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Vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, considerando a notória

inércia do Executado em cumprir suas obrigações, expor e solicitar o seguinte:

I. DA IMPERIOSA NECESSIDADE DE INTERVENÇÃO JUDICIAL

O Executado mostra-se alheio ao adimplemento da dívida que lhe foi atribuída, sem
apresentar proposta de acordo, parcelamento ou mesmo indicar bens, seja em
nome próprio ou de seus sócios, passíveis de penhora.

Apesar das diligências, as consultas no sistema SISBAJUD não resultaram


positivas, bem como a tentativa de identificar outros bens de forma eletrônica.

Ressalta-se que, atuante no mercado comercial, o Executado movimenta valores


tanto em espécie quanto via máquinas de cartão. Surpreende que, em plena
atividade e com circulação de capital, as buscas no SISBAJUD sejam infrutíferas,
indicando possíveis transações por contas bancárias de terceiros.

Neste cenário, a emissão de um mandado de averiguação e penhora in loco


torna-se imperativa, objetivando a verificação da movimentação financeira por
máquinas de cartão e a identificação dos recebíveis.

Conforme preconiza o Artigo 536 do Código de Processo Civil, no cumprimento de


sentença que reconheça a obrigação de fazer ou de não fazer, o juízo detém
prerrogativas para adotar medidas cabíveis a fim de assegurar o direito do
exequente. Tais medidas podem abarcar desde a imposição de multas, ações de
busca e apreensão, até o requerimento de força policial, reiterando a amplitude de
instrumentos à disposição do Poder Judiciário na concretização de seus comandos.

Ademais, prevê o art. 772 do Código de Processo Civil, que o magistrado detém a
prerrogativa, em qualquer fase processual, de determinar que determinados
sujeitos, indicados pelo exequente, forneçam informações pertinentes ao objeto da
execução. Tais informações podem abranger documentos e dados em seu poder.

Ademais, a obtenção destes documentos e informações é fundamental para a


efetivação adequada da execução em curso. A medida ora postulada não só
possibilitará a penhora de valores, mas também a constrição de recebíveis de
transações via máquina de cartão e a eventual identificação e responsabilização de
interpostas pessoas em eventuais manobras fraudulentas.

II. REQUERIMENTOS

Em face da evidente atuação comercial da empresa e a urgente necessidade de


satisfação do crédito trabalhista, REQUER-SE, ancorado no poder geral de cautela,
que este D. Juízo EXPEÇA MANDADO DE AVERIGUAÇÃO E PENHORA,
direcionando o Oficial de Justiça a diligenciar no endereço da empresa [NOME E
CNPJ], situado na Rua [xxxxxx], com o propósito de:

1) Coletar relatórios de vendas do dia das máquinas de cartão, sejam POS e/ou
TEF, sob risco de imediata apreensão dos equipamentos para inspeção
judicial, com subsequente comunicação à Receita Federal do Brasil.

2) Identificar, nas máquinas do tipo POS, o código de identificação fornecido


pelas bandeiras correspondentes.

3) Registrar os dados bancários e chaves PIX associados aos pagamentos


feitos pela Executada.

4) Proceder à penhora de valores diretamente "na boca do caixa".

É crucial que a diligência NÃO ocorra no início do horário comercial, buscando a


máxima efetividade da ação.

Em caso de resistência por parte do estabelecimento, PLEITEIA-SE o auxílio da


força policial para garantir o integral cumprimento da diligência pelo Oficial de
Justiça.

III. DO SIGILO PROCESSUAL

Requer-se que o teor deste pedido seja tratado com sigilo, garantindo a eficácia das
medidas até nova deliberação.

Nestes termos, aguarda deferimento.

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