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PM-RN (Oficial de Saúde-Médico-Clínica
Médica) Conhecimentos Específicos -
2022 (Pós-Edital)
Autor:
Ricardo Humberto de Miranda
Félix
12 de Fevereiro de 2022
Sumário
Apresentação .............................................................................................. 2
Questões Pneumologia ............................................................................. 3
Asma........................................................................................................ 3
DPOC/Tabagismo ................................................................................... 8
Tromboembolismo Pulmonar ................................................................ 12
Pneumonias ........................................................................................... 16
Miscelânea ............................................................................................. 22
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APRESENTAÇÃO
Bons estudos!!!
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QUESTÕES PNEUMOLOGIA
1. (IBFC/EBSERH-UFSC-SC – 2016)
Asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas, na qual diversas células e seus
produtos estão envolvidos. Sobre sua fisiopatogenia, assinale a alternativa incorreta:
(B) Entre as células brônquicas estruturais envolvidas na patogenia da asma, figuram as células
epiteliais, as musculares lisas, as endoteliais, os fibroblastos, os miofibroblastos e as células
nervosas
(E) Inflamação crônica da asma é um processo no qual existe um ciclo contínuo de agressão e
reparo que pode levar a alterações estruturais irreversíveis, isto é, o remodelamento das vias
aéreas
2. (FCC/TRT13 - 2014)
(A) Asma.
(B) Tuberculose.
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3. (IBFC/EBSERH-UNIRIO-RJ – 2017)
Sobre os achados clínicos na asma, analise as sentenças abaixo e assinale a alternativa correta:
II. As manifestações que sugerem fortemente o diagnóstico de asma são a variabilidade dos
sintomas, o desencadeamento de sintomas por irritantes inespecíficos ou por aeroalérgenos,
a piora dos sintomas à noite e a melhora espontânea ou após o uso de medicações específicas
para asma.
III. O diagnóstico clínico da asma é sugerido por um ou mais sintomas, como dispneia, tosse
crônica, sibilância, opressão ou desconforto torácico.
4. (IBFC/EBSERH-UFSC-SC – 2016)
(B) O VEF1(volume expiratório forçado no primeiro segundo), por sua boa reprodutibilidade, tem
sido a medida isolada mais acurada para estabelecer a gravidade da limitação ao fluxo aéreo
(E) O PFE (pico do fluxo expiratório) avalia grandes vias aéreas, é esforço dependente, produz
medidas de má qualidade, e seus valores variam entre os diversos aparelhos
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5. (FCC/TRT24 – 2017)
(E) uso de beta-agonista de curta duração para controlar sintomas mais que 2 dias/semana, mas
não diariamente.
6. (IBFC/SESACRE-AC – 2019)
Recentemente foram publicadas as diretrizes da GINA (Global Initiative for Asthma) para
manejo e prevenção da asma. Considere essas diretrizes, analise as afirmativas abaixo e
assinale a alternativa correta.
I. O tratamento com baixa dose diária regular de Corticoide Inalatório (CI) é altamente eficaz
na redução dos sintomas de asma e na redução do risco de exacerbações relacionadas à asma,
hospitalização e morte.
II. Em adultos e adolescentes com asma leve, o tratamento com CI-formoterol de baixa dose,
quando necessário reduz o risco de exacerbações graves em cerca de dois terços em
comparação com o tratamento somente beta-agonista de curta duração.
III. Não se recomenda mais o tratamento da asma em adultos e adolescentes somente com
beta-agonista de curta duração.
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Paciente do sexo masculino com 26 anos em terapia de manutenção para asma persistente
com uso de beclometasona 400mcg/dia comparece em reavaliação ambulatorial com queixa
aumento de tosse com episódios isolados de sibilância, ocorrendo uma vez a cada duas
semanas, sem despertares noturnos diários e necessidade esporádica de medicação de
resgate. Em relação às opções terapêuticas a serem instaladas nesse caso assinale a alternativa
correta.
(B) Associar beta-2 agonista de longa duração e resgates com beta-2 agonista de curta duração
se necessário
(D) Realizar a troca por corticoide inalatório de maior potência em associação com beta-2 agonista
de longa duração e medicações de resgate se necessário
8. (FCC/TRT16 – 2014)
(B) anticolinérgicos.
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(B) da porcentagem de queda do volume expiratório forçado em 1 segundo após exercício leve
padronizado.
(C) da razão entre volume expiratório forçado em 1 segundo e a capacidade vital forçada.
(A) Alta, manter beta2-agonista por via inalatória a cada 4 horas por 48 horas e prednisona
1mg/kg/dia por 5 dias
(B) Alta, manter beta2-agonista por via inalatória a cada 4 horas por 7 dias e prednisona
1mg/kg/dia por 15 dias
(C) Manter no Pronto Socorro por 4 horas e reavaliar. Se houver condições de alta, manter beta2-
agonista por via inalatória a cada 4 horas por 48 horas e prednisona 1mg/kg/dia por 5 dias
(D) Manter no Pronto Socorro por 4 horas e reavaliar. Se houver condições de alta, manter beta2-
agonista por via inalatória a cada 4 horas por 7 dias e prednisona 1mg/ kg/dia por 15 dias
(E) Manter no Pronto Socorro por 4 horas e reavaliar. Se houver condições de alta, manter beta2-
agonista por via inalatória a cada 4 horas por 3 dias e prednisona 1mg/kg por 7 dias, com redução
para 0,5 mg/kg/dia por mais15 dias
(A) A capacidade vital forçada representa o volume de ar que permanece nos pulmões após a
realização de uma expiração máxima.
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(C) A capacidade residual funcional corresponde ao volume de gás nos pulmões após uma
inspiração máxima.
(D) O volume residual constitui o volume de gás inspirado ou expirado em cada respiração.
(E) A capacidade pulmonar total compõe o maior volume de ar mobilizado, podendo ser medida
tanto na inspiração quanto na expiração.
I. Em qualquer adulto com 40 anos ou mais e história de exposição a fatores de risco (tabaco,
biomassa, vapores ou poeira ocupacional), com ou sem sintomas respiratórios, deve -se
considerar o diagnóstico da DPOC.
II. Para estabelecer o diagnóstico da DPOC é necessária a realização de espirometria, que haja
a presença de obstrução ao fluxo de ar e que ela persista após a administração de BD
(broncodilatador) (VEF1 / CVF<0,70 pós-BD).
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nesse caso clínico, assinale a alternativa que apresenta o achado clínico a ser observado nesse
paciente.
(A) Redução da porcentagem da capacidade vital que é expirada durante o primeiro segundo de
esforço máximo (VEF1/CVF) com boa resposta a prova com broncodilatadores.
(E) Relação de VEF1/CVF está normal e capacidade vital forçada (CVF) reduzida.
(A) montelucaste.
Com relação ao tratamento da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), é correto afirmar
que:
(A) O uso das xantinas, apesar de ter menor grau de evidência, traz benefícios pelo efeito
vasodilatador coadjuvante no início da terapia.
(B) A N-acetilcisteína é indicada na fase de exacerbação por diminuir o estresse oxidativo causado
pela inalação de fumaça em tabagistas ativos.
(C) O emprego de corticoides sistêmicos na fase estável tem o propósito de reduzir o número de
exacerbações.
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(D) A oxigenoterapia domiciliar está indicada quando a paO2 está entre 56 e 59mmHg, na
presença de cor pulmonale ou policitemia.
Mulher, 65 anos, apresenta dispneia e tosse seca matutina há 7 anos. Tabagista, fuma 1 maço
de cigarro ao dia há 50 anos. Tomou antibióticos duas vezes no último ano por aumento da
expectoração e piora de dispneia. Exame físico: bom estado geral, corada, hidratada, cianótica
(+/4+); ausculta cardíaca normal; ausculta pulmonar com murmúrio diminuído globalmente;
SpO2 = 86% (ar ambiente); FC = 88 bpm; PA = 130 x 70 mmHg. Exames complementares:
espirometria pós-broncodilatador; VEF1 = 0,66 L (24% do previsto); CVF: 1,94 (56% do
previsto); VEF1/CVF: 0,34 (43% do previsto). O benefício do uso crônico de broncodilatador
de ação prolongada é
A doença pulmonar obstrutiva crônica é uma doença com evolução progressiva que em
determinado momento pode necessitar de oxigênioterapia domiciliar. Assinale a alternativa
correta que contenha um critério para início dessa modalidade terapêutica.
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(A) É recomendada a coleta de escarro para cultura geral e, de acordo com o crescimento
bacteriano, iniciar antibioticoterapia específica.
(B) O quadro sugere evolução natural da doença de base e hipersecreção causada pelo tabagismo
incessante. Faz-se necessária a introdução de corticoterapia sistêmica.
(D) O quadro é altamente sugestivo de exacerbação do DPOC por quadro infeccioso agudo, e o
tratamento com antibióticos deve ser prontamente iniciado.
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(B) Dentre a natureza dos materiais associados à embolização, é possível citar gordura, liquído
amniótico e xenomateriais como os metilmetacrilatos.
(C) Os sinais e sintomas mais frequentes descritos nos pacientes com tromboembolismo pulmonar
são dispneia, dor torácica ventilatório-dependente, tosse, taquipneia e crepitações pulmonares.
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dias. Exame físico: PA: 135 x 85 mmHg, pulso: 108 bpm, FR: 28 ipm, tempera tura: 37,1 oC e
saturação arterial de oxigênio em ar ambiente: 87%. O eletrocardiograma mostrou uma
taquicardia sinusal e a radiografia de tórax sem nada relevante. Nesse momento, o próximo
passo correto e recomendado é
(A) coletar uma gasometria arterial, solicitar lactato, troponina e peptídeo natriurético cerebral.
(C) solicitar uma angiotomografia multidetector (multislice) de tórax sem contraste intravenoso
pela idade avançada.
(D) solicitar uma cintilografia pulmonar e ultrassom doppler arterial e venoso de membros
inferiores.
Mulher de 40 anos é atendida no serviço de emergência com dispneia de início súbito. Há dois
dias observou aumento e dor na panturrilha direita, pouco tempo após ter retornado de
viagem de longa duração ao exterior. Ao exame apresentava PA = 110/65mmHg; FC
=116bpm; FR = 28rpm; saturação de O₂ ao ar ambiente de 92%. A ausculta pulmonar estava
normal; havia dor à flexão dorsal do pé direito e a panturrilha desse lado apresentava maior
diâmetro comparado à da esquerda. Em relação à utilização do exame dímero-D na
investigação diagnóstica dessa paciente, assinale a afirmativa correta.
(A) Sua elevação indica trombólise endógena que costuma ser clinicamente eficaz.
(B) Resultados normais são úteis para exclusão do diagnóstico de embolia pulmonar.
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(C) O exame é mais sensível para trombose venosa do que para embolia pulmonar.
(D) Sua dosagem apresenta alta especificidade para o diagnóstico de embolia pulmonar.
Mulher, 59 anos, com antecedente de câncer de mama, foi submetida a mastectomia radical
há dois anos. Procura atendimento médico com queixa de dor e edema em membro inferior
esquerdo há 1 semana. O exame físico revela a presença de empastamento de panturri lha
esquerda, e edema de 3+/4+ desse membro. Realizada ultrassonografia com Doppler venoso
de membro inferior esquerdo que evidenciou ausência de fluxo em veias poplítea e
gastrocnêmia esquerdas, com presença de conteúdo ecogênico em seus interiores. Os ex ames
laboratoriais mostram discreta anemia normocrômica e normocítica e função renal normal. Há
duas horas iniciou quadro de dor pleurítica a direita, associada a dispneia e hemoptise.
Assinale a alternativa que apresenta a proposta terapêutica correta para essa paciente.
(E) heparina de baixo peso molecular, seguida de inibidor direto do Fator Xa.
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(D) sepse.
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(B) A tomografia computadorizada (TC) deve ser realizada apenas para a detecção de
complicações e na suspeita de neoplasia. Não é indicada para esclarecimento de dúvidas sobre a
presença de infiltrado pneumônico
(D) A radiografia de tórax deve ser repetida após seis semanas do início dos sintomas na
persistência dos sintomas ou achados anormais no exame físico
(E) A persistência de achados radiológicos após seis semanas requer investigação adicional
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(C) alcoolismo.
2. história de internação hospitalar por 2 dias para colecistectomia por colecistite aguda, há
70 dias.
(A) os pacientes 1 e 3.
(C) os pacientes 1 e 2.
(E) os pacientes 2 e 3.
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Uma paciente, de sessenta e seis anos de idade, previamente hígida, referiu que há três dias
apresenta quadro de adinamia, anorexia, picos febris (> 38,5o C), sintomas acompanhados de
tosse produtiva com escarro purulento e dispneia. No exame físico, a paciente estava
orientada; febril; acianótica; frequência cardíaca de 106 bpm; frequência respiratória de 24
irpm; saturação de oxigênio em ar ambiente de 91%; e pressão arterial de 102 mmHg × 64
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Nesse caso clínico, a melhor abordagem terapêutica para a paciente consiste no(a)
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(C) Caso o líquido pleural venha com características de transudato, a drenagem torácica deve ser
instituída.
(D) Deve-se realizar toracocentese diagnóstica para avaliação dos critérios de Light e definição
etiológica do derrame pleural.
Paciente com febre, tosse e dor torácica há 5 dias, apresenta radiografia de tórax com derrame
pleural. Foi realizada punção do líquido que revelou um empiema. As características desse
líquido, com relação à celularidade, tipo celular predominante, glicose e pH são,
respectivamente:
Paciente apresenta-se com derrame pleural, e uma toracocentese diagnóstica foi realizada.
Constituem achados do exame do líquido pleural sugestivos de etiologia tuberculosa:
Pacientes portadores de fibrose cística estão sujeitos a pneumonias de repetição, sendo mais
prevalentes em adultos as infecções por
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(C) amiloidose.
São internados dois pacientes com doença pulmonar intersticial. Após investigação minuciosa
conclui-se que a principal conduta para o primeiro paciente é a suspensão do tabagismo e
para o segundo é a indicação de lavagem pulmonar. Os prováveis diagnósticos são ,
respectivamente,
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(A) pneumonia.
(E) atelectasia.
Paciente do sexo masculino, 35 anos, obeso, com queixa de déficit de memória, cansaço,
dificuldade de perder peso e dificuldade de prestar atenção em suas tarefas diárias. Nega
roncos noturnos porém relata que não se sente revigorado após dormir à noite. Seu médico
assistente solicitou uma polissonografia e dentre outros achados seu IAH (Índice de Apneia-
Hipopneia) foi de 40/h. É possível afirmar que o paciente apresenta o distúrbio de:
(A) narcolepsia.
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(C) insônia.
(D) depressão.
Um homem de quarenta e cinco anos de idade e que trabalhava como cavador de poços havia
vinte e cinco anos foi encaminhado para avaliação médica porque apresentava quadro de
dispneia aos moderados esforços havia um mês. O exame físico não evidenciou alterações,
porém a radiografia de tórax revelou nódulos de 1 mm a 2 mm de diâmetro localizados em
lobos superiores, alguns com calcificação em casca de ovo.
(C) broncoscopia.
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(C) asma.
Um homem de 22 anos, tabagista, apresenta forte dor no ouvido direito, com sensação de
plenitude auditiva deste lado, há 1 dia. A otoscopia revela membrana timpânica abaulada e
com eritema acentuado. O principal agente etiológico deste tipo de infecção em adultos é
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1C 2A 3A 4C 5D 6C 7A 8A 9C 10 A
11 B 12 B 13 C 14 D 15 D 16 A 17 C 18 D 19 D 20 D
21 B 22 B 23 B 24 C 25 B 26 C 27 B 28 B 29 E 30 C
31 A 32 C 33 E 34 A 35 E 36 D 37 B 38 B 39 A 40 B
41 E 42 E 43 A 44 D 45 E 46 A 47 B 48 B 49 E 50 A
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1. (IBFC/EBSERH-UFSC-SC – 2016)
Asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas, na qual diversas células e seus
produtos estão envolvidos. Sobre sua fisiopatogenia, assinale a alternativa incorreta:
(B) Entre as células brônquicas estruturais envolvidas na patogenia da asma, figuram as células
epiteliais, as musculares lisas, as endoteliais, os fibroblastos, os miofibroblastos e as células
nervosas
(E) Inflamação crônica da asma é um processo no qual existe um ciclo contínuo de agressão e
reparo que pode levar a alterações estruturais irreversíveis, isto é, o remodelamento das vias
aéreas
Comentário:
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Os fatores de risco mais estudados são sexo, hiper-reatividade das vias aéreas, atopia
(dermatite atópica e rinite alérgica), alérgenos, infecções, tabagismo, obesidade e fatores
perinatais (idade materna <20 anos, ausência de amamentação, prematuridade). A asma infantil
afeta mais os meninos do que as meninas. A incidência nas mulheres começa a aumentar na
puberdade e, no início da idade adulta, a prevalência é aproximadamente igual. Aos 40 anos,
mais mulheres do que homens têm asma.
Outro fator importante é o clima, que pode ter influência significativa na prevalência da asma,
o que é indicado pela verificação de maior número de casos em regiões com umidade relativa
do ar e índices pluviométricos mais elevados e menores em regiões de climas quentes e secos.
O clima seco dificulta a sobrevivência dos ácaros, principais alérgenos intradomiciliares, que
necessitam de hidratação obtida da umidade do ar para sobreviver.
As infecções virais são responsáveis por 80% das exacerbações, sendo os agentes mais comuns os
rinovírus, influenza e vírus sincicial respiratório. Outras causas incluem exposição a alérgenos,
tabaco, estresse emocional, infecções bacterianas e exercício físico.
Gabarito: C
2. (FCC/TRT13 - 2014)
(A) Asma.
(B) Tuberculose.
Comentário:
Uma questão difícil, na qual o candidato que conhecesse os cristais de Charcot-Leyden poderia ir
diretamente na alternativa A (alternativa correta). Vamos revisar esse achado:
• Espirais de Curshmann: cilindros mucosos formados nos bronquíolos, envoltos por fibrilas
em forma de espiral.
• Corpúsculos de Creola: aglomerados de células epiteliais descamadas do epitélio
respiratório.
Gabarito: A
3. (IBFC/EBSERH-UNIRIO-RJ – 2017)
Sobre os achados clínicos na asma, analise as sentenças abaixo e assinale a alternativa correta:
II. As manifestações que sugerem fortemente o diagnóstico de asma são a variabilidade dos
sintomas, o desencadeamento de sintomas por irritantes inespecíficos ou por aeroalérgenos,
a piora dos sintomas à noite e a melhora espontânea ou após o uso de medicações específicas
para asma.
III. O diagnóstico clínico da asma é sugerido por um ou mais sintomas, como dispneia, tosse
crônica, sibilância, opressão ou desconforto torácico.
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Comentário:
O diagnóstico clínico da asma é sugerido por um ou mais sintomas, como dispneia, tosse crônica,
sibilância, opressão ou desconforto torácico, sobretudo à noite ou nas primeiras horas da manhã.
(alternativa III correta) As manifestações que sugerem fortemente o diagnóstico de asma são a
variabilidade dos sintomas, o desencadeamento de sintomas por irritantes inespecíficos (como
fumaças, odores fortes e exercício) ou por aeroalérgenos (como ácaros e fungos), a piora dos
sintomas à noite e a melhora espontânea ou após o uso de medicações específicas para asma.
(alternativa II correta) É importante destacar que a asma de início recente em adultos pode estar
relacionada com exposições ocupacionais.
É importante saber reconhecer uma exacerbação grave da asma, que é potencialmente fatal e
requer cuidados imediatos e intensos. A presença de certos achados clínicos pode ajudar a
identificar pacientes sob risco de obstrução grave ao fluxo aéreo: taquipneia (>
30 respirações/min), taquicardia> 120 batimentos/min, uso de músculos acessórios de inspiração
(por exemplo, músculos esternocleidomastóideos), diaforese, incapacidade de falar frases ou
frases completas, incapacidade de se deitar devido à falta de ar e pulso paradoxal (isto é, uma
queda na pressão arterial sistólica de pelo menos 12 mmHg durante a inspiração).
Rinossinusite
Tuberculose
Cardiopatias
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Imunodeficiências
Rinossinusite
Gabarito: A
4. (IBFC/EBSERH-UFSC-SC – 2016)
(B) O VEF1(volume expiratório forçado no primeiro segundo), por sua boa reprodutibilidade, tem
sido a medida isolada mais acurada para estabelecer a gravidade da limitação ao fluxo aéreo
(E) O PFE (pico do fluxo expiratório) avalia grandes vias aéreas, é esforço dependente, produz
medidas de má qualidade, e seus valores variam entre os diversos aparelhos
Comentário:
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Os testes diagnósticos disponíveis na prática clínica incluem espirometria (antes e após o uso
de broncodilatador), testes de broncoprovocação e medidas seriadas de PFE.
O diagnóstico de asma é confirmado não apenas pela detecção da limitação ao fluxo de ar, mas
principalmente pela demonstração de significativa reversibilidade, parcial ou completa, após a
inalação de um broncodilatador de curta ação.
É importante ressaltar que o VEF1, por sua boa reprodutibilidade, tem sido a medida isolada
mais acurada para estabelecer a gravidade da limitação ao fluxo aéreo e a resposta imediata ao
uso de broncodilatador. (alternativa B correta)
A asma pode estar presente em pacientes com espirometria normal ou sem resposta
broncodilatadora significativa. Nesses casos, o diagnóstico deve ser confirmado pela
demonstração da hiper-responsividade das vias aéreas, que pode ser medida através da
inalação de substâncias broncoconstritoras (metacolina, carbacol e histamina) ou testada pelo
teste de broncoprovocação por exercício. (alternativa A correta)
Por sua alta sensibilidade e elevado valor preditivo negativo, os testes farmacológicos são
particularmente importantes para a decisão diagnóstica, especialmente nos casos com
manifestações de tosse crônica ou dispneia com espirometria normal. Assim sendo, um teste
de broncoprovocação química com resultado negativo, em indivíduos sintomáticos, exclui o
diagnóstico de asma como causa desses sintomas. (alternativa D correta)
A medida da variação diurna exagerada do Pico de Fluxo Expiratório (PFE) é uma forma mais
simples, mas menos acurada de diagnosticar a limitação ao fluxo aéreo na asma. Medidas
matinais e vespertinas do PFE devem ser obtidas durante duas semanas. A diferença entre os
valores matinais e vespertinos é dividida pelo maior valor e expressa em percentual. Em geral,
variações diurnas superiores a 20% são consideradas positivas. O PFE avalia grandes vias aéreas,
é esforço-dependente, produz medidas de má qualidade, e seus valores variam entre os
diversos aparelhos. (alternativa E correta)
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Gabarito: C
5. (FCC/TRT24 – 2017)
(E) uso de beta-agonista de curta duração para controlar sintomas mais que 2 dias/semana, mas
não diariamente.
Comentário:
Uso de B2-
>2dias/seman Várias vezes ao
Agonista de ≤2dias/semana Diariamente
a (não é diário) dia
Curta
Interferência
Limitação Extremamente
com Atividade Nenhuma Alguma limitação
menor Limitado
Física
Normal nas
exacerbações • VEF1 >60 mas
• VEF1 ≥80 % • VEF1 <60% do
<80 % do
do predito. predito.
Função •VEF1 >80% predito.
Pulmonar do predito
• VEF1/CVF • VEF1/CVF
• VEF1/CVF
normal reduzido > 5%
• VEF1/CVF reduzido 5%
normal
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I - Afirmativa CORRETA. Sintomas noturno até 2x/mês são da forma intermitente. Na forma leve,
são > 2 sintomas noturnos/mês.
III - Afirmativa INCORRETA. "VEF1 entre 60 e 80% do predito” ocorre nos casos de asma
Persistente Moderada.
A GINA (Global Initiative for Asthma) também propõe a classificação para asma, baseado no
quadro clínico atual. Esta divide os pacientes em três grupos ou níveis de controle da asma:
controlada, parcialmente controlada e não controlada. A classificação é baseada nos sintomas das
últimas quatro semanas e resumida na tabela abaixo.
Todos os
Característica 1 ou 2 critérios ≥ 3 critérios
critérios
(se conhecido)
Gabarito: D
6. (IBFC/SESACRE-AC – 2019)
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Recentemente foram publicadas as diretrizes da GINA (Global Initiative for Asthma) para
manejo e prevenção da asma. Considere essas diretrizes, analise as afirmativas abaixo e
assinale a alternativa correta.
I. O tratamento com baixa dose diária regular de Corticoide Inalatório (CI) é altamente eficaz
na redução dos sintomas de asma e na redução do risco de exacerbações relacionadas à asma,
hospitalização e morte.
II. Em adultos e adolescentes com asma leve, o tratamento com CI-formoterol de baixa dose,
quando necessário reduz o risco de exacerbações graves em cerca de dois terços em
comparação com o tratamento somente beta-agonista de curta duração.
III. Não se recomenda mais o tratamento da asma em adultos e adolescentes somente com
beta-agonista de curta duração.
Comentário:
Os β2-agonistas são potentes broncodilatadores e podem ser administrados pelas vias inalatória,
oral ou intravenosa, sendo a primeira a preferida. Por essa via, os efeitos desejados são mais
rápidos e o risco de reações indesejáveis é menor. Os efeitos colaterais mais frequentes (tremor
de extremidades e taquicardia) resultam, na maior parte das vezes, da absorção da fração oral da
dose inalada.
O grupo dos B2 Agonista de Longa Duração (LABA) é composto por formoterol e salmeterol. O
efeito broncodilatador de ambos dura aproximadamente 12 h, mas o início de ação do formoterol
é mais rápido que o do salmeterol. A monoterapia com LABA é formalmente contraindicada e,
assim, eles não devem ser prescritos isoladamente, mas associados à corticoterapia inalatória (CI).
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corticosteroide inalatório (CI). Embora haja relatos de ação anti-inflamatória dos LABA, em uma
meta-análise recente concluiu-se que esse efeito não é clinicamente significante.
O controle dos sintomas e a melhora da função pulmonar podem ocorrer após uma a duas
semanas de tratamento, enquanto para reversão da hiperresponsividade brônquica o paciente
pode necessitar de meses ou anos de utilização de CI. A suspensão do tratamento com CI pode
levar à deterioração do estado de controle da asma.
Os efeitos colaterais sistêmicos dos CI são habitualmente observados com utilização de doses altas
por tempo prolongado e são eles: perda de massa óssea, inibição do eixo hipotálamo-hipófise-
adrenal e déficit de crescimento, sem alteração da maturação da cartilagem de crescimento.
Candidíase oral, disfonia e tosse crônica por irritação das vias aéreas superiores podem ser
observadas com qualquer dose e são reduzidas se a recomendação de higiene oral após o uso for
seguida.
O GINA 2019 trouxe mudanças com a não recomendação do uso isolado de beta agonista de
curta duração, seja para asma intermitente ou persistente, pelo risco de exacerbações graves e
morte por asma. Deve-se associar o formoterol (beta agonista de longa duração) ao CI para
controle de sintomas (principal estudo foi feito com formoterol e budesonida). Outra opção é o
uso do de um beta agonista de curta duração e CI em associação.
A segunda recomendação é a do uso DIÁRIO de CI (em dose baixa) na etapa 2 para reduzir o
risco de agudizações graves. Outra opção é uso de CI em baixa dose associado ao formoterol.
Outra mudança foi uso de CI de média potência na etapa 4 e de CI de alta potência apenas na
etapa 5.
Assim, reveja o algoritmo de tratamento baseado no GINA 2019: (as três afirmativas estão
corretas)
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Etapa 2: indicado terapia DIÁRIA com corticoide inalatório (CI) em baixa dose com uso de B2-
agonista de curta duração se necessário. Segunda opção: uso de antileucotrieno.
Etapa 3: reservada para pacientes refratários a etapa 2 ou como terapia inicial em pacientes muito
sintomáticos.
Etapa 4: reservada para pacientes refratários a etapa 3, em que as crises costumam ser frequentes.
Etapa 5: reservada para pacientes refratários a etapa 4, em que as crises são muito frequentes e
limitantes. É comum a necessidade de uma quarta droga.
Os quatro componentes essenciais do manejo da asma são: monitoramento rotineiro dos sintomas
e da função pulmonar, educação do paciente, controle dos fatores desencadeantes e melhoria das
comorbidades e terapia farmacológica. Os objetivos do tratamento da asma são reduzir o
comprometimento dos sintomas (incluindo a manutenção de atividades diárias normais, como
trabalho, frequência escolar e participação em atletismo e exercícios), minimizar o risco de vários
desfechos adversos associados à asma (por exemplo, hospitalizações, perda da função pulmonar)
e dos efeitos adversos dos medicamentos para a asma.
Gabarito: C
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Paciente do sexo masculino com 26 anos em terapia de manutenção para asma persistente
com uso de beclometasona 400mcg/dia comparece em reavaliação ambulatorial com queixa
aumento de tosse com episódios isolados de sibilância, ocorrendo uma vez a cada duas
semanas, sem despertares noturnos diários e necessidade esporádica de medicação de
resgate. Em relação às opções terapêuticas a serem instaladas nesse caso assinale a alternativa
correta.
(B) Associar beta-2 agonista de longa duração e resgates com beta-2 agonista de curta duração
se necessário
(D) Realizar a troca por corticoide inalatório de maior potência em associação com beta-2 agonista
de longa duração e medicações de resgate se necessário
Comentário:
Questão interessante sobre o controle da asma. No caso acima não se observa nenhum critério de
controle inadequado. O profissional deve manter a terapia e reforçar as medidas de educação do
paciente, assim como controle dos fatores desencadeantes.
Todos os
Característica 1 ou 2 critérios ≥ 3 critérios
critérios
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(se conhecido)
Gabarito: A
8. (FCC/TRT16 – 2014)
(B) anticolinérgicos.
Comentário:
Gabarito: A
(B) da porcentagem de queda do volume expiratório forçado em 1 segundo após exercício leve
padronizado.
(C) da razão entre volume expiratório forçado em 1 segundo e a capacidade vital forçada.
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Comentário:
No entanto, medidas repetidas de PEF em um paciente são úteis para determinar mudanças ou
tendências relativas no controle da asma. A monitorização do PFE é melhor usada em pacientes
nos quais o diagnóstico de asma foi previamente estabelecido com uma avaliação mais completa.
Gabarito: C
(A) Alta, manter beta2-agonista por via inalatória a cada 4 horas por 48 horas e prednisona
1mg/kg/dia por 5 dias
(B) Alta, manter beta2-agonista por via inalatória a cada 4 horas por 7 dias e prednisona
1mg/kg/dia por 15 dias
(C) Manter no Pronto Socorro por 4 horas e reavaliar. Se houver condições de alta, manter beta2-
agonista por via inalatória a cada 4 horas por 48 horas e prednisona 1mg/kg/dia por 5 dias
(D) Manter no Pronto Socorro por 4 horas e reavaliar. Se houver condições de alta, manter beta2-
agonista por via inalatória a cada 4 horas por 7 dias e prednisona 1mg/ kg/dia por 15 dias
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(E) Manter no Pronto Socorro por 4 horas e reavaliar. Se houver condições de alta, manter beta2-
agonista por via inalatória a cada 4 horas por 3 dias e prednisona 1mg/kg por 7 dias, com redução
para 0,5 mg/kg/dia por mais15 dias
Comentário:
Na maioria das vezes, as exacerbações da asma, qualquer que seja sua gravidade, ocorrem de
forma gradual, com deterioração clínica progressiva em um período de 5-7 dias. As causas mais
comuns são as infecções virais ou a exposição a alérgenos ambientais, seguindo-se poluição
ambiental e exposição ocupacional ou a drogas, sendo as mais comuns os anti-inflamatórios não
esteroidais.
Iminência de
Sintoma Leve Moderado Grave
PCR
Com atividade
Dispneia Ao falar Repouso
física
Capacidade de Incapaz de
Sentenças Frases Palavras
falar falar
Frequência
Aumentada Aumentada >30ipm
respiratória
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Agitado ou Confuso ou
Estado mental Agitado Agitado
normal sonolento
VEF1 ou peak
>80% 60-80% <60%
flow
A realização de exames complementares não é necessária na maior parte dos casos atendidos
nos serviços de urgência. As indicações desses exames se aplicam à avaliação do diagnóstico
diferencial, comorbidades e complicações:
• Gasometria arterial: sinais/sintomas de quadro grave, PFE < 30% do valor previsto
ou SpO2 < 93%;
• Radiografia de tórax: exacerbação grave ou suspeita de
comorbidades/complicações, tais como pneumonia, ICC e pneumotórax;
• Hemograma: Suspeita de infecção;
• Eletrólitos: comorbidade cardiovascular, uso de diuréticos ou altas doses de β2-
agonistas, especialmente se associados a xantinas e corticoides sistêmicos.
Num cenário de exacerbação aguda, a maioria dos pacientes são manejados com Beta-2
agonista inalatório e corticosteroides. A inalação com Beta agonistas (exemplo: fenoterol) deve
ser feita sequencialmente, a cada 15-20 minutos, totalizando três inalações na primeira hora de
atendimento. O uso intravenoso dessas medicações não demonstra benefício adicional e
aumentam risco de efeitos colaterais como hipocalemia, taquiarritmias e acidose lática.
Considerar seu uso se houver falha da via inalatória ou impossibilidade de seu uso (exemplo:
rebaixamento do nível de consciência). Os pacientes com exacerbação devem ser tratados com
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Oxigênio suplementar deve ser administrado a pacientes com exacerbação moderada ou grave
de asma, hipoxêmicos (SpO 2 <90%) ou para os quais a monitorização contínua da saturação de
oxigênio não está disponível. O objetivo é manter saturação acima de 92% (em crianças e
gestantes o objetivo é saturação > 95%).
Em casos de asma grave pode-se associar anticolinérgicos inalatórios como ipatróprio. Essas
medicações induzem uma modesta melhora de função pulmonar e não reduzem taxas de
admissão hospitalar. Outros tratamentos não rotineiros e que são mais usados em casos não
responsivos a abordagem inicial incluem uso de aminofilina/ teofilina e sulfato de magnésio.
Apesar dos benefícios teóricos do heliox, estudos relataram resultados conflitantes quanto à
sua eficácia nas exacerbações da asma, não sendo usado de rotina.
A avaliação da resposta terapêutica deve ser realizada 30-60 min após o tratamento inicial,
com reclassificação da gravidade do paciente, criança ou adulto.
Cabe chamar a atenção para o quadro clínico das crianças, pois, entre elas, os sinais clínicos não
se correlacionam bem com a intensidade da obstrução das vias aéreas. Entre as medidas
objetivas, a que melhor se correlaciona com a gravidade é a SpO2. Por esse motivo, a
persistência de SpO2 < 92% após tratamento inicial com broncodilatador é uma das indicações
de hospitalização.
Os pacientes com boa resposta ao tratamento que não apresentam sinais de gravidade, com
SpO2 > 95% e que atingiram PFE ou VEF1 ≥ 70% do valor previsto podem ser liberados para o
domicílio. (alternativa A correta)
Os pacientes que permanecerem com critérios clínicos de maior gravidade (SpO2 < 92%,
valores de PFE ou VEF1 ≤ 50% do previsto após tratamento rotineiro pleno na emergência ou
alguma complicação) devem ser encaminhados para a internação hospitalar. Os critérios de
internação devem ser menos rígidos para os pacientes com problemas socioeconômicos, em
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Aproveite e revise as indicações de transferência para UTI, além das formais (parada
cardiorrespiratória e necessidade de ventilação mecânica):
Alguns dados da história clínica indicam um maior risco para evolução quase fatal ou fatal da
exacerbação de asma:
• Três ou mais visitas à emergência ou duas ou mais hospitalizações por asma no último ano;
• Uso de dois ou mais frascos de inalador pressurizado de β2-agonista de curta ação por mês;
• Asma lábil com variações acentuadas de função pulmonar, ou seja, mais que 30% do PFE ou
VEF1;
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A ventilação não invasiva (VNI) refere-se a modalidade ventilatória na qual oferta-se pressão
positiva para o sistema respiratório através de interfaces nasais, faciais ou totais. Este método
pode ser aplicado por ventiladores portáteis inclusive em uso domiciliar (exemplo: no tratamento
da SAHOS).
CPAP (Continuous positive airway pressure): Forma de respiração espontânea caracterizada por
uma pressão positiva única nas vias aéreas. A ventilação é totalmente controlada pelo paciente e
os músculos respiratórios são ativados e podem inclusiva fadigar em determinadas condições
agudas. Modalidade que pode ser empregada em pacientes com edema agudo de pulmão.
Também é muito bem indicado em pacientes com penumocistose, reduzindo taxas de intubação
orotraqueal.
BIPAP (Bi-level positive airway pressure): Há dois níveis de pressão durante o ciclo respiratório
(IPAP = suporte inspiratório e EPAP = pressão expiratória positiva). Na dinâmica da ventilação
mecânica, o IPAP é sinônimo de pressão positiva inspiratória (PIP) e o EPAP é equivalente a
pressão expiratória final positiva (PEEP). O termo gradiente de pressão consiste na diferença
de pressão entre o IPAP e EPAP e representa o nível de pressão de suporte não invasiva.
Modalidade de escolha em distúrbios obstrutivos como DPOC e asma descompensados.
Gabarito:A
(A) A capacidade vital forçada representa o volume de ar que permanece nos pulmões após a
realização de uma expiração máxima.
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(C) A capacidade residual funcional corresponde ao volume de gás nos pulmões após uma
inspiração máxima.
(D) O volume residual constitui o volume de gás inspirado ou expirado em cada respiração.
(E) A capacidade pulmonar total compõe o maior volume de ar mobilizado, podendo ser medida
tanto na inspiração quanto na expiração.
Comentário:
CVF (Capacidade Vital Forçado): representa o volume máximo de ar exalado com esforço máximo,
a partir do ponto de máxima inspiração. Quando este parâmetro estiver 80% do previsto, na
presença de VEF1/CVF normal, sugere-se distúrbio restritivo.
CPT (Capacidade Pulmonar Total): consiste no volume de gás nos pulmões após a inspiração
máxima. Para simplificar é o pulmão com “tanque cheio”. (alternativa E errada)
VR (Volume Residual): representa o volume de ar que permanece no pulmão após uma expiração
máxima. É o que “sobra no pulmão” quando enchemos um balão de festa. (alternativa A errada)
(alternativa D errada)
FEF (Fluxo Expiratório Forçado) 25-75: representa o fluxo expiratório forçado médio de um
segmento obtido durante a manobra de CVF; por exemplo FEF25-75% é o fluxo expiratório
forçado médio na faixa intermediária da CVF, isto é, entre 25 e 75% da curva de CVF.
Volume de Reserva Expiratório (VRE): é a quantidade de ar que pode sair dos pulmões após uma
expiração corrente, e em uma expiração máxima o VRE pode chegar a 1100ml;
Relação VEF1/CVF: A razão entre estas duas medidas é a que melhor avalia a presença de
distúrbios obstrutivos.
No distúrbio obstrutivo, o VEF1 se reduz muito mais que a CVF e o índice VEF/CVF encontra-se
tipicamente baixo (<70%).
Nos distúrbios mistos, a espirometria revela relação VEF1/CVF < 70% e uma CVF bastante
diminuída.
A capacidade difusional pulmonar é calculada pela relação entre a pressão arterial de O2 e a fração
inspirada de O2 e altera-se quando há um obstáculo ao transporte de oxigênio através da
membrana alvéolo-capilar determinando um shunt pulmonar. Ocorre em casos de destruição do
parênquima ou por edema pulmonar.
Gabarito: B
I. Em qualquer adulto com 40 anos ou mais e história de exposição a fatores de risco (tabaco,
biomassa, vapores ou poeira ocupacional), com ou sem sintomas respiratórios, deve -se
considerar o diagnóstico da DPOC.
II. Para estabelecer o diagnóstico da DPOC é necessária a realização de espirometria, que haja
a presença de obstrução ao fluxo de ar e que ela persista após a administração de BD
(broncodilatador) (VEF1 / CVF<0,70 pós-BD).
Comentário:
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A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é caracterizada por limitação crônica do fluxo
aéreo, não totalmente reversível, usualmente progressiva, decorrente de uma resposta
inflamatória anormal dos pulmões a inalação de partículas ou gases tóxicos. O processo
inflamatório crônico pode produzir alterações dos brônquios (bronquite crônica), bronquíolos
(bronquiolite obstrutiva) e parênquima pulmonar (enfisema pulmonar):
• Bronquite crônica: tosse produtiva por três meses ou mais, por dois anos consecutivos,
em que ocorre hipersecreção de muco, não necessariamente com obstrução ao fluxo
aéreo.
• Enfisema pulmonar: permanente e anormal aumentos dos espaços aéreos, distalmente
aos bronquíolos terminais, acompanhada de destruição de suas paredes, sem fibrose
óbvia.
• DPOC: presença de VEF1<80% do predito, após uso de broncodilatador ou
VEF1/CVF<70%. Com isso, confirma-se a presença de uma obstrução ao fluxo que não
é totalmente reversível. (afirmativa II correta)
As alterações patológicas predominantes da DPOC são encontradas nas vias aéreas, mas também
são observadas alterações no parênquima pulmonar e na vasculatura pulmonar. Anormalidades
das vias aéreas na DPOC incluem inflamação crônica, aumento do número de células caliciformes,
hiperplasia das glândulas mucosas, fibrose, estreitamento e redução do número de pequenas vias
aéreas e colapso das vias aéreas. A inflamação crônica é caracterizada pela presença de linfócitos
T CD8 +, neutrófilos e monócitos/macrófagos CD68+ nas vias aéreas. Em comparação, a
inflamação brônquica da asma é caracterizada pela presença de linfócitos T CD4+, eosinófilos e
aumento da interleucina (IL) -4 e IL-5.
• No enfisema acinar distal (também conhecido como parasseptal), os ductos alveolares são
predominantemente afetados. O enfisema acinar distal pode ocorrer isoladamente ou em
combinação com enfisema acinar proximal e panacinar. Quando ocorre isoladamente, a
associação usual é o pneumotórax espontâneo em um adulto jovem.
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pulmonares. A destruição dos alvéolos devido ao enfisema pode levar à perda das áreas
associadas do leito capilar pulmonar e à poda da vasculatura distal.
No exame físico, pode-se observar achados de hiperinsuflação pulmonar como tórax em tonel,
diminuição de murmúrio vesicular e hipertimpanismo. Em pacientes com exacerbação da doença
é importante ficar atento a uso de musculatura respiratória acessória, respiração freno labial,
cianose perioral e de mucosa; turgência jugular, sinal de Kussmaul, hiperfonese de P2 em foco
pulmonar, sopro de insuficiência tricúspide, hepatomegalia e edema periférico indicando
insuficiência cardíaca direita.
Gabarito: B
hemoptise. O médico suspeita de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Com base
nesse caso clínico, assinale a alternativa que apresenta o achado clínico a ser observado ne sse
paciente.
(A) Redução da porcentagem da capacidade vital que é expirada durante o primeiro segundo de
esforço máximo (VEF1/CVF) com boa resposta a prova com broncodilatadores.
(E) Relação de VEF1/CVF está normal e capacidade vital forçada (CVF) reduzida.
Comentário:
• Índice de massa corpórea. Na DPOC, valores inferiores a 25kg/m2 estão associados com
pior prognóstico.
• Gravidade, frequência das exacerbações e hospitalizações por DPOC no ano anterior.
• Identificação de comorbidades.
• Gravidade da dispneia por meio da escala MMRC. A oximetria de pulso (SpO2) em repouso
e em ar ambiente serve como triagem para o diagnóstico de insuficiência respiratória
crônica. A presença de dessaturação durante atividade (TC6M ou teste do degrau) está
associada a alteração da relação ventilação-perfusão. Entretanto, seu uso para indicar
suplementação de oxigênio ainda é controverso.
• Radiograma de tórax. Recomenda-se na avaliação inicial para excluir outras doenças como
câncer de pulmão, tuberculose e doenças ocupacionais. Em casos da DPOC moderada e
grave pode-se encontrar sinais de hiperinflação (retificação do diafragma, aumento de ar
no espaço retrosternal, aumento do diâmetro vertical do tórax entre outros) e sinais de
hipertensão pulmonar direita.
• Hemoglobina e hematócrito para excluir policitemia associada à hipoxemia.
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Gabarito: C
(A) montelucaste.
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Comentário:
Uma das questões mais recorrentes em concursos é sobre classificação e tratamento de DPOC.
Fique atento a classificação espirométrica:
Para fins de tratamento, os pacientes com DPOC são classificados em quatro grupos (A a D), de
acordo com a sintomatologia e histórico recente de exacerbações (“combina-se sintomas e risco”).
O primeiro passo é avaliar a sintomatologia usando um dos dois questionários: mMRC (avalia a
disfunção causada pela dispneia) ou CAT (abrange o impacto da dispneia na rotina e bem-estar
diário). Pacientes com CAT ≥ 10 ou mMRC≥ 2, são mais sintomáticos, e colocados à direita do
quadro (B e D).
Segundo passo é avaliar o número de exacerbações no último ano. São considerados de maior
risco aqueles com duas ou mais exacerbações recentes, ou pacientes com uma única exacerbação,
mas que necessitou de internação hospitalar. Estes são posicionados na parte de cima do quadro
(grupos C e D).
Observe o quadro de avaliação combinada de riscos e sintomas no DPOC, além dos questionários
mMRC e CAT:
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1 - Falta de ar ao apressar o passo, ao subir um lance de escadas ou ao subir uma ladeira leve;
2 - Andar mais devagar que pessoas da mesma idade ou precisar parar para respirar quando anda
no próprio passo;
3 - Parar para respirar antes de andar 100 metros ou após alguns minutos;
No CAT (COPD Assessment Test) o paciente deve dar notas de 0 a 5 para cada um dos oito itens.
A avaliação é bem subjetiva. Por exemplo: no item tosse, ZERO equivale a Nunca tenho tosse e 5
equivale a Estou sempre a tossir. A pontuação final corresponde ao somatório de todos os itens.
Agora observe as propostas de tratamento medicamentoso de acordo com o grupo. Vale a pena
lembrar que medidas não farmacológicas são extremamente relevantes como abandono do
tabagismo, vacinação anti-Influenza e anti-pneumocócica, além de reabilitação pulmonar. Repare
que o paciente em questão é do grupo II na classificação espirométrica e grupo A pelo GOLD.
Grupo B: pacientes pouco sintomáticos e com baixo risco de exacerbações, PORÉM mais
sintomáticos. Há indicação de tratamento de manutenção com LABA OU tiotrópio.
Grupo C: pacientes pouco sintomáticos e com alto risco de exacerbações. Preferência pelo
tiotrópio, ficando o LABA com segunda opção. Em pacientes que mantém exacerbações
frequentes com uso de apenas uma droga, pode-se associar LABA com tiotrópio ou LABA com
corticoide inalatório (CI).
Grupo D: pacientes com doença grave, muito sintomáticos e alto risco de exacerbação. Indica-se
LABA com tiotrópio. Se associa CI em casos de exacerbações frequentes.
As metilxantinas são drogas de segunda linha e de baixo custo. Podem substituir o LABA em
pacientes de baixo poder aquisitivo ou ser adicionada ao esquema broncodilatador prévio.
Observe que os CI diminuem o número de exacerbações, porém sem alteração na taxa de
mortalidade. (alternativa D errada)
Deve-se ter atenção a potenciais complicações da doença como embolia pulmonar, pneumonia,
pneumotórax, cor pulmonale com insuficiência cardíaca direita e hipoxemia crônica.
Gabarito: D
Com relação ao tratamento da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), é correto afirmar
que:
(A) O uso das xantinas, apesar de ter menor grau de evidência, traz benefícios pelo efeito
vasodilatador coadjuvante no início da terapia.
(B) A N-acetilcisteína é indicada na fase de exacerbação por diminuir o estresse oxidativo causado
pela inalação de fumaça em tabagistas ativos.
(C) O emprego de corticoides sistêmicos na fase estável tem o propósito de reduzir o número de
exacerbações.
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(D) A oxigenoterapia domiciliar está indicada quando a paO2 está entre 56 e 59mmHg, na
presença de cor pulmonale ou policitemia.
Comentário:
Dados consistentes da literatura mostram que o estresse oxidativo nas vias aéreas de
pacientes com DPOC faz parte importante no desenvolvimento da doença e que se
relaciona com o risco futuro de exacerbações, com o aumento de influxo maior de células
inflamatórias e de citocinas inflamatórias. A utilização de agentes antioxidantes e anti-
inflamatórios na DPOC tem sido estudada para o controle de exarcebações.
A NAC apresenta ação direta, devido à presença do grupo sulfidril livre, que serve como
uma fonte pronta de equivalente redutor de oxidantes, e ação indireta, devido à reposição
intracelular dos níveis do antioxidante glutationa. Entretanto, ainda há grande discussão em
relação à eficácia desse fármaco no controle de eventos de exacerbações do DPOC e à
melhor dose para o controle desses eventos.
C) O uso de corticoide oral tem numerosos efeitos colaterais, incluindo miopatia que contribui
para perda funcional e insuficiência respiratória em pacientes com DPOC grave. O uso está
indicado durante exacerbações com melhora da função pulmonar e dispneia. Não há
benefício em seu uso contínuo no tratamento da DPOC. (alternativa C errada)
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As duas vacinas recomendadas pelo GOLD são influenza vírus anualmente e antipneumocócicas.
Vacinas contra gripe podem reduzir em 50% doenças graves e morte em pacientes com DPOC.
As cepas são ajustadas anualmente para uma eficiência apropriada e devem ser administradas
anualmente.
O GOLD em suas várias versões, incluindo a de 2019, não deixa claro o número de doses,
subentendendo que se trata de dose única. Porém, a Sociedade Brasileira de Geriatria e
Gerontologia sugere que esquema de doses depende do status vacinal e inclui preferencialmente
uma dose de VPC13, seguida de duas doses de VPP23 (com 6 a 12 meses e após 5 anos da
vacinação com VPC13).
Gabarito: D
Mulher, 65 anos, apresenta dispneia e tosse seca matutina há 7 anos. Tabagista, fuma 1 maço
de cigarro ao dia há 50 anos. Tomou antibióticos duas vezes no último ano por aumento da
expectoração e piora de dispneia. Exame físico: bom estado geral, corada, hidratada, cianótica
(+/4+); ausculta cardíaca normal; ausculta pulmonar com murmúrio diminuído globalmente;
SpO2 = 86% (ar ambiente); FC = 88 bpm; PA = 130 x 70 mmHg. Exames complementares:
espirometria pós-broncodilatador; VEF1 = 0,66 L (24% do previsto); CVF: 1,94 (56% do
previsto); VEF1/CVF: 0,34 (43% do previsto). O benefício do uso crônico de broncodilatador
de ação prolongada é
Comentário:
Pelo fato da DPOC frequentemente se desenvolver em fumantes de meia idade que já fumam há
bastante tempo, pacientes muitas vezes têm uma variedade de outras doenças relacionadas ao
tabagismo ou envelhecimento. A DPOC em si também tem efeitos extra-pulmonares (sistêmicos)
importantes que levam a condições de comorbidade.
Por isso, a DPOC deve ser tratada com cautela e atenção especial assim como também as
comorbidades e seus efeitos na qualidade de vida do paciente. Um diagnóstico diferencial
cuidadoso e uma avaliação integral da gravidade da comorbidade devem ser realizados em cada
paciente com limitação crônica do fluxo aéreo.
Vamos a uma revisão das principais comorbidades (não inclui DRGE, Apneia do sono e
bronquiectasias).
Cardiopatia isquêmica
quando indicados em DIC são, no entanto, consideravelmente maiores do que os riscos potenciais
associados ao tratamento, mesmo em pacientes com DPOC grave. Já o tratamento do DPOC em
si, deve como de costume.
Insuficiência cardíaca
Aproximadamente 30% dos pacientes com DPOC estável pode apresentar algum grau de
insuficiência cardíaca (IC). Este é um diagnóstico diferencial significativo para uma exacerbação de
DPOC. Por outro lado, aproximadamente 30% dos pacientes em uma IC clínica tem DPOC, e a
DPOC comórbida é frequentemente a causa da admissão por IC aguda, com implicações
significativas prognóstico, pois o VEF1 é um forte preditor de mortalidade na IC.
A IC deve ser tratada de acordo com as diretrizes habituais. O tratamento com bloqueadores de
b1 seletivos tem um impacto significativo na sobrevida, sendo considerado seguro. Os benefícios
do tratamento seletivo de b1 bloqueador superam claramente qualquer risco potencial associado
ao tratamento, mesmo em pacientes com DPOC grave. Já o tratamento do DPOC em si, deve
como de costume.
Fibrilação atrial
A fibrilação atrial (FA) é a mais frequente arritmia cardíaca em pacientes com DPOC. Representa
um desafio clínico por causa da dispneia e incapacidade resultante da sua coexistência. O
tratamento da FA é o habitual, dando-se preferência a b-bloqueadores b1-seletivos.
A DPOC deve ser tratado como de costume; no entanto, deve-se ter atenção ao uso de altas
doses de b2-agonistas e teofilina, pelo risco de tornar o controle da frequência cardíaca adequada
difícil.
Hipertensão
A hipertensão é provável que seja a comorbidade mais frequente na DPOC e tenha implicações
para o prognóstico. A disfunção diastólica resultante pode estar associada com intolerância a
exercício e mimetizar sintomas de exacerbação. Deve ser tratada de acordo com as diretrizes
usuais, da mesma forma que a DPOC.
Osteoporose
Tanto o tratamento da comorbidade e da DPOC devem ser feitos da forma habitual. Entretanto,
a triancinolona inalada foi associada ao aumento da perda de massa óssea, fato não evidenciado
com uso de budesonida e propionato de fluticasona inaladas. Uma associação entre
corticosteroides inalatórios e fraturas foi encontrada em estudos de farmacoepidemiologia. No
entanto, esses estudos não levaram totalmente em conta a gravidade da DPOC ou exacerbações
e seu tratamento. Corticosteroides sistêmicos aumentam significativamente o risco de
osteoporose, e seu uso recorrente deve ser evitado, se possível.
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Ansiedade e depressão
Ambos os transtornos devem ser tratados de acordo com as diretrizes usuais e a DPOC deve ser
tratada como de costume. O impacto potencial da reabilitação pulmonar deve ser salientado, pois
estudos descobriram que o exercício físico tem um efeito benéfico sobre a depressão em geral.
Câncer de pulmão
O câncer de pulmão é frequentemente observado em pacientes com DPOC e tem sido encontrado
como a causa mais frequente de morte em pacientes com DPOC leve a moderada. Deve ser
tratado de acordo com as diretrizes habituais. No entanto, muitas vezes a função pulmonar
reduzida de pacientes com DPOC será um fator que limita a intervenção cirúrgica para câncer de
pulmão. Tratamento da DPOC em pacientes com câncer de pulmão. Da mesma forma, a DPOC
deve ser tratada como de costume.
Infecções
Síndrome metabólica e diabetes manifesto são mais frequentes na DPOC, com a primeira
acometendo 30% dos pacientes. O diabetes deve ser tratado de acordo com as diretrizes usuais,
porém, para pacientes com DPOC grave, não é aconselhável um índice de massa corporal inferior
a 21 kg/m2. Já o DPOC deve ser tratado da forma habitual.
Gabarito: A
A doença pulmonar obstrutiva crônica é uma doença com evolução progressiva que em
determinado momento pode necessitar de oxigênioterapia domiciliar. Assinale a alternativa
correta que contenha um critério para início dessa modalidade terapêutica.
Comentário:
A oxigenoterapia domiciliar prolongada (ODP), por mais de 15 horas ao dia, tem demonstrado
ser, de forma inequívoca, o principal tratamento para melhorar a sobrevida de pacientes
hipoxêmicos portadores de DPOC, tendo como objetivo a manutenção da saturação arterial da
oxiemoglobina acima de 90% (SaO2 ≥ 90%), documentada na gasometria arterial (valores de
saturação repetidos duas vezes por três semanas no paciente estável).
Outras opções terapêuticas para pacientes com doença avançada são bulectomia, transplante
pulmonar e Cirurgia Redutora de Volume Pulmonar (CRVP). O principal critério de seleção para
este procedimento é a presença de doença com comprometimento parenquimatoso
heterogêneo, predominando nos lobos superiores bilaterais.
Dentre as principais indicações para a realização da CRVP podemos citar: dispneia incapacitante
com piora na qualidade de vida, VEF1 entre 25% e 35% do previsto, hiperinsuflação pulmonar com
capacidade pulmonar total maior que 120% e relação volume residual/capacidade pulmonar total
maior que 60%. Quanto aos critérios de contraindicação podem-se citar: pacientes hipersecretivos
caracterizando bronquite crônica, idade superior a 80 anos, cardiopatia ou outra comorbidade
grave, hipertensão arterial pulmonar maior que 35 mmHg, hipercapnia grave (PaCO2 acima de
55mmHg), história de doença neoplásica prévia, cirurgia torácica prévia, dependência de
ventilação mecânica, VEF1 maior que 35% ou menor que 25% do previsto, volume residual menor
que 150% do predito, ansiedade e depressão incontroláveis, peso corporal acima de 140% do
peso ideal, deficiência da enzima alfa-1-antitripsina e tabagistas ativos.
Cor pulmonale é uma condição que promove o aumento do ventrículo direito secundário a um
quadro de pneumopatia. O acometimento pulmonar está associado a um aumento de resistência
vascular com subsequente hipertensão arterial pulmonar, sucedida por insuficiência ventricular
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A cor pulmonale pode ser aguda ou crônica. A causa aguda mais comum é o tromboembolismo
pulmonar maciço e a DPOC é a principal responsável pela doença crônica. Entre outras causas de
hipertensão pulmonar e cor pulmonale em nosso meio, é importante ressaltar a etiologia
esquistossomótica.
Gabarito: C
(A) É recomendada a coleta de escarro para cultura geral e, de acordo com o crescimento
bacteriano, iniciar antibioticoterapia específica.
(B) O quadro sugere evolução natural da doença de base e hipersecreção causada pelo tabagismo
incessante. Faz-se necessária a introdução de corticoterapia sistêmica.
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(D) O quadro é altamente sugestivo de exacerbação do DPOC por quadro infeccioso agudo, e o
tratamento com antibióticos deve ser prontamente iniciado.
Comentário:
A exacerbação do DPOC é definida como piora de sintomas caracterizado por três sintomas
cardinais: piora da dispneia, aumento de expectoração ou alteração da característica do escarro
(torna-se purulento). Pode ser classificada em: (alternativa B errada) (alternativa D correta)
Exacerbação da doença, em 80% dos casos, se deve a infecção respiratória bacteriana, sendo a
traqueobronquite aguda a maior responsável. Os principais agentes etiológicos envolvidos são: S.
pneumoniae (15 a 30%), Haemophylus influenzae (14 a 30%) e Moraxella catarrhalis (2 a 7%). P.
aeruginosa deve ser lembrada naqueles com bronquiectasias e uso de corticoide. TEP pode ser
encontrado em até 25% dos pacientes internados, devendo ser investigado naqueles sem uma
causa aparente. Fatores de risco para exacerbação incluem: idade avançada, tosse produtiva,
duração do DPOC, uso prévio de antibiótico, hospitalização decorrente do DPOC no último ano,
uso de teofilina, hipersecreção crônica de muco, presença de uma ou mais comorbidades, DRGE.
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Indicações de hospitalização:
• DPOC grave;
• Piora marcante da intensidade dos sintomas;
• Queixa de novos sinais (cianose, edema periférico);
• Incapacidade de comer ou dormir devido aos sintomas;
• Ausência de resposta a terapêutica inicial;
• Comorbidades;
• Exacerbações frequentes;
• Diagnóstico incerto;
• Arritmia recente;
• Idade avançada;
• Suporte domiciliar inadequado.
• Inalação com beta-2 agonista de curta duração a cada 20 minutos até 3 doses
e, em seguida, de 4/4 horas até estabilização. Uso fenoterol ou salbutamol 10
gotas (2,5mg) associado a 3ml SF 0,9%. Associar anticolinérgico se não houver
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Tão importante quanto saber critérios de internação e gravidade, é ter segurança no momento da
alta. São critérios: necessidade de inalação com beta-2 agonista ≤ 4 horas, capacidade de
caminhar, capacidade de comer e dormir sem alterações frequentes pela dispneia, estabilidade
clínica e gasométrica por 12-24 horas, compreensão por parte do paciente ou familiares quanto
ao correto uso da prescrição, confiança no sucesso da terapia em domicílio.
Gabarito: D
Comentário:
A dependência à nicotina, além de ser uma doença, é fator causal para aproximadamente 50
outras doenças incapacitantes e fatais, como câncer, doenças cardiovasculares e respiratórias
crônicas. A prevalência dessas vem aumentando progressivamente no último século, gerando
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Nos últimos anos, o Brasil aprovou diversas regulamentações que tratam desde consumo de
tabaco em espaços públicos, formas de propaganda, aumentos de impostos e regulamentação do
uso de aditivos, até políticas de substituição da agricultura do tabaco por outros produtos
agrícolas. Deve-se, em grande parte, a essas ações de impacto populacional a queda da
prevalência do tabagismo na população brasileira observada nas últimas décadas (31,7% da
população adulta em 1989 para 14,7% em 2013).
Em relação aos fumantes que estão dispostos a parar, recomenda-se uma combinação de suporte
comportamental e terapia farmacológica. As drogas de primeira linha são a terapia de reposição
de nicotina combinada (TRNC), que consiste em uma TRNC de ação prolongada (adesivos) e uma
TRNC de curta duração (goma ou pastilha), vareniclina, bupropiona (drogas de primeira linha) e
nortriptilina (droga de segunda linha). As medicaçãoes são utilizadas por até 12 semanas.
(alternativa D correta) O uso de clonidina é limitado pelos seus efeitos colaterais.
Os ajustes de medicação para pacientes que continuam a fumar apesar da farmacoterapia podem
ser abordados da seguinte forma:
• Antes de trocar os medicamentos, os pacientes que não conseguem parar de fumar devem
ser entrevistados para determinar se o medicamento estava sendo usado corretamente e
receber instruções precisas sobre o uso, se o medicamento foi usado incorretamente.
• Para pacientes que continuam apresentando sintomas de abstinência, apesar do uso
correto de uma farmacoterapia de primeira linha, e que ainda não estão tomando TRN de
ação curta, sugere-se a adição deste. Além disso, a dose do medicamento de primeira linha
deve ser aumentada se ainda não estiver maximizada.
• Para pacientes que usam medicamentos de primeira linha (incluindo TRN de ação curta)
correta e máxima, sem efeito suficiente em quatro semanas, as opções incluem combinar
medicamentos adicionando outro agente de primeira ou segunda linha, alternando para
uma terapia de primeira linha diferente ou mudar para nortriptilina.
Para pacientes que desistiram e recidivaram com sucesso, sugere-se o tratamento com o agente
farmacológico que anteriormente funcionava para eles. Essa estratégia pode ser aprimorada com
um suporte comportamental mais intensivo ou com a adição de uma segunda droga.
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A bupropiona é segura para uso entre fumantes com DCV estável e DPOC. Estudos sugerem que
a medicação é segura, embora não seja eficaz, para fumantes hospitalizados por infarto agudo do
miocárdio. Os efeitos colaterais mais comuns são: insônia, agitação, boca seca e dor de cabeça.
O uso contínuo de bupropiona é iniciado uma semana antes da data prevista para o fumante parar,
pois leva de cinco a sete dias para atingir os níveis sanguíneos em estado estacionário. Parar de
fumar abruptamente parece ser mais eficaz, embora a redução gradual do tabagismo (redução de
50% do tabagismo na semana 4, outra redução de 50% na semana 8 e, em seguida, abandono da
semana 12) seja uma alternativa aceitável. A dose recomendada de bupropiona é de 150 mg/dia
por três dias e, em seguida, 150 mg duas vezes por dia depois. Recomenda-se o tratamento por
pelo menos 12 semanas.
Os efeitos colaterais mais comuns relatados são náuseas e distúrbios do sono (por exemplo,
insônia, sonhos anormais [vívidos, incomuns ou estranhos]). Havia preocupações iniciais sobre os
efeitos colaterais neuropsiquiátricos e cardiovasculares da vareniclina, mas estudos subsequentes
não apoiaram essas preocupações. Também é segura para pacientes com DPOC.
Os fumantes são instruídos a parar de fumar uma semana após o início da vareniclina, altura em
que são alcançados níveis sanguíneos estáveis. No entanto, um período mais longo de pré-
carregamento de até cinco semanas antes da data de término também é eficaz para alcançar a
abstinência. Parar de fumar de forma abrupta parece ser mais eficaz, embora a redução gradual
do tabagismo seja uma alternativa aceitável.
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A dose recomendada de vareniclina é de 0,5 mg por dia durante três dias, depois 0,5 mg duas
vezes ao dia por quatro dias e 1 mg duas vezes ao dia pelo restante de um curso de 12 semanas.
A titulação positiva da dose de vareniclina é feita para minimizar os efeitos colaterais
gastrointestinais, especialmente náusea. A redução da dose é necessária para pessoas com
depuração da creatinina <30 mL / minuto, porque a vareniclina é excretada quase inteiramente
pelo rim.
Embora as evidências não sugiram que a vareniclina cause mais sintomas neuropsiquiátricos do
que outros auxílios à cessação do tabagismo, é recomendado que qualquer paciente que inicie a
droga e que desenvolva sintomas neuropsiquiátricos, incluindo alterações de comportamento,
hostilidade, agitação, humor deprimido, ideação suicida, e tentativas de suicídio deve interromper
o medicamento, entrar em contato com o médico e procurar atendimento imediatamente.
Gabarito: D
(B) Dentre a natureza dos materiais associados à embolização, é possível citar gordura, liquído
amniótico e xenomateriais como os metilmetacrilatos.
(C) Os sinais e sintomas mais frequentes descritos nos pacientes com tromboembolismo pulmonar
são dispneia, dor torácica ventilatório-dependente, tosse, taquipneia e crepitações pulmonares.
Comentário:
Os fatores de risco podem ser classificados como genéticos (ex: fator V de Leiden e a mutação
do gene da protrombina) e adquiridos. Estes podem ser ainda subclassificados como
provocadores (por exemplo, cirurgia recente, trauma, imobilização, iniciação de terapia hormonal,
câncer ativo, cirrose, insuficiência cardíaca) ou não-provocantes (por exemplo, obesidade,
tabagismo pesado).
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Acredita-se que a maioria dos êmbolos surjam das veias proximais dos membros inferiores (ilíaca,
femoral e poplítea) e mais de 50% dos pacientes com trombose venosa profunda (TVP) desse
território apresentam TEP concomitante. TVP do cavo poplíteo raramente emboliza o pulmão e
dois terços destes trombos desaparecem espontaneamente. No entanto, se não tratado, um terço
desta TVP se estende para as veias proximais, onde eles têm maior potencial para embolizar.
(alternativa A correta)
A maioria dos trombos se desenvolve em locais de fluxo reduzido nas veias dos membros
inferiores, como as cúspides ou bifurcações da válvula. No entanto, eles também podem se
originar em veias com maior fluxo venoso, incluindo a veia cava inferior, ou veias pélvicas, e em
veias de extremidade não inferior, incluindo veias renais e dos membros superiores.
Os êmbolos pulmonares são tipicamente múltiplos, com os lobos inferiores envolvidos na maioria
dos casos. Uma vez que o trombo se aloja no pulmão, uma série de respostas fisiopatológicas
pode ocorrer:
• Infarto: em cerca de 10% dos pacientes, pequenos trombos se alojam distalmente nos vasos
segmentares e subsegmentares, resultando em infarto pulmonar. É mais provável que esses
pacientes tenham dor torácica pleurítica e hemoptise, devido a uma intensa resposta
inflamatória no pulmão e pleura visceral e parietal adjacente.
• Troca gasosa anormal: o prejuízo nas trocas gasosas é devido à obstrução mecânica e
funcional do leito vascular, alterando a relação ventilação/ perfusão, e também à
inflamação, resultando em disfunção do surfactante e atelectasia, com desvio funcional
intrapulmonar. Ambos os mecanismos causam hipoxemia. Acredita-se também que a
inflamação seja responsável por estimular o drive respiratório, resultando em hipocapnia e
alcalose respiratória. A hipercapnia e a acidose são incomuns no TEP, a menos que o choque
esteja presente.
• Comprometimento cardiovascular: a hipotensão no TEP é devida à diminuição do volume
sistólico e do débito cardíaco (DC). Ocorre aumento resistência vascular pulmonar (RVP),
devido à obstrução física do leito vascular com trombo e vasoconstrição hipóxica. A RVP
aumentada, por sua vez, impede a saída do ventrículo direito (VD) e causa sua dilatação
com achatamento ou inclinação do septo intraventricular. Tanto o fluxo diminuído do VD,
quanto sua dilatação reduzem a pré-carga do ventrículo esquerdo, comprometendo o DC.
Por exemplo, quando a obstrução do leito vascular pulmonar se aproxima de 75%, o VD
deve gerar uma pressão sistólica superior a 50 mmHg para preservar o fluxo adequado da
artéria pulmonar.
O TEP apresenta uma ampla variedade de características, desde ausência de sintomas até choque
ou morte súbita. O sintoma mais comum é a dispneia, seguida por dor torácica (classicamente
pleurítica) e tosse. A hemoptise é um sintoma incomum de apresentação. Raramente os pacientes
apresentam choque, arritmia ou síncope. Muitos pacientes, incluindo alguns com grandes TEP,
são assintomáticos ou apresentam sintomas leves ou inespecíficos. Assim, é fundamental que um
alto nível de suspeita seja mantido, de modo que os casos clinicamente relevantes não sejam
perdidos.
Os sintomas mais comuns em pacientes com TEP foram identificados no grupo de Investigação
Prospectiva de Diagnóstico de Embolia Pulmonar (PIOPED): (alternativa C correta)
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• Taquipneia (54%);
• Inchaço da panturrilha ou da coxa, eritema, edema, sensibilidade, cordas palpáveis (47%);
• Taquicardia (24%);
• Estertores (18%);
• Diminuição dos sons respiratórios (17%);
• Hiperfonese de segunda bulha pulmonar (15%);
• Distensão venosa jugular (14%);
• Febre, simulando pneumonia (3%).
O TEP hemodinamicamente instável (TEP “maciço”) ocorre em 8% dos casos e se apresenta com
hipotensão (PAS<90mmHg por um período>15 minutos), hipotensão que requer vasopressores
ou evidência clara de choque. O TEP hemodinamicamente estável engloba um grupo
heterogêneo, variando de pacientes com TEP pequeno e PA estável (“baixo risco”) a pacientes
com TEP maior que têm disfunção de VD e PA limítrofe (ou seja, risco “submaciço”/risco
intermediário).
Hipoxemia inexplicada no contexto de uma radiografia de tórax normal deve aumentar a suspeita
clínica de TEP e promover nova avaliação. No entanto, pode haver gasometria normal em até
18% dos pacientes. (alternativa D errada)
Gabarito: D
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Comentário:
Paciente idoso no pós-operatório de osteossíntese com quadro clínico muito sugestivo de TEP.
Além disso, o ECG demonstra o clássico padrão S1Q3T3. Como a propabilidade pré-teste é alta
para TEP, o melhor exame nesse contexto é a angio-TC de tórax. (observe a questão seguinte).
Anormalidades no ECG, embora comuns, são inespecíficas. Os principais achados são taquicardia
e alterações inespecíficas do segmento ST e da onda T (70%). Anormalidades historicamente
consideradas sugestivas de TEP (padrão S1Q3T3, sobrecarga de VD, novo bloqueio incompleto
do ramo direito) são incomuns (menos de 10%). Anormalidades no ECG associadas a um mau
prognóstico incluem:
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Achados inespecíficos na radiografia de tórax são comuns no TEP (por exemplo, atelectasia e
derrame) e exame normal pode ser visto em 12 a 22% dos pacientes. A corcunda de Hampton e
o sinal de Westermark são raros, mas, quando presentes, devem levantar a suspeita de TEP. A
corcunda de Hampton é uma opacidade rasa em forma de protuberância na periferia do pulmão,
com sua base contra a superfície pleural e corcunda em direção ao hilo. O sinal de Westermark é
a demonstração de um corte agudo de vasos pulmonares com hipoperfusão distal em uma
distribuição segmentar dentro do pulmão.
• Bioquímica básica: incluem leucocitose, aumento de VHS, DHL e TGO. A creatinina sérica e
a taxa de filtração glomerular estimada (eGFR) ajudam a determinar a segurança da
administração de contraste para angiografia.
• Gasometria arterial: hipoxemia inexplicada no contexto de uma radiografia de tórax normal
deve aumentar a suspeita clínica de TEP e promover nova avaliação. No entanto, pode
haver gasometria normal em até 18% dos pacientes. Alterações observadas incluem
(atenção pois é tema recorrente de questões):
◦ Hipoxemia (74%)
◦ Elevação do gradiente alvéolo-arterial (62 a 86%)
◦ Alcalose respiratória e hipocapnia (41%)
◦ Hipercapnia, acidose respiratória e/ou láctica são incomuns, mas podem ser observados
em pacientes com TEP maciço associada a choque obstrutivo e parada respiratória.
Oxigenação anormal pode ser de valor prognóstico. Por exemplo, pacientes com
hipoxemia ou leituras de oximetria de pulso de ar ambiente <95% no momento do
diagnóstico apresentam maior risco de complicações, incluindo insuficiência
respiratória, choque obstrutivo e morte.
• Peptídeo natriurético cerebral (BNP): quando elevado tem valor diagnóstico limitado mas,
pode ser útil para a estratificação de risco de pacientes diagnosticados com TEP agudo.
• Troponina: são úteis no prognóstico, mas não no diagnóstico. Como marcadores de
disfunção ventricular direita, os níveis de troponina estão elevados em 30% a 50% dos
pacientes com TEP moderado a grave e estão associados à deterioração clínica e morte. As
elevações geralmente normalizam dentro de 40 horas, em contraste com a elevação mais
prolongada após a lesão miocárdica aguda.
• Eletrocardiografia (ECG).
• Radiografia de tórax: principal indicação é a busca por diagnósticos alternativos.
Gabarito: B
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(A) coletar uma gasometria arterial, solicitar lactato, troponina e peptídeo natriurético cerebral.
(C) solicitar uma angiotomografia multidetector (multislice) de tórax sem contraste intravenoso
pela idade avançada.
(D) solicitar uma cintilografia pulmonar e ultrassom doppler arterial e venoso de membros
inferiores.
Comentário:
Fique atento aos algoritmos diagnósticos para pacientes adultos (não grávidas)
hemodinamicamente estáveis com suspeita de TEP. Sua finalidade é diagnosticar eficientemente
todos as embolias pulmonares clinicamente importantes, evitando simultaneamente os riscos de
testes desnecessários. Utiliza-se uma abordagem que integre seletivamente a avaliação clínica, a
avaliação da probabilidade pré-teste em três níveis (baixa, intermediária e alta probabilidade),
critérios de descarte de TEP (Pulmonary Embolism Rule-Out Criteria - PERC), teste de dímero D e
exames de imagens.
Sempre que houver suspeita de TEP, deve ser estimado probabilidade pré-teste por avaliação
clínica ou calculado usando instrumentos validados como pontuação de Wells ou de Geneva
Modificada. A investigação diagnóstica subsequente de embolia vai depender dessa avaliação.
(alternativa B correta e demais alternativa erradas)
Este instrumento tem validação extensa na literatura e sua pontuação calculada determina
probabilidade de TEP em um sistema de três níveis de:
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Os critérios de Wells também podem ser usados para classificar os pacientes em um sistema de
dois níveis: os pacientes são prováveis (escore> 4) ou improváveis (escore ≤ 4) para ter TEP. Além
disso, há o Wells simplificado, em que cada manifestação clínica vale 01 ponto. Nessa classificação
os pacientes com TEP prováveis possuem de ≥ 2pontos e improvável de 0-1 ponto.
Embora tenha sido validado e seja igualmente útil, o site uptodate sugere usar a classificação de
três níveis de probabilidade, já que essa classificação pode ser usada com o PERC para reduzir
ainda mais a necessidade de testes desnecessários, e também pode ser usado para interpretar os
resultados das cintilografias V/Q com mais precisão.
• Fatores de risco
◦ Idade> 65 anos (1 ponto)
◦ TVP ou TEP anterior (3 pontos)
◦ Cirurgia ou fratura de membro inferior dentro de um mês (2 pontos)
◦ Doença maligna ativa (2 pontos)
• Sintomas
◦ Dor unilateral dos membros inferiores (3 pontos)
◦ Hemoptise (2 pontos)
• Sinais
◦ Frequência cardíaca <75 batimentos por minuto (0 pontos)
◦ Frequência cardíaca de 75 a 94 batimentos por minuto (3 pontos)
◦ Frequência cardíaca ≥95 batimentos por minuto (5 pontos)
◦ Dor (sensibilidade) à palpação da estrutura venosa profunda do membro inferior e
edema unilateral (4 pontos)
Quando a probabilidade pré-teste for de baixo risco, pode-se aplicar o escore PERC para descartar
a suspeita de TEP e encerrar a investigação. Se todos os fatores de risco estiverem ausentes,
embolia pode ser desconsiderada:
Por fim, tem-se o passo a passo diagnóstico de acordo com a probabilidade pré-teste:
• Baixo risco:
◦ Calcula-se o PERC e se negativo, exclui-se TEP.
◦ Se alguma variável do PERC estiver presente, solicita-se dosagem de D-dímero. Se tiver
em níveis positivos, solicita-se exame de imagem.
▪ <50 anos: valor de corte é 500µg.
▪ >50 anos: valor de corte é 10x idade do paciente.
◦ Exame de imagem: de preferência angiotomografia de tórax (angio-TC). Se houver
alguma contra-indicação, utiliza-se USG doppler de membros inferiores ou cintilografia
V/Q.
• Risco Intermediário:
◦ Não se calcula PERC e inicia investigação com dosagem de D-dímero.
• Alto risco:
◦ Não se calcula PERC, nem se dosa D-dímero. Solicita-se exame de imagem já de início.
Se paciente instável hemodinamicamente, pode ser utilizado ECOTT para diagnóstico
precoce e indicação de trombólise de forma mais precisa.
A angio-TC de tórax têm sensibilidade de 90%, especificidade de 90%, valor preditivo positivo de
93% e valor preditivo negativo de 94%. Tem elevada sensibilidade para detectar trombos nas
artérias pulmonares centrais, lobares e segmentares, porém tem valor limitado no diagnóstico de
trombo subsegmentar. No TEP crônico a cintilografia V/Q é preferível.
Para pacientes que estão hemodinamicamente instáveis e nos quais a imagem definitiva é
insegura, a ecocardiografia (ECOTT) à beira do leito ou a ultra-sonografia de compressão venosa
podem ser usadas para obter um diagnóstico presuntivo de TEP para justificar a administração de
terapias potencialmente salvadoras de vidas. O ECOTT pode revelar dilatação/hipocinesia do VD,
anormalidades de movimentação da parede regional que poupam o ápice do VD (sinal de
McConnell) ou visualização de coágulo.
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Gabarito: B
Mulher de 40 anos é atendida no serviço de emergência com dispneia de início súbito. Há dois
dias observou aumento e dor na panturrilha direita, pouco tempo após ter retornado de
viagem de longa duração ao exterior. Ao exame apresentava PA = 110/65mmHg; FC
=116bpm; FR = 28rpm; saturação de O₂ ao ar ambiente de 92%. A ausculta pulmonar estava
normal; havia dor à flexão dorsal do pé direito e a panturrilha desse lado apresentava maior
diâmetro comparado à da esquerda. Em relação à utilização do exame dímero-D na
investigação diagnóstica dessa paciente, assinale a afirmativa correta.
(A) Sua elevação indica trombólise endógena que costuma ser clinicamente eficaz.
(B) Resultados normais são úteis para exclusão do diagnóstico de embolia pulmonar.
(C) O exame é mais sensível para trombose venosa do que para embolia pulmonar.
(D) Sua dosagem apresenta alta especificidade para o diagnóstico de embolia pulmonar.
Comentário:
Pontuação: 7,5 (alta probabilidade de TEP), com indicação de realizar angio-TC. O d-dímero não
é necessário para diagnóstico neste caso.
Gabarito: B
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Mulher, 59 anos, com antecedente de câncer de mama, foi submetida a mastectomia radical
há dois anos. Procura atendimento médico com queixa de dor e edema em membro inferior
esquerdo há 1 semana. O exame físico revela a presença de empastamento de panturri lha
esquerda, e edema de 3+/4+ desse membro. Realizada ultrassonografia com Doppler venoso
de membro inferior esquerdo que evidenciou ausência de fluxo em veias poplítea e
gastrocnêmia esquerdas, com presença de conteúdo ecogênico em seus interiores. Os ex ames
laboratoriais mostram discreta anemia normocrômica e normocítica e função renal normal. Há
duas horas iniciou quadro de dor pleurítica a direita, associada a dispneia e hemoptise.
Assinale a alternativa que apresenta a proposta terapêutica correta para essa paciente.
Comentário:
Para a maioria dos pacientes que se tornam hemodinamicamente estáveis após a ressuscitação e
nos quais a suspeita clínica de TEP é alta, prefere-se a anticoagulação imediata com heparina não
fracionada (HNF) e imagens imediatas para o diagnóstico definitivo (geralmente angio-TC). Para
pacientes com suspeita moderada ou baixa de TEP, o uso de anticoagulação empírica depende
do resultado do teste de diagnóstico. A HNF também é preferível se o paciente tiver disfunção
renal (TGF<30), extremos de peso, muito idosos e alto risco de sangramento (pela disponibilidade
de antídoto).
A heparina de baixo peso molecular pode ser escolhida para pacientes com TEP
hemodinamicamente estável que não tenham insuficiência renal e em que o rápido início da
anticoagulação precisa ser garantido (isto é, os níveis terapêuticos são alcançados com quatro
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horas). Esse cenário é mais bem definido naqueles pacientes sem instabilidade hemodinâmica,
porém com disfunção de VD e/ou biomarcadores elevados.
A maioria dos pacientes com TEP necessita de anticoagulação por um período mínimo de três
meses, com alguns pacientes necessitando de períodos mais longos de 6 a 12 meses, a depender
dos fatores de risco. A anticoagulação total está associada a uma redução de mais de 90% na taxa
de recorrência em comparação com regimes anticoagulantes de baixa intensidade e aspirina, que
são menos eficazes (redução da taxa de aproximadamente 60% e 30% na recorrência,
respectivamente).
Para pacientes com alta suspeita clínica de TEP instáveis hemodinamicamente está indicada
terapia trombolítica sistêmica. Hipotensão persistente ou choque devido a TEP agudo é a única
indicação amplamente aceita para trombólise sistêmica.
O paciente com TEP pode ser estratificado quanto à gravidade do caso e risco de mortalidade,
calculando-se o escore PESI (Pulmonary Embolism Severity Index):
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A pontuação total classifica o paciente de acordo com o aumento do risco de mortalidade: Classe
I (<66 pontos), Classe II (66 a 85 pontos), Classe III (86 a 105 pontos), Classe IV (106 a 125 pontos)
e Classe V (> 125 pontos).
Pacientes com classe I e II são considerados de baixo risco de morte, podendo ser tratados em
casa ou ter alta hospitalar precoce. Já os pacientes classes III a V são de alto risco, devendo ser
internados com solicitação de exames prognósticos (BNP, troponina, ECOTT).
As viagens de longa distância, por via aérea ou terrestre, conferem um pequeno aumento do
risco de TEV (<0,05%). As taxas são mais altas para quem viaja por períodos prolongados (> 4
horas) e é maior nas duas primeiras semanas após a viagem.
A maioria dos indivíduos com TEV associado a viagens tem um ou mais fatores de risco
conhecidos para trombose, embora também tenham sido relatados casos isolados de TEV
idiopático. Os fatores de risco comuns são aqueles associados ao TEV na população em geral e
incluem grandes cirurgias recentes (especialmente artroplastia de quadril ou joelho dentro de
seis semanas), TEV prévio (incluindo TEV associado a viagens), malignidade ativa, gravidez,
idade avançada, uso de estrogênio. contendo contraceptivos orais ou outras preparações de
estrogênio, obesidade e trombofilia hereditária.
Deve-se evitar a desidratação e aumento da viscosidade sanguínea, estimulando a ingestão
regular de água ou sucos em vez de bebidas alcoólicas, café ou chá, que são indutores da
diurese. Outra medida simples é o incentivo à movimentação ativa de pés e pernas, como a
dorsiflexão plantar, e a orientação para que os passageiros escolham o assento situado ao lado
do corredor, que facilita a deambulação no interior da aeronave durante o voo.
Há uma escassez de dados que examinam a segurança e a eficácia da profilaxia farmacológica
para a prevenção de TEV associado a viagens. Porém é uma opção para pacientes com risco
particularmente alto de TEV que consideram uma possível redução no TEV associado a viagens
para compensar o pequeno aumento do risco de sangramento.
Gabarito: C
(E) heparina de baixo peso molecular, seguida de inibidor direto do Fator Xa.
Comentário:
Para a maioria das gestantes com TEP estável hemodinamicamente, a heparina de baixo peso é o
agente preferido para anticoagulação inicial e de longo prazo devido ao seu perfil de segurança
fetal favorável. De forma geral:
• A varfarina deve ser evitada, particularmente no primeiro trimestre, porque pode ser
teratogênica;
• O fondaparinux é geralmente evitado devido a uma escassez de dados de segurança
durante a gravidez, com a única indicação potencial no contexto de trombocitopenia
induzida por heparina;
• Os anticoagulantes orais diretos, que incluem os inibidores da trombina e os inibidores do
factor Xa, devem ser evitados devido à informação insuficiente sobre a sua segurança
quando utilizados durante a gravidez.
O uso da varfarina sódica apresenta riscos peculiares ao feto, com graus variáveis a cada trimestre.
Ela atravessa a barreira placentária e é teratogênica, particularmente entre a 6ª e a 9ª semana de
gestação, acarretando 1 a 3% de malformações congênitas caracterizadas pela síndrome
varfarínico-fetal, e favorece o abortamento espontâneo em cerca de 10 a 33%.
No puerpério, os estudos disponíveis não conseguiram detectar níveis de varfarina sódica no leite
materno nem no sangue de lactentes presumivelmente expostos a esse medicamento pelo
aleitamento natural, assim como também não encontraram alteração no perfil de coagulação
dessas crianças.
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Os cumarínicos são antagonistas da vitamina K (reduzindo os níveis dos fatores de coagulação vit.
K dependentes - II, VII, IX, X, proteína C e proteína S) usados para anticoagulação crônica. A
varfarina é o cumarínico mais utilizado. As doses são ajustadas de acordo com o tempo de
protrombina, expressado como RNI. Esse anticoagulante causa queda rápida dos níveis de fator
VII e Proteínas C e S devido a suas curtas meias-vidas (6-8h). Outros fatores de coagulação levam
24-48h para terem seus níveis reduzidos.
Portanto, quando se inicia o uso, seu efeito anticoagulante precede seu efeito antitrombótico em
cerca de 24h, e esse efeito é associado a um estado de hipercoagulabilidade transitório devido à
redução das proteínas C e S. Por isso, normalmente inicia-se Varfarina quando o paciente já está
anticoagulado com Heparina.
Gabarito: B
(D) sepse.
Comentário:
A síndrome de embolia gordurosa (SEG) é rara e de patogênese incerta, definida pela presença
de glóbulos de gordura na circulação pulmonar. A SEG é mais comumente associada a fraturas de
ossos longos (especialmente fêmur) e pélvicas. Alguns casos estão associados a trauma na
ausência de fraturas ortopédicas ou não relacionados ao trauma.
Geralmente se manifesta de 24 a 72 horas após o insulto inicial. A tríade clássica dos achados inclui
hipoxemia, anormalidades neurológicas (por exemplo, confusão, consciência alterada, convulsão)
e rash petequial. Manifestações menos comuns incluem anemia, trombocitopenia, febre, lipidúria
e anormalidades da coagulação; depressão miocárdica e choque são raros. O diagnóstico
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diferencial inclui outras síndromes de embolização (trombo, líquido amniótico, tumor, corpo
estranho, ar), doenças de preenchimento alveolar agudo (por exemplo, insuficiência cardíaca,
pneumonia e síndrome do desconforto respiratório agudo) e distúrbios vasculíticos cutâneos (por
exemplo, lúpus eritematoso).
A SEG é um diagnóstico clínico que pode ser feito quando a tríade clássica ocorre em um ambiente
clínico apropriado. O tratamento da SEG é amplamente favorável. Os corticosteroides sistêmicos
não são administrados rotineiramente, mas podem ser reservados para casos graves ou refratários.
As intervenções que mostraram prevenir ou reduzir sua incidência e/ou gravidade são a
imobilização precoce das fraturas, a correção cirúrgica, e não o tratamento conservador (isto é,
tração isolada) e a limitação da pressão intraóssea durante procedimentos ortopédicos.
Gabarito: C
Comentário:
A PAC é definida como a infecção do trato respiratório inferior por um ou mais patógeno,
adquirida fora do contexto hospitalar. Os principais agentes etiológicos são vírus respiratórios
como Influenza, rinovírus e metapneumovírus; bactérias típicas como o pneumococo e
haemophilus Influenzae; bactérias atípicas como o mycoplasma pneumoniae, legionella
pneumophilia, chlamydia pneumoniae. Atualmente, não se diferencia as PAC entre atípicas e
típicas pela ausência de correlação entre o germe causador e a apresentação clínica. Pacientes
com DPOC são mais acometidos por S. pneumoniae (15 a 30%), Haemophylus influenzae (14 a
30%) e Moraxella catarrhalis (2 a 7%). (alternativa B correta)
O mecanismo mais comum pelo o qual o pulmão é inoculado por patógenos é a microaspiração
de conteúdo da orofaringe, especialmente durante o sono. O segundo mecanismo é a inalação
de gotículas aerossolizadas em suspensão (diâmetros que variam de 0,5 a 1 µm) e os
microrganismos que podem chegar aos pulmões dessa maneira incluem: Mycobacterium
tuberculosis, Yersisnia pestis, Legionella pneumophila, antrax e alguns vírus.
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Gabarito: B
(B) A tomografia computadorizada (TC) deve ser realizada apenas para a detecção de
complicações e na suspeita de neoplasia. Não é indicada para esclarecimento de dúvidas sobre a
presença de infiltrado pneumônico
(D) A radiografia de tórax deve ser repetida após seis semanas do início dos sintomas na
persistência dos sintomas ou achados anormais no exame físico
(E) A persistência de achados radiológicos após seis semanas requer investigação adicional
Comentário:
Informações como idade, comorbidades e presença de sinais de alarme são necessários para
racionalizar a coleta de exames e estratificação de gravidade de acordo com os instrumentos
(CURB 65/ PSI-PORT). Recomenda-se exames para aqueles com mais de 50 anos, presença de
comorbidades como hepatopatia, neoplasia, insuficiência cardíaca, insuficiência renal, sequela
neurológica e DPOC. Sinais de alarme incluem: confusão mental, hipotensão, taquicardia, hiper
ou hipotermia, taquipneia, hipoxemia, infiltrado difuso na radiografia, derrame pleural. Os
exames incluem hemograma, creatinina, ureia, sódio, potássio, glicemia, PCR e hemoculturas.
Considerar gasometria arterial, se presença de desconforto respiratório.
No caso de derrame pleural (DP) com altura superior a 5 cm, estimada a partir do recesso posterior
em radiografia de tórax obtida na projeção lateral em ortostatismo, ou no caso de derrame
loculado, deve-se considerar a realização de toracocentese para excluir o diagnóstico de empiema
ou de derrame parapneumônico complicado. Essa conduta está fortemente indicada no caso de
derrames que ocupem mais de 20% do hemitórax. A ultrassonografia é útil nos casos de DP
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pequenos ou suspeitos de loculação, permitindo a sua localização precisa para a coleta do líquido.
(alternativas A e C corretas)
A progressão radiológica após a admissão pode ocorrer com qualquer etiologia e não deve ser
um indicativo de mudança no regime terapêutico, desde que esteja havendo melhora no quadro
clínico. A resolução radiológica ocorre de maneira relativamente lenta, depois da recuperação
clínica. A resolução completa das alterações radiológicas ocorre em duas semanas após a
apresentação inicial na metade dos casos e, em seis semanas, em dois terços dos casos. Idade
avançada, DPOC, imunossupressão, alcoolismo, diabetes e pneumonia multilobar associam-se
independentemente com resolução mais lenta.
A radiografia de tórax deve ser repetida após seis semanas do início dos sintomas em fumantes
com mais de 50 anos e na persistência dos sintomas ou achados anormais no exame físico. A
persistência de achados radiológicos após seis semanas requer investigação adicional. (alternativa
D e E corretas)
A Psitacose tem como agente causal a Chlamydia psittaci, germe gram-negativo, hospedeiro
intracelular obrigatório. A transmissão para humanos dá-se através do contato com pássaros, o
qual é relatado em até 85% dos casos. O início geralmente é insidioso, com sintomas brandos,
inespecíficos, lembrando infecção de vias aéreas superiores. Febre, tosse seca, cefaleia, calafrios,
mialgia e hepatoesplenomegalia ocorrem em mais da metade dos casos. Pode ocorrer o
acometimento de vários órgãos, dentre eles o pulmão, trato gastrintestinal e sistema nervoso.
Gabarito: B
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Comentário:
A vacinação contra o vírus influenza deve ser dirigida a pessoas idosas no outono e nos programas
de vacinação, pois se mostra custo-efetiva nesses pacientes. Nos demais casos de pneumonia
estafilocócica, a infecção pode ocorrer pela disseminação hematogênica, secundária à infecção de
pele, tecidos moles e trato genital depois de aborto séptico. Sua apresentação normalmente é
grave, com um curso clínico que varia de subagudo a fulminante, independente do estado de
saúde prévio do paciente.
Gabarito: E
Comentário:
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Imunocompetentes:
Imunocomprometidos:
Gabarito: C
(C) alcoolismo.
Comentário:
Gabarito: A
2. história de internação hospitalar por 2 dias para colecistectomia por colecistite aguda, há
70 dias.
(A) os pacientes 1 e 3.
(C) os pacientes 1 e 2.
(E) os pacientes 2 e 3.
Comentário:
A pneumonia hospitalar (nosocomial) é definida como aquela que ocorre em até 15 dias após a
alta hospitalar ou após 48 horas de uma internação hospitalar. Se inferior a 48 horas, os fatores de
risco relacionados à pneumonia bacteriana por germe hospitalar (associada a cuidados de saúde)
são:
• Pacientes hospitalizados por mais de 2 dias nos últimos 90 dias da admissão atual, em
situações de urgência;
• Pacientes residentes em casas de repouso ou sob cuidado de homecare;
• Pacientes em hemodiálise;
• Pacientes que receberam antibioticoterapia endovenosa ou quimioterapia nos últimos 30
dias da infecção atual.
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O Paciente 3 não preenche critérios porque o tempo de quimioterapia foi > 30 dias.
Gabarito: C
Comentário:
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Conforme o CURB-65 se a soma dos pontos estiver entre 0-1 há baixo risco de mortalidade (1,5%),
sendo preferível o tratamento ambulatorial; se totalizar 2 pontos, considerar tratamento hospitalar
(mortalidade de 9,2%); se ≥ 3 pontos, o paciente é classificado como portador de pneumonia
comunitária grave (mortalidade de 22%), com necessidade de internação hospitalar e considerar
unidade de terapia intensiva se 4 ou 5 pontos. A paciente em questão tem 4 pontos no instrumento
e tem indicação de ser tratada inicialmente em ambiente de terapia intensiva.
Pacientes PORT I e II são de baixo risco e podem ter tratamento ambulatorial. Pacientes PORT III
são de risco intermediário e têm recomendação de internação hospitalar por 24 a 48 horas.
Pacientes PORT IV e V são de alto risco com indicação de internação em UTI. Observe a tabela:
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A terapêutica antimicrobiana é tipicamente iniciada de forma empírica, uma vez que a identificação
do germe responsável não ocorre em grande parte dos casos. A seleção da terapêutica é baseada
em alguns fatores: o patógeno mais comum em cada situação, fatores que aumentam o risco para
determinados patógenos, comorbidades, estratificação de risco do caso (CURB 65 e escore de
PORT) e efeitos adversos dos antibióticos (como alergia e causa de estado confusional em idosos,
marcadamente com o uso de quinolonas nesse grupo de pacientes). Observe o quadro que
resume os principais esquemas baseado nas “Recomendações para o manejo da pneumonia
adquirida na comunidade 2018”: (alternativa E correta)
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Ponto
Variável Pontos Variável
s
PAS<90 mmHg 2 Infiltrado multilobar 1
PaO2< 60 mmHg ou Sat
2 FR > 30ipm 1
<90%
Confusão mental 1 Ph < 7,34 2
FC> 125 bpm 1 Albumina < 3,4 g/dl 1
Gabarito: E
Uma paciente, de sessenta e seis anos de idade, previamente hígida, referiu que há três dias
apresenta quadro de adinamia, anorexia, picos febris (> 38,5o C), sintomas acompanhados de
tosse produtiva com escarro purulento e dispneia. No exame físico, a paciente estava
orientada; febril; acianótica; frequência cardíaca de 106 bpm; frequência respiratória de 24
irpm; saturação de oxigênio em ar ambiente de 91%; e pressão arterial de 102 mmHg × 64
mmHg. A ausculta pulmonar revelou estertores crepitantes em terço inferior do pulmão
direito. Ademais, não foram observadas alterações significativas. O raio X do tórax evidenciou
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Nesse caso clínico, a melhor abordagem terapêutica para a paciente consiste no(a)
Comentário:
Uma forma fácil de definir a conduta em casos de PAC é o cáulculo do CURB-65. Observe que
a paciente tem indicação de internação hospitalar (2 pontos), sendo uma possibilidade
terapêutica o uso de levofloxacino.
Gabarito: A
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Comentário:
O abscesso pulmonar é definido como necrose do parênquima pulmonar causada por infecção
microbiana. A maioria dos casos surgem como uma complicação da pneumonia por aspiração,
geralmente polimicrobiana, causadas por bactérias estritamente anaeróbias e anaeróbias
facultativas que colonizam a cavidade bucal. Após a aspiração ocorre uma pneumonite que pode
progredir para a necrose tecidual após 7 a 14 dias. Esta resulta em abscesso pulmonar e/
ou empiema.
O paciente típico tem uma predisposição à aspiração devido a um nível reduzido de consciência
(por exemplo, alcoolismo, abuso de drogas, anestesia geral, traumatismo craniano) ou
disfagia. Esses pacientes também freqüentemente apresentam doença periodontal,
especialmente gengivite, com altas concentrações de bactérias anaeróbias na fenda gengival.
Outros mecanismos de surgimento de abscessos incluem embolia séptica por endocardite
infecciosa de válvulas direitas e disseminação hematogênica de tromboflebite séptica. Nessas duas
situações os abscessos são múltiplos e envolvem áreas não contíguas do pulmão.
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O quadro clínico costuma ser arrastado, com perda de peso, sudorese noturna, tosse com
expectoração purulenta de odor fétida e hemoptise. No exame físico pode haver baqueteamento
digital, febre, dentes em mau estado de higiene e sopro cavernoso na ausculta pulmonar. O
diagnóstico é dado pela presença de cavidade no exame de imagem (radiografia ou TC de tórax),
geralmente única, com paredes espessadas, irregulares e nível hidroaéreo, podendo ou não existir
infiltrado pulmonar ao redor da lesão. As localizações preferenciais para onde se dirigem as
aspirações são os segmentos posteriores de lobos superiores e segmentos superiores de lobos
inferiores, especialmente a direita, pela angulação do brônquio principal ipsilateral (20 a 30 graus).
A TC é importante para avaliação de diagnósticos diferenciais como neoplasias, tuberculose,
bronquiectasias, vasculites (como granulomatose com poliangeíte) e corpo estranho aspirado.
Quando os pacientes apresentam uma apresentação típica com sintomas indolentes, combinada
com uma condição subjacente típica que leva à aspiração ou cavidade em um segmento pulmonar
dependente, é apropriado suspeitar que bactérias anaeróbias estão envolvidas. É difícil isolar
bactérias anaeróbias nessas circunstâncias, uma vez que a maioria das amostras do trato
respiratório (escarro ou broncoscopia aspirada) está contaminada pela flora das vias aéreas
superiores e, consequentemente, é inadequada para a cultura anaeróbica. Se há escarro pútrido
ou empiema, o diagnóstico está confirmado, sem necessidade de exames complementares
(Uptodate).
Em cenários clínicos menos claros, deve-se realizar coloração de Gram por rotina e a cultura
aeróbica do escarro expectorado, idealmente antes que os antibióticos tenham sido iniciados,
além disso deve ser realizado pesquisa e cultura para tuberculose.
Gabarito: E
(C) Caso o líquido pleural venha com características de transudato, a drenagem torácica deve ser
instituída.
(D) Deve-se realizar toracocentese diagnóstica para avaliação dos critérios de Light e definição
etiológica do derrame pleural.
Comentário:
O acúmulo de líquido no espaço pleural leva ao derrame pleural (DP), que pode ser secundário a
várias doenças pleuropleurais ou sistêmicas. A fisiopatologia básica está ligada a um dos seguintes
mecanismos:
Devem ser retirados 50 a 60ml de líquido pleural com avaliação dos seguintes exames:
celularidade e diferencial, citologia oncótica, DHL, proteínas, glicose, pH, ADA, pesquisa de BAAR,
bacterioscopia e culturas. Observe algumas características laboratoriais que podem auxiliar no
diagnóstico etiológico e conduta:
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• Albumina sérica - albumina do líquido pleural ≤ 1,2: confirma que é um exsudato, com
sensibilidade de 87% e especificidade de 92%. Este critério é útil em usuários de diuréticos;
• Colesterol pleural/ sérico > 0,3: sensibilidade = 89%; especificidade = 81% para Exsudato.
O tratamento do DP é voltado para sua causa básica, com toracocenteses de alívio sempre que
houver insuficiência respiratória restritiva. A drenagem pleural fechada é indicada, se a avaliação
do líquido pleural revelar: ph<7,2, glicose<40mg/dl, DHL>1000 U/L, gram ou cultura positiva.
Estes achados sugerem um derrame parapneumônico complicado e até empiema (se aspecto
purulento). Videotoracoscopia, toracotomia com decorticação ou cirurgia aberta também podem
ser empregadas.
Gabarito: D
Paciente com febre, tosse e dor torácica há 5 dias, apresenta radiografia de tórax com derrame
pleural. Foi realizada punção do líquido que revelou um empiema. As características desse
líquido, com relação à celularidade, tipo celular predominante, glicose e pH são,
respectivamente:
Comentário:
Por definição derrame parapneumônico complicado e empiema são situações distintas, porém
com diagnóstico bioquímico e tratamento semelhantes (drenagem torácica fechada).
São diagnosticados pela presença de derrame pleural com pH < 7,2, Glicose < 40mg/dL, LDH >
1000 UI, hipercelularidade à custa de polimorfonucleares e presença de bactérias ao Gram
(lembrando que o aspecto purulento do líquido pleural define empiema). (alternativa B correta)
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Gabarito: B
Paciente apresenta-se com derrame pleural, e uma toracocentese diagnóstica foi realizada.
Constituem achados do exame do líquido pleural sugestivos de etiologia tuberculosa:
Comentário:
Pacientes com TB extrapulmonar isolada não são contagiosos. No geral, a infecção latente é
prevenida com o uso de Isoniazida 5-10mg/kg de peso, até 300mg/dia, dando um total de 270
doses, feitas entre 6-12meses.
Gabarito: B
Pacientes portadores de fibrose cística estão sujeitos a pneumonias de repetição, sendo mais
prevalentes em adultos as infecções por
Comentário:
A fibrose cística (FC), também conhecida por mucoviscidose, é uma doença genética autossômica
(não ligada ao cromossomo X) recessiva devido a mutações em um gene localizado no braço longo
do do cromossomo 7. Esse gene codifica a proteína reguladora de condução transmembrana da
FC (cystic fibrosis transmembrane conductance regulator, CFTR), que funciona como um canal de
cloro na superfície das membranas celulares.
Embora predomine na população caucasiana, com incidência em torno de 1:3.000 nascidos vivos,
pode estar presente em todos os grupos étnicos. No Brasil, a incidência ainda não foi estabelecida,
contudo sugere-se uma incidência variável em torno de 1:7.000
Pacientes com fibrose cística possuem muita infecção pulmonar por Pseudomonas. Além dessas,
há colonização e infecções frequentes por Staphylococcus aureus, Haemophilus influenzae e
outros bacilos gram-negativos, incluindo o complexo Burkholderia cepacia e Stenotrophomonas
maltophilia. S. aureus é a principal bactéria associada às exacerbações em crianças e adolescentes,
enquanto Pseudomonas predomina nos adultos.
São medidas as concentrações de sódio e cloreto, porém apenas o valor do cloreto é considerado
na interpretação do teste. Consideram-se positivos os valores de cloreto no suor acima de 60
mEq/L em qualquer faixa etária. Valores de cloreto no suor entre 30-59 mEq/L são considerados
intermediários e abaixo de 29 mEq/L são considerados normais. A aferição do sódio no suor é
importante como forma de controle de qualidade do exame, pois a diferença entre os valores de
sódio e cloreto não deve ser maior do que 15 mEq/L.
O estudo genético inclui a pesquisa de mutações da FC, e o diagnóstico pode ser confirmado se
encontradas mutações responsáveis pela doença em dois alelos. Atualmente, por meio do
sequenciamento genético, mais de 2.000 mutações foram descritas, sendo a mais comum a
F508del. Quando são pesquisadas apenas as mutações mais frequentes, a falha em identificar
alguma mutação não exclui o diagnóstico.
Gabarito: A
(C) amiloidose.
Comentário:
100
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Embolia pulmonar crônica ou recorrente não causa doença pulmonar intersticial. (alternativa B
errada)
101
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Os principais padrões identificados na tomografia de tórax de alta resolução são: septal, reticular,
cístico, nodular, vidro fosco e consolidação. O diagnóstico é baseado na correlação de dados
clínicos, radiológicos, lavado broncoalveolar e histologia. A informação histológica é muitas vezes
inconclusiva, havendo necessidade de biópsia pulmonar cirúrgica.
Gabarito: B
São internados dois pacientes com doença pulmonar intersticial. Após investigação minuciosa
conclui-se que a principal conduta para o primeiro paciente é a suspensão do tabagismo e
para o segundo é a indicação de lavagem pulmonar. Os prováveis diagnósticos são,
respectivamente,
Comentário:
102
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A proteinose alveolar pulmonar (PAP) é uma doença rara, caracterizada pelo acúmulo de material
lipoproteináceo no interior dos alvéolos, o que interfere significativamente nas trocas gasosas
pulmonares. Suas hipóteses fisiopatológicas incluem: defeito nas funções dos macrófagos
pulmonares; estrutura anormal da proteína surfactante; descontrole na produção de citocinas;
expressão anômala do fator estimulador de colônia granulocítica-macrofágica ou de seus
receptores nos macrófagos alveolares pulmonares e pneumócitos tipo II. Todas elas levariam a um
defeito no catabolismo e acumulação intra-alveolar de proteínas surfactantes. A apresentação
clínica é variável, porém os sintomas usuais são dispnéia e tosse. Febre, dor torácica e hemoptise
são manifestações menos comuns que podem também ocorrer, principalmente na presença de
infecção pulmonar secundária. A lavagem pulmonar parece ser ainda a alternativa mais efetiva e
segura para o tratamento da PAP.
Gabarito: E
Comentário:
A ventilação não invasiva (VNI) refere-se a modalidade ventilatória na qual oferta-se pressão
positiva para o sistema respiratório através de interfaces nasais, faciais ou totais. Este método
pode ser aplicado por ventiladores portáteis inclusive em uso domiciliar (ex: no tratamento da
SAHOS).
CPAP (Continuous positive airway pressure): Forma de respiração espontânea caracterizada por
uma pressão positiva única nas vias aéreas. A ventilação é totalmente controlada pelo paciente e
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BIPAP (Bi-level positive airway pressure): Há dois níveis de pressão durante o ciclo respiratório
(IPAP = suporte inspiratório e EPAP = pressão expiratória positiva). Na dinâmica da ventilação
mecânica, o IPAP é sinônimo de pressão positiva inspiratória (PIP) e o EPAP é equivalente a
pressão expiratória final positiva (PEEP). O termo gradiente de pressão consiste na diferença de
pressão entre o IPAP e EPAP e representa o nível de pressão de suporte não invasiva. Modalidade
de escolha em distúrbios obstrutivos como DPOC descompensado.
Gabarito: E
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Comentário:
Várias condições clínicas e cirúrgicas podem acarretar o desenvolvimento da SDRA, existindo duas
vias patogênicas: lesão direta (pulmonar), que afeta diretamente o parênquima pulmonar e lesão
indireta (extrapulmonar) que resulta de uma resposta inflamatória sistêmica. Observe:
Pneumonia Sepse
Trauma com choque e múltiplas
Aspiração de conteúdo gástrico
transfusões
Contusão pulmonar Pancreatite aguda
Na SDRA pulmonar, o epitélio alveolar é a primeira estrutura lesada. A lesão à barreira epitelial
acarreta: edema alveolar, redução da depuração do edema, diminuição da produção e turnover de
surfactante e fibrose. O reparo epitelial alveolar eficiente pode minimizar a formação da fibrose,
pois a camada epitelial intacta suprime a proliferação de fibroblasto e deposição de matriz
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Os pacientes que sobrevivem ao curso inicial geralmente começam a exibir melhor oxigenação e
diminuição dos infiltrados alveolares nos próximos dias, de modo que o desmame do ventilador
possa começar. Alguns pacientes, no entanto, permanecem dependentes do ventilador e
demonstram infiltrados intersticiais persistentes (fase fibroproliferativa), seguidos por fibrose
pulmonar (fase fibrótica).
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Dados de meados ao final dos anos 90 mostram uma diminuição na mortalidade por SDRA,
provavelmente devida a vários fatores, incluindo cuidados de suporte aprimorados e uma
abordagem mais cuidadosa da ventilação mecânica.
O uso da terapia glicocorticoide sistêmica em pacientes com SDRA depende da causa precipitante
(por exemplo, pneumonia eosinofílica aguda), comorbidades associadas e gravidade da
doença. Os glicocorticóides também podem ser administrados a pacientes com SDRA que
apresentam sepse refratária ou PAC, se atenderem às indicações.
Em outros pacientes, o papel da terapia com glicocorticóides é incerto. Pode ser indicado para
pacientes relativamente adiantados no curso da doença (dentro de 14 dias após o início) com
SDRA persistente ou refratária, de moderada a grave (razão PaO 2/FiO 2 <200), apesar do
tratamento inicial e terapia ventilatória padrão (a qual inclui ventilação com baixo volume
corrente). Um regime típico é a metilprednisolona1 mg/kg por dia, durante 21 a 28 dias.
Resumindo, quais são os ajustes no ventilador? Manter modo VCV (ventilação a volume
controlado), fluxo de 40-60L/min, FiO2 para Saturação de 88-92%, PEEP 5 cmH2O, frequencia
respiratória para manter volume-minuto adequado.
Pacientes com insuficiência respiratória hipóxica podem se beneficiar de estratégias que diminuam
a utilização de oxigênio, como antipiréticos para controlar a febre e sedativos para controlar a
agitação. Ocasionalmente, é necessário bloqueio neuromuscular, principalmente quando a
assincronia com o ventilador persiste, apesar da sedação adequada ou quando há hipoxemia grave
ou refratária.
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mesma forma, não há evidências de que os inotrópicos beneficiem pacientes com SDRA com
função cardíaca normal.
Gabarito: A
(A) pneumonia.
(E) atelectasia.
Comentário:
De forma simplista, é possível determinar dois grandes grupos de situações/ doenças que levam
a IRpA:
• Tipo II ou hipercápnica (PaO2 < 60mmHg/ PaCO2 > 45mmHg): como o nome diz é
decorrente de hipercapnia (PaCO2 > 45mmHg), geralmente decorrente da diminuição da
ventilação minuto ou aumento do espaço morto. A gasometria arterial vai revelar
hipoxemia + hipercapnia.
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Suas principais causas incluem Síndrome de Guillain Barré, miastenia gravis, intoxicação
por sedativos/ opioides, trauma raquimedular.
• É muito comum presença de IRpA mista, como numa IRpA tipo I em que, na tentativa de
compensação da hipoxemia com hiperventilação, houve fadiga de musculatura respiratória,
e consequentemente, hipercapnia associada.
• Efeito shunt: alvéolos perfundidos, mas não ventilados. Exemplo: atelectasia, em que há
colapso da via aérea; pneumonia, edema agudo de pulmão, hemorragia alveolar, em que
há preenchimento alveolar por pus, transudato e sangue, respectivamente.
• Espaço morto: alvéolos ventilados, porém não perfundidos. Exemplo clássico é embolia
pulmonar, hipovolemia, fístula arteriovenosa e situações baixo débito cardíaco.
Outro detalhe importante, referente a IRpA tipo II é o cálculo do gradiente alvéolo-arterial - G (A-
a), que ajuda a diferenciar se a hipoxemia é decorrente da hipoventilação alveolar (causas
extrapulmonares) ou da oxigenação do sangue (condições pulmonares intrínsecas). O valor normal
do gradiente é menor que 20. Um G (A-a) normal implica que a hipoxemia é decorrente
exclusivamente da diminuição da pressão alveolar de O2, e, portanto, de hipoventilação (exemplo:
paciente com síndrome de Guillain Barré). Já um G (A-a) maior que 20, significa que há doença
pulmonar intrínseca contribuindo para a hipercapnia (exemplo: pneumonia grave com fadiga de
musculatura torácica).
A maioria dos pacientes com IRpA irão necessitar de suplementação de oxigênio como medida
de suporte, sendo imprescindível a correção do fator causal. Para tal, pode-se utilizar de cateter
nasal, máscara de Venturi, máscara facial de aerossol, máscara facial com reservatório. Lembrando
que a hipercapnia não é revertida com essas medidas, exigindo intervenções que aumentem a
ventilação alveolar, como a ventilação mecânica invasiva ou não-invasiva.
Gabarito: D
Paciente do sexo masculino, 35 anos, obeso, com queixa de déficit de memória, cansaço,
dificuldade de perder peso e dificuldade de prestar atenção em suas tarefas diárias. Nega
roncos noturnos porém relata que não se sente revigorado após dormir à noite. S eu médico
assistente solicitou uma polissonografia e dentre outros achados seu IAH (Índice de Apneia -
Hipopneia) foi de 40/h. É possível afirmar que o paciente apresenta o distúrbio de:
(A) narcolepsia.
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(C) insônia.
(D) depressão.
Comentário:
A oclusão das vias aéreas superiores (VAS) durante o sono ocorre ao nível da faringe,
principalmente orofaringe, por colapso decorrente do relaxamento das estruturas musculares que
revestem o canal, em face da pressão negativa intraluminal inspiratória. Com a falta de ventilação
alveolar adequada há dessaturação de oxihemoglobina e, quando a parada respiratória é mais
demorada, há hipercapnia e com isso o centro respiratório é estimulado e a ventilação aumentada.
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• Episódios de sono não intencionais durante a vigília, sonolência excessiva diurna, sono não
reparador, fadiga ou insônia.
D) O distúrbio não pode ser mais bem explicado por outro distúrbio do sono, doenças médicas
ou neurológicas, uso de medicações ou distúrbio por uso de substâncias
• PCO2 Aumentado
• Bicarbonato aumentado (compensando a acidose respiratória).
• pH reduzido (acidose metabólica)
Gabarito: E
Um homem de quarenta e cinco anos de idade e que trabalhava como cavador de poços havia
vinte e cinco anos foi encaminhado para avaliação médica porque apresentava quadro de
dispneia aos moderados esforços havia um mês. O exame físico não evidenciou alterações,
porém a radiografia de tórax revelou nódulos de 1 mm a 2 mm de diâmetro localizados em
lobos superiores, alguns com calcificação em casca de ovo.
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(C) broncoscopia.
Comentário:
O antecedente de cavar poços e radiografia de tórax do paciente são típicos de Silicose e principal
variável para o diagnóstico.
A inalação de poeira com sílica está associada à ocorrência de silicose, doença pulmonar obstrutiva
crônica, câncer de pulmão, insuficiência renal e aumento do risco de tuberculose pulmonar e de
doenças do colágeno (esclerodermia, artrite reumatóide, lúpus eritematoso sistêmico e vasculite).
Os riscos da inalação de poeira com sílica podem estar presentes em uma ampla variedade de
situações: extração e beneficiamento de rochas como o granito e pedras em geral, mineração de
ouro, arsênico, estanho e de pedras preciosas e perfuração de poços; nas indústrias cerâmica, de
materiais de construção, de borracha, na fabricação de vidro e de fertilizantes (rocha fosfática), em
fundições e na produção de talco (comumente contaminado com sílica); operação de jateamento
de areia, rebarbação, retífica e polimento de metais e minerais com abrasivos contendo sílica, e
em atividades de manutenção e limpeza de fornos, moinhos e filtros; confecção de prótese
dentária.
Uma vez inaladas, as partículas de sílica depositam-se principalmente nos bronquíolos respiratórios
e alvéolos. Se o clearance mucociliar ascendente e linfático não for capaz de remover as partículas,
elas acabam por induzir um processo inflamatório, caracterizado inicialmente como uma alveolite,
podendo evoluir para a fase de fibrose.
• Aguda, ou proteinose alveolar silicótica, ocorre geralmente após meses ou poucos anos de
exposição elevada a partículas de sílica, com rápida evolução para o óbito. Manifesta-se
com quadro de intensa dispnéia, astenia, perda de peso e hipoxemia, e apresenta como
achados na radiografia padrão de infiltrado alveolar bilateral, com distribuição difusa e, na
tomografia de alta resolução, padrão de opacidade em vidro fosco, espessamento septal
liso nas áreas alteradas e imagem de condensação com distribuição geográfica ou regional.
• Acelerada é a forma de silicose cujo período de manifestação ocorre entre as formas aguda
e crônica, geralmente após um período de exposição de cinco a dez anos. As manifestações
clínicas e por imagem são semelhantes a forma crônica.
• Crônica é a forma de apresentação mais comum e geralmente ocorre após mais de dez a
quinze anos de exposição ou de latência. Tem evolução insidiosa, sendo inicialmente
assintomática, e pode evoluir com sintomas de dispnéia progressiva. O exame de imagem
apresenta, nos estágios iniciais, infiltrado micronodular bilateral, com predomínio nas zonas
pulmonares superiores, poupando os seios costofrênicos. Com o progredir da doença,
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Gabarito: A
Comentário:
Nódulos benignos são mais comuns em pacientes jovens e não tabagistas. Geralmente possuem
diâmetro inferior a 2cm (ou <8mm³) e não apresentam crescimento nos últimos dois anos. Na TC
de tórax têm densidade de gordura, alto coeficiente de atenuação e baixa captação de contraste.
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Gabarito: B
Comentário:
Como na maioria dos países, o câncer de pulmão é a principal causa de mortalidade por câncer
no Brasil. A taxa de sobrevida em 5 anos padronizada pela idade no país é de 18%, semelhante às
taxas globais, que variam de 10% a 20%. O tabaco é apontado como o principal causador de
câncer de pulmão, que incide em homens e mulheres, geralmente, a partir dos 45 anos de idade.
Dependendo do tipo de tumor de pulmão, mais de 96% dos pacientes são fumantes.
como estroma (crescimento lepídico). Apresenta crescimento lento e, geralmente, tem bom
prognóstico. Não é associado a tabagismo.
A maioria dos pacientes com câncer de pulmão apresenta doença avançada na apresentação
clínica. Isso pode refletir a biologia agressiva da doença e a frequente ausência de sintomas até
que a doença localmente avançada ou metastática esteja presente. Os sintomas podem resultar
de efeitos locais do tumor, de disseminação regional ou distante ou de efeitos distantes não
relacionados a metástases (síndromes paraneoplásicas).
Aproximadamente três quartos dos pacientes não selecionados apresentam um ou mais sintomas
no momento do diagnóstico. Há uma ampla gama de sintomas devido aos efeitos intratorácicos
do câncer, sendo os mais comuns: tosse, hemoptise, dor no peito e dispneia.
Nos CPC é comum a disseminação metastática precoce, chegando a acometer 60% dos pacientes
já ao diagnóstico. Os sítios mais comuns são: ossos, fígado, adrenal, SNC e medula óssea. É um
tumor de crescimento rápido, quase exclusivo de tabagistas e tende a fazer compressão brônquica
extrínseca.
O tratamento do câncer de pulmão depende do histórico do paciente, de sua idade, de seu estado
geral, do estágio e tipo de tumor. A cirurgia, radioterapia e quimioterapia são os métodos básicos
para tratar câncer de pulmão. Estes tratamentos podem ser utilizados separadamente ou, muitas
vezes, combinados entre si.
• Síndromes endócrinas:
o Hipercalcemia (mais comum no CEC)
o Síndrome de Cushing e Síndrome da Secreção Inapropriada de ADH (mais comum
no CPC)
• Síndromes neurológicas (relacionadas ao CPC)
o Miastenia de Eaton-Lambert (causada por anticorpos anticanais de cálcio da junção
neuromuscular e caracterizada por paresia muscular proximal e presença de padrão
incremental na eletroneuromiografia)
o Encefalopatia límbica
o Degeneração cerebelar subaguda (anti-Yo)
o Neuropatia periférica (anti-Hu)
o Neurite óptica
• Síndromes musculoesqueléticas (mais associado ao adenocarcinoma)
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Outras particularidades:
• Síndrome de Pancoast: mais associado a CEC e com presença de massa localizada no sulco
formado pela passagem dos vasos subclávios pela cúpula da pleura e ápices pulmonares
(sulco superior). É caracterizado por dor torácica (destruição de gradil costal), dor em ombro
e atrofia de musculatura das mãos por lesão dos ramos inferiores do plexo braquial (típica
lesão do nervo ulnar).
• Síndrome de Horner: também mais associado a CEC. Caracteriza-se por ptose palpebral,
miose, enoftalmia, anidrose por compressão da cadeia simpática cervicotorácica.
• Síndrome da Veia Cava Superior: mais associado a CPC. Caracteriza-se por edema facial e
de membros superiores, pletora facial, sinal de Pemberton, turgência jugular, veias
sobressalentes no tórax.
• Adenocarcinoma é o subtipo mais comum de câncer de pulmão, o que mais cresce em
incidência e o mais frequente em não-fumantes.
A USTFPS (força tarefa americana para prevenção de doenças) indica o rastreamento (TC de tórax
de baixa radiação) de câncer de pulmão para alguns pacientes. Devem preencher os seguintes
critérios:
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Gabarito: B
(C) asma.
Comentário:
A tosse crônica com radiografia de tórax normal constitui um desafio para o médico. Deve-se dar
importância às características da tosse, ritmo diário, época e condições de início, e sinais e
sintomas associados. Veja as principais causas de tosse com RX normal:
Gabarito: E
Um homem de 22 anos, tabagista, apresenta forte dor no ouvido direito, com sensação de
plenitude auditiva deste lado, há 1 dia. A otoscopia revela membrana timpânica abaulada e
com eritema acentuado. O principal agente etiológico deste tipo de infecção em adultos é
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Comentário:
As Infecções de Vias Aéreas Superiores (IVAS) são definidas como todo e qualquer processo
infeccioso viral ou bacteriano que acomete região nasal, seios da face, ouvido, faringe e laringe.
Os quadros virais (resfriado e gripe) são os mais frequentes agentes causais das IVAS, em especial
nas crianças menores. No tratamento é recomendado hidratação, analgésicos, antitérmicos e
repouso. Acompanhamento médico pode evitar complicações das viroses: sinusite, otites ou
faringolaringites, poupando o uso de antibióticos desnecessários.
A otite média aguda (OMA) é uma infecção do ouvido médio, com consequente presença local
de inflamação e de derrame purulento. Dentre as bactérias as mais comumente isoladas são o
Streptococcus pneumoniae (alternativa A correta). Com o advento da vacinação heptavalente,
houve uma mundança de perfil, decrescendo a presença de estreptococos e promovendo o
aumento dos H. influenza produtor de lactamase.
A miringite bolhosa é uma das formas de apresentação da OMA que se caracteriza pela presença
de “bolhas” na membrana timpânica. Sua incidência ocorre em aproximadamente 15% das
crianças com menos de 2 anos de idade. Este quadro é frequentemente associado com o
Mycoplasma pneumoniae. O prognóstico para a otite bolhosa é o mesmo das OMA. A dor nessa
forma de otite é particularmente intensa.
Dentre as IVAS, podemos destacar uma condição clínica grave: a otite externa necrotizante (OEN).
Conhecida no passado como otite externa maligna, é uma infecção potencialmente letal que
começa usualmente no conduto auditivo externo e se estende à base do crânio ocorrendo,
principalmente, em pacientes diabéticos idosos e que a despeito de antibioticoterapia prolongada
está associada à morbidade elevada e mortalidade significante.
O agente causador da OEN é na imensa maioria das vezes a Pseudomonas aeruginosa. As cepas
mais virulentas produzem uma membrana mucoide que atua como proteção contra fagócitos e
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antibióticos. Esta camada também é rica em enzimas líticas responsáveis pela vasculite
necrotizante típica.
Sinusite aguda
No tocante à etiologia bacteriana, nas formas agudas (até quatro semanas de duração) os
principais agentes são: S. pneumoniae, H. influenzae e M. catarrhalis. O S. aureus está presente
em rinossinusites em pacientes imunodeprimidos, como transplantados recentes, em vigência de
quimioterapia, com doenças linfoproliferativas, etc.
O quadro clínico típico é de um resfriado arrastado (congestão nasal, rinorreia e tosse) por mais
de 10 dias. Porém, há pacientes que podem ter febre alta e coriza purulenta, assim como halitose,
hiposmia e edema periorbital. O tratamento antibiótico fica reservado para casos em que os
sintomas pioram ou casos graves, sendo a amoxicilina a primeira escolha.
As complicações intracranianas apresentam uma alta taxa de mortalidade (cerca de 11%). O seio
mais relacionado a complicações intracranianas é o frontal. Dentre elas podemos citar: meningites,
abscesso extradural, subdural ou cerebral e trombose de seio sigmoide. Devemos desconfiar de
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O tratamento das rinossinusopatias crônicas vai depender do perfil de sensibilidade das beta-
lactamases, sendo uma opção o uso amoxicilina com clavulanato de potássio, cefuroxima ou
cefprozil. Em pacientes que usaram antibióticos no último mês, que apresentem complicações
ou que tenham rinossinusite frontal ou esfenoidal pode se iniciar diretamente com os
antibióticos de segunda opção. Em pacientes com alergia a penicilina e/ou cefalosporinas,
pode-se utilizar claritromicina, clindamicina, gatifloxacina ou moxifloxacina. É recomendado o
uso de antibióticos por 10 a 14 dias, porém se a resposta clínica for baixa, a continuação da
terapia por uma semana depois da resolução dos sintomas pode ser a melhor escolha. Nos
casos refratários pode ser necessário um esquema combinado para cobertura anaeróbia
(metronidazol, sulfametoxazol-trimetropim).
Faringotonsilite bacteriana
Gabarito: A
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rhmfmd@gmail.com
ricardoh_medicina@yahoo.com.br
prof.ricardo_felix
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