triacilgliceróis: degradação Metabolismo de degradação dos triacilgliceróis
Hormônios ativam a mobilização dos
triacilgliceróis armazenados
Triacilgliceróis ficam armazenados no
tecido adiposo na camada subcutânea, em determinadas situações (hiperglicemia ou estresse) os hormônios lançados na corrente sanguínea (glucagon e a adrenalina) alcançam receptores específicos nas superfícies dos adipócitos levando a lipólise (parecido com a Comparação entre os carboidratos e glicogenólise). triacilgliceróis Os lipídeos neutros são armazenados nos Glicose e armazenada em glicogênio para adipócitos (e nas células que sintetizam não causar o desbalanço osmótico e esteroides do córtex da suprarrenal, dos energético da célula, glicogênio e ovários e dos testículos) na forma de ramificado o que também diminui a área gotículas lipídicas. superficial de glicose exposta a água o que A superfície dessas gotículas é revestida diminui a solvatação, pressão osmótica e por perilipinas, família de proteínas que favorece o armazenamento, além de restringem o acesso às gotículas lipídicas, possuir ligações alfa 1-4 e alfa 1-6. evitando a mobilização prematura dos lipídeos.
Quando hormônios sinalizam a
necessidade de energia metabólica, os triacilgliceróis armazenados no tecido adiposo são mobilizados (retirados do armazenamento) e transportados aos tecidos (musculatura esquelética, coração e córtex renal) nos quais os ácidos graxos Triacilglicerol e um tri éster do glicerol e podem ser oxidados para a produção de possui três ácidos graxos que são ácidos energia. Os hormônios adrenalina e carboxílicos de cadeia longa apolar. São glucagon, secretados em resposta aos pouquíssimo solúveis em água o que baixos níveis de glicose ou atividade diminui o volume de armazenamento (não iminente, estimulam a enzima adenilil sofrem solvatação por água) e permite a ciclase na membrana plasmática dos reserva de energia, além do rendimento adipócitos, que produz o segundo energético no processo de oxidação que mensageiro intracelular AMP cíclico (cAMP; gera 9 Kcal/g (mais energéticos). os ver). A proteína-cinase dependente de carbonos mais típicos são mais reduzidos cAMP (PKA) leva à mudanças que abrem a que nos carboidratos. gotícula de lipídeo para a atividade de três lipases, que atuam sobre tri-, di- e monoacilgliceróis, liberando ácidos graxos e glicerol.
Os ácidos graxos assim liberados (ácidos
graxos livres, FFA, de free fatty acids) passam dos adipócitos para o sangue, onde eles se ligam à albumina sérica. Essa proteína, se liga não covalentemente a até 10 ácidos graxos por monômero de proteína. Ligados a essa proteína solúvel, os ácidos graxos que de outra maneira seriam insolúveis, são transportados aos tecidos como o músculo esquelético, o coração e o córtex renal. Nesses tecidos- alvo, os ácidos graxos se dissociam da Mobilização dos triacilgliceróis albumina e são levados por armazenados no tecido adiposo. transportadores da membrana plasmática Quando os baixos níveis de glicose no para dentro das células para servir de sangue ativam a liberação de glucagon, ➊ combustível. o hormônio se liga ao seu receptor na O glicerol liberado pela ação da lipase é membrana do adipócito e assim ➋ fosforilado e oxidado a di- -hidroxiacetona estimula a adenilil-ciclase, via uma proteína fosfato, que pode entrar nas vias glicolítica G, a produzir cAMP (AMP cíclico). Isso ativa ou gliconeogênica. Alternativamente, o a PKA, que fosforila ➌ a lipase sensível a glicerol fosfato pode ser usado na síntese hormônio (HSL, de hormone-sensitive de triacilgliceróis ou de fosfolipídios. lipase) e ➍ as moléculas de perilipina na superfície da gotícula lipídica. A Cerca de 95% da energia biologicamente fosforilação da perilipina causa a ➎ disponível dos triacilgliceróis residem nas dissociação da proteína CGI da perilipina. A suas três cadeias longas de ácidos graxos; CGI então se associa com a enzima apenas 5% são fornecidos pela porção triacilglicerol lipase no adipócito (ATGL, de glicerol. O glicerol liberado pela ação da adipose triacylglycerol lipase), ativando-a. lipase é fosforilado pela glicerol-cinase, e o glicerol-3-fosfato resultante é oxidado a di- A triacilglicerol lipase ativada ➏ converte hidroxiacetona fosfato. A enzima glicolítica triacilgliceróis em diacilgliceróis. A triose-fosfato-isomerase converte esse perilipina fosforilada se associa com a composto em gliceraldeído-3-fosfato, que lipase sensível a hormônios fosforilada, é oxidado na glicólise. permitindo o acesso à superfície da gotícula lipídica, onde ➐ ela hidrolisa os diacilgliceróis em monoacilgliceróis. Uma terceira lipase, a monoacilglicerol lipase (MGL, de monoacylglycerol lipase) ➑ hidrolisa os monoacilgliceróis. ➒ os ácidos graxos saem do adipócito, se ligam à albumina sérica no sangue e são transportados no sangue (para vários tecidos); eles são liberados da albumina e ➓ entram em um miócito por meio de um transportador específico de ácidos graxos. os. ⓫ No miócito, os ácidos graxos são oxidados a CO2, e a energia da oxidação é conservada em ATP, que abastece a contração muscular e outros tipos de metabolismo que necessitam de energia no miócito.
Isso gera uma cascata de enzimas ativas na
célula.
Conversão de um ácido graxo em uma
acil-CoA graxo.
A conversão é catalisada pela acil-CoA
graxo-sintetase e pela pirofosfatase inorgânica. A ativação dos ácidos graxos pela formação do derivado de acil-CoA graxo ocorre em duas etapas. A reação total é altamente exergônica (e favorável).
Etapa 1 (quebra do ATP)
O íon carboxilato é adenilado pelo ATP,
para formar um acil-adenilato- -graxo e PPi. O PPi (pirofosfato) é imediatamente hidrolisado a duas moléculas de Pi
Etapa 2
O grupo tiol da coenzima A ataca o acil-
adenilato (anidrido misto), deslocando o AMP e formando o tioéster acil-CoA graxo (forma mais ativa). A entrada do glicerol na via glicolítica (ou pode ir para gliconeogênese). Oxidação do acido graxo possui barreia energética, sendo um processo regulado e Primeiro o glicerol é fosforilado, depois é controlado na célula. oxidado (usando NAD +) e por último acontece uma isomerização.
Os ácidos graxos são ativados e
transportados para dentro das mitocôndrias Entrada de ácido graxo na mitocôndria No terceiro e último passo do circuito da pelo transportador acil- carnitina, o grupo acil-graxo é carnitina/carnitina. enzimaticamente transferido da carnitina para a coenzima A intramitocondrial pela Após a formação da acil-carnitina-graxo na carnitina-aciltransferase II. Essa isoenzima, membrana externa ou no espaço localizada na face citosólica da membrana intermembranar, ela se desloca para a mitocondrial interna, regenera a acil-CoA matriz pela difusão facilitada por meio do graxo e a libera, juntamente com a transportador na membrana interna. Na carnitina livre, dentro da matriz. A carnitina matriz, o grupo acila é transferido para a retorna ao espaço intermembrana por coenzima A mitocondrial, tornando a meio do transportador acil- carnitina livre para retornar ao espaço carnitina/carnitina. intermembrana pelo mesmo transportador. A aciltransferase I é inibida Através do álcool da carnitina que o acetil- por malonil-CoA, o primeiro intermediário ácidos graxo se liga. na síntese de ácidos graxos. Essa inibição Esse processo de três passos para transferir evita a síntese e a degradação simultâneas os ácidos graxos para dentro da dos ácidos graxos. mitocôndria – esterificação com CoA, Os ésteres de acil-CoA graxo formados no transesterificação com carnitina, seguida lado citosólico da membrana externa da de transporte e transesterificação de volta mitocôndria podem ser transportados para a CoA – liga dois reservatórios de coenzima dentro da mitocôndria e oxidados para A e de acil-CoA graxo, um no citosol e o produzir ATP, ou podem ser utilizados no outro na mitocôndria. Esses reservatórios citosol para sintetizar lipídeos de têm funções diferentes. membrana. Os ácidos graxos destinados a A coenzima A na matriz mitocondrial é oxidação mitocondrial estão amplamente utilizada na degradação transitoriamente ligados ao grupo hidroxil oxidativa do piruvato, dos ácidos graxos e da carnitina, formando acil-graxo-carnitina de alguns aminoácidos, enquanto a – a segunda reação do ciclo. coenzima A citosólica é utilizada na biossíntese de ácidos graxos.
A acil-CoA graxo no reservatório citosólico
pode ser utilizada para síntese de lipídeos de membrana ou pode ser transportada para dentro da matriz mitocondrial para oxidação e produção de ATP. A conversão Essa transesterificação é catalisada pela ao éster de carnitina compromete a porção carnitina aciltransferase I, na membrana acil-graxo com o destino oxidativo externa. A passagem para o espaço intermembrana (o espaço entre a Em resumo: Os ácidos graxos dos membrana externa e a interna) ocorre por triacilgliceróis fornecem uma grande fração meio de grandes poros (formados pela da energia oxidativa nos animais, os proteína porina) na membrana externa. O triacilgliceróis armazenados no tecido éster de acil-graxo-carnitina então entra na adiposo são mobilizados por uma lipase de matriz por difusão facilitada através do triacilglicerol sensível a hormônio. Os transportador acil-carnitina/carnitina da ácidos graxos liberados se ligam à albumina membrana mitocondrial interna. sérica e são transportados no sangue para o coração, para musculatura, esquelética e outros tecidos que utilizam ácidos graxos NADH e FADH2, que na terceira etapa como combustíveis. Uma vez dentro das doam elétrons para a cadeia respiratória células, os ácidos graxos são ativados na mitocondrial, por meio da qual os elétrons membrana mitocondrial externa pela passam para o oxigênio com a fosforilação conversão em tioésteres de acil-CoA concomitante de ADP a ATP. graxos. A acil-CoA graxo que será oxidada A energia liberada pela oxidação dos ácidos entra na mitocôndria em três passos, pelo graxos é, portanto, conservada como ATP. ciclo da carnitina.
Oxidação de ácidos graxos
a oxidação mitocondrial dos ácidos graxos
ocorre em três etapas
Na primeira etapa – b-oxidação –, os ácidos
graxos sofrem remoção oxidativa de sucessivas unidades de dois carbonos na forma de acetil-CoA, começando pela extremidade carboxílica da cadeia acil- graxo.
Por exemplo, o ácido palmítico de 16
carbonos (palmitato em pH 7) passa sete vezes pela sequência oxidativa, perdendo dois carbonos como acetil-CoA em cada passagem. Ao final de sete ciclos, os dois últimos carbonos do palmitato (originalmente C-15 e C-16) permanecem como acetil-CoA. O resultado global é a conversão da cadeia de 16 carbonos do palmitato em oito grupos acetil de dois carbonos das moléculas de acetil-CoA. Etapas da oxidação de ácidos graxos. Etapa 1: Um ácido graxo de cadeia longa é A formação de cada acetil-CoA requer a oxidado para produzir resíduos de acetil na remoção de quatro átomos de hidrogênio forma de acetil-CoA. Esse processo é (dois pares de elétrons e quatro H1) da chamado de b-oxidação. Etapa 2: Os porção acil-graxo pelas desidrogenases. grupos acetil são oxidados a CO2 no ciclo Na segunda etapa da oxidação de ácidos do ácido cítrico. Etapa 3: Os elétrons graxos, os grupos acetil da acetil-CoA são derivados das oxidações das etapas 1 e 2 oxidados a CO2 no ciclo do ácido cítrico, passam ao O2 por meio da cadeia que também ocorre na matriz respiratória mitocondrial, fornecendo a mitocondrial. A acetil-CoA derivada dos energia para a síntese de ATP por ácidos graxos então entra em uma via de fosforilação oxidativa. oxidação final comum com a acetil-CoA derivada da glicose precedente da glicólise e da oxidação do piruvato. A b-oxidação de ácidos graxos saturados tem quatro passos básicos As duas primeiras etapas da oxidação dos ácidos graxos produzem os transportadores de elétrons reduzidos cofator oxidante) através da enzima b- Hidroxiacil-CoA- -desidrogenase
Ocorre uma remoção de hidrogênio do
carbono Alfa formando NADH e uma formação de dupla ligação no carbono beta
Por último tem um ataque da coenzima A
no carbono beta com a quebra da ligação entre o carbono Beta e Alfa sendo uma lise (nesse caso uma tiólise por causa da adição do tiol) essa reação e catalisado pela Acil- CoA- -acetiltransferase (tiolase) que promove a quebra entre a ligação alfa e beta que transforma a b-Cetoacil -CoA em um Acetil -CoA e forma novamente um Acil-CoA (miristoil-CoA) (ácido graxo ativado com 14 carbonos, ou seja, dois carbonos a menos que o substrato de partida)
Esse Acil-CoA (miristoil-CoA) vai repetir
A via da b-oxidação. essa serie de reações e a cada volta (a cada B oxidação) será formada uma molécula de (a) Em cada passagem por essa sequência acetil coa de quatro passos, um resíduo acetil (sombreado em cor salmão) é removido na Esse nome (B oxidação) vem por causa da forma de acetil-CoA da extremidade oxidação do carbono beta, ocorre dentro carboxílica da cadeia acil graxo – nesse da mitocôndria e precisa de FAD e NADH exemplo, o palmitato (C16), que entra (ou seja, FAH2 e NADH precisam ser como palmitoil-CoA. reoxidado na cadeia transportadora de elétrons usando O2 como receptor final Quatro reações catalisadas por enzimas para que a B oxidação ocorra), assim como constituem a primeira etapa da oxidação o ciclo de Krebs a b oxidação (vias de ácidos graxos. Primeiro, a metabólicas) só ocorre em condições desidrogenação (oxidação) da Palmitoil- aeróbias então em situações de CoA que utiliza o fator FAD como oxidante anaerobiose a oxidação dos ácidos graxos a enzima é a acil-CoA-desidrogenase. não acontece. Ocorre a formação de uma dupla ligação produzindo uma trans-D2 -enoil-CoA, a dupla ligação sofre uma hidratação (adição de água) feita pela enzima enoil- -CoA hidratase
É adicionado um H+ no carbono alfa e um
OH – da água no carbono beta, ocorrendo a formação de um álcool a L-b-Hidroxiacil- CoA desidrogenase que sofrera uma desidrogenação feita por NAD+ (como (b) Mais seis passagens pela via produzem reação catalisada pela nucleosídeo- mais sete moléculas de acetil-CoA, a sétima difosfato-cinase vinda dos dois últimos átomos de carbono Valor maior que na fosforilação oxidativa da cadeia de 16 carbonos. Oito moléculas sendo assim os ácidos graxos são de acetil-CoA são formadas no total. moléculas extremamente energéticas e Em resumo: Na primeira etapa da b- importantes para produção de energia. oxidação, quatro reações retiram cada unidade de acetil-Coa da extremidade carboxila de um acil-CoA graxo saturado: (1) desidrogenação dos carbonos a e b (C-2 e C-3) pelas acil-CoA-desidrogenases ligadas à FAD, (2) hidratação da dupla ligação trans-D2 resultante pela enoil-CoA- hidratase, (3) desidrogenação do L-b- Hidroxiacil-CoA resultante pela b- Hidroxiacil-CoA-desidrogenase ligada à NAD, e (4) clivagem por CoA do b-Cetoacil- CoA resultante pela tiolase, para formar acetil-CoA e um acil-CoA graxo encurtado em dois carbonos. O acil-CoA graxo encurtado entra de novo na sequência de reações. Na segunda etapa da oxidação dos ácidos graxos, o acetil-Coa é oxidado a CO2 no ciclo do ácido cítrico. Uma grande fração do rendimento teórico de energia livre da oxidação dos ácidos graxos é recuperada como ATP pela fosforilação oxidativa, a etapa final da via oxidativa.
Produção de ATP durante a oxidação de
uma molécula de palmitoil-CoA em CO2 e H2O
*Esses cálculos pressupõem que a
fosforilação oxidativa mitocondrial produz 1,5 ATP por FADH2 oxidado e 2,5 ATP por NADH oxidado. † O GTP produzido diretamente nesse passo produz ATP na