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ANÁLISE E ESTUDO DE LIGAÇÃO SEMI-RÍGIDA ENTRE PILAR x

VIGA EM ESTRUTURAS PRÉ-FABRICADAS DE CONCRETO


Tiago Pires Carareto1
1
Acadêmico do Curso de Engenharia de Estruturas do Centro Universitário de Lins - Unilins,
Lins-SP, Brasil
ticarareto@hotmail.com

Luciana M. B. F. Pizzo2
2
Docente do Curso de Engenharia de Estruturas do Centro Universitário de Lins - Unilins, Lins-
SP, Brasil
lubonvino@yahoo.com.br

Resumo: active efforts in the structure and with a


deeper knowledge it is possible to design and
A indústria do pré-fabricado no Brasil detail with greater Accuracy and reliability.
está em pleno desenvolvimento e um dos There are some typologies between
itens mais importante trata-se das ligações precast beam x column connections, among
entre seus elementos, pois são estas que which most have semi-rigid behavior, in the
determinam os esforços atuantes na estrutura present work we intend to develop a
e com um conhecimento mais aprofundado é spreadsheet for calculation of the restriction
possível projetar e detalhar com maior factor  and the secant stiffness Rsec
precisão e confiabilidade. according to the characteristics of the
Existem algumas tipologias entre connection and of the beam and with that
ligações viga x pilar pré-fabricado, dentre possibly to determine the efforts for
estas a maioria possui comportamento semi- dimensioning of a precast beam with semi-
rígido, no presente trabalho pretende-se rigid connection. In the current Brazilian
desenvolver uma planilha para cálculo do literature, there are rare works on semi-rigid
fator de restrição α e da rigidez secante R  precast beam x column connections, and in
de acordo com as características da ligação e the structures currently executed in Brazil,
da viga e com isso possivelmente determinar the majority have semi-rigid connections
os esforços atuantes para o dimensionamento
de uma viga pré-fabricada com ligação semi- Key words: deformation, precast beam,
rígida. Na literatura brasileira atual existem restriction factor, semi-rigid connection,
raros trabalhos sobre ligações entre viga x stiffness calculation.
pilar pré-fabricado semi-rígidas, sendo que
nas estruturas executadas atualmente no
Brasil em sua grande maioria possuem 1 Introdução
ligações semi-rígidas.
A indústria de pré-fabricado no Brasil
Palavras chaves: cálculo da rigidez, está em crescimento e enfrenta inúmeros
deformação, fator de restrição, ligação semi- obstáculos para o seu desenvolvimento,
rígida, viga pré-fabricada. desde a falta de equipamentos específicos,
tecnologia mais avançada e principalmente
Abstract: da necessidade de promover ligações entre os
vários elementos que compõem a estrutura.
The precast industry in Brazil is in full Ligações estas que são dispositivos
development and one of the most important utilizados para compor um conjunto
items is the connections between its elements, estrutural a partir de seus elementos, com a
since they are the ones that determine the finalidade de transmitir os esforços

1
solicitantes. Portanto a forma da ligação produção, de transporte e montagem dos
entre elementos é de fundamental elementos pré-fabricados.
importância. É a modelagem do O projeto de ligações não se limita a
comportamento das ligações que permite uma questão de escolher um dispositivo de
saber os esforços atuantes e garantir a ligação apropriado, mas engloba a
estabilidade global da estrutura. consideração da ligação como um todo,
O assunto de ligações constitui-se em incluindo as juntas, os materiais para
um dos tópicos mais importantes com relação preenchimento de nichos e juntas,
às estruturas pré-fabricadas. O papel das detalhamento das superfícies das interfaces e
ligações é fazer uma interligação racional das zonas nas extremidades dos elementos
entre os elementos pré-fabricados para pré-moldados, em regiões próximas às
compor um sistema estrutural capaz de ligações. Estas zonas nas extremidades dos
resistir a todas as forças atuantes, incluindo elementos promovem a transferência das
ações indiretas provenientes da retração, forças dos dispositivos de ligação para dentro
fluência, movimentos térmicos, fogo, etc. dos elementos e devem ser detalhadas e
Para desenvolver adequadamente o projeto armadas considerando as forças internas e as
estrutural, os projetistas devem conhecer o possíveis deformações.
fluxo de forças ao longo da estrutura quando Muitas das vantagens da construção em
submetida às ações verticais e horizontais, concreto pré-moldado está relacionada com a
bem como compreender como as ligações possibilidade do rápido levantamento da
interagem com os elementos dentro do estrutura. Para tirar maior partido deste
sistema estrutural como um todo. benefício e manter os custos dentro de limites
As ligações em estruturas pré- razoáveis, as ligações executadas na obra
fabricadas devem atender a diferentes devem ser simples. Todavia, para atender aos
critérios de projeto e de desempenho. A sua requisitos de projeto, algumas vezes é
função principal é a transferência das forças necessário comprometer a simplicidade de
entre as interfaces dos elementos pré- fabricação e de montagem.
fabricados, de forma que os elementos pré- As ligações devem ser projetadas de
fabricados interajam entre si como um único modo que os elementos possam ser içados,
sistema estrutural. Tal interação pode ter posicionados e desenganchados dos
diferentes propósitos: equipamentos o mais rápido possível,
 Conectar elementos à estrutura de também devem ser acessíveis durante a
apoio; montagem, para posicionar e fixar parafusos
 Garantir o comportamento global e porcas, para executar serviços de soldas e
pretendido para os subsistemas pré- para inspecionar e checar a qualidade mais
moldados, como a ação de diafragma nos tarde. No projeto dos elementos pré-
subsistemas de pisos, ação de contra- moldados é muito importante considerar as
ventamento em paredes compostas por ações e os esforços que ocorrem nas
elementos de painéis, permitir a transferência chamadas situações transientes. Durante o
das cargas entre os elementos, etc. manuseio, estocagem, transporte e içamento,
 Transferir forças do seu ponto de os detalhes das ligações podem ser expostos
aplicação para um subsistema de a casos especiais de carregamento. Apoios
estabilização, como um núcleo ou parede de temporários, carregamentos excêntricos
contraventamento. durante o levantamento, forças de vento
Outros aspectos relativos à função e à antes que a estrutura esteja completa,
aparência das ligações podem resultar em içamento e estabilização temporária são
requisitos específicos para projeto ou exemplos de situações transientes.
produção, como por exemplo, com relação à
durabilidade ou quanto aos aspectos
estéticos. O detalhamento das ligações
também deveria atender a requisitos de
2
2 Materiais e Métodos Figura 2: Imagens de ligações entre
elementos pré-fabricados.
2.1 Ligações entre elementos pré-
fabricados

O projeto de ligações estruturais em


construções pré-moldadas deve considerar
uma variedade de critérios relacionados com
o comportamento estrutural, tolerâncias
dimensionais, resistência ao fogo,
durabilidade e manutenção, facilidade de
manuseio e montagem. Os principais
critérios de projeto são apresentados a seguir:

 Resistência;
 Influência Decorrente de Mudanças de
Volume;
 Movimentos;
 Ductilidade;
 Durabilidade;
 Tolerâncias dimensionais;
 Resistência ao Fogo;
 Ligações para Transferência de Flexão e
de Torção. Fonte: Sendi Pré-fabricados Ltda.
Existem diversos tipos de ligação entre
Os momentos fletores são geralmente
elementos pré-fabricados, na Figura 1 e
transferidos entre elementos de concreto por
Figura 2 é possível visualizar algumas
meio do estabelecimento de um binário de
ligações existentes entre esses elementos,
tração e compressão, onde o princípio de
mas o objeto de estudo deste trabalho será a
projeto está baseado na ligação entre as
ligação viga x pilar.
armaduras por meio de sobreposição,
chumbamento ou soldagem. Na Figura 3 são
Figura 1: Exemplos de ligações entre
apresentados exemplos de ligações
elementos pré-fabricados.
resistentes à flexão.

Figura 3 Exemplos de ligação


resistente a flexão.

Fonte: Manual de sistemas pré-fabricados de


concreto (Arnold Van Acker, FIB, 2002)

Existe uma tendência para embutir


Fonte: Manual de sistemas pré-fabricados de concreto insertos metálicos nas ligações viga x pilar.
(Arnold Van Acker, FIB, 2002) A vantagem com esta solução é que a
interseção entre pilar e viga é limpa, sem a
3
saliência de um consolo. Por esta razão, essa
ligação é atraente no ponto de vista estético, Figura 6: Exemplos de ligação viga x pilar
existindo várias soluções no mercado. rígidas com solda.
Exemplos de possíveis alternativas são
apresentados na Figura 4.

Figura 4: Exemplos de consolos metálicos


embutidos (escondidos).

Fonte: Mounir K. El Debs (EESC-USP, 2000).

Figura 7: Exemplos de ligação viga x pilar


rígidas com emenda da armadura e concreto
moldado no local.

Fonte: Mounir K. El Debs (EESC-USP, 2000).


Fonte: Manual de sistemas pré-fabricados de concreto
(Arnold Van Acker, FIB, 2002) Figura 8: Exemplos de ligação viga x viga
sobre pilar com estabelecimento de
2.2 Ligações Semi-Rígidas continuidade para momento fletor.

As ligações viga-pilar de elementos


pré-fabricados são comumente feitas no
Brasil do tipo semi-rígidas, ou seja, possuem
um comportamento intermediário entre a
rigidez total (sem rotação relativa entre
elementos) e a rótula (permite-se o giro).
Existem inúmeras formas de se Fonte: Mounir K. El Debs (EESC-USP, 2000).
obter ligações entre viga x pilar pré-
fabricados, nas figuras 5, 6, 7 e 8 são Segundo a NBR 9062:2006 ligações
possíveis visualizar algumas das opções são dispositivos utilizados para compor um
disponíveis, apesar de algumas serem conjunto estrutural a partir de seus
antieconômicas e outras de difícil aplicação. elementos, com a finalidade de transmitir os
esforços solicitantes, em todas as fases de
Figura 5: Exemplos de ligação viga x pilar utilização, dentro das condições de projeto,
articulado. mantendo as condições de durabilidade ao
longo da vida útil da estrutura conforme
definido o conceito de vida útil da ABNT
NBR 6118.
Devido ao comportamento semi-
rígido das ligações viga x pilar, onde se tem
uma restrição limitada quanto às rotações
relativas entre a viga e o pilar, ocorre uma
Fonte: Mounir K. El Debs (EESC-USP, 2000). modificação na resposta da viga conectada,

4
havendo assim a redistribuição dos
momentos entre os elementos.
Dessa forma, é importante que esses
mecanismos sejam considerados quando se
projetar uma viga pré-fabricada que se unirá
ao pilar através de ligações resistentes à
flexão, de forma a manter tanto as tensões de
tração como as de compressão dentro de
limites admissíveis.
Quando se analisa uma viga isolada
com ligações nas extremidades, dependendo
da rigidez das ligações, a solução para a viga
pode se aproximar da solução para uma viga
bi-apoiada ou para uma viga bi-engastada.
Considerando as ligações com a mesma
rigidez, a solução da viga aproxima-se da
solução de uma viga bi-apoiada na medida
em que a rigidez da ligação tende a zero. Da
mesma forma, a solução da viga aproxima-se
da solução de uma viga bi-engastada na
medida em que a rigidez da ligação tende ao
infinito.
O efeito das ligações semi-rígidas
na rigidez da viga adjacente pode ser visto
mais claramente, examinando-se o
comportamento de uma viga de comprimento
L com carregamento uniformemente
distribuído Q. A Figura 9 mostra a
deformabilidade dessa viga de acordo com
cada tipo de ligação.

Figura 9 - Efeito da ligação no


comportamento da viga.

5
Fonte: Elaborado pelo Autor.

Considerando uma viga com


ligações flexíveis nas extremidades, pode-se
notar que há apenas o momento no meio do
vão, não havendo momento na ligação, ou
seja, a ligação não é capaz de transmitir
momento fletor e permite que haja rotação
relativa viga-pilar. Quando se trata de uma
ligação rígida, a ligação é capaz de transmitir
todo o momento fletor, diminuir o momento
no meio do vão e não permitir que haja giro
Fonte: Ferreira M. A. (2003)
entre a viga e o pilar. As ligações semi-
rígidas são capazes de transmitir uma parte Atualmente no Brasil já se têm
da flexão e também permitem certa rotação disponíveis programas aplicados às
entre a viga e o pilar. Dessa forma, as estruturas de concreto que permitem a
ligações semi-rígidas permitem que haja uma consideração do comportamento semi-rígido
redistribuição entre os momentos de das ligações viga-pilar no comportamento
extremidade e do meio do vão da viga. estrutural. Entretanto, sem o conhecimento
Para a mesma viga com
carregamento uniforme e comprimento L, é
do comportamento das deformabilidades das
ligações, não é possível a utilização
possível a determinação dos momentos adequada destes recursos computacionais
considerando as ligações semi-rígidas, em
função do fator de restrição α e dos
para a análise das estruturas pré-moldadas.
Neste contexto, a questão da determinação
momentos para as vigas com ligações das deformabilidades nas ligações constitui-
rígidas, como indicado na 10. se um caminho crítico para a aplicação dessa
teoria na análise das estruturas pré-moldadas.
Figura 10 - Efeito da ligação semi-rígidas nas Por outro lado, ainda não existem
vigas procedimentos padronizados para a análise
global de estruturas pré-moldadas com
múltiplos pavimentos considerando a
deformabilidade das ligações.
Em FERREIRA et al (2003), foi
proposta uma classificação para as ligações
viga-pilar, com a identificação de cinco
zonas, sendo as ligações semi-rígidas
subdivididas em cinco zonas de projeto. As
zonas identificadas por essa classificação
correspondem a:
6
A rigidez de uma ligação semi-
Figura 11 - Classificação das Ligações Semi- rígida está relacionada com o momento fletor
Rígidas em Estruturas Pré-Moldadas resistido pela ligação e pela rotação relativa
viga x pilar causada por este momento. Dessa
ENGASTAMENTO PARCIAL CLASSIFICAÇÃO DAS
ZONAS FATOR DE RESTRIÇÃO (αR)
ME / MR LIGAÇÕES forma, a rigidez de uma ligação pode ser
Zona I 0 ≤ αR ˂ 0,14 0 ≤ ME / MR ˂ 0,2 Articuladas obtida pelo gradiente da curva momento x
Zona II 0,14 ≤ αR ˂ 0,4 0,2 ≤ M E / MR ˂ 0,5
Semi-Rígidas com
Restrição Baixa
rotação. Para cada valor de momento atuante
na ligação haverá uma rotação equivalente. É
denominada rigidez secante R  a rigidez
Semi-Rígidas com
Zona III 0,4 ≤ αR ˂ 0,67 0,5 ≤ ME / MR ˂ 0,75
Restrição Média
0,67 ≤ αR ˂ 0,86 Semi-Rígidas com
Zona IV 0,75 ≤ M E / MR ˂ 0,9
Restrição Alta
Zona V 0,86 ≤ αR ˂ 1 0,9 ≤ ME / MR ˂ 1
Perfeitamente obtida pela relação entre o momento
Rígidas
resistente da ligação no limite de escoamento
da armadura tracionada (M ) e a rotação (θ )
Fonte: Ferreira et al (2003)

Foi escolhido o valor do fator de devido ao momento M. A rigidez secante


restrição  como sendo igual a 0,4 para corresponde a uma aproximação para a
consideração da não-linearidade física da
relação momento rotação. Desde que M <
diferenciar as ligações semi-rígidas com

M a rigidez secante será a mínima rigidez


baixa resistência à flexão das ligações semi-
rígidas com média resistência, devido ao fato
de que quando  > 0,4 as ligações semi- possível no projeto para a ligação,
rígidas mobilizam mais de 50% do momento correspondendo a uma aproximação segura.
de engastamento. Para distinguir entre as FERREIRA et al. (2003) propôs que
ligações semi-rígidas com média resistência a rigidez secante a flexão negativa, para
à flexão das com alta resistência à flexão, foi ligações com armadura de continuidade,
escolhido o valor do fator de restrição como pode ser obtida pela equação:
sendo igual a 0,67, pois acima desse valor, os (2-1)
momentos nas extremidades da viga são
 !" !* ./
 = = + -
maiores do que o momento no meio do vão.
De acordo com a NBR 9062:2006 as ligações
podem ser classificadas como indicado nas
∅ 0,9. % . & . ' ( % . +,,
Tabela 1 e na Tabela 2:
Sendo:
Tabela 1 - Classificação das ligações de
acordo com a rigidez (2-2)

 = 0,9. &1 . 23 . '


TIPO DA ESTRUTURAS NÃO
ESTRUTURAS CONTRAVENTADAS
LIGAÇÃO CONTRAVETADAS

Articulado RSEC ≤ 0,5(EI)SEC / Lef RSEC ≤ 0,5(EI)SEC / Lef

0,5(EI) SEC / Lef ˂ RSEC ≤ 8(EI)SEC / Lef 0,5(EI) SEC / Lef ˂ RSEC ≤ 20(EI) SEC / Lef
Semi-Rígido

RSEC ≥ 20(EI)SEC / Lef


RSEC ≥ 8(EI) SEC / Lef
(2-3)
λ5 : comprimento da região da ligação,
Rígido

Fonte: NBR 9062 (2006)

 23
F = - . !G + .!
Tabela 2 - Classificação das ligações de
acordo com o fator de restrição a rotação.
TIPO DA ESTRUTURAS NÃO
% . +,, % . ' "
ESTRUTURAS CONTRAVENTADAS
LIGAÇÃO CONTRAVETADAS

Articulado α R ≤ 0,15 α R ≤ 0,15

Semi-Rígido 0,15 ˂ α R ≤ 0,7 0,15 ˂ α R ≤ 0,85 Onde:

λ5 : comprimento da região da ligação,


Rígido α R ≥ 0,70 α R ≥ 0,85

Fonte: NBR 9062 (2006)


correspondente a metade do comprimento
do consolo somado a altura útil na
extremidade da viga sobre o apoio;
λ : comprimento de embutimento dentro do
2.3 Determinação da Relação Momento
- Rotação
pilar;
7
d: altura efetiva da viga 1 
X,Y

Es : módulo de elasticidade do aço; b"R = ' − . ef/ . e1 − Q S g


3 
III : momento de inércia da seção X,Y

+ f,, . Q S g
homogeneizada fissurada no estádio II;
E : módulo secante do concreto, 
equivalente a E = 0,85. E;
A : área de armadura negativa passante no Sendo:
pilar
De acordo com FERREIRA et al. XI : posição da linha neutra no estádio I;
(2003), a expressão geral que representa o XII : posição da linha neutra no estádio I;
desenvolvimento da relação momento- ZZ : intermediário entre estádio I e II.
rotação para 0 ≤  ≤  corresponde a
seguinte: O fator de restrição à rotação 
pode ser definido pela razão da rotação F/ da
(2-4)
extremidade do elemento em relação à
X,Y rotação combinada F( do elemento e da
 U 
∅ = PQ S . !G + T V . !" W . Q S
ligação devido ao momento de extremidade,
% . +"R % . '  conforme Figura 12 - Fator de restrição a
rotação.

Onde:
Figura 12 - Fator de restrição a rotação.
IZ :corresponde ao momento de inércia
equivalente da ligação, dado por:

(2-5)

[ ] [ ]
+"R = T V . +, + P1 + T V W . +,,
\ \

Sendo:
Fonte: NBR 9062 (2006)
M_ : momento de fissuração;
M` : momento atuante; O fator de restrição à rotação 
σ : corresponde a tensão na armadura obtida pode ser escrito em função do fator de rigidez
pela seguinte expressão: relativa entre a rigidez da ligação e a rigidez
do elemento por ela conectado, conforme
(2-6) expressão abaixo:


U1 =
(2-8)
&1 . b"R ./
j/ 3. k%+)
 = = P1 + W
Onde: j(  . l"m

EI é a rigidez secante da viga considerada


(2-7)

na análise estrutural.

8
Ln é o vão efetivo entre os centros de giros com base na análise linear utilizando a
nos apoios da viga, definido conforme rigidez secante R  , conforme indicada na
Figura 12. Figura 13. A rotação localizada na região da
 é a rigidez secante ao momento fletor ligação na extremidade da viga, associada à
da ligação viga-pilar. rigidez secante, deve ser medida no centro de
Ainda de Segundo FERREIRA et giro no apoio, conforme Figura 14.
al. (2003), para estruturas pré-moldadas sob
ações laterais, as ligações semi-rígidas com Figura 13 - Curva momento-rotação.
fatores de restrição  ≥ 0,4 são capazes de
produzir um efeito enrijecido na estrutura
global a qual se aproxima da solução com
ligações rígidas.
De acordo com a equação (2-8),
pode-se observar que o comportamento de
uma ligação resistente à flexão, ou seja,
parcialmente engastada, depende da rigidez
da ligação como também da rigidez da viga
adjacente. De acordo com essa equação,
quanto maior for a rigidez da ligação, maior
será a restrição ao giro na mesma. Por outro
lado, quanto maior for a rigidez da viga,
Fonte: NBR 9062 (2006)
menor será a restrição ao giro na ligação.
Assim, para a caracterização da ligação semi- Onde:
rígida, é importante se conhecer, além da
R  : rigidez secante da curva momento
rigidez da ligação, a rigidez da viga com base
no fator de restrição à rotação α e rotação viga x pilar;
Myz{ : momento limite no início do
considerando o caso particular em que as
duas ligações nas extremidades de um
escoamento da armadura de continuidade da
elemento de barra têm a mesma rigidez, foi
ligação viga x pilar;
M| : momento último na extremidade da viga
desenvolvido um procedimento numérico,
em FERREIRA, que permite a obtenção da
no limite de plastificação da viga x pilar;
θ : rotação relativa viga x pilar no início do
porcentagem de engastamento da ligação
através do fator α . Essa porcentagem de
escoamento da armadura de continuidade;
θ| : rotação relativa máxima viga x pilar no
engastamento parcial corresponde a relação
entre o momento presente na extremidade do
elemento estrutural (Mpq_ ) e o momento de limite de plastificação da ligação;
engastamento perfeito kMrs ), e de acordo μ: coeficiente de ductilidade da relação
com FERREIRA, pode ser determinada a momento x rotação de ligação viga x pilar.
partir da seguinte equação:
Figura 14 - Exemplo ilustrativo.
(2-9)

"tu[ 3. 
=
"vw 2 + 

Com isso a rigidez ao momento


fletor de uma ligação viga-pilar é definida
pela sua relação momento-rotação. A
resposta não linear das ligações pode ser feita
Fonte: NBR 9062 (2006)
9
Onde: (engastamento perfeito na ligação) não
exceder o momento limite de escoamento
L : distancia da face do pilar até o centro de ,€‚  0,9. &1 . 23 . ', para qualquer
rotação; combinação de ações no ELU, onde a
h_q : distancia da barra tracionada até o armadura negativa na ligação deve respeitar
centro da rotação. a relação:

Alguns critérios devem ser levados (2-10)


em consideração para que a ligação viga x Mƒ,_zs
pilar resistente a flexão tenha um A o
0,9. 2„ . '
comportamento semi-rígido.
O projeto da ligação deve levar em conta
simultaneamente os critérios de resistência e 3 Resultados e Discussões
de rigidez, onde a resistência da ligação deve
ser compatível com os esforços mobilizados
em função da resposta do seu comportamento 3.1 Cálculo de uma viga pré-fabricada
semi-rígido efetivo na análise estrutural; o protendida com ligação semi-rígida
projeto da estrutura pré-moldada com
ligações semi-rígidas pode ser baseado na
análise linear aproximada utilizando a Como objeto de estudo deste trabalho será
rigidez secante da ligação kR  . Este calculado uma viga pré-fabricada protendida
procedimento é válido quando o momento com ligações semi-rígidas, conforme as
solicitante elástico de projeto ,[€w características descritas na figura 15:

Figura 15 – Vista frontal e seção transversal da viga analisada.

Concreto: 40Mpa
Aço CA50: fyk = 500Mpa
Aço CP190 RB: fypk = 1710Mpa
Seção transversal da viga = 40x70

Fonte: Elaborado pelo Autor.

10
Tabela 3 - Características de viga pré-fabricada protendida:
b (m) h (m) Área (m²) I (m4) Wi=Ws fctm (Mpa)
0,4 0,7 0,28 0,01143 0,03267 2,46
Fonte: Elaborado pelo Autor.

Onde: Figura 17 - Diagrama de momento fletor –


viga bi-apoiada (kN.m).
b: largura da viga;
h: altura da viga;
I: momento de inércia da viga;
fq{ : resistência a tração do concreto;
Wz : módulo de resistência a flexão na borda
inferior da viga;
Ws: módulo de resistência a flexão na borda
superior da viga.
3.3 Esforços solicitantes para a segunda
3.2 Esforços solicitantes para a primeira situação, ou seja, viga bi-engastada
situação, ou seja, viga bi-apoiada com peso próprio mais peso da laje
com peso próprio mais peso da laje com capa e sobrecarga:

GŠzs`,y = 9,5kN/m
sem capa:

Gy` = 33,8kN/m
Qy` = 21,7kN/m
Para a determinação dos esforços
solicitantes nas diversas situações foi
utilizado o software Ftool desenvolvido na
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Na sequência determinou-se os
Janeiro – PUC-Rio. esforços para a situação final de utilização da
estrutura incluindo a capa de solidarização e
GŠzs` = 7kN/m sobrecarga da laje.
Gy` = 23,0kN/m
Figura 18 - Carregamento para viga bi-
Carregamento para situação engastada (kN/m).
transitória de montagem em obra antes da
solidarizarão realizada com a capa de no
mínimo 5 cm de concreto armado estrutural.

Figura 16 - Carregamento para viga bi-


apoiada (kN/m). Figura 19 - Diagrama de momento fletor –
viga bi-engastada (kN.m).

Com este carregamento foi determinado o 3.4 Cálculos das armaduras para a
momento positivo máximo atuante. extremidade da viga e no meio do
vão.

11
+ ™"G ™
[ = . T2u .  + .˜ + V
Nas estruturas de concreto armado
com ligações monolíticas a NBR 6118:2014 ˜ + &
permite a redução de 10% no memento
elástico para estruturas de nós móveis. Neste M_ = 813,6kN. m
estudo de ligações semi-rígidas para
estruturas pré-fabricadas, baseado no Onde:
conhecimento dos mecanismos resistentes da
ligação e de ensaios realizados, existe uma I: momento de inércia da seção bruta;
dificuldade muito grande de conseguir fq : resitencia a tração direto do concreto,
engastamentos superiores a 80% para correspondente a fq‘zrn = 0,7. fq{ ;
ligações não soldadas com armadura de N• : força de protensão considerando 20%
continuidade. Por isso iremos considerar uma de perdas no estado limite de serviço;
armadura de continuidade calculada na e5 : excentricidade da armadura ativa;
região do apoio devido o momento elástico A: área da seção transversal;
reduzido em 30%. y: distância do centro de gravidade da seção
M = 0,7.558,0 = 390,6kN. m
a fibra mais tracionada;
α: fator que relaciona aproximadamente a
resistência a tração na flexão com resistência
Para a seção transversal no apoio e
f‘ = 40MPa, tem-se:
a tração direta, equivale a 1,5 para seções
A“ = 14,35cm²,
retangulares.
portanto adota-se
3 ∅ 25mm = 14,73cm² 3.6 Determinação do Momento de
Armadura que deve ser aplicada de Fissuração para a Região da Ligação
acordo com a tipologia 1 que foi objeto deste
estudo.
. 2u . +
 =
Para o momento no meio do vão
iremos considerar a soma do momento ˜
positivo na situação provisória mais o
momento positivo de engastamento perfeito. M = 221,7kN. m
MŠ = MŠZII + MŠZI = 665,35kN. m 3.7 Determinação do Fator e Restrição
›œ e da Porcentagem de
Para este momento chegou-se a uma
armadura ativa necessária de A• = 5,42cm²
Engastamento Considerando o
E.L.U.
somado a uma armadura passiva necessária
de & = 7,1–—² Inicialmente foi necessário estimar
Onde a armadura positiva adotada
foi 6 ∅ 12,7mm (cordoalha CP190) de
um valor para o fator de restrição ao
engastemento α igual a 0,5 e com isso foi
armadura ativa + 4 ∅ 16,0mm (Aço CA50) desenvolvida a planilha abaixo no Microsoft
de armadura passiva. Excel para o cálculo de diversos parâmetros
necessários para determinação
3.5 Determinação do Momento de posteriormente a rigidez secante, a inércia
Fissuração para viga Protendida. equivalente da viga o fator de restrição α e
a porcentagem de engaste da ligação
Após a determinação dos momentos conforme segue abaixo:
e das armaduras positivas e negativas,
determinou-se o momento de fissuração
conforme abaixo:

12
Tabela 4 - Parâmetros determinados para a região da ligação (extremidade da viga) para E.L.U.
considerando fator de restrição a rotação de 0,50.

Cálculo do Momento Negativo Considerado (MSR) qI (kN/m) qII (kN/m)


Fator de Restrição Considerado (αR) 0,5 30 65
Momento Negativo viga bi-engastada (peso próprio + Laje + capa + MRIG=P.L²/12
558,04
sobrecarga)

0,7.MRIG
Redução de 20% do Momento Negativo viga bi-engastada (peso próprio
390,63
+ Laje + capa + sobrecarga)

Momento Negativo viga bi-engastada para αR = 0,5 334,82 MSR=P.L²/12 . k3.αR/2+αR)

EXTREMIDADE DA VIGA PARA E.L.U. - (LIGAÇÃO)


b= 400 mm Largura fck = 40 Mpa
h= 950 mm Altura fctm 2456,5 kN/m²
Lp = 720 mm Comp. da região da Ligação Ec 35417,5 MPa
Le = 370 mm Comp. de embutim. dentro Pilar fyk = 500 N/mm²
d 900 mm Altura útil da viga Es 210000 MPa
dp 870 mm Altura útil da viga para Armad.Ativa αe 5,93
d' 35 mm CG da Armad. a extremidadeda viga σ 150,9 kN/cm²
y 475 mm CG da viga a seção mais tracionada ep 0,43 m
A= 3203 cm² Área da Seção da Viga Ap 6 N° Cord.
As = 8,04 cm² Armadura Adotada Positiva Np 724,32 kN
A's = 14,73 cm² Armadura Adotada Negativa

xI 471,14 mm A 1 Mr 221,70 kN.m


xII 177,61 mm B 43,67 MSR 334,82 kN.m
I 2,86E-02 m4 C -39302,2 Md,SR = 1,4MSR 468,75 kN.m
II 2,86E+10 mm4
III 4,54E+09 mm4

fq : resistência a tração direta do concreto,


Fonte: Elaborado pelo Autor.

Onde: correspondente a fq‘zrn = 0,7. fq{ ;


E : módulo de elasticidade do concreto;
b: largura da viga E :módulo de elasticidade do aço;
h: altura da viga; α : relação entre módulos de deformação
I: momento de inércia da viga longitudinal do aço e do concreto;
homogeneizada; σ• : tensão de protensão;
d: altura útil da viga; N• : força de protensão devido a armadura
d5 : altura útil da viga para armadura ativa; ativa adotada;
A: área da seção transversal da viga λ• : comprimento da região da ligação;
homogeneizada; !" : comprimento de embutimento dentro do
y: distância do centro de gravidade da seção pilar;
a fibra mais tracionada; II : momento de inércia no estádio I;
seção a fibra mais tracionada; III : momento de inércia no estádio II;
A : área da armadura positiva passiva; XI : posição da linha neutra no estádio I;
A´ : área da armadura negativa; XII : posição da linha neutra no estádio II;
A• : área da armadura positiva passiva; f‘ : tensão de escoamento do aço;

13
MŸ, :momento atuante na extremidade da  !" !* ./
viga, considerando αR = 0,5 que  = = + -
∅ 0,9. % . & . ' ( % . +,,
corresponde a 60% de engastamento;
M : momento de serviço na extremidade da [ ] [ ]
viga considerando αR = 0,5; +"R,"tu = T V . +, + P1 + T V W . +,,
\ \
Com o cálculos desses parâmetros
foi possível determinar a rigidez secante da
ligação R  e do momento de inércia Após os cálculos dos parâmetros na
equivalente da extremidade da viga (ligação) extremidade da viga, calcula-se na planilha
(Ieq,extr), da seguinte maneira: abaixo os parâmetros para o meio do vão,
conforme abaixo:

Tabela 5 - Parâmetros determinados para a região do meio do vão da viga para E.L.U.
considerando fator de restrição a rotação de 0,5.

Cálculo do Momento positivo considerado (MV,SR) qI (kN/m) qII (kN/m)

Fator de Restrição Considerado - ( αR) 0,5 30 65


Mv,qI=P.L²/8
Momento Positivo viga bi-apoiada (peso próprio + Laje) 386,33

Momento Positivo viga bi-engastada (peso próprio + Laje + capa +


279,02 Mv,qII=P.L²/24
sobrecarga)

MV,SR=kMV,qII+Mv,qI)
Considera-se o momento positivo da viga bi-engastada (peso
próprio + Laje + capa + sobrecarga) + momento positivo bi-apoiada 665,35
(peso próprio + Laje)

MEIO DO VÃO DA VIGA PARA E.L.U.


b= 400 mm Largura fck = 40 Mpa
h= 950 mm Altura fctm 2456,5 kN/m²
Lp = 720 mm Comp. da região da Ligação Ec 35417,5 MPa
Le = 370 mm Comp. de embutim. dentro Pilar fyk = 500 N/mm²
d 900 mm Altura útil da viga Es 210000 MPa
dp 870 mm Altura útil da viga para Armad.Ativa αe 5,93
d' 35 mm CG da Armad. a extremidadeda viga σ 150,9 kN/cm²
y 475 mm CG da viga a seção mais tracionada ep 0,43 m
A= 3203 cm² Área da Seção da Viga Ap 6 N° Cord.
As = 8,04 cm² Armadura Adotada Positiva Np 724,32 kN
A's = 14,73 cm² Armadura Adotada Negativa

xI 471,14 mm A 1 Mr 665,61 kN.m


xII 173,85 mm B 41,62 MV,SR 665,35 kN.m
I 2,86E-02 m4 C -37461,1 Md,VSR = 1,4MV,SR 931,50 kN.m
II 2,86E+10 mm4
III 4,49E+09 mm4
Fonte: Elaborado pelo Autor.

Com esses parâmetros foi possível


[ ] [ ]
+"R, = T V . +, + P1 + T V W . +,,
determinar a inércia equivalente no meio do
vão (Ieq,vão), da seguinte forma: ã¡
\ \
14
Com os valores da Ieq,extr e αR % engaste
Ieq,vão calcula-se a inércia equivalente da 0,55 0,64
viga da seguinte forma:
MSR (kN.m) MV ,SR (kN.m)

+"R, €w\ : 0,3. +"R,"tu + 0,7. +"R, ã¡


359,72 477,34
Fonte: Elaborado pelo Autor.
Agora torna-se possível calcular o
fator de restrição α conforme abaixo: Após a realização dos cálculos
./ com o fator de restrição estimado de α =
3. k%+)
 = P1 + W = 0,55
 . l"m
0,5 chegou-se no resultado do αR calculado
de 0,55 próximo ao estimado, mas ainda
diferente, demonstrando assim que no ELU
Por fim de posse do fator de o momento no meio do vão resultou em um
restrição calcula-se a porcentagem de valor menor que o estimado. Com isso
engastamento da seguinte maneira: deve-se realizar os cálculos novamente da
"tu[ 3. 
mesma forma calculada anteriormente,
= = 64%
"vw 2 + 
considerando o fator de restrição calculado
α = 0,55. Com relação à armadura
negativa manteremos a redução de 30% do
Tabela 6 – Resumo dos parâmetros momento de engastamento perfeito no
calculados da viga para E.L.U. intuito de manter a elevada rigidez na
considerando fator de restrição a rotação de ligação.
0,5. Com o auxílio da planilha
desenvolvida foram realizados dos
cálculos e chegou-se aos seguintes valores
demonstrados abaixo:

Tabela 7 - Parâmetros determinados para a


região da ligação (extremidade da viga)
para E.L.U. considerando fator de restrição
a rotação de 0,55.

15
EXTREMIDADE DA VIGA PARA E.L.U. - (LIGAÇÃO)
b= 400 mm Largura fck = 40 Mpa
h= 950 mm Altura fctm 2456,5 kN/m²
Lp = 720 mm Comp. da região da Ligação Ec 35417,5 MPa
Le = 370 mm Comp. de embutim. dentro Pilar fyk = 500 N/mm²
d 900 mm Altura útil da viga Es 210000 MPa
dp 870 mm Altura útil da viga para Armad.Ativa αe 5,93
d' 35 mm CG da Armad. a extremidadeda viga σ 150,9 kN/cm²
y 475 mm CG da viga a seção mais tracionada ep 0,43 m
A= 3203 cm² Área da Seção da Viga Ap 6 N° Cord.
As = 8,04 cm² Armadura Adotada Positiva Np 724,32 kN
A's = 14,73 cm² Armadura Adotada Negativa

xI 471,14 mm A 1 Mr 221,70 kN.m


xII 177,61 mm B 43,67 MSR 361,08 kN.m
I 2,86E-02 m4 C -39302,2 Md,SR = 1,4MSR 505,52 kN.m
II 2,86E+10 mm4
III 4,54E+09 mm4
Fonte: Elaborado pelo Autor

Da mesma forma calculada anteriormente, planilha abaixo os parâmetros para o meio


calculam-se novamente com o auxílio da do vão.

Tabela 8 - Parâmetros determinados para a região do meio do vão da viga para E.L.U.
considerando fator de restrição a rotação de 0,55.
Cálculo do Momento positivo Calculado (MV,SR) qI (kN/m) qII (kN/m)
Fator de Restrição Considerado - (αR) 0,55 30 65

Momento Positivo viga bi-apoiada (peso próprio + Laje) 386,33 Mv,qI =P.L²/8

Momento Positivo viga bi-engastada (peso próprio + Laje + capa +


279,02 Mv,qII =P.L²/24
sobrecarga)

MV,SR=kMV,qII+Mv,qI)
Considera-se o momento positivo da viga bi-engastada (peso
próprio + Laje + capa + sobrecarga) + momento positivo bi-apoiada 665,35
(peso próprio + Laje)

MEIO DO VÃO DA VIGA PARA E.L.U.


b= 400 mm Largura fck = 40 Mpa
h= 950 mm Altura fctm 2456,5 kN/m²
Lp = 720 mm Comp. da região da Ligação Ec 35417,5 MPa
Le = 370 mm Comp. de embutim. dentro Pilar fyk = 500 N/mm²
d 900 mm Altura útil da viga Es 210000 MPa
dp 870 mm Altura útil da viga para Armad.Ativa αe 5,93
d' 35 mm CG da Armad. a extremidadeda viga σ 150,9 kN/cm²
y 475 mm CG da viga a seção mais tracionada ep 0,43 m
A= 3203 cm² Área da Seção da Viga Ap 6 N° Cord.
As = 8,04 cm² Armadura Adotada Positiva Np 724,32 kN
A's = 14,73 cm² Armadura Adotada Negativa

xI 471,14 mm A 1 Mr 665,61 kN.m


xII 173,85 mm B 41,62 MV ,SR 665,35 kN.m
I 2,86E-02 m4 C -37461,1 Md,VSR = 1,4MV,SR 931,50 kN.m
II 2,86E+10 mm4
III 4,49E+09 mm4
Fonte: Elaborado pelo Autor

16
Para os novos valores determinados 4 Considerações Finais
chegou-se a tabela com os parâmetros
abaixo: 4.1 Comparativo entre o
procedimento de cálculo
Tabela 9 – Resumo dos parâmetros considerado e o software Ftool.
calculados da viga para E.L.U.
considerando fator de restrição a rotação de Para comprovar a validade do
0,55. trabalho desenvolvido, foi comparado os
Rsec (kN.mm/rad) Lviga (m) resultados obtidos com os resultados do
software Ftool, para comprovar o nível de
1,45E+08 10,15
precisão obtido nos resultados deste
Ieq,vão (mm4) Ieq,extr (mm4)
trabalho.
1,33E+10 6,57E+09 Para esta comparação utilizou-se
Ieq,viga (mm4) as mesmas características da viga analisada
1,13E+10 e os mesmo carregamentos.

GŠzs`,y = 9,5kN/m
αR % engaste

Gy` = 33,8kN/m
0,55 0,65
MSR (kN.m) MV ,SR (kN.m)
Qy` = 21,7kN/m
361,46 475,60
Fonte: Elaborado pelo Autor. Figura 20 - Imagem do software Ftool com
a configuração da viga semirrígida, já com
Com o fator de restrição a rigidez secante calculada considerada nos
calculado, calcula-se o momento semi- apoios.
rigido na extremidade da viga e no meio do
vão de acordo com as para momentos semi-
rígidos.

M = 361,46kN. m
M¦, = 475,6kN. m
Figura 21 - Diagrama de momento fletor –
viga semi-rígida (kN.m)
Finalmente pode-se concluir os
cálculos devido o fator de restrição à
rotação resultou em α = 0,55 exatamente o
mesmo valor calculado anteriormente,
portanto comparando-se os momentos de
engastamento perfeito e o momento
positivo estimado conclui-se que o
momento positivo semi-rígido é 28% Com isso pode-se comparar os
inferior ao estimado e o momento negativo momentos positivo e negativo da viga
semirrígido resultou em 35% inferior ao calculada no software Ftool, onde no
momento de engastamento perfeito. momento positivo houve uma diferença de
Adotou-se este método, estimando uma apenas 4,2% e no momento negativo uma
porcentagem de engastamento de forma a diferença de 3,5%, valores estes
realizarmos a quantidade mínima de encontrados muito próximos entre si,
iterações para a estabilização dos validando a precisão e confiabilidade nos
resultados. procedimentos desenvolvidos.

17
5 Referências Bibliográficas JUNIOR, A. J. C. Análise da
estabilidade de estruturas pré-
moldadas de concreto: influência das
ACKER A. V. Manual de Sistemas Pré-
ligações semi rígidas. 2007. 218f.
Fabricados de Concreto, FIB, 2002.
Dissertação (Mestre em Engenharia Civil)
- Departamento de Engenharia Civil,
ASSOSIAÇÃO BRASILEIRA DE
Universidade Federal de São Carlos, São
NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118:
Carlos, 2007.
Projeto se Estrutura de Concreto
Procedimento - Rio de Janeiro. 2014. MIOTTO, A. M. Ligações viga-pilar de
238p. estruturas de concreto pré-moldado
com ênfase ao estudo da
ASSOSIAÇÃO BRASILEIRA DE
deformabilidade ao momento fletor.
NORMAS TÉCNICAS. NBR 9062:
2002. Dissertação (Doutor em Engenharia
Projeto e Execução de Estruturas de
Civil) - Escola de Engenharia de São
Concreto Pré-Moldado - Rio de Janeiro.
Carlos, Universidade de São Paulo. 234f.
2006. 42p.
PRECAST CONCRETE INSTITUTE
EL DEBS, M.K. Concreto pré-moldado:
(PCI) Desing handbook. Chicago
Fundamentos e aplicações. 2000. 1. ed.
ILLINOIS: PCI, 2004.
São Carlos, EESC-USP. 441p.
SOUZA, A. S. Comportamento de
ELLIOT. K, S, Precast Concrete
elementos pré-moldados de concreto
Structures. 1. Ed. Spon Press, Oxon,
com ligações semi-rígidas. 2006. 118f.
2011. 375 p.
Dissertação (Mestre em Engenharia Civil)
FERREIRA, M. A.; EL DEBS, M.K. - Departamento de Engenharia Civil,
Análise estrutural pré-moldada com Universidade Federal de São Carlos, São
ligações semi-rígidas para múltiplos Carlos, 2006.
pavimentos. In Congresso brasileiro de
concreto, 45, Vitória, 2003. 16f.

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