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Capítulo 5 | Medicina de mergulho e primeiros socorros

Medicina de mergulho e
primeiros socorros

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Medicina de Mergulho e Primeiros Socorros | Capítulo 5

ÍNDICE

1.0 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 4


2.0 MEDICINA DE MERGULHO E PRIMEIROS SOCORROS ...................................................................... 5
2.1 Termos direcionais ........................................................................................................... 5
2.2 Função da célula ............................................................................................................... 6
2.3 Sistemas corporais ............................................................................................................ 7
2.4 Princípios Gerais de Primeiros Socorros ......................................................................... 20
2.5 Equipamento de primeiros socorros .............................................................................. 25
2.6 Barotrauma - Introdução ................................................................................................ 25
2.7 Barotrauma Pulmonar de Ascensão ............................................................................... 30
2.8 Doença de Descompressão Aguda (DDA) ....................................................................... 36
2.9 DDA do tipo 1 (apenas dor) ............................................................................................ 38
2.10 DDA grave (tipo 2) .......................................................................................................... 38
2.11 Osteonecrose disbárica .................................................................................................. 39
2.12 Síndrome Nervosa de Alta Pressão (SNAP) ..................................................................... 39
2.13 Artralgia de compressão ................................................................................................. 40
2.14 Toxicidade gasosa ........................................................................................................... 40
2.15 Intoxicação crônica por oxigênio .................................................................................... 41
2.16 Intoxicação aguda por oxigênio ...................................................................................... 43
2.17 Anoxia ............................................................................................................................. 44
2.18 Hipóxia ............................................................................................................................ 44
2.19 Nitrogênio ....................................................................................................................... 45
2.20 Hipercapnia..................................................................................................................... 45
2.21 Monóxido de carbono .................................................................................................... 46
2.22 Sulfeto de hidrogênio ..................................................................................................... 46
2.23 Hidrocarbonetos ............................................................................................................. 47
2.24 Hipotermia ...................................................................................................................... 47
2.25 Hipertermia .................................................................................................................... 48
2.26 Afogamento .................................................................................................................... 49
2.27 Lesões por jato de água .................................................................................................. 50
2.28 Eletrocussão ................................................................................................................... 50
2.29 Lesões por explosão ....................................................................................................... 50
2.30 Transmissões de sonar e levantamento sísmico ............................................................. 51
2.31 Comunicações ................................................................................................................ 51
2.32 Comunicação de lesões .................................................................................................. 51

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3.0 TESTE RÁPIDO, VERDADEIRO OU FALSO .............................................................................................. 52


4.0 AVALIAÇÃO RESUMIDA........................................................................................................................ 52
5.0 OUTRAS INFORMAÇÕES SOBRE DOENÇA DE DESCOMPRESSÃO .......................................................... 55
6.0 TABELA DE OBSERVAÇÃO DE SINTOMAS DE DOENÇA DE DESCOMPRESSÃO ....................................... 56
7.0 MEDICINA DE MERGULHO E PRIMEIROS SOCORROS – TAREFAS PARA CASA ....................................... 58

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1.0 INTRODUÇÃO

Como supervisor de mergulho / profissional de suporte à vida, você deve ter sido treinado e qualificado como
Médico Mergulhador IMCA e, certamente, já teve algum treinamento em primeiros socorros. Presume-se
aprendizagem prévia, portanto, os alunos são aconselhados a atualizar seus conhecimentos lendo as páginas 1 a
24 desta seção. Alguns assuntos destas páginas estão brevemente destacados na apresentação em Powerpoint.
Compreender as informações desta seção ajudará você a prover informações detalhadas em caso de acidente
ou lesão de um mergulhador. O exame IMCA para supervisor de mergulho e técnico auxiliar de vida (TAV) tem
muitas questões de fisiologia no contexto do mergulho direto ou do cenário do incidente. Portanto, é
importante que você compreenda bem as informações da seção.

Objetivos de habilitação
Ao concluir este componente, você deve ser capaz de EXPLICAR:
 O sistema respiratório, circulatório, esquelético básico e nervoso do organismo.
 A dificuldade em se manter mergulhadores em equilíbrio térmico e, em especial, os sintomas e o
tratamento da hipotermia e hipertermia.
 Os efeitos no corpo e os limites de vários gases sob pressão, em especial, o oxigênio e dióxido de
carbono.
 Os efeitos da pressão no corpo e os princípios da descompressão e procedimentos terapêuticos.
 As causas e sintomas da doença de descompressão, barotrauma e SNAP.
 A necessidade de higiene durante a saturação, os problemas do crescimento bacteriano na câmara
e os métodos de controle, detecção e tratamento.
 Conteúdo, requisitos e manutenção de vários tipos de kits médicos de mergulho.

Objetivos finais
Ao concluir este componente, você deve ter uma compreensão clara de como o corpo é afetado pelos
aspectos fisiológicos durante o mergulho e o manejo/supervisão do mergulhador relacionados a essas
considerações

Os pontos-chave abordados nesta seção são:

 Termos médicos  Doença de descompressão


 Função da célula  Outras lesões
 Sistemas corporais

 Equipamento de primeiros
socorros

 Barotraumas

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2.0 MEDICINA DE MERGULHO E PRIMEIROS SOCORROS

2.1 Termos direcionais

Em medicina e primeiros socorros, a orientação anatômica é sempre feita do ponto de vista do paciente. É
improvável que isso cause problema ao lidar com membros, mas é fácil errar ao examinar o tronco. O
quadrante superior esquerdo do abdômen, por exemplo, refere-se à esquerda do paciente.
 Anterior é a parte da frente do corpo
 Posterior é a parte de trás. A linha média é uma linha imaginária que passa pelo centro do corpo.
 Medial significa em direção à linha média
 Lateral significa longe da linha média.
 Superior significa em direção à parte de cima do corpo
 Inferior em direção à parte de baixo.
 Proximal significa mais próximo do referencial
 Distal significa mais longe do referencial.

Esses termos são usados para se referir aos braços e pernas, e os pontos de referência são os ombros e os
quadris, respectivamente. O joelho, por exemplo, é proximal em relação ao tornozelo, ou seja, mais próximo
ao tornozelo.
O conhecimento desses termos é útil ao transmitir dados médicos, mas não é essencial. É sempre melhor dar
uma descrição clara do que usar uma palavra que você não sabe bem o que significa.

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2.2 Função da célula

A célula é a unidade básica da vida e o corpo humano contém milhões de células individuais. Todas as células
têm uma vida limitada e estão sempre morrendo e sendo substituídas. Durante a vida humana, cada célula é
substituída várias vezes.
Cada célula é uma unidade complexa e altamente organizada que contém toda a informação genética
necessária para construir todos os tecidos e órgãos do corpo.
As células são supridas com nutrientes e oxigênio pela corrente sanguínea, que também remove os resíduos.
Em termos de mergulho, o mais importante desses resíduos é o dióxido de carbono, que é transportado na
corrente sanguínea como ácido carbônico.
O reflexo respiratório é desencadeado não por falta de oxigênio, mas por um nível elevado de ácido carbônico
na corrente sanguínea. Em outras palavras, depende do acúmulo de dióxido de carbono e não da falta de
oxigênio.
Respirações profundas repetidas, também chamadas de hiperventilação, liberam o dióxido de carbono dos
pulmões. Isso reduz o nível de ácido carbônico no sangue e o reflexo respiratório não é acionado enquanto se
prende a respiração. Esta ainda é uma causa de morte entre os mergulhadores que prendem a respiração.
A respiração rápida e superficial, em contraste, permite que o dióxido de carbono se acumule nos pulmões e
aumenta os níveis de ácido carbônico no sangue. Isso estimula a respiração, que se torna ainda mais rápida e
superficial. O ciclo continua, causando rapidamente um colapso por envenenamento por dióxido de carbono,
ou hipercapnia. Esta condição ocorre quando um mergulhador executa trabalho pesado.
O oxigênio só passará da corrente sanguínea para uma célula se houver gradiente de pressão. A pO2, ou tensão
de oxigênio no sangue deve ser maior do que na célula.
Da mesma forma, o dióxido de carbono só passará da célula para o sangue se a pCO2 na célula for maior que
no sangue.
Quando um mergulhador respira um gás inerte puro, como hélio puro, a pO2 no sangue fica menor do que nas
células. O gradiente de pressão normal é revertido e o oxigênio flui das células para a corrente sanguínea. As
células perdem oxigênio rapidamente, o colapso é imediato e a morte vem muito rapidamente.

A troca de oxigênio e dióxido de carbono entre o sangue e as células é conhecida como respiração interna. A
troca de oxigênio e dióxido de carbono nos pulmões é conhecida como respiração externa.

A oxigenação inadequada das células é conhecida como hipóxia. Ela causa sintomas de choque e pode ocorrer
devido à falta de oxigênio no gás respirado, má circulação, desidratação grave e toxicidade, entre outros.
A falta total de oxigênio nas células é conhecida como anoxia. Os sintomas são confusão, tontura, incapacidade
de tomar decisões e respiração rápida (taquipneia).

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2.3 Sistemas corporais

As células se combinam para construir tecidos, que por sua vez se combinam para formar os vários órgãos do
corpo. Um sistema é um grupo de órgãos organizados para desempenhar funções complexas.
Existem onze sistemas de órgãos no corpo. Aqueles que são de particular importância para o mergulho são:

 Esquelético

 Respiratório

 Circulatório

 Nervoso

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2.3.1 Sistema esquelético

 O esqueleto é uma estrutura rígida de suporte, que dá forma ao corpo e protege os órgãos internos.
 Os ossos são ligados por cartilagem ou ligamentos para permitir vários graus de movimento.
 Em termos gerais, consiste no crânio, coluna vertebral, caixa torácica, clavículas e omoplatas, pelve,
ossos longos dos braços e pernas e os pequenos ossos das mãos e pés.
 Ao todo, existem 206 ossos. O crânio, por exemplo, consiste em 28 ossos, que vão desde os ossos
chatos que formam a cúpula do crânio aos ossículos auditivos que possibilitam a audição.
 A coluna vertebral consiste em 33 vértebras separadas por discos de cartilagem que agem como
amortecedores e impedem o atrito entre as vértebras.
 As sete vértebras superiores que compõem o pescoço são conhecidas como vértebras cervicais e esta
seção da coluna é conhecida como coluna cervical. É uma região muito vulnerável a lesões por
impacto e lesões cervicais.
 Os ossos longos dos braços e pernas atuam como alavancas operadas pelos músculos que estão
ligados a eles.
 As superfícies articulares dos braços e pernas são cobertas com uma camada de cartilagem dura e lisa
lubrificada por fluido sinovial. A pressurização rápida pode causar desconforto ou mesmo dor nas
articulações.

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 Este quadro é conhecido como artralgia de compressão e é provavelmente causado por pequenas
diferenças de pressão nas articulações.
 As células sanguíneas são geradas na medula dos ossos longos. Assim, um fêmur (osso da coxa)
quebrado resulta em sangramento interno grave dentro da perna.
 A osteonecrose, ou áreas de osso morto, é encontrada em mergulhadores e pessoas que trabalham
sob ar comprimido com mais frequência do que no resto da população.
 Quando o mergulho offshore extensivo começou, acreditava-se que isso seria um grande problema.
Estudos extensivos nas décadas de 1970 e 1980, no entanto, mostraram que esse não é o caso.
 Existem cinco cavidades corporais principais contidas ou suportadas pelo esqueleto.
 A cavidade craniana, dentro do crânio, abriga o cérebro. O crânio também contém os seios da face,
que são cavidades na testa e nas maçãs do rosto.
 Os seios da face servem para aliviar o peso do osso facial e dar ressonância à voz. Eles são conectados
por tubos na parte de trás do nariz. Se esses tubos estiverem bloqueados, o mergulhador sofrerá de
barotrauma sinusal.

Os seios da face

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Principais cavidades corporais


A cavidade espinhal, dentro da coluna, carrega a medula espinhal.

A cavidade torácica, ou cavidade do peito, protege os pulmões, o coração e os principais vasos sanguíneos. É
separada da cavidade abdominal pelo diafragma, que fica na base da caixa torácica. O diafragma é um músculo
em formato de cúpula.
O ar ou gás que entra na cavidade torácica através de uma lesão pulmonar ou lesão externa é conhecido como
pneumotórax.
A cavidade abdominal se estende do diafragma até a borda formada pelos ossos pélvicos. Ela contém o fígado,
o estômago, a vesícula biliar, o pâncreas, o baço, o intestino delgado e a maior parte do intestino grosso. Ao
contrário das outras cavidades, ela não é protegida por ossos e os órgãos são extremamente vulneráveis ao
impacto.
Danos ao diafragma, que podem ser causados por impacto ou explosão submarina, podem permitir que os
órgãos abdominais sejam forçados para dentro da cavidade torácica. Isso pode causar compressão dos
pulmões ou do coração com dificuldades associadas na respiração ou circulação.
A cavidade pélvica, circundada pelos ossos da cintura pélvica, contém a bexiga, parte do intestino grosso e os
órgãos reprodutivos internos. Uma pelve quebrada resulta em sangramento grave na cavidade pélvica.

2.3.2 Sistema respiratório

O sistema respiratório inclui tanto a respiração interna quanto a externa. A respiração interna está descrita
acima, em “Função da célula”. A respiração externa está relacionada com as trocas gasosas nos pulmões.
Em condições normais, o ar é aspirado pelo nariz. As cavidades nasais são revestidas por uma membrana
mucosa que aquece e umedece o ar e ajuda a filtrar as partículas de poeira. Os seios da face são ligados às
cavidades nasais. Os mergulhadores, que respiram principalmente pela boca, perdem os benefícios de
proteção da membrana mucosa.
O ar passa pela faringe, ou garganta, e entra na laringe. A laringe é conhecida popularmente como o local onde
se produz a voz. Em homens adultos, a característica mais proeminente da laringe é o Pomo de Adão.
A seção das vias aéreas para cima da laringe é conhecida como via aérea superior e a seção para baixo, como
via aérea inferior.
Em uma pessoa consciente, alimentos e líquidos são quase sempre impedidos de adentrar as vias aéreas
inferiores por uma espécie de válvula chamada epiglote, que se fecha acima da laringe. Em uma pessoa
inconsciente, esse reflexo pode não estar presente, e sólidos e líquidos, como vômito, podem ser aspirados
para dentro do pulmão.
Abaixo da laringe fica a traqueia. É um tubo rígido, formado por anéis de cartilagem. A traqueia tem cerca de
10 cm de comprimento e depois se divide nos brônquios esquerdo e direito, que transportam o ar para os
pulmões esquerdo e direito.

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O brônquio direito é mais curto e mais largo que o esquerdo, e continua em uma linha quase reta a partir da
traqueia. Por esta razão, objetos sólidos aspirados tendem a se alojar no brônquio direito.
Cada brônquio continua a se ramificar, cada ramo contendo menos cartilagem e mais quantidade de músculo,
até que não haja mais cartilagem. Nesta fase, os tubos têm cerca de 1 mm de diâmetro e são conhecidos como
bronquíolos.
Os músculos dos bronquíolos são sensíveis a vários hormônios na corrente sanguínea e podem se contrair com
força, restringindo o fluxo de ar. Isto é o que ocorre durante uma crise de asma.
Os bronquíolos continuam a se ramificar, terminando em grupos, semelhantes a cachos de uva, de minúsculos
sacos ocos de ar conhecidos como alvéolos. A repetida ramificação nos pulmões cria uma área enorme para
as trocas gasosas nos alvéolos. Em um homem adulto, esta área é de cerca de 70 m2.

Os alvéolos são cobertos por uma rede de vasos sanguíneos finos chamados capilares. A membrana que separa
a corrente sanguínea do gás nos pulmões tem apenas uma célula de espessura e é através dessa membrana
que ocorrem as trocas gasosas.
Como a membrana é tão fina, é extremamente vulnerável a diferenças de pressão. Se ela se romper e o gás
entrar na corrente sanguínea diretamente como bolhas, a vítima pode desenvolver um quadro extremamente
grave conhecido como embolia gasosa arterial
Existem cerca de 300 milhões de alvéolos e os pulmões têm a aparência de grandes órgãos esponjosos. Os
pulmões têm forma cônica, com sua base apoiada no diafragma. Eles são cobertos por uma dupla camada
membranosa chamada pleura. A camada externa reveste a parede torácica.
As duas camadas da pleura estão tão próximas que estão virtualmente em contato uma com a outra. Elas são
separadas apenas por uma fina camada de líquido chamada líquido pleural. O líquido pleural atua como um

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lubrificante para permitir que as membranas pleurais deslizem uma na outra durante a respiração.

Se houver dano ao pulmão ou à parede torácica, o espaço entre as membranas pleurais pode ficar cheio de
gás (pneumotórax) ou sangue (hemotórax). Isso leva ao colapso parcial ou total do pulmão.

Pleura visceral

Pleura parietal

O sangue desoxigenado é transportado para os pulmões pela artéria pulmonar. O sangue oxigenado é
transportado dos pulmões de volta ao coração pela veia pulmonar.
O ato de respirar é desencadeado no cérebro por níveis elevados de ácido carbônico (devido ao aumento da
produção de CO2 nas células) na corrente sanguínea. O peito se expande, puxando gás para os pulmões. O
movimento é causado pelos músculos entre as costelas e pela contração do diafragma. Este aumento na
respiração causa a redução do ácido carbônico para 'níveis normais'.
Quando o tórax está totalmente expandido, os receptores nervosos na parede torácica enviam sinais dizendo
para os músculos relaxarem e o tórax se contrair expelindo o gás.

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Na respiração aérea normal, inalamos aproximadamente 21% de oxigênio, dos quais 4% são usados
pelo corpo e convertidos em dióxido de carbono. Portanto, nosso gás expirado contém cerca de 17%
de oxigênio, que é uma transferência direta 1:1 de conversão de oxigênio em dióxido de carbono. O
dióxido de carbono é o gás que estimula a pessoa a expirar.

Capacidade pulmonar média:


Capacidade pulmonar total = 6 litros
Capacidade vital = 5 litros
Volume residual = 1 litro
Volume corrente = até 1 litro

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O homem adulto médio respira cerca de 12 vezes por minuto em repouso, movimentando cerca de 500 mL
de gás em cada respiração (volume corrente).

Durante a respiração normal em repouso, o corpo utiliza cerca de 250 mL de oxigênio por minuto.
Durante o exercício, o uso de oxigênio pode ser de 1000 mL por minuto ou mais. Para cálculos
envolvendo mergulhadores em saturação, o IMCA D 050 recomenda um consumo de 500 mL por
minuto. Este valor é para uso metabólico e não depende da profundidade.

A produção normal de dióxido de carbono em repouso é de cerca de 200 mL por minuto. Isso é um pouco
menor do que o consumo normal de oxigênio, mas para todos os cálculos práticos a produção de dióxido de
carbono pode ser considerada igual ao uso de oxigênio.

Durante a respiração, as vias aéreas superiores, a traqueia e partes dos brônquios constituem um espaço
morto onde não ocorrem trocas gasosas. Durante a respiração normal, cerca de 150 mL de gás permanecem
no espaço morto. Máscaras nasais, bucais e snorkels aumentam esse espaço morto.

Durante a respiração rápida e superficial, a maior parte do movimento do gás ocorre no espaço morto e há
pouca troca gasosa. Isso leva ao acúmulo de dióxido de carbono nos pulmões. Confusamente, o termo
"hiperventilação" é aplicado tanto a esse tipo de respiração quanto a respirações profundas repetidas que
liberam dióxido de carbono dos pulmões.

2.3.3 Sistema circulatório

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Os vasos sanguíneos se estendem por todo o corpo, transportando sangue para dentro e fora de todos os
tecidos. As artérias levam o sangue para longe do coração; as veias devolvem o sangue ao coração. O sangue
é bombeado do coração através de grandes artérias que se ramificam repetidamente em arteríolas menores
e, finalmente, em capilares, onde ocorrem as trocas gasosas com os tecidos.
O sangue então flui dos capilares para pequenas veias, que progressivamente se unem e aumentam de
tamanho, para retornar ao coração.
Existem dois circuitos de circulação. A circulação sistêmica supre todos os tecidos do corpo, exceto os pulmões,
que são supridos por seu próprio circuito específico. A circulação pulmonar passa apenas pelos pulmões.
Na circulação sistêmica, o sangue bombeado para fora do coração através das artérias é oxigenado e de cor
vermelha brilhante. O sangue que retorna ao coração pelas veias cedeu oxigênio aos tecidos e é vermelho
escuro. Quase todos os casos de sangramento envolvem a circulação sistêmica.
Na circulação pulmonar, o sangue bombeado para fora do coração através da artéria pulmonar vai para os
pulmões para ser oxigenado e é vermelho escuro. O sangue que retorna ao coração vindo dos pulmões através
da veia pulmonar foi oxigenado e tem uma cor vermelha brilhante.

2.3.3.1 O sangue

O ser humano médio tem de 5 a 6 litros de sangue. O sangue transporta oxigênio e nutrientes para os tecidos
e remove dióxido de carbono e outros resíduos. Também transporta hormônios, protege o corpo de bactérias
e outras substâncias nocivas e ajuda a manter a temperatura e o equilíbrio de fluidos.

Cerca de 95% do sangue consiste em glóbulos vermelhos. Eles contêm hemoglobina, que transporta oxigênio
para os tecidos e retira o dióxido de carbono. Cada célula tem uma grande área de superfície para absorção
efetiva de gás. Eles são anucleados, e possuem hemoglobina no lugar. A cor vermelha do sangue é dada pelo
ferro, que é um dos principais constituintes da hemoglobina. O oxigênio é transportado ligado quimicamente
com a hemoglobina, e a quantidade de oxigênio que pode ser transportada depende da quantidade de dióxido
de carbono presente.

A hemoglobina é o principal constituinte do sangue. A hemoglobina transporta oxigênio e remove o


dióxido de carbono.

Nos pulmões, onde há baixo nível de dióxido de carbono, a hemoglobina liga-se prontamente ao oxigênio. Na
célula, onde há alto nível de dióxido de carbono, o oxigênio é liberado. A hemoglobina se liga ao dióxido de
carbono e o leva de volta aos pulmões, onde é expirado.
Os outros dois constituintes principais do sangue são os leucócitos (glóbulos brancos), que protegem o corpo
contra micro-organismos invasores e removem as células mortas e outros detritos, e as plaquetas, que fazem
o sangue coagular.

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Esses constituintes são transportados em um fluido chamado plasma. O plasma é 90% água e contém
proteínas, sais, produtos residuais (como ureia), hormônios e anticorpos produzidos pelos glóbulos brancos.
Quando o gás respiratório tem uma alta pO2, uma quantidade significativa de oxigênio é transportada,
dissolvida no plasma. Isso é importante no tratamento hiperbárico da intoxicação por monóxido de carbono.
Se bolhas se formarem na corrente sanguínea como resultado da doença de descompressão, as plaquetas
podem causar a formação de coágulos ao redor das bolhas.

2.3.3.2 O coração

O coração fica no centro do tórax, embora dois terços de sua massa se localizem à esquerda da linha média. É
mais ou menos do tamanho de um punho e consiste em duas bombas. O coração direito recebe sangue da
circulação sistêmica e o bombeia através da circulação pulmonar aos pulmões, onde deixa dióxido de carbono
e pega oxigênio.
O coração esquerdo, mais potente, recebe o sangue oxigenado dos pulmões e o bombeia através da circulação
sistêmica para suprir todos os tecidos do corpo e depois de volta ao coração direito.
Válvulas unidirecionais no coração garantem que as contrações regulares bombeiem o sangue nas direções
corretas.
A pressão arterial é geralmente medida em milímetros de mercúrio (mm Hg). A pressão arterial sistólica é a
pressão exercida contra as paredes das artérias quando o coração é contraído. Em homens adultos, é de
aproximadamente 100 mmHg somado à idade do paciente. A pressão arterial diastólica é a pressão quando o
coração está relaxado. Fica normalmente entre 65 e 90 mmHg.
A pressão arterial pode cair devido à perda de sangue ou fluido, a várias doenças que dilatam os vasos
sanguíneos e aumentam o volume circulante ou a problemas com o batimento cardíaco.
O enchimento capilar dá uma indicação rápida da pressão arterial de uma vítima. Apertar o leito de uma unha
ou beliscar uma dobra de pele na testa interrompe a circulação nesse ponto e o tecido fica pálido. Quando a
pressão é removida, a cor deve retornar ao rosa quase instantaneamente. Se demorar mais de 2 segundos,
normalmente há motivo para preocupação.
O músculo cardíaco é estimulado a bater regularmente por uma série de impulsos elétricos. Várias
circunstâncias, como choque elétrico, hipóxia, hipotermia severa, desequilíbrio eletrolítico causado por quase
afogamento, trauma e diversas doenças podem fazer com que o ritmo de impulsos elétricos se torne caótico.
Este quadro é conhecido como fibrilação ventricular e faz o coração parar de bater. A vítima pode ser mantida
com RCP, mas pode ser possível reiniciar o coração usando um desfibrilador portátil.
A frequência cardíaca normal pode ficar no intervalo de menos de 40 batimentos por minuto em uma pessoa
com bom condicionamento físico até mais de 80 batimentos. Durante o exercício intenso, pode subir até 200
batimentos.
A frequência cardíaca pode ser contada facilmente sentindo a pulsação no pescoço (carótida), pulso (radial)
ou parte interna da coxa (femoral). A pulsação mais confiável em uma vítima é a da carótida.

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Se a pressão arterial sistólica da vítima cair abaixo de 80 mmHg, a pulsação radial não será detectável. Abaixo
de 70 mmHg, a pulsação femoral não será detectável; abaixo de 60 mmHg, a pulsação carotídea não será
detectável.
As artérias são muito elásticas, não possuem válvulas e possuem paredes bastante espessas. As artérias levam
o sangue para longe do coração.
As veias não são tão elásticas e são mais finas que as artérias, elas têm válvulas unidirecionais conhecidas como
cúspides. As veias levam o sangue para o coração.

2.3.4 Sistema nervoso

O sistema nervoso transmite informações rapidamente de uma área do corpo para outra por meio de impulsos
nervosos.
Embora exista um sistema nervoso único e contínuo, é conveniente subdividi-lo em sistema nervoso central e
sistema nervoso periférico.

2.3.4.1 Sistema Nervoso Central (SNC)

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O SNC consiste no encéfalo e na medula espinhal, ambos envoltos e protegidos por osso. A medula
espinhal é contínua com o encéfalo. Existem 31 pares de nervos espinhais, cada um dos quais pode
estar relacionado a uma área específica da superfície do corpo.
Os órgãos do sistema nervoso são cobertos por camadas de membrana conhecidas como meninges. O líquido
cefalorraquidiano circula ao redor do encéfalo e da medula espinhal sob as meninges. É semelhante ao plasma
e atua como uma almofada protetora ao redor do SNC.
As principais partes do encéfalo são o cérebro, o cerebelo e o tronco cerebral.
O cérebro é a maior parte do encéfalo e controla todas as funções superiores, como pensamento, fala
e movimento voluntário. Também exerce controle inconsciente sobre muitas das funções do corpo.
O encéfalo é dividido em dois hemisférios e diferentes áreas do encéfalo estão envolvidas em
diferentes atividades. O hemisfério esquerdo do encéfalo controla o movimento no lado direito do
corpo. O hemisfério direito controla o movimento do lado esquerdo.
O cerebelo fica abaixo do cérebro e é de formato semelhante, mas muito menor. Exerce controle inconsciente
sobre uma variedade de funções básicas.
O tronco cerebral liga-se à medula espinhal e também controla o funcionamento do coração e dos pulmões.
Danos ao encéfalo são indicados por sintomas em um lado do corpo. Pode se apresentar, por exemplo, como
perda de controle ou sensação no braço esquerdo e na perna esquerda.
A medula espinhal atravessa a cavidade espinhal e transmite impulsos nervosos de e para o encéfalo.
Feixes de nervos para várias partes do corpo se ramificam da medula espinhal em vários níveis.
Lesões na medula espinhal são indicadas por sintomas abaixo do ponto em que ocorreu a lesão. Pode se
apresentar, por exemplo, como perda de controle ou sensibilidade em ambas as pernas.
Se a medula espinhal estiver lesionada, ela não se reparará, embora após um período, os impulsos nervosos
possam se redirecionar.

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2.3.4.2 Sistema Nervoso Periférico (SNP)

O PNS coleta informações de vários sensores internos e na superfície do corpo e as transmite ao SNC.
Em seguida, passa informações do SNC para as várias partes do corpo.
Existem 12 nervos cranianos que transportam informações sobre visão, audição, olfato, paladar,
frequência cardíaca e movimentos da cabeça, ombros e língua. A avaliação neurológica em casos de doença
de descompressão inclui testes do funcionamento dos nervos cranianos.
O SNP pode ser separado em nervos que transportam informações dos órgãos sensoriais para o SNC e em
nervos que transportam informações do SNC para órgãos como músculos e glândulas, que realizarão ações
específicas.
Este último pode ser dividido em dois grupos. O sistema somático, em termos gerais, inclui os órgãos que estão
sob controle consciente, como os músculos do braço. O sistema autônomo inclui os órgãos que não estão sob
controle consciente, como o músculo do intestino.

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2.4 Princípios Gerais de Primeiros Socorros

Todos os mergulhadores passam por algum treinamento em primeiros socorros. Pelo menos um
médico mergulhador deve estar sempre disponível na superfície ou na câmara de saturação. Isso
significa que, em teoria, um técnico médico mergulhador (TMM) em um sistema sat ou em um
projeto de mergulho de superfície não deve mergulhar sem que outro TMM permaneça no sistema/disponível
na superfície.
Ao lidar com lesões de mergulho, como em todas as outras lesões, se aplicam os princípios de primeiros
socorros. Existem muitos livros e cursos excelentes e esta seção apenas resume as etapas da avaliação primária
de uma vítima.
Estudos mostram que a sobrevivência de uma vítima gravemente ferida depende em grande parte do tempo
que leva para obter ajuda especializada. Sempre chame ajuda imediatamente.
Antes de se aproximar de qualquer vítima, na água ou no convés, certifique-se primeiro de que é seguro fazê-
lo.
A partir daí, as etapas da avaliação primária podem ser lembradas pela mnemônica ABCDE - Via Aérea,
Respiração (Breathing), Circulação (e coluna Cervical), Incapacidade (Disability), Expor e examinar.

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Se disponível, um desfibrilador portátil pode ser usado para reiniciar o coração. Este equipamento muito útil
é de uso bem simples e pode ser usado após o mínimo de treinamento.

As recomendações das organizações médicas sobre as ações iniciais podem mudar de tempos em
tempos. As informações abaixo são genéricas e você deve seguir as práticas ensinadas pelo seu
treinador, além de seguir os possíveis requisitos específicos da região.

2.4.1 Segurança

É seguro abordar a vítima?


Situações perigosas podem incluir um mergulhador inconsciente em uma câmara, sino ou outro espaço
fechado, uma vítima em contato com um cabo de alta tensão ou um mergulhador inconsciente na água devido
a um suprimento de ar contaminado.

Se o mergulhador estiver inconsciente na água, será extremamente difícil verificar as vias aéreas e a respiração
ou iniciar a ressuscitação. Ele deve ser levado ao convés ou ao sino o mais rápido possível.

2.4.2 Via aérea

As vias aéreas da vítima estão desobstruídas?


Aproxime-se da vítima e, se possível, segure a cabeça da vítima antes de perguntar "Você está bem?" Segurar
a cabeça evita movimentos que podem agravar qualquer lesão na coluna (consulte a seção 3.18).
Se a vítima estiver consciente e sem dificuldades óbvias, a via aérea está desobstruída e outras lesões podem
ser tratadas.
Se a vítima estiver inconsciente, chame ajuda imediatamente, antes ou durante a verificação das vias aéreas.
A via aérea deve sempre ser verificada primeiro, independentemente de outras lesões. Há casos em que
vítimas morrem por asfixia, enquanto os socorristas estavam preocupados em aplicar pressão e curativos em
ferimentos graves.
A via aérea pode estar bloqueada por vômito, detritos, próteses dentárias, dentes ou tecidos soltos ou língua
engolida. A língua engolida normalmente acontece após uma convulsão por oxigênio. Na maioria dos casos,
o bloqueio pode ser resolvido com os dedos

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2.4.3 Respiração

Chame um médico (ou ambulância, se o navio estiver atracado).

Se a vítima não estiver respirando, abra as vias aéreas fazendo uma inclinação da cabeça ou elevação do queixo
e observe, ouça e sinta os sinais de respiração por 10 segundos. Faça uma elevação de queixo se houver
suspeita de lesão na coluna vertebral. Se a vítima estiver respirando e não houver motivo para supor uma
lesão na coluna, coloque-a na posição de recuperação e monitore sua condição até que seja transportada para
um pronto socorro. Se a vítima não estiver respirando, faça duas insuflações eficientes, seja boca a boca ou
com equipamento de ressuscitação. Certifique-se de que a via aérea esteja aberta e observe a insuflação do
pulmão.

2.4.4 Circulação

Por 10 segundos, procure movimento, deglutição, sangramento profuso (como indicativo de circulação) e
verifique enchimento capilar ou pulso. Para verificar o enchimento capilar, aperte e solte o leito ungueal em
qualquer dedo ou uma dobra de pele na testa. A unha ou a pele devem parecer brancas por um momento,
pois o suprimento de sangue foi restrito, e depois recuperar a cor, à medida que os capilares se enchem. Se
não recuperar, não há circulação. Sempre verifique a pulsação carotídea no pescoço. A pulsação radial (no
pulso) pode não ser detectável. O enchimento capilar e a pulsação podem ser difíceis de avaliar se a vítima
estiver hipotérmica.
Se não houver circulação ou você não tiver certeza, inicie RCP a uma taxa de 30 compressões a 2 respirações.
Se houver circulação, continue a respiração de resgate a uma taxa de 10 respirações por minuto e monitore a
circulação. Se disponível, um desfibrilador automático portátil pode ser usado para reiniciar o coração. Este
equipamento muito útil é de uso bem simples e pode ser usado após o mínimo de treinamento. Deve sempre
estar disponível em locais de trabalho offshore.
Uma vez que haja certeza da respiração e da circulação, estanque os sangramentos graves com curativos ou
pressão direta.
O sangramento interno geralmente é devido a ossos quebrados, principalmente o fêmur (osso da coxa) ou a
pelve, lesões abdominais ou efeitos de uma explosão submarina.
O sangramento interno, como resultado de uma fratura, pode ser reduzido com talas e estabilizando a lesão.

A Cadeia da Sobrevivência

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2.4.5 Lesão na coluna cervical

Após qualquer acidente envolvendo queda, impacto ou lesão de efeito chicote, suspeite de lesão na coluna
cervical. Trata-se das vértebras do pescoço, e lesões ali podem levar a danos graves e incapacitantes à medula
espinhal.
Detectar sintomas em uma vítima inconsciente é impossível, e uma vítima consciente pode não apresentar
nenhum sintoma inicial. Sempre manipule essas vítimas com cuidado, evite movimentar o pescoço e coloque
um colar cervical o mais rápido possível.
O colar cervical ainda permite movimento suficiente para causar danos e, mesmo depois que é colocado, a
cabeça da vítima ainda deve ser segurada.
Danos à medula espinhal causam uma variedade de sintomas, incluindo dormência e formigamento nas
extremidades e paralisia. Esses sintomas também, obviamente, podem estar presentes na DDA (doença de
descompressão aguda) grave.

Se houver motivos para suspeitar de DDA, a vítima deve ser pressurizada na mesa terapêutica apropriada,
enquanto prosseguem quaisquer outros procedimentos de primeiros socorros. No entanto, pode ser
necessário ponderar as prioridades – se a RCP for essencial e um sangramento grave precisar ser tratado, isso
toma precedência sobre a necessidade de recompressão em casos de DDAs menos graves.

2.4.6 Incapacidade

Trata-se de uma verificação rápida do nível de consciência da vítima, para estabelecer uma linha de base para
monitorar seu progresso.
Use a escala AVPU de consciência:
A – Alerta
V – Responde ao estímulo Verbal
P – Responde ao estímulo de dor (Pain)
U – Não responde (Unresponsive).

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2.4.7 Expor e examinar

Expor a superfície do corpo da vítima poderá revelar outras lesões, que devem ser tratadas em ordem de
importância.
Pode ser necessário cortar o traje do mergulhador para realizar o exame. Observe que um traje ou roupa de
mergulho justa pode atuar tanto para reduzir o sangramento quanto para restringir o fluxo sanguíneo para os
membros, mantendo assim a pressão sanguínea no cérebro. Cortar ou remover o traje pode causar uma
queda grave da pressão arterial.

No entanto, é inevitável que o traje tenha que ser removido (cortando, se necessário) para ter acesso às
artérias (para avaliar PA e pulsação), veias (para inserir IVs), uretra (para inserir cateter urinário) e para realizar
exames.
A retirada do capacete deve ser feita com extremo cuidado, mantendo a tração e apoiando a cabeça e o
pescoço.

2.4.8 Monitoramento da vítima

Uma vez que a vítima esteja estável, monitore sua condição, verificando e registrando os sinais vitais a cada
cinco minutos, até que ela seja transferida a um pronto socorro.

Os sinais vitais são:


 pulsação;
 pressão arterial;
 respiração;
 cor e temperatura da pele;
 tamanho da pupila.

Verifique a pulsação na carótida, anote a frequência e se é fraca, forte, em saltos ou irregular.


Avalie a pressão arterial (PA), verificando outras pulsações ou anotando o tempo de enchimento capilar. Se a
PA estiver abaixo de 80 mmHg, a pulsação radial não será detectável. Abaixo de 70 mmHg, a pulsação femoral
não será detectável, abaixo de 60 mmHg a pulsação carotídea não será detectável.
Conte as respirações por minuto e observe se são superficiais, profundas, rápidas ou ruidosas.
Observe se a pele está rosada, pálida ou azulada, quente, morna, fria ou úmida.
As pupilas devem ser iguais em tamanho, redondas e reagir à luz. Quando uma pequena luz é incidida no olho,
a pupila deve se contrair.
O registro dessas informações fornece dados valiosos para a equipe médica que está assistindo a vítima.

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2.4.9 Manipulação da vítima

A manipulação das vítimas é uma parte importante dos primeiros socorros. Em geral, a vítima deve ser
manipulada com cuidado, mantendo a cabeça e a coluna estáveis, prestando atenção a possíveis membros
quebrados.
Há pouca pesquisa ou prática sobre como manipular um mergulhador ferido na água. A prioridade,
geralmente, é trazê-lo rapidamente à superfície ou ao sino.
Se houver suspeita de lesão na coluna vertebral, deve-se tentar estabilizar a cabeça do mergulhador quando
ele for trazido à superfície. O peso da cabeça e do capacete fará com que a cabeça balance bruscamente.
Se as condições do mar permitissem, e se o mergulhador estivesse obviamente respirando e não corresse o
risco de vomitar no capacete, seria possível fazer boiar uma prancha rígida sob seu corpo. Isso seria usado
para estabilizar sua coluna cervical antes de levantá-lo da água.
Este método tem sido usado com sucesso em nadadores com lesão na coluna cervical após mergulho do
trampolim em piscinas.
A retirada do capacete deve ser feita com extremo cuidado, mantendo a tração e apoiando a cabeça e o
pescoço.

2.5 Equipamento de primeiros socorros

Deve haver uma quantidade mínima de equipamento de primeiros socorros no local de mergulho.
Essa quantidade dependerá do tipo de mergulho, mas uma lista padrão foi definida e pode ser
encontrada no DMAC 15 e DMAC 28.
Grande parte dos equipamentos listados destina-se ao uso por um médico que venha ao local para atender
uma emergência grave. Nem tudo é destinado ao uso de primeiros socorros.
Verificações regulares devem ser feitas para ver se os medicamentos estão armazenados adequadamente e
ainda na validade.
Kits de sino e câmara e equipamentos de ressuscitação devem ser verificados antes de cada mergulho e todos
os membros da equipe de mergulho devem saber operar o equipamento.

2.6 Barotrauma - Introdução

O barotrauma, ou “lesão por pressão”, é uma lesão causada pela diferença de pressão entre as várias
cavidades do corpo do mergulhador e o ambiente.
É mais provável que ocorra próximo à superfície, onde as mudanças proporcionais na pressão são
maiores. Os efeitos variam de irritação leve a quadros graves, às vezes potencialmente fatais
Quando um mergulhador desce da superfície para 10 msw, a pressão dobra. Se descer de 90 msw para 100
msw, a pressão só aumentará um décimo.

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Espaços do corpo afetados pelo barotrauma

Seios da face
Ouvidos
Dentes
PULMÕES
Estômago

2.6.1 Compressão Sinusal

Os seios da face são cavidades na testa e nas maçãs do rosto que estão conectadas diretamente à
parte de trás do nariz. Se os tubos conectivos ficarem bloqueados por muco, a pressão nas cavidades
não consegue se igualar na descida ou subida. O suprimento de sangue para o revestimento dos
seios da face estará a uma pressão mais alta do que a cavidade e pequenos vasos sanguíneos se romperão. O
mergulhador sofre dor e sangramento nasal. Se ele não conseguir limpar seus seios nasais, deve abortar o
mergulho. Problemas com a equalização do seio maxilar geralmente resultam em dor nos dentes superiores.
Se os seios da face se congestionarem enquanto o mergulhador estiver debaixo d'água, o gás ficará preso sob
pressão nas cavidades. O mergulhador sofrerá uma dor crescente na subida e a dor continuará por algum
tempo após o mergulho.
A pressão geralmente se equaliza gradualmente, mas o tampão mucoso pode ser forçado explosivamente pelo
nariz. Os descongestionantes nasais podem ajudar, mas devem ser usados com cuidado e após consulta com
o consultor médico de mergulho da empresa.

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Vale a pena notar que o termo «seio» é emprestado da palavra latina que significa 'curva, dobra ou oco'.

2.6.2 Barotrauma ótico - o ouvido

O ouvido é particularmente vulnerável a diferenças de pressão. Danos ao tímpano podem ser


dolorosos e ter sérias consequências para um mergulhador.
O ouvido externo, que vai do lado externo até o tímpano, possui glândulas sudoríparas
especializadas que produzem cera para proteger o tímpano contra a poeira. Um bloqueio de cera no ouvido
externo levará a um abaulamento do tímpano durante o mergulho.

Normal Pressão externa Abaulamento

No mergulho de saturação, o ouvido externo torna-se extremamente vulnerável a infecções bacterianas e


fúngicas.
O tímpano separa o ouvido externo do ouvido médio. O tímpano é uma membrana de pele delicada que
transmite vibrações sonoras para a articulação entre pequenos ossos chamados ossículos, no ouvido médio.
O ouvido médio é aberto para a atmosfera externa através da trompa de Eustáquio, que se conecta à parte
posterior da garganta. Se a trompa de Eustáquio estiver bloqueada por inchaço ou muco, o mergulhador não
consegue equalizar a pressão no ouvido médio.

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Os ossículos transmitem as vibrações para a cóclea no ouvido interno. A cóclea contém o órgão sensorial
auditivo, que transmite a informação ao cérebro.
Também no ouvido interno, estão os canais semicirculares cheios de fluido que controlam o equilíbrio. Em
casos raros, a doença de descompressão pode ser causada pela formação de bolhas no ouvido interno.

O barotrauma ótico, ou barotrauma que afeta os ouvidos, é provavelmente o problema mais comum
dos mergulhadores. A dor é causada por uma diferença de pressão no tímpano (vertigem
alternobárica). Isso pode levar à entrada de água nos ouvidos, causando vertigem calórica.

Em condições normais, a pressão se equaliza através da trompa de Eustáquio, que conecta o ouvido médio à
parte de trás da garganta. Se a trompa de Eustáquio estiver bloqueada, geralmente por muco, a pressão não
consegue se igualar e o tímpano é forçado para dentro enquanto o mergulhador desce. Os mergulhadores
estão familiarizados com “limpar os ouvidos”. Este procedimento, conhecido clinicamente como manobra de
Valsalva, simplesmente equaliza a pressão através da trompa de Eustáquio.

A trompa de Eustáquio bloqueada às vezes pode ser limpa pelo uso de descongestionantes ou sprays nasais,
mas esses podem ter efeitos colaterais adversos que proíbem o mergulho. Consulte as instruções.

O abaulamento ocorre quando a trompa de Eustáquio está limpa, mas a orelha externa é bloqueada por um
tampão de cera ou, às vezes, por um capuz de mergulho apertado. A pressão não consegue se igualar no
espaço entre o tímpano e a cera e o tímpano é forçado para fora.
Em ambos os casos, apenas uma diferença de pressão muito pequena pode causar dor intensa. Continuar a
descida romperá o tímpano. Isso pode fazer com que a água entre no ouvido interno, causando desorientação
e náusea.

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O mergulhador não deve mergulhar se não conseguir limpar os ouvidos. Se o mergulhador estiver com o
tímpano inflamado ou sangramento nos ouvidos após um mergulho, deve procurar orientação médica.

Os sinais e sintomas de trauma do ouvido médio são:


 Dor no ouvido médio / tímpano
 Perda auditiva condutiva
 Zumbido leve e vertigem
 Ruptura do tímpano – dor intensa, entrada de água no ouvido interno, infecção, vertigem

Ouvido interno (ruptura da janela redonda)


 Vertigem, desorientação
 Zumbido, perda auditiva de alta frequência

2.6.3 Barotrauma dental

Problemas sem gravidade, mas dolorosos, podem ocorrer se houver uma cavidade sob a obturação de um
dente.
O mergulhador sofrerá dor na descida. Isso pode diminuir depois que ele atingir a profundidade de
trabalho, pois a pressão na cavidade se equalizará. Se o gás estiver preso na cavidade em
profundidade, a obturação pode ser forçada para fora pela pressão na subida. Em alguns casos, o
próprio dente se quebra. Esses problemas podem ser evitados com bons cuidados odontológicos.
A dor que ocorre em todos os dentes superiores pode estar associada à compressão do seio maxilar e não ao
barotrauma dentário.

2.6.4 Aperto da máscara

O aperto da máscara ocorre no mergulho autônomo, quando a pressão na meia máscara é menor que a
pressão do ambiente. Ocorre quando o mergulhador não consegue equalizar a pressão na máscara através do
nariz.

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Os sintomas são desconforto, sangramento nasal, olhos esbugalhados e vermelhos. A condição ocorre durante
a descida e pode ser facilmente remediada equalizando a pressão através do nariz ou retornando à superfície.

2.6.5 Nips

Nips («beliscões») só ocorrem ao usar uma roupa seca sem inflá-la antes. À medida que a pressão
aumenta, o traje é comprimido ao redor do corpo, prendendo dobras de pele no material do traje.
Isso produz hematomas não sérios, mas dolorosos.

2.6.6 Aperto de Capacete

O aperto de capacete é geralmente associado a mergulhadores de equipamento padrão. A lesão


ocorre quando há uma queda da pressão relativa dentro do capacete do mergulhador.
No mergulho com capacete, isso costumava ocorrer se o mergulhador caísse em águas mais profundas e seu
compressor não conseguisse lidar com o rápido aumento de pressão. A pressão no capacete e pulmões se
tornava menor que a pressão ao redor. Os pulmões eram comprimidos e, em casos extremos, a caixa torácica
era esmagada e ocorria hemorragia interna grave. Esse quadro podia ser fatal.
Nos primórdios do mergulho, antes de haver válvulas de retenção instaladas nos capacetes, o aperto ocorria
se o compressor do mergulhador falhasse ou seu umbilical estivesse quebrado. A pressão no capacete e nos
pulmões do mergulhador caia para a pressão da superfície, ou para a pressão na extremidade quebrada do
umbilical.
Todos os capacetes agora possuem uma válvula de retenção para evitar esse tipo de perda de pressão.
O mergulhador moderno tem flutuabilidade neutra e é improvável que esteja sujeito a descidas rápidas
repentinas. Seu suprimento de ar ou gás é muito mais eficiente e as vedações em capacetes e máscaras são
moles o suficiente para permitir inundação se houver queda de pressão.
O único perigo potencial está nos sistemas de recuperação de gás, onde o gás expirado do mergulhador é
devolvido à superfície para reciclagem. Ele é capaz de expirar a uma pressão inferior à pressão do capacete
através da válvula de escape. Em teoria, uma falha da válvula de escape pode ter sérias consequências. Na
prática, uma cadeia de salvaguardas é incorporada ao sistema e os sistemas de recuperação de gás têm um
excelente histórico de segurança.
O tratamento depende da severidade do aperto. Em todos os casos, deve-se procurar orientação médica.

2.7 Barotrauma Pulmonar de Ascensão

Normalmente ocorre quando o mergulhador é sujeito a uma subida rápida e descontrolada, seja na
água ou em uma câmara ou sino. A pressão nos pulmões excede a pressão circundante.
Uma diferença de pressão muito pequena de 0,05 bar é suficiente para danificar as delicadas
membranas e vasos sanguíneos dos pulmões e o gás entra na corrente sanguínea através dos tecidos danificados
(alvéolos rasgados/rompidos).

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Durante uma subida rápida, o mergulhador deve forçar a expiração. Se ele não fizer isso, ou se a subida for
muito rápida, a pressão em seus pulmões excederá a pressão da água ao redor.
O gás pode então escapar dos pulmões para outros tecidos ou cavidades do corpo, ou entrar na corrente
sanguínea diretamente na forma de bolhas.

Como em todos os casos de barotrauma, o momento mais perigoso é próximo à superfície, onde as mudanças
de pressão proporcionais são maiores. O volume de gás nos pulmões dobra nos últimos 10 msw. Se a explosão
puder ser interrompida antes dos últimos 30 msw, os ferimentos podem ser reduzidos consideravelmente.

Observe que em qualquer explosão de gás misto, o mergulhador também sofrerá de hipóxia ou anoxia. À
medida que a pressão diminui, a ppO2também diminui.

O mergulhador também pode estar tendo doença de descompressão. Se um mergulhador com barotrauma
pulmonar tiver que ser recomprimido, ele não deve ser descomprimido sem orientação médica. Pode haver
complicações associadas ao barotrauma.

Condições comuns associadas ao barotrauma pulmonar de ascensão:


 Enfisema intersticial - subcutâneo e mediastinal
 Pneumotórax e pneumotórax hipertensivo
 Embolia gasosa arterial

Podem estar presentes individualmente ou em conjunto.

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SUPERINSUFLAÇÃO PULMONAR

RUPTURA DO REVESTIMENTO ALVEOLAR

ENFISEMA INTERSTICIAL PULMONAR

EMBOLIA GASOSA
ARTERIAL ENFISEMA MEDIASTINAL PNEUMOTÓRAX

PNEUMOTÓRAX
HIPERTENSIVO
ENFISEMA SUBCUTÂNEO

2.7.1 Enfisema intersticial

Enfisema intersticial / subcutâneo Enfisema mediastinal

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Enfisema intersticial significa simplesmente “nos tecidos”. O gás que escapa viaja através das
camadas de tecido para o espaço entre os pulmões (o mediastino), ou abaixo da pele sob os braços
ou na base do pescoço.

Enfisema subcutâneo. As bolhas de gás que escaparam se acumulam abaixo da pele sob os braços ou
na base do pescoço. Bolhas de gás podem ser vistas e sentidas sob a pele. As bolhas fazem um som
crepitante quando pressionadas. Isso se chama crepitação.

Enfisema mediastinal. As bolhas de gás que escaparam se acumulam ao redor do coração e da


traqueia. O mergulhador pode sentir dor atrás do esterno e uma sensação de garganta cheia. Pode
surgir rouquidão e falta de ar.

2.7.2 Pneumotórax

O pneumotórax é um pulmão colapsado e significa literalmente “ar no peito”. O gás escapa dos
pulmões através de uma ruptura, entrando no espaço entre o revestimento do pulmão e as costelas,
conhecido como cavidade pleural. Em condições normais, os pulmões aderem à parte de trás das
costelas por tensão hidrostática. O gás que escapou rompe essa tensão, permitindo que todo o pulmão ou parte
dele entre em colapso. Em casos muito leves, a vítima pode não notar nenhum sintoma e o quadro só pode
ser identificado por raio-X.
Em casos mais graves, a vítima sente dor no peito na área do colapso e poderá ter dificuldades respiratórias.
Seu tórax se move de forma desigual ao respirar e, como o pulmão colapsado restringe a circulação, os vasos
sanguíneos do pescoço podem inchar.

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Pneumotórax hipertensivo

Pneumotórax hipertensivo
 O gás escapa para o espaço
pleural, mas não consegue sair
 A pressão aumenta no coração
 Causa deslocamento de órgãos
que restringe o outro pulmão e
a traqueia

O pneumotórax hipertensivo tem a mesma causa que o pneumotórax. No entanto, o colapso do pulmão forma
um efeito de válvula unidirecional, causando aumento de pressão na cavidade torácica, pressionando o coração
e fazendo com que os órgãos se movam (deslocamento de órgãos). Isso causa pressão no coração, colapso do
pulmão não afetado e torção da traqueia. Um médico mergulhador treinado terá que realizar um procedimento
de descompressão por agulha.

Mergulhadores sob pressão em uma câmara que estiverem com pneumotórax ou pneumotórax hipertensivo,
não podem ser descomprimidos sem assistência médica. À medida que a descompressão prosseguir, o volume
de gás no tórax pode se expandir, colapsando ainda mais o pulmão. O colapso de ambos os pulmões é,
obviamente, fatal.

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2.7.3 Embolia gasosa arterial (EGA)

Esta é uma das mais graves lesões relacionadas à pressão. O gás dos pulmões penetra os vasos
sanguíneos danificados na forma de bolhas. As bolhas são transportadas primeiro para o coração e
depois pelo sistema arterial, alojando-se no cérebro, restringindo a circulação e causando sérios danos
ao sistema nervoso central.

Sintomas da EGA.
Os sintomas são de início rápido, geralmente ocorrendo dentro de cinco minutos após a subida à
superfície, e o quadro é muitas vezes fatal. O mergulhador pode ter distúrbios visuais, paralisia, perda
de equilíbrio, convulsão ou colapso.

O único tratamento eficaz para a EGA é a pressurização imediata. A profundidade exata da


pressurização pode ser encontrada no manual da empresa ou ser dada pelo Especialista Médico de
Mergulho. A pressurização comprimirá as bolhas e permitirá que a circulação se restabeleça.
Nenhuma tentativa deve ser feita para descomprimir o mergulhador sem orientação médica. Podem ser
necessários vários dias para o mergulhador se estabilizar e pode haver outras complicações, como
pneumotórax.

Enfisema intersticial, pneumotórax e embolia gasosa arterial são todos classificados como Doença de
Descompressão Pulmonar.

Tratamento da doença de descompressão pulmonar (vítima na superfície).

Enfisema subcutâneo - Casos leves podem se resolver gradualmente sem tratamentos específicos - 100% de
oxigênio será de ajuda na superfície.

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Enfisema mediastinal – Requer recompressão.

Pneumotórax – Não recomprimir, a menos que exigido pelo perfil de descompressão ou outra complicação.
100% de oxigênio será de ajuda na superfície.

Pneumotórax hipertensivo – Como pneumotórax – requer procedimento de descompressão por agulha.

Embolia gasosa arterial – Recompressão imediata.

Se algum dos itens acima ocorrer durante a descompressão, interrompa a descompressão imediatamente.

2.8 Doença de Descompressão Aguda (DDA)

Durante um mergulho, o gás inerte na mistura de respiração do mergulhador é absorvido pelos seus
tecidos. A massa de gás absorvida depende da pressão parcial do gás (Lei de Henry), do tipo de tecido
e do tempo. Após um tempo específico, que depende do tipo de gás e da pressão, os tecidos do
mergulhador ficam saturados de gás e nada mais é absorvido.

Respirando ar na superfície a uma pressão de 1 bar, o corpo fica saturado com cerca de 1 litro de nitrogênio. O
corpo de um mergulhador aéreo sob uma pressão de 2 bar contém cerca de 2 litros de nitrogênio, quando
saturado, sob pressão de 4 bar, 4 litros quando saturado e assim por diante.
Litros de nitrogênio quando
Profundidade Pressão absoluta
saturado
0 1 bar 1 litro
10 m 2 bars 2 litros
20 m 3 bars 3 litros
30 m 4 bars 4 litros
40 m 5 bars 5 litros
50 m 6 bars 6 litros

Pouco menos da metade do nitrogênio fica dissolvido na água do corpo, um pouco mais da metade, na
gordura. A gordura representa cerca de apenas 15% do peso corporal normal, mas o nitrogênio é cinco vezes
mais solúvel em gordura do que em água.

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Normalmente, o nitrogênio dissolvido na água do corpo atinge a saturação em cerca de uma hora. A do
nitrogênio dissolvido na gordura leva várias horas. A gordura requer muito mais nitrogênio para se tornar
saturada e tem um suprimento sanguíneo relativamente pobre.
À medida que a pressão parcial do gás inerte diminui, ele começa a sair da solução. Se sair muito
rapidamente, forma bolhas que se alojam nos tecidos, causando vários sintomas.
A pressão parcial do gás inerte pode ser reduzida por uma queda da pressão total durante a subida
ou por uma mudança na mistura de gás à mesma profundidade (como no mergulho com gás misto).
Durante as descompressões do mergulho curto (bounce dive), por exemplo, os mergulhadores
costumavam se transferir de um sino cheio de mistura de heliox para uma câmara de ar. Embora a pressão
geral permanecesse constante, a pressão parcial do hélio caía para zero e o hélio começava a se difundir
rapidamente para fora dos tecidos dos mergulhadores. Nestas condições, existe o risco de DDA,
particularmente DDA vestibular.

Problemas semelhantes podem ocorrer se o gás de recuperação da câmara, contendo uma alta proporção de
nitrogênio, for usado para pressurizar uma câmara. Em geral, a DDA é evitada pelo uso correto das tabelas de
descompressão. Quanto mais longo e profundo for o mergulho, mais longa será a descompressão. Mesmo que
a tabela de descompressão seja seguida exatamente.
Há sempre risco de DDA. As tabelas são para o mergulhador “médio”. A suscetibilidade individual
pode depender da idade, condicionamento físico, obesidade, frio, fadiga, restrições locais à
circulação e até estresse emocional.
Após uma descompressão bem-sucedida, a corrente sanguínea ainda está cheia de bolhas
“silenciosas”, detectáveis apenas por técnicas ultrassônicas. O exercício intenso após a
descompressão pode fazer com que essas bolhas se unam e causem DDA. Se um mergulhador aéreo
sobe de 10 msw para a superfície, cerca de 65% do nitrogênio dissolvido terá deixado seu corpo na primeira
hora e cerca de 90% após seis horas. Ele não estará, no entanto, totalmente livre do excesso de gás por 12
horas. No mergulho profissional de superfície, a incidência de DDA cai se o tempo que um mergulhador passa
em uma determinada profundidade for limitado.

Historicamente, dois tipos de DDA foram reconhecidos.


Do tipo 1, com dor apenas – crônica, afetando articulações, músculos e/ou erupção cutânea
Do tipo 2, DDA grave – aguda, afetando o sistema nervoso central.
Os sintomas iniciais podem parecer triviais.
A terminologia médica moderna dispensou essas classificações e simplesmente passou a descrever os
sintomas em termos de manifestação e evolução. A manifestação, por exemplo, pode ser “formigamento e
dormência nos dois pés”, a evolução pode ser “piorando”. Após o início do tratamento, a manifestação pode
se tornar “formigamento e dormência apenas nos dedos dos pés”, a evolução pode ser “melhorando”. No
entanto, esses termos ainda podem ser usados na prática.

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O único tratamento satisfatório da DDA é a recompressão, o tratamento com alta pressão parcial de
oxigênio via SRI e a descompressão com mesa terapêutica.
É comum tratar todos os casos como DDA grave, pois alguns sintomas são muitas vezes mascarados
pela dor.
Uma verificação neurológica completa deve ser realizada, usando a lista de verificação fornecida pela empresa.
Quanto mais cedo o tratamento começar, melhor será o resultado potencial.
Nervos e tecidos são danificados pela DDA e é importante iniciar o tratamento imediatamente. Os casos
tratados em 30 minutos têm uma taxa de sucesso de 90%. Um atraso de 5 horas reduz a taxa de sucesso para
apenas 50%. Se o atraso for superior a 12 horas, a taxa de sucesso é baixa.
Atrasos às vezes ocorrem porque o mergulhador não está disposto a relatar seus sintomas. Isso pode ser
devido à inexperiência, relutância em retornar à câmara ou mesmo medo de perder uma troca de tripulação.
A dor é frequentemente descrita como um músculo dolorido, estirado ou rígido. A única maneira de verificar
é pressurizando o mergulhador. Se os sintomas desaparecerem, é DDA.
Embora o mecanismo seja diferente, a embolia gasosa arterial é categorizada como DDA. A lesão ocorre
durante a descompressão e os sintomas são idênticos aos de uma DDA grave. A terminologia médica de
doença de descompressão é um termo guarda-chuva para doença de descompressão e lesões pulmonares por
expansão.

2.9 DDA do tipo 1 (apenas dor)

A DDA do tipo 1 apenas com dor é causada pela formação de bolhas nos músculos ou articulações. A
dor, que muitas vezes é intensa, ocorre no local da formação da bolha.
A DDA na pele causa formação de bolhas nas camadas de gordura sob a pele. O mergulhador
experimentará uma sensação de coceira e uma erupção cutânea pode se desenvolver.
Dores ou pontadas menores são frequentemente descritas como “niggles”. Elas são, no entanto, DDA, e devem
ser tratadas de acordo.

2.10 DDA grave (tipo 2)

A DDA grave é causada pela formação de bolhas no sistema nervoso central (SNC). Os sintomas
geralmente começam leves - formigamento e pontadas ou uma leve dormência - mas devem ser
tratados com a maior seriedade.
A DDA espinhal, por exemplo, é causada pela formação de bolhas na medula espinhal.
Os sintomas típicos são:
 dormência ou formigamento nas extremidades
 dor ao redor da cintura
 perda de controle da bexiga ou do intestino
 sensação de fraqueza nas pernas ou paralisia abaixo de uma certa altura ou em um dos lados do corpo

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 irritabilidade
 alucinações
Se o quadro não for tratado, uma parte da medula espinhal ficará permanentemente danificada. Embora o
sistema nervoso possa contornar o dano e restaurar as funções, sua capacidade de reparo é reduzida. Da
próxima vez, o mergulhador pode enfrentar perda permanente de sensibilidade ou paralisia permanente.
Qualquer comportamento incomum pode ser um sintoma de DDA cerebral e uma verificação neurológica
completa deve ser realizada.
A DDA vestibular é causada pela formação de bolhas no ouvido interno. Os sintomas são náuseas, vertigens,
tonturas e problemas de equilíbrio. Muitas vezes há zumbido ou rugido nos ouvidos. Este tipo de DDA está
associado a uma mudança de misturas de hélio-oxigênio para ar, ou a excursões profundas da saturação.
Embora o SNC não esteja envolvido, a condição conhecida como “engasgos” é incluída como DDA grave porque
é imediatamente fatal. O mergulhador não consegue respirar adequadamente porque um grande número de
bolhas se formou na circulação pulmonar.
Engasgos raramente são vistos no mergulho moderno e geralmente estão associados a uma explosão ou
descompressão rápida. Dificuldades respiratórias também podem ocorrer se a formação de bolhas estiver
interferindo no reflexo respiratório no cérebro.
2.11 Osteonecrose disbárica

A osteonecrose, literalmente osso morto, geralmente é encontrada nos ossos longos. É causada por
uma restrição da circulação ao osso, durante descompressões repetidas por um longo período. Ocorre
em mergulhadores e trabalhadores sob ar comprimido.
Quando o mergulho em larga escala começou no Mar do Norte, foram realizadas verificações regulares em
todos os mergulhadores para avaliar os efeitos a longo prazo. Embora a necrose ocorra, ela geralmente é
restrita às diáfises dos ossos longos e não tem efeito incapacitante. Danos articulares ocorrem em um número
muito pequeno de casos.

2.12 Síndrome Nervosa de Alta Pressão (SNAP)

Se os mergulhadores forem comprimidos muito rapidamente, podem apresentar tremor, perda de


coordenação e alterações do padrão de ondas cerebrais.
A condição piora com a profundidade e pode se tornar debilitante. Pode ser evitada pela pressurização lenta
e planejada para mergulhos profundos.

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2.13 Artralgia de compressão

A pressurização rápida ou profunda também pode causar desconforto e dor nas articulações.
Acredita-se que seja causada por pequenas diferenças de pressão nas articulações. Como a SNAP,
pode ser evitada realizando pressurização lenta.

2.14 Toxicidade gasosa

Embora seja possível fornecer limites de pressão parcial aproximados para a toxicidade de vários gases, estes
são apenas diretrizes. A suscetibilidade varia de pessoa para pessoa e de dia para dia.
Os gases encontrados rotineiramente no mergulho geralmente têm limites de pressão parcial objetivos e
diretos. Outros gases, como gases de soldagem, podem ter limites expressos como Limite de Exposição
Ocupacional (LEO) ou Valor Limite do Limite (TLV), que são baseados na exposição regular durante uma
semana normal de trabalho.
No local de trabalho respeite sempre os limites estabelecidos no manual da empresa. Estaremos atentos aos
efeitos tóxicos dos seguintes. É importante para os exames IMCA que as causas, sinais, sintomas, prevenção e
tratamento sejam totalmente compreendidos, para todos os gases.
 Toxicidade crônica do oxigênio
 Toxicidade aguda do oxigênio
 Anoxia
 Hipóxia
 Narcose por nitrogênio
 Dióxido de carbono
 Monóxido de carbono
 Hidrocarbonetos / sulfeto de hidrogênio

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2.15 Intoxicação crônica por oxigênio

ppO2 Aguda Crônica

Crônico é um termo médico que significa que os efeitos são lentos no início e lentos na recuperação
(se muito dano for causado, pode não haver recuperação). A intoxicação crônica por oxigênio é
causada pela respiração de uma ppO2 por um longo período. Uma ppO2 elevada é definida como uma
ppO2 acima de 0,6 bar. A toxicidade crônica do oxigênio afeta apenas os pulmões. Os sintomas são cócegas ou
irritação, tosse com cócegas, sensação de queimação, todos progredindo para tosse persistente, sintomas
restritos aos pulmões.

A tabela a seguir mostra o dano que pode ser esperado após respirar a diferentes PPO2. Dano refere-
se à perda de capacidade vital dos pulmões.

Tempo para causar Tempo para causar


PO2 (bar)
10% de dano pulmonar 20% de dano pulmonar
2,0 9 horas 15 horas
1,5 13 horas 20 horas
1,0 23 horas Muitos dias
0,8 Muitos dias
0,6 Sem danos

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A Dose Tóxica Pulmonar Unitária (DTPU) é definida como o efeito de respirar oxigênio a uma pressão
de 1 bar por 1 minuto.

Tabela de Cálculo de DTPU


A fórmula para calcular a DTPU que o mergulhador acumularia
= DTPU = PO2 = (k) x Tempo em minutos
Encontre a PO2 sob a qual se encontra o mergulhador na tabela acima, então veja o número correspondente
na coluna k à direita. Use este fator k para multiplicar pelo tempo em minutos

Exemplo:
Use a tabela de cálculo de DTPU para calcular a DTPU que o mergulhador acumularia se estivesse
respirando uma PO2 de 2,0 bar por 9 horas.

2,0 bar PO2 = k = 2,5 x (9 x 60) 540 mins= 1350 DTPU

Os cálculos de DTPU não podem levar em conta as diferenças entre as pessoas, os efeitos da respiração prévia
de oxigênio e o período de recuperação durante intervalos no ar.
A intoxicação crônica por oxigênio faz com que os pulmões fiquem congestionados, há um acúmulo de líquido
e danos aos capilares.

A irritação progride para uma sensação de queimação intensa e constante, agravada pela respiração e tosse
persistente. Se o mergulhador continuasse a respirar uma PPO2 elevada, seus pulmões poderiam sofrer lesões
permanentes.
Outros sintomas incluem fadiga extrema, dores musculares, dores de cabeça, tonturas, formigamento e
dormência nos dedos das mãos e dos pés.

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A intoxicação crônica é evitada pelo monitoramento cuidadoso da PPO 2. Mergulhadores em câmara de


saturação normalmente respiram uma PPO2 de cerca de 0,4 bar. Na água, os mergulhadores de saturação
respiram uma PPO2 de cerca de 0,7 bar.
Casos graves de DDA podem exigir longos períodos de tratamento com oxigênio. Um certo nível de intoxicação
crônica deve ser aceito, se a alternativa for lesão no cérebro ou na medula espinhal.
Uma tabela de tratamento padrão tem uma DTPU aproximada de 625. O limite superior é considerado
1425 DTPU e reduz a capacidade pulmonar em 10%.
Observe que a frequência de pulso cai enquanto se respira oxigênio.

2.16 Intoxicação aguda por oxigênio

Os sintomas agudos de intoxicação por oxigênio são rápidos no início e rápidos na recuperação. A
intoxicação aguda por oxigênio é causada pela respiração de uma ppO2 alto por um curto período.
Pode ocorrer se a ppO2 exceder 1,6 bar. A toxicidade aguda do oxigênio afeta o sistema nervoso
central, o encéfalo diretamente, causando distúrbios visuais (geralmente visão em túnel), problemas de audição
(zumbido), náusea, espasmos dos músculos faciais, irritação e tontura, seguidos de convulsão violenta e coma.
Os sintomas de alerta podem ser lembrados pela mnemônica VENTID:
 Visão

VENTID
 Ears (ouvidos)
 Náusea
 Twitching (espasmos)
 Irritação
 Dizziness (tontura)
O início da convulsão é por vezes muito rápido, dando pouco tempo para reação.
Observação: O exercício aumenta o risco de intoxicação por oxigênio.

Se o mergulhador estiver respirando uma ppO2 alta na câmara, sua tolerância é maior. Isso provavelmente
ocorre porque o acúmulo de CO2 em seu corpo durante um mergulho o torna mais suscetível na água.
Para tratamento de DDA em câmara, o mergulhador pode respirar uma ppO 2 de no máximo 2,8 bar. Isso só
será realizado sob observação de um assistente, que removerá sua máscara de respiração se houver algum
sintoma VENTID. Ainda podem ocorrer convulsões após a interrupção da respiração de oxigênio. Se ocorrer
uma convulsão, o assistente evitará que o mergulhador se machuque e verificará suas vias aéreas e respiração.
O mergulhador normalmente se recupera do período de coma sem sequelas.
Abridores bucais geralmente são fornecidos para evitar que o mergulhador em convulsão morda a língua. A
prioridade, no entanto, deve ser impedi-lo de bater a cabeça no espaço confinado da câmara. Imobilizar a
cabeça e não o corpo pode causar lesões no pescoço, então o assistente deve apenas tentar evitar que sua
cabeça bata em qualquer coisa.

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Nenhuma tentativa deve ser feita para descomprimir um mergulhador durante uma convulsão, mesmo que
uma ação do tipo seja necessária. Ele será incapaz de expirar normalmente e poderá sofrer barotrauma
pulmonar.
Convulsões em câmaras ocorrem apenas raramente. Alguns mergulhadores podem ter maior suscetibilidade
a concentrações mais altas de oxigênio usadas no mergulho nitrox. O supervisor de mergulho deve
permanecer alerta e observar possíveis sinais de toxicidade do oxigênio durante tais mergulhos. Seguindo os
procedimentos e analisando o gás em linha para o mergulhador, o risco deve ser reduzido.

2.17 Anoxia

A anoxia é uma completa falta de oxigênio, respirar um gás sem oxigênio. Isso causa colapso imediato
e é difícil reanimar a vítima. Ocorreu em operações de mergulho quando o mergulhador recebeu
hélio puro em vez da mistura de gás correta.
Se um mergulhador respira hélio puro, o gradiente de pressão normal nos pulmões é revertido. A pO 2 do gás
respiratório é menor do que no corpo do mergulhador. Em vez de o oxigênio passar dos pulmões para a
corrente sanguínea, ele passa da corrente sanguínea para os pulmões, removendo rapidamente o oxigênio do
corpo. O colapso é quase instantâneo e a morte segue rapidamente. A RCP deve ser iniciada imediatamente,
preferencialmente com ppO2 elevada.
O hélio puro não é transportado offshore, para evitar esse tipo de acidente. É prática padrão analisar o gás
antes de ele ir para o mergulhador e sempre ter um analisador em linha, com alarmes sonoros ativados.

2.18 Hipóxia

A hipóxia é uma falta parcial de oxigênio causada pela respiração de um gás com oxigênio reduzido.
Isso geralmente ocorre quando a PO2 é inferior a 160 mb (0,16 atm). Uma pessoa completamente
inativa pode sobreviver por um tempo com menos de 100 mb (0,1 atm).
Na água, a ppO2 nunca deve ficar tão baixa.
Se a PO2 for muito baixa, o efeito é idêntico à anoxia. Se a PO2 estiver apenas um pouco abaixo do limite, os
sintomas se iniciarão gradualmente. A vítima fica confusa e sua pele fica pálida, com um tom azulado. Ela
evolui gradualmente para inconsciência e morte. Se estiver trabalhando pesado na água, o início será mais
rápido. Trate removendo para uma atmosfera segura e fazendo ressuscitação, se necessário.

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2.19 Nitrogênio

Os efeitos narcóticos da respiração profunda são familiares aos mergulhadores desde o século passado, mas
foi apenas na década de 1940 que o nitrogênio foi identificado como o elemento tóxico.
O mergulhador apresenta euforia. Os efeitos são semelhantes à embriaguez e podem ocorrer sempre
que a pressão parcial do nitrogênio (pN2) for superior a 3,2 bar. No mergulho aéreo, isso começa a
ocorrer em profundidades superiores de cerca de 30 metros (100 fsw) e depende da suscetibilidade
individual.
Os mergulhadores aprendem a lidar com os efeitos da narcose por meio de uma série de mergulhos de
"preparação", aumentando um pouco a profundidade a cada vez. Um mergulhador de profundidade
respirando gás misto não é necessariamente competente para lidar com a narcose em um mergulho aéreo
profundo e deve passar por uma série de mergulhos de preparação.

2.20 Hipercapnia

Os sintomas de hipercapnia ou intoxicação por dióxido de carbono são:


 dor de cabeça
 sudorese
 respiração aumentada
 sensação de apreensão
 tontura
 náusea
 inconsciência

A intoxicação por CO2 na água ocorre quando o mergulhador perde o controle do ritmo respiratório. Isso pode
ser causado por estresse ou trabalho físico árduo, ou quando uma unidade de recuperação de mergulhadores
não está funcionando corretamente.
Sua respiração torna-se rápida e superficial e seus pulmões não descarregam adequadamente. Os níveis de
CO2 aumentam no pulmão, aumentando o nível de ácido carbônico na corrente sanguínea. Isso, por sua vez,
estimula a respiração. Ela se torna mais rápida e superficial, e o mergulhador fica preso em um ciclo perigoso,
com o CO2 em seu corpo atingindo rapidamente níveis tóxicos. O colapso pode ocorrer muito rapidamente,
sem outros sintomas. O mergulhador pode evitar a situação fazendo respirações lentas e regulares.
O Supervisor de Mergulho deve sempre monitorar a frequência respiratória do mergulhador e dizer-lhe para
ir devagar ou se acalmar, se começar a aumentar.
O dióxido de carbono pode se acumular em câmaras, sinos ou sistemas de recuperação de gás, mas o acúmulo
geralmente é lento e poder ser facilmente tratado. Os sistemas de recuperação de gás incluem um analisador
de CO2 com alarmes sonoros e visuais.
O limite máximo de pCO2 na câmara é de 5 mb e no sino é geralmente de 20 mb.

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2.21 Monóxido de carbono

O monóxido de carbono é normalmente encontrado no suprimento de ar em compressores


defeituosos ou em compressores com uma entrada de ar mal colocada. Também pode ser
encontrado em operações de soldagem de habitat.
Uma pressão parcial que seria segura na superfície pode ser letal a 30 msw (99 fsw), onde a pressão parcial é
quatro vezes maior. O suprimento de ar deve ser analisado regularmente.
A hemoglobina, que normalmente transporta o oxigênio na corrente sanguínea, liga-se fortemente ao
monóxido de carbono. Sua afinidade com o monóxido de carbono é 200 vezes mais forte que com o
oxigênio. A capacidade de transporte de oxigênio do sangue fica seriamente reduzida e a vítima
entra em colapso por falta de oxigênio. Ela terá uma tez vermelho-cereja, por causa da cor vermelha brilhante
da carboxi-hemoglobina no sangue.
O tratamento é difícil, porque é muito difícil remover o monóxido de carbono da corrente sanguínea e
restaurar sua capacidade de transporte de oxigênio. Ressuscite e dê à vítima oxigênio ou uma mistura rica em
oxigênio. O tratamento com oxigênio hiperbárico é benéfico, pois oxigênio adicional será transportado para
os tecidos dissolvidos no plasma.
Monóxido de carbono - sinais e sintomas:
 Dor de cabeça
 Tontura
 Náusea
 Confusão
 Falta de ar
 Inconsciência
 Morte
Observação: A pele assume um tom vermelho-cereja nos estágios posteriores

2.22 Sulfeto de hidrogênio

Sulfeto de hidrogênio pode ser encontrado na lama à base de óleo que pode ser levada de volta para o sino
ou câmara nos trajes dos mergulhadores. O gás é então liberado no sino ou na câmara.
Esse gás tem um cheiro característico de “ovo podre”, mas este não é um indício confiável, pois níveis
tóxicos do gás destroem o olfato.
Em baixas concentrações, causa irritação nos olhos, dificuldades respiratórias e fortes dores de
cabeça. Em níveis elevados, causa inconsciência e morte.
A contaminação pode ser evitada pelo uso de macacões descartáveis que são jogados fora do sino no final do
mergulho. Se houver suspeita de sulfeto de hidrogênio (H2S), verificações regulares da atmosfera do sino e da
câmara devem ser feitas usando tubos de amostragem química e deve haver descarga imediata se algum gás
for detectado. Detectores portáteis estão disponíveis e podem ser usados em sinos de mergulho.

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2.23 Hidrocarbonetos

Os benzenos podem estar presentes na lama à base de óleo. A fonte mais provável de contaminação
por hidrocarbonetos é por borrifos de óleo no suprimento respiratório. Isso geralmente é causado por
um compressor de ar sem manutenção. (Ver IMCA D056 – Compressores lubrificados a óleo).
Os sintomas são náusea, tosse e possível infecção pulmonar. O mergulhador afetado deve passar por um exame
médico completo.
A presença de óleo no suprimento de gás pode ser detectada borrifando o gás em uma folha de papel branco
limpo. Quaisquer vestígios de óleo ficarão claramente visíveis.

2.24 Hipotermia

Os mergulhadores devem ser mantidos em equilíbrio térmico para evitar que calor ou frio excessivos afetem
sua saúde, segurança e eficiência.
A hipotermia, ou exposição ao frio, é um perigo enfrentado por todos os mergulhadores em águas
frias. O perigo é consideravelmente maior para mergulhadores com gás misto, devido à alta
condutividade do hélio. A perda de calor pela respiração é enorme. Uma queda de 2°C na temperatura
corporal central é considerada hipotermia grave.
Da superfície a 50 msw, o aquecimento do corpo é opcional. De 50 msw a 150 msw, os mergulhadores devem
ter aquecimento corporal. Mergulhadores respirando mistura de heliox devem ter alguma forma de
aquecimento ativo e, abaixo de 150 msw (492 fsw), devem ter aquecimento corporal e suprimento de gás
aquecido. Se o sistema de aquecimento falhar, o mergulhador deve retornar ao sino imediatamente.
Se o sino de mergulho ficar preso no fundo do mar, o risco de morte por frio supera o risco de falta de oxigênio
ou acúmulo de dióxido de carbono. Todos os sinos carregam roupas de sobrevivência e regeneradores
térmicos ou esponjas térmicas, que reciclam o calor da respiração do mergulhador.
A temperatura normal do corpo é de cerca de 37°C. O tremor ocorre a cerca de 36°C e é uma tentativa de
aquecer os tecidos periféricos. Os tremores param quando a temperatura central cai e o corpo tenta conservar
energia. Observe que nem todas as pessoas tremem e algumas podem ficar hipotérmicas sem qualquer
sintoma de alerta.

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Temperatura central
Sintomas
aproximada
37°C Temperatura corporal normal.
Aumento da taxa metabólica. Tremores incontroláveis (na maioria das
36°C
pessoas).
34°C Julgamento prejudicado. Fala arrastada.
O tremor diminui e é substituído pela rigidez muscular. O movimento
31°C
torna-se errático e irregular.
Comportamento irracional. Estupor. Rigidez muscular. O pulso e a
28°C
respiração diminuem.
Inconsciência. Perda de reflexos. Pupilas fixas e dilatadas. Pulso baixo
27°C
ou indetectável. Pode ocorrer fibrilação ventricular.
Falência dos sistemas cardíaco e respiratório. Fibrilação ventricular.
25°C
Morte.
À medida que a temperatura central continua a cair, o corpo desliga a circulação para as camadas externas
frias. A vítima fica irritada, confusa e começa a perder a coordenação. Há uma queda na frequência cardíaca e
na pressão arterial. O colapso normalmente ocorre quando a temperatura central cai abaixo de cerca de 30°C
e a morte ocorre a cerca de 25°C.

Muitos desses sintomas podem não ser aparentes para o mergulhador na água e a hipotermia pode ser muito
rápida no início, se os sistemas de aquecimento falharem durante um mergulho com gás heliox. Uma falha no
sistema de aquecimento pode não ser aparente na superfície. Uma mangueira de água quente, por exemplo,
pode não estar conectada corretamente ao traje de mergulho.
O Supervisor de Mergulho deve considerar os indícios, como fala arrastada, irritação ou dificuldade em realizar
tarefas simples, como possíveis sintomas de hipotermia e pedir ao mergulhador que retorne ao sino ou à
superfície.
As vítimas com hipotermia leve devem ser reaquecidas gradualmente. Casos graves devem ser reaquecidos
sob assistência médica. O reaquecimento rápido pode resfriar o sangue à medida que ele flui pelos tecidos
frios externos, causando uma queda fatal de temperatura ao retornar ao centro.
Se a respiração e o pulso não forem mais detectáveis, não inicie a RCP, a menos que possa ser continuada até
que o reaquecimento comece sob orientação médica.
Nunca assuma que uma vítima com hipotermia está morta. A regra é “não morta, até que esteja aquecida e
morta”.

2.25 Hipertermia

A hipertermia pode ocorrer ao mergulhar em águas muito quentes, em câmaras sob clima quente, se
houver falha no sistema de resfriamento, taxas de compressão rápidas ou no mergulhador reserva no
convés. Existem 2 categorias de hipertermia, nomeadamente, exaustão por calor e intermação.

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Exaustão por calor

Em sua forma leve, exaustão pelo calor, a vítima se sente letárgica, com pressão arterial baixa e
pulsação elevada. Transfira-a para um ambiente fresco, dê bebidas reidratantes e descanso.

Considera-se que a hipertermia grave ocorre quando a temperatura corporal central excede 39°C.

Intermação

A intermação é um quadro grave e potencialmente fatal que ocorre quando o corpo para de suar, em
que o mecanismo de controle de temperatura do corpo falha e a temperatura corporal aumenta
rapidamente. A vítima deve ser resfriada o mais rápido possível usando fluidos intravenosos e a ajuda
médica deve ser chamada. A ressuscitação pode ser necessária. A intermação só ocorre se os sinais de alerta
de exaustão por calor forem ignorados.

2.26 Afogamento

Classificações:
Afogamento - Morte ou quase morte devido à imersão em um fluido.
Afogamento secundário - A água inalada causa edema pulmonar crônico

A vítima de afogamento entrará em colapso devido aos efeitos combinados da hipóxia e da intoxicação por
dióxido de carbono. Em teoria, danos encefálicos irreparáveis e morte ocorrem em 4-5 minutos. No entanto,
os tempos de sobrevivência podem ser consideravelmente maiores no afogamento em água fria.

Quanto mais rápido a ressuscitação for iniciada em uma vítima de afogamento, maior a chance de sucesso. O
oxigênio pode ajudar na recuperação. Qualquer pessoa que tenha tido uma experiência de quase afogamento
ou inalação de água deve ser enviada à terra para observação médica.

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Após a inalação de água, pode ocorrer afogamento secundário. Ele é causado por mudanças de fluido
dentro do tecido pulmonar. Pode ocorrer até 72 horas depois.
Sintomas:
 Líquido inalado causa edema pulmonar
 O fluido produzido é mais espesso que o sangue
 É absorvido através dos alvéolos, engrossando o sangue
 O coração precisa bombear com mais força para manter a pressão arterial
 Resulta em ataque cardíaco
 A vítima reanimada deve ser evacuada o mais rápido possível, mesmo sem sintomas. Seu quadro pode
se deteriorar rapidamente.

As complicações tardias do afogamento secundário são resultado de alterações químicas no sangue


que só podem ser diagnosticadas e corrigidas por tratamento especializado no hospital.

2.27 Lesões por jato de água

As lesões por jato de água podem parecer insignificantes e não indicar a extensão do dano tecidual
abaixo da superfície. Os órgãos internos podem estar feridos e a infecção pode ser levada para dentro
da ferida em profundidade, levando a sepse e morte. É essencial providenciar exame cirúrgico/limpeza
cirúrgica o mais rápido possível. (DMAC 03 – Acidentes com jatos de água de alta pressão). Nesse ínterim, os
primeiros socorros limitam-se ao curativo e ao monitoramento do estado da vítima.

2.28 Eletrocussão

A eletrocussão pode ocorrer em qualquer lugar. O choque pode parar o coração, causar queimaduras
de entrada e saída, ferimentos internos e também causar ferimentos por impacto se a vítima for
lançada contra uma antepara ou equipamento.
Uma vez que a corrente elétrica tenha sido isolada ou a vítima removida da fonte de eletricidade, siga os
procedimentos normais para uma vítima inconsciente. Não toque na vítima enquanto ela ainda estiver em
contato com a fonte ativa de corrente.

2.29 Lesões por explosão

Explosões podem ocorrer debaixo d'água em associação com corte oxi-arco ou operações envolvendo
explosivos.
Lesões por explosão na água causam lesões nos órgãos internos, colapso pulmonar ou ruptura do
tímpano. Danos ao capacete também podem levar ao afogamento. A vítima deve ser ressuscitada e
transferida para o hospital o mais rápido possível.

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2.30 Transmissões de sonar e levantamento sísmico

Mergulhadores expostos a altos níveis de som subaquático podem sofrer tonturas, danos auditivos
ou outras lesões em órgãos sensíveis, dependendo da frequência e intensidade do som. Pode incluir
sintomas neurológicos, como visão turva, tontura, sensações vibratórias nas mãos, braços e pernas e
tremor nas extremidades superiores.
Não é possível definir distâncias de segurança gerais com precisão e devem ser calculados valores apropriados
para cada tipo de sonar ou exposição ao ruído.
Quando o mergulho e a atividade sísmica ocorrerem dentro de uma distância de 45 quilômetros, seria uma boa
prática que todas as partes estivessem cientes da atividade planejada sempre que possível.
Quando o mergulho e a atividade sísmica ocorrerem a uma distância de 30 quilômetros, uma avaliação
de risco conjunta deve ser realizada entre os operadores envolvidos e o empreiteiro de mergulho e
operações sísmicas antes de quaisquer operações simultâneas. Consulte DMAC 06 e DMAC 12.

2.31 Comunicações

Deve haver um método pré-estabelecido de transmissão de informações médicas do local de trabalho


para o médico. É essencial ter todos os fatos relevantes antes de fazer a ligação. As empresas podem
fornecer suas próprias listas de verificação ou usar o DMAC 01. É essencial garantir que você tenha
todos os fatos relacionados antes de fazer a ligação.

2.32 Comunicação de lesões

Todas as lesões, relacionadas ou não ao mergulho, devem ser relatadas à empresa no formulário de
relatório de acidente apropriado, geralmente através do Comandante da embarcação ou do Gerente
de Instalação de Offshore (OIM).
Em alguns países, há também uma exigência legal de relatar certos tipos de lesão ao órgão governamental
apropriado. Isso geralmente inclui relatar DDA.

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3.0 TESTE RÁPIDO, VERDADEIRO OU FALSO

 O sistema nervoso é composto pelos sistemas central e periférico? Verdadeiro / Falso


 O barotrauma ótico refere-se à pressão que afeta os pulmões? Verdadeiro / Falso
 O pneumotórax é um termo da doença de descompressão? Verdadeiro / Falso
 A DTPU significa Dose Tóxica Pulmonar Unitária? Verdadeiro / Falso

4.0 AVALIAÇÃO RESUMIDA

1. Qual é a diferença entre um pneumotórax e um pneumotórax hipertensivo?


a Nenhuma
b Pulmão colapsado/pulmão colapsado com deslocamento de órgãos
c Os termos são intercambiáveis
d Bolhas de ar na corrente sanguínea

2. A afinidade da hemoglobina pelo monóxido de carbono é aproximadamente…….vezes maior que pelo


oxigênio.

a 100
b 200
c 20
d 24

3. A doença de descompressão neurológica aguda é a DDA do(s)...

a Sistema nervoso central (SNC)


b Pulmões
c Membros, apenas
d Articulações

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4. Qual é a temperatura central normal do corpo?

a 37°F
b 35°C
c 39°C
d 37°C

5. Qual documento DMAC indica o equipamento mínimo de primeiros socorros necessário em um local de
mergulho offshore?

a DMAC 01
b DMAC 15, Rev.4
c DMAC 28
d DMAC 07

6. Um barotrauma é...

a Medo de pressão
b Quando alguém bebeu demais
c Lesão por pressão
d Todos os itens acima

7. Qual dos seguintes volumes é conhecido como a capacidade vital dos pulmões?

a 6 litros
b 5 litros
c 1 litro
d 2 litros

8. Qual é o tipo de vaso através do qual os gases são trocados dentro dos tecidos do corpo?

a Capilares
b Veias
c Artérias
d Coração

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9. O que é conhecido como respiração interna?

a Troca de gases em nível celular


b Troca de gases nos pulmões
c Troca de fluidos corporais
d Todos os itens acima

10. A qual assunto o DMAC 12 se refere?


A prestação de assistência médica de emergência para mergulhadores em
a
saturação
Ao equipamento mínimo de primeiros socorros necessário em um local de
b
mergulho
c Ao efeito da transmissão de sonar em atividades de mergulho comercial
d A distância segura de mergulho das operações de levantamento sísmico

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5.0 OUTRAS INFORMAÇÕES SOBRE DOENÇA DE DESCOMPRESSÃO

Embora a terminologia diagnóstica descritiva forneça uma quantidade considerável de informações, ela é, por si
só, inadequada para resumir um caso de doença de descompressão. Para a evolução de uma melhor
compreensão, é importante que informações adicionais sejam coletadas.
A HORA DE INÍCIO A doença de descompressão geralmente ocorre pouco tempo após um mergulho. Os sintomas
podem se tornar aparentes antes de emergir na saturação e, ocasionalmente, em mergulhos curtos,
particularmente onde a descompressão foi omitida. No entanto, a maioria dos sintomas ocorre após a subida à
superfície, e a maioria dos sintomas neurológicos ou pulmonares graves geralmente se manifestam em cerca de
30 minutos. O início da dor nos membros também ocorre neste período, mas pode demorar muitas horas após
um mergulho. Deve ser lembrado que a doença de descompressão pode ser provocada ou se agravar muitas horas
após um mergulho, se o mergulhador pegar um voo. Se um mergulhador estiver assintomático por 48 horas ou
mais após um mergulho e não tiver voado, então os sintomas que se desenvolverem depois provavelmente não
estão relacionados ao mergulho. A hora de início deve ser registrada como o tempo em minutos ou horas
decorrido da volta à superfície no último mergulho. É importante registrar o tempo de início de cada manifestação
da doença de descompressão. Se um voo foi feito após o último mergulho, isso também deve ser registrado.
CARGA DE GÁS Ao considerar os possíveis mecanismos para a doença de descompressão, é desejável ter uma ideia
da quantidade de gás que provavelmente estará presente nos vários tecidos. No momento, não há meios
convenientes de resumir isso. Consequentemente, é importante que o perfil de mergulho seja registrado com a
maior precisão possível.
Quando for usado um computador de mergulho ou registrador de profundidade, as informações devem ser
recuperadas dessa fonte.
EVIDÊNCIA DE BAROTRAUMA. Isto é particularmente importante no caso de doença de descompressão pulmonar e
ótico-vestibular. No entanto, qualquer evidência de barotrauma, como no ouvido médio, deve ser registrada.
RESPOSTA À RECOMPRESSÃO. Muitas vezes, o único meio de confirmar um diagnóstico de doença de descompressão é
se houver algum grau de melhora após a recompressão. Consequentemente, é importante registrar a resposta à
recompressão.
RESULTADOS DOS EXAMES. Há um número crescente de exames realizados em casos de doença de descompressão,
como testes para FOP, testes eletrofisiológicos e exames de perfusão do cérebro. Os resultados de todas os
exames constituem uma parte importante de qualquer registro de caso e podem influenciar o diagnóstico
eventual.

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6.0 TABELA DE OBSERVAÇÃO DE SINTOMAS DE DOENÇA DE DESCOMPRESSÃO

Nome comum e/ou


Sintomas Tipo Urgência Ação
técnico

Observar.
Desconforto ou dor leve em um
I Niggle Vigilância Possivelmente
membro
recomprimir

DDA cutânea; prurido; Observar.


Erupção cutânea; coceira I doença de Vigilância Possivelmente
descompressão leve recomprimir

DDA; hit; doença de


Dor profunda na articulação I Urgente Recomprimir
descompressão

Edema; DDA linfática;


Pode precisar de
Inchaço mole e localizado I doença da Vigilância
recompressão
descompressão linfática

Observar.
Inchaço no pescoço com Enfisema intersticial;
I Não urgente Possivelmente
crepitação sob a pele enfisema cirúrgico
recomprimir
Recomprimir.
DDA; DDA espinhal;
Formigamento e pontadas, Consulte o médico
II doença de Muito urgente
lanosidade dos pés de mergulho mais
descompressão grave
próximo
Provavelmente
recomprimir.
Cansaço excessivo; "mal-estar" DDA; doença de
II Muito urgente Consulte o médico
geral descompressão
de mergulho mais
próximo
Recomprimir.
DDA; DDA cerebral;
Consultar o
Inconsciência; dor de cabeça; doença de Extremamente
II médico de
dificuldade de visão ou fala descompressão grave; urgente
mergulho mais
embolia aérea
próximo
Estar cambaleando; DDA Recomprimir.
cerebral; DDA vestibular; Consultar o
Instabilidade, tontura; náusea; Extremamente
II hit vestibular; vertigem; médico de
vômito urgente
doença de mergulho mais
descompressão grave próximo
Dê O2.
Recomprima
apenas em caso
Dor no peito; dificuldade de engasgos
Pneumotórax; engasgos Extremamente
respiratória; falta de ar; tosse; II (chokes).
(chokes) urgente
cianose Consultar o
médico de
mergulho mais
próximo

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Esta tabela é um guia para reconhecer as muitas formas que a doença de descompressão pode assumir. Por causa
desta tabela, a doença de descompressão é classificada em dois tipos, I e II. No entanto, a terminologia descrita
acima deve ser usada para descrever os sintomas em sua capacidade total. O tipo I é representado por dores nas
articulações e erupções cutâneas que são definidas como “leves”. O tipo II é grave e perigoso, geralmente
envolvendo o sistema nervoso central ou com efeitos sobre o pulmão, como embolia aérea.

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7.0 MEDICINA DE MERGULHO E PRIMEIROS SOCORROS – TAREFAS PARA CASA

1. Se a temperatura do corpo aumentar, o que acontecerá com a solubilidade dos gases no corpo?

(a) Vai aumentar (b) Vai diminuir


(c) Vai ficar a mesma (d) Não tem efeito

2. O aquecimento corporal deve ser fornecido ao mergulhar mais fundo que...

(a) 50 m (b) 150 m


(c) 180 m (d) 200 m

3. Que tipo de doença de descompressão pode causar náuseas, vertigem e problemas de equilíbrio?

(a) Vestibular (b) Pneumomediastino


(c) Erupção cutânea (d) Barodontalgia

4. Qual é um sintoma de doença de descompressão apenas com dor?

(a) Tontura (b) Dor localizada e/ou erupção cutânea


(c) Fraqueza (d) Surdez

5. Qual dos seguintes sintomas indicaria doença de descompressão do sistema nervoso central?

(a) Dor no joelho (b) Fraqueza e fadiga


(c) Erupção cutânea e coceira no peito (d) Dor persistente no ombro

6. Um mergulhador com dor no peito e falta de ar que piora durante a descompressão pode sugerir o
quê?

(a) DDA do tipo I (b) Sintomas do SNC


(c) Pneumotórax (d) Barodontalgia

7. Como se chama o ar que escapou para o espaço ao redor do coração e da traqueia ou sob a pele na
base do pescoço?

(a) Pneumopericárdio (b) Enfisema intersticial


(c) Embolia gasosa arterial (d) Pneumotórax

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8. Depois de passar pelo coração, uma bolha de gás da embolia gasosa arterial (EGA) inicialmente se
aloja no cérebro e ________?
(a) Pulmões (b) Restringe a circulação e danifica o
sistema nervoso central

(c) Cavidades do coração (d) Tecidos do corpo

9. Qual é a ação imediata a se tomar quando um mergulhador apresenta sintomas de pneumotórax


durante a descompressão?

(a) Parar a descompressão (b) Descompressão sat


(c) Aumentar a PO2 e deixar a (d) Dar puro 02 e segurar por 30 minutos
descompressão lenta

10. O tratamento inicial para a embolia gasosa arterial é...

(a) Pressurização imediata e (b) 18 msw no ar


seguir os procedimentos da empresa
(normalmente 18 m em O2)
(c) 165 fsw no ar (d) 165 fsw em O2

11. Um mergulhador queixa-se de dor de ouvido aguda e repentina seguida de vertigem enquanto
trabalha entre 0 e 8 msw, do que você suspeitaria?

(a) Infecção piométrica (b) Aperto facial


(c) Ruptura do tímpano (d) Doença de descompressão grave

12. A intoxicação aguda por oxigênio pode ocorrer na água se a ppO2 exceder...

(a) 1 bar (b) 2 bars


(c) 1,6 bars (d) 4 bars

13. A hipóxia ocorre quando a ppO2 cai abaixo de...

(a) 100 mb (b) 160 mb


(c) 200 mb (d) 400 mb

14. Qual é o primeiro sinal mais provável de toxicidade aguda de oxigênio que o operador ou assistente
de câmara provavelmente notará em um mergulhador respirando oxigênio em um CDC?

(a) Tontura (b) Sudorese


(c) Contração dos músculos da face e
lábios (d) Alucinações

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15. Qual dos seguintes aumenta o risco de intoxicação por O2 ?

(a) Descanso (b) Exercício


(c) Hipocapnia (d) Ingestão de fluidos

16. A intoxicação crônica por oxigênio é causada por exposições ao oxigênio com...

(a) ppO2 aumentada - curta duração (b) ppO2 alta - longa duração
(c) ppO2 aumentada - longa duração (d) ppO2 alta - curta duração

17. O primeiro sintoma de intoxicação crônica por oxigênio provavelmente será...

(a) Pupilas dilatadas (b) Vertigem


(c) Zumbido (d) Cócegas ou irritação nos pulmões

18. Durante a respiração de oxigênio, a frequência de pulsação...

(a)Sobe (b) Cai


(c) Continua a mesma (d) Para

19. A temperatura central normal do corpo é...

(a) 35°C (b) 37°C


(c) 39°F (d) 37°F

20. Nos casos de hipotermia, a temperatura da pele dá que tipo de leitura em relação à temperatura
corporal central?

(a) Leituras normais (b) Leituras mais altas


(c) Leituras mais baixas (d) Leitura anormal

21. Um mergulhador relata que está com dor de cabeça e, como supervisor de mergulho, você
percebe que ele está respirando pesado e de maneira descontrolada. O mergulhador estaria
apresentando os sintomas de...

(a) Intoxicação por oxigênio (b) Hipotermia


(c) Hipercapnia (d) Hipocapnia

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22. A quantidade mínima de equipamento de primeiros socorros necessária que deve estar em um
local de mergulho offshore é listada em qual dos seguintes documentos?

(a) DMAC 28 (b) IMCA D014


(c) DMAC 15 (d) DWR 1997
23. O principal constituinte do sangue é...

(a) Oxigênio (b) Glóbulos brancos


(c) Hemoglobina (d) Dióxido de carbono

24. Qual é o nome da maior parte do encéfalo?

(a) Cérebro (b) Lobo Central


(c) O lado direito (d) É tudo do mesmo tamanho

25. Qual é o volume de ar que pode ser removido dos pulmões conhecido como capacidade vital?

(a) 500 mL (b) 1000 mL


(c) 2000 mL (d) 5000 mL

26. Barotrauma significa...

(a) Dano pulmonar (b) Indicador do clima


(c) Lesão por pressão (d) Dor de cabeça

27. O que significa DTPU?


(a) Dose Tóxica Pulmonar Unitária (b) Dispositivo de Teste de Pressão Urinária
(c) Dispositivo de Teste Pulmonar Unitário (d) Dose Tóxica de Plasma Unitário

28. Os tecidos do corpo recebem oxigênio diretamente de...

(a) Coração (b) Veias


(c) Artérias (d) Capilares

29. A produção de dióxido de carbono conforme o consumo de oxigênio é de aproximadamente...

(a) 1 para 2 (b) 2 para 1


(c) 1 para 1 (d) 3 para 1

30. Qual constituinte do sangue permite que ele transporte oxigênio?

(a) Plaquetas (b) Plasma


(c) Hemoglobina (d) Soro

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31. Qual dos seguintes NÃO afeta o início da hipotermia?

(a) Respiração de ar normal (b) Respirar uma mistura de gás heliox


(c) Condições ambientais (d) Drogas (por exemplo, álcool)

32. Um mergulhador hipotérmico é resgatado consciente com uma frequência cardíaca baixa, como
você o trataria?

(a) Aquecendo-o gradualmente (b) Massagem cardíaca


(c) Com uma bebida quente (d) Aquecendo-o rapidamente em um banho de água

33. A hipertermia ocorre quando a temperatura central do corpo atinge...

(a) 41° C (b) 39° C


(c) 37°C (d) 35° C

34. A intoxicação por dióxido de carbono é chamada de...

(a) Hipocapnia (b) Hiperóxia


(c) Hipóxia (d) Hipercapnia

35. A hemoglobina prefere o monóxido de carbono ao oxigênio em cerca de?

(a) 100 vezes (b) 200 vezes


(c) 460 vezes (d) 1000 vezes

36. O monóxido de carbono é comumente um subproduto de...

(a) Respiração (b) Contaminação do sangue

(c) Exaustão do motor (d) Respiração superficial

37. Um sinal comum de intoxicação por CO é?

(a) Euforia (b) Sudorese


(c) Distúrbios visuais (d) Tez cor de cereja

38. A intoxicação por CO2 não causa o seguinte sintoma:


(a) Pulso rápido (b) Euforia leve
(c) Dor de cabeça (d) Aumento da respiração

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39. Ao respirar ar durante o mergulho, considera-se que a narcose por nitrogênio começa em...

(a) 20 msw (b) 30 msw


(c) 40 msw (d) 50 msw

40. Se um mergulhador tem 1 litro de gás em solução em seu corpo a 1 bar absoluto, quanto do mesmo
gás ele teria em solução a 50 msw?

(a) 5 litros (b) 1 litro


(c) 6 litros (d) 2 litros

41. Qual é o gás mais perigoso se for respirado por um mergulhador sob pressão?

(a) CO2 (b) CO


(c) HeO2 (d) Ar

42. Onde no corpo fica a cóclea?

(a) Ouvido interno (b) Encéfalo


(c) Ouvido externo (d) Ouvido médio

43. Um mergulhador experimenta uma sensação de formigamento em ambos os pés e confusão mental
em uma parada normal para descompressão em mergulho aéreo. O que você suspeita que ele tem?

(a) DDA grave (b) Enfisema mediastinal


(c) Toxicidade aguda por O2 (d) Hipercapnia

44. Dois mergulhadores instalaram braçadeiras de riser entre 15 fsw e 55 fsw. Eles realizaram 11
excursões 'de cima para baixo' durante um tempo total de 116 min na água. Um mergulhador agora
relata visão turva e dor na região do estômago. O que você suspeita que o mergulhador tenha?

(a) DDA do tipo 2 (b) DDA do tipo 1


(c) Intoxicação por CO2 (d) Barotrauma ótico

45. Se o mergulhador trabalha pesado logo após concluir seu mergulho de descompressão, ele...

(a) Teria maior probabilidade de sofrer DDA (b) Teria menos probabilidade de sofrer
DDA
(c) Correria risco de DDA vestibular (d) Correria risco de enfisema

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Medicina de Mergulho e Primeiros Socorros | Capítulo 5

46. A toxicidade crônica do oxigênio afeta o……..e a toxicidade aguda do oxigênio afeta…….?
(a) SNC…….Pulmões (b) Pulmões…….Coração
(c) SNC…….Coração (d) Pulmões …..SNC

47. Para evitar problemas com os espaços aéreos no corpo, deve-se...

(a) Mergulhar dentro dos limites da (b) Respirar normalmente e equalizar os


tabela de mergulho espaços aéreos precoce e
frequentemente
(c) Evitar usar uma roupa seca restritiva (d) Respirar rápido e profundo na subida

48. A hiperventilação pode ser causada por qual dos seguintes?


(a) Ataque de pânico (b) Respirar mais rápido que o normal
(c) Respirar mais profundo que o (d) Todos os itens acima
normal

49. Um mergulhador com dor de cabeça, confusão, náusea e lábios e unhas vermelhos brilhantes pode
estar sofrendo de:
(a) Narcose por nitrogênio (b) Hipocapnia
(c) Toxicidade do oxigênio (d) Intoxicação por monóxido de carbono

50. Ao usar uma mistura de gás ou mistura Nitrox com uma pressão parcial de oxigênio de 1,4 a 1,8 ata,
pode haver risco de:
(a) Convulsão e afogamento devido à (b) Tosse e queimação no peito devido à
toxicidade pulmonar de oxigênio toxicidade pulmonar do oxigênio
(c) Convulsões devido à toxicidade do (d) Tosse e queimação no peito devido à
oxigênio ao SNC toxicidade do oxigênio ao SNC

51. Os sinais e sintomas de DDA do tipo I incluem:


(a) Dor apenas, geralmente nas (b) Dor no peito
articulações ou músculos e/ou
erupção cutânea
(c) Sintomas imediatos graves ou
potencialmente fatais, como (d) Ar acumulado sob a pele na base do
dormência, paralisia, fadiga, pescoço
inconsciência e morte

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Capítulo 5 | Medicina de mergulho e primeiros socorros

52. A doença de descompressão é:


(a) Um termo geral para DDC e lesões (b) Barotrauma pulmonar
por superexpansão pulmonar
(c) O termo preferencial para embolia (d) Um termo que descreve qualquer
gasosa arterial quadro relativo à pressão

53. Os primeiros socorros primários para DDA são:


(a) Elevar as pernas do paciente (b) Fazer o paciente retornar à água para
recompressão
(c) Administrar oxigênio (d) Todos os itens acima

54. Os sinais e sintomas de intermação incluem:


(a) Pulso rápido e fraco, sem (b) Respiração fraca e rápida, pulso fraco
transpiração, pele quente ao e rápido, sudorese profusa, náusea,
toque pele fria e úmida

(c) Sem tremores, sonolência, falta (d) Tremor, dormência nos dedos das
de coordenação, coma mãos e dos pés
55. Se um mergulhador apresentar sinais de exaustão pelo calor:

(a) Remova o traje do mergulhador, (b) Coloque o mergulhador em um


coloque o mergulhador em um ambiente quente e entre em contato
ambiente fresco e entre em com o atendimento médico de
contato com a ajuda médica de emergência
emergência em terra

(c) Faça com que o mergulhador (d) Remova o traje do mergulhador,


procure um local quente e use coloque o mergulhador em um
roupas isolantes ambiente fresco, descanso e ingestão
de líquidos não alcoólicos

56. Os sinais e sintomas de hipotermia avançada incluem:

(a) Pulso rápido e forte, sem (b) Respiração fraca e rápida, pulso fraco e
transpiração, pele quente ao rápido, sudorese profusa, pele fria e
toque úmida, náusea

(c) Sem tremores, sonolência, falta de (d) Tremor, dormência nos dedos das mãos
coordenação, coma e dos pés

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Medicina de Mergulho e Primeiros Socorros | Capítulo 5

57. No diagrama a seguir, o item número 14 está apontando para:


(a) Janela redonda (b) Trompa de Eustáquio
(c) Ouvido médio (d) Canais vestibulares

58. No diagrama acima, qual é o nome da peça número 18?


(a) Janela redonda (b) Canais semicirculares
(c) Cóclea (d) Tímpano

59. No mesmo diagrama acima, qual é o nome do órgão todo?


(a) Canal auditivo externo (b) Ouvido médio
(c) Ouvido interno / vestibular (d) Cóclea

60. Um barotrauma é causado por:

(a) Gás inerte que afeta o sistema (b) Vasoconstrição nos dedos das mãos e
nervoso dos pés
(c) Formação de bolhas silenciosas (d) Falha ao equalizar um espaço aéreo

61. Um pneumotórax ocorre quando o ar de uma lesão por superexpansão pulmonar:


(a) Acumula-se na base do pescoço (b) Acumula-se no centro do peito e
pressiona o coração
(c) Colapsa um pulmão (d) Adentra a corrente sanguínea

62. Uma embolia gasosa ocorre quando o ar de uma lesão por superexpansão pulmonar:
(a) Acumula-se na base do pescoço (b) Acumula-se no centro do peito e
pressiona o coração
(c) Colapsa um pulmão (d) Adentra a corrente sanguínea

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Capítulo 5 | Medicina de mergulho e primeiros socorros

63. Para qual lesão por superexpansão pulmonar/doença de descompressão você daria oxigênio de
emergência ao paciente e aplicaria outras etapas de primeiros socorros para DDA?

(a) Embolia aérea (b) Doença de descompressão do SNC


(c) Enfisema mediastinal (d) Todos os itens acima

64. As bolhas silenciosas são:


(a) Pequenas bolhas na corrente (b) Bolhas que se acumulam sob a
sanguínea após um mergulho que pele e causam enfisema
normalmente não causam doença subcutâneo.
de descompressão.
(c) Bolhas que interferem na (d) Bolhas encontradas em
transmissão nervosa e causam qualquer lugar que ocorra um
narcose. barotrauma

65. O tratamento da DDA geralmente requer:


(a) Recompressão (b) Descompressão lenta
(c) Administração de oxigênio (d) Todos os itens acima

66. O DMAC 012 recomenda que as operações de mergulho NÃO sejam realizadas dentro de certas
distâncias de levantamento sísmico. Qual é a distância mínima?
(a) 1000 m (b) 1200 m
(c) Uma avaliação de risco conjunta
entre o Operador e os
(d) 2000 m
Empreiteiros de Mergulho e
Sísmicos deve ocorrer se dentro
de 30 km

67. O reflexo carotídeo-sinusal é:

(a) Desaceleração do coração (b) O sangramento automático dos


causada pela constrição das seios da face causado pela
artérias carótidas incapacidade de equalizar

(c) Batimento cardíaco irregular (d) Redução do espaço aéreo morto


causado por hiperventilação dos seios da face causado pela
ação reflexa carotídea

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68. O que você diria a um mergulhador que está trabalhando pesado e começa a respirar com
dificuldade?

(a) Pare de trabalhar e lave o chapéu (b) Pare o trabalho e suba à superfície

(c) Trabalhe com mais afinco (d) Use o suprimento de resgate

69. O corpo responde a ___________ de um gás que você respira, não a ___________

(a) Porcentagem………………..pressão parcial na mistura gasosa


(b) Densidade………………….viscosidade
(c) Pressão parcial………….porcentagem na mistura gasosa
(d) Viscosidade…………………densidade

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