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Seminário sobre embarcações PLSV


(Pipe Laying Support Vessel)

Professor: OSM Gelmirez R. Rodrigues


Disciplina: MAQ-11
Turma: APMA 2 - 2023

CENTRO DE INSTRUÇÃO ALMIRANTE BRAZ DE AGUIAR


(CIABA)

Integrantes:
Cícero Leandro do Nascimento Braga
Jonatan Silva de Souza
Marcel Ndiouma Diouf
Matias Ibiapina da Silva Junior
Rafaela Maria Araujo Nunes da Cruz
Romulo França Veloso

Belém- PA 2023
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1 NAVIO DE LANÇAMENTO DE DUTOS PLSV E APOIO MARÍTIMO OFFSHORE

O mercado mundial apresenta uma crescente demanda por aumento da


produção e exploração do petróleo e seus derivados. Visando atender as
necessidades do mercado, o desenvolvimento de tecnologias de engenharia
submarina apresenta um crescimento relevante ao longo dos anos e tendo como
destaque o mercado de dutos submarinos. Analisando o cenário de evolução da
tecnologia submarina, uma das embarcações de maior destaque é a lançadora de
dutos (PLSV), pois com a descoberta crescente de novos campos de extração de
combustíveis fósseis e a necessidade do transporte do óleo e seus derivados. Esse
mercado é fundamental no ramo offshore devido à necessidade da interligação dos
poços produtores com as unidades estacionárias de produção (UEP). As
embarcações que lançam esses dutos no mar apresentam uma função considerável
neste ambiente da indústria petrolífera.
Embarcações do tipo Pipelay Support Vessel (PLSV), um navio deste tipo
é caracterizado por ser embarcações de deslocamento, possui uma potência
instalada elevada para suprir o aporte energético alto solicitado pela quantidade de
equipamentos existentes a bordo, área livre de convés para o manuseio das linhas e
outras operações de bordo e/ou de transporte de equipamentos submarinos.
Existem diversos modelos de navios disponíveis, cada qual com seu layout de
instalação de acordo com os tipos de serviços prestados. Estas embarcações são
capazes de instalar quilômetros de dutos com apenas um carregamento, que pode
ser de dutos rígidos, ou de dutos flexíveis, ou até mesmo de ambos dependendo do
escopo de trabalho a ser executado.
Figura 2 - Navio Tipo Plsv – Skandi Olinda

Fonte: Skandi Olinda


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2 CARACTERÍSTICAS DE EMBARCAÇÕES PLSV (PIPE LAYING SUPPORT


VESSEL – PLSV)

Os equipamentos geralmente presentes em uma embarcação de apoio


marítimo com a função específica de lançamento de dutos submarinos PLSV (Pipe
Laying Support Vessel) são: Torre de lançamento, Carretel ou Bobinas,
Tensionadores, Guindastes, Guinchos, Cesta, ROV e Sistema de posicionamento
Dinâmico (DP). Um projeto adequado deste tipo de navio, tendo em mente fatores
que influenciam no desempenho e especificações do navio em si como a área de
atuação, a lâmina d’água de trabalho, o tipo de duto lançado (rígido, flexível ou
umbilical), o tipo de lançamento (ReelLay, J-Lay, S-lay e Multi-lay) e o local de
lançamento (bordos, popa ou moonpool), são fundamentais para a operação de um
PLSV.
Podemos citar como os pontos típicos para operação das embarcações
PLSVs, os que serão citados abaixo:
a. Com a utilização de torres de lançamentos, o peso da linha no topo
da torre gera um momento emborcador no navio e devem ser feitos
ajustes na topologia estrutural, na forma para a correção dessa
instabilidade no casco.
b. Alta demanda energética para suprir todos os equipamentos
elétricos existentes a bordo;
c. Requisito de manutenção da posição no ato de lançamento
dos dutos;
d. Versatilidade dos tipos de carga podendo ser composta por linhas
flexíveis, rígidas e umbilicais;
e. Apresentar um arranjo de convés compatível com a operacionalidade
exigida para o navio;
f. Trabalho em áreas remotas, sem a necessidade de retorno as
Spoolbase (Bases de carregamento dos carreteis);
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3 EQUIPAMENTOS

3.1 Sistemas de controle de Lastro, Anti-heeling

O controle de lastro é utilizado para manter a embarcação equilibrada de


acordo coma necessidade definida pela operação. Dentre essas necessidades, está
a distribuição de carga no convés, por exemplo, em um projeto, à medida que as
bobinas/cesta são esvaziadas, existe uma alteração de carga, sendo esta
compensada com lastro. Esse tipo de sistema pode ser utilizado em operações de
lançamento para manter o ângulo de topo ou facilitar o overboarding.

Figura 13 - Exemplo de tanque de lastro

O sistema antiheeling pode ser usado no automático ou no manual para


compensação de lastro emergencial, por exemplo, é utilizado no porto e para
Içamento de cargas. Este sistema é utilizado apenas no caso de adernamento da
embarcação. A bomba utilizada possui uma vazão de 1500 litros/minuto.

Figura 14 - Telas do sistema de monitoramento do antiheeling


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3.2 ROV ( REMOTELY OPERATED VEHICLE)

Veículo de operação remota que permite alcançar profundidades


impossíveis de serem atingidas por mergulhadores, que trabalham apenas até 300
metros de lâmina d’água, enquanto ROVs podem passar de 3.000 metros em
direção ao fundo do mar. Este equipamento é de extrema importância nas
operações subsea, pois são os olhos e as mãos dos homens no fundo do mar. Estes
veículos são alimentados eletricamente e controlados via cabos umbilicais,
manobrados em resposta a comandos realizados por pessoas da superfície. Os
ROVs são classificados de acordo com as tarefas que realizam: de observação e de
intervenção. Os primeiros possuem apenas câmeras de vídeos e são utilizados
basicamente para realizar inspeções. Já os veículos de intervenção possuem
manipuladores e outras ferramentas submarinas de forma a permitir que o mesmo
possa realizar trabalhos de forma ativa nas operações no fundo do mar.
O ROV é essencial durante todo o processo das operações de uma
embarcação PLSV, desde uma simples inspeção (survey) até uma conexão vertical
direta e um pull in. Quando as embarcações PLSVs não possuem ROV é necessária
a utilização de embarcações RSV para dar apoio nestas operações.

Figura 22 - ROV – Foto retirada na embarcação Skandi Olinda

Fonte: Foto cedida pelo Superintendente ROV Wilson


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3.3 GUINDASTES SUBSEA

São responsáveis por todo transporte de carga dentro da embarcação;


operações offshore e operações no fundo do leito marinho. Normalmente os navios
possuem mais de um guindaste com diferentes capacidades e funções sendo um
principal para a atividade subsea. Os guindastes offshore possuem diferentes
projetos específico pois alguns a capacidade de carga varia da superfície até o leito
marinho, devido à consideração do peso do cabo liberado e outros guindastes onde
o projeto especifica a mesma carga de superfície será a mesma carga no fundo do
leito marinho respeitando o comprimento máximo de cabo do projeto. Os guindastes
modernos possuem um sistema de compensação passivo de heave, “Active Heave
Compensation” que é a compensação do cabo pago em relação a oscilação vertical
dinâmica da embarcação, devido à incidência da amplitude de onda. Mantendo
assim a posição do objeto transportado sem movimentos bruscos.

Figura 26 - Guindastes Subsea

Fonte: Foto retirado da internet MagazineOffshore

O guindaste subsea articulado pode ser usado para uma ampla variedade
de operações, inclusive para uso submarino. Podem ser selecionadas várias curvas
de carga para o guincho principal e/ou auxiliar, dependendo das condições de
elevação.
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Para uma operação segura e controlada, estão instalados os seguintes

- Sistema de monitoramento da carga;


- Sistema de monitoramento de liberação do cabo;
- Seleção da curva de carga;
- Compensação do içamento ativa (modo AHC);
- Tensão do cabo ativa (modo ACT);
- Sistema de proteção de sobrecarga manual (liberação do cabo) (MOPS);
- Sistema de proteção de sobrecarga automático (liberação do cabo) (AOPS).
3.4 RDS (REEL DRIVE SYSTEM) E BOBINA

O RDS é composto por duas torres que se movimentam sobre o trilho


instalado no convés. O RDS é composto pelas seguintes partes:
• Duas torres de trabalho sendo uma de cada bordo da bobina • Sistema
de push-pull (puxa e empurra) para movimento na longitudinal
• Sistema de cilindros para movimento na transversal
• Sistema de cilindros para movimento na vertical (lift)
• Sistema de encaixe e rotação para as bobinas (spooling)
No sentido longitudinal, as torres são movimentadas sobre os trilhos para
proa ou popa.Esse movimento é realizado pelo sistema push-pull.
O sistema de deslizamento transversal é usado para engatar e
desengatar o carretel às torres para operações de liftespooling. Ao realizar o
movimento na vertical e realizar o movimento transversal, ele deve ser bloqueado na
estrutura vertical. O spooling é usado para enrolar o carretel. Esse movimento é
utilizado pelo time de Pipelay para posicionar e acoplar o RDS à bobina. Após a
elevação e o travamento da bobina, este comando é passado para o time do convés,
que realizará o giro conforme a operação que está sendo realizada (pagar ou
recolher).O RDS permite movimentar as torres individualmente ou em conjunto a
partir de um comando.
As bobinas podem ser carregadas pela calha (transferência da base para
a bobina do navio) ou por cábrea/guindaste. Para evitar a movimentação no convés,
as bobinas são armazenadas em skids.
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Figura 27 – Bobina e RDS

Fonte: Foto cedida pelo ChiefEngineerPipelay

3.5 TENSIONADORES

O tensionador de carregamento é utilizado para carregar e descarregar a


linha na cesta (basket) ou conduzir a linha da bobina para a torre. As ações de pagar
e recolher linha utilizam como referência a entrada da linha na cesta, ou seja, não
utiliza o sentido do lançamento da linha pelo moonpool. Sendo assim, o tensionador
paga quando a linha está saindo da cesta em direção a rampa de carregamento e
recolhe quando a linha está entrando na cesta pelo tensionador. Existem diversos
tipos de tensionadores disponíveis no mercado, cujos modelos podem ter de 2 a 4
lagartas. Eles também podem ser vertical ou horizontal. Quando necessário, os
tracks são abertos para que a linha possa ser inserida ou removida do tensionador,
assim como para a passagem de itens maiores.
Para manter a linha na firingline, o tensionador de carregamento possui dois
sistemas de rolo verticais e dois horizontais. O tensionador de carregamento possui
uma lagarta de posicionamento (inferior) e uma lagarta de aperto (superior).
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Figura 28 - Componentes do tensionador de carregamento
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Figura 29 - Tensionador do Skandi Vitória

Fonte: Foto cedida pelo ChiefEngineerPipelay

3.6 CESTAS (BASKET)

São os locais responsáveis pelo acondicionamento das linhas carregadas e


que serão lançadas pelas embarcações PLSV. Existem embarcações que possuem
até três cestas, aquelas com três sistemas de lançamento. As cestas podem ser
localizadas na parte interna ou externa das embarcações e podem ser de vários
tamanhos, suportando diferentes quantidades. Algumas embarcações possuem
somente cestas, enquanto outras possuem cestas e também são capazes de
carregar bobinas.
Figura 30 - Exemplo de conceito de Cesta mais atual
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Para realizar o carregamento da cesta, utiliza-se a calha e o tensionador de
carregamento. A rotação da cesta é controlada na cabine de controle. O spooling
orienta o posicionamento da linha dentro da cesta. Para realizar o spooling da linha é
utilizado o colar de spooling. São 3 tamanhos de colares identificados por cores de
acordo com o OD da linha em questão conforme tabela abaixo.

Tabela 1 – Tamanho de colar de spooling


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Figura 31 - Cesta 3000T do Skandi Olinda

Fonte: Foto cedida pelo ChiefEngineerPipelay

4 (TORRE)

Toda a versatilidade oferecida pela torre de lançamento é combinada pelo seu


posicionamento no navio, podendo este ser na popa, em um dos bordos ou no
centro de flutuação do navio através de um moonpool. Existem embarcações PLSV
com mais de um sistema de lançamento conhecidas como multilinhas. Estas
embarcações são capazes de lanças até 3 linhas simultaneamente. As embarcações
que lançam apenas 1 linha por vez são conhecidas como Monolinhas.
Um caso muito comum de lançamento de linhas simultâneas é na interligação
de um poço de produção que lança ao mesmo tempo as linhas de produção,
umbilical de controle (UEH) e anular que tem função de diluir o óleo, pressurizando
o poço para facilitar o escoamento do óleo.
O posicionamento mais usual atualmente é na região nas proximidades do
centro do navio e para ocorrer o lançamento dos equipamentos é feita uma cavidade
do casco que comunica a torre com o mar, essa cavidade é conhecida como
moonpool. A utilização do moonpool conferi a embarcação maior segurança na
operação, melhor eficiência do sistema de posicionamento dinâmico, além de
auxiliar na redução dos movimentos verticais da embarcação.
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Figura 32 - Navio Seven Oceans - Lançamento Pela Popa

Figura 33 - Navio Seven Phoenix - Lançamento Por Bombordo


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Figura 34 - Torre de lançamento do Skandi Olinda - 2019

Fonte: Foto cedida pelo ChiefEngineerPipelay - Carlos

4 OPERAÇÕES DE PLSV COM LINHAS FLEXÍVEIS: CVD E PULL IN

4.1 CONEXÃO VERTICAL DIRETA (CVD)

A operação Conexão Vertical Direta é o processo de interligação entre


equipamentos realizados no fundo do mar. As conexões verticais diretas podem ser
realizadas em primeira extremidade ou em segunda extremidade.

4.1.1 CVD de 1ª extremidade

O MCV (Módulo de conexão vertical) é conectado à extremidade inicial de


uma linha em uma embarcação PLSV, sendo em seguida descido até o local de
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interligação com o equipamento submarino. Para a CVD de 1ª extremidade do


equipamento (em geral MCV), é necessário obedecer ao ângulo de aproximação
para que o encaixe obedeça aos limites máximos definidos pelo fabricante do
equipamento. O aproamento do PLSV deverá ser mantido ao longo do tempo
necessário à CVD e posteriormente até o fim dos testes de selo.

Durante o processo de aproximação do conjunto MCV/linha, o sistema de DP


será solicitado a realizar movimentos de 1m ou menos, dependendo da necessidade
de posicionamento relativo durante o processo de aproximação.

Figura 39 - MCV sendo preparado para o lançamento

Fonte: Foto cedida pela engenharia Skd Olinda


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Figura 40 - MCV singelo, apenas 1 linha pode ser conectada

Figura 41 - MCV preparado e pronto para lançamento

Fonte: Foto cedida pela engenharia Skd Olinda


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4.1.2 CVD de 2ª extremidade

O equipamento é conectado à extremidade final de uma linha em uma


embarcação PLSV, sendo em seguida descido até o local de interligação com o
equipamento submarino. Para a CVD de 2ª extremidade do equipamento (em geral
MCV), é necessário obedecer ao ângulo de aproximação para que o encaixe
obedeça aos limites máximos definidos pelo fabricante do equipamento.
Diferentemente da CVD de 1ª, a direção de aproximação depende exclusivamente
do track “lançamento” em direção ao equipamento submarino. Porém, para a CVD
de 2ª é feita a formação de corcova (seio invertido formado a aproximadamente 20m
da extremidade da linha) que exige um aproamento tal do PLSV que seja possível a
instalação do cabo de um guincho para a formação da corcova. O aproamento do
PLSV deverá ser mantido ao longo do tempo necessário à CVD e posteriormente até
o fim dos testes de selo. Durante o processo de aproximação do equipamento, o
sistema de DP será solicitado a realizar movimentos de 1m ou menos, dependendo
da necessidade de posicionamento relativo durante o processo de aproximação.

Figura 42- Aproximação do PLSV para conexão do MCV ao poço

Fonte: Desenho cedido pela engenharia Technip


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Figura 43 - Realizada CVD de 2ª extremidade. Projeto concluído

Fonte: Desenho cedido pela engenharia Technip

Figura 44 - CVD de 2ª Extremidade - Opção 1 - SubseaCrane na Lingada do


MCV

Fonte: Desenho cedido pela engenharia Technip


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4.2 PULL IN

A operação de Pull in é realizada para a transferência da extremidade de uma


linha para uma UEP (plataforma flutuante ou fixa). Para a realização de um pull in, é
feita a aproximação passo a passo do PLSV em direção à plataforma até ser
mantida uma distância entre 30 e 35m. Em seguida é realizada a transferência de
cabos mensageiros para a transferência do cabo principal para o pull in.

4.2.1 Pull in de 1ª extremidade

A operação de pull in é caracterizada como sendo de primeira extremidade,


quando a linha é transferida primeiramente para a plataforma, de onde parte o
lançamento pelo PLSV, para a conexão em segunda extremidade em algum
equipamento submarino, ou interligação à outra UEP ou para o abandono provisório
da extremidade final.
O pull in de primeira proporciona a vantagem de se trabalhar com cargas
menores durante a transferência da extremidade inicial da linha para a plataforma,
haja vista que o comprimento da linha em catenária dupla é pequeno e o peso da
linha é dividido entre a plataforma e o PLSV. A carga reduzida facilita a preparação
da lingada instalada na extremidade da linha. A desvantagem dessa operação é que
durante todo o processo de lançamento, deverá ser mantido o ângulo de projeto da
linha na plataforma, gerando esforço crescente à embarcação e ao sistema de
lançamento do PLSV à medida que o seio da linha se aproxima do fundo marinho. A
partir daí o atrito gerado pela linha no fundo aumenta ao longo do lançamento
equilibrando a força gerada pela plataforma no sentido contrário. Havendo limitação
de carga do guincho da plataforma, o PLSV deve manter posição próxima à unidade
até que a linha esteja apoiada no seu sistema de suspensão.
O pull in de primeira extremidade é utilizado em duas situações: quando o
guincho da UEP não possui capacidade de carga suficiente para receber a linha em
transferência de segunda extremidade, ou em função de limitações dimensionais do
sistema de lançamento do PLSV que possam se tornar impeditivos para a passagem
da extremidade da linha pelos equipamentos de bordo. Nas operações de
lançamento de umbilicais (UEHs) também tem sido utilizado o pull in de 1ª, para
seguir o procedimento de pressurização a partir da Unidade de produção.
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Figura 45 - Transferência da 1ª extremidade do UEH para a P-53

Fonte: Desenho cedido pela engenharia Technip


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4.2.2 Pull in de 2ª extremidade

A operação de pull in é caracterizada como sendo de segunda extremidade,


quando a linha é transferida ao final do lançamento para a plataforma, após o PLSV
ter feito o lançamento da linha a partir de um equipamento submarino, a partir do
abandono da extremidade inicial ou a partir de alguma UEP.
Na operação de pull in de segunda extremidade, as cargas são maiores já
que deverá ser considerada toda a carga da catenária. Devido à carga horizontal
resultante da componente de carga da catenária, o esforço do sistema de
posicionamento dinâmico pode chegar a valores próximos a 10t para cada 100t de
carga total, ou seja, na transferência deve-se ficar atento à redução do esforço
horizontal do sistema que antes da transferência trabalhava para trazer a linha na
direção da plataforma.
Em geral, neste tipo de operação, a liberação da linha para a plataforma é
realizada com auxílio de manilha hidroacústica. A transferência de carga é realizada
de forma progressiva e a liberação da linha é realizada com a abertura da manilha
hidroacústica com a profundidade próxima de 100m.

Figura 46 - Pull In de 2ª extremidade

Fonte: Desenho cedido pela engenharia Technip


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4.3 DCVD ( DESCONEXÃO VERTICAL DIRETA)

É o processo de desconexão entre equipamentos realizados no fundo do mar.


Assim como as conexões verticais diretas, as desconexões verticais diretas podem
ser realizadas em primeira extremidade ou em segunda extremidade.

4.4 PULL OUT

Operação inversa ao Pull in, ou seja, transferência de linha flexível de uma


unidade de superfície para o navio de lançamento de linhas flexíveis. A operação de
Pull out segue os mesmos padrões de aproximação da embarcação PLSV à
plataforma para receber o riser, bem como a distância entre eles.

4.5 ABANDONO E RECOLHIMENTO DE LINHAS FLEXÍVEL

As embarcações PLSV são carregadas com as linhas flexíveis a serem


abandonadas e seguem para o local de estocagem destas linhas, normalmente em
águas rasas (100 a 150 metros de profundidade). Nesta operação as linhas são
deixadas no fundo para serem utilizadas em outros projetos futuros.
As linhas destinadas ao abandono são levadas para as áreas de estoque e
que são pré-definidas e autorizadas pelos órgãos ambientais. Nessas áreas o
abandono é sempre realizado em linha reta. As linhas que possuem polaridade
(extremidades com acessórios diferenciados como vértebras, enrijecedores ou tipos
de flanges) são recolhidas em função do procedimento de lançamento a ser
realizado. As linhas que não possuem diferença entre os acessórios instalados nas
suas extremidades, são chamadas linhas sem polaridade e podem ser recolhidas
inicialmente por qualquer das suas extremidades. Quando o abandono for de vários
tramos de linha pertencentes a projetos diferentes o abandono é realizado em forma
singela. O uso de cabos de sacrifício deixou de ser utilizado por questões de
segurança, pois após algum tempo de abandono a integridade do cabo pode ser
comprometida por causa da oxidação (corrosão). Quando o abandono for de tramos
de mesmo projeto, pode-se optar pela interligação destes tramos por meio de
manilhas e anéis.
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Na indústria do petróleo e em particular, na Bacia de Santos, as novas


descobertas de petróleo têm sido cada vez mais em águas profundas e ultra
profundas, o que tem provocado toda uma revolução tecnológica, tanto nos projetos
de plataformas e sistemas de ancoragem, quanto no desenvolvimento de novos
produtos e principalmente de linhas flexíveis capazes de atender às cargas e
condições de trabalho impostas.
As embarcações de lançamento de dutos, as instalações de riser flexíveis ou
rígidos tem passado por mudanças significativas devido à descoberta e exploração
do pré-sal. Assim as operações de lançamento e pescaria das linhas, as atividades
de manutenção/instalação de dutos no fundo do mar, o lançamento de ROVs e de
outros equipamentos e por fim a navegabilidade entre áreas de operação são as
principais atividades dos navios PLSVs. Tudo aliado a logística de custos onde o
critério econômico do navio visa a obtenção do controle dos custos gerados por esse
tipo de navio para que a atividade tenha receita positiva operacional.
Outro aspecto de suma importância é o da segurança, que a cada dia tem de
ser redobrada, face aos riscos de acidentes cada vez maiores, função das elevadas
cargas de pull in/out. Portanto, é importante que se tenha um bom plano de
preservação e manutenção dos equipamentos e acessórios envolvidos, de modo a
minimizar ao máximo a ocorrência de falhas e riscos durante as operações.
Espera-se que o objetivo neste trabalho tenha sido atingido, que todas as
informações aqui registradas possam servir como fonte de consulta para todas as
pessoas, que de uma maneira ou outra, tenham em seus trabalhos alguma
correlação com os assuntos aqui abordados.
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Figura 47 - Ilustração de um projeto de um campo concluído

Fonte: Imagem retirada da offshoremag.www


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REFERÊNCIAS
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2019.

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<https://www.kongsberg.com/maritime/products/positioning-
andmanoeuvering/dynamic-positioning/>. Acesso em: 01 out.2019

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production arena, as companies are pressured to produce more oil to meet demand.
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