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Guarapari-ES
2023
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SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ...............................................................................................3
1. INTRODUÇÃO .........................................................................................4
2. FONTES DO DIREITO PENAL ................................................................5
EXEMPLO .............................................................................................7
I. Constituição Federal ............................................................7
II. Tratados Internacionais .......................................................7
III. Leis Ordinárias ....................................................................7
IV. Costumes ............................................................................7
V. Princípios Gerais do Direito .................................................7
3. NORMAS PENAIS ....................................................................................8
CLASSIFICAÇÃO E EXEMPLIFICAÇÃO DAS NORMAS PENAIS ......10
EXEMPLO ...........................................................................................12
I. Precisão da Redação .........................................................12
II. Princípios Constitucionais .................................................12
III. Proporcionalidade das Penas ............................................12
4. LEIS EXCEPCIONAIS E TEMPORÁRIAS ..............................................12
EXEMPLO ...........................................................................................15
I. Justificação Plausível ........................................................15
II. Limitação Temporal ............................................................15
III. Proporcionalidade das Medidas .........................................16
5. RETROATIVIDADE DAS NORMAS PENAIS EM BRANCO ...................16
EXEMPLO ...........................................................................................18
I. Retroatividade In Mellius ...................................................18
II. Limitação da Retroatividade ..............................................18
III. Irretroatividade In Pejus .....................................................19
PERGUNTA FINAL - “COMO SE DÁ A RETROATIVIDADE DAS NORMAS
PENAIS EM BRANCO? ” ............................................................................. 19
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APRESENTAÇÃO:
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Por fim, apresentamos uma visão unificada acerca da
retroatividade das normas penais em branco,
sublinhando a importância do equilíbrio entre o
desenvolvimento normativo, a preservação dos
direitos individuais e a estabilidade das decisões
judiciais. Este equilíbrio contribui para um sistema
penal que se pauta pela justiça, alinhando-se com os
princípios democráticos e constitucionais.
Palavras-chave: Direito Penal, Fontes do Direito,
Normas Penais, Leis Excepcionais, Retroatividade,
Rogério Greco, Guilherme de Souza Nucci, Julio
Fabbrini Mirabete.
1. Introdução:
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funcionamento do sistema penal e dos princípios que
o norteiam.
Palavras-chave: Direito Penal, Fontes do Direito,
Normas Penais, Leis Excepcionais, Retroatividade,
Rogério Greco, Guilherme de Souza Nucci, Julio
Fabbrini Mirabete.
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Guilherme de Souza Nucci, autor de "Código Penal
Comentado", acrescenta à discussão a relevância
dos tratados e convenções internacionais. Para
Nucci, a internacionalização do Direito Penal é uma
resposta à natureza transnacional de muitos delitos.
Tratados como a Convenção das Nações Unidas
contra o Crime Organizado Transnacional e a
Convenção Internacional contra a Tortura exercem
influência direta sobre a legislação penal nacional,
promovendo a cooperação global na repressão ao
crime.
Julio Fabbrini Mirabete, renomado por seu "Manual de
Direito Penal", destaca o papel dos costumes e dos
princípios gerais do direito como fontes do Direito
Penal. Os costumes, compreendidos como práticas
reiteradas e socialmente reconhecidas, contribuem
para a formação de normas penais consuetudinárias.
Mirabete também enfatiza os princípios gerais do
direito como alicerces que orientam as decisões
judiciais, assegurando coesão e uniformidade ao
sistema penal.
Os três autores convergem na importância de uma
abordagem integrada das fontes do Direito Penal. A
Constituição surge como o fundamento primordial, os
tratados internacionais como instrumentos de
harmonização global, e os costumes e princípios
gerais do direito como pilares da tradição jurídica.
Dessa forma, a legislação penal é moldada não
apenas por critérios internos, mas também pela
dinâmica das relações internacionais e pelos valores
arraigados na sociedade.
Portanto, as visões de Rogério Greco, Guilherme de
Souza Nucci e Julio Fabbrini Mirabete convergem
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para a compreensão de que as fontes do Direito Penal
não são meros aspectos formais, mas sim
fundamentos que orientam a busca pela justiça,
garantindo a proteção dos direitos individuais e
contribuindo para a construção de uma sociedade
mais justa e equitativa.
• EXEMPLIFICANDO:
I. Constituição Federal: O princípio da legalidade foi
aplicado em um caso em que uma pessoa foi acusada
de um crime não previsto em lei. O Supremo Tribunal
Federal (STF) determinou a absolvição, ressaltando a
necessidade de que os tipos penais estejam
claramente definidos em lei.
II. Tratados Internacionais: O julgamento da
"Chacina de Unaí" (2004) resultou na condenação de
envolvidos no assassinato de auditores fiscais. O
Brasil é signatário da Convenção 98 da OIT sobre o
Direito de Organização e de Negociação Coletiva,
que influenciou as ações de investigação e
condenação.
III. Leis Ordinárias: O caso do "Mensalão" (2005)
envolveu políticos acusados de corrupção ativa e
passiva, lavagem de dinheiro, entre outros. As penas
aplicadas refletiram a legislação penal brasileira.
IV. Costumes: A tradição de considerar a posse de
drogas como crime influenciou a condenação de
indivíduos em casos de tráfico de drogas,
demonstrando como os costumes podem moldar a
interpretação das normas penais.
V. Princípios Gerais do Direito: O princípio da
insignificância foi aplicado em um caso em que uma
pessoa foi acusada de furto de um item de baixo valor.
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O STF determinou a atipicidade da conduta, levando
em consideração a ausência de lesão significativa.
3. Normas Penais:
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comprometer os direitos individuais. A análise
conjunta das obras de Greco, Nucci e Mirabete
evidencia a complexidade e a importância da
construção de normas penais que promovam um
equilíbrio entre a proteção social e o respeito aos
direitos fundamentais.
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• EXEMPLIFICANDO:
I. Precisão da Redação: No caso “Mariana Ferrer”
(2018), a redação do Código Penal gerou debate
sobre a interpretação do termo "violência presumida",
enfatizando a importância da clareza na redação das
normas.
II. Princípios Constitucionais: O caso da "Maria da
Penha" (2006) envolveu a condenação de agressores
de mulheres baseada na lei que incorporou princípios
constitucionais de igualdade e proteção.
III. Proporcionalidade das Penas: No caso da
"Operação Lava Jato", figuras políticas e empresários
foram condenados por corrupção, lavagem de
dinheiro e outros crimes, com penas variando de
acordo com a gravidade das condutas.
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infrator. No âmbito do Direito Penal, a regra geral é a
retroatividade da lei penal mais favorável, que pode
levar à abolição do crime (abolitio criminis) e à
extinção da punibilidade, desde que o fato deixe de
ser considerado crime após sua prática. De acordo
com a tradição jurídica, uma lei posterior que
descriminaliza um comportamento deve retroagir e
beneficiar aqueles que foram responsabilizados por
tal conduta enquanto era ilegal. Portanto, a lei
posterior aumenta a margem de liberdade para agir
em conformidade com a lei.
No entanto, aceitar a retroatividade da revogação de
uma lei temporária ou excepcional levaria à
impunidade do infrator, que precisaria apenas esperar
pelo término da vigência da lei para obter os
benefícios legais, independentemente da gravidade
de sua ação durante a vigência da lei. Em outras
palavras, permitir a retroatividade nessas situações
tornaria a lei temporária ineficaz em alcançar o
objetivo pretendido pelo legislador, que é proteger
bens jurídicos específicos de forma especial em
situações de gravidade excepcional.
Essas leis são caracterizadas por serem
estabelecidas em contextos específicos e por um
período determinado. Elas podem temporariamente
suspender ou modificar certos direitos e garantias
individuais para permitir ações rápidas e eficazes em
resposta a uma situação de emergência. No entanto,
é essencial que essas leis sejam proporcionais,
necessárias e estejam em conformidade com os
princípios fundamentais do Estado de Direito.
Rogério Greco enfatiza a importância de critérios bem
definidos na criação de leis excepcionais para garantir
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que elas não violem os princípios fundamentais do
Direito Penal. Guilherme de Souza Nucci argumenta
que essas leis devem ter limitações claras em sua
abrangência e duração, além de uma justificação
convincente para sua criação, a fim de evitar abusos
pelo poder legislativo.
A criação de leis excepcionais e temporárias é uma
característica distintiva do sistema jurídico em
situações extraordinárias ou de emergência. As
análises de Rogério Greco, Guilherme de Souza
Nucci e Julio Fabbrini Mirabete sobre esse tema
destacam os desafios e critérios que orientam a
elaboração dessas leis, com o objetivo de preservar a
justiça e os direitos individuais.
Rogério Greco, em sua obra "Curso de Direito Penal",
destaca que as leis excepcionais e temporárias
devem ser usadas com moderação e baseadas em
critérios objetivos. Ele alerta para o risco de abusos
por parte do poder legislativo ao criar leis que afetam
direitos fundamentais sob o pretexto de situações
excepcionais. Ele enfatiza a importância de uma
justificação sólida e da delimitação temporal dessas
leis, a fim de evitar que se prolonguem além do
necessário.
Guilherme de Souza Nucci, autor de "Código Penal
Comentado", amplia a discussão ao mencionar que
as leis excepcionais devem ser limitadas em sua
abrangência e duração. Nucci argumenta que a
criação dessas leis requer uma fundamentação
plausível, justificando a necessidade de medidas
extraordinárias. Além disso, ele destaca a importância
de que essas leis sejam proporcionais ao contexto
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excepcional, evitando excessos que prejudiquem os
direitos individuais.
Julio Fabbrini Mirabete, em seu "Manual de Direito
Penal", contribui para a análise ao apontar que as leis
excepcionais e temporárias devem ser uma resposta
pontual a situações que fogem à normalidade. Ele
salienta que a limitação temporal é fundamental para
evitar a perpetuação de medidas restritivas de direitos
que não encontrem mais justificativa. Mirabete
também destaca que a criação dessas leis deve ser
orientada pelo interesse público genuíno, sem que se
tornem instrumentos de controle desproporcional.
As perspectivas desses autores convergem no
entendimento de que a criação de leis excepcionais e
temporárias deve ser fundamentada em critérios
sólidos, como a justificação plausível, a limitação
temporal e a proporcionalidade das medidas. A
preservação dos direitos individuais e a prevenção de
abusos são preocupações centrais. A análise
conjunta das abordagens de Greco, Nucci e Mirabete
reforça a importância de que as medidas
excepcionais estejam alinhadas com os princípios
democráticos e os valores constitucionais, garantindo
que a justiça prevaleça mesmo em tempos de crise.
• EXEMPLIFICANDO:
I. Justificação Plausível: Durante a pandemia de
COVID-19, leis foram criadas para autorizar medidas
de isolamento social e restrições de circulação,
buscando conter a disseminação do vírus.
II. Limitação Temporal: A Lei do Regime
Diferenciado de Contratações (RDC) foi aprovada
para situações excepcionais, como a realização da
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Copa do Mundo de 2014, visando agilizar processos
licitatórios temporariamente.
III. Proporcionalidade das Medidas: Durante a greve
dos caminhoneiros em 2018, o governo autorizou o
uso das Forças Armadas para liberar rodovias
bloqueadas, equilibrando a necessidade de manter
serviços essenciais com a garantia do direito de
protesto.
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Julio Fabbrini Mirabete, em seu "Manual de Direito
Penal", aborda a retroatividade das normas penais
em branco à luz da retroatividade da lei penal mais
benéfica. Ele enfatiza que a retroatividade das
mudanças legais deve ser guiada pelo princípio da
retroatividade in mellius, ou seja, a retroatividade que
beneficia o réu. Mirabete ressalta a importância de
que a retroatividade não seja um obstáculo à
evolução do ordenamento jurídico, mas que seja
realizada com respeito aos direitos fundamentais do
acusado.
As perspectivas desses autores convergem na
importância de uma análise criteriosa da
retroatividade das normas penais em branco. A
retroatividade deve ser considerada à luz dos
princípios de proteção dos direitos individuais,
segurança jurídica e justiça penal. A análise conjunta
das contribuições de Greco, Nucci e Mirabete destaca
a complexidade da retroatividade das normas penais
em branco, exigindo uma abordagem sensível às
peculiaridades de cada caso e às garantias
fundamentais do acusado.
• EXEMPLIFICANDO:
I. Retroatividade In Mellius: A descriminalização do
porte de drogas para uso pessoal, determinada pelo
STF em 2020, beneficiou retroativamente aqueles
condenados anteriormente por esse delito.
II. Limitação da Retroatividade: A alteração no
Estatuto do Desarmamento em 2019 trouxe novas
regras para posse e porte de armas, aplicando-as
apenas a partir da promulgação da lei.
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III. Irretroatividade In Pejus: A Lei de Crimes
Ambientais (1998) prevê penas mais severas para
condutas que causem danos à natureza. As
mudanças não retroagem para atingir infrações
cometidas antes de sua promulgação.
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Em última análise, concordamos que a análise da
retroatividade das normas penais em branco deve ser
baseada em um equilíbrio entre a evolução do
ordenamento jurídico, a proteção dos direitos
individuais e o respeito à estabilidade das decisões
judiciais. Dessa forma, contribuímos para um sistema
penal justo e harmonizado com os princípios
democráticos e constitucionais que regem nossa
sociedade.
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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
MIRABETE, Júlio Fabbrini. Manual de Direito Penal. 25ª edição. Editora Atlas,
2020.
SITE
https://www.gov.br/planalto/pt-br
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