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Introdução à gênese e física dos solos


Traduzido de: Introducción a la génesis y física de suelos

Nelson Virgilio Piraneque Gambasica

Introducción a la génesis y física de suelos

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TRADUÇÃO 1

Introdução à gênese e física dos


solos
Nelson Virgilio Piraneque Gambasica

Introducción a la génesis y física de suelos

Original Paper 

Abstrato

Obrigado
Nossos mais sinceros agradecimentos a todas as pessoas que fazem parte de nossa
trajetória familiar e profissional; Principalmente, aos nossos alunos e profissionais de
ciências do solo, a quem este módulo se dirige, e para quem foi concebido com o objetivo de
transmitir e partilhar conhecimento. Assim, agradecemos a todos aqueles que intervêm direta
e tecnicamente para que a ciência do solo seja conhecida por um grande número de pessoas
que procuram a gestão e conservação do recurso, num mundo que exige aumentar em 70% a
produção de alimentos para alimentar 9 mil milhões de pessoas. em poucos anos.

Lista de mesas

Apresentação
O solo é um sistema vivo, base dos sistemas de produção agrícola e que possui
inúmeras funções ambientais como captura de carbono, regulação hidrológica e regulação
climática; Portanto, a sustentabilidade depende em grande parte da compreensão deste
recurso. Neste sentido, o módulo de génese e física do solo destina-se a estudantes de
engenharia agronómica, engenharia ambiental e todos os interessados ​no conhecimento do
funcionamento do solo para tornar mais eficientes as práticas de utilização, gestão e
conservação. Para tanto, parte-se do entendimento de que esse recurso é composto por
TRADUÇÃO 2

matéria mineral e orgânica oriunda de materiais rochosos e resíduos orgânicos, que


evoluíram ao longo do tempo e foram alterados pela ação de fatores climáticos e biológicos
influenciados pelo meio ambiente. , o que resultou em características morfológicas
diferenciadas no perfil do solo.

Este módulo é um compêndio de conceitos básicos como fatores de formação do solo,


onde é dada ênfase à origem do recurso e como ele pode ser alterado por processos de
ganhos, perdas, transformações e translocações. Esses fenômenos fazem com que os solos
evoluam e gerem diferentes formas de organização que resultam na formação de horizontes,
a partir dos quais se obtém a classificação do solo para lhe dar um manejo adequado.
Adicionalmente, pretendemos partilhar conhecimento com estudantes e investigadores do
solo para que possam analisar e investigar, dependendo do contexto, as propriedades físicas
mais relevantes e a sua importância na produção agrícola e os impactos ambientais que
decorrem da sua gestão.

Assim, esta publicação traz informações sobre a gênese do solo (fatores de formação,
processos pedogenéticos, morfologia, classificação e mapeamento) e as principais
propriedades físicas envolvidas no funcionamento do sistema, que podem servir como porta
de entrada para o conhecimento do recurso. O objetivo do texto é facilitar o processo de
aprendizagem e dinamizar a autonomia do aluno e, nesse sentido, visa a formação de futuros
profissionais com abordagem contextual e num cenário de aplicação às ciências agrícolas e
ambientais.

De acordo com o exposto, os autores expressam que este livro é uma revisão
bibliográfica do tema. Portanto, reconhece-se a propriedade intelectual dos textos
consultados por meio de referenciação e ressalta-se que a intenção do material é
acadêmico-didática, para desenvolver o pensamento crítico e científico nos alunos.

Objetivo do módulo
Após a conclusão do estudo e compreensão dos temas, o aluno deverá: a. Defina o solo
como um recurso natural. b. Entenda como o solo é formado e quais são os fatores
formadores de recursos. c. Identificar os principais processos pedogenéticos. d. Diferenciar
as características morfológicas, horizontes e classificação dos solos.

e. Reconhecer a importância da génese e da física dos solos na produção de fibras e


alimentos e em importantes processos ambientais. F. Descrever e reconhecer as principais
propriedades físicas dos solos.
TRADUÇÃO 3

Habilidade de critério de desempenho


• O aluno define o solo e a sua importância no ecossistema. • O aluno identifica e explica
os factores e processos de formação do solo. • O aluno interpreta as diferentes morfologias
do solo e reconhece os factores responsáveis. • O aluno descreve e aplica as propriedades
físicas do solo no seu contexto.

Atividades de reconhecimento
1. O que você entende por solo? 2. Qual é a diferença entre solo e pedosfera? 3. Quais
são os fatores formadores do solo? 4. Você consegue indicar e explicar as propriedades
mais importantes dos solos? 5. Quais são os principais processos físicos que ocorrem nos
solos?

Introdução à gênese do solo (pedogênese)


As pesquisas sobre solos começaram com a agricultura sedentária, mas grande parte
delas eram aplicadas e práticas (Yaalon, 1997). Poucos estão documentados desde a Idade
Média, o que coincide com a repressão da ciência e o domínio da religião. Depois, na
Renascença, começaram as investigações do solo e os europeus redescobriram os trabalhos
anteriores dos gregos e romanos (Brevik e Hartemink, 2010). Assim, a ciência responsável
pelo estudo da gênese, classificação e distribuição dos solos é conhecida como “pedologia”,
palavra que vem do grego pedon, que significa “solo”, e logia, que significa “estudo”.

A União Internacional de Ciências do Solo (IUSS) e muitos dos cientistas membros da


organização interpretam a pedologia como abrangendo todos os estudos científicos do solo
e, portanto, todos os cientistas do solo são pedólogos (Singer, 2005). Por esta razão, o termo
é frequentemente utilizado como sinônimo de ciência do solo (Schaetzl e Anderson, 2005d).
Esta ciência tem sido tradicionalmente subdividida em fatores de formação do solo,
processos de formação do solo, morfologia do solo, classificação do solo e geografia e
mapeamento do solo (Buol et al., 1997; Sokolov, 1996).

Alguém poderia pensar que o estudo dos solos tem uma longa história porque eles
apoiaram a vida humana desde os seus primórdios. No entanto, a ciência do solo chegou
tardiamente e foi estabelecida como uma disciplina científica em 1800. Inicialmente, a
investigação centrou-se no crescimento e nutrição das plantas, na avaliação do solo para
efeitos de tributação e na origem e propriedades do recurso. Alguns destes estudos foram
motivados por pura curiosidade, mas a maior parte foi considerada necessária para aumentar
a produção agrícola, os impostos sobre a terra ou as investigações geológicas (Hartemink,
2016). Daí nasceu a primeira definição de solo, um conceito pedológico que se referia ao
TRADUÇÃO 4

recurso como meio para o crescimento das plantas; ponto de vista que prevaleceu na ciência
do solo até o início do século XX (Bockheim et al., 2005).

A primeira visão científica dos solos como corpos naturais que se desenvolvem sob a
influência do clima e da atividade biológica que atua sobre substratos geológicos surgiu na
Rússia, com o trabalho de Dokuchayev e seus seguidores (Feller, 1997), na Europa com as
descrições do desenvolvimento de Müller o horizonte do solo (Tandarich et al., 2002), e na
Inglaterra com as observações de Darwin sobre a classificação textural através de atividades
animais que resultaram no desenvolvimento dos horizontes do solo (Johnson e Schaetzl,
2015). Na década de 1920, com o desenvolvimento teórico através do Atlântico, as ideias de
pedogênese ganharam amplo reconhecimento nos Estados Unidos (Coleman et al., 2018), e
em 1941 Jenny publicou Soil-Forming Factors, uma obra clássica onde expressa as ideias de
Dokuchayev e formula a famosa equação fundamental dos fatores de formação do solo
(Jenny, 1941).

A visão mais comum do solo do ponto de vista pedológico é que ele é um corpo
evolutivo natural independente que pode ser subdividido em subcompartimentos e que se
formou sob a influência de cinco fatores formativos: material original, relevo, clima,
organismos e tempo (Bockheim et. al.al., 2005). Hoje, o solo (pedosfera) também pode ser
concebido como um sistema altamente complexo e heterogêneo no qual interagem
organismos vivos (biosfera), rochas e minerais (litosfera), água (hidrosfera) e ar (atmosfera).
a interação é regulada pelo clima (Voroney e Heck, 2015).

A palavra “solo” também tem muitos significados dependendo da função que


desempenha ou desempenha. Assim, para os profissionais do setor agrícola, é o ambiente
natural onde as plantas se desenvolvem; para um engenheiro civil, a base de suas
construções; para um antropólogo, uma memória histórica; para um médico ou
bacteriologista, a fonte de muitos compostos ativos a partir dos quais os medicamentos
podem ser produzidos; Para um engenheiro ambiental, um recurso natural que merece ser
conservado e melhorado. Assim, para cada profissão e para cada função que o solo cumpre,
existem diferentes abordagens que, embora pareçam divergir, na verdade fazem referências
ao mesmo corpo natural que é capaz de suportar todas as atividades humanas.

A Bíblia também se refere aos solos. O nome atribuído ao primeiro ser humano foi Adão,
derivado do hebraico Adama, que significa “solo”. O nome dado à sua companheira foi Hava
(Eva), que significa “viver” ou “dar vida”. Portanto, juntos, Adão e Eva significam literalmente
“solo e vida” (Hillel, 2003). Por sua vez, o Soil Survey Staff (1999) do Departamento de
Agricultura dos Estados Unidos define solo como:

Um corpo natural composto por sólidos (minerais e matéria orgânica), líquidos e gases
encontrados na superfície da Terra, ocupa o espaço e é caracterizado por um ou ambos os
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seguintes: horizontes ou camadas que se distinguem do material inicial como resultado de


adições , perdas, transferências e transformações de energia e matéria ou a capacidade de
sustentar plantas enraizadas em um ambiente natural (p. 9).

Esta definição permanece até hoje (Soil Survey Staff, 2014).

Fatores formadores de solo


Você já se perguntou por que existem tantos tipos de solos em uma área tão pequena
quanto a sua cidade, município ou departamento? Esta seção espera responder a essa
preocupação.

Quando se trata de modelos pedogenéticos, o mais conhecido e aceito é o modelo


funcional-fatorial ou de fator de estado, muitas vezes atribuído a Hans Jenny, mas na verdade
desenvolvido pela primeira vez pelos russos, especialmente Vasili Dokuchayev (Schaetzl e
Anderson, 2005e). O modelo consiste em cinco fatores altamente complexos que impactam
o solo através de uma variedade de processos pedogenéticos e é frequentemente referido
como clorpt. É denotado pela seguinte função:

( ) s f cl, o, r, p, t = Onde s refere-se ao estado de uma massa de solo em um determinado


momento; f corresponde à função; cl é o clima (climação); o simboliza organismos
(biofunção); r indica o relevo (topofunção); p denota o material original (litofunção) e t
representa o tempo (cronofunção).

Esses cinco fatores definem o estado do sistema e, portanto, são conhecidos como
fatores de estado. O clima e os organismos são considerados os factores mais “activos”,
enquanto o relevo, o material parental e o tempo são “passivos” (Schaetzl e Anderson,
2005e).

Material parental
O material de origem é composto por aqueles materiais geológicos que dão origem aos
horizontes do solo através de sua interação com o clima, os organismos e o relevo durante
um determinado período. É constituído por minerais ou partículas, sejam saprolitos
(produtos da alteração das rochas), sedimentos não consolidados ou materiais orgânicos
(Jaramillo, 2002).

Origem do material parental. Os solos são principalmente derivados de rochas com


origens diferenciadas, conforme mostrado na Figura 1. Inicialmente, existe o magma: um
material fluido compósito que consiste em minerais sólidos (principalmente silicatos) e
TRADUÇÃO 6

bolhas de gás suspensas em uma matriz de silicato. a Terra (Rogers, 2015). Esse material
emerge do manto terrestre em direção à superfície e, por meio da cristalização, forma rochas
ígneas, que podem se fundir e reconstituir o magma, sofrer metamorfismo para formar
rochas metamórficas ou intemperizadas, erodir e depositar como sedimentos.

Quando os sedimentos sofrem compactação e cimentação, dão origem a rochas


sedimentares, que podem reformar sedimentos ou sofrer metamorfismo e produzir rochas
metamórficas. Este último, por sua vez, pode sofrer desgaste, sofrer erosão e depositar-se
como sedimentos ou derreter em grandes profundidades e retornar ao estado de magma.

Figura 1. Ciclo das rochas


Rochas ígneas. As rochas ígneas se formam a partir de material fundido muito quente e
seus minerais (compostos químicos) são encontrados principalmente na forma de cristais.
Estas rochas são muito duras, por isso sofrem desgaste muito lentamente e aparecem como
unidades fragmentárias e coerentes de várias formas (Arculus, 2003;Finch et al., 2014).

A decomposição da rocha líquida próxima e na superfície pela expansão explosiva de


gases dissolvidos (predominantemente H 2 O, CO 2 e SO 2), bem como a sua exposição a
certas condições de pressão e temperatura, resulta na produção de materiais de vários tipos.
tamanhos e composições. Uma divisão de tipos de rochas foi aceita de acordo com o nível
de colocação e a rugosidade dos grãos constituintes: de plutônica ou intrusiva (relativamente
profunda), passando por hipoabissal (rasa), até vulcânica ou extrusiva (perto ou acima da
superfície) (Arculus , 2003).

Rochas intrusivas. Rochas ígneas ou plutônicas intrusivas se formam quando o magma


fica preso nas profundezas da Terra, onde esfria muito lentamente ao longo de milhares ou
milhões de anos até se solidificar (USGS, 2017). Este arrefecimento lento significa que os
grãos minerais individuais têm muito tempo para crescer, pelo que atingem um tamanho
relativamente grande e no seu estado inalterado (não intemperizado) são geralmente sólidos
e duráveis ​(Bell, 2005;USGS, 2017). No entanto, em alguns casos podem ser bastante
alterados por intemperismo ou processos hidrotérmicos (Bell, 2005).

Rochas plutônicas comuns são percebidas principalmente como homogêneas em


mineralogia e textura. Suas propriedades são isotrópicas, ou seja, iguais em todas as
direções. Esta isotropia surge da aleatoriedade das suas distribuições minerais e da
ausência de orientação preferencial desses minerais (Londres, 2021). Entre esses tipos de
rochas estão o gabro, o granito, o diorito, o granodiorito, o quartzogabro, o quartzodiorito, o
tonalito, o sienito, o monzonito, o anortosito, o dunito e o ijolito (Figura 2) (Arculus, 2003;
Dorronsoro, 2021). Na Colômbia, mais da metade do maciço da Sierra Nevada de Santa
Marta é constituído por rochas intrusivas (Ingeominas, 1969). Da mesma forma, na
TRADUÇÃO 7

Cordilheira Oriental, os granitos jurássicos e rochas relacionadas são os mais abundantes no


norte dos Andes (García e Farias, 2019).

Rochas hipoabissais. Rochas hipoabissais, subvulcânicas ou sill são rochas ígneas


intrusivas que cristalizam em profundidades intermediárias, onde as temperaturas são
relativamente baixas e o resfriamento do magma não é rápido nem lento, resultando em
tamanhos e texturas de grãos médios (Gillespie e Styles, 1999; Macheyeki et al., 2020).
Exemplos dessas rochas incluem microgranito, pórfiro, microgranodiorito, microdiorito,
dolerito (diabásio) e lamprófiro (Dorronsoro, 2021; Macheyeki et al., 2020). Na Colômbia,
foram mapeados corpos subvulcânicos que emergem na cordilheira Central, no território do
departamento de Tolima, agrupados sob o nome de corpos hipoabissais, que intrometem
unidades do Pré-cambriano ao Jurássico (Núñez, 2001). Algumas destas unidades
hipoabissais estão relacionadas com a ocorrência de ouro (Pulido, 1988).

Rochas extrusivas. Rochas ígneas ou vulcânicas extrusivas são produzidas quando o


magma entra em erupção e esfria acima (ou muito próximo) da superfície da Terra. Eles se
formam em vulcões em erupção e fissuras exsudativas (USGS, 2017). A textura de uma
rocha ígnea extrusiva é fina ou mesmo vítrea devido à rápida solidificação do magma
quando exposta à temperatura relativamente fria da atmosfera (Macheyeki et al., 2020;USGS,
2017). Bolhas de gás quente muitas vezes ficam presas na lava apagada, formando uma
textura vesicular borbulhante (USGS, 2017). São reconhecidos pela sua associação com
reservatórios de hidrocarbonetos e gás (Zhuang, 2013;Zou et al., 2013). Na Colômbia existe
um cinturão vulcânico de idade Jurássica exposto a oeste da cordilheira Central, a Sierra
Nevada de Santa Marta e a península de La Guajira (Salazar-Torres et al., 2013).

Figura 2. Exemplos de rochas intrusivas


Observação. A) gabro; B) granito; C) diorito; D) granodiorito. Fonte: Dorronsoro (2021).

As rochas vulcânicas costumam ser esteticamente agradáveis ​e podem assumir várias


formas. Os minerais nas rochas muitas vezes atingem tamanhos úteis para fins decorativos
e é até possível utilizá-los como pedras preciosas ou semipreciosas (Dehn e McNutt, 2015).
Entre eles estão basalto, riolito, andesito, dacito, fonolito, traquito, latito, obsidiana, foidito,
traquito e latito (Arculus, 2003;Dorronsoro, 2021;Shafer, 2008). Sedimentos. Sedimentos ou
materiais não consolidados são fragmentos de rochas e minerais resultantes de
intemperismo, erosão e deposição. São classificados em argila (≤ 0,002 mm de diâmetro),
silte (0,002-0,063), areia (0,063-2,0 mm) e cascalho (≥ 2,0 mm de diâmetro) (Schön, 2015). Na
Colômbia, foram identificados depósitos de cascalho e areia acumulados nas praias e lama
rica em matéria orgânica associados ao desenvolvimento de manguezais no Golfo de
Morrosquillo (Sucre e Córdoba) do período Quaternário (Gómez e Montes, 2020).
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Rochas sedimentares. As rochas sedimentares se formam devido ao intemperismo e


decomposição de qualquer tipo de rocha na superfície da Terra, formando sedimentos que
podem ser depositados in situ, transportados ou redepositados por gelo, vento, gravidade ou
fluxos de água (Macheyeki et al., 2020) . Esses sedimentos sofrem soterramento, diagênese,
consolidação e cimentação, induzindo alterações físicas e químicas que os convertem em
rochas sedimentares da crosta terrestre. A maioria das rochas sedimentares são
consideradas como tendo anisotropia (diferente dependendo da direção em que são
examinadas) nas suas propriedades físicas e mecânicas devido à estrutura marcada do leito
(Zhang, 2016). As rochas sedimentares são classificadas em quatro tipos principais com
base nos processos responsáveis ​pela sua formação: rochas sedimentares clásticas, rochas
sedimentares bioquímicas (biogênicas), rochas sedimentares químicas e rochas
sedimentares vulcânicas (Macheyeki et al., 2020; Pettijohn, 1983).

Figura 4. Exemplos de rochas extrusivas


Rochas sedimentares clásticas: Rochas sedimentares clásticas são compostas por
fragmentos derivados de rochas pré-existentes que foram transportadas como partículas
separadas para seus locais de deposição por agentes puramente mecânicos e cimentadas
por minerais de silicato ou calcita (Darling, 2005; Macheyeki et al., 2020 ). Esses fragmentos
podem ser transportados pela água, vento, gelo ou gravidade, e a forma de seu movimento
pode ser por suspensão, saltação, balanço ou solução (Darling, 2005).

As rochas clásticas são compostas principalmente por quartzo, feldspato, fragmentos


de rocha (lítica), minerais argilosos e mica (Macheyeki et al., 2020). São estratificados, ou
seja, formando camadas que indicam diferentes períodos ou condições de sedimentação
(Jaramillo, 2002). Essas rochas são subdivididas de acordo com o tamanho de partícula
dominante (argila, silte, areia e cascalho) em conglomerado, brecha, arenito, siltito, xisto,
argilito e lulita (Tabela 1, Figura 5) (Schön, 2015). Na Colômbia, grande parte dos
departamentos de Caquetá, Guaviare, Vaupés e Amazonas apresentam conglomerados e
arenitos pouco consolidados de matriz ferruginosa e argilosa. Também são encontrados
argilitos com intercalações de siltitos, argilitos arenosos e arenitos do período Mioceno
(Gómez e Montes, 2020). Rochas sedimentares químicas e bioquímicas: Rochas
sedimentares químicas são formadas quando os componentes minerais em solução tornam-
se supersaturados e precipitados quimicamente (Macheyeki et al., 2020). Essa precipitação
do material ocorre de duas formas: através de processos inorgânicos como evaporação e
atividade química, e através de processos orgânicos de organismos aquáticos (bioquímicos).
As rochas sedimentares químicas incluem calcário, dolomita, rocha salgada (halita), rocha
siliciosa (sílex), evaporito e gesso. Por outro lado, carvão, coquina, diatomita, radiolarita,
calcário fossilífero, giz e carvão fazem parte das rochas sedimentares bioquímicas ou
biogênicas (Figura 6) (Tarbuck e Lutgens, 2005). Na Colômbia, as jazidas de carvão do
Paleoceno ocorrem no departamento de La Guajira, exatamente no vale de Cerrejón (Gómez
TRADUÇÃO 9

e Montes, 2020).

Tabela 1. Classificação das rochas sedimentares clásticas

Figura 5. Exemplos de rochas sedimentares clásticas


Observação. A) conglomerado; B) lacuna; C) arenito; D) siltito; E) xisto; F) argila. Fonte:
Dorronsoro (2021); Rei e Rei (2009).

Figura 6. Exemplos de rochas sedimentares químicas e bioquímicas


Observação. A) dolomita; B) sal-gema (halita); C) carvão; D) diatomita. Fonte: King e King
(2009).

Rochas Sedimentares Vulcânicas: As rochas sedimentares vulcânicas são formadas por


fluxos vulcânicos piroclásticos, brechas de impacto, brechas vulcânicas e tufos depositados
em bacias sedimentares, e geralmente ocorrem em alternância com outras rochas
sedimentares convencionais, como calcários, folhelhos e arenitos. Essas rochas são
subdivididas em vulcânicas clásticas ou detríticas e quimiogênicas, que consistem em
materiais vulcânicos e sedimentares que se encontram juntos e podem ser sólidos e
detríticos ou químicos. Materiais vulcânicos detríticos ou piroclásticos podem ser
cimentados onde caíram ou foram depositados (Macheyeki et al., 2020).

Exemplos de rochas vulcânicas clásticas são arenito tufáceo, xisto, cascalho tufáceo,
conglomerado tufáceo e brecha tufácea (Kafumu e Paepe, 2003). Rochas sedimentares
vulcânicas quimiogênicas se formam como resultado da precipitação de íons contendo água
quente lixiviados de rochas vulcânicas; eles incluem jaspe, fosforita, depósitos de enxofre (S)
e minerais de ferro e manganês (Figura 7) (Macheyeki et al., 2020). Na Colômbia, exatamente
ao norte de Cocuy, são encontrados fosforitos acompanhados de sais, calcários, sílex e
arenitos quartzo (Gómez e Montes, 2020). Rochas metamórficas. As rochas metamórficas se
formam quando rochas preexistentes (protólitos) são submetidas a altas temperaturas, altas
pressões, fluidos quentes ricos em minerais ou alguma combinação desses fatores nas
profundezas da Terra ou onde as placas tectônicas se encontram (Macheyeki et al., 2020). O
protólito pode ser uma rocha sedimentar, uma rocha ígnea e até outra rocha metamórfica
mais antiga (Zhang, 2016). Os processos que criam rochas metamórficas frequentemente
progridem de maneira incremental, desde pequenas mudanças (metamorfismo de baixo
grau) até mudanças substanciais (metamorfismo de alto grau) (Tarbuck e Lutgens, 2005).
Através dos diferentes processos metamórficos (metamorfismo regional, térmico ou de
contacto e hidrotermal), a grande variedade de rochas originais e a sua composição resulta
TRADUÇÃO 10

num amplo espectro de tipos de rochas metamórficas (Schön, 2015;Tarbuck e Lutgens,


2005).

Figura 7. Exemplos de rochas sedimentares vulcânicas


A maioria das rochas metamórficas apresenta cristalização ideal, texturas compactas,
alta resistência e baixa porosidade e permeabilidade à água. Alguns são considerados com
isotropia homogênea (Zhang, 2016); No entanto, muitas rochas apresentam uma estrutura
típica com elementos orientados paralelamente, como eixos minerais, fraturas e fissuras que
resultam na anisotropia de certas propriedades físicas. Algumas rochas metamórficas são
ardósia, mármore, filito, xisto, gnaisse, skarn, quartzito, serpentinito e anfibolito (Figura 8)
(Schön, 2015).

Extensas áreas de rochas metamórficas surgem em todos os continentes como um


componente essencial de muitos cinturões montanhosos, onde constituem uma grande
porção do núcleo cristalino das montanhas (Tarbuck e Lutgens, 2005). Na Colômbia, filitos,
quartzo xistos sericíticos, cloríticos, anfibólicos e grafíticos e mármores do Cretáceo Superior
podem ser encontrados no departamento de La Guajira (Gómez y Montes, 2020).

Componentes minerais do material original. Os minerais são compostos inorgânicos de


ocorrência natural que possuem uma composição química distinta e um conjunto
tridimensional regular de átomos em uma estrutura cristalina. Podem ser classificados de
acordo com sua composição química e estrutura cristalina, ou se são primários (herdados do
material de origem sem alteração química), que tendem a dominar frações de tamanho mais
grosseiro, ou secundários (formados por intemperismo químico de outros pré- -minerais
existentes), sendo estes últimos os mais abundantes nas frações argila e silte fino. Cristais
em sólidos inorgânicos possuem estruturas de ligação nas quais O 2 é o ânion. Na verdade, o
oxiânion é o elemento mais abundante na crosta terrestre (≈47%) e, consequentemente,
quase todos os principais grupos de minerais do solo são sólidos iônicos nos quais o O 2 é o
ânion primário. Os cátions mais comuns nos solos são Si 4 + , Al 3 + e Fe 3 + , que são
circundados por ânions O 2 - formando diferentes estruturas.

Óxidos. Os minerais óxidos normalmente presentes nos solos compreendem óxidos,


hidróxidos, oxihidróxidos e óxidos hidratados de silício (Si), ferro (Fe), manganês (Mn),
alumínio (Al) e titânio (Ti). A maioria são minerais secundários formados durante o
intemperismo de minerais primários contendo Fe ou Al, enquanto o quartzo de óxido de Si e
alguns óxidos de Ti são predominantemente herdados de minerais primários (rochas
(Scheinost, 2005). Os cátions metálicos Fe 2+ , Mn 2+ , Ti 4+ , ​Al 3+ e Si 4+ são liberados dos
silicatos pelo intemperismo, e os cátions divalentes Mn e Fe são oxidados e hidrolisados,
precipitando quase exclusivamente como minerais óxidos . Al 3+ e Si 4+ têm forte tendência
a formar argilominerais secundários de aluminossilicato (Scheinost, 2005). São considerados
TRADUÇÃO 11

tecnossilicatos aqueles em que o oxigênio (O) forma uma unidade estrutural com o Si.

Muitos elementos formam óxidos minerais naturais. Em alguns O é combinado com um


único elemento, e muitos outros são formados a partir de dois ou mais elementos em
combinação com O. Neste último caso, elementos adicionais podem frequentemente entrar
na estrutura mineral para substituir aqueles que são característicos do mineral (Bowles,
2021b). Todos os óxidos têm uma solubilidade muito baixa em um pH comum do solo e,
portanto, são enriquecidos durante a pedogênese.

Os óxidos de Fe, Mn e Al podem exibir alta área superficial com sítios superficiais
reativos que se ligam fortemente a oxiânions e cátions metálicos, afetando a disponibilidade
e mobilidade de nutrientes vegetais e metais tóxicos. Alguns óxidos de Mn possuem forte
poder oxidante e podem degradar pesticidas orgânicos, diminuir ou aumentar a toxicidade de
metais pesados ​e contribuir para a formação de matéria orgânica do solo. Em contraste, os
cristais de quartzo de óxido de Si do tamanho de areia são quimicamente muito inertes
(Scheinost, 2005). As estruturas dos minerais óxidos comuns são apresentadas na Figura 9.

Figura 9. Estruturas de óxidos comuns


Fonte: Scheinost (2005).

Óxidos de ferro: Os óxidos de Fe são os mais abundantes nos solos e diferentes tipos
podem ocorrer dependendo do ambiente de intemperismo. O Fe é liberado pelo
intemperismo de silicatos contendo Fe (II) (biotita, piroxênio, anfibólio, olivina). Após
oxidação em Fe 3+ e hidrólise, a maioria do Fe precipita como óxidos de Fe(III) (apenas uma
pequena quantidade restante de Fe 2+ torna-se uma parte estrutural dos filossilicatos
pedogênicos). Sob condições óxicas, os óxidos de Fe são muito insolúveis, por isso são
enriquecidos durante a pedogênese. No entanto, dissolvem-se facilmente na redução das
condições do solo (Scheinost, 2005).

Os óxidos de Fe são componentes muito importantes na maioria dos solos, pois têm
grande influência nas propriedades químicas, físicas e microbianas (Singh et al., 2010). A
reação que resulta em Fe 2+ é impulsionada por microrganismos que metabolizam a
biomassa (CH 2 O) e transferem os elétrons liberados para Fe 3+, reduzindo-o assim a Fe 2+.
Portanto, a dissolução dos óxidos de Fe está relacionada à atividade microbiana. Esses
óxidos são comumente os pigmentos mais fortes no solo, e pequenas quantidades podem
transmitir cores vivas de vermelho, laranja, amarelo, marrom e até azul esverdeado
(Scheinost, 2005). Devido ao seu tamanho de nanopartículas (geralmente de 5 nm a 200 nm),
os óxidos de Fe possuem uma grande área superficial específica e superfícies altamente
reativas (Scheinost, 2005; Singh et al., 2010).
TRADUÇÃO 12

A goethita (α-FeOOH) é o óxido de ferro mais amplamente distribuído nos solos devido à
sua alta estabilidade. Pode ser encontrada em climas temperados a tropicais e semiáridos a
úmidos, conferindo aos solos uma coloração marrom a marrom-amarelada, embora, quando
a hematita está presente, o tom da goethita possa ser mascarado (Scheinost, 2005). A
formação de goethita é favorecida pela hidrólise lenta de cátions hidroxi Fe 3+ em baixa
temperatura. A distribuição da goethita no horizonte do solo indica, portanto, que este solo
se formou sob condições arejadas, temperadas e úmidas. Sua estrutura cristalina consiste
em cadeias duplas de octaedros com bordas compartilhadas que se unem a outras cadeias
duplas por meio do compartilhamento de vértices e por ligações de hidrogênio (H) (Figura
9A) (Scheinost, 2005).

A hematita (α-Fe 2 O 3 ) se forma em solos altamente degradados, mas também pode


ser herdada do material original em climas subtropicais ou tropicais (Scheinost, 2005).
Geralmente coexiste com a goethita, conferindo uma forte coloração avermelhada, e
comparada à goethita, a formação de hematita é favorecida pelo pH neutro, aumento da
temperatura do solo e diminuição da atividade de água. Sua estrutura cristalina consiste em
lâminas de octaedros que compartilham arestas, e ao mesmo tempo as lâminas são
conectadas por octaedros que compartilham arestas e faces (Figura 9B). O arranjo único de
faces compartilhadas e a resultante proximidade de centros vizinhos de Fe são responsáveis ​
pela cor vermelha deste mineral (Scheinost, 2005).

Ferriidrita (Fe 5 HO 8 . 4H 2 O) é um mineral de óxido férrico hidratado pouco cristalino


que forma uma proporção significativa de solos, especialmente solos formados em
condições frias e úmidas, e ocorre como produto do intemperismo pré-terrestre em
meteoritos (Bowles, 2021a ). Seu pequeno tamanho, alta área superficial e baixa
cristalinidade o tornam muito reativo e suscetível à dissolução. A formação de ferriidrita é
favorecida pela rápida oxidação e hidrólise do Fe 3+ na solução. Sua cor marrom
avermelhada é intermediária entre o vermelho da hematita e o marrom amarelado da
goethita; Na verdade, é um mediador na formação desses dois minerais.

A lepidocrocita (ϒ-FeOOH) é um polimorfo da goethita em que cadeias duplas de


octaedros de Fe são ligadas por bordas compartilhadas, resultando em folhas onduladas de
octaedros, com ligações de H entre as camadas (Figura 9C) (Bowles, 2021a;. Elas se formam
em solos anaeróbicos sazonais não calcários em climas temperados frios, sua cor é laranja e
são normalmente encontrados em concreções ou manchas (Scheinost, 2005).

A magnetita (Fe 3 O4) está entre os minerais acessórios mais amplamente encontrados
em rochas ígneas e metamórficas e se forma sob uma ampla gama de condições, sendo
estável em rochas ácidas com quartzo e em rochas básicas com olivina ( Bowles, 2021b).
Sua coloração pode ser preta ou vermelho-acastanhada, e como a magnetita nos solos pode
se alinhar com o campo magnético da Terra, sua presença, especialmente em solos
TRADUÇÃO 13

enterrados, é valiosa como ferramenta de datação (Scheinost, 2005). A oxidação deste


mineral ou o aquecimento (300-425 °C) de outros óxidos de Fe na presença de compostos
orgânicos forma a maghemita (Scheinost, 2005). Tanto a magnetita quanto a maghemita têm
a mesma estrutura de espinélio inverso, com camadas octaédricas e tetraédricas mistas ou
octaédricas empilhadas ao longo do ataque (Figura 9D).

Outros óxidos de Fe podem ser encontrados em ambientes extremos. É o caso da


feroxiita (∂'-FeOOH), da akaga-neita (β-FeOOHC), da schwertmanita (Fe 8 O 8 (OH) 6 SO 4 ) e
do óxido verde Fe II Fe III (OH) 4 Cl (Tabela 2). Raramente na redução do subsolo, de
fracamente ácido a fracamente alcalino.

Tabela 2. Outros minerais de óxido de ferro


Fonte: Scheinost (2005).

Óxidos de manganês: Os óxidos de Mn são mais complexos e menos conhecidos que os


óxidos de Al ou Fe. Uma das dificuldades no estudo dos óxidos de Mn pedogênicos é que
sua fraca cristalinidade torna difícil distinguir um óxido de Mn de outro, especialmente em
misturas. O Mn é liberado pelo intemperismo a partir de silicatos contendo Mn (II) (biotita,
piroxênio, anfibólio). Após a oxidação do Mn 2+ solúvel em Mn 3+ e Mn 4+, precipitam óxidos
de Mn preto-acastanhados de baixa solubilidade, que se redissolvem apenas sob condições
redutoras no solo. Assim como os óxidos de Fe, sua dissolução depende da atividade
microbiana (Scheinost, 2005).

Esses óxidos podem acumular uma ampla gama de outros elementos, como lítio (Li),
bário (Ba), arsênico (As), chumbo (Pb) e quase todos os metais de transição de primeira
linha. Esses elementos fazem parte da estrutura cristalina ou são fortemente adsorvidos na
grande superfície dos óxidos de Mn. Possuem forte potencial oxidante, portanto são capazes
de oxidar íons inorgânicos (por exemplo, Co 2+ , Cr 2+ , As 3+ ), aumentando ou diminuindo
sua mobilidade e toxicidade. Também são capazes de oxidar moléculas orgânicas,
melhorando a degradação de compostos antrópicos como os pesticidas. Além disso, os
óxidos de Mn catalisam reações de condensação, como a reação de Maillard. Portanto, estes
óxidos podem desempenhar um papel importante na formação abiótica de substâncias
húmicas (Scheinost, 2005).

Dos óxidos de Mn, a birnessita e a vernadita parecem ser os mais comuns, embora
todoroquita e litioforita também tenham sido relatadas em solos (McKenzie, 1989). Eles são
comumente encontrados como nódulos discretos que lembram fragmentos de pimenta preta
em solos úmidos que passam por períodos frequentes e alternados de oxidação e redução
(Scheinost, 2005).
TRADUÇÃO 14

Gibbsita (Al(OH) 3 ) é o óxido de Al polimórfico comumente encontrado em solos e


consiste em folhas de octaedros de Al(OH) 6 com compartilhamento de borda empilhados
ao longo do eixo c (Figura 9K) Scheinost, 2005). No solo, a gibbsita forma cristais laminados
espessos de cor azul transparente ou translúcida, verde, branco esverdeado, cinza ou branco
acinzentado e brilho vítreo. Nos saprólitos, os feldspatos (plagioclásio) podem ser
transformados diretamente em gibbsitas, mantendo a forma original dos cristais de
feldspato (pseudomorfos) (Scheinost, 2005). O Al(OH) 3 amorfo é mais comum em solos
menos degradados. Uma abundância de gibbsita em ambientes de latitudes médias pode
sugerir que o solo é bastante evoluído (Ogg e Baker, 1999).

Outros óxidos de Al polimórficos são bayerita, nordstrandita e doyleita, que diferem da


gibbsita em um arranjo ligeiramente diferente de grupos hidroxila. Enquanto a formação de
gibbsita é favorecida pela hidrólise lenta do Al e por um pH <6, a nordstrandita e a bayerita se
formam em pH neutro ou alcalino sob hidrólise rápida. Consequentemente, suas raras
ocorrências estão relacionadas a materiais calcários. A boemita (ϒ-AlOOH), que é
isoestrutural com a lepidocrocita (óxido de Fe) (Figura 9C), foi identificada em materiais
lateríticos e em bauxitas.

Pode ser formado a partir de gibbsita por diagênese ou alteração hidrotérmica


(Scheinost, 2005).

Diásporo (α-AlOOH) é um oxihidróxido isoestrutural com goethita (Figura 9A). Foi


identificado como um produto de intemperismo superficial formado pela dessilicação da
argila caulinítica. O corindo (α-Al 2 O 3), que é raramente encontrado, é isoestrutural com
hematita (Figura 9B) e pode ser derivado de rocha mãe contendo corindo ou formado pelo
aquecimento do solo em incêndios florestais (Scheinost, 2005). O corindo vermelho é
conhecido como rubi, e a variedade azul é conhecida como safira, e podem ser usadas como
pedras preciosas (Bowles, 2021a).

Óxidos de titânio: Os óxidos de Ti são comuns em muitas rochas e sedimentos ígneos e


metamórficos. Devido à sua resistência às intempéries, são frequentemente herdados dos
solos. No entanto, os óxidos de Ti também se formam no solo após o intemperismo de
minerais contendo Ti menos resistentes (biotita, anfibólio). Os minerais de óxido de Ti são
relativamente pesados, a sua concentração nos solos é geralmente baixa e, devido à sua
pequena área superficial, não contribuem significativamente para a reatividade do solo.
Somente em solos tropicais, onde se tornam cada vez mais enriquecidos durante a
pedogênese, foi observada alguma influência na retenção de fosfato e arseniato (Scheinost,
2005).

Dunas de areia antigas podem conter óxidos de Ti suficientes para serem extraídos
como fonte comercial de TiO 2 , que é usado para produzir tinta branca. Devido à sua
TRADUÇÃO 15

natureza recalcitrante, os óxidos de Ti podem ser utilizados como minerais de referência


para estudar o intemperismo e a gênese do solo (Scheinost, 2005). O óxido de Ti é
comumente usado em células solares, guias de ondas ópticas, filtros de interferência,
capacitores e sensores (Kishore Kumar et al., 2020). Os principais minerais encontrados nos
solos são rutilo (TiO 2 ), pseudorutilo (Fe 2 Ti 3 O 9 ), anatásio (TiO 2 ) e ilmenita (FeTiO 3 ).
Outros óxidos de Ti são brookita (TiO 2 ), akaogiita (TiO 2 ), riesita (TiO 2 ), ulvöspinel (Fe 2
TiO 4 ), titanomagnetita (Fe 3-x Ti x O 4 ), titanomaghemita (Fe 2-x Ti x O 3 ) e tistanita (Ti 2 O
3 ) (Bowles, 2021b; Scheinost, 2005).

O rutilo é a forma natural e estável mais comum de TiO 2, enquanto seus polimorfos
anatase e brookite são considerados metaestáveis ​(Shah et al., 2016). É um óxido
isoestrutural marrom-avermelhado com pirolusita e manganita que consiste em cadeias
únicas de octaedros de TiO 6 com compartilhamento de borda (Figura 9J) (Farjana et al.,
2021; Scheinost, 2005). Ocorre em rochas metamórficas como anfibolitos, eclogitos e
xenólitos kimberlitos. Nas rochas ígneas é encontrado como grãos dispersos muito
pequenos ou grandes cristais em pegmatitos, e também é observado como um mineral
detrítico em sedimentos (Bowles, 2021b). É um mineral residual comum que pode ser
encontrado nas frações de areia e silte de uma variedade de solos (Scheinost, 2005).

Anatase consiste em octaedros que compartilham arestas e cantos que delineiam uma
estrutura tridimensional, em vez de cadeias distintas (Figura 9L). Acredita-se que os cristais
laminados encontrados nos solos sejam um produto de titanita (CaTiSiO 5 ) e silicatos
contendo Ti. Este óxido é facilmente sintetizado à temperatura ambiente (Scheinost, 2005).

A ilmenita, junto com o rutilo, são as formas mais comuns e abundantes de óxido de Ti.
É uma areia mineral preta acinzentada, fracamente magnética, de forma sólida, e existe em
uma estrutura cristalina triangular quase isoestrutural com hematita, com metade dos
centros octaédricos ocupados por Fe 2+ e a outra metade por Ti 4+ (Figura 9B) (Farjana et
al., 2021; Scheinost, 2005). Sua oxidação leva ao pseudorutilo, e a oxidação adicional causa a
perda completa de Fe para formar um dos polimorfos do TiO 2 (Bowles, 2021b).

O pseudorutilo tem sido amplamente identificado em solos, principalmente como


produto de intemperismo da ilmenita. A própria ilmenita é relativamente instável nos solos,
pois se degrada facilmente em pseudorutilo e misturas de óxidos de rutilo, anatásio e Fe
(Scheinost, 2005).

Silicatos. Silicatos são minerais compostos de tetraedros de sílica, com cátions Si 4+


rodeados por quatro ânions O −. Diferentes silicatos possuem diferentes estruturas
cristalinas, fórmulas químicas e temperaturas de formação (Schaetzl e Anderson, 2005b).
Eles constituem mais de 90% das rochas expostas nas massas terrestres da Terra (Garrels e
Mackenzie, 1967). A maioria dos minerais primários que compõem essas rochas são
TRADUÇÃO 16

termodinamicamente instáveis ​sob pressão superficial ou condições de temperatura e,


portanto, são suscetíveis ao intemperismo químico (White e Buss, 2014).

Muitos dos minerais primários importantes do solo são silicatos, incluindo quartzo,
feldspatos, micas, piroxênios e anfibólios. Os silicatos primários são mais comuns na fração
areia, e a abundância relativa de cada um depende da composição do material original e do
grau de intemperismo. Os silicatos secundários (por exemplo, caulinita e esmectita) são
formados pelo intemperismo dos silicatos primários, e a maioria é abundante na fração
argila. Os minerais de silicato são classificados pelo número de ânions O 2− de canto que
cada tetraedro de sílica compartilha com outros tetraedros e pelo arranjo geométrico dos
tetraedros vizinhos (Figura 10). Nesossilicatos: Nesossilicatos (SiO 4 -) ou ortossilicatos
consistem em tetraedros SiO 4 independentes que não estão diretamente conectados ao íon
oxigênio mútuo apenas por cátions intersticiais (Figura 10A) (Haldar, 2020a). Os minerais
mais importantes dos nesossilicatos são mostrados na Tabela 4. As olivinas são
neosilicatos verdes nos quais Mg 2+ e Fe 2+ são coordenados octaedricamente por átomos
de O (Sparks, 2003). Eles são predominantes em rochas ígneas básicas (gabro, norito,
basalto), rochas ultramáficas e em alguns xistos cristalinos formados em camadas rochosas
profundas (Haldar, 2020a). Eles são formados pela cristalização do magma em altas
temperaturas (minerais pirogênicos) e são fontes de micronutrientes do solo (Haldar, 2020a;
Huang, 2018 Membros do grupo granada consistem em um tetraedro SiO 4

livres interligados por íons de vários metais divalentes e trivalentes. São resistentes ao
intemperismo e são frequentemente encontrados como componentes menores em
sedimentos clásticos e rochas sedimentares (arenitos) (Haldar, 2020a). As granadas têm
sido utilizadas como materiais abrasivos, filtros e pedras preciosas desde a Idade do Bronze,
e são amplamente distribuídas em rochas metamórficas (por exemplo, micaxisto, gnaisse,
skarn, córnea e eclogita) (Haldar, 2020a(Haldar, , 2020b Possuem cores diferentes
dependendo da sua composição química: vinho tinto (pirope), ouro (almandina), tijolo âmbar
(espesartina), amarelo terroso (grosularia), amarelo ou azul escuro (andradita) ou verde
(uvarovita).

O zircão contém regularmente uma pequena quantidade de háfnio (Hf), tório (Th), ítrio
(Y), Fe e urânio (U) e é geralmente fracamente radioativo (Haldar, 2020a). É um componente
de rochas ígneas e metamórficas e representa um ingrediente regular em sedimentos
clásticos. Sua cor varia entre incolor, amarelo-vermelho, marrom, azul e verde (Haldar,
2020a(Haldar, , 2020b. A titanita cristaliza no sistema monoclínico e é encontrada como um
cristal individual. Ocorre como mineral secundário ou acessório em migmatitos neutros ,
alguns xistos cristalinos e gnaisses (Haldar, 2020a).

Andaluzita, cianita e silimanita são modificações polimórficas de silicatos de Al com a


mesma fórmula. A cianita cristaliza no sistema triclínico, enquanto a andaluzita e a silimanita
TRADUÇÃO 17

o fazem no sistema ortorrômbico. Eles são encontrados no ambiente metamórfico de


sedimentos argilosos e são componentes minerais comuns e essenciais da córnea (Haldar,
2020a).

Sorossilicatos. Os sorosilicatos (Si 2 O 7 -) contêm pares de tetraedros que


compartilham um átomo de canto O (Figura 10B). Não há minerais petrogênicos
significativos entre os sorosilicatos, exceto epidoto, zoisita e vesuvianita. Epidoto (Ca 2 Al 2
(Fe 3+ ;Al)(SiO 4 ) (Si 2 O 7 )O(OH)) é um mineral silicato de cálcio (Ca) e Al, em que parte do
Al é substituída por Trivalente. Fé (Haldar, 2020a). Cristaliza no sistema monoclínico e é
produto da alteração hidrotermal e de origem metamórfica em xistos e mármores. Pode
apresentar cores verdes, amarelas e marrons com listras brancas acinzentadas (Haldar,
2020b;Haldar e Tišljar, 2014).

Zoisita (Ca 2 Al 3 (OH)Si 3 O 12 ) é um silicato de Al e Ca sem Fe que cristaliza em um


sistema ortorrômbico (Haldar, 2020a;Haldar e Tišljar, 2014). A ocorrência comum deste
mineral é na forma de agregados de granulação fina claro a cinza-azulado. Geralmente está
associado ao epidoto e albita no metamorfismo hidrotérmico do plagioclásio básico na
cristalização da fase pegmatítica do magma e no metamorfismo regional de rochas ricas em
Ca. A zoisita é um ingrediente essencial dos eclogitos de xisto verde e anfibolito (Haldar,
2020a). .

A vesuvianita (Ca 10 Al 4 (Mg,Fe) 2 Si 9 O 34 (OH) 4 ) é um mineral de composição


complexa que cristaliza no sistema tetragonal devido a impurezas isomórficas. Sua cor é
geralmente verde ou marrom e às vezes amarela, azul e vermelha. É formado por
metamorfismo de contato de argila calcária, dolomita e marga, e ocorre junto com granadas
em mármore durante a cristalização do magma (Haldar, 2020a).

Ciclossilicatos. Ciclossilicatos ou silicatos em anel têm tetraedros ligados com (Si x O


3x) 2x− ou uma proporção de 1:3. Eles são divididos em três grupos: três membros (Si 3 O 9),
quatro membros (Si 4 O 12) 82 e seis membros (Si 6 O 18) 122 anéis (Haldar, 2020a). Destes,
apenas o anel de seis membros possui minerais petrogênicos importantes (Figura 10C),
como berílio (Be 3 Al 2 (Si 6 O 18 )), cordierita ((Mg,Fe) 2 Al 3 (Si 5 AlO 18 ) ) e turmalina
((Na,Ca)(Al,Li,Mg) 3 (Al,Fe,Mn) 6 (Si 6 O 18 )(BO 3 ) 3 (OH 4 )) (Haldar, 2020a;.

O berílio ocorre geralmente em pequenos cristais hexagonais e se estende até vários


metros de tamanho (Haldar, 2020a). É formado como resultado da etapa pneumatolítica da
cristalização magmática e está localizado como pegmatito granítico, micaxisto, gnaisse,
calcário e minério de tungstênio (Haldar, 2020a(Haldar, , 2020b. O berilo puro é incolor, mas
geralmente contém impurezas. A preciosa qualidade dos berilos é conhecida como água-
marinha (azul), esmeralda (verde escuro) e morganita (rosa a vermelho) (Haldar, 2020a).
TRADUÇÃO 18

A cordierita cristaliza no sistema ortorrômbico e ocorre como cristais curtos e


agregados granulares (Haldar, 2020a). É encontrado principalmente em rochas
metamórficas e também ocorre em rochas ígneas contaminadas (por exemplo, cordierita
norita). O resfriamento e a regressão de cristais de cordierita são comuns e muitas vezes
levam a pseudomorfos que consistem em mica e clorita (pinita) (Alderton, 2021). A cor varia
do azul esverdeado ao azul lilás e azul escuro (Haldar, 2020a).

O grupo turmalina é tipicamente um mineral de pegmatitos graníticos, veios


pneumatolíticos e alguns granitos. Também é comumente encontrado em rochas
metamórficas como produto do metassomatismo de boro (B) ou como resultado da
recristalização de grãos detríticos do sedimento original. Nas rochas graníticas, as
turmalinas pertencem à série tarambola-elbaíta e são geralmente ricas em Fe (Howie, 2005).
A turmalina cristaliza no sistema trigonal e inclui séries isomórficas de minerais de silicato
de composição complexa e altamente variável, muitas vezes contendo B e Al. No entanto,
rochas contendo turmalina freqüentemente possuem sódio (Na) e Li, e uma porção de
magnésio (Mg) e Fe que é um substituto isomórfico para Mn e Ca (Haldar, 2020a). Sua
coloração pode ser preta, marrom, verde ou violeta com listras brancas (Haldar, 2020b).

Inossilicatos: Inossilicatos ou silicatos de cadeia têm cadeias interligadas de tetraedros


de silicato com uma proporção de SiO 3, 1:3 para cadeias simples (Figura 10D) ou Si 4 O 11 e
4:11 para cadeias duplas (Figura 10E) (Haldar, 2020a ;). Os minerais petrogênicos membros
do grupo piroxênio (insilicatos de cadeia simples) e do grupo anfibólio (insilicatos de cadeia
dupla) são apresentados na Tabela 5. As cadeias de piroxênio e as cadeias duplas de
anfibólio estão ligadas por vários cátions. A fórmula química geral dos piroxênios é R 2 (Si 2
O 6 ), e a dos anfibólios é R 14 ((OH)-4 Si 16 O 44 ). Nestas fórmulas, R é Mg, Fe 2+ ou Ca e,
em muitos casos, Al, Fe 3+ , Ti 3+ , Mn 3+ , Na, potássio (K) ou Li. A ligação entre os átomos
de O e os cátions que unem as cadeias é relativamente mais fraca do que aquela entre O e
Si. Portanto, a clivagem ocorre diagonalmente ao longo do cristal e não quebra as cadeias de
Si-O (Huang e Wang, 2005).

Tabela 5. Inossilicatos

Conjunto
Os ortopiroxênios são de origem pirogênica e ingredientes minerais regulares de rochas
máficas e ultramáficas (gabro, norito, peridotito e lercololita). O hiperstênio é frequentemente
encontrado em traquito e andesito, e pode ocorrer no processo metamórfico de contato e
metamorfismo regional como ingrediente de skarns e xisto cristalino (especialmente gnaisse
biotita e granulito piroxênio) (Haldar, 2020a).
TRADUÇÃO 19

Os clinopiroxênios são misturas isomórficas de vários membros finais diferentes e


normalmente possuem uma composição química muito complexa. Os piroxênios do grupo
diopsídio-hedenbergita apresentam coloração dependente da quantidade de Fe, Mg e Al. A
cor do diopsídio é verde claro e a da hedenbergita é verde escuro. O diopsídio pode surgir da
cristalização do magma e é um ingrediente comum em rochas ígneas neutras, básicas e
ultrabásicas. É frequentemente encontrado em mármore, córnea, xistos verdes e xistos
metamórficos de alto grau, especialmente micaxistos (Haldar, 2020a).

Nos piroxênios alcalinos, a jadeíta se forma em rochas metamórficas sob alta pressão e
temperatura relativamente baixa (Haldar, 2020a). Em seu estado puro sua cor é branca,
enquanto as cores verde e azul são atribuídas ao Fe 2+ e Fe 3+ que substituem o Al na
estrutura cristalina (Groat et al., 2014). Agirina ocorre como cristais prismáticos
monoclínicos verde-escuros e ocorre apenas em rochas ígneas ricas em álcalis,
principalmente sienito e traquito, e alguns granitos alcalinos (Haldar, 2020a). Espodumênio é
uma fonte primária de Li que pode ser incolor, amarelado, violeta, lilás, verde amarelado e
verde esmeralda com grandes cristais. É encontrada em depósitos pegmatíticos em
associação com outros minerais silicatados como feldspato, micas e quartzo (Bulatovic,
2015;Haldar, 2020a).

A onfacita é uma variedade de piroxênio verde escuro a verde claro e quase incolor, e
constitui um importante componente mineral da eclogita, ou seja, rochas metamórficas
formadas sob condições de alta pressão e temperatura. A volastonita é composta de silicato
de Ca do grupo dos inosilicatos, e a química é semelhante à dos ciclossilicatos. É um típico
mineral metamórfico de contato e, portanto, um ingrediente regular de rochas calcárias
argilosas modificadas que estiveram em contato com magma, especialmente mármore
volastonita, skarn e kornita (Haldar, 2020a).

Antofilita (anfibólio ortorrômbico) é o produto do metamorfismo de rochas ricas em Mg,


especialmente rochas ígneas ultramáficas e xistos dolomíticos impuros. Os anfibólios
monoclínicos geralmente constituem compostos isomórficos complexos com ampla
possibilidade de substituir vários íons diferentes, resultando em uma composição química
complexa. A cor dos anfibólios depende de sua química, principalmente do Fe; a tremolita é
geralmente branca (sem Fe ou em porção muito pequena), e a actinolita é verde (parte do Mg
é substituída por Fe). Hornblendas (ferro-hornblenda e magnésio-hornblenda) são
encontradas em quase todas as rochas e veios ígneos intrusivos e extrusivos e, em
particular, diorito, granodiorito, andesito, gabro, diabásio e pegmatito (Haldar, 2020a).

Nos anfibólios alcalinos, o glaucofano tem coloração azul, ocorre em altas pressões e
baixas temperaturas, e é um importante componente mineral das rochas metamórficas
(glaucofano xisto, alguns filitos e micaxistos). A riebeckita é encontrada em rochas ígneas
que cristalizam a partir de magma rico em sódio (traquito alcalino, sienito, riolito e granito).
TRADUÇÃO 20

Arfvedsonita é monocíclica cinza-preta e é produzida a partir de magma rico em sódio. É um


constituinte mineral do sienito alcalino, fonolito e seu pegmatito (Haldar, 2020a).

Tectosilicatos: Tecnossilicatos (SiO 2), silicatos estruturais ou óxidos de Si, possuem


tetraedros de sílica ligados cada um a quatro outros tetraedros. Todos os ânions O 2− em
cada tetraedro são compartilhados entre dois tetraedros para fornecer uma rede
tridimensional reticulada de tetraedros de sílica (Figura 10F). O quartzo é o tecnossilicato
mais conhecido e comum, que possui a fórmula SiO 2 . É principalmente um mineral primário
herdado do material original e geralmente está concentrado nas frações de areia e silte dos
solos, com menor frequência na fração de argila grossa (Scheinost, 2005). Sua pequena área
superficial, pequena quantidade de ligações reativas e falta de substituição isomórfica os
tornam quimicamente muito inertes. O quartzo tem a menor capacidade de troca iônica de
todos os minerais do solo (Scheinost, 2005).

Existem outros polimorfos de SiO 2 incluindo as opalas ou fitólitos biogênicos, tridimita


e cristobalita. No entanto, o quartzo é o mais estável na superfície terrestre, o mineral mais
comum nos solos e o segundo mineral mais abundante na crosta terrestre, superado apenas
pelos feldspatos (Allen e Hakel, 1989; Scheinost, 2005). Estruturalmente, o α-quartzo
consiste em cadeias helicoidais de pares de cantos que compartilham tetraedros de SiO 4,
que espiralam ao longo do eixo c, e as cadeias interligadas produzem canais hexagonais
abertos (Figura 9M). Já na cristobalita, os túneis são maiores (Figura 9N) e a densidade é
menor que a do quartzo (Scheinost, 2005). A Tabela 6 mostra minerais dos grupos feldspato,
feldspatóide e zeólita.

O grupo feldspato é o conjunto petrogênico de minerais silicatados mais importante


porque cobre quase 58% da crosta terrestre com altas proporções em rochas ígneas,
sedimentares e metamórficas (Haldar, 2020a). Estão presentes em praticamente todos os
sedimentos e solos em quantidades que variam com a natureza do material de origem e o
seu grau de intemperismo. Desempenham um papel fundamental na dinâmica global dos
macronutrientes K e Ca nos solos (Huang e Wang, 2005). Em sua estrutura, um ou dois em
cada quatro íons Si 4+ são substituídos por Al 3+, dando à estrutura uma carga líquida
negativa. Aqueles feldspatos nos quais Ca 2+ ou Na + equilibram a carga estrutural negativa
são conhecidos como plagioclásios. De acordo com o sistema de cristalização, os
feldspatos podem ser monoclínicos (ortoclásio e sanidina) ou triclínicos (microclina,
anortoclásio e plagioclásio). Podem ter cores rosa, branco, cinza ou marrom com veios
brancos (Haldar, 2020a(Haldar, , 2020b.

Os feldspatóides são um grupo de minerais tectosilicatos alcalinos e alumina-silicatos


que se assemelham ao feldspato, com estrutura diferente e muito pobres em teor de sílica e
elementos ricos em álcalis como Na, K e Li. A nefelina é o mais difundido de todos os
feldspatóides que cristaliza no sistema hexagonal, é encontrada em agregados granulares
TRADUÇÃO 21

compactos e pode ser de cor branca, amarela, cinza, verde e até avermelhada. É
característico de rochas alcalinas como sienitos e gnaisses nefelínicos, gabros alcalinos, em
rochas hipoabissais ricas em Na, tufos, lavas e pegmatitos, como produto do
metassomatismo sódico. Tem importância econômica como matéria-prima na indústria
química, no curtimento de couro, na fabricação de vidros, na cerâmica e em tintas (Haldar,
2020a). Por outro lado, a leucita é um mineral instável que é rapidamente destruído nos
minerais argilosos da superfície terrestre.

Tabela 6. Tectosilicatos

Fórmula de Grupo Mineral


Zeólitas são silicatos estruturais nos quais os tetraedros de sílica formam uma estrutura
mais aberta e menos uniforme do que a observada no quartzo ou nos feldspatos. Eles
podem se formar em basaltos e outras rochas ígneas máficas, bem como autogenicamente
em rochas sedimentares, particularmente aquelas derivadas de rochas vulcânicas, e podem
ser encontradas em uma variedade de ambientes de solo (Ming e Mumpton, 1989). Os
zeólitos são produtos de alteração comuns de cinzas basálticas e material palagonítico na
Terra e foram propostos como potenciais minerais portadores de água em Marte (Helbert et
al., 2015). Existem três usos principais de zeólitas nas indústrias: catálise, separação de
gases e troca iônica (Haldar, 2020a). Eles são usados ​para tratar águas residuais
contaminadas e como condicionadores de solo (Chowdhury et al., 2016). ) ou silicatos
folhosos são minerais argilosos secundários contendo tetraedros de sílica nos quais os três
íons O 2− na base de cada um são compartilhados entre dois tetraedros, e os tetraedros
ligados são dispostos para formar uma "folha" de anéis pseudo-hexagonais (Figura 10G).
Aqueles filossilicatos em que uma folha tetraédrica de sílica está ligada a uma folha
octaédrica são chamados de filossilicatos 1:1, o que significa que a célula unitária consiste
em uma folha tetraédrica e uma folha octaédrica. Em silicatos de camada 2:1, duas folhas
tetraédricas de sílica circundam ou intercalam uma folha octaédrica. Essas argilas 2:1:1 são
argilas 2:1 com uma camada intermediária de hidróxido (Tabela 7) Sparks, 2003

Fonte: Haldar (2020b, 2020a); Schaetzl e Anderson (2005b); Faíscas (2003).

Filossilicatos 1:1. Esses filossilicatos são constituídos pelo grupo caulim-serpentina, que
se divide em caulim dioctaédrico (caulinita, dickita, nacrita, haloisita) e serpentinas
trioctaédricas (antigorita, crisotila, lagarita). O grupo caulim implica um conjunto de
argilominerais reais de silicato de Al puro com grupos hidroxila, sendo o mais comum a
caulinita (Haldar, 2020a). Todos os membros do grupo do caulim possuem a mesma
composição química, portanto a principal diferença está na sequência de empilhamento das
TRADUÇÃO 22

camadas, que são encontradas principalmente em partículas muito pequenas (<2 μm) e
raramente são visíveis como cristais macroscópicos (Haldar, 2020a; Faíscas, 2003). A
caulinita é o único mineral com importância petrogênica e é produzida pelo intemperismo
químico de minerais silicatados de Al, como o feldspato, em rochas ígneas e metamórficas
sob a influência do CO 2 (Haldar, 2020a).

Já as serpentinas são formadas pela alteração hidrotérmica da olivina, piroxênio e


peridotito, sendo também encontradas em rochas ígneas e metamórficas ultramáficas. O
crisotila é composto por camadas 1:1 enroladas em fibras cilíndricas ou espirais e é
reconhecido por produzir fibras de amianto. Tanto a antigorita quanto a laizardita possuem
uma morfologia lamelar geral (Bailey, 1980). A lagardita é o mineral serpentino petrogênico
mais abundante e importante, tem cor verde maçã e é comumente encontrada em
associação com a crisotila. A cor característica da antigorita varia entre cinza claro, cinza ou
esverdeado, e muda de verde escuro para quase preto se parte do Mg isomórfico for
substituída por Fe (Haldar, 2020a).

O grupo esmectita-saponita inclui os subgrupos esmectitas dioctaédricas e saponitas


trioctaédricas. As esmectitas do solo tendem a se formar e persistir em solos ricos em sílica,
Mg 2+ e Ca 2+ . Esses íons móveis são encontrados em ambientes mal drenados e em
ambientes de baixa lixiviação com estações secas longas e intensas (Folkoff e Meentemeyer,
1985). A principal diferença entre a montmorilonita e as outras duas esmectitas
dioctaédricas (beidelita e não tronita) é que a substituição isomórfica nesses minerais ocorre
na folha tetraédrica (ou seja, Al 3+ substitui Si 4+) e não na folha octaédrica (Sparks, 2003).

A montmorilonita é a principal composição dos minerais argilosos em sedimentos e


partículas em suspensão. Os solos ou sedimentos que o contêm são reconhecidos como
bons adsorventes devido à existência de vários sítios ativos na superfície e sítios de troca
iônica (Saeedi et al., 2013). No grupo das saponitas trioctaédricas (seponita e hectorita),
embora o Mg domine os sítios octaédricos nesses minerais, ocorre uma substituição parcial
do Li + pelo Mg 2+ na hectorita (Madejová et al., 2017).

As micas têm sido um dos grupos minerais mais difundidos na litosfera. Este grupo
contém minerais que são ingredientes-chave de muitas rochas ígneas e metamórficas. Os
minerais primários do grupo das micas, especialmente a muscovita, são constituintes
regulares de rochas sedimentares clásticas, particularmente areia e arenito. Alguns tipos de
xistos cristalinos (micaxistos e filitos) são compostos quase inteiramente por mica. Nos
gnaisses, as micas são ingredientes comuns e muito importantes (Haldar, 2020a). Embora
existam muitos tipos de micas, apenas a muscovita e a biotita são comuns nos solos.

A moscovita é formada pela cristalização do magma a partir de gases quentes, vapores


(pneuma) e soluções quentes. É encontrada em granitos, pegmatitos, gnaisses e xistos, e
TRADUÇÃO 23

como rocha metamórfica de contato (Haldar, 2020a). A biotita é a segunda mica de solo
mais comum, embora possa ser localmente importante em solos jovens derivados de
material parental máfico. Em geral, é constituinte de muitas rochas ígneas, especialmente
pegmatito, granito, tonalito, granodiorito, diorito e sienito, e também faz parte do xisto
cristalino do grupo micaxisto e gnaisse (Haldar, 2020a; Schaetzl e Anderson, 2005b). A
moscovita e a biotita diferem por possuírem uma lâmina trioctaédrica na qual Fe 2+ é o
cátion octaédrico dominante. Fe 2+ dá à biotita uma cor mais escura que a moscovita e
também permite que a biotita se deteriore mais rapidamente.

Filossilicatos 2:1:1. O grupo clorito pertence a este tipo de filossilicatos e é composto


pelos cloritos dioctaédricos (donbassita e cookeíta) e pelo clorito trioctaédrico clinocloro
(Sparks, 2003). O clorito é geralmente um mineral argiloso instável, limitado a áreas com
solos pouco desenvolvidos derivados de materiais originais contendo clorito, ou em climas
frios onde o intemperismo é inibido (Yemane et al., 1996). É formado por processos
metamórficos regionais em temperaturas mais baixas e é um componente regular do xisto
metamórfico de baixo teor, particularmente clorito e xisto verde.

São ingredientes secundários regulares de rochas ígneas, resultantes de modificações


hidrotérmicas de minerais primários de Fe e Mg em temperaturas variando entre 50-400 °C;
principalmente, mica, piroxênio, anfibólio, granada e olivina. Esses minerais são comuns em
rochas sedimentares e geralmente em pequenas quantidades. Pode ser rapidamente
convertido em vermiculita, minerais em camadas mistas de esmectita com camadas
desordenadas de clorito de vermiculita e clorito de esmectita por intemperismo (Haldar,
2020a).

Cloretos. Os cloretos têm uma estrutura simples, com cada íon Na + coordenado
octaedricamente a seis ânions Cl - e cada ânion Cl - rodeado por seis ânions Na +. Os
cloretos são extremamente solúveis e ocorrem principalmente como crostas de sal na
superfície de solos áridos, particularmente aqueles derivados de material original salino ou
influenciados por águas salinas ou aerossóis (Doner e Lynn, 1989). Os minerais halita, silvita
e carnalita deste grupo contêm cloreto único com significado petrogênico (Haldar, 2020a).

Halite (NaCl) é a forma mineral do cloreto de Na e é comumente conhecida como sal-


gema. É incolor ou branco, mas também pode ser azul claro, azul escuro, violeta, rosa,
vermelho, laranja, amarelo e cinza dependendo da quantidade e tipo de impurezas. A silvita
(KCl) ocorre estreitamente com a halita como um ingrediente mineral essencial de
sedimentos de evaporito (depósitos de sal). Carnalita (KMgCl 3

. 6H 2 O) é incolor ou de cor branca a avermelhada pálida e pode ser encontrada junto


com halita e silvita (Haldar, 2020a).
TRADUÇÃO 24

Carbonatos. Carbonatos são sais de ácido carbônico caracterizados pela presença do


íon carbonato CO 3 2- (Haldar, 2020a). Os principais carbonatos encontrados nos solos são
aragonita e calcita (CaCO 3 ), magnesita (MgCO 3 ), dolomita (CaMg(CO 3 ) 2 ), anquerita
((Ca,Fe,Mg) 2 ( CO 3 ) 2 ), siderita ( FeCO 3 ) e rodocrosita (MnCO 3 ) (Haldar, 2020a;Sparks,
2003). Os importantes elementos minerais petrogênicos do grupo carbonato são os
carbonatos de Ca, Mg e Fe (aragonita, calcita e dolomita) (Haldar, 2020a).

A calcita é o carbonato de solo mais comum, um componente mineral do calcário, argila


e mármore. Pode ser pedogênica (formada em zonas radiculares onde as concentrações de
CO 2 são altas) ou herdada de materiais parentais calcários (Haldar, 2020a;. Além disso,
acredita-se que a dolomita do solo seja herdada de sedimentos calcários ou poeira eólica.
Finalmente, a aragonita, junto com calcita, é uma forma cristalina comum de carbonato de
cálcio que se forma por processos biológicos e físicos, incluindo precipitação em ambientes
marinhos e de água doce (Haldar, 2020a).

Sulfatos, sulfetos e fosfatos. Os sulfatos são sais de ácido sulfúrico que ocorrem como
os principais componentes dos sedimentos evaporíticos (Haldar, 2020a). O gesso (CaSO 4 •
2H 2 O) é o mineral sulfato mais comum em solos secos e pode ser herdado ou pedogênico.
É muito macio, branco ou incolor, e dependendo da mistura de matéria orgânica e argila pode
ser cinza ou marrom-acinzentado (Haldar, 2020a; Outros minerais deste tipo são anidrita
(CaSO 4 ) e barita (BaSO 4 ), que é amplamente utilizado na fabricação de papel, tintas,
material isolante para proteção contra radiação e também como lama de perfuração para
aumentar sua densidade (Haldar, 2020a).

Os minerais sulfetados são compostos de metais de transição com S. São muito


comuns e amplamente distribuídos como minérios e minerais petrogênicos, sendo os mais
importantes a pirita (FeS 2 ), a marcasita (FeS 2 ) e a pirrotita (FeS) ( Haldar, 2020a). A pirita
é o mineral de sulfeto mais comum nos solos e é rapidamente oxidada quando exposta ao ar
ou água rica em O (Doner e Lynn, 1989). Ocorre por cristalização de magma, soluções
hidrotermais, sedimentos em condições redutoras e processos metamórficos, é de cor
amarelo-latão e é encontrado como mineral formador de rocha em grãos cúbicos regulares e
grupos de agregados de granulação fina. A marcassita, por sua vez, é uma modificação
ortorrômbica da substância FeS 2 e geralmente está associada a rochas sedimentares na
forma de agregados esféricos (Haldar, 2020a).

Os fosfatos são sais do ácido fosfórico que não são abundantes nos solos, embora
apatita (Ca 5 (-F,Cl,OH)(PO 4 ) 3 ) tenha sido identificada em solos jovens. Em geral, os
minerais fosfato são menos solúveis que os carbonatos ou sulfatos (Haldar, 2020a;Lindsay
et al., 1989). A apatita é um mineral comum e frequentemente um ingrediente mineral
secundário em quase todas as rochas ígneas, especialmente pegmatita e rochas ígneas
máficas que se formam como veios. O principal uso da apatita é a fabricação de fertilizantes
TRADUÇÃO 25

e é fonte de fósforo (P); Também é ocasionalmente usado como pedra preciosa (Haldar,
2020a).

Alívio
O relevo pode ser definido como o conjunto de formas que a crosta terrestre (litosfera)
apresenta. As funções do solo que examinam os efeitos do relevo são chamadas de
sequências ou catenas, enfatizando o impacto da topografia. O termo “hidrosequência”
também é usado para este tipo de função do solo, especialmente quando o efeito da
profundidade no lençol freático é preocupante (Schaetzl e Anderson, 2005e). O relevo pode
ser classificado em diferentes tipos dependendo da escala espacial: mega, macro, meso,
micro e nanorrelevo.

Os megarrelevos possuem escala global e continental, e sobre eles há forte influência de


forças e processos geológicos. Nos macrorrelevos, de ordem regional, as geoformas podem
expressar a influência da litologia e/ou estruturas geológicas, gerando um relevo estrutural.
Os mesorrelevos correspondem a relevos locais; os microrrelevos, para complexos de
bancos, e os nanorrelevos, para casos como formigueiros (Jaramillo, 2002).

O fator relevo acarreta uma série de subfatores, entre os quais Jenny (1941) destacou os
efeitos da encosta e do lençol freático. Por sua vez, dentro deste último estão subfatores
como a umidade do solo, o grau de oxidação das águas subterrâneas e as diferenças de
vegetação (Daniels e Buol, 1992).

Brinco. A inclinação ou gradiente é o grau de inclinação que a superfície do terreno


apresenta em relação a um plano horizontal imaginário. De acordo com o percentual de
declividade e o formato do terreno, o relevo recebe diferentes nomes (Tabela 8). Em declives
inclinados, os solos tendem a desenvolver-se pouco, pois a quantidade de água presente é
pouca ou nenhuma, e como consequência o crescimento normal das plantas é afetado. Além
disso, a erosão acelerada em encostas íngremes traz consigo uma perda de volume, de
modo que os solos tendem a ser finos e, em alguns locais, emergem os horizontes B ou C.

Em contraste, os solos mal drenados e encharcados nas terras baixas são


frequentemente espessos e escuros como resultado da acumulação de matéria orgânica. O
terreno ideal para o desenvolvimento do solo é uma superfície plana ou ligeiramente
ondulada em terras altas, onde se encontra uma boa drenagem, erosão mínima e infiltração
suficiente de água no solo (Tarbuck e Lutgens, 2005).

O comprimento da encosta é um subfator de relevo que controla amplamente o


escoamento e a erosão acelerada da água no solo. Sob as mesmas condições climáticas e
litológicas, gradientes mais longos gerarão maior escoamento superficial e terão maior
TRADUÇÃO 26

probabilidade de produzir erosão do que gradientes mais curtos (Jaramillo, 2002).

Além disso, a orientação ou direção da encosta é outro subfator que impacta


indiretamente o solo através do seu efeito no microclima (Hunckler e Schaetzl, 1997). O
ângulo de incidência do sol varia de uma direção de encosta para outra devido às diferenças
na topografia local e ao subsequente sombreamento parcial da paisagem (Lee e
Baumgartnet, 1966). As latitudes equatoriais praticamente não são afetadas por este
fenômeno de sombreamento porque a radiação solar é recebida de ângulos tanto norte
quanto sul (e sempre muito próximos) do zênite celeste ao longo do ano. Em outras
latitudes, a direção do declive é um subfator muito importante para o desenvolvimento do
solo porque o ângulo solar é menor e o sol está sempre em um hemisfério (sul ou norte)
(Schaetzl e Anderson, 2005e). A diferença na quantidade de radiação solar recebida
produzirá variações na temperatura e umidade do solo, o que também pode influenciar a
natureza da vegetação e as características do solo (Tarbuck e Lutgens, 2005).

Clima
O clima é claramente um dos factores estatais mais importantes (Yaalon, 1983).
Contudo, as sequências climáticas (climasequências) em geral, pela sua própria natureza,
são difíceis de isolar. O factor climático foi originalmente definido como o clima regional,
embora seja evidente que o clima ao qual o solo reage é influenciado pela cobertura biótica
entre ele e a atmosfera, pela direcção da encosta, pela cobertura de neve e muitos outros
factores. Portanto, o clima do solo é muitas vezes muito diferente do clima atmosférico
regional (Schaetzl e Isard, 1991).

Em primeiro lugar, o clima raramente é independente da biota e, portanto, uma sequência


bioclimática é muito mais comum e mais fácil de encontrar do que uma sequência climática
pura. Em segundo lugar, pela sua própria natureza, o clima está sempre a mudar. Portanto, é
difícil saber realmente como os aspectos da variação climática ao longo da “sequência
climática moderna” existiram no espaço e na magnitude no passado geológico (Schaetzl e
Anderson, 2005e). Os fatores climáticos que influenciam a evolução do solo são
precipitação, temperatura, evapotranspiração e vento (Jaramillo, 2002; Schaetzl e Anderson,
2005e).

A temperatura e a precipitação são os factores climáticos que têm maior efeito na


formação do solo, uma vez que as suas variações determinam se predominará a
meteorização química ou mecânica, e também influenciam grandemente a velocidade e
profundidade da meteorização (Tarbuck e Lutgens, 2005). A temperatura – ou, nesse caso, a
radiação solar – tem uma influência menos óbvia nas propriedades do solo do que a
precipitação. A maior parte da radiação recebida é usada para evapotranspiração. Assim, o
efeito da temperatura na pedogênese é principalmente indireto, controlando a quantidade de
TRADUÇÃO 27

umidade disponível para os processos de formação do solo (Yaalon, 1983).


Pedogeneticamente, condições contrastantes de umidade e seca favorecem processos de
translocação no solo, enquanto condições de umidade permanente, sem saturação,
promovem transformações e perdas (Jaramillo, 2002).

Organismos
Os organismos desempenham um papel essencial na formação do solo, influenciando
suas propriedades físicas e químicas. Participam da decomposição e transformação da
matéria orgânica, do intemperismo dos minerais, da formação de agregados e da produção
de minerais (biomineralização). As comunidades do solo são sistemas hierárquicos onde
vários tipos de organismos habitam volumes criticamente diferentes de solo (FAO et al.,
2020). O número, a composição e a diversidade das espécies num determinado ecossistema
dependem de muitos factores, tais como temperatura, humidade, acidez, teor de nutrientes e
natureza dos substratos orgânicos (Orgiazzi et al., 2016a).

Embora o material original determine o tipo de solo e sua textura através do tamanho
das partículas primárias, a atividade biológica afeta diretamente a agregação dos grãos
minerais em unidades secundárias. A atividade e a diversidade da biota do solo são
essenciais para a estruturação do recurso, contribuindo assim para a sua formação e
regeneração (FAO et al., 2020).

De acordo com Swift et al. (1979), os organismos do solo podem ser classificados de
acordo com a largura do corpo. Este parâmetro varia de 20 nm (0,02 μm) a 20-30 cm (200-
300 mm), e tradicionalmente dá origem a quatro classes de tamanho: micro, meso, macro e
megafauna.

Microbiota e microfauna. A microbiota, incluindo vírus, bactérias, archaea e fungos (20


nm-10 μm) e microfauna como protozoários e nematóides (10 μm a 0,1 mm), vivem
principalmente em soluções do solo em água gravitacional, capilar e higroscópica, e participa
da decomposição da matéria orgânica do solo, bem como no intemperismo dos minerais
(FAO et al., 2020). Foi demonstrado que os microrganismos também desempenham um
papel essencial na produção de minerais (biomineralização).

Biointemperismo. O intemperismo mineral pelas comunidades microbianas é um


processo chave subjacente à formação do solo e aos ciclos biogeoquímicos globais. Ao
facilitar a dissolução dos minerais e a degradação das rochas, os microrganismos
potencializam a liberação de elementos de seus reservatórios geológicos e realizam
importantes transformações elementares (Samuels et al., 2020). Neste processo, as
bactérias destacam-se pela sua diversidade filogenética e metabólica, bem como pela sua
capacidade de adaptação e colonização de ambientes extremos não tolerados por outros
TRADUÇÃO 28

organismos e de desenvolver biofilmes (Gorbushina, 2007).

Há uma variedade de mecanismos que as bactérias podem usar para intemperizar


rochas e minerais. Estas incluem reações de oxidação-redução e reações de acidólise e
quelação (Samuels et al., 2020;Uroz et al., 2009). Alguns exemplos de bactérias que têm a
capacidade de solubilizar minerais são fornecidos na Tabela 9. Os fungos também
desempenham um papel importante no intemperismo dos minerais. Durante o intemperismo
biomecânico, podem penetrar nos minerais formando túneis e canais, enquanto no
intemperismo bioquímico mobilizam elementos contidos nos minerais por meio de acidólise,
complexolise, redoxólise e acúmulo de metais em sua biomassa (Bindschedler e Verrecchia,
2019). Os fungos micorrízicos (plantas simbiontes) têm a capacidade de intemperizar as
rochas para obter P, que fornecem à planta hospedeira, entre outros nutrientes e serviços, em
troca de carbono orgânico (C) fotossintetizado (Gadd, 2007).

Tabela 9. Bactérias solubilizadoras de minerais


Biomineralização. Uma grande variedade de minerais resulta de vias individuais de
biomineralização ligadas à filogenia e à atividade metabólica dos microrganismos envolvidos
(Minsky et al., 2002; Weiner e Dove, 2003). Os biominerais microbianos podem diferir de suas
contrapartes formadas inorganicamente em forma, tamanho, cristalinidade, composição
isotópica e de oligoelementos (Weiner e Dove, 2003). A microbiota, especialmente as
bactérias, produz minerais de duas maneiras diferentes: mineralização biologicamente
induzida (BIM) e mineralização biologicamente controlada (BCM). Os fungos, por sua vez,
interagem com o carbonato de cálcio por meio de biomineralizações, afetando assim a
reserva de carbono inorgânico (FAO et al., 2020). A Tabela 10 mostra alguns minerais
formados pela biomineralização microbiana e os organismos responsáveis. No BIM, a
nucleação e o crescimento de biominerais são processos extracelulares desencadeados pela
atividade metabólica do microrganismo (Heim, 2011; Lowenstam e Weiner, 1989). A
biomineralização ocorre devido a alterações no equilíbrio químico do ambiente circundante e
também pode estar relacionada com produtos metabólicos específicos. Os biominerais
resultantes normalmente apresentam baixa cristalinidade, são quimicamente heterogêneos e
estão frequentemente intimamente associados à parede celular.

Por outro lado, o BCM implica que o organismo controla ativamente o local de
nucleação, o crescimento, a morfologia e a localização final do mineral (Lowenstam e Weiner,
1989). Embora as formas de exercer o controle cristaloquímico sobre o processo de
mineralização possam variar muito entre as espécies, a característica comum do BCM é que
a formação mineral ocorre em um ambiente fechado e isolado (Heim, 2011).

Formação de matéria orgânica e agregados. A microflora, incluindo bactérias, fungos e


protozoários unicelulares, desempenha um papel ativo na decomposição de restos vegetais
TRADUÇÃO 29

e animais. No caso dos nematóides, como consumidores, são elos importantes para o fluxo
de C dos microrganismos e matéria em decomposição para animais em níveis tróficos mais
elevados (Ferris, 2010). Durante a formação da matéria orgânica do solo (MOS), nutrientes
como nitrogênio (N), P e S são incorporados à sua estrutura, que consiste em
aproximadamente 50-55% C, 5% H, 33% O, 4,5% N e 1% S e P. Além disso, outros metais e
micronutrientes como Ca, Zn e Cu estão presentes em quantidades muito menores (Horwath,
2007).

As substâncias húmicas são o maior componente da MOS (60%) e são consideradas


fundamentais para o ecossistema terrestre porque são responsáveis ​por um grande número
de reações químicas complexas no solo (Trevisan et al., 2010). Eles não podem ser
facilmente decompostos devido às suas interações íntimas com as fases minerais do solo e
são quimicamente complexos para serem utilizados por microrganismos. Uma das
características mais marcantes dessas substâncias é a capacidade de interagir com íons
metálicos, óxidos, hidróxidos, compostos minerais e orgânicos (Albers et al., 2008).

As bactérias, como principais heterótrofos do solo, desempenham um papel essencial


nas transformações de C e na ciclagem de nutrientes. Os quimioorganotróficos, como
decompositores, são caracterizados por sua capacidade de mineralizar compostos
orgânicos e pelo ciclo C. Enquanto isso, os quimiolitotróficos obtêm sua energia de
compostos inorgânicos e são os principais impulsionadores do ciclo de S, N, Fe e outros
elementos que transformam compostos inorgânicos em formas utilizável pelas plantas
(Madigan et al., 2015).

As comunidades bacterianas afetam diretamente a estrutura e funcionalidade do solo,


secretando substâncias poliméricas extracelulares (EPS), que se ligam às partículas e
melhoram a agregação do solo através de microagregados (Costa et al., 2018). O acúmulo
progressivo dessas substâncias em combinação com hifas fúngicas pode tornar-se blocos
de construção durante a formação de novos macroagregados no solo.

Os fungos, através de suas interações com as plantas e a ciclagem de C da cadeia


alimentar do solo, são os principais contribuintes para os estoques de C do solo em todo o
mundo e, como as bactérias, são importantes para imobilizar ou reter nutrientes no solo. Os
fungos saprófitos decompõem a matéria orgânica em biomassa fúngica, CO 2 e pequenas
moléculas, como ácidos orgânicos. Estes últimos ajudam a aumentar o acúmulo de matéria
orgânica rica em ácidos húmicos que é resistente à degradação e pode permanecer no solo
por centenas de anos (Ingham, 2000).

As comunidades fúngicas são essenciais para a formação dos agregados do solo por
meio de duas vias: física, na qual as hifas entrelaçam partículas menores do solo com
agregados maiores, e bioquímica, relacionada à proteína fúngica glomalina.fungos
TRADUÇÃO 30

micorrízicos arbusculares que permanecem no solo após a morte das hifas ( Rilig, 2004).

Num sentido lato, a atividade dos microrganismos no solo está intimamente ligada ao
clima. A baixas temperaturas ou em condições de elevada humidade, a decomposição
bacteriana é reduzida e a matéria orgânica acumula-se. Nas condições quentes e úmidas dos
trópicos, a atividade bacteriana e fúngica é intensa (Orgiazzi et al., 2016b).

Mesofauna. A mesofauna (0,1-2 mm) são microartrópodes (por exemplo, ácaros,


colêmbolos, proturanos, dipluranos, enquitraídeos, pseudoescorpiões, pequenas larvas de
insetos) que vivem em cavidades do solo cheias de ar e formam microagregados
coprogênicos (turfa sedimentar), aumentam a superfície de atividade interações bioquímicas
no solo e participam da transformação da matéria orgânica (FAO et al., 2020;Nielsen, 2019).
Os membros mais abundantes e diversos da mesofauna são os ácaros (Acari) e colêmbolos
(Collembola).

Os ácaros são principalmente detritívoros ou fungívoros, alimentando-se diretamente de


materiais orgânicos em decomposição ou de fungos e microorganismos que crescem neles,
e são, portanto, importantes na dispersão de agentes bacterianos e fúngicos de
decomposição orgânica que muitas vezes podem passar sem serem digeridos e são
dispersos através da deposição associada. de grânulos fecais (OConnor, 2009).

Contribuem para a fragmentação da serapilheira e produzem abundantes grânulos


fecais enriquecidos com nutrientes, envoltos em uma membrana peritrófica rica em quitina,
que se decompõem lentamente, persistem no perfil do solo por muito tempo, atuam como
fertilizante de liberação lenta e contribuem para o formação de agregados de solo estáveis ​
(Coleman, 2008;Hågvar, 2016;Maaß et al., 2015).

Colêmbolos são consumidores de hifas fúngicas, microalgas e/ou vegetação em


decomposição, embora algumas espécies possam se alimentar diretamente de material
vegetal. Eles aceleram a decomposição da MOS ao ingerir material orgânico e produzir fezes.
Eles alteram indiretamente o ciclo C, pois ajudam os microrganismos a decompor o material,
aumentando a área de superfície do material vegetal morto ingerido, para que fique mais
acessível ao ataque microbiano. Eles também podem inocular comunidades microbianas
diretamente no material para decompô-lo, contribuindo para a ciclagem de nutrientes. Da
mesma forma, influenciam a alteração da estrutura do solo através do esmagamento da
serapilheira, derretimento e outros mecanismos de desintegração (FAO et al., 2020).

Macrofauna. A macrofauna (2-20 mm) são grandes invertebrados (por exemplo,


minhocas, cochonilhas, formigas, cupins, besouros, aracnídeos, miriápodes, larvas de
insetos). Incluem transformadores de lixo, predadores, alguns herbívoros e engenheiros de
ecossistemas, que se movem através do solo causando perturbações e aumentando a
TRADUÇÃO 31

permeabilidade à água e o arejamento do recurso. Assim, criam novos habitats para


organismos menores. Suas fezes são focos de diversidade e atividade microbiana (FAO et
al., 2020;Orgiazzi et al., 2016a).

Minhocas, cupins e formigas são considerados engenheiros de ecossistemas que,


através de sua intensa atividade de escavação e alimentação, podem transformar
profundamente o ambiente circundante, resultando em mudanças marcantes na
biodiversidade do solo e nas funções associadas (Tondoh et al., 2019). Contribuem para a
agregação do solo e evitam a sua erosão.

Megafauna. Megafauna (> 20 mm) são vertebrados do solo que raramente excedem 1
kg de peso (Orgiazzi et al., 2016a;Swift et al., 1979) e criam heterogeneidade espacial na
superfície do solo e no seu perfil através do solo. e outros, 2020). Isto contribui diretamente
para o crescimento e a biomassa das plantas, e para a passagem de água e ar.

A megafauna é composta por mamíferos, entre os quais estão as toupeiras (Talpidae),


musaranhos (Soricidae) e alguns roedores como o rato-toupeira-pelado Heterocephalus
glaber (Bathyergidae) e o rato-toupeira Damara Fukomys damarensis (Bathyergidae).
Também inclui anfíbios como salamandras e cecílias (ordem Gymnophiona) e répteis como
cobras cegas e lagartos sem pernas. Alguns mamíferos, como lebres, coelhos, ouriços e
raposas, podem construir suas tocas no solo, mas não fazem parte da megafauna do solo.
Os vertebrados que podem ser incluídos na megafauna do solo são apenas aqueles que o
utilizam como habitat e local de alimentação (Orgiazzi et al., 2016a).

Pisos. As plantas contribuem para o desenvolvimento dos solos, fornecendo matéria


orgânica para decomposição e formação de agregados. O teor de MOS depende do tipo de
contribuição de materiais orgânicos ao referido solo, bem como da velocidade com que
estes se decompõem (Jaramillo, 2002). A decomposição pode ser vista como um processo
em cascata pelo qual o material orgânico morto primário sofre uma sucessão de
transformações físicas e químicas que levam à mineralização de parte do recurso e ao
armazenamento de compostos resistentes, como o húmus (Schaefer et al., 2009).) . A
formação de substâncias húmicas é o resultado de muitos eventos de oxidação e hidrólise
que criam materiais com maior teor de C e H e menor teor de O em comparação com o
tecido original animal, microbiano e vegetal (Horwath, 2007).

A maioria dos insumos vegetais são polímeros como celulose e lignina, que contêm
poucos nutrientes essenciais para facilitar a decomposição. Constituintes citoplasmáticos,
como açúcares, compostos amino e ácidos orgânicos, constituem até 10% do peso seco dos
resíduos vegetais (Horwath, 2007(Horwath, 2002). Proteínas e açúcares degradam-se
rapidamente e apresentam altas taxas de renovação, enquanto a renovação de polímeros
como como celulose, lignina e peptidoglicano, que requerem extensas séries de enzimas e
TRADUÇÃO 32

sucessão microbiana, apresentam taxas de renovação mais longas (Chesworth et al., 2008).
A lignina é provavelmente o principal precursor de substâncias húmicas, que, dependendo de
sua solubilidade, podem ser classificadas em ácidos húmicos (insolúveis abaixo de pH 2),
ácidos fúlvicos (solúveis em qualquer pH) e huminas (insolúveis em água) (Tranvik, 2014) Em
particular, são a parte do húmus mais resistente à decomposição.

A formação e estabilidade dos agregados do solo também estão relacionadas às raízes


das plantas. Por um lado, a formação é favorecida à medida que essas raízes passam pelo
solo, exercendo uma pressão considerável que força a união das partículas (Allison,
1973;Pérès et al., 2013). Num tal processo, embora seja possível que as raízes penetrem
ocasionalmente nos agregados e quebrem alguns deles, isto não parece ser um efeito
importante; seu crescimento ocorre principalmente entre esses elementos (Allison, 1973).

Por outro lado, a estabilidade dos agregados está relacionada com a diversidade
vegetal. Assim, pode ser favorecido por misturas de plantas com alta frequência de
gramíneas, que aumentam a biomassa das raízes, as concentrações de C orgânico no solo e
os microrganismos do recurso. Por outro lado, um ambiente com leguminosas pode ser
menos favorável (Pérès et al., 2013).

Além da biomassa radicular, outras características como densidade e diâmetro do


comprimento da raiz são importantes para a estabilidade dos agregados (Gyssels et al.,
2005;Pohl et al., 2012). Da mesma forma, o desprendimento das células da parede e a
secreção de polissacarídeos que auxiliam na ligação das partículas destacam-se como
contribuições das raízes para essa estabilidade (Allison, 1973).

Tempo
O tempo é um componente importante de todos os processos geológicos, bem como na
gênese dos solos, uma vez que a sua natureza é influenciada pela duração dos processos
pedogenéticos que atuam na sua formação. Assim, numa cronosequência, examinam-se
uma série de solos de diferentes idades para obter informações valiosas sobre a sua
evolução, nomeadamente as fases de desenvolvimento pelas quais podem passar. Ou seja, a
idade do solo é determinada diretamente pelo tempo em que os processos pedogenéticos
atuaram sobre ele. Como exemplo, a Figura 11 mostra uma representação esquemática de
como os perfis do solo mudam em função do tempo. Pedologicamente, “idade” e “grau de
evolução” não têm o mesmo significado. O desenvolvimento do solo pode ser tão sensível às
condições iniciais e tão afetado por pequenas perturbações no sistema que a variabilidade
no desenvolvimento aumenta dramaticamente ao longo do tempo (Phillips, 2001). Portanto,
solos de idades semelhantes podem ser radicalmente diferentes, mesmo no mesmo local,
reduzindo ainda mais a previsibilidade do fator tempo. Ao mesmo tempo, um solo mais
antigo não significa que seja mais evoluído, ou aqueles solos derivados de dois materiais
TRADUÇÃO 33

parentais com a mesma idade não têm necessariamente o mesmo grau de desenvolvimento
pedogenético (Jaramillo, 2002).

Para definir a idade do solo, outras idades devem ser diferenciadas e claras: a do
material de origem e a do relevo. Com base nisso, foi estabelecido que muito poucos solos
são anteriores ao período Quaternário (Buol et al., 1997), que é dividido em duas épocas:
Pleistoceno e Holoceno. Este último é o nome do intervalo mais recente da história da Terra,
no qual a civilização humana evoluiu, e considera-se que começou há 10.000 anos de
radiocarbono (14 C), com o fim do último período glacial (Camuffo, 2019; Gibbard e Cabeça,
2020).

Para recordar
A matéria-prima, o clima, o relevo (topografia), os organismos (seres vivos), ao longo do
tempo, são os fatores formadores do solo.

Processos pedogenéticos
O desenvolvimento estrutural e a expressão nos horizontes do solo envolvem uma
combinação de processos e mecanismos. Os processos pedogenéticos são então um
conjunto de reações complexas e rearranjos relativamente simples da matéria, sejam eles
simultâneos ou sequenciais, que dão origem a horizontes e outras características
morfológicas do solo (Buol et al., 1997). Em geral, a formação do solo é um fenómeno
irreversível, o que significa que um solo nunca regressa completamente ao seu estado inicial
durante o autodesenvolvimento e/ou evolução (Targulian e Krasilnikov, 2007).

Durante a pedogênese, os fatores formadores controlam o tipo de processos e a


intensidade com que atuam, enquanto os próprios processos formadores definem as
características e propriedades que irão diferenciar os diferentes solos (Jaramillo, 2002;
Ramírez, 2016). Os processos pedogenéticos do solo podem ser classificados em processos
globais que incluem adições, transformações, translocações e perdas (Simonson, 1959). Ao
mesmo tempo, os processos globais são moldados por processos específicos.

Adições ou ganhos são aqueles processos específicos em que ocorrem insumos para o
solo (contribuições). As transformações são mudanças nos componentes do solo em
relação às suas características originais. As translocações ou transferências envolvem a
movimentação de material dentro do solo, e as perdas são as saídas onde ocorre a extração
ou remoção total dos componentes do solo.
TRADUÇÃO 34

Aditivos
Lixo. É o acúmulo de resíduos orgânicos não decompostos na superfície do solo em
condições aeróbias (Targulian e Krasilnikov, 2007). Este processo leva à formação do
horizonte O, onde as camadas do solo são dominadas por matéria orgânica. Pode ser
observada em solos com camadas de serapilheira que se desenvolvem sob a cobertura de
florestas (Jaramillo, 2002).

Cumulização. Cumulização ou acreção é a incorporação superficial alóctone de


materiais minerais e orgânicos ao solo, independentemente do agente responsável pelo seu
transporte (Imbellone et al., 2010; Jaramillo, 2002). A cumulização é progressiva se as taxas
de adição permitirem a assimilação dos depósitos formando solos cumulicos, ou regressiva
se as taxas forem tão rápidas que impeçam a formação de horizontes, causando solos
enterrados (Imbellone et al., 2010; Lowe, 2000). Na construção do solo, cada incremento de
solo abaixo do horizonte A passou por processos característicos de todos os horizontes
acima dele (Almond e Tonkin, 1999).

Transformações
Humificação. A humificação ou melanização é o processo de transformação da matéria
orgânica bruta em húmus: uma substância coloidal marrom-escura altamente resistente,
resultante da produção de ácidos orgânicos pela microbiota do solo. Este processo promove
a formação do horizonte A.

Mineralização. A mineralização é definida como a conversão de biomassa em forma


gasosa, água, sais e minerais e biomassa residual. Isto leva à transformação de compostos
orgânicos em compostos inorgânicos e depende principalmente dos microrganismos do
solo. O carbono microbiano e o ciclo energético provêm exclusivamente do substrato
assimilado na biomassa para crescimento e respiração, enquanto o C é liberado para a
atmosfera na forma de dióxido de carbono e água (Kumari e Chaudhary, 2020). A
mineralização difere da humificação na medida em que a primeira provoca uma diminuição
da matéria orgânica do solo, enquanto a segunda gera um aumento.

Gleização. A palavra “gleização” vem do russo glei, que se refere à argila azul, cinza e
verde. Nesse processo, os compostos de Fe são reduzidos a uma forma ferrosa solúvel sob
condições de redução de O, o que resulta no desenvolvimento de um horizonte com
característica subordinada g em alguma parte do perfil, diferenciado por apresentar
coloração azulada ou acinzentada. (Singh e Chandran, 2015). As manchas do solo também
são geradas como consequência de más condições de drenagem, material de origem do solo
impermeável e níveis flutuantes do lençol freático (Jaramillo, 2002;Singh e Chandran, 2015).
TRADUÇÃO 35

Vermelhidão e escurecimento. Flushing ou rubifação é o processo de coloração


vermelha como resultado da formação de hematita. Está associado a climas com uma
estação longa e quente e seca. Os solos rubificados que hoje ocorrem em climas sem
período seco definido são evidências de climas anteriores com essas características
(Spaargaren e Deckers, 2005). Quando a cor do solo é marrom, resultado da união dos
óxidos de ferro com a matéria orgânica, é conhecido como escurecimento ou braunificação
(Jaramillo, 2002).

Fersialitização, ferruginização e ferralitização. O processo de fersialitização refere-se à


transformação do solo in situ com dessilicação moderada, o que leva à formação de argilas
e óxidos de Fe 2:1 (Chesworth, 2008; Targulian e Krasilnikov, 2007). É característico de
regiões de clima quente-húmido e contrastante, em que as estações frias e húmidas se
alternam com estações quentes e secas, como acontece na costa mediterrânica. Um
horizonte Bt é comum como resultado deste processo (Chesworth, 2008).

Se o intemperismo continuar, ocorre a ferruginização, onde os minerais herdados


(exceto o quartzo) são removidos e as argilas são transformadas em tipos 1:1. Há também
liberação de Fe, mas não de Al. Ocorre em zonas subtropicais úmidas e em zonas tropicais
com estação seca, mas menos acentuada que no processo anterior (Chesworth, 2008;
Sanzano, 2019).

Por fim, ocorre a ferralitização, fase terminal da evolução do solo que consiste em uma
transformação in situ com forte dessilicação, que prossegue para a formação de argilas 1:1 e
óxidos e hidróxidos de Fe e Al (Targulian e Krasilnikov, 2007). Há eliminação total de sais
solúveis, carbonato de cálcio, cátions e Si. Comumente, define o horizonte Bo diagnóstico
dos Latossolos (Sanzano, 2019).

Afrouxamento e endurecimento. A esponja ou afrouxamento ocorre quando há aumento


da porosidade do solo como consequência da atividade da flora ou da fauna, incluindo a
ação da humanidade. Também pode ocorrer devido a períodos alternados de congelamento e
descongelamento, ou devido à remoção de materiais por lixiviação. Por outro lado, o
endurecimento refere-se à diminuição do número de poros do solo como resultado da
compactação, colapso da estrutura, cimentação ou preenchimento de espaços com
partículas finas e outros materiais sólidos (Jaramillo, 2002).

Translocações
Eluviação e iluviação. Eluviação ou emigração é o processo de remoção (lavagem) dos
constituintes do solo em suspensão ou solução pela filtração da água das camadas
superiores para as inferiores, resultando em variações texturais que levam à diferenciação de
horizontes ou ao desenvolvimento do solo ( Singh e Chandran, 2015). Da mesma forma, leva
TRADUÇÃO 36

à formação de um horizonte álbico pertencente ao horizonte mestre E, comum em


Espodossolos, que ocorre na superfície do solo mineral ou próximo a ela, apresentando
coloração clara, muitas vezes esbranquiçada (Bockheim, 2014;Dorronsoro, 2012; Lin, 2012).

Na iluviação ou imigração ocorre a translocação dos constituintes do solo de um


horizonte para outro. O resultado é a formação de um horizonte B, especialmente um
horizonte Bt (acúmulo de argilas), seja argílico, kândico ou nátrico, frequente em Alfissolos,
Aridissolos e Argissolos (Jaramillo, 2002;Lin, 2012). Se o que se acumula é matéria orgânica,
podem formar-se horizontes espódicos (característicos dos Espodossolos), plácicos,
sombricos ou agrícolas (Jaramillo, 2002).

Salinização e dessalinização. A salinização e a dessalinização são os processos de


acúmulo e liberação, respectivamente, de sais solúveis no solo. O acúmulo de sais como SO
4 2, CaCl 2 e MgCl 2 forma um horizonte z, o que leva ao desenvolvimento de um solo salino.
Esses solos são formados em climas áridos e semiáridos, onde as perdas por evaporação
são maiores que a precipitação. Eles também se formam em áreas com águas subterrâneas
altas e salobras, terrenos depressivos e más condições de drenagem (Singh e Chandran,
2015). Estes processos são frequentemente encontrados em Aridissolos, Molissolos e
Alfissolos de climas secos (Jaramillo, 2002). Na dessalinização, a água desempenha um
papel essencial ao permitir a lavagem dos sais solúveis e a sua remoção do perfil.

Calcificação e descalcificação. O acúmulo e liberação de carbonatos de cálcio (CaCO 3 )


e carbonatos de magnésio (MgCO 3 ) no solo são conhecidos como calcificação e
descalcificação, respectivamente. O primeiro processo, tal como a salinização, é em grande
parte de formação de solo em regiões de clima seco, onde a evaporação excede a
precipitação, dando origem a um horizonte de cálcio (Bk) (Retallack, 2021;Singh e Chandran,
2015). Se este horizonte se cimentar, torna-se um horizonte petrocálcico (Jaramillo, 2002).

O carbonato aparece nos solos formando filamentos brancos e macios, nódulos brancos
e duros e bancos brancos espessos no solo. É característico de Aridissolos, mas também é
encontrado em alguns Molissolos, Andissolos, Vertissolos, Inceptissolos e Alfissolos
(Retallack, 2021). Em relação à descalcificação, esta ocorre em condições de maior
pluviosidade, onde o carbonato é totalmente eliminado do solo por lixiviação. Alcalinização e
descalinização. Alcalinização, solonização ou sodização é o processo de acúmulo de íons
sódio (Na+) ou no complexo de troca da argila, que resulta na formação de solos alcalinos,
também chamados de solos sódicos, solonetz, solos alcalinos negros ou salitre negro
(Sanzano, 2019;Singh e Chandran, 2015). A característica da cor preta se deve ao fato da
fração matéria orgânica se dispersar e formar crostas dessa cor na superfície do solo. Este
tipo de solos distribuem-se em diversas ordens: Alfissolos, Inceptissolos, Aridissolos,
Vertissolos e Molissolos (Sanzano, 2019). Para que ocorra a descalcificação, é necessário
um clima mais úmido do que na salinização para que ocorra a lavagem.
TRADUÇÃO 37

Lesivagem. Lessivagem, argiluviação ou ilimerização é a retirada da fração argila do


horizonte eluvial sob o impacto hidromecânico dos fluxos de água e sua translocação para o
horizonte iluvial sem alteração química dos minerais (Zaidel'man, 2007). Pode gerar
horizontes albicos, argílicos ou nátricos em Argissolos, Argissolos, Molossolos e Aridissolos
(Jaramillo, 2002). Para que o processo ocorra é necessária quantidade de água suficiente
para permitir a dispersão dos colóides, além de períodos alternados de umidade e seca. Não
ocorre em meios ácidos devido à ação floculante do Al 3+, nem em solos onde o material de
origem é rico em carbonato de cálcio, pois o excesso de íons Ca impede a dispersão coloidal
(Sanzano, 2019).

Pedodistúrbio. Pedodistúrbio ou edafoturbação é sinônimo de mistura de solo e,


dependendo do agente causal, é dividido em bioperturbação, crioturbação e argiloturbação
(argilas agitadas). Biodistúrbio refere-se à mistura causada pela escavação de animais ou
pelo crescimento de raízes de plantas; crioturbação, mistura de solos por congelamento e
descongelamento característico dos Gelissolos, e argiloturbação, mistura pela ação de
argilas que produz as propriedades dos Vertissolos. Jaramillo (2002) acrescenta o termo
“antroturbação” para se referir a todas aquelas misturas de materiais feitas pelo homem e
que podem formar horizontes plagenosos ou antrópicos, importantes em Inceptissolos e
Entissolos. Inclui atividades como mecanização e mistura de fertilizantes ou fertilizantes.

Podsolização. A podsolização ocorre através da produção de ácidos orgânicos solúveis


em materiais orgânicos na superfície, do movimento descendente desses compostos na
solução do solo e da formação de complexos com íons Al e Fe chamados quelatos (Thiffault,
2019). O processo de migração dos quelatos é conhecido como queluviação, e seu acúmulo
forma um horizonte espódico (iluvial) em profundidade (Sanzano, 2019). Este movimento
deixa um horizonte cinzento semelhante a cinzas sem os seus silicatos primários no
horizonte eluvial, razão pela qual o solo é denominado “podsol”, que significa “abaixo das
cinzas” em russo (Singh e Chandran, 2015; Thiffault, 2019). Este termo refere-se ao Spodosol
na classificação taxonômica americana (Thiffault, 2019).

Os factores favoráveis ​para o desenvolvimento deste processo incluem um clima frio e


húmido, vegetação ácida, como coníferas, e material parental arenoso (silício). A mistura
desses fatores permite o acúmulo de serapilheira que se decompõe lentamente, com
presença de água suficiente para filtrar pela superfície do solo e um material que permite a
lixiviação (Singh e Chandran, 2015;Thiffault, 2019).

Resilicação e dessilicação. A ressilicação ou silicificação refere-se à adição de Si às


estruturas argilosas, que sofrem uma transformação posterior. Se o Si acumulado cimentar,
um horizonte subterrâneo pode se formar com ou sem agentes cimentantes auxiliares
chamados duripan (Dorronsoro, 2012; Jaramillo, 2002). No caso da dessilificação, é o
processo de retirada de Si de alguma porção do solo e favorece o acúmulo de óxidos de Fe
TRADUÇÃO 38

(fersialitização), Al (alitização) ou ambos (ferralitização).

Perdas
Erosão. A erosão envolve o desprendimento de material do solo, seu transporte e
posterior deposição. Dependendo do agente causador, divide-se em erosão hídrica (água),
erosão eólica (vento) e erosão gravitacional (gravidade). Na erosão hídrica, a chuva
desempenha um papel importante e, por sua vez, produz outros quatro tipos de erosão:
salpicos, laminares, sulcos e ravinas. Os processos de erosão hídrica e gravitacional são
favorecidos por gradientes acentuados do terreno. Por outro lado, a erosão eólica e hídrica é
eficiente em áreas secas com vegetação esparsa.

Lixiviação. Lixiviação ou lavagem é a remoção de materiais do solo em solução. Este


processo é responsável pela dessalinização, descalcificação e dessalinização, e é favorecido
por condições climáticas úmidas onde a precipitação excede a evapotranspiração,
permitindo que a água resultante se mova pelo solo.

Os processos pedogenéticos também podem ser agrupados em termos de tempos


característicos. Com base nisso, Targulian e Krasilnikov (2007) classificam-nos em três
classes: rápida (10 1 -10 2 anos), velocidade média (10 3 -10 4 anos) e lenta (10 5 -10 6 anos)
(Tabela 11) . Humificação, menosivagem, fersialitização, cimentação de Fe e Si,
alcalinização, descalcificação, podsolização.

Lento 10 5 -10 6 Ferralitização, dessilificação, alitização, petrocementação.

Fonte: Targulian e Krasilnikov (2007).

Para recordar
A combinação de fatores formadores de solo em diferentes ambientes desencadeia
inúmeros processos pedogenéticos que resultam em diferentes tipos de solo, razão pela qual
em cada local existe um tipo de solo específico e único.

Morfologia do solo
Os solos são sistemas muito complexos com propriedades variáveis, diversas e
dinâmicas, tanto no espaço como no tempo. Nesta seção serão estudadas as propriedades
envolvidas nas funções do solo, que lançarão luz sobre o universo que existe sob nossos
pés.
TRADUÇÃO 39

A morfologia do solo é definida como o ramo da ciência do solo preocupado com a


descrição, utilizando terminologia padrão, da organização espacial in situ e das propriedades
físicas do solo, independentemente do uso potencial (Owens e Rutledge, 2005). Cada solo
tem uma morfologia distinta e as mudanças ocorrem ao longo de caminhos evolutivos que
diferem de um clima para outro. A descrição dos solos inclui propriedades como textura,
estrutura, porosidade, densidade aparente, consistência, cor e pH. Uma descrição objetiva e
completa do solo é essencial porque serve de base para sua identificação, classificação,
correlação, mapeamento e interpretação.

O conjunto de características indicadas descreve os diferentes níveis ou estratos


horizontais que se formam no solo como resultado dos fatores e processos formativos.
Esses níveis são conhecidos como horizontes do solo, e as propriedades de cada um
diferem entre os estratos superiores e inferiores.

Textura
A textura do solo refere-se à proporção relativa das frações areia (0,063-2,0 mm), silte
(0,002-0,063) e argila (≤ 0,002 mm) (Figura 12). Esta é uma característica muito estável que
influencia as propriedades biofísicas do recurso e está inter-relacionada com a sua
fertilidade e qualidade a longo prazo (Upadhyay e Raghubanshi, 2020). Embora vários
sistemas tenham sido utilizados para classificar os solos de acordo com a textura, o
triângulo textural proposto na Figura 13 com base no Departamento de Agricultura dos
Estados Unidos (USDA) representa a terminologia mais utilizada para as proporções de areia,
silte e argila. Em todos os sistemas de classificação textural, a soma de todas as partículas
(em peso) menores ou iguais a 2 mm é igual a 100%. As classes que são completamente
dominadas por uma fração de tamanho recebem o nome dessa fração (por exemplo, areia).
Por outro lado, se as classes tiverem proporções diferentes de areia, silte e argila, elas
recebem nomes compostos (por exemplo, franco-argiloso) (Figura 13B).

Estrutura
Estrutura refere-se ao arranjo das partículas primárias do solo (areia, lodo, argila) em
agregados naturais, também chamados de peds ou unidades estruturais. Essas partículas se
ligam umas às outras através da floculação, um processo mediado principalmente por
forças eletrostáticas entre as partículas carregadas negativamente e os cátions do solo (por
exemplo, Na + , K + , Mg 2+ , Ca 2+ , Al Sumner e Naidu (1998) relataram que o poder de
floculação relativo entre os cátions citados é variável, sendo assim o Na + apresenta o menor
valor (1,0), seguido do K + (1,7), Mg 2+ (27,0) e Ca 2+ (43,0). pode-se dizer que Ca e Mg são
bons floculantes. Ao mesmo tempo, a estabilidade dos agregados (dispersão e floculação)
depende do equilíbrio entre os cátions Ca e Mg. (Ca 2+ , Mg 2+ ) e Na + , bem como a
TRADUÇÃO 40

quantidade de sais solúveis no solo. As partículas do solo irão flocular se as concentrações


de Ca 2+ + Mg 2+ aumentarem em relação à concentração de Na + , e a dispersão ocorrerá
se as concentrações de Ca 2+ + Mg 2 + diminui em relação ao Na +. No caso dos sais
solúveis, se aumentarem, ocorrerá floculação, mesmo que haja muito Na, enquanto poderá
ocorrer dispersão se a quantidade de sais solúveis no solo for reduzida.

A formação de agregados também pode ocorrer fisicamente pela ação de hifas fúngicas
e raízes de plantas: quimicamente, por precipitados (por exemplo, cimentação);
biologicamente, por metabólitos microbianos (polissacarídeos) e como consequência de
períodos de umedecimento e secagem.

Um solo não perturbado forma vários níveis de estrutura, que podem ser divididos em
primário, secundário e terciário. As primárias são as unidades estruturais básicas usadas nas
descrições morfológicas. Agregados secundários ou compostos podem ser definidos como
o tamanho, forma e disposição dos agregados primários, seus vazios interpedais e
características pedológicas interpedais associadas em um material de solo. Terciário refere-
se ao tamanho, forma e disposição dos agregados secundários de um material sol (os
agregados compostos que resultam do empacotamento de agregados primários), seus
vazios interpedais e as características pedológicas interpedais associadas (Owens e
Rutledge, 2005).

Ao mesmo tempo, diferentes tipos de estruturas são reconhecidas nos solos de acordo
com as suas formas básicas (Figura 15). Em solos sem unidades estruturais (Figura 15A),
encontram-se grãos únicos totalmente incoerentes (por exemplo, areia solta), e estruturas
maciças que possuem material em massa coerente - não necessariamente cimentada -
apresentam espaços vazios muito pequenos e, portanto, pouco espaço para ar ou água
(Schoeneberger et al., 2012). As estruturas pedogênicas incluem unidades estruturais
naturais, como granular, lenticular, lamelar, em cunha, prismática, colunar e em bloco (Figura
15B). A estrutura granular é constituída por pequenos poliedros com faces curvas ou muito
irregulares. A estrutura do bloco é dividida em angular (poliedros com faces que se cruzam
em ângulos agudos, ou seja, planos) e subangular (poliedros com faces subarredondadas e
planas que não possuem ângulos agudos). No lenticular, existem peças sobrepostas em
forma de lente, geralmente paralelas à superfície do solo, espessas no centro e estreitas nas
bordas, formadas por processos de geada periglacial ativos ou relíquias. Este último é mais
comum em solos com capacidade de retenção de água moderada a alta em condições
úmidas.

Figura 15. Tipos de estrutura do solo


A estrutura laminar possui unidades planas e em forma de placa. A estrutura em forma
de cunha é composta por lentes elípticas entrelaçadas que terminam em ângulos agudos,
TRADUÇÃO 41

limitados por lados lisos. As estruturas do tipo prismático são alongadas, com topos planos
e, por último, a estrutura colunar são unidades alongadas verticalmente com topos
arredondados que são comumente “caiadas” (Schoeneberger et al., 2012).

Solos sem unidades estruturais, sejam maciços ou de grãos únicos, são encontrados
principalmente no horizonte C. Estruturas do tipo granular apresentam grande ocorrência no
horizonte A, e do tipo laminar, no horizonte E, enquanto no horizonte B. Unidades estruturais
de os tipos prasmático, colunar, cunha e bloco são os mais comuns (McGahan, 2007). Assim
como a textura, a estrutura determina, entre outras propriedades, a porosidade do solo.

Porosidade
A relação entre o volume dos espaços vazios de um solo e seu volume total é chamada
de porosidade. Um solo com 40% de porosidade tem 40% do seu volume total composto por
poros, e solos com poucos vazios ou poros são considerados densamente compactados.
Esses poros permitem a movimentação de ar, água e microorganismos através do solo. Os
poros encontrados entre os agregados são chamados de interagregados, enquanto os
encontrados dentro dos agregados são conhecidos como intraagregados (Figura 16) (Pepper
e Brusseau, 2019).

Figura 16. Espaços porosos do solo


Fonte: elaboração própria com base em Selker e Or (2019).

Os poros podem ser agrupados de acordo com seu diâmetro em macroporos (> 30 μm),
mesoporos (0,2-30 μm) e microporos (<0,2 μm) (Kay e VandenBygaart, 2002). Fluidos (gases
e líquidos) movem-se através de poros grandes com mais rapidez e eficiência do que através
de poros pequenos, embora a conectividade e a tortuosidade dos poros também sejam
propriedades importantes que afetam as taxas de fluxo (Schaetzl e Anderson, 2005c).

Além disso, grande parte do crescimento da raiz começa nesses poros. Os mesoporos
são particularmente importantes para armazenar água para o crescimento das plantas,
enquanto os microporos retêm água por longos períodos de tempo devido à tensão
superficial e à força da matriz, mas o líquido não está disponível para as plantas (Kay e
VandenBygaart, 2002; Schaetzl e Anderson, 2005c). .

O tamanho dos poros é mediado principalmente pelo tamanho das partículas que
constituem o solo. Por exemplo, solos arenosos possuem macroporos, enquanto solos
argilosos possuem microporos. A atividade biológica também é responsável pela formação
de poros (bioporos), principalmente pela atividade dos engenheiros ecossistêmicos (vermes,
TRADUÇÃO 42

cupins e formigas).

Os poros também podem ser classificados de acordo com seu formato em tubulares,
vesiculares, dendrítico-tubulares, irregulares e intersticiais (Figura 17). Os poros tubulares
são orifícios cilíndricos alongados (por exemplo, túneis de verme). As vesiculares são ocas,
ovóides a esféricas, comuns em ambientes áridos e semiáridos (por exemplo, pseudomorfos
solidificados de bolhas de gás aprisionadas concentradas sob uma crosta). Os poros
tubulares dendríticos são cavidades cilíndricas, alongadas e ramificadas (por exemplo,
canais radiculares vazios). Irregulares são câmaras ou cavidades não conectadas, e
intersticiais são simplesmente lacunas entre partículas ou fragmentos de rocha
(Schoeneberger et al., 2012).

A porosidade do solo determina sua permeabilidade, ou seja, a capacidade do solo de


permitir a movimentação de um fluido. Aqueles que são permeáveis ​permitem rápida troca e
movimento da solução do solo através de poros interligados. Portanto, existem dois fatores
que contribuem para elevadas permeabilidades do solo: o tamanho dos poros e a sua
interligação. Assim, muitos solos argilosos têm grandes quantidades de espaços porosos,
mas são permeáveis ​muito lentamente porque os poros são demasiado pequenos para
conduzir água e gases a uma taxa rápida (Schaetzl e Anderson, 2005c). A permeabilidade é
medida como um comprimento por unidade de tempo (por exemplo, mm/hora).

Densidade aparente
O oposto da porosidade do solo seria o volume ocupado por materiais clásticos e outros
sólidos, que é chamado de densidade aparente, que nada mais é do que o peso seco do solo
por unidade de volume total, expresso em g/cm 3 ou kg/m3 . Assim, o volume total do solo
representa o volume combinado de sólidos e espaço poroso. A densidade aparente é
influenciada pela textura do solo, bem como pela sua estrutura, teor de matéria orgânica,
umidade e grau de compactação.

Teoricamente, um solo sem vazios teria uma densidade aparente de aproximadamente


2,65 g/cm 3 porque a densidade de partículas da maioria dos minerais formadores do solo
varia entre 2,65-2,70 g/cm 3 (Schaetzl e Anderson, 2005c). Nesse caso, como apenas a
massa das partículas sólidas é levada em consideração, é chamada de densidade real.

A densidade aparente é utilizada como indicador de compactação do solo, pois reflete


sua capacidade de funcionar como suporte estrutural e garantir a movimentação de água, ar
e solutos. A Tabela 12 indica limites de densidade aparente acima dos quais as funções do
solo seriam afetadas de acordo com sua textura, e ao mesmo tempo é feita uma relação
com os valores críticos de porosidade e permeabilidade.
TRADUÇÃO 43

Tabela 12. Faixa crítica de densidade aparente, porosidade e permeabilidade de solos


com problemas de compactação

Consistência
Consistência é o grau e tipo de coesão e adesão que o solo apresenta e/ou sua
resistência à deformação ou ruptura sob tensão aplicada (Schoeneberger et al., 2012). A
água desempenha um papel essencial nesta propriedade porque depende em grande parte
do teor de umidade. A avaliação mais comum para estabelecer a consistência do solo é a
resistência à ruptura, que é dividida em dois tipos de estimativas: uma para blocos ou torrões
e outra para crostas superficiais ou placas de solo (Figura 18). Dependendo da força
necessária para romper um bloco ou torrão, seja ele seco ou úmido, ou da coluna de
cimentação, a consistência recebe diferentes nomes (Tabela 13). O mesmo acontece com
crostas superficiais ou placas de solo (Tabela 14). Os agentes cimentantes, também
chamados de agentes cimentantes resistentes à ruptura, são compostos por carbonatos,
gesso, húmus, ferro e sílica (SiO 2 ) (Schoeneberger et al., 2012).

Cor
Verificou-se que a cor é a propriedade do solo que mais reflete o seu ambiente e história
pedogenética, razão pela qual é utilizada para inferir os processos que intervieram na sua
formação (Owens e Rutledge, 2005; Rowe, 2005). Os pigmentos do solo provêm
principalmente da matéria orgânica, Fe e, em menor proporção, Mn. As cores escuras
geralmente implicam matéria orgânica, embora as concreções de Mn sejam geralmente
pretas. As cores vermelhas são devidas a vários minerais contendo Fe (Owens e Rutledge,
2005; Schaetzl e Anderson, 2005c). Vermelhos e marrons brilhantes (alto croma) estão
geralmente associados a solos de terras altas bem drenados, onde as condições são
oxidantes. Condições anaeróbicas prolongadas, típicas de solos úmidos ricos em matéria
orgânica, desenvolvem cores cinza opacas e cromas baixos (Schaetzl e Anderson, 2005c).

Quando nenhum agente cobre os grãos minerais, sua cor natural é exibida, sendo em sua
maioria cinza (Owens e Rutledge, 2005). Somente nos horizontes E os materiais do solo são
tão limpos que a cor dos minerais primários é visível. Como a maioria dos solos é dominada
por quartzo, pelo menos na fração areia, e esta é predominantemente branca ou rosa claro,
os horizontes E são brancos ou quase brancos (Schaetzl e Anderson, 2005c). Solos com
áreas superficiais baixas, ou seja, de textura grossa (areias), colorem com mais facilidade e
rapidez. Da mesma forma, os horizontes arenosos são desprovidos de pigmentos mais
rápida e facilmente, o que explica porque os horizontes E se formam mais rapidamente em
solos arenosos do que em solos argilosos.
TRADUÇÃO 44

Os pisos podem ter cores uniformes ou manchadas devido a diferentes tipos de


revestimentos ou variações no grau (completude) do revestimento. O termo “manchado”
também se refere a características redoximórficas (RMF), importantes para a compreensão
da gênese dos solos; no entanto, não infere nenhum processo pedogenético (Owens e
Rutledge, 2005). FMRs são padrões de cores em um solo causados ​pela perda
(esgotamento) ou ganho (concentração) de pigmento em comparação com a cor da matriz
formada pela oxidação/redução de Fe e/ou Mn juntamente com sua remoção, translocação
ou acúmulo. Também pode ser uma cor da matriz do solo controlada pela presença de Fe 2+
. Geralmente, eles ocorrem em um ou mais destes ambientes: 1) na matriz do solo não
relacionada a superfícies de agregados ou poros, 2) em ou abaixo de superfícies pedregosas,
3) como poros preenchidos, revestimentos de poros. ou abaixo da superfície dos poros (
Schoeneberger et al., 2012).

As manchas podem aparecer no solo em diferentes formatos: cúbicas, cilíndricas,


dendríticas, irregulares, lenticulares, pendulares, lamelares, reticulares, rosetas, esféricas e
em linha (Figura 19). Halite é um exemplo de forma cúbica no solo; O cilíndrico pode ser
encontrado nos buracos de vermes e tocas de insetos preenchidos, e o dendrítico, nos canais
radiculares vazios que são posteriormente preenchidos. O gesso pode assumir formato
lenticular ou roseta; A forma pendular pode ser dada por CaCO 3 , CaSO 4 ou SiO 4 , e a
forma reticular é comum na plintita. Os esféricos podem aparecer como “tiros” de Fe e Mn,
enquanto os spunbond podem ser filamentos muito finos de CaCO 3 (Schoeneberger et al.,
2012).

Figura 19. Formas que as manchas do solo assumem


Como a percepção da cor é muitas vezes subjetiva, os cientistas a quantificaram
objetivamente comparando amostras com chips padronizados no Munsell System Color
Chart (ASTM, 2018), que usa matizes padrão e valores numéricos de croma e luminosidade
para definir a cor (Figura). 20). Matiz ou tom é a cor espectral dominante (arco-íris),
relacionada ao comprimento de onda dominante da luz. A base para a organização dos tons
são os 360° do círculo através de uma lógica sequencial: a cada 120° estão as cores
primárias e, entre elas, as cores secundárias. O valor refere-se à luminosidade relativa da cor
e é uma função (aproximadamente a raiz quadrada) da quantidade total de luz. Croma ou
saturação é a pureza relativa ou força da cor espectral e aumenta com a diminuição do cinza
(Owens e Rutledge, 2005).

Figura 20. Esquematização do sistema de cores Munsell


Fonte: Rússia (2007).
TRADUÇÃO 45

O tom é representado pela abreviatura da cor em inglês e, ao mesmo tempo, varia de 2,5
a 10. Por exemplo, ao passar do vermelho (vermelho) para o amarelo (amarelo), as
tonalidades são 10R, 2,5YR, 5YR , 7,5 anos, 10 anos, 2,5 anos, 5 anos, etc. (Schaetzl e
Anderson, 2005c). A luminosidade varia de 0 a 10, onde 0 é preto, 10 é branco e os números
intermediários variam em tons de cinza. Valores baixos de luminosidade geralmente
implicam grandes quantidades de húmus (C orgânico) e/ou solos úmidos. Croma é o grau de
desvio da cor primária “verdadeira” e pode variar de 0 a 14, sendo os maiores números os
mais próximos da cor “pura” (Moody e Needles, 2004; Schaetzl e Anderson, 2005c).

O livro de Munsell também designou adjetivos ou descritores de cores que podem ser
usados ​para facilitar a comunicação de cores. Por exemplo, se um solo tiver o código de cor
5YR 5/3, significa que a amostra é marrom avermelhada com luminosidade 5 e croma 3.
Uma amostra com código 2.5Y 6/8 é verde oliva com valor de 6 e saturação de 8.

pH
O potencial de hidrogênio (pH) é um parâmetro que indica a concentração de íons
hidrogênio (H + ) presentes em uma solução, e neste caso é utilizado para identificar
respostas químicas no solo. O pH do solo afecta a solubilidade dos produtos químicos
presentes, influenciando o grau de ionização dos compostos e a sua subsequente carga
global. Este parâmetro pode variar dramaticamente de um horizonte do solo para outro
devido às propriedades pedogenéticas ou litogênicas (Owens e Rutledge, 2005).

A acidez ou alcalinidade, determinada pela medição do pH, pode sugerir muitas


informações sobre um solo. De acordo com a faixa de pH encontrada no solo, ele pode ser
classificado como tendo diferentes graus de acidez ou alcalinidade (Tabela 15). Em áreas
com alta precipitação, os cátions básicos tendem a ser lixiviados do perfil do solo e são
encontradas maiores concentrações de matéria orgânica, de modo que os solos apresentam
valores de pH reduzidos e são de natureza ácida. Já os solos de áreas áridas não sofrem
essa lixiviação e apresentam menores concentrações de matéria orgânica. Além disso, a
água tende a evaporar nessas áreas, permitindo o acúmulo de sais. Estes solos são portanto
alcalinos, com valores de pH mais elevados (Owens e Rutledge, 2005). As fontes de acidez
do solo são os grupos ácidos dos colóides inorgânicos do solo, especificamente os íons H 3
O + provenientes da desprotonação dos grupos terminais FeOH, AlOH e SiOH das estruturas
básicas dos minerais e íons H 3 O + trocáveis. da superfície dos colóides (Bohn et al., 1993;
Kong et al., 1997). Os grupos ácidos da matéria orgânica também são considerados nesse
sentido, principalmente as moléculas orgânicas que possuem radicais carboxílicos e
fenólicos ativos em sua periferia, que ao se dissociarem produzem H 3 O + (Fassbender e
Bornemisza, 1987). Outras fontes são ácidos solúveis provenientes de atividades biológicas
no solo, práticas agrícolas (por exemplo, aplicações intensivas de fertilizantes amoniacal e
uréia), a mineralização da matéria orgânica, que pode produzir ácidos orgânicos solúveis, e a
TRADUÇÃO 46

oxidação da pirita em ácido sulfúrico (Jaramillo, 2002; Orozco, 1999).

Por outro lado, os responsáveis ​pela alcalinidade do solo são os cátions alcalinos (Ca 2+
, Mg 2+ , K + e Na + ). Isto ocorre como resultado do intemperismo ou pedogênese dos
minerais; condições climáticas onde a evapotranspiração é maior que a precipitação, o que
impede a lavagem dos sais; a acumulação de sedimentos marinhos ou outras massas de
água contendo sais; o lençol freático elevado afetado pela intrusão salina e a má gestão do
solo (por exemplo, uso excessivo de fertilizantes alcalinos, qualidade da água de irrigação e
drenagem insuficiente).

Horizontes do solo
Horizontes mestres do solo. O processo de formação do solo gera diferentes camadas
horizontais (horizontes) características daquele solo específico, designadas

E
Camadas minerais de cor clara, em que a principal característica é a perda eluvial de
argila silicatada, Fe, Al ou alguma combinação destes, deixando uma concentração de
partículas de areia e silte.

b
As camadas minerais que se formaram abaixo de um horizonte E, A ou O contêm pouca
ou nenhuma estrutura rochosa e são compostas por um ou mais dos seguintes: 1)
acumulação iluvial de argila silicatada, Fe, Al, húmus, carbonato, gesso, sílica ou sal mais
solúvel que o gesso (sozinho ou em combinação); 2) evidência de remoção, adição ou
transformação de carbonatos, anidrita e/ou gesso; 3) concentração residual de óxidos,
sesquióxidos e argilas silicatadas (isolados ou em combinação); 4) revestimentos de
sesquióxido que tornam o horizonte mais baixo em valor, mais alto em croma ou mais
vermelho em tonalidade do que os horizontes sobrejacentes e subjacentes sem aparente
iluviação de Fe; 5) alterações que formam argilas silicatadas ou liberam óxidos, ou ambos, e
que formam estrutura pedogênica se alterações de volume acompanham alterações no teor
de umidade; 6) fragilidade; 7) ligação forte na presença de condições aquosas (ou drenagem
artificial). Horizontes transitórios e combinados. Horizontes de transição são aqueles
dominados pelas propriedades de um horizonte principal, mas possuem propriedades
subordinadas de outro. Estes são designados por duas letras maiúsculas (por exemplo, AB,
AC, EB, BE, BC), onde a primeira letra indica o horizonte que domina o horizonte de transição.
Por outro lado, os horizontes combinados possuem duas partes distintas do horizonte
TRADUÇÃO 47

mestre com propriedades reconhecíveis, e a maioria das partes individuais de um


componente do horizonte estão rodeadas pela outra. As duas letras maiúsculas que
designam tais horizontes são separadas por uma barra (ex.: E/B, B/E, B/C), sendo a primeira
letra a do horizonte de maior volume (Soil Survey Staff, 2014).

Características subordinadas dos horizontes do solo. Letras minúsculas (az) são usadas
como sufixos para designar características subordinadas específicas dentro dos horizontes
principais. O termo “acumulação” é utilizado em muitas das definições de tais sufixos para
indicar que estes horizontes devem conter mais material em questão do que se presume
estar presente no material original (Soil Survey Staff, 2014). Os sufixos utilizados para cada
um dos horizontes mestres são mostrados na Tabela 17, e a Figura 23 lista exemplos de
solos com seus respectivos horizontes mestres, horizontes de transição e características
subordinadas. Horizontes diagnósticos. Horizontes de diagnóstico (Tabela 18) são usados ​
para descrever características em camadas do material mineral. Eles podem se formar na
superfície ou próximo a ela (epipedon), onde a maior parte da estrutura rochosa foi destruída
e o solo está obscurecido por matéria orgânica ou mostra evidências de eluviação, ou
ambos.

ARI, SEE, MOL Kandico Bt


Acúmulo de argila em relação aos horizontes subjacentes semelhante ao argílico, mas
as argilas apresentam baixa capacidade de troca catiônica (CTC) (espessura mínima = 30
cm).

ULT Nátrico Btn


Ilúvio com acúmulo de argila em relação aos horizontes subjacentes semelhante ao
argílico, porém com mais sódio.

MOL, ARI, ALF, VER Oxico Bo


Horizonte B arenoso dominado por caulinita, argilas oxidadas e outros minerais
resistentes, altamente intemperizado e com baixa CTC. O teor de argila aumenta com a
profundidade (espessura mínima = 30 cm).

OXI Petrocálcio Bkm


Iluvial com acúmulo de carbonato de cálcio secundário ou outros carbonatos, resultando
TRADUÇÃO 48

em horizonte cimentado (espessura mínima = 10 cm).

ARI Petrogypsico Bym


Acumulação ou transformação visível de reboco cimentado secundário (espessura
mínima = 10 cm).

IRA

Para recordar
A reorganização de materiais alterados por fatores e processos de formação resulta no
aparecimento de camadas com características físicas, químicas e biológicas particulares.
Essas camadas são chamadas de horizontes.

Classificação do solo
A taxonomia de solos é um sistema de classificação no qual os solos são agrupados de
acordo com uma série de propriedades semelhantes (físicas, químicas e biológicas) em
unidades que podem ser georreferenciadas e mapeadas. O primeiro sistema foi a
classificação russa (1938), em que os fatores formativos dos solos e seu ambiente são
tomados como referência para a classificação dos solos zonais, azonais e intrazonais.
Posteriormente, foi desenvolvido um novo sistema com foco nos processos de formação,
com destaque para a classificação francesa (1967) (FAO, 2013).

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), juntamente


com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO),
publicaram o "Mapa do Mundo" em 1974. dos Solos", onde classificaram os solos em 106
unidades que formam 26 turmas. Contudo, em 1998 foi substituída pela Base Mundial de
Referência de Recursos do Solo (WRB), editada por um grupo de trabalho da União
Internacional de Ciências do Solo (IUSS, 2015).

A classificação mais utilizada corresponde a um moderno sistema de taxonomia de


solos realizado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e publicado
em 1975, que agrupa os solos em 12 ordens tendo em conta horizontes diagnósticos (Alfisol,
Andisol, Aridisol, Entisol, Gelisol, Histossolo, Inceptissolo, Molissolo, Latossolo, Espodossolo,
Argissolo e Vertissolo) (Tabela 19), que apresentam diferentes graus de evolução (Figura
24). Esse sistema de classificação taxonômica tem sido difundido e reconhecido
TRADUÇÃO 49

internacionalmente, especialmente em países da Ásia e da América Latina (FAO, 2013),


exceto no Brasil, que possui seu próprio Sistema Brasileiro de Classificação de Solos
(SiBCS), publicado pela primeira vez em 1987. (Dos Santos et al., 2018).

Na Colômbia, 38,40% do território é composto por Inceptissolos, seguidos por Entissolos


(14,60%), Latossolos (14,20%), Andissolos (6,40%), Molissolos (1,80%), Ultissolos (1,30%),
Vertissolos (1,04% ), Histossolos (0,70%) e Aridissolos (0,50%) (Figura 25) (IGAC, 2015).

Tabela 19. Descrição das ordens de solo


Descrição do pedido Alfisol Solos resultantes de processos de intemperismo que
lixiviam minerais argilosos e outros constituintes da camada superficial para o subsolo. São
encontrados em áreas semiáridas a úmidas, formam-se principalmente sob florestas ou
coberturas vegetais mistas e são produtivos para a maioria das culturas. Eles representam
cerca de 10% da superfície terrestre livre de gelo do mundo.

Andisol
Solos que se formam principalmente a partir de cinzas vulcânicas nas terras altas.
Possuem alto teor de materiais ativos de Al e Fe, e a menor densidade aparente entre os
minerais. Eles tendem a ser solos altamente produtivos. Eles são comuns em áreas frias
com chuvas moderadas a altas. Eles representam cerca de 1% da superfície terrestre livre de
gelo do mundo.

Aridissolo
Solos de climas secos com algum desenvolvimento no horizonte B, com acúmulo de
gesso, sais, carbonato de cálcio e outros materiais que lixiviam facilmente dos solos em
ambientes mais úmidos. São solos muito secos para o crescimento de plantas mesofíticas.
A falta de umidade restringe enormemente a intensidade dos processos de intemperismo e
limita a maioria dos processos de desenvolvimento do solo à parte superior do solo. Eles são
comuns em desertos e representam cerca de 12% da superfície terrestre livre de gelo do
mundo.

Entissolo
Solos muito pouco desenvolvidos, em superfícies jovens ou áreas onde a taxa de erosão
ou deposição é mais rápida do que a taxa de desenvolvimento do solo (por exemplo, dunas,
TRADUÇÃO 50

encostas íngremes, planícies aluviais). Eles representam cerca de 16% da superfície terrestre
livre de gelo do mundo. Ocorrem em áreas de materiais originais recentemente depositados
ou onde a taxa de erosão ou deposição é mais rápida do que a taxa de desenvolvimento do
solo.

Gelisol
Solos com permafrost dentro de 100 cm da superfície e/ou que apresentam evidências
de crioturbação e/ou segregação de gelo. Eles são comuns em altas latitudes e elevações.
Eles representam cerca de 9% da superfície terrestre livre de gelo do mundo.

Descrição do pedido

Histossolo
Solos orgânicos sem permafrost superficial, dominados por matéria orgânica em
decomposição. A maioria fica saturada o ano todo, mas alguns drenam livremente. Eles
representam cerca de 1% da superfície terrestre livre de gelo do mundo.

Inceptisol
São solos de ambientes semiáridos a úmidos com fraco desenvolvimento do horizonte B
e geralmente apresentam graus moderados de intemperismo. Eles representam cerca de
17% da área terrestre livre de gelo do mundo.

Molisol
Solos ricos em base, com horizonte A escuro e espesso, relativamente ricos em matéria
orgânica e bastante férteis. Frequentemente formado sob pastagens ou savanas. Eles
representam cerca de 7% da superfície terrestre livre de gelo do mundo.

Latossolo
Solos altamente intemperizados e relativamente inférteis, dominados por argilas
oxidadas de baixa atividade. Geralmente, formam-se em condições tropicais e subtropicais
úmidas, com intensa lixiviação de sílica e cátions alcalinos e alcalino-terrosos, resultando no
TRADUÇÃO 51

acúmulo de quartzo, caulinita e diversas quantidades de minerais resistentes como (hidr-


)óxidos de Fe, Al, Mn e Ti. Eles representam cerca de 8% da superfície terrestre livre de gelo
do mundo.

Espodossolo
Solos em que a translocação de compostos de Fe, húmus e Al é dominante. A maioria se
forma em climas boreais temperados e úmidos em rochas de textura leve ou areias de
quartzo, em planícies aluviais e terraços fluviais sob florestas de pinheiros e em rochas
siliciosas duras nas montanhas. Eles tendem a ser ácidos e inférteis. Eles representam cerca
de 4% da superfície terrestre livre de gelo do mundo.

Argissolo
Solos ácidos, lixiviados de climas quentes e úmidos que possuem horizonte B
enriquecido em argila; geralmente, 1:1 e argilas oxidadas. Eles representam cerca de 8% da
superfície terrestre livre de gelo do mundo.

Vertisol
Solos argilosos escuros e expansivos que encolhem e incham com mudanças no teor de
umidade. Ocorrem principalmente em pastagens semiáridas e savanas, onde desenvolvem
fissuras profundas na estação seca. Eles também podem ser encontrados em florestas
mistas de pinheiros e caducifólias. Eles tendem a ter alta fertilidade natural. Eles
representam cerca de 2% da superfície terrestre livre de gelo do mundo.

Mapeamento de solo
A aplicação mais direta da classificação de solos é o mapeamento e estudo do recurso.
Mapeamento é o processo de delinear corpos naturais de solo para classificá-los e agrupá-
los em unidades de mapa. Assim, ao capturar informações sobre as propriedades do solo,
sua distribuição espacial pode ser interpretada e representada em um mapa (Soil Science
Division Staff, 2017). Em geral, um mapa deste tipo tem dois níveis: o primeiro é um
inventário das propriedades do solo, que descrevem a condição dos solos quando foram
mapeados; a segunda consiste em interpretações, ou seja, informações adicionais
sintetizadas a partir das propriedades do solo e do contexto do local (Miller, 2017).

Cada unidade do mapa é chamada de delineamento e geralmente contém em seu nome


TRADUÇÃO 52

os componentes dominantes encontrados no solo (Schaetzl e Anderson, 2005f). Essas


unidades são projetadas para fornecer informações de maneira eficiente para atender às
necessidades dos usuários no gerenciamento e nas decisões sobre o uso da terra. Eles
podem aparecer como áreas individuais (ou seja, polígonos), pontos ou linhas. Cada unidade
difere em alguns aspectos de todas as outras numa área de estudo e é identificada de forma
única num mapa de solos (Equipe da Divisão de Ciência do Solo, 2017). Um exemplo é
apresentado na Figura 25, onde são mostradas unidades taxonômicas.

Figura 25. Distribuição global dos táxons do solo com ênfase na


Colômbia
Fonte: USDA (2005).

Componentes de um mapa
No contexto de uma unidade de mapa, um componente é uma entidade que pode ser
delineada em alguma escala. Geralmente é um solo, mas pode ser uma área diversa (área
sem solo). Os componentes que consistem em solo são nomeados de acordo com uma série
de solos ou classe taxonômica superior. Aquelas que são áreas diversas recebem um nome
apropriado, como “afloramento rochoso” ou “terreno urbano”. Em qualquer caso, cada
componente que constitui uma unidade cartográfica pode ser identificado no campo e
delineado separadamente numa escala suficientemente grande (Soil Science Division Staff,
2017). Os componentes podem ter extensão maior ou menor, dependendo do tipo de
unidade do mapa e da composição percentual.

Designar componentes como principais ou secundários em bancos de dados de solos é


útil para agrupamentos interpretativos. Normalmente, apenas os componentes principais são
usados ​no nome de uma unidade de mapa (Soil Science Division Staff, 2017). Um
componente dominante ou principal é representado em um delineamento por uma parte de
um polipedônio, um polipedônio completo ou vários polipedônios. Uma unidade de mapa
sem inclusões seria equivalente a um polipedão, taxonomicamente puro.

Como o polipedon é definido como homogêneo no nível de classificação da série, cada


pedon que forma o polipedon deve estar dentro dos limites da classe para todas as
propriedades (textura, cor, reação, espessura, etc.) dessa série (Schaetzl e Anderson, 2005f;
Equipe da Divisão de Ciência do Solo, 2017). A Tabela 20 lista os tipos de componentes da
unidade de mapeamento usados ​no levantamento de solos.

Tabela 20. Tipos de componentes de unidades de mapas utilizados em estudos de solo


TRADUÇÃO 53

Descrição do tipo de componente

série de piso
Componente mais comum. É o nível categórico mais baixo da taxonomia do solo e
representa um corpo tridimensional do solo que possui uma combinação única de
propriedades que o distinguem das séries vizinhas. Como classe, uma série é um grupo de
solos ou polipedões que possuem horizontes semelhantes em arranjo e características
diferenciadoras. Algumas das características comumente utilizadas para diferenciar séries
são o tipo, espessura e disposição dos horizontes e sua estrutura, cor, características
redoximórficas, textura, reação, consistência, teor de carbonatos, outros sais, húmus e
fragmentos de rocha, temperatura, tipos e espessuras de materiais alterados pelo homem e
composição mineralógica.

Categorias taxonômicas acima da série


Componentes aos quais é atribuído um termo de referência taxonômico que não implica
uma gama específica de propriedades além do que é fornecido na descrição da unidade do
mapa. O primeiro nível acima da série é a família. Os componentes atribuídos ao nível de
família correspondem à classificação de uma série, mas não aos critérios da série. O nome
de uma série representativa pertencente à classificação taxonômica do componente é usado
como nome do componente (por exemplo, família Ezbin). O nome do componente representa
a gama de características de muitas séries dentro da classificação familiar. Os componentes
mapeados para níveis superiores à família utilizam a classificação como termo de referência
e podem incluir a gama de características de muitas famílias dentro da classificação de
referência. Um exemplo é a argila grossa típica de Cryaquolls.

Descrição do tipo de componente


Adjunto tributário

Componentes que recebem o nome de uma série de solos com os quais se assemelham,
mas que possuem uma ou mais características diferenciadoras que estão fora dos limites da
classe taxonômica dessa série. Seu uso e manejo são semelhantes aos da série de solos
citada. As diferenças com as séries estabelecidas são descritas. Por exemplo, um
componente de unidade de mapa de sedimentos finos difere ligeiramente de uma série de
sedimentos finos estabelecida apenas no tamanho das partículas, e não existe nenhuma
série de solo atual para acomodar a classificação de sedimentos finos. Nesse caso, o solo
siltoso fino é correlacionado como uma adição limitante à série siltosa fina estabelecida e
TRADUÇÃO 54

uma nova série não é proposta.

Áreas diversas
Componentes que não são solo conforme definido na taxonomia do solo (como
afloramentos rochosos) ou corpos de solo que não são mais capazes de sustentar plantas,
como solos fortemente contaminados por substâncias tóxicas.

Fases do Componente
Componentes aos quais é atribuído um termo descritivo para ajudar a distinguir entre
vários componentes da mesma área taxonômica ou diversa que ocorrem na mesma legenda
de unidade de mapa ou unidades de mapa geograficamente associadas.

Fonte: Equipe da Divisão de Ciência do Solo (2017).

Tipos de unidades de mapa


Existem três tipos principais de unidades de mapa: consociação, complexo e
associação. Consociações são unidades de mapa delineadas ou dominadas por um táxon ou
série. Neste caso, pelo menos 50% dos pedons da unidade devem pertencer ao solo que lhe
dá nome (Soil Science Division Staff, 2017). Complexos e associações de unidades de mapa
consistem em dois ou mais táxons de solo diferentes que ocorrem em um padrão tão
confuso que não pode ser resolvido na escala do mapa (Schaetzl e Anderson, 2005f). Estes
dois tipos diferem entre si porque em unidades complexas o padrão é suficientemente
grosseiro para poder ser resolvido - e, portanto, representado - num mapa de solos de
1:24.000 (Soil Science Division Staff, 2017).

Também são encontrados dentro dos tipos de unidades grupos indiferenciados, que
representam uma unidade de mapa de diferentes solos que não estão consistentemente
associados geograficamente e, portanto, nem sempre aparecem juntos no mesmo
delineamento de unidade de mapa. Esses componentes estão incluídos na mesma unidade
de mapa porque o uso e o manejo são iguais ou muito semelhantes para usos comuns
(Equipe da Divisão de Ciência do Solo, 2017).

Importância do mapeamento do solo


Os mapas de solos foram originalmente criados como um mecanismo para avaliar o
TRADUÇÃO 55

valor da terra para fins fiscais. Hoje, ainda são utilizados para esse fim, mas desempenham
uma infinidade de outras funções, como zoneamento e planejamento do uso do solo,
proteção e gestão da qualidade ambiental, manejo de culturas e produção de alimentos,
localização de projetos rodoviários, entre outras. Os mapas de solos apoiam a gestão
sustentável dos recursos porque servem como uma ferramenta fundamental na tomada de
decisões, fornecendo informações importantes sobre as características e condições do solo.

Assim, mapear o solo não é uma tarefa trivial, uma vez que as limitações na observação
direta do solo tornam a previsão espacial um componente chave na qualidade do mapa
(Miller, 2017). Nas últimas décadas, os métodos de mapeamento de solos e a
disponibilidade de dados aumentaram exponencialmente, melhorando a qualidade dos
mapas produzidos. Assim, embora no passado os mapas fossem gerados apenas como
produtos de papel, a maioria está agora disponível como ficheiros digitais, permitindo uma
infinidade de utilizações adicionais, por exemplo num sistema de informação geográfica
(GIS).

Usando as ferramentas quantitativas agora disponíveis em GIS e estatísticas, há uma


variedade de métodos que podem ser usados ​para detectar padrões e usá-los para fazer
previsões sobre locais não observados. Contudo, dentro de qualquer um destes métodos
existem certas suposições e preconceitos que influenciam as características do mapa
resultante. Por exemplo, os métodos de previsão espacial podem ser classificados como
precisos ou imprecisos: os exatos produzem valores nos pontos de observação iguais ao
valor ali medido, o que às vezes também é chamado de honrar os dados; Os modelos
inexatos, por outro lado, não precisam produzir uma superfície de predição (mapa) que
corresponda aos valores nos pontos de observação (De Smith et al., 2018).

Embora a utilização de um modelo exato possa parecer melhor, na verdade dependeria


das circunstâncias, como a confiança na precisão da medição nesses pontos de observação.
Portanto, não existe uma resposta única sobre o melhor método para utilizar SIG e
estatísticas espaciais para produzir os mapas de solos necessários para uma gestão
sustentável da terra. No entanto, a compreensão dos principais conceitos por detrás das
diferentes abordagens pode orientar os profissionais na otimização dos seus métodos para
cumprir os objetivos do mapeamento (Miller, 2017).

Para recordar
Vasily Vasílievich Dokuchayev (1846-1903) foi um geólogo russo, considerado o pai da
ciência do solo. Antes de suas pesquisas, o solo era considerado produto da transformação
físico-química das rochas.

Hans Jenny (1989Jenny (-1990) estabeleceu a função geral que relaciona os fatores de
TRADUÇÃO 56

formação do solo da seguinte forma: s = f (cl, o, r, p, t), onde s = solo, cl = clima, o =


organismos vivos, r = relevo, p = material de origem e t = tempo.

Questionário da Unidade 1

1. Do ponto de vista pedológico, o solo é um corpo evolutivo natural independente que


pode ser subdividido em subcompartimentos e que se formou sob a influência de cinco
fatores: material de origem, relevo, clima, organismos e tempo. 4. Filossilicatos são
argilominerais secundários que possuem tetraedros de sílica em sua estrutura, onde os três
íons O 2− na base de cada um são compartilhados entre dois tetraedros, e os tetraedros
ligados são dispostos para formar uma "folha" de anéis pseudohexagonais. A esmectita é um
filossilicato que possui uma lâmina octaédrica circundada por duas lâminas tetraédricas e
persiste em solos ricos em sílica, Mg 2+ e Ca 2+ . De acordo com sua estrutura, a esmectita
é: a. Argila 2:1:1. b. Argila 2:1. c. Argila 3:1. d. Argila 1:1.

5. Uma área rural tem solos pouco desenvolvidos e muito finos, razão pela qual os
agricultores afirmam que as plantas não prosperam e, se o fizerem, o grande escoamento
nas estações chuvosas destrói as suas colheitas. Qual pode ser a característica mais crítica
do declive nesta área?

para. Encosta ondulada. b. Encosta quebrada. c. Inclinação inclinada. d. Encosta


íngreme.

6. Os organismos do solo desempenham um papel essencial na formação do solo,


influenciando as suas propriedades físicas e químicas. Participam da decomposição e
transformação da matéria orgânica, do intemperismo dos minerais, da formação de
agregados e da produção de minerais (biomineralização). As comunidades microbianas
podem contribuir para a formação de agregados de diferentes maneiras. Qual das seguintes
opções não é uma delas? para. Secreção de substâncias poliméricas extracelulares. b.
Geração de glomalina. c. Produção de compostos amino. d. Ação mecânica das hifas.

7. A intensa atividade de escavação desses organismos no solo e sua alimentação


transforma o ambiente circundante, causando perturbação e aumento da infiltração de água
e aeração do solo, razão pela qual são considerados “engenheiros de ecossistemas”: 13. A
textura do solo é uma característica muito estável que influencia as propriedades biofísicas
do recurso e está inter-relacionada com a sua fertilidade e qualidade a longo prazo. Essa
característica refere-se à proporção relativa das frações argila, silte e areia, que conforme
seu tamanho segue a seguinte ordem:

para. Areia> silte> argila. b. Silte > argila > areia. c. Argila> silte> areia. d. Areia > argila >
silte.
TRADUÇÃO 57

14. Nos estudos de solos, uma descrição objetiva e completa é essencial porque serve
de base para a identificação, classificação, correlação, mapeamento e interpretação do solo,
uma vez que cada solo possui uma morfologia diferente, cujas mudanças ocorrem ao longo
do tempo. ao longo de caminhos evolutivos que diferem de um clima para outro. Com base
nisso, a descrição morfológica dos solos inclui, entre outras propriedades:

para. Composição química, porosidade e infiltração. b. Infiltração, pH e estrutura. c.


Textura, estrutura e cor. d. Consistência, pH e composição química.

15. Na formação de agregados do solo, o processo de floculação é responsável pela


ligação das partículas por forças eletrostáticas entre as partículas carregadas negativamente
e os cátions do solo ou água. Cada um dos cátions no solo tem um poder relativo de
floculação diferente. Assim, ___ é um bom floculante e __ é um mau floculante:

16. A porosidade do solo é definida como a relação entre o volume dos espaços vazios
(poros) de um solo e o seu volume total. Os poros permitem a movimentação de ar, água e
microorganismos através do recurso. As propriedades de textura e estrutura determinam a
porosidade dos solos e, portanto, a sua permeabilidade. Se um solo for argiloso, que
características de porosidade e permeabilidade se espera que ele tenha? para. Microporos,
alta porosidade e baixa permeabilidade. b. Microporos, baixa porosidade e baixa
permeabilidade. c. Mesoporos, alta porosidade e baixa permeabilidade. d. Mesoporos, baixa
porosidade e baixa permeabilidade.

17. A densidade aparente refere-se ao peso seco do solo por unidade de volume total,
expresso em g/cm 3 ou kg/m 3 . Esta propriedade reflete a capacidade do solo de funcionar
como suporte estrutural e garantir a movimentação da água, do ar e dos solutos do solo. 21.
O pH é um parâmetro utilizado para identificar as respostas químicas no solo, uma vez que
afecta a solubilidade dos produtos químicos presentes, influenciando o grau de ionização
dos compostos e a sua subsequente carga global. A medição do pH determina o grau de
acidez e alcalinidade dos solos. Um solo com alto teor de matéria orgânica tende a
apresentar valores de pH: 24. Taxonomia de solos é um sistema de classificação em que os
solos são agrupados de acordo com uma gama de propriedades semelhantes (físicas,
químicas e biológicas) a unidades que podem ser georreferenciadas e mapeadas. . Fazem
parte da ordem: Elsevier aqueles solos ácidos, lixiviados de climas quentes e úmidos que
possuem horizonte B enriquecido em argila, geralmente 1:1 e argilas oxidadas.
https://doi.org/10.1016/B978-0-12-397161-6.00008-5 Zou, C., Zhang, G., Zhu, R., Yuan, X.,
Zhao, X., Hou, L. , Wen, B. e Wu, X. (2013). Geologia de reservatórios vulcânicos. . Elsevier.
https://doi.org/10.1016/B978-0-12-397163-0.00004-X

Introdução à física do solo


TRADUÇÃO 58

A física do solo estuda as propriedades e processos físicos do solo, incluindo medição e


previsão em ecossistemas naturais e gerenciados. Esta ciência trata das formas, inter-
relações e mudanças nos componentes do solo e nas suas múltiplas fases. Neste sentido,
deve-se ter em mente que estas propriedades físicas (textura, estrutura, estabilidade
agregada, densidade aparente e consistência), bem como os processos físicos (retenção,
transporte ou transformação de água, calor, gases e solutos), são aqueles que afetam as
taxas de intemperismo e gênese do solo (Jury e Horton, 2004;Shang et al., 2018).

A pedologia e a física dos solos atingiram um ponto no seu desenvolvimento em que


uma abordagem integrada revela-se mais eficaz na realização de contribuições significativas
para a sustentabilidade, em comparação com a continuação dos seus caminhos
monodisciplinares (Bouma, 2012). Os serviços ecossistémicos fornecidos pelos solos,
incluindo a produção agrícola, são fortemente controlados por processos físicos. Portanto,
reconhecer a importância da física do solo à luz da sua ligação com os alimentos, a energia e
a água é essencial para empreender abordagens para enfrentar os desafios atuais
relacionados com a gestão sustentável do recurso (Shang et al., 2018).

O solo é um meio complexo que pode ser visto como um sistema trifásico, ou seja,
composto por três fases: sólida, líquida e gasosa. A fase sólida ocupa aproximadamente 50%
do volume total (v t ) do solo; a fase líquida (v w), entre 15-35%, e a fase gasosa (v a), entre
15-35%, ocupando os espaços porosos (v f ≈ 50%). Ao mesmo tempo, a fase líquida (m w ) e
a fase sólida (m s ) fazem parte da massa do solo (m t ) (Figura 26).

Figura 26. Diagrama constituinte de uma amostra de meio poroso insaturado em termos
volumétricos e de massa. Aquela zona geológica entre a superfície da Terra e as águas
subterrâneas que consiste em material insaturado é conhecida como zona vadosa (Figura
27). Isto equivale a dizer que a zona vadosa é a região onde a pressão da água é
normalmente inferior a zero (está sob tensão ou sucção). A principal diferença entre um solo
superficial e uma zona vadosa é o fato de que o material original desta última geralmente
não foi modificado recentemente pelo clima. As zonas vadoses são de grande importância
tanto por razões hidrológicas como geoquímicas. Hidrologicamente, representam a porção
do sistema físico onde a precipitação divide os elementos essenciais do ciclo hidrológico,
como retorno evapotranspirativo à atmosfera, escoamento superficial e infiltração profunda
(recarga de aquíferos). Geoquimicamente, constitui a principal zona de interação entre
materiais terrestres e precipitação (Phillips e Castro, 2003).

Fase sólida do solo


A fase sólida do solo é composta por minerais (40-48%) e matéria orgânica (2-10%). A
fração inorgânica (mineral) contém partículas de uma ampla variedade de tamanhos, formas
e composições químicas. Por sua vez, a fração orgânica é composta por materiais em
TRADUÇÃO 59

diversos estados de decomposição, bem como por diversas comunidades de organismos


ativos. As partículas são responsáveis ​pela agregação e dispersão do solo, e os espaços
entre elas (poros) são preenchidos total ou parcialmente por água, que contém compostos
químicos dissolvidos da fase mineral ou que entraram pela superfície do solo.

A água se move através dos perfis do solo por gravidade ou também pode ficar retida
nas superfícies das partículas, e sua mobilidade varia significativamente dependendo das
condições locais. O ar, por sua vez, ocupa os poros entre as partículas que não contêm água;
A sua composição difere consideravelmente da do ar acima da superfície do solo e pode
mudar drasticamente num curto período de tempo. A fase sólida influencia grandemente os
processos de transporte e retenção de água, calor e produtos químicos (Jury e Horton, 2004).
Da mesma forma, vale lembrar que a fase mineral é composta por produtos derivados do
intemperismo dos materiais de origem que antecedem a formação do solo, e que a formação
do solo gera horizontes diferenciados por características morfológicas.

Densidade e porosidade
Complementando as informações fornecidas nas seções anteriores (1.3.3. Porosidade e
1.3.4. Densidade aparente), a densidade aparente do solo (ρ a ) pode ser definida como a
massa sólida seca (m s ) por unidade de volume total de o solo (v t ), que é denotado como: a
densidade da fase sólida (S) é frequentemente denotada pela gravidade específica do
material, que é simplesmente a razão entre a densidade do sólido e a da água. Valores típicos
para alguns materiais inorgânicos comuns no solo são mostrados na Tabela 21.
Implementando essas definições, tem-se a da porosidade efetiva (P), que nada mais é do que
a relação entre o volume de poros correspondente ao volume dos poros interligados e o
volume total: A densidade aparente do solo depende principalmente de duas características:
o tamanho das partículas e sua distribuição. A distribuição uniforme de partículas do mesmo
tamanho resulta numa densidade uniforme para uma determinada geometria de partícula,
enquanto o aumento da gama de tamanhos de partícula resulta numa densidade aparente
mais elevada. No caso da porosidade, materiais menores, como argilas, produzem poros
menores, mas um maior volume total de espaço poroso, em comparação com materiais
mais grossos, como areias, que desenvolvem poros maiores, embora com menor
porosidade.

Sedimentação de partículas
Quando uma partícula esférica que compõe o solo de densidade ρ s e raio R cai através
de um líquido com densidade ρ w e viscosidade η, ela fica sujeita a três forças: gravitacional,
flutuante e de arrasto (Jury e Horton, 2004). A força gravitacional (F g ) atua para baixo e é
calculada seguindo a lei de Newton: A força de empuxo (F b ) também é conhecida como
TRADUÇÃO 60

força de empuxo ou impulso hidrostático e é calculada de acordo com o princípio de


Arquimedes. Isto afirma que um sólido completamente imerso num fluido é empurrado para
cima por uma força equivalente ao peso do fluido deslocado pelo volume do sólido: onde mw
é a massa do líquido deslocada pelo volume do sólido.

A força de arrasto (F d ) é calculada com a lei de Stokes e refere-se a uma força


ascendente gerada pelo atrito ou fricção de uma partícula que se move para baixo a uma
velocidade V dentro de um fluido viscoso:

Essas três forças (Figura 28) se equilibram rapidamente e a partícula atinge uma
velocidade que pode ser calculada igualando a força resultante a zero:

Área superficial específica das partículas do solo


A(s) área(s) superficial(is) específica(s) de uma amostra de solo é a área superficial total
das partículas contidas em uma unidade de massa de solo (m 2 /g), portanto, quanto menor
o tamanho da partícula, maior será sua área superficial específica. Com base nisso, sistemas
compostos por partículas de argila apresentam maior área superficial específica em
comparação com aqueles compostos por areia.

Além do tamanho das partículas, esta propriedade é função de sua forma e rugosidade,
bem como da porosidade e distribuição do tamanho dos poros (Amador e Martin de Juan,
2016). Em geral, partículas com formas alongadas ou planas possuem uma área superficial
específica maior do que as esféricas ou cúbicas.

Para uma partícula esférica de massa m s, raio R, volume v s, densidade ρ s e área a s,


a(s) área(s) superficial(is) específica(s) ou área por unidade de massa é dada por: No
entanto, a maioria das partículas não tem uma forma esférica perfeita, então os valores de a
s variarão de acordo com sua forma.

Os valores de área superficial específica podem variar de <0,1 m 2 /g para areias


grossas a >800 m 2 /g para minerais argilosos expansíveis como a montmorilonita (Pennell,
2016). Em relação à mineralogia das argilas, todos os grupos apresentam superfícies
externas planas e bordas externas. Como suas redes se expandem, as esmectitas e
vermiculites também apresentam superfícies internas planas. A Tabela 22 mostra as
variações que ocorrem na área superficial total entre e dentro dos grupos de argilominerais.

As caulinitas possuem uma área superficial específica muito baixa em comparação com
os outros grupos porque não possuem superfícies intercamadas e tendem a formar pilhas
contendo muitas camadas (Figura 29) (Jury e Horton, 2004). A superfície específica das
partículas está diretamente relacionada às capacidades de adsorção de moléculas iônicas
TRADUÇÃO 61

das fases líquida ou gasosa e à retenção de líquidos polares (Pennell, 2016).

Propriedades superficiais de partículas de argila. Os materiais argilosos são


filossilicatos que consistem em uma folha de octaedros M Oct O6 com compartilhamento de
bordas (M Oct = Al, Mg ou Fe), fundidos com uma ou duas folhas de tetraedros com
compartilhamento de cantos (M Tet = Si ou Al). A associação de uma folha octaédrica e uma
ou duas folhas tetraédricas forma uma camada argilomineral. Aqueles que possuem
camadas com uma folha tetraédrica são filossilicatos 1:1, e aqueles com duas folhas
tetraédricas são filossilicatos. A densidade de carga é definida como a carga total na
superfície de um mineral. Corresponde à soma das cargas superficiais resultantes de
substituições isomórficas no mineral do solo e ao produto da densidade de carga superficial
de prótons de grupos funcionais de superfície seletivos de prótons (Jury e Horton, 2004;
Tournassat et al., 2015).

Uma característica particular de muitos minerais de argila 2:1 é a sua significativa


densidade de carga negativa da casca, que surge de substituições isomórficas de metais
tetraédricos ou octaédricos (Tournassat et al., 2015). Na verdade, a maioria dos solos tem
densidade de carga negativa devido às camadas de silicatos e matéria orgânica; no entanto,
alguns altamente intemperizados que contêm quantidades significativas de alofano e óxidos
(Al ou Fe) podem desenvolver uma carga líquida positiva em pH baixo (Jury e Horton, 2004).

Adsorção e troca iônica. A troca iônica e a adsorção são processos químicos


superficiais ou de complexação superficial que levam à troca de espécies químicas entre
fluidos e superfícies minerais presentes em formações geológicas porosas. Por um lado, a
troca iônica trata da troca de cátions ou ânions em uma superfície de carga constante. Por
outro lado, a adsorção simula o processo de troca em uma superfície onde a carga
superficial se desenvolve devido à ionização de locais superficiais na interface solução-
superfície (Kharaka et al., 1988). Portanto, a adsorção é um conceito mais geral, e a troca
iônica é um caso especial de adsorção (Lichtner, 1985; Sahai e Sverjensky, 1998).

Como a maioria dos minerais do solo tem cargas negativas, eles são atraídos por
cátions e repelidos por ânions. As argilas em formações geológicas têm muitos locais ativos
de troca iônica ocupados por vários cátions, e a troca catiônica ocorre para substituí-los na
ordem da tendência: Ca +2 > Mg +2 > K + > Na +. A CTC dos minerais pode ser expressa
como o número total de moles de locais de troca por unidade de massa (alguns exemplos de
CTC foram apresentados na Tabela 22). Dupla camada elétrica. Uma dupla camada elétrica é
um fenômeno que desempenha um papel fundamental no mecanismo de estabilização
eletrostática de colóides. As partículas coloidais com carga negativa atraem cátions (cargas
positivas) que são adsorvidas na superfície, formando uma camada interna conhecida como
camada de Stern. Em seguida, emerge um filme de dispersão contracarregado denominado
camada difusa ou camada de Gouy-Chapman. A soma dessas duas camadas é conhecida
TRADUÇÃO 62

como dupla camada elétrica, que é eletricamente neutra (Figura 30).

Figura 30. Dupla camada elétrica de partículas de solo


Entre as partículas do solo existe uma força eletrostática repulsiva que surge dos
cátions na dupla camada que envolve as superfícies carregadas negativamente. Contudo, se
as partículas se aproximarem o suficiente, os cátions da camada dupla se fundem em uma
única camada positiva, produzindo atração. As bordas carregadas positivamente contribuem
então para a floculação devido à atração eletrostática entre as bordas positivas e as faces
planas negativas dos minerais adjacentes. O processo de floculação é responsável pela
estabilidade do solo e pela formação de agregados.

Fase líquida do solo


Dos possíveis constituintes da fase líquida do solo, a água é o de maior interesse. Na
zona vadosa, é válido supor que os líquidos são incompressíveis, pois por definição só
sofrerão pressões negativas e geralmente com magnitude inferior a 10 atmosferas. Em
contraste, abaixo do lençol freático, as águas subterrâneas normalmente sofrem pressões
extremas (por exemplo, casos de aquíferos muito profundos e confinados). Caso contrário,
as propriedades da fase líquida são geralmente parametrizadas em termos da interação com
as fases sólida e gasosa, como ângulo de contato e pressão capilar.

Teor de umidade
O foco da maioria das investigações dos processos da zona vadosa é a quantificação do
conteúdo líquido, também chamado de teor de umidade. Isso é expresso com base na massa
(w) ou no volume (θ). Este último é o mais utilizado, seja como teor de água ou grau de
saturação (S).

O teor de umidade em base mássica (gravimétrica) é dado por: onde θ o é o teor de


líquido residual ou irredutível, e θ s , o teor de líquido saturado. Existem três processos de
secagem que são amplamente considerados na definição de θo: drenagem por gravidade,
absorção pelas plantas e secagem superficial atmosférica. O teor de umidade residual
alcançado na drenagem por gravidade é chamado de capacidade de campo.

A capacidade de campo (Cc) corresponde então ao limite superior de água disponível e


representa a umidade do solo após drenagem da água contida nos macroporos pela ação da
gravidade. Essa condição de umidade favorece maior absorção de água e nutrientes pelas
plantas (De Oliveira et al., 2015). De uma perspectiva operacional, assume-se muitas vezes
TRADUÇÃO 63

que estas são as condições que ocorrem quando a água do solo está a uma pressão de -1/3
bar, embora claramente tal limiar seja em grande parte uma função da textura do solo, que
varia entre -1/30 bar para areia grossa a -1 bar para solos argilosos (Assouline e Or, 2014).

Em seguida, vem o ponto de murcha permanente (PMP), que é o teor de umidade em que
as plantas não têm mais capacidade de absorver água do solo, que é sempre inferior a Cc
(Figura 31). Dado que as plantas variam muito na sua capacidade de extrair água, esta é
operacionalmente definida como o teor de humidade quando a água no meio tem uma
pressão de -15 bar.

O último método de secagem é devido à evaporação direta para a atmosfera, o que pode
levar a superfície superior do solo a pressões inferiores a -100 bar. .

Potencial hídrico
O conteúdo de água por si só não é suficiente para caracterizar o estado hídrico dos
solos, pelo que um atributo crítico adicional é o estado energético da água do solo. Embora
existam diferentes tipos de energia (cinética, potencial, térmica, eletrostática e química), o
potencial é o que rege o movimento e a retenção da água no solo.

A energia potencial total da água do solo (Ψ w) é a soma de todas as forças que atuam
sobre ela, incluindo a gravidade (Ψ g, potencial gravitacional), a atração entre as partículas do
solo e a água (Ψ m, matriz potencial) e a atração entre íons dissolvidos e água (Ψ o, potencial
osmótico). Então, o potencial hídrico é dado por:

Como outros fluidos, a água se move das regiões com maior energia potencial para
aquelas onde ela é menor. O potencial da água no solo é geralmente expresso em unidades
de pressão (por exemplo, bar, atmosfera ou pascal).

Em pontos abaixo do lençol freático, o potencial gravitacional (Ψ g ) é zero ou positivo, e


o potencial total Ψ w também é positivo (Figura 32) porque a água sobrejacente exerce
pressão sobre a água do solo na profundidade onde Ψ w é medido . Num solo saturado, o
potencial matricial (Ψ m ) é igual a zero porque a água no meio dos grandes poros não é
atraída para a matriz do solo. A água que drena livremente de um solo sob a influência da
gravidade é frequentemente chamada de água gravitacional e é aquela para a qual as forças
coesivas entre as moléculas de água vizinhas excedem as forças da matriz (atração pela
matriz do solo).

Figura 32. Representação do potencial hídrico


TRADUÇÃO 64

Valores potenciais negativos refletem o fato de que a água é retida no solo por forças
matriciais que excedem a força da gravidade. À medida que o solo seca e drena, a água
fracamente retida em poros grandes (>Ψ m) é removida primeiro, e a água permanece
adjacente às superfícies das partículas retidas por forças de matriz mais fortes (Ψ m mais
negativo).

Movimento da água nos solos


O fluxo de água é de vital importância na gênese do solo porque a percolação da água
dissolve minerais e transporta íons, colóides e complexos metal-orgânicos pelo perfil do
solo. Além disso, o movimento ascendente da água em resposta à evapotranspiração é
crucial para o crescimento das plantas e, em algumas áreas, pode levar a acumulações de
sal na superfície. O movimento da água para o solo é chamado de infiltração, e seu
movimento descendente para o solo é chamado de percolação ou permeabilidade.

A taxa de infiltração de um solo, medida em unidades de comprimento por unidade de


tempo, depende de fatores que afetam a permeabilidade do recurso, como sua textura e
tamanho dos poros, a presença de argilas expansivas e o conteúdo de matéria orgânica no
solo. superfície. A matéria orgânica hidrofóbica, por exemplo, repele a água e limita a
infiltração até que a água se acumule na superfície.

Outro fator que afeta a taxa de infiltração é o conteúdo inicial de água no solo abaixo da
borda principal da frente de percolação (umedecimento), bem como a profundidade do lençol
freático e quaisquer camadas impermeáveis ​do subsolo. Da mesma forma, vale considerar o
efeito da temperatura do solo, pois a diminuição desta variável provoca diminuição da
infiltração devido à maior viscosidade da água em baixas temperaturas.

Retenção de água nos solos


A água é retida nos solos de duas maneiras: adsorvida e absorvida. A água adsorvida é
retida na superfície das partículas do solo por ligação química ou física devido à atração
adesiva natural entre a água e os sólidos. Porém, a água também pode entrar em sólidos, ou
seja, pode ser absorvida por um solo mineral, partícula de rocha ou substância orgânica.

Existem pelo menos quatro grupos de forças que contribuem para a retenção de água no
solo: Van der Waals, eletrostática, osmótica e tensão superficial. Todos eles têm ligação com
a estrutura da água, que tem natureza polar levemente carregada negativamente no lado
onde o O é projetado e carregada positivamente no lado onde o H é proeminente. Isso
significa que as moléculas de água têm uma estrutura eletrostática altamente dipolar.
TRADUÇÃO 65

As atrações de Van der Walls ocorrem entre o hidrogênio na água (H + ) que é atraído
pela carga superficial negativa das superfícies minerais. A estrutura periódica das
superfícies argilosas dá origem a um dipolo eletrostático, que resulta em uma força atrativa
para o dipolo de água. Em particular, as moléculas de água podem formar ligações H com
grupos OH em minerais óxidos e bordas de minerais argilosos, e com grupos NH e OH na
matéria orgânica do solo. Além disso, as moléculas de água também solvatam fortemente
cátions que são adsorvidos pelos minerais do solo. Como as ligações H e as ligações íon-
dipolo entre a água e as partículas do solo são relativamente fortes, as primeiras camadas de
água do solo são consideravelmente adsorvidas pelas partículas.

Finalmente, a força osmótica que retém a água é causada pela concentração iônica
perto de superfícies carregadas, enquanto a tensão superficial nas interfaces água-ar-sólido
mantém unidades macroscópicas de água nos espaços porosos. A água líquida tem tensão
superficial e viscosidade extremamente altas porque os átomos de H em cada molécula de
H 2 O formam ligações fortes com os átomos de O das moléculas de água vizinhas.

As três primeiras forças atuam apenas num alcance muito curto e essencialmente
imobilizam a água. Pelo contrário, a tensão superficial produz efeitos que afectam a água a
granel e é, portanto, mais influente no transporte.

Infiltração. A infiltração de um solo pode então ser definida como a sua capacidade de
permitir que a água entre e passe pelo seu perfil. Este processo permite que o solo armazene
água temporariamente, disponibilizando-a para uso pelas plantas e organismos de recursos.
Assim, a taxa de infiltração é uma medida da rapidez com que a água entra no solo, que é
expressa em unidades de comprimento por unidade de tempo e pode ser classificada de
muito rápida a impermeável (Tabela 23). Em solos com textura arenosa a água infiltra-se
mais rapidamente devido ao maior tamanho dos poros, enquanto em solos com textura
argilosa ela se move lentamente devido à presença de microporos. Dependendo da
quantidade e do tipo de minerais argilosos, alguns solos desenvolvem fissuras como
resultado da retração à medida que secam, formando passagens diretas para a entrada de
água. Portanto, solos argilosos podem ter uma alta taxa de infiltração quando secos e uma
taxa lenta quando molhados (fissuras fechadas) (USDA, 2014).

Tabela 23. Classificação da infiltração conforme velocidade


O melhor controle sobre o limite em que ocorre a infiltração é obtido através da
realização de medições de superfície. Entre os métodos utilizados para esse fim estão a
infiltração em anel, que geralmente envolve o estabelecimento de uma pressão prescrita
sobre uma área circular e a observação da infiltração resultante. O mais comum é o
infiltrômetro de anel duplo ou Muntz, no qual os anéis são inseridos com profundidade
suficiente para evitar vazamentos do anel externo e para que as partes superiores dos anéis
TRADUÇÃO 66

fiquem niveladas entre si. Uma quantidade constante de água é rapidamente estabelecida
em ambos os anéis no mesmo nível, e a infiltração de água pode ser medida observando a
queda do nível da água em uma régua ou usando uma fonte de água de cabeça constante de
balão Mariotte.

Os dados obtidos podem ser analisados ​utilizando modelos de infiltração, entre os quais
estão a equação de Horton, o modelo de Philip de dois termos, o modelo de Green e Ampt e
o modelo de Brutsaert. Por um lado, a equação de Horton (1941) é um modelo empírico de
infiltração em que a taxa de infiltração (i) é dada por:

onde se f é a taxa de infiltração após um longo período de tempo, i 0 é a taxa de


infiltração inicial e β é um parâmetro empírico do solo. Integrar isso ao longo do tempo
produz infiltração cumulativa (I):

O modelo é amplamente utilizado, mas como os parâmetros obtidos não estão


diretamente associados às propriedades fisicamente mensuráveis ​do solo (por exemplo,
condutividade), é de uso limitado, exceto para prever a infiltração.

Enquanto isso, o modelo de dois termos de Philip (1957) é uma simplificação da série
infinita que Philip introduziu para infiltração e é amplamente utilizado, seja para infiltração (i)
ou infiltração cumulativa (I):

Esta abordagem tem a vantagem de estar intimamente relacionada com parâmetros


físicos mensuráveis ​do solo (S é a sorção do solo e A é uma estimativa da condutividade do
campo saturado).

Por outro lado, o modelo de Green e Ampt (1911) para infiltração de cabeça constante é
útil para interpretar resultados de infiltração e é dado por:

onde L é a profundidade de penetração da frente úmida, n é a porosidade do solo, d é a


profundidade do alagamento e h f é a pressão da água que entra no solo. A infiltração
cumulativa é simplesmente I = nL. Agora, para usar esta equação, você deve encontrar os
valores de K sat e h f que melhor se ajustam aos dados.

Finalmente, o modelo de Brutsaert (1977) é o resultado da revisão da solução de séries


infinitas de Philip (1957). Ele desenvolve um resultado que fornece uma excelente
aproximação para a solução em série completa para infiltração, e é escrito explicitamente
nas variáveis ​físicas de interesse:

onde S é a sorção e 1/3 < β < 1 é um parâmetro do solo relacionado à distribuição do


tamanho dos poros. Para solos com distribuições de tamanho de poros muito amplas, você
TRADUÇÃO 67

deve considerar β próximo de 1; Para a maioria dos outros solos, β = 2/3 é bastante bom,
enquanto, para solos com tamanho de poro uniforme, β = 1/3 é sugerido. A infiltração
cumulativa usando o modelo Brutsaert é simplesmente:

Ajustar esta equação aos dados de infiltração permite a fácil determinação de K sat e S .

Permeabilidade. Uma vez que a água entra no solo, sua percolação ou redistribuição
ocorre em condições saturadas e/ou insaturadas (zona vadosa).

Condições saturadas. Sob condições saturadas, o fluxo vertical de água em uma coluna
de solo de comprimento L e área transversal A é dado pela lei de Darcy:

onde Q é a vazão (volume por unidade de tempo), K é a condutividade hidráulica,


conhecida como coeficiente de permeabilidade de Darcy (comprimento por unidade de
tempo), e as alturas h1 e h2 e as distâncias z1 e z2 são as que são representado na Figura
33.

A carga h 1 refere-se à carga hidráulica para todos os pontos na parte inferior da coluna
de solo, ou seja, em z = z 1 . Da mesma forma, a carga h 2 é aplicada a todos os pontos no
topo da coluna de solo, z = z 2 . O comprimento da coluna é z 2 -z 1 = L. O sinal negativo na
equação de Darcy é usado para que um valor positivo de Q indique fluxo na direção z
positiva, que é medida de z 1 a z 2 ( Kirkham e Powers , 1972).

Na equação da lei de Darcy, a quantidade (h 2 -h 1 )/ (z 2 -z 1 ) é chamada de gradiente


hidráulico (i), e a razão Q/A é chamada de fluxo por unidade de seção transversal ou fluxo de
densidade. A razão Q/A também é chamada de velocidade de Darcy (v), então a lei de Darcy
pode ser escrita como: A velocidade real da água no solo é muito maior que a velocidade de
Darcy e é dada por v/f , onde f é a porosidade (Kirkham e Powers, 1972). Taylor (1948)
desenvolveu uma equação que relaciona o coeficiente de permeabilidade K com as
características do fluido e do solo: onde D s é o diâmetro das partículas do solo, γ é o peso
específico do fluido, μ é a viscosidade do fluido , e é o índice de porosidade do solo e c é o
fator de forma dos grãos do solo. Esta equação é muito útil para examinar os fatores que
afetam o coeficiente de permeabilidade, dos quais são considerados primeiro os
dependentes do fluido permanente e, posteriormente, os dependentes do solo (Coppola,
2018). Uma classificação da permeabilidade do solo com base nos valores de K é mostrada
na Tabela 24.

Tabela 24. Classificação da permeabilidade do solo de acordo com seu coeficiente K K


(cm/s) Classificação de permeabilidade > 10 -1 Alta 10 -1 -10 -3 Média 10 -3 -10 -5 Baixa 10 -5
-10 -7 Muito baixa > 10 -7 Impermeável Fonte: Terzagui e Peck (1967).
TRADUÇÃO 68

A água flui de áreas de maior potencial hídrico total (Ψw) para áreas de menor Ψw. Em
solos saturados, a carga hidráulica ou potencial gravitacional (Ψ g ) é a força motriz para o
fluxo descendente. Embora as condições de campo raramente estejam em conformidade
com a lei de Darcy devido à heterogeneidade e ao fato de que condições de estado
estacionário normalmente não ocorrem no campo, onde ocorrem percolação e evaporação,
esta equação simples para o fluxo saturado pode fornecer informações sobre as variáveis ​
que controlam o fluxo de água através dos solos.

Condições insaturadas. O movimento da água sob condições não saturadas (zona


vadosa) ainda depende da condutividade hidráulica e da força motriz do fluxo de água, mas
as diferenças no teor de umidade ou no potencial da matriz fornecem as forças motrizes
primárias. Quando o solo está insaturado, apenas os poros cheios de água são acessíveis
para o fluxo, e a condutividade hidráulica diminui à medida que o conteúdo de água e o
potencial da matriz são reduzidos.

Além disso, como os poros maiores drenam e se enchem primeiro de ar, a condutividade
hidráulica inicialmente diminui muito rapidamente à medida que o teor de água é reduzido.
Da mesma forma, os espaços porosos cheios de ar atuam como barreiras ao fluxo de água,
fazendo com que a água siga caminhos mais tortuosos ao longo de filmes finos nas
partículas do solo e em pequenos poros.

Quando um meio é insaturado, a água está geralmente a uma pressão mais baixa que o
ar, de modo que a pressão da matriz é negativa e a água flui de regiões com maior teor de
água (menos Ψ m negativo) para aquelas com Ψ m mais baixo (mais negativo), ou seja, de
áreas úmidas a secas no solo. Consequentemente, o fluxo insaturado pode ser ascendente
em resposta à evaporação da superfície, descendente à medida que a água é redistribuída
após um evento de molhamento, ou lateral (Nimmo, 2005;).

O potencial ou pressão da matriz também é chamado de potencial ou pressão capilar,


pois um poro com água pode ser comparado a um tubo capilar fino com uma extremidade
submersa. Considerando isso, a água retida em pequenos poros acima da zona saturada, que
sobe ou desce espontaneamente, é conhecida como água capilar e ocorre principalmente em
solos de granulação fina (argilosos) devido à sua maior área superficial específica e ao
maior número de microporos. Na verdade, os vazios interligados num solo formam uma
coleção de tubos capilares irregulares, mas definidos.

A tensão capilar máxima que pode ser desenvolvida irá variar de um ponto para outro,
dependendo do diâmetro do poro e do grau de saturação. Consequentemente, a analogia do
tubo capilar não é diretamente aplicável. A espessura da zona capilar em um solo depende
do tamanho e da forma dos poros. Isto, por sua vez, é uma função dos tamanhos e formas
das partículas, bem como das taxas de vazios. À medida que o tamanho das partículas
TRADUÇÃO 69

diminui, também diminui o tamanho dos vazios e a altura de ascensão capilar no solo
aumenta (h c): onde e é a razão de vazios, D 10 indica o tamanho efetivo do grão (unidade de
comprimento) e C (unidade de área ) corresponde a uma constante empírica que depende da
forma das partículas e das impurezas superficiais (varia entre 0,1 cm 2 e 0,5 cm 2 para areias
soltas e densas, respectivamente).

A tensão superficial é um fator importante no fenômeno da capilaridade. As forças de


adesão superficial ou coesão interna presentes na interface entre um líquido e um sólido
esticam o líquido e formam uma superfície curva chamada menisco. Esta é uma
manifestação da ação capilar e refere-se à curva na superfície superior de um líquido próximo
à superfície, causada pela tensão superficial (Ts). Pode ser côncavo ou convexo,
dependendo do líquido e da superfície. No caso da água, as forças de adesão com um sólido
formam um menisco côncavo (Figura 34) (Kaliakin, 2017).

A tensão capilar (σ c ) pode ser relacionada ao raio do menisco (r) considerando sua
geometria (Figura 34B). Assim, para a água em contato com o ar, a tensão de tração capilar
depende apenas de r e varia inversamente com ele:

2T ou s c r = tensão capilar máxima ocorre quando o raio do menisco é menor, o que


corresponde ao caso em que o menisco é tangente ao tubo, o que implica que α = 0° e
portanto r = d/2. A tensão capilar máxima será σ cmax = 4T s /d, onde se entende que σ cmax
será negativo.

Os poros em meios naturais não são perfeitamente cilíndricos, mas a mesma relação se
aplica se r for entendido como um raio efetivo dos poros. A relação dada nesta equação é útil
para mostrar o que acontece dentro de um poro e para modelar propriedades hidráulicas não
saturadas. Quando as três fases se juntam, o ângulo entre a interface ar-água e a interface
ar-sólido, medido através da água, é o ângulo de contato (Nimmo, 2005). Em outras palavras,
o ângulo de contato (θ) refere-se ao ângulo que a superfície de um líquido forma quando
entra em contato com um sólido. Se θ < 90°, significa que o líquido é preferencialmente
atraído pela fase sólida em comparação com sua atração coesiva por outras moléculas
líquidas, de modo que o líquido molhará a superfície e se espalhará sobre ela. Pelo contrário,
quando a força coesiva do líquido é muito mais forte que a força atrativa do sólido, diz-se
que o líquido repele o sólido e θ ≥ 90° (Figura 35) (Jury e Horton, 2004;Kulkarni e Shaw ,
2016).

O ângulo de contato é definido como o equilíbrio mecânico da gota sob a ação de três
tensões interfaciais: sólido-vapor (ϒ sv), sólido-líquido (ϒ sl) e líquido-vapor (ϒ lv). Esta
relação de equilíbrio é conhecida como equação de Young (1805):
TRADUÇÃO 70

Temperatura do solo
A temperatura do solo é uma propriedade importante, essencial para muitos processos
e reações de recursos, como absorção de água e nutrientes, atividades microbianas,
ciclagem de nutrientes e crescimento de raízes. Esta propriedade é em grande parte
determinada pela taxa de troca de calor entre o solo e sua superfície, ou seja, o fluxo de calor
(Oliver et al., 1987). Assim, as propriedades de temperatura do solo mudam devido aos
processos de troca de energia radiante, térmica e latente que ocorrem na superfície do solo
(Onwuka e Mang, 2018).

A capacidade do solo de conduzir calor determina a rapidez com que sua temperatura
muda durante um dia ou entre as estações. O fluxo de calor do solo combina efetivamente
os processos de transferência de energia na superfície (balanço de energia superficial) com
aqueles de transferência de energia no solo (regime térmico do solo) (Sauer e Horton, 2005).
A principal fonte de temperatura do solo é a radiação solar (Onwuka e Mang, 2018).

Em micrometeorologia, a medição do fluxo de calor do solo é frequentemente


considerada dentro do contexto do balanço de energia superficial:

onde R n é a radiação líquida, G é a densidade do fluxo de calor do solo na superfície do


solo, LE é a densidade do fluxo de calor latente e H é a densidade do fluxo de calor sensível.
Todos os termos têm unidades de J/m 2 s ou W/m 2 . O lado esquerdo da equação (R ​n -G)
representa a energia disponível, enquanto os termos do lado direito (LE e H) são
frequentemente chamados de fluxos turbulentos. Grande parte da energia que entra no solo
durante o dia retorna à atmosfera à noite através da radiação terrestre de ondas longas. Por
esta razão, G é frequentemente o menor componente do orçamento diário de energia
superficial (Sauer e Horton, 2005).

O fluxo de calor no solo pode ser considerado análogo ao fluxo de calor em um sólido ao
qual se aplica a lei de Fourier (1822):

onde Q é o fluxo de calor por unidade de área, K t é a condutividade térmica do solo


(W/mK), A é a área de superfície de transferência (m 2 ), T é a temperatura do solo (K) e X é a
distância de o chão (m).

O fluxo de calor nos solos pode ocorrer por condução através de sólidos e água, bem
como por convecção e difusão em poros cheios de ar. Os solos podem aquecer
consideravelmente quando a chuva quente cai em solo frio, ou vice-versa. Além disso, o
transporte de água e vapor d'água é uma forma de transporte de calor latente.

A água deve absorver energia (540 cal/g) para evaporar. Quando o vapor d'água se move
de uma região do solo para outra, ou sai do solo para retornar à atmosfera, ele carrega
TRADUÇÃO 71

energia igual ao calor de vaporização. Quando a água condensa em outro lugar, o calor é
liberado. Assim, a evapotranspiração das plantas e o transporte de vapor d'água também são
tipos de mecanismos de transporte de energia (Schaetzl e Anderson, 2005b).

Componentes das propriedades térmicas do solo, como capacidade térmica específica,


condutividade térmica e difusividade térmica, são afetados pelas propriedades básicas do
solo, incluindo densidade aparente, textura e conteúdo de água (Onwuka e Mang, 2018). A
condutividade térmica do solo aumenta à medida que aumenta sua densidade aparente
devido ao maior contato partícula-partícula (Figura 36).

Da mesma forma, a condutividade térmica é maior em solos de textura grossa do que


em solos de textura fina, como resultado de uma melhor continuidade da fase sólida (Figura
37). Como a condução de calor é muito maior em filmes de água do que em poros cheios de
ar, o aumento do teor de água dos solos aumenta consideravelmente a condutividade
térmica. A temperatura varia frequentemente entre solos, espacialmente na superfície do
mesmo solo, entre camadas e ao longo do tempo (Sauer e Horton, 2005). A Figura 38 mostra
padrões de temperatura para solos bem drenados ao longo do tempo e com profundidade.
Essa propriedade muda à medida que você se aprofunda no perfil. A causa do
amortecimento da temperatura com a profundidade é que uma certa quantidade de calor é
absorvida ou liberada ao longo do caminho quando a temperatura dos materiais condutores
no solo muda (Al-Kaisi et al., 2017). Ao mesmo tempo, a amplitude da onda senoidal, ou seja,
a diferença entre a temperatura máxima ou mínima e a temperatura média, aumenta próximo
à superfície. Em profundidade, a temperatura do solo varia cada vez menos.

Figura 38. Padrões de temperatura do solo (T) ao longo do tempo e com profundidade
para solos bem drenados Nota. A) mudanças na T diária em função da profundidade e do
tempo; B) curvas T anuais para diversas profundidades. Fonte: .

Outra característica importante, mostrada na Figura 38B, é que existe um atraso entre o
aquecimento ou resfriamento na superfície e a transferência de calor de ou para o solo mais
profundo. A temperatura máxima registada na figura corresponde ao mês de Julho, à
superfície do solo; a obtida em setembro foi de 200 cm e em dezembro de 500 cm.

O aumento no tempo de atraso com o aumento da profundidade reflete o tempo


necessário para que a energia seja transferida para a profundidade. Devido a este fenómeno,
o fluxo de calor é descendente no verão, quando a superfície do solo é mais quente do que
em profundidade, enquanto no inverno é ascendente porque o solo superficial é mais frio que
o solo profundo, que atinge a sua temperatura máxima no inverno.

Outros fatores que influenciam a temperatura do solo são a cor do solo, o conteúdo de
matéria orgânica, a inclinação da superfície, a cobertura morta e a cobertura vegetal. Por
TRADUÇÃO 72

exemplo, os pisos de cor escura absorvem mais calor radiante do que os pisos de cor clara,
razão pela qual ocorre uma temperatura mais elevada nos primeiros (Nwankwo e Ogagarue,
2012). Nesse mesmo sentido, os solos ricos em matéria orgânica – o que contribui para a
cor escura e também para uma maior capacidade de retenção de água – aumentam então a
sua absorção de calor e consequentemente a sua temperatura.

Da mesma forma, a inclinação da superfície influencia a temperatura do solo, pois afeta


a dispersão da radiação solar. Se esta última chegar num ângulo, será espalhada por uma
área mais ampla do que a mesma quantidade de radiação que chega num ângulo reto
(Elizbarashvili et al., 2007). Portanto, a quantidade de radiação por unidade de área da
superfície da Terra diminui à medida que a inclinação do terreno aumenta.

Os materiais de cobertura morta, por sua vez, inibem a evaporação e aumentam a


umidade do solo; Consequentemente, a temperatura na superfície do solo é reduzida.
Finalmente, a vegetação actua como isolante térmico e afecta significativamente esta
variável ao não permitir que o solo fique demasiado quente durante a estação seca ou
arrefeça excessivamente durante a estação chuvosa.

Fase gasosa do solo


A fase gasosa do solo é geralmente dominada pelos principais constituintes da
atmosfera: gases inorgânicos (por exemplo, N 2 , O 2 e CO 2 ), vapores (por exemplo, H 2 O e
NH 4 ) e componentes orgânicos voláteis (por exemplo, . , carboidratos, ácidos orgânicos,
álcoois, óleos e pesticidas) (Smagin, 2009). Os gases difundem-se da atmosfera para o solo
e vice-versa, de modo que a composição de ambos é geralmente semelhante. As diferenças
são porque, à medida que os microrganismos e as raízes das plantas respiram, o conteúdo
de CO 2 e CH 4 do solo pode aumentar, enquanto as concentrações de O 2 diminuem;
Contudo, em locais contaminados industrialmente podem existir níveis significativos de
vapores orgânicos.

Conteúdo de gás
A análise da atmosfera do solo (X) expressa a quantidade do gás de interesse (V a ) em
relação ao volume amostrado (V t ):

onde 0,01% equivale a 100 ppm. No entanto, como o volume da fase gasosa é altamente
dependente da pressão atmosférica (P) e da temperatura (T), é mais preciso relatar a
concentração de massa do gás: 100 g XPM C RT = onde C g representa a concentração do
gás (g/m3); X, atmosfera do solo (%); P, pressão atmosférica (Pa); M, a massa molar (g/m 3
); R é a constante universal dos gases (8,31 J/molK) e T, a temperatura absoluta (K).
TRADUÇÃO 73

Para vapor, que possui conteúdo crítico ou concentração saturada (C g 0 ), é conveniente


utilizar uma concentração relativa (C g /C g 0 ). Por exemplo, a umidade relativa da água (UR
= C g /C g 0 ) varia teoricamente de 0 a 1.

Movimento de gás no solo


Os gases movem-se através dos solos principalmente por difusão; a convecção é
insignificante, exceto no centímetro superior. O 2 e o CO 2 podem dissolver-se em água e
difundir-se através de películas de água e poros cheios de água, mas a difusão é muito mais
lenta num líquido desse tipo do que num gás. A difusão molecular na fase gasosa gera cerca
de 2 cm/dia ​de dispersão, enquanto a difusão molecular na fase líquida é 100 vezes menos
eficiente na movimentação de massa de contaminantes. A difusão (J) é governada pela
primeira lei de Fick (1855):

onde J se refere à densidade de corrente da partícula (mol/m 2 s), D é o coeficiente de


difusão do gás ou constante de proporcionalidade (m 2 /s), c é a concentração (mol/m 3 ) e x
, posição (m) . Então dc/dx é o gradiente de concentração entre dois pontos. Portanto, o
fluxo se move de regiões de alta concentração para regiões de baixa concentração, com
magnitude proporcional ao gradiente de concentração.

O coeficiente D pode ser bastante baixo, uma vez que o solo é um meio no qual as
moléculas de gás têm de viajar através de poros estreitos e ao longo de caminhos tortuosos.
Consequentemente, o coeficiente de difusão efetivo de um gás no solo é retardado por um
fator conhecido como fator de tortuosidade do gás, que é determinado experimentalmente e
depende da textura do solo e da distribuição de tamanho dos poros cheios de gás.

Solos de textura fina com poros pequenos têm trocas gasosas mais limitadas com o ar,
especialmente quando úmidos. Portanto, em solos quentes, argilosos e úmidos, as
concentrações de CO 2 podem exceder 5% em volume, em contraste com aproximadamente
0,035% de CO 2 na atmosfera. Pelo contrário, o CO 2 é produzido à medida que o O 2 é
consumido, pelo que este último diminui sob condições em que o CO 2 aumenta (Figura 39).

Embora o vapor de água seja um gás, o seu movimento nos solos é diferente do fluxo de
CO 2 e O 2 . Esta variação ocorre porque a força motriz para o transporte de vapor de água
são as diferenças na umidade relativa, que é em grande parte uma função da temperatura do
ar no solo, desde que as partículas do solo estejam cobertas por uma película de água.
Portanto, o transporte de vapor d'água depende dos gradientes de temperatura do ar no solo,
bem como do gradiente de temperatura da fase sólida. Gradientes de temperatura no solo
(dT/dx) levam a uma transferência de massa molecular por termodifusão combinada:

onde k T é uma constante de termodifusão proporcional à concentração do gás.


TRADUÇÃO 74

Teoricamente, a contribuição do gradiente de temperatura é menor que a do gradiente de


concentração e pode ser desprezada para a transferência de massa de gases nos solos,
exceto para gases que possuem gradientes baixos (dc/dx → 0) próximos à superfície do
solo. solo (N 2 , O 2 ) e para vapor de água, onde a termodifusão pode ser três a quatro vezes
maior que o fluxo de difusão simples se os gradientes de temperatura e concentração forem
codirecionais (Smagin, 2009).

Em geral, o vapor d'água flui de áreas de temperatura mais baixa para áreas de
temperatura mais alta, onde a umidade relativa é menor. Assim, durante o dia, quando a
superfície do solo está quente e a água evapora da superfície, o vapor d'água flui para cima
do solo, para a superfície mais seca. À noite, o fluxo de vapor pode ser descendente se a
superfície do solo esfriar suficientemente, ou pode continuar a fluir para cima se a umidade
relativa permanecer mais baixa na superfície.

Outras razões para o aumento da difusão térmica podem ser o movimento


macroscópico devido aos fluxos convectivos de ar do solo no campo gravitacional
(convecção natural) e a circulação térmica do ar (fluência térmica) em meios capilares
porosos (Smagin, 2000). A convecção natural na fase gasosa pode envolver tanto o
movimento descendente (fluxo gravitacional) de ar mais denso (frio ou enriquecido em gases
pesados) quanto o fluxo ascendente de ar rarefeito (aquecido ou enriquecido em
componentes leves) (Smagin, 2009).

Para recordar
Todos os processos hídricos no solo são afetados pela composição do recurso e suas
características como densidade, área superficial específica, porosidade, teor de matéria
orgânica, entre outras. Esses processos físicos são fundamentais para que o solo cumpra
suas funções e, portanto, é necessário um manejo adequado do recurso para garantir o
manejo sustentável do sistema.

Questionário da Unidade 2

1. O diâmetro de uma amostra cilíndrica de solo é 0,1 m e sua altura é 0,3 m. Qual é o
teor de umidade gravimétrica (w) do solo se a massa úmida era 4,13 kg e a massa seca era 3
5. Quando uma partícula esférica que compõe o solo de densidade ρ s e raio R cai através de
um líquido com densidade ρ w e a viscosidade η estão sujeitas a três forças. Qual das
alternativas a seguir não é uma delas? para. Força de impulso hidrostática. b. Força
gravitacional. c. Força osmótica. d. Força de arrasto.

6. A área superficial específica é uma propriedade dos sólidos que se refere à relação
entre a área superficial total e a massa do sólido. Esta propriedade está diretamente
TRADUÇÃO 75

relacionada às capacidades de adsorção de moléculas iônicas das fases líquida ou gasosa e


à retenção de líquidos polares. Qual das seguintes texturas tem a maior área de superfície
específica? 11. Valores positivos do potencial hídrico refletem o fato de que a água é retida
no solo por forças matriciais que excedem a força da gravidade:

para. VERDADEIRO. b. Falso.

12. A água é retida nos solos de duas maneiras: adsorvida e absorvida. A água adsorvida
é retida na superfície das partículas do solo por ligação química ou física devido à atração
adesiva natural entre a água e os sólidos. Porém, a água também pode entrar em sólidos, ou
seja, pode ser absorvida por um solo mineral, partícula de rocha ou substância orgânica.
Dentre as alternativas a seguir, quais forças contribuem para a retenção de água no solo?

para. Força eletrostática e tensão superficial. b. Força de Van der Waals e força
gravitacional. c. Força dipolo e tensão superficial. d. Dipolo e força eletrostática.

13. A água líquida tem tensão superficial e viscosidade extremamente altas porque os
átomos de H em cada molécula de H 2 O formam fortes ligações de hidrogênio com os
átomos de O das moléculas de água vizinhas: a. VERDADEIRO. b. Falso.

14. A infiltração de um solo pode então ser definida como a sua capacidade de permitir
que a água entre e passe pelo seu perfil. A infiltração permite que o solo armazene água
temporariamente, disponibilizando-a para uso https://doi.org/10.5399/osu/1142

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