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Catabolismo de Ácidos Graxos

- A oxidação dos ácidos graxos de cadeia longa à acetil-CoA é uma via central de
geração de energia em muitos organismos e tecidos;
- No coração e no fígado de mamíferos, até 80% das necessidades energéticas em
todas circunstâncias fisiológicas são supridas pelo catabolismo de ácidos graxos;
- Durante a oxidação dos ácidos graxos, os elétrons retirados passam pela cadeia
transportadora de elétrons, realizando a síntese de ATP;

Digestão, mobilização e transporte de gorduras


- São 3 as fontes de ácidos graxos para as células, gorduras consumidas na
dieta, gordura armazenada nas células e gorduras sintetizadas em um órgão para
exportação a outro;
- As gorduras da dieta são absorvidas no intestino delgado;
- Os sais biliares que são compostos anfipáticos, armazenados na vesícula
biliar, emulsificam gorduras da dieta no intestino delgado formando micelas mistas de
sais biliares e triacilcliceróis;
- As micelas permitem o aumento da fração das moléculas de lipídeos
acessíveis à ação das lipases hidrossolúveis no intestino;
- Lipases intestinais degradam os triacilgliceróis e os convertem em
monoacilgliceróis (monoglicerídeos) e diacilgliceróis (diglicerídeos), ácidos graxos
livres e glicerol
- Ácidos graxos e outros produtos da degradação são absorvidos pela
musoca intestinal e convertidos em triacilgliceróis novamente;
- Os triacilgliceróis são incorporados com colesterol e apolipoproteínas
em quilomícrons;
- As apolipoproteínas se combinam com lipídeos e formam classes de
partículas de lipoproteína. A combinação de lipídeos e proteínas resultam partículas de
diferentes densidades, desde quilomícrons e lipoproteínas de densidade muito baixa
(VLDL) a lipoproteínas de densidade muito alta (VHDL).
- Os quilomícrons movimentam-se pelo sistema linfático e corrente
sanguínea para os tecidos;
- A lipase lipoproteica, ativada por apoC-II (apolipoproteína CII) nos
capilares, converte triacilgliceróis em ácidos graxos e glicerol;
- Ácidos graxos conseguem entrar nas células e serão oxidados como
combustíveis ou esterificados novamente para armazenamento;
- Hormônios ativam a mobilização dos triacilgliceróis;
- Quando em níveis baixos de glicose no sangue, há liberação de glucagon
e adrenalina;
- O glucagon se liga a seu receptor na membrana do adipócito e a partir
de uma série de reações, os ácidos graxos saem do adipócito, se ligam a albumina sérica
no sangue e são transportados no sangue.
- A ligação da albumina sérica (proteína solúvel) com o ácido graxo
(insolúvel) permite seu transporte aos tecidos, como coração, córtex renal e músculo
esquelético.
- Os ácidos graxos são liberados da albumina e entram em um miócito
com o auxílio de um transportador específico de ácidos graxos. No miócito, os ácidos
graxos são oxidados a CO2, e a energia da oxidação é conservada em ATP;
- O glicerol liberado pela ação da lipase é fosforilado glicerol-cinase, e o
glicerol-3-fosfato resultante é oxidado a di-hidroxiacetona fosfato. A enzima glicolítica
triose-fosfato-isomerase catalisa esse composto em gliceraldeído-3-fosfato, que é
oxidado na glicólise;
- Os ácidos graxos são ativados e transportados para dentro das
mitocôndrias;
- Os ácidos graxos com comprimento de cadeia de 12 carbonos ou
menos conseguem entrar na mitocôndria sem ajuda de transportadores de membrana,
já os que possuem 14 carbonos ou mais, não conseguem realizar essa passagem
livremente é necessário que passem por três reações enzimáticas do ciclo da carnitina;
- Sugestão de pesquisa: ciclo da carnitina;
Oxidação de ácidos graxos
- A oxidação de ácidos graxos ocorre em três etapas (β-oxidação, ciclo
do ácido cítrico com a oxidação dos grupos acetil da acetil-CoA, cadeia transportadora
de elétrons);
- Na β-oxidação, ocorre remoção oxidativa de sucessivas unidades de 2
carbonos na forma de acetil-CoA, começando pela extremidade carboxílica da cadeia
acil-graxo;
- No ciclo do ácido cítrico, a acetil-CoA derivada dos ácidos graxos entra
em uma via de oxidação comum ao acetil-CoA derivada da glicose;
- Nas 2 primeiras etapas serão formados os transportadores de elétrons
reduzidos, NADH e FADH2 que serão doadores de elétrons na terceira etapa e havendo
consequente formação de ATP;
- A β-oxidação de ácidos graxos saturados tem quatro passos básicos;
- Os quatro passos da β-oxidação são repetidos para produzir acetil-CoA
e ATP;
- O acetil-CoA pode ser ainda mais oxidado no ciclo do ácido cítrico;
- A oxidação de ácidos graxos insaturados requer duas reações adicionais;
- A oxidação completa de ácidos graxos de número ímpar requer três
reações extras;
- A oxidação dos ácidos graxos é estritamente regulada;
- Fatores de transcrição ativam a síntese de proteínas do catabolismo
de lipídeos (A família PPAR, receptor ativado por proliferadores de peroxissomos, são
fatores de transcrição que afetam diversos processos metabólicos em resposta a uma
variedade de ligantes semelhantes aos ácidos graxos);
- Defeitos genéticos nas acil-CoA-graxo-desidrogenases causam
doenças graves (exemplo: mutação no gene que codifica acil-CoA-desidrogenase de
cadeia média – MCAD);
- Os peroxissomos também realizam β-oxidação;
- Sugestão de pesquisa: Síndrome de Zellweger, adrenoleucodistrofia
ligada ao X (XALD);
- Os peroxissomos e glioxissomos vegetais usam acetil-CoA da β-
oxidação como precursor biossintético;
- As enzimas da β-oxidação de organelas diferentes divergiram durante a
evolução;
- A ω-oxidação de ácidos graxos ocorre no retículo endoplasmático;
- O ácido fitânico sofre a-oxidação nos peroxissomos (doença de Refsum
faz com que esse ácido se acumule);
Corpos cetônicos
- Os corpos cetônicos formados no fígado são exportados para outros
órgãos como combustível;
- Os corpos cetônicos são produzidos em excesso no diabetes e durante
o jejum;

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