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Fontes de Financiamento

Fontes de financiamento designam o conjunto de capitais internos e externos a


organização utilizados para financiamento das aplicações de investimentos realizados.

Almeida (2014) menciona que o financiamento é importante para as empresas


conseguirem expandir a sua actividade em todos os níveis, sendo que as empresas não
têm condições por não terem fontes de financiamento para o poder fazer.

Distintos factores afectam as escolhas dos financiamentos. Para Shim e Siegel (2007)
demonstram que esses elementos são os custos, as condições de mercado e a liquidez se
a empresas tem estabilidade entre outros.

Tipos de fontes de financiamento

Existem vários tipos de fontes de financiamento que as Empresas podem utilizar, tais
que as fontes internas e externas.

Nas internas destacam-se o auto financiamento através do qual é feito a detenção dos
ganhos conseguidos não sendo repartidos.

Em relação as externas podem ser feitas por capitais alheios como, os créditos de
fornecedores, financiamentos obtidos empréstimos bancários, locações financeiras,
factoring, títulos de dívida, financiamento junto de accionistas e restantes.

Fontes de Financiamento a Curto Prazo

Financiamentoo a curto prazo consiste em obrigações que devem vencer dentro de um


ano ou menos. Segundo GITMAN (1989, p.359), o financiamento a curto prazo é
necessário para cobrir uma grande parcela dos activos circulantes da empresa, tais como
caixa, títulos negociáveis, duplicatas a receber e estoque.

Quando se utiliza o financiamento a curto prazo, o custo deste crédito tende a ser menor
do que se fosse a longo prazo. A empresa passa a incorrer um risco maior também, já
que o prazo para o quitamento da dívida é reduzido, podendo comprometer a sua
liquidez.
Classificação das Fontes de Financiamento de Curto Prazo

Crédito Comercial

No crédito comercial, o fornecedor é o próprio financiador. Numa economia avançada,


quase todos os compradores ficam desobrigados de pagar as mercadorias adquiridas na
entrega, pois há um pequeno prazo para este pagamento. Neste prazo, o vendedor das
mercadorias concede crédito ao comprador.

Títulos Comerciais

Segundo VAN HORNE (1975, p.4ll), os títulos comerciais consistem em notas


promissórias a curto prazo, negociáveis, não garantidas, vencidas no mercado
monetário. Por não serem garantidas e por serem instrumentos a curto prazo, os títulos
comerciais são utilizados como fonte de financiamento a curto prazo somente por
empresas de elevada posição creditícia.

Notas Promissórias

Segundo Gitman (1989, p.371): “Um empréstimo de um único pagamento pode ser
obtido de um banco comercial por um tomador que tenha crédito. A nota estabelece as
condições do empréstimo que incluem o prazo do empréstimo (a data de vencimento) e
a taxa de juros a ser cobrada. Esse tipo de nota promissória a curto prazo geralmente
tem uma maturidade de 30 a 90 dias.

Linhas de Crédito

Para Gitman (1989, p.372), linhas de crédito é um acordo entre um banco comercial e
uma empresa, que determina o montante de empréstimo a curto prazo à disposição da
empresa no banco. Esse acordo normalmente é feito por um período de um ano.

Duplicatas a Pagar

Segundo Gitman (1989, p.360); “Duplicatas a pagar são geralmente criadas pela compra
de matéria-prima em conta corrente”. Incluem todas as transacções em que a mercadoria
é comprada sem que assine uma nota promissória formal evidenciando a obrigação do
comprador para com o vendedor.
Adiantamento de Clientes

Através de adiantamentos de clientes, uma empresa poderá obter fundos a curto prazo,
ou seja, os clientes podem pagar por tudo ou pane do que eles pretendem comprar antes
de receber as mercadorias.

Factoring

Segundo Martins (1991, p.406); “O factoring constitui basicamente uma modalidade de


assistência financeira a ,curto prazo, cujos benefícios concentram-se potencialmente nas
micro, pequena e média empresas, notadamente por não apresentarem uma cobertura
satisfatória na oferta de recursos de giro pelo mercado.

A avaliação da viabilidade financeira de um negócio

A avaliação da viabilidade financeira de um negócio é um passo crucial antes de iniciar


qualquer empreendimento.

Etapas para avaliação da viabilidade financeira:

Elaboração de um Plano de Negócios: Comece criando um plano de negócios


detalhado. Ele deve incluir informações sobre o mercado-alvo, concorrência, modelo de
negócios, estratégia de marketing, projeções financeiras e investimento inicial
necessário.

Análise do Mercado: Estude o mercado em que você planeja entrar. Isso inclui
identificar o tamanho do mercado, as tendências, as necessidades dos clientes e a
demanda pelo seu produto ou serviço.

Projecções Financeiras: Crie projecções financeiras realistas, incluindo demonstrações


de resultados, fluxo de caixa e balanço patrimonial. Use dados concretos sempre que
possível e faça estimativas conservadoras.

Investimento Inicial: Determine quanto dinheiro será necessário para iniciar o negócio.
Isso inclui custos de capital, marketing, despesas operacionais iniciais e reserva de caixa
para contingências.
Análise de Custo e Receita: Calcule os custos operacionais mensais e anuais, incluindo
salários, aluguel, suprimentos e outros gastos. Em seguida, projecte suas receitas com
base nas vendas esperadas.

Ponto de Equilíbrio: Identifique o ponto em que as receitas igualam os custos. Isso


mostrará quando o negócio começará a ser lucrativo

Avaliação de Riscos: Identifique os principais riscos que seu negócio enfrentará, como
concorrência, mudanças regulatórias ou flutuações de mercado. Desenvolva estratégias
para mitigar esses riscos.

Análise de Retorno sobre o Investimento (ROI): Calcule o ROI projectado com base
nas projecções financeiras. Isso ajudará a determinar a atractividade financeira do
negócio.

Capital de Giro: Certifique-se de ter capital de giro suficiente para cobrir despesas
operacionais enquanto o negócio se desenvolve.

Avaliação de Financiamento: Determine como financiar o negócio, seja por meio de


investidores, empréstimos, capital próprio ou uma combinação de fontes.

Sensibilidade e Cenários: Realize análises de sensibilidade e cenários para entender


como diferentes variáveis (como taxas de crescimento, custos e preços) afectam as
projecções financeiras.

Aconselhamento Profissional: Considere a contratação de um contador ou consultor


financeiro para revisar suas projecções e oferecer orientação.
Financiamento a Longo Prazo

Financiamento a Longo Prazo, são considerados os financiamentos que têm uma


maturidade de mais de 3 anos.

Para Rudge e Cavalcante (1993, p.114), a empresa deve agir no sentido de obter o
máximo retorno com um mínimo de custo de capital, tanto próprio como de terceiros.

Ainda segundo Rudge e Cavalcante (1993, p. 155), a longo prazo uma empresa convive
com a necessidade de investir. Os investimentos podem ser para manutenção e
modernização de activos tecnológicos, e/ou para expansão da capacidade instalada.

Caso a empresa não possua recursos próprios para fazer frente as suas necessidades de
investimentos, poderá optar por empréstimos que, de acordo com Rudge e Cavalcante
(1993, p. 1 16) envolve dois tipos de avaliação para a tomada de decisão:

Taxa de Juros Quanto menor o custo dos empréstimos e maior o retorno


operacional do prazo, maior será obtidos pelos accionistas.

Prazo de pagamento Amortização principal guarda relação com retorno do projecto.

Se o projecto somente gerar caixa a partir do terceiro ano,


empréstimos devem ser contratados com três anos de carência
com relação a amortização do principal.

Costumeiramente os juros são pagos periodicamente.

Financiamento com recursos de terceiros

Segundo Gitman (1987, p.513), '“. O custo do capital de terceiros é consideravelmente


menor do que o custo de quaisquer outras formas de financiamento a longo prazo”,
devido serem menos arriscados para os fornecedores de crédito, pois estes têm
prioridade sobre os lucros ou activos para pagamento. Os credores tem direito legal
mais forte sobre a empresa, em caso de liquidação, que os accionistas preferenciais.

Os recursos de terceiros devem ser usados quando os projectos da empresa objectivam


uma remuneração superior aos custos dos empréstimos, pois assim se elevará o retomo
esperado pelos accionistas.
Classificação

O Empréstimos e Financiamentos

Referem-se às operações de captações de recursos que são processadas directamente por


uma empresa junto às instituições financeiras dentro do mercado de capitais.

O Empréstimo a prazo

Segundo Gitman (1987, p.584); as empresas recebem os empréstimos a longo prazo


pelas empresas com maturidade na faixa de cinco a doze anos. Esses financiamentos são
geralmente para necessidades fixas de capital de giro como comprar máquinas, ou a
liquidação de outros empréstimos.

Debêntures

Segundo Braga (1989, p.334); “As debêntures são títulos de dívida emitidos pelas
sociedades anônimas com a finalidade de levantar recursos de médio e longo prazos
para financiar suas necessidades de capital de giro e/ou de capital fixo”. -

Para Gitman (1987, p.587); “Uma debênture é um certificado indicando que uma
empresa tomou emprestado uma certa quantia e promete reembolsá-la numa data
futura”.

Arrendamento mercantil

Segundo Gitman (1987, p.630), os dois tipos de arrendamento de que uma empresa
dispõe são os arrendamentos operacional e financeiro”.

Financiamento com recursos próprios

No Balanço Patrimonial, os recursos próprios da empresa classificam-se dentro do


Património Líquido. Segundo Martins (1991, p.471): “O financiamento de uma empresa
através de recursos próprios pode desenvolver-se pela retenção de seus resultados
líquidos (auto financiamento) e, principalmente, através da mintegralização de novas
acções.
O custo de capital próprio de uma empresa para Martins (1991, p.482), é definido pelo:
“Retomo requerido pelos seus accionistas ao investirem seus recursos no
empreendimento”. Mas para Braga (1989, p.323) “o capital próprio constitui a fonte de
recursos mais adequada para investimento de maior risco ou de maturação prolongada.

Classificação

Subscrição de novas acções

Segundo Martins (1991, p.47l); “A decisão de financiamento mediante subscrição e


internalização de novas acções pressupõe que a empresa ofereça certas condições de
atractividade económica as quais são avaliadas, principalmente, pelos seus resultados
económicos financeiros, pelo estudo sectorial, pelas características básicas da emissão e
lançamento das acções e pela situação conjuntural

Acções

Acções preferenciais.

Acções ordinárias.

Subscrição Pública de Ações (Underwriting)

Segundo Rudge e Cavalcante (1993, p. 126); “Under Writing significa subscrição,


emitir acções para captar novos recursos junto a accionistas. A operação de under
writing faz parte do mercado primário, pois existe uma transferência de recursos
directamente do investidor para o caixa da empresa”.

Lucros retidos

Os lucros retidos constituem uma fonte interna de capital próprio, chamado também de
auto financiamento, amplamente utilizado. pelas empresas para projectos de
investimento.

Bonificações

Conforme Braga (1989, p.328), na Bonificação em acções, o património líquido


mantém-se inalterado e há um aumento do capital social. Contabilmente, trata-se de
uma transferência interna de valores das contas de reservas para a conta de capital.
Desdobramentos de acções (splits)

Segundo Braga (1988, p.328); “Para aumentar o volume de negócios em bolsa, as


empresas procedem ao desdobramento das acções antigas substituindo-as por um
número bem maior onde acções novas.

Plano operacional

O plano operacional é uma parte essencial da identificação e avaliação de fontes de


financiamento no longo prazo, pois descreve como sua empresa planeja operar e crescer
ao longo do tempo.

Aqui estão algumas considerações importantes sobre o plano operacional nesse


contexto:

Descrição das Operações: Comece por descrever detalhadamente como sua empresa
opera. Isso inclui processos de produção, distribuição, logística e qualquer outra
atividade central.

Estratégia de Crescimento: Explique como sua empresa planeja crescer no longo


prazo. Isso pode envolver a entrada em novos mercados, lançamento de novos produtos
ou expansão geográfica.

Necessidades de Recursos: Identifique quais recursos são necessários para


implementar seu plano operacional de longo prazo. Isso pode incluir equipamentos,
pessoal, tecnologia e instalações adicionais.

Cronograma e Metas: Estabeleça um cronograma para a implementação do plano


operacional e defina metas claras de desempenho. Isso ajudará a acompanhar o
progresso e a identificar necessidades de financiamento ao longo do tempo.

Orçamento Operacional: Crie um orçamento operacional detalhado que projete os


custos e despesas relacionados às operações de longo prazo. Isso ajudará a determinar
quanto financiamento será necessário.

Eficiência Operacional: Demonstre como sua empresa planeja melhorar a eficiência


operacional ao longo do tempo. Isso pode incluir estratégias para reduzir custos,
aumentar a produtividade e melhorar a gestão de estoques.
Avaliação de Riscos Operacionais: Identifique os riscos operacionais que sua empresa
pode enfrentar no longo prazo e desenvolva estratégias para mitigá-los. Isso é
fundamental para proteger o financiamento obtido.

Análise de Fluxo de Caixa: Projete o fluxo de caixa de longo prazo considerando as


operações e os financiamentos previstos. Isso ajudará a garantir que sua empresa tenha
liquidez suficiente para operar e cumprir compromissos financeiros.

Acompanhamento e Revisão: Periodicamente, reveja e ajuste seu plano operacional à


medida que a empresa evolui. Isso garantirá que suas estratégias e necessidades de
financiamento continuem alinhadas com os objetivos de longo prazo.

O plano operacional é fundamental para fornecer uma visão clara de como sua empresa
planeja crescer e operar no longo prazo. Isso ajuda na identificação das fontes de
financiamento necessárias para sustentar e impulsionar esse crescimento, ao mesmo
tempo em que minimiza os riscos operacionais associados.

Caracteristicas dos emprestimos a longo prazo

 Prazo de Pagamento Prolongado:


 Pagamentos Periódicos
 Taxas de Juros Fixas ou Variáveis
 Garantias e Colaterais
 Finalidade Específica
 Amortização
 Flexibilidade nas Cláusulas
 Custo Total Maior:

Os Pros e Contras do Financiamento de longo Prazo

Prós do Financiamento a Longo Prazo

 Prazo Estendido:
 Taxas de Juros Mais Baixas:
 Financiamento para Projectos de Capital Intensivo
 Estabilidade Financeira:
 Potencial Dedutibilidade de Impostos
Contras do Financiamento a Longo Prazo:

 Compromisso de Longo Prazo


 Custo Total Maior
 Exigências de Garantias
 Impacto na Classificação de Crédito:
 Restrições Contratuais

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