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DESCOBERTA DO MEMBRO SUPERIOR

DESCOBERTA DO MEMBRO SUPERIOR I - FORÇA MUSCULAR


Conceitos
Paresia: redução da força muscular.
Plegia: ausência de contração muscular.
Neurônio motor superior: possui o corpo celular no encéfalo e se estende até a medula espinhal. O
neurônio motor superior influencia o funcionamento do neurônio motor inferior.
Neurônio motor inferior: possui o corpo celular na medula espinhal e se estende, através de nervos
periféricos, para fazer sinapse com as fibras musculares esqueléticas.
Plexo Braquial: emaranhado de fibras nervosas dos ramos ventrais dos nervos espinhais cervicais de C5
a C8 e do primeiro torácico (T1), que inervam o membro superior.
(Os conceitos de neurônio motor superior e inferior são explicados com maior detalhe na página 29)

Graduação da Força Muscular Definição


0 Não há contração
1 Esboço de contração muscular
2 Movimento com eliminação da gravidade
3 Movimento contra a gravidade, mas que não vence
qualquer resistência
4 Movimento contra a gravidade, que cede com
razoável resistência
5 Movimento contra a gravidade e que resiste à
resistência
3
Determinação da integridade dos miótomos
Abdução do Braço (C5): Eliminação da gravidade: o paciente, em decúbito dorsal, realiza o movimento
com o membro superior rente à maca.

Adução (C7): Para eliminar a gravidade o paciente em decúbito dorsal, com o antebraço fletido, faz
adução na horizontal. É como se o paciente tentasse tocar seu ombro oposto fazendo um arco no ar
durante o processo.
Flexão do cotovelo com antebraço em supinação (C5-C6; bíceps): Eliminação da gravidade: o paciente,
em decúbito dorsal e com o membro superior rente à maca, faz abdução do braço e flexão do cotovelo
com o antebraço entre pronação e supinação.

CAROLINE FELICIANO – MED 107


Extensão do cotovelo (C6-C7; tríceps): Para fazer o teste contra a gravidade é necessário que o paciente
faça a abdução do ombro, que o médico apoie o cotovelo do mesmo e peça que realize o movimento.
Para eliminar a ação da gravidade o teste é feito semelhante ao modo explicado para a flexão do
cotovelo.

Extensão do punho (C6-C7; nervo radial): Para realizar contra a gravidade, o paciente deve estar
sentado, apoiar o antebraço pronado em sua coxa (do paciente, rs) e "levantar a mão". O examinador
aplica resistência, preferencialmente, fazendo o mesmo movimento (dorso da mão do examinador em
contato com o dorso da mão do paciente). Eliminação da gravidade: o antebraço do paciente deve
estar apoiado sobre sua coxa entre pronação e supinação; o movimento será como se o paciente
estivesse jogando a mão para fora.
Flexão do punho (C7-C8): Para realizar contra a gravidade, o paciente deve estar sentado, apoiar o
antebraço em supinação em sua coxa e "levantar a mão" (como se estivesse chamando alguém).
Eliminação da gravidade: o antebraço do paciente deve estar apoiado sobre sua coxa entre pronação
e supinação; o movimento será como se o paciente estivesse jogando a mão para dentro.
Flexão dos dedos (C8): Paciente sentado, com o antebraço apoiado em sua coxa em supinação. O
examinador pede para que feche os dedos. Grau 5 ou Grau 4? Colocar dois dedos na mão do paciente,
pedir para que aperte e tentar se soltar. Grau 2 ou Grau 1? Visualmente.
4
Pinça (C8): Pedir que o paciente realize um movimento de pinça com o polegar e o indicador. O
examinador faz uma pinça dentro da pinça do paciente e puxa.
Abdução dos dedos (T1): Pedir que o paciente abra os dedos. Resistência - tentar unir os dedos do
paciente.
Abdução do polegar (T1): Contra a gravidade, a mão do paciente deve estar em supinação e o
examinador mostra realizando o movimento passivo no paciente; a abdução é feita perpendicular aos
demais dedos. Para eliminar a gravidade, bastar fazer o movimento na horizontal.

DESCOBERTA DO MEMBRO SUPERIOR II - REFLEXOS DE ESTIRAMENTO MUSCULAR, PALPAÇÃO DE PULSOS E


AVALIAÇÃO DA INTEGRIDADE DO DESFILADEIRO TORÁCICO

Reflexos Tendinosos Profundos


Graduação dos Reflexos Tendinosos Definição
0 Ausente
1 Só presente com manobra de reforço
2 Presente e simétrico
3 Presente, intenso, sem clônus
4 Clônus – oscilações rítmicas entre flexão e extensão

Reflexo Bicipital (C5): - Paciente sentado, com seu antebraço apoiado em sua coxa entre pronação e
supinação, com flexão próxima a 90º.
- Apalpar o tendão e fazer uma leve pressão com o polegar e percutir sobre esse dedo.
- Resposta esperada: contração do bíceps e flexão do cotovelo.
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Reflexo braquiorradial ou supinador (C6): - Mesma posição do reflexo bicipital.
- Dividir o antebraço do paciente em 3 regiões; na intermédia achar o rádio e afastar 2 dedos
medialmente.
- O examinador fica com seus dedos indicador e médio na região e percute sobre eles.
- Resposta esperada: flexão e supinação do antebraço.

Reflexo tricipital (C7): - Posição de extensão do cotovelo.


- Achar o tendão acima do olécrano e percutir diretamente sobre ele.
- Resposta esperada: contração do tríceps e extensão do cotovelo.

* Quando se encontra reflexos reduzidos ou com ausência simétrica é necessária a realização de


manobras de reforço pelo paciente (cerrar os dentes, cruzar as pernas e fazer força uma contra a outra,
apertar uma das coxas com a mão oposta, entrelaçar os dedos e apertar uma mão contra a outra, etc.).

Grau III unilateral sugere lesão de neurônio motor superior, a qual é confirmada na presença de
grau IV (patologia do SNC). Já grau O e grau I unilateral são achados de lesão de neurônio motor
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inferior.
Importante:
Grau I e grau III podem ser achados normais se: (1) forem bilaterais (obrigatoriamente) e (2) não
vierem acompanhados de fraqueza muscular ou outro distúrbio relacionado. Quando o paciente tem
seu médico é fácil saber se tais graus são normais (o paciente sempre os teve) ou se são achados
anormais.
Os reflexos podem estar diminuídos ou ausentes quando há perda de sensibilidade, no caso de
lesão significativa de segmentos medulares ou comprometimento dos nervos periféricos. As doenças
musculares e das junções neuromusculares também reduzem os reflexos.

Palpação dos pulsos braquial e radial


Normal: 60 a 100 bpm; bradisfigmia: < 60 bpm; taquisfigmia: > 60 bpm.
- Se o ritmo for regular, conte a frequência por 15 segundos e multiplique por 4. Se for irregular, conte
por 60 segundos.
- A palpação dos pulsos braquial e radial é usada para verificar a integridade do sistema circulatório,
avaliação de parada cardiorrespiratória, frequência, ritmo cardíaco e amplitude do pulso.
- Obstrução do sistema arterial = dor, membro frio. A comparação da amplitude entre os membros
pode dar o diagnóstico. (Pulsos reduzidos ou abolidos)
- A palpação deve começar distalmente.
- Pulso radial (face anterior da extremidade distal do rádio); pulso braquial (medial ao tendão do bíceps
braquial - na fossa cubital - ou no sulco bicipital, na face medial do braço).

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Integridade do desfiladeiro torácico
Síndrome do Desfiladeiro Torácico: compressão do feixe vascular e nervoso que vai para o
membro superior devido a alterações posturais e/ou anatômicas que alteram o triângulo formado pela
primeira costela, clavícula e músculos escaleno e peitoral.

a) Manobra combinada de Adson/Halstead: rotação lateral


da cabeça para o lado avaliado com leve extensão do
pescoço em postura militar (faça o movimento da cabeça
passivamente, orientando o paciente com sua mão,
diferentemente da imagem). Palpe o pulso radial em
abdução próxima de 30º.
Deve-se perguntar ao paciente, enquanto realiza a
manobra, se sente alguma coisa. Caso ocorra dor e
parestesia é compressão dos nervos. Caso ocorra mudança
na amplitude e mãos frias é obstrução vascular.

b) Manobra combinada Wright/Ross: hiperabdução do MS com extensão do cotovelo, potencializada


por estresse muscular - abrir e fechar a mão - por pelo menos 30 segundos.
Durante a manobra, o examinador deve checar o pulso radial, a fim de averiguar alguma 6
mudança vascular.

DESCOBERTA DO MEMBRO SUPERIOR III - AVALIAÇÃO DOS NERVOS DO PLEXO BRAQUIAL E PALPAÇÃO
DOS LINFONODOS AXILARES

Radiculopatia: acometimento de raízes nervosas que saem da medula espinhal e controlam a


sensibilidade e os movimentos de determinados grupos musculares. Pode causar dor tanto na região
da coluna vertebral quanto nos membros, além de fraquezas, parestesias, disestesia e dificuldade na
coordenação de movimentos. É causada pela compressão das raízes, que pode acontecer por vários
motivos, como a hérnia de disco, espessamento dos ligamentos circundantes ou osteófitos (bicos de
papagaio). A radiculopatia compromete o movimento inteiro (ex.: dor durante toda abdução do ombro,
até 180º) e pode ser confirmada analisando outros movimentos permitidos pela mesma raiz.
Neuropatia: acometimento dos nervos periféricos, com sintomas semelhantes aos da radiculopatia. A
neuropatia compromete um movimento específico.
Hipoestesia é mais rara em radiculopatia do que em neuropatia.
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Avaliação dos nervos periféricos

• N. axilar (C5, C6)


Integridade motora: abdução além de 90º.
Integridade sensitiva: área da injeção.
• N. músculo-cutâneo (C5, C6, C7)
Integridade motora: flexão do cotovelo.
Reflexo: bicipital (C5).
Integridade sensitiva: borda lateral do antebraço.
• N. radial (C5, C6, C7, C8, T1)
Integridade motora: extensão do punho.
Reflexos: braquiorradial ou supinador (C6) e tricipital (C7).
Integridade sensitiva: dorso do 1º, 2º e 3º dedos (principalmente base do 1º e 2º).
• N. mediano (C5, C6, C7, C8, T1)
Integridade motora: trofismo da eminência tenar e flexão do punho.
Avalie o nervo mediano quando de sua passagem no túnel do carpo: sensibilidade dolorosa na face
palmar do dedo indicador e abdução do polegar na perpendicular.
• N. ulnar (C7, C8, T1)
Integridade motora: trofismo dos lumbricoides e abdução do dedo mínimo.
Integridade sensitiva: dorso do 4º e 5º dedo e eminência hipotenar.

O polegar é um bom marcador da função nervosa:


Abdução na horizontal Ação do nervo radial
Adução na horizontal Ação do nervo ulnar 7
Oponência Ação do nervo mediano
Abdução na perpendicular Ação do nervo mediano

Radiculopatia x Neuropatia

• C5 x n. axilar (ambos prejudicam a abdução do braço)


Radiculopatia de C5: toda a amplitude está comprometida.
Neuropatia (n. axilar): só a segunda parte dos 180º é comprometida (depende do m. deltoide). Os
primeiros 90º dependem do músculo supraespinhoso, inervado pelo n. supraescapular.

• C6 x n. músculo-cutâneo x n. radial (todos prejudicam a flexão do cotovelo)


C6: prejuízo da flexão tanto em supinação quanto em pronação.
N. músculo-cutâneo: só em supinação
N. radial: só em semi-pronação

• C7 x n. radial (ambos atuam na extensão do cotovelo e extensão do punho)


Só lesão de C7 prejudica também adução do ombro e flexão do punho.

• T1 x n. ulnar (ambos responsáveis pelos músculos da mão)


Na lesão de T1, todos os músculos da mão são comprometidos, enquanto que na lesão do n. ulnar há
preservação dos músculos da eminência tenar.

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Avaliação das sensibilidades tátil, dolorosa e térmica
Dermátomos do membro superior: os dermátomos são áreas da pele inervadas por fibras
nervosas originadas de um único gânglio dorsal. Para testá-los, utilize um objeto pontiagudo (como
um palito de dentes) e um macio (como um pedaço de algodão). Explique o teste ao paciente e
pergunte o que ele sente quando é tocado com os dois tipos de objetos. Posteriormente, peça que o
mesmo feche seus olhos e alterne a utilização dos dois tipos de objeto, observando as sensações
relatadas pelo paciente.

C5: borda lateral do braço

C6: borda lateral do antebraço


+ 2 primeiros dedos

C7: dedo médio e região


mediana do antebraço

C8: borda medial do antebraço


+ 2 últimos dedos

T1: borda medial do braço

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Palpação dos linfonodos axilares
Os linfonodos ou gânglios linfáticos são pequenos órgãos perfurados por canais que existem
em diversos pontos da rede linfática, uma rede de ductos que faz parte do sistema linfático. Atuam na
defesa do organismo humano e produzem anticorpos.
Palpe os linfonodos axilares (grupos apical, anterior, central, posterior e lateral), que drenam a
pleura parietal, a parede torácica anterior e a mama.
Linfonodos normais: pequenos (<1cm), móveis, moles, superfície regular e indolores.
Linfonodos anormais: (grandes, duros, fixos, dolorosos, etc.) indicam uma metástase ou infecção.

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DOR AXIAL E DE MEMBROS

Dor
Alodinia: sensação de dor quando o estímulo não era para causar dor.
Hiperestesia: excesso de sensibilidade.
Disestesia: dor com acompanhantes (queimação, fincada, aperto, agulhada)
Parestesia: só os matizes (acompanhantes), como dormência e formigamento.

TIPOS DE DOR:
1) Neurogênica: dor de origem neurológica, cujas características são: disestesia; parestesia;
independente de movimentação articular; relacionada a dermátomos ou à área de nervo periférico
(pode ser radiculopatia ou neuropatia).
Pode ter 3 acompanhantes tardios, que são: atrofia muscular, abolição dos reflexos da região (meses),
perda de sensibilidade.

2) Dor referida: dor sentida numa área de superfície distante do órgão estimulado. Muitas vezes, a área
onde a dor é manifestada e o órgão visceral relacionado apresentam a mesma inervação (o que pode
explicar a dor). Suas características são: não relacionada com movimento, disestesia, desencadeada por
estresse do órgão-fonte.

3) Dor pontual (periarticular): local ou regional, seletividade de movimentos, piora contra a resistência,
melhora com movimentação passiva.

4) Dor artropática: por comprometimento da articulação propriamente dita, cujas características são:
dor em qualquer movimento da articulação, presente à palpação de todas as margens da articulação,
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redução contra a resistência, aumento da temperatura articular.
Um comprometimento articular doloroso pode se dever à inflamação (reação do organismo a
uma infecção ou lesão dos tecidos) ou à degeneração (desgaste).
a) Degeneração: a dor melhora em repouso (relaxado) e também melhora em minutos de uso.
b) Inflamação: a dor piora em repouso e demora mais para melhorar em uso.

5) Dor óssea: dor mal localizada, profunda (surda), persistente, mais evidente à noite (noturna), não
influenciada por qualquer movimento.

Agravo: tradução em termos mais técnicos do que está acontecendo com o paciente.
* A cronologia é questão chave no questionamento dirigido, pois divide o agravo em:
a) Agudo - minutos, horas, dias;
b) Subagudo - dias, semanas;
c) Crônico - semanas, meses.
Vinheta clínica: agravo que você apresenta a alguém.

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INTRODUÇÃO AOS MÉTODOS DE IMAGEM MÉDICA

Radiografia: exame em que os tecidos são atravessados por raios (radiações X), que sensibilizam um
filme de acordo com a densidade de cada tecido. O filme é queimado pelos raios X em regiões em que
a densidade é baixa, o que permite que esses raios atravessem com facilidade. De acordo com a
densidade, as regiões podem ser divididas em hiper-transparentes (de baixa densidade, escuras na
radiografia) e hipo-transparentes (de densidade maior, claras na radiografia). Os ossos, por serem
densos devido à alta concentração mineral, são hipo-transparentes e muito visíveis nessa técnica.

Ultrassonografia: A ultrassonografia ou ecografia é um método diagnóstico que aproveita o eco


produzido pelo som para ver em tempo real as reflexões produzidas pelas estruturas e órgãos do
organismo. Os aparelhos de ultrassom em geral utilizam uma frequência variada dependendo do tipo
de transdutor, desde 2 até 14 MHz (embora de pouco uso comercial podem ser de até 20 MHz, como
no caso de ultrassonografia dermatológica), emitindo através de uma fonte de cristal piezo elétrico que
fica em contato com a pele e recebendo os ecos gerados, que são interpretados através da computação
gráfica. A sonda funciona assim como emissor/receptor. Quanto maior a frequência, maior a resolução
obtida e mais precisão temos na visualização das estruturas superficiais. Conforme a densidade e
composição das interfaces, a atenuação e a mudança de fase dos sinais emitidos variam, sendo possível
a tradução em uma escala de cinza, que formará a imagem dos órgãos internos.
* Conceito de ecogenicidade:
- Hiperecóico ou hiperecogênico (branco) e hipoecóico ou hipoecogênico (escuro). Os líquidos são
hipoecóicos.

Tomografia computadorizada: O computador é usado para decodificar a intensidade dos RX em cortes 10


específicos. Conceito de densidades tomográficas: hipodensas ou hipoatenuantes (escuras) e
hiperdensas ou hiperatenuantes (claras).

Ressonância magnética: é uma técnica que permite determinar propriedades de uma substância através
da correlação da energia absorvida contra a frequência, na faixa de mega-hertz (MHz) do espectro
magnético, caracterizando-se como sendo uma espectroscopia. Usa as transições entre níveis de
energia rotacionais dos núcleos componentes das espécies (átomos ou íons) contidas na amostra. Isso
se dá necessariamente sob a influência de um campo magnético e sob a concomitante irradiação de
ondas de rádio na faixa de frequências acima citada. Conceito de intensidade ou sinal: hiper-intensidade
ou hiper-sinal (claro) e hipo-intensidade ou hipo-sinal (escuro). Não privilegia osso e sim gordura.
Cintilografia: na tela no computador, são geradas fotos ou filmes da distribuição de
um radiotraçador injetado no paciente que podem ser analisadas da forma visual ou quantitativa
através de cálculos da concentração e velocidade de movimento desse radiotraçador. Neste exame são
formadas primariamente imagens funcionais (vê a função dos órgãos) em contraste com a radiologia
geral em que são formadas imagens anatômicas (vê a forma dos órgãos).
O radiotraçador (ou radiofármaco) é geralmente a união de um radioisótopo (átomo emissor de onda
eletromagnética do tipo raio gama, que é o sinal para formação da imagem) com um análogo de uma
molécula fisiológica (traçador que é escolhido de acordo com o órgão e função a ser estudada).
Distingue-se áreas de hiper ou hipocaptação.

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DESCOBERTA DO MEMBRO SUPERIOR IV

1 - Avaliação do manguito rotador (músculos subescapular, infra-espinhal, supra-espinhal e redondo


menor)

a) Manobra do arco doloroso:


- Avalia o espaço subacromial
- Abdução total do braço (180º).
- Positivo: Não dói no início, começa a dor no meio (em torno de 90º) e no final para de doer.
- Indício da síndrome subacromial.

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b) Teste de Speed:
- Flexão do ombro (90º, bilateralmente), com extensão do cotovelo
com braço e antebraço em supinação. Aplicar resistência.
- Positivo: dor no tendão bicipital.
- Também avalia o espaço subacromial.

c) Manobra de Jobe:
- Avalia o manguito rotador como um todo.
- "Garrafa vazia": o paciente flexiona o ombro, com o antebraço em extensão, e faz uma rotação medial
do braço e do antebraço. O examinador aplica resistência (tentar aduzir).
- Positivo: dor.

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d) Teste de força do supra-espinhal (início da abdução):
- Fazer teste de força muscular de abdução até 90º.
- Positivo: fraqueza ou dor muito forte.
- Patologia do manguito rotador, principalmente do supra-espinhal (patologia mais comum do
manguito rotador).
- A dor sugere tendinite.

e) Força de rotação externa (infra-espinhal e redondo menor):


- Braço do paciente na posição neutra com o antebraço flexionado. O paciente tentará fazer a rotação
externa, enquanto o examinador aplica resistência (tenta fazer a rotação interna).
- Positivo: fraqueza ou dor.

Rotação externa contra a resistência

f) Força de rotação interna (manobra do subescapular):


- Braço do paciente na posição neutra com o antebraço flexionado. O paciente tentará fazer a rotação
interna, enquanto o examinador aplica resistência (tenta fazer a rotação externa).
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- Segunda opção: resistência à adução (rezando).

Rotação interna contra resistência

Obs.: Patologia do manguito rotador não é a única causa de síndrome do compartimento subacroamial. Até o
final deste resumo, você aprenderá mais algumas.

2 - Avaliação das inserções tendinosas

a) Manobra de Yergason:
(Faço caso a manobra de Jobe der negativa, evidenciando que a dor não é causada por patologia do
manguito rotador)
- Testa a integridade do tendão da cabeça longa do bíceps - entre os tubérculos do úmero. (É
aconselhável que o examinador palpe essa área durante o teste, pois se o teste for positivo a dor será
sentida nesse local)

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- Paciente com o cotovelo fletido a 90º, em pronação do antebraço. Ele tentará fazer a supinação
(testando o tendão do bíceps) e o examinador aplica uma resistência, tentando impedir o movimento.
O examinador pode fazer isso segurando a mão do paciente.

b) Manobra de Filkenstein:
- Testa a integridade do abdutor longo do polegar.
- Paciente com a mão em supinação, oponência do polegar e flexão dos dedos
(prende o polegar dentro da mão), seguida de desvio ulnar da mão.
- Positivo: paciente sentirá dor na borda radial do carpo (lembrar-se do limite lateral
da tabaqueira anatômica), evidenciando tendinite do abdutor longo do polegar.

c) Palpação dos epicôndilos:


* Epicôndilo lateral:
- Testa-se a extensão dos dedos/ extensão do punho.
- Paciente com o cotovelo fletido, mão em supinação. Com uma mão o examinador tenta fechar os
dedos (resistência tentando flexionar os dedos) e com a outra palpa o epicôndilo lateral. (2º, 3º, 4º, 5º
dedos). / O paciente com o cotovelo fletido em pronação faz extensão do punho e o examinador aplica 13
resistência, apalpando o epicôndilo lateral.
- Positivo: dor no epicôndilo lateral - epicondilite lateral.

* Epicôndilo medial:
- Testa-se a flexão dos dedos / flexão do punho.
- Paciente com o cotovelo fletido, em supinação, com os dedos fletidos. Com uma mão o examinador
tenta abrir os dedos (fazendo uma extensão dos 2º, 3º, 4º e 5º dedos) e com a outra palma o epicôndilo
medial. / O paciente com o cotovelo em supinação faz flexão do punho e o examinador aplica
resistência, apalpando o epicôndilo medial.
- Positivo: dor no epicôndilo medial - epicondilite medial.

** Epicondilites dão dor de padrão pontual (periarticular)

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OFICINA CÉRVICO-BRAQUIALGIA
Articulação zigo-apofisária: entre os processos articulares das vértebras. Melhor vista em radiografia de
perfil (lateral).

Articulação unco-vertebral: entre os uncos dos corpos vertebrais. Melhor vista na radiografia frontal.

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Disco intervertebral: juntura cartilaginosa do tipo sínfise, mais espessa entre os corpos vertebrais.
Forâmen intervertebral: orifício formado pelas incisuras inferior (superiormente) e superiores
(inferiormente) dos arcos vertebrais de vértebras adjacentes. Por ele passa a raiz do nervo espinhal
correlacionado.

Espôndilo-disco-artropatia: grande agressão cervical, que pode causar dor variável:


- Cervicalgia simples: por comprometimento mecânico das articulações zigo-apofisárias
- Cervicalgia inflamatória: por sinovite das intervertebrais/zigo-apofisárias.
- Cervicalgia com irradiação em padrão neurogênico: por comprometimento de raízes nervosas ou da
própria medula espinhal. Esta é a legítima cérvico-braquialgia.

A medula espinhal é melhor vista na ressonância magnética.

(RM: colunas cervica, torácia e lombossaca)

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A dor mais comum no ombro é a pontual (periarticular): pode ser confirmada com testes
positivos de Neer, Hawkins e todos do espaço subacromial (arco doloroso, Speed, Jobe, força de
abdução, rotação externa e rotação interna).

O conceito de impacto

1) Teste de Neer:
- Testa o impacto entre o tubérculo maior do úmero sobre o
acrômio.
- Flexão anterior completa do braço (meio que com abdução).
O examinador estabiliza a escápula posteriormente, impedindo
a sua movimentação durante o teste.

2) Teste de Hawkins:
- Testa o impacto do tubérculo maior do úmero sobre o ligamento córaco-acromial.
- Paciente em pé, o examinador posiciona o membro superior a 90º de flexão e força a rotação medial
(interna), e o paciente resiste. (90/90/RI)

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* As articulações interfalangeanas são sítio frequente de dor artropática inflamatória.

RADIOGRAFIAS DO MEMBRO SUPERIOR

Cíngulos dos membros superiores direito e esquerdo – incidência ântero-posterior

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Cíngulo do membro superior direito - AP

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Articulação do cotovelo esquerdo – AP

Imagens retiradas do Atlas de Anatomia Radiográfica – UFJF.

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