitui a primeira evaculacao do RN (recem- logicas, histologia, respectivamente macromorfologia, e micromorfologia.
nascido), que e evaculada por volta do terceiro ou quarto dia de vida. MORIBUNDO: A beira da morte.
MEDIAL: Voltado para a linha media do corpo. MORTABILIDADE: A proporcao de mortes numa populacao.
MEGALORCADIA ou CARDIOMEGALIA: Hipertrofia do coracao. MUCO: Liquido viscoso secretado pelas glandulas mucosas que consiste
MEGALOMIA: Delirio de grandeza. de agua, mucina, sais inorganicos, celulas epiteliais, leucocitos, etc., em
MELANINA: Pigmento negro, produzido por muitos tipos de celulas, suspensao.
(melanoforos). No homem tem apenas os melanocitos. MULTIPARA: Mulher que ja teve varios partos.
MELANODERMIA: Todo escurecimento anormal da pele por acumulo de
malanina ou por outras sibstancias. N
MELENA: Sangue nas fezes.
MEMBRANA: 1. Cobertura delgada de tecido que recobre uma superficie NANISMO: Qualidade de anao; desenvolvimento anormal do corpo.
ou divide um espaco ou orgao. 2. Porcao mais externa da celula. NARCOLEPSIA: Tendencia incontrolavel a crises de sono profundo.
MENINGE: Membrana dura-mater do cerebro e da medula espinhal, as NARCOMANIA: Vicio ou uso de entorpecentes.
meninges que revestem consistem na pia-mater, aracnoide. NARCOSE: Sono artificial, com diminuicao ou abolicao de reflexos, torpor,
MENINGITE: E a inflamacao das membranas, isto e, das tres membranas inconsciencia produzida por uma droga narcotica.
que envolvem os orgaos do sistema nervoso central. NARCOTICO: Droga que alivia a dor ou induz ao sono ou torpor.
MENISCO: 1. Superficie concaa de uma coluna liquida. 2. Pequena peca NAUSEA: Desconforto gastrico, acompanhado de impulso, para vomitar.
de tecido conectivo situada entre os ossos de certas articulacoes. NECROFILIA: Atracao sexual pelos cadaveres.
MENOPAUSA: Parada fisiologica da menstruacao. NECROPSIA: Exame de um organismo morto.
MENORRAGIA: Excesso de fluxo menstrual. NEFRECTOMIA: Intervencao cirurgica que consiste na retirada de um
MENORREIA: 1. Fluxo menstrual anormal. 2. Menstruacao excessiva. rim, irremediavel comprometido.
MENSTRUACAO: Fenomeno fisiologico clinico que ocorre na mulher NEFRITE: Estado morbido de tipo inflamatorio ou degenerativo que afeta
durante a fase fecunda, caracterzado por fluxos sanguineos periodicos o rim; e caracterizada por sintomas de disfuncao renal, edema e hiperten-
dos orgaos genitais.Alteracoes e anomalias menstruais: sao.
-amenorreia - ausencia de menstruacao. NEULOGISMO: 1. Palavras sem nexo ou sentido produzidos pelo pacien-
-menorragia - aumento do fluxo menstrual. te. 2. Criacao de novos termos ou inovacao nao convecional de vocabula-
-polinorreia - menstruacao antecipada. rio.
-oligonorreia - menstruacao retardada. NEOPLASMA: Crescimento recente e anormal de celulas ou tecidos.
-dismenorreia - menstruacao dolorosa. NEURASTENIA: Esgotamento nervoso a noite.
MERALGIA: Dor neuvragica nas coxas. NILISMO: 1. Em medicina - pessimismo quanto a eficacia do tratamento.
MERINGITE: Inflamacao do timpano. 2. Em psiquiatria - essencia de ilusoes encontradas nos estados de
MERINGOTOMIA: Perfuracao do timpano, paracentese, puncao com a depressao ou melancolia. O paciente insiste em que seus orgaos internos
finalidade de se eacuar um liquido do organismo. nao existem mais e que seus parentes ja morreram.
METABOLISMO: Soma total dos processos quimicos de nutricao,(veja NISTAGMO: Movimentos involuntarios rapidos, do globo ocular nos
tambem anabolismo e catabolismo). sentidos vertical, rotatorio e lateral.
METABOLISMO BASAL: Energia desprendida pelo organismo em repou- NOSO: Expressao que indica molestia.
so. NOOSOCOMICO: 1. Hospital. 2. Referente a molestia produzida ou
METASTASE: Propagacao de um processo celular de um local para outro agravada pela vida hospitalar.
do organismo. NOSOLOGIA: Estudo das doencas.
METEORISMO: Distencao do abdome, quando ha grande quantidade de NULIPARA: Mulher que nunca deu a luz.
gases no intestino.
METRITE: Inflamacao do utero, que atinge o endometrio e o miometrio. O
METRORRAGIA: Hemorragia uterina, nao ligada ao periodo menstrual.
MIALGIA: Dor muscular. OBESO: Gordo, adiposo.
MIASTENIA: Fraqueza muscular de qualquer causa. OBSTIPACAO: Obstrucao intestinal.
MICCAO: Ato de urinar. OCLUSAO INTESTINAL: Aparecimento de obstaculo que impede o

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transito do conteudo na luz intestinal. PATOSE: Estado dodentio, anomalia.
ODONTALGIA: Dor de dentes. PEDIATRIA: Estudo das doencas infantis.
OFTALMOSCOPIO: Instrumento utilizado para examinar o interior do PEDICULOSE: Dermatose causada pela infestacao por piolhos; caracteri-
olho. za-se por um prurido intenso e lesoes cutaneas.
OLIGOPNEIA: Diminuicao da respiracao em profundidade e frequencia. PERCUSSAO: Exame no qual se percutem determinadas regioes do
OLIGURIA: Diminuicao da quantidade excretada da urina. organismo, a fim de produzir sons ou sensacoes vibratotias de valor
ONCOLOGIA: Estudo dos tumores. diagnostico.
ONFALITE: Inflamacao do umbigo. PERCUTANEO : A traves da pele .
ONFALOPROPTOSE: Protrusao anormal do umbigo. PERICARDIO: Involucro seroso do coracao.
ONICOFAGIA: Habito de roer e engolir as unhas. PERINEO: Area entre o anus e a parte posterior da genitalia; area anoge-
ONICOMISE: Doenca das unhas causadas por fungos. nital.
OOFORITE: Inflamacao de um ovario. PERINEORRAFIA: Sutura do perineo.
OPISTOTONO: Espasmos do corpo contraido em arco dorsal. PERIODO DE INCUBACAO: Desenvolvimento de uma infeccao desde
ORAL: Bucal. quando ela ganha acesso ao organismo ate o aparecimento dos primeiros
ORIENTADO: Consinte do tempo, espaco e personalidade. sinais e sintomas.
ORO: Prefixo que indica regiao oral (boca). PERIOSTEO: Membrana que envolve os ossos .
OROFARINGE: Porcao da faringe que se comunica com a cavidade PERISTALTISMO: Movimento operatorio pelo qual o trato alimentar
bucal. impele seu conteudo para frente.
ORQUIOPATIA: Qualquer doenca dos testiculos. PERITONEO: Membrana serosa que reveste as paredes da cavidade
ORRO: Expressao que significa soro, serosos. abdominal e os orgaos nela contidos.
ORROLOGIA: Estudo dos soros. PERITONITE: Inflamacao do peritoneo .
ORROTERAPIA: Soroterapia. PETEQUIAS: Mncha sanguinea puntiforme na pele ou em membranas
ORTOPEDIA: Correcao cirugica e mecanica das deformacoes do corpo. mucosa, formada por efusao de sangue.
ORTOPNEIA: A impossibilidade de respirar, a nao ser na posicao sentada PIEMIA: Septicemia generalizada.
ou ereta. PILORO: Orificio que liga o estomago ao duodeno.
ORTOSTATICO: Em pe, ereto. PIREXIA: Febre.
OSMOSE: Passagem espontanea de componentes de uma solucao por PIROGENIO: Substancia causadora de hipertemia.
uma membrana, do meio de concentracao maior para o de concentracao PIROSE: Sensacao de queimaduras no estomago e no esofago; azia.
menor. PIURIA: Pus na urina.
OSTEOMIELITE: Inflamacao da medula e dos tecidos duros dos ossos. PLANTAR: Referente a sola dos pes.
OSTEOSSINTESE: Uniao dos ossos fraturados, por meios mecanicos, PLASMA: Porcao liquida do sangue.
como por meio de uma placa. PLATIRRINO: Nariz achatado.
OTALGIA: Dor de ouvido. PLEGIA: Sufixo denotando paralizia.
OTOPLASTIA: Cirurgia plstica de ouvido externo. PLENITUDE GASTRICA: Repressao utilizada para designar uma peque-
OTORRAGIA: Hemorragia pelo meato auditivo externo. na ingestao e grande satisfacao.
OTOSCOPIO: Instrumento utilizado para examinarem os ouvidos e a PLEURA: Membrana serosa que envolve que envolve o pulmao e reveste
visibilizacao da menbrana do timpano. a superficie interna da cavidade toracica.
OZOSTOMIA: Mau halito; odor putrico de origem bucal; halitose. PNEUMONIA: Inflamacao do pulmao, associada a presenca de exsudato
nas luzes dos alveolos.
P PNEUMORRAFIA: Sutura do pulmao .
PNEUMOTORAX : Acumulo de ar ou gas na cavidade pleural.
PALIATIVO: Que propicia alivio, mas nao cura. PODALGIA: Dor no pe.
PALIDEZ : Falta de coloracao vermelha ( ou sanguinea ) na pele. PODALICO: Relativo aos pes.
PALPACAO: Exame manual por toque, como a palpacao dos pulsos, PLACIURIA: Miccao frequente.
mamas, figado ou baco. POLAQUIURIA: Aumento da frequencia urinaria.
PALPITACOES: Sistoles de grande intensidade, percebidas pelo individu- POLIDIPSIA: Sede excessiva, hidromania.
o. POLIFAGIA: Fome exagerada.
PAPILA: Pequena saliencia mamilar. POLIMENORRERIA: Mestrucao frequente.
PARA : Sufixo que indica o parto de um ou mais filhos que atingiram a POLIOENFECALITE: Inflamacao na substancia cinzenta do cerebro.
viabilidade. POLIOMELITE: Inflamacao na substancia cinzenta da medula espinhal.
PARACENTESE: Puncao, drenagem do conteudo anormal coletado em POLIPNEIA: Respiracao muito rapida, palpitacao.
cavidades do organismo. POLIPO: Tumor em forma de verruga ou de mucosa na ponta de um
PARALISIA: Impossibilidade de se contrair um musculo, devido a trauma pedunculo.
ou molestia do musculo de sua inervacao. POLITELIA: Polimastia: presenca anormal de outros mamilos afora os
PARANOIA: Alimentacao mental. dois normais.
PARAPARESIA: Paralisia parcial de dois membros homologos. POLIURIA: Aumento na quantidade de urina.
PARAPLEGIA: Abolicao total da motibilidade voluntaria . POPLITEA: Fossa: face posterior do joelho.
PARASITA: Planta ou animal que vive em detrimento de outro organismo PORTADOR: Individuo que alberga organismos patogenios no seu corpo
vivo. e que nao apresenta sintomatologia, mas pode transmitir infeccoes.
PARENTERAL: Que ocorre fora do trato alimentar. POSOLOGIA: Dosologia (dose que e para ser dado o medicamento).
PARESIA: Perda incompleta do tono muscular, fraqueza do membro. POS-OPERATORIA: Depois da operacao.
PARESTESIA: Desordem na sensibilidade por sensacoes anormais,como POSTECTOMIA: Circuncisao.
de formigamento,de queimadura. POSTITE: Inflamacao do prepucio.
PARIDADE: Refere-se ao numero de partos anteriores cujos fetos atingi- PRE-MENSTRUAL: Antes da menstruacao.
ram a maturidade e foram paridos, independente do numero de criancas PRIAPISMO: Ereccao peniana geralmente nao associada a desejo sexu-
envolvidas. al, conforme se observa em casos de calculo-se urinaria e em lesoes da
PARODEXIA: Pervensao do apetite. medula espinhal.
PATOGENICO: Microorganismo produtor de doencas. PRIMIGESTA: Mulher gravida pela primeira vez.
PATOGENICIDADE: Capacidade que tem o agente estiologico em produ- PRIMIPARA: Mulher que da a luz pela primeira vez.
zir no hospedeiro. Alteracoes organicas ( doenca ou nao ). PRIMOGENITO: Filho que nasceu primeiro.
PATOGNOMONICO: Caracteristica ou tipico de uma molestia, permitindo PRISAO DE VENTRE: Situacao em que os intestinos evacuam menos
diagnostica-la e distigui-la de outras molestias . vezes que o normal ou incompletamente sendo as vezes por conseguinte
PATOLOGIA: Ramo da medicina que estuda a natureza das doencas. secas e duras.

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PRIVACAO: 1. Retirada ou supressao de algo. 2. Interrupcao de uma aos raios-x.
medicacao. RADIOSCOPIA: Observacao visual dos raios-x; processo de produzir uma
PROCTOLOGIA: Estudo das doencas ano-renais. imagem de um objeto sobre uma tela fluorescente por meio da energia
PROCTOSCOPIA: Observacao do anus e do reto por intermedio de radiante.
instrumento dotado de fonte luminosa. RADIOTERAPIA: Tratamento por irradiacoes .
PRODOMOS: Periodo que antecede a uma doenca infecciosa. RAQUICENTESE: Paralisia espinhal .
PROFILATICO: Preventido. REABILITACAO: Restauracao de uma funcao alterada a sua plena capa-
PROFILAXIA: Prevencao de doencas, medidas que evitam a instalacao cidade vital.
ou a difusao das molestias. REFLEXO: Resposta involuntaria a um estimulo do; reacao estereotipada,
PROGNATISMO: Protusao dos maxilares. medida pelo sistema nervoso.
PROGNOSTICO: Conhecimento antecipado da provavel evolucao e do REGURGITACAO: Expulsao sem esforco, volta da comida do estomago
desfecho de uma molestia. para a boca. A quantidade pode ser pequena ou grande como a do vomi-
PROLAPSO: Queda de determinado orgao, como a do utero; procidencia. to.
PRONACAO: 1. Colocar em posicao prona. 2. Virar a palma da mao. REGURGITAR: Fluxo em direcao contraria.
PROTEINURIA: Presenca de proteinas na urina. REINFECCAO: Segunda infeccao com a especie de germe.
PROTUBERANCIA: Parte que se projeta, apofise. RESERVATORIO: Habitat natural de crescimento e multiplicacao de um
PRURIDO: Coceira intensa na pele e nas mucosas, devido a irritacao das microorganismo.
terminacoes nervosas sensitivas perifericas. RESPIRACAO: Processos fisicos e quimicos pelos quais os tecidos
PSEUDARTROSE: Falsa articulacao. permutam gases com o ambiente no qual vivem. Ato de respirar pelos
PSEUDOCIESE: Aumento do volume do abdomem e outros sintomas que pulmoes que consiste da inspiracao, ou conducao do ar para os pulmoes
sugerem gravidez, porem devido a transtorno emotivo. e expiracao, ou expulsao do ar modificado que contem mais dioxido de
PSICOGENICO: 1. Originado da mente. 2. Producao de um sintoma ou carbono do que o ar inspirado.
doenca mais por fatores psiicos do que organicas. RESSUSCITACAO: Restauracao da vida apos a morte aparente.
PSICOPATA: Pessoa que sofre de doenca mental RETENCAO: Ato de reter ou segurar, como de reter a urina na bexiga,
PSICOSE: Transtorno mental caracterizado por desintengracao da perso- devido a algum obstaculo a miccao.
nalidade e seu conflito com a realidade. RETENCAO URINARIA: Impossibilidade do individuo urinar.
PSICOSSOMATICO: Referente a problemas fisicos causados por distur- REUMATISMO: Afeccao dolorosa e rigidez dos musculos e articulacoes,
bios psicologicos. osseas ou nervosas.
PSICOTERAPIA: Tratamento de transtornos emotivos ou mentais por um REUMATOIDE: Semelhante ao reumatismo.
psicoterapeuta. RINITE: Inflamacao da mucosa nasal.
PTIALINA: Enzima contida na saliva e que age sobre os amidos transfor- RINOPLASTIA: Cirurgia plastica no nariz.
mando-os em acucares soluveis. RINORRAFIA: Reducao plastica do tamanho do nariz na qual o tecido
PTIALISMO: Salivacao exagerada. nasal excedente e extirpado por meio de disseccao.
PTOSE: Queda, deslocamento de um orgao. RINORRAGIA: Hemorragia nasal.
PUBERDADE: Epoca da maturidade sexual. RINOSCOPIA: Exame das fossas nasais por meio do rinoscopio.
PUERICULTURA: Higiene fisica e mental da crianca. RISENIA: Ruga ou corrugacao.
PUERPERIO: Periodo apos o parto. RUBEOLA: Doenca infecciosa, exantematica, aguda, contagiosa, propria
PULSO BRADICARDICO: Pulso lento. da infancia; provocada por um virus ainda nao isolado.
PULSO, PRESSAO DE: Diferenca entre as pressoes sistolicas e deastoli- RUBOR: O mesmo que envermelhamento local. Um dos sintomas carde-
cas. ais da inflamacao (os outros sao tres: tumor, calor, dor.)
PUPILA: Abertura no centro da iris, para a passagem da luz.
PURPURA: Manchas avermelhadas consequentes a extravazamento de S
sangue dos vasos da pele ou mucosas.
PURULENTO: Contendo pus. SACAROSURIA: Presenca de acucar na urina.
PUS: O produto de necrose de liquefacao em um excutado rico em neu- SACO LACRIMAL: Situado na porcao anterior da parede da orbita, no
trofilos, dando um liquido viscoso, cremoso, de cor amarela palida ou angulo interno do olho, forma o ponto de reuniao das lagrimas que sao
verde amarelada, que varia em certos tipos de infeccao bacteriana. drenadas,atraves do ducto vasolacrimal, para o meato nasal inferior.
PUTREFACAO: Fermentacao putrefativa; decomposicao. SACRALGIA: Dor no sacro, (osso).
PUSTULAS: Elevacao cutanea de pus, sao puntiformes de 1 a 2 cm de SACRALIZACAO: Malformacao congenita que consiste na fusao da
diametro. quinta vertebra lombar com o osso sacro.
SANIFICACAO: E a reducao do numero de germes a um nivel julgado
Q isento de perigo. Sua aplicacao e feita nas dependencias hospitalares
(lavanderias, refeitorios).
QUEILOFAGIA: Tique nervoso que se caracteriza por mordeduras fre- SALIVA: Liquido inodoro, secretado pelas glandulas salivares. Sua funcao
quentes no labio inferior. e aglutinar e amolecer os alimentos ingeridos e contribuir para a formacao
QUEILOGNATOSQUISE: Falta de soldadura do labio superior e do maxi- do bolo alimentar.
lar. SALPINGE : (ou tuba uterina ou trompa de Falpio ou Ouviduto): cada um
QUEILOGNATOPALATOSQUISE (ou goela de lobo): Malformacao con- dos dois canais que ligam os ovarios ao utero. A funcao das salpinges e
genita que consiste na queilognatosquise com falta de soldadura do colher o ovulo que atingiu a maturacao e conduzi-lo ao utero onde, quan-
palato. do fecundado na salpinge, inicia-se seu desenvolvimento.
QUEILOPLASTIA: Intervencao cirurgica que consiste na reconstrucao do SALPINGITE: Processo inflamatorio agudo ou cronico da salpinge. Pode
labio lesado por traumatismos ou malformacoes congenitas (labio lepori- ser de natureza blenorragica, sifilitica, turbeculosa, estreptococica.
no). SANGRIA: Extracao de certa quantidade de sangue de uma veia superfi-
QUIELOSQUISE: Falta de soldadura do labio superior o mesmo que labio cial, praticada em determinados casos de edema pulmonar, de pletore de
leporino. hipertensao arterial, etc.
QUIRALGIA: Dor nas maos. SARAMPO: Molestia enfecciosa exantematica causada por virus que
QUELOIDE: Hiperplasia fibrosa, elevada, arredondada, consistente e com afeta principalmente as criancas.
bordos mal definidos. SARCOMA: Tumor originario do tecido conectivo ou nao epitelial geral-
mente maligno.
R SEBO: Secrecao das glandulas sabaceas.
SECRECAO: 1. Produto de uma glandula. 2. Ato de secretar ou formar
RADIOGRAFIA: Imagem radiologica. materiais fornecidos pelo sangue.
RAIOPACO: Que nao permite a passagem de energia radiante; opaco SEDATIVO: Droga utilizada para acalmar a funcao ou atividade.

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SEIO: Espaco oco ou cavidade, recesso ou bolsa. TIMPANISMO: Quando ha grande quantidade de gases no entestino.
SEMEN: 1. Liquido fecundante constituido de espermatozoides, secreco- TOCOLOGIA: Ciencia da obstetricia.
es prostaticas das glandulas bulboretais e das vesiculas seminais. 2. TOCOMANIA: Delirio puerperal.
Semente. 3. Esperma. TOLERANCIA: Capacidade de suportar algo sem sofrer efeitos colaterais.
SEPTICEMIA: Invasao na corrente sanguinea por microorganismos TOMOTOCIA: Operacao cesariana.
oriundos de um varios focos nos tecidos e com a multiplicacao dos propri- TONO: Grau de contracao presente nos musculos, quando nao estao
os microorganismos no sangue. sofrendo encurtamento.
SEROMA: Acumulo de soro sanguineo que produz tumefacao, geralmen- TONICO: Fortificante; agente ou medicamento destinado a melhorar o
te subcutanea . tono normal de um orgao ou do paciente em geral.
SIALORREIA: Salivacao exagerada. TOPICO: Para aplicacao externa e local.
SIBILO: Ruido sibilante ou soproso, produzido durante a respiracao TORACOCENTESE: Puncao do torax.
auditivel ao exame estetoscopico. TORNIQUETE: Instrumento para comprimir os vasos sanguinios e contro-
SINAL: Evidencia objetiva ou manifestacao fisica da doenca. lar circulacao, sempre que possivel exercer pressao por meios de tiras,
SINAIS VITAIS: Avaliacao da temperatura do corpo, pulso, respiracao e tubos de borrcha, cordoes, e coxins.
pressao sanguinea. TORPOR: Inercia, falta de resposa a estimulos normais, sonolencia,
SINCOPE: Perda subita e passageira da consciencia por causa da hipo- entorpecimento.
xia cerebral. TOXEMIA: Estado no qual o sangue contem produtos toxicos, quer pro-
SIDROME: Grupo de sinais e sintomas que considerados em conjunto, duzidos pelas celulas dos tecidos, quer resultante de microrganismos.
caracterizam uma molestia ou lesao. TOXICO: Venenoso ou deleterio para o organismo.
SINISTRO: Do lado esquerdo, individuo canhoto. TOXICOMANIA: Desejo morbido de consumir toxicos.
SINOVIAL: Liquido viscoso secretado pelas membranas sinoviais, o TOXINA: Qualquer substancia venenosa.
qualubrifica as articulacoes, pertencentes as bolsas sinoviais. TRACAO: Aplicacao de forca e tencao na tracao ossea.
SINTESE: Processo de combinar as partes de um todo. TRACOMA (ou conjuntivite granulosa, ou tracomatosa): Forma grave de
SINTOMA: Evidencia de um processo morbido ou de uma ma funcao conjuntivite, provocada por um virus o qual pode transmitir-se por contac-
organica, que origina queixas por partes do paciente. to digital direto ou por outros meios. Trata-se de doenca infecsiosa bas-
SISTOLE: Fase de contracAo de revolucao cardiaca. tante difundida em certas regioes de todo o globo. A implantacao de virus
SISTOLICA: Pressao arterial durante a contracao ventricular. e favorecida por condicoes precarias de higiene.
SITOFOBIA: 1. Aversao normal pelos alimentos. 2. medo anormal de TRANSCUTANEO: Atraves da pele.
comer. TRANSFUSAO: Introducao de sangue, soro ou outro liquido em um vaso
SOMATICO: Referente as porcoes nao viscerais do organismo. Ex. sanguinio.
esqueleto e musculo esqueleticos. TRANSLUCIDO: Que deixa passar a luz.
SONAMBULISMO: 1. Quando se fala ou levanta durante o sono. 2. Exe- TRANSUDATO: Liquido limpido, transparente de cor amarela - citrina - e
cucao de qualquer ato relativamente complexo em estado semelhante ao pobre em proteinas, estravados nos tecidos e nas cavidades cerosas.
sonho ou em transe. TRAQUEOTOMIA: Incisao cirurgica na traqueia.
SOPRO: Som ruidoso, expiratorio, murmurio auscultatorio. TRAUMA: Lesao, ferimento, produzido por um agente, mecanico ou fisico.
SORO: 1. Liquido isento de celulas e de fibrinogenio de cor de ambar, que TREMOR: Agitacao repedita e continuada do membro, de partes ou do
surge apos a coagulacao do sangue ou plasma . 2. Soro imune. corpo. Agitacao involuntaria ou moviemento convulsivo.
SUBCUTANEO: Localizado abaixo da pele. Hipodermico. TRICOFAGIA: Habito de comer cabelos.
SUBLINGUAL: Situado abaixo da lingua. TRICORRIA: Queda rapida dos cabelos.
SUDORESE: Suor intenso. TRICOTOMIA: Consiste na limpesa da pele, do local de adjacencias onde
SUPINO: Deitado de costas, decubito dorsal. se efetuara o ato cirurgico.
SUPURACAO: Formacao de pus. TRIPLOPIA: Visao tripla do mesmo objeto, de vida a lesoes do cristalino.
SUSCETIBILIDADE: Grau de reistencia do hospedeiro a um patogeno. TRISMA: Contracao do musculos da face, dentes cerrados.
TROCARDE: Instrumentos cirurgicos ponteagudo, provido de uma canula
T oca, usa-se para puncionar uma cavidade do organismo, para a retirada
do liquido, ao se inserir para permitir a drenagem do liquido.
TABAGISMO: Intoxicacao pelo tabaco. TROMBO: Coagulo intravascular que permanece no local de sua forma-
TACTIL: Referente a sensacao do tato. cao.
TALASSOTERAPIA: Tratamento por meio de banho de mar. TROMBOFLEBITE: Processo inflamatorio de uma veia acompanhado da
TONOTOSCOPIA : Exame do cadaver. formacao de trombos.
TAQUICARDIA: AceleracAo dos batimentos cardiacos com pulsacoes TROMBOSE: Formacao de coagulos intravascular.
com frequencia acima de 100 por minuto. TUBERCULOSE: Molestia infecsiosa de origem bacilar, de evolucao
TAQUILALIA: A fala rapida . aguda ou cronica, determinada pelo bacilo de cochi ou mycobactrium
TAQUIPNEIA: Aumento anormal da frequencia respiratoria. tuberculoses.
TELEPATIA: Transmissao de pensamentos a distancia. TUMOR: Massa anormal de tecido que surge das celulas de tecido pree-
TEMPERATURA: Grau de intensidade do calor de um corpo, especial- xixtentes e que nao desempenha funcao organica.
mente quando medido pela escala de um termometro. Abreviadamente T. TURGOR: Plenitude, elasticidade e hidratacao tecidual.
TEMPERATURA BASAL: Temperatura de organismo normal apos perio-
do de repouso suficiente, determinada geralmente em jejum, antes de U
levantar, depois de um minimo de 8 horas de sono reparador.
TENALGIA: Dor em um tendao. ULCERA: Lesao aberta na superficie da pele ou das membranas muco-
TENESMO: Contracao dos musculos lisos de esfincters, ou esforco para sas, com base inflamatoria.
defecar e urinar. ULCERA DE DECUBITO: Escara, lesao da pele na qual a superficie se
TERAPEUTA: Pessoa que exerce a terapeutica. abre, com destruicao progressiva do tecido subjacente.
TERAPIA: Tratamento. ULORRAGIA: Hemorragia gengival.
TERATOSE: Deformidade congenita, teratismo. ULTRA-SONOGRAFIA: Diagnostico ou tecnica do eco das pulsacoes.
TERMOESTESIA: Sensibilidade ao calor. ULTRASOM: Som inaudivel.
TERMOLABIL: Que nao resiste ao calor. UNILATERAL: Referente a orgao ou estrutura encontrada de um so lado
TERMOPLEGIA: Insolacao. do corpo.
TETANO: Denca infecsiosa caracterizada por contracoes internas e UREIA: Substancia organica que representa um dos componentes da
dolorosas que a cometem diferentes grupos musculares. urina e produzida em todos os orgao, principalmente pelo figado.
TETRABRAQUIO: Que possui quatro bracos. UREMIA: Situacao na qual esta aumentado o teor de ureia encontrado no
TETRAMASTIA: Existencia de quatro glandulas mamarias. sangue.

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URETEROLITIASE: Formacao de calculos no ureter. O fenomeno da
lugar a oclusao ureteral e a dores intensas. ZUMBIDO: Ruido caracteristico no aparelho auditivo.
URINA: Produto da secrecao renal com o qual sao eliminados produtos
metabolicos toxicos presentes no sangue. http://enfermeiro.br.tripod.com/enfermagem/id5.html
UROLITIASE: Calculosse nos orgaos que constituem o aparelho urinario.
UROGRAFIA: Radiografia das vias urinarias, por intermedio de um meio
de contraste.
UROLOGIA: Ciencia que se ocupa do estudo e tratamento da moletia e ___________________________________
anormalias do trato urogenital do sexo masculino e feminino.
URTICARIA: Erupcao eritematosa da pele de carater prurriginoso. ___________________________________
UVULA PALATINA: Saliencia conica vertical mediana, de cor vermelha ___________________________________
intensa, situada no palato mole.
UVULITE: Processo inflamatorio da uvula. ___________________________________

V ___________________________________
_______________________________________________________
VAGINISMO: Espasmo doloroso da vagina ocasionado pela contracao de
seu musculo constritor. _______________________________________________________
VAGINOMICOSE: Infeccao micotica da vagina. _______________________________________________________
VARICELA (catapora): Doenca exantematica aguda, epidemica, propria
da infancia, atribuida a um virus. E caracterizada pelo aparecimento _______________________________________________________
generalizado de visiculas contendo material nao purulento, as quais
_______________________________________________________
secam, restando crostas que se destacam dixando manchas efemeras.
VARICOCELE: Dilatacao varicosa das veias do cordao espermatico. _______________________________________________________
VARICOFLEBITE: Inflamacao da veia varicosa.
VASOCONSTRICAO: Estritamento de lumem dos vasos sanguinios, _______________________________________________________
particularmente das arteriolas. _______________________________________________________
VASOS: Canaliculos fechados de calibre variados, destinado a circulacao
dos liquidos organicos. _______________________________________________________
VASODILATACAO: Dilatacao ou aumento do calibre dos vasos sanguine- _______________________________________________________
os.
VASOESPASMOS: Espasmo vascular, vaso constricao. _______________________________________________________
VASOGRAFIA: Radiografia dos vasos sanguineos.
VEIAS: Vasos constituidos por paredes delgadas e elasticas destinada a _______________________________________________________
recolher o sangue que reflui dos tecidos para conduzi-los ao coracao. _______________________________________________________
VENTILACAO: 1. Ato ou processo de fornecer ar puro isto e, ar2 cuja
pressao parcial de o2 seja mais alta e a pressao de dioxido de carbono _______________________________________________________
mais baixo do que o ar substituido. 2. Ato ou processo de purificar o ar de _______________________________________________________
um local.
VERMICIDA: Agente que destroi vermes. _______________________________________________________
VERMIFUGO: Agente que faz expelir vermes intestinais.
_______________________________________________________
VERMINOSO: Infestado por vermes, parazitos.
VERTIGEM: Tontura, estado no qual os objetos parecem girar em torno _______________________________________________________
do indviduo.
VESICAL: Referente a bexiga. _______________________________________________________
VESICULA: Saco membranoso parecido com uma pequena bexiga, que _______________________________________________________
contem liquido.
VETOR: Qualquer organismo vivo que transmite um agente patogenico de _______________________________________________________
um individuo para o outro. _______________________________________________________
VILOSIDADES INTESTINAIS: Elevacao de forma conica, presentes na
superficie interna do intestino delgado, que tem a funcao de abasorver os _______________________________________________________
principios nutritivos dos alimentos digeridos.
VEREMIA: Ocorrencia de virus no sangue circulante. _______________________________________________________
VIRILHA: A depressao entre o abdomem e a coxa. _______________________________________________________
VIRUCIDA: Substancia quimica capas de destuir virus.
VIRULENCIA: Grau de patogenicidade de um micro organismo, maligni- _______________________________________________________
dade. _______________________________________________________
VIRUS: Micro organismo invisiveis ao microscopio comum, ditos Filtra-
veis, pela sua propriedade de passar atraves de filtro de vela. Sao consti- _______________________________________________________
tuidos por nucleoproteinas altissimo peso molecular.
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VOMITO: Emese.
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X
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XANTOPSIA: Defeito visual caracterizado pela percepcao de imagens _______________________________________________________
coloridas de amarelo.
XERASIA: Secura exagerada dos cabelos. _______________________________________________________
XERODERMIA: Secura da pele. _______________________________________________________
XEROFAGIA: Dieta seca.
XEROFTALMIA: Secura e atrofia a conjuntiva. _______________________________________________________

Z _______________________________________________________
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